PUBLICAÇÕES DO INSTITUTO HOMCEOPATHICO DO BRAZIL UIIIU CONSELHOS CLÍNICOS ou PRATICA ELEMENTAR DA HOMOEOPATHIA TOMO I Rua de §. José 11. 59 — Mio de Janeiro. « Etorietur vobis sol meae justitiae.... « .... et sanitas, unus ex radiis ejus. « (S. Malaquias, cap. IV, v. 2.°) « Dr. Mlre. » « Caridade sem limites, « Sciencia sem privilegio. « Dr. A. J. de Mello Moraes. » « Res non verba. « Dr. Sabino O. L. Pinho. » UM CONTRASTE NA CÂMARA DOS SRS. DEPUTADOS « O governo mandará destinar uma das salas do lazareto estabele- « cido na ilha do Bom-Jesus para nella se recolherem os doentes de « febres que se quizerem tratar homceopathicamente, para o que cha- « mará o medico homceopatha que lhe parecer mais habilitado. « Moraes Sarmento.» (Sessão de 21 de Fevereiro de 1850.) « Se passar a emenda additiva do Sr. Moraes Sarmento,—accres- « cente-se: — e outra sala onde os doentes, que quizerem, serão tra- ce tados pela uromancia, em outra pela medicina dos feitiços dos pretos « da costa d'Africa, em outra pela medicina cabalistica dos haikins da « Pérsia, em outra pelo mesmerismo, em outra pela hydrosudopathia, a em outra finalmente pela medicina herbolaria dos nossos indígenas. « Dr. Jobim. » (Sessão de 23 de Fevereiro de 1850.) S> P J f / " r. <~~^C tyt v^ /* L^L/ I MIMA IKI1IOT&1 DA HOMOEOPATHIA PELO DOUTOR MURE ou CONSELHOS CLÍNICOS para qualquer pessoa, estranha completamente á medicina, poder tratar-se, c a muitos doentes, conforme os preceitos da homocopathia, confirmados pelas experiências dos Doutores .íEgide, Alther, Arnold, Attomir, Baudis, Benstein, Bernhardi, Betmann, Biginelli, Bigcl, Boenninghausen, Brenfleck, Caravelíi, Cauwers, Charneri, Chio, Chuit, Clayrar, Clement, Croserio, Denicé, Des Guide, Diehl, Du- fresne, Duhamel, Duplat, Elwert, Emmerick, Enahdt, Engelhardt, Fieliiz, Frank, Gaspary, Gastier, Griesselich, Gross, Gueyrard, Guyton, Hartlaub, Harlmann, Heichelheim, Herriog, Hirsch, Hoffendahl, HofF- mann, Horneburg, Hutaud, Jahr, Kammerer, Kasemann, Knorre, Knets- chmar. Kopp, Kramer, Libert, Lewert, Loescher, Malaise, Merelier, Martini. Molin, Muhlenbein, Muller, Neumann, Nitack, Peschier, Pleyel, Rhau, Rochl, Romani, Rosfinthal, Ruchert, Rumrael, Saint Firmin, Sa- ladin, Scheling, Schehhemmer, Scbleicher, Schroen, Schule, Schuter, Schutz, Schwah, Schweikest filho, Seidel, Shindler, Shwartz, Sodenberg, Solier, Sonnemberg, Spoher, Stapf, Stegemann, Tessier. Thorer, Tietze, Timbart, Trinks, Weber, Weigel, Weith, Widenhorn, Widermann, Wolf. SEXTA EDIÇÃO POR 10ÃO VKS1TE MAETOfg IM Primeiro secretario perpetuo do Instituto homoeopathico do Brazil. StXO »Eí «FAjSIÍSRO TYPOGRAPHIA DE PINHEIRO & C, RUA SETE DE SETEMBRO N. 165 1865 WBK M385p I8M> V. I c I ■ãStüVO ' . '29 BOUTüIfMA .DA ESCOLA HOMQEOPATHICA DO BRAZIL PELO DR. B. MURE EXPERIÊNCIA NO HOMEM SÃO A sciencia é única em sua essência; todavia seus diversos ramos (que se chamão sciencias), sem deixarem de ter relações intimas e mutuas, têm cada qual um domínio separado. Por isso o domínio da medicina é a sciencia do homem, da organisação, da vitalidade huma- na. Eis a sua especialidade, sua força e gloria, e todas as tentativas feitas para tirar ás sciencias accessorias o conhecimento das virtudes therapeuticas de uma substancia são, não somente imiteis, como ab- surdas e ridículas. A observação do physico, o cadinho do chimico, as classificações do naturalista, nenhuma relação têm com o jogo das funcções vitaes. Para determinar-se a acção medicinal ha um só preceito racional a seguir-se — é observar o effeito dos remédios sobre a organisação hu- mana. — Tal é a vereda que seguirão os dous maiores gênios que se occupárão em alliviar os soffrimentos da humanidade, Hippocrates e Hahnemann. O primeiro na infância da arte occupou-se em estudar o effeito dos medicamentos administrados á cabeceira dos doentes, e em reconhecê-los bem para os saber applicar nos casos semelhantes. Esta marcha era sábia : nas obras do medico de Gós traduz-se ella sob mil expressões differentes : seguir a marcha da natureza, respeitar e fa- vorecer as crises, são idéas puramente homceopathicas. Achamos no tratado EBfit Ttfnw %otí a?/BpmtM a passagem seguinte, mais explicita que tudo aquillo que Hahnemann pôde avançar: « E' pelos semelhantes que as doenças se desenvolvem, e é pelos semelhantes VI LNTRODUCÇÃO que ellas são eliminadas fora dos corpos dos doentes... E' com os vo- mitorios que se curão os vômitos. » Bastava generalisar este facto iso- lado, e a homceopathia, para fortuna da humanidade, teria apparecido três mil annos antes sobre a terra, ou teria prevenido muitas dores. Porém esta marcha prudente não foi seguida. Os discípulos de Hippo- crates separárão-se delia gradualmente. Galeno formulou o principio contraria contrariis. Os médicos, em vez de favorecerem a solução das crises, occupárão-se mais em combater as moléstias do que em oppôr- se ao seu desenvolvimento. A mortífera allopathia constituio-se, e todas as esperanças de allivio se perderão para a humanidade soffredora. Hahnemann em nossos dias preencheu o que Hippocrates tinha em- balde tentado; porém quanto sua maneira de proceder não é preferí- vel ! Quanto é mais directa a vereda que elle escolheu ! Hippocrates tinha apenas estudado as doenças; Hahnemann occupou-se principal- mente do homem no estado são. Só por uma colheita de factos a posteriori Hippocrates podia entre- ver as qualidades de um medicamento: Hahnemann, por um trabalho a priori, os estuda no homem são, e determina a sua applicação a to- dos os casos mórbidos a que elles correspondem. Um amontoa factos cuja lei commum entrevê apenas; o outro estabelece um principio ge- ral, ao qual se devem submetter todos os factos particulares. Um as- senta as bases do empyrismo, o outra a theoria medica; Hippocrates creou a arle, Hahnemann a sciencia de curar. Hahnemann, creando a pathogenesia, esta base da verdadeira medicina, completou a phy- siologia e aparentou-a com a pathologia. Emquanto todos os conhecimentos médicos se apoiavão igualmente na experiência clinica e no estudo do homem normal, a therapeutica só, arrastando-se vergonhosamente no carril da rotina, baseava-se ainda na observação das doenças: que medico teria ousado fallar de anatomia pathologica, e confessar que ignorava e desprezava a anato- mia normal? Entretanto via-se todos os dias os mais illustres práticos opporem ás doenças substancias cuja acção pura lhes era profundamente desconhecida. E' uma verdade dura de enunciar, e comtudo é certo que a medi- cina, tão brilhante em certas relações, está nesta abaixo de todas as sciencias, de todas as artes. Não ha industria tão obscura, cujo artista não experimente os seus instrumentos antes de os empregar. O ar- chitecto estuda a resistência e a tenacidade dos materiaes que entrão em suas construcções; o marceneiro, a direcção e a natureza das fibras da madeira; antes de mostrar suas cores na tela, o pintor as prepara e experimenta em sua palheta. O medico só empregava ins- trumentos desconhecidos, e, era entretanto a vida do homem o fim de sua arte ! E são os médicos que, a propósito de experiências puras, fallão INTRODÜCÇÃO Vil de humanidade. Disserão que era bárbaro expor homens sadios a experiências perigosas; e não se tem nos hospitaes administrado a centos de doentes drogas cujo effeito é desconhecido, com a fraca es- perança de que o acaso porá uma vez a doença diante do seu remédio apropriado ?! O homceopatha não pensa assim. Pródigo de sua saúde para os pro- gressos da sciencia, é avaro das dores de seus doentes. Pensa que é melhor provocar um incommodo n'um homem com saúde , do que arriscar a vida de centos de infelizes, e acha na sublimidade de seu fim a coragem e a perseverança necessárias para sujeitar-se a todos os sacrifícios. Oh! se soubessem que prazeres desconhecidos trazem es- tes trabalhos pacientes e solitários, pelos quaes o homeceopatha ar- ranca á natureza o segredo das virtudes curativas de um medicamen- to, invejarião a nossa sorte em vez de lamenta-la. Cada passo nesta carreira nos revela factos, dos quaes cada um é um novo beneficio para a -humanidade, e nos ensina a vencer uma de suas dores; e es- tas descobertas não são destinadas a um brilho ephemero, não se ap- plicão somente á época aclual, porém serão recebidas com transporte por nossos descendentes, e transmittidas de geração em geração pelo reconhecimento de todas as idades. Agora que a necessidade da experiência pathogenetica está estabe- cida, abra-se uma matéria medica ordinária e a de Hahnemann, para apreciar a differença dos resultados. Em uma achar-se-hão algumas indicações confusas, baseadas em tradições, prejuízos vulgares, asserções contraditas no mesmo instante por affirmações contrarias; emfim, segundo a expressão de Bichat, que era conhecedor, « uma mistura absurda, um montão incoherente de opiniões contradictoriaa.» A de Hahnemann, baseada no estudo dos factos, apresenta um qua- dro fiel da acção de cada medicamento. O observador descreve com minuciosidade todas as mudanças apreciáveis que elle produz em cada apparelho, em cada órgão da economia; não contente de entrar em particularidades inauditas para um medico da escola, por sua minu- ciosidade e exactidão, elle abre regiões novas e desconhecidas. Des- tina ás sensações uma parte tão extensa como a que se concedia ou- tr'ora ás lesões materiaes. Estuda as modificações do somno, a natu- reza dos sonhos, e emfim chega ao campo, desconhecido até aqui pelo medico, da pathogenesia moral. Descreve os vôos da imaginação, a na- tureza das idéas, e as tendências de paixão, que toda a substancia pro- duz de um modo especifico na alma humana. Graças a este trabalho, pôde a medicina emfim attingir o tratamento das moléstias mentaes, para o qual a impotência dos meios grosseiros da allopalhia é muito notória. Por este trabalho, nas doenças ordiná- rias, um homoeopatha, irresoluto sobre a escolha de um medicamen- to, acha muitas vezes o meio de fixar-se de uma maneira definitiva. vrn INTRODUCÇ ÃÜ LEI DOS SEMELHANTES Tentámos dar idéa do que era a matéria medica pura. Seguiremos agora as conseqüências praticas que emanão deste immenso trabalho. Ha um facto de que os allopathas pretendem ter algum conheci- mento, ainda que a sua pratica prove não terem elles tirado o menor partido no interesse de seus doentes; é que todo o medicamento pro- duz duas sortes de eífeitos mui distinctos, um primitivo, e o outro se- cundário. E' verdade que para fazer-se tal distincção entre os effeitos multiplicados de uma substancia, e para classificar em duas categorias os centenares de symptomas que ella produz, seria preciso primeira- mente estudar estes effeitos: Hahnemann sendo o único, o primeiro que expoz em todas as suas particularidades a historia pathogenetica de um medicamento, é por isso também o primeiro que os pôde distin- guir, apreciar e classificar. Duas questões se apresentão ao nosso espirito: Io, que differença ha entre o effeito primitivo e o effeito secundário de um medica- mento? 2o, qual destes effeitos se ha deoppôrá moléstia? Estas ques- tões, que elle fazia a si, resolveu-as com felicidade e ousadia de gê- nio, a que, devemos a idéa mais preciosa que sahio de cérebro humano, o principio da therapeutica humana, a lei dos semelhantes . A vida é o complexo de forças que resistem á morte, disse Bichat. Esta definição, muitas vezes criticada, não foi ainda substituída por outra mais feliz. O homem é com effeito um ser passageiro, cuja vida consiste em reagir contra as forças externas, que mais tarde ou mais cedo acabão por vencê-lo. A reacção enérgica e fácil é a saúde: a reac- ção difficil ou desordenada é a doença. Ora, toda a substancia medica- mentosa produzindo primeiramente um effeito primitivo ou directo, produz mais tarde um segundo ou indirecto, quando a reacção do or- ganismo se pronuncia. Ora, este effeito é simples e puramente o inverso daquelle que se tinha manifestado a principio. Assim, quando um ho- mem tem mettido suas mãos em água nevada, sente um calor ardente quando a primeira impressão se dissipa; este simples facto, desprezado pelo vulgo, é a expressão da lei importante que distingue os corpos vi- vos da matéria inorgânica. Eirectivamente, todas as vezes que tratardes de um corpo sem vida, as leis da chimica e da physica lhe serão applicaveis em toda a pu- reza; mas, quando fôrde um corpo vivo, deveis esperar uma reacção que produz um resultado inteiramente opposto. Dahi procede a grande divisão entre a natureza morta e a natureza viva, que Hahnemann pri- meiro enunciou e formulou em corpo de doutrina, reservando a lei dos semelhantes como única applicavel a tudo o que tem vida. Tam- bém a elle deve a humanidade o ter médicos; porque erão dignos de tal nome os homens que applicavão á humanidade a lei da matéria, ou INTRODUCÇÃO IX que, por um cego empyrismo, empregavão indifferentemente os meios mais contraditórios,e sódevião ao acaso raras e incompletas curas? Não nos demoraremos sobre a superioridade do principio similar, e sobre o absurdo do dos contrários. Se o tratamento allopathico produz algum effeito em seu começo, quem não sabe que este allivio momen- tâneo traz comsigo perigosas conseqüências ? Seus funestos effeitos so- bre a saúde publica e privada são muito evidentes para se provarem. Feliz o pai de família que sabe desviar de sua casa uma perniciosa medicação! As frescas cores de seus filhos testemunhão sufficiente- mente que a allopathia não esgotou com seus meios perturbadores as fontes de sua vida nascente. Quanto ás nações, não têm ellas visto renovar-se em todas as épo- cas, e sob todas as fôrmas, a impotência absoluta da medicina ? Que epidemia, que contagio foi jamais detido pelos recursos da arte ? Ne- nhum, e a nossa época não tem sido mais feliz. Os typhos, a febre ama- rella, o cholera, e mil outros flagellos se desencadêão áporfia, sem que as phrases pomposas das academias possão arrancar-lhes uma só victi- ma. A mesma peste está todos os annos ás portas da Europa sábia, sem que se tenha descoberto tratamento algum próprio a salvar aquelles que ella ataca. Porém, sem fallar de flagellos insólitos, porventura são as nossas cidades isentas de moléstias não menos terríveis, ainda que mais lentas em seus cursos? O immenso cortejo das doenças chro- nicas não é uma prova múltipla da inutilidade da allopathia ? Ahi está a tisica: ella não sorprende nem o medico, nem o doen- te. A morte, que traz comsigo, vem com passos lentos; vêde-a appro- ximar. Salvai, salvai a victima que ella ameaça. Não: nada podeis fazer a favor delia, nem a favor de vós mesmos, e é ao redor de vós, é sobre vós que a morte descarrega seus mais duros golpes. Algum allopatha indignado exclamará que se exagera a impotência da sua arte. « Quanto são reaes as conquistas da medicina moderna: como são immensas. Quanto a vaccina tem domado um horrível fla- gello. » Toma-se porventura a vaccina por um facto allopathico ? Pó- de-se desconhecer em seus benefícios uma emanação da homceopa- Ihia? Lei dos semelhantes, simplicidade do meio,pequenhez da dose, não reúne a vaccina tudo para a collocarmos nos factos puramente homceopathicos ? Se duvidais disto abri os olhos, e reconhecei em Jen- ner um precursor providencial de Hahnemann e na vaccina um ramo destacado do tronco salutar da homceopathia. Não multiplicaremos mais as provas praticas da lei homceopathica, de que dêmos a prova pelo racioninio. Hahnemann deu-se ao trabalho de ajuntar um numero considerável de curas homceopathicas devidas ao acaso, e o que mais frisante se torna é que, abstendo-se cuidadosamente de consultar a sua matéria medica, elle Ura somente á antiga medicina a historia do tratamento B X INTRODUCÇÃO e o enunciado dos effeitos primitivos do medicamento escolhido, ar- rebatando assim á allopathia a confissão de sua derrota e impotência. E' impossível percorrer esta admirável collecção de factos sem sentir- se penetrar a convicção no espirito; e convidamos todos os amigos da verdade a comprova-lo. Nós preferimos dar da lei dos semelhantes unia demonstração, que, sendo mais geral e baseada sobre considera- ções physiologicas, terá porventura mais autoridade. Os factos, comquanto isolados, provão por si muito pouco. Nãoconsti- tuem uma verdade fecunda senão quando esclarecidos por um prin- cipio geral. Ora, que principio mais comprehensivo pôde offerecer ao medico do que o que constitue a vitalidade humana ? Nada pôde escapar-lhe. Por aqui removemos esta objecção vulgar, que a homceopathia pôde ser boa em certos casos, e a allopathia em alguns outros. Quando actuaides sobre corpos inanimados, empregai a lei dos contrários, eis o processo do chimico, do physico e do es- culptor; mas quando tiverdes de modificar de uma maneira durável a vitalidade humana, quando quizerdes obrar como medico, ha só um meio a empregar, que é o dos semelhantes. Assim, louvores a Hahnemann; a therapeuthica, que é toda a me- dicina, acha-se elevada á categoria de sciencia. Tem um principio próprio, pelo qual pôde explicar a acção das substancias que emprega, dar conta dos successos e dos revezes a que deve uma existência independente e o bello nome de homceopathia, que deve ser um dia tão suave e tão precioso á humanidade. A antiga medicina deve a Hahnemann uma apparencia scientifica, e um nome geral que lhe fal- tava. A palavra allopathia, com que elle a caracterisou, é finalmente a expressão mais feliz sob que se pôde reunir um complexo tão mons- truoso de opiniões oppostas ou contraditórias. E' um estandarte á roda do qual ajuntou todos os seus inimigos espalhados, e com elle pôde emprehender contra elles um combate regular. E' este um pe - nhor de successo; porque póde-se alcançar e combater um exercito, emquanlo que uma multidão escapa a todo o ataque geral. E' verdade que sem a homceopathia esta coordenação imperfeita não existiria. Assim, quando o sol apparece no horizonte as sombras se distin- guem da luz; antes deste instante tudo estava confundido na mesma noite. DAS DOSES INFINITESIMAES Um ultimo caracter faltava â nova arte : o caracter do infinito. E1 este o signal certo da reforma operada sob a influencia christã : to- das as sciencias do passado são limitadas e materiaes, as do futuro levão todas o homem á idéa do infinito, deixao entrever a imagem omropfeafeMe-dii feivindade. A astronomia esmaga o homem pela im- DíTRODUCÇÃO XI mensidade dos céos; os infinitamente pequenos, que o microscópio do physico nos revela, não são menos admiráveis; a theoria das on- dulações da luz tornou apreciáveis quantidades de uma pequenhez inau- dita ; o olho do homem recebe sobre a retina a impressão dos astros semeados no espaço: uma esphera de mil e quinhentos milhões de léguas vem pintar-se sobre uma superfície de linha e meia. A arte de curar, que se exerce sobre organisações exaltadas pelo soffrimento, não devia, por mais forte razão, sahir do dominio estreito da materialidade, e adiantar-se com um vôo ousado ás sciencias pro- gressivas no campo immenso do infinito ? Não era até hoje assim. Pelo contrario, é opinião commum, e de alguma sorte justificada, que os estudos médicos têm uma tendência materialista, e que a fé reli- giosa recebe golpes reaes dos estudos physiologicos. A homceopathia põe um termo a este triste estado de cousas, e colloca a medicina, tão degradada hoje, no lugar que nunca deveria ter deixado. Tão ousado como os discípulos de Lewhenhoeck e de Galilêo, o discípulo de Hah- nemann faz nos campos do infinito suas mais preciosas conquistas scientificas. Divide a matéria e a subdivide de um modo prodigioso. Não somente marcha a par do physico armado com o seu microscó- pio, porém,'muito tempo depois que este se detém admirado diante da serie indefinidamente decrescente dos seres, mostra ao homem mara- vilhado que a acção pathogenetica continua a manifestar-se de uma maneira apreciável sobre os tecidos vivos, e pôde ou alterar a saúde humana, ou restabelecê-la quando ella é alterada. Graçasaesta descoberta sublime, a maior das de Hahnemann, e que a época actual não está no caso de julgar em seu justo valor, o caracter das sciencias médicas está completamente mudado, e sua influencia sobre asidéasphilosophicase religiosas não será menor que sobre o bem-estar physico do homem. Graças a esta influencia, a medicina reapparecerá em seu verdadeiro lugar; e a cirurgia, sem deixar de ser uma arte útil e respeitável, será novamente subordinada a esta irmã mais velha, que eclipsa e domiua hoje. Não tememos dizer que o dominio da cirurgia será, com a reforma medica, infinitamente restricto. A cirurgia, é pre- ciso dizê-lo, não vive senão dos erros da medicina. Reduzida a occu- par-se com as lesões externas produzidas pelos accidentes, perderá os nove décimos do seu império actual, deste império que se pôde tam- bém chamar, como Danle, Ia città dolente do homem, e que a etheri- sação acabará talvez de roubar-lhe em totalidade. Veremos, tratando da pharmacologia, por que meios práticos Hah- nemann chegou a descobrir e generalisar o epiprego das doses infini- tesimaes. Esta descoberta é, a nossos olhos, o mais lindo florão da sua immortal coroa. XII INTRODUCÇXO BASTA APPLICAR ÜM SÓ REMÉDIO DE CADA VEZ As velhas tradições se alterão, di'7em as cabeças fortes da faculdade. Existem comtudo em nossos dias cadeiras em que não só se enuncia aos estudantes que elles podem administrar aos doentes medicamen- tos cuja acção pura é profundamente ignorada, mas ainda prescreve- se de misturar, sem nenhuma lei fixa, todos estes elementos desco- nhecidos para os lançar ámatrocano corpo humano; e este abominá- vel ultraje álogica se chama uma arte, a arte de formular; arte que tem suas regras, suas excepções, seus princípios; arte que progride, modi- fica-se e transforma-se; arte que é o complemento da educação me- dica. Ha médicos que formulão elegantemente. Ha formulas mais ou menos brilhantes; ha algumas antigas e desusadas; também as ha pedantes. Feliz o doente quando as mais elegantes e mais triviaes não encerrão compostos capazes de expor ou de destruir a vida 1 Feliz o medico cujo pharmaceutico vigia e repara os erros , e os ajun- tamentos de substancias que não podem estar juntas! Quantas ve- zes a composição receitada para fazerem-se pílulas não se acha liquida, emquanto por compensação pôde servir-se em um prato o looch, que de- via beber-se ás colhéres! Estes inconvenientes são graves, porém pouca cousa em re- lação aos que a complicação das formulas traz comsigo. Quando os primeiros homens procurarão remédios a seus males, oppuzerão uma só substancia a cada doença. O reino vegetal fornecia os principaes materiaes a estas medicações innocentes, e dahi vem o nome de sim- pleses dado ás plantas consagradas a este uso. O resultado de cada tra- tamento se transmittia pela tradição oral, ou por inscripções votivas appensas no templo de Esculapio, cujas columnastornavão-se assim um memorial therapeutico popular. A arte de curar, reduzida a uma pra- tica tão vulgar, deve parecer muito desprezível aos doutos Esculapios do século XIX, cuja bibliotheca encerra, bem como a memória, milha- res de volumes. Vejamos de que lado estava a verdadeira riqueza. Emquanto o medico administra um só medicamento por cada vez, pôde apreciar aquelle que se mostra mais efficaz em cada doença que trata, e, se o fructo de todos os seus tratamentos parciaes é reunido e coordenado, pôde dahi deduzir conhecimentos empyricosque o guiem nos casos análogos que se apresentarem á sua vista. Esta marcha é sem duvida muito longa e imperfeita; ella teria exigido muitos séculos para obter os resultados que Hahnemann obteve em vinte e cinco an- nos; mas emfim também elle levava ao fim, e teria moderado muitos soffrimentos. O orgulho e a impaciência, tão naturaes ao espirto hu- mano, o retirarão logo de um methodo tão natural. Derâo-se succes- sivamente muitos medicamentos differentes na mesma doença, e em- fim algum medico, que seus contemporâneos tomavão talvez por um INTROMICCXO XIII grande homem, imaginou misturar muitos, e administra-los simul- taneamente. Erro immenso! falta irreparável! que os soffrimentos de tantos biliões de creaturas humanas cruelmente têm expiado ! Dahi por diante foi impossível distinguir que substancia tinha mais contribuído a uma cura; toda a observação se tornou incerta, e a arte d? curar, fechada em um circulo vicioso, cahio debaixo do mais gros- seiro empyrismo. Perseguido pelo sentimento de sua ignorância sobre as qualidades próprias de cada medicamento, o medico acreditou bastar a esta igno- rância multiplicar o numero de seus meios de aceão, como se o resul- tado de muitos elementos desconhecidos não fosse ainda mais obscuro que o de um só. Outras vezes o medico pensa diminuir a acção de uma substancia reconhecida útil n'um caso dado, ajuntando-lhe um antídoto; mas que meio tf-m elle de obrigar o antídoto a neutralisar somente as propriedades nocivas e respeitar as propriedades curati- vas? Desviemos nossos olhos deste espectaculo vergonhoso. Todos os dias o numero de formulas complicadas diminue mesmo entre os mé- dicos; ellas achão cada vez mais raros e mais fracos defensores. A allo- pathia resente-se gradualmentedainfluencia salutar da grande reforma de Hahnemann. Examinemos os princípios estabelecidos por este grande homem. Os effeitos de muitas substancias administradas simultaneamente não se manifestão em sua pureza e totalidade, mas produz-se um effeito mixto completamente novo, e que se não pôde determinar por previsão alguma. Toda a substancia experimentada no homem sao dando origem a mi- lhares de symptomas, não é necessário administrar muitas para corres- ponder aos differentes symptomas de uma doença. Com pouco estudo a matéria medica pura fornecerá sempre um medicamento que corres- ponda á maioria dos symptomas e só modifique bastante a doença para que a natureza possa desembaraçar-se por si mesma do incommodo que a opprimia. Se elle é impróprio, nenhum correctivo poderá remediar este defeito capital. Finalmente, se tomardes por adjuvante um medi- camento que produza effeitos análogos aos da base, escolheis sem du- vidar o antidoto mais capaz de neutralisar seus effeitos, porque a ho- mceopathia nos ensina que os semelhantes destroem os semelhantes. O correctivo pôde pelo contrario exasperar ao mais alto gráo os effei- tos que deve acalmar, e produzir outros directamente contrários aos que delle se espera. Emfim, os erros podem compensar-se ou multi- plicar-se um pelo outro; mas quem poderá jamais esclarecer seme- lhante confusão? Feliz o doente quando o acaso reúne substancias que se neutralisão mutuamente! Feliz o medico que faz o menos mal pos- sível! Quanto aos excipientes, a homoeopathia é obrigada a lançar mã° XIV L\TR0DUCC.\0 delles.; mas, neste caso, não recorre ás substancias medicinaes: a água distillada, o assucar de leite, e quando muito o álcool, são as substan- cias que empregará nesse mister, porque outras não conhecemos menos activas. Em todo o caso o medico homceopalha emprega uma só substancia de cada vez, e espera que a sua acção se acabe para administrar ou- tra. Assim nesta questão das formulas, na apparencia pouco impor- tante, vêm resumir-se, cada uma por seu modo, as duas doutrinas op- postas: a allopathia com a sua confusão, sophismas e falta absoluta de princípios; a homoeopathia com as suas regras simplices, precisas, e a unidade sublime de sua verdade migestosa. Que contraste admirável ! a homoeopathia, que conhece tão bem os effeitos característicos de cada medicamento, declara a impossibilidade de descobrir o resultado commum que resultaria de sua mistura; a allopathia, que não tem mais que noções incertas e confusas sobre o mesmo objecto, não teme aug- mentar esta obscuridade profunda combinando elementos desconheci- dos. Quanta gravidade e apreço a homoeopathia dá á saúde dos doen- tes, tanto a allopathia mostra profundo desprezo pela vida dos homens. DYJÍAMISMO VITAL E LEI PHYSIOLOGICA O que acaba de dizer-se basta para uma exposição pratica, e para as principaes applicações da doutrina de Hahnemann. E' o resumo das instrucções elementares publicadas no Brazil para as pessoas alheias á medicina; mas não bastava para uma escola em que a theoria deve inspirar e adiantar a pratica. Devíamos a nossos alumnos uma con- cepção superior do principio da vida. Devíamos á homoeopathia levan- tar o véo que encobria ainda sua ultima palavra ás vistas dos homens; devíamos desenvolver em toda a extensão a idéa profunda contida na palavra dynamismo vital. A nova lei physiologica, exposta somente em cursos e conferências particulares, foi pela primeira vez exposta publicamente na these do Sr. Ackermann, sustentada a 2 de Julho de I8Zi7. Extrabiremos alguns fragmentos delia: « A homoeopathia é a doutrina vitalista por excellencia. Ella repelle as acções chimicas e physicas, pelas quaes tendem os médicos ainda hoje a explicar o jogo das funcções. Nega a acção directa dos medica- mentos no acto lherapeutico; só reconhece effeitos secundários, devi- dos á natureza; em uma palavra, na lei therapeutica ella só vè a reac- ção vital. « Mas será só neste ponto que deve consistir a reforma? Acaso a phy- siologia vulgar é mais racional que a therapeuthica? Todas as idéas de secreção, de infiltração, de assimilação; toda? estas extravagancjas dos chimicos, que ameação excluir a medicina da physioloçia, çpmo IXTRODUCÇÃO XV os cirurgiões a excluirão da therapeutica, não são porventura incon- ciliáveis com a essência da nova arte de curar ? « O Dr. Mure não hesitou em resolver este problema capital , ata- cando a idéa vulgar da assimilação, e dando uma nova theoria da nu- trição. Uma cousa evidente é a insufficiencia das theorias actuaes para explicar este acto maravilhoso. — O corpo não augmenta de volume na razão dos alimentos ingeridos. — A's vezes observa-se uma emacia- ção progressiva nos indivíduos que tomão grande quantidade de ali- mentos , emquanto outros engordão comendo muito pouco; e a vida sustenta-se durante muito tempo sem alimentação apreciá- vel. Acostumamo-nos a uma abstinência prolongada. A dieta mórbida, nas febres nervosas, e em muitas outras doenças, não impede a per- sistência da vida. A excitação produzida pelas bebidas alcoólicas sup- pre até certo ponto a falta de outro alimento. As paixões, as commo- ções violentas, o excesso de alegria ou de pezar, os trabalhos excessivos de espirito, produzem o mesmo effeito, e destroem todos os systemas sobre a assimilação. Os alimentos restaurão pela simples presença na boca e no pharynge. Uma sensação de força e bem-estar percorre o corpo da pessoa mais enfraquecida pela abstinência muito antes que os alimentos tenhão descido pelo esophago. « Os mais variados alimentos produzem um chylo idêntico. No Eu- ropêo omnivoro, no Cosaco, que só come substancias gordurosas, nos Laponios e Kamschatkenses, que vivem de peixe quasi podre, no índio, que só come pequenas rações de arroz, a analyse apresenta as mesmas combinações no chylo, na lympha e no sangue. Dizem -nos que o chylo é absorvido; porém accrescentão que os canaes absorventes se furtão, por sua tenuidade, ás indagações microscópicas. Quanto ao sangue vio-se sempre passar elle dos últimos vasos capillares arteriaes ás ra- mificações venosas. Nunca foi visto extravasado nos tecidos em que pretendem que se fixa e se torna fibra muscular ou parenchymatosa. E, quando o vissem, estarião acabadas todas as duvidas?Quantos com- postos orgânicos ha cujos elementos não existem no sangue, ou se achãò nelle em quantidade muito fraca? o azoto, por exemplo! « Magendie provou que um animal morrerá nu trindo-se uniforme- mente de alimentos não azotados. Mas, nutrido uniformemente de alimentos azotados, morre igualmente. Os saes calcareos que entrão na composição dos ossos achão-se acaso no chylo ? Tem-se alimenta- do, com o maior cuidado, gallinhas com substancias inteiramente des- providas de cal, e ellas não cessarão de pôr ovos que contém cal. O fluido sangüíneo não contém um átomo de gelatina, nem de phosphato calcareo, entretanto os tecidos fibrosos e os ossos são era grande parte compostos de phosphato de cal. « Os physiologistas querem fazer-nos crer que o feto recebe pelos vasos umbilicaes os elementos necessários a seu desenvolvimento: mas XVI IXTRODUGÇAO como é que, somente pela influencia do calor, a albumina do ovo pro- duz os ossos, músculos e pennas do pinto, que sahe depois da incuba- ção do interior de uma concha, em que nada pôde penetrar de fora? « Finalmente, quando perguntamos aos geólogos a origem dos im- mensos depósitos calcareos que abundão no globo, respondem-nos uni- formemente que são restos de infusorios, ou de conchinhas amontoadas durante a serie dos séculos passados. E' preciso, pois, reconhecer neste facto immenso uma faculdade creadora na terra: e esta força qual é senão a mesma vitalidade dos animaes? « Desçamos ao reino vegetal: encontraremos as mesmas sorpresas, as mesmas contradições. Ha séculos os alchimistas semearão grãos de agrião n'uma camada de flor de enxofre, no fundo de campanula de vidro. Estes grãos, humedecidos com água distillada, germinarão, dei- tarão hastes numerosas, de que se extrahio carbono e muitos outros elementos, que se não achão na água, no enxofre, no ar, ao menos em quantidade sufficiente. Fez-se o mesmo com os cereaes, que contêm silicea, e com todas as espécies de legumes. Uma lamina de vidro e a electricidade bastão para desenvolver perfeitamente todos os phenome- nos da vegetação. Tanto é verdade que a terra é só uma matriz desti- nada a envolver as raizes das plantas, que o solo dos paizes antigamente cultivados se elevou constantemente, apezar da enorme quantidade de restos levados ao mar pelos rios. « A antiga theoria da assimilação material estava destinada a pere- cer. Não nos hão de mais persuadir que a carne ou os legumes que comemos hontem tornárão-se hoje fibras sensíveis e vivas do nosso corpo. Era preciso uma nova solução, e foi á homoeopathia que o Dr. Mure a pedio. Na questão das doses elle desenvolveu e applicou mais largamente a lei dos semelhantes. Na questão physiologica elle desenvolveu também a idéa da reacção vital, que ó a traducção desta mesma lei. Preencher assim as lacunas deixadas por Hahnemann não éoppôr-se-lho, é restaurar engenhosamente fragmentos esquecidos de um monumento por acabar, é completar, respeitando-o, o plano dictado pela inspiração do mestre. « Curar, dizia Hahnemann, é reagir. « Viver é lambem reagir. « O medicamento é uma causa de reacção. « O alimento é a mesma cousa. « Estimulada a tempo, a força vital restabelece o jogo das func- ções; estimulada convenientemente, ella entretem a integridade dos órgãos. Cria a fibra vivente, como cria o movimento, o calorico, o fluido magnético e o pensamento. « Os medicamentos não têm necessidade de ser materiaes. As doses infinitesimaes, uma commoção moral, a imposição das mãos, podem restabelecer a saúde. Da mesma sorte a nutrição, que na ordem habi- IXTR0DUCÇÃ0 XVII tual da natureza tem precisão de agentes materiaes, opera-se, como nós dissemos, sob uma acção metaphysica. A alegria, a vergonha, a có- lera, o estudo, tirão o appetite. Uma febre typhoide 'alimenta quarenta a cincoenta dias, emquanto que um homem são jejuaria apenas sete ou oito dias sem ser mortalmente atacado. « Liebig, prova, cm nossos dias, como Franklin o fez ha sessenta annos, que o vinho ou cerveja contém muito poucas matérias alimen- tares, e que um obreiro econômico aproveita mais em consumir ali- mentos sólidos. Pois bem, milhares de obreiros continuão a beber cada dia um litro de mais de licor fermentado, e a comer uma libra de pão de menos, e achão muito bom este regimen, a despeito dos chimicos e physiologistas. « Objectárâo-nos ultimamente com a experiência dos ossos de côr encarnada, por uma alimentação de ruiva dos tintureiros. Todos sabem que esta côr é devida a uma inlerposição das particulas corantes, que se dissipa com uma simples lavagem. A academia das sciencias occu- pou-se muito tempo com esta questão, que não trataremos para não pôr em duvida a sagacidade de nossos leitores. Matérias estranhas podem espalhar-se por entre nossos tecidos: quem pensa em nega-lo ? O que n-)s parece absurdo é que nossos tecidos sejão produzidos por uma assimilação de átomos vindos de fora. « E' na occasião das reacções que os alimentos nos provocão, que os nossos órgãos crescem e se desenvolvem. E' um erro grosseiro acreditar que os elementos se incorporão e identificão comnosco; mas este erro era natural em épocas materialistas, em que o teste- munho dos sentidos era tudo para a humanidade, em que se julgava que o sol gyrava, que os antipodas erão impossíveis, que a lei dos contrários era applicavel á therapeutica, que a combustão era um des- prendimento do phlogistico, que o ar não era pesado, que a natureza tinha horror ao vácuo. « Este erro era natural, como o do professor que crê infundir lições novas a um discípulo por seu ensino, emquanto realmente só pôde excitar a intelligencia a reagir sobre si para que ella ache as mathe- maticas, o direito, o sentimento do bello, a noção de Deos e da ordem universal, em uma palavra, tudo o que o mestre explicador julgar en- sinar-lhe. « Sim, força vital, alma, intelligencia, o homem tem tudo de si. Por isso nada pôde comprar a preço de ouro, como aconteceria se a nutrição fosse uma assimilação de materiaes estranhos. Saber, gênio, talentos, virtudes, força, belleza de corpo, a riqueza poderia tudo ad- quirir se tudo viesse de fora. Haverião no mercado alimentar gêneros privilegiados que desenvolverião raças de gigantes; no mercado aca_ demico haverião methodos substanciaes, que em pequeno volume con- terião todos os suecos do saber, e convenientemente dirigidos desen- c XVIII INTRODÜCCÂO volverião intelligencias colossaes. Consola-te, filho do pobre, que um pão grosseiro nutre, e para quem os Bossuets e Fénélons não escre- verão ensino sublime! Consola-te! é em ti que reside a origem de todo o saber e de toda a vida! Não serás cria da faculdade, nem dis- cípulo do gênio, mas és por ti mais que isto, és filho de Deos : é Hah- nemann, é Jacotot, depois de Christo, quem t'o diz; ese quizeres ob- terás de teu pai mais que os filhos dos reis : elle nada recusa á sim- plicidade do coração, á fé, á vontade, á oração. « Sim, por mais que digeo, o homem é, antes de tudo, uma vida, isto é, alguma cousa inteiramente individual, que não admitte aggre- gado estranho. E' muito mais impossível conceber que um só átomo do mundo exterior se ajuntea nossos tecidos vivos, do que achar rela- ção commum entre um arco de circulo e a linha recta, entre a morte e a vida, entre a matéria e o espirito. Longe de procurar em nosso or- ganismo o complemento das leis physicas e chimicas, nós só vemos um desmentido continuo dado a estas leis pelo triumpho não interrom- pido da vida, desde o nascimento até á morte. « Por muito tempo os médicos materialistas considerarão o corpo humano como um relógio, um clepsydro, ou uma machina de vapor. E' tempo de elevar-se a uma noção mais alta. Faisca de omnipotencia divina, a força vital, por uma simples emanação de sua virtude intima, manifesta-se por um corpo material, no qual palpita, e que engrandece nos limites que lhe são impostos, e que deixa perecer quando um po- der superior a tem chamado a revestir nova fôrma para preencher ou- tros destinos. « O dom creador, esse sublime attributo de Deos, foi evidentemente concedido ao homem, e foi o que os escriptores sagrados entenderão quando disserão : Deos creou o homem á sua imagem. Ora, esta seme- lhança não pôde ser completa senão quando participamos do poder so- brenatural de corporificar as substancias espirituaes, ou ao menos ma- terialisar no tempo a nossa alma immortal. « Sob este ponto de vista a medicina, que foi nos primeiros tempos o flagello de toda a idéa religiosa, tornar-se-hia o seu mais firme apoio. Cada instante de nossa existência, cada fibra de nossa carne, tornar-se- hia um milagre incessante, uma prova continua do triumpho do espi- rito no mundo material. « Para aquellesque comprehendêrão a doutrina de Kant, e que sabem que o tempo e o espaço são fôrmas de nossa intelligencia, a mesma matéria não tem existência absoluta, como os pbysicos pensão. Ella pôde mui bem ser o modo pelo qual os espíritos se manifestão uns aos outros na nossa esphera phenomenal. Ora, a homoeopathia, revelando- nos forças vivas em todos os corpos do nosso universo, nos prepara á concepção de uma matéria contingente e relativa, de uma matéria que a nossa força vital ó também chamada a crear para preencher certos INTRODUCÇXü XIX usos, e para manifestar-se no tempo. Ao inverso daquelles que querem reduzir a homceopathia a um simples methodo curativo, nós invocamos? com todos os nossos votos, estas relações e esta alliança com a meta- physica e com a theologia. Fallou-se já bastante das sciencias, das doutrinas, das theorias: approxima-se a hora em que devemos ter uma theoria, uma doutrina, uma sciencia, e, presente acima de todas, A IDEA DE DEOS. » DAS DOENÇAS AGUDAS E DAS DOENÇAS CHRONICAS. As duvidas deixadas nos espíritos na questão das moléstias chroni- cas, apezar dos magníficos trabalhos de Hahnemann, exigirão da es- cola do Rio um novo exame deste grave assumpto. De um lado, a ne- cessidade de uma theoria mais desenvolvida, de um ensino mais sys- tematico, e de uma coordenação lógica com a nossa theoria das doses, nos obrigava a isso; do outro lado, a nossa profunda veneração á me- mória do mestre nô-lo prohibia, contra a suspeita de um malévolo ataque á sua obra, que nós tínhamos de completar e estender, mas não de minorar ou calumniar. O que entendemos por doenças chronicas é evidentemente differente do que Hahnemann entendeu. Poderíamos, pois, sendo a nossa defini- rão dilferente, remover toda a difliculdade inventando palavras novas para exprimir os dous pontos de vista sob que consideramos a doença tomada em si mesma, e evitar assim uma apparente contradição com o pensamento de Hahnemann; mas depois de muitas tentativas renun- ciámos a tal expediente. A noção'ligada ás palavras agudo e chronicoé de tal modo inherente ao espirito ,da linguagem, que não pudemos desligar a palavra da idéa, e pareceu-nos mais fácil modificar a lin- guagem de Hahnemann do que desviar a expressão vulgar do seu sen- tido habitual. Isto posto, devemos repetir que a nossa theoria de nenhum modo está em contradição com a de Hahnemann. Occupa-se de uma maté- ria que este grande homem não tratou. Não pôde consequentemente ser opposta á sua idéa, que em nada prejudica. Ella é obrigada a em- pregar em sentido differente palavras destinadas por Hahnemann a outro uso. E' este na verdade um inconveniente que não fomos senho- res de evitar; mas não é uma difliculdade fundamental, é uma simples eircumstancia na fôrma. Adiante indicaremos o meio que imaginámos para remediar este inconveniente. A distincção entre moléstias agudas e chronicas remonta á mais alta antigüidade. Nada de preciso offerece, como era natural, na ausência da verdadeira doutrina medica; porém a sua universalidade, a sua per- sistência através da mudança de todos os systemas, provão que repousa em alguma cousa real. Hahnemann, depois de ter feito taboa rasa de XX INTRODUCCSO todas as hypotheses pathologicas, voltou, no fim de sua carreira, a esta classificação binaria, e a dar o primeiro exemplo de systematisa- ção, depois de ter proscripto toda a generalidade, todo o systema. Ha, disse elle, doenças que, tratadas homceopathicamente, resistirão ao tratamento mais seguido e consciencioso. Estas doenças, pois, têm uma natureza differente das doenças ordinárias, e devem ser tratadas por agentes especiaes. Por immensas pesquisas de erudição, por uma pratica extensissima, Hahnemann achou que todas estas doenças forão procedidas, em épocas anteriores, por uma erupção psorica. E' pois, preciso, para desarraiga-las, achar um medicamento que não só cor- responda ao symptoma presente, mas possa também neutralisar este virus psorico, latente no organismo desde a repercussão fortuila ou vo- luntária da erupção cutânea. Sobre isto Hahnemann publica vinte e duas pathogenesias admiráveis de novos medicamentos, que affirma serem próprios para curar a doença psorica, os quaes, com effeito, en- tre as mãos de seus discipulos se tornarão um admirável instrumento de salvação para a humanidade soffredora. Agora digamos uma palavra de reflexão neste ponto. Encarregados de uma missão de fundação e de ensino, não podíamos, sem abdicar a nossa qualidade de homem pensador, fundar ou produzir senão aquillo que o nosso espirito concebia em lolalidade, e admittia sem reserva. Eis-aqui as nossas objecções: ou a lei dos semelhantes deve sempre consultar-se, então a theoria da psora é ociosa, e por isso nociva; ou basta dintinguir uma vez por todas o caracter de uma doença psorica, e combatê-la com um medicamento especifico, que terá o poder de a destruir em seu germen. Em todos os casos, se admittirmos muitos an- tipsoricos em lugar de um, perguntamos: por que signaes distingui- remos esta classe de medicamentos ? Julgámos entrever na obra das doenças chronicas que por estas entendia-se — as que podem ser cu- radas pelos medicamentos antipsoricos—, e que por medicamentos an- tipsoricos entendia-se—os que curavão as doenças chronicas. — Este paralogismo, se não existe no pensamento, existe na fôrma. Desejá- ramos que algum partidista da theoria da psora de Hahnemann escla- recesse este ponto completamente. Elle faria um serviço immenso a mi- lhares de homoeopathas, que, como nós, não puderão fazer uma idéa clara do pensamento intimo do mestre. Como quer que seja, o tratado das moléstias chronicas de Hahne- mann não deixará de ser uma obra de gênio. A escolha dos antipsori- cos, que elle levou a /V7, na 2a edição, merecerá sempre tomar-se em consideração nos casos difficeis. Parece-nos também que na escolha do remédio dever-se-ha, além da semelhança dos symptomas presentes, procurar cuidadosamente estabelecê-la entre os symptomas anteriores. Finalmente, nos prodigiosos trabalhos de Hahnemann sobre as conse- 1NTR0DUCCÃ0 XXI quencias da sarna repercutida, nós vemos o esboço de uma classificação natural entre doenças simplices e miasmaticas. Estas ultimas denominações parecem-nos somente dever ser substi- tuídas ás de agudas e chronicas, que uma tradição secular transmittio- nos com um sentido obscuro, mas real, que procuraremos separar dellas. Segundo Hahnemann, uma doença psorica é chronica por si mesma, é chronica desde o primeiro instante da sua innoculação no indivíduo. As doenças não psoricas, pelo contrario, são sempre agudas ainda quando tenhão durado muitos annos. Estes epithetos não têm relação ao tempo e á duração, porém á qualidade mórbida. Ora, fallar assim é fazer violência á etymologia e á tradição humana, e como julgamos impossível modificar neste sentido a linguagem cor- rente, tomamos a iniciativa de uma reforma que augmenta a clareza das idéas, e que cedo ou tarde teria lugar. Se nisto faltássemos ao respeito devido á memória de Hahnemann, justificar-nos-hiamos pela pureza de nossas intenções, que estão bem afastadas de semelhante propósito. Quanto a nós, uma doença aguda é a que tem lugar durante o pe- ríodo regular de cada agente tóxico. A doença aguda de Coffea, Aco- nitum e Ipecacuanha é de 24 horas; a de Belladona, Sulfur, Sepia, é de 40 a 50 dias; a de Chamomilla é de 6; a de Ellaps coralina é de 60. Ellaé geralmente produzida por um só facto de intoxicação. N'um homem robusto e enérgico tem uma duração quasi constante. O ho- mem normal succumbe se a acção é muito violenta, ou se não morre reage em poucos dias. Muitas vezes, comtudo, ou por effeito de uma dose enorme, ou an- tes por uma repetição funesta, a reacção não pôde estabelecer-se de uma maneira franca. A saúde fica vacillante depois do período natu- ral da acção tóxica. A força vital é vencida . Levanta-se e cahe alter- nativamente. A vida é lesada em seu principio, e não se desembara- çará nunca por si mesma do inimigo que a opprime e altera. O doente é presa de uma doença chronica (Xpovof, tempo), cuja duração é pôr toda a vida ou illimitada. Não se diga que esta maneira de ver, puramente theorica, é falsa no ponto de vista medico. O período das doenças naturaes já foi fixado, tanto como o das doenças pathogeneticas, das quaes em nada differem. Não se sabe que o sarampão dura 7 dias, a varíola 15 ? O cancro vene- reo, nas circumstancias felizes, não desapparece depois de 40 dias?etc Finalmente, o espirito de observação dos antigos, essa sagacidade quasi adivinhadora, não enunciou um facto de immenso alcance, di- zendo que as doenças se tornavão chronicas quando duravãomais de 40 dias? Ora, sabemos pelas experiências puras que a maior parte dos agentes tóxicos tem uma acção que dura 30, 40 ou 50 dias. A intuição instinctiva não pôde mais perto approximar-se da sciencia. XXII IXTRODUCÇÃO Tal é a idéa que julgamos dar das doenças agudas e chronicas; cre- mo-la mais conforme á natureza dos factos e á essência da linguagem» que se não deixa modificar, nem mesmo pelo gênio. Temos, demais, um motivo e uma prova a favor da nossa opinião : é que a nova no- menclatura adapta-se melhor á theoria das doses, e esta ultima seria mal interpretada se não se entendesse nesse sentido. Quanto ás doenças que Hahnemann chamava chronicas, e que cha- maremos miasmaticas, accrescentaremos que a syphilis e a sycose não são as únicas affecções que devem ajuntar-se á psora. Ha outros agen- tes, como as mordeduras de certas cobras, que produzem uma aflec- ção destinada desde o principio a tornar-se chronica. No estado de degradação ao qual tantos séculos de misérias e medicações tão fu- nestas reduzirão a saúde humana, ella é de antemão condemnada a succumbir aos ataques que o homem normal teria vencido em alguns dias. Porém este estado é excepcional. Ha numerosos exemplos de in- divíduos que curarão sem tratamento a sarna, a sycose e a mordedura da cobra. A syphilis, que era tão immiuentemente incurável no co- meço, cura-se freqüentemente sem tratamento algum. O mesmo direi da tísica, esse escolho da arte, esse horror das famílias. Melhores dias podem apparecer para a humanidade, e a homoeopathia ó o divino instrumento que apressará a sua vinda, se a ella soubermos recorrer. Agora que temos uma noção clara da definição das palavras mias- maticua e chronicas, creio dever accrescentar algumas palavras sobre um novo aspecto das doenças, que importa também conhecer exacta- mentc para um emprego razoável da theoria das doses. Queremos fal- lar das diversas fôrmas que podem tomar as doenças chronicas, e que chamaremos primaria, secundaria, terciaria, quaternária, etc, etc. Uma doença, passando ao estado chronico, tem por caracter especial não poder curar-se pelas próprias forças da natureza. Se um agente homoeopathico fernecido por um feliz acaso, o emprego de águas mineraes, a invasão de uma doença similar, ou um tratamento scien- tifico, não lhe puzer termo, ella acompanhar-nos-ha até ao túmulo. Mas, nesta longa tortura, pôde revestir diversas fôrmas. Pôde guardar primeiramente o seu aspecto primitivo; depois, quando o tempo pare- cer ter embotado a sensibilidade de um tecido ou de um órgão, ella pôde desapparecer deste ponto debaixo da mais leve influencia. Assim a syphilis affecta successivamente o tecido cellular, as glândulas, os ossos, a pelle, etc. Ora, se a doença perde ás vezes um pouco de sua influencia e de suas dores nestas transmigrações, torna-se mais tenaz e mais incurável. O seu tratamento exige um exame muito minucioso dos symptomas presentes e dos symptomas anteriores, e a dynamisa- ção escolhida deve ser cada vez mais alta. Para resumir-nos, pensamos que a doença deve ser considerada sob muitos aspectos, que classificaremos assim: fNTRODUCCÃO XXIII PRIMEIRA ORDEM. Doenças agudas ou naturaes, como se apresentão no homem perfei- tamente são, quando este se acha affectado de uma doença simples bem determinada, ou quando faz uma experiência pura. SEGUNDA ORDEM. — DOENÇAS CHRONICAS. Primeiro aspecto. Doenças chronicas ou permanentes, quando o periodo da reacção natural não pôde ser regularmente effectuado, e quando a vida é im- potente para restabelecer-se por si em sua integridade primaria. Segundo aspecto. Doenças miasmaticas. Psora, syphilis, sycose, como as descreveu o immortal Hahnemann, accrescentando-lhe todos os miasmas ou virus que podem, desde o principio, triumphar da força de reacção vital. Terceiro aspecto. Fôrma primaria, secundaria, terciaria, etc, ou transformação suc- cessiva da affecção mórbida. Julgamos ter esclarecido, com esta classificação, pontos ainda obs- curos da doutrina homoeopathica. Não tivemos em vista atacar a theo- ria da psora de Hahnemann, que toma, pelo contrario, lugar no nosso quadro, a qual acreditamos tanto mais forte quanto a completamos e augmentamos. Quanto ás novas definições que adoptamos, não ad- mittimos discussão alguma em tal assumpto, visto que cada qual pôde servir-se das palavras que quizer, definindo-as antes, e prevenindo o leitor. O uso somente julga em ultima instância estas questões de lin- guagem ; e nós, fortes com a tradição e com o sentido geral, não de- sesperamos de ver a nossa nomenclatura sanccionada pelo porvir. Quanto á necessidade desta reforma, repetimos, ao terminar, que, além da sua urgência no dominio da idéa, era ella indispensável como pre- liminar necessário da nossa theoria das doses. PREPARAÇÃO DOS MEDICAMENTOS. A theoria me ensinou, dizia Dupuytren era suas lições clinicas, que as doses fraccionadas actuavão mais efficazmente que as inteiras. Trinta annos antes delle Hahnemann tinha sentido esta grande ver- dade. E1 próprio do gênio engrandecer e renovar tudo o que abrange. Hahnemann refundio completamente a pharmacologia; purificou-a de todas as praticas confusas de que estava cheia, para dar-lhe regras tão claras e tão precisas como as das outras partes da sua arte. Primeira- XXIV TXTRODUCCÃO mente estabelece que o fogo é o mais poderoso destruidor das proprie- dades activas dos medicamentos: todas as manipulações em que este agente é empregado têm por effeito definitivo diminuir a força patho- genetica. Dous processos o substituem com vantagem: a trituração e succussão, ou vascolejamento. Elles tornão-se nas mãos dos homceo- pathas agentes não menos fecundos em maravilhas do que forão o ma- gnetismo e a electricidade nas mãos dos physicos e dos chimicos. O pharmaceutico homceopathico serve-se para as triturações de graes de porcellana polida, ou simplesmente de vidro, e de espátulas de prata sem liga, ou de marfim, para desprender as partículas adherentes ás paredes do gral. (Os nossos graes são do prophyro mais rijo que ha.) Para as diluições emprega frascos de vidro com capacidade para con- ter 15 j gottas d'agua, pouco mais ou menos, tapados com rolhas da melhor cortiça. Da substancia medicinal que deve preparar-se toma-se um grão se é solida, ou uma gotta se é liquida; encorpora-se a 99 grãos de assucar de leite convenientemente purificado, e tritura-se com cuidado du- rante uma hora, desprendendo, com intervallos regulares, as partes adherentes ao gral. (Vede Organon, § 271. ) Um grão da substancia assim preparada, misturado com 99 grãos de assucar de leite, e triturado com as mesmas precauções, fome ce a segunda trituração. Finalmente, um grão desta segunda trituração moido igualmente com 99 grãos de assucar de leite, durante uma hora, fornece a ter- ceira, na qual só existe um decimo-millionesimo de grão da substan- cia empregada no principio. Por mais fraca que essa fracção pareça, como a substancia medici- nal adquire pela preparação tanto em qualidade quanto perde em quantidade, Hahnemann, que, apezar de seus esforços, experimentava sempre aggravações, procurou um novo meio de attenuar estes medi- camentos. Foi então que recorreu ás diluições que vamos descrever. Como o assucar de leite se dissolve mal no álcool, toma-se um grão da terceira dynamisação, e dissolve-se em 50 gottas d'agua distillada. Quando a dissolução é completa, ajunlão-se 50 gottas de álcool a 36°. Sacode-se com força um determinado numero de vezes, e tem-se a primeira diluição ou quarta dynamisação do medicamento. Toma-se uma gotta desta preparação, e põe-se em um frasco com 99 gottas de álcool a 36°, sacode-se e tem-se a quinta dynamisação. Toma-se do mesmo modo uma gotta desta para a sexta, e assim indefinidamente até á trigesima, á centésima e millesima dynamisação. O numero de sacudidellas prescripto por Hahnemann foi a principio de dez; mais tarde de duas somente, e emfim de trezentas no ultimo período de sua pratica. Tal é o processo ordinário; mas a tenacidade de algumas substan- INTRODUCCÃO XXV cias, como anoz-vomica, a fava de S. Ignacio, etc, oppohdo-se á sua trituração, o manipulador foi obrigado a renunciar para ellas ao em- prego do gral, e a começar do principio a preparação do medicamento pela via huraida, misturando uma gotta de sua tintura alcoólica com 99 grãos de álcool, que sacudia para fazer a primeira diluição, e assim por diante para as seguintes. Como este processo é mais simples e menos incommodo,tem gradual- mente usurpado o lugar do primeiro em muitos casos em que não era rigorosamente necessário. O medico por seus trabalhos, o pharmaceu- tico por sua indifferença, têm sido levados a procurar igualmente meios mais expeditos. Assim muitos vegetaes são submettidos a esta preparação defeituosa (*). Tal era o estado da arte pharmaceutica quando começámos os nos- sos trabalhos de propagação na Sicilia. Devíamos nesta occurrencia abranger a pratica e a theoria. Livros, medicamentos, ensino oral, graças ao céo, nada faltou aos adeptos que affluião em roda de nós. Occupámo-nos primeiramente de substituir um gral mecânico ao gral ordinário. Outros o tinhão, antes de nós, tentado embalde: fomos mais felizes, inventámos a machina descripta nos Annaes da Homozo- pathia de Pahrmo (1839), e no segundo quaderno da Bibliotheca Homatopathica de Genebra (1840) (**). O resultado excedeu nossas es- peranças. Um pilão cylindrico de porphyro, voltando excentricamente em um gral da mesma fôrma e matéria, moeu em seu duplicado mo- vimento de rotação todos os corpos que submettêmos á sua acção. Al- guns incrédulos duvidando da perfeição da mistura, mandámos cons- truir um modelo de vidro, e, tornando a operação visivel, provámos- Ihe que em dous ou três minutos um grão de carmim misturava-se in- timamente com cem grãos de assucar de leite. O mercúrio em dez mi- nutos se misturava igualmente. Emfim a noz-vomica, a limalha de ferro, a fava de S. Ignacio, e até a esponja, forão, pela primeira vez, prepa- radas pela trituração para o uso homoeopathico. Desde este momento, possuidores de um instrumento tão poderoso, submettêmos todas as substancias a uma operação uniforme ; forão to- das moidas com assucar de leite até á terceira dynamisação, e diluídas em água distillada e álcool desde a quarta até á trigesima. Para mais exactidão ainda ajuntámos um contador mecânico á nossa (*) Nós havemos pelo contrario estendido a pratica das triturações até ás dynamisações superiores; e preparamos uma coUecção de todos os medicamentos desde a l"-até a 30a dynamisação por trinta successi- vas triturações, certos de que os medicamentos adquirem desta ma- neira uma energia e uma regularidade de acção até agora desconheci- das. J- V. M. . (**) Possuímos nós esta machina, que pôde ser examinada na botica central, rua de S. José n. 59, Rio de Janeiro. J. V. M. n XXVI [.XTRÜbUCCAti machina: fechámos o gral em uma caixa, e pudemos, com segurança de consciência, entregara braços mercenários a parle material da ope- ração, sendo prevenido qualquer erro pelo ponteiro do indicador. Finalmente, para dar ás preparações líquidas igual força e regulari- dade, mandámos construir uma machina de vascolejações, descripta nos mesmos jornaes de Genebra e de Palermo, na qual collocámos jun- tamente sessenta frascos, e mandámos imprimir-lhes trinta e cinco mil sacudidellas com uma força que o homem está longe de igualar. Taes são os processos que empregámos e continuamos a empregar, com algumas modificações que adiante apontaremos; graças a ell s pos- suímos medicamentos cuja efficacia nada pôde vencer. Uma das alegrias tão raras na vida dos propagadores nos esperava no dia em que Hahnemann veio visitar de improviso o consultório da rua de La Harpe, e examinou comattenção as machinas de nossa invenção. Mostrava-se feliz pelo que via, e se enlhusiasmava á vista do que lhe , apresentávamos. Possa elle do alto dos céos continuar a applaudir os nossos esforços perseverantes para o triumpho de sua doutrina. Cuidámos especialmente na escolha das substancias que devíamos preparar. A maior parte dos productos chimicos forão preparados de propósito. Quanto ás substancias vegetaes e animaes, tivemos occasião em nossas viagens de as colher quasi todas em sua verdadeira pátria. O aconito, a pulsatilla, a bryonia, a uva espim, forão colhidas nas diversas partes da França; a arnica foi colhida por nós em uma excursão á cadêa dos Vosges; mas principalmente na Sicilia, onde uma vegetação mais vigorosa parece communicar ás plantas virtu- des especiaes, fizemos uma colheita mais abundante. Oarum macula- tum, o colchico do outono, o trevo d'água, forão trazidos dos riso- nhos campos de Monvello ; apanhámos a esponja em Solanto, em uma onda do Mediterrâneo, á sombra dos sumptuosos palácios da Bageiria, que chorão o seu eclipsado esplendor. Não foi em uma loja de droguis- ta, onde mora em companhia do almiscar e do castoreum, que com- prámos a sepia; foi um pobre pescador de Borgo que n'uma bella ma- nhã da primavera nos trouxe uma siba viva, cuja vesicula abrimos para fazer cahir uma gotta no gral, em que foi immediatamente encor- poradaao assucar de leite. Mais tarde o Brazil abrio-nos os thesouros de sua flora inesgotável. O jatropha-curcas, o anil, a jalapa, o café, a ipecacuanha, a brucea, o eugenia jambos, baryosma tongo, etc, etc, forão preparados em toda a sua vitalidade e frescura, sem fallar do hura, jacarandá tradescancia, lepidium, petiveria, mimosa, eleis, e de todos os outros elementos da palhogenesia brazileira, elementos colhi- dos sobre o solo que nô-los fornecia (*). (*) Possuímos uma collecjão considerável de remédios colhidos no Brazil, em grande parte experimentados já: e todos os dias enrique- INTRODUCÇÃO XXVII Fau no não foi menos generoso que Flora; deu-nos do seio de suas florestas primitivas o veneno da elaps, da amphisbcena, da cascavel, do bufo, da jararaca, do teridium, etc, etc, a pelle do cervus brasi- licus, do jacaré, do porco espinho, etc, etc. A nossa coUecção de medicamentos adquirio uma perfeição que nos podemos encher de orgulho, porque é o resultado de um trabalho longo, penoso e de consciência. Por isso em toda parte onde tem ser- vido de base á formação de uma pharmacia homoeopathica resentio ■ se delia a diflusão da nova arte. O numero, a rapidez das curas, au- graentárão-se de unia maneira verdadeiramente prodigiosa, e as expe- riências publicas tiverão o mais brilhante successo. Por certo Hahnemann tinha antes de nós curado as doenças agudas; mas podemos dizer que o triumpho da homoeopathia era outr'ora so- mente notável no tratamento das doenças chronicas; graças ao em- prego dos medicamentos preparados por nossos processos, nos hos- pitaes da Sicilia e nos consultórios de Palermo, de Pariz e do Brazil, temos feito experiências publicas, em que a homoeopathia competia em promptidâo e poder com todos os meios grosseiros da medicina ma- terialista, e a deixava muito atrás de si na grandeza dos resultados. Eis aqui agora as modificações que temos feito aos nossos antigos processos. Consistem em uma nova machina de triturar, uma machina de fazer o vácuo e outra de vascolejar, cujos desenhos e descripção damos aqui, para que se faça uma idéa completa dos nossos meios de acção. MACHINA DE TRITURAR A trituração ó executada por um gral e ura cylindro de porphyro, ambos voltando sobre si; o primeiro, collocado sobre um eixo vertical, é movido por uma dentadura cora o eixo de uma manivella; o se- gundo, penetrado por um eixo fixo, recebe o movimento da parede do gral. Este gral é cylindrico, de fundo chato, preso era uma peça fundida, que tem inferiormente e bem no centro uma porca atarrachando-se na cabeça de um eixo vertical, tendo na parle média uma roda com augulos de 45°, que se endenta cora a roda de outro eixo horizontal, repousando sobre mancaes seguros era couceiras e terminado por uma manivella. O eixo vertical descansa sobre ura couce de bronze, e gyra era cima entre dous mancaes do mesmo metal, entrando por attrito em uma cemos a nossa coUecção com acquisição de outros muitos. E rogamos aos nossos amigos que nos proporcionem occasião de augmentar ainda mais o numero dos remédios horaoeopathicos bem verificados por experiências em pessoas sãs. J. V. M. XXVIII 1NTR0DUCÇA0 caixa de três lados collocados sobre um plano fundido J- Um dos lados da caixa tem um parafuso de pressão, perraittindo apertar o gral com mais ou menos força contra o cylindro que móe. O plano de que acabamos de fallar é suppo rtado por quatro columnas fundidas descansando em um segundo plano, formando a base da ma- china; recebe um regulador com dous m ostradores, indicando o nu- mero de voltas feitas pela machina, dos quaes um marca as unidades de 5 até 100, o outro as unidades de 100 até 10.000. Um pequeno mostrador, cujo ponteiro se fixa á vontade, serve para marcar a hora do regulador em que começa a trituração. O cylindro que móe é atarracliado no fundo do gral por um index vertical, passando por attrito em uma travessa formando capitei, e sus- tentando-se sobre elle por uma peça de ferro em esquadria atraves- sada por um parafuso guarnecido de sua porca. Este capitei recebe em suas extremidades duas varetas, escorregando por attrito em duas columnas fixas, servindo de couces, descansando sobre o plano pre- cedente J. Duas molas em espiral, enroladas cada uma em um eixo collocado neste plano, presas em cima nas varetas moveis e cm baixo no plano inferior, tornáo a pressão elástica, e impedem os resaltos que causarião a destruição rápida da machina. Uma espátula de porphyro, impellida por uma mola contra a parede do gral, previne a accumula- ção das matérias, e renova continuamente as :uperficies da substancia em trituração. A mola levanta-se á vontade, e fixa-se debaixo do capitei por uma lamina em esquadria. Um globo de vidro perfeitamente adaptado ao cepo da machina previne qualquer indiscrição ou abuso de confiança. Para pôr-se um medicamento em trituração atarracha-se o gral com o cylindro sobre a extremidade do eixo vertical; fazendo-se depois passar o eixo do cylindro através do capitei, introduz-se no cylindro que móe, sustenta-se a peça de ferro por meio da porca, apertando mais ou menos, conforme o gráo de pressão que quer obter-se. Col- loca-se a espátula e a mola prendendo-a com o seu parafuso, e in- troduz-se a substancia por um dos lados do gral. Para tirar-se o medicamento já triturado comeca-se por tirar a espátula e mola desatarrachando o seu parafuso. Tira-se igualmente a porca que aperta o eixo do cylindro, e tira-se lambem este de baixo para cima; isto feito, desatarracha-se o gral da machina para des- pejar-se. (*). (*) Nós possuímos esta machina, que pôde ser examinada na botica central, rua de S. José n. 59, Rio de Janeiro. INTROÜUCÇXO XXIX REGRAS PARA A EXPERIÊNCIA PURA Nós possuímos emfim os medicamentos tão perfeitos quanto a arte e a sciencia moderna podem fornecê-los. Trata-se agora de conhecer as suas propriedades antes de emprega-los para a cura das enfermi- dades; e o meio de conseguir isto é, como já vimos, a experiência pura. A obra do raanipulador está completa. Começa agora não só a obrigação scientifica, mas também o dever religioso. Não temos medo de o dizer.-'—a experiência pura ó obrigatória para todo o homem que se preza de ser christão. Hoje que o Evangelho tende a ser de appli- cação pratica, a experiência dos remédios pelo medico em si próprio deveria figurar na primeira pagina da moderna Imitação de Jesus Christo. E' um preceito que os padres, bem possuídos de uma caridade ver- dadeira, deverião recommendar do alto do púlpito a seus ouvintes, e no confessionário a seus penitentes. Vãs formulas não forão as que o verbo divino veio trazer-nos, foi o espirito vivificador, foi a lei con- firmada pelas obras: e que obra poderá ser mais agradável ao Re~ demptordos homens do que esta pura imitação do seu sacrifício, esta substituição de uma victima voluntária a milhares de victimas tristes da enfermidade e da dôr, que uma só experiência pura redime pre- vidente, esta dedicação do medico por seus doentes? JNãofoi por effeito de mystieas fórmulas que o christiatiismo estendeu seu império pelo mundo, foi transformando este mundo por actos e aproveitamentos. Não era uma vã palavra a fraternidade entre os primeiros christãos; ella fazia com que fosse possível tudo quanto de mais grandioso têm sonhado os utopistas de hoje : e hoje mesmo não é ainda pelas reali- dades que o nome de Jesus entre nós se adora e se ama? Não é ainda ensinando os meninos, consolando os moribundos, remindo os capti- vos, salvando os viajantes perdidos no gelo dos Alpes, que a tradição christã se liga vivaz e indissolúvel á dos tempos apostólicos? O' santas irmãs de S. Vicente de Paulo! O' vós, a quem uma affmidade secreta, mas poderosa, parece ligar com os progressos da homoeopathia! Vós, que no Oriente e no Occidente, na Áustria e no Brazil, tendes sido chamadas pelos discípulos de Hahnemann para os ajudardes a praticar sua arte regeneradora: uma occasião nova para a vossa dedicação, uma forma nova de caridade se vos apresenta! Não era bastante para vós o pensardes as chagas dos feridos;. o passardes noites inteiras á cabe- ceira dos moribundos ; faltava que vós mesmas voluntariamente sof- fres8eis as dores que causão as doenças, para que as doenças desappa- recessem da terra, para que o Redemptor descesse agora dos domínios metaphysicos aos da organisação physica para também regenera-la. E vós, homens de todos os paizes, de todas as idades e de todas as condições, aquém a homoeopathia já tiver salvado, não é uma simples XXX introducçío supplíca qup vos faromos. é um precei'o 'ormal que vos imporemos, 0 de cooperardps para a sua düTuslo. Vísdevis, como nós temo* já feito, dedicar-vos completam nle a ella q'ia'ido fôr mister; e as.-ivel, alim de poder deter- minar a duração de acção do medicamento. XXXII iXTRonrccTo Se extraordinariamente, depois de uma ou duas semanas, o medi- camento não desenvolver sua acção própria, querendo-se absoluta- mente conhecer-lhe os efeitos, poder-se-ha tornar a tomar uma gotta daô1 ou 9a dynamisa;lo; mas nós ligamos muita importância á ordem chronologica, a qual então seria duvidosa, e por isso aconselharemos antes neste caso que se deixe passar ura largo intervallo para começar alguma experiência de outra substancia. Sempre que seja possível, as exporiencias devem ser feitas debaixo da direcção de uni homoeopatha instruído, e por muitas pessoas de idade, sexo e temperamento diíTerentes, que ignorem o nome do me- dicamento, para que niio possão communicar entre si os effeitos obser- vados. Emquanto á redacção, o único cuidado é o de notar os symptomas seguidamente conforme se observarem, sem preoccupar-se cora theoria nenhuma. A subordinação dos caracteres de uma pathogenesia, e a classificação das substancias por grupos ou famílias, são objecto de novo estudo, ao qual deverá ficar completamente alheio o experi- mentador. Emfim, as regras que mais adiante daremos para interrogatório dos doentes, assim como o regiukx que se segue, applicão-se igual- mente á experiência pura, e para elles enviamos o leitor, afim de evitar duplicatas. REG1MEN ADOPTADO PELO INSTITUTO HOMOEOPATHÍCO DO BRAZIL Nos casos ordinários o medicamento deverá ser tomado á noite, já deitado o doente, e sem inquietação moral, tendo acabado o trabalho da digestão, quando o doente se acha disposto a dormir, ou mesmo no decurso da noite, quando elle, depois de haver acordado, sente-se disposto a dormir outra vez. Nos casos urgentes de moléstias agudas ou ataques repentinos, os medicamentos poderão ser tomados immediatamente, mesmo na época da menstruação, durante o trabalho do parto, depois da comida, etc, etc. Estes casos serão designados pelo medico, e sempre com a maior cautela, porque, principalmente durante a menstruação, e ainda mais depois do parto, é pouca toda a prudência, circumspecuão e es- crúpulo na escolha e administração de qualquer remédio. Depois de ter tomado o remédio, não deve o enfermo trabalhar, nem conversar, nem sahir, mas ficar no mais completo repouso, e sobre- tudo na maior tranquillidade de espirito. Não deve cear na noite em que tomar o remédio; mas, quando essa falta lhe seja muito penosa, tome algum pouco alimento três horas antes de tomar o remédio, i:\Troduccao XXXIII O enfermo em tratamento não deve cheirar o seu ou alheio medica- mento, porque isso eqüivale a tomar novas doses, e tem graves incon- venientes. Não quer isto dizer que na occasião de tomar o remédio haja de ter ridículas cautelas. Nenhum pretexto autorisaráo enfermo ao uso interno ou externo de qualquer outro medicamento, por mais simples e innocente que pa- reça ; nem tão pouco a usar de bebidas chamadas refrigerantes, como limonadas, amendoadas, etc O tabaco de fumo ou de pó só se consente áquelles doentes que, estando demasiadamente habituados a' elle, pas- sarião muito mal com a prohibição absoluta de o tomar. O doente submettido ao tratamento hornceopathico deverá levantar- se cedo ; lavar o rosto em água fria, pura, sem aromas de qualidade alguma; pentear-se sem usar de pomadas cheirosas, nem óleos aro- maticos ou essências, mas somente banha fresca, óleo de amêndoas doces muito puro, ou pomada feita com lulano de vacca; limpar os dentes com pão queimado reduzido a pó, ou com água somente; sahir a passear de manhã cedo ao ar livre, quando o tempo o consentir, ao menos por uma hora, antes de almoçar; poderá comtudo antes do passeio tomar qualquer pequena porção de alimento, se receia ou tem por experiência que o sahir em jejum absoluto lhe é nocivo. Depois do almoço, se o seu estado de forças lhe permitlir, poderá occupar-se de seus negócios. A ocisidade, sendo causa de muitas en- fermidades, demora consideravelmente a cura de quasi todas. Deve abster-se de questões fortes, e em geral de tudo aquillo que possa alterar-lhe o espirito. Se, passadas duas horas pouco mais ou menos depois do almoço, sentir-se fraco, poderá tomar algum caldo ou sopa; e assim também pelo dia adiante poderá tomar algum alimento, sempre que sentir necessidade real de alimentar-se. Repousará por tempo de vinte minutos ou meia hora antes de jan- tar, mas sem dormir; depois do que jantará com todo o secego e vagar, tendo cuidado em que as iguarias não sejão muito quentes, mas antes frias. Comer devagar, mastigando muito a comida para impregna-la de saliva, é muito conveniente para serem as digestões mais fáceis. Depois do jantar pôde descansar, sem dormir, ou melhor ainda será dar algum passeio moderado a pé. A cêa deve ser cedo, porque só duas horas depois será permittido o deitar-se, tendo lavado a boca e os dentes com água pura. Estas duas horas convém passar fazendo algum exercício de recreio em família, de sorte que o corpo venha a ter necessidade de des- canso, e que o espirito não fique inquieto de maneira que se perca o som no. Os banhos immediatameute depois da cêa são muito nocivos; al- gumas vezes comtudo pôde o doente toma-los mais tarde e por poucos E XXXIV I.NTRODUClUO minutos. Os banhos geraes poderão ser tomados com expresso con- sentimento do medico, e pelo tempo que elle designar. Cumpre evitar toda a qualidade de excessos, sem todavia oppôr-se ao livre exercicio de todas as funcções, tanto quanto permitia o es- tado de vigor, mas ainda assim com muita moderação. DIETA. V dieta homoeopathica não tem por fim influir directamente sobre o curativo dos doentes; mas unicamente afastar as influencias con- trarias á acção do medicamento administrado. Ella é por isso negativa e commum a todas as moléstias, quando o medico não indica a ex- cepção. (*) concedem-se As carnes de vacca, carneiro, veado, coelho, gallinha, frango, peru, capão , pombo e perdiz, carne secca de vacca, sendo nova e sufíicientemente demolhada (1). Os peixes chamados de doentes, como cabrinha, corocoroca, bade- jete, corvina de linha, pescadinha, anxova, carapicú, vermelho. Hortaliças e legumes, cenouras, couves, nabiças, abóbora branca ou vermelha, batatas doces ou in- glezas, bananas, cará, aipim, fei- PROIIIBEM-SE A carne de pouco ou de animaes muito novos ou demasiadamente gordos (1). Os mariscos e os peixes muito succulentos, as lagostas e os peixes que abundão em óleo, ou são raimosos. Todos os peixes salgados, ainda mesmo aquelles cujo uso se per- mittib sendo frescos. Igualmente todos os peixes de conserva. As plantas aromaticas e as raí- zes de sabor picante, adstringente ou amargo, taes como chicória, (*) Os adversários da homoeopathia, quando á vista de tantos factos não podem mais negar as prodigiosas curas que ella tem alcançado, dizem que essas curas são devidas á rigorosa dieta a que são submet- tidos os doentes: para os desmentir basta mostrar-lhes aqui essa dieta qual é; mas ainda mais, para os convencer da falsidade acintosa de sua asserção, tenho eu tomado remédios, e sem dieta absolutamente nenhuma"'tenho experimentado effeitos desses remédios, pouco mais ou menos como elles devcrião apparecer se me conservasse em rigo- rosa dieta. Não me atrevo por ora a aconselhar ninguém para que siga o meu exemplo, nem tal exemplo é por ora de grande valor para que seja seguido, porque limitado é ainda o numero de remédios que assim tenho experimentado; mas posso affirmar que nem o rigor das dietas tem tão grande importância como se lhes dá geralmente, nem tão pouco são devidos ás dietas rigorosas os magníficos resultados obtidos pola administração conveniente dos remédios homoeopathicos. Desenganem- se por uma vez todos os médicos adversários da homoeopathia: não ha sophisma que preste contra uma verdade pratica tão manifesta, e ao mesmo tempo tão salutar, quanto simples era comprehender-se e suave em se applicar a beneficio dos homens. j. y. m. (1) Concedemos a carne secca bem demolhada, só nos casos em que a carne fresca incommode, e quando o doente, muito habituado áquella, sente muito a sua falta. A carne secca ao sol ou carne do Sertão é pre- ferível ; a que fôr salgada com sal da terra c a peior. INTRODÜCÇÃO XXXV jões verdes, ervilhas, etc As fru- tas do conde ou pinha, figos, la- ranjas, mangabas, tangerinas, pê- ras, maçãs, melão, uvas, damascos, limas, cardos, abacachis , etc, comtanlo que estas frutas estejão bem maduras e doces. O uso moderado do sal, para temperar as comidas, que fiquem saborosas, nem salgadas nem in- sossas. O pão de trigo, biscoutos e bo- lachinhas d'agua e sal; as fari- nhas (2) de trigo, de tapioca, de sagú, araruta; e a de mandioca doce, aipim ou mandipalha. As massas brancas, e cevadinha, e o arroz. A manteiga fresca ou lavada, mas não tanto que se lhe tire todo o sal, o café de cevada, de castanhas ou de arroz, o chocolate sem aro- mas, o caldo de cangica, gemas d'ovos frescos, gemadas, e queijos frescos de Minas. Doces de frutas que não tenhão muito sabor, muito ácido ou amar- go, e que não sejão feitos em vasilha de cobre nem contenhão aromas. Para bebida ordinária, água fria ou morna com assucar ou sem elle (sempre que houver febre ou irri- tação de estômago deve preferir-se a água morna); água pannada ou gommada, vinho de Bordeaux ou de Lisboa superior, misturado com duas partes d'agua pura. O leite é muito mais conveniente quando os animaes são alimentados em bons pastos, onde não comão alguma das plantas medicinaes tão freqüentes neste paiz. Para este fim melhor é cria-los em quintal com milho, capim, etc, etc, mas não podendo conseguir-se isto , ainda assim pôde usar-se de leite com preferencia a outra qualquer bebida, sendo com moderação. agriões, rabão, alfavaca ; as pimen- tas, os cominhos, azeitonas e con- servas, etc As frutas muito resinosas ou ácidas, como manga, ananaz, caju, goiaba, jaboticaba, etc. As com- potas ou conservas das mesmas frutas; o vinagre, o summo do limão, os temperos e especiarias, como'a pimenta, o cravo, acanella (e mesmo as cebolas e os tomates, se não são consentidos pelo medico). Os biscoutos com sementes de funcho ou de herva doce, a fari- nha de mandioca ordinária (2), a farinha de milho, as massas ama- rellas, a farinha de favas, etc, se não forem concedidas pelo medico. O café, mate, chá verde, choco- late com baunilha e canella, ou de musgo; os doces seccos ou de calda do commercio, ou feitos com es- peciarias e em vasilhas de cobre. Estando o doente muito habitua- do ao café poderá conceder-se-lhe muitos dias depois do remédio. Ao medico compete fazer esta conces- são quando a julgar a propósito. O café fraco com muito leite pôde conceder-se mais vezes, sem tanto inconveniente. A cerveja, os vinhos fortes ou de imitação, a aguardente, os licores, as bebidas fermentadas, o capilé ou outra qualquer bebida a titulo de refrigerante; a soda, os sorvetes, as limonadas, etc, etc, e em ge- ral todas as bebidas ácidas ou aro- ma ticas. O sôpo de leite, coalhada ou leite azedo, com toda e qualquer comida ou bebida que (apezar de não estar aqui mencionada), pelo seu cheiro aromatico, pelo seu gosto picante ou muito insosso, pelo máo effeito que em outras pessoas ou no pró- prio doente haja produzido, não se devem usar. (2) Tínhamos prcíiibido a farinha de mandioca, não tento pelo mal que ella por si pôde produzir, que é bem pequeno, como piincipalmente porque a farinha docommcrdo nãoé boa: comem, pois, que ella seja preparada com muito cuidado e asseio, que seja muito bem torrada c secca; e então sem nenhuma duvida a concedemos, ainda que julgue- mos preferível sempre o pão de trigo. XXXVI INTRODUCÇAO Cumpre fazer uma advertência importante a todos os enfermos que se querem curar homoeopathicamenle, e vem a ser: que elles devem antes de tudo procurar o homoeopatha de sua maior confiança, e então não lhe occultara mais insignificante circumstancia de sua enfermidade e das causas effectivas ou prováveis delia. Desta maneira habilitado fica elle para obter uma cura quasi sempre iafallivel; mas fique o en- fermo bem convencido de que não ha de ser pela grande quantidade de remédios muitas vezes repetidos que elle ha de ficar curado, mas sim por poucos que forem bem escolhidos e administrados em inler- vallos não menores de seis ou oito dias, excepto nos casos de moléstias muito agudas, em que ás vezes é necessário dar repetidas doses no mesmo dia; mas ainda assim, como essas doses repetidas deverão ser quasi sempre do mesmo medicamento, e como n ão é a quajitidade, mas sim a qualidade do remédio que produz o bem, será sempre uma es- peculação revoltante e infame a administração desnecessária de muitos remédios com o firn único de obter ou extorquir immerccidnx pagas. Também julgamos dever declarar que as conferências entre homoeopathas, feitas de viva voz, taes e quaes as dos médicos allopa- thas, são pelo menos desnecessárias, porque nos livros da matéria me- dica pura se encontra a solução dos mais difficeis problemas, isto é, estudando estes livros com toda a attenção encontrar-se-ha sempre nelles indicado o remédio mais semelhante ás moléstias que se pre- tende curar. Podem certamente os homoeopathas auxiliar-se reciproca- mente communicando uns aos outros as suas observações particulares ; mas uma conferência de homoeopathas que ntofòr feita com os livros na mão será sempre destituída de todo o critério, porque a honneopa- thia não se adivinha, estuda-se. E é nos livros que se estuda, nos livros de matéria medica pura; e para verificar o que esses livros dizem é necessário muitas vezes que o verdadeiro discípulo de Hahne- mann experimente os remédios em si mesmo, ou em pessoas que es- tejão de perfeita saúde. Não é papagueando á cabeceira do doente, a maneira dos médicos de M. Pourceaugnac, qne se hão de fazer taes experiências nem se ha de acertar com o remédio mais ulil nHim caso qualquer de enfermidade. E note-se bem que para doentes pobres não vemos que se càre;a de conferência; estas são só para os ricos: e en- tretanto as enfermidades invadem com os mesmos caracteres uma e outra classe de homens. Também as visitas muito freqüentes aos enfermos, comquanto muito satisfação a estes e ás suas famílias, têm inconvenientes mui graves; porque o medico pôde tomar como symptomas de grande peiora o que não seja senão etTeito salutar do remédio; pôde enganar-se, mudar de remédio e tornar incurável uma moléstia que esteja no melhor an- damento de cura. E quantas vezes tão grande assiduidade de visitas é dictada pela sórdida cobiça de outras tantas pagas, quem sabe se ex- IXTRODUCÇÃO XXXVII torquidas ao pobre, que mal tenha com que se alimentar, ou que sem deixar ver sua pobreza vá arruinando a sua pequena fortuna. Maldição sobre taes médicos, qualquer que seja o systema que sigão: que se elles seguem a homoeopathia é por systema, sem convicções, sem pudor! Todas as praticas e velhas rotinas dos médicos têm de mudar ante a homoeopathia, e por certo que a classe medica também terá de soffrer grande reducção no seu pessoal, porque qualquer pai de família ou director de algum estabelecimento, ou cura d'almas, etc, pôde exercer a homoeopathia, e fazer com ella importantíssimos serviços á huma- nidade. INTERROGATÓRIO que se deverá fazer ao doente, ou que o doente FARÁ A SI PRÓPRIO QUANDO QUIZER REDIGIR UMA HISTORIA DE SUA ENFERMIDADE PARA CONSULTAR UM HOMOEOPATHA DE SUA CONFIANÇA, OU PARA ESCOLHER O MEDICAMENTO M.\lá HOMOEOPATHICO A SEUS PA- DECIMENTOS. Os homoeopathas nenhuma necessidade têm de supposições imagi- nárias sobre a natureza das enfermidades, só carecem de saber quaes são as dores sentidas e as partes affectadas, e a época em que o mal começou; em uma palavra, os factos, os factos e sempre os factos, que só o doente lhes pôde fornecer. O medico deve ser inteiramente passivo, e limitar-se a escutar attenta e benevolamente. Uma das glo- rias de Hahnemann consiste em ter sido o primeiro a comprehender que o medico deve só escutar e não guiar o doente: assim n'outra ordem de idéas Jacotot entendeu que o mestre deve escutar o dis- cípulo e verificar o seu trabalho em lugar de lhe dar explicações. O doente deve declarar sua idade, sua profissão, seus hábitos e a natureza dos soffrimentos de que é affectado, servindo-se na sua his- toria de comparações bem claras e bem Íntelligiveís, que elle tomará de sua profissão e dos objectos que lhe são familiares. Por exemplo, dirá que sente como um peso, um prego, uma ca- vilha, picadas de alfinete, arrancamento, um abalo, uma facha que o aperta, uma pancada, etc, etc. E' necessário notar então as circumstancrs accessorias que acom- panhão cada symptoma em particular: Io, as que dependem das acções do indivíduo; o aggravamento ou a melhora que houver, an- dando ou na cama, levantando-se ou estando sentado, cantando, fal- tando, comendo, respirando, etc, etc.; 2°,as circumstancias do lugar, na alcova, ao ar iivre, sobre as montanhas ou sobre as águas, etc, etc; 3", as circumstancias do tempo; de manhã, de dia, de tarde, á noite, xxxvm lYTRODTCCÃO na primavera, no inverno, etc, etc. (O experimentador que redige a sua observação deve, quando se lhe manifesta um novo symptoma, collocar-se nas circumstancias que o podem modificar. Deve fazer exercício, expôr-se ao ar, cantar, tomar posições próprias para melhor caracterisar a dôr, e notar as melhoras ou aggravações que podem resultar destes actos.) Quando a exposição do doente está concluída, as pessoas que lhe assistem podem tomar a palavra, e contar como foi elle acommettido pela moléstia, e o que foi que nelle notarão. « O pra- tico vê, escuta, observa; põe tudo por escripto e nos mesmos termos de que se servirão o doente e os assistentes. Deixa-os acabar sem in- terrompê-los, tem cuidado de lhes pedir que fallem pausadamente, afim de os poder seguir escrevendo.» A cada nova circumstancia que o doente ou os assistentes contão, começa nova linha, afim de que todos os symptomas sejão escriptos separadamente. Quando o doente tem acabado de seu motu-proprio tudo o que linha a dizer, assim como os assistentes, o medico toma informações mais precisas a respeito de cada symptoma, e procede da seguinte maneira, depois de ter relido todos os que lhe assignalárão: «Era que época teve lugar tal accidente? Foi antes dos medica- mentos que o doente tomou até agora, ou emquanto os tomava, ou só alguns dias depois que deixou de os tomar ? Que dôr, que sensação se manifestou em tal ou tal parte? Que lugar oecupava ella exacta- mente ? A dôr apparecia somente por accessos, ou era continua e sem descanso ? Quanto tempo durava ? Em que época do dia ou da noite e em que posição do corpo era ella mais violenta ou passava completa- mente ? Qual era o caracter exacto de tal accidente, de tal circum- stancia? etc, etc. » O medico tenha cuidado em limitar-se a termos geraes, afim de que o enfermo seja obrigado a explicar-se de uma maneira categórica a todos os respeitos. Se as causas das moléstias alguma cousa têm de humilhante e ver- gonhoso, e quando o doente ou os circumstantes hesitão em declara-las espontaneamente, deve-se procurar descobri-las por meio de perguntas feitas com delicadeza, ou por informações tomadas em segredo. No numero destas causas estão as tentativas de suicídio, o onanismo, o abuso de prazeres venereos, os deboches contra a natureza, os ex- cessos de comida ou de bebida, o abuso de alimentos nocivos, a in- fecção venerea ou psoiica, um amor infeliz, o ciúme, as contrariedades domesticas, o despeito, o desgosto causado por infortúnios de família, os máos tratamentos, a impossibilidade de uma vingança, o terror supersticioso, a fome, uma deformidade nas parles genitaes, ou ífouíras, uma hérnia, um prolapso, etc, etc Nas moléstias chronicas das mulheres é necessário sobretudo atten- INTRODUCCÃO xxxix der á gravidez, á esterilidade, á propensão para o acto venereo, aos partos, aos abortos, ao aleitamento, ao estado do fluxo menstrual. Pelo que diz respeito a este ultimo, não esqueça jamais perguntar-se se elle apparece em épocas muito approximadas ou muito afastadas, quanto tempo dura, se o sangue corre sem interrupção ou só por in- tervallos, qual é a quantidade que corre, se o sangue é carregado em côr, se alguma leucorrhéa se manifesta antes que o sangue appareça ou depois que elle tem deixado de correr; mas procurar-se-ha parti- cularmente saber qual é o estado'physico e o moral, que sensações e que dores se manifestão antes, durante ou depois das regras: se a mulher é atacada de flores brancas, de que natureza são ellas, qual é a sua quantidade, quaes são as sensações que as acompanhão, e emfim quaes são as circumstancias c as occasiões em que ellas têm appa- recido. Para facilitar o trabalho da redacção pôde cada qual formar um quadro dos principaes apparelhos orgânicos e das affecções mais com- muns, como lhe for mais commodo, sendo ornais natural o que abran- ger os capítulos desta Pratica Elementar na sua ordem numérica (*). A inidicação dos órgãos deverá ser determinada por um homoeo- patha, a quem seja familiar a anatomia; mas na sua falta poder-se-ha recorrer á instrucção seguinte, na qual damos os meios de indicar os órgãos contidos no ventre e no peito, únicos que podem apresentar alguma difliculdade. Muitos doentes dão nome a seus incommodos por ter ouvido seus médicos dar-lh'o, e pensão ter-se explicado muito bem quando dizem que têm uma cardite, uma hepatite, uma eólica, etc.; e, quando se insiste em que mostrem o lugar onde soffrem, vão, por exemplo, quei- xando-se de soffrer no fígado, mostrar-nos ou um lado do peito, ou a ilharga, ou outro lugar oecupado por outros órgãos que não o fígado. Isto é muito natural, mas tem graves inconvenientes para o enfermo, quando o exame de seus incommodos é feito superficialmente. Para remediar este mal, se tanto é possível, transcreveremos um meio acon- selhado por J. V. M. para quem não tem idéa alguma da anatomia poder referir aos órgãos os soífrimentos de que pretende curar-se: « Qualquer pessoa de regular compleição, posta em pé, collocando as mãos abertas naturalmente aos lados do ventre, de sorte que os dedos pollegares fiquem para trás, os outros dedos abertos para diante, (*) Nós temos publicado uns livros de registro que facilitão muito a formação das historias de enfermidades, e podem ser de muita utili- dade para os médicos e para os curiosos que no interior quizerem exercer a homoeopathia: são os mesmos de que nos servimos para as nossas consultas, com a diiferença de serem mais pequenos, e por isso muito mais cpmmodos, até para trazer em viagem. J. V. M. XT. INTRODUÇÃO as palmas das mãos nas ilhargas apoiando o bordo interno (então in- ferior) sobre os ossos das cadeiras, e tocando nas costellas os dedos indicadores (os primeiros depois dos pollegares), e atrás locando os dedos pollegares nas ultimas costellas perto da columna vertebral (espinhaço); teremos que os dous dedos pollegares correspondem atrás aos bordos externos e ás extremidades superiores dos rins; entre os dous dedos indicadores adiante está o estômago; o indicador da mão di- reita corresponie ao lobulo direito do fígado e á vesicula do fel; o in- dicador esquerdo cobre o baço, e com a ponta correspondente ao lobulo esquerdo do fígado, que fica encoberto pelas costellas; entre os dedos médios (que são os maiores) está o intestino colon transverso, e elles assentão sobre as curvaturas dos colons direito ou ascendente, e es- querdo ou descendente; entre os dous dedos annullares (os terceiros depois do pollegar), entre os colons que elles cobrem, entre o colon- iliaco á esquerda e o intestino cego á direita, e entre o colon trans- verso e o pente, fica a massa de intestinos delgados com seus annexos; o dedo mínimo da mão direita fica sobre o intestino cego ; o da mão esquerda corresponde ao colon-iliaco; por detrás do pente fica a bexiga, que, quando está cheia, se percebe por cima do pente; por detrás da bexiga fica o intestino reclo, e entre ambos na mulher o utero; na mulher os ovarios são indicados pelos dedos mínimos, porém durante a gravidez, ou em certas moléstias, o crescimento do utero muda todas estas relações, porque o utero vai elevando a massa dos intestinos del- gados, afastando os colons esquerdo e direito, etc.; então, assim como nas pessoas gordas ou inchadas, este meio não pôde bem servir, e só por comparação com o estado normal, conhecendo as mudanças que esfoutros estados produzem, se podem designar os órgãos mencio- nados mais importantes. Mais fácil é conhecer a posição dos órgãos contidos no peito; no centro está o coração inclinado para baixo e para a esquerda, onde, entre a sexta e sétima costella, se lhe sente bater a ponta; aos lados do coração estão os pulmões (bofes); estes órgãos estão separados por membranas que lhes fórmão saccos e se- gregão um pouco de liquido que lhes facilita o movimento continua- mente alternativo em que toda a vida estão, liquido que se augmenta muitas vezes constituindo um symptoma de enfermidade: ha mais no peito como no ventre grossas artérias e veias, e os mais considerá- veis nervos, etc. » Cada um destes órgãos tem na economia uma funeção a exercer, que se resente, a seu modo, do estado geral da saúde, e dá, por sen- sações particulares, signal desse consenso ; muitos delles segregão lí- quidos, como o fígado, que segrega bilis; o pancreas (situado por detrás do estômago) segrega um liquido que serve com a bilis á di- gestão ; os rins segregão ourina, etc. Estes líquidos, quando se está doente, têm differenças physicas mais ou menos apreciáveis; é ne- INTRODUCCÃÕ xu cessario examinar attentamente a côr, a transparência, o cheiro, o sabor, a alteração, todas as modificações destes líquidos, quando se obtém. Das secreções a que muito particular exame requer ó a da menstruação: nas senhoras esta funcção é o regulador da vida ou o demonstrador mais fiel do estado de saúde. E' necessário notar com muita attenção a côr, o cheiro, a quantidade, etc, do menstruo; de que incommodos é precedida, acompanhada ou seguida a menstrua- ção, por quantos dias dura, em que épocas apparece, que alterações têm havido nessa época, e na quantidade,, na qualidade, na abundân- cia do menstruo; além disso, se existe alguma outra secrecção, algum corrimento, em que circumstancias, etc E' necessário também que o doente declare por extenso (incluindo-as entre parenthesis) as moléstias que teve anteriormente e os medica- mentos que tomou. O mercúrio merece uma attenção particular, e é preciso saber se foi tomado a ponto de causar salivação. A quina é, depois do mercúrio, o medicamento mais nocivo, tomado em doses allopathicas, e raras vezes se toma sem deixar vestígios para todo o resto da vida. (Vede cap. 26.) A maior parte das enfermidades chronicas tem por causa outras moléstias que forão interrompidas na sua marcha, e muito particular- mente moléstias de pelle e moléstias syphiliticas, que por applicações exteriores ou allopathicas forão supprimidas; é necessário que o doente não occulte nada a este respeito, e pelo contrario, ainda que lhe pa- reça desnecessário, declare tudo circumstanciadamente, porque muitas vezes o acerto na escolha de um remédio homoeopathico depende de uma circumstancia á primeira vista muito insignificante. Passemos agora á escolha do medicamento homoeopathico. Este objecto é ainda um daquelles cuja solução existia sem duvida na mente de Hahnemann, mas não foi exprimido tão claramente quanto era mister para um ensino methodico. Nós encontrámos reproduzido debaixo de mil fôrmas diversas no Organon o preceito de escolher o medicamento cuja contra-iraagem represente exactamente todos os phenomenos da moléstia; mas como achar esse medicamento, existindo elle; ou, não existindo, como encontrar aquelle que mais se asseme- lharia ? Como decidir-se, quando muitos medicamentos reproduzem somente uma parte dos symptomas da moléstia natural? Eis-aqui a dif- ficuldade que um cento de vezes se nos tem apresentado, e que Hah- nemann não resolveu explicitamente. As duas únicas historias que este grande homem publicou são muito incompletas para servirem de mo- delo em todos os casos. Uma só vez (Organon § 153) elle trata este ponto francamente, e eis-aqui como elle se exprime: F XLII INTRODUCCAO « Quando se procura um medicamento homoeopathico é necessário sobretudo, e quasi exclusivamente, fixar-se nos symptomas notáveis, singulares, extraordinários, caracterislicns; porque ó a esses princi- palmente que devem responder symptomas na serie daquolles que pro- duz o medicamento que se procura, pára que este ultimo seja o remé- dio com o qual convirá melhor emprehender a cura. Pelo contrario os symptomas geraes e vagos, como a falta de appetite, a dôr de cabeça, a languidez, o somno agitado, o antojo, etc, pouca attenção mere- cem , porque quasi todos os medicamentos alguma cousa análoga pro- duzem. » Eis o que encontrámos de mais claro e de melhor determinado nas obras de Hahnemann a respeito de tão importante objecto; e esta in- dicação nos parece ainda incompleta, insufficiente. A expressão qwsi exclusivamente deixa em nosso espirito uma incerteza que nós deve- mos dissipar a todo o custo. Quaes são os limites desta palavra quasi, e que significava ella no intimo pensamento de nosso mestre? Temos procurado descobri-lo, e eis-aqui os resultados deste nosso exame: Um symptoma característico é aquelle que se acompanha de circum- stancias singulares que o individualisão, distinguindo-o de todos os outros. E' elle para as moléstias o que um signal característico é para a confrontação nas feições de alguém. Elle tira todas as duvidas quando Iodos os outros concorrem para dar uma imagem que se procura. Desta maneira o suor é um symptoma ordinário; mas, se elle é frio, se elle tinge a roupa de amarello ou de outra côr, se elle apparece a horas determinadas, torna-se característico. Os soffrimentos de estômago de- pois de ter comido são symptomas puros e simples ; mas se elles só vera depois de ter comido ovos, carne de lebre, de pato ou peixe, etc, estes soffrimentos se tornão característicos. Uma dôr rheumatica tor- na-se igualmente característica se alterna com outros incommodos ou se ataca uma parte muito circumscripta, etc, etc. Nestas circumstan- cias todos estes symptomas têm a maior importância para a escolha de um medicamento. Mas elles não constituem, em tudo e por tudo, quanto é necassario para a escolha do medicamenlo. Supponhamos, por exemplo, que um homem doente apresente symptomas muito ordinários, como sejão diarrhéa, hemoptyse, enfraquecimento da vista; e que por outra parte elle apresente symptomas muito característicos, como sejão", sensação de perfuração no dedo minimo da mão esquerda, comichão circum- scripta na região molar esquerda, acordar sobresaltado todas as ma- drugadas a uma hora, etc, etc; supponhamos ainda que os medica- mentos correspondentes á primeira ordem de symptomas primitivos não correspondem a estes últimos : deveríamos nós por isso deixa-los á parte? Ousadamente respondemos: Não. O caso da excepção prevista por Hahnemann c este, e nós não podemos importar-nos com a co- INTR0DUCÇÃ0 XLIII michão da face ou com a sensação de perfuração no dedo mínimo, emquanto os escarros de sangue, a diarrhéa colliquativa, ou uma amaurose incipiente, conservão o enfermo em desespero ou põem os seus dias em perigo. Se nós não podemos encontrar no mesmo medi- camento os symptomas mais cruéis ou os mais ameaçadores, mas o symptoma característico, prescindiremos, se é mister, de tão desejada reunião de circumstancias. Temos creado, em opposição aos symptomas característicos, uma ordem de symptomas que chamaremos fundamentaes. São os mais pe- rigosos, os mais dolorosos, os mais constantes, os mais antigos, aquelles de que parecem derivar os outros; são aquelles emfim que o doente intelligente em primeiro lugar sente quasi sempre. Elles devem antes de todos ser comprehendidos no medicamento que se procura, c mesmo, se fòr mister, ser preferidos aos symptomas característicos. Quando se tem redigido uma historia de enfermidade, é necessário que se torne a ler com cuidado para reconhecer nella o symptoma ou symptomas fundamentaes, e marca-los com letras ou signaes de convenção. Depois procurão-se os característicos, e marcão-se em primeiro lugar os mais salientes, e por fim se marcão os menos signifi- cativos. O medicamento a escolher é necessariamente um daquelles que correspondem aos symptomas fundamentaes. E' necessário depois examinar todos os que estão marcados, e qual é o que mais vezes se encontra nos grupos de symptomas, e principalmente os que corres- pondem mais aos symptomas característicos. Fica entendido que os medicamentos assim indicados pelo exame da historia devem ser lidos e estudados na matéria medica (pathogenesia),a qual reproduzirá a totalidade de seus caracteres. Desta maneira ter-se-ha um meio ver- dadeiramente homoeopathico; e, se n'alguma hesitação se fica entre duas ou três substancias differentes, bastará, para sahir de duvidas, que se torne a ler a pathogenesia com mais attenção. Não é, portanto, o numero dos symptomas reproduzidos, nem mesmo o característico, que bastão para determinara escolha do medicamento; é necessária a reunião destes dous elementos como o symptoma fun- damental para ter o remédio verdadeiramente homoeopathico. Nosso trabalho não consiste nem n'uma addição, nem n'uma adivinhação, nem n'um empirismo; é um trabalho intelligente, baseado em regras claras e especiaes. Pôde ensinar-se; mas para ser praticado exige, antes de tudo, consciência. Titeoria «Ias» doses Quantidade do medicamento, escolha da diluição, modo de adminis- tração, repetição das doses. De todas as lacunas deixadas por Hahnemann no Organon, e legadas XLIV INTKODUCCÁO por elle ás meditações de seus discípulos, a mais importante é, sem contradição, a prosologia homoeopathica. Ha muitos annos que tra- balhamos para preencher esta lacuna, e pensamos que as doutrinas professadas na escola homoeopathica do Rio de Janeiro nada deixão a desejar a tal respeito. A questão das doses tomada em si mesma encerra dous pontos : a quantidade e a diluição. A respeito de quantidade nào será ella muito fraca jamais. A ma- téria é divisivel ao infinito. Cada volta do gral mecânico, dividindo cada átomo em duas partes somente, produz em uma hora tal quantidade de moléculas, que cada glóbulo conterá muitos milhões dellas. Este glóbulo, pois, basta não só a um doente, como a cem ou a mil. Aconteceu-nos muitos vezes tratar carregações inteiras de africanos infectados das bexigas, e importados ao Brasil pelos contrabandistas. Um glóbulo de vaccina, arsênico ou mercúrio, dissolvido em um litro d'agua e distribuído ás colherinhas por todos os doentes, foi muitas vezes o começo do nosso tratamento, esperando que se pudessem obter alguns esclarecimentos individuaes destes desgraçados, que fallavão língua para nós desconhecida. Ora, neste caso, nunca nos apercebemos de que um centésimo de glóbulo tivesse menor effeito do que um glóbulo inteiro. Mas como se podem dar a um indivíduo 15, 20 ou 50 glóbulos sem perigo? E' porque, repetimo-lo, ha sempre um excedente considerável de substancia em todos os casos, excedente que é rejeitado do corpo humano sem ler produzido eífeito. O mesmo acontece quando se toma um banho, quer seja n'um regato, quer no Sena ou no Ganges; o corpo só está em contado com uma porção muito limitada do fluido. Ora, cada glóbulo homoeopathico contém um oceano medicinal; dez glóbulos, pois, não podem saturar mais do que um satura. Mas emquanto á repetição das doses é outro o caso. Ao agente falta o espaço; mas, se o tempo vem auxilia-lo, ha verdadeiramente augmento de effeito. Um glóbulo, dissolvido n'um copo d'agua e tomada esta ás colheres de doze em doze horas, constitue tantas doses quantas são as colheres tomadas, e pôde causar grande perturbação na marcha de um tratamento. A escolha da diluição é também muito importante, e, já que pre- tendemos ser, neste escripto a imagem fiel, o écho da escola do Rio de Janeiro, vamos reproduzir uma lição professada sobre este assumpto em uma cadeira dessa escola, a 7 de Outubro de 1847. Senhores. « Não se admirem de voltarmos á theoria das doses. A sua impor- tância está suíficientemente demonstrada. Um homoeopatha reduzido a empregar uma só diluição ou a empregar todas ao acaso, o que é ainda peior, estaria na posição de um musico que só pudesse empregar IXTRODUCÇAO XLV uma nota, ou empregasse todas sem regra. A harmonia sublime que Hahnemann estabeleceu na matéria medica deve também presidir á escolha das diluições. A ordem começou a nascer nas sciencias mé- dicas; deve nellas erescer, tudo invadir, e só parar nos últimos limites do cháos. « Recentes discussões que agitão os homoeopathas da Europa devem fazer lembrar aos discípulos da Escola Homoeopathica do Brasil os ver- dadeiros princípios que regem a matéria, para que não possão estes princípios ser abalados era seus espíritos pela bulha destas contendas longínquas. « Lancemos um olhar sobre a historia da questão. Hahnemann, como sabem, não se afastou muito das doses allopathicas. Aggravações suc- cessivas o obrigarão pouco a pouco a entrar na vereda das diluições, que elle tomava por um simples fraccionamento, e que cria, como quasi todos os homoeopathas crêm hoje, serem o meio infallivel de evitar essas aggravações, que elle temia mais que tudo. Longo tempo empregou ainda gotas de tintura, e elevava-se apenas ás quartas, quintas e sextas dynamisações. Quando elaborou a sua theoria das doenças chronicas subio rapidamente a escala potencial, e declarou logo que a trigesima diluição era preferível quasi em todos os casos. Não tendo desse tempo para cá feito publicação nova, julgou-se que o gênio do mestre tinha permanecido estacionado. E1 um erro: Hahne- mann desde 1831 e 1832 tinha empregado diluições ainda mais ele- vadas, e as tinha aconselhado a seus discípulos. Eu vi em 1834 uma correspondência volumosa de seu punho que deve existir em poder do Dr. Mauro, e que este decano da homoeopathia napolitana publicará um dia. Nestas cartas, cobertas de sua escripta microscópica, Hahne- mann insiste cada vez mais no emprego das altenuações elevadas. Elle não falia senão das quinquagesimas, sexagesimas e octogesimas. E' neste ultimo algarismo que o Dr. Mauro tinha parado, e foi com estas doses que elle me tratou de uma grave doença, quando recebi seus obsequiosos cuidados. « Durante este tempo um discípulo aventureiro tinha transposto de uma vez um intervallo immenso, o Dr. Korsakoff tinha preparado uma millesima quinquagesima attenuação de sulfur, e proclamado a sua efficacia. O facto não foi negado, porém pareceu de tal modo excên- trico que ninguém ousou imita-lo, nem toma-lo ao serio. Dez annos mais tarde somente Gross continuou estas pacientes indagações, e deu honra a essas doses na apparencia fabulosas, que se chamarão pro- priamente Korsakovianas, do nome do seu primeiro inventor. « Hoje é impossível abrir-se uma obra ou um jornal homoeopathico, sem ouvir fallar em duocentesimas, octocentesimas, millesiinas, de- ciiiias-millesimas dynamisaçôes! Eis a historia de todas as descobertas: XLVI INTRODUCCAÜ Colombo descobrio uma ilhota, seus continuadores acharão um im- menso continente; porém Colombo é sempre o descobridor. « Taes descobertas inesperadas lançarão os espíritos em um estado de enthusiasmo pouco próprio á reflexão. I ma espécie de anarchia procedeu da conquista destes factos tão numerosos, que paredão zombar de toda a tentativa de systemalisação. Cada qual se installou nos lugares do vasto império que primeiro tinha visto. Hahnemann, que preconisava em suas obras as trigesimas, vivendo ainda, vio uma escola numerosa voltar ás primeiras dynaraisações, emquanto ousados pesquizadores preludiavão a descoberta das centésimas, das millesimas, das decimas-millesimas, etc. « Emfim, cansada dos clamores contraditórios de tantos preten- dentes, a grande massa dos práticos tomou um meio termo e declarou, com este desplante que se chama algumas vezes o bom,senso, que todas as diluições erão indifferentes, e que quando o medicamento era verdadeiramente homoeopathico podia-se á vontade empregar uma diluição qualquer começando pela tintura mãí e acabando onde Deos quizesse. Esta opinião estranha foi não só emittida, como reproduzida de mil modos. Ella é, por mais sorprendente que seja o facto, ainda hoje o apanágio dos três quartos dos práticos homoeopathas. « Foi nestas circumstancias que concebemos (*) o ousado projeclo de coordenar os elementos da theoria das doses. Trabalhámos com ardor na Sicilia em 1836 e 1837, onde communicámos a nossos col- aboradores palermitanos. Publicámo-la em 1838 nos Annaes do Dr. De Blasi. Foi reproduzida em 1839 por uma carta do Dr. Calandra na Bibliotheca de Genebra, onde inserimos em Janeiro de I8Z1O um cir- cumstanciado artigo sobre este assumpto. Imraediatamente derramada na Sicilia, onde assegurou o êxito das experiências feitas nos hospitaes e consultórios, e apressou o triumpho da homceopathia nesta ilha, ella não servio menos á propagação da nossa doutrina no Brasil, onde faz parte dos princípios adoptados por esta escola, e, como o penso, será também generalisada na Europa, onde foi adoptada por fragmentos, antes que comprehendida fosse em sua totalidade synthetica. « Gross venceu em popularisar as dynamisações muito altas, e fe- lizmente abrio um novo abysmo entre nós e os médicos materialistas; mas em recompensa deste serviço immenso foi curtido de desgostos; e por sem duvida que morrerá de pezar. (Estas palavras erão pronun- ciadas poucos mezes antes da morte do illustre discípulo de Hahnemann.) « Voltemos agora ao fundamento da questão, e estabeleçamos de novo os dados deste problema, cuja solução obtida ha dez annos pa- recia-nos própria a comprehender neste momento os difierentes factos novos que se tem produzido no dominio da sciencia. (*) Dr. Mure. INTRODUCCÃÜ XLVIl « Ninguém em 1836 suspeitava que todas as diílerentes diluições de um medicamento pudessem ter uma utilidade especial. A exemplo de Hahnemann, cada um procurava uma diluição que gozasse da pro- priedade maravilhosa de produzir o maior effeito salutar possível, e que não devesse jamais produzir aggravação. Era uma espécie de El- dorado medico, para o qual cada um se precipitava sem jamais o attingir. A aggravação medica fora o pesadelo de Hahnemann toda a sua vida. Trinta vezes julgou ter-lhe escapado,' e trinta vezes a vio reapparecer diante de si mais implacável que nunca. Muitos outros se perderão nestas pesquizas impossíveis. As trinta estações de Hahne- mann linhão sido inúteis; hoje, que se fizerão dez mil, está-se acaso mais adiantado ? O Dr. Nunez queixa-se amargamente das aegravações causadas pelas cinco e seis-millesimas. Está, pois, provado até a evi- dencia que a diluição normal, que devera sempre curar e nunca ag- gravar, não existe. Está provado que em cada caso dado ha uma escolha a fazer, a escolha intelligente, cujas regras devem fazer-se o objecto das indagações do medico philosopho. Esta verdade que pri- meiro emitti em 1837 está hoje reconhecida pelos bons espíritos. Eu a vi reproduzida em uma multidão de publicações e ainda ultima- mente no Homoeopathic Advertiser de New-York; porém muito falta ainda para ser geralmente admittida. Assim como os antigos médicos procuravão entre as myriades de medicamentos de que a natureza nos offerece a escolha uma panacéa universal, assim muitos homoeopa- thas entre as dynamisações de um medicamento só querem achar uma que corresponda a todos os casos. « O emprego razoável de toda a escala das diluições traria uma con- seqüência não menos inesperada: é que as aggravações podem tam- bém ter lugar pelo emprego de diluições muito elevadas, como pelas muito baixas. Cada estado mórbido tem uma diluição que lhe cor- responde de preferencia; quanto mais nos afastarmos delia ou para baixo ou para cima, tanto mais nos arriscaremos a causar uma aggra- vação perigosa. Esta conseqüência, que fôrma parte integrante da minha theoria, não lendo sido reproduzida, tenho direito de acreditar que muitos de meus leitores se demorarão na letra e não profundarão o espirito da minha publicação. Foi ella entretanto que me obrigou a procurar a lei posologica, que principalmente formulei nestes termos: « As baixas diluições convém ás doenças agudas, e as diluições elevadas « convém ás doenças chronicas ou miasmaticas.» «Esta idéa desde o dia em que a enunciei, foi vinte vezes repro- duzida: mas, privada das premissas lógicas que lhe tinha dado, privada das conseqüências praticas de que a tinha rodeado, esta lei devia ficar quasi estéril nas mãos dos meus plagiados; e, se eu a não tivesse ex- posto convenientemente na Sicilia e no Brasil, a pratica homoeopa- VLVHI INTRolHT.CÃU lliica teria ainda sentido por muito tempo os funestos effeitos de sua ausência (*). « Eis aqui, senhores, os princípios que vos de\em guiar na pesquiza conveniente a cada caso mórbido: nunca devereis perder de vista que os symptomas produzidos por um medicamento, ainda sendo seme- lhantes á doença que se quer combater, não bastão todavia para cons- tituir a homeoeopathicidade absoluta, mas que elles devem também representar o gráo de energia e de actividade do estado mórbido. Toda a affecção pôde ser mais ou menos profunda, mais ou menos antiga, e estas differentes circumstancias achão sua analogia nas differentes diluições do medicamento apropriado. « A formula:—as doenças agudas pedem as baixas diluições, e as doenças chronicas pedem diluições mais elevada,—é uma applicação desta idéa fundamental. Esta lei deve ter formulas análogas em re- lação com a idade, sexo e temperamento do doente; em relação com a natureza dos tecidos e dos apparelhos em que o mal está localisado, etc. Vamos examinar estes differentes pontos suecessivamente. « 1." A distincção entre as doenças chronicas e agudas é bastante conhecida; já não é um facto obscuro e duvidoso. A doença aguda é aquella em que a força vital reage victoriosamente contra uma acção tóxica moderada. Os antigos a tinhão com razão elevado a quarenta dias. A sciencia tem rectificado esta percepção empírica e provou que algumas vezes esta acção é de algumas horas, e que outras vezes se estende, para algumas substancias, até sessenta dias. A doença chro- nica é aquella cm que a força vital suecumbio na luta. Sua duração é illimitada, e duraria tanto como a vida se o acaso ou um bom tra- tamento não lhe puzesse termo por um medicamento homoeopathico. « Estes dous estados, cujos caracteres distinguimos no nosso curso de pathologia do anno passado, correspondem: o primeiro, ás baixas diluições, que produzem symptomas violentos., mas passageiros ; o se- gundo, ás diluições elevadas, cuja acção é prolongada, latente e tenaz. Gráos insensíveis approximão nos factos estes estados distinetos. Em theoria, particularidades sem numero os subdividem ao infinito. Ao tado do medico cumpre applicar o principio a cada caso dado. Nos casos muito agudos empregamos muitas vezes as segundas e terceiras diluições. Nos casos agudos, as quintas, sextas, sétimas e oitavas bastão ordinariamente. Nos casos chronicos começamos a empregar décimas ou decimas-quintas; e vamos, segundo a necessidade, até as (*) Tanto assim é que os que tal lei desconhecem, ou que a não seguem nas suas tão diversas applicações praticas, vêm-sc obrigados a administrar muitos remédios, querendo com uns acalmar as aggra- vações que os outros produzem, e complicando assim cada vez mais qualquer enfermidade. J. y. .]/, IXTRODÜCCÃO XLIX sexagentesimas, centésimas, etc. Sabeis, demais, que os nossos me- dicamentos receberão um numero de vasculejação mil vezes maior que as preparações ordinárias, e que, neste presupposto, as nossas centésimas eqüivalem ao menos ás decimas-millesimas dos homoeo- pathas da Europa. « Não duvidamos de que as millesimas e decimas-millesimas não sejão perfeitamente activas; mas as probabilidades de alteração tor- não-se tão grandes quando se multiplicão as diluições, que temos menos confiança em uma millesima do que em uma centésima. Além disto, o processo da succussão no vácuo exige um trabalho tal que é quasi impossível continua-lo além de cem ; e então quem nos garante de que os miasmas contidos no ar athmospherico não prevaleceráõ na tintura medicinal contra o átomo medicamentoso, tão prodigiosamente reduzido, que alli continua suas migrações indefinidas? « 2.° Quanto á consideração da idade, é evidente que em iguaes circumstancias a infância exige diluições baixas e a velhice diluições elevadas. Nos meninos toda a doença é aguda; toda a afTecção se com- plica com symptomas chronicos no velho. Se o menino é atacado de uma doença hereditária, será preciso subir um ou dous gráos da escala das dynamisaçòes. Aqui, como sempre, uma ampla latitude deve ser deixada ao tacto medico. («3.° O sexo masculino me parece mais em harmonia com as baixas altenuações e o sexo feminino com as diluições elevadas. A duração • média da vida é com effeito um pouco mais longa nas mulheres que nos homens. « h.° O systema sangüíneo parece-me exigir doses menos dyna- misadas. Depois delle collocarei o systema bilioso, depois o lympha- tico; finalmente, as dynamisações mais elevadas me parece convirem ao temperamento nervoso. « 5.° Esta classificação dos temperamentos parece chamar a dos tecidos e dos diversos systemas da economia, que julgo dever coorde- nar da maneira seguinte: Tecido cellular. Systema vascular. Músculos. Glândulas. Ossos. Tecido cutâneo e mucoso. Articulações, cartilagens. Systema nervoso. « 6.° Se considerarmos c homem sob a relação dos apparelhos or- gânicos, adoptaremos a ordem seguinte: Apparelho locomotor. Genito-ourinario. Circulatório. Respiratório. Digestivo. Nervoso-sensitivo. « Não podemos entrar nas minuciosidadcs da applicação a que nos levarião estes dous últimos paragraphos; deixamos á vossa apreciação individual a applicação destes princípios. Far-vos-hemos observar c L rNTRODLT.CÃO todavia que numerosas experiências confirmarão estes dados Iheoncos. nos mais vastos consultórios que se abrirão á pratica da nossa arte: os de Palermo, Paris e Rio de Janeiro. Acaulelai-vos, pois, por exemplo, de confundir na vossa pratica uma doença do coração, que pertence aos apparelhos vascular e locomotor, com uma doença dos órgãos res- piratórios. Uma das mais extensas praticas provou cem vezes que, apezar das analogias de funcções e da visinhança anatomico-lopogra- phica, a primeira exigia imperiosamente de quintas a décimas di- luições, e que a ultima era só felizmente modificada pelas trigesimas, quinquagesimas e sexagentesimas. « Sabeis, demais, que estas terríveis aggravações que desolarão todos os homoeopathas são totalmente desconhecidas entre nós. O illus- tre defensor da nossa arte, Exm. Sr. José Bernardino Baptista Pereira, escrevia-me ultimamente confirmando a realidade deste facto, ma- ravilhoso em apparencia, e observado por centenares de práticos no Brasil. Não devemos estar longe da perfeição, se temos já a certeza de fazer bem quasi sempre, e de nunca prejudicar. « Eis o que temos a dizer-vos sobre a applicação da theoria posolo- gica. E deve bastar isto a uma escola animada do espirito panecastico, a uma escola em que reina sem contradição o grande principio de Jo- cotot. Pertence-vos ampliar este thema fecundo, e contamos ver no anno próximo muitas de vossas theses consagradas ao seu desenvol- vimento. « Desejamos que a theoria das doses seja apresentada ao vosso es- pirito, não como uma serie de preceitos magistraes, porém como uma deducção lógica da doutrina homoeopathica. Só com esta condição será ella fecunda. Por mais que diga o XVIII século (que ainda existe, como diz de Maistre), os factos pouca cousa são sem as theorias. Muitas vezes se tinha curado pelos semelhantes, mas Hahnemann foi o primeiro que estabeleceu como lei o que tantos tinhão praticado antes delle sem fructo. Tem-se muitas vezes repetido depois de nós que as baixas diluições convém ás doenças agudas e as altas diluições ás doenças chronicas; mas por falta de ligar este preceito a conside- rações geraes ficou elle estéril nas mãos dos nossos copistas. Sem tal motivo não voltaríamos a um assumpto tão envelhecido. Estamos tão acostumados a ver passar para outrem a honra das nossas idéas e dos nossos trabalhos, que tomamos o partido de não sentir nem coramoção, nem afflicção. Estamos com muita pressa de chegar ao fim, que nos importão as sarças do caminho? ». Depois desta lição, que parece abraçar tudo o que ha de importante na questão das doses, isto é, na escolha da diluição, resta occuparmo- nos da repetição e do modo de administração das doses homoeopa- thicas. tá dissemos, quanto á administração do medicamento, que a menor INTRODUCCÃO LI quantidade imaginável parece-nos a melhor. Um glóbulo que contém 1,200 de gotta, pôde bastar a muitos doentes. Nada se ajuntará á inten- sidade e á rapidez de acção augmentando esta quantidade. A dissolução de um glóbulo em uma quantidade d'agua parece pró- pria a muitas pessoas para produzir effeitos menos perturbadores. Era meio familiar a Hahnemann, nos últimos annos de sua vida, em que o emprego dos medicamentos preparados por minhas machinas, ou mesmo diluições sacudidas trezentas vezes parecião-lhe exigir um correctivo. Neste caso fazia tirar uma pequena colher do vidro em que se dissolvera o glóbulo para deita-la n'outro vidro, de que também se tirava outra colher para deitar-se n'um terceiro vidro, do qual se tomava uma pequena porção. Ha outro meio sobre que chamamos a attenção dos práticos deste paiz : é a ingestão do medicamento pelo cheiro. Este modo é o mais suave e mais prompto, e merece a preferencia nos casos de imminente perigo, quando a susceptibilidade do doente é excessiva, e quando se quer acalmar os effeitos muito violentos de um remédio sem interromper completamente a sua acção. Os princi- piantes em homoeopathia deverião limitar-se a este modo de administra- ção ; estadão assim mais certos de não prejudicar, e ganharião grande confiança na acção dos medicamentos. Em todo o caso é um meio efficaz de diminuir a actividade excessiva que se attribue aos medica- mentos preparados por meios mecânicos tão enérgicos como os meus. Hahnemann administrava os medicamentos pelo cheiro, fazendo-os aspirar uma vez por cada venta, tapando a outra com o index da mão opposta. Depois de cheirar o medicamento, como em todos os outros modos de administração, o doente ficará tranquillo, sem fallar, sem escarrar, e na maior calma de espirito possível. Se tomai1 o medica- mento de noite deve tratar de dormir immediatamente. Occupar-nos-hemos agora da repetição das doses. As noções dadas precedentemente sobre a experiência pura darão alguma luz nesta questão muito debatida. Vimos que o typo normal da experiência pura era a ingestão de uma dose única, e que a repe- tição era uma necessidade sempre incommoda. O mesmo acontece com o'tratamento das moléstias. Nunca o medico tem tanto lugar de ap- plaudir-se de sua felicidade ou talento, como quando obtém a cura completa de um estado mórbido por uma só dose de medicamento perfeitamente escolhido. Repetir um medicamento sem necessidade ó expôr-se a destruir toda a sua obra. Semelhantes ás ondas luminosas, que por seu encontro produzem lachas tenebrosas, duas doses podem neutralisar-se mutua- LU I.NTRODUCÇAU mente e ficarem ambas sem effeito. Em outras circumstancias ellas j;o lem sobrepôr-se e produzir uma aggravação perigosa. Ha entretanto casos em que a repetição é necessária, e vamos pro- curar indica-los, tanto como convém a uma matéria tão delicada. Póde-se considerar um doente como já saturado, pelo mesmo facto de sua affceção, do preservativo mais efficaz da acção do medicamento se- melhante. Todavia a causa das doenças, sendo geralmente, como^dis- semos antes, uma simples dynamisação enfraquecida singularmente por uma diluição imperfeita, e por misturas de toda a sorte, a prepa- ração homoeopathica tem em geral sobre esta causa toda a superiori- dade que a arte possue sobre os defeitos informes de uma causa fortuila; entretanto esta superioridade não se manisfesta algumas vezes á pri- meira tentativa, e então o effeito persistente da doença extingue o effeito da dynamisação pharmaceutica. Neste caso, para combater o inimigo com armas iguaes, é preciso que a causa curativa persista como a causa mórbida. Também nas doenças epidêmicas e contagiosas a repetição é evidentemente necessária. Nos casos agudos regra alguma se pôde traçar; a perspicácia do medico é absolutamente precisa. Convém distinguir logo a acção do medicamento da acção da doença. Emquanto dura a aggravação que ella provoca algumas vezes, nada se 'deve fazer senão dar um antídoto, se este effeito se tornar assustador; quando uma melhora segue este effeito primitivo, deve-se ainda ficar espectador tranquillo ; mas se a melhora se não sustenta, se novos symptomas, pertencendo propriamente á moléstia, se manifestão não deve tardar-se em recorrer a uma nova dose do medicamento, tendo-se cuidado, se os effeitos forem muito fortes, do escolher uma dynami- sação mais apropriada. No caso em que o medicamento, depois de uma espera razoável, não produza algum effeito sensível, póde-se repetir o uso delle uma ou duas vezes em dose differente. Mas, se desenvolve- rem-se somente symptomas estranhos á moléstia, não se deve hesitar em estudar com mais cuidado a moléstia medica, para achar um meio mais apropriado. Aqui tudo se entrega á prudência do medico, mormente nas moléstias agudas. Se pôde esperar-se sem perigo 10, 20 e 30 dias nas doenças chronicas, é preciso decidir-se algumas ve- zes dentro de 2U horas nas doenças agudas. Derão-se medicamentos todas as horas em certos casos decholera-morbus, e mesmo de quarto em quarto de hora; mas pensamos que com mais methodo e sangue frio ter-se-hia enviado semelhante precipitação. Ha uma pratica autorisada por illustres exemplos : é o emprego al- terno de dous ou três medicamentos para combater uma mesma doença. Os partidistas deste methodo pretendem que um medicamento que per- deu sua efficacia contra um estado mórbido torna a acha-la, quando outra substancia distrahe oorganismodo seu effeito, e por isso obtem-^e INTRODUCÇXo LII1 com dous medicamentos dados alternativamente o que era impossível fazendo-os seguir com longos inlervallos. Apezar das autoridades respeitáveis que apoião esta maneira de ver, não podemos a ella submetter-nos cegamente. Sempre nos pareceu que, apezardo intervallo que deixava de uma dose a outra, esta inler- calação tinha em si mesmo alguma cousa que se parecia com a poly- pharmacia aa escola, e turvava de alguma sorte a limpidez magnífico da doutrina racional por excellencia ; e mais tarde, quando pela crea- ção da theoria das doses aprendemos a tirar o partido possível de uma substancia, fazendo succeder as dynamisações de mais em mais eleva- das, reconhecemos que valia infinitamente melhor pedir assim a um medicamento tudo e que elle pudesse dar; que neste caso as attenua- ções superiores continuavão a actuardepois que o organismo se tinha pelo habito tornado insensível ás attenuações inferiores, e que, uma vez que estivesse assim esgotada a acção, não produzia mais effeito al- gum fovoravel por um tempo iiadefinido. Por isso também um só medicamento, administrado durante mezes inteiros, desarraigava por si só uma doença, contra a qual, alternado com outro, teria sido to- talmente importante. Neste ponto, como em todos os outros, tudo se deve jeferir a uma só lei, á semelhança. Se os symptomas mudarão de aspecto, é preciso também mudar o medicamento ; porém se os sym- ptomas se melhorão gradualmente, seria absurdo recorrer a um agente que lhes seria menos homceopatico, sob o pretexto da necessidade de alternar. E' o mesmo dizer isto para as moléstias agudas que para as chronicas. Não percais tempo em saber se o medicamento é apsorico, ou antipsorico; somente vos inquieteis de uma cousa: reproduz elle exactamente a moléstia que temos a combater ? A palavra homaiopa- thia não é um nome vão, é a regra universal, a chave de todas as dif- ficuldades que a nova arte pode offerecer. Similias similibus curantur. Em todos os casos a repetição das doses de medicamento deve ser relativa áescolha da diluição. As mesmas razões que militão em um caso devem igualmente servir de regra no outro. Freqüente para as baixas dynamisações, a repetição deve ser muito rara a partir da 15." Tanto como fôr possível não deve ter lugar sobre a mesma diluição, mas deve seguir a escala ascendente, começando de baixo. As substancias que como o lycopodio, a silicia, o carvão, são inertes no estado bruto, de- vem ser empregadas em diluições um pouco mais elevadas que as ou- tras. Esta differença entretanto não deve ser exagerada. Curámos cancros venereos com 3as e Zias dynamisações de lycopodio. A partir da 9a, pensamos que se não deve fazer distincção entre as substancias mais activas e as mais inertes no estado ordinário. Resumiremos isto em algumas regras precisas : 1." Nos casos chronicos, dar uma só dose e esperar, durante todo o tempo da acção do medicamento escolhido, que se manisfeste uma 1NTR0DUCÇÀ0 LIV melhora durável, sa esta melhora dura alguns dias somente, e a mo- léstia torna a tomar o seu curso, recorrer-se-ha a uma diluição do mesmo medicamento mais elavada, mis só depois de ter esperado ao menos a metade do tempo marcado para a acção do medicamento : 20 dias se a sua acção fôr de 40 e 30 se fôr de 60. 2." Se nenhum symptoma se inanisfestar, deve-se em todo o caso escolher outro medicamento mais apropriado, depois de esperar-se 10 ou 12 dias, ou a quarta parte do período activo do medicamento. 3." Nas casos agudos, ou nos ataques imprevistos, pôde dar-se um medicamento de dous em dous dias, todos os dias, ou mesmo de 12 em 12 horas, se a violência do mal ou as dores do doente reclamão um soeeorro immcdiato. i.' Em alguns casos de cholera-murbus ou de febres perniciosas podem dar-se os medicamentos de duas em duas horas, ou de hora em hora, Não se deve ler medo de repetir o mesmo remédio, e na mesma diluição, principalmente se a melhora é sensível, mas de curta duração em cada vez. 5." Nos febres intermitentes pôde dar-se uma dose em cada accesso. Se elles diminuírem de intensidade, deve deixar-se passar um ou dous accessos sem medicamento. Se os accessos forem mais violentos, é preciso escolher outro remédio. Dr. B. Mure. (Trmhtcrâo do Sr. Dr. J. Henrique Medeiros.) PHYSIONOMÍA SYMPTOMATICA E MORAL DOS PRINCIPAES MEDICAMENTOS ACONITU.M. — Este medicamento modifica sobretudo o systema sangüíneo. Emprega-se com successo nas moléstias essencialmente in- flammatorias, principalmente nas pessoas gordas, sangüíneas, coradas, de olhos e cabellos castanhos ou negros, de tempera- mento bilioso-nervoso, e de caracter vivo e assomado. É essencial que os symptomas pathogeneticos moraes do aco- nito correspondão tão exacíamente quanta fôr possível aos dos doentes para obter umfructo mais rápido de sua administração. Estes symptomas principaes são : Grande agitação, com necessidade de mover-se continua- mente, choros, gritos, afflicção ou exageração que nada acal- ma ; gemidos e lamentações; terror, medo de morrer cedo ; tendência a zangar-se, a sahir de sua cama; humor alternati- vamente alegre e triste; delírios nodurnos; inquietação sobre- sua saúde, com persuasão de nunca se restabelecer. ARSENICUM ÁLBUM. — Modifica profundamente os syste- mas gástrico e nervoso; sua acção sobre os systemas sympa- thicos e sangüíneos não é senão secundaria; convém sobre tudo contra as affecções das pessoas pallidas, exhaustas, de temperamento lymphatico-nervoso ou leuco-phlegmatico, pre- dispostas ás affecções catarrhaes ou hydropicas, ás erupções, darthros e suppurações. Entretanto applica-se igualmente ás pessoas biliosas, vivas e coléricas, ou dispostas á melancolia, quando os seus symptomas o reclamão ; alternado com china, cura quasi todas as variedades de febre intermittente. BELLADONA.—Sua acção affecta especialmente o systema LVI PHYSIOXOMIA sYMPTOMATíCA F. MORAL nervoso : os outros systemas elementares, sangüíneo, gástrico e lymphatico, não são modificado.-, por ella senão sob a influen- cia do systema nervoso. Este medicamento applica-se principalmente contra as in- disposições das pessoas lymohaticas ou repletas, predispostas ás indisposições phlegmonosas ou ao engorgitamcnto das glân- dulas ou dos gânglios; convém sobretudo ás affecções das pessoas louras, de caracter brando e tranquillo, das mulheres e das crianças. Uma judiciosa observação feita pelo Sr. Dr. Teste, e que verifiquei muitas vezes, é que, quanto mais desenvolvido éo cérebro, isto é, quanto mais volumosa é a cabeça, mais pode- rosa acção adquire a belladona, e é especialmente indicada qnando seus symptomas concordão além disso com os da mo- léstia. Este facto verifica-se sobretudo nas crianças. BRYONIA. — Modifica especialmente os systemas sarigui- neo e lymphatico; sua acção sobre os systemas nervoso e gástrico é secundaria. Os symptomas deste medicamento concordando com os da moléstia, convirá principalmente aos adultos do sexo mascu- lino, cuja constituição é secca, nervosa, magra, biliosa, ca- bellos e olhos negros, de côr morena, de natureza colérica, predispostos a inílammações membranosas. Applica-se sobretudo nas dores que muito se aggravão pelo movimento. CALCAREA CARBÔNICA. — Remédio enérgico de longa acção. Convém particularmente ás pessoas ou ás crianças doen- tias, fracas, esgotadas, atrophiadas, predispostas áscscrofulas, aos engorgitamentos ou suppuração das glândulas, ou amolle- cimento, desvio dos ossos e affecções rachiticas; emprega-se também com suecesso contra as affecções chronicas das muco- sas, por exemplo, na coryza; contra a ophthalmra escrofulosa, e fraqueza muscular; em alguns polypos da madre e do nariz; em algumas convulsões epilépticas nocturnas, sobretudo se o indivíduo é psorico ou se teve uma retrocesso de sarna, etc, etc. Porém se se quizer obter sempre um effeito certo e durável da calcaren é preciso alterna-la com sulphur, deixando í ou 5 dias de intervallo (segundo a antigüidade da moléstia) entre a dose da calcarei e a do sulphvr. DOS PRTXCIPAES MEDICAMENTOS LVII Considero estes dous medicamentos como a base essencial do tratamento da diethese escrofulosa, juntando a silicea, se ha necrose dos ossos outrajectosfistulosos, gadus, em lugar da silicea, nos tumores brancos do joelho. O máo humor, a tristeza, a disposição ao choro por qual- quer cousa, a disposição á anxiedade, á afflicção, e o medo pela narração de lugubres historias ou ao terror nocturno ; o des- espero, o temor de ficar doudo, de perder sua fortuna, de cahir doente, de morrer, com aversão ao trabalho ; a ausência de idéas, e a paralysia da memória; taes são os symptomas moraes que reclamão calcarea carbônica. CARBO YEGETABILIS.— Modifica ligeiramente o systema gástrico ; sua principal acção é sobre os órgãos genitaes. Este medicamento será principalmente indicado pelos symptomas seguintes: anxiedade, caracter irritavel com desejo de morrer, riso espasmodico, tendência a assustar-se com convulsões par- ciaes; abatimento, com vontade de dormir de manhã, depois do meio-dia ou ao anoitecer, acordar em sobresalto de noite com medo de espectros; tendência a resfriar-se, ou horripila- ções ou exhalação de calor freqüentes; magreza, ulceras fétidas sangrando facilmente; cephalalgia occupando sobretudo a arcada superciliar, as têmporas e o occiput; dôr e ardor dos olhos em conseqüência de fadiga destes órgãos; falta de ceru- men nos ouvidos ; sangue pelo nariz com freqüência de noite e de manhã, abaixando-se ou fazendo esforços; amargura de boca, arrotos amargos, falta de appetite; peso e pressão na cavidade do estômago depois de comer, com náuseas, dores fortes dos lados do peito, no baço e fígado ; expellir freqüente- mente ventosidades; affluencia de pensamentos lascivos e vo- luptuosos, com polluções; onanismo durante o somno ; regras fracas e pallidas; excoriações na vulva; corrimento amarellado ou esverdiado pela vagina ; rouquidão prolongada ou somente de manhã; tosse com escarros amarellos ou verdes; repug- nância para os alimentos gordos e o lacticinio; lentidão na mar- cha das idéas. CHAMOMILLA. — Obra sobre o systema gástrico no sentido da alteração da nutrição ou de seu enfraquecimento, e sobre o systema nervoso no sentido da exaltação e da mobilidade. Convém especialmente (quando a reunião dos symptomas o n LVIII PIIYSIONOMfA SYMPTOMATUÍA E MORAL exige) ás moléstias das mulheres e das crianças, particular- mente ás mulheres de parto e aos recém-nascidos. E' muito útil para combater os effeitos nocivos do café e dos narcóticos, assim como as conseqüências de uma violenta colora. CHINA.—Convém sobretudo (quando os symptomas o exi- gem) ás pessoas magras c hiliosas ou fatigadas por perdas de- bilitantes, emprega-se no caso de hydropesias passivas; em conseqüência de perdas de humor ou de grandes doenças agu- das , de diarrhéas em conseqüência de fraqueza ; de tutnefacção ou induração do fígado, do baço, etc, etc. Porém é sobretudo alternando com arsenicum que ella obra como por magia sobre as febres paludosas recentes ou chronicas, qualquer que seja o rythmo. Os symptomas moraes que lhe correspondem são : grande abatimento com apathia moral e physica, anxiedade, falta de coragem, descontentamento provindo de julgar-se desgraçado e qne cada um procura inquietar; arrehatamento excessivo com caracter timido e grande susceptibilidade pelo menor ruí- do ; temor nocturno (sobretudo de animaes); lentidão de idéas que no entretanto são abundantes, com formação de quantida- des de projectos, posto que haja grande repugnância para o trabalho. DULCAMARA. — Emprega-se sobretudo (sempre coníbr- mando-se á reunião dos symptomas) contra as affecções causa- das pelos resfriamentos; os darthros de diversas espécies, as erupções urticarias; o catarrho vesical; algumas paralysias. Dulcamara, alternada com sulphur e este ultimo seguido de hydrocotile asiática, offerece um poderoso meio para destruir a maior parte de dermotosis (moléstia depelle), continuando este tratamento durante alguns dias. O estado moral que junto aos outros symptomas permitte o emj)rego da dulcamara é o seguinte : agitação moral; impa- ciência; desejo de diversas cousas que se não as quer mais depois que as ha ; disposição para questionar a sangue-frio ; delirios nocturnos. HEPAR SULPHUR. — Consultando sempre a reunião dos symptomas, applicar-se-ha sobretudo este medicamento contra as conseqüências desagradáveis dos tratamentos mercuriaes; as erysipelas simples, phlegmonosas, as rhagadas, provindo DOS PRINCIPAES MEDICAMENTOS LVIX sobretudo do abuso do mercúrio; alinha; algumas erupções c darthros da face; o panaricio e o croup. Os symptomas mo- raes que reclamão igualmente hepar são : afflicções e apprehen- sões nocturnas que trazem a idéa do suicidio; máo humor, indifferença para os seus; fraqueza excessiva da memória; visões de manhã estando deitado ; arrebatamento podendo che- gar ao assassinato. HYOSCIAMUS.—Guiando-se sempre pela reunião dos symp- tomas, applicar-se-ha este medicamento contra as affecções causadas por um resfriamento, um susto; contra as convulsões, caimbras, symptomas hystericos, choréa, epilepsia ; superexci- laçào nervosa com insomnia; mania; vesania, raiva e certas alienações mentaes; inílammações do cérebro; convulsões c vômitos dos recém-nascidos ; tosse convulsiva; tosse dos velhos. Este medicamento convém principalmente ás affecções espasmo- dicas das mulheres grávidas e de parto, assim como ás affecções nervosas das crianças atacadas de vermes. Os symptomas moraes que também indicão este medicamento são : melancolia, medo, vontade de fugir do quarto e da cama de noite; temor de ser envenenado ou trahido ; irrisão, zelos ; furor com vontade de matar ou de ferir; estupidez com lamentações e gritos ; perda de conhecimento com delírios, accessos de convulsões epilép- ticas ; mania com perda de conhecimento; bobices e contorsões ridículas ; riso insensato; mania lasciva, demonomania. IPECACUANHA.— Este medicamento convém especialmente ás affecções das crianças e das pessoas louras de temperamento sensual; convém igualmente, quando os symptomas o reclamão, ás affecções causadas pelo abuso do chi nino, do toucinho e das carnes gordas, assim após uma indigestão ou um deboche. Espasmos, caimbras, convulsões, sobretudo nas crianças e pessoas hystericas. Hemorrhagia de sangue liquido e vermelho. Embaraço e febres gástricas ; hematemése, affecções gástricas, após indigestão, com vômitos e diarrhéa; tosse convulsiva; affecções asthmaticas; caimbras de peito, sobretudo as prove- nientes de vapores arsenicaes e de cobre. LACHES1S.—Modifica poderosamente todos os systemas or- gânicos elementares; o nervoso, o sangüíneo, o gástrico e o lymphatico. Medicamento que, sempre consultando a reunião de symp- tomas, convém ás affecções das pessoas fracas, magras e can- LX PUYS10N0MIA SYMPTOMATICA E MORAL sadas, predispostas á melancolia ouá cólera. Applica-se contra as conseqüências desagradáveis de um pezar, contra os soüri- mentos provocados pelo tempo quente, humido, o pelas mu- danças do tempo, de um temporal. E' essencial no trata- mento dos soffrimentos dos bêbados e dos causados pelo abuso do mercúrio. As indicações moraes que contribuem á escolha deste medi- camento são: anxiedade e necessidade imperiosa de procurar o ar livre ; abatimento moral e tristeza com temor da molés- tia ; disposição a affligir-se, a ver todas as cousas pelo peior lado, e a desgostar-se da vida. Ciúme excessivo ; indolência e horror para o trabalho de corpo ou de espirito ; temor, incer- teza, apathia, imbecilidade e fraqueza de memória tal que es- quece tudo, enganando-se sobre tudo, mesmo sobre as horas do dia e os dias da semana. Êxtase, exaltação chegando a chorar ou necessidade de fallar constantemente e rapidamente de assumptos incoherentes, sem nexo ou relação entre si. Des- confiança e suspeitas. LYCOPODIUM. — Tem uma acção electiva sobre as vias digestivas e os intestinos; obra igualmente sobre o systema muscular e as membranas synoviaes. Baseando-se sempre sobre a reunião dos symptomas, este medicamento administrar-se-ha contra as affecções das pessoas (sobretudo mulheres) de caracter pacifico e melancólico, de temperamento lymphatico, predispostas aos defluxos de cé- rebro, catarrhos pulmonares e outras affecções das mu- cosas. Os symptomas moraes aos quaes elle corresponde são : sus- ceptibilidade com choro e grande irritabilidade ; caracter sub- misso ou benevolo, ou teimoso ; humor melancólico com temor de sua salvação eterna; anxiedade e sentimento de afflicção inexplicável na região do epigastro ; disposição ao choro, prin- cipalmente á vista de outras pessoas; medo da solidão; impos- sibilidade de entregar-se a trabalhos intellectuaes ; aversão a fallar. Este medicamento tomado alternativamente com sul- phur, um dia um, outro dia outro, é um dos mais poderosos tratamentos a oppôr ás eólicas saturninas, que se desenvolvem nos obreiros quando envernizão suas peças. MEUCUMUS. — Modifica de uma maneira especial ossys- DOS PRINCIPAES MEDICAMENTOS LXI temas lymphatico e nervoso, sua acção attinge a todos os órgãos pertencentes a estes dous systemas. Convém, como o lycopodium, ás pessoas lymphaticas ou leuco- phlegmaticas, de constituição doentia, phlegmatica, predispos- tas aos suores e aos resfriamentos. Os symptomas moraes que correspondem a este medica- mento são: grande afílicção, inquietação,jactação com anxiedade interior excessiva, sobretudo de tarde e de noite, como se se tivessecommettido um crime; abatimento, indifferença; aversão para o trabalho e desgosto da vida ; facilidade a zangar-se e a encolerisar-se com grande susceptibilidade ; humor altercador, desconfiado e suspeitoso; morosidade e taciturnidade, gemi- dos, distracção, inadvertencia, inaptidão á meditação, fraqueza da memória e tendência a enganar-se fallando ; accessos de mania e de demência. NUX-VOMICA. — Este medicamento modifica especialmente o systema gástrico; os outros systemas orgânicos não são attingidos senão por sympathia com o systema gástrico. Ba- seando-se sempre sobre os symptomas mais salientes da moléstia, este medicamento administrar-se-ha sobretudo ás pessoas de temperamento vivo, sangüíneo e colérico, tendo os olhos e cabellos pretos, côr morena, amarellada ou muito co- rada, de constituição biliosa, secca, plethorica ou venosa muito pronunciada e predispostas ás hemorrhoidas, á hypocondria e á hysteria. Emprega-se sobretudo contra as affecções periódicas ou apresentando um typo intermittente. Este medicamento é próprio para combater os soffrimentos causados pelo abuso do café, do vinho e outras bebidas es- pirituosas, assim como as provenientes de vigílias prolongadas, de estudos forçados ou de uma vida sedentária. Os symptomas moraes que juntos aos outros sympto- mas exigem o emprego deste medicamento são : grande superexcitação com impressionabilidade excessiva de todos os órgãos ; hypocondria e tristeza, com inquietação, sobre o seu estado; mania de fallar a todos de sua moléstia com temor de morrer ; afílicção, temor e agitação excessiva, che- gando até á idéa do suicídio, e tendo isso lugar principalmente de noite na cama; exasperação, gritos, choros, e queixas com grande facilidade de assustar-se; humor lacrimoso ou colérico LXII FHYSIONONIA SYMPTOMATICA E MORAL com disposição a zangar-se, a criticar, a romper em injurias, ou caracter tímido e desconfiado com indecisão; necessidade de questionar e de dizer injurias; divagações e manias, com visões medonhas ou perda de conhecimento e delírios. PULSATILLA. — Obra em continente sobre os systemas sangüíneo e nervoso, depois sobre os systemas elementares orgânicos. Este medicamento, consultando sempre os symptomas, con- vém especialmente ao sexo feminino ou ás pessoas de caracter pacifico, brando ou melancólico, inclinadas á zombaria, ás visões ou ao choro, que qualquer cousa provoca; tendo a phy- sionomia benovola e meiga, côr pallida, olhos azues e cabellos castanhos, constituição lymphatica, e predispostas aos eorri- mentos mucosos, taes como : defluxões de cérebro, ílôres brancas. Os symptomas moraes que, juntos aos outros, reclamão o seu emprego, são : loucuratranquillae delírio calmo, com ar triste, frio ou espantado ; melancolia com tristeza, choros, inquietação excessiva sobre sua saúde e seus negócios ; afílicção terrível na região precordial com secreta inclinação ao suicídio; anxiedade vinda por accessos, com temor de morte súbita ou de ser acommettido de um ataque apopletico, com tremor convulsivo dos dedos; medo nocturno de fantasmas; desacoroçoamento, indecisão com mutísmo; posição sentado e mãos juntas sem se queixar de nada; rezas quasi continuas com receio de sua sal- vação eterna; humor caprichoso, hypocondriaco ou moroso, com grande susceptibilidade de caracter e repugnância para a con- versação ; aborrecimento e indifferença para tudo; estado de atordoamento, que faz com que não s*e sabe onde se está nem o que se quer fazer; divagações nocturnas; delírios com perda de conhecimento, visões assustadoras ou estupidez ; grande fra- queza da memória. PHOSPHORUS. — Obra especialmente sobre o systema glandular, sobre os ossos e os tecidos aponevroticos, modifica também profundamente a nutrição; é, coma calcarea carbônica, um dos poderosos reparadores das perdas do organismo. Deve ser consultado, tendo em attenção a reunião dos symptomas, contra as affecções das pessoas magras e delgadas, de constitui- ção phthisica, ou fraca e lymphatica, tendo os cabellos castanhos e os olhos azues, predispostas á vivacidade ou a uma exqui- DOS PRINCIPAES MEDICAMENTOS LXIII sita sensibilidade, cuja constituição tem sido arruinada lenta- mente por longas moléstias ou por outra qualquer causa debi- litante ; convém especialmente aos velhos. Os symptomas moraes próprios a este medicamento são : terrores e inquietações, sobretudo estando só de noite ou á vista de uma tempestade. Disposição ao temor, inquietação sobre o futuro, tristeza ou hypocondria; grande cólera com violência e assomo; repugnância para todo o trabalho ; estado de intelligencia como no somnambulismo; indifferença para todas as cousas, mesmo para seus pais e filhos. RHUS TOXICODENDRON.—Modifica especialmente os sys- temas lymphatico e nervoso e tem grande analogia com a bryonia. Uma observação muito singular, e que a experiência clinica confirma, é que a bryonia é própria para as dores rheumatismaes que se aggravão pelo movimento, seja do corpo ou da parte affectada, emquanto que o rhus toxicodendron applica-se espe- cialmente ás dores rheumatismaes que são alliviadas por este mesmo movimento. Os symptomas moraes que correspondem são: grande me- lancolia ou tristeza, com afílicção inexprimivel, sobretudo ao escurecer e de noite ; vontade irresistível de chorar e necessi- dade de estar só; grande agitação que faz com que não se possa estar por muito tempo no mesmo lugar, com medo de morrer; grande abatimento moral; inquietação por causa da familia, dos negócios e do futuro ; espécie de imbecilidade com ausência de idéas ou idéas confusas com visões e delírios. SULPHUR.—Corresponde a todas as espécies de lesões chro- nicas, seja dos grandes systemas orgânicos elementares, seja dos tecidos, órgãos ou das funcções e seus productos. Baseando-se sempre sobre a concordância dos symptomas, ad- ministra-se principalmente este medicamento contra as affec- ções das pessoas escrofulosas ou lymphaticas,predispostas ou ten- do contrahido affecções psoricas ou moléstias de pelle; ou ás pessoas bílíosas affectadas ou sendo predispostas ás hemorrhoidas ou a uma melancolia hypocondriaca, ou aos indivíduos leuco- phlegmaticos, fracos, esgotados, predispostos aos resfriamen- tos, aos suores, aos defluxos de cérebro ou ás blennorrhagias. Os symptomas moraes que juntos aos outros symptomas re- clamão o seu emprego são : grande tendência ao choro, com LXIV PHYsTOXOMIA SYMPTOMATICA E MORAL risos involuntários; lamentações e escrúpulos de consciência por insignificancias. AftTicção excessiva, de noite, com medo; caracter medroso, máo humor com tendência a tudo criticar e repugnância para a conversação; agastamento e arrebatamento por pouca cousa; grande fraqueza de memória para os nomes próprios, e difíiculdade de compre,liender e de responder certo ás questões; grande afíluencia de idéas com predisposição aos delírios "religiosos e philosophicos; delírios com agitação das mãos; idéas fixas; erro sobre a natureza dos objectos que se vê, desejo de ter todas ascousas em abundância. SEPIA.— Medicamento que, tendo em consideração os ou- tros symptomas, se applicará sobretudo contra as moléstias do sexo feminino, particularmente nas mulheres de pelle fina, delicada, sensível, de fraca constituição, sobretudo levadas ac erotismo ou enervadas pelos abusos do amor. Os symptomas moraes que correspondem a este medicamento são: grande tristeza com abatimento e choro; melancolia, afílic- ção e temor, com calor fugaz; predisposição aos delírios, com inquietação continua sobre sua saúde; disposição a assustar- se, com delírios, abatimento e indifferença- para todas as cou- sas; repugnância em oecupar-se de seus negócios; susceptibi- lidade e humor impertinente com cólera e arrebatamento; ina- ptidão para os trabalhos de espirito com fraqueza de memória. SILICEA.— Medicamento considerado inerte pela medicina chamada official, porém cujos effeitos sorprehendedores ahi estão para dar-lhe um brilhante desmentido. Convém especialmente, sempre consultando os symptomas, aos indivíduos escrofulosos ou lymphaticos, predispostos ás af- fecções dos ossos, aos abeessos com trajectos fistulosos, assim como ás ulcerações de qualquer natureza. Os effeitos moraes que a ella correspondem são em geral: nostalgia, anxiedade complicada de agitação, concentração do espirito com inquietação e máo humor; disposição de ter sobre- saltos ou assustar-se com qualquer ruido; desanimo com hu- mor moroso e desgosto da vida; obstinação e irritabilidade. Apathia em matéria de interesse; fraqueza de memória com impossibilidade de reílectir, idéas lixas; não se pensa senão em alfinetes, vê-os, procura-os e os acha por toda a parle, lendo receio delles. Este ultimo symptoma, por mais inverosimilhanfe que pa- DOS PRINCIPAES MEDICAMENTOS LXV reça, é quasi característico de todos os produzidos sobre o moral pela silicea. VERATRUM.—Este medicamento, que pelos seus effeitos pa- thogeneticos corresponde ao Arsênico e á Nux-vomica, convém aos jovens, ás crianças e ás mulheres, geralmente ás pes- soas de temperamento sangüíneo ou sanguineo-nervoso, de caracter alegre, de humor movei, não enfraquecidas pelo tem- po, pelos excessos ou pela abstinência. Os symptomas moraes são : agitação e necessidade de oc- cupar-se ; sagacidade; riso immoderado; exaltação das faculda- des affectivas; diminuição das faculdades intellectuaes ; arre- batamento, melancolia branda e tranquilla com choro; gemi- dos dormindo; perturbação da consciência; lembrança penivel, sobretudo de manhã na cama, faltas que se commettêrão na vida e do que dellas resultou; taciturnidade, timidez, desfal- lecimento, syncope; delírio calmo com cara alegre; alienação com divagações risíveis, ou terror pannico com vontade de fugir; alienação erótica ou religiosa,principiando por accessos; agitação excessiva com necessidade de movimento; disposição a assustar-se; disposição ao mutísmo. TEMPERAMENTOS Damos em seguida o quadro dos medicamentos que a expe- riência consagrou ás diversas condições de temperamento, de idade, de sexo, de caracter, etc, etc Temperainento lympliatico. — Este tempera- mento é caracterisado pela abundância dos humores, com ex- pansão do tecido cellular : o corpo toma uma repleção muito pronunciada, e se faz notar pelas fôrmas arredondadas, molleza das carnes, côr loura dos cabellos, alvura e pallidez da pelle, e também pela falta de expressão do rosto e dos olhos. Neste temperamento a circulação é lenta, o espirito sem vi- vacidade, as paixões sem energia. Os medicamentos que lhe convém são : merc-v. sulf. puls. china, ars. nitr.-ac bell. phosph. secai, lyc carb.-veg. ara. silic natr.-m. Estes são os principaes ; mas nem por isso se excluem outros que possão convir, segundo a natureza da mo- léstia de que possão esses indivíduos ser affectados. Temperamento sangüíneo. — Se manifesta pelo predomínio do sangue, cuja circulação é mais activa : pela coloração e animação da face, Gom olhos brilhantes, de uma côr antes azulada que escura : cabellos castanhos ou negros : as fôrmas corporaes são mais firmes do que no temperamento lymphatico : o espirito e o corpo são cheios de actividade. Este temperamento entra nosatlributosda mocidade. Os medicamentos que lhe são mais aproveitados são : acon. arn. bell. calc-c ferr. hepar. sulf. nux.-vom. bryon. lach. phosph. pulsat. angélica, etc, etc Temperamento bilioso. — Se reconhece pela colo- ração dos olhos, do rosto e da pelle, que são de uma côr mais ou menos carregada, de um moreno amarellado: os cabellos são negros e untuosos : as carnes são firmes e seccas: o espirito é TEMPERAMEiNTOS LXVII pertinaz, teimoso, enérgico, e os traços physionomícos expri- mem grande força de caracter, e paixões violentas. Os medicamentos que lhe são mais favoráveis são : acon. bry. nux.-vom. cham. coce ars. sulf. plat. lach. mer.-v., etc. Temperamento melancólico. —É uma combina- ção dos temperamentos bilioso e lymphatico. Nesta espécie ha uma menor actividade dos systemas nervoso e muscular; o espirito é disposto á melancolia e á tristeza: os órgãos da digestão funecionão mal ; o estômago e os intestinos são indo- lentes. Os medicamentos que lhe são próprios são : nux.-vom. lach. sulf. aur. merc-v. verat. stann. ars. bryon. sep. puls. graph. Tesnperamento nervoso. —B,econhece-se pela de- licadeza dos traços physionomícos, pela fôrma delgada dos membros, delicadeza da pelle, pallidez da face, impressionabi- lidade excessiva e infinitamente variáveis das sensações, prom- ptidão e diversidade das vontades e "dos desejos. Eis-ahi a predominância absoluta do systema nervoso. Seus medicamentos são: acon. bell. bar.-c bryon. ign. cham. nux.-vom. lach. puls. phos. coce valer, stann. plat. cupr., etc, etc Tesstperasnento mixto. —O temperamento venoso- lymphatico reclama merc-v. hep. bry. sep. O temperamento arterio-venoso, nux.-vom. phos. phosp.-ac. Constituição iraca ou esfalfada: ars.sulf. cal.-c chin. merc-v. nitr.-ac natr.-m. nux.-vom. cale, etc, etc. Constituição secca e sai agra: nux.-vom. bry. silic. nitr.-ac. lach., etc, etc Constituição pletorica ou repleta : acon. aur. fer. hyos. puls. bell. bry. cal.-c. carb.-veg. lyc natr.-m. phos. caps. sulf. Caracter irritavel : bry. nux.-vom. cham. coce. croc. calc-c plat. puls. sep. valer. Mulheres grávidas : bell. cham. coce. croc. puls. sep., etc, etc, IIullieres de parto : bell. cham. puls. rhus. secai. sep., etc Pessoas moças : acon. bell. bry. lach., etc—Pessoas LXVIII TEMPERAMENTOS moças enfraquecidas por crescimento muito rápido : phos.-ac —Velhos: aur. bar.-c,ou ars. op. chin. secai, etc, etc As observações têm demonstrado que: A puls. é preservativo do.......Sarampo. A bell., e o mer.-v da....... Escarlatina. O acon .da................... Miliar purpurea. A thuy. e a vacc. das......... Bexigas. A dros. e a puls. da........•.. Coqueluche. 0 lyc. e o phos. do............ Croup. 0 vcratr., ocupr., o ars., a flor do enxofre e a camph. do Cko- lera-morbus. O carb.-veg., olach., o arg.-nit. eo ars. da Febreamarella. 0 rhus. e o ars. podem preservar da Febre typhoide ; mas quando esta moléstia reveste a fôrma abdominal em uma epi- demia se lhe ajuntao phos. A ipec. e o phos. devem ser tomados em consideração na prophylaxia da Dysenteria (jactos de sangue). A ipec. e o ars. nas epidemias pútridas. O ars. e o merc.-cor. devem ser tomados pelos indivíduos que habitem lugares pantanosos. No curso da epidemia de Febres exanthematicas, que tanto dizimão a infância, se dará como preservativos acon. ou puls. ; um dos dous alternado, em caso de necessidade, com sulf. Quantas Febres traumáticas, e accidentes graves têm sido combatidos por meio da arn. em casos de quedas, pancadas, feridas e outras lesões mecânicas ! CACTUS GRANDIFLORUS MEDICAMENTO ULTIMAMENTE DESCOBERTO, PARA MOLÉSTIAS DO CORAÇÃO, PNEUMONIAS, ETC, ETC. Estava reservada á homoeopathia a ventura de descobrir as maravilhosas propriedades medicinaes do cactus grandiflorus, vulgarmente cactus vanil/m, cactus de flor cheirosa, fornecendo assim á sciencia medica um seguro, meio para a prompta cura das moléstias inflammatorias sem precisão de recorrer ás emissões sangüíneas. Este vegetal é mui notável por sua belleza e pelo suave cheiro de suas flores, flores que parecem temer a luz, porque só se abrem ao cahir da noite, murchão ao correr desta e fechão- se e morrem ao despertar da aurora. A natureza, no cuidado que empregou de occulta-las ao sol e ás vistas do homem, assemelhando-se ao avaro que esconde seus thesouros, como que quiz inculcar ser este vegetal uma preciosidade muito importante para a humanidade. Os caracteres particulares deste cactus consistem não só em desenvolver sua acção especifica sobre o coração e os vasos sangüíneos, pela resolução das congestões e cura das irritações, mas ainda não debilitando como faz o aconitum, sobre o qual tem preferencia em todos os casos inflammatorios, sobretudo em lymphaticos e nervosos. Não sei, diz o Dr. Rucco Robini, seu experimentador, que alguém, quer na antigüidade, quer na presente época, tenha interrogado a natureza para delia conseguir a revelação dos segredos que se occultão nesta planta. Fallando da sua experi- mentação, diz : « A pathogenesia que entrego á publicidade não é mais do que um esboço do que pôde fornecer este vegetal ensaiado sobre LXX CACTUS GRANDIFLORUS o homem são. Quando eu c minha mulher vimos a acção pode- rosa desta substancia sobre o coração e os vasos,- a ponto de aterrar-nos e fazer-nos chorar, faltou-nos a coragem para proseguir nas experimentações. Espero que ânimos mais fortes completem nosso trabalho. » rATHOGE^ESIA DO CACTUS GRANDIFLOBUS CLINICA O cactus grandiflorus é um remédio especifico nas moléstias do coração, e sua acção é prompta. Póde-se nestas moléstias considera-lo como um agente soberano a que nenhum outro iguala. A dose de 1 a 10 gottas da tintura mãí misturado com um pouco d'agua (2 onças ) e bebida em pequenas quantidades pelo correr do dia (de 4 em 4 ou de 6 em 6 horas) ; este remédio pôde, mesmo nas moléstias orgânicas incuráveis, fazer cessar completamente, calmar de prompto os soffrimentos peniveis. A mesma moléstia, no estado agudo, será promptamente curada com a mesma dose sem necessitar de outro medicamento. Da mesma maneira,nas moléstias nervosas do coração alguns glóbulos da 6a,da 30a e da 100a dynamisação serão promptamente eflicazes. Póde-se obrar assim com segurança nas moléstias se- guintes : Congestões sangüíneas. — Nas pessoas de um temperamento plethorico ;—resfriamento com suppressão de suor ; — inflammações diversas; —rheumatismo com inchação dolorosa das partes;—febres catarrhaes; —febre rheumatismal simples ; —inflammatorias e gástricas ;— Congestões cerebraes, cephalalgia, por congestão sangüínea ou rheumatismal ; — dôr pulsativae gravativa na cabeça, dôr de repuxamento novertex; — Apoplexia sangüínea ; {— Epistaxis\ abundante ; — corysa secca ou fluente; — ophtalmia aguda, rheumatismal ; — otite rheumatismal; — rheumatismo do coração ; —rheumatismo do peito; —Stenocardite ;—hypertrophia do coração ; —aneurisma do coração e dos grossos troncos arteriaes; — cardite aguda e chronica ; — palpitações do coração ; — orgânicas e nervosas; — hepatisação pulmonar ;— Congestão do peito ; — bronchitis, CACTUS GRANDTFLORUP LXXI pleurizia, peripneumonia; —hemoptysia;— pneumorrhagia; —asthma por congestão s — oppressão chronica da respiração ; —tosse catarrhal; — tuberculos no Io gráo; — náuseas, inappetencia; hcmatemese; — hepatite; — constipação com hemorrhoidas; —hemorrhoidas fluentes; — menstruação dolo- rosa; — hematuria; — stranguria; — paralysia da bexiga; —darthro crustoso, secco nos maleolos e nos cotovelos. MORAL Hypochondria e tristeza invencível. Hypochrondria profunda ao ponto de não dar uma palavra. Taciturnidade profunda; nenhuma resposta ás perguntas. Tristeza, taciturnidade e necessidade irresistível de chorar. Grande temor de morte; crença de incurabilidade da mo- léstia . Amor da solidão. Desejo de fugir dos que pretendem dar consolo. Irritabilidade extraordinária; a menor contrariedade desafia a cólera. CABEÇA Vertigem por congestão da cabeça. Pallidez e magreza do rosto. Face animada, rubra, com dôr pulsativa na cabeça. Forte calor da cabeça, e animação da face, como se estivesse em frente de um grande fogo, o que causa delírio e extrema angustia. Sensação de vasio na cabeça. Grande peso, doloroso, insupportavelna cabeça, por congestão. Dôr gravativa na cabeça como por um grande peso sobre o vertex. Dôr de cabeça com abatimento e preguiça. Dôr excessiva na cabeça, produzindo angustia tal, que não permitte ficar no leito. Dôr pulsativa com sensação de um peso na metade direita da cabeça, todo o dia e noite, a ponto de fazer gritar. Mui forte dôr no lado direito da cabeça, que augmenta muito ao suspendê-la do travesseiro. Grande peso doloroso na metade direita da cabeça, que augmenta ouvindo fallar, e pela impressão da luz viva. LXXII CACTUS GRANDIFLORUS Dôr derepuxamento no vertex,que se manifesta todos os dous dias. Dôr gravativa como por um peso do vertex, que diminuo pela pressão. Sensação de um peso sobre o vertex, com dôr surda que, augmenta ouvindo fallar, ou por qualquer outro ruído. Dôr gravativa na fronte, dia e noite, durante dous dias se- guidos. Dôr gravativa na fronte que augmenta pela claridade da luz viva, e pelo som de uma voz forte. Dôr pulsativa nas fontes que torna-se insupportavel durante a noite. Sensação de uma forte pressão na fonte direita e orbita cor- respondente e que diminue comprimindo. Pulsação continua e fatigante nas fontes e ouvidos. Pulsações tão fortes nas fontes que parece que o craneo vai estalar. Dôr de repuxamento no occiput, que augmenta pelo movi- mento da cabeça. Repuxamento doloroso no envoltório aponevrotrio do occiput, que diminue pela inclinação da cabeça para a direita. ÓRGÃOS DOS SENTIDOS Cegueira momentânea. Perda de vista; círculos de luz vermelha ante os olhos obs- curecendo a vista. Obscurecimento da vista Fraqueza da vista durante muitos dias seguidos ; os objectos parecem obscurecidos. Corysa secca mui incommoda; á noite, só se pôde respirar com a boca aberta. Corysa fluente e mui acre, a ponto de ulcerar as ventas. Epistaxis abundante que cessa promptamente. Pulsação nos ouvidos dia e noite. Ruido nos ouvidos semelhante ao de água corrente durante toda uma noite. Diminuição do ouvido por uma zoada ; só pôde ouvir-se a voz forte. Otite mui dolorosa era conseqüência de suor supprimido. Curado em quatro dias. CACTUS GRANDIFLORUS LXXI1I ESOPHAGO, ESTÔMAGO E VENTRE Difíiculdade de engolir; é presiso beber uma grande quanti- dade d'agua para que ella possa chegar ao estômago. Aperto da garganta que excita a engolir repetidas vezes a saliva. Máo hálito pela manhã Náuseas pela manhã e durante todo um dia. Ácido ardente no estômago que sobe á garganta e á boca. Forte sede que obriga a beber muita água. Sensação de forte comichão no estômago que se estende aos hypocondrios e embaraça a respiração. Forte pulsação no estômago, e que é ás vezes continua. Pulsação forte da artéria cceliaca, depois do jantar e por tempo de 3 horas correspondendo á pulsação semelhante da artéria temporal direita. Peso no estômago durante muitos dias. Inappetencia e perda de gosto dos alimentos, que desapparece depois de algumas horas. Completa inappetencia. Inappetencia e náuseas durante muitos dias. E' com grande custo que se pôde engolir alguns bocados. Muito appetite, porém lenta e difficil a digestão. Arrotos com gosto de alimento, mesmo 8 ou 10 horas depois de haver comido. Má digestão ; todos os alimentos causão grande peso e sof- frimentos taes que o experimentador quizera antes estar em jejum. Vomito considerável de sangue. Gastro-enterite mui grave, curada em cinco dias. Hepatite chronica curada promptamente. Evacuações precedidas de borborygmos no baixo ventre. Sensação mui desagradável no baixo ventre, parecendo nelle existir uma cobra que se revolve. Fortíssimas dores no baixo ventre. Dores vagas na região umbilical, que cessão e voltão periodi- camente. Calor insupportavel no ventre. Sensação de queimadura interiormente. Ao tocar-se o ventre, sente-se que o calor de suas paredes é j LXXIV CACTUS GRANDIFLORUS muito mais pronunciado do que o de outra qualquer parte do corpo. Constipação durante os primeiros seis dias. Constipação como por uma congestão hemorrhoidana. Pouco tempo depois da tomada do medicamento, evacuação de matérias duras c negras, em um homem constipido ; no dia seguinte evacuações bílíosas. Diarrhéa biliosa, quatro, cinco evacuações por dia, sempre precedidas de dores. Diarrhéa mui liquida pela manhã, precedida de fortes dores ; oito dejecções das 6 horas da manhã ao meio-dia, cessando a essa hora. Diarrhéa aquosa mui abundante de cada vez ; dez dejecções durante a manhã, precedidas sempre de dores e borborygmos. Diarrhéa mucosa, precedida de dores como por arranca- mento. Sensação de forte pressão no ânus; parece que uma larga dejecção vai operar-se, porém o resultado é nullo. ínchação dolorosa de varieis fora do ânus. Forte prurido no ânus que obriga o paciente a cossar-se. Picadas no ânus, como por alfinetes, mas que desapparecem pela fricção. Abundante hemorrhagia anal que cessa promptamente. BEXIGA Aperto no collo da bexiga, que se oppõe á sabida da ourina mas que cede ao esforço. Desejo de ourinar, e depois de algum tempo de esforços inú- teis consegue o paciente o verter copiosa quantidade de ourina. Insupportavel excitação daurethra como se se devesse expul- sar continuamente ourina. Ardor insupportavel da urethra. Ourina gotta a gotta com muito ardor. Emissão de ourinas durante o somno. Augmento de ourinas, necessidade freqüente de vertê-las. sempre abundantemente. Ourinas vermelhas, turvas e abundantes. Deposito rubro das ourinas. Hematuria extraordinária causada por urna congestão he- morrhoidal na bexiga, retenção de ourina e paralysia da bexiga ; CACTUS GRANDIFLORUS LXXV a catheter rompe com difficuldade os coágulos que atravessão difficilmente o instrumento para sahir com ourina. O doente que tenha ensaiado em vão todos os recursos da erte durante quarenta e sete dias cura-se completamente em poucos dias. Sensaçlo de aperto doloroso nas verilhas, que se estende con- forneando a bacia. UTERO Sensação de pressão dolorosa na região uterina, que sobe pouco a pouco até o estômago. Dôr no utero e nos seus ligamentos, voltando periodicamente cada tarde e crescendo progressivamente por algumas horas até chegar a ser mui forte, depois cessa inteiramente até o dia se- guinte. Dôr pulsativa no utero e nos ov.irios como se houvesse um tumor em suppuração ; a dôr estende-se até ás coxas e torna-se insupportavel. Menstruação mui dolorosa e acampanhada de grande pros- tração, que força a ficar de cama três dias. Menstruação tão violentamente dolorosa que faz gritar e chorar. A menstruação ordinariamente precedida de dores assaz furtes effetua-se sem dores e abundantemente. Menstruação que se anlicipa oito dias em uma senhora affeita ao retarde delia. Menstruação fraca, que cessa ficando no leito. Escorrimento de um sangue negro como o alcatrão, algumas vezes abundante. Os lochios, suspensos por dez dias, reapparecem desde o primeiro dia da administração do medicamento. PEITO Sensação de aperto na garganta que impede fallar livre- mente, sendo a voz pelo esforço fraca e rouca. Aperto no alto do peito embaraçando a respiração. Sensação de forte pressão no meio do sternon ; aperto com oppressão que se aggrava pelo movimento. Aperto de peito como por uma ligadura. Sensação de aperto doloroso abaixo do peito com embaraço LXXVI CACTUS GRANDIFLORUS da respiração, como se uma corda apertasse fortemente as falsas costellas. Sensação como se alguém abraçasse fortemente o peito ; o pa- ciente na perturbação de sua imaginação grita que o deixem. Sensação de forte oppressão nas espaduas embaraçando os movimentos. Dores agudas vagas no peito impedindo o movimento das espaduas. Sensação de repuxamento nos músculos do lado esquerdo do peito, que se estende até a articulação da espadua e embaraça a respiração e a liberdade dos movimentos do braço. Dôr na mama esquerda, augmentada pelo toque e diminuída levantando-a. Sensação na região cardíaca como se um réptil se enroscasse no interior; mais sensível durante o dia do que á noite. Sensação de pressão no coração, como se uma mão de ferro impedisse seus movimentos habituaes. Dôr gravativa obscura na região do coração, que augmenta pela pressão. Dôr como de punhada no coração, que embaraça a respiração e os movimentos do tronco. Dôr mui aguda e pontada tão violenta no coração que impede a respiração, provocando lagrimas e gritos. Oppressão na região subclavia esquerda, como se um peso considerável impedisse a livre dilatação do thorax. Oppressão prolongada com anxiedade. Accesso de suffocação perigosa com desfallecimento, suor frio no rosto e perda do pulso. Anxiedade, que se manifesta muitas noites. Asthma por congestão, que se acalma promptamente. Palpitações de coração dia e noite, mais fortes pela marcha, assim como deitando-se do lado esquerdo. Batimentos nervosos do coração, que augmentão desmedida- mente nas épocas menstruaes. Batimentos nervosos do coração provindo de uma afílicção moral profunda, se calmãoimmediatamente. Batimentos da mesma natureza, causados desde muitos an- nos por um amor desgraçado, forão promptamente acalmados. Batimentos ehronicosdo coração em um menino de 12 annos CACTUS GRANDIFLORUS LXXVH forão quasi completamente curados, depois de se mostrarem inefficazes todos os meios antes empregados. Cardite aguda com ligeira cyanose da face, oppressão, tos- se secca, dôr pungente no coração, impossibilidade de estar deitado sobre o lado esquerdo, pulso accelerado, vibrante, ele- vado e duro. Cura em i dias. Cardite chronica com face edematosa, um pouco cyanotica, suffocação, dôr obtusa, continua no coração, hydropericardio, hydrothorax, ascite, edema das mãos, das pernas e dos pés; impossibilidade de deitar-se, de fallar e de beber; mãos epés frios ; pulso intermittente. Cura em 15 dias. Cardite rheumatismal com forte tosse secca e violenta, cura- da em 4 dias. Hypertrophia do coração datando de três annos. O doente achava-se sem pulso, completamente abatido, triste, não poden- do nem fallar, nem ficar deitado, sem somno durante 15 dias, estonteado; pés inchados. Obtém calma rápida, deita-se e dor- me tranquillamente 12 horas. Congestão do peito que impede deitar-se. Bronchite que se cura promptamente. Bronchite chronica com rale mucoso, sujeita a aggravar-se pelo frio até produzir forte suffocação com anxiedade ; o estado agudo se calma e cessa promptamente. Bronchite chronica de muitos annos, com rale mucuso noite c dia, oppressão subindo escada, impossibilidade de deitar-se horizontalmente; cura prompta. Muitas pleurizias curadas em 2 e 4 dias. Em poucos dias resolução de um pulmão hepatisado. Cura em 4 dias de uma pneumonia mui grave com forte oppressão, dôr pungitiva, aguda, tosse violenta, expectoração sanguino- lenta, pulso duro, vibrante de 120 pulsações. Prompta cessação de uma hemoptisia. Unia pneumorrhagia, que se reproduzia todas as 4, 6, 7 e 8 horas com tosse violenta, fazendo expectorar de cada vez grande cópia de sangue, se acalma subitamente e cura-se de todo em 4 dias. Tosse teimosa, stertorosa, mais forte á noite. Tosse catarrhal com abundante expectoração viscosa. Tosse violenta com abundante expectoração mucosa. LXXVI1I CACTUS GRANDIFLORUS Tosse com expectoração compacta como amido cozido, mui amarello. Tosse secca por picadas na garganta. Tosse secca produzida por comiehão no larynx. MEMBROS SUPERIOBES E INFERIORES Formigação e peso nos braços, que se não podem levantar fa- cilmente ; mais pronunciado do lado esquerdo. Darthro crustoso, secco, aos lados externos dos cotovellos, sem prurido, largo de uma pollegada e meia, e assim também nos malleolos. Prurido nos malleolos. Forte prurido nas partes inferiores das pernas. Edema das pernas até os joelhos, a pelle é luzidia, o o dedo comprimindo deixa por longo espaço signal do depressão. Edema dos pés. Inquietação das pernas, não se pôde estar tranquillamente as- sentado. SYMPTOMAS GERAES Fraqueza geral com tristeza e máo humor. Fraqueza geral que não permitte fallar. Grande fraqueza durante muitos dias seguidos sem animo para dar um passo. Abatimento de todo o corpo a não poder-se ter de pé. Prostração tão completa que força a ficar deitado. SOMNO Insomnia senisofftimenlo, ou por efleito de pulsação arterial na boca do estômago ou no ouvido direito. Insomnia durante 48 horas com batimentos nos dous ou- vidos. Somno curto, desperto em sobresalto nos primeiros dias d'ex- perimentação. Somno dormindo, eao despertar diz-se cousassem nexo. Ligeiro delírio durante a noite, que cessa ao despertar e re- começa mal se adormece. CACTUS GRANDIFLORUS LXXIX FEBRE Grande frio á noite durante meia hora. Krio geral de fazer bater os dentes durante 3 horas. Calor ardente com angustia e agitação. A febre succede a um frio de 3 horas e dura perto de 20. Calor ardente pelo correr da noite, com forte dôr de cabeça, grande angustia e impossibilidade de ficar deitado. Suor abundante que succede ao calor. Febre ligeira com dôr de cabeça, que sobrevem depois de um frio de curta duração, terminando por ligeiro suor. Febre intermittente quotidiana, que volta á mesma hora durante muitos dias seguidos. Prompta cura de uma febre intermittente quotidiana, que não tenha cedido ao sulfato de quinina. ÇZ^~ 03 PROPRIETÁRIOS da Botica Central Homoeopathica, á rua de S. José n. 59, mandarão buscar especialmente este medicamento do lugar onde forão feitas as experiências puras; por isso garantem esta substancia, e a apresentão ao respeitá- vel publico e a seus numerosos freguezes, MATÉRIA MEDICA HOMOEOPATHICA DURAÇÃO DA ACÇÃO DOS MEDICAMENTOS E SEUS ANTÍDOTOS MEDICAMENTOS ACONITUM NAPELLUS Acon.—Aconito napello — Hahnemann.—Doses usadas : 3, 24, 30.—Duração da acção: 8, 16,24, 48horas, conforme os casos. Antídotos : Acet. vinum. par.? Emprega-se como antídoto de cham. coff. nux. vom. petroleum, sulf. sep. verat. Comparai com: Agar. anac. ant.-crud. arn. ars.asar. bell. bry. cann. canth. caus. cham. coíf. cole. dros. dulc. graph. hep. hyos. ipec. merc. nitr-ac. nux-vom op. phosph. plat. puls. rut. sabin. sep. spig. spong. stram. sulf. verat. E' sobre tudo depois de arn. e sulf. que o acon. se acha ás vezes indicado como remédio intermediário. Depois do acon., quer se te- nha dado no principio, quer no meio do tratamento, se achará muitas vezes conveniente: arn. ars. bell. bry. cann. ipec. spong. sulf. etc., etc. AGARICUS MUSCARIUS Agar.—Agarico.—Hahnemann.—Dose usada: 30.— Duraeàn da acção: até 40 dias em algumas moléstias chronicas. Antídotos : Camph. coff. puls. vinum. Comparai com : Acon. bell. coff. graph. phos. pulsai HOMOEOPATHICA LXXXI AGNUS CASTUS Agn.—Agno-casto.—Archivos de Staps.—Dose usada : 30a— Duração da acção : 8 a 15 dias em alguns casos. Antídoto: camph. Comparai com : bov. emir. nat.-m. nitr-ac. cleand. plc. . .,-- len. sep. ALUMINA Alum.—Aluminia.—Hahnemann.—Dose usada : 30*—Dura- ção da acção : mais de 40 dias em alguns casos. Comparai com : ars. bar. bell. cale. cham. ign. ipec. lach. led. magn. merc. nux-vom. phos. plumb. rhus. sil. sulf.— E' sobretudo depois de bry. lach. e sulf. que este medicamento convém ás vezes de preferencia, emquanto que depois do alu- mina a bry. é muitas vezes de grande utilidade, quando é in- dicada. AMBRA GREÍSEA Amb.—Âmbar.—Hahnemann.—Dose usada : 30a—Duração da acção : até 40 dias, em alguns casos de moléstias chronicas. Comparai com : cale. cham. graph. lyc. nux-vom. phos. puls. sabad. sep. staph. verat. verb. AMMONIACUM Ammoniaco.—Gomma ammoniaca. AMMONIUM MURTATICUM Amm-mur.—Clorydrato de ammonia.—Hahnemann.—Dose usada : 30a—Duração da acção: até 7 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antídotos : camph. hep? Comparai com: amm. arn. ars. bell. bry. chin. fer. graph. hep. kal. laur. lyc. mang. merc. n.-vom. phos. puls. rhus. sil. sulf. ANACARDIUM ORIENTALE Anac—Anacardo.—Hahnemann—Dose usada: 30a—Duração da acção : até 30 dias, em alguns casos de affecções chronicas. Antídotos: camph. n. jugl. ? Comparai com : acon. ars. cale. oleand. K L\XT" MVTKRIA MEDICA ANGliSTUKA Any. Angu*tiira verdadeira (casca de Bomplandia Lrifolia- la).—Hahnemann.—Dose usada: 30a.—Duração daacçf j: até 4 dias algumas vezes. Comparai com : canth. coíf. bruc. carb.-ani. plat. X. B. Os symptomas postos entre parentheses são considera- dos, por alguns, como pertencentes a Angustura falsa. AXTIMOXIUMCRUDUM Ant.-crud.—Antimonio crú.—Hahnemann.- Doses usadas : 12% 30a.—Duração dr. acção: até 4 semanas, e mesmo mais tempo nas moléstias chronicas. Antidotos : hep. merc. Comparai com: acon. ars. asa. cham. coff. hep. ipec. merc. n.-vom. puls. sep. sulf. São sobretudo puls. e merc. que depois de antimonio convém algumas vezes, sendo indicados. ARNÍCA MONTANA Arn.—Arnica das montanhas.—Hahnemann.—Doses usadas: 0, 6a, 12% 30a.—Duração da acção: até 12 dias, em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos: camph. ign. Emprega-se como antídoto de: amm. chin. cie. fer. ipec. sen:g. O vinho nu grava os soffri- mentos. Comparai com : acon. amm. ars. bell. bry. cann. caps. cham- cic. cin. coloc. euphras. fer. hep. ign. ipec. merc.-natr. n.- vom. puls. rhus. rut. samb. sabin. soneg. staph. sulf.-ac. ve. rat. E; sobretudo depois de acon. ipec. vetai, que a arnica será de grande utilidade, se fôr indicada. Depois de arnica convém ás vezes acon. ipec. rhus. sulf.-ac. AHSKMCSM ÁLBUM Ars.—Arsênico.— Hahnemann. -Doses usadas ; .iO% íi)". Duração da acção : 36 a 40 dias em algumas affecções chroni- cas. Antidotos: chin. fer. hep. n.-vom. sambs. Contra o enve- nenamento por grandes doses : o oxy.-hydrate de ferro, ou uma solueíio de figado de enxofre, leite em abundância, carbo HOjMOEOrATUICA LXXXI1I carbonato oe potassa misturado com azeite, a água de sabão. Emprega-se o arsênico, como antídoto de : carb.-veg. chin. graph. ipec. lach. veratr. Comparai com : acon. arn. bell. bry. cale. carb.-veg. cuain. chin. coff. dulc. ferr. graph. bell. hep. iod. lach. lyc. merc. natr.-m. n.-vom. phos. puls. rhus. samb. sep. sulf. veratr. E' sobretudo depois de acon. arn. bell. chin. ipec. lach. ve- ratr. que o arsênico faz bem quando é indicado. Depois de arsênico, se achará ás vezes conveniente : chin, ipec. n.-vom. sulf. veratr. ASARUM EUROPOEUM Asar. Asaro europeu.—Hahnemann.—Doses usadas: 12a, 15a.—Duração da acção : até 15 dias em alguns casos de molés- tias chronicas. Antidotos: camph, acetum. Comparai com: acon. hep. pulsat. sep. stram. AURUM Aur.—Ouro metallico.—Hahnemann.—Doses usadas 3a, 9a, 12% 30a.—Duração da acção : até 40 dias em alguns casos. Antidotos: bell. chin. cupr. merc. Emprega-se como antí- doto de : merc. spíg. Comparai com: asa. bell. chin. cupr. merc. nitr.-ac. puls. spig. E' sobretudo indicado depois do uso de : bell. chin. puls. que o ouro convém de preferencia, se é todavia indi- cado .ETHUSA CYNAPIUM iEth.—Cicuta dos jardins.—Hartl. e Trinks.—Medicamento ainda mui pouco conhecido. ALOE GUMMI _\1.— Azevre.—Medicamento pouco conhecido.— Gummi- aloe, aloe-aloès.—Gazeta Hom. XX. AMMONIUM CARBONICUM Amm.—Carbonato de ammonia.— Hahnemann.— Dose usa- da : 30a.—Duração da acção: nté 40 dias em alguns casos de moléstias chronicas. LXXAIV MATÉRIA MEDICA Antidotos : arn. camph. hep. Comparai com: amm.-mur. arn. ars. bell. bry. chin. fer. graph. hep. kal. laur. lyc. mang. merc. n.-vom. phos. puls. rhus. sil. sulf. ARGENTUM Arg.— Prata.— Hahnemann.— Dose usada: 30a.—Duração da acção: 2 a 3 semanas nas moléstias chronicas. Antidotos : merc. puls. ? Comparai com: asa. aur. chin. merc. nitri.-ac. n.-vom. puls. plat. stann. ASA-FOETIDA Asa.—Gommaassafetida.—Hahnemann.—Doses usadas: 3a, 6a, 9a.—Duração da acção : 4 a 6 dias em alguns casos de mo- léstias chronicas. Antidotos: caus. chin. electr.— Emprega-se como antídoto de : mer. puls. ? Comparai com: ant. aur. caus. chin. coff. con. merc. n.- vom. phos. plat. puls. rhus. rhut. thui. tart. E' sobretudo de- pois de thui. e pulsat. que a assafetida merece preferencia quando é indicada. Depois delia convém algumas vezes : puls. e caus. BARYTA CARBÔNICA Baryt.—Carbonato de baryta.—Hahnemann.—Dose usada : 30a.—Duração da acção : muitas semanas em alguns casos de affecções chronicas. Antidotos : camph. (merc. bell. dulc. ?) Comparai com : alum. bell. cale. cham. chin. dul. magn. mer. natr. sep. sil. sulf. tart. E' sobretudo tart. que se em- prega muitas vezes com muito successo antes e depois de ba- ryt., se todavia os symptomas da moléstia o indicarem. BARYTA MURIAT1CA Bar.-mur.—Muriato de baryta.—Hering.—Dose usada: 30a. BELLADONA Bell.—Belladona.—Hahnemann.—Doses usadas: 12a, 30%— Duração da acção : 4 a 5 dias nas affecções agudas, e nas mo- léstias chronicas até 8 semanas. HOM0EOPATUIGA LXXXV Antidotos : coff. hyos. vinum (contra envenenamentos por grandes doses : café torrado). O vinagre aggrava os soffri- mentos. São acon. fer. hyos. mer. plat. plumb. queachão seu antídoto em belladona. Comparai com: acon. agar. alum. amm. arn. ars. aur. bar. cale. canth. caus. cham. chin. cin. coff. coloc. con. cupr. dig. dulc. fer. hep. hyosc. merc. nitri.-ac. op. phos. phos.-ac. plat. plumb. puls. rhus. seneg. sep. sil. stram sulf. valer. E1 sobretudo depois de hep. lach. mer. e nitri.-ac. que bella- dona é muitas vezes conveniente. Depois de belladona, con- vém as vezes : chin. con. dulc. lach. rhus. seneg. stram valer. BISMUTHUM Bis.—Bismuth.—Hahnemann.—Dose usada : 30a.—Duração da acção : 4 a 5 semanas. Antidotos : cale. caps. nux.-vom. BORAZ VENETA Bor. sub-Borato de soda.—Hahnemann.—Dose usada: 30a.— Duração da acção : até 4 semanas em algumas moléstias chronicas. Antidotos: cham. coff. Compare com: cham. coff. merc. natr. puls. sulf., etc. BOVISTA Bov.—Bovista.—HartlandeTrinks.—Dose usada: 30a.—Du- ração da acção até 50 dias em affecções chronicas. Antídoto: camph. Compare com : bell. bry. cale. carb.-a. kal. merc. puls. sep. sil. spig. stront. BRYONIA ALBA Bry. — Bryonia.— Hahnemann.—Doses usadas: 12a, 30a.— Duração da acção: 4 a 5 dias nas moléstias agudas, 30 dias em algumas chronicas. Antidotos : acon. cham ign. nux-vom. A bryonia é antídoto de alum. ciem. rhus. mur.-ac. seneg. Compare com: acon. alum. arn. ars. cham. chin. ciem. ign. led. lyc. merc. mur.-ac. nux-vom. op. phosph. puls. rhus. LWXVJ MATLK1A MI'I»K,\ squil. sen. E sobretudo depois d^ acon. nux-vom. op. e "hus. que a bryonia f;.;z bem, quando é indicada BERBER1S VULG;\R1S Berb. —Berberis. --- Hesse.—Dose usada : 30". -Duração da acção: muitas semanas. Vntidoto: camph. CALCAREA CARBÔNICA Cal.— Ca^ca de ostras.— Hahnemann.—Dose usada : 30a.— Duração da acção : Z3 dias nas affecções chronicas. Antidotos: camph. nitri.-ac. nit^.-spir. sulf. Calcarea é antídoto de bis. chin. chin.-siu.. e nitri.-ac. Compare com: anac. alum. arn. ars. bar. bell. bis. chin. cupr. graph. cale. k;\ lvc. magn. merc; míri-ac. nux-vom. phos. puls. sep. sil. sulf. verat. E' sobretudo depois de chin. cupr. nitri.-ac. e sulf. que calcarea fará bem, quando fôr indi- cada. Depois de calcarea será as mais das vezes conveniente : iu- nitri.-ac. phos. e silic. CANNABIS SATIVA Cann. —Canhamo cultivado.—Hahnemann.— Doses usadas: 0, 3a, 12a, 30a.— Duração da acção: 2 e 3 dias nas moléstias agudas; 2 e 3 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antídoto: camph. Compare com : arn. bry. canth. nux.-vom. op. petrol. puls. stann. CANTHAR1S Canth. — Cantharidas. —Hahnemann.— Dose usada . 30'.— Duração da acção: até 20 dias em algumas moléstias chronica.-. Antídoto : camph. Compare com: acon. bell. cann. camph. caps. chin. eoif. coloc, Wr. led. lyc. puls. rhus. seneg. CAPSICUM ANNUM Caps.—Pimenta de guiné.—Doses usadas : 9a, 30a.- Durarão da acção : até 20 dias em - uuns c^sos de moléstias enrunicas U0M<*.Ol>AT!II<;\ (AXiVH Antídoto: camph. 0 capsicum é antídoto de ealad. echin Compare com: arn. bell. calad. chin. cin. ign. n.-vom, puls. verat. CABBO ANLMAL1S Carb.-an.—Carvão animal.—Hahnemann—Doses usadas: 24a, 30a, — Duração da acção : até 40 dias em algumas moléstias chronicas. Antidotos : camph. (vide carb.-veg.) Compare com : carb-veg. e os medicamentos escripíos sob essa rubrica. CARBO VEGETABILIS Carb.-veg.—Carvão vegetal.—Hahnemann.—Doses usadas : 12% 30".—Duração da acção: até 40 dias em algumas moléstias chronicas. Antidotos: ars. camph. coff. lach. Este medicamento é antídoto de : chin. lach. merc. vinum. Compare com : ant. ars. carb.-an. chin. coff. fer. graph. kal. lach. lyc. merc. natr. n.-vom. puls. rhus. sep. stram. zinco. E' sobretudo depois de kal. lach. sep. n.-vom. que o carvão fará bem se fôr indicado. Depois do carvão se achará ás vezes conveniente: ars. kal. merc. CAUSTICUM Caus.—Causticum.—Hahnemann.—Dose usada: 30". —Dura- ção da acção : até 50 dias nas moleslias chronicas. Antidotos : coff. coloc. n.-vom. nitr.-spir. Este medicamento é antídoto de asa. coloc. O café torrado e o phos. aggravão os soffrimentos. Compare com : amm. asa. bell. cale. cham. coff. coloc. ign. lyc. merc. natr. cupr. esep., ]ue o causticum faz bem quando é indicado. Depois do causticum se achará algumas vezes •"onveniente : sep. stann. CHAMOMILLA VULGARIS Cham. — Chainomilla commum. — Hahnemann. — Doses usadas : 12% 30a.—Duração da acção: alguns dias. Antidotos : acon. coce. coff. ign. n.-vom. puls. A chaino- milla é antídoto de: alum. bor. coff. coloc. ign. n.-vom. puls. sen n. LWXVIII MATÉRIA MEDICA Compare com : acon. alum. ambr. arn. ars. bell. bry. camph. caps. caus. chin. cin. coce. coff. fer. graph. bell. hyos. ign. ipec. kal. led. lyc. magn. merc. n.-vom. petr. phos. puls. rhab. sass. sen. stram. sulf. É mormente depois de magn. que a chamomilla faz bem, quando é indicada. CHINA OFFICINAL1S Chin.—Quina.—Hahnemann.—Doses usadas : 9a, 12a, 30a. Duração da acção : até 20 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : arn. ars. bell, cale. caps. carb.-veg. cin. fer. ipec. merc. natr.-m. puls. sep. sulf. veratr. A quina é antídoto de : ars. asa. aur. cupr. fer. bell. ipec. merc. sulf. veratr. O selen aggrava os soffrimentos. Compare com : amm. arn. ars. asa. bar. bell. bry. cale. caps. carbo-veg. cham. cin. cupr. dig. fer. graph. bell. hep. iod. ipec. lach. merc. mur.-ac natr. natr.-m. n.-vom. phos, ph.-ac. puls. rhus. samb. sepia. silic. stan. sulf. veratr. E' sobretudo depois de : ars. ipec. merc. phos-ac. e veratr. que a quina faz bem, quando é indicada. Depois de quina convém algumas vezes : ars. bell. puls. veratr. CICUTA Cie. — Cicuta. —Hahnemann.—Dose usada: 30a.—Duração da acção: 4 a 6 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : arn. tabac. (em casos de envenenamentos). A cicuta é antídoto de : op. Compare com : arn. con. lyc. merc. op. puls. thuy. sil. veratr. E' sobretudo depois de lach. que a cicuta se mostra efficaz, quando é indicada. CIXA Cin.—Semente contra vermes. -Hahnemann.—Doses usadas: 9a, 30*.— Duração da acção: 14 a 21 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : ipec. ? Emprega-se como antídoto de : chin. Compare com: arn. bell. bry. cole. caps. cham. chin. fer hep. ignat. ipec. phos. sab. E' sobretudo depois de arn. e hyos. que a cina se mostra efficaz, quando é indicada. HOMOEOPATHICA LXXXIX CLEMATIS ERECTA Ciem. —Clematite, azar.—Hahnemann.—Doses usadas: 6a, 30a.—Duração da acção : até 6 semanas em alguns casos de mo- léstias chronicas. Antidotos : bry. camph. Compare com: bell. bry. rhus. sass. COCCULUS Coce.—Coca do Levante.—Hahnemann.—Doses usadas : 12a, 30a.— Duração da acção : 20 a 30 dias em alguns casos de molés- tias chronicas. Antidotos: camph. n.-vom. Emprega-se como antídoto de cham. cupr. ig. n.-vom. Compare com : ant. ars. cirb.-v. cham. coff. colch. cupr. ign. iod. ipec. merc. mosch. natr. natr.-m. nitr. n.-vom. oleand. puls. rhus. sass. sabin. stram. tart. verat.—E1 sobre- tudo depois de ipec. que o cocculus convém, sendo indicado. COFF OEA CRUDA Coff.—Café crú.—Archivos de Stapf.—Doses usadas: 3a, 10a, 30a.—Duração da acção : até 10 dias em alguns casos de molés- tias chronicas. Antídotos: acon. cham. ign. n.-vom. O café é o an+idoto do psorium, e de todos os antipsorinos. Compare com : acon. agar. ang. ars. bell. bry. canth. carb. veg. caust. cham. coce. coloc. ign. kal. laur. mang. merc. n.-vom. op. phos. phos.-ac. puls. rhus. sep. sulf. valer. COLCEICUM - Gol. —Colchico. — Archivos de Stapf.—Doses usadas: 6% 13% 30a. —Duração da acção : até 40 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Compare com : acon. chin. coce. merc. natr.-m. n.-vom. op. puls. sep. COLOCYNTHIS Coloc. — Co^quintidas.— Hahnemann.— Doses usadas : 24a, 30a.—Du-ação da acção: até 40 dias em alguns casos de molés- tias ehroniras XC MATÉRIA MEDIGA Antidotos: camph. caust. cham. coff. stann.—E' empregado como antídoto de caus. Compare com : arn. ars. bell. canth. caus. cham. coff. dig. staph. veratr. COMUM MACULATUM Con.— Grande cicuta.— Hahnemann. —Dose usada : 30a.— Duração da acção : até 40 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos: coff. nitr.-spir. Emprega-se como antídoto de nitr.-ac. Compare com : arn. asa. bell. coff. dyg. dulc. graph. iod, lyc. mag.-m. mang. merc. mosch. nitr.-ac. n.-vom. phos. phos.-ac. plumb. puls. rhus. rut. sabad. sep. staph. sulf.-ac. tar. teucr. valer. CUPRUM Cupr.— Cobre.— Hahnemann.— Dose usada : 30a.—Duração da acção: 20 a 30 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos: bell. chin. coce. dulc. hep. ipec. mer. n.-vom. Emprega-se como antídoto de aur. Compare com: bell. cale. chin. coce. dulc. hep. iod. ipec. merc. n.-vom. puls. rhus. sulf. veratr. E' sobretudo depois de veratr. que o cobre se mostra efficaz, quando é indicado. Depois do cobre convém ás vezes : cale. veratr. CALADIUM SEGUINUM Calad. — Jarro venenoso. — Hering. — Dose usada : 30a.— Duração da acção : até 50 dias. Antidotos : os mesmos ? Compare com: caps. carb.-veg. chin. graph. ign. merc. nitr.-ac. phos. CAMPHORA Camph. — Camphora ou alcanfor. — Hahnemann. — Doses usadas: 0, 6a, 12a.—Duração da acção: muitas vezes alguns mi- nutos somente. Antidotos : op. nitr.-spir. Compare com: canth. coce. hios. kal. laur. op. puls. rhus. stram. veratr. HOMfJEUPAIUlCA XCI CHININÜM SULFURICUM Chinin.— Sulfato de quinina. — Jornal Allemão.— Duração da acção : provavelmente tão longa como a da china. Compare com: am. ang. arn. ars. bell. bismut. cast. chel. cie. coff. diad. dig. fer.ign. ipec. merc. mosch. n.-mosc. n.-vom. op. puls. sulf. tart. veratr. Antidotos. Veja entre os medicamentos acima. CINNABARIS Cin. —Sulfureto rubro de mercúrio. —Hahnemann.—Doses usadas : 9a, 30a. —Duração da acção: até 3 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. CISTUS CANADENSIS Cista. —Estev. helianthema. —Hering.—Doses usadas : Ia (soffrimentos escrophulosos), 15a (affecções das vias aéreas). Compare com: bell. carb.-veg. phos., medicamentos que podem ser administrados alternadamente com a esteva, quando são indicados. COPAHIVjE BALSANUM Cop.—Balsamo de copahiva.—Hahnemann.—Doses usadas : 3a, 30a.—Duração da acção: 10 a 12 dias. Remédio ainda muito pouco conhecido, e que por ora só tem sido enpregado contra gonorrhéas. CORALLIA RUBRA Cor.— Coral vermelho.— Archivos de Stapf.— Dose usada : 30a. Medicamento pouco conhecido. CROCUS SATIVUS Croc. — Açafrão cultivado. — Archivos de Stapf. — Doses usadas : 6*, 30a.— Duração da acção : até 7 dias. Antídoto: op. Compare com: acon. bell. ign. ipec. mosc. op. plat. DIGITALIS PURPUREA Dig.—Dedaleira.—Hahnemann.—Dose usada: 30a.—Duração XCU >1 VTER1A MEDICA da acção: até 50 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : nux.-vom. op. Compare com : ars. bell. chin. coff. coloc. con. bell. merc. n.-vom. op. petr. pul. spíg. sulf.-ac. DROSERA ROTUMDIFOLIA Dros.—Rosasolis.—Hahnemann.— Doses usadas: 9a, 12% 30a. —Duração da acção : 6 a 7 dias. ■Vntidoto: camph. Compare com : acon. bry. cin. cupr. hep. hyos. ipec. n.-vom. spong. veratr. DULCAMARA Dulc. — Dulcamara. — Hahnemann. — Dose usada : 30a. — Duração da acção : 20 a 30 dias. Antidotos: camph. ipec. Emprega-se como antídoto de cupr. Compare com: acon. ars. bell. bry. con. cupr. ipec. lach. mer. n.-vom. phos. rhus. sulf. E' sobretudo depois de: cupr. merc lach. que dulc. se mostra efficaz quando é indicado. DAPHNE INDICA Daph.—Loureiro da Índia.—Hering.—Doses usadas: Ia, 30a. — Duração da acção : muitas semanas em affecções chronicas. Antidotos : bry. dig. rhus. sep. sil. zinc. EUPHRASIA OFFICINALIS Euphr.—Euphrasia.—Hahnemann.—Dose usada : 30a.—Du- ração da acção : até 40 dias em alguns casos. Antídoto : pulsat. ? Compare com : arn. merc. n.-vom. puls. seneg. spig. EUPHORBIUM Euphorb.—Euphorbio.—Archivos de Stapf.—Doses usadas : ^1% 30a.— Duração da acção : até 50 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos: camph. citr. Compare com : bell. merc. mez. nitr.-ac E' sobretudo depois de bell. merc. e nitr.-ac que este medicamento convém quando é indicado. HOMQEOr-ATIilGA xcin FLUORIS AC1DUM Fluor.-ae. — Ácido fluorico. — '%:- Hering.— Doses -sadas : 15a a 30a. Compare com: ambr. baryt. cale. con. nitr.-ac. op. phosph. rhus. silic. Convém ás vezes parti„alarmente depois de: cale. silic. mormente nas moléstias de ossos, bem como depois nitr.-ac. nas affecções syphiliticas mercuriaes. Em idênticas circums- tancias, esses mesmos medicamentos convém as m;.is das vezes depois de flúor.-ac. Antídoto: nitr.-ac. FRAGARIA VESGA Frag.—Morangueiro.—Dose usada: 30a.—Medicamento ainda inteiramente desconhecido em srus effeitos primitivos, masque tem sido enpregado com successo contra padecimentos em conseqüência de tenia. FERRUM Fer.—Ferro.—Hahnemann.—Doses usadas: 2a, 30a.—Dura- ção da acção: 6 a 7 semanas em alguns c. sos d< moléstias chro- nicas. Antidotos: arn. ars. bell. chin. hep. ipec. merc puls. veratr. Emprega-se como antídoto de: ars. chin. chá da índia. Compare com: amm. ars. cole. carb.-veg. cham. chin. cin. graph. hep. ipec. n.-vom. puls. sep. thui. veratr GRAPHITES Graph. — Graphite. — Hahnemann. — Dose usada : 30a.— Duração da acção : até 50 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : ars. n.-vom. vinum. Emprega-se como antídoto de ars. Compare com : acon. agar. ambr. amm. ars: bell. bry. cale. carb.-veg. cham. chin. con. guai. hep. hyosc. kal. magn. lyc. magn.-m. n.-vom. phos. puls. rhus. sabin. sep. sil. sulf.—E: sobretudo depois de lyc. que graph. convém, quando é indicada. GUAIACUM Guai. —Resina de íruaiaco.—Hahnemann.—Doses usada> XCÍV MATÉRIA ML DICA O, 30a.—Duração da acção: até 20 dias em affecções chronicas. Compare com : graph. merc. n.-vom. HELLEBORUS Hell.—Helleboro preto.— Hahnemann.— Doses usadas: 9a, 12% 30a.—Duração d'acção: 4 a 5 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : camph. chin. Compare com : ars. bell. bry. cham. chin. dig. ing. op. phos. stann. stram. veratr. E' sobretudo depois de : bell. bry. chin. que o hell. se mostra efficaz, quando é indicado. HEP AR SULFURIS Hep.— Figado de enxofre.— Hahnemann.— Doses usadas : 3a, 30a.— Duração da acção : até 60 dias, nas ultimas diluições e nas affecções chronicas. Antidotos: acetum. bell. Emprega-se como antídoto de ars. ant. bell. cupr. fer. iod. merc. nitr.-ac. sil. zinc. Compare com: amm. ant. arn. ars. bell. bry. cham, chin. cin. cupr. dros. ferr. lach. merc. nitr.-ac. plumb. spong. sil. zinc. E' sobretudo depois de: bell. lach. sil. spong. zinc. que o hepar. sulf. convém ás vezes: bell. merc. nitr.-ac. spong. sil. HYOSCYAMUS NIGEI1 Hyos.—Meimendro.—Hahnemann.—Doses usadas : 12a, 30a. —Duração da acção : 8 a 15 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos: bell. camph. chin. Enprega-se como antídoto de: bell. plumb. Compare com: acon. arn. bell. camph. chin. dros. graph. ign. lach. n.-vom. bell. que o hyosc. convém, quando é indicado. HiEMATOXYLUM CAMPECHIAN UiM H;em.—Páo campeche.— Bibliotheca de Genebra (Dr. Jouvet. Doses usadas : 6a, 9a. Antídoto: camph. HOuOROPATHICA xcv HERACLEUM SPANDILIUM Heral.—Branca ursina.—Duração da acção : 8 a 10 dias. Antídoto : camph. IODO Iod. — Iodo. — Hahnemann. — Dose usada : 30a. —Duração da acção : até 7 semanas em alguns casos. Antidotos: ars. ? camph. chin. coff. hep. phos. spong. sulf. Compare com: ars. coce. coff. con. cupr. dig. merc. phos. spong. sulf. IGNATIA AMARA Ign.— Fava de Santo Ignacio.— Hahnemann.— Dose usada : 30a.—Duração da acção : até 9 dias algumas vezes. Antidotos : arn. camph. cham. coce. coff. puls. Emprega-se como antídoto de: cham. coff. puls. zinc. Compare com : alum. arn. colad. caps. caust. cham. cin. coce. coff. croc. hyos. ipec. mez. mosch. natr.-m. n.-moscat. n.-vom. par. phos.-ac. puls. rhus. rut. sabad. sec. sep. stann. staph. sulf. tart. valer, veratr. zinc. E'sobretudo depois de ipec. que ign. convém algumas vezes, quando é indicada. IPECACUANHA Ipec. —lpecacuanha.—Hahnemann.— Doses usadas : 3a, 9% 30a.—Duração da acção : até 5 dias algumas vezes. Antidotos: arn. ars. chin. Emprega-se como antídoto de : alum. arn. ars. chin. cupr. dulc. fer. laur. op. labac. tart. Compare com : acon. alum. arn. ars. cale. carb.-veg. cham. chin. cin. coce. croc. cunr. dros. dulc. fer. ign. laur. n.-vom. op. phos. puls. sabin. sulf. tart. veratr. E' sobretudo depois de : acon. arn. ars. e veratr. que ipec. convém algumas vezes, quando é indicado. Depois de ipec. convém ás vezes : arn. ars. chin. coce. ign. n.-vom. KALI CARBONICUM Kal. — Sub-carbonato de potassa. — Hahnemann. — Dose usada : 30a.—Duração da acção: até 50 dias em alguns casos de moléstias chronicas. XCVi MATÉRIA MEDICA Antídotos: camph. coff. nitr.-sper. Compare com: amm. amm -m. ars. bor. bry cale. camph- carb.-veg cham. chin. coff. graph. laur. mag. natr.-m. nitr.-ac. n.-vom. phos. puls. rhus. sil. sulf E1 sobretudo depois de ■ lyc. natr.-m. e nitr.-ac. que o kali se torna muitas vezes efficaz, sendo indicado.— Depois de kali convém muitas vezes : carb.-veg. phosph. e muitos outros. IvALT CHLORICUM Kal.-ch.— Chlorureto de potassa.—Archivos de Stapf.— Doses usadas : Ia. 5a, 30a.—Duração da acção muitas semanas em moléstias chronicas. Antidotos : bell. ? puls. ? Compare com: amm. arn. bell. cale. coce. kal. natr.-m. nitr. KREOSOTUM Rre.—Rreosoto.—Doses usadas: 6a, 50a.—Duração da acção: 4 a 5 dias. Antidotos: n.-vom. iod. ? cham. Compare com : ars. cham chin. hep. iod. merc. mur.-ac. nitr.-ac. n.-von. peti, phos.-ac. puls. sil. sulf. LACHESIS Lach.—O veneno da cobra trogonocephala.— Hering.—D >se usada : 30a. — Duração da acção : muitas semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : alum. ars. bell. caps. cham. chin. coce. :.vep. merc. natr.-m. nitr. n.-mos. n.-vom. phosph.-ac. rhus. samb. veratr.; contra os resultados de mordedura : ars. bell. caps. natr.-m. samb. Compare com : alum. ais. bell. bry. caps. carb.-v. caus, cham. coce. con. dulc. hep. hyos. lyc. merc. natr.-m. nitr.-ac; n.-mos. n.-vom. phos.-ac. puls. rhus. samb. selem. sulf. veratr. E' sobretudo depois de : ars. con. hep. lyc. merc. nitr.-ac. n.-vom. que o lachesis faz bem quando é indicado : depois de lachesis convém elgumas vezes : alum. ars. bell. carb.-veg, caus. con. dulc, merc. n.-vom. HOMOEOPATHICA XCVII LEDUM PALUSTRE Led.— Rosmarinho selvagem (esteva).—Hahnemann.— Doses usadas : 15a, 30a.—Duração da acção: 6 a 7 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antídoto : camph. Compare com: alum ars. bry. canth. cham. lyc. merc. puls. rhus. sep. thui. Este medicamento convém ás vezes depois de lycop. Depois de ledum convém ás vezes : chin. sep. LYCOPOD1UM Lyc. —Lycopodio.—Pé de lobo. —Hahnemann. —Duração da acção : até 40 dias em muitos casos de moléstias chronicas. Antidotos: camph. puls. Compare com : ambr. amm. ars. bell. bry. cale. canth. caps. carb.-veg. caus. cham. cin. con. graph. led. mag. mag..-m. mang. merc. mur.-ac. natr.-m. nitr.-ac. n.-vom. phos. phos.-ac. plat. puls. rod. rhus. sep. silic. staph. sulf. thui. E' sobretudo depois de cale. e silic. que este medicamento convém quando é indicado. Depois de lycopodio convém ás vezes: graph. led. phos. puls, silic. LACTUCA VIROSA Lact.—Alface brava.—Jornal F. A. M. L. H.— Duração da acção: 24 horas. Antidotos : os ácidos vegetaes e o café. LAUROCERASUS Laur.—Louro-cereja. — Hartlaub e Trinks. — Doses usadas : 3a, 30a.—Duração da acção : 6 a 8 dias algumas vezes. Antidotos: camph. coff. ipec. op. Compare com: amm. canth. chin. coff. ipec. kal. mer. n.-vom. op. rhus. sec. spig. veratr. LOBELIA INFLATA Lobel.—Lobelia.—Hygéa XV.—Duração da acção: curta (se- gundo Noak). Comparai: 1 asar. coce. hyos. ipec. ran-sc. tabac.—2 alum. M XflVIIÍ MATÉRIA MEDICA ars. chel. sass. veratr. zinc.—3 arum? con. crol. euphorb. iod. mes. stram. MAGNESIA CARBÔNICA Magn.— Magnosia.—Hahnemann.— Dose usada : 30a.—Dura- ção da acção : até 50 dias em alguns casos de moléstias chro- nicas. Comparai com : bar. bell. bry. cale. cham. con. graph. cale. lyc. magn.-m. nitr.-ac. n.-vom. phos. puls. rhus. sil. sulf. MAGNESIA MURIATICA Mag.-m.—Muriato de magnesia.—Hahnemann.—Doses usa- das : 12a, 30a.—Duração da acção: até 7 semanas em alguns ca- sos de moléstias chronicas. Antidotos: camph. ars. Comparai com: bar. bry. cale. cham. con. graph. kal. mag. nitr.-ac. n.-vom. phosph. puls. sulf. MANGANUM Mang.—Manganesia.—Hahnemann.—Dose usada: 30a.—Du- ração da acção : até 7 semanas em alguns casos de moléstias cbronicas. Antídoto,: coff. Comparai com: amm. coff. con. lyc. plat. puls. thui. veratr. ' MERCURIUS Merc—Mercúrio.—Hahnemann.—Doses usadas: 3a, 12% 30a. —Duração da acção : 3 a 4 semanas em alguns casos de mo- léstias chronicas. Antidotos: arn. asa. bell. camph. carb.-veg. chin. dulc. electr. hep. iod. lach. lyc. mer. nitr.-ac. op. sass. sep. silic. sulf. Emprega-se como antídoto de : aur. bell. ant. chin. coff. cupr. diad. dulc. fer. lach. mer. op. sulf. valer. Compare com: acon. amm. ant. arg arn. asa. aur. bar. bell. bry. cale. carb.-veg. caus. cham. chin ciem. coff. colch. con. cupr. dig. dulc. euphorb. guai. hep. iod. lach. laur. lyc. mer. nitr.-ac. nux-vom. op. phosp.-ac. puls. rhus. sass. selen. sepia. sili. staph. stront. sulf. thui. valer, veratr. — E' sobre- HOMOEOPATHICA XCIX tudo depois de : bell. hep. lach. que o mercúrio convém quando é indicado. Depois do mercúrio convém algumas vezes: Bell. chin. dulc. hep. lach. nitr.-ac. sep. sulf. MERCUBIUS CORROSIVUS Merc.-c.—Mercúrio corrosivo.— Hahnemann.—Doses usa- das : 15a, 30a.—Duração da acção: 3 a 4 semanas em affecções chronicas. MEZEREUM Mez.—Mezerião. — Hahnemann. — Doses usadas : 15, 30.— Duração da acção: até 30 dias em algumas affecções chro- nicas. Antidotos : camph. mer. — Emprega-se como antídoto de : merc. nitr.-ac. Compare com : euphor. bell. hyos. ignat. merc. nitr.-ac. puls. staph. veratr. MOSCHUS Mosch.—Almiscar.—Hahnemann.—Dose usada : 30a.—Du- ração da acção : 24 horas pouco mais ou menos. Antidotos : camph. n.-mosc. ? Compare com : asa. bry. coce. coff. con. croc. ign. n.-mosc. op. puls. spig. staph. stram. MURIATIS ACIDUM Mur.-ac. —Ácido muriaticum.—Hahnemann.—Doses usadas: 3a, 30a.—Duração da acção: até 5 semanas em algumas affecções chronicas. Antidotos: camph. bry. Compare com: ars. aur. bell. bry. cale. chin. lyc. natr.-m. nit.-ac. n.-vom. phos.-ac. puls. rhus. squill. MEPHITIS PUTORIUS Meph.—Gato teixuga.—Hering.—Dose usada: 30a.—Duração da acção : pouco tempo. Antídoto : camph., apenas allivia por pouco tempo. NATRUM CARBONICUM Natr.— Sub-carbonato de soda.—Hahnemann.—Doses usa- MATÉRIA MEDICA das : 12a, 30a.—Duração da acção: até 40 dias em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : ars. camph. nitr. spir. ? Emprega-se como antí- doto de: chin. Compare com : arn. ars. carb.-an. carb.-veg. caus. chin. ign. kal. lyc. merc. natr.-m. n.-vom. plumb. sabad. sep. spig. staph. sulf. NATRUM MURIATICUM Natr.-m.—Muriatico de soda.—Hahnemann.—Doses usadas: 12a, 30a. — Duração da acção : 40 a 50 dias em affecções chro- nicas. Antidotos : arn. ars. carb.-an. carb.-veg. chin. caus. ign. kal. lyc. merc. natr. n.-vom. plumb. puls. sabad. sep. spig. staph. sul. E' sobretudo depois de merc. que natr.-m. fará bem quando se achar indicado. NUX-MOSCHATA N.-mos. — Noz-moscada. — Helbig.—Dose usada: 3a.—Du- ração da acção ? Antídoto: cuminho. Compare com: con. ig. mag. mosch.-n. vom. op. sep. puls. sulf. NITRI ACIDUM Nitri.-ac. — Ácido nitrico. — Hahnemann. — Doses usadas: 3a, 30a.—Duração da acção : até 7 semanas nas affecções chro- nicas. Antidotos: cale. camph. con. petr. sulf. Emprega-se como antídoto de : calad. ? cale. merc. Compare com: acon. aur. bell. calad. chel. con. graph. hep. kal. lyc. magn. merc. mez. mur.-ac. nitr. op. petr. phos.-ac. plat. puls. rhus. selen. sep. sil. sulf. sulf.-ac. thui. E' sobretudo depois de: bell. cale. hep. kal. natr. puls. sulf. et. thui., que o ácido nitrico convém quando é indicado; de- pois de ácido nitrico se empregará algumas vezes : cale. petr. puls. sulf. NITRUM Xitr. — Nitrato de potassa. — Hahnemann. — Doses usadas : HOMOEOPATHICA Cl 24a, 30a.—Duração da acção: até 7 semanas nas affecções chro- nicas. Antídoto : nitr.-sp. A camphora augmenta os effeitos do nitro. Compare com: amm. arn. cale. dros. natr.-m. nitr.-ac. nitr.-spir. NUX-VOMICA Nux-vom. — Noz-vomica. — Hahnemann.—Doses usadas : 15a, 24a, 30a.—Duração da acção : 15, 20 dias, e mesmo mais tempo. Antidotos: acon. alcohol, camph. cham. coff. coce. puls. vinum. Emprega-se como antídoto de: amb. ars. cale. cham. chin. coce. coff. colch. cupr. dig. graph. lach. petr. phos. puls. stram. sulf. tabac. Compare com: acon. alum. ambr. amm. arn. ars. bis. bry. cale. cann. caps. carb.-veg. caus. cham. chin. coce. coff. colch. con. cupr. dig. dros. dulc. ferr. graph. hyos. ign. ipec. lach. laur. lyc. magn. mag.-m. merc. mur-ac. natr. natr.-m. n.-mos. op. petr. phos. sep. stram. sulf. tabac. tart. mgs. E' sobretudo depois de : ars. ipec. lach. petr. phos. e sulf. que noz-vomica fará bem quando fôr indicado. Depois de noz-vo- mica serão muitas vezes convenientes : bry. puls. sulf. OLEANDER Oleand.—Oleandro.—Hahnemann.—Doses usadas: 6a, 30a. —Duração da acção : 3 a 4 semanas em affecções chronicas. Antidotos : camph. coce. n.-vom. Compare com: anac. chin. cin. coce. n.-vom. puls. sabad. OPIUM Op.— Opium.—Hahnemann.—Doses usadas : 3a, 9a, 30a.— Duração da acção : 24 horas a 5 dias, segundo as circum- stancias. Antidotos: camph. cale. con. sep. mez. petr. sulf. Em- prega-se como antídoto de : calad. cale. merc. Compare com: acon. bell. bry. camph. cann. chin. coff. colch. con. croc. dig. sep. hyos. ipec. kal. men. merc. morph. ac. mosch. nitr.-ac. n.-mos. n.-vom. petr. phos. dhos.-ac. plumb. puls. rut. samb. stram. tabac. tart. thui. CII MATÉRIA MEDICA E' sobretudo depois de: bell. hep. kal. merc. puls. thui. que o ópio é efficaz quando é indicado; depois do ópio se acharáõ ás vezes convenientes : cale. petr. puls. OLEUM ANTMALE Ol.-an. — Óleo animal de Dippel, purificado. —Hartlaub e Trinks.—Doses usadas: 18a, 24a, 30a. OLEUM JECORIS MORRHUOE Ol.-jec.—Óleo de fígado de bacalháo. — Medicamento ainda inteiramente desconhecido em seus effeitos primitivos, mas que tem sido recommendado mesmo por médicos homoeopa- thas. contra : affecções escrophulosas, rachiticas ; ophtalmia e blepharophtalmia escrophulosas; photophobia ; tuberculos nos pulmões e no ventre ; darthros; crostas de leite; nodosidades no seio; affecções rheumaticas e arthricticas; tumor branco, etc, etc. PETROLEUM Petr.— Óleo petróleo.—Hahnemann.—Doses usadas: 18% 50a. —Duração da acção: até 50 dias em affecções chronicas. Antidotos : acon. n.-vom. Compare com: cal. cann. cham. ign. lyc. magn. nitr.-ac. n.-vom. phos. puls. sulf. E' sobretudo depois de: nitr.-ac. e phos. que o petrol. pôde ser efficaz, caso seja indicado. PHOSPHORUS Phos.—Phosphoro.—Hahnemann.—Dose usada: 30a.—Du- ração da acção : até 7 semanas em affecções chronicas ; 3 a -5 dias nas affecções agudas. Antidotos: camph. coff. n.-vom. vinum. Compare com: acon. agar. alum. amb. amm. ars. bell. bry. cale carb.-veg. caus. cham. chin. cin. coff. con. graph. bell. hyos. ipec. kal. kreos. lyc. mag. merc. n.-vom. op. petr. plumb. puls. rhus. sep. sil. spong. sulf. veratr. E' sobretudo depois de: cale kal. kreos. lyc. e rhus. que o phosphoro é efficaz quando é indicado; depois do phosphoro se achará al- gumas \ezes con\eniente : petr. rhus. HOMOEOPATHICA ÍMl PHOSPHORI ACIDUM Phos.-ac.—Ácido phosphorico.—Hahnemann.— Doses usa- das : 3% 20a, 30a.—Duração da acção : 3 a 4 dias em moléstias agudas ; 6 a 7 semanas em affecções chronicas. Antidotos: camph. coff. Emprega-se como antídoto de: lach. Compare com: asa. bell. caus. chin. coff. con. ign. lach. lyc. merc. op. rhus. sep. staph. sulf. thui. veratr. E' sobretudo depois de : lach. e rhus., que o ácido phosphorico será efficaz quando fôr indicado; depois do ácido phosphorico, convém ás vezes : chin. lach. rhus. veratr. PLATINA Plat.—Platina.—Hahnemann.—Doses usadas: 6a, 30a.—Du- ração da acção: 40 a 50 dias em algumas affecções chro- nicas. Antídoto : puls. Emprega-se como antídoto de plumb. Compare com: ang. asa. bell. canth. croc fer. hyos. lyc. magn. mang.-natr. nitr.-ac plumb. puls. rhus. sabad. stram. stront. valer. verb. E' sobretudo depois de bell. que a platina é'indicada. PULSATILLA Puls.—Anemone silvestre.—Hahnemann. — Doses usadas : 12a, 30a.—Duração da acção: 4 a 5 dias em alguns casos agudos, e muitas semanas em affecções chronicas. Antídotos: cham. coff. ign. n.-vom. A pulsatilla é antí- doto de : agar. ambr. arg. bell. cham. chin. coff. fer. ign. lyc merc. plat. ran. sabad. stan. sulf. sulf.-ac. ac.-tart. Compare com: agar. amb. ant. arn. ars. asa. aur. bell. bry. cham. chin. coce colch. con. cupr. fer. ign. kal. lach. led. lyc. merc. nitr.-ac n.-vom. n.-mosc petr. plat. rhus. sabad. sep. stan. sulf.-ac tart. thui. zinc E' sobretudo depois de: asa. ant. aur. chin. lach. lyc nitr.-ac rhus. sep. sulf. tart. e thui. que a pu!satilla é efficaz quando é indicada. De- pois de pulsatiiid convém ás vezes: asa. bry. nitr.-ac sep. e thui. PLUMBUM Plumb.—Chumbo.—Hartlaub e Trinks.—Dose usada: 30a. CIV MATÉRIA MEDICA —Duração da acção : 30 a 40 dias em algumas affecções chro- nicas. Antidotos: alum. bell. hyos. op. plat, stram. e electri- cidade. Compare com: alum. bell. chin. con. fer. hyos. natr.-m. n.-vom. op. phos. plat. puls. rut. sabad. sep. stram. zinc. PARIS QUADRI FOLIA Par.— Uva de raposa.—Archivos de Stapf.—Doses usadas : 9a, 30a.—Duração da acção : 2 a 4 dias, segundo as circum- stancias. Antidotos: acon. coff. Compare com : hell. ign. kal. natr.-m. n.-vom. puls. sabad. RHABARBARUM Rhab.—Rheubarbo.—Hahnemann.—Doses usadas : 9% 50". —Duração da acção: 2 a 3 dias em moléstias agudas. Antidotos: camph. cham. n.-vom. Compare com: ars. bry. carb.-veg. cham. n.-vom. puls. rhus. samb. tart. RHODODENDRON CRYSANTHUM Rhod.—Rosa de Sibéria.—Archivos de Staph.—Doses usa- das : 12a, 18a, 30a.—Duração daaccão: 4 a 6 semanas em affec- ções chronicas. Antidotos : camph. ciem. rhus. Comparai com: cale canth. carb.-an. carb.-veg. ciem.lyc. n.-vom. rhus. sep. sil. sulf. RHUS .-TOXICODENDRON Rhus.—Sumagre venenoso.—Hahnemann.— Dose usada: 30a.—Duração da acção: 3 a 6 semanas em affecções chro- nicas. Antidotos: bry. camph. coff. sulf. Emprega-se como antí- doto de: bry. rhod. tart. Comparai com: alum. amm. ant. arn. ars. assa. bell. bry. cal. caus. cham. chin. ciem. coce con. cupr. dulc. graph. hyos. iod. ign. kal. lach. laur. led. lyc. magn. merc. mur.- ac. natr. nitr.-ac. n.-vom. phosph. phos.-ac. plat. puls. rhod. HOMflEOPATHTGA cv rut. samb. sabad. sep. sil. sulf. veratr. E' sobretudo depois de : arn. bry. calc-ph. cham. lach. phos. phos.-ac. sulf. que o rhus. é efficaz quando é indicado. Depois de rhus. convém algumas vezes: amm. ars. bry. cale con. phos.-ac puls. sulf. RUTA GRAVEOLENS Ruta.—Arruda.—Hahnemann.—Doses usadas: 12% 30a.— Duração da acção : 8 a 15 dias. Antídoto : camph. Comparai com: acon. amm. arn. ars. asa. bell. bry. con. hyos. ign. n.-vom. op. plumb. puls. rhus. stram. veratr. E' algumas vezes ign. que se poderá administrar alternadamente com ruta. RANUNCULUS BULBOSUS Ran.—Rainunculo buíboso. — Archivos de Stapf.—Doses usadas: 6a, 9a.—Duração da acção : muitas semanas em affec- ções chronicas. Antidotos : bry. camph. puls. rhus. As bebidas alcoholicas aggravão os effeitos delle : o mesmo acontece com staph. sulf. e o vinagre. Comparai com: bry. carb.-veg. n.-vom. puls. ran.-s. rhus. sass. sab. sep. staph. RANUNCULUS SCELERATUS Ran.-se—Rainunculo d'agua.—Archivos de Stapf.—Doses uaadas : 6a ? 30a ?—Duração da acção : 6 a 7 semanas em affec- ções chronicas. Antídoto: camph. Comparai com : puls. ran. sil. veratr. SABADILLA Sabad.—Cevadilha.—Archivos de Stapf.—Dose usada : 30% — Duração da acção: 2 a 3 semanas. Antidotos: camph. puls. Compare com: ant. ars. caps. cham. cin. con. ign. natr.-m. n.-vom. plat. plumb. puls. rhus. sep. veratr. i.W M\TERl-A MEDICA SABIN A >abin.—Sabma.— Archivos de Stapf.— Dose usada: 30%- Duração da acção : 3 a 4 semanas em affecções chronicas. Antídoto: camph. Compare com: acon. arn. bell. cham. coce graph. ipec. puls. thui. veratr. SASSAPARILLA Sass. — Sassaparilla.— Hahnemann.— Dose usada : 30.a— Duração da acção: até 5 semanas em affecções chronicas. Antidotos ? Compare com: amm. cham. chin. coce merc. puls ran. sep. sil. sulf. SEPIA Sep.—O sueco da sepia.—Hahnemann.—Dose usada: 30."— Duração da acção : 7 a 8 semanas em affecções chronicas. Antidotos: acon. acetum. nitr.-spir. tart. Emprega-se como antídoto de: cal.-phos. chin. merc. sassap. sulf. Compare com : acon. ambr. ant. ars. bar. bell. carb.-veg. caus. cham. chin. coff. con. ferr. graph. ign. bell. led. lyc merc. natr. natr.-m. nitr.-ac. n.-mos. n.-vom. petr. phos. phos.-ac. plumb. puls. rhod. rhus. sabad. sass. sil. sulf. tart. veratr. zinc. É' sobretudo depois de : caus. led. merc. puls. sil. e sulf. que a sepia é efficaz quando é indicada. Depois de sepia convém ás veses: carb.-veg. caus. puls. SILICEA Sil. — Silicea.— Hahnemann.— Dose usada: 30a.— Duração da acção : 7 a 8 semanas em affecções chronicas. Antidotos: camph. hep. Emprega-se como antídoto de: merc sulf. (psorinum). Compare com: alum. amm. bar.-c bell. cale carb.-an. carb.-v. chin. cin. cycl. graph. hepar. kal. lach. lyc. mag. merc natr. petrol. phos. puls. ran. rhod. rhus. sass. sep. spig. sulf. veratr. E' sobretudo depois de: cale hep. lyc. sulf. que silicea é efficaz quando é indicada. Depois de sil. convém algumas veses: hep. lach. lyc sep. HOMOEOPATHICA GV1J SPIGELIA Spig. — Spigelia. — Hahnemann. — Dose usada : 30a. — Duração da acção: 3 a 4 semanas em affecções chronicas. Antídoto : camph. Emprega-se como antídoto de mercúrio. Compare com: acon. aur. chin. dig. euphr. laur. merc natr.-m. sil. spong. SPONGIA TOSTA Spong.—Esponja queimada.—Hahnemann.—Doses usadas: 2a, 3a, 30a. — Duração da acção : 3 a 4 semanas em affecções chronicas. Antídoto: camph. Compare com: acon. ars. cupr. dros. hep. iod. merc. phos. spig. E' sobretudo depois de acon. que spong. é efficaz (no crup), quando é indicado. Depois de spong. convém muitas vezes (no crup) hep. SQUILLA MARÍTIMA Squil.— Scilla marítima.—Hahnemann.—Dose usada: 30a. — Duração da acção : 2 a 4 semanas em algumas affecções chronicas. Antídoto: camph. Compare com : bry. magn. mur.-ac. n.-vom. pul. rhab. seneg. spong. STANNUM Stan. — Estanho. — Hahnemann. — Dose usada : 30*. — Duração da acção : 6 a 7 semanas em affecções chronicas. Antídoto: puls. Compare com: ars. bell. cann. caus. chin. bell. ign. puls. seneg. stram. valer. verb. E' sobretudo depois de: caus. que o stann. é efficaz quando é indicada. STAPHYSAGRIA Staph.—Staphysagria.— Hahnemann.— Dose usada: 30*.— Duração da acção: 3 a 4 semanas nas moléstias chronicas. Compare com: amb. arn. coloc con. ign. lyc. merc. mosch. magn.-m. phos.-ac. puls. sabin. thui. E' sobretudo depois de thui que o staph. faz bem, quando e indicado. CV1II MATÉRIA MEDICA STRAMONIUM Str. — Estramonio. —Hahnemann. — Dose usada: 30a. — Duração da acção : 24 horas. Antidotos: acetum. citr.-ac n.-vom. tabac. ácidos vegetaes Emprega-se como antídoto de : merc. plumb. Compare com: acon. asar. bell. bry. camph. canth. carb.-veg cham. coce hell. hep hyos. merc. mosch. n.-vom. op. plumb. puls. rhus. stann. veratr. zinc. SULFUR Sulf. — Enxofre. — Hahnemann.— Doses usadas: 0, 30*. — Duração da acção: 35 a 40 dias (em moléstias chronicas) e mesmo mais tempo. Antidotos : acon. camph. cham. chin. merc. n.-vom. pul. sep. Emprega-se como antídoto de: chin. iod. merc. nitr.-ac. rhus. sep. Compare com: acon. amm. ant. ars. bar. bell. bry. cale canth. caps. caus. cham. chin. coff. con. crop. dulc. graph. ign. iod. ipec. lach. lyc. magn. magn.-m. merc. natr. natr.-m. nitr.ae n.-vom. phosph.-ac puls. rhus. sass. seneg. sep. sil. sulf.-ac. veratr. E' sobretudo depois de: acon. ars. cupr. merc. nitr.-ac. n.-vom. puls. e rhus. que sulfur é efficaz. quando e indicado. Depois de sulfur convém algumas veses: acon. bell. cale cupr. merc. nitr.-ac. n.-vom. puls. rhus. sep. sil. SULFURIS ACIDUM Sulf.-ac—Ácidosulfurico.—Hahnemann.—Doses usadas: 3a, 20a, 30a. —Duração da acção: 4 a 5 semanas em affecções chronicas. Antídoto: puls. Compare com: amm. arn. con. dig. mur.-ac. nitr.-ac. phosph.-ae puls. rhut. sulf. E' sobretudo depois de: arn. que sulf.-ac. é efficaz quando é indicado. Depois de sulf.-ac. convém algumas vezes : puls. SECALE CORNUTUM Sec. — Senteio espigado. — Hartlaub e Trinks. — Doses HOMOSOPATHICA CII usadas: 3*, 30*.—Duração da acção: até 7 semanas em affecções chronicas. Antídotos : camph. (sol.-nig.) Compare com: arn. camph. ign. laur. veratr. SAMBUCUS NIGRA Samb.—Sabugueiro.— Hahnemann. — Dose usada: 30*.— Duração da acção : ás vezes somente 3 a 4 horas, porém mais tempo em affecções chronicas. Antidotos : ars. camph. Usa-se como antídoto de: ars. Compare com : arn. ars. bell. chin. cupr. hep. ipec. merc. n.-vom. op. rhus. SELENIUM Sei.— Selenim.— Hering. — Dose usada : 30a. — Duração da acção : 5 a 6 semanas nas affecções chronicas. Antidotos: ign. puls. O vinho e a chin. aggravão os soffri- mentos. Compare com: carb. cinnab. graph. ign. lach. merc. nitr.-ac. puls. rhus. sulf. thui. E' sobretudo depois de cinnab. que selen é efficaz, quando é indicado. SENEGA Seneg.— Polygalo de Virgínia.—Archivos de Stapf.—Dose usada: 30*. —Duração da acção: 5 semanas em affecções chronicas. Antidotos: arn. bell. bry. camph. Compare com: arn. ars. bar. bell. bry. canth. cuphr. squill. stann. sulf. STRONTIANA Strant.—Estronciana.—Hartlaub eTrinks.—Dose usada: 30*. — Duração da acção : 40 dias em affecções chronicas. Antídoto: camph. Compare com : merc. plat. TABACUM Tab.— Tabaco (vulgarmente fumo). — Hartlaub e Trinks. — Dós* usada: 30*. — Duração da acção ? cx MATÉRIA MEDICA Antídotos : camph. ipec. n.-vom. Emprega-se como antídoto de: cie stram. Compare com: acon. ars. bell. cham. cin. coce. con. bell. hyos. n.-vom. op. stam. veratr. TARAXACUM Tar. — Dente de Leão. — Hahnemann. — Doses usadas: 0, 30*.— Duração da acção ? Antídoto : camph. Compare com: can kal. n.-vom. spig. valer. TARTARUS EMETICUS Tart.—Tartaro emetico.— Archivos de Stapf.— Dose usada : 30*.—Duração da acção: 3 a 5 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antidotos : coce ipec. puls. Emprega-se como antídoto de : sep. Compare com: ant. asa. baryt. cham. coce ign. ipec. nitr.-ac. n.-vom. puís. sep. veratr. E' sobretudo depois de puls. ou baryt. que o tartaro emetico é efficaz, quando é indicado. Depois de tartaro emetico convém algumas vezes : baryt. ipec. puls. sep. THUIA ACCIDENTALIS Thui. —Thuia do Canadá. — Hahnemann. —Doses usadas : 0, 30*. — Duração da acção : até 3 semanas em affecções chronicas. Antidotos: camph. puls. Emprega-se como antídoto de : thea e merc. Compare com : asa. bry. cann. chin. cie. led. lyc. mang. merc. nitr.-ac. phos.-ac. puls. sab. selen. staph. E' sobretudo depois de nitr.ae que a thui. é efficaz, quando é indicada- Depois de thuia. convém algumas veses : nitr.-ac. puls. staphr. TEUCRIUM MARUM VERUM Teuc. — Cavallinha aquática. — Archivos de Stapf. — Doses usadas: 0, 30*.— Duração da acção : 2 a 3 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antídoto: camph. Compare com : can. ign. mag.-arct. liOMIf.OPATHICA r.Vl THERIDION CURASSAVICUM Ther. -- Aranha negra de curação. — Haring. —Dose usada: 30".—Duração da acção ? Antídoto ? Compare com: cale lyc, medicamentos depois dos quaes ther. é sobretudo efficaz quando é indicado. VERATRUM ÁLBUM Veratr. — Helleboro branco. — Hahnemann.— Doses usadas: 12a, 30a. —Duração da acção : 2 a 3 semanas em affecções chronicas. Antidotos : acon. camph. chin. coff. Emprega-se como antídoto de: ars. chin. ferr. Compare com : acon. ars. arn. bry. camph. caps. caus. chin. cie coff. coloc cupr. dros. fer. hell. hyos. ign. ipec. laur. lyc mag.-m. merc. mez. op. phos. phos.-ac. puls. rhus. rut. sabad. sec sep. sil. spig. stram. sulf. tart. zinc. E' sobretudo depois de: ars. chin. cupr. phosp.-ac. que veratrum é efficaz, quando é indicado. Depois de veratrum convém ás veses : ars. arn. chin. cupr. ipec. VALERIANA OFFICINALIS Valer. — Valeriana. — Archivos de Stapf. — Doses usadas: 12% 30a.— Duração da acção : 30 a 40 dias em alguns casos. Antidotos: camph. coff. Compare com: arn. bell. cham. coff. con. ign. merc. n.-vom. plat. puls. stann. VERBASCUM Verb. —Verbasco. —Hahnemann. —Dose usada: 30a. — Duração da acção: 4 a 5 dias. Antídoto: camph. Compare com : plat. stann. VIOLA ODORATA Violl.-od. — Viola. — Archivos de Stapf. — Doses usadas : 9% 30a. ? Duração da acção : 2 a 4 dias. Antídoto : camph. cin MATKRÍA MEDICA VIOLA TRKIOLAR Viol-tr. — Amor perfeito. — Archivos de Stapf. — Dósea usadas : 9a, 30*.— Duração da acção: 8 a 15 dias. Antídoto : camph. ZINCO Zinc.— Zinco.— Hahnemann.— Dose usada : 30*.—Duração da acção: 30 a 40 dias em affecções chronicas. Antidotos : camph. hep. ign. O zinco é antídoto de bar.-c. O vinho assim como cham. e n.-vom. aggravão os soffrimentos. Compare com : ant. arn. bell. canth. carb.-veg. hep. ign. plumb. puls. sep. stran. sulf. Para os medicamentos indígenas, veja a Patogenesia Homoeo- pathica Brazileira, que se acha unicamente á venda na Botica Central Homoeopathica da rua de S. José n. 59; bem como os medicamentos próprios para esta obra. INTRODÜCCÃO IIIC Glossário dos termos médicos empre- gados na Pratica e no Appendice A Abcesso.—Apostema, reunião de púsem uma cavidade acci- dental. Abdômen.—Ventre, barriga, a maior das cavidades do corpo. Aborto.—Movito, parto antes da época natural da par- turição. Acnéa.—Moléstia de pelle, conhecidaN com o nome de es- pinhas. Adypsia.—Falta de sede natural. Alienação mental.—Perturbação mórbida, com diminuição ou inteira abolição das faculdades intellectuaes. Alopecia.—Queda dos cabellos. Amblyopia.—Enfraquecimento da vista. Amenorrhéa.—Falta, ou suppressão dos menstruos. Amygdalite.— Inflammaçãó das amygdalas. Amygdalas.—Dous corpos foliculosos, ovoides, situados aos lados da garganta, e vulgarmente chamados favos. Anazarca.—Hydropisia geral. Anemia.—Extrema fraqueza. Axeurisma.—Tumor formado no interior de uma artéria, pela dilatação das membranas que formão suas paredes. Angina.—Inflammaçãó da garganta. Esquinencia. Anorexia.—Falta de appetite. Fastio. Anosmia.—Diminuição, ou perda do olfato. Apthas.—Sapinhos. Ulceuas da boca. Apoplexia.—Perda do movimento voluntário e dos sentidos, que muitas vezes produz a morte immediata, chamando-se então fulminante. Ascitis.—Hydropisia do ventre. Asphyxia.—Morte apparente, caracterisada pela suspensão da respiração, funcções cerebraes e circulação do sangue. Asthma.—Enfermidade que tem por principal caracter a grande difficuldade de respirar, com oppressão do peito e tosse. 13 nc INTRODUCCÂO ATROPmA.—Magreza excessiva, geral, ou particular, de qual- quer órgão. Arthrites.— Inflammaçãó das articulações. Arthrocace.—Transformação do tecido ósseo em uma subs- tancia mais ou menos análoga á do cancro. 15 Balanite.—Inflammaçãó da membrana mucosa que reveste a glande e a face interna do prepucio. Balanorrhéa.—Balanorrhagia. Corrimento de matéria mu- cosa por differentes vias, olhos, ouvidos, bexiga, urethra, va- gina e recto; tomando, segundo os lugares que occupa, os no- mes de blenorrhagia ocular, auricular, vesical, urethral, vaginal, e do recto. Estes termos hoje estão substituídos por outros mais modernos, que são: ophthalmia, otite, cystite, urethrite, etc. Blenorrhéa.—Designão-se por estes termos os corrimentos que sobrevém depois do coito, na urethra e na vagina, e que são vulgarmente conhecidos por esquentamentos. Blepharitis.—Blepharophtalmia. Inflammaçãó daspalpebras. Bocio.—Papo. Papeira. Borborygmos.—Ronco nos intestinos. Bronchios.—Vasos divididos em ramificações que partem da trachéa-arteria, espalhão-se pelo pulmão, e recebem e distri- buem o ar necessário á respiração. Bronchitis.—Inflammaçãó dos bronchios. Bubões.—Tumores syphiliticos, vulgarmente chamado mulas. Bulimia.—Fome canina ou excessiva. C Cancro.—Tumor que se fôrma nos músculos; quando é ul- cerado pelo engorgitamento dos vasos e glândulas lymphaticas assemelha-se a um caranguejo com os dedos abertos; quando é indolente e sem dôr, chama-se schirro. Caimbras.—Contracção involuntária, espasmodica e dolo- rosa de certos músculos, particularmente dos da parte superior da perna. INTRODUCCÂO Cl Cálculos.—Concreções do corpo humano, vulgarmente cha- madas pedras. Caninos.—Dentes caninos. Presas. Carbúnculo.—Tumor duro circumscripto, extremamente do- loroso, com calor ardente e vermelhidão, com pústulas no centro, que se tornão em escáras negras e gangrenosas. Cardialgia.—Caimbra no estômago. Carditis.—Inflammaçãó do coração. Carie.—Corrupção dos ossos. Carpologia.—Acçãò de abrir e fechar as mãos, como para pegar em algum objecto; é symptoma grave. Cataracta.—Opacidade da vista, causada por embaraço do crystalino, que se torna opaco, impede a passagem dos raios luminosos e causa a cegueira. Catarrho.—Constipação. Inflammaçãó das mucosas. Catarrho bronchico.—Inflammaçãó da membrana mucosa que cobre o canal respiratório., Catarrho cerebral.—Defluxo. Coryza. Catarrho vesical.—Catarrho da bexiga. Fluxo de mucosi- dades expessas e viscosas que se encontrão nas ourinas. Cephalalgia.—Dores de cabeça. Cerebral.—Do cérebro. Cérebro.—Massa encephalica. Miolos. Cholera.—Moléstia aguda, rápida em sua marcha. Cholerina.—Primeiro período do cholera-morbus. Chlorosis.—Enfermidade que affecta principalmente as jovens não menstruadas. Choréa.—Enfermidade que pôe o corpo em contínuos movi- mentos convulsivos, irregulares e involuntários. Claudicação.—Irregularidade dos membros abdominaes, por alongamento ou encurtamento que obriga o indivíduo a coxear. Clinica.—Designação do trabalho do medico junto ao enfermo, em que ensina, indica e aconselha o tratamento que julga conveniente. Coma .—Somnolencia. Comatoso . —Somnolento. Coito.—União carnal entre o [homem e a mulher. Congestão.—Quantidade excessiva de "sangue nos vasos san- güíneos de algum órgão. c INTRODUCCÂO Condylomas.—Excrescencias carnosas, que tèm assento nas partes genitaes de ambos os sexos, perineo e ânus. Convulsões.—Contracções ou estremecimento violento e in- voluntário dos músculos. Coxagra.—Inflammaçãó da articulação do quadril. Diz-se também Coxalgia. Coxalgia.—Veja coxagra. Coxarthrogace.—Doença da articulação coxo-femural, espe- cialmente carie das superfícies articulares. Craneo.—Reunião dos ossos que encerrão o cérebro. Crise.—Chama-se assim toda a mudança que faz a enfermi- dade, com bom ou máo symptoma. Croup.—Inflammaçãó da membrana mucosa, laryngeo-bron- chica. I) Dansa de S. Guido.— Choréa. Dartro.—Moléstia cutânea que consiste em botões verme- lhos, manchas, crustas, ou ulceras. Debilidade.—Diminuição maior ou menor, que tèm entre si as fibras que constituem os sólidos do corpo. Defecação.—Evacuação alvina. Defluxo.—Catarrho cerebral. Deglutição.—Acção de engulir. Delírio.—Desarranjo das funcções animaes, em que o in- divíduo vê o que não existe, e responde ao que não lhe per- guntão. Delírio nervoso.—Delírio tremente, loucura dos bêbados. Delírio tremens.—Delírio nervoso. Demência.—Alteração intellectual, sem febre nem furor, que torna os indivíduos incapazes de raciocinar. Dentição.—-Época da sahida dos dentes. Desmaio.—Desfallecimento. Syncope. Descamação.— Queda da epiderme, em fôrma de escamas. Caspa. Diabetis.—Ourinas doces. Diagnosis.—Conhecimento das moléstias pelos symptomas que as distinguem. Diaphragma.—Membrana que separa o peito do ventre. INTRODUCCÂO Cl Diaphragmitis.—Inflammaçãó do diaphragma, Diarrhéa.—Câmara. Excesso de evacuações alvinas. Dysenteria.—Dejecções freqüentes de matérias mucosas, ou de sangue, com puxos. Dysmenia.— Estabelecimento laborioso dos menstruos, na idade da puberdade. Dysmenorrhéa.—Corrimento menstrual com difficuldade, do- res e pouca abundância. Dyspepsia.—Difficuldade de digerir. Dysuria.—Difficuldade de ourinar, com dôr. E Eclampsia.—Moléstia convulsiva que ataca as crianças, de ordinário na época da dentição. Empyema.—Pús na cavidade do peito. Ecthyma.—Moléstia de pelle, caracterisada por pústulas lar- gas, redondas, discretas. Eczema.— Inflammaçãó da pelle com pequenas vesiculas, miúdas, unidas entre si, pouco inflammadas, etc. Ecghymosis.—Nodoas causadas pela estagnação, ou extravasa- ção do sangue, por qualquer pancada. Elephancia.—Erysipela branca, que produz grandes incha- ções nas pernas e nos escrotos. Elephantiase dos Árabes.—Veja Elephancia. Elephantiase dos Gregos.—Morphéa. Lepra. Mal de S. Lá- zaro. Enteralgia.—Dores de barriga. Enteritis.—Inflammaçãó dos intestinos. Epiderme.—A pelle externar. Cutis. Epigastro.—Região do estômago. Epilepsia.- Gota coral. Epistaxis.—Derramamento de sangue pelo nariz. Erysipela.—Inflammaçãó da pelle, caracterisada pela côr ver- melha, tensão e dôr na parte. Esgaulatina.—Erupção cutânea, que se annuncia depois de alguns dias de febre. Escrofulas.— Moléstia vulgarmente conhecida por alporcas. Esophagitis.—Inflammaçãó do esophago. Exanthemas.—Affecções da pelle. C1I INTRODUCCÂO F Febre.—Enfermidade das artérias, que toma vários nomes segundo os seus symptomas. Febre amarella.—E' um typho gastro-hepatico, ou gastro- enteritico, exasperado pelo calor. Febre assodes. Seu caracter principal é a anxiedade, in- quietação e agitação continua. Febre ataxica.—E' irregular nas crises e paroxismos, indi- cando affecção cerebral. Febre biliosa.—Em que predominão os symptomas biliosos. Febres cardíacas. —Manifestão-se por dores no estômago, pal- pitações do coração, vômitos e náuseas. Febre cerebral.—Produzida por um embaraço no cérebro; é de grande ponderação. Febres coliquativas.—Caracterisadas por dejecções viscosas, sebaceas, oleosas, biliosas, fétidas, súbita magreza e suor co- pioso. Febre elodes.—Desde o começo são acompanhadas de suor continuo. Febre epiala.— Os symptomas característicos é sentirem os doentes ao mesmo tempo frio e calor, ou frio e tremor. Febre escarlatina.—A que traz calafrios, tremores, manchas encarnadas, descamação da pelle e inflammaçãó da garganta. Febres eruptivas.—Exanthematicas. Neste gênero compre- hendem-se todas^as febres em que ha erupção de pelle, como bexigas, sarampo, escarlatina, etc. Febre gástrica.—Em que predominão os symptomas gás- tricos. Febre hectica.— Febre continua chronica, que conduz ao marasmo,[e á morte. Febre hypiria, ou febre algida.—Tem por symptomas carac- terísticos, a pelle fria, principalmente nas extremidades, em que ha gelidezr?cadaverica, grande calor interno, sede insaciável, dôr pungente no estômago e nos intestinos. Febre inflammatoria.—Produzida pela excitaçãodo sangue. Febre intermittente.—Sesões. Maleitas. E' a que apresenta accessos periódicos de frio e calor. Febre maligna.—Produzida pela degenerescencia dos liquidos em alto gráo. INTRODUCCÂO CHI Febre milliar.—A que produz pústulas que apparecem na pelle; é muitas vezes precursora de outra moléstia. Febre nervosa.—E' designada assim a febre que parece não ter sua origem em alguma lesão particular dos órgãos, ou de- vida a emoções moraes, e em que soffre todo o systema ner- voso. Febre perniciosa.—E' intermittente, cujos symptomas9, são tão graves, e a marcha tão rápida e insidiosa, quefmuitas vezes termina a existência logo aos primeiros accessos. Febre pútrida, ou adynqmica.—Os symptomas dominantes tendem á corrupção dos líquidos. Febre puerperal.—Peculiar das paridas; é de caracter gravíssimo. Febre remittexte.—A que faz uma remissão temporária, e depois volta mais forte e irregular. Febre traumática.—A que acompanha a suppuração das grandes chagas, ou que sobrevem a contusões, pancadas, etc. Febre typhoide.—Manifesta-se nos lugares populosos, ou de grandes ajuntamentos ; é de caracter grave, e produzida por influencias miasmaticas, desenvolvendo-se mais quando ha falta de bons alimentos, trabalhos excessivos, etc. Febre verminosa.—De lombrigas. Fendas.—Pequenas feridas dolorosas, que se manifestão no seio das mulheres. Feridas.—Solução de continuidade, feita nas partes molles. Femur.—O osso da coxa. Feto.—A criança no utero materno. Fezes.—Excrementos. Fistulas.—Solução de continuidade, ordinariamente estreita, entretida por uma alteração local que dá sahida ao pús, ou líquidos naturaes. Flatos.—Flatulencia, flatuosidade, ventosidade. Fluxâo.—É a evacuação dos humores cujas espécies varião, segundo o órgão por onde se faz. Fluxão na face,—Inchação occasionada pelas dores de dentes. Flores brancas.—Escorrimento mucoso pelas partes genitaes das mulheres. Frieiras.—Inchação inílammatoria dos dedos dos pese mãos que termina em ulceras com grande prurido. Fruncho . —Furunculo. crv INTRODUCCÂO Fungosidades.—Excrescencías esponjosas, carnosas e molles que se elevão nas chagas. Fungos.—Tumores que se desenvolvem sem solução de con- tinuidade. Fürunculos.—LeicenÇo, nascida, cabeça de prego. G Gagueira.—Vicio da palavra, por varias causas. Galactirriiéa.—Corrimento abundante do leite, indepen- dente da sucção, o que se dá nas mulheres que amamentão, e naquellas mesmo que não têm filhos. Gallico.—Venereo. Syphilis. Garrotilho.—Croup. Gangrena.—Mortificação incipiente. Morte parcial dos tecidos. Gastralgia.—Cardialgia. Gástrico.—Do estômago. Gastritis.—Inflammaçãó do estômago. Gastrodynia. —Cardialgia. Gastrosis.—Embaraço gastro-intestinal. Gastro-enteritis.—Inflammaçãó de estômago e intestinos. Geração.— Funcção pela qual os corpos vitaes se repro- duzem. Gestação.—Prenhez ou gravidez. Glândulas.—Corpos sólidos e esponjosos que secretão alguns líquidos. Têm a fôrma de pequenas nozes, e encontrão-se facilmente, sob a pelle, no pescoço, virilhas, etc. Gonite.—Inflammaçãó do joelho. Gonorrhéa.—Esquentamento. Gota.—Dôr nas articulações, a que se segue inflammaçãó. Gota coral.—Epilepsia. Gota serena.—Amaurose. Gravidez .—Prenhez. Grippe.—Catarrho pulmonar epidêmico. H Hálito.—Chama-se assim o ar que se aspira dos pulmões. Hematemesis.—Vômitos de sangue. Hematuria.—Ourinas de sangue. INTRODUCCÂO i'.V Hematocele.—Tumor de sangue no escroto. Hemeralopia.—Privação da vista de noite. Hemiplegia.—Paralysia da metade do corpo. Hemicranea .—Enxaqueca. Helminthiasis.—Moléstias de lombrigas. Hepatisaçâo.—Degeneração do tecido orgânico em fôrma de fígado. Hepatitis.—Inflammaçãó dofigado. v Hepatirrhéa.—Fluxo de ventre sangüíneo seroso. Hemorruagia.—Effusão de grande quantidade de sangue. Hérnia.—Quebradura. Rotura. Herpes.—Erupção cutânea, com dores e comichão. Herpes excedens.—Empigem roedora. Herpes lichenoides.—Empigem escamosa. Herpes scroti.—Empigem dos escrotos. Hydrocele.—Hydropisia dos escrotos. Hydarthro.—Hydropisia de uma articulação. Hydrargirose.—Moléstia causada pelo mercúrio. Hydrogephalo.—Hydropisia da cabeça. Hydrothorax.—Hydropisia do peito. Hydropisia.—Derramamento de serosidade em qualquer parte do corpo. H ydrophobia . —Da mnamento. Hypertropuia.—Augmento de volume em qualquer órgão. Hypocondrios.—Ilhargasou vazios. Hypocondria . —Mela nc olia. Hippocrattco.—-Com semelhança de um cadáver. Hypogastrico.—Região no ventre. Hypocophose.—Dureza do ouvido. Primeiro gráo de surdez. Hypostaphyla.—Queda da uvnla, campainha. Hysteralgia.—Dôr no utero. Hysterismo.—Affeeção nervosa peculiar ás mulheres. I Ichthyosis. —Malhas da pelle. Ictericia.—Enfermidade que deixa o corpo amarello. Ileus.—Volvolus. Paixão iliaca. Golica de miserere. Imbecilidade.—Fraqueza de espirito, primeiro gráo de idiotismo. N cvi INTRODUCCÂO Impetigo.—Empigens crustáceas. Impotência.—Incapacidade do sexo masculino para effectuar o coito. Incisivos.—Os oito dentes na frente, nos dous maxillares. Imcontinencia da ourina.— Sahida involuntária da ourina. Incubo.—Pesadello. Indigestão.—Dyspepsia. Indurações.—Dureza nos tecidos. Inflammaçãó.—Irritação de qualquer órgão : internas chamão- se phleugmasias. Infecção.—Propagação das moléstias pelas exhalações. Intumescencia. —Inchação. Isghuria.—Suppressão total da ourina. Insomnia.—Privação do somno. L Lacrimação.—Choro. Corrimento das lagrimas. Lagtação.—Amamentação. Lácteo.—Relativo á secreção do leite. Lagtifero.—Que conduz o leite. Larynge.—Garganta. Canal que dá passagem ao ar. Laryngitis.—Inflammaçãó do larynge. Leugophlegmasia.—Inchação flatuosa de todo o corpo. Dor- mencia. Lepra.— Morphéa. Mal de S. Lázaro. Lesão mecânica.—É toda a commoção por queda, ferimento, contusões, etc. Leucorrhéa.—Flores brancas. Lethargo.—Somno profundo e excessivo, imagem perfeita da morte. Lichen.—Fogagem. Papulas rubras. Lienteria.—Diarrhéa em que os alimentos são lançados sem serem digeridos. Llpothimia.—Deliquio. Primeiro gráo da syncope. Lithiasis.—Pedra na bexiga. Lochios.—Evacuação sangüínea que vem depois do parto. Lobinho.—Lupia. Chama-se assim os tumores nascidos de- baixo da pelle, indolentes, moveis, etc. Lombar.—Pertencente aos lombos. INTRODUCCÂO CV1I Loucura.—Aberração do pensamento. Lumbago.—Rheumatismo dos músculos lombares. Lupia.—Lobinho. Lúpus.—Empigem roedora. Luxação.—Deslocação. Lympha.—Liquido sem côr que circula nos vasos lym- phaticos. Lymphaticos.—Vasos absorventes distribuídos por todo o corpo. M Malacia.—Appetite desordenado para comer matérias não alimentares, como terra, carvão, arêas. Maleitas.—Febres intermittentes. Manchas hepaticas.—Manchas amarellas ou azuladas na pelle. Manchas furfuraceas.—Inflammaçãó da pelle, com manchas e descamação do couro cabelludo, e prurido. Manchas do olho.—Belidas. Madre.—Utero. Órgão das mulheres destinado a conter o feto. Mania.—Alienação mental com accesso. Marasmo.—Estado de extrema magreza. Mastitis.—Inflammaçãó das mamas. Maxillares.—Queixos. Medico.—É aquelle que tem dado provas publicas de seus estudos, e do seu saber na arte de curar. Meconio.—Ferrado. Primeiro excremento dos recém-nas- cidos. Melancolia.—Estado habitual de tristeza. Melena.—Vômitos de matérias negras e dejecções da mesma côr. Membrana mucosa.—A que forra o interior da boca, es- tômago, etc. Meningite.—Encephalite. Inflammaçãó das membranas do cérebro. Menoghesia . —Regras fracas. Menostasia.—Retenção e suppressão do menstruo. I.V1J1 INTRODUCCÂO Menopsia.—Cessação das regras na idade critica das mu- lheres. Menorrhagia.—Fluxo de sangue que ataca as mulheres. Menstruação.—Evacuação mensal nas mulheres. Mentagra.—Dartros ou botões vermelhos, pruriginosos e pustulosos que vêm á barba. Modorra . —Somnolencia. Morbilli a .—Sarampo. Morphéa.—Lepra. Movito.—Aborto. Muco.—Fluido animal. Músculos.—É o que vulgarmente se chamão carnes. Mutísmo.—Mudez. Impossibilidade de fallar. Myowa.—Vista curta. N Narcótico.—Que tem a propriedade de fazer adormecer. Nacotismo.—Adormecimento pelo ópio. Nascida.—Fruncho. Necrose.—Gangrena de um osso. Nephralgia.—Dôr, eólica nos rins. Nephrite.—Inflammaçãó dos rins. Nevralgia.—Dôr viva que ataca os nervos. Nictilatio. —Pestanejamento continuo. Nodosidades.—Nós. Tumores duros no periosteo. Nostalgia.—Doença produzida por saudades da pátria. Nyctalopia.—Privação ou diminuição da vista durante o dia. Nymphomani a.—Desejo irresistível e insaciável do coito, na mulher. O Odontalgia.—Dôr de dentes. Obesidade.- Gordura excessiva. Occiput.—A parte posterior da cabeça. Octana.—Febre intermittente, que reapparece cada oitavo dia. Omoplata.—Osso da espadua. INTRODUCCÂO CIX Onanismo.—Masturbação. Ophthalgia.—Dôr de olhos sem inflammaçãó. Ophthalmia.—Inflammaçãó dos olhos. Orghitis.—Inflammaçãó dos testículos. Orbitas.—Cavidades ósseas onde estão os olhos. Orthopnéa.—Falta da respiração, ou difficuldade de respirar. Osteocopas.—Dores nos ossos. Otalgia.—Dôr no ouvido. Otitis.—Inflammaçãó do oovido. Otorrhéa.—Purgação do ouvido. Ozagre.—Crosta láctea. Ozena.—Ulcera da membrana pituitaria. P Paladar.—Parte superior da boca. Palpitação.—Movimento enérgico e desordenado do coração. Panaricio.—Tumor inflammatorio do tecido cellular, na vizinhança das unhas. Pancreas.—Glândula situada atrás do estômago. Papeira.—Bocio. Papo. Papulas.—Pequenos botões sem pús nem serosidade. Pavilhão.—A parte externa da orelha. Parotitis.—Inflammaçãó das glândulas parotidas, situadas debaixo das orelhas. Pathogenesia.—Pruducção ou criação de phenomenos anor- maes, por experiências feito no homem são. Pathognomico.—Característico e peculiar de cada doença. Pathologia.—Conhecimento ou estudo das moléstias. Parpharenesi.—Inflammaçãó do dfiaphragma. Pericardto.—Sacco que envolve o coração. Peritoneo.— Membrana que forra o ventre internamente. Peritonite.—Inflammaçãó no peritoneo. Pesadéllo.—Sentimento de um peso incommodo sobre o estômago, durante o somno, com sonhos afflictivos. Petechias.—Pintas ou nodoas vermelhas, que vêm á pelle em certas moléstias. Pemphigus.—Bolhas que se formão na pelle, e que vêm al- gumas vezes acompanhadas de febre. Periosteo.—Membrana que cobre os ossos. INTRODUCCÂO Perineo.-O espaço entre o ânus e os órgãos sexuaes. Pharynge . —Garganta. Photophobia.—Lesão da vista, apresentando ou figurando cordinhas ou linhas luminosas. Phtyriasis.-Moléstia da pelle, que tem por symptoma principal o desenvolvimento de grande quantidade de piolhos sobre uma região qualquer, ou sobre toda a superfície do corpo. Phlyctenas.—Pequenas empolas que se formão naepiderme. Phlegmasias. —Inflammaçãó dos órgãos internos. Phases.—Apparencia ou mudança que alguma doença apre- senta. Physiologia— Ramo da medicina que trata do mecanismo orgânico das funcções animaes. Phrenesi.- Febre cerebral. Pleura.— Membrana delgada que cobre internamente toda a cavidade do peito. Pleurisia.—Inflammaçãó da pleura. Plica polaca.—Phlegmasia cutânea, em que os cabellos se entrelação e enroscão, augmentando de volume. Plethora.—Superabundancia de sangue. Pleuriz.—Pleurisia. Inflammaçãó da pleura. Pleurodynia.—Dôr, ou pontada do lado. Falso pleuriz. Pneumonia.—Inflammaçãó do pulmão. Polypo.—Escrescencia fungosa. Polysarcia.—Gordura excessiva. Pollução.—Emissão involuntária do sêmen. Próstata.—Corpo glandular, que fica adiante do collo da bexiga, em roda da urethra. Prostatite.—Inflammaçãó da próstata. Priapismo.—Erecção dolorosa do penis, sem desejo venereo. Prurigo.—Affecção da mesma côr da pelle, que produz ex- cessiva comichão. Prosopalgia.—Inflammaçãó do rosto. Presbiopia.—Vista confusa ao perto, e clara ao longe, vulgar- mente chamada cansada. Prodromos.—Signaes precursores de uma moléstia. Prognostico.—Predicção do que ha de ter lugar na moléstia. Prophilaxia.—Meios empregados como preservativos. Psoriasis.—Figado-bravo. Manchas escamosas de figura ir- regular. INTRODUCCÂO r.\ i Psoas.—Dous músculos dos hombros. Psoitis.—Inflammaçãó dos psoas. Ptyalismo.—Salivação. Pupillas.—Meninas dos olhos. Purpura.— Manchas que ordinariamente têm a fôrma e côr de mordeduras depulgas. Puriforme.—Semelhante ao pús. Purulento.—Do caracter do pús. Pus.—Matéria. Pústula.—Elevação da pelle contendo pús, e tendo uma base inflammada. Pulmões.—Bofes. Pulso.—Nome que se dá ao movimento das artérias. Pústula maligna.—Carbúnculo. Q Quarta. — Febre intermittente com intervallos de quatro dias. Quebradura. —Hérnia. Rotura. Queda do recto.—Sabida do recto. Queda do utero.—Descida deste órgão até á vagina, ou mesmo sahida para fora desta parte. Queda da vagina.—Reviramento da vagina de dentro para fora, o que quasi sempre traz a queda do utero. Quotidiana.—Intermittente com intervallo de vinte e quatro horas entre os accessos. R Ranula.—Pequeno tumor molle, fluctuante e transparente, que se fôrma sob alingua. Rachitismo.—Moléstia da espinha dorsal. Raiva.—HydrophQbia. • Remittentes.—Febres que têm uma diminuição ou remissão marcada. Resolução.—Terminação de affecções inflammatorias sem abcesso. Retina.—Membrana mui transparente que cobre o vidrado dos olhos, e termina em torno do crystallino. ú\ii INTRODUCCÂO Recto.—Ultimo dos grandes intestinos, que termina no ânus. Rheumatismo.—Moléstia que ataca quasi sempre os músculos e fibras. rins—Órgãos secretores da ourina. Riso sardonico.— Riso espasmodico e involuntário. Roseola.—Sarampelo. Enfermidade entre a escarlatina e o sarampo. Ruminadura. -Merycismo. Moléstia que faz voltar os alimentos do estômago á boca para serem mastigados. Rupia.—Bolhas com inflammaçãó na pelle. s Salivação.—Secreção muito abundante de saliva. Sapinhos . —Aphthas. Sardas.—Manchas na pelle côr de amarello-fulvo. Sacro.—Osso que fôrma a base da columna vertebral. Sanie.—Matéria fétida esv«rdeada que sahe das feridas. Sangue.—Liquido animal produzido pela elaboração do chylo. Satyriasis.—Appetite venereo insaciável no homem. Sciatica.—Affecção rheumatica na junta do quadril. Scirro.—Tumor indolente que geralmente precede o cancro. Sgabies.—Sarnas. Scrofulas .—Alporcas. Secundinas.—Pareas. Somnambulismo.—Excitação nervosa das funcções cerebraes, que fazem repetir dormindo o que se costuma fazer acordado. Sterno.—Osso do peito. Stethoscopo.—instrumento para ajudar a ouvir os sons do peito. Sternutação.—Espirro. Stomacace.—Gangrena ou escorbüto da boca. Strabismo.—Olhos vesgos. Stranguria.—Evacuação dolorosa da ourina. Strigtura.—Gompressão, ou contracção de algum tubo ou canal do corpo. Surdez.—Perda da audição. Sub-maxillar.—Debaixo do queixo. INTRODUCCÂO CXTTI Sugillação.—Nodoa roxa ou livida na pelle causada por pancadas. Suppuração.—Acção mórbida pela qual se deposita o pús no tumor inflammado. Syphilis.—Venereo. Gallico. Syncope.—Desmaio. Deliqaio. Synocha.—Febre inflammatoria continua. Sycosis.—Condylomas. Excrescencías carnosas que se desen- volvem junto ao ânus e órgãos genitaes. T Tartaro. -Pedra dos dentes. Tenesmo.—Desejo continuo e doloroso de ir á banca, sem resultado. Tecido.—Ajuntamento de fibras. Tecido cellular.—Une todas as partes do corpo. Tétano.—Moléstia caracterisada pela rigidez do corpo. Tendão.—Extremidade branca e luzente de um músculo. Therapeutica.—Ramo da medicina que descreve a acção dos meios empregados no curativo das moléstias. Thorax.—Peito. Tinha.—Phlegmasia chronica, que tem assento no couro cabelludo. Titillação.—Cocega. Tonsillas . —Amygdalas. Tosse ferina.—Tosse convulsa. Coqueluche. T.enia.— Solitária. Tópicos.—Remédios applicados externamente a alguma parte doente. Trachéa.—Canal que vai do larynge aos bronchios. Tracheotomia.—Operação de abrir a trachéa. Trismo.—Affecção tetanica. Rangidura e aperto dos dentes e queixo inferior, pela contracção muscular. Tuberculos.—Tumores duros e pouco volumosos. Tumor.—Eminência circumscripta em qualquer parte do corpo. Tumescencia . —Inchação. Tumido.—Inchado. Intumescido. o lA|V IVTRODUCCÂo Tympanite.—Inchação do ventre por accumulaçto dé gazes no canal intestinal. 1,1 Tympano.—Parte interna do Ouvido. Typhoide.—Moléstia de caracter maligno. U Ulcera.— Ferida. Umbilical.—Cordão do umbigo. Urethra.—Canal ourinario. Via ourinaria. Urticaria.—Brotoeja. Utero.—Madre. Uvea.—A parte posterior do iris. Uvula.—Campainha. V Varicella . —Cataporas. Va riol a . —Bexigas. Varizes.—Dilatação das veias. Vermifugos.—Remédios que expulsão as lombrigas. Vertebras.—Ossos que formão a espinha dorsal. Vertigens.—Tonteira de cabeça. Vagado. Vesiculos.—Erupções pequenas como de bexigas. Vírus.—Contagio ou veneno. Vísceras.—Órgãos que existem nas três grandes cavidades, cabeça, peito e ventre. Volvulo.—Paixão illiaca. Vomica.—Abcesso dos pulmões. z Zona.—Inflammaçãó vesiculosa da pelle, vulgarmente chamada cobreiro. TABELIà DOS NOMES DOS MEDICAMENTOS HOMffiOPATIIlCOS E SUAS ABREVIATURAS MOMES ABREVIATURAS Abrus precatória................Abr.-pree Absinthium.....................Abs. Aceti-aeidum....................Acet-acid, Acetuin........................ Acet. Aeidum formicarunV ............. Acid-for. Acidum benzoicum '..'............ Acid-benz. Aconitum napellus .. ............ Acon-nap. iEgiphila salutaris............... JSgiph-salut. iEgopodium podagraria........... iEgop-pod. jEthusa cynapium............... iEth-cyn. Agaricus muscaris .. v............Agari-musc. Agaricus cyprinus...............Agari-cyp. Agaricus emeticus ..'.............Agari-emet. Agaricus laricus................. Agari-lar. Agave americana ...'.---........ Agav-am. Agnus castus....................Agn-cas. Allamanda cathartica ..........:.. Allam-c Aloes gummi ....................Alo-gum. Alium sativum ..................Ali-sat. NOMES ABREVIATURAS Alistonia ...;.................... Alist. Alumina........................ Alum. Ambra grisea....................Amb-gris. Ammoniacum gummi............. Amm-gum. Ammonium carbonicum........... Amm-c. Ainmouium causticum ............ Am-caust. Ammonium muriaticum ........... Am-mur. Amphisbcena .. .*.................. Amph. Anacardium orientalis............. Anac-or. Anani (leite)..................... Anan. Angieo (resina)................... Angic. Angustura...................---Angust. Aya pana........................Aya-p. Angustura spuria.................Angust-spu. Anisum stelatum.................Anis-st. Antae oleum .....•................Ant-ol. Antrokokali..............v.......Antrok. Antimoiiium crudum.............. Antim-crud. Antimonium metallicum........... Antim-m. NOMES ABREVIATURAS Antimonium tartaricum ...........Antim-tart. Arachis sylvestris.................Arach-s. Archangeiica ..................... Archan. Areca betei....................... Arec-b. Argentum........................ Arg. Argentum nitricum ............... Arg-n. Argomone-mexicana...............Argom-m. Aristolochia cymbifera.............Arist-cy. Armoracia ....................... Armor. Arnica montana ..................Arn. Arsenicum álbum.................Ars-alb. Arsenicum cetricum ..............Ars-c. Arsenicum metallicum............. Ars-met. Arsenicum rubrum................Ars-rub. Arsenicum hydrogenisatum ........Ars-hyd. Artemisia vuigans ................Artem-v. Asa-foetida ....................... Asa-fcet. Asarum europeum................ Asar. Asclepia acurassavica ..............Asclep-acur. Asclepia asthmatica................Asclep-asth. Asclepia gigantea..................Asclep-gig. Asparagus ........................ Aspar. Athamantha......................Atham. Atriplex olida ....................Atnp-ol. NOMES ABREVIATURAS Àurum foliaticum ---............. Aur-fol. Aurum fulminans .................Aur-fulm. Aurum muriaticum................ Aur-mur. Aurum sulfuricum ................Aur-sulf. Barbus .......................... Barb. Barbosina........................Barbos. Baryta acetica .................... Bar-acet. Baryta carbônica.................. Bar-carb. Baryta cáustica...................Bar caust. Baryta muriatica.................. Bar-m. Badigage......................... Badig. Boletus cervinus .................. Bolet-cer. Belladona atrapa ..................Bell. Berberis vulgaris.................. Berb-v. Bilis corvis ___................... Bil-cor. Bi-chromatico de potassa........... Bichro-pot. Bismuthum ...................... Bismut. Blatta americana .................. Blatt. Bombix anellum .................. Bomb-an. Borax veneta ..................... Bor. Bovista .......................... Bov. Bolla de porco do mato ............ Bol-p. do mat. Bromium................/j.iv.... Brom. Brucea-ante-dysentcrica .. /.°........ Bruc NOMES ABREVIATURAS Bryonia alba...... Bryonia cordatefolia ... Bufo sahytiensis____. Cactus opuntea ....... Cactus-grandi-florus . .•........ ...... Cact-s;r flor Cadmium sulfuricum ... ...... Cadm-sulf. Caladium pendulinum..... ..... Cal-pend. Caladium sanguinum....... .____Cal-s. Calcarea acetica . .... ...... Calc-acet. Calcarea carbônica........... Calcarea cáustica ............. Calcarea muriatica ........... ...... Calc-m. Calcarea phosphorica......... .....Calc-ph. Calcarea sulfurica............ ..... Calc-sulf. Cab ndula officinalis .......... ..... Calend-off. Camphora................... ...... Camph. Canna angustifolia........... ...... Can-ang. Canua do brejo de flor roxa ___ ..... Can-brej. ..... Can-ind. Cannabis sativa.............. ..... Can-sat. Câncer fluviatus ____......... ...... Canc-fl. ..... Câncer. .....Canc-oc ..... Canth. NOMES Gapsicum annum ....... Carbo animalis.......... Carbo vcgetabilis........ Carbo mineralis..... Cascarilla.............. Cartanea............... Castoreum .......... Causticum •. ■............ Cerium................ Cervus brasilicus ........ Chamomilla vulgaris ..... Chelidonium majos ..;..; Chenopodium ambrosiades Chenopodium botris .;... Chenopodium vulvaria ... Chenopodium glaucum ;. Chimarrhis cymosa Chiococa anguisida. ..... Chiococa racemosa ...... China officinalis ■....;.... China cetrica ........... Chininum sulfuricum ..;. Cicuta virosa ........... Cina .................... ABREVIATURAS . Caps-an. . Garb-an. . Carb-veg. . Carb-m. . Case . Cartan. . Cast. . Caust. . Ceri w Cerv-b. . Cham. H O . Chel-m. e . Chen-amb. to . Chen-b. . Chen vulv. Chen-gl. . Chimar-cy. . Chioc-ang. . Chioc-iac. . Chin-off. . Chin-c. . Chin-sulf. . Cicut. P . Cin. ■< NOMES ABREVIATURAS Cinnabaris....................... Cinnab. Ginnamomum...................• Cinnamom. Cistus canadensis ................. Cist. Gitrieuni acidum .....:............ Citr-acid. Gynoglossum..................... Cynogl. Cynaria scolimus.................. Cyn-scol. Cynomorium coccinum............ Cyn-cocc Glematis erecta___............... Clemat. Clusea rosina ..................... Glus-ros. Coccionella septempumtatar......... Coccion. Cocculus___.----. -..........--- Coce Coccus cacti........".............. Cocc-cac Coffeacruda ..................•... Coff-cr. Coluber jararará.................. Colub-jar. Coluber jararará preguiçosa ........ Col-jar-pr. Coluber surucucu ................. Col-sur. Colchicum antumnale.............. Colch. Colocynthis....................... Coloc. Colocynthis paulistani ..---........ Coloc-paul. Colocynthis paraensis ............... Coloc-p. Gomo cladia angulosa.............. Gom-clad-ang. Conium maculatum................ Con-m. Gontrayerva ...................... Contray. Convolvulus arvensis............... Convol-arv. NOMES ABREVIATURAS Convolvulus duartinius .........;... Convol-d. Copahivae balsamum............... Cop-bal. Corallia rubra..................... Coral. Corium vulgaris culuber ......•____. Cori-valg. Gortex sambuci.................... Cort-sam. Crescentia cujete ...----....;.;.... Gresc-cuj. Crypto gamus ..................... Cry-gam. Costos spicatus.................... Cost-spicatus. Crocus sativus..................... Croc-s. Crotalus cascavel.................. Grot-e Cortes preciosa.................... Cort-p. Croton campestre -----..............Crot-camp. Croton eleuteria................... Grot eleut. Croton fulvum................____Crot-ful. Cubebae......................____ Gub. Cuprum metallicum .•............... Gupr-met. Guprum aceticum................. Gupr-acet. Cuprum carbonicum ..-____......... Cupr-carb. Cuprum arsenioso................. Cupr-ars. Cuprum sulfuricum................ Gupr-s. Cyclamen europeum ..____......... Cycl-eur. Daphne indica ...-...-.-.•...____..... Daph. Dattes ........................... Datt. Delphi nus araasonicus ............. üelph. NOMES ABREVIATURAS Dermophylla-pendalina ...:......... Derm-pend. Diadema aranea .................;. Diad. Dictamus......................... Dict. Digitalis brasiliensis............... Dig-b. Digitalis purpurea ................. Dig-p] Drosera rotundifolia ............... Dros. Dulcamara ......................' Dulc Druparia racemosa ................ Drup-rac. Elaps corallinus................... Elaps. Eleis guineensis................... Ele. Erithroxilon sativa................. Erith-sat. Ether sulfurique.................. Eth-s. Ereca brassica.................... Erec-br. Eugeniajambos.............____.. Eug. *' Euphorbium officinalis ___......... Euphor-off. Euphorbia capetata................ Euphor-c Euphrasia officinalis............... Euphor. Evonymus europeas ............... Evon. Ferrum magneticum ...............Ferr-m. Ferrum metallicum................Ferr-m. Ferrum muriaticum............... Ferr-mur. Ferrum aceticum________.........Ferr-acet. Ferrum carbonicum...............Ferr-carb. Ferrum iodotum.................. Ferr-iod. NOMES ABREVIATURAS Ferrum sulfuricum .......;.';..... .* Ferr-sulf. Ferrum oxidatum hydratúm ___.;..' Ferr-ex-hyd Felix mas............___.___..." Fel-m. Fragaria vesca '..'.......;..;.___. : Frag. Fumaria officinalis ___............' Fum-ofT. Gadus morrhua ..:................ Gad-m. Galba colophyllum ...'.'............ Gal-col. Galsobdolon ..,.,.___'..'...'....:'.: Gals. Galium álbum ...;......;..;...;.. Gal-al. Galium laevigatum ___............ Gal-la3. Guaraná trichilisides ..___..___'.'.'.' Gaur-tri. Guatimala balsamum '.-'.'............ Guat-b. Genisia scoparia ..___...........'.' Gen. Gentiana lutea.................... Gent. Geoffroya vermifuga............... Geof. Gins-eng . ..,i...........___...... Gins. Gossipium....................... Goss. Granatum ...____..........___.. Gran. Graphites ........................ Graph. Gratiola officinalis................ Grat. Grilus....................'.'....'.. Gril. Guaiacum officinale.....___...... Guai. Guanus australis.................. Guan. Guy de chene .................... Guy. NOMES ABREVIATURAS Gynandria jacutinga.............. Gyn-jac Haematoxilum camp___........... Haem. Hedysarum üdefonsianum......... Hedy. Hypo-phosphito de cal............. Hyp-p-c Hydrocyanato ferrurado de china .... Hydcy-f-chin. Heliantnus annus................. Helian-an. tjelleborus niger ................. Hell-n. Hepar sulfuris calcareum........... Hop. Hepar arguillae................... Hep-arg. Heracleum spondilium............. Hera Hippomane mancinella............. Hipp. Hydrocyani acidum............... Hyd. Humulus lupulus ................. Hum-lup. Hura brasiliensis.................. Hur-b. Hyosciamus niger................. Hyosc Ignatia amara .................... Ign. Indegofera tinctoria............... Ind-tinct. índigo........................... Ind. lodium..............T...........Iod. Iodureto de potassa ...............Iod-p. Ipecacuanha___.................. Ipec Itú resina..................;..:.. Ifú-r. íris fcetedissima.................. Iris-foe. Iwarancurla ...................... Iw. NOMES ABREVIATURAS Jacarandá brasiliensis ............. Jacar-br. Jacarandá peteroides............. Jacar-pet. Janipha manihot ................. Jan-man. Jalapa .......................... J.d. Jalapa magisterium ............... Jal-mag. Jatropha curcas .................. Jatroph. Julgans regia .................... Jul-reg. Ralmia latifolia...................Kalm-1. Kali carbonicum.................. Ral-c Kali causticum................... Ral-caust. Kali chloricum ................... Kal-chl. Kali hydriodicum................. Ral-hy. Rali bichromatum ................ Ral-bich. Rali bromicum................... Ral-brom. Rali hydrocyanicum .............. Ral-hydr. Rali mtricum.................... Ral-nit. Rali oxalicum.................... Ral-oxa. Rreosotum ...................... Rreos. Lactas ferri ...................... Lact-f. Lactuca virosa................... Lact. Lagenaria silvestris ............... Lag, Lampiris itolica .........____.____Lamp-it. Lamium álbum .................. Lami. I Lapathum pratens ................Lapath-pr. NOMES ABREVIATURAS Laurocerasus..................... Laur. Laurus cinnamomum............. Laur-cin Ledum palustre .................. Led. Lichen islandicus...............[[ Lic-isl. Lycoctonum..................... Lycoct. Limax ............. Lim Lobelia inflata___............... Loh. Lycopodium clavatum ............. Lyc Lepidium bonariensi .............. Lep-bon. Liquiritia........................ Liquir. Magnesia calcinada............... Magn-cal. Magnesia carbônica............... Magn-carb Magnesia muriatica............... Magn-m. Magnesia sulfurica................ Magn-s. Magnolia plumieris ............... Magno-p. Manganum ...................... Mang. Mammia americana ............... Mam-a. Manihot cândida.................. Manih-c Melastoma akermani .............. Mel-ak. Melolontha vulgaris .............. Mel-vulg. * Menyanthes trifoliata .............. Meny. Mephites putorius ................ Meph. Margarita ....................... Marg. Momordica balsamica ............. Mom-bal. NOMES ABREVIATURAS Mercurius vivus .................. Mere-viv. Mercurius acetatus................ Merc-acet. Mercurius dulcis.................. Merc-dul. Mercurius precipitatus albus........ Merc-p-alb. Mercurius precipitatus ruber ....... Merc-p-r. Mercurius solubilis de Hahn ....... Merc-sol. Mercurius sublimatus ............. Merc-subl. Mercurius bi-iodatus .............. Merc-b-iod. Mercurius cyanatus ............... Merc-cy. Mercurius nitricum............... Merc-n. Mercurius proto-iodato ............ Merc-p-iod. Mercurius sulfuratus ruber ........ Merc-sulf-rub Mercurius sulfuratus niger......... Mer-sul-nig. Mercurius bromatus .............. Merc-brom. Melibdenum ..................... Melibed. Mephitis putoris.................. Meph-p. Mesereum ....................... Mes. Mimosa humulis.................. Mim-h. Mimosa asperatas ................. Mim-asp. Mikania officinalis ................ Mik-off. Millefolium ...................... Mill. Mirabilis jalapa .................. Mir-jal. Moncesia officinalis................Monoe. Monoceros ....................... Monoc. MOMES ABREVIATURAS Morphina ....................... Morph. Moschus ........................ Mosch. Murex purpurea---.............. Murex. Morea alba ...................... Mor-alb. Morea nortiana .................. Mor-nor. Muriatis acidum ................. Mur-ae Morphium....................... Morph. Morphium aceticum .............. Morph-acet Morphium sulfuricum............. Morph-s. Myristica sebifera ................ Myr-s. Naphtha nitri .................... Naph-n. Naphtha vitrioli.................. Naph-v. Natrum carbonicum .............. Natr-carb. Natrum muriaticum.............. Natr-mur. Natrum nitricum ................. Natr-nit. Natrum sulfuricum ............... Natr-s. Nasturtium aquaticum ............ Nast-aquat. Nectandra puchury............... Nec-puch. Niccolum carbonicum ............. Nec-e Necotiana spuria ................. Nec-sp. Nitri acidum..................... Nitn-ac. Nitrum ......................... Nitr. Nux moscata..................... Nux-m. Nux vomica..................... Nux-vom. NOMES ABREVIATURAS Nux juglans..................... Nux-jug. Ocimum canum .................. Ocim. Oleander ........................ Olean. Oleum animale .................. Ol-an. Oleum jecoris morrhue ........... 01-jec Oniscus asellus................... Onis-as. Ononis spinosa................... Onon-spi.' Osmium ........................Osm. Opium...............*.......... Op. Paeonia ......................... Paeo. Palma christe .................... Pal-ch. Paris quadrifolia ................. Par-qua. Paullinia pinata .................. Paul-p. Passiflora lorefolia................ Pass-lor. Pescidia erythrina................ Pesc-ery. Pediculus capites ................. Ped. Petiveria tetandra ................ Pet-tet. Petiveria mirandinus.............. Pet-mir. Penax quiquifolium .............. Pen-qui. Petroleum....................... Petr. Petroselinum.................... Petrosel. Perianthopodus espcliua ........... Perianth. Phellandrium aquaticum .......... Phell. Phosphorus...................... Phosph. N0MES ABREVIATURAS Phosphorus acidum ............... Phosph-ac ' Physalis alkekengi___'..'..........Phy-alk. 'Picramnia celiata ................' Picram. * Pinus silvestre ................... Pin-s. JPiper odorifera................... Pip-od. Piper nigrum.................... Pip-n. Platina .....................'[' \ pjaj ^ Plumbum ..............'.'.'.'.'..'.'.'.' Plumb. J Plumbum aceticum............... Plutob^acet ; Plumbum littoralis................ Plumb-lit. Plumeria çlinus .................. Plum-al. Plumeria alba___.'..'.'.'.___..___Plum-alb. Pothos foetidus................... Poth. Polygonum hydropiper .".'___...... Poly-hydr. Porcus spinosus.................. Por-sp' Proiarina ............,.......'.... Proiar.' Prunus spinosa................... Prun. Psidium aromaticum.............. Psid-aro. * Pulsatilla nigricans................'^Pulsat. ílanunculus acris.................ftan-acr. Ranunculus bulbosus.............. Ran-b. Ranunculus fiam mula.............. Ran-fl. Ranunculus repens................ Ran-rep. Ranunculus sceleratus ............. Ran-scel. NOMES ABREVIATURAS Raphanus sativus .".'.7.7........... Raph. Rathania ........................ Rat. Rhabarbarum.................... Rhab. Rhododendron chrysanthum ........ Rhod. Rhus toxicodendron ............... Rhus. Rhux vernix ..................... Rhus-v. Rhisophora marque............... Phisopb. Rosmarinus Officinalis............. Rosm-off. Ruta graveolens.................. Rut-gr. Rumex patiencia.................. Rum-pat. Rubia tinctõrúm.................. Rub-tinc. Ribes nigrum ....................' Rib-nig. Sabadilla........................ Sabad. Sabina.......................... Sabin. Sambucus ..............»......... Samb. Sanguinária canadensis ............ Sang. Sanguinis corvi .................. Sang-cor. Sapo doméstico................... Sap-d. Sassaparilla...................... Sass. Sassafras .....................'.... Sassaf. 'SaMa officinalis .................. Salv-of. Sàpindus ........................ Sapind. Sapium aucuparium............... Sapi-au. Schinus antarthritica.............. Schi-ant. t\OMES ABREVIATURAS Scrophularia nodosa ............... Scroph. Secale cornutum.................. Sec. Sedinha ......................... Sed. Sedum acre ...................... Sed-ac. Selenium ........................ Selen. Senega .......................... Sen. Senna ........................... Senn. Sepia............................ Sep. Serpentaria virgifliana ............. Serp-vig. Serpolet......................... Serp. Serpyllum ....................... Serpy. Silicea .......................... Silic. Sisyrinchum gala xiodes............Sis-gal. Sinapis arvensis .................. Sin-arv. Solanum arreben a ................ Sol-arr. Solanumlycopersicum ....,........ Sol-lyc. Solanum mammosum ............. Sol-mam. Solanum nigrum ................. Sol-n. Solanum oleraceum............... Sol-ole. Solanum tuberosum aegrotans ...... Sol-tub. Spigelia ......................... Spig. Spiggurus martini ................ Spig-mart Spongia marítima ................. Spong. Squilla marítima tosta ............ Squil. [VOMÜS KWH VIATURAS Stannum ........................ Stan. Stannas auri ..................... Stan-aun. Staphysagria..................... Staphy. Stemodia arenaria ................ Stem-ar. Stemodia camphorata ............. Stem-camp Stramonium..................... Stram. Strontiana ....................... Stron. Strychininum.................... Strych. Sulfur .......................... Sul. Sulfur acidum.................... Sul-ac Sulphas cupri.................... Sul-cup. Tabacum .......................Tabac Tanacetum vulgare ............... Tan-v. Tapychinicus tanninüm............ Tap-tan. Paraxacum....................... Parax. Tartarus emeticus ................Tart-ac. Tartari acidum ...................Tart-ac. Taxus baccata....................Tax. Tabos anaemontana ...............Tab-anae. Terebenthina ....................Tereb. Teucrium marum verum ..........Teucr. Thea sinensis .................... The. Theridion curassavicum ............ Therid. Thuia occidentalis ................ Thui-oc. numes abreviaturas Thuia orientalis ..................Thui-or. Tongo ........................;.' Tong. Thymus serphyllus ...............Thy-serp. Tormentilla erecta ................ Torm-ere. Tradescantia diuretica ............ Trad. Trifolium arvense................Trif-arv. Tulipifera leriodredron ............Tul-ler. ülmum campestris ............... Ulm-camp. Urtica urens .....................Urt. Uva ursi ........................Uva. Valeriana officinalis ...............Valer. Veneris capillus ..................Ven-cap. NOMES Veratrum álbum .. Verbascum thapsus Verbena officinalis Vinca menor...... Viola odorata..... Viola tricolor..... Vipera radi ...... Zincum.......... Zincum oxidatum . Zincum sulfuricum Zincum aceticum . Zingeber officinalis abreviaturas m < .. Verat. .. Verbas. .. Verb-of. .. Venc. .. Viol-od. .. Viol-tr. .. Vip-rad. .. Zinc. .. Zinc-ox. ~ .. Zinc-sul. g .. Zinc-acet. § .. Zing. g ADVERTÊNCIA A Botica Central|Homceopathica á rua de S. José n. 59, antiga casa dos Drs. Bento Mure e João Vicente Martins, hoje pro- priedade da VIUVA MARTINS & C, possue todos os medica- mentos aqui exarados, desde as tinturas mãi, seguidamente até ás30as dynams.; além destes medicamentos possue um avultado numero de medicamentos exóticos e indígenas, muitos dos quaes não estão ainda em pathogenesia. As preparações da Botica Central Homoeopathica, á rua de S. José n. 59, são feitas debaixo de todas as regras, possuindo para isso as machinas necessárias, como se achão á vista no mesmo estabelecimento: estas preparações, já bem conhecidas e experimentadas, têm dado o justo e devido credito que goza a Botica Central Homoeopathica, á rua de S. José n. 59, e por isso a maior garantia para todas as pessoas que queirão possuir verdadeiros e conscienciosos medicamentos. Possue uma grande quantidade de medicamentos em tritura- ções, e de elevadas dynamisações, sendo as centésimas e duo- centesimas das acreditadas pharmacias de Catellan e Weber, em Paris. A viuva Martins & C. recommenda e pede a todos seus fre- guezes, e mais pessoas que a queirão obsequiar com sua con- fiança, que dirijão suas notas ou pedidos com toda a cautela, para evitarem falsificações e enganos que se dão quando os pe- didosldirigidos á VIUVA MARTINS & C., rua de S. José n. 59, são promptificados em outras casas, sendo portanto necessário que nos mesmos pedidos venha absolutamente designado que só aceitão os medicamentos da Botica Central Homoeopathica, rua de S. José n. 59, porquanto garante e responsabilisa-se por tudo quanto sahir do seu acreditado estabelecimento. 59 Rua de S. José 59 J CONSELHOS CLÍNICOS OU P11AT1CA ELEMENTAR DA HOMIOPATHIA lecsu» c:ai>iti:IíO primeiro GENERALIDADES Todas as affecções são internas, ainda que todas, ou quasi todas,se manifestão exteriormente, já por lesões accessiveis aos sentidos, já por outros symptomas comprehensiveis ou expri- midos pelo mesmo doente a seu modo; isto é, o principio dynamico, espiritual, ou como quer que lhe chamem, o qual nos constitue e nos faz ser existentes em relação ao mundo exterior, e reflectido em nós mesmos estabelece comnosco a relação desse mundo exterior, conserva-nos em certo movi- mento que nos constitue a vida e a saúde, movimento que se modifica pela acção dos corpos exteriores, e pelas mesmas circumstancias de seu primitivo impulso e de sua necessária continuação, manifestando na regularidade das funcções da vida o que chamamos saúde, como na irregularidade dellas o que é chamado doença, até ao ponto, neste ultimo caso, de patentear esta irregularidade pelos mais característicos signaes exteriores, sendo aliás sempre interior o ponto de partida desse movimento, ou por outra, sendo sempre internas todas as mo- léstias, assim como a saúde e a vida. (Vede cap. II.) Afoeessos iiitea*Qios. — Os abeessos nos órgãos in- ternos exigem os mesmos medicamentos que os externos. (Vede Tumores.) 1 9 LAP. I. GENERALIDADES Comtudo, poder-se-ha sempre consultar com preferencia : Contra os abcessos Agudos : ars. asa. bell. bry. cham. hep. led. mez. phos. puls. sulf. Mas tenha-se em vista sempre que estes abcessos se formão depois de muitos soffrimentos, contra os quaes é mister desde o principio procurar remédio apro- priado. Contra os abcessos Chronicos, Frtos ou por Congestão: asa. aur. cale carb.-v. con. hep. iod. laur. lycop. mang. merc merc-corr. nitr.-ac. phos. sep. sil. sulf. Estes abcessos de ordinário apparecem em pessoas cacheticas, ou muito debili- tadas por longas enfermidades, que pela maior parte affectão de preferencia o systema lymphatico. Escolher-se-ha com preferencia: ARSENICUM, quando ha : dores abrazadoras insupportaveis durante o período febril, ou grande tendência a gangrena e grande fraqueza geral. ASSA FOETIDA, havendo: evacuação de um pús descorado e seroso; grandes dores ao tocar-se-lhes, extrema sensibilidade nas partes circumvizinhas. BELLADONA, tendo: pressão, ardor e picadas no interior; pús glutinoso, flocoso.—Convém principalmente nos abcessos hepathicos. BRYONIA, se o tumor é alternadamente muito rubro e muito pallido, com dores tensivas. HEPAR SULFURICUM : nos abcessos chamados externos ou subcutaneos este é o remédio principal, e nos internos elle deve também ser de preferencia consultado, máximo quando ha desfallecimento e desmaios por dores não muito violentas, ap- parição ou aggravação das dores, principalmente de noite, e com calafrios. MEZEREUM, quando os abcessos são em lugares fibrosos e tendinosos; assim como nos que provém do abuso do mercúrio. Nestes ainda convém nitr.-ac. e sulf. PULSATILLA, se os abcessos sangrão facilmente, com dores picantes ou incisivas, ou comichão, ardor e picadas na peri- pheria, principalmente havendo veias varicosas. Nestes casos ainda convém carb.-v. RHUS, sobretudo nos abcessos das glândulas axillares ou'das parotidas, quando o tumor é doloroso ao tocar-se-lhe, ainda mais quando á roda do tumor ha alguma erupção de pústulas, CAP. I. GENERALIDADES 3 ou havendo corrimento de um pús ichoroso. Qualquer dos medicamentos acima indicados prepara-se 1 gotta ou 4 gló- bulos da 5a dyn. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas. Anemia.—Os melhores medicamentos, em geral, são: cale carb.-v. chin. cin. fer. hep. kal. lyc. lach. merc. natr. natr.-m. n.-vom, phos. phos.-ac. sep. sil. staph. sulf. verat.; principalmente carb.-v. Se este estado procede de Perdas debilitantes, quer de sangue, quer de outros humores, são principalmente: chin. n.-vom. sulf. ou cale, carb.-v. cin. phos.-ac. staph. sulf.; mas a chin. e o carb.-v. têm a preferencia. Depois de grandes Moléstias agudas : cale carb.-v. chin. hep. kal. natr. natr.-m. n.-vom. verat.; mas nestes casos a dieta restaurante e o exercício devem ser de grande auxilio. Administração : destes medicamentos prepara-se 1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres dágua, e dá-se 1 colher de 12 em 12 horas, mesmo de 24 em 24 horas. ÇS^ Vede Chlorosis, Fraqueza, Scorbuto, etc Aueurissna*. — Até agora empregou-se com grande successo: carb.-v. lach. lyc.; também guai. nux-vom. puls. sulf.; em alguns casos : cale caust. graph. ou amb. arn. ars. fer. natr.-m. zinc, ou ainda kal. carb.; o carb.-v. deve ter preferencia a todos, mas o sulf. a calc-carb. e o lachesis em dynamisações elevadas devem aproveitar muito, assim como o phosph: 1 gotta ou 4 glóbulos da 30 dyn. em 4 colheres de água, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. Arthritis ou gotta.—Os medicamentos que nas affec- ções arthriticas mostrão-se mais efficazes, em geral, são: acon. ant. ars. bell. bry. cale. caust. chin. coce coloc. convol-past. fer. guai. hep. iod. led. lycop. mang. n.-vom. phos. phos.-ac. puls. rhod. sabin. sass. sulf.; também, em alguns casos, se achará conveniente : cant. chel. cie cole con. daph. dulc men. merc. stann. tart. tui.—Arnie cina. ran.-bulb. ran.-sc staph. chinin.; a arn. a bell. e o rhus em dynamisações altas são remédios em que se deve insistir muito, assim como a nux-vom., particularmente nos velhos. Para a Arthritis Aguda emprega-se : acon. ant. ars. bell.bry. chin. convol-past. fer. hep. n.-vom. puls.— Berber, e outros, conforme os symptomas que indiquem outras affecções. 4 CAP. I. generalidades Para a Arthritis Chronica, além dos precedentes: cale caus. colehic. coloc guai. iod. lyeop. mang. phos.-ac. rhod. sass. sulf. e outros, attendendo muito aos symptomas de outras mo- léstias que acompanhem a gotta. Para a Arthritis Vaga : arn. bry. mang. n.-mosch. n.-vom. puls.; ou com preferencia: asa. daph. plumb. rhod. As Nodosidades Arthriticas exigem: agn. ant. bry. cale carb.-v. graph. led. n.-vom. rhod. staph ; também : aur, dig. lie phos. sabin. sep. sil. zinc—Carb.-an. As Contraccões ou Caimbras Arthriticas achão freqüente- mente remédio entre: bry. caust. guai. sulf. cale coloc. rhus. sil. thui.; mas a applicação do calor muito concorre para alli- viar estes incommodos. Para as affecções arthriticas das pessoas dadas a Bebidas espirituosas emprega-se: acon. cale. n.-vom. sulf.; ou mesmo : ars. chin. hep. iod. lach. led. puls. O cocculus ás vezes produz bons resultados, mas o ars. e a nux-vom. são preferíveis. Para aquelles que usão de alimentos Nimiamente succulentos : ant. cale cham. nitr.-ac puls. sulf. Para as pessoas que Trabalhão dentro d'agua : cale puls. sass. sulf.; também: ant. ars. dulc. n.-mos. rhus. A dulca- mara deve ser útil nestes casos. £2^ Quanto ás indicações particulares para a escolha de tal ou tal medicamento, convém, sobretudo na Arthritis chronica, ter em vista a reunião dos symptomas constitucionaes, o estado do estômago, dos intestinos, dos bofes, do enceplialo, etc. Para as diversas dores e os mais symptomas que acompanhão a Arthritis aguda, vede e comparai Rheumatismo. TRATAMENTO. Nos casos agudos empregão-se as 3* e 5 dyn.2 gottas ou 6 glohulos em 5 colheres d'agua, para dar-se i colher de 3 em 3 horas, 6 ou 12 em 12 horas, conforme a gra- vidade do mal, augmentando o interveio das doses á proporção que se obtiverem melhoras. Artkrocace.—São: coloc e phos.-ac que forão prin- cipalmente recommendados contra esse estado mórbido, que algumas vezes acompanha as inflammações chronicas das arti- culações ; emprega-se também: cale hep. ruta sabina silic. sulf. Asplivxia e morte apparente. — Podem os remédios homceopathicos ser administrados, quer pondo alguns glóbulos CAP. I. GENERALIDADES ,j sobre a lingua do doente, quer dissolvidos em água, e dados em clyster. É ocioso dizer que se não devem desprezar os soc- corros mecânicos; não o é, porém, advertir que se devem evitar as evacuações sangüíneas. Se a asphyxia resulta de uma Queda, empregar-se-ha arn. interna e externamente, mormente se o doente ainda não foi sangrado; ou se houve, pela queda, perda considerável de sangue, deve preferir-se chin., administrando-se depois arn. Na asphyxia, resultado de Suffocação, empregar-se-ha, no caso de Estrangulação, opium ou acon. ars. bell. droser. hep. merc. n.-vom.; e sendo por causa de tumor, bary-c bell. hep. e sulf.; e em conseqüência de alguma falsa membrana, acon. hep. e spong.; e em conseqüência de Gazes mortíferos, opium. ou ainda acon. ou bell.; para os Afogados, principalmente lach. Para os asphyxiados em conseqnencia de Congela cão, póde-se, depois de os haver chamado á vida, empregar para os mais soffrimentos: ars. carb.-v., ou acon. bry. lach. e merc. Se a asphyxia foi produzida por algum Raio, dar-se-ha logo n.-vom., emquanto se colloca o doente metade assentado, me- tade deitado, sobre uma porção de terra cavada de fresco, com a qual cobrir-se-lhe-ha todo o corpo, excepto o rosto, que deve ficar voltado para a parte do sol até se manifestarem os pri- meiros signaes de vida; convirá também bry. puls. sulf., e ainda mais a electricidade. Na asphyxia dos Recém-nascidos é principalmente opium. tart. ou chin. que convém consultar, e depois acon. Muitos casos se têm dado de morte apparente, ou no decorrer de uma enfermidade, ou em perfeita saúde; e longa é a lista dos indivíduos que têm sido enterrados vivos. É mister ter toda a cautela em evitar estas desgraças; e, para evita-las, tudo quanto se fizer é pouco. Tem-se usado, para verificar a morte, toda a sorte de estímulos, sendo os principaes o calor e a elec- tricidade, já applicando-se a diversas partes do corpo instru- mentos aquecidos a alta temperatura, já fazendo com machinas electricas e galvanicas violentas descargas, etc ; mas estes últimos meios nem sempre estão á disposição de todos, e os primeiros não têm sido sempre sufficientes. Houve ultima- mente quem se lembrasse, como ultima prova, de fazer cravar no coração uma longa agulha de tempera tal que não quebre, e de calibre o mais delicado possível, para, em caso de restituir Ü ÜAP. 1. GENERALIDADES- a vida, não causar subseqüentemente a morte por ter feito uma ferida grave. Não sabemos ainda o valor que este meio pôde ter, mas julgamos que elle deve ser posto em pratica para obter a ultima prova da morte real; e se ainda a beneficio desta agulha se fizerem algumas descargas electricas directamente sobre o coração, ter-se-ha por sem duvida a ultima prova que a sciencia hoje pôde fornecer da morte real; e, por mais repug- nante que este meio pareça ás pessoas por extremo escrupulosas, elle não é para ser desprezado, pois que talvez evite que seja enterrado vivo alguém que todos julguem morto. Sabe-se por outro lado que o coração pôde soffrer golpes muito maiores que os de uma agulha sem compromettimento da vida, e por isso não assistirá razão ao que se recusar por tão pouco a desenga- nar-se de que é real ou não a morte de um indivíduo, a respeito da qual possão haver duvidas. Para introduzir uma agulha para este fim no coração não é mister fazer violência cravando-a : toma-se entre os dedos indicador e pollegar, applica-se a ponta entre a quinta e sexta costella, isto é, uma costella acima do lugar em que se costumão sentir as palpitações do coração, e fazendo gyrar ou rodara agulha entre estes dous dedos, como quem torce e destorce alternativamente uma linha, ir-se-lia fazendo ao mesmo tempo pequena força contra o lugar em que se introduzio a ponta da agulha, e ver-se-ha como ella pouco a pouco se irá introduzindo ; e, se houver ainda vida, o coração se resentirá, e então, abrindo os dedos, deixando a agulha encostada ao dedo pollegar, ver-se-hão pelo movimento que fará a extremidade livre da agulha quaes são os movimentos do coração. Depois, para tirar a agulha, se farão os mesmos manejos com os dedos, puxando-a pouco a pouco para fora. TRATAMENTO. Empregão-se as 3' e5a dyn. De qualquer dos medicamentos apontados se põem alguns glóbulos na lingua quando não haja deglutição, ou 1 gotta de tintura em 1 colher d'agua,para se dar em pequenos intervallos, augmentando-os á proporção que começar a voltar á vida. Atrophia das crianças. — Os melhores medicamentos contra a atrophia das crianças escrofulosas são: sulf. e merc, seguidos de: cale e ars. bar-e bell. chin.cin. n.-vom. phos., ou também : rhus. arn. cham. hep. iodo lach. mag. petr. phos. puls. Conhecendo-se ou suspeitando-se que os pais ou amas forão acommettidos de moléstias syphiliticas, eonvirá de pre- CAP. I. GENERALIDADES 'i ferencia administrar alternativamente de 8 em 8 dias sulf. e merc. em dynamisações cada vez mais elevadas. Também pôde convir, conforme os casos, antim. fer. phosph.-ac. veratr. e silic. Dentre estes medicamentos poder-se-ha empregar com pre- ferencia : ARSENICUM, quando ha cutis secca como pergaminho, olhos encovados, com olheiras; anorexia ou vomito dos alimentos, precisão de beber água freqüentemente, porém pouca de cada vez; grande agitação, anxiedade, sobretudo de noite; somno curto e interrompido por sobresaltos e estremecimentos convulsivos; in- chação edematosa do rosto, evacuações diarrheicas, verdes ou pardas, misturadas com matérias não digeridas; fadiga com precisão contínua de ficar deitado; mãos e pés frios; palpita- ções de coração; suores nocturnos: 2 gottas da 9a dyn. em 2 colheres d'agua, 1 colher de chá de 12 em 12 horas. BARYTA, quando existe : enfarte das glândulas da nuca e do pescoço ; grande fraqueza physica; vontade continua de dormir ;. inchação do corpo e do rosto, com dureza do ventre; grande preguiça e aversão a todo trabalho corporal e intellectual, e mesmo para o divertimento ; distracção, inadvertencia e fraqueza de memória. Como acima. BELLADONA, se ha eólicas freqüentes, com evacuações in- voluntárias; humor caprichoso e obstinação; tosse nocturna com estertor mucoso; inchação das glândulas do pescoço, somno agitado ou insomnia, aversão para o movimento e para o ar livre; excitação nervosa ; e, nas crianças, intelligencia prema- tura : 3 glóbulos em 4 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas. CALCAREA, havendo grande magreza com muito appetite, rosto encovado e enrugado, olhos embaciados, enfarte e dureza das glândulas do mesenterio, grande fraqueza com fadiga geral de- pois do mínimo esforço, e muitas vezes com suor abundante; diarrhéas freqüentes ou evacuações côr de barro; pelle secca e frouxa; cabellos seccos e frágeis, palpitações freqüentes do co- ração, calafrios, dores nos rins, sensibilidade do systema ner- voso, repugnância para qualquer movimento: alguns darthros seccos e furfuraceos. CHINA, existindo grande magreza, sobretudo das mãos e dos pés; inchação edematosa do ventre, voracidade, diarrhéa, prin- N CAI'. I. (iKNKIÍALIOADFS i-ipaimenle de noite, com e\,iciiiçòcs 1'ivqueiiles de matérias não digeridas ou esbranquiçadas eoino papas; suores freqüentes, mormente de noite; preguiça e apathia, rosto abatido, pallido ou térreo; somno torpente e não reparador, grande fraqueza e caduquez. Como belladona. CINA, quando ha soffrimentos verminosos, pallidez de rosto, ourinar na cama e grande voracidade. NI N-VOMICA, havendo : côr do rosto amarella, térrea, rosto inchado, prisão de ventre perthwz, ou alternando com diarrhéa; ventre inchado com borborygmos, fome e appetite decididos, com vomito freqüente dos alimentos; precisão continua de estar deitado; repugnância para o ar livre, máo humor, gênio ira- eundo e colérico, sobre-excitação do systema nervoso: 3 gló- bulos da 9a dyn. em \ colheres d'agua, para tomar 1 colher de 6 em 6 horas. PHOSPHORÜS, principalmente para as jovens de cabellos louros, olhos azues, pelle delicada, talhe delgado, sobretudo quando ha tosse cachetica, diarrhéa e suores freqüentes e colli- quativos, grande fervura de sangue, palpitações de coração ou oppressão do peito ao menor movimento; desanimo e dores pelo baixo ventre. Como belladona. RHUS, quando ha : grande fraqueza com precisão continua de ficar deitado; rosto pallido, ventre duro e tympanieo, grande sede, diarrhéa mucosa e sanguinolenta, appetite muito decidido, alguns pannos ou erupção de pústulas. Como chin. STAPHISAGRIA, quando ha: ventre inchado e tympanieo; appetite voraz, evacuações tardias, enfarte das glândulas infra- maxillares e das do pescoço, coryza freqüente ou continua, com crostas no nariz; pelle ulccr ando-se facilmente, suores nocturnos, fétidos ; furuneulos freqüentes. Como belladona. SULFUR, em quasi todos os casos, no principio da cura, c sobretudo quando ha : fome pronunciado, transpirarão fácil, enfarte das glândulas hujuiuaes ou axillares, ou das do pescoço ; ventre duro e inchado, estertor mu coso nas vias aéreas; coryza fluente, diarrhéas mucosas freqüentes ou prisão de ventre pertinaz, oppressão do peito, palpitações do coração, côr do rosto pal- lida, rosto magro, olhos encovados; pontadas e picadas no peito e nos lados, etc. Como china. Çz^ Quanto ao resto dos medicamentos citados, vèdeapa- CAP. I. GENERALIDADES 9 thogenesia desses medicamentos e comparai: Febre ethica, Phthisica, Escrofulas e Matéria medica, por J. V. M. Bebedice e lastimosos resultados do Abuso das bebidas alcoólicas. — Os melhores medicamentos são em geral: acon. ant. ars. bell. cal. carb.-v. chin. coccul. coff. hyos. lach. merc. natr. n.-vom. op. pul. stram. sulf. O cocculus é o prin- cipal. Contra o estado da mesma Bebedtce emprega-se principal- mente : acon. bell. coff. mosch. op. stram. ; e havendo atonia physica ou falta de irritabilidade: con. laur. oleand. op. phosph.-ac.; e principalmente coccul. Contra os resultados de um excesso, sobretudo: ant. carb.-v. cham. coff. n.-vom. e puls. Contra os resultados Chronicos da bebedice em geral: ars. bell. cale chin. coff. hyos. lach. lyc. merc. natr. n.-vom. petiv.-tetr. puls. sulf. Mas, se cale n.-vom. e sulf. não obtive- rem resultado, pouco se pôde esperar a não ser de coccul. Contra o Delírio tremulo, em particular : ars. bell. cale. coff. hyos. n.-vom. op stram.—Digit. Contra a Inclinação á bebedice: ars. cale lach. merc sulf. sulf.-ac. Em todo o caso, empregar-se-ha com preferencia: ACONITUM, se, depois de ter bebido muito vinho, ha calor febril, congestão na cabeça, rosto e olhos vermelhos, ou mesmo perda do juizo. ANTIMONIUM, se em resultado de um excesso ha dores gás- tricas, e sobretudo repugnância, náuseas, falta de appetite, e quando carb.-v. ou puls. não fôr bastante. ARSENICUM, se ha nos bêbados alienação mental com grande nfflicção, que nw lhes permitia ficar em parte nenhuma, medo de ladrões, de fantasmas, da solidão, com vontade de se oceultar, tremor de membros, etc. BELLADONA, se em resultado de uma bebedeira, ou nos bêbados, ha perda do juizo com delírios e visões de camondon- gos e outros pequenos animaes, rosto vermelho e inchado, lingua carregada de mucosidades, repugnância para a carne, insomnia, palavra gaguejante, com sorriso continuo, sensação de seceura na garganta com deglutição penosa, sede violenta^ 10 UAP. I. GENERALIDADES as vezes com repugnância £ água; accesso de grande calor febril, etc. CALCAREA, quando ha delírios espantosos com visões de fogo, de mortes, ratos e camondongos, e que nem bell. nem stram. são sufficientes. CARBO-VEG., se, em conseqüência de um excesso, ha ce- phalalgia pressiva ou pulsativa, melhorada com ar livre, náu- seas sem vontade de vomitar, evacuações líquidas e palli as. CHINA, contra os symptomas de fraqueza nos bêbados, e so- bretudo se ao mesmo tempo existem affecções hydropicas. CuCCULUS, havendo movimentos convulsivos de diversas partes, principalmente de um lado, hemorrhagias, aggravação de incommodos pelo café ou fumando; falta de energia, aggra- vação pelo somno, e muito peior pelo ar livre, quer seja quente quer frio. Sensação como se estivesse a bordo de um navio que balançasse muito. COFF EA, se depois de ter bebido muito vinho ha (mor- mente nos meninos) excitução moral, demasiada alegria, in- somnia, desejo de vomitar, e mesmo vomito, ou se sendo re- sultado de um excesso ha dores de cabeça, como se um prego estivesse cravado no cérebro, e que n.-vom. não seja suffi- ciente : é mesmo contra o tremor das mãos nos bêbados que coff. mostrou-se mais efficaz. HYOSCYAMUS, se em resultado da bebedice lia convulsões epilépticas, insomnia com divagações continuas, deli rios com viso s de perseguidores e vmtade de fugir, tremor dos mem- bros, etc. LACHESIS, contra a fraqueza e o tremor das mãos nos bê- bados, e sobretudo se custa muito ao doente emendar-se de seus vicios, fazendo elle diligencias por emendar-se. MERCURIUS, contra a enfermidade dos bêbados que simul- taneamente fizerão abuso do café, e principalmente se n.-vom. e sulf. não são sufficientes NATRUM, contra a fraqueza e a dyspepsia dos bêbados, ha- vendo principalmente dores de um lado do pescoço. NUX-VOM., se em resultado de um excesso ha cephalalgia semi-lateral, como se houvesse um prego cravado no cérebro, aggravada ao ar livre pelo andar, mo\imento, meditação e abaixando-se; náuseas com vontade de vomitar e vômitos; prisão de ventre ou pequenas evacuações vjscosas. com tenesmo. Í1AP. I. GENERALIDADES 41 vertigens, olhos vermelhos com^mela nos ângulos, photo- phobia, pequena tosse, etc ; ou srha comrestão na cabeça, ob- nubilação ou perda dos sentidos com delírios e visões terríveis, e vontade de fugir; grande anciã, que não permitte ficar em parte alguma, ás vezes com rosto, mãos e pés frios e humidos ; náuseas, pituitns do estômago ou vomito dos alimentos, ou de matérias amargas; insomnia ou pouco somno com sobresaltos, espanto e sonhos anciosos ; prisão de ventre ou evacuações diar- rheicas pouco abundantes ; tremor dos membros, falta de força, etc—Também convém n.-vom. aos bêbados que ao mesmo tempo fizerão abuso do café. OPIUM, se depois de ter tomado muito vinho ha. somno coma- toso com ronqueira, ou delírios anciosos com visões de ratos, de escorpiões, etc, medo e vontade de fugir, ou sonhos inter- rompidos, acordando o doente quando lhe fallão em alta voz; prisão de ventre, dyspnéa, suor geral, convulsões e espasmos epilépticos, tremor dos membros, sobresaltos dos músculos do rosto, distorsões da boca, olhar fixo, côr do rosto de um vermelho carregado, etc PULSATILLA, contra os resultados de um excesso com indi- gestão, extraordinária sede, obnubilação da cabeça com peso na testa, melhorando com o ar livre, náuseas, principalmente depois de ter comido e bebido, arrotos ácidos lingua carregada de mucosidades, etc, e mormente se o vinho é enxofrado, e em pessoas pouco habituadas a vinho. STRAMONIUM, se nos bêbados ha angustia que faça mo- ver-se de um para outro lado com laconismo, olhar incerto, medo e vontade de fugir, convulsões epilépticas e mania, rosto vermelho, quente e inchado, erros de sensação, v. g., como se metade do corpo estivesse cortado. Também convém stram.,se ha delirios com descomedida alegria, precedendo ou alternando com os symptomas descriptos. SULFUR, contra : tremor, affecções hydropicas e muitas outras moléstias dos bêbados, como para os que também abu- sarão do café. THATAMENTO.— De qualquer dos medicamentos citados, -empregão-se as 5\ 9a e 12a dyn., 1 até 2 gottas, ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas : a bebedice cede instantaneamente com a dissolução de algumas \"Z CAP. i. GENERALIDADES gottas dComparai: Glândulas, e cap. 2.° Carcinoma. Euflammaçoen.—O melhor antiphlogisticn que possue a homoeopathia indubitavelmente é o aconitum, e em muitos casos de inflammações agudos far-se-ha senhor da moléstia : não bc pense, porém, que possa ber administrado sempre HAP. I. GENERALIDADES 33 como especifico infallivcl; ao contrario, se elle deve fazer bt;m, cumpre que seja indicado pela reunião dos sympto- mas, assim como qualquer outro medicamento. Ha, pois, muitas moléstias inflammatorias (principalmente as em que a mesma escola antiga prohibe as evacuações sanguineas), nas quaes seria tempo perdido emprega-lo: taes são, por exemplo, a inflammaçãó dos joelhos, a febre gástrica inflammatoria sem symptomas billiosos; as inflammações dos músculos, ten- dões, ligamentos e periosteo; assim como a inflammaçãó do interior da boca, as quaes muitas vezes pôde o acon. não ser indicado e prejudicar: assim também no decorrer de uma longa enfermidade, e mesmo em algumas de curta duração, o apparecimento de symptomas febris inflammato- rios, que aliás pôde ser indicio de uma terminação feliz, longe está de reclamar o uso do acon., que, pelo contra- rio, pôde ser prejudicial. Os casos em que este medica- mento é indispensável são: as inflammações das membranas serosas, com grande calor febril, pulso duro e accelerado. Aconitum é para as inflammações agudas o que sulfur é para as chronicas, de sorte que aquelles que na base de qualquer moléstia chronica vêm umã inflammaçãó occulta de qualquer órgão, terão tantos motivos para dar conta da effi- cacia extensa do enxofre, como os que nella não enxergão senão um vicio psorico. Se o aconitum não convém para todas as inflammações agudas, assim o sulfur não convém para todas as chronicas; cumpre, portanto, que a reunião dos symp- tomas mostre se é realmente indicado ou não: vede demais as inflammações locaes particulares em seus órgãos respec- tivos, e comparai Febres inflammatorias (cap. 4o). A palavra inflammaçãó tem hoje entre o povo uma sig- nificação de raalignidade tal, que dizer-se a alguém que tem uma inflammaçãó de tal ou tal órgão é dar-se-lhe uma idéa de que sua saúde está de todo perdida. E' mister destruir estas falsas idéas; e para isso nada melhor con- correrá do que a homceopathia. Marasmo.—Os melhores medicamentos contra as di- versas espécies de marasmo são: ars. bar.-c bell. cale chin. cin. fer. graph. lach. Sil.'sulf. verat., também: ant. arn. carb.-v. hep. ipec. lyc. natr: e natr.-m. nitr.-ac, n.-mosch. phos. phos.-ac plumb. rhus. staph., etc. 3G CAP. I. generalidades Para as diversas causas de que depende o marasmo, vide: Emoções Moraes, Fraqueza, Fadiga, Humores (perda de), etc, e comparai: Atrophia, Febre Ethica, Phthisica, etc. Para o Marasmo Senil são principalmente: bar.-c. con. n.-vom. op. phos. e secai. TRATAMENTO.—1 gotta ou 3 glóbulos em 3 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas; espere-se a acção do medicamento por 4 ou 5 dias para se repetir, ou escolher-se outro que mais symptomas abranja. (Vide Matéria Medica de.1. V. M.) Músculo».—Caimbras em geral: anacard. angust. ars. bell. cale camph. carb.-v. cin. lyc. merc. plat. sep. verat. Placidez, fraqueza, frouxidão: cal. caps. coccul. Dureza: alum. caust. hyose lach. rhus. Rigeza : acon. nitr.-ac. n.-vom. phosph. sep. veratr. Estremecimentos: iod. ipec. kali. mez. op. Dores: ambr. arn. daph. lach. lyc. natr.-e natr.-m. puls. staph. stram. veratr. (Vede Rheumatismo.) Mervosas (Fraqueza, sobre-excitação e grande sensibi- lidade).—Os melhores medicamentos contra a fraqueza do systema nervoso são: chin. e veratr.; contra a sobre-excitação: bry. cham. coff. merc. n.-vom. puls. veratr.; contra a nimia sensibilidade: acon. arn. ars. asa.-f. aur. bell. cham. chin. coff. lach. e n.-vom., ou ainda ambr. ign. phosph.-ac. e spong.; contra dores: coff. ign. n.-vom. puls. veratr. (Vede Neyra» gias.) Se este estado é proveniente de Estudos forçados, de Vigílias prolongadas, ou Vida sedentária, são: n.-vom. sulf., assim como cale carb.-v. coce lach. puls. e mags.-arc. Se do abuso do Mercúrio : carb.-v. cham. hep. nitr.-ac. e puls. Se de Substancias narcóticas: cham. coff. lach. merc. n.- vom., etc. Se do abuso do Café : cham. coff. merc. n.-vom. e sulf. Se do abuso do Vinho ou Bebidas alcoólicas: acon. bell. coce coff. n.-vom. puls. e sulf. Póde-se, em geral, empregar com preferencia: ACONITUM, mormente para os mancebos, e sobretudo para as jovens plethoricas e de vida sedentária, ou quando ha: sen- sibilidade excessiva com a menor dôr; insomnia com agita- ção e inquietação, grande sensibilidade dos órgãos da vista e CAP. I. GENERALIDADES 37 do ouvido, a ponto de não poder supportar nem a mínima claridade, nem a menor hulha; rubor das faces, congestão na cabeça, ])alpitação do coração, etc. Se acon. não consegue prompto resultado, pôde dar-se bell. CHAMOMILLA, havendo: grande sensibilidade pelas dores, com disposição a desmaiar pela menor dôr; humor inconso- lavel com agitação, gritos e pranto; gênio irascivel e rixoso, rosto alternadamente pallido e vermelho, ou calor e rubor de uma das faces, com frio e pallidez da outra, etc. CHINA, quando ha: grande fraqueza com tremor, aversão para o trabalho do corpo e do espirito, grande sensibilidade de todo o systema nervoso com sensibilidade excessiva nas corren- tezas do ar; somno tardio, ou insomnia poraffluenciade idéas; sonhos peniveis, que agitão depois de acordado; transpiração fácil, humor hypocondriaco. COFFEA, quando ha: insomnia, sobre-excitação moral, des- peito e máo humor, demasiada alegria ou vivacidade, sensibi- lidade excessiva pela menor dôr. NUX-VOMIGA, quando ha: irritabilidade e sobre-excitação nervosa excessiva, demasiada sensibilidade de todos os órgãos, disposição a espantar-se anxiedade, desejo de estar deitado, repugnância para o ar livre e movimento, humor rabugento, gênio arrebatado e obstinado. PULSATILLA, nas mesmas circumstancias que n.-vom., porém principalmente nas mulheres ou nas pessoas de um gênio brando e fácil, MAGN. CARB., quando ha: sobre-excitação com tremor, agi- tação com inquietação nos membros, inchação do ventre* an- ciã e inquietação moral e grande fraqueza nervosa. Administração dos medicamentos mencionados : 1 gotta ou 3 glóbulos em 3 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas com maior ou menor intervallo conforme a gravidade do mal. Espera-se a acção do medicamento para repeti-lo, ou tomar outro. Nevralgia. — Os melhores medicamentos são: acon. arn. ars. bry. cham chin. coff. hep. ign. merc. n.-vom. puls. rhus. veratr., ou caps. colloc. con. kal. magn. mez. phos. ruta. spig. sep. stann. staph. thui. valer. verb.—Amm. ? chinin.—Curarinn. w CAP. I. GENERALIDADES Sc as dures procedem do Caffé, são principalmente: cham. coff. ign. e n.-vom. Se são resultado de Resfriamento, reclamão: acon. bry. coff. cham. chin. dulc hep. merc. puls. e rhus. As nevralgias nas pessoas Plethoricas : acon. arn. bell. merc. e n.-vom. Nas pessoas Sensíveis e Nervosas: acon. ars. bry. cham. chin. coff. hep. ign. vai. e veratr. Nas nevralgias por Abuso do mercúrio: arn. cham. chin. hep. puls. nitr.-acid. Nas nevralgias da face: carb. veg. cham. phosph. Empregar-se-ha em geral: ACONITUM, quando ha : dores insupportaveis sobretudo de noite, lancetanles e pulsativas, calor febril, gemidos, queixas, anxiedade inconsolavel ou mesmo medo da morte ; sede, ru- bor das faces, pulso fraco e accelerado; grande sensibilidade de todo o systema nervoso, e principalmente dos órgãos da vista e do ouvido; insomnia, agitação e anxiedade. ARNICA, quando ha: picadas nas partes atacadas, com agitação e inquietação que obriga a movê-las constantemente; aggravação das dores pelo menor esforço, e mesmo pela mais pequena bulha. ARSENICUM, quando as dores são abrasadoras e lacerantes, manifestando-se principalmente de noite, e mesmo durante o somno, ou quando são tão insupportaveis que causem desespero furioso: quando ha ao mesmo tempo grande anciã, fraqueza excessiva com precisão de se deitar, intermittencia dos accessos de dores, sensação de frio na parte doente; aggravação no des- canso depois de exercidos prolongados, de noite, na cama ou depois da comida; allivio pela applicação de calor exterior. BELLADONA, havendo: dores lancetantes, aggravadas por qualquer movimento e pela luz viva; assim como pela menor commoção, e mesmo pelo andar das outras pessoas; accesso diário das dores, desde o meio-dia até depois de meia-noite; aggravação pela correnteza do ar, pelo calor da cama, etc. BRYONIA, havendo: dores pressivas ou pungentes edilaceran- tes, lancetantes ou como por uma ulceração subcutanea; aggra- vação pelo movimento do corpo, produzindo muitas vezes allivio, se elle é feito pela parte molestada; gênio iracundo e colérico; disposição a affecções rheumaticas. (AP. I. generalidades 39 CHAMOMILLA, existindo: dores pungentes, dilacerantes e pulsativas, com sensação de torpor nas partes atacadas; sensibili- dade excessiva, que torna insupportavel a menor dôr; perda das forças a ponto de desmaiar ao primeiro accesso; rosto inchado, ou rubor de uma das faces, com pallidez da outra; suor quente na cabeça, mesmo nos cabellos, com agitação, gritos, pranto e humor iracundo e rixoso. CHINA, quando ha: sensibilidade excessiva da cutis, aggra- vação das dores com o menor contacto, sensação de torpor e fraqueza paraly tica na parte doente, dores pressivas, máo humor, gênio descontente, temperamento sensual, rosto pallido com rubor e calor passageiro, grande loquacidadeou agitação noctur- na; é principalmente depois de coffea que este medicamento será empregado com successo. COFFEA, havendo: dores insupportaveis, humor chorão, desalento completo com agitação, gritos, grande anciã; horror ao ar livre, grande sensibilidade dos órgãos, sobretudo do ouvido, que á menor hulha se torna insupportavel. CURARINA, que é o principio activo do veneno com que os indios Pampas e os do Paraguay impregnão as suas flechas, já foi empregado com muita vantagem contra os tetanos thrauma- ticos, e diz-se ser útil nas nevralgias com espasmos e convul- sões, conforme as experiências puras do Rev. padre Santiago Strazulas y Lamas, zeloso propagador da homceopathia em Montevidéo. (Vede Tétano. ) Depois de coffea acha-se ás vezes indicado n.-vom. ign. chin. ou puls. DULCAMARA, havendo: dores insupportaveis nos membros inferiores, principalmente no descanso, comichão da perna ao joelho, com grande prurido nas mãos e nos pés como se hou- vessem sarnas, com forte oppressão do peito. HEPAR, havendo: dores de chaga ou de ulceração sub- cutanea, que se aggravão com o menor contacto; accesso de des- maio com a menor dôr, mormente de noite. IGNATIA : dores dilacerantes ou oppressão do interior para o exterior, ou terebração latejante, pallidez do rosto, ourinas aquosas, allivio momentâneo mudando de posição; renovação dos accessos depois da comida, de noite depois de deitado, ou de manhã depois de levantado; humor inconstante com dis- 40 CAP. I. GENEHALIDADES posição a espantar-se, ou humor triste, taciturno; temperamento brando e sensível. MERCURIUS, para as pessoas sujeitas a rheumatismo, com suores nocturnos, dores dilacerantes, e lancetantes, aggravação nocturna, sensação de frio nas partes doentes, grande fraqueza, fervura do sangue com o menor esforço; rosto pallido ou rubor passageiro do rosto ou manchas vermelhas nas faces. NUX-VOM., para as pessoas dadas ás bebidas espirituosas ou ao café, de um temperamento vivo e colérico, com rosto vermelho; assim como para as que têm uma vida sedentária e recolhida: dores activissimas ou latejantes, apparecendo ou aggravando-se de manhã, na cama, depois da comida ou de noite ; também ao ar livre e frio, lendo ou meditando. PULSATILLA, tendo : dores dilacerantes ou lancetantes e pulsativas, só de um lado, aggravadas de noite depois de dei- tado, ou de manhã levantando-se; também no descanso e movimentos estando sentado, melhoramento com o ar livre, principalmente nas mulheres e pessoas de gênio brando, timido e tranquillo, com a côr do rosto pallida e disposição friorenta. RHUS, havendo: dores formigantes c ardentes, ou picadas activissimas c de ulceração sub-cutanea; aggravação das dores no descanso e cornar livre; melhoramento com o movimento e calor, temperamento tranquillo; propenso á melancolia, á tris- teza, ou accessos de anxiedade. VERATRUM: dores violentas, que fazem perder a razão, pro- vocão o delírio, ou dores com fraqueza, a ponto de desmaiar, com suor frio; frio geral do corpo, com sede; aggravação com o calor da cama e de noite, ao amanhecer; melhoramento levantando-se e andando. Em muitas nevralgias e outras dores pôde ser útil a applica- ção de um calor moderado, que se vá gradualmente augmen- tando e se conserve depois por tempo conveniente, com cuidado de não resfriar aparte quando se retira. Mas quando o calor é mais útil é todas as vezes que elle pôde ser applicado por meio da respiração, principalmente quando a pessoa que o applica tem verdadeiramente vontade de mitigar as dores do paciente. ( Vede Febres typiioides, cap. 4.°) Nos casos de rheumatismo articular muitas vezes a simples applicação prolongada da mão consegue minorar muito as dores ou fazê-las mudar de sede. TRATAMENTO—Uma gotta ou 3 glóbulos, da 5% 13% ou CAP. I. GENERALIDADES 41 30 dyn., em 3 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas, ou com maior ou menor intervallo segundo a gravidade do mal: espere-se a acção do medicamento por 4 ou 6 dias para re- peti-lo ou tomar outro. Osteifis e outras doenças dos ossos.— Os medicamentos applicados até aqui com mais successo são : ang. asa. aur. bell. cale dulc. lyc. merc. mez. phos. rut. sep. sil. sulf., assim como: chin. hep. nitr.-ac. phos.-ac. rhus. staph. aur.-m. aur.-s. Contra a inchação dos ossos: asa-f. cale phos.-ac. puls. sil. staph. sulf.; contra a inflammaçãó: acon. merc. puls. sil. staph.; contra a carie.: asa-f. lyc. merc. sil.; contra a mortifica- ção ou necrosis: ars. bell. lach.phos-ae rut. sab. sulf.; contra o desvio ou curvatura: asa-f. cale mer. sil.; contra o amolleci- mento: asa-f. cale merc silic.; epara mitigar as dores : asa-f. bell. cale caust. con. merc. nitr. ac. phos.-aepuls. ruta. sassap. silic. e veratr. Empregarse-hão principalmente: ANGUSTURA, contra : carie, mormente nas pessoas que têm abusado do café, ou que têm delle desejo invencível e per- nicioso. ASA-F, contra: exostosis, carie e necrosis, principalmente nas pernas ou braços; e amollecimento dos ossos. AURUM, contra: exostosis e outras moléstias dos ossos, pelo abuso do mercúrio, mormente contra a carie dos ossos do nariz; e nestes casos também : aur.-m. aur.-s. BELLADONA, contra: exostosis na testa com carie dopaladar e desvio da columna vertebral. CALCAREA, contra: desvio da columna vertebral e dos ossos longos dos membros ; inchação das articulações; amol- lecimento dos ossos; fontanellas nas crianças, tardias em fecha- rem-se, e craneo nimiamente volumoso; exostosis e carie nos braços e pernas. DULCAMARA, contra: exostosis, com ulceras no braço, resultado de uma sarna recolhida. LYCOPODIUM, contra: exostosis, osteitis e carie nas pessoas cscrofulosas. MERCURIUS, contra; exostosis, carie, dores osteocopas, etc. 6 42 CAP. I. GENERALIDADES MEZEREUM, contra: exostosis nas pernas c braços, em pessoas escrofulosas. PHOSPHORUS, contra : exostosis no craneo,com dores cruéis e penetrantes, e inchação na clavicula. PULSATILLA, contra: desvio da columna vertebral com aber- tura de fontanellas nas crianças. RUTA, contra: dores osteocopas e affecções do periosteo, ou mesmo carie, resultado de lesões mecânicas. SEPIA, contra : exostosis e carie nas pernas e nos braços. SILICEA, contra: exostosis, carie, necrosis, abertura no cirmeo tardias cm ossificarem-se, e quasi todas as moléstias dos ossos. E' este, assim como a cale, o remédio mais efficaz nas affecções dos ossos. SULFUR, contra: desvio, amollecimento, inchação, carie n outras affecções dos ossos. Empregar-se-ha com vantagem antes da cale no principio da cura. EMPUEGAO-SE as 5a, 13a 30a dyn. 1 gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas, mesmo de 12 em 12 horas: espere-se por 4 ou 5 dias para, repetir o mesmo medicamento ou mudar no caso de não obter resultado. Paralysias.—Os melhores medicamentos são: caus. coce. u.-voíB. e rhus, arn. bary.-e bell. bry. dulc fer. lach. led. lyc oleand. ruta. silic stann. sulf. zinc — Mang. chinin. e secai. Contra as paralysias resultando de uma Apoplexia,s;Io : arn. bary.-e bell. n.-vom. stann. e zinc ; ou ainda : anac. con. lach. laur. e stram. Sendo resultado de Fraqueza por perda de humores : bar.-c. chin. ferr. e sulf. Por causa Rheumatica : arn. fer. e rut., ou com preferencia : bry. caus. lyc. e sulf. Resultando de Repercussão, dcERUPCÃo ou Secreção mórbida: caus. merc. e sulf. Por Hemiplegia : chinin.? coce —Bell. hyos. n.-vom. e rhus. Contra as paralysias indolentes: coce con. lyc. oleand. rhus; e sendo dos membros : coce rhus silic., c dos órgãos internos : bell. dulc. hyos. op. puls. secai, silic. TRATAMENTO. Empregão-seas3ac 13adyn., 2gottas ou 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 4 doses iguaes, de 12 em CAP. I. generalidades 43 12 horas; espere-se a acção do medicamento por 4 a 3 dias, para repeti-lo ou tomar outro. Piei ora.—Os medicamentos mais efficazes são: acon, ars. bell. cale hep. merc. e sen. IPoIysareia. — São principalmente ant. ars. bary.-e cal. c sulf. que se devem empregar contra a disposição a engordar demasiadamente. Raeüiiíis.— Empregão-se com vantagem: asa. bell. cale lyc. merc. puls. sabin. silic. staph, rut. sulf., ou mez. nitr.-ac petr. phos. phos.-ac e rhus. Silicea é o mais precioso destes remédios. Para o Desvio da columna vertebral : bell. cale puls. silic. e sulf, Para a Curvatura dos ossos CYLiNDRicose a Inchação das ar- ticulações : asa. cale silic e sulf. Para o Volume nimiamente considerável da cabeça das crian- ças, com aberturas no craneo tardias em fêcharem-se : bell, cale puls. sil. esulf. Ç5^ Vede Escruphulas e Moléstias dos ossos. KesfrSasaaent©.— (resultados de um). —Os princi- paes medicamentos são: acon. bell. cham. coff. dulc. natr.- in. n.-vom, puls. sulf. sulf.-ac; ou ars. bry. cale carb.-v. crotal. lach. ipec. sil. sulf. Sendo as affecções resultado de resfriamento, Agudas e dolorosas, empregar-se-ha de preferencia: acon. Ars, bell, tham. off. n.-vom. e puls; porém, havendo poucas dores, dulc. e ipec. serão na maior parte dos casos achados conve- nientes. As Dores obstinadas ou chronicas, resultantes de um res- friamento, exigem: carb.-v. cale sil. e sulf. Sendo resultado de um resfriamento na Água, ou de Frio sumido, pedem: amon. antim. cale ciem. dulc. puls. rhus sep. e sulf.; ou ars. carb.-v. m-mosch. rhus e sass. Contra as dores causadas pelos Baníios empregar-se-ha: ant cale carb.-v. clemat. rhus. sep, e sulf.; e sendo banhos quentes: rhus. e sulf. Os resfriamentos de estômago causados por frutas e xaropes nevados ou ácidos cedem a puls. ou ars.; e por molhar os pés, convera-lhe cham. merc. puls. e silic. Os resultados de uma erupção svpprimida pelo Frio pedem : 44 CAP. I. GENERALIDADES ipec. ou bry.; sendo resultado de uma Defluxão supprimida : chin. lach. ou puls., de Transpiração suspendida : bell. cham. chin. dulc ou sil. Para as pessoas que facilmente se constipão, porque suÃo muito, convém: carb.-v. chin. hep. merc. e phos.-ac. Para a Disposição a constipar-se facilmente : carb.-v. cale e sil., administrados por intervallos de 6, 8 e'10 semanas; se a compleição e outras moléstias do doente não se derem melhor com: bell. chin. coff. dulc. e n.-vom. Para as pessoas que com o menor Ar frio adoecem, bry. cale carb.-v. merc. rhus- tox. e veratr. merecem a preferencia ; assim como n.-vom. ou cham. se qualquer ar frio causa arre- pios, e ars. em geral quando o frio provoca as dores. A grande Sensibilidade ao vento se combate com : carb.-v. lach. ou lyc; as Correntes de ar com: bell. cale sil. esulf.; e ao Ar frio da noite com : carb.-v. merc e sulf. Os resfriamentos causados por um Tempo áspero e humido destroem-se com: cale carb.-v. dulc. lach. rhod. rhus. ve- ratr ; sendo por Tempo de Trovoada, com bry. rhod. sil.; e por Mudança de Tempo, com: cale carb.v. dulc lach, merc. rhus. sil. sulf. e veratr. (Mudando o tempo do Calor para o frio, applica-se sobretudo dulc. ; convindo mais vezes carb.-v. n.-mosc. phos. rhus. silic. se a mudança é do Frio para o calor. ) Os resfriamentos na Primavera pedem: carb.-v. rhus e veratr. no Verão: bell. bry. carb.-v. edule ; no Outono : merc. rhus e veratr. Os resfriamentos no Inverno, quando faz Frio secco, exigem: acon. bell. e bry., ou cham. ipec n.-vom. e sulf., e dulc. e veratr. quando o Frio é humido. Resfriamentos por Tempo secco : acon. asar. bry. caust. hep. n.-vom.; por Vento : cham. lyc n.-vom. phos.; por vento norte: bell. carb.-v. cham. spong; por Vento leste : acon. bry. hep. n.-vom. spong.; por ter bebido água impura e fria estando quente, bry.; tendo dores nos lombos, valer.; melhorando pelo tempo humido: asar. caust. hep,; e por tempo secco: cale n.-vom. rhus. Quanto ás affecções particulares causadas por um resfriamento, emprega-se : ACONITUM, quando ha : odontalgia, prosopalgia ou outras CAP. I. generalidades 43 nevralgias com dôr de caheça ou congestão do sangue na mesma, sussurro nos ouvidos, las Declarada a erupção, serão : sulf. ou merc. que, na maioria dos casos, conviráõ melhor e adiantarão mais a desseccação; porém, se a erupção é muito forte, convém algumas vezes uma dose de bell. ; se a Febre, durante a suppuração, é muito vio- lenta, convém acon. se a pelle está mui secca, ou bell. se humida e quente, ou cham. havendo tosse ao mesmo tempo. Se o pus se tornar Sanioso, e que o Esphacelo seja para temer, são : ars. e carb-v. ou lach. e merc os que têm a preferencia. Contra a Salivação que algumas vezes sobrevêm, é merc; contra o Catarrho com tosse e .rouquidão, são principal- mente : ars. ou merc. ; e contra a Diarrhéa é chin. preferível. Ainda: nos prodromos havendo vchementes suspeitas de que o doente está atacado de bexigas, a vaccina é o melhor remédio. Hahnemann no seu Organon ensina que a vaccina deve ser dada antes da erupção das bexigas. Temos factos que nos convencem de que a vaccina, empregada logo que o doente apresenta indícios de estar atacado de bexigas, ou as faz abor- tar completamente, ou as torna muito benignas; quando, porém, ella é applicada em um período mais avançado, o seu beneficio não é tão grande, e o aconito é então mais útil, etc. l.° Período febril : acon. bell. op. vace e ars., ou coff. bry. rhus. e sulf. 2.° Período eruptivo : ant.-cr. bell. merc stram. ou ainda vace 3." Período de madureza ou cheia : merc. e rhus. 4.° Período de dessecação : acon. bell. cham puls. — Bry. n.-vom., ou arn. merc. rhus. e sulf. Consultar-se-ha com preferencia : ARSENICUM, quando ha angina com mudança da erupção para a boca e garganta no ultimo período da erupção. BELLADONA, depois do uso de acon., contra : forte febre, congestão na cabeça, delírios furiosos, photophobia, ophthal- mia, inflammaçãó do cérebro ou seus envoltórios, ou intensa angina. BRYONIA, antes de apparecer a erupção, contra: náuseas, vômitos, etc. — Ou logo depois havendo hydropisia abdominal. CHINA, havendo : pústulas negras, diarrhéa, oppressão, etc, durante a erupção. COFFEA, contra : agitação e vômitos biliosos no principio da erupção. 100 CAP. II. VEUAÍ MERCURIUS, se ha: salivação, congestão na cabeça ; irrita- ção da mucosa dos olhos, do nariz, da boca e da garganta durante o período da madureza ; diarrhéa no ultimo período da desseccação. SULFUK, quando a deseccação não se effectua com regulari- dade, havendo algumas bexigas que ainda enchem e as outras já vão seccando; e n'algumas parles apparecem ulceras, ou a pelle se esfacella. Ainda convirá no fim do ultimo período, quando o doente começa a convalescer. Vaccina, que é o medicamento verdadeiramente especi- fico, deve ser administrado de duas em duas horas no período eruptivo ; e, se os symptomas são mui violentos, com febre, anxiedade, sede ardente e pouca transpiração, convém dar, duas horas depois da terceira dose de vaccina, uma ou duas doses de aconito, e, esperar que a febre diminua, para outra vez dar mais uma ou duas doses de vaccina, e então esperar que ella produza todo o effeito que se deseja. Nada ha mais digno de attenção que a cura das bexigas pela vaccina, e a preservação dessa enfermidade por este vírus. Os phenomenos que se passão, e que são tão fáceis de ser compre- hendidos, encerrão toda a theoria homoeopathica (a nosso modo de a comprehender); e porque são phenomenos todos espon- tâneos da própria natureza têm em si todos os caratercs de verdade ; e, como a homoeopathia é a repetição delles em todos os casos de cura de enfermidades, esse caracter de verdade tanto a elles pertence como á homoeopathia. Exemplifiquemos. Vaccinado alguém com pequeníssima porção de pus, appare- cem-lhe pústulas no lugar vaccinado, perfeitamente semelhantes ás pústulas das bexigas, e o pus que ellas encerrão tem todas as propriedades do pus inoculado com que se vaccinou. O que quer isto dizer?É que a natureza, por um trabalho seu particular (com o qual terão talvez bastante analogia, essencialmente, os processos por nós empregados na dynamisação dos medica- mentos), reproduzio o virus, de cuja presença tanto seresentia, que, porfebree outros symptomas particulares, principalmente por uma inflammaçãó especial no lugar da inoculação, o paten- teava, até haver reproduzido em quantidade extraordinária esse mesmo virus, ficando então, não só tranquilla ou em harmonia de funcções, na presença de tão grande quantidade de um virus, do qual antes, aliás, uma pequeníssima parte havia causado tão CAP. II. PELLE 101 grande perturbação, mas também isenla ficando para o futuro da influencia da inocuiação ou contagio de semelhante virus. Isto é, o organismo, para livrar-se da influencia do virus vaccinico, reproduzio este virus em grande quantidade; saturou- se delle ; e só então ficou isento da sua influencia. Nada parece mais absurdo, e nada é mais verdadeiro. Também parece absurdo que a homoeopathia cure as molés- tias com remédios capazes de produzirem no homem são molés- tias semelhantes ; e nada é mais verdadeiro do que a natureza curar as moléstias com remédios, não só semelhantes, mas até idênticos, quando ella mesma os pode preparar, reproduzindo os virus que lhe causão taes moléstias, saturando desses virus o organismo para o isentar da sua influencia, e transformando assim a causa do mal tem remédio do próprio mal que causou. Vejamos ainda mais o que se passaria com dous meninos gê- meos, e tão parecidos que os próprios pais muitas vezes tomassem um pelo outro, e gozando ambos o mesmo gráo de boa saúde, se elles, entrando ao mesmo tempo na câmara de um bexiguento, fossem igualmente acommettidos de bexigas, e um delles sendo tratado homoeopathicamente, o outro ficasse entregue somente a um tratamento puramente hygienieo, desenvolvendo-se e marchando nelle a moléstia, a percorrer naturalmerfte todas as suas phases, e ficando curado pelos únicos recursos da natureza nunca pertubada por contrários remédios, nem por complica- ções nocivas. O que havia de acontecer indubitavelmente é que ambos curados, os resultados havião de ser differentes, isto é, que estes meninos, tão iguaes que um se confundia com o outro pelo talhe, pela physionomia, etc, depois deste aconteci- mento havião de ficar completamente distinctos um do outro. Mas em que havia de consistir esta diiferença, e como se haveria de ter passado tudo isto, e por que motivos, se n'um e n'outro caso admittirmos que a natureza ou espontaneamente e sem auxilio, ou ajudada pela sciencia, foi ella, e só ella, por uma lei única, a que effectuou ambas as curas? A natureza, curando espontaneamente um destes meninos atacados de bexigas, o que fez para cura-lo ? ou quando foi que completou o seu trabalho ? O que ella fez foi reproduzir em quantidade prodigiosissima o virus que em pequeníssima quantidade havia affectado o organismo e sido causa das bexi- gas : e ella completou a cura do bexiguento quando, reprodu- 102 CAP. II. PELLE zida a causa de sua moléstia, que é esse virus contido em tantos milhares de pústulas, saturou o organismo desse pus, do qual uma pequeníssima parcella é ainda capaz de ir ifoutro indiví- duo ser causa da mesma enfermidade, e reproduzir-se nelle com a mesma profusão, conservando sempre as mesmas proprieda- des, nocivas ao indivíduo que tem de atacar com pequeníssima quantidade, o profícuas aquelle que se acha coberto de quanti- dade avultadissima !.... O que a natureza fez para reproduzir a causa da moléstia, afim de ser ella mesma o remédio do mal que causou, é o que constitue a moléstia mesma; isto é, influenciado como quer que seja o organismo pelo virus variolico, causa dynamica das bexigas, as forças do organismo (chamem-lhe dynamicas-vitaes, ou como quizerem) reagem contra essa causa de perturbação, e reagem logo no sentido de reproduzir essa mesma causa, afim de saturar com ella o organismo; e, como essa causa dynamica é materialmente representada pelo pus variolico, seja qual fôr a sua quantidade, as forças do organismo reagem também no sentido de reproduzir o pus variolico ; e nesta reacção é que apparecem todos os phenomenos que constituem a doença ; e logo que as forças do organismo têm reproduzido o pus vario- lico, que ha de saturar o organismo e isenta-lo da sua influencia pela superabundancia, o que resta ? A saúde se vai restabe- lecendo, entrando todas as funcções na sua habitual regula- ridade, e cahindo por inúteis todas seccas as quantidades extraordinárias do pus que em vesiculas cobrirão toda a su- perfície da pelle. Neste trabalho, porém, que a natureza emprega para obter espontaneamente a cura de uma enfermidade por ef- feito de um remédio preparado por ella mesma, semelhante não só, mas idêntico á causa dessa enfermidade, quantos es- forços lhe não são necessários? e quanto gasto de forças, quanta perda até mesmo de substancia, e que modificação profunda no organismo ? Isto é visível, e de todos sabido ; e ahi estão os doentes, que têm ficado tão desfigurados que se não parecem nada com o que erão d'antes. E se a natureza por um remédio contrario a seus fins (allopathico) é perturbada no seu trabalho, e não pôde conseguir a reproducção do pus variolico em quantidade e qualidade sufficientes para saturar o organismo e curar o doente, qual é o resultado ? Responda o CAP. II. PELLE 103 silencio dos túmulos. Mas se ella fôr auxiliada pela sciencia nos seus fins, a beneficio de remédios, se não idênticos, ao me- nos semelhantes, que lhe poupem metade ou mais do trabalho, offerecendo-lhe logo o remédio que ella tanto custo havia de ter em preparar, qual ha de ser o resultado ? Respondão os factos presentes ; responda esse outro menino curado homoeopathica- mente. A sua moléstia, muito menos incommoda, muito menos duradoura, não lhe havendo alterado todas as funcções, não lhe haverá deixado as horríveis marcas que desfigurarão o rosto de seu irmão. E porque ? Porque a homoeopathia, dyna- misando a vaccina sem para isso perturbar o organismo, fez o mesmo, ou quasi o mesmo que a natureza tinha de fazer á custa do organismo e das forças vi taes ; desenvolveu as pro- priedades medicinaes da vaccina, e as communicou a vaticulos até então inertes, e offereceu á natureza já preparado um re- médio que ella tinha de preparar a muito custo ; auxiliou a natureza sem a perturbar ; foi com ella, e fez bem ; que ella só possue o segredo de curar as enfermidades ; só ella é o ver- dadeiro medico, e somente os homens poderão ter o ineffavel prazer de salvar da morte alguém quando auxiliarem a natureza, rainistrando-lhe remédios semelhantes nos effeitos aos sympto- mas das enfermidades, porque esses symptomas querem dizer que a natureza trabalha para crear no organismo um semelhante remédio. Mas dir-se-me-ha que as bexigas não se poderão curar sem- pre com vaccina. É verdade. A vaccina convém principalmente na invasão da moléstia, porque então a natureza abraça logo o remédio que se dispunha a preparar ; e as bexigas que todos os indícios pudessem apresentar de virem a ser confluentes mu- darião para esporádicas em presença desse remedio,já preparado homoeopathicamente : no decorrer, porém, da enfermidade, quando a opportunidade da administração da vaccina já tem passado, isto é, quando têm passado já os symptomas que são communs á vaccina e ás bexigas nos períodos de invasão, por certo que a vaccina não é homoeopathica dos symptomas se- guintes das bexigas; ou por outra, se designarmos por a, b, c, os symptomas do primeiro período das bexigas, por d, e, f, os do segundo, e por g, h, i, os do terceiro, e semelhantemente reconhecermos que os symptomas pathogeneticos da vaccina devem por analogia ser designados por a', b', g', os do primeiro |ÍM CAP. II. PELLE período, por d', e', f', os do segundo, e por u\ u\ i\ os do terceiro, é positivo que a', b', c', são homoeopathicos de a, b, c, isto é, que os do primeiro período da vaccina são homoeo- pathicos do primeiro período das bexigas; mas, quando as bexigas estiverem no segundo período, só podem ser homoeo- pathicos aos seus symptomas d, e, f, os symptomas d', e', f', da vaccina, ou os do segundo periodo; mas, como administrada a vaccina no segundo periodo das bexigas ella não podeactuar immediatamente senão com os seus symptomas a', b', c\ do seu primeiro periodo, segue-se que a vaccina não é então muito homoeopathica das bexigas já levadas ao segundo periodo, e que melhor será começar por um medicamento cujos symptomas de primeiro periodo sejão iguaes a d', e', f', isto é, homoeo- pathicos a d, e, f, ou aos symptomas do segundo periodo das bexigas. A homoeopathia, porém, ainda não chegou a esta per- feição ; e, como a vaccina é um remédio muito semelhante nos seus effeitos pathogeneticos aos symptomas das bexigas, ainda mesmo quando não ha tão justa confrontação de períodos, a vaccina é um remédio importantíssimo para curar as bexigas, e as cura porque fornece á natureza o auxilio de sua similitude c de sua quasi identidade com o pus variolico, que a natureza tem de preparar em grande escala para curar-se da influencia maléfica desse mesmo pus em dose pequeníssima: se outro remédio, porém, fôr mais homoeopathico por seus symptomas pathogeneticos aos symptomas das bexigas, no instante cm que se confroutão, este deve ser preferido ; pois em homoeopathia o melhor de tudo é sempre estar desprevenido a respeito de qualquer remédio, por melhores resultados que se hajão delle obtido, e decidir sempre a escolha do remédio pela confronta- ção dos symptomas, tenha o remédio o nome que tiver; pois são também os padecimentos dos enfermos que se ha de ler em vista curar, qualquer que seja o nome que lhes queirão dar os médicos e as nosographias; por não haver nada mais arbitrário nem mais confuso que taes classificações c taes nomes, dados ás enfermidades, tão variáveis de um instante para o outro de sua marcha, conforme as circumstancias de cada enfermo. N. B. Para evitar que muito profundos signaes fiquem das bexigas, principalmente no rosto, aconselha-se picar as bexigas quando estão muito cheias. Parece-nos que esta pratica algumas CAP. II. PELLE 105 vezes pôde ser nociva, e que nem sempre conseguirá o effeito que se deseja. Se a natureza prepara esse pús como um remédio não só semelhante, mas até idêntico, não vemos razão sempre plausível de privar a natureza desse remédio que ella prepara: deve, portanto, haver muita cautela em não picar senão algumas pústulas que tenhão tomado extraordinário desenvolvimento, e só quando todas igualmente se achão bem cheias de pús verdadeiro, com todas as qualidades do pús variolico perfeito, porque então já a moléstia vai passando para o periodo da desseccação,e a própria natureza já também vai rejeitando o pús que havia formado, e lhe servira para remédio. Varioloide (Varicella pustulosa umbilicata).—Os prin- cipaes medicamentos são : bell. e merc, ou : ars. rhus. e vace Antes da erupção, quando ha muita Febre com Dôr de ca- beça, são: acon. ou bell. os preferíveis; e havendo Dôr nos rins: bry. No Período eruptivo, sulf. ou vace, porque mais prompta- mente depois facilita a deseccação. Para o Catarrho pulmonar, em conseqüência desta en- fermidade, são principalmente : merc ou bell.; ou, havendo soffrimentos asthmaticos com estertor raucoso: seneg. e tart. As affecções dos Ossos pedem principalmente: sil. ou phos- ae; as das articulações: bell. bry. e merc. Verrugas. — Sobretudo são : cale caust. dulc. jac-bras. natr. nitr.-ac. rhus. sep. thui. esulf. que têm provado melhor. Para as verrugas nas mãos dos Onanistas são : nitr.-ac. sep. thui. sulf. Zona. —Os medicamentos que contra esta espécie de herpes merecem com preferencia ser consultados são : graph. e rhus.; ou : ars. merc. e plus.: o principal é rhus. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas:. o medicamento (indígena) que muito proveito se tem tirado, sendo quasi especifico é Amphisboena, administrado da mesma maneira. 14 CAPITULO III SOMNO E SOFFRIMENTOS QUE A ELLE SE REFEREM 0 somno é para o corpo todo o que a relaxação dos múscu- los é para a sua contracção, o que as expirações são para as inspirações, o que as paradas do pulso são para as suas pan- cadas, isto é, o somno é um estado de repouso ou de intervallo de movimentos para o cérebro, para os nervos e para os mús- culos quasi todos, principalmente para os que mais em activi- dade têm estado durante a vigília ; mas o cérebro, que nem todo tem estado em exercício sempre, ou que a certos respeitos tem feito exercícios de mais, tem partes que ficão acordadas durante o somno, ou porque durante a vigília estiverão adorme- cidas e na inacção, ou porque forão irritadas de mais. Por isso muito convirá no tratamento de todas as moléstias indagar bem a qualidade dos sonhos, para saber que partes do cérebro estão mais irritadas ou carecem de maior exercício durante a vigília, e assim também observar os movimentos, posições e outras circumstancias ou signaes durante o somno para esclarecer a escolha do melhor remédio. Insomnia. —A insomnia nunca é senão um symptoma de uma moléstia, que convém combater para fazer reapparecer o somno. Neste caso a diluição do remédio é determinada pela moléstia principal. Todavia ás vezes é a insomnia o symptoma mais saliente de uma moléstia, e é então que o medicamento deve ser escolhido em attenção ás circumstancias que a causa- rão, e poderá escolher-se uma das diluições elevadas, que são opportunas nas affecções do systema nervoso. Consullar-se-ha, portanto, com preferencia : ars. cale cham. chin. coff. hep. kali. merc. puls. sep. e sil. ; e mais particularmente, havendo bocejos mui freqüentes : caust. cin. kreos. croc. ign. n.-vom. e rhus.; bocejos sem somno: plat. e rhus.; bocejos com inquieta- ção : cham. n.-vom. erhus.; e havendo insomnia com desejo de dormir: bell. cham. coff. phos. puls. e sep. ACONITUM, se a insomnia é produzida por acontecimentos inquietantes que causão anxiedade. CAP. III. SOMNO 107 BELLADONA, quando o doente tem grande desejo de dormir sem o poder conseguir, ou havendo : grandeaugustia, agitação, visões terríveis, caracter medroso, tímido para as cousas actuaes, etc, ou se elle simultaneamente tem grande somno- lencia de manhã, ou de tarde muito cedo. Convirá principal- mente nas insomnias que se seguem a grandes enfermidades, quando aliás o doente é já entrado em convalescença. AMPHYSBOENA, quando o doente, por algumas noites suc- cessivas, acorda á meia-noite em ponto. COFFEA, se a insomnia é effeito de uma grande alegria ou sobre-excitação agradável, e mesmo nos meninos, ou depois de vigilias prolongadas, assim como também nas pessoas que têm abusado do café. HYOSCIAMUS, contra a insomnia effeito de sobre-excitação nervosa, principalmente em conseqüência de grandes moléstias, ou nas pessoas sensíveis e irritaveis. IGNATIA, se é produzida por emoções deprimentes, como tristeza, idéas peniveis, etc MOSCHUS, em muitos casos de insomnia por uma sobre- excitação nervosa, sem outros soffrimentos, principalmente nas pessoas hystericas ou hypocondriacas. NUX-VOM., quando provém de meditações, ou de leituras prolongadas, ou é causada pelo café ; ou á tarde com affluencia de idéas que tirão o somno. OPIUM, depois de commoções, como medo, pavor, etc.: ou havendo : visões de faslasmas, de carrancas, etc. ; princi- palmente quando se manifesta nos velhos. PULSATILLA, nas pessoas que comerão muito de tarde, ou havendo : grande affluencia de idéas que privão o doente de conciliar o somno, ou com effervescencia de sangue, con- gestão na cabeça, e calor ancioso. Para a insomnia das Crianças, com gritos, eólicas, agitação, etc, conforme as circumstancias : acon. bell. cham. coff. jalap. rab. ; ou bor. cin. ipec e acon. ; ou ars. n.-vom. phos. puls. e sep. ACONITUM e COFFEA são sobretudo indicados havendo grande agitação com calor febril. BELLADONA é preferível se o menino grita hoifáfe e dias inteiros sem causa apreciável. 108 CAr. 111. SOMNO CHAMOMILLA, merece a preferencia se ha ao mesmo tempo dôr de cabeça ou de ouvidos, com movimentos convulsivos. JALAPA convém principalmente havendo grandes eólicas, com diarrhéa. RHABARBARUM acha-se indicado, se ha: grande e fre- qüente desejo de obrar, com tenesmos e eólicas. TRTAMENTO. — 1 gotta da 5a, 15 e 30 dynam. ou 4 gló- bulos em 3 colheres d'agua para dar-se com maior ou menor intervallo segundo a gravidade do mal, espaçando as doses á porporção das melhoras. Pesadelos.— Poder-se-ha consultar: ACONITUM, nos meninos e mulheres, se ha ao mesmo tempo: calor febril, sede, palpitação do coração, effervescencia de sangue, oppressão no peito, anxiedade e inquietação. CROTALUS, quando sonha-se ter-cahido do leito, conservao se a mesma persuasão depois de acordado, e se tem dada gemidos queixosos durante o somno; e sendo a somnolenci- profunda de manhã, com insomnia de noite. NUX-VOM., se os pesadelos forão produzidos por bebida, alcoólicas, comida abundante, vida sedentária, etc OPIUM, quando ha: pesadelos graves, com suspensão da respiração, olhos semi-abertos, boca aberta, ronqueira, estertor, feições que demonstrão angustia, face coberta de suor frio. agitação e movimentos convulsivos dos membros, etc. No caso de que estes medicamentos não sejão sufficientess poder-se ha consultar, segundo as circumstancias : sulf. e sil.; ou : am.-e hep. phos. puls. rut. e valer. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a, 15 ou 30 dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas: espere-se a acção do medicamento para o repetir no caso de melhora, ou tomar outro. Somnamhulismo ou Noetanibulismo.— São so- bretudo : bry. phos. e sil. que com preferencia merecem ser consultados. Somno agitado : ars. bar.-e chin. rhus. silic. sulf. ; — ancioso : ars. ; — não reparador: bry. con. hep. op. sulf. . — profundo (carus) : bell. led. nux.-v. op.; — dito sem febre (cataphora) : antim. op. croc nux-v. veratr. ; — tardio : CAP. III. SOMNO 109 ars. bry. cale carb.-v. phos. puls. sep. rhus. ; — depois de se ter levantado: natr.-m. silic ; — de manhã : cale grap. nux.-v. sep. Sonhos agradáveis : cale op. natr. puls. sep. staph. ; — com animaes : arnic. nux.-v. ; —anciosos : arn. graph. magn. nux.-v. phos. puls. ; — amatorios : nux.-v. op. natr. staph.; — de desgraças : graph. lycop. puls. nux.-v.; —de fantasmas : cale op. nat.-m. ; — com defuntos: ars. magn. thuy. ; — com ladrões : magn. merc. verat. plumb. Sonmoleneia. — É debaixo deste titulo que reunimos os conselhos clínicos para os diversos gráos do somno valetu- dinario, quaes : o Coma somnolento, Coma vigil (Coma subdeli- rium, ou delírio completo), Cataphora, lethargia, somnolen- cia, etc. Para a somnolencia ligeira, ou Desejo de dormir, que se ma- nifesta muitas vezes sem nenhum outro symptoma, mas a horas extraordinárias, são : bell. cale carb.-v. chin. con. graph. hep. kal. lach. merc. natr. natr.-m. n.-vom. phos. e sulf. ; ou : hippo-manc. e petiv.-tetr. ; que merecem ser consultados com preferencia. Para a somnolencia que se manifesta pela Manhã, são princi- palmente : cale hep. natr. natr.-m. n.-vom. phos.-ac. sep. e sulf. ; perto do meio-dia: antim. sabad. Quando ella apparece depois da Comida, são : chin. graph. lach. n.-vom. phos. e sulf. Vindo depois do Meio-dia : chin. n.-vom. rhus. sulf. Se ella vem De tarde muito cedo, são : cale kal. lach. nux.- vom. phos.-ac. puls. sil. e sulf. ; e mais tarde : ars. cale kali. n.-vom. Para a Somnolencia comatosa ou Coma, os medicamentos mais vantajosos são, em geral : bar.-e bell. cham. lach. nux.- vom. op. puls. e hippo-manc. Coma somnolento pede : bar.-e bell. lach. n.-vom. op. e puls. ; ou ainda : ant. croc. laur. led. phos.-ac. puls. tart, veratr. e magn.-car. Para Coma vigil, poder-se-ha com preferencia consultar: ars. bell. cham. coce hep. lach. hyos. n.-vom op., etc. Para o Goma Prolongado, ou Lethargia, são principalmente : bell. lach. op. ; e ainda : plumb., ou mesmo merc. 110 '1AP. III. somno Quanto aos Symptomas que caracterisão os diversos casos de Coma, poder-se-ha com preferencia consultar : BARYTA, se ha : somnolencia comatosa, com agitação ge- *rnidos e queixuraes, pupillas insensíveis, pulso franco e acce- lerado. BELLADONA, quando ha : Somno profundo ou prolongado, com immobilidade do corpo, sobresalto de tendões, rosto pallido e frio, mãos frias, pulso pequeno e accelerado, ge- midos, movimentos, estremecimentos e convulsões dos membros, etc; com fome e aspecto furiosa ao acordar, calor abrasador e sequidão da boca, depois dos accessos. (Convém muitas vezes antes ou depois de lach., ou depois de op.) CHAMOM1LL A, principalmente nos meninos, ou quando ha somno comatoso, com grande agitação, anxiedade, sobresaltos, estremecimentos dos membros, respiração curta, calor, febril, e rubor, ora em uma, ora em outra mão, ou nas faces, gritos, eólicas, diaorhéa esverdeada. etc. LACHESIS, havendo : Somno prolongado, ou somnolencia alternada com insomnia, de dous em dou* dias ; ou também : somno profundo, com insensibilidade e immobilidade do corpo rangidos de dentes, pulso tremulo e intermittente, ou mesmo quasi inteiramente supprimido: NUX-VOM., quando ha: Somno pesado e pro fundo, com sobre- saltos e gemidos, com ronco estrondoso, olhos ramelosos e embaciados, queixo cabido, salivação, etc. OPIUM, havendo : Somno profundo, cora olhos abertos con- vulsos, face rubra e inchada, queixo cahido, perda dos sentidos, respiração difficil, lenta e intermittente, pulso lento ou quasi inteiramente supprimido, movimentos convulsivos dos mem- bros, dos músculos da face e dos cantos da boca, etc. PULSATILLA, se ha : adormecimento continuado, com perda dos sentidos, delírios, calor, com agitação e anxiedade, mo- vimentos involuntários da boca, das mãos e dos dedos, etc. (Muitas vezes convém depois de cham. ou tart.) VIPERA CORALINA, quando ha : somnolencia de dia e vigília de noite ; e quando o doente morde fortemente as mãos e não acorda, e sonha com defuntos, precipícios e laby- rinthos, e tem medo, terror remorsos e anxiedade. Comparai A poplexi a, cap. 6.° CAP. III. SOMNO 111 TRATAMENTO.— De quaesquer dos medicamentos cita- dos, prepara-se de 1 a 2 gottas, ou 4 a 6 globos em 4 colheres d'agua, para dar-se com intervallos de 8 a 12 horas consecu- ti vãmente. Note-se que as cobras Cascavel e Coral dão sonhos opposlos aos symptomas moraes que produzem, no que dífferem de muitos outros medicamentos. Por exemplo, a Coral dá misan- thropia, rixa, desejo de estar só; e em sonhos, anxiedade, medo, terror; a Cascavel dá tremor, melancolia, horror á solidão; e em sonhos, desordens, batalhas e bailes com illuminações, etc. Do que se conclue que na escolha destes preciosíssimos agentes que temos adquirido muita attenção se deve ter com o estado moral do doente emquanto acordado; attenção que não é sem- pre tão urgente quando se tem de empregar outro medicamento. Consulte-se a Matéria Medica por J. V. Martins. CAPITULO IV affcções iebius As febres, dizendo-se affecções do systema vascular ou dos órgãos de circulação, nem por isso se entenda que tém u sua sede particularmente nos órgãos desse systema ; são mo- léstias de todo o"organismo, havendo quasi sempre nellas ura órgão que soffre mais que os outros ; por isso é mister que se haja em vista sempre o estado dos órgãos e das funcções antes e durante as febres. As causas das febres são quasi sempre dynamicas, imperceptíveis e fora do alcance de todas as inves- tigações : não deverá isto embaraçar-nos tratando-as, porque os symptomas próprios dellas, e mais os queannuncião alterações nos órgãos e nas funcções da vida são os seus caracteres dis- tinctivos e os guias únicas a seguir para achar-lhes o remédio pela semelhança. As moléstias do systema vascular e as febres exigem ora geral as doses as mais baixas, por terem uma fôrma essen- cialmente aguda. Precisa-se comtudo emprega-las com a maior cautela nas febres nervosas e nas hecticas, quando algum órgão importante e delicado, como o pulmão, estiver atacado. Generalidades acerca dos symptomas febris Congestão na cabeça: acon. arn. bell. bry. coff. chin. ignat. ipec. lach. merc. nux.-v. puls. rhus. silic. sulf. verat. Congestação na cabeça antes dos frios : acon. chin. ; — durante elles: bell. ; — durante o calor : acon. ambr. arn. bell. cham. coff. ; — durante a febre : acon. arn. bell. cham. chin. coff. ferr. hyos. Cabeça ardente, durante os calafrios : arn. veratr. ; — quente, durante os calafrios : acon. cin. nux.-v. ; — quente antes dos calafrios: acon. arn. bry. Dores de cabeça antes da febre : ars. bry. carb.-v. chin. natr.-m. puls. ; — durante a febre : acon. bell. bry. chin. natr.-m. nux.-v. ; depois da febre : ars. carb.-v. cin. hep.; — antes dos frios : ferr. ; — durante o frio : acon. chin. puls.; — durante o calor : ars. bell. nux.-v. puls. CAP. IV. FEBRES 113 Calor, em geral : acon. ars. bell. chin. coff. hyos. ignat. ; — com anciã: acon. bell. cham. cale chin. ipec. sep. ; — depois dos calafrios : cale stram.; —antes da febre : chin. ; — durante a febre : acon. ars. cham. chin. coff. ; durante os frios ars. chin. puls. ; — durante o suor : bry. cale nat. sep. ; — ardente : acon. ars. cham. coccul. dulcam. ; —exterior : anae ambr. puls. spig. ; — fugaz : ambr. carb.-v. lycop. phos. sep. ; —alternado com calafrios : ars. bry. merc ; — secco : acon. ars. bell. bry. cham. nux.-v. merc. puls. ; — com sede ardente : acon. cale hep. lach. natr.-m. ; —sem sede : helleb. nux.-v. ; —de manhã :_ nux.-v. puls. sulf. ; —depois do meio- dia : anacard. cham. sulf.; —á noite : cham. hep. lach. merc. n.-vom. puls. sulf.; — com vontade de se descobrir : acon.;-- com repugnância de descobrir-se : n.-vom. phos. samb. sil. stram. Pelle ardente: ars. chin.; — secca e franzida como perga- minho : acon. ars. bell. graph. hyos. ; — escarlate : amon.-e bell. ; — amarella: acon. cham. chin. bry. merc n.-vom. ; — fria, durante os calafrios : ars. natr.-m. n.-vom. ; — azulada : ars. op.; — pruriginosa : ipec. ignat. lycop. puls. rhus. sulf. ; — flacida : chin. veratr. ; — dolorosa: cham. nux.-v. sep. silic. ; — seeca durante o calor : acon. ars. bell. bry. graph. merc. ; — durante os calafrios: ars. ;—antes da febre : ars. bry. ipec. ; — vermelha, durante o calor : acon. ars. bell. ; — doentia : cham. graph. petrol. ; — pallida : cale chin. con. fer. puls. sep. ; — azulada : ars. camph. lach. nux.-v. ; —enegrada : elect. petrol. ; gretada : cale hep. mer. puls. silic. ;—molle e franzida como a de gallinha, durante os calafrios : baryt.-e sabad. verat. Accessos Febris, de manhã : amon.-m. arn. cale. carb.-v. cham. chin. natr.-m. nux-v. rhus ; — antes do meio-dia : canab. natr. sep. sulf. ;—ao meio-dia : chin. sabad. sep. sulf.; — depois do meio-dia : alum. bell. cale chin. lycop. natr.-m. nux.-v. puls. ; — á tarde : arn. antim.-c bell. caps. euph. ignat. merc n.-vom. puls. rhus. sep. ; — á noite : acon. ars. cham. chin. lach. merc nux-v. puls. ; —antes da meia-noite : carb.-v. led. lycop. puls. ; — depois da meia-noite : ars. ferr. nux-v. rhus.; —quotidiana : arn. ars. cale chin. ipec. nux.-v. puls. ;— terça : bell. bry. cale carb.-v. cham. chin. ipec. nux.-v. ;— dupla : ars. bell. chin. graph. nux.-v. puls. rhus. 15 114 CAP. IV. FEBRES Calafrios com calor : acon. ars. bell. cale cham. ignat. ipec. ; — com calor parcial: oleand. nux.-v. sabad. ;— cora calor parcial e depois suor : graph. ; — calafrios parciaes, al- ternando com calor parcial : chin.; — alternando com calor e depois suor : galv. kali. ; —calafrios, c depois calor e suor : caps. cham. chin. natr.-m. nux-v. puls. ; — internos : anac. cal. natr.-m. ; —ligeiros : ars. bry. chin. natr.-m. nux.-v. phos. puls. silic. spong. ; — calafrios com sede : acon. ars. bry. caps. carb.-v. cin. cham. ipec natr.-m. nux.-v. rhus. verat. ; — sem sede : ars. chin. helleb. natr.-m. puls. sabad. spig. ; — batendo os queixos : bry. chin. Horripilação com calor fugaz : acon. zinc.; — horripilação, e depois calor na testa e face : acon. ant. ars. bell. ipec. magn. Frios tiritantes: bry. chin. mur.-a. phos.-a. rhus;—de manhã: merc nux.-v. ; — ao meio-dia : bor. puls. sulf. ; — á noite : merc. sulf. ; — nos membros : ars. carb.-v. bell. op.; — frio glacial : lach. merc. verat.; — nas extremidades inferiores : bell. ipec. nux.-v. op. verat. ; —frios nas articulações côxo-fe- muraes : merc. ; — nos joelhos : agnus. daph. merc. ; —nas pernas : amb. chin. nux.-v. ; —nos pés : caust. carb.-a. colch. con. dig. graph. ipec. lach. nux.-v. silic. sulf. ;—nas mãos : ipec. «íere nux.-v. sulf. Suor no principio do somno : ars. ; — durante o somno: chin, ferr. ; — de manhã : bry. cale carb.-v. natr. nux.-v. puls. ; — á noite : amb. bell. dulc nux.-v. sulf.; — na nuca : sulf. ; — nos pés : staph. ; —no rosto : puls.; — abundante : ars. bell. bry. lach. merc. natr.-m. nux.-v. puls. samb. sulf. ; —ácido: bry. carb. caust. cham. merc nux.-v. silic. sulf. ; — fétido: barit.-e carb.-a. graph. nux-v. puls.; — frio : ars. cupr. digit. dulc. natr. tart. verat. Dores no pescoço : bell. puls. ; —na nuca : acon. ars. bell. cale carb.-v. chin. natr.-m. sulf. vip.-e;—nosossos: arn. ars, bell. coccul. ignat. natr.-m;— nos músculos, mãos, dedos, braços : bry. chin. puls. ;—nas costas antes da febre: ars. bell. canab. ipec. ;—durante os frios: ars. bell. nux-v. ;—durante o calor: arn. ignat.; — dores insupportaveis durante a febre : ars. cham.;—nos membros antes da febre: bry. carb.-v. chin. cina, sulf.;—durante a febre : ars. bell. bry. nux-v. rhus ;— depois da febre: sabad.; — durante os calafrios : ars. caps. CAP. IV. FEBRES 115 chin. nux-v. rhus; — durante o calor: arn. chin. ignat. : — durante o suor: nux-v. Falta de sede antes da febre: arn. chin. nux-v. puls. sulf. ; —durante a febre : ars. chin. puls. sabad. tart.; — depois da febre : ignat. Sede antes dos frios : arn. chin. nux-v. puls. sulf.; — du- rante os frios : arn. ars. bor. bry. caps. carb-v. ignat. ipec. natr.-m. sep.;—depois delles : ars. chin. puls. sabad. ;—antes da febre : arn. ars. chin. natr.-m. nux-v.;—durante a febre : acon. arn. bry. natr.-m.;—depois da febre: ars. chin. natr.-m. nux.-v.;—antes do calor: chin. puls.; — durante o calor: acon. bell. bry. cale caps. cham. dulc. lach. nux-v. sulf. rhus verat.;—depois do calor : chin. coff. nux-v.;—antes do suor : coff. thui. ; — durante o suor : cham. chin. nux-v. puls. rhus. veratr. ;—depois do suor : borax. Boca secca durante os calafrios : berb.;—durante a febre : cham. ; —durante o calor : chin. lach. nux-v.; —durante o suor: nux-v.;—espuma na boca: agar. bell. champ. cham. Carphologia : arn. ars. hyos. op. • Diarrhéa durante a febre : ars. bell. bry. cham. chin. ipec. merc. nux-v. phos. puls. sulf. ;—durante os calafrios : phos. ; — durante o calor: puls. rhus. Face quente durante a febre : acon. nux-v. puls.; — duran- te os calafrios: bell. cham. chin. nux-vom.; —durante o ca- lor: puls. rhus. Face fria durante o calor : ipec. rhab.;—amarella durante a febre : cham. ferr. ipec. nux-v. ;— durante os frios : chin. puls.; —inchada duiante a febre : ferr. lycop.; — durante os calafrios: bell;—durante o calor : ars. bell. Delírio durante a febre : acon. ars. bell. bry. cham. hyosc. lach. op. phos.-a. rhus. stram.; —durante o calor : ars. bell. chin. Pulso pequeno: acon. ars. bell. cham. carb.-v.;— cheio: acon. arn. bell. nux-v.;— supprimido: carb.-v. ;—tremente: cale spig.; —intermittente: ars. chin. lach. natr.-m. nux-v. phos.-a.; — accelerado: acon. ars. bell. merc op.; muito accelerado: acon. bry. iod. merc. phos. silic.; — parecendo mais accelerado que os batimentos do coração : rhus; —al- terado : acon. ars. bell. cupr. hyos. op. phos. ;—freqüente: nux-v. :—forte : bell. merc.;—fraco : ars: lach. merc. nux.v. 116 CAP. IV. FEBRES Língua branca durante a febre : acon. arn. ars. bry. cham. ipec;—quente: bell. magn.-m. sabad.; —amarella: acon. arg.- nitr. chin. ipec. nux-v. ; — humida: arn. sulf. ;—secca: acon. bell. lach. lycop. merc. natr.-m. nux-v. sulf. rhus;—verme- lha: ars. bell. cham. crot. lach. rhus sulf.;—negra: arg.- nitr. bry. cham. chin. coccul. ipec. merc. nux-v. puls. rhus; —saburral: sulf. veratr. vip.-e ;—biliosa : acon. bry. cham. chin. nux-v. puls. ;—mucosa : ars. bell. cham. chin. dig. ipec. nux-v. puls. rhus;—inflammada : bell. bry. cham. puls.:— pútrida: ars. carb.-v. chin. merc. rhus.;—fria: galv. veratr. ; —gretada: arg.-nitr. ars. Mãos quentes durante a febre: carb.-v. ipec. nux-v. puls. sulf.; —durante os calafrios : puls.; — durante o calor: ipec. nux-v. ;—durante o suor: nux-v.; —azuladas durante os ca- lafrios : coccul. nux-v.: — frias durante a febre : acon. agar. merc. phosp. puls. sep. sulf. ; durante os calafrios: chim. dros. ipec. merc. mezer. sep. nux-v.;—mortas durante os calafrios : sep. ;—rijas durante os calafrios : canab. kali;—rijas durante a febre: gins.; — rijas antes da febre : ipec. Pés quentes durante a febre: acon. lach. sulf. ;—antes da febre: carb.-v. ;—durante os frios: chin. lach. merc. ;— frios durante os calafrios : ipec lach. merc. nux-v. sep. sulf. ;—du- rante o calor: cale coccul. lach. silic. Palpitações do coração antes da febre: chin;—durante ella: acon. ars. merc. rhus sulf.; durante o calor: cale merc. sep. sulf. Colicas antes da febre : ars. chin. ; — durante ella: antim. bry. cham. chin. rhus; — durante os calafrios : chin. coff. nux-v. puls.;—durante o suor: nux-v. Somno depois da febre: ars.;—depois dos frios : ars. meser.; —durante o suor: ars. puls. ;—comatoso: bell. cham. op. puls.; —somnolencia durante a febre : carb.-v. ignat. merc. Perda dos sentidos durante a febre: arn. bell. hell. mur.-a. natr.-m. ;—durante o calor: ars. dulc. natr.-m. Vômitos durante a febre : antim.-cr. chin. cin. ipec. nux-v.; —depois da febre: arg.-nitr. chin. cin.;—durante os calafrios: ars. ipec. puls.;—depois dos calafrios: arg.-nitr. lycop.;— durante o calor: hyose lach. nux-v. Amarella (Febre). — Não possuíamos ainda observação alguma valiosa acerca do tratamento desta febre quando ella CAP. IV. FEBRES 117 se declarou no Brasil, á excepção de um caso em que foi cu- rada com o crotalus: e dizíamos [que o medico que houvesse de trata-la poderia dirigir sua attenção para: arn. carb.-v; assim como: am.-e ars. bry. rhus ; e talvez ainda : bell. chin. ipec. merc. n.-vom.—Chinin? Uma fatal experiência veio ensinar-nos a curar a febre ama- rella, e trouxe a todo o Brasil as convicções mais intimas de que só a homceopathia é a verdade em medicina, ao menos por agora, no estado actual dos conhecimentos humanos. (Vede as notas no fim deste capitulo.) Catarrhaes e rkeumaticas (Febres).—Estas duas espécies de febre, provindo ambas quasi sempre da mesma causa (resfriamentos, suppressão de transpiração, etc), tendo entre si tantos pontos de contacto que mesmo muitas vezes se complicão, preferimos por isso tratar de ambas neste mes- mo artigo. Os medicamentos miais efficazes contra qualquer dellas são, em geral: acon. ars. bell. bry. caust. cham. chin. dulc merc. n.- vom. puls. rhus. e sulf.; ou: arn. camph. coff. ipec. phoel. phos. sabad. samb. sang. sil. spig. squill. stan. e veratr.; en- tre todos dulc Se a febre é Intensa, approximando-se do caracter Inflam- matorio, são : acon. bell. bry. cham., ou ainda : ars. coff. ign. merc. puls. rhus. e squill., que se deveráõ consultar. Porém se a febre é apenas Ligeira, ou que tenha diminuído com a influencia de qualquer dos medicamentos preceden- tes, são, segundo as circumstancias : chin. dulc. n.-vom. puls. e rhus; ou ainda: arn. ipec phos. seneg. e veratr., que se acharáõ mais freqüentemente indicados. No caso de haver Suores abundantes, porém que não allivião, serião : bry. chin. merc. e sulf. quepoderião ter a preferencia; e ainda também n.-vom. Se é a Violência das dores que predomina, achar-se-ha re- médio mui freqüentemente entre : acon. ars. cham. coff. eign.; ou ainda entre : merc. puls. e sulf. Se, depois de haver cessado a febre, restão ainda soffrimen- tos, dever-se-ha, havendo padecimentos catarrhaes, consul- tar com preferencia: sulf. ou samb. seneg. stann. ephos., ou ainda : ars. bry. dulc. merc phceland. puls. sil. e squill. As dores Rheumaticas que persistissem demandarião, sobre- 118 GAP. IV. FEBRES tudo: bry. caust. chin. crotal. phos. sil. e sulf,, ou mesmo : arn. hep. lach.; e ainda : bertolina e colch. Quanto aos detalhes para a escolha dos medicamentos ci- tados, vede os artigos Catarrho e Rheumatismo, e comparai nos respectivos capítulos : anginas, cephalviaiia, ophthalmia, tos- se, ODONTALGIA, etc., CATARRHAES e RHKUMATICAS. Para as diversas complicações que estas febres podem ainda soffrer, vede : Febres inflammatorias, gástricas, cerebraes. etc, como também : pleurizia, grippe (Catarrho pulmonar epidêmico), pneumonia, etc TRATAMENTO.—São empregadas as 3a, 5a, 9a dynam., 1 gotta ouG glóbulos em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colhe- res de chá de 3 em 3 horas, ou com maior espaço, segundo a intensidade do mal, esperando-se o tempo necessário para se conhecer d'acção do medicamento, para o repetir ou tomar ou- tro que abranja o maior grupo de symptomas. Gástricas e ESiliosas (Febres).—Os melhores medi- camentos são em geral: acon. bell. bry. cham. coloc ipec merc. n.-vom. c puls.; assim como : ant. coce dig. rhus. squill. tart. e veratr., ou também: daph. gran. esulf. Quanto ás diversas e pouco sensíveis differenças destas fe- bres, se é a affecção gástrica franca (Febre saburrosa) que predomina, são sobretudo: ipec n.-vom. puls., ou também : ant. bry. cham. coce digit. rhus. sulf. tart. e veratr., ou mes- mo : bell. daph. e squill.; que merecem ser consultados. (Vede a matéria medica de J. V. M.) Se predominão os symptomas Biliosos (Febre biliosa), serão principalmente: acon. bry. cham. chin. coce n.-vom. puls., ou também : ars. coloc. daph. dig. gran. ipec e sulf. As febres gástricas, onde predominão secreções ou excre- ções Mucosas (Febres mucosas), pedem com preferencia : bell. chin. dig. merc. puls. e rhus, ou ainda: ars. cham. cin. dulc. ipec n.-vom. rhab. spig. e sulf. Se a febre gástrica é caracterisada por affecções Verminosas (Febre verminosa), são principalmente : cie cin. merc. sil. spig. e sulf.; ou ainda : acon. dig. hyos. n.-vom. sabad. stann. teucr. e valer. Quanto ao caracter que estas febres podem affectar, se ha: svMrTOMAs inflammatorios bem pronunciados (febre gástrica CAP. IV. FEBRES 119 inflammatoria), são principalmente: bell. bry. cham. merc. puls. ou tart. que se poderão consultar. O acon. neste caso não será indicado senão havendo symptomas biliosos ; porém nunca em ura estado puramente gástrico, por mais pronun- ciado que pareça o caracter inflammatorio da febre. Se a febre apresenta o caracter nervoso (febre gástrica ner- vosa ou irregular), serão sobretudo : bell. bry. coce. rhus e veratr., ou ainda: ars. carb.-v. chin. hyosc, etc. A febre gástrica com symptomas de Podridão (Febre gás- trica podre) pede com preferencia: ars. carb.-veg. chin.lach, merc. mur.-ac. phos.-ac rhus sulf. e sulf.-ac. fc*^ Vede também : Febres inflammatorias e typhoides. Quanto ás Causas exteriores que podem ter occasionado uma ou outra espécie destas febres, como as que apparecem depois de uma Indigestão, consultar-se-ha com preferencia: cham. ipec. puls. ou ant. bry. nitr.-ac. n.-vom. tart. e sulf. As que são effeito de um Resfriamento reclamão principal- mente: acon. bell. bry. cham. ipec. merc n.-vom. puls. e sulf. Contra as febres gástricas, resultado de um resfriamento pela Água fria, uso de gelo ou Acmos, são sobretudo: ars. dulc e puls., ou natr.-m. sulf. e sulf.-ac. ; e mesmo : crotal. e lach., que merecem ser consultados. As febres biliosas, provocadas por uma Contrariedade ou Cólera, exigem ordinariamente: cham. ou coloc.: ou: acon, bry. chin. n.-vom. staph. ou vip.-e No caso de haver o doente abusado de cham., ou comido depois de se ter encolerisado, puls. merece ser preferida. Emfim, quanto aos Symptomas que caracterisão os casos par- ticulares destas febres, consultar-se-ha : ACONITUM, principalmente no principio da moléstia, e ha- vendo : predomínio dos symptomas biliosos, a saber: lingua coberta de uma saburra amarellada, gosto amargo da boca e de todos os alimentos e bebidas, com excepção d'agua; sede ar- dente, arrotos e vômitos amargos, esverdinhados ou mucosos (vômitos de lombrigas); tensão e tympanismo dos hypocon- drios; dôr na região hepatica, com picadas e pressão ; evacua- ções supprimidas, ou pequenas e freqüentes, com tenesmo ; ourinas vermelhas e raras, calor secco, com pulso cheio e fre- qüente, insomnia com agitação; humor queixoso ou rixoso e irascivel. (Comparai bry. cham. e vip.-e) 120 CAP. IV. FEBRES BELLADONA, quando ha: lingua carregada de saburra es- pessa, amarellada ou esbranquiçada ; aversão ás bebidas e ali- mentos, gosto ácido do pão de centeio : vômitos de matérias ácidas, amargas ou mucosas; diarrhéa mucosa; calor secco, principalmente na cabeça, com sede, ou alternando com cala- frios; anxiedade e inquietação, ou caracter sensível e capri- choso ; grandes dores de cabeça, como querendo os miolos saltar fora ; boca secca ; dysphalgia; somnolencia de dia, com insom- nia de noite, etc. (Comparai cham. merc. crotal. e vip.-e) BRYONIA, se ha : lingua secca, carregada de sauurra ama- rellada escura; fedor pútrido da boca; gosto amargo, princi- palmente depois de dormir, ou pegajoso e insipido, ou pú- trido; grande desejo de beber vinho, bebidas ácidas ou cale, com repugnância dos alimentos sólidos; náuseas, pituita do es- tômago, freqüente desejo de vomitar, ou vômitos de bilis, principalmente tendo bebido ; picadas na boca do estômago ou no lado, na cabeça, ou nos membros, maxime tossindo ou an- dando; pressão ou tensão na boca do estômago, principalmente depois de haver comido; prisão de venfre, ourinas aquosas, de côr clara ou amarellada, deixando sedimento amarello; ca- lor intenso, com sede ardente, ou frio e calafrios por todo o corpo, vermelhidão e calor do rosto; caracter irascivel; grande fraqueza; cabeça perturbada, com vertigens, etc. (Comparai acon. cham. crot. nux-vom. e vip.-e) CHAMOMILLA, havendo : lingua vermelha e gretada, ou coberta de saburra amarellada, gosto amargo da boca e dos alimentos, máo cheiro da boca, anorexia, náuseas ou arrotos e vômitos amargos ou azedos, grande anxiedade, tensão e pres- são no epigastrio, nos hypocondrios, e principalmente na boca do estômago; eólicas ílatulentas com dores agudas e tympa- nismo do ventre, prisão de ventre ou evacuações, quaes as de diarrhéa, esverdinhados ou de cheiro agro, misturadas de ex- crementos e mucosidades, semelhando-se a ovos batidos ; ouri- nas amarelladas com sedimento flocoso, emicranea, dores nos membros, grande agitação com inquietação e gemidos ou hu- mor colérico, irascivel; soffrimentos asthmaticos ; calor, prin- cipalmente no rosto e nos olhos, com vermelhidão, mormente de uma das faces, ou calor misturado de calafrio; insomnia com agitação ou somno agitado com sonhos anciosos e sobre- salt>s. etc. (Comparai acon. bell. nux-vom. puls. e vip.-e) CAP. IV. FEBRES 121 COCCULUS, havendo : lingua coberta de saburra amarella, repugnância aos alimentos, boca secca com ou sem sede, ar- rotos fedorentos e desejo de vomitar, plenitude dolorosa do estômago com constrangimento da respiração, prisão de ven- tre ou dejecções molles com escandescencia do ânus, grande fraqueza com suor ao menor movimento, dôr de cabeça, principalmente na testa, com vertigens, etc. (Este medica- mento convém também muitas vezes quando o doente abusou da cham.) CROTALUS, quando ha: tremor visível de todos os mús- culos, desfallecimento, affluencia de sangue á cabeça muitas vezes e prodromos de apoplexia, e sentimento de uma válvula que se abrisse no coração; tristeza e pranto abundante, taci- turnidade, dores na testa e orbitas, falta ou abolição por algum tempo da vista e do ouvir, lingua árida e vermelha, boca muito salgada com gosto pela manhã de podridão, muita sede, eólicas depois de ter bebido ; vontade de comer que, de re- pente, passa á vista dos alimentos; grande desejo de tomar neve ; náuseas, vômitos, diarrhéa amarella ou como claras de ovos. com tenesmo e prolapso do recto, grandes dores pelo ventre, principalmente na região umbilical; ourinas copiosas e involuntárias durante o somno; suor copioso pelo peito e dores osteocopas, principalmente nas claviculas. IPECACUANHA, quando ha: lingua cheia de mucosidades espessas, amarelladas, com boca secca, fas tio de todos os ali- mentos (principalmente dos gordos), com vontade de vomitar; fedor da boca; gosto amargo da boca e dos alimentos; náu- seas com regorgitação e vômitos dos alimentos não digeridos; pressão e plenitude dolorosa na boca do estômago ; eólicas, dejecções, qual diarrhéa, amarelladas, ou de um cheiro fétido e corrupto; tez pallida, amarellada; dôr de cabeça, principal- mente na testa; calor febril com sede ou calafrio. (Comparai nux-vom. e puls.) MERCURIUS, quando ha : lingua humida e sobrecarregada de saburra branca ouamarellenta ; beiços seccos e abrazados ; gosto nauseabundo, pútrido ou amargo ; náuseas com vontade de vomitar, ou vômitos de matérias mucosas ou amargosas ; sen- sibilidade dolorosa dos hypocondrios, da boca do estômago, do epigastrio ou da região umbilical, principalmente de noite, com agonia e inquietação; desejo de dormir de dia, com insomnia de 1G 122 CAP. IV. FEBRES noite ; humor frenético, irastüvel; calafrio alternado com calor; sede cadente, muitas vezes com aversão ás bebidas, ele (Com- parai bell.) NUN-VOM. : lingua secca e branca ou amarellenta, principal- mente junto á raiz ; sede ardente com abrazamento na gar~ ganta ; gosto amargo ou pútrido ; arrotos amargosos ; n >useas continuas, principalmente ao ar livre ; desejo de vomitar ou vômitos de alimentos não digeridos ; gastralgia com dores pres- sivas; pressão e tensão dolorosa em todo o epigastrio e nos hy- pocondrios ; eólicas espasmo dicas com belíscaduras e ruidos na região umbilical ; prisão de ventre com desejo freqüente, porém inutel, de irá banca, ou pequenas dejecções, á maneira de diar- rhéa, mucosas ou aquosas ; dôr de cabeça pressiva na testa com vertigens /humor irascivel, frenético ou hy^ocondriaco ; grande fraqueza e cansaço ; rosto vern>elho e quente, ou amarellento térreo ; calor misturado de calafrios ou horripilações ; membros como quebrados/aggravamento sobre a manhã, etc. (Comparai acon. bry. cham. crotal. ipec. plus. e vip.-e) PULSATILLA : lingua sobrecarregada de mucosidades esbran- quiçadas; gosto insipido, viscoso ou amargo, principalmente depois da deglutição; arrotos com gosto dos alimentos ou amar- gos ; aversão aos alimentos, principalmente á gordura e á carne, com appetite dos ácidos ou das bebidas espirituosas ; pituitas ; regorgitação dos alimentos ; náuseas e desejo de vomitar insup- portaveis ; vômitos de matérias mucosas e esbranquiçadas, amar- gosas eesverdnihidas, ou ácidas ; vômitos de alimentos não dige. ridos ; pressão na boca do estômago com incommodo da respi- ração; prisão de ventre ou dejecções, á maneira de diarrhéa, brancas, mucosa*, ou biliosas e esverdinhadas, ou como ovos ba- tidos ; emicranea; freqüentes calafrios com adypsia ou calor secco com sede ; rosto alternativamente pallido e vermelho, ou rubor de uma face com pallidez da outra; caracter triste com gemidos, inquietação e agitação. (Comparai cham. crotal. ipec. e nux-vom.) lVentre outros medicamentos citados poder-se-ha consultar : ANTIMONIUM, quando, em resultado de uma indigestão, ha : perda completa do appetite, com aborrecimento dos alimentos, náuseas e desejo de vomitar, e quando estes padecimentos não cederão nem a ipec, nem a puls. COLOCYNTHIS, se, em conseqüência de uma indignação, ha: CAP. IV. FEBRES 123 febre biliosa, com gastralgia, eólicas espasmodicas e diarrhéas, renovadas depois de haver comido, por pouco que seja ; caim- bra nas barrigas das pernas, etc; e quando cham. bry. n.-vom. ou puls. não têm sido sufficientes. DIGITALIS, se ha : náuseas de manhã ao despertar, amar- gor da boca, sede, vômitos mucosos, evacuações com diarrhéa, e grande fraqueza, côr azulada em torno dos lábios, anxiedade com impossibilidade de permanecer n'um lugar. RHUS, havendo : grande fraqueza, delírios, diarrhéa pútrida, lingua secca, com sede e symptomas typhoidaes ; principal- mente se alguma erupção foi supprimida. SQU1LLA, quando ha : complicação com soffrimentos pleu- riticos, e quando nem acon. nem bry. forão sufficientes. TARTARUS, principalmente nos meninos, e maxime se ha ao mesmo tempo : affecção catarrhal, com tosse abundante, grande secreção de mucosidades: dyspnéa e olhos ramelosos. VERATRUM, se ha : grande fraqueza em conseqüência de evacuações alvinas, com accessos de desmaio; côr do rosto amarella, lingua secca e carregada de saburra amarella ou escura ; rosto desfigurado. VÍPERA-CORAL1NA, quando ha : lingua secca, e delia ate ao larynge ardor e necessidade de ar fresco, como quando se mastiga ortelã-pimenta ; constricçâo espasmodica do esophago, que difficulta a passagem dos líquidos por instantes, depois os deixa cahir precipitadamente no estômago, produzindo estreme- cimentos; sede inextinguivel, e sensação de frio no peito depois de ter bebido; arrotos de ovo choco, e vômitos de bilis verde ; grande peso no estômago; violentas dores de cabeça, tardando em tomar-se alimento quando ha appetite, que então é devora- dor, menos o pão, que se aborrece, e insensivelmente se rejeita ás vezes separaio de todos os alimentos; eólicas e movimento tumultuoso dos intestinos, que parecem formar um novello; violenta diarrhéa de bilis verde cora floculos amarellados e grande quantidade de sangue, seguida, neste ultimo caso, de alg m somno. TRATAMENTO.—Administra-se, de qualquer dos medica- mentos mencionados, 1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres de água. para dar-se 1 colher de chá de 4 em 4 horas, ou com maior ou menor intervallo, segundo a gravidade do mal, espa- çando as doses á proporção das melhoras. 121 CAP. IV. 1'EMRES Hecticas (Febres). — Os medicamentos que com melhor resultado se tèm empregado contra as diversas Febres de con- sumpção, em geral, são : ars. cale carb.-veg. chin. coce ipec. phos. phos.-ac. sil. e sulf. ; e talvez se possão apontar como convenientes : bell. con. cupr. dig. hell. hep. ign. iod. kal. lach. lych. merc-v. nux-vom. phell. puls. sep. silic. stann. staph. veratr. zinc. e chinin. Convirá muito a lubercina havendo affecções pulmonares. (Vede cap. 22.) Para as febres hecticas Nervosas (Febres Nervosas Lentas), são principalmente: ars. chin. coce mer. nux-vom. phos.-ac staph. e veratr.—Mosch. As febres hecticas, com affecções e lesões orgânicas locaes, com inflammações chronicas, suppurações, etc (Febres Hec- ticas propriamente ditas), pedem, primeiro que tudo, medica- mentos apropriados á lesão de que dependem: porém muitas vezes se encontrão entre phos. sil. esulf.; ou ainda: bell. cale hep. lac. lyc. merc. phell. puls. e camth. — Tubercina. As febres hecticas causadas por Emoções Moraes, Desgostos Prolongados, Nostalgia, etc, exigem com preferencia : phos-ae e staph: ou ainda: ign. lach. mere, e mesmo ars. ou graph. (Comparai cap. Io, Emoções Moraes.) Para as que resultão de Perdas Debilitantes (perda de san- gue, excessos no coito, onanismo, etc), são principalmente: chin. nux-vom. phos.-ac. e sulf. ; ou ainda: cale cin. lach. staph., etc (Comparai cap. Io, Fraqueza.) As que se declarão depois de Fortes Doenças, sobretudo ner- vosas, febres typhoides, cholera, etc , exigem com preferencia: coce ou bell. hyos., ou phos-ae; ou ainda: ars. chin. e veratr. Para as febres hecticas causadas por Dyscracias, como escro- phulas, etc, vede estas enfermidades; e para as que resultão do Abuso de Substancias Medicamentosas, vede cap. 26, Enve- nenamentos. Quanto aos Symptomas que indicão um ou outro dos medi- camentos apontados em um caso particular, poder-se-ha con- sultar com preferencia: Arsenicum, quando ha: magreza excessiva, fraqueza extrema com palpitações do coração ; suores noctumos, pelle secca e ar- dente ; sede que obriga a beber a miúdo, mas pouco de cada vez > GAP. JV. FEBRES 123 somno agitado, não reparador e interrompido por estremeci- mentos e sobresaltos; desejo constante de estar deitado ; humor irascivel e caprichoso ; falta de appetite com dyspepsia, etc. CALCAREA, havendo: calor continuo cora pouca sede ou accessos freqüentes de calor passageiro com angustia e palpita- ção do coração ou calafrio continuo, principalmente de tarde, com rubor do rosto ; pelle frouxa*, secca; grande magreza ; fra- queza excessiva com apathia; falta de appetite; accessos de anxiedade de tarde : tosse secca e curta; excessivo desejo de ser magnetisado, ou de submetter-se a tratamentos absurdos; grande abatimento depois de fallar; transpiração fácil, grande inquietação no doente pelo estado de sua saúde; digestão lenta, fraca; suores nocturnos, etc. CHINA, se ha : rosto pallido, faces concavas cora os olhos encovados ; grande apathia e indifferença ; pelle secca e frouxa; insomnia ou somno agitado, não reparador, com sonhos angus- tiosos; anorexia, com appetite unicamente para golodices, ou grande fome e voracidade com má digestão ; máo humor, in- disposição ; ventre tympanieo e outros padecimentos depois da comida, suores freqüentes, principalmente de noite; diar- rhéas amiudadas, mesmo de matérias não digeridas. COCCULUS, quando ha: grande fraqueza com prostração ex- cessiva e tremor depois do menor esforço ; calor passageiro, freqüente, sobretudo no rosto; olhos pisados; boca secca; anorexia; oppressão do peito com ebulição do sangue, e an- xiedade ; grande tristeza; sobresaltos dormindo e sonhos an- ciosos; náuseas freqüentes, suor fácil durante o movimento; temperamento brando e fleugmatico; sensação como de en- joado a bordo de um navio. IPECAGUANHA, havendo : calor secco e penivel, principal- mente de tarde, com sede, grande inquietação, palma das mãos ardentes e suor nocturno ; pelle secca como pergaminho ; appe- tite somente para golodices ; grande apathia e indifferença ; falta de respiração com o menor movimento, algum sangue com as dejecções. PHOSPHORUS, quando ha : tosse secca, respiração curta e oppressiva; calafrio de tarde seguido de calor secco; diar- rhéa colliquativa; suores nocturnos, colliquativos, viscosos ; ex- trema magreza, grande fraqueza, etc. PPOSPHORI-ACIDUM, havendo : humor triste, afílicto, ta- 126 CAP. IV. FEBRES citurnidade, laconismo e apathia ; embranquecimento dos ca- bellos ; calor febril de tarde com angustia e pulso accelerado; suores debilitantes de manhã, dejecções molles debilitantes. SILICEA, se ha: rosto pallido, térreo; tosse secca e curta; grande magreza; falta de appetite; respiração curta; grande fraqueza, principalmente nas articulações; calor febril de tarde ou de manhã; d ores nos ossos com desviamento ou exostosis. SULFUR, quando ha : calor febril, principalmente de farde, com rubor circumscripto das faces (principalmente da esquer- da); pelle secca, com sede ; rosto magro, pallido; dejecções seccas ou com diarrhéas mucosas; respiração curta e impedida ; palpitação do coração ; suor nocturno sobre a madrugada ; fraqueza e cansaço, principalmente das pernas, com peso; tosse secca, etc. Quanto aos outros medicamentos apontados e mais amplos detalhes, vede a sua pathogenesia, e comparai os artigos Ph- thisica Pulmonar, Laryngea, Abdominal, etc, nos seus res- pectivos capítulos. TRATAMENTO.—Ad mi nistrão-se os medicamentos men- cionados em 5a, 9a e 15a dynam., 1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de4em 4 horas, e com maior intervallo segundo o estado da enfermidade, es- paçando á proporção das melhoras. Infla msnmat ©rias (Febres).—Os melhores medica- mentos em geral são : acon. bell. bry. cham. merc. n.-vom. vip.-e petiv.-tetr. ; como em outros casos: ars. chin. coff. crotal. hyos. lyc. puls., sulf. e chinin. Para as febres inflammatorias Francas, são principalmente : acon. bell. e bry. ; e ainda: ars. cham. hyos. merc. rhus puls. e sulf. Se estas febres tomão um caracter nervoso ou Irregular com symptomas cerebraes, dever-se-ha preferir: bell. bry. cham. hyos. n.-vom. op. phos.-ac. rhus, etc (Vede Febres Typhoides). Coccul. No caso de complicação com affecções Locaes, como Pl uriz. Pneumonia, ou com affecções Catarrhaes, Rheumaticas, Gás- tricas ou Biliosas, convirá recorrer com preferencia aos me- dicamentos próprios para estas moléstias , como havemos indicado no seguimento desses artigos. GAP. IV. FEBRES 127 Em todo o caso, poder-se-ha com preferencia consultar: ACONITUM, quando ha : calor ardente, precedido algumas vezes de calafrios, ou misturado com horripilações; sede ar- dente, pelle commumente secca e abrazadora ; rosto inchado, quente e vermelho, ou manchas vermelhas sobre as faces; ou rubor do rosto, alternando com pallidez, principalmente endi- reitando-se; olhos vermelhos, inflammadose dolorosos; insom- nia ; gran !e agitação e inquiemçã ■, ás vezes com anxiedade, apprehensão da morte, ou gritos e gemidos; pulso cheio e duro, ou supprimido ; violentas dores de cabeça, gravativas, pressi- vas ou pulsattvas; vertigens endireitando-se ; delírios noctur- nos ; beiços e boca seccos, lingua limpa e humida ; palavra precipitada, balbuciante ; ourinas de um vermelho carregado ; oppressão do peito com respiração curta, anciosa e rápida ; pon- tadas no peito e nas costas; tosse curta ; palpitações do cora- ção ; dores nos membros. (Comparai bell. bry. e cham.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para se dar 1 colher de chá de 2 em 2 horas, ou de hora em hora conforme a intensidade da febre, espa- çando mais as doses á medida que o pulso sensivelmente fôr mostrando declinação da febre. BELLADONA, quando ha: calor interno e externo, com ru- bor carregado do rosto e dos olhos, sede ardente com aversão ás bebidas, e desejo continuo de beb«r sem poder consegui-lo; pelle humida e viscosa; desejo de dormir de dia, com insom- nia de noite, ou somno agitado com sobresaltos e estremeci- mentos dos membros ; perda dos sentidos, queixumei e carpho- logia ou gritos e convulsões, ou delírios furiosos, visões horrí- veis, e desejo de fugir ; obstinação e maldade; cabeça quente ; violentas dores de cabeça, principilmente na testa, como se os miolos quizessem por ahi sahir; pupillas dilatadas; olhar furioso e incerto, photophobia ; boca e beiços seccos; cantos da boca ulcerados; falia precipitada e confusa ; dôr de garganta com dysphagia; tosse com dôr de cabeça e rubor do rosto; ourinas raras, amarellas; ^picadas nos membros; apparição de manchas vermelhas pela pelle. (Comparai acon. cham. e merc.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para se dar 1 colher de chá de 3 em 3 horas, 128 CAP. IV. FEBRES até que se manifeste a melhora, espaçando o medicamento logo que se reconheça melhoras. BRYONIA, havendo : calor intenso, ou calafrios com arri- pios, um ou outro com rubor e calor da cabeça e do rosto, suor noctumo, e principalmente ao amanhecer; sede inextinguivel, seguida muitas vezes de vômitos; desejo de dormir, com so- bresaltos, gritos e delírios desde que os olhos se fechão; delí- rios de dia ou de noite; caracter irascivel ou apprehensao acerca do termo de sua enfermidade, com temor da morte, laconismo, agitação e carphologia; grande e geral fraqueza; pulso duro, cirno e accelerado ; cephalalgia torpente com ver- tigens em se endireitando ; enfraquecimento da vista e da au- dição, beiços seccos, pressão na boca do estômago ; constipação; tosse secca, com dôr na boca do estômago, pontadas no peito ou nos lados; dores dilacerantes nos membros. (Comparai acon. bell. cham. e nux-vom.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da3a ou5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 4 em 4 horas: são poucos os casos cuja urgência demande uma adminis- tração mais freqüente de medicamentos; mesmo tendo passado a intensidade da enfermidade, basta geralmente uma só dose, nem mesmo convém administrar todo o tempo que o doente fôr claramente melhorando. CHAMOMILLA, havendo: calor interno e externo, prece- dido algumas vezes de calafrios, ou calor no rosto e nos olhos, com rubor das faces, principalmente em uma; sede ardente, com abrazamento desde a boca até ao estômago ; insomnia com agitação e inquietação, ou somno com sonhos anciosos e so- bresaltos; grande inquietação e anxiedade; emicranea; verti- gens endireitando-se, com escuridão ou scintillação da vista, e accessos de desmaio; lingua rubra e gretada; gosto amargo da boca e dos alimentos; arrotos e vômitos azedos ou biliosos; grande anxiedade, tensão e pressão no epigastrio e hypocondrios; eólicas e diarrhéas; ourinas quen!es, escandescentes; dores dilacerantes nos membros, no rosto e na cabeça, hálito fétido ; soffrimentos asthmaticos. (Comparai acon. bell. e nux-vom.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para i colher de chá de 4 em 1 horas, espa- çando á medida das melhoras. MERCURIUS, se ha: calafrios alternando com calor, pelle CAP. IV. FEBRES 129 vermelha, sede ardente, ás vezes com repugnância ás bebidas ; pulso freqüente, cheio ; dores de cabeça gravativas e pressivas; rosto vermelho e inchado; vertigens endireitando-se; beiços seccos e abrazados; lingua humida e coberta de uma saburra branca, ou amarellenta; sensibilidade dolorosa nas regiões hypo- condriaca, precordial e umbilical; grande angustia, agitação e inquietação, principalmente de noite, com insomnia, desejo de dormir de dia, humor frenético e irascivel. (Comparai bell.) Como Cham. NUN-VOM., quando ha: calor, sobretudo no rosto, mistura- do ás vezes com horripilações, pelle secca, ardente ; pulso duro, e freqüente; grande fraqueza e accessos de desmaio; grande angustia, com palpitações do coração ou com apprehensao da morte; sobre-excitação de todo o systema nervoso ; insomnia ou somno comatoso; dôr de cabeça, pressiva, aggravada curvan- do-se; vertigens quando se inclina; rosto vermelho, quente ás vezes, com frio pelo corpo, olhos languidos, nublados e verme- lhos ; lingua secca e branca; sede com abrazamento na gar- ganta; dôr pressiva no estômago e no epigastrio; prisão de ven- tre, membros corno despedaçados, caracter irascivel e susceptí- vel. (Comparai: bry. e cham.) TRATAMENTO.—1 gotta da 3a ou 5a dynam. em 3 colhe- res d'agua, para dar-se 1 de 3 em 3 horas até que os soffrimen- tos declinem, dando-se d'ahi por diante com maiores inter- vallos. Quando se apresentarem symptomas dados no artigo dyspepsia. quer como precursores de um ataque, durante a moléstia, em combinação com a 'febre inflammatoria, quer como effeitos dessa affecção, devemos recorrer a esse lugar mencionado, tendo sempre presente a efficaeia do aconit., nos graves accessos da febre. E' a nux-vom. um dos melhores me- dicamentos na febre inflammatoria proveniente do uso de be- bidas alcoólicas, e pôde ser vantajosamente precedido pelo aconit. PHOELANDRIUM, quando ha : seccura da boca e da gar- ganta, febre freqüente, mais forte para o meio-dia, accumu- lação abundante e saliva como espuma de"sabão na boca, que obriga sempre a escarrar, com grande oppressão no peito, es- tando em pé, ou respirando profundamente, com muita von- tade de beber leite, e repugnância á água, 17 130 CAP. IV. FEBRES TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 5» dynam. em 3 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas. PETIVERIA-TETRANDRIA, havendo: calafrio e suor com arripiamento dos cabellos; picadas nos braços e pés; em todo o corpo formigação, manchas de côr vio.lacea, muito peque- nas, com outras maiores vermelhas e doridas como de ery- sipela. Como acima. VIPERACORALINA, quando ha: desfallecimentos com suor abundante ; aversão ao moviraento por doloroso; horripílações provocadas pela menor contrariedade; desejo de balançar-se como um pêndulo ; horror extraordinário á chuva ; íllusões do ouvido, surdez prolongada; humor irritavel; desejo de estar só ; vontade de gritar; distracção e esquecimentos ; pesadelos; somnolencia; dores compressivas na lesta, e ainda mais na nuca, augmentando quando a cabeça está inclinada para trás, e diminuindo quando se inclina para diante ; prurido e dôr no couro cabelludo, sobretudo na nuca ; photophobia; disco negro, e véo acinzentado que perturba a vista; fechando os olhos, percebe-se, como através das palpebras, grande clarão verme- lho, abrindo de novo os olhos, um véo cinzento se espessa cada vez mais até cobrir de todo a vista, até produzir cegueira por alguns minutos; um pequeno dartro na aza do nariz, pro- longando-se até áface; sensação de um verme na raiz do nariz; sensação de rotação no estômago; grande appetite, sede inex- tinguivel; violentas dores de cabeça tardando a comida; de- sejo de ácidos; peso de estomngo depois de jantar; digestão tardia; diarrhéa aquosa, amarellada e sanguinolenta; sangue negro junto com os escrementos, prolapso do recto; ourinas rubras; corrimento de liquido prostatico. TRATAMENTO— 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas, devendo attender á acção do medicamento para repeti-lo ou tomar outro. D'entre os mais medicamentos apontados, poder-se-ha con- sultar : ARSENICUM, quando ha: calor ardente nocturno com calor nas veias; insomnia com grande agitação e inquietação; an- gustia excessiva com desesperação e apprehensao da morte; grande fraqueza e desejo de ficar deitado. Como acima. CHINA, se ha: calor com seeeura da boca. beiços soceos e CAP. IV. FEBRES 131 abrazados, rubor, delírios, arripiamento de frio por pouco que se descubra, grande fraqueza e dores nos membros. Como acima. COFFEA, sobretudo nos meninos, quando ha: grande agi- tação e inquietação, sobre-excitação de todo o systema nervoso; gritos e pranto. Como acima. HYOSCIAMUS, havendo: delírios violentos, insomnia por sobre-excitação nervosa, sobresaltos dos tendões, carphologia; rosto vermelho e quente, olhos vermelhos, fixos e scintillan- tes. Como acima. LYCOPODIUM, quando ha: rubor circumscripto do rosto, sobre-excitação cerebral, grande fraqueza, lingua secca e ver- melha, prisão de ventre, máo humor depois de dormir, com gritos, raalignidade e bramidos. Como acima. PULSATILLA, quando ha: calor secco, nocturno, princi- palmente no rosto, com rubor de uma face; delírios, humor chorão; adypsia completa ou sede incxtinguivel, lingua co- berta de mucosidades brancas, dôr na boca do estômago, gosto amargo; evacuações mucosas, como diarrhéa. Como acima. RHUS, havendo; calor intenso com angustia, pelle secca, dôr de cabeça torpente, delírios com vontade de fugir, rosto vermelho, ardente, lingua vermelha, secca e áspera, grande fraqueza, carphologia. Como acima. SULFUR, em muitos casos de febres inflammatorias, obsti- nadas, e freqüentemente contra o que restar dessas moléstias depois do uso do acon. bell. ou bry. Como acima. £3^ Quanto aos mais, comparai: Febres Gástricas e Bilio- sas, Hecticas, Typhoides, etc. Interniittentes(FEBREs).—Os medicamentos que mais freqüentemente têm sido empregados são :—desde o principio: ars. chin. ignat. ipec. lach. natr.-mur. nux-vom. puls. rhus. e cafferana; — depois: acon. ant. arn. bell. bry. cale caps. carb.-v. cham. cin. diad. fer. op. verat., além disso: canth. coce coff. dros. hep. hyos. men. merc. mez. n.-mos. sabad, samb. spig. staph. sulf. thuy. valer.—Ang. cupr. bell. kal. Iam. e phos.—Chinin??? Ha quem aconselhe que na invasão se dê uma dose de acon., dizem que para prevenir a congestão visceral; outros têm dado o acon. mesmo durante os suores, e com feliz resultado (o que 132 CAP. IV. FEBRES não é muito verosemelhante, porque nos casos de suor abun- dante o aconito muitas vezes supprime o suor e torna-se pre- judicial) ; alguns outros ensinão que três horas depois de pas- sada a febre se dê uma dose de acon. Nós julgamos que o único preceito a seguir é confrontar os symptomas da febre ou dos prodromos com a matéria medica, e só administrar os re- médios por ella indicados no instante em que se pronuncião os symptomas que os reclamão, e não se guiar por preconceitos de supposta prevenção ou quaesquer outros; tudo que fôr seguir a sciencia de facto e fugir de hypotheses e supposições será o melhor. (Vede no principio deste capitulo—Generali- dades, e consultai a Matéria Medica por J. V. Martins. Contra a-í Fe?res dos pântanos, poder-se-ha principalmente consultar: ars. chin. e ipec. e talvez ainda: arn. carb.-v. cin. fer. natr.-m. rhus. e veratr. Contra as febres que se manifestão no Estio e na Primavera, e nos Paizes quentes, principalmente: ars. bell. cale. caps. cin. ipec. lach. sulf. e veratr.; e talvez ainda : bry. carb.- veg., etc. Contra as Febres desnaturadas pelo Abuso da quina, prin- cipalmente : arn. ars. bell. fer. ipec. lach. puls. veratr. caffe- rana; ou ainda: cale caps. carb.-v. cin. merc. natr.-m. n.-vom. sep. e sulf. Contra as febres no Outono: chin. chinin.? Quanto ao que diz respeito ao typo das febres, os medica- mentos que parecem corresponder a todos os Typos simples, são principalmente: arn. ars. bell. bry. carb.-v. chin. cin. hyos. ign. ipec. natr.-m. nux-vom. puls. rhus. sulf. e veratr. Além disso, tem-se combatido as febres Quotidianas com: cale caps. diad. e sabad. As febres Terças, com: ant. cale caps. cham. dros. lyc. mez. e staph. As febres Quartas, com: acon. cafferana lyc. n.-mosc. e sabad. As febres Duplas quotidianas, com: bell. chin. graph. puls. e stram., e as Duplas terças principalmente com : ars. nux- vom. e rhus. As febres que tornão annualmente têm-se combatido com : ars. carb.-v. e lach. Quanto á hora em que as febres apparecem, os medicamen- CAP. IV. FEHRES 133 tos que correspondem a quasi Todos os pontos do dia são principalmente: ars. bell. bry. chin. ipec. natr.-m. n.-vom. puls. sulf. e veratr. Além disso, também se tem curado as Febres matutinas (que apparecem de madrugada ou durante a manhã), cora: arn. cale cham. sabad. e staph. Febres Vespertinas (que apparecem depois de meio-dia ou de tarde) ainda: arn. cale carb.-v. ign. lyc. merc. sabad. sep. e staph. As febres Nocturnas ainda com: carb.-v. cham. e merc. As febres com predomínio do Frio pedem principalmente : bry. caps. diad. ipec. puls. sabad. staph. e veratr.;—com pre- domínio de Calor sobretudo : acon. bell. bry. ipec. nux-vom. sabad. silic. valer, e veratr.;—com o predomínio de Suor primeiro que tudo: bry. chin. merc e samb. As febres que consistem em Calafrios e calor pedem, quando os Calafrios precedem o accesso, principalmente: acon. arn. bry. caps. carb.-v. cin. ign. ipec. natr.-m. n.-vom. puls. rhus. sabad. sulf. e veratr.;—quando o Calor precede o accesso sobretudo : cale caps. nux-vom. — havendo Alternativa de frio e calor principalmente: bell. cale: lyc. mer. natr.-m. nux-vom. sabad. sil. spig. sulf. e verat.;—e no caso de haver Frio e calor simultaneamente, sobretudo: acon. ars. bell. cham. ign. ipec. lyc. nux-vom., rhab. rhus. sabad. e sulf. As febres consistindo em Calor e suor exigem, quando o calor é misturado com suor, principalmente : bell. bry. caps. cham. chin. cin. hep. ign. merc. nux-vom. op. plus. rhus. e sabad.;—e quando o Suor é posterior ao calor—maxime: ars. chin. cin. hep. ign. ipec puls. rhus. e veratr. As febres que só consistem em Calafrios e suores exigem, se o Suor e os Calafrios são simultâneos, sobretudo : lie. puls. e sulf.; sendo o Suor posterior aos calafrios, principalmente: caps. carb.-a. lyc. natr.-m. rhus. sabad. thuy. e veratr. As febres que consistem em Calafrios, calor e suores achão muitas vezes remédio em : ars. bell. bry. caps. cham. chin. cin. hep. ipec. nux.-vom. puls. rhus. sabad. e veratr., segundo o lugar que occupar cada um destes principaes symptomas, como acima indicámos. A Sede, antes do accesso, indica sobretudo : arn. chin. e puls. ;—durante os Calafrios, principalmente: acon. ars. bry. 134 CAP. IV. FEBRES caps. carb.-v. cham. chin. cin. ign. ipec. rhus. e veratr.; — depois dos Calafrios: ars. chin. puls. esabad.;—sede antes do calor: chin. puls.;—durante o calor : acon. bell. bry. chan. cale caps. dulc. lach. nux.-vom. rhus. sulf. verat. ;—depois do calor : chin. coff. nux.-vom. ; —sede durante a febre : acon- arn. ars. bry. natr.-m.; — antes da febre: arn. ars. chin' nux.-vom. natr.-m.;—depois da febre: ars. chin. natr.-m. nux.-vom.—A Adypsia, durante o Calor, são indicados sobre- tudo : ars. carb.-v. chin. ign. ipec merc nux.-vom. puls. rhus. sabad. e veratr. Parece um pouco desacertado conceder ao doente mitigar a sede por meio da água fria e em todo c qualquer estado febril, maxime estando elle suado; ella pôde produzir resultados funestos, além de que só refrigera momentaneamente ; a reacção apparece depois, e o calor é ainda maior ; a água um pouco aquecida, com assucar, ou panada, e sempre em temperatura mais elevada, julgo-a conveniente. Esta opinião de um pratico mui consciencioso é acertada a certos respeitos, mas realmente não ha tão grave inconveniente, como se receia sempre, de conceder aos doentes que tomem a seu gosto, mas sem excesso, a água fria necessária a mitigar-lhes a sede, tendo a precaução de demorar por algum tempo na boca os primeiros goles d'agua que tomarem, afim de aquecê-la um tanto. Quanto aos symptomas a que na escolha se deve attender, vejão-se as generalidades, e consultar-se-ha com preferencia : ABSENICUM, o mais poderoso medicamento nas inter- mittentes, apparecendo simultaneamente calafrios e calor, ou calafrios alternando com calor, ou calafrios internos com calor externo, e vice-versa; calor abrazador, como se água fervendo circulasse nas veias; falta de suor ou apparição de suores muito tempo depois de calor, e principalmente no começo do somno ; ou justamente calor e calafrios pouco desenvolvidos ; apparição de soffrimentos accessorios, com os calafrios, como : dores nos membros, anxiedade e inquietação, calor passageiro por pouco que se falle ou agite, oppressão do peito, espasmos pulmonares, dores de cabeça, etc, durante o calor; inquietação; pressão na testa, vertigens ou mesmo delírios; durante o suor, zunido dos ouvidos; depois, ou durante a febre, em geral grande fraqueza, vertigens, dôr no fígado ou no baço, náuseas e vontade de vomitar, dôr no estômago violenta ; cantos da boca CAP. IV. FEiiRES 133 ulcei'ados ; boca amargosa, tremor, grande angustia do coração; paralysia dos membros, ou dores violentas; disposição para affecções hydropicas. (Comparai: chin. fer. ipec. e veratr.) TRATAMENTO.— 1 gotta da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas; espere-se a acção do medicamento para repeti-lo no caso de melhora ou tomar outro. BRYONIA, quando o frio e os calafrios são acompanhados de dores por todo o corpo, com suor frio na testa, ou calor que alterna com frios, e torna-se depois intenso, pronunciando-se alternativamente numa ou n'outra parte ; tosse secca e com náuseas no principio da febre, choro freqüente e riso involun- tário quando as dores aliás augmentão, depois irascibilidade, e logo medo ou receio de não ter cura ; predomínio de symptomas gástricos e biliosos. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 4 glóbulos em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. CHINA, quando ha : antes da febre, náuseas, fome canina, dôr de cabeça, anxiedade, palpitação de coração ou outros padecimentos ; sede ordinariamente antes ou depois dos calafrios e do calor, ou principalmente emquanto durar o periodo do accesso febril, ou todo o tempo da apyrexia ; calafrios alternando com calor, ou apparição do calor muito tempo depois dos calafrios; durante os calafrios adypsia, congestão e dôr de cabeça pallidez do rosto, etc.; durante o calor, boca e beiços seccos e abrazados, rosto vermelho, fome canina, etc.; grande fraqueza emquanto dura o accesso febril; ou depois : somno agitado ; côr amarella; vontade de dormir depois da comida; dores hepaticas ou splenicas; symptomas biliosos ou hydropicos ; sensação de dôr ou inchação no fígado ou no baço, etc. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas, de- vendo repetir no caso de modificação. CAFFERANA,— Temos principiado a experiência pura deste poderoso agente, usado com tanta confiança pelos índios do Pará; os seus effeitos são tão rápidos que pôde ser encarado como mais efficaz do que a chin., e talvez ars. nas febres dos charcos. Elle é principalmente indicado quando ha: dores de cabeça e na nuca de tarde, ourinas vermelhas com sedimento amarello; muito ar-no ventre, dormencia nos joelhos. Os ■i3r, CAP. IV. FEBRES ataques de febres são violentíssimos, de longa duração, e. principião com falta de respiração. A cafferana é muito indicada depois do abuso da china, do arsênico, e dos outros mais poderosos febrifugos : Como coff. IGN ATI A, havendo: sede somente emquanto existem os calafrios; allivio do frio pelo calor exterior ; calor unicamente no exterior com calafrios parciaes, ou horripillações internas ; durante os calafrios, náuseas e vômitos, côr pallida, dôr nas costas, etc.; durante o calor, adypsia, dôr de cabeça, vertigens, delírios, rosto pallido, ou alternativamente pallido e vermelho, ou rubor somente de uma das faces ; depois, ou durante a febre, em geral: cephalalgia, dôr na boca do estômago ; grande fadiga, somno profundo com ronqueira; erupções nos beiços ou nos cantos da boca, erupção urticaria, etc. TRATAMENTO—1 gotta ou 4 glóbulos em 3 colheres d'agua para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas. IPECACUANHA, quando ha: muitos calafrios com pouco calor, ou muito calor com poucos calafrios; aggravação dos calafrios pelo calor exterior; adypsia ou mui pouca sede durante os calarios, com forte sede durante o calor ; antes, nelles ou entre os accessos, náuseas, vômitos, e outros symptomas gás- tricos, com a lingua limpa ou saburrosa, e oppressão do peito. Este medicamento tem a boa propriedade de que, quando mesmo não convenha inteiramente ao caso" dado, opera todavia uma mudança favorável, de maneira que após elle: arn. chin. ign. nux.-vom. ou também : ars. carb.-v., ou cin. concluirá acura; neste mesmo caso está acon. nos primeiros períodos das febres : mas no decorrer dellas tem ás vezes graves inconvenientes: Como Ign. LACHESIS, havendo : calafrios depois da comida, ou após o meio-dia, algumas vezes com dôr nos membros e nos rins, a ponto de não permittir ao doente de-canso algum, ou com oppressão do peito e sobresaltos convulsivos ; emquanto existe o calor, dores de cabeça violentas, delírios loquazes ; rubor do rosto, sede ardente, grande agitação e inquietação, ou calafrios internos (durante o calor externo); fora do periodo dos accessos côr descorada, térrea, parda amarellada, dôr de cabeçn, grande fraqueza e rápido abatimento das forças; apparição do calor, principalmente de noite ou de tarde : apparição do suor depois CAP. IV. FEBRES 137 do calor, sobre a madrugada ; renovação dos accessos febris com os alimentos ácidos. Como ign. MERCURIUS. Muitas vezes convém este medicamento nas intermittentes terças, quando apparecem symptomas de ictericia, amarellidão das conjunctivas e da pelle, ourinas carregadas, de um amarello escuro, e grossas, oleosas; dejecções biliosas, maior soffrimento de noite, etc. Como acima. NATRUM-MUR., quando ha : calafrios contínuos, calor com atordoamento, escurecimento da vista, vertigens e rubor do rosto : violentas dores de cabeça , principalmente emquanto existe o calor, dores osteocopas, côr amarella, grande fraqueza, cantos da boca feridos, forte sede durante os calafrios, e principal- mente o calor ; lingua secca ; a boca do estômago dolorosamente sensível ao tocar-se-lhe ; boca amargosa, com perda total do appetite. TRATAMENTO— 1 gotta ou 4 glóbulos em3 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas. NUX-VOM., havendo: grande fraqueza e prostração no começo da febre, depois de calafrios misturados com calor, ou calor antes dos calafrios, ou calor externo com calafrios internos ou vice-versa; necessidade de estar constantemente coberto, mesmo durante o calor e suor; emquanto durarem os calafrios, pelle, mãos e pés, rosto ou unhas frias e azuladas, ou pontadas de lado, e dores agudas no ventre, dores nas costas e nos rins, ou abalos violentos no ventre durate o calor, dôr de cabeça e zuni- do nos ouvidos ; dores de peito ; calor na cabeça e no rosto, com rubor das faces e sede ( muitas vezes com desejo de beber cerveja) emquanto durão os calafrios e o calor; affecções gástricas ou biliosas, vertigens, angustias e prisão de ventre. Este medicamento é muitas vezes conveniente depois de ipec, (Comparai também : ars. bry. chin. ign. e puls.) Como natr.-m. PULSATILLA, quando ha : adypsia emquanto atura a febre ou sede ; emquanto dura o calor, ou juntamente calor e calafrios com sede; exacerbação depois do meio-dia ou de noite; durante os calafrios, dôr gravativa na cabeça, anxiedade e oppressão do peito durante o calor, rosto vermelho e inchado, suor no rosto, calafrios descobrindo-se ou rubor somente das faces; durante ou entre os accessos febris, padecimentos gástricos ou biliosos, boca amargosa, vômitos mucosos, biliosos ou ácidos, diarrhéa ou prisão de ventre, oppressão do peito, tosse humida e dôr de 18 m 138 CAP. IV. FEHKBS cabeça. Este medicamento muitas vezes convém depois de lach. ou quando a menor indigestão produz recahidas. (Comparai : cin. ign. e nux.-vom., ou ant. echam.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 3" dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 2 colheres de chá de 6 em 6 horas. RHUS.-TOX., havendo: calafrios combinados com calor, apparição dos accessos ordinariamente de tarde ou de noite, suor de tarde, depois de meia-noite, ou sobre a madrugada; durante os frios, dores nos membros, na cabeça, vertigens, dôr de dentes; durante os frios ou entre os accessos febris em geral, estremecimentos convulsivos ; erupções urticarias, eólicas, diarrhéas e outras affecções gástricas, ictericia, insomnia com inquietação, sede nocturna, palpitação do coração com anxiedade, pressão na boca do estômago. (Comparai: ars ign. nux.-vom. e puls.) Como arsen. Afora os medicamentos precedentes, poder-se-ha consultar ainda: ACONITUM, quando o calor e calafrios são violentíssimos; calor principalmente na cabeça ou no rosto, com rubor das faces; angustia, palpitação do coração, pontadas pleuriticas, humor chorão, queixoso, contradictorio, ou idéas tristes, desespero e medo da morte. (Vede o principio deste artigo logo depois da indicação dos remédios que mais fr equentemente se empregão.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam.em 3 colheres d'agua, para dar-se 4 colheres de chá de 6 em 6 horas, ANTIMONIUM, quando ha: pouca sede, lingua muito carre- gada, arrotos, fastio, náuseas, vômitos e outros padecimentos gástricos, eólicas, tensão e pressão no epigastrio, constipação ou diarrhéa. Este medicamento, assim como bry. puls. e ign., convém mais quando se pronuncião os symptomas gástricos e biliosos; mas é ainda mais indicado quando os suores apparecem conjunetamente com os accessos de calor, e depois desapparecem deixan Io a pelle repentinamente secca. Como pulsat. ARNICA, se ha : calafrios, apparecendo principalmente de tarde ; sede mesmo antes dos calafrios ; dores osteocopas antes do accesso; durante a febre, continua mudança de posição por nenhum parecer commoda; grande indifferença ou espanto ; na apyrexia, dores de estômago, anorexia, fastio ; côr amarella, CAP. IV. FEBRES 13P boca amargosa, grande indifferença. Este medicamento convém muitas vezes depois de ipec. TRATAMENTO.—1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam.era 3 colheres d'agua, para dar-se 2 colheres de chá de 4 em 4 horas BELLADONA, quando ha : violentas dores de cabeça, com perturbação, calafrios violentos com calor moderado, ou vice- versa; ou calafrios e horripílações parciaes, com calor em outras partes; calor com rubor do rosto, e pulsação das carótidas ; adypsia completa ou sede violenta; grande susceptibilidade e humor chorão. Como acima. BRYONIA, havendo : predomínios do frio e dos calafrios, com rubor das faces, calor da cabeça e bocejos ; ou calor predo- minante seguido de calafrios, ou com pontadas do lado ; durante o calor (ou antes dos calafrios), dôr de cabeça, e vertigens, lingua muito carregada ; gosto amargo, fastio, náuseas, vontade de vomitar ou vômitos; sede excessiva; prisão de ventre ou diarrhéa. Como arnica. CALCAREA, quando ha primeiro que tudo : calor do rost0 após calafrios; ou calor do rosto cora frio das mãos; ou calafrios alternando com calor; ou calafrios externos, com calor interno; vertigens; peso na cabeça e nos membros; espreguiçamentos, dôr nos rins, agitação. Como arn. CAPSICUM, se ha : sede somente durante os calafrios ou emquanto existe a febre ; frio predominante, seguido de calor excessivamente abrazador ; grande accumulação de viscosidade na boca, na garganta, no estômago ; diarrhéa com evacuações mucosas e abrazadoras; máo humor, anxiedade, atordoamentos que augmentão com o frio. Em febres muito rebeldes tem aproveitado. TRATAMENTO. — I gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres d'agua para dar-se 2 colheres de chá de 6 em 6 horas. Da mesma maneira os mais medicamentos que se seguem. CARBO-VEG., quando os calafrios se manifestão, principal- mente de tarde ou de noite; sede durante os calafrios; suor abundante seguido de calafrios; antes ou existindo a febre, dores rheumaticas dos dentes ou nos membros; durante o calor, vertigens, náuseas e rubor do rosto. CHAMOMILLA, quando ha : pressão na boca do estômago, suor quente na testa ; exacerbção e anxiedade, ou vômitos bi- 140 GAP. IV. FEBRES liosos, diarrhéa c eólicas; muita sede; predomínio do calor e dos suores. CHINA, havendo : vômitos e fome canina, antes, durante ou depois dos accessos ; sede somente emquanto durão os cala rios ou o calor; rosto pallido na duração dos accessos ; titulação freqüente no nariz, que obriga a esfrega-lo; pupillas dilatadas ; magreza. D1ADEMA-ARANEA.—Este medicamento, aliás ainda pouco estudado, tem dado bons resultados nos casos de intermittentes rebeldes, era que o frio predomina, ou quando ha dores osteo- copas, principalmente nos braços, com exacerbações e accessos quotidianos, sede durante a febre, e epistaxis e outras hemor- rhagias. FERRUM, quando ha : calafrios com sede e dôr de cabeça ; effervescencia do sangue; veias inchadas, congestão na cabeça; inchação edematosa do rosto, principalmante em torno dos olhos; vômitos dos alimentos depois da comida; respiração curta; grande fraqueza simulando paralysia. OPIUM, se ha: somno durante o calor ou mesmo já durante os calafrios; ronqueira com a boca aberta; estremecimentos convulsivos; suor quente ; secreções supprimidas. — Convém principalmente ás pessoas idosas, ás vezes também ás crianças. VERATRUM, havendo: frio interno e suor frio, ou calor interno com ourinas de um vermelho carregado, delírios e rosto vermelho, ou calafrios com náuseas, vertigens, dôr nos rins e nas costas; ou calafrios alternados com calor, prisão de ventre ou vômitos com diarrhéas ; sede durante os calafrios e o calor. D'entre os medicamentos citados poder-se-ha consultar : CANTHARIDAS. quando ha ao mesmo tempo : affecções das vias ourinarias com dôr na bexiga ; vontade freqüente e inútil de ourinar, com tenesmos e ardor na urethra. COCüULUS, havendo: sobre-excitação; affecções espas- modicas, principalmente na túnica muscular do estômago, e prisão de ventre. COFFEA, se ha: sensibilidade excessiva e grande excitação, ainda que a febre seja moderada, ou somente calor com sede,' rosto vermelho e vivacidade de espirito; depois suor gerai com sede, evacuações molles eu diarrhéa; ou eólicas com horripilação, agitação e anxiedade. CAP. IV. FEBRES 141 DROSERA, quando ha : calafrios excessivos com rosto frio; frio glacial nas mãos e nos pés com vontade de vomitar, e vômitos biliosos; durante o calor, dôr de cabeça violenta; tosse espas- modica; symptomas gástricos na apyrexia. HEPAR, havendo: coryza, tosse e soffrimentos do peito; ou calafrios com sede, precedidos de gosto amargo, e seguidos de calor com somno, principalmente em pessoas escrophulosas. HYOSCIAMUS, se ha : predomínio de calafrio ou de calor com tosse nocturna que impede o somno, ou mesmo com accessos de convulsões epilépticas. MENYANTHES, quando ha: predomínio do frio, horripí- lações e frio na barriga; eriçamento dos cabellos como por fadiga, ou terror, ou fome. MERCURIUS, havendo : calor misturado com calafrios ; calor com angustia e sede ; suores abundantes ácidos ou fétidos, com palpitação do coração. MEZEREUM, se ha: calafrios e frio, principalmente nas mãos e nos pés, ou calor violento; sede excessiva; dôr de cabeça; pallidez do rosto; sensação de dôr; inchação e dureza da região splenica ; fraqueza e grande sensibilidade ao ar frio. NUX-MOSCH., quando ha: sede moderada durante o calor; vontade de dormir, lingua branca; estertor e expectoração sanguinolenta. SABADILLA, se ha : predomínio do frio; sede moderada, ou adypsia completa ; tosse secca, convulsiva ; dores osteocopas, dilacerantes nos membros durante os calafrios; delírios, somno, espreguiçamento durante o calor. SAMBUCUS, quando predomina o suor ou ha forte calor sem sede, com grande disposição a assustar-se, e frio glacial das mãos e dos pés. SEPIA, havendo : calafrios com sede, dores nos membros, com frio glacial das mãos, dos pés, e dos dedos sem movi- mento. STAPHYSAGRIA, quando a febre principia de tarde, predo- minando o frio, affecções scorbuticas e calor interno, principal- mente nos pés, obrigando a descobri-los ; suores nocturnos, ás vezes com cheiro a podre. SULFUR, quando a febro se manifesta em conseqüência de sarna repercutida, e que ha frio todas as tardes, calor nocturno 142 CAP. IT. FEBRES e suor de madrugada; febre com palpitação do coração e grande sede, mesmo antes dos calafrios. THUIA, quando a febre se manifesta por meio de calafrios, com tremor de frios interno e externo ; sede ou adypsia e suor depois sem ser precedido de calor ; ou calor muito pronunciado nas faces, e suor quando se começa a dormir. VALERIANA, havendo : ausência de frio, porém forte calor com sede e cabeça pesada, e nas febres que costumão reappare- cer passados inezes. Soporosas (Febres).— Sobretudo contra esta espécie de febre intermittente, são mais freqüentemente indicados : bell. cham. op. e puls. ; talvez ainda: ant. carb.-v. lach. merc. rhus. e tart. (Vede também cap. 3o Somnolencia.) TypBsoides (Febresnervosas e). —Todas as febres com- prehendidas sob o nome de febres Adynamicas, Ataxicas, Ce- rebraes, Nervosas, Typhoides, Podres, etc, tendo entre si muita analogia, pareceu-nos mais vantajoso para a pratica reuni-las todas sob um nome qualquer, apresentando os sym- ptomas que indicão constantemente a escolha do medicamento conveniente, não importando o nome que mereça um caso dessas febres. Os medicamentos que com melhor resultado se têm empre- gado, são : bell. bry. carb.-v. hyos. ipec. lach. merc. nux.- vom. phos.-ac. rhus. stram. sulf. e veratr. Porém em alguns casos ioder-se-ha talvez ainda consultar : acon. arn. ars. camph. cham. chin. coce lyc. mur.-ac. natr.- m. nitr.-spir. n.-mosch. op. puls. ; ou também : daph. dig. gran. phos. e sulf.-ac. Para as febres nervosas com o Caracter de eretysmo (Febres nervosa versatiles), são principalmente : acon. bell. bry. cham. hyos. lyc. mur.-ac. natr.-m. nux.-vom. rhus e stram., que merecem con-ideração.—Chinin. ? Para as fecres com o Caracter de estupidez (Febres typhoi- des propriamente ditas) são principalmente: arn. ars. bell. bry. chin. coce hyos. lach. nitr.-sp. nux-vom. op. stram. e veratr. — Chinin. ? As febres typhoides com predomínio de Affecções cerebraes {Typhus cerebralis, febre cerebral) pedem com preferencia: acon. bell. bry. hyos. lach. lyc. nux.-vom. op. phos.-ac. rhus. e stram. — Chinin. ? CAP. IV. FEBRES 143 Para as em que predominão Affecções pulmonares (Typhus pulmonaris ou pneumonia typhoidé) são principalmente : bry. e rhus. ou ainda : ars. bell. chin. e merc, ou ainda : arn. carb.-v. nux-mosch. e sulf. —Cant. mosch. Nos diversos Períodos em que as febres typhoides se possão apresentar, podendo-se tratar da moléstia no periodo da Incubação, bry. ou rhus. ordinariamente previnem, ou pelo menos diminuem desde logo a moléstia. O periodo Inflammatorio exige principalmente bry. ou acon. bell. cham. hyos lyc. nux.-vom. e stram. O periodo de Debilidade exige com preferencia : rhus. ou ars. carb.-v. chin. merc. e mur.-ac.; ou ainda arn. lach. n.-mosh. phos.-ac. e sulf.— É especialmente com carb.-v. que, ao tocar o limite da vida, poder-se-ha muitas vezes ainda reanimar as forças vitaes do enfermo, trazendo-o a um estado mais satis- factorio. Phosph.-ac. ainda está neste caso. Com elle e com uma applicação de calor á região precordial salvou-se no Rio de Janeiro o Dr. Joaquim Pinto Brazil, julgado agonisante por todos os seus amigos, dos quaes a maior parte era de allopathas ou médicos, ou estudantes de medicina. Este facto foi o mais publico e authentico de quantos no Brazil têm confirmado as doutrinas homoeopathicas; elle foi causa da conversão dos Drs. J. Henriques de Medeiros e F. de Paula Menezes, não obstante haver excitado grandes ódios da parte dé outros médicos, que parecião desejar mais que semelhante cura se não affectuasse... A applicação de calor sobre o coração foi feita applicandoá região precordial um lenço fino de algodão, dobrado em quatro e expirando vagarosamente o ar tendo a boca immediatamente applicada ao lenço , e aproveitando todo o calor do ar respirado até sentir grande accumulação delle sobre o peito. O effeito desta applicação, ou fosse pela própria efficacia do calor humano, ou fosse ainda por algum influxo magnético, pois havia vontade decidida de fazer o bem, foi o mais satisfactorio possivel. O doente, que se suppunha estar a dar o ultimo suspiro, sentio-se reanimar mui lentamente; aqueceu, respirou de bem a melhor, e dentro de algumas horas pôde fazer crer que suas melhoras erão reaes : e poucos dias depois estava convalescente. No periodo da Convalescença, havendo ainda grande fraqueza physica e nervosa, etc, são sobretudo : chin. coce e veratr., 444 CAP. IV. FEBRES ou ainda : nux.-vom. ou sulf. os medicamentos mais freqüente- mente indicados. Quanto aos symptomas que, nos casos particulares, se devem attender, poder-se-ha consultar com preferencia: BELLADONA, quando ha : calafrios alternados com calor; ou calor externo, com rubor e calor ardente nas faces, ou em todo o rosto; olhos vermelhos e scintillantes, pupillas dilatadas; photophobia, zunido dos ouvidos e alguma surdez ; olhar incerto e furioso; rosto inchado; sede ardente com aversão ás bebidas, ou desejo de beber sem poder engulir ; somno agitado ou insomnia ; estremecimento e sobresaltos dormindo ou acordado; perda dos sentidos com queixumes e carphologia ; ou delírios furiosos com visões medonhas, pavor e vontade de fugir ; violentas dores de cabeça, principalmente na testa; vertigens endireitando- se; beiços seccos, cantos da boca feridos; lingua secca e vermelha ou coberta com uma camada de côr amarella-escura ; boca amargosa; anorexia, fastio e náuseas ; pressão anciosa na boca do estômago; nenhuma evacuação ; ourinas raras e amarelladas, ou de um amarello claro; respiração rápida , pulso freqüente, falia precipitada ou fraca e confusa; suor frio no rosto, principalmente na testa, por cima dos olhos e em torno do nariz; grande apathia; sensação dolorosa em todos os membros, tosse com dôr de peito. (Comparai hyos.) TRATAMENTO. — 1 gotta ou 3 glóbulos da 5a dynam em 3 colheres d'agua,para dar-se 1 colher de chá de 4 em 4 horas. BRYONIA, havendo: calafrios segidos de calor continuo por todo o corpo, sobretudo na cabeça, com o rosto vermelho, suores abundantes, ou pelle secca e gretada, ou humida e viscosa; língua e beiços seccos, amorenados e gretados, grande sede ; fastio de todos os alimentos, mesmo com náuseas e vontade de lançar, ou com vômitos mucosos ou biliosos ; dôr violenta na boca do estômago ao tocar-se lhe; prisão de ventre ou dejecções, como diarrhéas amarellentas; ourinas de um vermelho escuro, ou amarellas esbranquíçadas, com sedimento amarello, cephalalgía pressiva, torpente, ou sensação como se o cérebro estivesse pisado; vista offuscada; ouvidos impedidos com alguma falta de audição, accumulação abundante de mucosidades espessas e tenazes nas fossas n izaes e acima das ventas : grande caduquicei com tremor e vertigens endireitando-se; delírios tanto de dia como de noite, com visões fantásticas ou com desejos de fugi1' "'. AP. IV. FEBRES 143 da cama; insomnia com calor ou inquietação ; desejo continuo de dormir, e mesmo somnolencia comatosa com sobresaltos e sonhos sem seguimento ; carphologia ; pulso accelerado e freqüente ; ou irregular, pequeno e intermittente ; respiração curta opprimi- da; sensação dolorosa e estado paralytico de todos os membros; picadas no peito e nos lados; humor irritavel, irascivel, desespero de restabelecer-se com apprehensao de que morre; petechias. (Comparai rhus.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 54 dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 3 em 3 horas. HYOSCIAMUS, quando ha : delírios furiosos, com visões de toda a espécie ; sobre-excitação nervosa com insomnia e agitação ou somnolencia comatosa, interrompida por delírios, tanto pací- ficos como furiosos; apathia, estupidez e grande fraqueza, principalmente nas mãos movendo-as; palpitações musculares; carphologia ; vontade de fugir da cama ; rosto vermelho e quente, ou pallido, com a face azulada; olhos immoveis e com olheiras, ou vermelhos e scintillantes, com pupillas umas vezes dilatadas, outras contrahidas; alguma surdez, com susurro e sunido nos ouvidos; lingua secca, árida e coberta de uma camada amo- renada. 'Comparai bell. Como bryon.) LACHESIS, se ha : vertigens quando se endireita; palpebras paralyticas; boca amargosa; dôr de peito, com tosse secca; somno comatoso deitando-se de costas, rosto desfigurado; queixo inferior cahido; delírios com queixumes; aspecto estúpido, ou com olhos de quem tem muito somno ; lingua de um vermelho amarellado, gretada ou lisa; secca ; ou coberta de mucosidades esbranquíçadas, ou lingua pesada, com grande difficuldade de deita-la fora, e falia difficil; sede com repugnância ás bebidas ; ourinas de um vermelho escuro e abundantes. Como bryon. NOTA N'um caso em que administrámos lachesis com pouco resultado, e depois recorremos a outros medicamentos, fomos induzidos pelos Drs. Duque-Estrada e Azambuja a in- sistir na administração deste mesmo remédio na 9a dynami- sação, e com muito prazer vimos salva a enferma, de cuja cura desesperávamos. E' mister que, reconhecido um remédio por homoeopathico da enfermidade que se pretende curar, se insista 19 Mi. CAP. 1\. FEBRES nelle cora confiança, sobretudo se ha certeza de ter elle sido bem preparado. LYCOPOD1UM, contra : grande fraqueza com prostração de todas as forças; olhos turvados, meio abertos, respiração lenta, com a boca aberta; ou se ha : calafrios alternados com calor; vivacidade sem calor, nem congestão na cabeça, nem no rosto; rubor circumscripto das faces, suores debilitantes ; lingua en- carnada; prisão de ventre; caracter brando, tranquillo; ou gritos, reprehensões com ameaças, maldade, principalmente ao acordar. Como bellad. MERCURIUS, contra : vertigens, atordoamento, plenitude e perturbação da cabeça ; estupidez e embaraço de refiectir ; cephalalgía pressiva, principalmente na testa e no alto da cabeça: zunido dos ouvidos; lingua coberta de mueosidades espessas, amarellas, suja, ou lingua limpa com gosto amargo pútrido; gengivas sangrentas; náuseas e vontade de vomitar, ou vômitos de matérias mucosas e amargas ; grande sensibilidade e dores na boca do estômago, na região hepatica e no ventre em torno do umbigo, com dores principalmente de noite, inquietação, angus- tia e anxiedade ; prisão de ventre ou evacuações, semelhantes o diarrhéa, amarellas ou esverdinhadas; ourinas de côr carregada, amarellentas ; pelle ardente e secca, ou suores abundantes, debili- tantes c viscosos; grande fraqueza; insomnia completa, sem delírios, ou ao menos pouco declarados. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5S dynam. em3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 4 em 4 horas, augmentando o espaço das dosesáproporção que fôr melhorando. NUX.-VOM., contra : excessiva sensibilidade em todos os órgãos, predomínio dos symptomas gástricos e biliosos ; som- nolencia como produzida por bebedeira, com perda dos sentidos; grande fraqueza e prostração; faces e palmas das mãos vermelhas e ardentes; lingua secca e branca, ou negra, com as bordas vermelhas e gretadas, beiços seccos, com sede e repugnância ás bebidas que parecem ter um gosto amargo ou pútrido; fastio; cephalalgía dilacerante, ou pressiva com vertigens; eólicas: palpitação do coração e angustia; pressão e tensão dolorosa em todo o epigastrio, e nos hypocondrios; membros como quebran- tados e paralysados; humor irascivel, impaciente e teimoso. Como bellad. PHOSPHORI-ACID., contra : apathia completa, atordoamento CAP. IV. FEBR£> !47 e estupidez; grande fraqueza e prostração; laconismo e re- pugnância á conversação; olhar fixo, estúpido, com os olhos vidrados, ou encovados; insomnia de noite, com anxiedade e inquietação, ou somnolencia insuperável, e somno cheio de sonhos, ou. delírios com queixumes e carphologia; embaraço e perturbação penivel da cabeça, maxime ao despertar; grande zunido nos ouvidos, com dureza de audição; lingua secca; pelle secca, escandecente; calor principalmente sobre a tarde; evacua- ções qual diarrhéa, ou prisão de ventre com peso e pressão no ventre; ourinas de um vermelho escuro, com sedimento amarellado; suor frio no rosto, na boca do estômago e nas mãos, com anxiedade, etc. (Convém algumas vezes depois ou antes de op.) Como merc RHUS, contra : grande fraqueza e prostração que não permitte endireitar-se; nem 7nover-se; insomnia com angustia, e sobre- saltos freqüentes, ou somnolencia comatosa com queixumes; ronco e carphologia; calor secco com angustia; estupidez ou idéas confusas; ou perda completa dos sentidos; delírios loquazes, com vontade de fugir, alternados com intervallos lúcidos; cephalalgía torpente ; vertigens em se endireitando; ou movendo- se; rosto ou faces avermelhadas e abrazadoras ; olhos vermelhos e abrazados, ou fitos e embaciados; ouvidos impedidos, alguma falta de audição ; boca e garganta seccas, lingua e beiços seccos gretados, morenos ou denegridos; ou lingua vermelha etremula, fastio e repugnância para os alimentos; ventre duro e timpanico; com dores violentas no epigastrio, principalmente tocando-se-lhe; prisão de ventre com desejo nullo de ir á banca, ou dejecções com diarrhéas songuinolentas; ourinas escuras e quentes, ou cla- ras, turvando-se depois; calor secco, com angustia, ou suor viscoso; pequenas manchas, quaes picadas de mosquitos, vermelhas ou pardas. Se alguma erupção de pústulas ou empigens tiver sido supprimida antes ou durante a moléstia, este remédio tem preferencia a outro que esteja em condições quasi iguaes. (Comparai arsênico e bryonia.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 3 em 3 horas, augmentando-se o intervallo das doses á proporção que o doente fôr melhorando sensivelmente. STRAMONIUM, contra : cephalalgía pulsativa, principalmente no alto da cabeça, com accessos de desmaio, escurecimento da i iS CAP. IV. J)EBRE!> vista c alguma falta de audição ; delírios com anxiedade violenta, visões terríveis, e íllusões da vista e da audição; ou cora canto, assobio, palavras em lingua estrangeira, desejo de fugir de sua ca)uu, etc.; perda dos sentidos, a ponto de não reconhecer os seus ; pupillas dilatadas, insensíveis ; suppressão das dejecções e das ourinas; estado lethargico, com ronco, etc. Como bellad. D entre os outros medicamentos apontados poder-se-ha consultar : ARNICA, contra: somnolencia comatosa, com delírio e carphologia ; ronco e evacuação involuntária, tanto de fezes como das ourinas, etc. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 3a dynam. em 3 colheres d'agua, para 1 colher de chá de 6 em ti horas. ARSENICUM, contra : petechias, somnolencia comatosa, com delírios, carphologia, perda dos sentidos, sobresaltos freqüentes e gemidos; grande fraqueza e prostração; queixo cabido; boca aberta; olhos vidrados, etc. Convirá de preferencia quando tíver sido supprimido algum darthro ou empigem secca, antes ou durante a moléstia. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres d'agua, 1 colher de chá de 3 em 3 horas. CAMPHORA, contra : delírios violentos, cabeça tonta e quente, com pelle fria e viscosa; grande fraqueza; suores debilitantes e viscosos; disposição para diarrhéa; suppressão de ourinas, maxime tendo o doente soffrido a applicação de cáustico. Convém algumas vezes depois de rhus e de can- tharidas. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 3a dynam. em 3 colheres d'agua, 1 colher de chá de 6 em 6 horas. CARBO-VEG., contra: estado lethargico com estertor, rosto hippocratico; pupillas insensíveis; pulso pequeno e fugaz; suor frio nas extremidades e no rosto; evacuação involuntária de excrementos de cheiro cadaverico ; ourina vermelha, com uma nuvem suspensa no meio, etc. Como acon. CHAMOMILLA, se ha: soffrimentos espasmodicos, gastralgia; ou eólicas com caimbras e diarrhéa, com o resto de symptomas typhoides; principalmente em crianças. Como ars. CHINA, se ha : falta de appetite, achando em todos os alimentos gosto de argila; lingua e beiços seccos, áridos e greta- dos; diarrhéa de dia e de noite com evacuações aquosas, ama- CAP. 1\. FEBRES 149 rellentas, ou com matérias não digeridas; somnolencia continuada ou somno não reparador, etc. Da mesma maneira. COCCULUS, havendo: grande fraqueza, cephalalgía, com vertigens; accessos de desmaio; gastralgia ; paralysia dos mem- bros, etc. Convém muitas vezes depois de rhus ou camph. Como rhus. MURIATIS-AC1D., contra: grande fraqueza, com prostração, cephalalgía, como se o cérebro estivesse pisado; symptomas de podridão; ou soffrimentos pleuriticos. NATRUM-MUR., se ha : perda dos sentidos, sede inextin- guivel, sequidão da lingua, grande fraqueza. NITRI-SPIR., contra: grande fraqueza com prostração, apa- thia completa; estupidez, com a vista fita e feroz ; surdez, beiços seccos, abrazadores ; somno com delírios e queixumes, etc. NUX-MOSCH., se ha: diarrhéa pútrida ou colliquativa, som- nolencia comatosa, com delírios ; estupidez. OPIUM, contra: adorraecimento, ou somnolencia comatosa, com ronco, boca aberta, delírios e queixumes, grande quantidade de ar no ventre. Depois de op., algumas vezes convém phos-ae PULSATILLA, havendo: perda dos sentidos, com delírios violentos, pranto, e lamentações com gestos de desesperação. SULFUR, se ha: calor continuo, principalmente de tarde, rosto pallido, pulso cheio, accelerado; grande sede ; lingua secca, amorenada ; ourinas raras, de . um vermelho carregado, alterando-se dentro de pouco tempo ; insomnia; delírios com os olhos abertos, carphologia, prisão de ventre; comparai também: Febres inflammatorias, gástricas, soporosas, etc. Vede matéria medica. Advertência No tratamento desta enfermidade, ou de outra qualquer, os bons resultados dependem da boa qualidade dos medicamentos; não podemos deixar de recommendar a todas as pessoas que comprào boticas homüeopathicas toda a cautela com os medicamentos falsificados, ou preparados com differentes quali- dades de espíritos, damnificando assim as substancias primas. que, quando não prejudiquem os enfermos, não poderão colher resultado algum : bem felizes se considerarão aquelles que sem procurar economisar na compra de medicamentos, obtendo-os por preços miseráveis, tenhão empregado mais alguma cousa, e ISO i.Al. IV. FEBRES na critica circumstancia de que esta terrível enfermidade tenha acommettido a alguma pessoa de sua família, com toda a con- fiança empregue o medicamento, e colha resultado, e não vacillante e com remédios metamorphoseados ver a enfermi- dade zombar dos recurso^ e assim .rrebatar a um chefe de família, a uma mãi, ou filho idolatrado. NOTAS \'CERCA DA FEBRE AMARELLA 1." Tratámos no Rio de Janeiro os doentes de febre amarella que forão recolhidos á enfermaria de S. Vicente de Paulo, fundada e mantida pela sociedade portugueza de beneficência, em casa de um tal J. A. Nogueira de Barros ; e tratámos, digo, não só os que forão recolhidos ahi por conta dessa sociedade, como também na mesma casa os que nos forão mandados da corveta íris e da náo Vasco da Gama, navios de guerra portuguezes. Dêmos conta do resultado de nossos trabalhos á sociedade por- tugueza de beneficência eao publico. Se o publico ficou satisfeito não sabemos, mas que a sociedade portugueza de beneficência o ficou é fora de duvida. Emquanto ao governo de S. M. Fidelissima, se elle ficou também sstisfeito, não sabemos, nem jamais o indagaremos, na certeza de que nenhuma censura justa nos cabe, nem tão pouco u na recompensa qualquer nos é devida; porque fizemos quanto era era nossas torças para acertar. e o fizemos gratuitamente, de muito bom grado, e sem pedirmos nem ao Sr. commandante da estação naval portugueza, e muito menos ao Sr. cônsul geral, portuguez,nem sequer um documento com que officialmente provássemos em qualquer parte que algum tal ou qual serviço havíamos prestado : e isto o fizemos para livrarrao-nos da tentação de algum dia por fraqueza humana allegarmos tão pouco importante serviço, com o fim de o fazer valer em nosso abono ou para interesse nosso. Dado que fizemos bem, ficámos pagos por esse bem que fizemos ; dado que fizemos mal, só Deos pôde castigar-nos, porque só elle conhece o espirito com que trabalhámos. Estudámos com muito cuidado esta horrível epidemia, e podemos ter para nós a certeza de que fizemos quanto hu- manamente era possível fazer-se para salvar algumas vidas : e CAP. IV. FEBRES 151 também é certo que lutámos com os maiores embaraços que pôde o homem encontrar no desempenho de seus deveres; sendo o maior de todo esses embaraços a sórdida avareza, a mais deshumana indifferença ou relaxação com que se houve esse tal J. A. Nogueira de Barros. Percorremos toda a matéria medica homoeopathica, e recorremos ás toxicologias e tratados de medicina legal em busca de symptomas pathogeneticos de alguma substancia que por elles se nos mostrasse mais homoeo- pathica da febre amarella. Deos protegeu-nos, e nos fez conhecer entre outros o argentum nitricum como o mais poderoso remédio contra o vomito-prcto. Mais tarde fomos notando que a mo- léstia como que se deslocava e tomava sua sede no baixo ventre; então o veratrum álbum começou a prestar serviços que até então não tinha feito. No principio da enfermidade foi empregado o>arsenicum álbum como o melhor remédio; depois que se foi reconhecendo que não era em todos os casos tão útil como se desejava é que o argentum nitricum foi sendo adoptado por nossos collegas, e lhes foi útil, parece que não tanto como a nós, por ser administrado depois do arsenicum, e quando este não tinha obtido melhores effeitos. O crotalus horridus foi administrado também com vantagem, nãópor nós, que tínhamos mais confiança no argentum nitricum, mas por collegas nossos. que não tinhão como nós tanta confiança nelle. Já se entende que falíamos do periodo definitivo, daquelle em que a moléstia estava desenvolvida com todos os seus horríveis caracteres. No periodo da invasão foi administrado o acon. a bell. a pufeat. a bry. e a nux-vom. ; e é para notar que o acon. aproveitou de preferencia nos doentes em que a pelle era mui secca ; bell. naquelles que suavão já bastanteraente ; pulsat. nos aclimatados, e nux-vom. naquelles em que predominavão os symptomas gástricos logo de principio. Todos os doentes, tratados logo desde a invasão por algum destes remédios quasi que infallivel- mente se curavão, sem que a moléstia passasse para o segundo periodo: infelizmente a maior parte dos doentes de nossa clinicai na enfermaria vinha já no segundo ou terceiro periodo, e tendo tomado remédios allopathíeos. Contra as hemorrhagias, que succedião no segundo e terceiro periodo, aproveitou de perferencia a chin.; e sabemos que com vantagem foi também administrada a ergotína, que ainda não tinha sido experimentada e que só n'um caso administrámos. 152 >:ai'. IV. FKBRE- Sendo esta, como todas as outras enfermidades, e mais qu^ muitas, subordinada ás influencias locaes, e só curavel pela administração ajustada de medicamentos, não geraes e designa- dos com qualquer anticipação ou pre conceito, mas o mais semelhante possível aos symptomas que a moléstia apresenta, conforme o lugar, o clima, o indivíduo e a época, e mil outras circumstancias, particularmente aclimatação do indivíduo no lugar era que ella se desenvolve, etc, não daremos como fructo de nossa experiência nenhumas regras fixas para o tratamento desta febre: pedimos a Deos que isente o Brasil de nova devasta- ção ; e faremos simplesmente notar que n'uma época em que a homceopathia ainda não tinha todo o desenvolvimento que hoje tem, e quando ella na maior parte dos lugares, tão distantes entre si, por onde a febre se desenvolvia quasi ao mesmo tempo, não era exercida senão por curiosos, havia, e não Se desmentio até hoje, uma harmonia tal na escolha dos remédios mais úteis, e isto sem tentativas com perda irreparável de tempo e de vidas, como acontece com a allopathia, que, se não é sufficiente para fazer acreditar em que a homoeopathia é a verdadeira medicina, á vista dos factos a milhares que provarão acertada essa escolha uniforme de remédios, então não ha provas humanas de nenhuma verdade. Sempre que a cólera divina se manifesta por algum flagello, cumpre ver como occulto nelle está o favor que a divina misericórdia concede ao mesmo tempo. A febre amarella trouxe aos povos do Brasil uma persuasão de mais a favor da homceo- pathia; proporcionou a occasião de serem confundidos os seus inimigos na Representação Nacional do Império, onde se vio como nem um só argumento valioso apresentou contra ella nem um só de tantos médicos que têm a honra, de ser deputados ; e onde se vio igualmente a illustre commissão de sonde publico dessa augusta câmara recusar-se de facto a dar um parecer, contrario ou favorável, pira que fosse rejeitado ou adoptado o offerecimento que fiz de remédios homooopathicos para todos os hospitaes que se estabelecessem nas freguezias a favor dos pobres, havendo eu de pagar aliás de multa três contos de réis, no caso de que, não eu, mas collegas meus, obtivessem mortan- dade que chegasse á metade da mortandade obtida pelos allopathas. E ainda mais a divina misericórdia se nos mostrou propicia facultando-nos a opporfunidade de estabelecer uma CAP. IV. FEBRES 153 comparação de factos bem authenticos com que provássemos, de um lado que muita má fé existe na maioria dos nossos adver- sários, e de outro lado que, apezar dessa má fé e de mil obstáculos com que tivemos de lutar, quasi sósinhos, temos razão bastante para concluir de nossos trabalhos que a homceo- pathia em geral é preferível a todos os tratamentos médicos, e em particular para o serviço das embarcações de guerra, e pelo lado econômico especialmente para serviço de quaesquer esta- belecimentos sustentados pelos cofres públicos. Comparemos as estatísticas allopathicas, taes como no-las dá a Gazeta dos Hospitaes, com as nossas estatísticas, nas suas quantidades homogêneas, que são as únicas susceptíveis de comparação, isto é, na mortalidade de Portuguezes que forão tratados allopathicamente nos hospitaes públicos, e homceopathi- camente nas nossas enfermarias, da sociedade e da marinha, visto que os Portuguezes, menos aclimatados, devem apresentar entre si relações de homogeneidade que se não dão comparando- os com os naturaes do paiz, que muito menos soffrem : veremos como é verdade que a homceopathia, ainda lutando contra todas as desvantagens imagináveis, demonstrou cabalmente as van- tagens que levaá velha medicina das escolas. Não mencionando por ora a casa de saúde do Dr. Peixoto, a respeito da qual muitas duvidas ha razão para ter, emquanto a estatística de mortalidade, morrerão nos hospitaes ou enfermarias allopathicas de que nos dá noticia a referida Gazeta dos Hospitaes 1,019 doentes, e sahirão 980, sendo a mortandade maior de 50 por cento : Já aqui temos nós alguma vantagem, porque a nosso mortandade não chegou a 33 por cento; mas, comparando como convém a mortandade só entre Portuguezes tratados pela allopathia e pela homoeopathia, essa vantagem é muito maior, como vamos ver. Tratados allopathicamente no portuguezes. lazareto do Bom Jesus, de 18 de Janeiro a 28 de Feve- Morrerão Sahirão. reiro........123 (49 1/5 "/„) 12" No lazareto do Sacco do Alte- res, de 1 a 14 de Março: . 15 (55 15/27 «/„) 12 '20 154 CAP. IV. FEBRES Na enfermaria da rua da Mise- ricórdia, de 2 a 31 de Mar- ço.........41 (46 6/89 7o) 48 No lazareto da Praia Formosa, de 6 de Março a 14 de Abril 71 (66 38/107 °/0) 36 No hospício de N. Sra. do Li- vramento, de 10 de Março a 26 de Maio.....316 (65 15 97 u/0) 169 No hospício de Pedro II, de 31 de Março a 26 de Maio . . 41 (37 26/27 °/0) 67 607 (56 502/533 %) 954 Tratados homceopathicamente na enfermaria de S. Vicente de Paulo, de 1 de Março a 31 de Maio......128 (15 153281 »■'„) 153 Na enfermaria da marinha por- tugueza, no mesmo edifício e debaixo das mesmas con- dições.........18 (11 1/9 ü/0) 144 146 (32 424/443 %) 297 Por este quadro comparativo nós vemos claramente a ver- dade. No hospital onde a mortandade foi comparativamente menor, no hospício de Pedro II, ella foi ainda assim maior de 37 por cento, quando a nossa, reunida, foi menor de 33 por cento. E note-se bem que essa enfermaria estabeleceu-se no dia 31 de Março, quando a grande força da epidemia ia já passando, e a nossa foi estabelecida no Io desse mez, em que a epidemia estava mais forte. O máximo da nossa mortandade não chegou a ser de 46 por cento, e o máximo da mortandade allopathica passou de 66 por cento. O termo médio da nossa não chegou a 33 por cento, que é metade do máximo allopathico, e o termo médio da mortandade allopathica foi quasi de 57 por cento. O mínimo da mortandade allopathica no hospício de Pedro II, que, como já dissemos, não soffreu o rigor da epidemia foi quasi de 38 por cento, e o nosso mínimo foi 11 1/9 por cento, soffrendo nós todo o rigor da epidemia, e ainda, o que é peior, recebendo nós os doentes já tratados inutilmente pelos '\V. IV. FEBRES 155 allopathas, ou levados por esse tratamento empírico, bárbaro e estúpido até ás portas da morte. E, á vista desta comparação, á vista de algarismos que não admittem réplica, ainda havemos de ter o desgosto de ouvir na tribuna brasileira o homem qne tem feito á homceopathia os mais relevantes serviços, aquelle que nos facultou o poder de conferir a nossos discípulos os Certificados de estudo, tão acreditados já na Europa, que bastão para, mediante um exame de sufficiencia, alcançar ao seu possuidor um gráo de doutor em medicina e cirurgia; havemos de ter o desgosto de ouvir o Exm. Sr. senador A. P. Limpo de Abreu defender a medicina das escolas, e condemnar a homceopathia, que lhe deve tantos favores ? Pois entre a homoeopathia, que salvou 89 doentes sobre 100, c a allopathia, que sobre outros 100 deixou apenas com vida 34, pôde vacillar-sc? E os governos hão de ainda conceder mais privilégios ás escolas da preguiça e do regresso, que são essas escolas da medicina vulgar, que só se movem escorregando sobre os cadáveres de uma geração inteira, e ainda assim movem-se retrogradando ? E os legisladores não faci- litarão, não hão de autorisar, não decretarão jamais um concurso pratico entre os sectários de Hahnemann e os médicos da escola velha ? E os médicos hão de ficar sempre com os olhos fechados para não ver como estes algarismos fallão tão claro ? Tudo a seu tempo virá. O Exm. Sr. desembargador Joaquim Marcellino de Brito, que officialmente se havia já pronunciado contra a homoeopathia, hoje não só confessa dever-lhe a vida de seu filho, curado pelo Dr. Mello Moraes, mas até elle mesmo a exerce. O Exm. Sr. presidente de Pernambuco (Souza Ramos) officialmente prohibe a quem não fôr medico o exercício da homceopathia; mas na assembléa geral é por effeito de seu leal procedimento que ha'três annos ainda está pendente de uma discussão o aceite ou rejeição da offerta que fiz de tratar de graça os expostos da santa casa da Misericórdia da corte, etc. O quadro das despezas respectivas da estação naval portugueza, nas casas da enfermaria da sociedade portugueza de beneficência e no hospital da Gamboa, alguma cousa prova a favor da homceopathia pelo lado econômico, sendo já provada igualmente a vantagem que a homceopathia leva ás doutrinas da escola allopathica pelas comparações da mortalidade. 136 CAP. IV. FEBRES Na enfermaria homoeopathica sobre 162 doentes houve 18 mortos, ou 11 1/9 °/0 (*), e no hospital allopathico sobre 318 havendo 94 mortos (89 são os enterros que constão das contas. mas houve mais 5 ofíiciaes mortos, cujos enterros não forão feitos a expensas do hospital), a proporção seria de 18 76/5187o; mas se examinarmos as contas melhor, sem outro fim mais que o de esclarecer este único ponto, encontrando na conta de Feve- reiro 10 doentes repetidos da conta antecedente, e na de Marro mais 3, ainda que não tomemos nota dos muitos doentes que forão ao hospital duas ou três vezes, contando só 306 doentes para 94 mortos, a mortandade nesse hospital quasi que é de 181/2 7o, ou 7 7o maior que a nossa. Ha de indubitavelmente objectar-se-nos com a mortandade de 45 1/2 7o na clinica dos indigentes da enfermaria homoeo- pathica. Já nos explicámos sufficientemente no relatório ou conta quedemos de nossos trabalhos ao publico eásociedade portugueza de beneficência ; porém, como ha de acontecer que estas notas serão lidas também por quem não tenha lido aquelle relatório, diremos aqui alguma cousa em resposta a esta objecção. E' verdade que a mortandade na enfermaria a serviço dos indigentes foi de 45 1/2 7o, mortandade pavorosa numa clinica homoeopathica: cumpre comtudo que se reflicta no estado em que se recolhião á enfermaria os doentes ; estado tão lastimoso que nos obrigou a destinar uma.sala, que chamámos—câmara de transito,—só para aquelles que vinhão já agonisantes: e a quantidade delles foi tanta que me admiro eu próprio de não dar para a mortandade uma proporção muito maior. E' tristonho dizer-se que no momento em que todos á porfia deverião mostrar-se de mais em mais caridosos, tantos se ostentassem duros de coração,e que,avaros de algumas pequenas moedas, que era mister gastar para enterrar os mortos, nos mandassem os agonisantes só para morrerem na enfermaria, e serem á custa da sociedade enterrados; que tanta deveria ser a certeza que tivessem quando deitavão pela porta fora esses (*) Emendamos aqui um erro que commeltêmos na conta dada á sociedade portugueza de beneficência, onde vem 17 em lugar de 18 óbitos, que alterão a proporção da mortalidade : sempre que errarmos e reconhecermos o erro nos emendaremos. J. V. \i. CAP. IV. FEBRES 157 infelizes e no-los manda vão; sendo que muitos chegavão-nos já mortos, e mortos forão-nos deixados para os enterrarmos. Passe cada qual os olhos por sobre o primeiro raappa que publicámos, e mandámos para Portugal e distribuímos lá e cá, e veja que de 218 doentes 88 erão caixeiros, dos quaes morrerão 47. E se houvesse verdadeira caridade ter-se-hião os amos desses caixeiros, em geral homens ricos, aproveitado tão sordidamente do beneficio destinado para os indigentes ? Pois um caixeiro é uni indigente? E um negociante que se aproveita com usura dos serviços de seu caixeiro por um mirrado salário (e muitos pela simples, e tarde ou nunca realizada promessa de um salário), deve entregar o seu caixeiro, quando enfermo, á caridade reservada aos indigentes ? Esse caixeiro, que um dia poderá vir a ser um negociante de grosso trato e abastado, deverá ter por toda a vida a recordação deprimente de que já recebeu uma esmola destinada a outro realmente merecedor delia ? E, morto, ha de ir amortalhado no lençol do pobre, não por humildade sua christã, mas pela sordidez do avaro, a quem sacrificava os seus dias e a sua liberdade, esperança tão justa de outra recompensa?!... Tratavão muitos amos e patrões aos seus caixeiros ou criados com alguns remédios caseiros ou allopathicos, e quando estavão desenganados de que elles morrião infallivelmente no-los mandavão. Com que fim ? Para que os curássemos ? não; que bem sabião não podermos nós resuscitar mortos: sim para se descartarem delles e livrarem-se dos incommodos e despezas do enterro. Bárbaros!... Aconteceu também que médicos (e não só allopathas, mas também dos nossos) ou consentirão ou aconselharão que nos fossem mandados muitos doentes que nenhuma esperança tinhão de salvar. Pérfidos!... Eis-aqui (e ainda por outras razões de que Deos tomará contas a alguém) a razão por que na clinica dos indigentes a mortandade foi de 45 1/2 7o. E, se estas razões não valem, se não ha verdade aqui, porque motivos a mortandade, na mesma casa, na mesma doença, pelo mesmo tratamento, e nas mesmas condições hygienicas, foi para os doentes da marinha de guerra de S. M. F. só de 1112 7o' não obstante teicm muitos desses doentes sido já antes tratados no hospital da Gamboa, como pôde qualquer verifica-lo confron- tando os nossos mappas com as contas daquelle hospital ? Deos 158 CAP. IV. 1'EBBES perdoe a quem lera culpa de que a homceopathia não haja salvado, como o podia ler feito, muito maior numero de doentes. Muito de propósito deixamos de fazer quaesquer notas e observações ás contas que confrontamos, commettendo ao leitor judicioso o trabalho de fazê-las, ou reservando-nos para as fazer era tempo e lugar mais opportuno. Somente é mister qne digamos alguma cousa acerca da differença notável dos preços do tratamento por dia no hospital da Gamboa e nas casas da enfermaria de S. Vicente de Paulo. No primeiro destes estabelecimentos a despeza de cada dia para os marinheiros foi ajustada por 1J>600, e para os ofíiciaes por 2$000; e no segundo foi para uns e outros por 2$000; mas no primeiro foi mister, além dessa quantia, gastar mais a de 1:200$000 para a construcção de uma enfermaria, e os enterros custarão a 17$000, e outras despezas eventuaes houve, contando-se além no disso por inteiro alguns dias de sahida e fallecimento; e no segundo não houve despeza alguma extraordinária, os enter- ros custarão 2$000, e os dias de fallecimenfo e de sahida forão pagos como meios dias. Na enfermaria homoeopathica os doentes domorárão-se uns por outros 5 dias e 30 minutos ; e esta enfermaria estava muito longe de porto de mar, e os doentes ás vezes já curados tinhào de esperar horas e dias por quem os viesse buscar, o nem se podião deixar sahir logo que melhoravão, tendo mostrado a experiência que alguns passavão mal por se haverem exposto sem abrigo e a pé a percorrer tão grande distancia até ao embarque : no hospital allopathico os doentes demorárão-se uns por outros mais de 7 dias e 21 horas; este hospital estava á beira-mar, os doentes logo que estavão curados tinhão todos os dias quem os conduzisse a bordo, abrigados, e nada soffrião qor algum transito a percorrer em terra, pois que nenhum tinhão até embarcar. CAP. IV. FEBRES 139 RESUMO Das contas pagas pelo Sr. commissario da náo Vasco da Gama Ao tal J. A. Nogueira de-Barros, segundo as contas que deverá ter apresentado, conforme os nossos mappas : Desde 23 de Março de 1850 até 31 de Maio do dito armo: Ao Sr. Dr. Peixoto, segundo suas contas, que havemos por cópia mandado extrahir palavra por palavra : Desde 11 de Dezembro de 18^9 até 31 de Maio de 1850 : De 518 doentes em A,092 | De 162 doentes em 8H dias,inclusasdespezas dias (abatidos 162 " diversas, e 89 enterros meios dias de sal lidas e a 17#........8:369$200j fallecimento), a 2$ Da construcção de uma I por dia....... l:628g000 enfermaria......1:200JJ000 De 17 enterros a 2$. . . 34$000 9:569#200| 1:662$000 518 doentes por Zt,092 dias de trata-! 162 doentes por 81a dias de trata- mento : teve mais de 7 dias e 21; mento: teve menos de 5 dias e 30 horas de tratamento cada doente. minut. de tratamento cada doente M92 dias por 9:569$200 : custou 81a dias por 1:662$000 : custou mais de 2$338 cada dia de menos de 2$042 cada dia de tratamento allopathico. tratamento liomoeopathico. 9:569$200 por 518 doentes: fazjl:662#000 por 162 doentes: fez de de despeza cada doente mais de despeza cada doente menos de 18$/i73 i 10$260 réis. Numa época tão solemne, òomo foi a época da epidemia de febre amarella, que de preferencia atacava os estrangeiros recém-chegados, e ainda mais particularmente os marítimos ; no tempo em que a homceopathia ainda era combatida no Rio de Janeiro, apezar dos numerosos factos que a abonavão, e quando completamente era ignorada dos estrangeiros, estranhos a esses combates da imprensa contra a homceopathia, e mais estranhos ainda a esses factos patenteados a favor delia ; é muito significativa a proporção da mortalidade de 11 1/2 °/0 nos doentes tratados homceopathicamente em comparação da mor- talidade nas proporções de 18 1/2 7o nos doentes tratados allopathicamente; sendo uns e outros desses doentes, estrangeiros maritimos, e guarnecendo uns e outros os navios de guerra. Logo : 1.° Em geral, a homoeopathia é preferível a todos os trata- mentos médicos. 160 CAP. IV. FEBRES Cm tratamento como o homoeopathico, que não só alcança em casos tão graves, como os de febre amarella, uma differença de 7 0/0 a favor dos doentes, mas que ainda outra vantagem tem, qual é a de obter em 5 dias e 30 minutos resultados superiores aos que o tratamento allopathico mal consegue em 7 dias e 21 horas, conserva a qualquer tripolação de um navio de guerra, não só um numero total de praças superior no fim de um dado tempo, mas também um numero superior do praças .promptas para serviço em qualquer dia, comparativa- mente á tripolação igual de outro navio tratada allopathicainente, o que n'um combate pôde decidir muito a favor da embarcação que tratar homoeopathicamente a sua tripolação. Logo : 2.° Em particular, a homceopathia é preferível a todos os trata- mentos médicos para o serviço das embarcações de guerra. Os remédios horaoeopathicos são de muito fácil preparação e conservação, occupando mui pequeno espaço, e podendo renovar se muito facilmente ; são facilimos e muito agradáveis de tomar e custão muito barato : são de acção prompta e segura, e nos seus effeitos nada têm de repugnante, nem exigem dietas dispendiosas. Vio-se, pela comparação das contas e mappas publicados, que, ainda sendo tratados á razão de 2$000 os doentes na enfermaria homceopathica, e á razão de 1 $600 no hospital allopathico, ficarão os tratamentos allopathíeos por mais de 18$475 para cada doente, e por menos de 10$260 os homoeopathicos; e muito mais baratos podião ter ficado, como é facilimo demonstrar. Logo : 3.° Pelo lado econômico, especialmente, A homceopathia é pre- ferível a todos os tratamentos médicos para serviço de quaesquer estabelecimentos sustentados pelos cofres públicos. O que mais desejamos é que os governos de Portugal e do Rrasil comprehendão estas verdades e se aproveitem dellas, para salvar muitas vidas, para eeonomisar os dinheiros nacionaes e para engrandecor cada qual o seu paiz. Não foi só na enfermaria de S. Vicente de Paulo que tratámos doentes de febre amarella. Nossa casa, isto é, o 1° consultório dos pobres, rua de S. José n. 59, desde pela manhã até alta noite se achava apinhada de doentes, e muitos vierão oni tal CAP. IV. FEBRES 161 estado que ahi morrerão, e tivemos até de os enterrar á nossa custa, porque ahi os deixavão abandonados os seus conductores. Mais de cinco mil doentes procurarão os nossos soccorros, e como quer que o seu estado fosse, que muitos morrerão antes de tomar nenhum remédio, a mortandade foi entre 5 e 7 0f, attendendo a que de muitos enfermos não soubemos o resultado; isto pelo que diz respeito aos doentes que vierão á nossa casa, que forão ahi medicados, ou que não foi possível ir visitar nos seus domicílios, e por isso os tratámos a favor de informações que nos vinhão trazer pessoas interessadas por elles. Mas em nossa clinica particular, na cidade, fora do consultório, tratá- mos perto de mil doentes, e a mortandade não chegou a 5 %, incluindo mesmo os doentes, que passavâo da allopathia já sem remédio, dos quaes ainda alguns salvámos (como é notório e publico), mercê de Deos. Temos para nós que, se os nossos collegas todos tivessem os seus consultórios tão bem organisados e tão bem servidos como o nosso (honra e louvor ao meu collegaSr. Dr. Francisco Alves de Moura, que, soffrendo horrivelmente de rheumatismo nesses dias calamitosos, vinha ás seis horas da manhã de sua casa, em braços,assentava-se á banca das consultas aos pobres, e dahi não sahia senão alta noite, quando já ninguém havia que o procurasse); se por uma fatalidade inexplicável não tivesse envelhecido temporariamente o Sr. Dr. Manoel Duarte Moreira, que por isso não sahio de casa logo que eu pude sahir (que emquanto o Dr. Moura esteve de cama eu tive de ficar no consultório dos pobres, e quasi ninguém, fora do consultório, alcançou uma visita minha, á excepção dos doentes das enfer- marias, os quaes visitei sempre, e mesmo duas e três vezes entre dia e noite); se não tivessem também adoecido e sahido para fora da cidade os Srs. Drs. Duque-Estrada e Bento José Martins, etc, etc, e se os outros senhores pudessem pelos pobres ser encontrados sempre, como era no Io consultório sempre encontrado o Dr. Moura, ou quem suas vezes fizesse (o Dr. Medeiros, João Fernandes Gomes, e Antônio Antunes Guimarães, que muito nos ajudarão), por certo que bem poucos havião de ter sido os doentes que a allopathia tratasse, e muitos ainda hoje gozarião vida e saúde; que, se todos os doentes de febre amarella fossem tratados logo desde o principio homceo- pathicamente, a mortandade não chegaria a ser de 3 °/0. 21 162 CAP. IV. FEBRES 3.a Damos aqui os artigos que puhlicámos no Jornal do Commercio taes quaes os pudemos escrever alta noite, nas horas que roubávamos ao repouso necessário em tanta fadiga, horas as melhor aproveitadas de toda a nossa vida. HdMOROPATHIA PURA Garidade sem limites. Sciencia sem privilégios. Sr. Redactor.—Rogo-lhe o obséquio de publicar no seu Jornal o incluso offerecimento que tenho a honra de fazer á câmara dos Srs. deputados. J. V. Martins. Rio, 16 de Fevereiro de 1850. « Augustos e digníssimos senhores. « Ainda uma vez me dirijo a vós, supposto que sem esperança, mas cumprindo o meu dever. « É meu dever dizer-vos a verdade, e tanto mais suave é o cumprimento deste dever, quanto menos tenho que exigir para mira e quanto mais tenho que offertar-vos. '( É uma verdade, senhores, é uma verdade que, contra toda a opposição que se lhe tem feito, contra todos os ohstaoulos que tem encontrado nos homens e nas suas instituições, e nos seus costumes, e na sua má vontade, sobresahe com luz que dá vista a cegos, esta verdade, que tem por nome homoeopathia. « Sim, senhores; esta sciencia, que tem por base a experiência dos medicamentos em pessoas sãs, que tem por lei fundamental a administração daquelles medicamentos que em pessoas sãs produzirão phenomenos semelhantes aos que caracterisão a enfermidade que os reclama, que tem por lei ainda a administra- ção desses medicamentos na menor quantidade, e isentos de qualquer combinação ou mistura com outros, e dynamisados em proporção do gráo de sensibilidade do enfermo, e da agu- dez ou chronicidade da moléstia; esta sciencia, que conta assim com princípios seguros, não é uma chimera : que se o fosse não tinha resistido já por meio século á pertinaz opposição das escolas antigas e privilegiadas, as quaes têm por si todo o pres- CAP. IV. FEBRE.- 163 tigio de sua antigüidade etoda a força dos governos que as sus- t então, por não poderem ellas sustentar-se de per si. « E quando foi que esta verdade se ostentou mais radiante ?. Quando será que ella se vos ha de mostrar incontestável ? E quando ha de ser que vos dignareis prestar-lhe a attenção que ella merece ? « Ella se ostentou radiante de sua aureola divina quando a Europa foi devastada pelo cholera-morbus. « Ella se vos ha de patentear agora efficaz, segura e suave. agora que o flaguello da febre amarella devasta o Brasil. « E vós haveis de vos dignar prestar-lhe a attenção que merece, porque ella á vossa vista salvará muitas vidas. « A mortandade nos enfermos do cholera-morbus tratados allopathicamente foi maior de 50 °\0 em toda a parte, e tratados homceopathicamente não chegou a ser de 10 °[0 em parte nenhuma. « A mortandade nos doentes de febre amarella no Rio de Ja- neiro tratados allopathicamente, vós o deveis saber, é já de 30 °[0 nesse hospital allopathico, que ahi está collocado mesmo no lugar onde as febres invadem de preferencia ; mas nos doentes que forão tratados na Bahia homoeopalhicamente, vós lambem o deveis saber, a mortandade não chegou a ser de 10 °[0 ; e eu tenho esperança em Deos de que no Rio de Janeiro e n'outra qualquer parte onde fôr adoptada a homoeo- pathia o mesmo ha de acontecer. « Dignai-vos, senhores, prestar attenção á homceopathia, que não tem uma existência official, que não tem o apoio das leis, que é rejeitada, maldita e perseguida pelos médicos, só porque elles não sabem estuda-la, ou porque têm medo de aprendê-la, julgando que, se a souberem, conta se lhes ha de pedir muito apertada do tempo que levarão a combatê-la ; dignai-vos prestar attenção a esta sciencia, que, destituída de toda essa força emprestada á velha escola, vive de seus pró- prios recursos, não vida de parasita. « E porque não sejão minhas palavras, como vãs e decla- matórias, que vos persuadão, tomai uma resolução mais assen- tada nos factos verificados, como os da clinica homoeopathica da Bahia, e desta corte, e collocai os homoeopathas em frente de seus adversários, tão garantidos como elles, erigindo em cada freguezia dous pequenos hospitaes que recebão os doentes 164 CAP. IV. FEBRES conforme quizerem.elles ser tratados, ou pela homoeopathia, que já sabe que remédio ha de administrar; ou por essa medi- cina velha, que até agora ainda não atinou com os remédios mais apropriados á epidemia. « Sim, senhores : lede todas as publicações que os médicos da antiga escola têm feito, aliás com a melhor vontade de acer- tar; lêde-as, è vede se ha nellas algum pensamento lixo, alguma certeza nos meios aconselhados, ou, para melhor dizer, se alguns meios ahi são aconselhados com a mínima certeza, nem mesmo com alguma esperança de bom resultado. « Pelo contrario, que tome qualquer de vós a matéria medica homoeopathica, preste bastante attenção á sua leitura, confronte com bastante paciência e discernimento os symptomas patho- geneticos de cada medicamento com os symptomas da febre amarella, ainda que não seja á vista do doente, ainda que seja somente por essas mesmas publicações que ahi se têm feito, e se emfim não encontrar, sem outro auxilio mais que o de sua intelligencia e boa vontade de acertar, se não encontrar, digo, os remédios homoeopathicos mais apropriados á febre amarella, diga a todo o mundo que eu minto; mas, se os encontrar, seja nosso amigo, quero dizer, attenda á homceopathia como a uma verdade utilissima a toda a humanidade, e preste-lhe o apoio que ella requer agora para salvar muitos centenares devidas, isto é, remova-lhe os entraves e tropeços que em seu caminho tem posto a velha escola, porque de outro apoio não carece a homceopathia senão de liberdade de acção, por equidade. « Augustos e digníssimos senhores, tomai em consideração as circumstancias extraordinárias da época e os factos já nume- rosíssimos de curas homceopathicas para vos decidirdes collocar aos discípulos de Hahnemann em posição tão vantajosa quanto é a de seus adversários, para que nesta occasião solemne se mostre a verdade a toda a luz. « E se eu posso facilitar-vos os meios de conseguirdes tão desejado fim, eu vos offereço todos os remédios homoeopathicos que forem necessários para o tratamento dos doentes de febre amarella nos hospitaes ou consultórios homoeopathicos que creardes, ou como vos parecer mais acertado e efficaz. « E se a final resultado a mortandade nos doentes assim tratados homceopathicamente não fôr menor de metade da mortandade dos doentes tratados allopathicamente, nas mesmas CAP. IV. FEBRES 165 circumstancias, consentireis em aceitar para o thesouro nacional, afim de ser gasta era proveito dos pobres, a quantia de três contos de réis, que me comprometto a depositar ou garantir desde já. « Rio de Janeiro, 15 de Fevereiro de 1850. JoXo Vicente Martins. [Jornal do Commercio n. 48, de 17 de Fevereiro de 1850.) u Quando houve noticia de que o cholera-morbus ameaçava de invasão em Portugal, escrevi uma memória, na t|ual reuni tudo quanto á mão tinha a respeito do tratamento homoeopathico desta enfermidade. Essa memória era destinada positivamente a Portugal, e só por accidente podia convir ao Brasil; e, quer n'um quer n'outro caso, não só quasi todos os dous mil exemplares que fiz extrahir forão dados de graça, mas também logo na segunda pagina dessa memória foi escripto que eu desistia do direito de propriedade delia, e consentia que na sua integra, e com as observações quaesquer que se julgasse dever fazer-lhe, fosse reimpressa por conta e risco de quem quer que fosse em Portugal e no Brasil. Nada valeu este desinteresse, e eu fui accusado pela imprensa de querer aterrar a povoação para especular sobre esse terror. Protestei emendar-me de tão mal cabida dedicação, e fiquei no propósito de guardar silencio absoluto quando visje a povoação do Rio de Janeiro flagellada por alguma epidemia; e assim foi que por muito tempo guardei silencio, quando para mim já não era duvidosa a existência de uma epidemia mais ou menos grave e análoga á febre amarella. Guardei silencio á espera de que a existência dessa epidemia fosse incontestável e official; e ainda então limitei-me a fazer transcrever algumas noticias do tratamento homoeopathico da epidemia que üagellou e ainda flagella a cidade da Bahia, dando tempo a que os meus collegas se apresentassem e não tivessem motivo de dizer algum dia que eu me havia adiantado muito, privando-os de serem os primeiros que no seu paiz offerecessem os soccorros da sciencia. Toda esta moderação da minha parte bem pôde ser considerada como um sacrifício, sabendo-se qual é o meu modo de proceder habitual em questões homceopathicas e n'outras. 166 CAP. IV. FEBRES « Ghegou finalmente a minha vez; e tendo consultado o instituto homoeopathico, o subraettendo-me ás suas deliberações e conselhos, mas também deliberando-nie por minha vontade, publiquei que todos os remédios quo os pobres carecessem estavão á sua disposição era nossa casa, e todo o conselho que nos pedissem lh'o dariamos de boa vontade, assim como que os iriaraos tratar, sendo possivel, aonde elles estivessem, não podendo vir ao nosso consultório. Isto porém pouco era. Dirigi- me á câmara dos Srs. deputados submettendo á sua alta sabedoria e magnanimidade o offerecimento de todos os remédios necessários a hospitaes homoeopathicos que em todas as freguezia se estabelfbessem em concurrencia (e não em promiscuidade) de outros hospitaes allopathíeos (a favor dos quaes eu muito desejaria ver feitos iguaes offerecimentos por algum medico allopatha). Este offerecimento (que ficou três dias. para ser lido e que ainda assim foi simplesmente mencionado) foi remettido á commissão de saúde publica, e alli jaz. Mas porque elle envol- via graves questões, que não podião ser abafadas por nenhum poder humano actualraente, um Sr. deputado, propondo que no Lazareto que actualraente ha alli nessa bahia, mesmo no foco da epidemia reinante, se concedesse uma sala para serem recebidos e tratados nella horaceopathicamente alguns doentes (não sei com que cautelas ou condições, que dêm aos homoeopathas e aos médicos da antiga escola iguaes garantias), fez que en- trassem em discussão algumas dessas questões graves; n'uma palavra, trouxe ao sanetuario das leis a homceopathia para ser discutida no seu mérito pratico, por ser opinião geral do paiz a sua superioridade como arte ou sciencia, ou o quer que seja, que tem salvado milhares e milhares de enfermos abandonados pelos médicos, e promette não só salvar ainda muitos milhões de outros, mas também preservar de um flagello muito maior que a peste, que é a mesma medicina sanguinária, barbara o estercoraria, bordoada de cego, que, se não mata, aleija. «Forçoso foi que um Sr. deputado, que não é medico, trou- xesse á discussão a homceopathia, porque os médicos nunca tra- tarão seriamente nem se hão de atrever jamais a tratar desta sciencia, que os nullifica, mesmo porque ella os nulliíicará, como se ha de ir vendo pelo caracter da discussão, e pela opinião pu- blica, todos os dias mais avigorada com o testemunho dos que vão escapando ás garras da medicina. Ora, nesta questão, como CAP. IV. FEBRES 167 era muito natural e inevitável, o meu nome figura logo de- pois do nome, aliás sempre respeitado, do Dr. Mure; e tomão- se até desde já precauções para que miuha pessoa não venha a ter parte no desenlace da questão pela pratica; e por isso me cumpre dar desde já explicações, e estabelecer no seu devido lugar afguns pontos de questões que se vão deslocando, e de- clarar antes de tudo que nada, absolutamente nada quero nem desejo para mim, e o que só desejo e o que só quero, e o que hei de alcançar mais tarde ou mais cedo, é que a homceopathia seja posta á prova, que seja exercida em toda a sua pureza, sem nenhuma mistura das praticas da medicina velha, e que uma radical reforma venha a effectuar-se no estudo e na pratica da sciencia de curar (cirurgia e homoeopathia). «O certo é que já a augusta câmara dos Srs. deputados se oecupa da homceopathia com bastante seriedade; e,quer se adopte quer se rejeite qualquer proposta a favor ou contra, o grande fim, que é a discussão do mérito pratico desta sciencia por uma asserabléa que representa o Império, esse grande fim está con- seguido e vale bem a pena de todos os meus trabalhos; é até mesmo uma recompensa mais que sufficiente para mim, que não contava senão com o sarcasmo, com a ingratidão, com as ca- lumnias e com os insultos, e, o que era ainda peior, com a estúpida indifferença de muitos Srs. doutores em medicina, e de alguns homens de estado. «Seguirei na imprensa esta discussão, e, apezar de que não espero ser por todos os meus adversários muito bem tratado, procurarei, quanto me fôr possivel, tratar a todos muito bem. porque antes de tudo respeito muito a sua qualidade de repre- sentantes do paiz, ainda que reconheça com elles mesmos que essa qualidade lhes não dá direito para insultar a ninguém e, muito menos a quem se acha ausente. Começarei respondendo aos 111 ms. Srs. Drs. Paula Fonseca, J. M. da Cruz Jobini e Paula Gandido, e desde já lhes declaro que lhes hei de res- ponder na sua qualidade de médicos. Para ir melhor, seguirei a ordem dos seus discursos.» (Jornal do Commercio n. 56, de 25 de Fevereiro de 1850., # 168 CAP. IV. FEBRES « Acompanhando o Illm. Sr. Dr. Paula Fonseca na sua opi- nião a respeito de quarentenas, e ainda em parte a respeito de lazaretos, acompanha-lo-hei também de boa vontade na do estabelecimento de commissões médicas que soccorressem logo de prompto aos enfermos, e de boticas que lhes fornecessem de graça os remédios; e tanto de melhor vontade o acompanharei nesta sua opinião, quanto é ella uma approvação muito lison- geira do procedimento dos homoeopathas, vai por seis annos nesta corte e na Bahia, desde que lá estivemos. Sim, Sr. doutor, conceda-nos que o tenhamos precedido na pratica das suas bellas theorias, e que tenhão sido de alguma utilidade ao Brasil os tantos consultórios horacEopathicos gratuitos para os pobres. Assim pudesse ter sido mais efficaz o exemplo, a ser seguido pelos allopathas, que de tantos meios dispõem; mas um consultório que foi estabelecido pela imperial academia de medicina morreu logo á nascença, e nós.... Este não é o assumpto. Cada qual faz o que pôde. Sinto não acompanhar também S. S. na opinião de ser escusado, para diminuir a mortandade, que vá um medico homoeopatha para o lazareto da ilha do Bom Jesus: comtudo, eu não desejo que nem os ho- moeopathas nem os allopathas continuem a tratar doentes nesse lazareto, porque em minha opinião não é lugar próprio essa ilha para tal lazareto, e só a passagem dos doentes de terra para lá, ao rigor do sol, e augmentando seus males com todos os incommodos e delongas de tal viagem, ha de ser causa de muitas mortes, sem nenhuma vantagem para a povoação. «S. S. nos diz que nunca manifestou a sua opinião contra a homoeopathia, por falta de jornaes em que escrevesse : aceita- mos-lhe a boa vontade, mas descobrimos no seu modo de expli- car-se que não é tão desfavorável á homceopathia como tantos outros. Cá o esperamos mais tarde ou mais cedo. (Não assim o Sr. Dr. Jobim, que está convencido de não tirar partido de questões comnosco.) Declara-nos o Sr. Dr. Paula Fonseca que rejeita a homceopathia in limine como arte exclusiva, mas é porque a confunde com os systemas diversos de medicina, tanto que diz não ser ura systema novo. Dir-lhe-hei que como systema não é velha nem é nova, porque não é systema; como sciencia que é, data da antigüidade mais remota, como todas as sciencias que são tão antigas como as verdades que lhes ser- vem de base. A razão por que se desacreditão todos esses sys- i CAP. IV. FEBRES 169 temas, com os quaes S. S. confunde a homceopathia, é porque elles têm por base uma hypothese; mas a homceopathia tem por base os factos averiguados, e por isso é que ella ganha de dia em dia tanto credito, que até já merece que S. S. diga em plena assembléa—não se poderá prescrever completamente a homceo- pathia em alguns casos.— «Logo, sempre tem algum valor » como diz muito bem o 111 m. Sr. deputado Moraes Sarmento ; e eu convidaria o Sr. Dr. Paula Fonseca a dizer-nos quaes os casos em que ella por conseguinte deixa de ser o que tem dito delia o Sr. Dr. Jobim, os casos em que ella ou vale tanto como qual- quer systema, ou tem valor que nenhum systema tem. Eu con- vidaria o Sr. Paula Fonseca a dar-nos a razão por que a homceo- pathia é verdadeira medicina em tal ou tal caso, e o não ha de ser nos outros, e se nesse caso tal ou tal ella foi empregada, porque na sua pathogenesia havia um remédio o mais seme- lhante possivel, pelos seus effeitos no homem são, com os sof- frimentos do doente; porque esse remédio foi dado em dynami- sação apropriada e na dose mais pequena possivel, e sem mis- tura nenhuma de outro qualquer agente medicinal. Esta foi a maneira por que o meu inseparável amigo, então meu adver- sário o mais enérgico, o Sr. Dr. A. J. Mello Moraes, veio a con- vencer-se de que a homceopathia é uma grande verdade, uma verdade única em medicina, tendo só por companheira a cirur- gia, com a qual constitue toda a sciencia de curar. Emquanto a dizer o Sr. Dr. Paula Fonseca que a homceopathia está desacre- ditada na Europa, consinta me que lhe diga que não tem lido nada de homoeopathia, e que, ainda que isso fosse exacto, não tinha valor nenhum, porque o Brasil não está obrigado a pensar á moda da Europa, nem a acreditar somente por verdade o que a Europa lhe mandar com esse titulo. S. S. ainda não quer seguir a homoeopathia porque os seus dous abalisados mestres, e os Valladões, e outros muitos a não abraçarão. S. S. não está na escola de Pythagoras para responder a todas as questões— ipse dixít. S. S. já é doutor, já está emancipado até para assig- nar, a exemplo de seu mestre, uma declaração a favor da salsa- parrilha de Sands, que é remédio universal, remédio único, e por isso mesmo correspondente por todos os systemas de medi- cina a todas as moléstias possiveis. S. S. quer vêr a corte do império e a cidade da Bahia, ou qualquer outra do litoral, era estado de desespero, para então fazer experiências!... S. S. é o 22 \ 170 CAP. IV. FEBRES allopatha mais allopatha que eu tenho conhecido! Pois então quando as povoações estão em desespero é que se procura fazer experiências? E quem lhe disse que é uma experiência o que se pretende fazer ? Pois os homoeopathas fazem as expe- riências nos doentes ? Não é essa a maneira de experimentar dos allopathas? Não é por isso que as experiências nos doentes só por fim dão alguma escassa luz ao medico, depois que forão victimas dessas experiências, ou tentativas as cegas, muitos milhares de enfermos ? « Sr. Dr. Paula Fonseca, eu o emprazo perante a opinião publica para que, depois de extincta a epidemia, V. S. nos diga com toda a segurança de sua boa fé que um methodo de trata- mento, ou um remédio seguro foi encontrado pelos allopathas contra a febre amarella. Os homoeopathas, pelo contrario, conhecem á priori os remédios que podem convir a qualquer epidemia, porque elles experimentão com muita antecedência em pessoas sãs e em si mesmos os remédios de que se hão de servir; os médicos allopathas experimentão toda e qualquer droga nos doentes que estão de maior perigo, e só depois de haverem morrido muitas e muitas victimas dessas experiências é que alguma cousa ficão sabendo os médicos allopathas; e então também a intensidade das epidemias tem passado, e a morte já se tem fartado de cadáveres, e a medicina é quando se assenta garbosa sobre esses cadáveres mutilados, e porque não ha mais doentes j/ilga que tem extincto a moléstia. « Illm. Sr. Dr. Paula Fon^pca, pelo amor de Deos aproveite as boas disposições do seu animo ; abafe em seu coração o espirito de classe que o liga a seus collegas; estude a homceo- pathia ; pratique-a; e Deos ha de ajuda-lo, e a humanidade lhe ha de ficar devedora de muitos benefícios e ha de abençoa- lo agradecida. » (Jornal do Commercio n. 57, de 26 de Fevereiro de 1850.) « O Hlm. Sr. Dr. Paula Fonseca na sessão de 22 do corrente declara que nem a epidemia que actualraente reina no Rio de Janeiro é a febre amarella, tal qual se costuma manifestar, nem ella é muito mortífera. O Sr. Dr. Jobim. na sessão seguinte (conforme se lê no Mercantil n. 54), diz que de Janeiro a Feve- GAP. IV. FEBRES 171 reiro entrarão no lazareto 395 doentes, dos quaes sahirão curados 139. ficarão 104, e morrerão 152. Ora bem. Se a epidemia não é a febre amarella tal qual se costuma manifestar, e se não é muito mortífera, e se é verdade também que para o lazareto se têm recolhido muitos doentes que não são de febre amarella, nem da genuina, nem dessa de que nos dá noticia o Sr. Dr. Fonseca, o que significa uma mortandade de 152 doentes sobre 395 que entrarão, havendo ainda 104 que esperão, ao menos por um terço, ficar alli sepultados ? Que significa uma mortandade maior de 45 por cento, quando nem é verdadeira febre amarella a epidemia que reina, c nem tão pouco é ella muito mortífera ? E, se descontamos os casos que não são de epidemia, não será essa mortandade já de meio por meio ou 50 por cento? E quer-se um caso mais desesperado para se, recorrer á homceopathia ? ou se tem tanta fé nesta sciencia que se julgue dever emprega-la para resuscitar os mortos? É tempo de decidir uma questão que até mesmo fora barbaridade deixar pendente, porque, principalmente entre os pobres, que têm encontrado nos consultórios homoeopathicos, ha seis annos, todos os dias, remédios de graça para os seus males, a homceo- pathia é hoje a medicina por excellencia, a medicina suave e segura, e de graça, que não mortifica, que não debilita, que não mata mais que as doenças, como faz a allopathia: a homceo- pathia é a medicina do pobre, é a sua consolação, é um thesouro para elle reservado só na hora da maior angustia, é a sua crença. « Pelo que me é pessoal, entendendo que o Sr. Dr. Paula Fonseca se dirige a mim quando diz que está persuadido de que o governo não iria lançar mão de um ou outro charlatão, de um ou outro homem que não esteja habilitado pelas leis do Império para curar, responder-lhe-hei que me resigno a todas as denominações mais aviltantes que S. S. e os demais Srs. doutores em medicina me dirijão, ficando á espera de os ver também ser charlaíães abraçando a homceopathia, para dizer-» lhes — agora dê cá a mão, camarada —: e, quanto á falta de habilitações, eu convido o Sr. Dr. Fonseca a ir indagar disso ao consulado portugucz: porém já previno de que eu não dou nenhum peso a taes habilitações, principalmente quando vejo um medico sobrecarregado de habilitações propor á câmara dos Sr>. deputado* qm seja adoptada para tratamento da febre 172 CAP. IV. FEBRES amarella a uromancia, a medicina dos feitiços dos pretos da Gosta d'Africa, a medicina cabalistica dos Haikins da Pérsia. E, quando eu não tivesse nenhumas habilitações de nenhuma academia ou escola, bastava-me já ter sido no Rio de Janeiro por dous annos medico do imperial hospital dos lázaros e por um anno medico externo dos expostos da santa casa da Miseri- córdia, havendo servido bem a favor dos doentes e a favor do credito desse estabelecimento, como se me attestou por parte das respectivas administrações. Se não executei a lei, foi por deleixo de outrem que não meu : se agora a não executo é porque ella não tem relação com a homceopathia, que é um facto novo ante as leis, uma sciencia diametralmente opposta a tudo quanto as escolas ensinão, e quanto as leis comprehendem debaixo da palavra medicina, ou arte de curar, etc Ora, os "tribunaes têm contra mim a acção das leis, que interpretem como entendão; eu tenho o direito de reincidir depois de cumprir sentença, ficando sujeito a todos os julgamentos successivãmente: condemnado e multado ; preso e solto; solto e preso; a homceopathia é uma verdade útil aos mesmos esbirros que me prenderem e aos mesmos juizes que me condemnarem; que me importa ser preso e condemnado se eu defendo esta verdadcsublime, e por fim de todos os meus soffrimentos hei de ter o gosto de a ver adoptada pelos mesmos homens que hoje me insultão e me perseguem ? De mim podem fazer o que quizerem. O que eu não consinto é que o Sr. Dr. Jobim, parecendo abusar de sua posição social, e repetindo as levianas palavras do Sr. Dr. Maximiano de Carvalho, declare tão positiva- mente que o Dr. Mure não era medico. Se o Dr. Mure não era medico, como foi que sustentou uma these na escola de medicina do Rio de Janeiro, tendo provado que era o verdadeiro possuidor de um verdadeiro diploma, e como foi que recebeu dessa escola uma approvação plena ? Muita ignorância e deleixo quer o Sr. Dr• Jobim suppôr nos lentes dessa escola ! ou então quererá fazer suspeitar que elles se deixarão subornar e venderão os seus votos de approvação a um homem que não era medico ? Nada disto, senhores : quando se falia de homceopathia o Sr. Dr. Jobim perde a cabeça, e tanto que na sessão de 22, fallando de cirurgiões e de pharraacia, logo imaginou que os homceopatha dretendião destruir a pharmacia, e porque ouvio quatro risadas que lhe derão muito a tempo, desorientou-se e disse: «Sr. CAP. IV. FEBRES 173 presidente, esta questão de fortificações no Rio-Grande do Sul é extremamente grave. » {Jornaldo Commercio n. 58, de 27 de Fevereiro de 1850.^ « Visto que cahio na câmara dos Srs. deputados a emenda do Illm. Sr. Dr. Moraes Sarmento, para que fosse dada aos homoeopathas uma sala no lazareto da ilha do Bom Jesus, deixemos de seguir a discussão por emquanto, reservando-nos para mais tarde commenta-la, sempre com o devido respeito á augusta câmara e ás leis, etc. « Foi muito nobre e muito leal o pensamento do Ilira. Sr. f)r. Moraes Sarmento ; foi muito Lsongeiro o acolhimento que elle teve na câmara ; foi muito insignificante a opposição que alli encontrou ; mas não passou, porque envolvia muita responsa- bilidade para toda a câmara. A homoeopathia entretanto foi a que nesta pequena porém muito significativa demonstração ganhou credito subido e popularidade. E, como se a Providen- cia Divina tivesse marcado a época em que uma questão tão grave se devesse decidir, qual esta da preferencia da homoeo- pathia, não deixou de favorecer os sectários delia, e lhes abrio franca entrada para o campo das experiências publicas e com- parativas. Ha um lazareto na ilha do Bom Jesus, ha um hospi- tal na Ponta do Boticário, e ha um outro na Gamboa, etc. ; nestes têm sido tratados e o continuão a ser allopathicamente os enfermos. Era mister que houvesse também pelo menos uma enfermaria onde fossem tratados homceopathicamente alguns doentes para estabelecer-se uma comparação conclu- dente. Coube-me a honra de tomar a direcção desta enferma- ria. Fui para isso convidado no dia 26, encontrei local no dia 27, fiz guarnecê-lo da melhor maneira no dia 28, e hoje, nesta hora em que escrevo, e quando este artigo sahir á luz, já tam- bém ha de estar aberta essa enfermaria. Ainda por ora me não desmenti da maneira por que costumo proceder nas minhas causas, porque se trata agora mais que nunca de fazer algum bem, e de collocar a homoeopathia face a face da sua rival. para que se veja quem é que tem razão. » (Jornal do Commercio n. 60, de 28 de Fevereiro de 1850.) 171 CAP. IV. FEBRES « Reprovado é já desde muito tempo, por inútil sempre e até prejudicial, o isolamento dos doentes em hospitaes ou laza- retos. E agora mais uma razão de o reprovar trouxe a expe- riência. O lazareto da ilha do Bom Jesus em nada influio, nem podia ter influiado, para preservar a povoação do Rio de Ja- neiro ; e a febre amarella se desenvolveu por toda a parte, maxime pelos lugares mais próximos ao mar. E era no mar que se tinha estabelecido um lazareto. « Em tempo nos dirigimos á câmara dos Srs. deputados offe- recendo os nossos limitados serviços, não em lazaretos que se estabelecessem no lugar mais asado ao desenvolvimento da epi- demia, mas < .11 uma de duas enfermarias que era cada freguezia se estabelecessem. O nosso offerecimento jaz sepultado nas pas- tas da commissão de saúde publica ; mas na câmara fallou-se de homceopathia ; o publico pôde ajuizar do valor delia, e algueai adoptou a ideado estabelecimento de enfermarias, em diversos lugares, não ern todas as freguezias como cumpria, não em duplicata para os doentes poderem escolher o systema que lhes parecesse melhor, como era de rigorosa justiça. O tempo fará justiça a quem a tiver, e a historia castigará severamente os culpados. « Nós alcançámos era três dias o estabelecimento de uma enfermaria homoeopathica : nós temos todos os dias prestado aos pobres todo o soccorro que em nossas forças cabe ; e o re- sultado dos nossos trabalhos será publicado em verdade, quer nos condemne, quer nos autorise a ter por acertada a nossa maneira de pensar e proceder. « Entretanto cumpre que alguma cousa digamos acerca do que se passa actualmente comnosco, porque é mister desde já desviarmos de nós accusações infundadas e fazermo-nos com- prehender. « Ninguém mais do que nós deseja ser útil aos pobres mi- nistrando-lhes os soccorrosque temos a nosso alcance: mas nin- guém menos do que nós desejará ficar isolado e ter poucos imitadores. Afflue ao nosso consultório uma quantidade de en- fermos pobres tão avultada que nem o tempo nem as forças podem chegar-nos para os tratar como convém. Quizeramos que todos os hoimeop ithas se prestassem com igual promptidão, e que assim foss; melhor distribuída a caridade, que é dever de L')'1')ô nós. VIo quero dizer qne meus collegas se n<\gào jamais CAP. IV. FEBRES 175 a soccorrer os pobres, quero dizer que os pobres devem pro- cura-los com a mesma certeza de os encontrar que têm vindo ao nosso consultório. E isto eu o desejo para que por não ter tempo de acudir a todos se me não facão increpações." « Em segundo lugar, é forçoso que me dirija a meus patrí- cios com a franqueza que elles me conhecem já, e me queixe de alguns amargamente pela sua falta desabrida de caridade. Esta- beleceu a sociedade portugueza de beneficência uma enfermaria para os indigentes, e o que acontece é que muito amos querem quasi á força mandar para ella os seus caixeiros. Ora, um cai- xeiro emquanto está ao serviço de seu amo deve ser por elle tratado quando enfermo : um caixeiro não é um indigente. E eu não só estou na firme resolução de não aceitar na enfermaria homoeopathica nenhum caixeiro que tiver amo que o possa sus- tentar, senão que também publicarei os nomes dos amos que assim tratarem os seus caixeiros. Acontece que na mesma casa adoecem alguns escravos e um ou dous caixeiros: os escravos são tratados por seu senhor, e os caixeiros são postos na rua e entregues á caridade, que se deve somente aos indigentes. A razão será porque os escravos custão dinheiro e os caixeiros podem ter-se de graça ? E' mister não calcular tudo pelo di nheiro, porque dinheiro nenhum paga a vida de um homem. « Ainda acontece que pessoas apparentemente caridosas têm cm sua casa alguém que adoece, e quando o vêm em artigos de morte, então, para não fazerem a despeza do enterro, mandão-o para a nossa enfermaria. Assim já temos sido obrigados a aceitar alguns, por não dizer quasi todos os que nos têm fal- 'lecido ; e assim é que de uma botica allopathica da rua de S. José nos foi enviado um moribundo, dizendo-se que no consultório havião soecorros promptos, e acontecendo que esse indivíduo morresse ao entrar de nossa casa; assim também na enfermaria foi deixado por morto outro doente, que á mercê de Deos vai ficando melhor, e assim foi que também á porta da enfermaria quizerão deixar ficar um cadáver, o que farião se não se obstasse energicamente. « Todo este procedimento é bárbaro, anti-moral, anti-chris- tão : enós, qualquer que possa vir a ser o resultado, havemos de o fazer publico, sempre com a maior authenticidade, para que se conheça quem é que procede assim tão mal, e se nos não venha por fim a accusar de faltas alheias, nem de pouca 176 CAP. IV. FEBRES solicitude em prestar os socc o rros que são da nossa obrigação prestar. « Todos os dias se dão remédios gratuitos aos pobres de qualquer nação, e nunca negaremos entrada na enfermaria a quem fôr realmente indigente. « Recommendamos aos doentes que recorrão á homceopathia coma maior promptidão possivel, e que, sentindo-se atacados das febres, não tomem remédio allopathico nenhum, nem mes- mo desses remédios caseiros que são reputados innocentes por não terem sido receitados por médicos. Recorra-se imme- diatamente á homoeopathia, que a cura é quasi infallivel. Nós contamos muito mais de quatrocentos doentes, pela maior parte estrangeir os não aclimatados, e a mortandade não chega a ser de sete por cento ; e, se contarmos os que vêm ter com- nosceojá moribundos esta porporção é ainda muito mais favo- rável, não podendo exceder a quatro por cento nos tratamentos puramente homoeopathicos. » (Jornal da Commercio n. 68, de 9 de Março de 1850.) « Nada, absolutamente nada agora deveríamos dizer a res- peito da homceopathia em comparação das rotinas da velha escola, com o fim de demonstrar a sua superioridade porque os factos, e factos do momento, authenticos e patentes, e uma cidade tão populosa e tão contristada, são de uma eloqüência que nenhuma linguagem pôde imitas. « A homoeopathia é uma verdade tão sublime que não ha investiga-la; é mister curvar-lhe a cabeça e recebê-la como um signal da misericorcia divina, e não como descoberta de ho- mens, nem sciencia humana. « E quando esta verdade resplandece com tanta luz, como é tão limitado o numero de infelizes que se aproveitão delia! Onde estão os homens de gênio para toma-la nas suas mãoe, e applica-la aos desgraçados enfermos para os salvar de uma morte quasi infallivel? Onde está a caridade dos homens que se não servem deste instrumento poderosíssimo para evitar tanta viuvez e orphandade ? « Ha no Rio de Janeiro muitas irmandades que soccorrem com remédios e hospitaes aos seus irmãos enfermos; como é LAP. IV. FEBRES ÂT\ que nenhuma destas irmandades se anima a estabelecer enfer- marias onde sejam tratados homceopathicamente os irmãos que assim o quizerem ? Com que direito, ou com que impiedade ficão essas irmandades indifferentes á voz publica, unisona em proclamar a excellencia da homüeopathia, e sacrificão assim muitos centenares de vidas dos seus irmãos enfermos, constran- gidos a submetter-se ao tratamento allopathico, pavorosamente mortífero, depois de bárbaro, sangrento e sórdido! «Não se pense que eu para mim quero, nem lucros, nem gloria. Eu servirei de graça, onde e como puder servir; eoque só quero é que meus collegas empregados nessas enfermarias que se estabeleção tirem do tratamento homoeopathico muito melhores resultados a favor dos doentes, e me instruão, e cada vez mais se avantagem. Eu quero só que a homceopathia, pelos serviços de nós todos, fique sendo por uma vez reconhecida a única sciencia de curar. « Também me parecia que era tempo de se decidir o governo de S. M. I. a facultar aos homoeopathas os meios todos de pôr em pratica as suas doutrinas, afim de serem por fim compro- vadas com as que presume seguir a escola dos disparates, que se chama escola de medicina; mas reconheço que não sou com- petente para pedir que semelhante deliberação seja tomada, por isso dirijo-me só a homens alheios ao poder, c appello para o testemunho dos seus olhos, para a sua razão esclarecida, e para o seu coração de christãos. « A Sociedade Portugueza de Beneficência estabeleceu um,a enfermaria homoeopathica para os indigentes, e, apezar de serem mandados para ella muitos agonisantes, ainda assim a mortan- dade alli comparativamente é muito menor que a dos hospitaes allopathas; mas esta pequena enfermaria não poderá conter mais de 30 doentes, ou quando muito quarenta, e os indigentes são por centenares; e outros doentes, que não têm proporções para se tratarem em casas particulares, também estão nas mes- mas proporções; e os que têm alguma ordem terceira a que pertenção estão privados do tratamento homoeopathico, e pelo tratamento homoeopathico seguido desde a invasão da febre, pôde affirmar-se, sem risco de errar, que a mortandade nunca havia de chegar a 5 °/0. « Qual é o meio de alcançar um resultado approximado a esta vantagem ? E' persuadir-se cada qual de que amanhã tem de 23 178 \l\ IV. I-ERRES chegar a sua \ ez, e que hoje é melhor prestar soccorro a seus irmãos que soffrem. E' o exercício da caridade sem nenhuma attenção a individualidades, nem a falsos pundonores, nem a qualquer outra consideração humana. « Estabeleção-se por toda a cidade enfermarias homceopa- thicas para que os pobres não sejão privados dos soccorros tão efficazes da homceopathia ; estabeleção-se por conta das ordens terceiras, por conta dos particulares, ou por conta do governo, comtanto que se estabeleção, para que os pobre não soffrão além da febre amarella o flagello da medicina. « Continuamos a prestar os soccorros que em nossas forças, já quasi exhaustas, cabem: todos os dias no Io con.s? 3.° Temos visto que, para combater a febre amarella na sua invasão, possuimos quatro medicamentos, entre outros, de provada efficacia, a belladona, o aconito, a pulsatilla e a noz-voinico: temos visto que, para fazer suspender o vomito preto, temos, entre muitos, o arsênico, e melhor o nitrato de prata: já vimos de quanta vantagem nos é a digital purpurea contra os graves soffrimentos que precedem, acompanhão ou seguem a apparição do vomito preto, ou por dilatadas horas CAP. IV. FEISRES 193 dos meios que havemos examinado, nem de serem elles sufficientes: pelo contrario, nós declaramos que este nosso trabalho é imperfeitissimo, e que pôde, quando muito, ter o mérito de estimular alguém para que apresente outro completo e mais útil. O que elle tem de bom é ser verdadeiro; condição pela qual nós julgamos delle que. já pôde ter sua utilidade, ainda imperfeito como é; ao menos foi para isso que o emprehendemos. « Não nos demoraremos a citar outros medicamentos que no periodo de invasão podem ser tão úteis como os que já men- cionámos, conforme forem reclamados pelo caracter individual da enfermidade; diremos só que, antes de manifesta invasão, acontece que algumas pessoas, que têm de ser atacadas de febre, soffrem por alguns dias ligeiros incommodos de estômago ; será bom que tenhão em vista esses incommodos, e que para evitar a febre, se. é isso possivel, usem de algum dos três medica- mentos que lhes indico; chamomilla, se ha más digestões com alguma soltura; ipecacuanha, se ha más digestões com dores de estômago, náuseas e vômitos seccos ; noz-vomica, se ha muita saburra de lingua com calafrios, náuseas e vômitos de aguadilha, com algum desfallecimento e ligeiras eólicas. Entenda-se bem que uma, ou quando muito duas doses de algum destes re- médios, pôde ser útil, mas que a repetição delles e a mudança de uns para outros pôde ser muito prejudicial, não evitar ainvasão dafebre, e torna-la peior. E' necessário por isso muita prudência. « No exame dos remédios que podem ser úteis, passado o periodo da invasão, consentir-se-nos-ha que demoremos por algum tempo mais a attenção dos leitores; porém, como não pôde ser em artigos de jornal que demos um compêndio de ho- mceopathia applicada ao tratamento da febre amarella, somos constrangidos a indicar simplesmente os remédios que possuí- mos, recommendando a nossos collegas, e muito mais a todas as outras pessoas de instrucção e caridade, que estudem esses remédios na Matéria Medica Homceopathica, e os appliquem sempre que julgarem apropriados, a ver se pôde salvar-se mais alguém. « Contra o vomito preto, ou muito escuro possuimos : arg.-nitr. antrokok. bism. calc-carb. cup.-acet. hydroc-acid. ipec laur.-cer. nux.-vom. op. phosp. plumb. raph.-sat. sec. corn. sulf. e verat.-alb. ; e em geral todos os mais que á expe- riência pura têm dado vômitos de bilis mui verde e turva, facil 25 HM CAP. IV. FEi:f«I>> de alterar-se. O Sr. Dr. Duarte Moreira administrou já com muita vantagem o sec-corn.; também o verat.-alb. e a ipec. já forão dados com grande vantagem, assim como o ars. « Contra o vomito de sangue temos : bry. calc-carb. camph. canth. carb.-veg. caust. eicut.-vir. cupr.-met. cupr. acet. ip«r. lach. led.-pal. lyc. nitr. nux.-vom. op. phos. plumb. puls. sulf. veratr.-alb. ezinc. « Contra as epistaxis possuímos: acon. alum. ammon.-carb. arg. ars. bar-carb. bell. bor-vem. bry. calc-carb. cann-sat. caps. carb-anim. carb-veg. chin-officin. chin-sulf. cin-anth. con.-mac cor.-rub. croc-sat. dros.-rot. dulc. euph.-officin. graph. hep.- sulf. iod. kali-carb. kreos. lach. mag-carb. merc-viv. nitr-acid. nux.-vom. petr. phos. phos.-ac. puls. rhod. chrys. rhus.-toxic. sabad. sep. silic sulf. sulf.-ac. thuia.-occid. e veratr.-alb. « Contra as hemorrhagias pela boca temos: ars. aur.-sulf. bell. canth. chin.-officin. cist.-canad. clem.-erec hyos. cyam. - nig. mag.-carb. merc-viv. natr.-mur. nux.-vom. op. phos. plumb. raph.-sat. rhus.-tox. sab. sec-corn. staph. stram. sulf. sulf.-ac e thuia.-occid. « Um dos symptomas, ou para melhor dizer um grupo de symptomas, que merece attenção bastante, é o que provém da perturbação nas funcções dos rins ; c o exame das ourinas é de grande importância; mas não é o aspecto das ourinas só por si que nos ha de decidir a escolher de preferencia tal ou tal medicamento; senão que elle nos ha de, sim, advertir do perigo que o doente corre ; ou da esperança que poderemos ter de o salvar; e isto quasi que na razão inversa da melhor apparencia das ourinas, pois que em grande parte de casos uma ourina mui clara pôde ser indicio máo, e muito amarella ou negra pôde ser um bom signal. « Outros padecimentos e outros symptomas são de igual, ou de muito mais subido valor; e são esses os que revelão o estado moral do enfermo, e a perturbação das funcções do cérebro e do symptoma nervoso. « Vai adiantada a hora em que escrevo ; é hora roubada ao necessário descanso em tanta lida ; e, como é grave o assumpto que me falta a tratar, e de estudo e de tempo carece, de outra vez o levarei por diante. Praza a Deos que algum bem resulte delle e desta fadiga á misera humanidade que soffre tanto. » (Jornal do Commercio n. 91, de 6 de Abril de 1850.) CAP. IV. FEBRES 195 « Sem duvida não basta o que havemos escripto para saber- se como se ha de tratar um doente de febre amarella, que muito grave esteja ; seria mister designar o caracter distinctivo de cada medicamento indicado, além daquelles a que damos preferencia, o que fora, sobre longo, enfadonho ; e para os quede boa vontade querem aproveitar o nosso trabalho, havia de ser além disto supérfluo, pois que esses têm de ir, como nós, estu- dar cada medicamento separadamente em presença de cada caso individual. Limitar-nos-hemos, portanto, á enumeração, que já fizemos, dos remédios que correspondem ao vomito preto ou sangüíneo, e ás hemorrhagias, etc. : e agora da mesma sorte havíamos de fazer succinta enumeração daquelles que são re- clamados pela qualidade das ourinas e por seu modo de secre- ção e emissão, terminando o nosso imperfeitissimo trabalho por algumas reflexões acerca do estado moral dos doentes, edos pa- decimentos de seu cérebro e de seu systema nervoso ; mas julgamos mais acertado enviar o leitor para a Pratica Ele- mentar que havemos publicado, ou para o Manual de Medi- cina Homceopathica do Dr. Jaur, onde ficará o leitor mais sa- tisfeito. « Nesta enfermidade a ourina soffre quasi sempre bem ma- nifestas alterações, e a sua secreção raras vezes fica natural como em saúde ; mas nem sempre esse augmento ou diminuição na secreção da ourina significa alguma cousa, nem sempre tam- bém o aspecto que indica essas alteraçõe^ na sua qualidade pôde ser de máo agouro. Pelo contrario, dado allivio nos in- commodos do estômago, e outros, as ourinas negras e de aspe- cto peior são favoráveis indícios de uma terminação boa. As peiores ourinas são as que tingem a roupa branca de uma côr de barro vermelho, ou as que sendo muito claras não têm cheiro ou o têm impróprio. A suppressão total das ourinas é que seria de máo agouro, sobretudo resistindo aos meios apropriados ; assim também a incontinencia com emissão abundantíssima se- ria má complicação; mas já tivemos de tratar uns e outros casos destes com resultado feliz. O principal fim que sempre levamos em vista é encontrar o remédio maj.s homoeopathico dos symptomas assustadores que antecedem, acompanhão e seguem o vomito preto ; e iodos os remédios para isso indica- dos correspondem mais ou menos ao modo de secreção e á qua- lidade das ourinas ; epara evitar confusão, quando o que dese- 1% CAP. IV. FEBRES janios é ser claros, deixamos agora de os repetir, recomendando o estudo de cada um em particular. « Resta-nos fallar do estado moral dos enfermos e dos padeci- mentos de seu cérebro e de seu systema nervoso. « É para notar e para lamentar que nesta epidemia nunca ou quasi nunca os doentes se persuadào de que estão acommet- tidos delia, quando lhes apparecem os primeiros symptomas de invasão. É este um caracter opposto inteiramente ao caracter de invasão do cholera-morbus, e vem tornar por isso mesmo esta enfermidade mais difficil de tratar ; porque o doente, não dando o devido valor ao damno que o ameaça, recorre logo a remédios caseiros ou vulgares para tratar-se de uma constipa- ção ou de uma indigestão, ou de outro mal passageiro que elle suppõe ter, e perde ás vezes preciosíssimo tempo, Ira aggrava com taes remédios a sua enfermidade, tão facil de combater no periodo de invasão, e tão pertinaz e tão insidiosa passado esse periodo. Este caracter particular da epidemia ainda predo- mina por toda a marcha da moléstia com modificações para peior : se no primeiro periodo o doente é descuidado, e não crê que esteja acommettido da febre amarella, para o diante elle é indifferente ao seu estado, e nem lhe dá abalo ver que com effeito são pretos os vômitos que lança ; então accresce a perturbação das faculdades intellectuaes, os delírios, anxiedade e agonia, e muitas vezes uma morte rápida, que não deu tempo nem para o enfermo cuidar de sua alma nem de sua familia, deixando quasi sempre um máo exemplo da impiedade ou indifferença pela religião, e não poucas vezes a miséria por herança e um nome nodoado. Fora para desejar que se vissem por toda a parte em peregrinação caridosa os sacerdotes, promptos a qualquer cha- mado em qualquer hora ; então siber-se-hiapara que servem os frades. Fora para desejar que, á semelhança do que na Bahia tem feito o Exm. arcebispo D. Romualdo Antônio de Seixas, se houvesse organisado já nesta corte uma irmandade que, por todas as freguezias ramificada, e tendo em cada umadellas uma commissão ou conferência, e podendo em qualquer parte esta- belecer de prompto outras conferências (conforme ha tempos aconselhei, e conforme naquella cidade da Bahia hoje se tem adoptado), soccorresse de prompto os enfermos com toda a es- pécie de socorros. « Lá, onde eu posso realizar até certo ponto estes meus pen- CAP. JV. FEBRES 197 samentos tão queridos, lá na enfermaria homceopathica de S. Vicente de Paulo, sustentada pela Sociedade Portugueza de Beneficência, lá os enfermos são persuadidos, por um sacerdote de exemplar virtude, a lembrarem-se de sua alma emquanto conservão as suas faculdades intellectuaes, e sem attenção á gravidade ou benignidade de seus padecimentos : e, como se lhes vai dizendo que é costume eregra da casa, logo que entrão, cumprirem com os preceitos da igreja, sem maior repugnância e sem terror cumprem com o seu dever, e ficão satisfeitos. E como substitutivo dessa irmandade, que ha tanto eu desejo ver estabelecida no império, e que com effeito já na Bahia se esta- beleceu, temos nós desde ha muito um instituto homoeopa- thico, que por toda a parte haveria de ter estabelecido consul- tórios gratuitos se não tivesse lutado com tantas difficuldades, e que, apezar dessas difficuldades, conta com sociedades filiaes na Bahia, em Pernambuco, no Maranhão, e fora do império, em Montevidéo ; e mantém na corte um consultório, onde têm sido tratados da epidemia reinante perto de três mil doentes, pela valiosissima cooperação de nossos bons collegas Drs. F. Alves'de Moura, J. Henriques de Medeiros, e dos professores da homceopathia A. Antunes Guimarães e J. Fernandes Gomes. « Temos, além disto, avultado numero de discípulos, que, se comprehendessem todos, como estes dous que já citámos, a sagrada missão que lhes havemos commettido, e que acei- tarão debaixo de solemne juramento, havião de ter prestado muito mais efficazes soccorros ; e temos não pequeno numero de collegas, até muitos que ainda não tivemos o gosto de co- nhecer, os quaes hão de seguramente estudar como nós, e, como nós, coramunicar ao publico o fructo de seus estudos e da sua pratica; e, cada qual sobresahindo por maior zelo e cari- dade, hão de tornar a nossa obra verdadeiramente meritoria. « Tornando, porém, ao nosso assumpto, como quem de um fagueiro sonho acorda na realidade tão prosaica da indifferença dos homens aos males tão urgentes de seus irmãos que morrem, vejamos se contra os soffrimentos do cérebro e do systema ner- voso algum remédio temos. « Os soffrimentos do cérebro nestes doentes annuncião-se primeiro por dores mais ou menos violentas, que de ordinário cedem ás primeiras applicações ; mas quando a moléstia passa do primeiro periodo, sem que violentas dores persistão, soffre p.w i.AP. IV. FEBRES o cérebro mais ou menos de congestão, e talvez derramamentos, que lhe abatem em pouco tempo toda a energia. Então as fa- culdades intellectuaes se perturbão, sendo muitas vezes o pri- meiro indicio desta perturbação os enganos sobre o tempo, res- pondendo o doente que está doente ha muito mais tempo do que na realidade está, c também julgando ás vezes que tem dormido por dilatadas horas, quando apenas tem dormido por minutos; tambera acontece enganar-se quando falia, trocando as palavras e perdendo o seguimento das idéas. Estude-se bem cada medicamento dos que já forão indicados, em relação a este primeiro indicio de perturbação nas faculdades intellectuaes, e ter-se-ha com que prevenir maior perturbação; mas não se perca de vista que por acudir a este incommodo se não devem aban- donar os que são principaes e mais urgentes de combater. Alum. amon.-carb.bov. calc-carb. can.-sat caust. cham. cic- vir. coce digit. graph. kal.-carb. lach. lycop. merc natr.-inur. nux.-vom. puls. sep. silic stram. verat.-alb., são medicamen- tos preciosos contra este estado de perturbação que começa ; e muitos podem ser empregados mais de uma vez se não tiverem conseguido melhoras; mas é mister attender sempre a que elles correspondão igualmente aos outros symptomas de maior im- portância. O mercúrio, entre todos, é o que nos tem prestado maior serviço, mesmo quando já os delírios são muito pronun- ciados, maxime havendo araarellidão das conjunctivas, da pelle e das ourinas, indicio favorável de uma terminação pela icte- ricia. Contra os outros incommodos do systema nervoso, ma- xime quando ha grande anxiedade e oppressão no peito com impossibilidade de ficar tranquillo nem coberto, recommen- danios em primeiro lugar a digital purpurea. « Muitas vezes, no decorrer da enfermidade, apparecem so- luços muito incommodos, que ás vezes acompanhão o doente até o ultimo instante; convém contra elles, de preferencia, sulfur, medicamento que também em muitas outras circum- stancias pôde prestar valioso auxilio. « A apparição da ictericia é na maior parte dos casos um favorável indicio de feliz terminação, e nenhum remédio espe- cial reclama. « Eis o que á pressa pudemos escrever, não para que sirva de regra infallivel ou de grande conselho, mas sim para « CAP. TV. FEBRES 19^ que estimule quem mais sabe a escfever melhor e a- ser mais útil. » (Jornal do Commercio n. 95, de 7 de Abril de 1850.) « P. S. l.°— Fora imprudência prescrever um tratamento invariável a uma enfermidade qualquer, e muito maior impru- dência prescrevê-lo tal á febre amarella. Eu não prescrevi um tratamento invariável, e só disse que na invasão curava-se a febre amarella, quasi infallivelmente, com aconito, belladona, pulsatilla e noz-vomica, mas podia curar-se também com outros medicamentos, que, em casos especiaes, tivessem mais ho- raoeopathicidade ; que, quando os vômitos se declaravão turvos, escuros ou pretos, convinha, entre muitos, de preferencia o ni- trato de prata ; e que, quando antes, durante ou depois do vo- mito soffria o enfermo grande afílicção e anxiedade, precedendo agonias mortaes, convinha entre muitos remédios a digi- tal, attenta sempre a sua semelhança de effeitos com a mo- léstia, etc, etc. « Não fui ainda obrigado a mudar de opinião, presentes os symptomas a que então me referi ; mas a moléstia é que tem mudado um tanto de caracter, e esta mudança tem reclamado novos estudos, cujo resultado eu devo ao publico. « Disse eu, e todos sabem, que o caracter muito particular desta enfermidade, como epidemia, cujos desastrosos effeitos conhecião todos e todos tinhão razão de temer, era o de não aterrar os indivíduos que acommettia, e antes inspirar-lhes a principio, não coragem, mas incredulidade, e mais para adiante indifferença, por tal sorte que a mais prompta resposta dos en- fermos, quando mais perigosos, era que estavão bons : este ca- racter tem soffrido modificação, porque a enfermidade como que tem mudado de sede. O soffrimento maior dos enfermos era geral, indefinido, sem determinada sede, mas onde sentião mais profunda dôr era no estômago e no bordo anterior do li- gado : agora, continuando como d'antes, todos os symptomas geraes, os doentes queixão-se mais, ficão mais apprehensivos logo a principio, mais receiosos, mais acautelados, e queixão-se muito de dores pelo baixo ventre. D'antes os vômitos pretos. erão quasi sempre acompanhados de prisão do ventre muito rebeldes, e menos vezes acompanhados ou seguidos de dejecções 200 < At'. IV. FEBRES negras; hoje muito mais enfermos são aconmiettidos dessas dejecções depois dos vômitos ou conjunetamente, e bastantes ha que as têm sem terem vômitos. « Acreditando que a moléstia havia mudado um tanto de caracter, ou por ter soffrido modificações a sua causa, ou por terem mudado as condições do seu desenvolvimento, ou por outra qualquer razão que todos ignoramos; mas vendo que com effeito havia, ao menos para certos individuos, uma differença notável nos symptomas desta moléstia; estudei e administrei já com muita vantagem o helleboro branco nos doentes em que as dejecções pretas, os soffrimentos do baixo ventre e o desanimo, que acompanha sempre estes soffrimentos, se me têm manifes- tado. Faço publico mais esta observação, e espero que ella seja attendida pelos que exercem a homceopathia; e peço-lhes que igualmente facão elles publicas as suas observações, afim de instruir-me, e de podermos todos salvar o maior numero de vidas que possivel fôr. « P. S. 2.°—A epidemia tem invadido mais para o centro da cidade e para a Cidade Nova, e se vai estendendo aos arrabaldes; nós não podemos ir tão longe vêr doentes, porque é ainda por demais avultado o numero dos que nos fazem a honra de pro- curar-nos na cidade baixa, e tanto que não nos tem sido pos- sivel acudir a muitos que morão além das ruas da Prainha, dos Ourives e da Ajuda, o que profundamente havemos sentido, lembrados de que talvez algum tivéssemos salvado. Queremos, comtudo, que a homoeopathia vá a toda a parte prestar soccorros, que tão efficazes têm sido, como o sabe toda esta corte, e como ha de vir a sabê-lo todo o império. E, como para exercer a ho- mceopathia não é necessário ser medico, basta haver intelli- gencia e caridade, eu tenho a honra de offerecer a todos e a cada um dos Srs. delegados e subdelegados de policia e inspectores de quarteirão, como já offereci e offereço aos Sr. Revs. vigários, uma pequena botica homceopathica contendo os remédios essen- ciaes no tratamento da febre amarella. Mandem-me um pedido assignado e reconhecido, no qual, debaixo de sua palavra de honra, promettão exercer a homceopathia a beneficio particular- mente dos pobres, e dar-lhes-hei também os livros necessários para exercê-la; e Deos os protegerá. » (Jornal do Commercio n. 103, de 15 de Abril de 1850.) CAPITULO V AFFECÇÕES MORAES Dissemos que durante o somno parecia que algumas partes do cérebro ficavão acordadas, porque durante a vigilia havião ficado em repouso, ou porque havião sido por demais excitadas. Parece que na vigilia acontece a mesma cousa muitas vezes; pois até mesmo no mais perfeito estado de saúde temos esque- cimentos, distracções, difficuldades de comprehender e pensa- mentos vários sem que hajão sido provocados, nem por induc- ções nem de maneira alguma; pensamentos que ás vezes não é possivel desviar nem variar ou ligar com outros que aliás se provoquem, etc No estado de enfermidade muito mais pronun- ciados são estes phenomenos, e nenhum delles deixa de ter a sua significação. E' por isso que o estudo de semelhantes modifica- ções do espirito, quer as consideremos nas funcções da intelli- gencia, ou na memória, ou vontade, ou em outra qualquer de suas manifestações, merece particular attenção. E é também por esse estudo que a homceopathia tem a mais elevada preemi- nencia, pois que nenhum systema de medicina e nenhum ramo das sciencias accessorias, nem therapeutica alguma, jamais con- teve noções claras ou de alguma maneira valiosas a respeito de alguns remédios que com razão se pudessem julgar próprios a curar as moléstias mentaes. Nem ha meio algum de se conhe- cerem remédios para as moléstias mentaes ou para qualquer desarranjo ou perturbação na harmonia das funcções pura- mente espirituaes, senão experimentando no homem são essas perturbações occasionadas por qualquer agente medicamentoso, que ao homem são se dê debaixo de todas as condições favorá- veis á manutenção da vida no seu melhor equilibrio. Ora, como esta maneira de experimentar nunca foi seguida nem conhecida por medico algum fora do grêmio dos homoeopathas, segue-se que nenhum systema de medicina, nenhuma therapeutica, nem ramo algum das sciencias accessorias á medicina, possue meios seguros de curar as moléstias mentaes, nem as affecções moraes que propriamente não constituão só por si moléstias, nem des. arranjo algum sobrevindo ao regular modo de ser do espirito no estado de saúde corporea. E como nenhum destes desarran- 26 202 CAP. V. AFFECÇÕES MORAES jos no modo de sef regalar dft espirito deixa de ter uma signifi- cação, e como elle significa um certo exercido das forças vitaes dirigidas a reagir contra a causa que produzio taes desarranjos para ganhar de novo o equilíbrio ind ispensavel ás condições regulares da vida; e como também é só auxiliando a natureza no seu modo de obrar, ou nesse tal exercido das forças vitaes contra a causa perturbadora, que o medico pôde alcançar uma cura qualquer, segue-se que é indispensável conhecer-se o ef- feito de cada medicamento sobre o moral e sobre o intellectual, sobre os sentidos. Damos aqui uma nota abreviada dos effeitos dos principaes medicamentos, aguardando-nos para, em mais extenso trabalho, desenvolver este assumpto. Abandono (sensaçãode): carb.-an. Abatimento estando só : bov. ;— de tarde : kreos. Aborrecimento: aur.-m. nux.-vom. plumb. Abundância de idéas: cann. chin. lach. mur.-ac. op. phos. puls. sabad. stram. sulf. tab.«thereb. verb. viol.-od.; — de noite: bor. cale. chin. coce coff. hep. gran. kal. lyc nux.-vom. puls. sabad. sil. staph. sgjif. e viol.-od.; —á noite antes de adormecer: chin. lyc. nux.-vom. puls. sabad. sil. staph. viol.-tric Acanhamento : amb. car.-v. Actividade maior: bary.-c lach. mosch. sep. stram. e veratr.; — com fraqueza physica: mosch. Afflicção de consciência como se tivesse commettido um crime: ars. cie coff. dig. merc nux.-vom. puls. rut. stram. verat. zinc-ox.; —obrigando a caminhar com pressa: am.- caust. arg.; —produzida pelo pensamento : cale ;—alliviada pelo pranto:— tab.;— manifestando-se ao ar livre : cin. ; — quando alguém se approxima : lie. ;— estando sentado : kreos.; — ao declinar do dia: cale ;—ouvindo narrar crueldades: cale ; — descendo :" bor. ; — dormindo : ars. bell. coce fer: hep. petr.; — depois de se haver enfadado : lyc. veratr. ; — levantando-se : veratr. ;—de manhã: ars. ign. graph. nux.- vom. veratr. ;— depois do meio-dia: bell. tab.; —antes do meio-dia : ran.; —na approximação de uma tempestade : natr. natr.-m. phos.; —acordando de noite ou de manhã : cale con. ign. plat. puls. rat. samb.; —estando só : droz. mez. phos.; — de tarde: amb. ars. calad. cale carb.-v. hep. kal.-h. laur! CAP. V. AFFECÇÕES MORAES 203 merc. nitr-ae nux.-vom. phos. rhus. sep. sulf.; — durante um trabalho intellectual: natr.-m. ; -—indo de sege : bor. lach.; — acompanhada de soffrimentos asthmaticos: ars. galv. hydroe kreos. plat. sen.; — de fervor de sangue: cale ; — de bulha nos ouvidos : puls. ; —de dôr de cabeça: bell. graph. ; — de calor: nux.-vom. puls. sep.;—de soffrimentos do coração: nux.-vom. spong.—de palpitações : aspar. cale fer. ign. mosch. nux.-vom. plat. puls. tart. veratr. ; —de eólicas : aur. cham. cupr. -ac.; — de convulsões nos dedos : puls.;—de soffrimento de estômago: cale cham. cupr.-carb. hydroe kal.-ch.; — de desmaios : ars. ; — de face rubra : bell.; —de fraqueza : am.- e ; — de calafrios : kreos. puls.; — de frio nas extremidades : cupr.-acet.;—de gastralgia: bar.-m.;—de horripílações : cale; — de máo humor: aspar.; — de náuseas: bar.-m. graph. nux.- vom. puls.;—de pulso accelerado, espasmodico : cupr.-acet.; — de pupillas dilatadas : nux.-vom.; —de abalos na região do estômago: cale ;—de sede : cupr.-acet.;—de suor: ars. graph. nux.-vom.;—de tremores : ars. cupr.-carb. plat. puls. sass. tart.; — de vertigem : graph.; —de vômitos : bar.-m. cupr.- acet. nux.-vom.; — alliviando ao ajrlivre : laur.; — de tarde : am.-e;—na cama: ars. calad. carb.-v. laur. puls. sep.;— havendo epistaxis: kal.-ch. Agitação alliviada pelo ar livre :—laur.; agitação e inquieta- ção de noite: bell. graph.; —durante uma tempestade: natr. natr.-m. phos.; — estando só : mez. phos.; — de tarde: am.- e ; — durante um trabalho intellectual: amb. natr. Aggravações pela escuridade: stram.;—pela sociedade: phos. stram. Alegria : acon. arn. aspar. aur. aur-m. cann. car.-an. croc. men. mer.-s. natr.-m. plat. sass. sen.;—excessiva : ang. arn. bell. veratr.; — depois de meio-dia: zinc. Amor próprio excessivo : plat. Apprehensões sobre males imaginários : hydroe Arrogância : caust. ferr. gran. lyc. plat. Atordoamento de cabeça abaixando-a : sulf. Aspecto decomposto com olhos fixos e brilhantes : crot.-tigl. Antropophobia (sentimento de): acon. anac. bari.-e cie con. hyos. lyc. natr. puls. rhus. stan. sulf. Aversão (nas crianças) a que as encarem : ant. Avidez : puls. 204 CAP. V. AFFECÇÕES MORAES Caprichos : caps. n.-mos. puls. zinc. (Vede Teima.) Caracter imperioso : lyc.; — sentimental: cale caust. ign. lach. nux.-vom. phos. Causticidade : ars. Choro nas crianças tocando-se-lhes : ant. cin. tart. ; — pela musica: natr.-s. ; —melhorando á tarde : am.-e cast. Ciúme : hyos. lach. nux.-vom. con ? Comprehensão difficil: ign. amb. cale cham. con. merc. mez. natr. n.-mos. oleand. sulf. zinc. Concentração em si mesmo : euphr. grat. mang. mur.-ac ol-an. sil. Condescendência, docilidade, etc. : lyc. puls. sil. Confusão de idéas : nux-vom. sulf. Consciência escrupulosa : ars. ign. sulf. Contradição (espirito de) : anae lach. nic poth. rut. ; - interior comsigo mesmo: anae ; —insupportavel: ign. oleand. Conversas com espiritos e fantasmas : bell. stram. Crueldade : anae Cuidados sobre o futuro : natr. natr.-m.; — sobre o seu es- tado : staph. Dansas : acon. bell. cie stram. tab. Delírios medonhos: bell. op. samb. stram. ; — furibundos, violentos : bell. cham. puls. verat.; — sobre negócios: bry. hyose ; — loquazes : lach. ; — fallando de cães, lobos, e tou- ros, e guerra : bell. ; — de incêndios e de mortes : bell. cale : — de ratos e outros pequenos animaes : cale op. ; — de espe- ctros, diabos, etc. : bell. plat. ; — delirios de noite : acon. arn. aur. bell. bry. camph. coce dig. dulc. lach. nux-vom. op. puls. rhab. sec. sep. sulf.;—olhando fixamente : bell.; — tre- mendo : hyos.; —dormindo : — bry. spong. Depravação : anae Desconfianças e suspeitas : bar.-e bell. cie hell. hyos. lach. merc nux-vom. puls. sulf.-ac. Descontentamento : ang. bism. caps. chin. cie croc crot.. tigl. kal. mere-e plumb. puls. rut. Desejo de cousas diversas : n.-mos. puls. rhab. ; — de luz pe sol e de sociedade : stram. ;—de repouso e tranquillidade : nux-vom. ; — de cousas que se repellera apenas obtidas : ars. bry. cham. chin. dulc puls. ; —de dominar : lyc. CAP. V. AFFECÇÕES MORAES 205 Desejo de sociedade :. mez stram. ; — de trabalhar : cie dig. euph. sass. veratr. Desgosto da vida : amb. am.-e ant. ars. aur. aur.-m. aur.-s. bell. berb. carb.-v. kal.-ch. kreos. lach. merc. natr. phos. plumb. sep. sil. staph. sulf.-ac. thui. Desgosto de tudo : crot.-tigl. Deshonestidade : bell. nux.-vom. phos. Desobediência : am.-e chin. lyc. viol.-tric Desprezo de si mesmo : ang. Disposição para escandalisar-se : coce Disposição para se enganar contando : am.-e ;—escrevendo: am.-e bov. cann. cham. graph. lach. natr.-m. nux.-vom. puls. sep. mags.-are ; — fallando : alum. am.-e bov. cale cham. caus. graph. kal. lach. lyc. merc. natr.-m. nux.-vom. puls. sep. sils, ; — para fazer versos : agar. Divagações sobre negócios : bry. hyos. ; — nocturnas : aur. bell. bry. coloc. dig. op. puls. rhab. sep. sulf. Docilidade : croc. ? cupr. kal. lyc. puls. sil. mags.-are Dureza de coração : anae croc. Erros de imaginação : amb. bell. cale magn.-s. merc. op. phos.-ac. rhus. sabad. staph. stram. vai. ; — de noite : bell. cham. led. merc. phos. stram. Erros dos sentidos : iod. vai. Erros dos sentidos e da imaginação: amb. bell. cale magn.-s. merc, op. phos. rhus. sabad. staph. stram. vai. —de noite : hell. cham. led. merc. phos. stram. Escarneo e satyra : lach. Escrúpulos : arn. aur. bare-c chin. graph. mur.-ac. nux.- vom: sil. sulf. thuy. mags.-are Espirito obtuso : ant. ars. cham. cycl. haem. hell. laur. lyc. mez. oleand. phos.-ac plumb. ran. rhab. rhus. spong. staph. sulf.-ac. ; — sem influencia sobre os movimentos : hell. Esquecimento de seus negócios : sei. ; — dos nomes : guai. sulf.; _ da ortographia : lach.; — principalmente de manhã : phos. Estupidez : ars. bell. cham. cochl. crot. hyos. kreos. op. phos.-ac. puls. sol.-lyc. sulf.; — exaltação de imaginação : alum. ang. cann. chin. coff. lach. op. sabad. stram. verb. ; — sobre pesos e medidas : nux-vom. ; — sobre o tempo : coce lach. 20b CAP. V. AFFECÇÕES MORAES Exaltação : agar. ang. ant. lach. nux-vom.; — philosophica: sulf. ; — religiosa : sei. sulf. Fadiga moral e intellectual: lach. led. merc. natr.-m. nux.- vom. sass. sei. sen. spong. stann. sulf. sulf.-ac Falta de confiança era si : agn. barc.-c. oleand. rhus. stram. ther. Falta degeito e de maneiras :anae bov.caps. natr.-m. nux.- vom. sulf.; — de reserva ou circumspecção nos discursos : bov. Falta de idéas : alum. amb. anae bell. amb. caus. cie cupr. evon. hell. natr.-m. n.-mos. phos.-ac. poth. rhus. rut. spig. veratr.; — de manhã : guai. Farçasou ditos desengraçados : bell. croc. cupr. hyos. lach. stram. Fraqueza de vontade : cale lach. Fraqueza intellectual : anae aur. bar.-e bell. con. op. Folia ou actos e gestos decompostos : acon. arn. ars. bell. cie hyose mosch. n.-mos. nux-vom. puls. stram. stan.-veratr. Furor : aeth. agar. ars. bell. camph. cann. canth. cupr. hyos. lyc. merc. mosc. nitr.-ac. plumb. sabad. sen. sol.-nig. stram. veratr. Gracejos : bell. croc. ign. lach. men. plat. sulf.-ac. tart. Gravidade: cann. euphr. grat. led. n.-mos. sulf.-ac;—em presença de cousas risíveis: anae Gritar por soccorro: plat. Humor contrariante: acon. hep. hydroe kal. lact. merc. nux.-vom. pothos. ;—caprichoso: caps. nux.-vom. puls. zinc; —queixoso: bell. cycl. galv. hydroe ign. nux.-vom. puls. sulf.;—versátil: acon. ang. arn. ars. aur. cann. caps. carb.-an. croc. cupr. cye fer. ign. kal. mere-e natr.-m. n.- mos. phell. phos. plat. puls. sass. stram. sulf. sulf.-ac. tart. vai. zinc. mags. are;—irascivel ao ar livre: aeth.;—e antes do meio-dia: ran.; —deshonesto ou desaforado : aur.-s.; — injurioso ao ar livre : aeth. sabin.;—e depois de se ter enfa- dado: plat.;—e de tarde: magn. puls. zinc;—desprezador : chin. guai. ipec. par. plat. puls.;—gracejador : croc. igd.lach. men. plat. sulf.-ac. tard.;—ralhador: acon. aur. bell. crmph. caust. cham. dulc. fer. gran. hyos. kal.-h. merc. mosch. na- tr.-s. nic nux-vom. ran. rat. rut. sep. sulf. viol.-tr.;—sério: ammon.;—sombrio: aur.-s. bov. bruc. con. dig. gan. heracl. CAP. V. AFFECÇÕES MORAES 207 puls. rhod. stann. tab. veratr. viol.-od.;—tranquillo e silen- cioso : carb.-an. euphorb. euphr. hell. ig. lyc. magn. mur.-ac. phos.-ac. plumb. stann.;— inconsolavel: acon. amb. ars. cham. nux.-vom. spong. stram. sulf. veratr.;—taciturno : bruc cham. hell. puls. sil. veratr. Idéas erradas abundantes : veratr.;—de divisão do corpo em metades : stram,;—de transformação das pessoas em demô- nios : plat.;—de envenenamentos e traições : bell. hyos. rhus.; —de alfinetes que se vêm por toda a parte : sil.;—de sua pró- pria grandeza ou altura : plat. staph. stram.;—de perseguições e inimizades: cham. chin. dros. lach.;—de moléstias que se julga ter: sabad.;—da grandeza dos objectos: berb. plat. stram.;—de occupações que se suppôeter: cupr.;—de presença de pessoas que se julga estranhas : magn.-s.;—de riquezas e bellos adornos: sulf. magn.-s.;—de tempo que parece mui longo de noite : nux.-vom.;—que passa muito depressa : coce. ther. Idéas pezarosas: alum. aur.-s, graph. ign. lach. lact. rhus. sulf.;—confusas: carb.-an. chin. colch. con. phos. phos.-ac. sabin.thui.;—desagradáveis:bar.-e natr.-m.;—desordenadas : murex.;—facetas: n.-mos.;—fixas: aeth. carb.-v. puls. sulf.; —alegres: sulf.;—musicaes: sulf.;—profundas e sublimes: lach. op. Imaginação excitada : alum. ang. cann. chin. coff. lach. lact. meph. op. sabad. stram. verb.;—oecupada de caretas e ima- gens lascivas : amb.;— de ser desgraçado : chin. sulf. veratr. Imbecilidade : ant. hyos. lach. n.-mos. op. plumb. sol. nig. Impaciência :ars. cale dros. dulc. gins. ign. ipec. kal. merc. natr.-m. sulf. sulf.-ac. zinc. Impossibilidade de exprimir as idéas : hell. cann. hcem. lyc. nux.-vom. puls. thuy. Imprecações : nitr.-ac. Inadvertencia : bar.-e bell. cham. merc. oleaird. phos.-ac. puls. sulf. mags. Inclinação para o suicídio : ant. ars. aur. aur.-m. bell. carb.-v. dros. hep. nux.-vom. plus. rhus. sec. spig. tart.; — querendo dar um tiro na cabeça : ant. ; — querendo deitar-se a afogar : ant. puls. sec Inconstância : asa. bis. ign. op. 208 CAP. V. AFFECÇÕES MORAES Indifferença para os negócios : stram. ; —para os parentes: phos. sep. Injurias e invectivas : anae bell. cor. hyos. ipec. nitr.-ac. nux.-vom. stram. Inquietação sobre seus negócios : bar.-e puls. rhus. sep. sulf. ;—sobre seu futuro: anae ant. bry, caust. chel. dig. dros. gins. natr.-m. phos. phos.-ac rhus. spig. staph. sulf. tart. thuy.;— sobre sua salvação : lyc. puls. sulf. ;—sobre sua saúde e vida : acon. arn. bry. cale ign. kal. lach. nitr.-ac. nux.-vom. phos. plus. sep. staph. Inveja : lyc puls. Lembranças lúcidas : croc. Loquacidade : bov. coff. eug. grat. hyos. iod. lach. meph. par. sei. stram. tab. tart. teue veratr. Malícia : spong. Maldade: arn. aur.-s. bell. cham. cupr. nic. nux.-vom. Maledicencia : ars. guai. nux.-vom. sep. veratr. Meditação profunda : coce sep.;— de tarde : cochl.;—irre- sistível : lach. Medo á noite : carb-v. caus. coce puls. sulf. ;— de tarde : carb.-an. kal. phos. puls. ran. veratr. Medo da morte :— acon. anae ang. ars. bry. cale coce cupr. graph. ipec. lach. mosch. nitr. nitr.-ac. plat. puls. raph. rhus. sec. squil. stram.;— julgando-a próxima : acon. ars. bell. lach. mosch. nux.-vom. plat. raph. veratr. Medo de animaes : chin.;—de traições, venenos, etc : bell. hyosc rhus.;— de moléstias contagiosas : bor. cale ;—de des- graças : cale graph. ;—imaginárias •: hydroe ;— de trovoadas: electr. ;— de perder a razão : ambr. cale. merc.;— da solidão: lyc;—de espectros e almas do outro mundo: acon. ars. carb.-v. coce puls. ran. sulf. zinc. ;—de tarde : puls. ran. ;— á noite : carb.-veg. sulf.;— de ladrões :— ars. con. ign. zinc. Melancolia alliviada pelo pranto: tab. ; — religiosa : ars. aur. lyc. puls. sulf. Memória fraca para nomes próprios : sulf.;— fraca periodica- mente : carb.-v. ;— lúcida : cyc ; — nenhuma : bry. cham. hyosc kal. mosch. petr. sil. stram. veratr. Misanthropia : acon. led. phos. Morosidade : bis. ciem. coloc. cupr. evon. ipec. kreos. led. CAP. V. affecções moraes 209 merc. nux.-vom. prum. puls. rhod. sass. sep. sulf. the. verb. viol.-trie zinc. mgs.-aus. Murmúrios :— bell. lach. nux.-vom. stram. Necessidade de se queixar da sua moléstia : nux.-vom. ;— sem poder indicar o mal:.mosch. Nostalgia : aur. caps. carb.-an. hell. merc. nitr.-ac. phos.- ac. silic Oppressão do coração : evon. graph. iod. ran. Orgulho ou soberba: lach. plat. stram. veratr. Pavor : cale carb.-an. murex. phos. Pensamentos de morte : nux.-vom. zinc. Perda da razão : bell. citr. lach. merc. Perda de idéas : asar. bar. bry. camph. cann. colch. guai. hell. iod. kreos. merc mez. oi. an. ran. rhod. mgs.-are Perda de toda a esperança por causa de sua saúde: cale staph. ;— a respeito dos outros : aur.;—a respeito de sua cura: bry. ign. kal. kreos. nux.-vom.;—a respeito de sua salvação : lyc. puls. sulf. Perda do sentimento ou espirito religioso : anae coce Poltroneria : bar.-e Precipitação fallando : bell. hep. ;— durante um trabalho intellectual : amb. Predicção do dia da morte : acon. phos. Presumpcão : plat. stram. veratr. ferr.-mag. Prophecias : agar. Pusillanimidade : ang. bar.-e bry. carb.-v. chin. hydroe ran. Queixumes e lamentações : acon. ars. bell. bism. cale cin. mosc. nux.-vom. Rancor : nitr.-ac. Remorsos promptos: croc. oleand. Repugnância para os negócios : puls. sep.;— para alguém : am.-m. cale;—para a conversação: agar. amb. am.-m. arg. ars. bell. berb. bry. cale cham. ciem. coloc. cupr. cye ign. mag.-m. mer. murex. natr.-m. natr.-s. nic. nux-v. phos.-ac. plumb. puls. rhab. sabin. stann. staph. sulf. sulf.-ac. tab. the. tong. veratr. viol.-od. viol.-tri. zinc. mgs.-aus.;— para sem- blantes alegres : mags.-s. e aus. ;— para se levantar : sulf.;— para rir: amb.;— para cousas sérias : crot. ;— para tudo : am- 27 210 CAP. V. AFFECÇÕES MORAES moniac crot. the. thuy.;—para a sociedade: amb. bar.-c. bell. natr. Resentimento de offensas antigas : cale cham. Resistência : caps. nux.-vom. Rezas : bell. puls. stram. Risos espasmodicos : acon. aur. bell. cie con. croc. hyos. ign. natr.-m. nux.-mosc. phos. puls. stram. sulf. tart. veratr. verb. ;—ao ar livre: n.-mos. ;—involuntariamente : electr. ; — sardonicos : ran.-se sol.-nig. zine-ox. Sexsação como se o espirito estivesse separado do corpo: anae Sentidos obtusos : alum. asa. caps. cham. mang. stram. tart. veratr. Somnambulismo : acon. phos. stann. mags.-are Sonhos estando acordado: ang. arn. cham. oleand.; —poé- ticos sobre o futuro: oleand.;—religiosos ou philosophicos : sulf.;—involuntários : electr. ; —sardonicos: ran. sola.-nig. zine-ox.;—de cousas graves: anae Suspiros : electr. ign. plumb. Teima: bell. cale kreos. lyc. merc. nitr.-ac. nux-vom. sil. stram. sulf. Temeridade : op. Temperamento ou gênio íleugmatico : cap. puls. sabad. sen. Temor da ociosidade : cupr. Ternura : ig. Timidez : bel. carb.-v. electr. kal. puls.;—de tarde : ran. Tranquillidade interior : op. Tristeza aggravada por palavras de consolação: natr.-m.; —estando só: bov.;—de manhã: bruc.;—ao meio-dia : zinc; —á tarde: kal.-ch. murex. plat. ran.-se;—melhorando de tarde : am.-e Versatilidade : alum. caps. lyc. n.-mos. puls. zinc. Visões: bell. hep. rhus. samb. stram.;—de cães, de lobos, de touros, de incêndios : bel.;—de guerra e de militares: bell.; —de mortos : cale;—de ratos: cale op.;—de espectros e dia- bos: bel. e plat.;—e assustadores: bell. op. samb. stram. Vivacidade : alum. ang. cann. coff. lach. Vontade de blasphemar e praguejar: anae;—de affrontar a todos: phell. spong.;—de se esconder: ars. bell. cupr. puls. stram.;—de dar pancadas : bell. canth. hyos. stram.;—decorrer CAP. v. affecções moraes áli de um lado para outro: bell. nux-vom. veratr.;—de criticar: ars. guai. lach. nux.-vom. veratr.;—de rasgar: bell. bell. ve- ratr.;—de arrancar os dentes: bell.;—de fugir: acon. bell. bry. coloc. hyos. puls. stram. veratr.;—de cantar e assobiar : acon. bell. croc. cupr. spong. stram. tab. teuc. veratr.;—de matar: hios. stram. TRATAMENTO.—Para qualquer destes medicamentos são empregadas 5a, 9a, 15a, e 30a dynam. em tinturas quando os in- commodos são recentes, e os glóbulos se forem chronicos, admi- nistrando, segundo a gravidade do mal, com maior ou menor intervallo. Alienação mental, mania. etc. — Os medica- mentos que com mais vantagem têm sido empregados, são : acon. bell. cale crot. hyosc. lach. lyc. nux.-vom. op. plat. puls. sil. stram. sulf. veratr. e vip.-e , mas é necessário conhecer bem o caracter da mania para apropriar-lhe o medica- mento. Se a alienação resulta de Emoções deprimentes, taes como : pezares, humilhações, cólera concentrada, etc, são principal- mente : bell. hyosc. nux.-vom. e plat. que merecem ser con- sultados; ou ainda: ign. phos.-ac staph., etc (Comparai cap. 1", Emoções moraes.) As alienações mentaes têm mais commum- mente a sua causa em emoções deprimentes, e a matéria medica homceopathica também corresponde a taes affecções com maior numero de medicamentos, sendo que até muitos dos já indicados correspondem a essas lesões por circumstancias individuaes. Se fôr causada por Excessos de estudos, são sobretudo: lach. plat. e stram.; talvez ainda: nux.-vom. op. e sulf., ou : bell. hyosc e veratr. (Comparai cap. Io, Fadiga por esforços intellectuaes.) A que provém de Idéas religiosas pede principalmente : lach. sulf. e veratr., ou ainda mesmo: ars. aur. bell. lyc. puls. e stram. Este ultimo é de grande utilidade. Para a alienação mental dos Bêbados, e Delirium tremem, será muitas vezes conveniente: nux.-vom. ou op., ou bell. cale hyosc. lach. e stram., se todavia o estado não exige antes: merc puls. ou sulf. (Comparai cap. Io, Bebedice.) — Chinin. ?— Arsenicum- também será muito conveniente era casos de febres intermittentes, ou dysenterias que acompa- nhem a affecção cerebral. CAP. V. VFFElXÒES MORAES As alienações mentaes do Sexo feminino, e sobretudo as que procedem de desordens nas funcções sexuaes, exigem principal- mente : acon. bell. plat. puls. stram. e veratr., ou ainda : cupr. lach. meie. e sulf. (Comparai cap. 20, Moléstias de mulheres.) Convirá também consultar sep. nas mulheres hystericas, e spong. nas muito nervosas, apprehensivas, fáceis em chorar, e mesmo nas ciumentas. Quanto aos symptomas que n'um caso dado devem determinar a escolha do medicamento, poder-se-ha com preferencia con- sultar : ACONITUM, se ha: medo e presentimento de uma morte próxima; desejo de fugir de casa ou da cama ; humor sombrio, taciturno, e laconismo alternando com irritabilidade e loquaci- dade; accessos de angustia, convulsões; suores frios; congestão de sangue no peito ou na cabeça ; palpitação e anxiedade do coração; delirios com riso e pranto alternadamente, febre com pelle secca. BELLADONA, contra: grande angustia com agitação e inquieta- ção, perda dos sentidos a ponto de não reconhecer os seus senão por ouvir-lhes a voz ; visões terríveis de espectros, diabos, militares, guerra, touros, com desejo de fugir ou de occultar-se; caracter desconfiado, medroso ou humor rixoso, ou desejo de cuspir, acomrnetter e morder; de tudo despedaçar, ou arrancar-se os dentes; gritos, latidos, etc. ; entretenimento com os mortos ; crença e temor da morte; desejo da solidão ; repugnância para a conversação, e laconismo; máo humor; irascibilidade e melancolia; ou gemidos, lamentações e supplicas ; farças ridí- culas ; olhos espantados, com vista fixa e furiosa ; rosto inchado; grande desejo de olhar para o fogo; baba e espuma na boca ; falia balbuciante; sede ardente com repugnância ás bebidas ; dysphagia ; estremecimentos e sobresaltos; tremor dos membros, e principalmente das mãos; insomnia com agitação, etc. CALCAREA, principalmente quando o doente nas suas divaga- ções se occupa de homicidio, incêndio, ratos e camondongos, ou quando ha grande maldade, com obstinação, máo humor e repugnância á conversação; tremor dos membros, etc. CROTALUS, sobretudo quando ha: temor vago durante a noite ; vontade inútil de chorar ; vontade de precipitar-se, com frio e tremor das mãos; demência completa. Em outros ataques semelhantes, vozes estranhas sào ouvidas pelo doente que DAI». V. AFFECÇÕES MOlUEs 213 perseguem um ente fantástico; outras vezes não pôde o doente supportar alguém á direita, e soffre por isso grandes palpitações do coração. HYOSCIAMUS, sobretudo quando ha: accessos de mania alternando com ataques de epilepsia ; insomnia com delírios loquazes contínuos; grande angustia e medo, principalmente de noite, com crença de ser trahido ou envenenado, e desejo de fugir ; visão de pessoas que forão assassinadas ; caracter cioso ; furor, com desejo de ferir e matar ; farças e bobices ridículas ; divagações sobre seus negócios ; tremor dos membros, etc. LACHESIS, havendo : grande loquacidade, com discursos su- blimes, palavras escolhidas, e idéas que rapidamente passão de um a outro objecto; estado de extasis e exaltação, que chega até ao pranto; desconfiança; suspeita, caracter cioso ou orgulhoso, e excessivamente susceptível; temor epresentimento da morte, etc. NUN.-VOMICA, se ha: grande angustia e inquietação, cora de- sejo de abandonar sua habitação e divagar por fora; perda dos sentidos com divagações; visões aterradoras, respostas e actos despropositados; rosto pallido ou inchado, ou vermelho e quente, com congestão na cabeça; falia balbuciante; tremor dos membros; cabeça atordoada e pesada; plenitude e inacção do ventre; pres- são, peso e afflicção na boca do estômago, no epigastrio e hypocon- drios; desejo de vomitar ou vômitos dos alimentos ingeridos, ou de matérias biliosas; prisão de ventre ou diarrhéa aquosa; insomnia com sobresaltos, etc. OPIUM, havendo : vertigem comatosa, com perda dos sentidos; mania com idéas inconstantes ou fixas, que fazem suppôr não se estar em sua casa; visões espantosas de caraondongos, de es- corpiões, etc; movimentos convulsivos e tremor; angustia, furor, impossibilidade de pegar no somno apezar da maior somnolencia; prisão de ventre com ineteorismo; congestão na cabeça com rubor do rosto, etc. PLATINA, quando ha : divagações acerca dos acontecimentos passados, com canto, riso, choro, dansa, momices e gesticula- çòes; obstinação ou humor irascivel, rixoso, com desejos de ex- probar aos outros os seus defeitos; menospreso das outras pes- soas, com vantajosa opinião de si mesmo; exaltação do appetite venereo; resicaçáo e inacção do ventre; grande angustia, com palpitações do coração, e receio excessivo da morte; visões ater- 21Í CAP. V. AIFEW.OES MORAES radoras, com medo, e idéas fixas, que fazem crer que todas as posso is são diabos, etc. SOLANUM-NTGRUM, havendo: furor, imbecilidade, risos sardonicos e distorsão dos músculos das faces, e contracção de todos os músculos tlexores. STRAMONIUM, principalmente havendo : vertigens, grande inquietação e agitação, ou perda dos sentidos, de maneira a não reconhecer os seus; idéas fixas que fazem crer ter o corpo par- tido pelo meio; divagações com visões aterradoras; medo c desejo de fugir; orações, ar devoto, e outros gestos religiosos, ou grande loquacidade e idéas lascivas ou maneiras affectadas, ar de importância, conversação com os espíritos, ou dansas, riso e golpes; ou farças ridículas, alternadas com gestos que expri- mem tristeza e melancolia; ou furor indomito, com desejo de morder, cuspir, dar golpes, matar; desejo de claridade e de so- ciedade; aggravação do estado na solidão e escuridão, assim como no equinoxio do outono; rosto vermelho e inchado, com ar de néscio e risonho, etc. VERATRUM, quando ha: grande angustia e inquietação, pavor, c disposição a espantar-se; cobardia e desesperação; taciturni- dade extraordinária com imprecações á menor provocação, de- sejo de exprobrar aos outros os seus defeitos; perda dos sen- tidos, com cantos, assobios, riso, idéas lascivas; desejo de vagar por fora de sua habitação; idéas errôneas, orgulhosas; dispo- sição para dizer que se acha acommettido de affecções fictícias; divagações sobre objectos religiosos, etc. V1PERA-CORALINA, quando o doente julga que está levando pancadas, ouve sem comprehender, ou lhe parece que ouve alguém; procura questões e brigas, ou deseja ir para o campo brincar sobre a relva, ou quer ficar só e se refugia nos cantos da casa; fôrma gigantescos e fantásticos projectos de melhorar su;i fortuna, e passa logo a tal estado de distracção que nãoattende ao tempo que decorre inapercebido. D'entre os Outros medicamentos citados poder-se-ha con- sultar : ANACARDIUM, se ha: grande disposição a rir-se das cousas sérias, e a guardar uma seriedade imperturbável quando teria motivo de rir-se; contradições continuas comsigo mesmo; au- sência de todo sentimento moral e religioso, mesmo com desejo Io bfasphemar; idéa lixa de estar possesso. CAP. V. AFFECÇÕES MORAES 215 AMPHISBOENA, quando ha: tristeza e grande desfallecimento pela manhã, que se dissipa caminhando, e depois tristeza terna, que passa a um estado de saudosa melancolia, e final- mente de enojo e impaciência. ARNICA, quando ha : hilaridade insensata, com grande le- viandade, frivolidade e maldade ; humor frenético, rixoso, com resistência obstinada. ARSENICUM, havendo : angustia excessiva; inquietação e indecisão ; medo de espectros, de ladrões eda solidão, com von- tade de esconder-se ; repugnância á conversação; ou grande susceptibilidade, e propensão excessiva para criticar. CANTHARIS, se ha : raiva com gritos, golpes e latidos ; re- petição dos accessos vendo água, ou por sua introducção na guela ; grande excitação de appetite venereo e dos órgãos sexuaes; sede excessiva com aversão ás bedidas ; ou dysphagia. CUPRUM, quando ha: falta de força moral; idéas fixas, preoccupações imaginárias ; cantos alegres, ou malícia e máo humor ; olhos ferozes, vermelhos, inflammados, durante o ac- cesso ; prantos e anxiedade, ou chocarrices e desejo de occul- tar-se ; suores em seguida dos accessos, etc. LYCOPODIUM, quando o enfermo fica tranquillo, com as mãos juntas, suspirando, e pretende que ninguém lhe faça mal; grande vertigem ; divagações nocturnas ; visões aterradoras ; medo, e desejo de esconder-se. SILICEA, principalmente sé ha : idéas fixas, de maneira que se não occupa senão de alfinetes, que os conta, os toma e os procura por todo a parte ; com taciturnidade, laconismo, in- differença, angustia, e horror ao trabalho ; aggravação do es- tado no quarto crescente da lua. SULFUR, sobretudo quando ha : idéas fixas de possuir bens, tendo superabundancia de todas as cousas, com confusão de idéas a ponto de enganar-se sobre o gênero dos objectos, to- mando, por exemplo, um boné por um chapéo, ou um trapo por um bello vestido, etc. Quanto a outros medicamentos que poderião ainda consul- tar-se, e para mais amplos detalhes, vede a Matéria Medica, Pathogenesia dos Medicamentos, comparando também os arti- gos Melancolia, Hypocondria, etc. TRATAMENTO. — Tendo-se procurado o medicamento que abranja o maior numero de symptomas, prepara-se 1 gorta 21 li CAP. V. AFFECÇÕES .MORAES ou 5 glóbulos em \ colheres d'agua, para dar-se 1 colher de G em 6 horas, ou com menor intervallo segundo a gravidade do mal, espaçando á medida das melhoras. Discernimento.— O estado zoo-magnetico, ou de in- telligencia por algumas vezes se apresenta em algumas pes- soas, aponto de torna-lassomnambulas naturaes; para destrui- lo exige principalmente : phos.; pôde ser que se possa ainda consultar : acon. bry. silic. magn.-c ou stram. Muitas reflexões haveria que fazer a respeito do estado de somnambulismo, a que o homem pôde ser levado por moléstias, attendendo-se mais ao estado a que o pôde levar o império da vontade de outro homem. Não é comtudo nosso propósito en- trar agora, e muito menos aqui, em questões dessa natureza,; mas não deixaremos de advertir que bem longe estão todas as corporações de sábios de poderem produzir razões nem factos contra os incontestáveis phenomenos do magnetismo animal; e muito menos habilitados os devemos considerar para com- prehenderem e sustentarem, ou explicarem taes phenomenos. As verdades todas pertencentes ao dominio da intelligencia humana jamais hão de ter seu berço nas academias dos sábios, e muito menos hão de ser engendradas no recinto de taes aca- demias, asylo na verdade e leito de repouso dos egoístas, que para si ganharão certa reputação, bem merecida ou mal, sus- tentada mal quasi sempre, em detrimento do progresso e dos aperfeiçoamentos. A homceopathia não ha de ter acolhimento nas academias e institutos scientificos senão quando outra parte não houver por onde se entre lá mais que esta, barradas todas as outras com os restos já podres das muito velhas notabilida- des philosophicas, litteratas, theologicas, physico-chimicas, médicas e outras; e o mesmo ha de sueceder ao magnetismo, e muito mais tarde, porque elle se presta muito menos ao ser- viço de seus próprios detractores ; mas nas moléstias que têm tal ou qual apparencia ou semelhança com o estado zoo-magne- tico o magnetismo deverá ser um meio homoeopathico de grande valor. Hydrophohia. — Segundo o conselho do Dr. Hering, não será máo tratar a ferida recente com applicação do calor em distancia (vede, no cap. 26, Fertdas envenenadas), até o apparecimento de horripílações febris; continuando três ou quatro vozes por dia. até que a ferida esteja sã sem deixar ei- CAP. V. AFFECÇÕES MORAES 217 eatriz corada. Para isto, havendo lavado e enxugado bem o lugar que recebeu a ferida do animal damnado, toma-se uma braza de fogo, ou tição aceso, ou ferro em braza, ou mesmo uma vela acesa, e põe-se á distancia; depois vai-se approxiraando muito devagar até se approximar muito perto da ferida, regu- lando-se sempre pela sensação que o calor faz, e que vai sendo supportavel: quando se chega a approximar assim o fogo á ferida já ella está coberta de uma crosta tisnada e quasi comple- tamente insensível; então ha com effeito horripílações, e ás vezes vômitos ; mas evitão-se as largas queimaduras, que não só são inúteis mas até muitas vezes prejudieiaes ; pois, quando o calor é applicado mui depressa e muito immediatamente, acontece que elle queima a pelle por fora, mas não destróe o virus, que só pôde ser destruído pelo fogo brando e prolongado. Ao mesmo tempo o doente tomará, todos os cinco ou sete dias, ou muitas mais vezes, se qualquer aggravação da ferida o exigir, uma dose de bell. ou de lach., ou mesmo de hydro- phorbina, até á cura radical da ferida. Se no fim de sete ou oito dias apparecer, com movimentos febris, uma pequena vesicula debaixo da lingua, convirá abri-la com bisturi ou tesoura de pontas agudas, e lavar a boca com água e sal muitas vezes. Se a raiva se declarar antes de haver-se prestado ao doente os necessários soccorros, serão, conforme as circumstancias, sobretudo; bell. lach., ou também: canth. hyos. e merc, ou ainda mesmo: stram. ou veratr., os que convirá consultar. (Vede Alienações mentaes.) Talvez convenhão também curarina e crotalus cascavelo. O facto de haverem hydrophobios depois de muitos annos de mordidos por animal enraivado, e muitos só por se haverem persuadido de que estava enraivado um animal que lhes mordeu, e outros muitos, sem terem sido mordidos, só pelo medo de o serem, prova que para o desenvolvimento das moléstias não são necessárias as causas materiaes, e para o seu curativo tam- bém os meios materiaes não são indispensáveis, ou que uma causa infinitamente pequena, como seja a pequena porção de baba de um cão damnado, inoculada em qualquer pormordedura, pôde por muitos annos ficar latente em um indivíduo até demonstrar em poucos dias a sua existência e a sua inlluencia deleterea, e ainda maisa sua contagiosidade por todo oapparato 28 218 CAP. V. AFFECÇÕES MORAES dos symptomas horriveis da hydrophobia; e assim também uma dose iníinitesimal de um remédio dynamisado pôde por dias, semanas ou mezes permanecer latente no organismo, como o virus da raiva, e só manifestar o seu poder medica- mentoso muito mais tarde, ou, por outra, que não repugna a pequenez das doses com o effeito que vemos produzirem ellas, á vista do que produz depois de dilatados annos o virus da raiva. Hypocondria.—Os medicamentos que com preferencia devem ser consultados contra esta espécie de affecção moral são, em geral: nux.-vom. seguida de sulf.; ou cale, seguida de chin. e de natr.; ou ainda anae aur. con. grat. lach. mosch, natr.-m. phos. phos.-ac. sep. e staph. —Ang. aur.-m. aur.-s. Se a hypocondria resultar de Excessos sexuaes, de Perda de humores, ou de outras Causas debilitantes, serão principal- mente : cale chin. nux.-vom. e sulf., ou ainda : anae con. natr.-m. phos.-ac. sep. e staph. que se deveráõ consultar. Para a hypocondria que provém de desordens das Funcções abdominaes, de Vida sedentária, de Estudos forçados, etc, são sobretudo : nux.-vom. e sulf.; e também : aur. cale lach. natr. e sil. Quanto aos symptomas que determinão a escolha naira caso dado, os soffrimentos, na hypocondria, são ordinariamente tão complicados, que darmos todas as indicações importaria a repeti- ção total da pathogenesia dos medicamentos apontados. Entre- tanto, para dar aos principiantes ao menos certos pontos de apoio, indicaremos alguns symptomas moraes mais salientes dos principaes medicamentos, recommendando-lhes que com- pletem estas indicações com o resto dos symptomas da pathogenesia. Assim, poder-se-ha consultar : AMPHISBOENA, se os accessos de hypocondria alternão com tristeza terna e saudades, seguidas de enjôo e impaciência, e acompanhadas de grandes dores em toda a columna vertebral. CALCAREA, quando ha : abatimento e tristeza, cora grande disposição para chorar; accessos de angustia, com effervescencia do sangue, palpitação no coração, ataque violento na boca do estômago ; desesperação por causa da perda de sua saúde, e grande apprehensao de cahir doente, de ser infeliz, de experi- mentar symptomas afflictivos, de perder o juizo ou adquirir CAP. V. A1KECÇÕES MORAES 219 moléstias contagiosas; desalento, temor da morte; extrema sensibilidade em todos os órgãos; desprazer e aversão para o trabalho, com incapacidade de meditar ou de fazer um trabalho intellectual qualquer, etc (Comparai sulf.) CHINA, quando ha : grande apathia e insensibilidade de todos os órgãos ; caracter escrupuloso; desanimação ; idéas fixas de ser infeliz e inquietado pelos seus inimigos; dores de cabeça pressivas, ou sensação como se introduzissem uma verruma no alto da cabeça ; digestão fraca, com o ventre tympanieo; máo humor, abatimento de forças, e preguiça depois da comida; insomnia por affluencia de idéas; ou somno agitado, não re- parador, com sonhos anciosos, que atormentão ainda mesmo depois de acordado, etc. CROTALUS, se o doente pensa continuamente na morte, com grande tristeza e sem poder chorar, ou chorando excessiva- mente ; vê o espectro da morte mui grande e descarnado; perde" a memória, fica taciturno, e a tudo responde negativamente, mesmo sem o querer. NATRUM, havendo : grande desanimação, com prantos e inquietação a respeito do futuro; aversão ás pessoas e á socie- dade; desgosto da vida; máo humor com malevolencia, dis- posição a encolerisar-se e arrebatamento; inaptidão para trabalhos intellectuaes; dores de cabeça pressivas; falta de appetite, com digestão fraca, máo humor, e muitos soffrimentos moraes e physicos depois da comida, mormente depois da jnenor quebra da dieta. NUX.-VOM.,. se ha: máo humor e melancolia, com desespero e desgosto de viver, ou grande disposição a enfadar-se e encolerisar- se ; preguiça e aversão a qualquer movimento e a todo o trabalho, com inaptidão para os trabalhos intellectuaes, e grande fadiga da cabeça depois do menor esforço intellectual; somno não reparador, despertando muito cedo, e com aggravação dos soffri- mentos de madrugada; cabeça impotente, com dores pressivas, ou como por um prego introduzido no cérebro; horror ao ar livre, desejo constante de ficar deitado, com grande cansaço pelo menor passeio ; sensação de dôr e tensão na região hypocondriaca, no epigastrio e na boca do estômago; prisão de ventre e grande inércia na barriga; disposição ás hemorrhoidas, etc. (Comparai sulf., que convém muitas vezes depois.) SULFUR, quando ha: grande abatimento moral, caracter 22(1 CAP. V. AFFECÇÕES MORAES escrupuloso, inquietação acerca dos negócios domésticos, da sua saúde, e mesmo da sua salvação eterna; idéas fixas ; accessos de angustia, com impaciência, inquietação e disposição a encolerisar-se; grande preguiça, tanto do corpo corno do espirito; distração e indecisão; cabeça pesada, com inaptidão para os trabalhos intellectuaes, e grande cansaço com o menor esforço de espirito; cephalalgía pressiva, principalmente no alto da cabeça; plenitude e pressão na boca do estômago ou epigastrio ; prisão de ventre, disposição para hemorrhoidas; propensão a considerar-se excessivamente infeliz, etc. (Comparai cale, que muitas vezes convém depois.) Entre os outros medicamentos citados poder-se-ha consultar: ANACARDIUM, se ha: humor triste, aversão aos indivíduos e á sociedade ; temor do futuro com desanimação e desespera- ção, apprehensao e persuasão de uma morte próxima. AURUM, quando ha: grande inquietação com temor da morte, vontade de chorar, gênio escrupuloso; inaptidão para a meditação, com cephalalgía, como por estar o cérebro pisado, depois do menor esforço intellectual, etc. CONIUM, se ha: grande indifferença e apathia, aversão á sociedade, e simultaneamente medo da soüdão; disposição para chorar, etc. GRATIOLA, havendo : humor triste, caprichoso, com prisão de ventre e pressão no estômago depois da comida, etc. LACHESIS, se ha: grande abatimento moral, com apprehensao e inquietação acerca de sua moléstia; idéa constante de ser perseguido ou aborrecido e desprezado dos seus; desprazer v inaptidão para todo o trabalho corporal ou de espirito ; sensação de um grande cansaço que não permitte trabalhar, etc. MOSCHUS, quando o enfermo se lastima de seus padeci- mentos excessivos, sem saber onde existe o mal, com anxiedade, palpitação do coração, etc NATRUM-MUR. no caso em que natr., parecendo ser bem indicado, não fôr sufficiente para a cura. PHOSPHORUS, se ha : grande tristeza com pranto, alternado com alegria e riso involuntário ; grande inquietação acerca de sua saúde e final resultado de sua moléstia ; accessos de an- gustia, principalmente estando só, ou por um tempo tempes- tuoso, com caracter tímido, etc. PHOSPHORI-AG. : grande inquietação pelo futuro, e pes- OAP. V. AFFECÇÕES MORAES 221 quizas solicitas sobre sua moléstia ; melancolia e antipathia á conversação. SEPIA : extrema inquietação a respeito de sua saúde ; indif- ferença a tudo, mesmo aos seus ; aversão aos seus negócios ; desanimo e desgosto da vida. STAPHYSAGRIA : grande indifferença, tristeza, receio do futuro.; pranto e idéas offlictivas sobre sua moléstia ; aversão a todo o trabalho, quer corporal quer intellectual ; incapacidade para a meditação, etc S?^* Comparai: Alienação mental, Melancolia cHysteria. TRATAMENTO. — De qualquer dos medicamentos, são empregadas as 5% 9a, 15a dynam., 1 gotta ou 5 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se de 4 em 4 horas, 8 em 8, mesmo de 12 em 12 horas, segundo a gravidade do mal ; esperando-se a acção do medicamento para repeti-lo, ou tomar-se outro. Imbecilidade.— São principalmente : bell. hell. hyos. lach. op. e sulf., ou ainda : anae croc. crotal. e nux.-vom.,que com preferencia merecem ser consultados contra esta espécie cie Fraqueza intellegtual. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres de água, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas. Melancolia. — Os principaes medicamentos, em geral, são : ars. aur. bell. ign. lach. puls. e sulí., ou ainda: cale. caust. coce con. graph. hell. hyos. lyc merc. natr.-m. nux.- vom. petiv. tetand. petr. sil. stram. e veratr. Para a melancolia muito profunda, chamada Negra, são so- bretudo : ars. aur. lach. e nux.-vom., ou ainda : anae. ant. cale graph. merc. e sulf. Esta melancolia é que leva muitas vezes ao suicidio. (Vede esta palavra.) A melancolia Branda exige principalmente : amph. coce bell. lyc. phos.-ac. puls. silic. e veratr., ou também ainda : con. petr. sulf, etc. Para a melancolia Religiosa, são sobretudo : aur. bell. ign. lach. lyc puls. stram. e sulf. Dos medicamentos apontados poder-se-ha com preferencia consultar : AMPHYSBOENA, quando ha : ternura, saudades, e depois enojo e impaciência; erupção miliar por grupos ellipticos ; des- pertar por muitas noites e horas certas ; hérnia umbilical, cru - ral ou inguinal. 222 CAP. V. AFFECÇÕES MORAES ARSENICUM, se ha : accessos periódicos, grande angustia com inquietação, anxiedade e impossibilidade de estar na cama ou tranquillaraente sentado ; accessos de angustia, principal- mente de noite ou de tarde, ou ao crepúsculo; disposição para chorar; idéas constante de haver offendido a todos, ou de não poder ser feliz; medo com propensão ao suicídio, ou excessivo temor da morte ; oppressão e afílicção na boca do es- tômago ; rosto quente e vermelho, etc. AURUM : grande angustia no coração, pranto, rogativas, palpitação no coração, desgosto de viver, e inclinação ao sui- cídio ; disposição para desesperar de si mesmo e da consideração dos outros, para tomar tudo em má parte, sendo incapaz do menor trabalho intellectual; zunido freqüente nos ouvidos, com dôr de cabeça; dôr de contusão na cabeça, em seguida a qualquer trabalho intellectual; soffrimentos hepaticos, etc. BELLADONA, quando ha: grande angustia, principalmente encontrando-se com alguém, com desejo de acomrnetter a todos. e lagrimas de arrependimento ; ou humor inquieto, sombrio ou lacrimoso, com apathia e indifferença; accessos eróticos; espasmos na garganta ou nos canaes ourinarios; excitação do appetite venereo, etc. IGN ATI A, havendo : disposição a permanecer silencioso, com os olhos fixos; idéas afflictivas, e completa indifferença para qualquer outra cousa; angustia.com palpitação do coração; grande disposição ao pranto; desejo de estar só; sensação de grande debilidade; suspiros freqüentes; rosto cadaverico, encovado; queda dos cabellos, etc. LACHESIS, se ha: angustia excessiva, e inquietação que obriga a procurar o ar livre; abatimento moral com disposição insuperável de abandonar-se á melancolia, de encarar tudo pelo lado máo, e desesperar mesmo de sua salvação; freqüentes suspiros, seguidos de consolação, etc. PULSATILLA, havendo: terror facil, angustia com desejo de afogar-se ; insomnia com angustia, ou somno agitado, com sonhos anciosos; contracção anciosa no peito, principalmente de tarde ou de noite, com suffocação ; desespero da felicidade eterno, com supplicas continuas, grande disposição para chorar, ou para estar tranquillamente sentado, com as mãos postas, etc. SULFUR, quando ha : anxiedade com inquietação a respeito de sua sorte, de seus negócios domésticos, e mesmo de sua CAP. V. AFFECÇÕES MORA lis 22M salvação; disposição a estar tranquillamente sentado, sem pensar em nada ou a desesperar-se e fugir; medo, angustia, ou disposi- ção para chorar, supplicar e lamentar-se das idéas Ímpias que involuntária e abundantemente atacão o doente; ou rosto pallido, grande indifferença, apathia, etc. £5^ Comparai: Alienação mental, Hypocondria e Nos- talgia. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas: espere-se a acção do medicamento por 4 ou 6 dias, para repeti-lo no caso de melhora, ou tomar-se outro. [Nostalgia.— Os melhores medicamentos são, em geral: caps. merc. ephos.-ac, ou ainda: aur. ou carb.-an. CAPSICUM é sobretudo indicado quando ha : rubor das faces, prantos freqüente e insomnia. MERCURIUS, havendo: grande anxiedade, com tremor e agitação, principalmente de noite, com insomnia; humor ri - xoso, que obriga a queixar-se de todos; desejo de fugir, etc PHOSPHORI-AC, quando ha : caracter taciturno, laconismo; espirito obtuso, estúpido; febre hectica, com desejo continuo de dormir, e suor abundante pela madrugada. TRATAMENTO.— 1 gotta* ou 5 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas : espere-se a acção do medicamento por 6 ou 8 dias para repetir ou tomar outro. Suicidio.— Propensão para o suicídio. Temos visto nos artigos antecedentes como a propensão para o suicidio acom- panha com tanta freqüência as alterações do espirito por causas de enfermidades; e podemos concluir que o suicidio, sendo uma desgraça quando provém da falta de educação, ou ura crime quando provém da falta de religião, é uma loucura bem lamentável quando provém de falta de saúde. Mas qual foi a medicina que até agora reconheceu como as moléstias podião conduzir ao suicidio ? e qual foi o remédio que essa medicina conheceu por acaso alguma vez para remediar esta disposição ao suicidio ? Nenhuma; nenhum. Só pela experiência pura é dado conhecer-se algum remédio ; e só pela homceopathia é que elle pôde empregar-se. E esta verdade nos induz ainda a outras considerações. Dissemos que o suicidio era uma desgraça quando provinha da falta de educação ; mas a falta de educação imprimindo ao espirito uma direcção viciosa no seu desenvolvi- 224 CAP. V. AFFECÇÕES M0RAF> mento, faz o mesmo que a causa de uma enfermidade qualquer, e o suicídio ainda neste caso é o final termo dessa enfermidade; compete aos homoeopathas encararem os signaes dessa falta de educação como outros tantos symptomas de enfermidade e applicar-lhes o remédio conjunctamente com os outros meios de que os homens podem e devem dispor para remediar as faltas de educação. E o mesmo se pôde dizer do suicidio por falta de religião, pois semelhante falta imprime ao espirito igualmente uma direcção má, e occasiona uma enfermidade com seus caracteres parliculares e seu fim desastroso no crime. li, já que falíamos dos crimes, applicar-lhes-hemos em geral <>s mesmos princípios. Nenhum homem em seu perfeito estado de saúde physica e moral commetterá crime nenhum ; pois alt- os mesmos crimes de momento, que homens aliás sempre bons têm commettido, são filhos de um estado passageiro de moléstia, pois que a cólera, o ei ume, a raiva, o despeito, o amor-próprio ou pundonor, e outros affectos da alma, que n'um momento se exaltão, e que cegão ao ponto de fazer com que o homem de bem commetta um crime, são outros tantos ataques repentinos de loucura, differindo do que são no homem avesado aos crimes só pela intensidade de momento e pela duração passageira: nestes os crimes são commettidos em resultado de uma loucura por accesso, e naquelle o crime foi commettido pela mesma loucura por ataque. Serve isto para concluirmos que, além da educação physica, moral e religiosa que desenvolva todas as faculdades e todos os órgãos em perfeita harmonia, para que uns não sejão subordinados por outros, nem predominem certas qualidades dcespirito a todas as outras, é necessário encarar o temperamento, o gênio, os hábitos, os pensamentos, as inclina- ções, a força ou fraqueza do espirito e do corpo, e todos os phenomenos da vida, como susceptíveis de serem influídos no seu modo de ser por causas de enfermidades, e também susceptíveis de ser reconduzidos a seu regular equilíbrio por medicamentos apropriados, istoé, homoeopathicos. E daqui se ronclue que a homceopathia tem de fazer á humanidade serviços de transcendente utilidade, chegando até a curar a disposição para os grandes crimes. Consulte-se a Pathogenesia, principalmente a de amb. am.-e ant. ars. aur. bell. hep. hyos. lach. mosch. natr.-m. nux.-vom. puls. rhus. e sulf. OAPIXUIiO VI AFFECÇÕES DA CABEÇA E DO COURO CABELLUDO As moléstias da cabeça estão ligadas intimamente com as que tratámos nos capítulos antecedentes; por isso o que vamos dizer deve ser combinado com a doutrina expendida, e mais com a dos capítulos seguintes, sem o que não será tão segura a escolha dos medicamentos. Alopecia e queda dos cabellos.— Os principaes medicamentos contra a queda dos cabellos, em geral, são: cale graph. hep. kal. lyc. nitr.-ac. phos.-ac. sil. e sulf. ; ou ainda também : aur. bare-e carb.-v. caust. chin. magn. merc. natr.- m. sep. staph. e zinc. O conium é o principal medicamento. A queda dos cabellos, sendo resultado de grandes moléstias agudas, pede com preferencia : hep. lyc. e sil., ou ainda : cal. carb.-v. natr.-m. phos.-ac e sulf.; e nas mulheres paridas empregar-se-ha com o melhor successo : cale lyc. natr.-m. e sulf. Para a queda dos cabellos resultado de perdas debilitantes são principalmente : chin. e fer., e se isso tem lugar por effeito de suor freqüente é merc que muitas vezes merece a preferencia. Se a queda dos cabellos é produzida por uma inquietação de espirito lenta são sobretudo : phos.-ac. ou staph., ou ainda também : caus. con graph. ign. e lach. A queda que se manifesta em seguimento de freqüentes emicraneas, ou cepiialalgias hystericas, pede cora freqüência : hep. ou nitr.-ac, ou ainda também : aur. phos. e sep. Aquella, finalmente, que é devida ao abuso do mercúrio, cede freqüentemente a hep. ou a carb.-v.; e a que provém do abuso da quina cede a bell. Quanto ás indicações que dá o estada do couro cabelludo e dos cabellos, poder-se-ha, havendo grande sensibilidade nos tegumentos da cabeça, consultar com preferencia : cale. bar.-c. carb.-v. chin. hep. natr.-m. sil. e sulf. Havendo grande prurido no couro cabelludo, principalmente em conseqüência de antigas erupções repercutidas : graph. kal. lyc rhus. sil. o sulf. 29 2 incipalmente abaixando-se; sensação como se a cabeça quizesse rebentar, sobretudo na testa, acima dos olhos, aggravada abaixando se ou tossindo; scintillação e obscuridade na visto; zunido nos ouvidos; desmaios freqüentes, palpitação do coração, etc; ou dores violentas, abrazadoras no cérebro e por todo elle, principalmente na testa; rosto vermelho e in- chado, olhos vermelhos com delirios ou acccessos de furor. (Depois de acon. convém freqüentemente bell,) TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se uma colher de chá de hora em hora, 2 em 2 horas, conforme a gravidade do mal. ARNICA, havendo: calor na cabeça com frio ou fresquidão no resto do corpo; pressão surda no cérebro, ou pulsações abra- zadoras, zunido nos ouvidos, vertigens com obscurecimento da vista, principalmente ao leventar-se estando deitado. 31 :>4:í CAP. VI. CVBEÇA TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 3a oua' dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 3 em 3 horas, com maior ou menor intervallo segundo a intensidade do ataque; e applica-se á parte contusa pannos molhados de uma solução de tint.-mãi de arnica, sendo esta solução 1 parte de arnica e 8 ou 10 d'agua. BELLADONA, quando ha : pressão violenta na testa, ou dores pronunciadissimas, abrazadoras e lancetantes em um lado da cabeça; augmento das dores a cada passo, a cada movimento, curvando-se, com rubor e inchação do rosto; olhos vermelhos; obscurecimento e s 'intillação da vista; zunido nos ouvidos; di- plopia; desejo de dormir; ou se ha: dores surdas e profunda- mente pressivas no cérebro, cora rodo pallido, desfeito, eperda dos sentidos, delírios e queixumes; ou se a dôr se manifesta depois da refeição, com languor, somnolencia, rigesa dolorosa da nuca, falia embaraçada, e outros symptomas precursores de um ataque apopletico. (Convém mais freqüentemente depois de acon.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chã de 3 em 3 horas. BRYONIA, se ha : dores compressivas nos dous lados da ca- beça, ou sensação abaixando-se como se tudo pela testa qui- zesse sahir; fluxo de sangue pelo nariz, que não allivia; olhos abrazados e lagrimosos, prisão de ventre. TU ATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 5a dynam em 3 colheres d'a ua, para dar-se 1 colher de chá de 4 em 4 horas. COFFEA, havendo: vivacidade e sobre-excitação morai ex- cessivas; insomnia, grande peso na cabeça; augmento da con- gestão failando; olhos vivos e vermelhos. TliATAMENTO.—l gotta ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, 1 colher de 4 em 4 horas. MERCURIUS, quando ha: plenitude na cabeça como se a testa quizesse arrebentar, ou que a cabeça estivesse apertada com uma faxa; ou se ha: aggravação durante a noite, com dores abrazadoras, dilacerantes como produzidas por uma verruma, ou lancetantes. (Convém fiequentemente depois de bell. ouop.) TRATAMENTO.—1 gotta ou o glóbulos da5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 6 em 6 horas. NUX.-VOM., se ha: sobre-excitação nervosa; sensibilidade CAP. VI. CABEÇA 243 dolorosa do cérebro, andando e movendo a cabeça; pressão nas fontes, sem allivio, quer se deite quer se levante; vista pertur- bada, com desejo de fechar os olhos sem poder conciliar o somno; grande peso na cabeça, maxime movendo os olhos, com sensação, meditando, como se a cabeça quizesse rebentar; ag- gravação sobre a madrugada, ao ar livre ou depois da refeição, e principalmente depois de haver tomado café. TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulosda5a ou 15a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 4 era 4 horas. OPIUM, se a congestão é violenta com grandes dores dilace- rantes; pressão na testa externamente; palpitações musculares nas fontes; olhar incerto; grando sede; boca secca; arrotos agros; vontade de vomitar ou vômitos. TR AYAMENTO—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a ou 15" dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se uma colher de chá de 4 em 4 horas. PULSATILLA, se a dôr é pressiva, semi-lateral, muito penivel e fatigante ; ou se ella começa do alto da cabeça ; propagando-se até á raiz do nariz ou vice-versa ; melhoramento envolvendo a cabeça em um lenço, ou apertando-a, ou também andando; aggravação estando sentado ; cabeça pesada; rosto pallido com vertigens; humor chorão, calafrios, anxiedade, temperamento frio e fleugmatico, etc. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5* dynam. em 3 colheres dágua, para dar-se 1 colher de ohá de 6 em 6 horas. RHUS.-TOX., se a congestão é acompanhada de dores abra- zadoras, pulsativas, com plenitude na cabça, peso pressivo, ou comichão, ou vacillaçãoe balanceamento do cérebro, e principal- mente se as dores se manifestão depois da refeição. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. VERATRUM, se a congestão se manifesta com palpitações pressivas, ou dores semi-lateraes, ou sensação como se 0 cé- rebro estivesse pisado, ou dôr constrictiva com sensação de constrirção na garganta; rijeza dolorosa da nuca; ourinas abundantes e aquosas, náuseas, vômitos, etc. (Comparai Cepha- lalgía.) Como rhus. 2\í CAP. VI. CABEÇA Convulsões ou movimentos convulsivos da cabeça.— Cupr. lyc. rhod. sep. staph. stram. thuy. (Vede cap. 23.) Craneo nimiamente volumoso.—Para o volume nimia- mente considerável da cabeça, com fontanella tardia em fechar-se, nos meninos escrophulosos, os melhores medica- mentos são : bell. cale puls. rut. sab. sil. e sulf. (Vede também Escropuulas.) TRATAMENTO. — 4 glóbulos da 30a dynam. de qualquer destes medicamentos, para dar-se 1 colher de chá de 12 em 12 horas. Dores nos ossos da cabeça.—Arg. aur. nitr.-ac. rhod. Estremeci aaentos de cabeça.—Alum. cie ; e parti- cularmente dos músculos : arg. e lach. Exostoses no craneo.—São: aur. daph. e puls. que merecem ser consultados com preferencia se as exostosis são o resultado de abusos do mercúrio : mas para as exostosis syphi- liticas é merc que merece a preferencia e mezer. . TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a, 15a ou 30a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas : espere-se 4 ou 5 dias para repetir-se o medicamento ou tomar se outro. Fadiga da cabeça por trabalhos intellectuaes. — Os melhores medicamentos são : núx.-v. e sulf., ou também: aur. cale lach. natr. natr.-m. puls. esil. (Comparai cap. 1", Fadiga POR ESEORÇOS INTELLECTUAES.) Fraqueza de memória e inaptidão para a medita- ção.—Os melhores medicamentos são, em geral: arn. aur. cale carb.-v. chin. lach. merc. natr. natr-m. nux.-v. puls. rhus. sil. staph. sulf. e verat. Se este estado fôr resultado de perdas debilitantes, são principalmente : chin. nux.v. e sulf. que merecem ser consul- tados. (Comparai cap. Io, Fraqueza.) Sendo resultado de um excesso de estudo ou trabalhos intellectuaes muito fatigantes : nux.-v., ou ainda mesmo: aur. cale lach. natr. natr.-m. puls. e sil. Em conseqüência de lesões mecânicas, de um golpe, de uma queda sobre a cabeça, etc. : arn., ou talvez ainda: cie merc, ou rhus. Em resultado do abuso de bebidas espirituosas, sobretudo : GAP. VI. CABEÇA 24o nux.-v., ou cale lach. merc. op. puls. e sulf. (Comparai cap. Io, Bebedice.) Em resultado de grandes emoções moraes, como : susto, pezar, cólera, etc, sobretudo : acon. cham. staph., ou mesmo : phos.-ac. op., etc. (Comparai cap. 1", Emoções moraes.) Pela influencia da humidade, principalmeute: carb.-v. rhus. e veratr., ou ainda : cale dulc. puls. ou sil. Com congestão de sangue na cabeça, sobretudo : bell. chin. merc rhus. e sulf. (Comparai Cepualalgias, Congestão, etc.) TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos da5a, 15a ou 30a dynam. em 4 colheres d'agua, para tomar-se 1 colher de 12 em 12 horas : espere-se a acção do medicamento por 4 ou 6 dias, para repeti-lo no caso de melhora ou tomar outro. Hydroeepbal© ou hyoropisia na cabeça.— Os melhores medicamentos contra o hydrocephalo agudo são : acon. e bell., ou mesmo: arn. bry. e bell., se nem acon. nem bell. forão sufficientes. Além dis-o tem-se recommendado : cin. con dig. hyos. lach. merc. op. rhus. sil. stram.—Cham. ? Para o hydrocephalo chronico, são sobretudo: ars. bell. e sulf. que se têm indicado como medicamentos mais efficazes. Quanto aos detalhes para os medicamentos a consultar, comparai Meningitis. TR VTAMENTO.— De qualquer dos medicamentos indica- dos, 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de 3 em 3 horas nos casos agudos, e com maiores intervallos nos casos menos graves. Inchação da cabeça.—Ars. bell. cham. cupr. daph. lach. rhus;—com dôres: daph. ;—semi-lateral : daph. ;—nos recém-nascidos: ars.;—mais na fontanella anterior: rhus. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. Lobinhos na cabeça —São principalmente : cale daph. graph. e kal. que com melhor successo se terá em- pregado contra esta sorte de tumores enkistados. Talvez poder- se-ha consultar também : hep. sil. e sulf. lleningitis e enccphtilitis, ou i^fl&iBiima- çâo nas membranas do cérebro ou na pró- pria substancia delle.— E' para maior facilidade na pratica que reunimos as inflammações do cérebro e dos seus 246 CAP. VI. CABEÇA envoltórios em um mesmo artigo, visto que na maior parte dos casos ha com effeito complicação dos symptomas destas affecções. O melhor medicamento contra inflammações cerebraes em geral é bell., que algumas vezes se pôde fazer preceder por acon. Em alguns casos particulares tem-se também empregado : bry. hyos. op. stram. e sulf., e talvez que em outros poder-se-ha ainda consultar: camph. canth. cupr. dig. bell. hyos. lach. merc. A inflammaçãó cerebral nas criaças poderá exigir, além de bell., ainda: acon. cin. hell. lach. e merc. A que provém de um golpe de sol parece exigir com pre- ferencia: bell. ou camph., ou talvez ainda: lach. ou rhus. A que vem em conseqüência de congelação ou violento res- friamento da cabeça : aem. ou bry., e pôde ser ainda: ars. dulc. nux.-vom., ou hyos. A inflammaçãó cerebral, resultado da repercussão de uma erysipela, ou de outro exanthema, como a escarlatina, etc, exige com preferencia : bell. ou rhus, e talvez ainda: lach. lyc. ou merc, ou mesmo: phos. ? e resultando da suppressão de uma othorréa : merc. puls. ou sulf. Se a inflammaçãó cerebral ameaça transformar-se em hydro- cephalo, são sobretudo : bell. merc. ou lach. que se acharáõ muitas vezes indicados ; e se o hydrocephalo está já declarado, serão, além de bell. lach. e merc, ainda: arn. dig. e bell., ou mesmo: ars. cin. con. hyos. op. e stram. que se poderão consultar. Quanto ás indicações particulares pelos symptomas, poder-se- ha consultar com preferencia: ACONITUM, principalmente no começo da moléstia, ou quando ha : grande febre iuüammatoria, com divagação e delírio furioso, dôres violentas, abrazadoras, pelo cérebro todo, e principalmente na testa ; rosto vermelho e inchado, olhos vermelhos, etc. BELLADONA, se o doente enterra a cabeça no travesseiro, e que o menor ruido e a menor luz o exaspera; ou havendo : dôres violentas, abrazadoras e lancetantes na ccbeça : olhos vermelhos e scintillantes, com olhar furioso; rosto vermelho e inchado; somno soporoso, cora olhos convulsos e meio abertos ; grande calor na cabeça, com pulsação violenta das carótidas ; inchação das veias da testa; perda dos sentidos e da falia, ou queixumes, CAP. VI. CABEÇA 247 ou delírios violentos; movimentos convulsivos dos membros; cons/ricção espasmodica da garganta, com difficuldade de engolir e outros symutomas de hydrophobia, vômitos, dejecções e ouri- nas involuntárias, etc. BRYONIA, quando ha: calafrios prolongados com rubor do rosto, calor na cabeça, e grande sede ; desejo continuo de dormir, com delirios, sobresaltos, gritos e suor frio na testa dôres pressivas abrazadoras na cabeça, ou picadas que atra- vessão o cérebro. CINA, se ha: vômitos com a lingua limpa, ou evacuação de lombrigas, quer por cima quer por baixo. HYOSCYAMLTS, se ha : somnolencia e perda dos sentidos, com delirios acerca de seus negócios, cantos, queixumes e sorriso ; carphologia, sobresaltos. etc. OPIUM, quando ha : somno lethargico, com ronqueira e olhos meio abertos, e atordoamento depois de acordar: vômitos freqüentes; apathia completa, com ausência de qualquer desejo ou queixa. STdAMONIUM, quando ha: somno quasi natural, porém com estremecimentos dos membros, gemidos, inquietação, e sem discernimento depois de ter despertado ; ou quando ha : olhar fixo, desejo de retirar-se de uma maneira vagarosa e medrosa, ou de fugir, com gritos e medo : grande calor febril, rubor do rosto, e pelle humida. TUAT VMENTO.—De qualquer dos medicamentos mencio- nados, 1 gotta ou 5 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de hora em hora. de 2 ou de 3 em 3 horas, conforme a gravidade do mal, espaçando á medida das melhoras. Nevralgias nas fontes.—Bell. bry. cham. nux.-vom. puls.—na testa: merc. (Vede caps. l.° e 6.°.) TRATAMENTO. — 1 gotta ou 4 glóbulos em 3 colheres d'agua, 1 colher de chá de 4 em 4 horas. Plica polaca.—São principalmente: zinc, ou talvez mesmo : bor. ou lyc. que merecem ser consultados contra este estado mórbido dos cabellos. Não tratámos ainda esta enfer- midade, mas julgamos que con.-mac. lhe deverá ser profícuo, por ser um dos remédios que maior acção têm nas moléstias do couro cabelludo. Tinha.— Os melhores medicamentos, em geral, são : ars. 248 CAP. VI. CABEÇA cale hep. lyc. rhus. e sul., assim como: bare-c graph. oleand. phos. sep. staph. e zinc.—Liny.-cervin. Para a tinha secca (tinha furfuracea, amiantada), são sobre- tudo : sulf., ou cale; ou também ainda : ars. hep. phos. rhus. Para a tinha humida (achor, favus, tinea favosa nuciflora), são principalmente : lyc. e sulf., ou : hep. rhus. e sep., ou ainda : bar.-c cale cie graph. oleand. staph. e zinc. Havendo simultaneamente soffrimentos escrophulosos, como engoroitamento das glândulas da nuca e do pescoço, etc., são principalmente: ars. bary. cale sil. staph. e sulf., ou ainda mesmo: bry. ou dulc Tremor na eabeça: bell. coce hyos. tart. (Vede Movimentos CONVULSIVOS ) TRATAMENTO.—De qualquer destes medicamentos 1 ou 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. era 6 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas; espere-se a acção do medicamento 6 ou 8 dias, para repeti-lo no caso de melhora ou tomar-se outro. Vertigens.—Ainda que ordinariamente as vertigens não sejão senão um phenomeno symptomatico, que desapparece com a cura da causa, ha entretanto casos em que são o symptoma saliente de uma affecção, e podem por assim dizer ser comba- tidas directamente. Os melhores medicamentos neste c; so, em geral, são: acon. ant. arn. bell. cham. chin. con. bep. lach. lyc. mer. nux.-vom. op. puls. rhus. sil. e sul., ou ainda : cale. cin. coce lyc petr. phos. e sec Para as vertigens provenientes de incommodos do estômago, são sobretudo: acon. ant. arn. beb. cham. merc. nux-vom. puls. e rhus.; e acompanhadas de náuseas e vômitos, maxime em pessoas gottosas: ant. lach. e sulf. Para as vertigens por cansa nervosa, principalmente: arn. bell. cham. chin. cin. hep. nux.-vom. puls. e rhus.—Mosch. Para as que procedem de congestão de sangue, sobretudo- acon. arn. bell. chin. con. lach. merc nux.-vom. op. puls. rhus. sil. sulf., etc As que se manifestão depois de antigas ulceras repercuti- das, reclamão com preferencia: cale ou sulf. As provocadas pelo movimento de uma segf, principal- mente: hep. e sil., ou talvez ainda: coce. e petr. CAP. VI. CABEÇA 249 Quanto aos detalhes a tomar em consideração na escolha dos medimentos apontados, poder-se-ha consultar com prefe- rencia : ACONITUM, se as vertigens se manifestão principalmente endireitando-se, estando deitado, ou abaixando-se, tendo ao mes- mo tempo : náuseas, arrotos e vômitos, ou obscurecimento da vista, perda dos sentidos, embriaguez e vertigens. ANTIMONIUM, se ha : estômago desordenado, com náuseas e vômitos, repugnância aos alimentos, etc. ABNIGA, se as vertigens se manifestão em conseqüência de uma refeição muito abundante, ou estando a comer, com náu- seas, obscurecimento da vista, vertigens, rosto vemelho, etc. BELLADONA, contra: vertigens com angustia, perturbação ou perda da intelligencia, e obscuridade da vista; ou com titu- beação, náuseas, tremor das mãos e scintillamento diante da vista; apparecimento dos accessos, principalmente abaixando-se ou endireitando-se. CHAMOMILLA, se as vertigens se manifestão principalmente de manhã ao levantar-se, ou depois da refeição, e sobretudo de- pois de haver tomado café; com obscurecimento da vista, ou mesmo com accesso de desfallecimento. CHINA, se as vertigens apparecem principalmente levan- tando a cabeça (ou durante o movimento), com sensação de fra- queza da cabeça, a ponto de faze-la pender para um lado. CONIUM, quando ha : vertigens que obrigão a andar á roda, a cahir de lado, principalmente olhando para trás; sensação de peso e de plenitude na cabeça; fraqueza de memória e esqueci- mento facil. HEPAR, contra vertigens provocadas pelo movimento de uma sege, ou simplesmente com o mover da cabeça; ou com náu- seas, atordimento, accesso de desfallecimentos e obscureci- mento da vista. LACHESIS, contra: vertigens com pallidez do rosto, desfalle- cimento, náuseas e vômitos, fluxo de sangue pelo nariz, etc, e principalmente se as vertigens se manifestão de manhã ao le- vantar-se, ou havendo também perda da razão, ou estupor, em- briaguez, atordimento, etc MERCURIUS, se as vertigens se apresentão ao levantar-se ou endireitando se, ou exacíamente á tarde, com náuseas, obscuri- dade da vista, calor, angustia e vontade de se deitar. 32 250 CAP. VI. CABEÇA NUX.-VOM., se as vertigens se manifestão durante ou depois da refeição, ou durante um passeio ao ar livre, abaixando-se (ou emquanto medita), de manhã, ou de tarde, na cama, e sobre- tudo estando deitado de costas; com atordoamento na cabeça, risco de cahir, ou com zunido dos ouvidos, obscurecimento da vista, ou accessos de desmaio, e perda dos sentidos. OPIUM, contra: vertigens, resultado de um susto, mormente havendo ao mesmo tempo: tremor, fraqueza, atordimento, zu- nido nos ouvidos, obscuridade da vista, e que as vertigens ve- nhão principalmente endireitando-se na cama, obrigando a deitar-se. PULSATILLA, contra : vertigens que obrigão a cahir, ma- nifestando-se principalmente levantando os olhos ou estando sentado, ou abaixando-se, e maxime de tarde, na cama, ou de- pois da refeição; com peso na cabeça, zunido nos ouvidos, calor, ou pallidez do rosto; obscuridade da vista; náuseas e vontade de vomitar. RHUS.-TOX., contra vertigens que se mamfestão princi- palmente de noite, deitando-se, com apprehensao de cahir ou morrer. SILICEA, se as vertigens se manifestão sobre a madrugada ou levantando os olhos; indo de sege; abaixando-se; e em con- seqüência de qualquer emoção moral, com.risco de cahir; náu- seas, vontade de vomitar; ou se parecem remontar do dorso para a nuca e cabeça. SULFUR, contra: vertigens que se manifestão principal- mente estando sentado, subindo, ou depois da refeição, de ma- drugada, de tarde ou de noite; com náuseas, desfallecimento, ou fluxo de sangue pelo nariz. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos acima mencionados: 1 gotta ou 4 glóbulos em 3 colheres d'agua para tomar-se 1 colher de 8 em 8 horas. ADDITAMENTO AO CAPITULO VI Bossas, tuberosidades, pequenos tumores: cale daph. hell. nux.-v. petr. puls. rhus. rut. sep. silic.;—dolorosas : hell. nux.-v. puls. rut.;—no couro cabelludo, como lentilhas com CAP. VI. CABEÇA 251 dôr de escoriação, quando se cossão ou tocão: anae;—com dôr de furunculo, ao tocar, e pruriginosas: phos.;—pruriginosas : natr.;—suppurantes : cale kali. Crostas no couro cabelludo: natr.-m.; — elevadas, adhe- rentes, pequenas entre os cabellos: merc;—humidas no couro cabelludo : cale silic.;—que durante a noite as crianças arra- nhão e sangrão, acompanhadas de inchação das glândulas do pescoço e ulcera purulenta: lycop.;—pequenas, isoladas na cabeça : bar.;—no couro cabelludo : petr.;—pruriginosas, por si ardentes depois de cossadas: mere;—seccas no alto da cabeça: daph.;—ulcerosasno couro cabelludo: ars. Descamação do couro cabelludo e escamas sobre a cabeça : cale graph. kali. lach. oleand. staph.;—com prurido: alum. magn. staph. Efflorescencias : agar. kali.;—no couro cabelludo atrás das orelhas, com dôr tensiva : argen.;—acima das fontes, com dôres de suppuração ao tocar: tarax.;—crustosas sobre o couro cabelludo, na parte lateral da cabeça, com dôr de ulceração pela cossadura: ars.;—insensiveis no occiput: cyclam.;—no lado todo da cabeça: bar.-e;—pequenas, com prurido na ca- beça: bor.;—pruriginosas no couro cabelludo: cham. natr. silic. staph. zinc;—semelhantes a tumores urticarios no couro cabelludo, com dôr de escoriação ao tocar : hep.;—vermelhas, com dôr- de ulceração pelas cossadura, ars.;—dolorosas, cuja ponta termina com pus : nux.-v. Eminência tuberosa no couro cabelludo: silic. Erupções em geral: arg. bar.-c. cicut. licop. mere nitr.-ac. petr. staph. sulf.-a.;—ardentes: cicut. mere oleand.;—com botões: amon. argent. ciem. fer. kreos. sulf.;—na cabeça: petr.;—como botões no pescoço: cale;—com pus considerá- vel : licop.;—consideráveis no couro cabelludo : cicut.;—crus- tosas (tinha): alum. ars. bare cale hep. lycop. rhus. sulf. (Vede cap. 6o, Tinha);—darthrosas: rhus;—-dolorosas ao tocar: bep. rut.;—com dôr de chaga : hep.;—com dôr de suppuração interior ao tocar: graph.;—escamosas : oleand.;—fétidas: lycop. staph. sulf.;—humidas, corrosivas no couro cabelludo : mere; —humidasno vertex: graph.;—humidas, crustáceas, prurigino- sas no couro cabelludo : nit.-a;—humidas na cabeça, sem pru- rido e com dôr de suppuração interior ao tocar: graph.;—hu- midas, suantes : alum. ciem. graph. hell. nitr.-ac oleand. staph. 2."i2 GAP. VI. CABEÇA silic.;—produzindo na cabeça comichão que obriga a arranhar: lycop.;—pruriginosas : mez. rhus. staph. sulf.;—ánoite: rhus. oleand.; —crustáceas no couro cabelludo, immediatamente acima das orelhas ou por detrás : staph.;—na extremidade da parte cabelluda da nuca, fontes e sobrancelhas : natr.-m.;— purulentas: cicut. lycop. rhus :—cora pus amarello: mere;— pus verde : rhus.;—pustulosas no couro cabelludo : ars. berb. ciem. puls.;—estragando os cabellos: merc. rhus.;—seccas: bar.-c. merc rhus.;—sobre toda a cabeça, com dôr geral quando se tof a em um só ponto: mere Escoriação dolorosa: angust. bry. dros. Formigação: arn. chelid. colch. Furunculo: led. Nodoas furfuraceas: kali. Nodosidades no couro cabelludo: antim. hep. silic;—gros- sas com dôr, que augmenta ao tocar: mag.-m.;—prurigi- nosas na cabeça e nuca: silic;—vermelhas no couro cabel- ludo : nux.-v. Phlyctenas : ciem. (Vede cap. 2o, Herpes phlyctenoides.) Picadas: amon. berb. caust. chin. euphr.;—nos lados da cabeça: phos.;—nas fontes: hell.-nig. nig. euphr. rhus.;— na testa: chin. euphr. Placa crustácea no alto da cabeça, com dôr violenta de esco- riação ao tocar: granh.;—escoriada na cabeça : bor. merc. sep. sulf.; —com ulceração : nitr.-a.;—sobre o couro cabelludo, com prurido : bor. Prurido: graph. oleand. rhod.;—ardente: ars. mere;— corrosivo no couro cabelludo e apparição de efflorescencias pur- pureas: rhus.;—violento, crosta e suor de um liquido seroso: staph. Raghadura, depois de cossar : oleand. Sensação de frio: cale sulf. veratr.;—que vem da nuca: chelid ;—desde o vertex até o sacrum : laur.;—como de gottas d'agua que cahem na cabeça: canab. Sensibilidade no couro cabelludo: carb.-v. chin. merc. Suor na cabeça: acon. bell. bry. cale sep. verat. Tumor no couro cabelludo com dôr de ulceração : puls. Vesiculas na parte do occiput, com dôr de escoriação aug- mentando ao tocar: oi. anae; —pequenas, vermelhas, com co- michão penivel sobre o couro cabelludo: bor. CAPITULO VII AFFECÇÕES DOS ÓRGÃOS DA VISTA Amblyopia, 011 fraqueza da vista.—A fraqueza nervosa da vista podendo ser produzida por muitas influencias, ou exteriores, ou internas, está em relação com um sem nu- mero de differentes desordens no resto do organismo; não ha quasi medicamento algum que, conforme o caso, não possa ser efficaz nesta affecção. Donde se segue que, posto que nos limi- tássemos a citar os medicamentos os mais importantes, não deixa de se achar indicado um numero assaz considerável. Gomo, porém, procuramos em seguimento estabelecer uma serie de indagações para a escolha, achar-se-hão sempre bas- tantes pontos de apoio que sirvão facilmente de guia n'um caso dado. Os melhores medicamentos contra os diversos casos de Am- blyopia, são, em geral: anae aur. bell. cale caus. chin. cie cin. dros. hyos. merc. natr.-m. nux.-vom. phos. puls. rut. sep. sil. sulf. e veratr., ou ainda: agar. cann. caps. con. croc. dig. dulc. euphr. guai. kal. lach. lyc. magn. natr. nitr.-ac. op. plumb. rhus. sec spig. tart. vip.-e e zinc. Para a Amblyopia propriamente dita (simples fraqueza da vista, ou vista perturbada), são principalmente: anae bell. cale caps. cin. croc. hyos lyc. magn. puls. rut. sep. e sul., ou ainda: cann. caust. natr. natr.-m. phos. plumb., etc. Contra a Amblyopia amaurotica (Amaurosis em principio), poder-se-ha consultar: aur. bell: cale caps. caus. chin. cie con. dros. dulc hyos. merc. natr. natr.-m. nitr.-ac op. phos. puls. rhus. sec. sep. sil. sulf. e veratr., ou ainda mesmo: agar. caps. cin. dig. euphr. guai. kal. lyc. n.-mosch. plumb. vip.-e zinc. etc.—Anae coccul. Para a Amaurosis completa, se todavia não é incurável, em geral são os mesmos medicamentos próprios á Amblyopia amau- rotica que devem ser consultados, tendo-se presente que não é o gráo de uma affecção, mas o complexo dos symptomas, quem determina a escolha. Tudo quanto se pôde fazer neste caso é lançar mão com preferencia daquelles medicamentos mais effi- cazes, como bell. cale merc. phos. sep. sul. etc.; salvo sempre 2;í í CAP. Vil. VISTA se tem de recorrer sem hesitar a este ou aquelle dos outros já apontados, se o complexo dos symptomas o exigir. iPara a Amaurosis erectiva ou irritativa, poder-se-ha con- sultar com preferencia: bell. cale cie con. hyos. merc. nitr.- ac. op. phos. sep. sulf., etc. Para a Amaurosis languida, ao contrario: aur. caps. caust. chin. dros. dulc. natr. natr.-m. op. phos.-ac. plumb. sec. ve- ratr., etc. Quanto ás causas exteriores que tenhão originado a fra- queza da vista, poder-se-ha, se são trabalhos delicados, con- sultar com preferencia: bell. ou rut., ou talvez ainda: cale carb.-v. e spig. Se são causas debilitantes, quaes a perda de humores, ex- cessos sexuaes, ele, sobretudo : chin. ou cina., e talvez mesmo: anae cale natr. natr.-m. nux.-vom. ou sulf.; ou talvez tam- bém : phos.-ac. ou sep. Nas pessoas dadas ás bebidas espirituosas : chin., ou cale nux.-vom., ou sulf. Em resultado de um resfriamento, quer da cabeça quer dos olhos: bell. e dulc, ou cham. euphr. merc. nux.-vom. puls. sulf., etc. Por causa de lesões mecânicas, como golpes na cabeça, gran- des commoções, etc: arn. con. euphr. rhus. rut. e staph. Nos velhos ou pessoas de avançada idade, principalmente : aur. bar.-c. con. op. phos. e sec. Nas pessoas escrophulosas, sobretudo: bell. cale chin. cin. dulc. merc e sulf.; ou também: aur. euphr. hep. nux.-vom. ou puls., etc. Era seguida a uma metastasis arthritica, sobretudo : ant. bell. merc. puls. rhus. spig. sulf., etc. Por causa rheumatica, principalmente: cham. euphr. lyc merc. nux.-vom. puls. rhus. spig. e sulf.; ou também: caus. hep. lach., etc Em seguimento á suppressão de uma erupção, ou corrimento mucoso: chin. euphr. hep. lyc. puls. sil. sulf., etc. Em seguida á suppressão de uma hemorrhagia habitual, como Hemorrhoidas, Menstruação, etc: bell. cale lyc. nux.-vom. phos. puls. sep. sulf., etc. Depois da repercussão de um exanthema, ou erupção : bell. cale caust. lach. lyc. merc. sil. sulf., etc. CAP. VII. VISTA 2Õ.T Depois de abuso do mercúrio, ou outras substancias metal- licas, sobretudo: sulf., ou hep. nitr.-ac. esil., ou também: aur. bell. carb.-v. chin. lach. op. puls., etc. Quanto ás indicações exigidas pelas affecções dos outros órgãos,' com quem a fraqueza nervosa da vista pôde estar em relação, consultar-se-ha, se estiver ligada a cephalalgias ner- vosas: aur. bell. cale hep. nitr.-ac nux.-vom. phos. puls. sep. sulf., etc Se eãtá em relação com congestões de sangue na cabeça: aur. bell. cale chin. hyos. nux.-vom. op. phos. sil. sulf., etc. Com moléstias da orelha ou do ouvido, sobretudo: cie nitr.- ac. petr. phos. puls., etc. Com dôres gástricas e abdominaes, principalmente: ant. cale caps. chin. coe lyc. natr.-m. nux.-vom. phos. puls. sulf. tart., etc. Com desordens do systema uterino, sobretudo: aur. bell. cie coce. con. magn. natr.-m. nux.-vom. phos. plat. puls. rhus. sep. stram. sulf. etc. Com affecções pulmonares : cale cann. hep. lach. lyc. natr.- m. phos. sil. sulf., etc. Com moléstias do coração : aur. cale cann. carb.-v. dig. lach. phos. puls. sep. spig. spong., etc. Com affecções espasmodicas, epilepsia, etc; bell. caus. cie. ign. hyos. lach. op. sil. stram. sulf., etc. Quanto ás indicações, finalmente, fornecidas pelos sympto- mas, é claro, á vista do que precede, que não é bastante notar somente os da vista lesada e dos olhos, devendo attender-se a tudo quanto offerecer o complexo do organismo. Mas por tal maneira podem ser estes symptomas variados que seja abso- lutamente impossível traçar quadros sufficientes sem repetir toda a pathogenesia dos remédios citados; limitar-nos hemos, pois, a indicar aquelles que têm relação com a vista, deixando aos práticos o cuidado de completar essas indicações pelos sym- ptomas do texto. Sem que se esqueção essas pesquizas comple- mentares, poder-se-ha consultar com preferencia : AURUM, se ha: chammas azuladas e faíscas diante dos olhos; hemyopia, que faz parçcer que os objectos estão cortados por linha horizontal; dôres tensivas nos olhos. BELLADONA, havendo: pupillas dilatadas, e mesmo insen- síveis; photophobia; movimentos espasmodicos dos olhos ou das 2-iO CAP. VII. VISTA palpebras, por causa da luz ; chammas, faiscas, ou nevoeiro, ou manchas e pontos negros, ou manchas coloridas, ou pratea- das, diante da vista; cegueira nocturna, desde que o sol se põe; dipoplia; aspecto vermelho dos objectos, que algumas vezes mesmo parecem voltados de baixo para cima; picadas nos olhos, ou dôres pressivas ou expansivas até ás orbitas e á testa; rosto vermelho. CALCAREA, contra: vista nublada como através de um ne- voeiro, de um véo, de um frouxel ou pello tenuissimo, princi- palmente tendo, ou depois da refeição, com pontos negros diante dos olhos; photophobia excessiva, com otfuscação da vista por uma luz mui viva; pupillas muito dilatadas; pressão ou sen- sação de frio nos olhos. CAUSTICUM, contra : perda súbita e freqüente da vista com sensação como se diante dos olhos se puzesse uma pellicula; ou vista perturbada como através de um véo ou nevoeiro; delgados fios negros volteando, ou faisca e scintíllamento diante dos olhos; photophobia. CHINA, se ha: vista fraca a ponto de somente distinguir, e de perto, o contorno dos objectos; lendo, confusão dos caracte- res, que parecem pallidos e cercados de uma orla branca; pu- pillas dilatadas e pouco sensíveis, cornea embaciada, como se houvesse fumo no fundo do olho; scintillação diante dos olhos, ou pontos negros, volteantes; melhoramento da vista depois de ter dormido. CICUTA, quando ha : suspensão freqüente da vista, como por ausência do juizo, com vertigens, principalmente andando; vas- cillação dos objectos diante dos olhos, e mobilidade dos carac- teres lendo; diplopia; obscurecimento freqüente dos olhos, al- ternando com dysecéa; olhos fechados, photophobia, e ardor nos olhos; cephalalgía pressiva acima das orbitas. C1NA, contra: turvação da vista lendo, a qual desapparece esfregando-se os olhos; pupillas dilatadas; photophobia; pressão nos olhos, como causada por arêa, maxime lendo. DROSERA, contra: freqüente cessação da vista, principal- mente lendo, com confusão e aspecto pallido dos caracteres; photophobia, cora offuscação da vista pelo clarão do fogo, e claridade do dia; grande sequidão dos olhos; nariz secco e en- tupido, picadas nos olhos. CAP. VII. VISTA 251 HYOSCYAMUS, se ha ; pupillas dilatadas; freqüentes espas- mos dos olhos ou das palpebras; erros da visão; todos os ob- jectos parecem coloridos de encarnado ou maiores do que real- mente são; dôres pressivas, atordoantes, acima dos olhos. MERCURIUS, contra: vista turva, como por ura nevoeiro; repetidas vezes perda momentânea da vista; pontos negros; moscas esvoaçando; chammas e faíscas diante dos olhos, acces- sos momentâneos de repentina cegueira; mobilidade dos caracte- res lendo; excessiva sensibilidade dos olhos, principalmente ao clarão do fogo e á claridade do dia; dôres incisivas, lancetantes ou pressivas, nos olhos, maxime cansando-st a vista (pupillas dilatadas, ou mesmo insensiveis). NATRUM-MUR., se ha: freqüente obscurecimento da vista, principalmente abaixando-se ou andando, lendo ou escre- vendo, etc, vista perturbada, como por frouxel, ou através de um véo; confusão dos caracteres lendo; diplopia; hemyopia; pontos negros, traços luminosos e scintillantes diante dos olhos; freqüente lagrimação. NUX.-VOM., quando ha : scintillação, ou pontos negros, ou cinzentos diante dos olhos, ou scintillas, como relâmpagos, ex- cessiva sensibilidade dos olhos á claridade do dia, principalmente de manhã; pressão violenta dos olhos por pouco que se canse a vista; rosto vermelho; pupillas dilatadas; freqüente peso. e con- tracção das palpebras. PHOSPHORUS, contra: accessos de cegueira repentina de dia, ou obscurecimento da vista, que faz parecer tudo coberto com um véo cinzento; grande semibilidade dos olhos á claridade do dia e á luz das velas, com offuscação da vista pela luz viva; reflexos negros, ou scintillas e moscas negras diante dos olhos, orbitas e testa; lagrimação freqüente, maxime ao ar livre e ao vento. PULSATILLA, se ha: freqüente desapparecimento e escure- cimento da vista, com pallidez do rosto e vontade de vomitar; cegueira no crepúsculo, com sensação como se os olhos esti- vessem cobertos com uma facha; ou vista perturbada, como através de um nevoeiro, ou qualquer outra cousa que se levan- tasse esfregando-lhe os olhos, principalmente ao ar livre, ou de tarde ou de manhã ao despertar; diplopia, aspecto pallido de todos os objectos; círculos luminosos ou brilhantes diante dos olhos; photophobia, com picadas nos olhos, tocando-lhes a luz; 33 2.1.N CAP. VII. VISTA lagrimação freqüente e abundante, sobretudo ao ar livre, ao vento, e á viva claridade do dia; pupillas contrahidas. RUTA, havendo • vista turva como através de um nevoeiro, com obscuridade completa em distancia; pontos negros vol- teando diante dos olhos; dôres pressivas ou abrazadoras nos olhos, cansando a vista, principalmente com a leitura; lagri- mação ao ar livre. SEPIA, se ha: vista perturbada, principalmente lendo ou escrevendo; pupillas contrahidas, véo, manchas negras; pontos e traços luminosos diante da vista; de dia, photophobia, pressão dolorosa sobre os globos dos olhos. SILICEA, contra: vista escura, como através de um véo cin- zento, de dia; accessos momentâneos de cegueira; confusão e as- pecto pallido dos caracteres, lendo; faíscas e manchas negras diante dos olhos; photophobia e offuscação da vista pela claridade do dia; lagrimação freqüente, principalmente ao ar livre; pica- das na testa que parecem sahir pelos olhos. SULFUR, contra: vista escura como através de um nevoeiro, ou como se tivessem um írouxel, ou um véo negro diante dos olhos; obscuridade freqüente da vista, principalmente lendo; photophobia maxime ao sol, e durante um tempo quente e aba- fadiço, com offuscação da vista á claridade do dia; accessos de cegueira repentina de dia; scintillação e manchas brancas ou moscas esvoaçando; pontos e manchas negras diante dos olhos; dôres dilacerantes, abrazadoras, na cabeça e nos olhos; lagri- mação abundante, principalmente ao ar livre; ou grande sequi- dão dos olhos, maxime na câmara; pupillas desiguaes, dilatadas e insensiveis. VERATRUM, quando ha: cegueira nocturna; faíscas e man- chas negras diante dos olhos, principalmente deixando a cama, ou a sua cadeira; lagrimação abundante, com abrazamento, dôres incisivas, e sensação de sequidão nos olhos; diplopia, photophobia, etc. VIPERA-COR., quando ha: necessidade de fechar os olhos, como quando ha febre ; picadas mui vivas nos ângulos externos dos olhos; vista de filamentos brancos volteando, de um véo branco-azulado. de um disco negro de três ou quatro pollegadas de diâmetro; extrema sensibilidade á água fria; violenta photophobia ; rubor das conjunctivas e hemorrhagia ; completa CAP. VII. VISTA 259 cegueira de tempos a tempos; humor misanthropo e rixoso; eólicas; diarrhéa, etc. «ê^* Comparai: Ophthalmia, Hemeralopia, Nyctalopia, Photophobia, etc. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos men- cionados, 1 gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, para tomar-se l colher de 6 em 6 horas; espere-se a acção de medica- mento por 4 ou 6, dias para repeti-lo no caso de melhora ou tomar-se outro. Relidas e escurecimento da cornea. — Os medicamentos que com melhor successo têm sido empregados contra as manchas da cornea, são: bell. cale euphr. hep. puls. e sulf. ; assim como : ars. cann. cin. magn. e nitr.-ac; e talvez se possa consultar também: aur. chel. con. ? gran. ? lach. ? lyc. ? sep. ? e sil. Havendo ulceração: ars. cale euphr. hep. lach. merc. natr.- ra. sil. sulf. t Contra o Escurecimento da cornea, tem-se principalmente empregado: cann. euphr. magn. nitr.-ac. puls. sulf.; e talvez se possa consultar: ang. ? caps. ? chel. chin. lach. op. plum. e rut. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos aponta- dos, 1 gotta ou 5 glóbulos em 4 colheres d'agua, para tomar-se 1 colher de 12 em 12 horas: descanse-se 3 ou 4 dias para repe- tir-se no caso de melhora ou tomar-se outro. Blepharitis ou infla&nniação das palpe- bras.—Os melhores medicamentos contra as inflammações das palpebras são em geral: acon. ant. ars. bell. cale cham. chin. coce euphr. hep. iod. kreos. lyc-. merc. natr.-m. sep. spig. staph. thui. e zinc. Se é o lado exterior da palpebra que está inflammado, são sobretudo : acon. bell. hep. e sulf. Para a inflammaçãó da conjunctiva, principalmente : acon- ars. bell. euphr. hep. mere e sulf. Para a inflammaçãó dos bordos das palpebrase das glândulas de meibomius, principalmente : bell. cham. euphr. hep. mere nux.-v. e puls: Para os tersóes, são sobretudo : puls. ou staph. ; ou também ainda : am.-e cale ou fer. ;>fiO CAP. VII. VISTA Para a blepharitis aguda, dever-se-ha consultar sobretudo : acon. bell. cham. euphr. hep. merc nux.-v. e puls. Para a blepharitis chronica, principalmente: ant. ars. cale chin. sulf. e tart., caso algum dos outros medicamentos não tenha sido sufficiente. Em geral poder-se-ha consultar com preferencia : ACONITUM, se as palpebras estão inchadas,duras e vermelhas, com calor, abrazamento e sequidão; ou quando ha: inchação pallida e luzente, com dôres abrazadoras e tensivas; muoosidades abundantes nos olhos e nariz ; photophobia excessiva; febre com grande calor e sede, etc. (Depois de acon. convém muitas vezes: bell. hep. ou sulf.) ANT1MONTUM, contra: inchação vermelha das palpebras com reme Ia nos cantos; photophobia e picadas nos olhos. ARSívNICUM, se ha: rubor inflammatorio da conjunctiva com injecção das veias: grande sequidão das palpebras; princi- palmente nos bordos, com occlusão espasmodica ou agglutinação nocturna. BELLADONA, se as palpebras estão inchadas e vermelhas, com calor e comichão; agglutinação continua e fluxo sanguineo abrindo-as, ou também com inversão dos borcos, ou grande peso paralytico das palpebras. CALCAREA, se ha: dôres incisivas, abrazadoras ou agudas nas palpebras, principalmente lendo, com inchação vermelha, dura e volumosa, secreção abundante de remela e agglutinação nocturna, e sobretudo se sulf. não foi sufficiente contra este estado. CHAMOMILLA, havendo: grande sequidão dos bordos das palpebras, ou secreção mucosa abundante, com agglutinação nocturna, pestanejo ou grande peso. CHINA, quando ha: comichão freqüente do lado interno das palpebras, principalmente de tarde, com lagrimação. EUPHRASIA, se os bordos das palpebras estão ulcerados,coni comichão de dia e agglutinação de noite; rubor, inchação, photophobia e pestanejo continuo; com coryza, cephalalgía ou calor na cabeça. (Se euph. não foi bastante, nux.-v. ou puls. muitas vezes conclue a cura.) HEPAR, contra : grande rubor inflammatorio das palpebras com dôr de ulceração ou de pisadura ao tocar-se-lhes; agglutina- CAP. VII. VISTA 261 çào nocturna ou pestanejo. (Convém freqüentemente depois de acon. ou merc.; e após de hep. algumas vezes bell.) HYOSCYAMUS, se ha : contracção e pestanejo. MERCURIUS, se as palpebras estão como violentamente con- trahidas, com inchação, difficuldade em abri-las, dôres incisivas, ulceras nos bordos, pústulas nas conjunctivas, crostas em torno dos olhos,inversão das palpebras; dôres lancetantes, abrazadoras, prurido ou também ausência de toda a dôr. (E' principalmente hep. que muitas vezes convém depois de mere, se este não foi sufticiente.) NUX.-VOM., havendo: prurido ardente nas palpebras, principalmente nos bordos, ou dôr de excoriação mais forte ao tocar-se-lhes, agglutinação das palpebras sobre a madrugada; cantos cheios de remela; coryza, cephalalgía ou calor na cabeça. (Nux.-v. convém freqüentemente depois de euphr., se ella não foi bastante contra a inflammaçãó dos bordos. PULSATILLA, quando ha : rubor inflammatorio da conjun- ctiva ou dos bordos; secreção mucosa abundante; trichiasis; apparição de tersóes; agglutinação nocturna das palpebras; dôres tensivas ou activissimas. (E' sobretudo se nem euphr. nem nux.-v. forão sufficientes que freqüentemente puls. con- cluirá a cura.) BHUS, se as palpebras estão inílexiveis, como paralysadas ; com prurido excessivo. SULFUR, contra : grande rubor inflammatorio das palpebras com dôres abrazadoras, fluxo de mucosidades e de remela; ulceração dos bordos; pústulas e ulceras em torno das orbitas, etc. (Antes de sulf. convém ás vezes acon., e depois cale será o mais commummente indicado.) VERATRUM, se as palpebras estão excessivamente seccas, com os olhos lagrimosos, difficuldade em movê-los, e forte calor no interior. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos, 1 gotta ou 4 glóbulos da 3a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas; descanse-se 4 ou 6 dias, para repetir o mesmo medicamentos no caso de melhora ou tomar-se outro. ^p* Comparai ophthalmia. Cataracta.—Os medicamentos que com mais vantagem têm combatido as cataractas lenticulares são : cann. caust. con. magn. phos. sil. e sulf.; talvez também em alguns casos se 2(12 CAP. VII. VISTA possão consultar : am.-e bar.-e chel. dig. euphr. hyos. nitr.-ac. op. e rut.: por experiência feita ao acaso em um animal, jul- gamos que talvez fosse útil a vipera cora Una. Para a cataracta thraumatica (em conseqüência de um golpe) tem-se com preferencia empregado con.; com vantagem em- pregámos já arn., e depois bell., e por fim euphr.; porém talvez se possão consultar também: am.-e e uphr. puls. e rut. O glaucoma, cegueira na qual o fundo ou interior dos olhos parece adquirir uma côr azul ou verde-mar, tem sido combatido com phos. O glaucoma e a cataracta se confundem muito á primeira vista ; o signal distinctivo da cataracta consiste era uma sombra ou zona sombria que da iris se projecta sobre o crystallino, e faz reconhecer que no crystallino, e não mais para o interior, é que está a opacidade; além disto no glaucoma a iris é quasi sempre immovel, e na cataracta simples ella é mobil sempre, que se o não fôr indicará amaurose ou glaucoma coexistindo com a cataracta. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos men- cionados, 1 gotta ou 5 glóbulos em 4 colheres d'água, para dar- se 1 colher de 8 em 8 horas : espere-se a acção do medicamento por 4 ou 5 dias, para repeti-lo no caso de melhora ou tomar-se outro. Fislula lagrima 1.—Os medicamentos que com pre- ferencia merecem ser consultados são: cale puls. e sil.; e pôde ser também: natr. petr. e sulf. TRATAMENTO.—Como acima. Fluxo de remela.— Os medicamentos que com pre- ferencia merecem ser consultados são: acon. euphr. merc. e puls., ou talvez também : gran. ? par ? rhus e spig. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos, 1 gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas; devendo repetir passados 4 dias no caso de melhora, òu tomar outro medicamento. Fungus. — Contra o Fungus hematoide têm-se admi- nistrado com mais ou menos successo: bell. cale lyc sep. e sil. Talvez convenha ars. aur. sab. erut. Para o Fungus medullar é bell. que com melhor êxito tem sido empregada. CAP. VII. VISTA 2Ü3 TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, 1 colher de 6 em 6 horas. Hemeralopia ou Cegueira nocturna.—Os melhores medicamentos contra a cegueira que se manifesta desde o crepúsculo são: bell. e veratr., ou talvez também: hyos. mere epuls. (Vede, para os detalhes, Amblyopia.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas; descanse-se 4 ou 5 dias, para repetir o mesmo medicamento ou tomar-se outro. Ilemorrbagia ocular.— São principalmente : bell. carb.-v. cham. e nux.-vom. que mais vantajosamente têm sido empregados; poder-se-ha talvez consultar lach. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres d'agua, 1 colher de 6 em 6 horas, conforme a gravidade do mal. Lagrimas abundantes (epiphora) por inflamma- çãó : bell. cal. euphr. kreos. puls. rut. sep. sil. staph. sulf. (Vede fistula lagrimal);—por atonia ou relaxação das glândulas lagrimaes : ciem. euphorb. euphr. paris. phos. puls. sil. spig. sulf. TRATAMENTO.— 1 gotta ou o glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas. Myopia.—Têm-se empregado com o melhor successo: am.-e anae carb.-v. con. nitr.-ac. petr. phos. phos.-ac. puls. e sulf. Para a myopia resultado de uma ophthalmia, são sobretudo: puls. e sulf. Para a que procede do abuso do mercúrio : carb.-v. nitr.-ac. e sulf., ou talvez, também : puls. Para a que resulta de febres typhoides, ou perdas debili- tantes, principalmente: phos.-ac. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. Nevralgia ocular.—São principalmente : anae bell. colch. e spig. que merecem ser consultados. TRATAMENTO.—Gomo acima. Wyctalopia ou cegueira diurna.—Os melhores medicamentos contra os accessos de cegueira súbita, que se manifesta durante o dia, são : acon. merc. sil. e sulf.; e poder- jr.i CAP. VII. VISTA se-ha também consultar: con. nitr. nux.-vom. phos. e stram. (Comparai, além disso, Amblyopia.) TRATAMENTO.—Da mesma maneira. Ophthalmia.—Os melhores medicamentos contra as diversas ophthalmias são, em geral: acon. ars.bell. cale cham. euphr. hep. ign. nux.-vom. puls e sulf. Também convém: ant. arn. bry. cham. caus. chin. coloc. dig. dulc. fer. graph. lach. nitr.-ac. petr. rhus. sep. spig. sulf.- ac. e veratr. ; ou talvez lambem; aur. assac. bar.-c. bor. cann. ciem. con. led. lyc. natr.-m. phos. sil. staph. thui, vip.-c. etc—Hyos. Se as causas da ophthalmia forem externas e venenosas, como insectos que tenhão picado ou se hajão introduzido entre as palpebras, ou ácidos ou vapores, ou sáes corrosivos, ou pó de cantharidas, de euphorbio, etc, convirá logo lavar muito os olhos com água e clara de ovo, e consultar os caps. 2o e 26. As ophthalmias agudas pedem com preferencia : acon. bell. cham. dulc. euphr. ign. merc nux.-vom. e puls. ; ou também ant. arn. bor. lach. nitr.-ac spig. e veratr.—Canth. Para as ophthalmias chronicas, administrar-se-ha muitas vezes com successo : ars. cale euphr. hep. sulf.; ou também: caust. chin. coloc. dig. fer graph. lach. natr.-m. nitr.-ac. petr. sep. spig. sulf.-ac. teucr.—Alum. Para a ophthalmia arthritica, são sobretudo : acon. bell. coloc. e spig., ou também : berb ? led. lyc, etc. Para a ophthalmia catarrhal, principalmente: ars. bell. eham. euph. hep. ign. nux.-vom. puls., ou também: dig. euphorb. ? merc. e sulf. Para a ophthalmia rheumatica : acon. bell. bry. cham. euphr. ign. merc. nuc-vom. puls. rhus. sulf. e veratr.; ou ainda : berb. ? led. lyc. e spig.—Bertolina. ? Para a ophthalmia escrophulosa, sobretudo: ars. bell. cale dulc. hep. ign. mere nux.-vom. puls. rhus. e sulf.; ou : caust. chin. fer. graph. petr. sep.; ou ainda: aur. bar-e cann. cham. con. dig. euphr. iod. lyc mag. e natr.-m. Para a ophthalmia purulenta : bell. cale euphr. lyc. nitr.-ac. sulf. Quando os incommodos se aggravão pela manhã : acon. ántim. cham. chin. nux.-vom. puls. spig. staph. stram.;— antes do meio-dia : antim. bry. cin. ignat.;—depois do meio- dia : bry. chin. nux.-vom. spig. staph. ;—á tarde : bry. chin. CAP. VII. VISTA 265 cin. euphr. ignat. nux.-vom. puls. rhus. staph. ;—á noite : acon. cale cham. euphr. hep. hyos. merc. nux.-vom. puls. rhus. staph.;—ao ar livre : bry. euphr. merc. nux.-vom. puls. staph. (O melhor de todos é euphrasia.) Esta nota é applicavel em parte ás outras ophthalmias, principalmente ás syphiliticas. Para a ophthalmia syhilitica : merc. ou nitr.-ac, ou aur.-f. ? — Para a que resulta de uma gonorrhéa supprimida é puls. que merece a preferencia. A ophthalmia, re sultado de um resfriamento, pede com preferencia: acon. ars. bell. cale cham. dulc hep. nux.-vom. puls. e sulf. (Comparai cap. Io, Resultados de um Resfria- mento.) A que resulta de causas traumáticas (introducção de corpos estranhos, etc.) : acon. arn. hep. e sulf.; ou euphr. puls. rut. A que provém de fadiga dos olhos exige: bell. carb.-v. rut. e spig. A que resulta do abuso do mercúrio, pede: hep. nitr.-ac. puls. sulf., ou bell. dulc. chin. lach. lyc. staph., ou thui. A que se manifesta nos recém-nascidos exige: acon. bell. cham. dulc. e mere, ou cale euphr. puls. e rhus., ou também bor. bry. nux.-v. ou sulf. Entre todos tem preferencia euphr. quando ha quantidade grande de secreção purulenta. (Vede o cap. 20.) Quanto aos symptomas que caracterisão os casos particulares de ophthalmias, poder-se-ha consultar com preferencia : ACONITUM, em quasi todos os casos de inflammaçãó aguda, no principio do tratamento, e principalmente quando ha: olhos vermelhos com vermelhidão carregada dos vasos sangüíneos; dôres insupportaveis, ardentes, lancetantes ou pressivas, principal- mente movendo os olhos; grande photophobia; lagrimação abundante e remela; ou grande sequidão das palpebras. Depois de acon. convém muitas vezes : ant. ou bell. ou hep. Particular- mente convém aconito ás opthalmias causadas pela passagem rápida de calor forte para o frio. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'água, para dar-se ás colheres de 4 em 4 horas até que tenha diminuído a inflammaçãó. ARSENICUM, se ha: dôres abrazadoras como produzidas por 266 CAP. VII. VISTA carvões acesos; ou dôres pressivas e lancetantes, aggravadas com a luz e o movimento dos olhos; dôres violentas, que forção a deitar-se, on insupportaveis com angustia, a ponto de lançar-se fora da cama; olhos vermelhos, com veias injectadas ; lagrimas corrosivas; agglutinação nocturna das palpebras ; photophobia excessiva; manchas e ulceras na cornea. (Comparai cale e mere) TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres d'agua, para dar-se uma colher de 6 em 6 horas. BELLADONA, havendo: rubor vivo da sclerotica, com in- jecção das veias, fluxo de lagrimas ardentes e corrosivas, ou grande sequidão dos olhos, com sensibilidade dolorosa á clari- dade; dôres pressivas em torno dos olhos ou até ao interior das orbitas e da cabeça; ou dôres lancinantes nos olhos e na cabeça, principalmente em torno das orbitas, vindo por accessos; ou se as dôres se aggravão movendo os olhos; pupillas dilatadas; e so- bretudo se ao mesmo tempo ha : coryza violenta com tosse; ou dôr de cabeça violenta com vertigens, atordoamento, faíscas ou manchas negras diante dos olhos ou escurecimento da vista, ou manchas e ulcera da cornea. Convém freqüentemente depois de: acon. hep. ou mere (Comparai euphrasia.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'água, para dar-se uma colher de 4 em 4 horas. CALCAREA, quando ha : dôres violentas, pressivas ou lan- cetantes, com prurido; ou dôres vivas, ardentes e incisivas, ag- gravando-se, principalmente lendo, e de noite á luz das velas; sclerotica vermelha, com secreção abundante de mucosidade; lagrimação principalmente ao ar livre; manchas e ulceras da cornea, photophobia; vista turva, como através de um nevoeiro, ou como se tivesse pennugem diante dos olhos, principalmente lendo ou cansando a vista de uma maneira qualquer. Convém freqüentemente depois de sulf. ou dulc. (Comparai ars. e merc) TRATAMENTO.—1 gotta ou o glóbulos em 3 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas. CHAMOMILLA, se os olhos estão vermelhos, com dôres pressivas, movendo-se ou abanando a cabeça; ou dôres lanci- nantes, pressivas e abrazadoras, como se um calor ardente sa- hisse pelo nariz; palpebras vermelhas e inchadas, com secre- 4 CAP. VII. VISTA 267 ção abundante de mucosidades, e agglutinação nocturna; grande sequidão dos olhos Convém principalmente para as crianças, e quando as dôres são insupportaveis, com grande impaciência, exasperação, etc. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas. EUPHRASIA, se ha : dôres pressivas nos olhos; rubor da scle- rotica, com injecção das veias; inflammaçãó da cornea, com vesiculas em cima, ou mesmo com manchas e ulceras; fluxo abundante de mucosidades c de lagrimas; inchação e aggluti- nação das palpebras, contracção freqüente dos olhos e das pal- pebras, com vontade de estar a piscar os olhos; erupção miliar em torno dos olhos, ou coryza com violentas dôres de cabeça; photophobia, evacillação da luz. Principalmente convém quando ha grande secreção purulenta, maxime nas opthalmias dos re- cém-nascidos, opthalmias que são quasi sempre causa da ce- gueira que vulgarmente se chama de nascença. Nestas opthal- mias euphr. tem obtido as mais brilhantes curas, e evitado muitas desgraças de cegueira infalliv,el por tratamentos que fossem allopathicos. (Comparaibell. baryt.-m, cale cham. digit. puls. sulf. e vip.-cor. TRATAMENTO.—1 gotta ou 8 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. HEPAR, se os olhos ou as pupillas estão vermelhas, com dôr de excoriação e pisadura ao tocar-lhes; pestanejo, difficuldade de mover os olhos; photophobia, principalmente de noite; vista umas vezes turva e obscura, outras lúcida e clara; pressão no globo, como se sahisse da orbita; manchas e ulceras sobre a cornea, e borbulhas em torno dos olhos, e sobre as palpebras; lagrimação freqüente, agglutinação nocturna das palpebras. TRATAMENTO.—O mesmo de cham. IGNATIA, se os olhos estão vermelhos, porém muito dolo- rosos; pressão violenta como se tivesse arêa nos olhos; lagri- mação abundante, principalmente na claridade do sol; aggluti- nação nocturna das palpebras; photophobia excessiva; vista turva, como através de um nevoeiro; grande coryza fluente, com ou sem dôr na cabeça; pranto com pouca ou nenhuma verme- lhidão. TRATAMENTO.—O mesmo de cham. MERCURIUS, se ha: dôres incisivas, ou pressão, como por 268 CAP. VII. VISTA arêa, principalmente cansando os olhos, assim como de noite, e com o calor da cama; ou picadas, prurido e lancetadas, ma- xime ao ar livre; sclerotica vermelha, com injecção das veias; lagrimação abundante, principalmente de noite, sensibilidade excessiva dos olhos ao clarão do fogo e á luz do dia; vesiculas e borbulhas na sclerotica; ulceras na cornea; pústulas e crostas em torno dos olhos, e nos bordos das palpebras; vista turva, como através de um nevoeiro; renovamento da inflammaçãó com o menor resfriamento. Muitas vezes convém depois de bell. (Vede euphr. e calcarea.) TRATAMENTO.—O mesmo de euphr. NUX.-VOM., se os cantos dos olhos estão ainda mais ver- melhos do que os mesmos olhos; ou quando ha ecchymosis, ou amollecimento da sclerotica; dôres abrazadoras, acerbas e pressivas, como se tivesse arêa nos olhos; lagrimas, photophobia, principalmente de manhã; remela em abundância nos cantos dos olhos, com agglutinação nocturna das palpebras; principal- mente se, ao mesmo tempo, ha dôr de cabeça gravativa e pres- siva, coryza, com entupimento do nariz; aggravação de manhã, ao despertar, ou depois da refeição, ou de noite na cama. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glcbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, 1 colher de 6 em 6 horas. PULSATILLA quando ha: pressão, como por arêa, ou dôr aguda, lancetante, e insisiva, ou como por uma verruma que se introduz nos olhos; rubor nos olhos e nas palpebras com se- creção abundante de mucosidades; lagrimação copiosa, princi- palmente ao frio, ao vento, ao ar livre e á claridade do dia; ou grande sequidão das palpebras, maxime de noite; lagrimas ar- dentes e corrosivas; agglutinação nocturna das palpebras; in- chação edematosa dos olhos ou das palpebras; photophobia, com picadas nos olhos á claridade do dia; aggravação de todos os soffrimentos quasi á noite ou depois do meio-dia, com humor chorão e aggravação tendo chorado. Convém freqüentemente no principio do tratamento das opthalmias escrophulosas antes de ferr., ou depois de acon. nas opthalmias rheumaticas. (Vede antim. cale graph. kali.-e lach. lyc. merc. natr.-m. nitr.-ac sep. spig.) TRATAMENTO.—O mesmo de nux.-vom. SULFUR, se ha: pressão, como por arêa, ou comichão, abra- zamento, e inflammaçãó nos olhos ou nas palpebras, aggravadas CAP. VII. VISTA 269 pelo movimento dos olhos e pela claridade do sol; vermelhidão dos olhos e das palpebras; inflammaçãó mesmo do iris, com pu- pilla desigual; cornea turva, como se estivesse coberta de poeira; ou manchas, vesiculas e ulceras na cornea; pústulas, ul- ceras e crostas em torno dos olhos e nas palpebras; lagrimação abundante, principalmente ao ar livre; ou grande sequidão dos olhos, maxime no aposento; photophobia excessiva, com con- tracção das palpebras; scintillamento e nevoeiro diante dos olhos, etc. Convém freqüentemente depois de bell. mere puls. ou mesmo acon.;—depois de sulf. convém cale TRATAMENTO.—O mesmo de nux.-vom. VIPERA-CORAL., quando ha: dôr tremente, que se estende da mandibula aos olhos; dôr pressiva em torno dos olhos, com perturbação da vista, photophobia, difficuldade de abrir os olhos, visão de filamentos voltejando; vista de um campo vermelho, com pontos negros, fechando os olhos; véo acinzen- tado cada vez mais espesso, turvando a vista até completa ce- gueira por alguns minutos, prurido, picadas, comichão, rubor, hemorrhagia, tumefacções e tersões; com extrema sensibilidade para a água fria. (Vede Cataracta.) TRATAMENTO— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar se 1 colher de 8 em 8 horas; se- melhantemente todos os mais medicamentos, em seguida in- dicados, repetindo-os no caso de melhora depois de se esperar alguns dias a acção do medicamento, ou tomando outro que abranja mais symptomas. (Vid. Matéria Medica por J. V. M.) D'entre os outros medicamentos apontados, poder-se-ha con- sultar cora preferencia: AMPHISBiENA, quando ha: tremor continuo da palpebra superior direita; fadiga dos olhos e lagrimação com oppressão nos bordos das palpebras. ANTIMONIUM, se as palpebras estão muito vermelhas, com remelas nos cantos, photophobia e dôres lancetantes. ARNICA, havendo: movimento difficil e doloroso das pal- pebras e dos olhos, como se estivessem esíolados; pupillas dilatadas e sensiveis á luz; palpebras e olhos vermelhos, in- chados. BRYONIA, se os olhos estão vermelhos, com dôres abraza- doras, ou pressivas, como se nelles houvesse arêa, aggravadas de tarde ou de noite; palpebras inchadas, com dôres na cabeça, 27(1 OAP. VII. VISTA abrindo-as. Convém freqüentemente depois do puls. nas oph- talmias rheumaticas. CAUSTICUM, se as palpebras estão inchadas e ulceradas, com aggglutinação nocturna; pressão ou dôres abrazadoras, agudas, nos olhos. CHINA, havendo : aggravamento perto da noite, com pres- são, como se houvesse arêa nos olhos; photophobia; cephalal- gía frontal; olhos quentes e vermelhos, ou desluzidos, turvos, como se o fundo estivesse cheio de fumo. COLOCYNTHIS, se ha : dôres violentas, ardentes e incisivas, estendendo-se até á testa, com pressão dôres de caimbras em um lado da cabeça, estendo-se até ao nariz, com grande angustia e inquietação, que não permitte íicar quieto em parte alguma. CROTALUS, havendo tremor continuo das palpebras, espe- cialmente da esquerda, com alteração da vista, araarellidão em torno dos olhos, e dôres nos sobrolhos. DIGITALIS, se ha: rubor dos olhos e da conjunctiva; pi- cadas atravessando os olhos, ou sensação como se nelles se tivesse introduzido arê i; lagrimação abundante, augmentando- se com a claridade da luz e com o frio; photophobia; obstrucção e sequidão do nariz, agglutinação das palpebras. DULCAMARA, se o menor risfriamento provoca o mal, com dôres pressivas, principalmente lendo ; vista turva, como através de um véo, ou chamma e faíscas, que parecem sahir dos olhos, cora aggravamento no repouso. FERRUM, se os olhos, depois de um pouco cansados, estão desluzidos, turvos e lagrimantes, ou vermelhos, com dôres abrazadoras, ou havendo tersóes. GRAPHITES, quando ha : ulceras na cornea, photophobia excessiva; palpebras vermelhas e inchadas, com secreção abun- dante de mucosidades e agglutinação. LACHESIS, quando ha: grande sequidão dos olhos, pho- tophobia, picadas como por uma faca, ou pressão violenta, como se o globo quizesse saltar fora da orbita (ulceração da cornea); vista turva ou obscura. NITRI-ACID., se ha: pressão e dôres agudas nos olhos; lagrimação freqüente, principalmente lendo ; olhos contornados por um circulo amarello, com difficuldade de abri-los de manhã; CAP. VII. VISTA 271 manchas na cornea; inchação nas palpebras e suppuração dos olhos. PETROLIUM, se as dôres são abrazadoras, lancetantes, agudas ou pressivas, com dôres acima da raiz do nariz, e inchação do mesmo, fluxo purulento. RHUS, no caso em que, parecendo dever-se indicar bry., não foi ella bastante, e se ha : dôr pungente, abrazadora, e picadas, lagrimação abundante, agglutinação nocturna e inchação erysi- pelatosa das palpebras, com photophobia. SEPIA, havendo: photophobia, coryza, agglutinação nocturna das palpebras, pústulas no globo dos olhos; dôres violentas, pressivas. SPIGELIA, se ha : dôres pressivas, lancetantes, ou como por uma verruma, profundamente nas orbitas, até á cabeça, cora sensação como se os glóbulos estivessem muito volumosos ; e principalmente se as dôres são de tal maneira violentas que levão á desesperação. SULFURI-ACID., se as dôres são abrazadoras, ou agudas, com photophobia, lagrimação, principalmente lendo, e dif- ficuldade de abrir as palpebras. TARTARUS EMKT1CUS, principalmante na inflammaçãó das conjumtivas que revestem as palpebras, havendo secreção cons- tante, com pequena quantidade de muco nos bordos palpebraes. VERATRUM, contra : dôres dilacerantes que tirão o somno de noite, com dôr de cabeça violenta, photophobia, grande calor, e sensação de sequidão nos olhos. $£^ Comparai: Blepharitis, Belida, UlceraçJo da cornea, etc. Olhos ahatido*.—chin. fer. lach. phos.-a. sabin. stan. veral.; — ardentes : acon. ars. asaf. bell. cham. (Vede supple- mento);—agglutinados: bor. bry. cale carb.-v. cham. cicut. croc. ign. lach. lycop. magn.-m. merc. phos. puls. rhus. sasap. sep. silic staph. sulf.;—encovados : anae ars. cale chin. cicut. coloc. cupr. fer. iod. phos.-a. sulf. ; — fechados : anae ars. berb. cale chin. coce graph: hep. ipec. nux.-vom. sulf.; — convulsos: bell. camph. cham. cupr. hyos. lach. laur.; — convulsos para baixo: aeth.-sin. ; — brilhantes: acon. a? th. bell. bry. cup. lach. mosc. nux.-voni. stram.; — trementes : amon.- m. petr. ratan. silic.; — inchados : (Vede Ophthalmia) ; — humidos: bry. daph. sep. tencr. verat.; —proeminentes : acon. 27:2 CAP. VII. VISTA arn. bell. coce con. cupr. laur. merc ; —perturbados: arn. ars. fer. lach. merc ; —seccos : asar. asaf. thui. bar.-c. nux.-vom. Paralysia das palpebras.— Os melhores medica- mentos são : aeth.-sin. sep. verat. e zinc. Photophobia.— Os medicamentos mais vantajosos são: bell. con. euph. ign. puls. staph. verat.; assim como : acon. ars. cale hep. merc. nux.-vom. phos. rhus. sulf. e veratr. BELLADONA, convém principalmente se ao mesmo tempo ha : aureola colorida em torno da luz de uma vela; manchas vermelhas, nevoeiro ou escuridão diante dos olhos; dipoplia e enfraquecimento da vista. CONIUM, se ha : rubor pallido do globo, com veias injec- tadas na conjunetiva. EUPHRASIA, havendo dôr de cabeça, e que a luz das velas parece obscura e vacillante. IGNATIA, quando ha: pressão nos olhos, com lagrimação, mesmo sem outra lesão visivel do olho. PULSATILLA, havendo: círculos luminosos em torno das velas, com perturbação da vista, como qualquer objecto que pareça levantar-se, esfregando, diplopia, ou escurecimento da vista. STAPHYSAGRIA, se ha : reflexos negros e scintillamento diante dos olhos, ou chammas, principalmente de noite, ou aureola em torno da luz, com vista turva. VERATRUM, havendo : manchas negras diante dos olhos, ou faíscas, cora diplopia. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas. £2^ Vede Amblyopia e Ophthalmia. Presbyopia.— Os medicamento que merecem ser con- sultados com preferencia, são : cale dros. sil. e sulf., ou ainda: carb.-an. con. hyos. lyc natr. natr.-m. petr. e sep. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 24 em 24 horas. Spasmos das palpebras.— Os melhores medica- mentos contra a occlusão espasmodica momentânea dos bordos das palpebras são: bell. cham. croc. hep. e hyos. Strabisfiiio.— São : bell. e hyos., ou talvez ainda: alum., os que merecem ser consultados. CAP. VII. VISTA 273 TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. Tersol.—São : puls. ou staph;, ou também ainda : am.-e bry. cale con. fer, graph. lyc. phos.-ac rhus. sep. e stram., que merecem ser com preferencia consultados. (Compare Blepharitis.) TRATAMENTO. — i gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, 1 colher de 6 em 6 horas. Triehiasis e districhiasis.—Direcção viciosa de uma ou duas ordens de pestanas, ou só de algumas dellas para o interior, roçando constantemente sobre o globo do olho, e produzindo inflammações que muitas vezes chegão a fazer alterações de tecido taes que cegão. Nenhum remédio apro- veitará emquanto não se arrancarem estas pestanas, sendo poucas, continuando a arranca-las logo que se reproduzão, ou fazendo na palpebra uma operação, que consiste na oblação de uma porção de pelle, ou na sua cauterisação, para que, a favor da cicatiz, subsequente resultado de escara no segundo caso, e de sutura no primeiro, a palpebra seja revirada para fora e as pestanas não mais toquem no globo do olho. Arn. e sulf. são os principaes medicamentos a empregar depois da operação. Ulceração da cornea.—São: ars. bell. cale euph. hep. lach. merc. natr. sil. e sulf. que mais convenientes têm sido para as ulceras da cornea. ADDITAMENTO AO CAPITULO VII abcesso no angulo interno dos olhos : bell. bry. cale natr. petr. puls. silic. stam. Ardor de queimadura : acon. amon.-e ars. assaf. aur.-m. bar.-c. bry. canth. carb.-v. coloc croc. eugen. fer. magn.-m. merc. nitr. nux.-v. phos. puls. rhod. sulf. thui.;—nos ân- gulos dos olhos : agar. carb.-v. nux.-v. phos. sulf. tart.; — no bordo das palpebras : raeph. nux.-v.; — nas palpebras : aur.m. oleand. phos.-a. e sulf. Botões miliares á roda dos olhos : euphorb. Calor : bell. coral. diad. kreos. sulf. tabac. verat.; — nos ângulos : carb.-v. phos. thui. Cicatriz na cornea: euphr. silic. 35 274 CAP. VII. vista Condilomas nas sobrancelhas: thui. Comichão nos olhos: aur.-m. clemat. euphr. lycop. merc.; —nas palpebras : aur.-s. Crostas, ulceração em torno dos olhos ; merc. sulf.;— nas palpebras: merc. sep.; — nas sobrancelhas: sep. spong. Dartros nas palpebras: bry. kreos. sulf.;—em torno dos olhos: sulf, Dôres nas palpebras : plum. (Vede Blepharitis, cap. 7.°) Ecchymosis nos olhos : bell. cham. lach. nux.-v. Efflorescevcia sobre a palpebra superior: canth. chelid. Erupção á roda dos olhos: arn. sulf.; — nas palpebras : bry. kreos. sulf. Escoriação dos ângulos: kali.; — nos bordos das palpebras : bor.; —com dôr: canthar. hep. spig. sulf. zinc. Formigação : amoniac. asparg. spig.; — nos ângulos : plat.; — nas palpebras : chin. sen.;— nas sobrancelhas : croc. ; — á roda dos olhos : arn. Frio nos olhos: amon.-c assaf. cale plat.; — nos ân- gulos : assar.; —nos bordos das palpebras: phos.-a. Inchação dos olhos : acon. ars. kali. rhus. stram.; — no angulo: bell. sasap. ;—na conjunctiva; bry. nux.-v. sulf.; —na glândula lagrimal: bell. silic.;—nas palpebras : acon. cale merc nux.-v. sulf. thui.;—dura: acon. thui.;—ede- matosa : ars. crot. raph. puls. rhus. Inflammaçãó : acon. antim. arn. ars. bar.-c. bell; bor. bry. cale caust. cham. chin. ciem. coloc. con. digit. dulc. euphorb. euphr. fer. graph. hep. ignat. lach. led. lycop. merc. natr.-m. nitr.-a. nux.-v. petr. phos. puls. ruhus. sep. silic: spig. staph. sulf.-a. thui. veratr. (Vede cap. 7o, Ophthalmia) . -nos ângulos : bor. cale merc-v. zinc.; — nos bordos infe- riores : cale phos.-a. rut. seneg.; — nos bordos superiores : caust. cham. bell. sep. spig. puls.; — se é no bordo livre : merc. puls. sulf.; —se na face interna: rhus. puls. ; — na conjunctiva : ars. hep. merc. sulf.;—na cornea : cale canab. cod. euphorb. euphr. puls. spig. sulf.; — no globo do olho : bell. cale euphorb. spig.;—na iris: ciem. merc.-e plumb. sulf.; —naspalpebras: acon. antim. ars. bell.;—na sclerotica: sulf. Mucosidades : cale cham. euphr. puls. sulf. Nodoa nas scleroticas: phos.-a.; — na cornea: bell. eu- CAÍ. VII. VISTA 275 phorb.; —no angulo: antim. ;—vermelha nas palpebras: camph. con. Nodosidades nas palpebras: staph. sulf. thui.;—como um terçol: amon.-e bry. graph. merc. phos. puls. rhus. sulf. thui. ; — lisa, indolente, sobre o bordo da palpebra in- ferior : acon. Palpebras convülsas : aeth. agar. bell. cham. ignat. ratam. sulf. Paralysia das palpebras : sep. verat. zinc. Peso : helleb. plumb. sulf:; — das palpebras: acon. bell. graph. lach.; —nos ângulos: bell. carb.-v. led. nux.v. sulf.; — nos bordos : nux.-v. staph.; —nas palpebras : ambr. bell. croc sep. sulf.;—na palpebra inferior, com dôr ao tocar: bry. Sclerotica amarella : ars. bell. canth. cham. chim. con. iod. lach. merc. nux.-v. sep. sulf. Sensação como de um prego na orbita : helleb. ; — d'agua nos olhos : staph.; — de inchação, como se o globo do olho fosse mais volumoso : croc. guiac. par. ; — como depois de ter chorado : croc. tabac. teucr.; — nas palpebras : caust. e — de um pello nos olhos : tabac.; — de pó ou arêa nos olhos com dôr: bry. caust. chin. euphr. merc. puls. sulf. Ulceração nas palpebras : merc. natr.-s. spig. stram.; — dos bordos das palpebras : euphr. merc. sulf.; — dos olhos: caust. nitr.-a. Vermelhidão da conjunctiva e sclerotica: acon. bell. bry. cale cupr. fer. ignat. merc. nux.-v. sulf. Verrugas nas sobrancelhas: caust. Vesicula na cornea : sulf.; — no bordo da palpebra supe- rior : mang.-ars.; — brancas no branco do olho junto da cornea: sulf. CAPITUIiO VIII AFFECÇÕES DAS ORELHAS E DO OUVIDO Dysecea Ou dureza do ouvido.— Os melhores medicamentos são : cale caust. graph. lach. led. merc nitr.- ac. petr. phos. puls. sil. sulf. e vip.-cor., ou também: anae ant. ars. asar. aur. bell. carb.-v. ? cie coff. con. hep. hyos. kal. magn. mur.-ac nux.-vom. phos.-ac staph. veratr. etc. Para a dysecea congestiva, poder-se-ha consultar com pre- ferencia : aur. bell. graph. mere phos. e sil.; e pôde ser ainda: coff. hyos. petr. sulf., etc. Para a dysecea nervosa, principalmente : caus. petr. phos. phos-ae e vip.-cor., ou ainda: anae mur.-ac. nitr. veratr., etc. Para a dysecea catarrhal óu rheumatica, resultado de um resfriamento, quer da cabeça, quer de todo o corpo, sobre- tudo : ars. bell. dulc. led. merc. e puls., ou ainda: cale cham. coff. hep. lach. nitr.-ac. e sulf. A dureza do ouvido, conseqüência de antigos dartos, ou de outras erupções repercutivas, pede com preferencia: ant. sulf., ou também : caust. graph. lach.? etc. A que se manifesta em seguida de um exanthema, como morbilias, escarlatina, etc: bell. merc. puls. e sulf., ou mesmo : carb.-v.—A que vem depois da morbilia, sobretudo : puls. e carb.-v.;—da escarlatina : bell. ou hep.;—das'bexigas (varíola): merc. ou sulf. Para a dysecea, resultado de febres intermittentes sup- primidas por abuso da quina, são principalmente : cal. e puls. ou talvez também : carb.-v. hep. nux.-vom. e sulf. A que resulta do abuso do mercúrio trata-se sobretudo cóm asar. nitr.-ac staph., ou ainda: aur. carb.-v.? chin.? hep. petr. e sulf. Para a proveniente de freqüentes anginas tonsillares, e inchação ou hypertrophia das amygdalas, sobretudo: aur. mere nitr.-ac. e staph. Para a que se origina de febres, ou moléstias nervosas, principalmente: arn. phos. phos.-ac. e veratr. GAP. VIII. OUVIDO 277 Emfim, para a que resulta da suppressão de um fluxo pelos ouvidos ou nariz : hep. lach. led., ou também : bell. mere e puls. Quanto ás indicações fornecidas pelos symptomas, poder-se-ha com preferencia consultar: CALCAREA, quando ha : surdez, como por perda da audição; zunido freqüente, etrinado ou retinido de sinos, canto e musica; ou pulsações freqüentes, com calor nos ouvidos; sequidão continua nos ouvidos, ou também fluxo purulento, dôr de cabeça gravativa na testa, etc. \ CAUSTICUM, contra: sensação de obstrucção dos ouvidos com ruido, zunido e susurro na cabeça ; grande resonancia nos ouvidos de todos os sons, e até da própria palavra ; fluxo pelos ouvidos ; dôres rheumaticas nos ouvidos e nos membros; ex- traordinária sensibilidade ao vento frio. CBOTALUS, quando o doente pensa que alguém lhe segue os passos, tem prurido, inchação dos ouvidos, principalmente no direito, latejamento no conducto auditivo, zoeira quando desce uma escada, e finalmente surdez completa e prolongada. GRAPHITES, havendo: grande sequidão nos ouvidos, ou fluxo purulento ; dureza do ouvido, que cessa algumas vezes com o movimento de uma sege; canto, assobio, e tinido, ou trovão e susurro nos ouvidos, principalmente de noite, ou sensação como se o ar entrasse pela trompa de Eustachio; dartos e crostas em torno das orelhas, n'outras partes do corpo. LACHESIS, quando ha: ouvidos seccos, com cera pouco abundante, muito dura e muito pallida, ou branca, como papas de farinha; palpitações peniveis, estrepito, ou zunido, trinado e ruido de um tambor no ouvido, com resonancia excessiva de todos os sons; esfoladura e crostas em torno das orelhas, etc. (Convém freqüentemente antes ou depois de caust.) LEDUM. quando ha: sensação de tapamento nos ouvidos, com zunido.no interior ; embaraço e perturbação da cabeça, do lado affectado, com sensação de torpor nos tegumentos, e principalmente depois da suppressão de uma otorrhéa ou de um catarrho nazal ou ocular. MERCURIUS, havendo : obstrucção dos ouvidos, que cessa engulindo, ou assoando-se; resonancia extraordinária de todos os sons nos ouvidos ; reunido de sinos, susurro e zunido, principal- mente de noite, sensação de frio nos ouvidos ; fluxo de cera, ou 278 GAP. VIII. OUVIDO otorrhéa purulenta, com ulceração dos ouvidos ; dôres rheuma- ticas nos ouvidos, ou na cabeça, ou na testa, ou nos dentes ; grande disposição á transpiração, etc. NITRI-AC, havendo: grande sequidão nos ouvidos, ou no fluxo de cera ; obstrucção dos ouvidos, com ruido, batedura e estalo ; dôres de dentes freqüentes, com affecção scorbutica das gengivas ; dôres agudas nos dentes é ouvidos. PETROLEUM, quando ha : internamente sequidão penivel do ouvido, ou fluxo de sangue e de pus; retinido de sinos, trinado e zunido nos ouvidos; dartos e escoriação nos ouvidos ou em torno delles ; odontalgias freqüentes com fluxão ; gengivas san- grentas ; dôres expansivas no alto da cabeça, etc. (Convém fre- qüentemente depois de nitr.-ac.) PHOSPHORUS, havendo : dureza do ouvido, principalmente para a voz humana, com resonancia até na cabeça; congestão de sangue nos ouvidos, com bateduras e pulsações; sensação de sequidão, oü fluxo -de cera. PULSATILLA, quando ha : cera dura, negra, ou muito li- quida, com fluxo ; dôres lancetantes nos ouvidos, ou fluxo de pus ou de sangue ; ouvidos como tapados, com zumbido e zu- nido, ou com susurros pulsativos, retinido de sinos, ou gorgeios; principalmente nas pessoas de caracter brando, ou nas mulhe- res propensas a ter flores brancas, e outros desarranjos do sys- tema uterino. SILICEA, se ha : fluxo de cera ; obstrucção dos ouvidos, que se dissipa assoando-se, ou espiritando ; dureza do ouvido, maxime para a voz humana, e sem zunido nos ouvidos, ou também com retinido de sinos, cacarejo, e ruido de um pássaro batendo as azas ; aggravamento da surdez na lua cheia, ou também na nova; surdez alternando com excessiva sensibilidade dos ou- vidos; crostas atrás das orelhas. SULFUR, havendo : dureza do ouvido, principalmente para a voz humana; obstrucção e entupimento freqüente dos ouvidos, sobretudo comendo ou assoando-se, ou simplesmente de um só lado; gargarejo, ou fluctuação nos ouvidos, como produzida pela água, ou zunido e susurro; congestão de sangue na cabeça; disposição a catarrhos cerebraes, ou outros fluxos mucosos ; fluxo pelos ouvidos, etc VIPERA-COR., quando ha ; susurro prolongado, como se uma mosca tivesse entrado no ouvido, surdez prolongada, Íllusões CAP. VIII. OUVIDO 279 de sinos, assobios tão distinctos que persuadem ser reaes, zu- nido, comichão no conducto auditivo, que se prolonga pela face em direcção do conducto de Stenon, fluxo de sangue e de ce- rosidade pelos ouvidos. ^^ As pessoas que gostão de reflectir comprehender-nos- hão facilmente dizendo-lhes que podem também comparar o que se disse da amblyopia (cap. 7o), acerca das indicações for- necidas pelo gênero e causas desta affecção, afim de tirar d ellas vantagem no tratamento da dureza do ouvido, tendo em vista que convém quando ha : Sensibilidade dos ouvidos : aur. cale coíf. lycop. sep. spig., ou : acon. antim. ars. bry.;—susurro : bell. cale caust. graph. puls. sphg. sulf., ou: cham. carb.-v.;—zumbido: bell. caust. graph. nux.v. puls. spig. sulf.;—ouvidos como tapados: con. puls. silic;—sentindo batimentos de azas de pássaros : spig.;— zunido como de sino : cale caust. puls. merc. nux-v.; — resonancia de sinos : galv. nitr.raph. secai.;— das palavras: phos.-ac;—e do trovão : plat. rhod.;—sensibilidade á musica: lyc. phos.-ac;—tinido nos ouvidos : kreos. led. lyc. nux-vom.; — som de tambor : lach. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 de 12 em 12 horas : espere-se a ac- ção do medicamento por 4 ou 5 dias, para repeti-lo no caso de melhora ou tomar outro. Impigens uas orelhas.—As impigens que com pre- ferencia occupão as orelhas, ou a pelle detrás das mesmas, re- clamão commumente : graph. hep. merc. oleand. petr. e sulf.; ou ainda : bary.-e cale cie lach. lyc. mez. sep. e sil. (Vede cap. 2o, Affecções da pelle.) N. B. Ha notável sympathia dos ouvidos e das orelhas com os órgãos respiratórios; e muitas vezes uma enfermidade destes órgãos está ligada intimamente com a daquelles. (Vede o cap. 22.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas. Otalgia.— Os melhores medicamentos em geral são: bell. cham. merc puls. e sulf., ou também ainda : ant. arn. bar. bry. cale magn. phos.-ac, etc. Para a otalgia inflammatoria, são sobretudo : bell. mere nux.-vom. e puls., ou ainda : bor. bry. cal. magn., etc. 280 CAP. VIII. OUVIDO Para a otalgia rheumatica : bell. merc.-o. puls., ou ainda : arn. chin. hep. nux.-vom., etc. Quando a otalgia resulta de um resfriamento ou transpira- ção supprimida, são sobretudo : cham. chin. edule, ou também: merc. puls. ou sulf. Em todo o caso, poder-se-ha com preferencia consultar : BELLADONA, se ha : picadas dentro e detrás dos ouvidos ; dôres penetrantes e perfurantes, como por verruma, dilaceração e picadas até a garganta, com illusão de sinos, susurro e zunido nos ouvidos ; sensibilidade excessiva ao menor ruido ; affecção dolorosa da cabeça e dos olhos, mesmo com photophobia ; rosto quente e vermelho, congestão de sangue na cabeça. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 3 em 3 horas. GHAMOMILLA, havendo : picadas como por facas, ou dôres tensivas e activissimas até ao lobulo; ouvidos seccos, ou como tapados; extrema sensibilidade ao menor ruido, mesmo ao da musica ; impressionabilidade excessiva, que torna as dôres in- supportaveis ; caracter susceptível, máo humor e disposição a enfadar-se facilmente. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 4 doses, 1 de 6 em 6 horas. MERCURIUS, se ha : dôres lancetantes, profundas, ou dila- cerantes, até ás faces e dentes, com sensação de frio nos ouvidos, aggravamento das dôres com o calor da cama; ou dôres quaes as de caimbras, com rubor inflammatorio do ouvido, com fluxo de cera; suores abundantes, sem allivio, etc TRATAMENTO.— Como cham. PULS/VTILLA, havendo : dôres pronunciadissimas, dilace- rantes, como se alguma cousa tivesse sahido pelos ouvidos ; rubor, inchação e calor no ouvido exteriormente ; dôres lancetantes e dilacerantes, que invadem todo o lado affectado da cabeça, e que parecem insupportaveis, fazendo mesmo perder a razão, prin- cipalmente nas pessoas friorentas, e propensas ás lagrimas, ma- xime nas mulheres. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 4 em 4 horas. SULFUR, se ha: dôres activissimas, dilacerantes e lance- tantes, propagando-se pela cabeça ou garganta ; calor escan- descente, que sahe pelos ouvidos ; sensibilidade excessiva do CAP. VIII. OUVIDO 281 ouvido ao menor ruido, a ponto de sentir náuseas pelos sons da musica, ainda os mais ligeiros ; mormente nas pessoas pro- pensas a catarrhos cerebraes, ou congestão na cabeça. TRATAMENTO.—Como pulsatilla. Dentre os medicamentos apontados, poder-se-ha depois con- sultar : ARNICA, nas pessoas nervosas, sensíveis, a quem o menor motivo faz reapparecer o mal, com pressão e picadas por detrás das orelhas, dôr aguda, calor interno, e grande sensibilidade ao ruido. CHINA, se as dôres agudas se manifestão primeiro exterior- mente, aggravando-se pelo tocar, com rubor da orelha, picadas no interior, e illusão de sinos nos ouvidos. (Convém muitas vezes depois de arnic.) DULCAMARA, se as dôres augmentão no repouso, principal- mente de noite, com náuseas. HEPAR, freqüentemente depois de bell., se não foi ella bas- tante, e havendo picadas nos ouvidos assoando-se, pulsações, bateduras e zunido. NUX-VOM., nas pessoas de um temperamento vivo, colérico; e se ha: dôres dilacerantes, lancetantes, que obrigão a gritar, e que se propagão até á testa e fonte, com dôr aguda nos ossos do rosto, e aggravamento do mal de manhã ou de noite, na cama. PLATINA, havendo : dôres quaes as de caimbras, violentas, sacudidura, rufo e trovão nos ouvidos, que estão frios, e como dormentes, com comichão até ao. rosto. SPIGELIA, contra : dôr penivel, pressiva, como se houvesse uma cavilha no ouvido ; com dôres pressivas e dôr aguda nos ossos do rosto. Comparai também :• Prosopalgia, Odontalgia, Cfphalalgia, Nevralgia, etc. TRATAMENTO.— De qualquer dos medicamentos acima, 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres dágua, para dar-se com maior ou menor intervallo, segundo a gravidade do mal. Otitis.—Para a otitis interna aguda, épuls. que, na plura- lidade dos casos, será quasi especifica. Somente ás vezes, se o mal ataca o cérebro, com grande angustia, vômitos, frialdade dos membros, delirios, etc, será bell. o que melhor convenha. 36 282 cap. viu. ouvido Se depois do uso de qualquer destes medicamentos restarem ainda soffrimentos que reclamem outros meios, serão estes prin- cipalmente : merc. nux.-vom. e sulf., ou também : bor. bry. cale cham. magn. (Vede Otalgia.) Para a otitis interna chronica, com fluxo pelos ouvidos, vede Otorrhéa. Quanto á otitis externa, é igualmente puls. que com pre- ferencia convirá consultar, ou sobretudo: bell. bor. cale magn. mere ou sulf. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se uma colher de chá de 3 em 3 horas nos casos agudos e com maior intervallo nos casos menos graves. Otorrhéa.— Os melhores medicamentos são: puls. e sulf., ou também: bell. cale caust. lach. hep. merc. nitr.-ac. petr. esil., ou ainda mesmo : alum. anae asa. aur. carb.-v. cist. colch. gran. ? kal. lyc. men. e natr.-m. Contra o fluxo da cera, poder-se-ha consultar com preferen- cia : kal. lyc. merc natr.-*m. nitr.-ac. puls., ou também : am.-m. anae e phos. Contra a otorrhéa catarrhal ou mucosa, sobretudo: bell. merc. puls. e sulf., ou também: cale carb.-v. hep ? natr.-m. e sil. Contra a otorrhéa purulenta, principalmente : bell. hep. merc. e puls., ou também: asa. cale caust. lach. nitr.-ac. petr. e sil., ou mesmo: aur. cist. kal. lyc. natr.-m., etc. Contra a otorrhéa escrophulosa (com ulceração da cavidade), principalmente : hep. lyc. merc. puls. e sulf. (Comparai Im- pigens.) Para a otorrhéa sanguinolenta ou hemorrhagia auricular, principalmente : merc. e puls., ou também : cie lach., etc. A otorrhéa que persiste depois de uma Otitis aguda pede principalmente: merc. puls. e sulf. A que se manifesta em resultado de um exanthema qual a escarlatina, morbilli, bexigas, etc: bell. colch. hep. lyc. men. e mere, ou mesmo : carb.-e A que resulta do abuso do mercúrio, sobretudo : asa. aur. hep. nitr.-ac. e sulf.;— e se ha carie dos ossinhos : aur. natr.- m. e sil. Depois de ter abusado do enxofre : puls. ou mere CAP. VIII. OUVIDO 283 Para os resultados da suppressão de uma otorrhéa, com pre- ferencia devem-se consultar : bell. mere e puls., ou também : bry. dulc. e nux.-vom. E' principalmente havendo inchação das glândulas do pescoço, ou das parotidas, que se deve preferir : puls. merc. ou bell. Se ha Cephalalgía ou febre : bell. ou bry.;—e sendo a suppressão resultante de um rfsfriamento : dulc. ou mere (Comparai os artigos : Dysecea, Otalgia, Otitis, etc, e nos caps. 21 e 22 vede a nota a respeito da sympathia que ha entre o ouvido e o plumão.) TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos indica- dos, 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas: espere-se a acção do medica- mento por 4 ou 5 dias, para repetir-se no caso de melhora, ou tomar-se outro. Parotitis (angina maxillar).— O melhor medicamento contra a parotitis aguda é mere, que na mór parte dos casos é especifico.—Aur. Unicamente, se a moléstia tomar um caracter mais grave,. que a inflammaçãó se torne erysipelatosa, ou que a moléstia ataque o cérebro, com desapparecimento do tumor, somnolencia e delírio, convirá consultar com preferencia bell., ou também hyos. não sendo ella sufficiente. Se o enfermo tiver precedentemente abusado do mercúrio, ou não tendo este sido bastante, começando o tumor a endurecer- se, com febre lenta, etc, nesse caso será indicado carb.-v. Este medicamento convém, além disso, quasi sempre, tendo o enfermo a voz muito rouca, e metastasis no estômago. Se contra a febre lenta não fôr bastante carb.-v., consultar- se-ha também coce No caso de haver metastasis para os testículos, serião puls. ou nux.-vom. que com preferencia merecerião ser consultados. Além dos medicamentos apontados, ha também kal. erhus., ou mesmo: am.-e cale cham. e con., que em algum cago obstinado se poderião consultar.—Aur. (Comparai também Anginas, cap. 13.) TRATAMENTO.— De qualquer dos medicamentos men- cionados 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de 3 em 3 horas nos 284 CAP. VIII. OUVIDO casos agudos, e com maiores intervallos nos casos menos graves. Polypo nos ouvidos.—Cale phos. silic. e staph. são os quê com preferencia merecem ser consultados. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas. Resonancia de sinos.—Nitr. raph. secai.;—da pró- pria palavra : phos.-ac.;—de trovões : plat. rhod. Retinido nos ouvidos.—Kreos. led. lyc. nux.-vom. Sensibilidade á musica.—Lyc. phos.-ac. Sons de tambor. —Lach. Zunido dos ouvidos.—Os medicamentos que merecem ser consultados com preferencia são: carb.-v. caust. chin. graph. mere puls. e sulf., ou também : acon. ant. arn. ars. bell. bar.-c. bry. cale carb.-an. cham. coff. con. kreos. lach. led. lyc. merc. natr.-m. nitr.-ac. nux.-vom. petr. phos. sep. e sulf.— Comparai, além disso, Dysecea. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos, 1 gotta ou 5 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas. ADDITAMENTO AO CAPITULO VIII Ardor : alum. ars. caust. ignat. kreos. spig. Botões, com pús na ponta: cicut. merc. Calor : alum. antim. camph. chin. puls.; — alternando com frio: verat. Cócegas : acon. sabad.;— no interior das orelhas: ambr. Comichão : antim. carb.-v. cham. ign. merc. nux.-v. puls. rhus. spigel. Crostas : kreos.;— detrás das orelhas : graph. oleand. sep. silic.;— diante das orelhas : oleand.;— no lobulo ou ponta das orelhas: caust. sep. teucr.;— pequenas, amarellas, na concha : iod. Efflorescencia acima da orelha direita e uma abaixo da es- querda com prurido : mag.;— ardente, corrosiva, e humida, pruriginosa, de um aspecto escamoso, assemelhando-se a pe- queno dartro, no lobulo da orelha esquerda: mere;—confluen- tes, formando uma só crosta na concha : muriat.-a.;— nas CAP. VIII. OUVIDO 285 orelhas : kali.;— pruriginosa, na parte posterior da concha: agar. Empola insensível da grossura de ervilha : meph. puls.;—no conducto auditivo exterior: nicot. Erupção : antim. chin. cicut. hep. merc. petr. puls. staph. ; — detrás das orelhas : bary.-e caust. graph. oleand. puls. ;— diante : oleand. ;— na concha: chin.;— nos lobulos : bar.-c mere sassap. teucr.;— no tragus: puls.;— ardente : mosc. puls. sassap.;— crustosa : graph. hep. lach. lycop. silic;— no tragus, com dôr ardente e mordicante, deitando um liquido seroso : puls.;— escamosa : teucr.; — furfuracea : mere ;— humida : bor. cale kreos. lycop. oleand.;— pruriginosa: merc. puls. sassap.;—secca, como de um dartro escamoso, com dôr de escoriação ao tocar : teucr. Erysipela : meph. puls. Escoriação detrás das orelhas: graph. kali. lach. nitr.-a. sulf.; —diante : merc;— no interior: bor. caust. sep. Excrescencías fungosas : merc. Feridas atrás das orelhas : ignat. puls. FormigaçÃo: ars. colch. merc. plat,;— no interior : amb. galv. samb. Frio : lach. plat.;—dentro : mere Furunculos : elect. sulf. ;— diante das orelhas : carb.-v. ;— pequeno, vermelho, adiante das orelhas, com dôr de ulceração ao tocar: laur. Humidade atrás das orelhas : graph. kali. nitr.-a. oleand. petr. Inchação : antim. cale caust. kreos. puls. rhus.;— por de- trás : cist. elect. lach.;— adiante: bry. cist.;— nos lobulos : nitr. Inflammaçãó : acon. bell. bry. mere nux.-v. puls. spong.; — das bordas : silic; — no interior: acon. merc. nux.-v. puls. sulf. ;— dos lobulos : nitr. Lobulos (affecções dos) : bar.-c. caust. chin. creos. nitr. Nodosidades, duas da grossura de ervilhas detrás das orelhas, com dôr tensiva quando pisadas : nicot.;—grossas, indolentes, por detrás dos lobulos, cobertas de efflorescenciasbrancas: sul.; — e-vermelhas por detrás dos lobulos com dôr de escoriação : phos.-a. ;— fixas nos lobulos com dôr ao principio : merc. ;— imflammatorias na concha e orificio do conducto, terminando 286 CAP. VIII. OUVIDO por crostas dolorosas ao tocar : spong.;— simples detrás das orelhas : bar.-c. Polypo: cale staph. Prurido : agar. amon.-e arg. mag.-m. sulf.;—detrás das orelhas : nitr.-a. viol.-tr.;—no interior : anae caps. fer.-naag. nux.-v. puls.;— nos lobulos : sabad. Purpura detrás das orelhas : antim. Pústulas : berb. Suppuração : elect. galv. (Vede cap. 2.°) Tumor : berb.;'— nos lobulos : mere Ulcera : bor. camph. galv. kali. merc. Ulceração : amon.-e lycop. merc. spong. Vermelhidão : agar. antim. camph. chin. galv. hep. ignat. puls.; — de um só lado : alum. carb.-v. ignat. ; — detrás das orelhas : oleand. petr. tabac.;—nos lobulos : camph. chin. Verrugas atrás das orelhas : cale Vesiculas na concha com dôr ardente ; phos.;— cheias de serosidade, atrás das orelhas ; amon. elect. phos. Vesiculas abaixo das orelhas : bell. cale carb. sulf.;— por detrás das orelhas: acon. antim. bar.-c. bry. canth. caust. graph. oleand. petr. staph. seneg. spong. CAPITULO IX affecções do nariz e do olfato Auosmia.— Os melhores medicamentos contra a perda chronica do olfato são : natr.-m. sep. sil. e sulf., ou também : cale caust. hyosc. kal. puls., etc TRATAMENTO.—1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas: descanse-se 5 ou 6 dias, para voltar ao mesmo medicamento no caso de melhora, ou tomará outro. Cancro no nariz.—São : ars. aur. cale carb.-an. sep. sil. e sulf., os que com preferencia devem ser consultados. (Comparai também Carcinoma, cap. 2.°) TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas. Carie no nariz.— Quer tenha esta moléstia origem es- crophulosa, quer mercurial, será aur. que com preferencia se deverá consultar. Para a carie syphilitica, é mere, mas se o doente tem já abusado delle será também aur. o preferível. $53^ Vede, além disso, Osteitis e doenças dos ossos, cap. l.° TRATAMENTO. —1 gotta ou 5 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas. Coryza ou catarrho cerebral. — Os melhores medicamentos em geral são : am.-e ars. cham. dulc. hep. lach. merc. nux.-vom. puls. sulf.—Alum. Ou também : bell. euphr. ign. ipec. lyc natr. samb. Ou ainda mesmo : alum. anae bry. cale carb.-v. caust. con. graph. natr.-m. nitr.-ac. sep. sil. zinc. Para os prodromos do coryza, se este tarda em se estabelecer, com affecção catarrhal das cavidades frontaes, dos olhos, etc, são sobretudo: am.-e cale lach. nux.-vom. sulf., ou também: caus. hep. e natr.-m., os que merecem ser consultados. Para o coryza secco, ou entupimento catarrhal do nariz, são em geral os mesmos medicamentos precedentes : só em caso de obstinação poder-se-ha também consultar bry. ign. lyc 288 CAP. VIII. OUVIDO natr. natr.-m. nitr.-ac. phos. plat. sil., ou : cale caust. graph. hep. ipec. lach. nux.-vom. e sulf. A obstrucção do nariz, nos recém-nascidos, cede ordinaria- mente a nux.-vom. ou samb. Para o coryza fluente ou blennorrhéa nasal, são principal- mente : merc. puls. sulf., ou : ars. bell. cham. dulc. hep. ipec. lyc. mere nitr.-ac. rhus. sabad. selen. sil., etc. Em geral, para o coryza ordinário, achar-se-ha ser freqüente- mente, segundo a espécie, o que mais convém : bell. hep. lach. merc, ou : ars. dulc. ipec. nux.-vom., ou : cham. puls. sulf., ou também : am.-e bry. euphr. ign. O coryza com febre pede commummente : acon., e depois : merc. ou nux.-vom. Os defluxos, aquoso : cham. graph,;— amarello : puls. sep.; — ardente : ars. puls.;—cinzento : amb. lycop.;— corrosivo : alum. ars. mer.;—com difficuldade de espirrar: carb.-v. silic; — espesso : puls. ;— com espirros : carb.-a. cin. rhus. sabad.; — fétido: aur. cale merc. natr. puls.;—formando crostas : agar. antim. bryon. lach.;— mucoso: amon.-m. ars. chin. fer. phos. sep. silic. zinc.;— purulento : cale con.;— sanguino- lento : chin.;—verde : aur. merc. puls. rhus.;— viscoso: bov. cham. estan.;— com as ventas ulceradas : lycop. merc. puls.; — entupidas : nux.-v. Para o coryza chronico, dever-se-ha muitas vezes, além dos precedentes, consultar também: alum. anae cale carb.-v. caus. con. graph. lyc. natr. natr.-m. nitr.-ac. sep-. sil. zinc (Comparai também Oz.f;na.) Finalmente, quanto á disposição a constipar-se facilmente são: cale graph. natr. puls. sil e sulf. que merecem com pre- ferencia ser consultados. (Comparai também Resfriamento, cap. l.°) O resultado da suppressão de um coryza pede em geral: acon. ars. bell. bry. chin. cin. nux.-vom. puls. ou sulf. Se é a cabeça a parte principal affectada, dever-se-ha consul- tar : acon. bell. cham. chin. cin. nux.-vom. sulf., ou também: ars. carb.-v. lach. lyc. puls. Se os olhos são atacados, com preferencia : bell. cham. euphr. ign. lach. nux.-vom. puls,, ou também: hep. mere sulf. CAP. IX. NARIZ E OLFATO 28M No caso de padecimentos asthmaticos : ars. ou ipec, ou também : bry. nux.-vom. ou sulf. E no caso de bronchites : acon. bry. merc. milef. nux.-vom. puls. rhus. ou sulf. Em todo caso, poder-se-ha cora preferencia consultar : AMMONIUM, se ha: obstrucção do nariz, principalmente de noite, inchação e sensibilidade dolorosa das ventas, lançando sangue ao assoar-se ; grande sequidão do nariz ; olhos dolo - rosos com lagrimação : fluxo de sangue pelo nariz, boca secca, principalmente de noite. ARSENICUM, havendo : simultaneamente obstrucção do nariz e fluxo de mucosidades serosas, abundante, com ardor do nariz e corrosão das partes vizinhas ; insomnia de noite, com fluxo de sangue pelo nariz ; rouquidão ; zunido dos ouvidos; dôr de ca- beça com pulsações na testa e náuseas ; melhoras com o calor ; adypsia ; ou vontade de beber freqüente, porém pouco de cada vez. DULCAMARA, se ha : obstrucção do nariz, com fluxo, que é renovado com o menor ar frio ; aggravamento no repouso, e melhoras com o movimento ; fluxo de. sangue pelo nariz, se- quidão da boca, sem sede ; voz rouca, encatarrhada. CHAMOMILLA, principalmente nos meninos, ou depois de transpiração supprimida, e principalmente se ha : ventas ul- ceradas ; gengivas gretadas ; somnolencia, cabeça pesada, uma espécie de estupidez ; arripiamento com sede ; rubor de uma face, com pallidez de outra; mucosidades nasaes, acres e abraza- doras. (Convém muitas vezes depois ou antes de puls.) HEPAR, na maior parte dos casos de coryza ordinário, quando merc. fôr sem proveito, ou delle tiver o enfermo abusado; prin- cipalmente se qualquer ar frio provoca um novo defluxo ou dôr de cabeça, ou se o coryza não ataca senão uma só venta, e que a dôr de cabeça se aggrava com o movimento. LACHESIS, no caso em que merc. ou hep. fossem applica- dos sem proveito, e principalmente se ha: fluxo excessivo de mucosidade serosas, inchação e excoriação das ventas e dos beiços, crostas nas'ventas, lagrimação e espirro freqüente ;—ou também se o fluxo catarrhal tarda a estabelecer-se, com obs- trucção do nariz, zunido dos ouvidos, lagrimas, dôr de cabeça, máo humor, e completa inaptidão para a meditação; e principal- mente se nux.-vom. não fôr sufficiente contra este estado. 37 290 CAP. IX. NARIZ E OLFATO MERCURIUS, em quasi todos os casos do coryza ordinário, seja ou não epidêmico, principalmente havendo : espirro fre- qüente ; fluxo abundante de mucosidades serosas ; inchação, rubor e excoriação do nariz, com prurido e dôres osteocopas calcando- lhe ; cheiro fétido do muco nasal; dôr de cabeça gravativa na testa; suores nocturnos, arripiamentos ou calor febril; grande sede; dôres nos membros ; aversão á solidão: aggravação do estado, quer pelo calor, quer pelo frio. (Comparai bell. hep. lach.) NUX.-VOM., se ha: coryza secco com obstrucção do nariz ; dôr de cabeça com peso no frontal, ou com dôres lancetantes ou dilacerantes; rosto quente, principalmente de tarde; com rubor abrazador das faces ; cansaço de todo o corpo ; humor rixoso e colérico; ou se o coryza é fluente de manhã, mas secco de tarde ou de noite, com seccura da boca, sem grande sede; sensação de seccura no peito ; prisão de ventre ou evacuações duras ; ou também se ha ao mesmo tempo obstrucção do nariz e fluxo de mucosidades abrazadoras e eorrosivas, não tendo ars. sido sufficiente contra este estado. (Comparai ars. ipec. e lach.) PULSATILLA, se ha : fastio ; perda do gosto e do olfato; secreção de um muco amarellado, espesso e fétido; inchação do nariz, com sangue, assoando-se; ventas ulceradas ; espirro fre- qüente ; photophobia; voz rouca ; cabeça pesada e embaraçada, principalmente de noite e no calor da cama; melhoras ao ar livre; arripios, maxime de noite; adypsia; humor rixoso. (Convém freqüentemente depois ou antes de cham.) SULFUR, havendo : obstrucção e grande sequidão do nariz, ou também secreção abundante de mucosidades espessas, ama- relladas e pruriformes; espirro freqüente, com sangue, assoan- do-se ; perda do olfato; escoriação e ulceração das ventas, etc. (Convém freqüentemente depois de puls.) Dentre os medicamentos apontados poder-se-ha em seguida < consultar também: BELLADONA, no caso em que merc. ou hep. fossem in- dicados sem proveito, e principalmente se o olfato está exaltado ou embotado. EUPHRASIA, se ha: fluxo abundante de mucosidades es- branquíçadas, com olhos vermelhos e lagrimanles. IGNATIA, contra o coryza das pessoas nervosas, com dôr de cabeça, na testa, e sobre-excitação hysterica. CAP. IX. NARIZ E OLFATO 29! IPECACUANHA, no caso em que ars. ou nux.-vom. fossem indicados sem proveito, e principalmente se ha grande fraqueza, anorexia com náuseas, fastio e vômitos. LYCOPODIUM, havendo : obstrucção do nariz, principalmente de noite, com cabeça embaraçada e dôr abrazadora na testa. NATRUM, se o coryza reapparece de dous em dous dias, ou se qualquer corrente de ar e o menor resfriamento o provocão de novo, não cessando senão pela transpiração. SAMBUCUS, se, nos recém-nascidos, ha obstrucção do nariz por mucosidades tenazes, espessas, com desperto sobresaltado, como se alguém o suffocasse. (Comparai Catarrho, Tosse, etc, cap. 21.) TRATAMENTO.- 1 gotta ou o glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de hora em hora, de 2 em 2 horas, ou com maior intervallo, conforme a agudez da dôr, espaçando o intervallo á proporção das melhoras. Pores no nariz.—Antim. rhus.;—á noite: bell. coral. lach.;—apertando-o : am.-m. silic.;—ao tocar: bell. bry. hep. merc phos.;—nos ossos: aur. carb.-v. mere veratr.- TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. era 3 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas. Epistaxis ou heanorrhagia nasal. — Os me- lhores medicamentos são: acon. arn. bell. bry, chin. croc. merc. nux.-vom. puls. rhus. sulf., ou também ainda : ambr. carb.-v. cin. fer. gran.? kreos.? led. sabin. sec sep. sil., etc. —Cannab. ergotína? Para a hemorrhagia nasal, ou fluxo de sangue pelo nariz, em abundância, são principalmente: acon. arn. bell. chin. merc. puls. rhus. ou sec. Se o epistaxis é em conseqüência de congestão de sangue na cabeça, convirá consultar com preferencia : acon. bell. chin. con. croc, ou também: alum. cham. graph. rhus., etc. (Comparai cap. 6o, Congestões na cabeça.) Manifestando-se durante o coryza : ars. ou puls. Nos meninos acommettidos de affecções verminosas : chin. cin. mere ou gran. Nas mulheres que têm assistências muito fracas : puls. sec. ou sep.;—nas que têm as regras muito abundantes : acon. cale croc. sabin., etc ;—com amenorrhéa : bry. puls. ou sep. CAP. IX. NARIZ E OLFATO Nas pessoas fracas ou exhaustas, em resultado de perdas debilitantes, de evacuações sanguineas, etc: chin. ou sec, ou carb.-v.? cin.? fer. ? Em conseqüência de uma escandecexcia por bebidas es- pirituosas, etc.: nux.-vom., ou acon. bell. bry. Em resultado de um esforço corporal : rhus. ou arn., ou também: bry. cal.? puls.? sulf.? Por causa de uma contusão, ou de um golpe, etc.., sobretudo nos homens: arn. A disposição'a lançar sangue pelo nariz, por qualquer causa, pede com preferencia: cale carb.-v. sep. sil. ou sulf. ; —se o sangue fôr claro: bell. bry. dulc. sabad.; —negro : nux.-vom. crocus.; — coagulado : cham. plat. merc. rhus.; — viscoso : crocus.;—vermelho: arn.;—abaixando-se: rhus.;—de manhã: amon.-e nitr.-a.; — no leito : caps.; — á noite : magn.-s. rhus. i — dormindo : bry. mere; —depois de esforços : carb,- veg. TRATAMENTO— 1 gotta ou 5 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de hora em hora, de 2 em 2 horas ou com maiores intervallos, conforme a agudez domai, espaçando á medida das melhoras. lEspirros.— Os melhores medicamentos são: cale cist. lach. meph. petiv.-tetr. phos. puls. sil. sulf. therid. Inchação do nariz.— Os melhores medicamentos são, em geral: arn. ars. asa. aur. bell. bry. cale hep. merc. natr.-m. phos. puls. sep. sulf. zinc. Se a inchação fôr o resultado de uma contusão, de uma pancada, de uma queda, etc, é arn. que merece a preferencia. Depois do abuso do mercúrio, dever-se-ha consultar: asa. aur. bell. hep. lach. ? e sulf. Nas pessoas dadas ás bebidas espirituosas : ars. cale puls. sulf., ou também: bell. hep. lach. ? ou mere Nas pessoas escrophulosas, principalmente: asa. aur. cale hep. mere puls. e sulf., ou também : bry. lach. ? phos., etc. No caso de tumefacção vermelha e dolorosa, são principal- mente: bell. hep. mere, ou também: bry. cale phos. rhus. ou sulf. Para a inchação das azas do nariz: lach. magn.-m. sulf. e thui.;—sendo de uma só : coce e croc. Se houver ao mesmo tempo poros negros sobre o nariz, são CAP. IX. NARIZ E OLFATO j:l: principalmente : sulf., ou também graph. ; —havendo crosta, sobretudo: carb.-v. natr.-m. sep. ou sil.; — se ha manchas vermelhas : phos -ac.; — se fôr a ponta do nariz que esteja vermelha : bor. sep. e sulf., ou cale carb.-an., ou rhus.; —se ha rubor côr de cobre: ars. ou cann.; — e se ha verrugas sobre o nariz : cale caust. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas; espere-se a acção do medicamento por 5 ou 6 dias, para repeti-lo no caso de melhora ou tomar-se outro. Osena.—Os melhores medicamentos centra a inflamma- çãó chronica da membrana mucosa do nariz, são : alum. am.-e asa. aur. bry. cale carb.-v. caus. con. graph. kal. lach. lyc. magn. magn.-m. merc. natr. nitr.-ac. puls. sil. sulf. thui.— Mezer. A obstrucção chronica do nariz pede sobretudo: bry. cale caus. con. lach. lyc. natr. nitr.-ac sil. e sulf., ou mesmo também : aur. carb.-v. graph. kal. magn. magn.-m. nux.-vom. puls. ou thui. A ulceração, as rhagadas e as crostas das ventas, exigem com preferencia : alum. antim. aur. bor. cale cie graph. lach. lyc. merc. nitr.-ac. puls. e sulf. Para o fluxo de pus, ou osena, propriamente dita, são principalmente: aur. e mere, ou também : asa. cale cie?con. lach. puls. e sulf., que merecem ser consultados. Para a osena syphilitica, é merc. que merece a preferencia ; porém, se o enfermo já tíver abusado delle, convirá consultar : aur., ou também : asa. hep. lach. nilr.-ae sulf. ou thui. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 de 12 em 12 horas; espere-se a acção do medicamento, por 5 ou 6 dias, para repeti-lo ou tomar outro. (Compauai os artigos Carie, Coryza e Inchação.) Polypo do nariz.— São : cale phos. staph. e teucr., e talvez também : sep. e sil., que merecem ser consultados com preferencia. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos da 5a, 15a ou 30a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas: repita-se no caso de melhora em dynam. mais alta. 2V i CAP. IX. NARIZ E OLFATO ADDITAMENTO AO CAPITULO IX Ardor: aur.-m. bell. kali.;—na ponta: carb.-a.; — nas ventas: ars. aur.-m. bor. canth. led. sulf. Bossas, cheias de pús ao lado do nariz : sassap. Bostellas, crustáceas, perto da aza do nariz e sobre elle : rhus. Cavidade do nariz : antim. aur. cale graph. silic. spig. Condylomas, carnosidades : nitr.-ac. Côr azulada nas azas do nariz : hydroe Crostas: carb.-v. natr.-m. sep. silic;—abaixo do nariz: bar.-c. sassap.;— no nariz : bell.;— nas ventas : alum. aur.- m. cale cicut. graph. iod. lach. lycop. nitr.-a. sulf. Dartros nas azas do nariz : rhus. sulf.;—em torno do nariz: rhus. sulf. Descamação : ars. aur.-m. carb.-a. natr. Efflorescencias em ambas as ventas com crostas: cale;—no angulo da aza do nariz : anae dulc.:— na aza, com sensação pruriginosa e lancinante : mag.-a.;—com pús: euphr.;—clara, ardente ao tocar : canth.;— sobre o dorso do nariz : sulf.;—de- baixo, ou no nariz, com pús e dôr mordicante : arn.;— dolo- rosa na venta esquerda com sensação pruriginosa e lancinante: cale;—indolente com ponta branca debaixo da aza do-nariz : zinc;—no lado do nariz com dôr ardente, lancinante: argil. ; — no nariz com dôr de excoriação : guiac. kali. silic;— pe- quena nas ventas : sep.;— dolorosa abaixo : caps.;— na ponta do nariz com sensação pulsativa. caust.;—com pús, cobrindo-se de uma crosta: bell.;— na raiz do nariz : caust.;— semelhante a uma empola cheia de sangue : sep.;— sensivel no nariz : hydroe kali.;—na superfície interior da aza com dôr de ulce- ração : dulc;— suppurante na aza do nariz : magn. tarax. ;— em uma das ventas a principio pruriginosa e ao depois ardente: graph.;— em uma das ventas com dôr mordicante : digit. ;— vermelha, grande, abaixo das ventas, com sensação mordicante ao tocar, como se se lançasse um ácido sobre a chaga : teucr.; — vermelha, insensível, sangrando ao tocar : stront. Ephelides sobre o nariz : sulf. sulf.-a. Erupções: amon.-e aur. bell. ciem. euphr. kali. lach. magn. natr. nitr.-a. petr. plumb. rhus. sulf.;— abaixo do nariz : CAP. IX. NARIZ E OLFATO 21)0 caps. squil.;—nos ângulos: plumb.;—nas azas do nariz: gins.; — no interior: magn. phel. silic;—no nariz : bell. ciem. rhus. sulf.;— na ponta: caust. ciem. nitr.-a. spong.;—na raiz : fer.- mag.;—segundo a sua natureza, ardentes : ole.-a.;—de botões: amon.-e caps. ciem. euphr. kali. lach. ole.-a. petr. plumb. silic.; —confluentes : phel.;— dolorosas : caps. ;— ao tocar : ciem.;— furfuraceas : aur.;— lancinantes.: squil.;— pressivas, dolorosas : magn.;—pruriginosas : nitr.-a phel. squil.;— pus- tulosas : ciem. crot. euphr. merc. petr. plumb.;—suantes : ole.-a. squil.;—vermelhas: aur. crot. lac;—vesiculosas: magn. nitr.-a. pheland. plumb. silic. Escoriação do nariz : antim. ignat. lach. mere zinc;—nos ângulos : antim. phos.;— com dôr no nariz : cicut. hep.;— na ponta : bor. rhus. Formigação: arn. granat. sabad.;—na ponta : mosc. pcen. rhab. Frio : arn. bell. galv. murex. plumb. verat. Furunculo : alum. amon.-e argil. silic. Inchação do nariz (vede cap. 9°):— das azas : lach. magn.- m. sulf. thui.;— da ponta : bor. cale sep. sulf. (vede cap. 9o); — semi-lateral : coce croc.;— dos ossos do nariz : merc. Inflammaçãó: aur.-m. bry. cale canth. hep. rhus. sep. sulf., — na ponta do nariz : nitr. sep. sulf.; — das ventas: agar. bry. canth. cham. merc. nux.-v. silic. sulf. veratr.;— semi-lateral: natr.-m.;— nas azas do nariz : carb.-v. caut. sep. Manchas (ephelides): phos. sulf. Nariz negro : mere;— nodosidades nas ventas : ars. Nodoas amarellas : sep.;—escuras, vermelhas, com dôr pres- siva : aur.;—com inflammaçãó, dôr de excoriação e pequenas hostellas : canth.;—vermelhas: iod. phos.-a. silic;—ardentes: iod. veratr. Ossos do nariz molestos: aur. caust. carb.-a. carb.-veg. hyosc. mere phos.-a, sep. Picadas na ponta do nariz: ran.-se nitr.-ac. spig.;—nas fossas nasaes : hydroe Placas, ardentes: iod. Polypo : cale phos. sep. silic. staph. teucr. Poros negros: dros. graph. sabin. sulf. Prurido: agar. amon.-e aur.-m. carb.-v. ignat. mere nux.- v. spig.;—nas azas do nariz: caust. selen.;—no interior: 2í»t; CAP. IX. NARIZ E OLFATO agar. granat. nux.-v. ole.-a. sabad.;—na ponta : caust. silic. Pústulas chatas alongadas, cheias de pús, no nariz: bell. bor. ;—á roda: bar. tart. Rachaduras nas ventas: antim.;—na ponta do nariz: carb.-a. (Vede cap. 9.°) Ranho misturado de sangue : aur.-m. puls. sep. sulf. Ulceração: cham. staph. sulf. (vede Crostas);— nas azas : puls.;—nas ventas: alum aur. cale graph. lycop. merc. nitr.-a. puls.;—nos bordos das ventas : lach. Vermelhidão côr de cobre: canab.,—no interior: bell. phel. (vede cap. 9o);—no exterior : bell. cale mere phos. rat.;—nos ângulos: plumb.;—nos bordos das ventas: lach. Vesicula, insensivel, no dorsodo nariz : magn.;—no lado do nariz com prurido violento: magn.;—mui approximadas: ciem: veratr.;—pequenas, em fôrma de grãos, em torno do na- riz : sabad.;—suppurantes na ponta do nariz: magn. CAPITULO X affecções do rosto, das faces e dos queixos Boubas»—Apparecem no rosto muitas vezes elhes convém os mesmos remédios que são indicados quando apparecem n'outra parte. (Vede o cap. 2o, e particularmente a nota que vem no fim do cap. 25.) Carie no queixo.—São: cist. esil. os que mais vanta- josamente se têm applicado contra a ulceração escrophulosa do osso maxillar. (Vede também: Ostitis e Doenças dos ossos, cap. 1.°) Silicea é precioso remédio. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a, 15a ou 30a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas ; o mesmo medicamento deve ser repetido no caso de melhora, depois de 4 ou 6 dias, ou tomar-se outro receiando que não tenha produzido effeito. Convulsões no rosto.—Bell. cham. cupr. galv. ign. ipec. lycop. op. phos. puls.; —dos beiços e boca: bell. bruc. cham. ign. ipec. lycop. merc. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres d'agua, ás colheres de chá de 4 em 4 horas. Contorsão dos cantos da boca.—Hydroe ;—dos músculos do rosto : hydroe Crostas de leite (Impetigo larvalis, Biett).—Os prin- cipaes medicamentos são: rhus. e sulf.; depois: cale dulc. graph. hep. lyc. mez. sass. sep. viol. tr.; e pôde ser que em alguns casos se possa também consultar: ars. bar.-c. bell. cie iod. merc. e natr.-m. • E' sobretudo havendo ao mesmo tempo affecções das vias ourinarias que viol.-tr. parece ser melhor indicada. Para os casos caracterisados pela formação de crostas muito espessas recommenda-se principalmente: graph. e mez. TRATAMENTO.—1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas. Dôr nos queixos.—Aur. bell. hep. merc. plat.;—na maçã do rosto : amon. arg. magn. merc. mur. natr. nux.-vom. phos. sulf, 38 289 CAP. X. ROSTO TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 3a dynam. em 4 colheres d água, 1 colher de 8 em 8 horas. Erysipela no rosto.—Os melhores medicamentos, são: bell. lach. e rhus.; depois de cham. graph. hep. e sulf.; e talvez em alguns casos: acon. camph. cant. carb.-an. carb.-v. euphorb. hoemat. sep. stram., etc. BELLADONA, convém principalmente se ha : delírio, cepha- lalgía lancetante, olhar furioso, sede violenta, lingua secca, beiços áridos e outros symptomas que facão receiar uma me- tastasis para o cérebro. LACHESIS, algumas vezes se acha indicado no começo, e também quando bell. não foi bastante para combater as affecções cerebraes. Depois de lach. achar-se-ha muitas vezes indicado : hep. ou mere; ou bry. e rhus. RHUS, com preferencia, contra: erysipela vesiculosa, ou tam- bém se os tegumentos da cabeça forem invadidos pela erysipela: na mór parte dos casos será mesmo especifico. 02^* Vede, além disso, cap. 2o, Erysipela, e comparai de- pois Fluxão na face. TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 3a ou 5» dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de hora em hora, 2 em 2 horas, ou com maiores intervallos conforme a gravidade do mal, espaçando á medida das melhoras. Fluxão na face.—Os melhores medicamentos contra a inchação da face, resultado de uma odontalgia (conhecida vulgarmente pelo nome de fluxão), são, em geral: arn. cham. magn.-e merc nux.-vom. puls. sep. staph., ou talvez também: ars. aur. bell. bry. carb.-v. caus. sulf., etc Se o tumor é vermelho e quente, são principalmente: arn. bell. bry. cham. e merc. que convém consultar. Se fôr duro, são: arn. bell. ou cham. que merecem a prefe- rencia. Se é pallido : bry nux.-vom. phos. sep. e sulf. Se tornar-se erysipelatoso : cham. sep., ou também : bell. graph. hep. lach. rhus. sulf., etc. (Vede Erysipela.) Se por acaso antes de apparecer a fluxão já se tinhão appli- cado medicamentos contra as dôres de dentes precedentes, po- der-se-ha empregar puls., se os anteriormente applicados fo- rão mere ou cham.; ou também mere se precedentemente se CAP. X. ROSTO 299 empregou puls. ou bell.; ou bell. após mere; ou sulf. em seguida a bell. bry., etc. O calor e inchação do rosto, occasionado por viagens ao sol: arn. interna e externamente, ou rhus. só interiormente. Se ha nodoas vermelhas e circumscriptas: chin. ferr. lycop. phos.-a. sulf. Se ha exanthemas, pústulas, erupções, bostellas : antim.-cr. croc. rhus. staph. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos: 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas; espere-se a acção do medicamento por 4 a 6 dias, para repeti-lo no caso de melhora, ou tomar en- tão outro quando este não tenha produzido effeito. Çã^jr* Comparai também: Odontalgia. Impigens no rosto. — Os melhores medicamentos são: ars. cale graph. lyc. merc. rhus. sep. sulf., ou também: am.-e anae bary.-e carb.-v. hep. kreos. led. nitr.-ac. e thui. As impigens crustáceas, reclamão sobretudo: cale graph. e sulf., ou também: ars. cie lach.? lyc. rhus. sep., etc. (Comparai Crostas de leite.) Para as impigens furfuraceas são sobretudo : ars. bry. cie e sulf., ou também : anae mere, ou thui., etc. Contra a impigem roedora poder-se-ha talvez consultar com preferencia: ars. cale cie rhus. sep. e sulf., ou também: alum. ? ciem. ? mere ? sil. ? Emfim, a impigem escamosa pede commummente: cale graph. lyc. sep. sulf., ou bruc? ^^* Comparai também, cap. 2o, os artigos: Acnéa,Impetigo, Herpes, Psoriasis, etc, e vede a nota ao cap. 25, Boubas. TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas: espere-se a acção do medicamento por 6 ou 8 dias, para repeti- lo no caso de melhora ou tomar-se outro quando este não tenha produzido effeito. incitação dos beiços.— A inchação escrophulosa dos beiços pede principalmente: aur. bell. bry. hep. lach. merc. sil. staph. sulf., etc. Se houver ao mesmo tempo inversão do beiço, sobretudo : bell e mere são os que convém consultar com preferencia. Havendo crostas e ulcerações : bell. hep. merc. sep. sil. 300 cap x. rosto staph. e sulf., ou talvez também: cie graph. natr.-m. nitr.-a. etc, etc. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos era 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas; repita-se no caso de melhora passando 4 ou 6 dias. ^S^ Comparai também cap. 4.° Mentagra.— Os melhores medicamentos são : ant. cie graph. e sulf.; e talvez se poderão consultar, sendo necessário: carb.-v. ciem. dulc. kreos. merc.sass. sep e sil. . TRATAMENTO.— De qualquer medicamento, 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 era 12 horas. Paralysia dos músculos do rosto.— São caus. e graph. que com preferencia merecem ser consultados. Prosopalgia ou dôres no rosto.— Os melhores medicamentos em geral são: acon. bell. caust. coloc. con. hep. lyc. merc. mez. nux.-vom. phos. plat. spig. e staph.—Agaric. —Phosphorus tem sido muito útil. Ou bry. cale caps. chin. lyc. puls. rhus. stann. sulf. thui. e veratr. Ou mesmo ainda: actae. arn. ars. aur. bar.-c. cham. coff. kal. kal.-ch.? magn.? magn-m.? etc. As prosopalgias inflammatorias pedem commummente: acon. arn. bry. phos. staph. e sulf., ou ainda mesmo : bar.-c. bell. lach. merc. plat. thui. e veratr. Para as prosopalgias rheumaticas, achar-se-ha muitas vezes indicado: acon. caus. chin. merc mez. phos. puls. spig. sulf. e thui., ou também: arn. bry. hep. lach. magn. nux.-vom. e veratr. As prosopalgias arthriticas reclamão, na pluralidade dos casos: caus. colce merc. nux.-vom. rhus. spig., etc. Para as prosopalgias nervosas (Contracção convulsiva dolorosa, Nevralgia facil) poder-se-ha com preferencia consultar : bell. caps. lyc. plat. spig. e magn.-car.; ou ainda : hyos. lach. magn. nux.-vom., e sobretudo phos. As prosopalgias por abuso do mercúrio pedem sobretudo: aur. carb.-v. chin. hep. sulf., etc. ' Para as que apparecem nas pessoas jovens (e mormente nas raparigas de pouca idade) plethoricas, são sobretudo : acon. e bell.; ou cale chin. lach. phos. e plat. CAP. X. ROSTO 301 Nas pessoas nervosas, principalmente : bell. lach. lyc. plat. e spig. Em todo o caso, consultar-se-ha com preferencia : ACONItUM, se ha: rosto vermelho e quente, com dôres for- migantes, ou dôr de ulceração, que não occupa senão um lado do rosto; inchação da face ou queixos; calor febril, sede; grande exasperação, com agitação e anxiedade, etc BELLADONA, se as dôres segum o curso do nervo infra- orbitario, sendo facilmente provocadas pela roçadura da parte molestada; ou quando ha : dôres dilacerantes, lancinantes nos ossos dos queixos ou nas maçãs ; rijeza da nuca, espasmo das palpebras; estremecimentos convulsivos dos músculos do rosto e desvio da boca; rosto quente e vermelho. CAUSTICUM, se ha : dôres tensivas ou pulsativas nos ossos do rosto, maxime nos molares, com uma espécie de paralysia dos músculos faciaes; ou dôres activissimas nos queixos, que impedem abrir a boca; dôres rheumaticas nos membros, zunido nos ouvidos, etc. COLOCYNTHIS, contra : dôres dilacerantes e lancetantes, que occupão o lado esquerdo do rosto, propaganda-se até aos dentes, com rosto inchado ; aggravamento das dôres ao menor contacto, s etc, etc CONIUM, sobretudo se as dôres vierem de noite "e forem cruéis e lancinantes. HEPAR, se as dôres dos ossos- do rosto (as maçãs) se aggravão principalmente ao tocar-se-lhes, propagando-se até aos ouvidos e ás fontes. LYCOPODIUM, contra : dôres que principião por uma sensa- ção de frio, occupando principalmente o lado direito do rosto, com aggravamento de noite ou de tarde. MERCURIUS, se as dôres são cruéis ou lancinantes, affec- tando todo um lado da cabeça, desde as fontes até aos dentes, aggravando-se mormente de noite com o calor da cama, com salivação, lagrimação, suor no rosto ou na cabeça, insomnia, etc, etc. MEZEREUM, contra: dôres como de camimbras, entorpecentes, que occupão a maçã esquerda e se propagão até ao olho, á fronte, ao ouvido, aos dentes, ou ao pescoço e á espadua, cora aggrava- mento ou renovação das dôres depois de ter comido cousa quente, ou voltando do ar livre para a casa. 302 CAP. X. ROSTO NUX.-VOM, contra: dôres cruéis e activissimas, até ao ouvido, com inchação da face ; rubor do rosto, ou de uma das faces, ou côr amarella, mormente em torno do nariz e da boca; comichão no rosto, com palpitação dos músculos ; aggravamento das dôres com a meditação e qualquer trabalho intellectual, o vinho e o café, etc. PHOSPHORUS, havendo: dôres cruéis, principalmente do lado esquerdo, com prurido e tensão da pelle do rosto ; inchação e pallidez do rosto; aggravamento das dôres por qualquer movimento dos músculos do rosto, comendo ou abrindo a boca, fallando, etc.; assim como pelo mais ligeiro contacto; dôres desde os queixos até á raiz do nariz ou ao ouvido ; congestão na cabeça, com vertigens; zunido nos ouvidos, etc. PLATINA, se as dôres são formigantes, com sensação de frio e de torpor do lado affectado ; ou dôr de caimbra e pressão tensiva nas mãos; aggravamento ou renovação das dôres de noite e no repouso; pranto facil, rubor do rosto com sede. SPIGELIA, quando ha: dôres agudas pronunciadissimas, abrazamento e pressão nas maçãs; dôres violentas que não supportão nem o menor contacto, nem o menor movimento, com inchação reluzente do lado affectado, ou com angustia do coração e grande agitação. STAPHYSAGRIA, havendo: dôres pressivas, pulsativas, desde os dentes até aos olhos; ou dôres lancetantes, abrazadoras, activissimas, incisivas ou cruéis, com sensação de inchação do lado affectado, gemidos espasmodicos, mãos frias e suor frio no rosto. ÇS^ Comparai cap. Io, Nevralgias, assim como o cap. 11, Odontalgia. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos da 3a, 5a, 13a ou 30a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de hora em hora, de 2 em 2 horas ou com maior intervallo segundo a gravidade do mal, espaçando á proporção das me- lhoras ; o medicamento applicado deve ser aquelle que abranja o maior grupo de symptomas. (Vede Matéria Medica por J. V. Martins.) Pulsações ou batimentos pelo rosto : arn. bell. caust. cham. Scirro.— São: ars bell. con. lach. sep. sil. e sulf. que CAP. X. ROSTO 303 merecem com preferencia ser consultados contra as induracões scirrosas no rosto e nos beiços. (Vede cap. Io, Induracões.) TRATAMENTO. — I gotta ou 5 glóbulos da 5a, 15a ou 30» dynam. em 4 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas : o mesmo medicamento deve ser repetido no caso de melhora depois de 5 ou 6 dias. Ulceração no rosto e beiços.—Os melhores me- dicamentos são, em geral: ars. bell. ciem. hep. merc sil. staph. esulf., ou também : cie graph. merc. natr.-m. nitr.-ac, etc. As ulcerações cancrosas pedem com preferencia : ars. ciem. con. lach. sil. sulf., etc. Para as ulcerações escrophulosas, são sobretudo: bell. hep. mere sep. sil. staph. e sulf.; ou também : cie graph. natr.-m. nitr.-ac, etc. Ç^* Vede, além disso, caps. 2o e 11, Ulceras. TRATAMENTO. — De qualquer dos medicamentos, 1 gotta ou 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas, o qual se repetirá passando 5 ou 6 dias, no caso de melhora. ADDITAMENTO AO CAPITULO X Abcesso na face com dôr lancinante : cale — duro : cin. — pequeno, vermelho, suppurante, indolente ao lado da barba : merc. — simples : natr.-m. Ardor, vermelhidão do rosto: acon..hep. Bossas no lado da testa com dôr mordicante : ars. — pe- quenas na testa, junto dos cabellos, com dôr de escoriação ao tocar: carb.-v. Bostellas no rosto, como depois de mordeduras de pulgas : antim. —dolorosas nas fontes: bov.— pequenas, pruriginosas, suppurantes na testa : bov. merc. Botões na face: mur.-a. nitr.-a. (vede Erupções) arn. bell. — na barba: mere phos.-a. rhus. thui. — nas fontes : arg. bell. mur.-a nitr.-a. Crostas : ars. cale graph. lach. lycop. merc rhus. sulf. (vede Crostas de leite e dartros crustáceos, cap. 10) — na barba : cicut. dulc. graph. merc. sep. — na face junto da barba, 304 CAP. X. ROSTO crosta amarella : antim. — nas fontes e testa : dulc. mur.-a. — á roda da boca : cale graph. Dartros e nodoas dartrosas: ars cale cicut. graph. lycop. merc. rhus. sep. sulf. — amarellos, perto da barba na face es- querda, com prurido ao tocar : antim. — na barba : carb.-v. nux.-v. silic. — brancos na face : anae — compactos, com pús amarello e viscoso como resina : viol.-tr. — escamosos, gros- sos, humidos : cale — na face : amon.-e bry. dulc. phos.-a. — furfuraceos: ars. bry. cicut. sulf. (vede cap. 2o, Herpes fur- furaceos) — pruriginosos : caps. nitr.-a. rhus. sulf. — na testa, com prurido corrosivo : caps. — seccos na face: hydroe kali. led. nicot. phos.-a. sulf. Descamação : canth. phos. puls. rhus. — dos dartros : gins. Efflorescencia nas faces, e abaixo das faces : carb.-a. — ar- dentes ao tocar : canth. —brancas, pruriginosas, com dôr mor- dicante ao tocar : coloc — com dôr de escoriação ao tocar : argil. — com dôr lancinante : caust.— com dôr de mordedura de pulga : antim. — com dôr mordicante, quando se toca, lan- çando humor seroso pela cossadura : coloc. — entre os olhos e as orelhas: coloc. — finas, com a ponta cheia de pús: aur. — grandes e vermelhas com pouco pús ao tocar : phos.-a. —in- dolentes, suantes, e deixando depois uma crosta verde : cale — insensiveis, numerosas : ambr. carb.-v. — no nariz e face, enchendo-se promptamente de pús e cobrindo-se de uma crosta: bell. —numerosas e insensiveis : carb.-a. —numerosas e pru- riginosas por toda a face e testa : cale carb.-v. sep. — peque- nas, que se assemelhão a furunculos e sem sensação: bar.-c. — pequenas, indolentes : cale — pequenas, isoladas, com sensa- ção finalmente lancinante só ao tocar, formando no meio uma vesicula cheia de pús : dros. — pequenas, vermelhas, vesicu- lares na ponta, semelhantes á bexiga volante, com dôr lanci- nante pela pressão : antim. — pruriginosas : coloex— pruri- ginosas ao tocar, pequenas em ambas as faces, pouco elevadas, sem vermelhidão, terminando por uma crosta amarella: antim. — pruriginosas com dôr de escoriação ao tocar ou lavar : stan. — purulentas e suantes depois de cossadas : graph. — á roda dos olhos e palpebras : petr. — semelhantes á bexiga volante com dôr lancinante pela pressão: antim. — suppurantes na parte superior da face com circumferencia vermelha e dôr ar- dente : tanac. — vermelhas, isoladas : phos. — com prurido CAP. X. ROSTO 305 penivel: caust. — na testa, ardentes só ao tocar : canth. — brancas, com dôr mordicante ao tocar : coloc. —com dôr ar- dente : ars. — com dôr tensiva e tractiva: con. — grossas, isoladas : bov. — indolentes com tumefacção : hep. — indo- lentes, lisas, vermelhas e espalhadas: carb.-v. —no lado da testa, melhoradas ao ar livre : hep.— numerosas com dôr lan- cinante ao tocar: ciem. —pequenas na testa e queixos, com dôr ardente e pouco prurido: ars. — com prurido á tarde, e depois de cossar-se : magn.-m.-—pruriginosas r agar. nit.-a.— purulentas ao lado da testa : arn. — semelhantes a grãos de milho, seccas e insensiveis: led. — sobre a testa, abaixo do nariz e sobrancelhas: silic. — suppurantes e dolorosas : rhod. — vermelhas, cheias de pús ao lado da testa, fontes, nariz e no meio da barba, com dôr lancinante, cobriudo-se de uma crosta: caust. — vermelhas, com dôr de escoriação ao tocar, sem sup- puração, no meio da testa : ambr. — nas fontes, com dôr de ulceração, na fonte esquerda e ao tocar: argent. —isoladas nas fontes e acima do nariz, enchendo-se de pús e desapparecendo pela desseccação espontânea : cocul. —que obrigão a arranhar, deitando depois uma serosidade sanguinolenta e com dôr de es- coriação: ars.— vermelhas, indolentes, com serosidade san- guinolenta pela cossadura : bell. — nas sobrancelhas, abaixo das mesmas, cora prurido que desafia a arranhar, pús na ponta e serosidade sangüínea depois de arranhada: euphorb — acima das sobrancelhas, cheias de pús : cale — com prurido e serosidade pela cossadura: euphorb.—brancas na ponta, duras, com dôr de ulcera maligna e de escoriação ao tocar : guiac. — dolorosas ao tocar, com pús, acima das sobrancelhas: canth. — duas entre as sobrancelhas, que obrigão a cossar e que lanção uma serosidade com dôr ardente, e ao tocar dôr pres- siva : ars. — indolentes e dolorosas ao tocar, entre as sobran- celhas, raiz do nariz ebarba: ciem.—pruriginosas, seccas, acima das sobrancelhas: bar.—na barba, brancas, com dôr mordicante ao tocar: coloc.—dolorosas ao tocar, entre a barba e o beiço in- ferior : laur.-e—dolorosas, corrosivas, mordicantes, abaixo do beiço inferior: bell.—dolorosas,com borda vermelha,suppurante e dureza em um circulo vermelho: nitr-a.—com dôr de ulceração: sep.—entre a barba e beiço: canth.—entre a barba e beiço, cheias de pús, com dôr mordicante: bell.—indolentes, vermelhas, com esgoto de serosidade sangüínea ao cossar: bell.—insensiveis, de 39 306 CAP. X. ROSTO côr clara entre a barba e o beiço, occupando o intervallo entre os dous cantos da boca: canth.—lancinantes, pruriginosas, ao lado da barba : bell. —numerosas, que desapparecem todos os dias, nascendo outras no lado direito da barba : mag. — pequenas e muitas, da natureza de purpura, e ardentes ao tocar : bell. — pruriginosas : dulc— com prurido, alliviado pela cossadura : laur.-e — pruriginosas á roda da barba: lycop. — semelhan- tes á sarna com prurido ardente: rhus. — semelhantes a tu- mores urticarios, na barba, em cima e abaixo da boca : hep. — situadas entre o beiço inferior e a barba, com ardor : laur.-e — suppurantes, junto do beiço inferior e cercadas de aureola vermelha: mangan. — toda a barba coberta de pequenas: argil. — vermelhas insensiveis, no meio da barba, e que se cobrem de escamas brancas : dros. — vermelhas, pruriginosas, arden- tes depois de cossar-se, em roda da barba: sulf. Eminências da grossura de lentilhas por todo o rosto, com dôr ardente na apparição, tornando-se ao depois confluentes, com côr vermelha e largando a pelle depois : cicut. Ephelides na face, em grande numero : graph. cale kali.-e lyc. natr. sulf. —mui visiveis: laur.-e (Vede cap. 2.°) Erysipela : bell. cham. graph. hep. lach. rhus. sulf. (vede cap. 2o), —por dentes cariados : sep. — na testa : rut. — com náuseas e febres: nitr.-a. — com vesiculas : lach. rhus. — em ambos os lados do rosto, com dôr lancinante: graph. — pustu- losa«, phlegmonosas, com vesiculas cheias de serosidade ama- rella : rhus. Erupções em geral, dartros, crostas na face: amon.-e ars. dulc. graph. hep. lycop merc. mur.-a. nitr.-a. rhus. sassap. sep. staph. sulf. — na barba: bell. dulc. graph. hep. merc. phos.-a. sep. silic. sulf. thui. — crostosas, na barba e roda da boca: graph.— dartrosas: nux.-v. rhus.— dolorosas, ao tocar : magn.-cust. —pruriginosas e humidas: natr. — na face, abaixo dos olhos, semelhantes á bexiga: arn. — amarellas : antim. cicut. euphr. merc sep. — ardentes : antim. cale cicut. mere —ardentes depois de molhar a face: euphr. — azuladas : dulc. — de botões : sulf.— brancas: ciem. hell. valer.—consideráveis chin. — debaixo da pelle: con. —depois de ter cossado : sassap. —dolorosas: eugen. sulf.— dolorosas ao tocar : bell. hep. led. veratr.— ánoite: viol.-tp.— de empolas: electr. — escaiiiosas: aur. —fétidas: merc. — finas, mais perceptíveis ao tocar do CAP. X. ROSTO 307 que á vista: caust. — granulares: natr.-m. bar. tabac. — de uma espécie de nodoas vermelhas: carb.-a. — humidas: dulc. — lancinantes: led. plat. staph. — lenticulares: cicut.— miliares , pequenas : gins. — negras: spig. — de pústulas : ars. — com prurido lancinante e dôr de suppuração interior ao tocar: staph. — pruriginosas; amon.-e con. digit. lycop. mere nitr.-a sassap. staph. thui. zinc. — pruriginosas e com sensação de uma cousa que corre debaixo da pelle: con. — pruriginosas com calor: euphr.— roedoras: digit. — suantes: merc. rhus. sep. viol.-tr. — vermelhas: antim. aur. cale-ph. caust. cicut. led. nitr.-a. sep. sulf.—nas fontes: alum. argent. bell. dulc. mur.-a. nitr.-a. Escoriação crustosa, pruriginosa, na face, a pouca distancia do angulo da boca: thui.— vermelha á roda da barba: verat. Formigação na face: acon. alum. amb. canab. lach. lact. nux.-v. rhus. e sabad. — na barba e nariz : gins. veratr. — no rosto : arn. e gins. Fürunculo na barba : nitr.-ac. silic. — com dôr lancinante ao tocar: silic. — nas faces: alum. amon. argent. chin. mezer. —nas fontes: bell. muriat.-a. — acima dos olhos com muito pús: natr.-m. — diante das orelhas: carb.-v. — na testa: cale led. magn. puls. — vermelho, indolente mesmo ao tocar, e que desapparece sem suppuração, acima da barba : natr. Inchação da maçã do rosto : magn. Nodoas amarellas na face : amb. colch. natr. — sobre a testa e beiço superior: natr. -— ardentes, vermelhas como fogo na face: canth. — azues na face: fer. — brancas: silic. — brancas, pruriginosas na face: cale — dartrosas, em parte vermelhas, em parte brancas, sobre a maçã do rosto: mang. — dolorosas ao tocar: sulf. — em ambas as faces : thui. — escarlatina por toda a face: bell. — escuras, cobertas de efflorescencias, cheias de pús, no rosto, que se acha vermelho e inchado : lycop. — indolentes na face : argil. — insensiveis nas faces : ambr. bry. — pequenas, brancas, da grossura de lentilhas: amon. — pur- pureas na face, cora dôr : verat. — rudes, seccas, semelhantes a dartros, na face perto da boca: bar-e —na testa: sassap. — sobre o bordo da palpebra inferior : thui. — vermelhas, espa- lhadas pelas faces, com sensação de queimadura : samb. Nodosidades amarellas na ponta, pequenas, no lado direito da barba, vermelhas no resto da superfice : carb.-v.—ardentes 308 CAP. X. ROSTO no tecido da pelle, abaixo do angulo da boca : hydroe kali.— duras nas fontes, acima das orelhas, com dôr ao tocar : magn. — na face : bry. led. oleand. puls. — na face perto do nariz, com dôr semelhante á de uma chaga ao tocar, e com picadas raras e lemas quando se não tocão : magn. are — grossas de- baixo da pelle da face esquerda : merc. — indolentes no rosto diante das orelhas: kali. —pequenas, brancas, semelhantes a pequenas glândulas : carb.-v. — isoladas, brancas, nas fontes: carb.-v. — pequenas, duras no meio da testa e nuca, cora dôr ardente ao tocar : natr.-ra. — pequenas que affectão profunda- mente a pelle da barba : magn.-m.— pruriginosas ao tocar era diversos ponios do rosto, e pustulosas : cham.— sensíveis com vermelhidão : hydrioc kali. — acima da testa, tomando uma a grossura de avelã e com dôr ao tocar na ponta : con.— na testa, com dôr tensiva, e ao tocar com dôr de rasgaduia na cir- cumferencia : con. — vermelhas, dolorosas na face : nux.-v.— com dôr lancinante ao tocar : led. — no lado direito da barba, com dôr pressiva e carbunculosa: euphorb.—no meio da testa, com dôr ardente e mordicante : digit. — da natureza de efflo- rescencias dolorosas ao tocar : ignat. — com pús na ponta e dôr ardente de escoriação • natr.— na testa, como nos bêbados, com prurido mordicante e nodoas vermelhas e purpureas : led. Placas côr de chumbo : ars. lact. — vermelhas, um pouco duras e elevadas de ambos os lados da testa, com comichão de ortiga : antim. Pontos vermelhos em grande numero, cujo centro é branco, situados na face : caps. Poros negros na barba e beiço superior : sulf. — na face : dig. hep. nitr.-a. sabin. sulf. — suppurantes : digit. Prurido e erupção na face (ephelides): cale—em toda a face: ambr. bell. cale lycop. nux.-vom. oleand. rhus. sabad. — no nariz: bell. — na maçã do rosto: bell.—na testa: alum. ambr. caps. led. natr.-m. — mordicante, lancinante, a que succedeni pequenas efUorescencias com bordas duras, vermelhas, a prin- cipio indolentes, e dôr de escoriação quando maduras: verat. — insupportavel, ardente, principalmente á noite, por toda a face e atrás das orelhas : viol.-tr. Purpura na face e com prurido : caust. cham. sulf. — pruri- ginosa na testa: rhus. Pústulas na barba : ciem. kreos. mere nux.-vom. sassap. CAP. X. ROSTO 309 —na face, botões purulentos: arn. bell. calc-ph. kreos. nitr.-a. nux.-vom. verat. —com sensação pruriginosa : ol.-a. —insen- síveis, em grande numero, nos dous lados da testa e fontes : phos. — diante das orelhas : magn. — na face : sassap. — pe- quenas na barba: argii. — pequenas, vermelhas, indolentes, na testa: stront. — purulentas da grossura de ervilhas : mere — unidas, cheias de pús amarello, cuja apparição é seguida de ulce.ação no nariz : hyos. Tuuerosidade na face ■ alum. magn, Tumor inflammatorio, erysipelatoso, com empolas da gros- sura de ervilhas, e cheio de humor amarello : euphorb. — pe- queno na face, com dôr de contusão e quebradura : hell. nux.- vom. — urticario na face, com prurido violento : viol.-tr. — com ulceração na barba: merc natr.-m.— ardente, lancinante: nux.-vom. Ulceras, no lado direito da barba, junto ao beiço inferior, com sensação ardente : hep. — lardaceas : hep. — roedoras : con. nux.-vom. Vesiculas ardentes ao tocar entre a barba ebeiços e na testa: canth. — na barba : hep. sassap. — no bordo da palpebra su- perior com pressão na face: ant. ciem. euphorb. graph. hep. lach. rhus. sulf. —no lado direito da barba junto ao beiço in- ferior, com sensação ardente : canth. —pequenas na face, com prurido e ardor depois de cossadas : canth. — pruriginosas na testa : sep. CAPITULO 3LI affecções dos dentes e das gengivas As moléstias dos dentes e das gengivas exigem o emprego de todas as dynamisações, segundo a sua natureza. As odontal- gias simples requerem a applicação das diluições as mais ele- vadas. Quando, porém, o tecido do dente é já atacado pela carie, é preciso então recorrer ás baixas diluições, e repeti-las com curtos intervallos. As dôres e as alterações dos dentes nas crianças são o indicio de um virus chronico, que deve ser combatido por um trata- mento prophylactico. Os pais de familia previdentes destruirão assim no seu germen as moléstias que poderião mais tarde priva-los de seus filhos.— Assacu. cale merc. mez. sep. staph. sulf. poderão ser empregados com muito proveito conforme os vários symptomas que se apresentão. Carie nos dentes.—São : bar.-c. cale euphorb. mez. sep. staph. e sulf. que parecem merecer a preferencia contra a disposição dos dentes a cariar-se. Para as dôres dos dentes cariados achar-se-ha ser mais com- muramente conveniente: ant., ou também ; chin. merc nux.- vom. puls. staph. e magn.-c; e ainda: acon. bar.-c. bry. cale cham. coff. phos. phos.-ac. sil. e sulf. Ç*s^ Vede também Odontalgia. Gengivas (affecções das).—Os melhores medicamentos contra as moléstias das gengivas são, em geral: am.-e am.-m. bell. bis. bor. carb.-v. chin. hep. merc. mur.-ac. natr.-m. nitr.-ac. nux.-vom. phos.-ac. rhus. staph. sulf., ou também : ars. bry. caps. caus. cham. dulc. kal.-c. kreos. mur.-ac e sep. Para a inchação e inflammaçãó das gengivas, são principal- mente: bell. chin. hep. mere nux.-vom. phos.-ac staph. e sulf., ou também : am.-e am.-m. bary.-e bor. natr.-m. nitr.- ac. phos. sil., etc. Contra a facil disposição de ensanguentarem-se as gengivas, são sobretudo : carb.-v. merc. natr.-m. nitr.-ac phos. phos.- ac. sil. staph. e sulf., e talvez ergotína. Para a ulceração das gengivas, principalmente : alum. carb.- v. kal. lyc. merc. natr.-m. staph. e sulf.-ac. GAP. XI. DENTES E GENGIVAS 311 Para as fistulas e abcessos nas gengivas, sobretudo: cale sil. staph. e sulf., ou também : caust. lyc ? natr.-m. petr. ? ou mesmo : canth. ? Para escrescencias : staph. Para as affecções escorbuticas : caps. carb.-v. mere natr.-m. nitr.-ac. staph. e sulf., ou também : am.-e am.-m. ars. bry. caust. dulc. gran. ? kale-e kreos. mur.-ac. sep., etc As affecções das gengivas causadas pelo abuso do mercúrio pedem principalmente: carb.-v. e chin., ou também: hep. nitr.-ac. staph., etc As que resultão do abuso do sal commüm: carb.-v. ou nitr.-sp. Nas pessoas que passãouma vida sedentária, sendo fleugma- ticas e gordas : caps., mas se forem magras e de um tempera- mento vivo: nux.-vom. TRATAMENTO.— I gotta ou 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas; o mesmo medica- mento deve ser repetido no caso de melhora em mais alta dynam. £2^* Vede cap. 12, Stomacace. odontalgia ou dôres de dentes.— A dôr de den- tes deriva quasi sempre de causas internas. Ella é um symp- toma extremamente fugaz, e dissipa-se com facilidade, quando não depende de uma alteração orgânica do dente. Os melhores medicamentos contra as diversas espécies de odontalgia são principalmente: bell. cham. merc. nux.-vom. puls. e sulf. Em seguida: bry. cale chin. hyos. ign. mez. rhus. spig. staph. e magn.-e Ou também: acon. ant. arn. carb.-v. coff. hep. sep. sil. ve- ratr. Ou mesmo ainda : bar.-c. caus. cie dulc. euphorb. magn. nitr.-ac. plat. e sabin. IV. B.— Se as dôres são nos dentes incisivos: agar. bell. cham. coff. colch. —se nos caninos : amon. ignat. rauriat.-a. nux.-v. — se nos queixaes: bry. cham. kreos. zinc. —se nos dentes superiores: amon. carb.-v. chin. kreos. zinc. — nos dentes inferiores : bell. canth. caust. cham. laur. natr. plumb. staph. zinc —em dentes furados: antim.-cr. bry. cale cham. mere nux.-v. phos. puls. silic. —em todos os dentes : cham. merc nux.-v. rhus. staph. sulf. — com o rosto inchado : arn. ars. bell. bry. cale cham. mere nux.-v. rhus. staph. sulf. — com sensação de estarem soltos : ars. bry. hyosc. ignat. merc 312 CAP. XI. DENTES E GENGIVAS nux.-v. rhus. sulf. — com sensação de estarem compridos de mais : ars. hry. hyosc. ignat. merc nux-v. rhus. sulf. —com gengivas inchadas : acon. bar-c. bell. cale carb.-v. cham. chin. hep. merc. nux.-v. phos. rhus. staph. sulf. —que passa para o osso do queixo e rosto: hyosc. mangan. merc nux.-v. rhus. spig. staph. sulf. — que passa para as faces: bry. silic. staph. — que passa para os ouvidos: ars. bar.-c. bry. caust. cham. mere mang. puls. rhus. staph. sulf. —que passa para os olhos: caust. cham. plus. staph. —que passa para a cabeça : antim.- cr. ars. barit.-e bell. bry. cham. hyosc. merc. nux.-v. puls. rhus. staph. sulf. — dôres aggravadas pelo calor: phos. puls. — pelos líquidos quentes: bry. cham. coff. mere sulf. —pelo comer quente: bar.-e bell. bry. cham. mere nux.-v. puls. — n'um quarto quente : hep. phos. puls. — na cama : cham. hep. mang. merc. nux.-v. phos. rhus.—pela frialdade: antim.- cr. ars. bar.-c. cale kali.-e merc. rhus. sulf. —pelo ar frio : bell. bry. hyosc merc. nux.-v. phos. staph. sulf. —pela água fria : antim.-cr. bry. cale cham. mang. mere nux.-v. puls. rhus. sulf. — por sorver ar frio na boca: bell. merc nux.-v. puls. rhus. staph. — dôres melhoradas no ar livre : antim.-cr. bry. hep. phos. puls. — pelo calor: ars. merc nux.-v. staph. sulf. —pelos líquidos quentes : nux.-v. rhus. — pela applica- ção de água fria: bry. cham. — dôres peioradas, de manhã : bry. chin. hyos. ignat. mere nux.-v. phos. puls. rhus. staph. sulf. — antes do meio-dia: carb.-v. nux.-v. puls. sulf.— depois do meio-dia: merc. nux.-v. puls. sulf. — á tarde : antim. bell. ign. nux.-v. puls. rhus. sulf. — á noite : acon. ars. bell. bry. cale cham. hep. nux.-v. phos. puls. rhus. staph. sulf. As dôres nos dentes cariados exigem na pluralidade dos casos : ant., ou também : bell. bor. chin. mere raezer. nux.- vom. plumb. puls. staph. tart., ou magn.-e, ou mesmo tam- bém: acon. bar.-c. bry. cale cham. coff. phos.-ac. sil. sulf., etc. Para as dôres que atacão muitos dentes ao mesmo tempo, ou toda uma parte do queixo, achar-se-ha serem os mais conve- nientes : cham. merc. rhus. e staph., ou se as dôres affectão um só lado : cham. merc. puls. e rhus. As dôres que simultaneamente occupão os ossos do rosto pedem com preferencia : hvos. merc. nux.-vom. rhus. e sulf. — as que se propagão até aos olhos : puls. — até aos ouvidos : CAP. XI. DENTES E GENGIVAS 313 ars. cham. merc. puls. e sulf.— até á cabeça : ant. ars. cham. hyos. merc. nux.-vom. puls. rhus. sulf., etc. Para as odontalgias com fluxão na face, são principalmente: arn. cham. merc. nux.-vom. puls. sep. staph. e magn.-e, ou também: ars. aur. bell. bry. carb.-v. caust. e sulf. — com in- chação das gengivas : acon. bell. chin. bep. merc. nux.-vom. phos.-ac. rhus. staph. e sulf. — com engórgitamento das glân- dulas sub-maxillares : carb.-v. cham. merc. nux.-vom. sep. staph., etc. As odontalgias congestivas reclamão com preferencia : acon. bell. cale cham. chin. hyos. puls., ou também: aur. phos. plat. e sulf. Para as odontalgias rheumaticas e arthriticas são princi- palmente : acon. bell. caus. cham. chin. merc. nux.-vom. puls. staph. e sulf., ou também : arn. bry. cie hep. lyc. magn. phos. rhus. sabin. verat., ou magn.-c Para as odontalgias nervosas, sobretudo : acon. bell. cham. coff. hyos. ign. nux.-vom. plat. spig. e magn.-e, ou também : ars. magn. mez. puls. sulf. verat., etc. A odontalgia que apparece de manhã requer hyos.— ao meio dia : phos. — de tarde nux.-vom., principalmente quando ha prisão de ventre — de noite, pulsat., principalmente quando as fezes estão molles, e quando houver aggravação da dôr na cama. Além disso, se foi o abuso do café que òccasionou as dôres de dentes, obter-se-ha de ordinário o melhor resultado com cham., porém, no caso de necessidade, poder-se-ha consultar : ign. e nux.-vom.,ou também : bell. carb.-v. merc. coce puls. e rhus. As odontalgias causadas pelo abuso do tabaco pedem com preferencia : bry. ou chin., ou também ainda : cham. ou merc. Para as produzidas pelo abuso do mercúrio, são principal- mente : carb.-v. e nitr.-ac, ou também : bell. chin. hep. puls. staph. e sulf. Para as que resultarão de um resfriamento, na mór parte dos casos, achar-se-ha remédio em : acon. bell. cham. coff. dulc. ign. merc. nux.-vom. puls., ou também entre : bar.-e cale chin. hyos. magn. n.-mosch. phos. rhus. sulf.— as odon- talgias produzidas por um ar frio e humido, sobretudo em: nux.-vom. e puls., ou talvez também : cale merc. e sulf.— e se resultarão de terem bebido água : bry. merc. staph. e sulf. 40 31 1 CAP. XI. MENTES E GENGIVAS As odontalgias nas pessoas sensíveis e nervosas manifestão-se muitas vezes de maneira que achar-se-ha sobretudo indicado : acon. bell. coff. hyos. ign. nux.-vom. plat. puls. e spig. As das mulheres pedem, na pluralidade dos casos: acon. amon.-e bell. cale carb.-v. cham. chin. coff. hyos. ign. plat. puls. sabin. sep. e spig. —nas jovens plethoricas : acon. bell. cale, etc— na época das regras: cale carb.-v. cham.— antes das regras: bary.-e sulf.—durante ellas : cale—depois dellas: am.-e e cale—durante a prenhez: bell. cale. mangn. n.-mosch. nux.-vom. puls. sep. e staph., ou também : alum. hyos. e rhus. — durante a lactação : chin.— nas mulheres hystericas : ign. e sep. Finalmente, para as odontalgias nas crianças, achar-se-ha ser de uma grande utilidade : acon. bell. cale cham. coff. e ign. Quanto ás indicações fornecidas pela reunião dos symptomas, poder-se-ha consultar primeiro que tudo : Belladona, quando ha : grande angustia e inquietação que obrigão a andar de uma parte para outra ; ou grande tristeza, com disposição para chorar; dôres nas gengivas e nos dentes, como se tudo estivesse ulcerado ; dôres activissimas dilacerantes, incisivas e lancinantes nos dentes, no rosto e nos ouvidos, ag- gravando-se de tarde, depois de se haver deitado, e principal- mente de noite; nos dentes cariados, dôres, quaes as produzidas por uma verruma, como por congestão de sangue com flum de sangue chupando os dentes; inchação dolorosa das gengivas, com calor, prurido, vesiculas e ardor; inchação da face, salivação; ou também: boca e garganta seccas, com grande sede; renovação das dôres por um trabalho intellectual, ou depois de haver co- mido; aggravamento ao ar livre, e pelo contacto dos alimentos (mastigando, comendo, etc), rosto quente e vermelho; pulsa- ções na cabeça ou nas faces; abrazamento e rubor dos olhos. (Depois de bell., convém algumas vezes: merc. e hep.; ou: cham. e puls.) Convém melhor ás crianças e ás pessoas pletho- ricas. CHAMOMILLA, quando ha: grande irascibilidade e dispo- sição para chorar durante as dôres; dôres violentas, activissimas, pronunciadissimas, ou pulsativas e lancetantes; dôres que pa- recem insupportaveis, principalmente de noite, pelo calor da cama, com exasperação, inchação quente e rubor na face; inchação lu- CAT. XI. dentes e gengivas 3lõ zente das gengivas e engorgilamente das glândulas sub-maxil- lares ; dôres que occupão todo um lado do queixo, sem que o doente possa reconhecer precisamente o dente affectado; ou, era um dente cariado, sensação que penetra e atormenta sem poder determinar qual elle seja; dôres semi-lateraes, lance- tantes ou pulsativas em todo o lado affectado da cabeça, no ou- vido e na face; aggravamento ou renovação das dôres depois de ter bebido ou comido quente ou frio, e mormente depois de haver tomado café; dôres com calor e rubor, principalmente de uma das faces; suor quente, mesmo nos cabellos; grande agitação e inquietação, ou grande fraqueza, a ponto de desmaiar, etc. E' talvez de todos o melhor medicamento. MERCURIUS, contra: dôres cruéis e lancetantes nos dentes ca- riados, ou nas raízes dos dentes, occupando todo o lado affectado da cabeça e da face, até aos ouvidos, com inchação dolorosa da face ou das glândulas sub-maxillares, e salivação; appareci- mento ou aggravação das dôres de tarde ou de noite, com o calor da cama, onde ficão ellas insupportaveis ; renovação'com o ar frio e humido, assim como correndo, ou depois de haver bebido ou comido quente ou frio; dentes embotados, com vacillação ; sen- sação como se elles estivessem muito compridos; gengivas in- chadas, esbranquiçadas, ulceradas e descoradas, com sangra- mento facil, prurido, abrazamento e dôr de escoriação ao tocar- se-lhe, suores nocturnos, vertigens, dôres rheumaticas nos mem- bros, humor colérico, contradictor, ou grande disposição para chorar, calafrio com rubor nas faces, etc. (Convém muitas vezes antes ou depois de bell. ou dulc, ou antes de hep. ou de carb.-v.) NUX-VOM., sobretudo nas pessoas de um temperamento vivo, colérico, com tez fortemente corada : nas pessoas que fazem uso do café e bebidas espirituosas, ou que passão uma vida sedentária e encerradas em casa; dôres de escoriação ou crispações pronun- ciadissimas, com picadas nos dentes e nos queixos, ou somente nos dentes cariados; dôres que se fazem sentir até na cabeça, nos ouvidos e maçãs do rosto; com engorgitamento doloroso das glândulas maxillares; gengivas inchadas e dolorosas, com pulsação qual a de um abcesso; manchas vermelhas e quentes nas faces e no pescoço, aggravamento ou apparecimento das dôres de dentes de noite ou de madrugada, ou ao despertar, ou também depois do jantar, durante o passeio ao ar livre, lendo, 316 CAP. XI. DENTES E UENGIVAS meditando, ou durante um trabalho intellectual qualquer; ou também p°ilo calor da cama, com melhoras ao ar livre; humor chorão e exasperação, ou humor rixoso irascivel e frenético. Convém mais particularmente nos velhos. PULS\TILLA, sobretudo nas pessoas de um caracter brando, tranquillo e tímido, com disposição ao pranto; contra dôres de dentes com otalgia e cephalalgía senu-lateraes; dôres cruéis, activissimas, lancetantes, ou estremecimentos como se o nervo se contrahisse e se dilatasse ao im.smo tempo; ou dôres pulsativas, penetrantes e que atormentão, com comichão nas gengivas ; dôres que se propagão até á face, á cabeça, ao olho, ao ouvido do lado affectado, com pallidez da face, calor na cabeça, calafrios pelo corpo edispnéa; aggravamento ou apparição das dôres de tarde ou de noite, depois da meia-noite, assim como o calor da cama ou da câmara, e mesmo bebendo ou comendo alguma cousa quente, estando sentado e pelo contacto do palito; alivio com água fria (que comtudo algumas vezes também aggrava) e ar frio. Depois de chamomilla é talvez o melhor, e convém mais ás pessoas nervosas, maxime ás senhoras. Depois destes medicamentos contra as dôres de dentes poder- se-ha consultar com preferencia: BRYONIA, sobretudo nas pessoas de um temperamento vivo e colérico, ou irascivel e teimoso; dôres nos dentes cariados, e mais ainda nos outros; dôres que fazem estremecer, e pungen- tes, com vacillação dos dentes, e sensação como se elles estivessem mais crescidos, principalmente comendo, ou depois de ter comido; picadas nos ouvidos ; dôres que obrigão a deitar-se, aggravan- do-se de noite ou tomando na boca alguma cousa quente, assim como estando deitado sobre a face do lado são, com allivio deitando-se sobre o lado doente; dôres de escoriação nas gengivas. CALCAREA, quasi não convém senão para as dôres de dentes com congestão na cabeça, principalmente de noite; e quando ha : dôres pulsativas, lancetantes e como produzidas por uma verruma, ou sensação de escoriação; sensação que penetra e atormenta, seja nos dentes cariados, seja nos outros; inchação e sensibilidade dolorosa, e sangramento facil das gengivas, com picadas e pulsações; aggravamento ou renovação das dôres de dentes com uma corrente de ar ao ar frio; assim como bebendo CAP. XI. DENTES E GENGIVAS 317 quente ou frio, ou mesmo pelo ruido; e pelo menor resfriamento; e na época das regras. CHINA, sobretudo depois de perdas debilitantes, durante uma criação, etc.; ou se, nas pessoas de ordinário ioviaes, as dôr°s provocão o máo humor e a ura caracter irascivo ; quando ha também : dôres sumas, peni*eis nos dentes cariados ; ou dôres pulsativas, activissimas, e que fazem estremecer; appareci- mento ou aggravação das dôres depois da refeição; ou de noite, assim como pelo mais ligeiro contacto; renovação pela ar livre ou por uraa corrente do mesmo ; allivio pela pressão e apertan- do os dentes; inchação das gengivas; boca secca com sede; congestão de sangue na cabeça com inchação das veias na testa e nas mãos; de noite, somno agitado. HYOSCIAMUS, quando ha: dôres violentas; dilacerantes e pulsativas, fazendo-se sentir desde a face até á testa ; inchação das gengivas com dôres cruéis, e com susurro dentro do dente, que parece vacillar; apparição das dôres ao ar frio, ou também de madrugada; congestão de sangue na cabeça, com rubor e calor da face; espasmos na garganta, ou crispações convulsivas dos dedos, das mãos ou dos braços, sobre-excitação nervosa; olhos vermelhos e brilhantes. IGNATIA, em muitos casos onde nux.-vom. ou puls. serião indicados; porém nas pessoas de um temperamento sensivel, caracter brando, passivo e meigo, ou umas vezes alegres, outras dispostas a abandonar-se a uma afflição; ou se os dentes estão como quebrados, parecendo vacillar, e que as dôres se fazem principalmente sentir quasi no fim da comida, augmentando-se depois ainda muito mais; ou também se (como as dôres men- cionadas em ign. em geral) se aggravão em seguida a haver to- mado café ou fumado tabaco; de noite depois de se haver dei- tado, ou de madrugada ao despertar. (Comparai cham. nux.- vom. e puls. MESEREUM, se as dôres occupão com preferencia os dentes cariados, com picadas activissimas, abrazadoras, ou como por uma verruma, até aos ossos da face e fontes; sensação como se os dentes estivessem embotados e muito compridos; augmento das dôres pelo contacto, pelo movimento, ou também de tarde, com calafrios, effervescencia de sangue, e congestão na cabeça ; sensação de torpor e dôres activissimas no lado affectado; prisão de ventre, anorexia e máo humor. 318 CAP. XI. DENTES E GENGIVAS RHUS, principalmente nas pessoas de um caracter tranquillo, dispostas á melancolia e á tristeza, ou também ao medo e ás angustias; dôres cruéis que fazem estremecer, e lancetantes, ou como perfuraraentos, e comichão, ou dôr de escoriação nos dentes; aggravamento ou apparição das dôres ao ar livre, ou de noite, época em que são ellas insupportaveis; allivio pela applicação do calor exterior; gengivas dolorosas, abrazadas, va- cillação dos dentes e exhalação fétida dos dentes cariados. SPIGELIA, contra: dôres pressivas, que se espalhão, ou dôres agudas que fazem estremecer, pulsativas, principalmente nos dentes cariados; apparição das dôres immediatamente depois da refeição, ou de noite, obrigando a deixar a cama; aggravando- se com água fria, ou com o contacto do ar livre; principal- mente se, ao mesmo tempo, ha: dôres abrazadoras, dilace- rantes e que fazem estremecer, nas maçãs do rosto; rosto in- chado, com tez amarella em torno dos olhos; dôres nos olhos ; vontade freqüente de ourinar, palpitação do coração, calafrios e agitação. STAPHYSAGRIA, se os dentes se ennegrecem, carião e furão, com gengivas pallidas, brancas, ulceradas ou inchadas e dolo- rosas, com sangramento facil, tumores e excrescencías; incha- ção da face e das glândulas sub-maxillares; dôres dilacerantes, activissimas e pressivas nas gengivas, dentes cariados e raizes dos dentes sãs; apparição ou aggravação das dôres masti- gando, ou immediatamente depois de ter bebido ou comido, assim como pelo contacto do ar frio, ou também de madrugada ou de noite. SULFUR, contra: dôres dilacerantes, que fazem estremecer, pulsativas, quer nos dentes cariados quer nos outros; dôres que se fazem sentir até nos ouvidos e na cabeça, com inchação da face, congestão de sangue na cabeça e cephalalgía pulsativa ; rubor inflammatorio dos olhos e do nariz; picadas nos ouvidos; prisão de ventre com desejo freqüente, porém inútil, de irá banca; dôr no espinhaço; vacillamento nos membros; vontade de dor- mir de dia e calafrios; aggravamento ou apparição das dôres de tarde ou de noite, pelo calor da cama, ou expondo-se, seja ao ar livre, seja a uma corrente de ar, assim como pela água fria; ou comendo e mastigando; vacillação, crescimento e desbota- mento dos dentes; sangramento facil dos mesmos e das gengi- CAP. XI. DENTES E GENGIVAS 319 vas,. que estão descoradas e inchadas, com dôres pulsativas. Convém principalmente depois de coff. ou acon. MAGNESIA-CARB., contra: dôres como de arrancamento, nos dentes cariados, ou abalos dolorosos que atravessão o periosteo do queixo, com dôres activissivas, pressivas, dilacerantes, pene- trantes, abrazadoras ou lancetantes; gengivas inchadas e dolo- rosas ao tocar-se-lhes, ou como entorpecidas (cessando as dôres); aggravação das dôres depois de comer e ao calor; allivio ao ar livre e andando; inchação vermelha e quente das faces : cala- frios no corpo; sobre-excitação nervosa, tremor e agitação nos membros. D'entre os outros medicamentos citados, poder-se-ha depois consultar: ACONITUM, principalmente quando as dôres de tal maneira perturbão ao enfermo, que lhe não permittem descrevê-las, e maxime se coff. não foi sufficiente contra este estado; ou tam- bém se ha: abalos lancetantes, ou dôres pulsativas, com con- gestão de sangue na cabeça, calor no rosto, rubor da face e grande agitação, e febre com pelle secca. ANTIMONIUM, na pluralidade dos casos de dôres nos dentes cariados, com crispaçôessuccessivas,e que atormentão até a ca- beça, principalmente de tarde, ou na cama ; aggravamento de- pois de comer, assim como com água; allivio ao ar livre ; gen- givas sangrentas e que facilmente se descollão. ARNICA, sobretudo contra as dôres e outros padecimentos depois de uma operação qualquer nos dentes ; ou também ha- vendo : dôr de deslocação nos dentes, ou estremecimentos quando se come; ou também se a face está inchada, vermelha e dura, com pulsação ou com formigação nas gengivas. ARSENIUM, se os dentes crescem, cora tremor doloroso; dôres activissimas, que fazem estremecer, nos dentes e gengivas, pro- pagando-se até á face, ouvido e fonte ; dôres insupportaveis, que levão a uma desesperação furiosa ; apparecimento das dôres de noite, com aggravamento estando deitado sobre o lado doente; allivio com o calor do fogo. CARBO-VEG., muitas vezes se ars. ou merc, que convinha indicar-se, não forão sufficientes, e principalmente se as gengivas se talhào e sangrão, com ulceração, estremecimento dos dentes, e sensibilidade dolorosa ao tocar-se-lhes, maxime depois da re- feição ; dôres activissimas, dilacerantes ou pulsativas nos dentes, 320 CAP XI. DENTES E GENGIVAS provocadas pelo contacto das cousas quentes, frias ou muito sal- gadas. Convém quando se tem abusado do mercúrio. COFFEA, contra as dôres as mais violentas ; e se o enfermo está inteiramente fora de si, com pranto, tremor, grande an- gustia, inquietação e agitação ; dôres •diffi.ceis de descrever, ou também dilaceração e dôres que fazem estremecer, manifes- tando-se principalmente de noite ou depois da refeição. (Se coff. não fôr sufficiente, acon. ou hyos. sulf. e veratr. serão os que se devem applicar.) HEPAR, freqüentemente depois de mere ou bell., se ha: in- chação dolorosa ou mesmo erysipelalosa da face, ou dôres que fazem estremecer, e activissimas nos dentes, aggravando-se cerrando-os, comendo, em um quarto quente, ou também de noite, como na maior parte das dôres de hepar. Convém ha- vendo algum abcesso nas gengivas ou fistula. SEPIA, contra : dôres pulsativas e lancetantes, nas pessoas de côr amarellada ; dôres que se estendem até aos ouvidos, e bra- ços, até aos dedos, onde se tornão formigantes; e principal- mente se, ao mesmo tempo, ha : soffrimentos asthmaticos, inchação da face, tosse e engorgitamento das glândulas sub- maxillares. SILICEA, contra: dôres lancetantes, com inchação do osso, ou do periosteo do queixo ; dôres que affectão antes o queixo que os dentes ; calor nocturno, que priva do somno ; pelle disposta a ulcerar-se ; aggravamento das dôres de noite, ou com o con- tacto de cousas quentes ou frias. Convém nos mesmos casos de hepar. VERATRUM, se as dôres se manifestão com inchação na face, suor frio na testa, náuseas até fazer vomitar matérias biliosas ; lassidão dos membros ; abatimento de forças até desfallecer ; frialdade em todo o corpo, com calor interno e sede inextin- guivel de água fria; dôres pulsativas, ou pressão e sensação de peso nos dentes. Emfim, se cm todos os medicamentos precedentes se não achar algum que convenha ás indicações, poder-se-ha também consultar: BARYTA-CARB., se as gengivas e a face estão pallidas e in- chadas, com pulsação nos ouvidos, principalmente de noite, ou se ha picadas abrazadoras nos dentes, provocadas pelo contacto de cousas quentes. CAP. XI. DENTES E GENGIVAS 321 CAUSTICUM, contra dôres pulsativas ou lancetantes, com as gengivas dolorosas, sangramento facil, e cora dôres rheumaticas nos músculos do rosto, olhos e ouvidos. CYCLAMEN, contra : dôres lancetantes e como por uma ver- ruma, ou estremecimentos surdos, de noite, principalmente nas pessoas sujeitas a dôres arthriticas. DULCAMARA, se as dôres de dentes, em resultado de um res- friamento, são acompanhadas de diarrhéa, e que cham. não foi sufficiente, ou se ha : cabeça tolhida, com salivação; gen- givas despegadas e esponjosas, não tendo bell. ou mere sido sufficientes. EUPHORBIÜM. contra dôres pressivas lancetantes, ou como por uma verruma, com inchação erysipelatosa da face ou com esburacamento dos dentes. MAGNESIA, contra: dôres nocturnas como por uma verruma, com estremecimentos e sobresaltos, ou como de ulceração; dôres insupportaveis no repouso, obrigando a deixar a cama e a passear, com inchação da face. NITRI-AC1D., contra: dôres pulsativas ou que fazem estre- mecer, lancetantes e activissimas, manifestando-se principal- mente de tarde, na cama, ou também de noite, e que não consentem dormir antes de meia-noite. PHOSPHOR1-AC1D , se as gengivas sangrão, estão inchadas e talhadas, com dôres dilacerantes, aggravando-se com o calor da cama, assim como com cousas quentes ou frias; dôres violentas nos dentes incisivos, durante a noite. PLATINA, contra: dôres pulsativas e penetrantes nos dentes; aggravamentos dos symptomas de tarde e no repouso; sensação de caimbras e de torpor no lado da face affectado; caracter orgulhoso, affectado, com menosprezo dos mais. SABINA, contra: dôres pulsativas ou pressivas, que se manifestão de tarde ou de noite, principalmente com o calor da cama, e depois de haver comido, com sensação como se o dente quizesse rebentar ou fosse arrancado; pulsação por todo o corpo; repetições freqüentes com perda de sangue pela madre. ^^ Comparai os artigos: Nevralgia, Cephalalgía, Proso- palgia, Otalgia, etc, em seus respectivos capítulos; e vede o additaraento ao cap. 12. 322 CAP. XI. DENTES E GENGIVAS TRATAMENTO.—Dos medicamentos indicados, 1 até 2 gottas, ou 6 a 8 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de 3 em 3 horas, nos casos de dôres agudas, espaçando á proporção das melhoras: também se o dente fôr cariado póde-se ensopar um algodão na tintura e pôr na carie. CAPITUIiO XII AFFECÇÕES DA BOCA Apht lias na boea.— Os melhores medicamentos são, principalmente nas crianças: bor. merc nux.-vom. sulf. sulf.- ac, etc. (Comparai Stomacace.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos em 4 colheres dágua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas; nas criancinhas 3 glóbulos em 2 colheres d'agua, 1 colher de chá de 6 em 6 horas. Convulsões na lingua.— Quasi sempre este incom- modo é symptomatico de uma affecção de cérebro, mas por si elle reclama cham. ou lycop. Fedor na boca.— Ainda que este inconveniente não seja senão o symptoma de uma outra moléstia, comtudo muitas vezes existe sem outra lesão apreciável, e é nesse caso que com preferencia se poderá applicar: agar. amon.-carb. arn. ars. aur. bary.-carb. bell. bry. carb.-an. cham. graph. hyos. iod. merc. nux.-vom. puls. sep. sil. e sul. Em pessoas na idade da puberdade, ou nubilidade, é fre- qüentemente aur. o que convém com preferencia, ou também : bell. hyos. puls. e sep. Se o máo cheiro se manifesta de madrugada, poder-se-ha tomar em consideração : arn. bell. nux.-vom. sil. e sulf. Manifestando-se depois da refeição : cham. nux.-vom. ou sulf. Se apparece de tarde ou de noite : puls. ou sulf. Para o que resulta do abuso do mercúrio, serão principal- mente : aur. carb.-v. lach. nitr.-ac. sulf., ou também : arn ? bell. hep., etc. TRATAMENTO.—Dos medicamentos acima mencionados, 1 gotta ou 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 co- lher de 12 em 12 horas : repita-se passados 4 ou 6 dias no caso de melhora, ou tome-se outro medicamento. Glossitis ou inílaiuinaeao da lingua.— Os melhores medicamentos são : acon. arn. ars. aur. bell. lach. e mere, ou bry. cham. bell. kali. puls. 324 CAP. XII. BOCA Se este estado fôr conseqüência de lesões mecânicas ou pica- das de abelhas, serão principalmente: acon. e arn. adminis- trados alternadamente, ou bell. :-.e forem iuefficazes. Se a inchação fôr excessivamente volumosa, ou havendo in- duracões, bell. e merc. são os que, depois do uso de acon., se deveráõ com preferencia administrar. Se a inflammaçãó ameaça passar á gangrena, os melhores ^ medicamentos serão : ars. e lach. Ç*^ Comparai também Stomacace. TRATAMENTO.—1}os medicamentos mencionados, 1 gotta ou 5 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 3 em 3 horas, espaçando á medida das melhoras. Hemorrhagia bocal.— E' entre: arn. bell. chin. dros. fer. kreos. led. lyc. e secai, que, segundo as circum- stancias e causas internas do mal, com preferencia se fará a escolha. (Vede também cap. 9°, Hemorrhagia nasal, e as notas acerca da febre amarella.) Na febre amarella aproveitou muito chin. e carb.-veg. Por inducção do Dr. Maximiano Marques de Carvalho administrámos em caso muito rebelde a ergotína na 4a dynamisação, e reco- nhecemos que com effeito é um remédio digno de ser experi- mentado. Paladar (Inflammaçãó do).—Os medicamentos que,*em geral, com preferencia se poderão consultar são: bar.-c. bar.-m. bell. cale lach. mere nux.-vom., ou também : acon. aur. chin. coff. e sil. A inflammaçãó do septum staphylinum pede com preferencia : acon. bell. coff. merc. e nux.-vom. Para a inflammaçãó do paladar mesmo, são principalmente : cale chin. e nux.-vom., ou também : bar.-e bar.-m. lach. e merc, ou talvez mesmo : aur. bell. e sil. Se ha ulceração, ou mesmo carie do paladar, dever-se-ha com preferencia consultar: aur. lach. merc. e sil., ou talvez também: bary.-e cale, etc (Vede cap. Io, Osteitis e outras DOENÇAS DOS OSSOS.) Se o mal fôr produzido pelo abuso do mercúrio, achar-se-hão muitas vezes convenientes : aur. e lach., ou mesmo também : bell. bar.-m. cale sil., etc. CAP. XII. BOCA 325 ^^* Vede, além disso, cap. 13 Angina, e comparai mais abaixo Stomacace. TRATAMENTO.—Dos medicamentos indicados, 1 gotta ou 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para d?r-se 1 colher de 8 em 8 horas: repita-se no caso de melhora passados 4 ou 6 dias, ou tome-se outro medicamento. Palavra (BDeffeitos da).—Os melhores medicamen- tos contra os diversos defeitos da palavra, quaes : gagueira, falla titubeante, etc, são em geral: bell. caust. cie? euph. graph. lach. mere natr.-mur. nux.-vom.e sulf. (Comparai abaixo paralysia da lingua, e attendei sempre aos symptomas cerebraes.) TRATAMENTO.— Dos medicamentos indicados, 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a, 15a ou 30a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 24 em 24 horas. Paralysia da lingua.— São: caust. graph. lach. e natr.-mur., e talvez também: dulc. ou euph. que merecem ser com preferencia consultados, uma vez que esta doença existe sem outra lesão apreciável. Em conseqüência de uma apoplexia, dever-se-ha consultar: bell. hyos. op. stram. etc. (Vede cap. 6o, Apoplexia.) TRATAMENTO.—Dos medicamentos mencionados, 1 gotta ou 6 glóbulos da 5a, 15a ou 30a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas, devendo-se repetir o medica- mento depois de sua acção ou tomar-se outro : lembramos o medicamento indígena—Marapuama, com o qual se têm colhido grandes resultados. Ptyalismo ou salivação.—São : bell. cale canth. colch. dulc. euphorb. hep. iod. lach. merc. nitr.-ac. op. e sulf. que, segundo as circumstancias, merecem ser consultados com preferencia. Se é por abuso do mercúrio que existe o mal, são principal- mente : bell. dulc. hep. iod. lach. nitr.-ac. op. e sulf. Vede, além disto, Stomacace. 5S anula, tumor debaixo da langua.—São : cale merc. e thui. que com mais vantagem se têm empregado. Talvez se possa também consultar ambr. (Vede Stomacace.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos da 5a, 9a ou lò> dynam. em 4 colheres d'agua. para dar-se 1 colher de 12 em i 326 CAP. XII. BOCA 12 horas: repita-se o mesmo medicamento passados 5 ou 6 dias ou tomará outro. Salivação.—Contra a disposição a segregar muita saliva empregão-se de preferencia: asar. carb.-v. ign. lach. nux.-v. phos. plu.nb. rhus. sabad. sulf. spong. e zinc. Se a salivação é mercurial. convém contra ella: bell. carb.-v. e nitr.-ac. Se ella se assemelha á que o mercúrio produz, e elle não foi admi- nistrado, pôde dar-se com probabilidade de aproveitamento. Convém muito o uso do leite nas salivações mercuriaes. TRATAMENTO.— Como acima. Stomacace ou inflammaçãó e ulceração da cavidade bocal.—Os melhores medicamentos contra esta doença são, em geral: merc e nux.-vem., ou também : ars. bor. caps. carb.-v. dulc natr.-m. nitr.-ac. staph. sulf. e sulf.-ac, ou ainda : chin. gran.? hep. iod. mere-c n.-mosch.? sep. e sil. A stomacace produzida por abuso do mercúrio pede com pre- ferencia: carb.-v. dulc. hep. nitr.-ac. nux.-vom. staph. c sulf., ou também : chin. iod. natr.-m. ucuba, etc. Se fôr causada por abuso do sal commum, era muitos casos particulares sortiráõ bons effeitos : carb.-v. e nitr.-sp. Em todo caso poder-se-ha com preferencia consultar : ARSENICUM, se ha: ulceração da lingua nas bordas, aphthas com dôres dilacerantes, violentas; gengivas inchadas e san- grando facilmente, com tremor dos dentes; grande fraqueza e caducidade. BORAX, havendo: gengivas ulceradas; aphthas na boca e sobre a lingua, sangrando facilmente; mucosidades tenazes na gar- ganta, ourinas acres e fétidas. (Convém principalmente ás crianças.) GAPSICUM, principalmente nas pessoas gordas,de um tempe- ramento fleugmatico; e quepassão uma vida sedentária; esobre- tudo se ha: vesiculas abrazadoras na boca e sobre a lingua, inchação das gengivas, etc. CARBO-VEG., havendo: gengivas despegadas, contrahidas, exconadas e ulceradas, com sangramento abundante, dentes abalados, calor na boca, grande fedor das ulceras, excoriação, e difficil movimento da lingua. DULCAMARA, se o menor resfriamento provoca o mal, com inchação das glândulas do pescoço. CAP. XII. BOCA 327 MERCURIUS, quando ha: gengivas vermelhas, esponjosas, despegadas, ulceradas; e sangrando facilmente, com dôres abrazadoras, nocturnas, sensação de excoriação, principalmente ao tocar-se-lhe ; dentes abalados, lingua e cavidade bocal inflammadas, excoriadas, e ulceradas, ou cobertas de aphthas ; cheiro fétido, cadaverico, da boca e das ulceras; fluxo abundante de uma saliva fétida, ou mesmo sanguinolenta, com ulceração do orificio ou conducto das glândulas salivares; lingua inchada, áspera e dura, ou humida e carregada de mucosidades brancas; rosto pallido, com calafrios; descargas, como de diarrhéa, abrazadoras. NATRUM-MUR., contra : gengivas inchadas, sangrando facil- mente, com grande sensibilidade a tudo quanto é quente ou mui frio; ulceras e vesiculas na boca, sobre a lingua e nas gengivas, com dôres abrazadoras e falia embaraçada; salivação abundante; torpor e rijeza na lingua, maxime de um lado. NITRI-ACID., se ha: gengivas sangrando facilmente, brancas e inchadas, com dentes abalados; excoriação na boca, com dôres lancinantes; fedor pútrido na boca, salivação; muito fastio com desejo só de gorduras. NUX-VOM., principalmente rins pessoas magras, de tempera- mento vivo, e que passão vida sedentária, e sobretudo se ha: inchação pútrida e dolorosa das gengivas, com dôres abrazadoras e pulsativas; ulceras fétidas, borbulhas e vesiculas dolorosas na boca, nas gengivas, no paladar ou na lingua; salivação nocturna; saliva sanguinolenta ; lingua carregada de mucosidades brancas espessas; cheiro pútrido da boca, rosto descorado, com faces encovadas e olhos ternos; emmagrecimento, prisão de ventre, humor' irascivel e colérico. STAPHYSAGRIA, se as gengivas estão pallidas, brancas e ulceradas, ou dolorosas e inchadas, sangrando facilmente; excrescencías esponjosas nas gengivas e na boca ; boca e lingua ulceradas e cobertas de vesiculas ; fluxo de saliva algumas vezes sanguinolenta; dôres lancinantes na lingua; rosto desfigurado, pallido, com faces e olhos encovados e fechados; inchação das glândulas do pescoço e dos folliculos debaixo da lingua. SULFUR, contra: sangramento facil, despego e inchação das gengivas, com dôres pulsativas; vesiculas, bolhas e aphthas na boca e na lingua, com ardor e dôr de excoriação, principalmente comendo; cheiro fétido e ácido da boca; salivação ou saliva 328 CAP. XII. BOCA sanguinolenta; lingua carregada de uma camada espessa, esbran- qoiçada ou amorenada; descargas mucosas, esverdinhadas, cora tenesmo; erupções miliares; agitação nocturna, etc SULFURI-AC1D., contra : aphthas na boca; inchação, ulcera- ção e sangramento facil das gengivas, salivação abundante, etc, etc. Yesicula debaixo da lingua.—Vede Hydrophobia, cap. 5.° TRATAMENTO.—Dos medicamentos mencionados, 1 gotta ou 6 glóbulos da 5a, 15a ou 30a dvnam. em 4 colheres d'agua, para tomar-se 1 colher de 8 em 8 horas; devendo repetir o mesmo medicamento no caso de melhora, passados 6 ou 8 dias, ou tomará outro. (Vede Matéria Medica por J. V. Martins.) ADDITAMENTO AO CAPITULO XIJ MOLÉSTIAS DOS BEIÇOS Aphthas: ipec Bossas, pequenas, brancas no beiço superior: graph, — pequenas, purulentas á roda dos beiços e barba: nux.-v. Bostellas brancas na superfície interna do beiço superior, com dôr ardente pelo movimento, e sem dôr quando se come: lycop.—pequenas, suppurantes e pústulas com humor seroso nos ângulos da boca: lycop.—pequenas no beiço superior : sassap. Botões: antim. bell. bor. ipec lach. mur.-a. phos. thui.— no beiço superior: antim. spig.—nas commissuras : petr. Crostas: bell. berb. bor. cale cicut. ignat. natr.-m. nux.-v. phos.-a. sep. silic. sulf.—nas commissuras: bell. ignat. nux.- v. puls.—largas no vermelho do beiço inferior: nicot.—prurigi- nosas sobre o meio do beiço superior no bordo da parte verme- lha : silic—ulcerosas, com dôr lancinante na parte vermelha dos beiços: nux.-v. (Vede cap. 10, Inchação.) Efflorescencia, abaixo do vermelho do beiço inferior : rhus. —em ambos os lados do beiço superior: arn.—no angulo dos beiços do lado direito com dôr tensiva, corrosiva, lancinante, quando se mexe a boca ou toca-se a parte affectada : mang.— CAP. XII. BOCA 329 ardentes no beiço superior: cale pheland. zinc —nos beiços mur.-a. rut.—nos beiços, á roda da boca e ângulos: cale — no beiço inferior cora tumefacção, formigação e picadas: caust. —no beiço superior abaixo do nariz, com a ponta cheia de pús e cercada de uma aureola vermelha: bar.—no bordo do beiço superior: canth.—brancas no beiço superior, barba e testa, com algum humor: zinc—brancas, perto do vermelho do beiço superior: magn. — brancas na superfície interna do beiço superior: magn.-m.—chatas, vermelhas, dolorosas ao tocar, no meio do bordo do beiço superior, na parte não vermelha: zinc.—cheias de pús no bordo do beiço superior, com prurido ardente: led. —cobertas de crostas com sensação ardente no vermelho do beiço superior: staph.—crustáceas acima do beiço superior, com dôr lancinante, que cessa ao tocar: petr.—crus- táceas no bordo do vermelho do beiço inferior: cale—dene- gridas, indolentes, suppurantes no vermelho do beiço inferior : spig. — dolorosas em excesso nos bordos do vermelho do beiço inferior: silic.—dolorosas no vermelho do beiço supe- rior: carb.-v.—indolentes, suppurantes ao lado do beiço infe- rior,^ com aureola vermelha: samb.—insensiveis no beiço in- ferior perto do angulo da boca: nicot.—insensiveis no beiço superior: natr.—miliares á roda dos beiços e com pús : nux.- v.—como em novello nas bordas do beiço inferior, cheias de humor seroso com sensação mordicante, semelhante á do sal, e ao tocar com sensação de excoriação: rhus.—pequenas, ar- dentes na face interna do beiço inferior: nicot.—pequenas, dolorosas ao tocar no beiço superior: stront.—pequenas na face interna do beiço superior defronte das gengivas : mag.- car,—pequenas, mordicantes, sendo uma situada sobre o beiço superior perto da aza do nariz e crustácea, e uma outra na su- perfície interna do beiço superior: bell.—pequenas, prurigi- nosas, humidas, de fôrma aguda, em ambos os beiços á roda da boca : kali.-e—pruriginosas abaixo do beiço inferior: natr.— pruriginosas acima dos bordos do beiço superior: nux.-v.— pruriginosas no beiço superior: acon.—pruriginosas no njeio dos bordos do beiço superior: thui.— pruriginosas e mordi- cantes nos beiços: kali.-e — pruriginosas a principio, ar- dentes depois e no beiço superior : graph.—pruriginosas violen- tamente no beiço, e desapparecendo pela cossadura: laur.—no rego do beiço superior, com vermelhidão e'tdôr tensiva': arn.— 42' 330 CAP. XII. BOCA semelhantes a empolas no vermelho do beiço superior, de ma- nhã ao acordar: hell.—cora sensação de formigueiro por si, e picadas pruriginosas ao tocar, sobre o beiço superior : bell.— suppurantes no beiço inferior perto do angulo da boca com au- reola vermelha, e dôr tensiva e ardente ao tocar: mang.— transformando-se em ulceras crustáceas, produzindo uma dôr semelhante á que se sente na parte inílammada, collocadas nos bordos do beiço em igual distancia do meio e do angulo: bell. —tensivas, e muitas nos beiços: lycop.—vermelhas no beiço inferior perto do angulo da boca do lado direito, e causando por si uma dôr tensiva: mang.—vermelhas e muitas no beiço superior: sulf. Empolas, amarellas, ardentes, da grossura de ervilhas, no beiço inferior : mur.-a.—no beiço inferior : bar.-c. carb.-a.—no beiço superior com dôr incisiva: graph.—no beiço superior perto do angulo da boca : magn.—nos bordos do vermelho do beiço superior, com dôr de cieiro : con.—brancas, ardentes na superfície interna do beiço inferior: phos.—brancas da gros- sura de uma lentilha no vermelho do beiço superior com dôr ardente de excoriação ao tocar, cobrindo-se depois de uma crosta: natr.—no lado direito do beiço inferior: sassap.— cheias de sangue, dolorosas ao tocar, na superfície interna do beiço superior: natr.—dolorosas ao tocar : hep.—grossas, como ervilhas, perto e abaixo do angulo da boca, seccando-se promp- tamente : natr.—grossas em grande numero, ardentes, claras, tensivas, apparecendo de repente sobre o vermelho do beiço superior: magn.-m.—grossas e inchadas por toda a parte não vermelha dos beiços com excoriação no vermelho e a lingua coberta de vesiculas dolorosas: natr.-m.—muitas no vermelho do beiço inferior com dôr de cieiro, quando o beiço está hu- mido : natr.-m.—pruriginosas ligeiramente no beiço inferior, immediatamente abaixo do vermelho, cobrindo-se de uma pelle amarella e viscosa depois que deita um humor seroso: ciem.— transformando-se em crostas sobre o vermelho do beiço infe- rior: natr.-m. Erupção : abaixo do angulo dos beiços com dôr de cieiro : bry.—no angulo dos beiços com sensação de calor: hep.—nos beiços: alum. ars. bell. cale carb.-v. caust. cham. merc. phos. sulf.—no beiço inferior, abaixo do vermelho, com dôr mordi- cante e pruriginosa ■ bry.—nos beiços, fora do vermelho, com CAP. XII. BOCA 331 rheuma violenta acompanhada de esgoto pelo nariz : daph.— no beiço e nariz: nicot.—nos beiços: petr. spong.—no bordo do beiço inferior: phos.-a.—no bordo do vermelho do beiço superior com dôr incisiva pelo movimento e ao tocar: lycop. —nas commissuras: antim. bell. carb.-v. caust. ignat. lycop. nux.-v. phos.-a. sulf. —crostosa, azul, amarella com pús e sem dôr, sobre o beiço inferior: phos.-a.—crostosa no beiço infe- rior : argil. bry. phos.-a.—no beiço superior : merc. nux.-v.— —dartrosa : sep.—de efflorescencias humidas no bordo do ver- melho do beiço superior: sep.—indolentes á roda do angulo da boca: rhod.—humida e corrosiva, e semelhante a uma ulcera com prurido lancinante, abaixo do meio do beiço superior: squil.—indolente no bordo do vermelho do beiço: ars.—sobre o vermelho do beiço com dôr de cieiro : natr.-m.—ulcerosa com dôr pelo movimento dos beiços: caps.—no vermelho do beiço inferior: cale—no vermelho dos beiços e ângulos da boca: canab. Excoriação: ars. canth. caust. cham. cupr. graph. ipec. natr.-m. phos.-a.—nas commissuras: antim. caust. lycop. mere Exfoliação: alum. amon.-m. cant. nux.-v. puls. sep. sulf.-a. Formigação : arn. ars. berb. fer.-mag. Inchação : aur. bell. bry. dig. hep. lact. merc silic. staph. sulf. (vede cap. 10)—no beiço inferior: alum. bor. mur.-a. puls. —no beiço superior : arg. bor. cale elect. lycop. mer.-cor. (Vede cap. 10). Nodoas: no beiço superior: natr.—amarellas no beiço supe- rior : natr. — vermelhas, que parecem rachadas e com dôr ardente: caust. Nodosidades : ars.—pruriginosas a principio, depois ardentes, no vermelho do beiço inferior: zinc.—na superficie interna do beiço inferior: ratan. nicot. Poros negros no beiço superior : sulf. Prurido : aur.-m. fer.-mag. sabad. Pústulas: berb. carb.-v. mere nux.-v.—nas commissuras: tart.—claras como água, insensiveis, no vermelho do beiço superior: zinc.—vermelhas, suantes, quando se cossão, e acima do beiço superior: thui. 332 CAP. XII. BOCA Rachaduras: graph. Roimento : plat. Sequidão : bry. chin. tart.-em. verat. Suor no beiço superior : acon.—lateralmente : puls. Tumor debaixo da pelle do beiço superior : bar.-e Ulceração : sep. silic. staph. sulf. — nas commissuras: amon.-m. bell. bor. cale cárb.-v. hep. mere nitr.-a. nux.-v. phos. silic. (Vede cap. 10, Inchação.) Ulceras : ars. bor. ciem. con. graph. sep. silic. sulf.—de cheiro podre e seroso : merc.—nas commissuras : graph.—na face interna dos beiços : grapb.—roedora: con. nux.-v. Vesiculas ardentes nos beiços, com erupção na boca : amon. —ardentes na face inferior do beiço inferior : amon.—ardentes ao tocar, no beiço superior, carb.-a. — ardentes ao tocar, pequenas e muitas sobre o vermelho do beiço superior : ratan. — embaixo do bordo do beiço inferior: ratan.—nos beiços: carb.-a. ciem. con. hell. hep. mag.-m. merc. natr.-s plat. rhod. —no beiço superior: ratan. sen. valer.—no beiço superior ena borda do vermelho, com prurido ardente: cicut.—no beiço su- perior, com dôr de ulceração : mur.-a.—na borda externa do beiço inferior, com dôr mordicante e serosidade límpida : plat. —na borda interna do beiço superior, com picadas violentas ao menor toque : plat.—na borda vermelha do beiço inferior, com ardor lancinante: staph.—na borda do vermelho do beiço su- perior: silic.—claras em ambos os lados do beiço superior, pruriginosas depois de seccas, e então renovadas por outras, sendo o prurido mais violento á tarde : mang.—claras, com dôr tensiva no angulo esquerdo do beiço superior: mang.—claras no lado do beiço inferior, sendo o lado superior inchado, com pequenas nodosidades e dôr tensiva ao tocar : mang.—cla- ras, que seccão á noite, no beiço superior; carb.-a.— claras no vermelho do beiço superior : kali.-e—dolorosas na borda do vermelho do beiço, junto do angulo da boca : verat.—dolorosas, lancinantes ao tocar, na borda do beiço superior : silic.—dolo- rosas e pruriginosas ao tocar em todo o vermelho do beiço inferior : kali.-c—grossas, transparentes, insensiveis no beiço superior, suppurando no fim de alguns dias, tornando-se ao depois crustáceas : zinc. — insensiveis, pequenas, no lado do beiço superior : laur.—pequenas, brancas, cercadas de uma borda vermelha e elevada com dôr ao tocar : valer.—pequenas» CAP. XII. BOCA 333 com dôr de queimadura na borda exterior do beiço superior: bell.—pruriginosas, perto do beiço superior, e apenas visíveis: laur. — pruriginosas a principio, e depois crustáceas, com dôr de cieiro na borda do vermelho do beiço superior : silic— sanguinolentas no beiço superior: natr.-m. — na superfície interna do beiço inferior: bar.—no vermelho do beiço inferior, com dôr de queimadura : bryon. MOLÉSTIAS DA BOCA Bostellas, suppurantes no angulo da boca : bor. merc. Botões: dulc.—indolentes na superficie interna das faces: amon.—á roda da boca: phos. rhus. Crosta humida, debaixo do angulo da boca : cale—ároda da boca : cale graph. Dartros na angulo da boca : carb.-v.—com dôr incisiva, lancinante: phos.—pequenos : sep.—á roda da boca : amon.-e anae ars. bor. kreos. magn. rhus. sep. Efflorescencia no angulo da boca: canab.—debaixo do angulo, com fundo vermelho :barit.-e cale—acima do canto da boca: cale—no angulo do lado direito: bell.—no angulo, sobre os beiços, ou á roda delles: cale—no angulo, com pús e dôr ao tocar, barit.-e—no angulo, pequenas, insensiveis, de um vermelho pallido, desapparecendo promptamente, e sem suppuração : bell.—dolorosas na parte anterior do paladar por detrás dos dentes incisivos superiores: nux.-vom. —com dôr lancinante: caust. petr.—com dôr de rasgadura, movendo a boca: dulc—perto do angulo da boca, e abaixo do vermelho dos beiços, com dôr mordicante ao tocar: merc.—perto da boca : bov.—com pús e dôr ao tocar, no angulo: bar.-c—á roda da boca, com pequenas ulceras, e dôr de rasgadura mexendo a boca : dulc.—semelhantes a tumores urticarios em cima e debaixo da boca: hep.—suppurantes abaixo dos ângulos da boca, com aureola vermelha, e dôr incisiva ao tocar : cocul. —suppurantes nos ângulos da boca : coloc. Eminência pequena, com dôr pressiva de excoriação a principio na superfície interna da face, na região do ultimo molar su- perior, produzindo dôr de ulceração no fim de alguns dias, sobretudo quando se abre a boca ou come, e ao mesmo tempo 334 CAP. XII. BOCA com dôr lancinante e incisiva, e inchação das partes vizinhas : iod. Empolas no angulo da boca, com dôr tensiva : magn.— ardente : carb.-a. staph.—cheias de pús nas gengivas: carb.-a. —brancas, elevadas, redondas, despojando-se da pelle por si, e com dôr de queimadura, na superfície interna das faces : merc. — e excoriação mui dolorosa: natr.-m.—grossas, lançando humor seroso pela pressão na superfície interna da face: natr. —no paladar, com dôr de excoriação : mag.—que se convertem em ulcera e causão dôr lancinante e tractiva na superfície interna das gengivas : staph.—que rebentão e formão ulceras na superfície interna da face: cale Erupção de efflorescencias na superfície interior das faces : caps.—á roda da boca : graph. Excoriação do paladar : lach. nitr.-a. nux.-vom.—do véo do paladar: phos.-a. Excrescencías dolorosas : staph. Exfoliação do paladar : bar.—da pelle da boca : sulf. Formigamento da boca : zinc. Frio na boca: tart.-s. verat. Incha-Ção das glândulas da boca : iod.—da cavidade : amon.- m. bell. lach. merc.—do paladar : cale nux.-vom.—do véo do paladar: bell. coff. Inflammaçãó da boca : acon. bell. lach. mere—do paladar : nux.-vom. ran.—do véo do paladar: acon. bell. coff. (Vede cap. 12, Stomacace.) Mucosidades na boca : bell. chin. merc. nux.-vom. phos.-a. puls. squil. Nodosidades : mang.—dolorosas na superfície interna da face: phos. staph.—nas gengivas, indolentes, dolorosas pela pressão: staph.—na superfície interna do beiço inferior : ratan. Rachaduras : digit. Tumefacção dolorosa das gengivas com efflorescencias dolo- rosas na superficie interna dos beiços e lingua : nux.-v. Ulceração na boca: agnus. dulc. merc nitr.-a. Ulceras na boca: phos,-a.—no paladar: aur lach. merc. nux.-v. silic—á roda da boca, com dôr de rasgadura pelo movimento : dulc. Vermelhidão do paladar: bell. Vesiculas ardentes ao tocar sobre as gengivas : sep.—abaixo CAP. XII. BOCA 335 do angulo da boca: argil. veratr.—na boca: cale carb.-a. cham. merc. — claras no angulo da boca: laur.—com dôr ardente : sulf.—com dôr violenta, quando se come, «o angulo da boca: caust.—debaixo de um dos dentes da frente com dôr de queimadura : bell.—pequenas, brancas, indolentes, seme- lhantes a ulceras pequenas no angulo interior da boca : daphn. —pequenas, nos lugares em que os dentes tocão na superfície interna das faces : cale—pruriginosas, tornando-se confluentes pela pressão no angulo da boca: argil.—suppurantes no paladar: phos.—tumefacção das gengivas : iod. MOLÉSTIAS DA LÍNGUA Aphthas na ponta da lingua, de ura sujo amarello : agar. Botões sobre a lingua: nux.-v. Efflorescencias sobre aponta da lingua com dôr lancinante ao tocar : caps. hell. Empolas nos bordos e ponta da lingua com mordicação ardente: bry.—cheias de pús na lingua : carb.-v.—dolorosas na ponta da lingua e bordo: caust.—com dôr de queimadura : natr.-m.—na parte interior do bordo da lingua com dôr tensiva: magn.—pequenas e muitas nos dous bordos da lingua: carb.-a. —na ponta da lingua com dôr ardente : kali.-hydr.—sobre a lingua, que impedem comer: cale natr.-m. Excoriação da lingua : agar. carb.-v. kali. nux.-v. nitr.-ac. Exfoliação da lingua: agar. tartar. ranun.-s. Formigação: acon. crot. secai. Frio : bell. galv. hydroe laur. Inchação das glândulas debaixo da lingua: nux.-m. staph. Inflammaçãó : acon. arn. berb. lach. merc. Língua coberta de vesiculas com dôr de queimadura : sep.— fendilhada: ars. bar.-c. bell. cham. chin. lach. sulf. teue veratr.—vermelha e coberta de pontos mui brancos semelhantes a aphthas: sulf. Nodosidades: lycop. mag.—debaixo da lingua com dôr de excoriação: amb.—muitas e semelhantes a grãos de milho, com dôr ardente quando se come: mang.—pequenos pontos ver- melhos semeados pela parte anterior da lingua, com dôr ardente e violenta: phos. 33fi- CAP. XII. BOCA Vermelhidão: ars. bell. bry. cham. hyosc. lach. nux.-v. rhus. sulf.—dos bordos da lingua: bell. nux.-v.—da ponta : electr. Vesiculas: argent. amon.-e bar.-c. cale carb.-a. graph. kali. merc.— ardentes na ponta da lingua : mur.-a.— no bordo da lingua com dôr lancinante, ardente ou de excoriação: bry. spong.—brancas ao lado da lingua perto da raiz com dôr vio- lenta de excoriação : thui.—debaixo da lingua, quando se come ou move : chin.— dolorosas : nux.-v.—dolorosas na superficie superior e inferior da ponta : sep.— duas, ardentes na ponta, de côr clara e grossura de cabeça de alfinete: phos.—pequenas, ardentes, suppurantes ao terceiro dia, na parte anterior do bordo da lingua : magn.— pequenas com dôr ardente de exco- riação : arg.— pequenas com dôr mordicante, quando se come, na face interior do beiço inferior e lingua : rhod.— produzindo sensação ardente ao tocar: spig.— sobre a lingua : hell. squil. — sobre a lingua com dôr de queimadura : carb.-a.— sobre e debaixo da lingua com dôr lancinante : cham.— sobre a lingua e gengivas com dôr de queimadura : daphn.— sobre a lingua com sensação ardente e calor na boca: cale—tensivas de curta duração no bordo da lingua : natr.—vermelhas, ardentes como fogo do bordo da lingua para a extremidade : pheland. moléstias dos queixos Botões no queixo inferior : bar. Carie : aur. cist. merc. silic Erupção no queixo inferior : bar. Exostosis : angu st. ' Furunculos debaixo dos queixos : carb.-v. Inchação: alum. merc. stan.—no queixo inferior: acon. caust. kali.-e— nos ossos: aur. Nodosidade dolorosa no queixo inferior : graph. CAPITULO XIII affecções da garganta Amygdalitis.—Os melhores medicamentos são, em geral: bar.-c bell. hep. ign. lach. merc. nitr.-ac. nux.-vom. e sulf., ou também : cale canth. cham. gran. ?lye seneg. sep. e thui. Se ha suppuração e ulceração, são ordinariamente: bary.-e bell. ign. lach. lyc. merc. nitr.-ac. ou sep. que merecem a pre- ferencia. Contra a induração das amygdalas, muitas vezes sortirá bom effeito de : bary.-e cale ign. e sulf. (Comparai, além disso, cap. Io, Induracões.) TRATAMENTO.—Dos medicamentos indicados, 1 gotta ou 5 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar 1 colher de 6 em 6 horas : o mesmo medicamento deve ser re- petido no caso de melhora. Anginas» on inílainmaçôes e dôres de gar- ganta.—Os melhores medicamentos contra as diversas an- ginas são, primeiramente: bell. lach. e mere, ou: cham. nux.- vom e puls. Após estes : acon. bry. caps. coff. ign. rhus. e sulf. Ou também : bar.-e chin. cie coce dulc. sabad. sep. e veratr. ou vip.-cor. Ou ainda : alum. ars. cale canth. carb.-v. gran.? kreos.? lyc. mang. nitr.-ac. n.-mosch. sen. staph. e thui. As anginas agudas demandão principalmente : acon. bell. bry. cham. coff. ign. merc. nux.-vom. puls. e rhus., ou tam- bém : ars. bary.-e canth. caps. carb.-v. chin. dulc. hep. lach. mang. e staph. Em geral, no periodo febril, quando ainda a moléstia se não tem localisado na garganta, convém o aconito, mas logo que a inflammaçãó é local bell. é preferivel. Se a salivação predo- minar aos outros symptomas, merc. lhe corresponde melhor ; havendo boca espumosa : agar. bell. camph. cham. cie coccul. cupr. hyosc. laur. stram. e veratr.; e havendo ulceras : bell. caust. lach. mere nitr.-ac. e thui., ou também : alum. borax. e carb.-v. 338 CAP. XIII. GARGANTA Para as anginas chronicas, assim como para as habituaes, são sobretudo : alum. bar.-e cale carb.-v. hep. lach. lyc. sep. e sulf., ou também : bell. chin. mang. natr.-m. nitr.-ac. nux.- vom. sabad. sen. staph. e thui. Contra as anginas catarrhaes e reumaticas, tirar-se-ha muitas vezes proveito de bell. cham. nux.-vom. puls. e sulf., ou também de : acon. arn. carb.-v. caps. dulc. gran.? merc. rhus. ou sen. As anginas flegmonosas, ou com tumor, demandão com pre- ferencia : bar.-c. bell. hep. ign. nitr.-ac sulf., ou também: acon. cale canth. coff. lach. mere nux.-vom. sep. e thui. Para as anginas gangrenosas, poder-se-ha consultar : am-e ars. ou lach., ou também : con. euphorb. kreos. merc. e sulf. A angina membranosa, ou croup, demanda com preferencia : acon. hep. spong. ou phos. (Vede cap. 21, Croup.) Quanto ao que diz respeito ao local da inflammaçãó. as an- ginas BRONCHIAL, LARTNGEA, ESOPHAGICA, PALATINA, PAROTIDAL, pharyngea, tonsillar, tracheal e uvular, vede, neste mesmo capitulo, os artigos : Amygdalitis, Esophagitis, Pharyngitis, etc, assim como cap. 8o, Parotitis, e cap. 21, Bronchitis, La- ryngitis, etc. Quanto ás causas exteriores, de que uma ou outra destas an- ginas possa depender, se a moléstia se manifesta em resultado de um exanthema, qual a escarlatina, a morbilia, as bexigas, etc, dever-se-ha com preferencia consultar: ars. bar.-c. carb.- v. e ign. Para as anginas por abuso do mercúrio, são principalmente : arg. bell. carb.-v. hep. lach. lych. staph. e sulf. Temos visto exemplos do emprego de uma substancia cha- mada ucuuba pelos índios do Pará, e que, preparada homceopa- thicamente, dá resultados não menos certos, nas anginas in- flammatorias que apparecem de ordinário nas mudanças de estação para frio. Para as que procedem de um resfriamento, achar-se-ha que principalmente convém: bar.-e bell. bry. cham. coff. dulc. ign. lach. merc nux.-vom. puls. e sulf. Para as que dependem de uma causa syphilitica, são: merc. nitr.-ac. e thui., ou também: lach. Para as provocadas por uma causa traumática, qual a in- troducção de corpos estranhos, esquirolas de ossos, pancadas, CAP. X1I1. GARGANTA 339 Oüédas, etc, na garganta, são: acon. bell. cham. cie ign. ou mere, que na pluralidade dos casos produzirão o melhor effeito. Não é para desprezar a arnica nestes casos se os outros remédios aproveitão pouco. Havendo ardor na garganta, como queimadura: acon. amon- e arn. ars. camph. carb.-v. cham. crot. euphorb. merc. squil. verat.— calor : laur. merc.— sensação como de um corpo es- tranho que tape a guela : bar.-c. graph. merc. natr.-m. nux.- vom.4 sep. sulf. —constricção: alum. bell. lycop. mezer. sassap. stram.— sendo no esophago : ars.— caimbras, ou espasmo na guela: bell. cale laur. plat. stram.—deglutição dolorosa: rhus. — impedida : arn. ars. bell. canth. carb.-v. hyos.— picadas na garganta : acon. bell. bry. chin. ignat. lycop. merc. nitr.-a. puls. rhus. sep.— nas campainhas: bell. merc.— sensação de excoriação : bell. lach. nitr.-a. nux.-vorti. puls.— inchação da garganta: lach.— das campainhas ; bar.-e bell. cale canth. cham. hep. ign. lach. licop. merc. nitr.-a nux.-vom.— inflam- maçãó : acon. ars. bell. canth. coff. dulc. hep. ignat. iod. lach. nitr.-a. puls. spong.—havendo mucosidades : amb. carb.-a. caust. lach. carb.-v. kali. puls. silic— difficeis de expectorar : lach. merc.— fáceis de expectorar : carb.-v.— feridas na gar- ganta : bell. laches. merc. nitr.-a thui. Symptomas peiores, de manhã : acon. bry. caust. chin. lach. nux.-vom. phos. puls. staph. sulf.—antes do meio-dia : phos. — depois do meio-dia : chin. dros. nux.-vom. phos. rhus.— de tarde: carb.-v. caust. fer. ignat. lach. nux.-vom. phos. puls. staph.— á noite : bry. caust. cham. fer. lach. phos.-a. puls. spong.— depois da meia-noite : acon. puls. spong. N. 5. —Abell. o merc. as canth. produzem inflammaçãó, ver- melhidão das partes affectadas, deglutição difficil, dolorosa e mesmo impossivel; porém em uma angina flegmonosa, ha- vendo dôr ardente de excoriação, o medicamento próprio é canth.; se fôr a salivação que predomine, é mere; se a incha- ção e vermelhidão, bell. Emfim, quanto aos symptomas que caracterisão as diversas anginas, poder-se-ha consultar principalmente : BELLADONA, contra quasi todas as qualidades de anginas, e sobretudo havendo: dôres de excoriação, comichão, sensação de um tumor, sequidão, abrazamento, ou picadas na garganta, maxime engulindo; dôres que se propagão até aos ouvidos; 340 CAP. XIII. GARGANTA aperto e contracção espasmodica da garganta, com desejo continuo de engulir, ou deglutição difficil ou mesmo impossível; adypsia, ou forte sede, com horror ás bebidas, ou com impossibilidade de beber, porque todas as bebidas sahem pelas ventas; rubor vivo, freqüentemente amarella Io, das partes affectadas, sem inchação, ou com muita, e rubor inflammatorio do septum slaphylin, da campainha, ou das amygdalas, mesmo com suppuraçã>; uloras que se estendem rapidamente; grande accumulação de mucosi- dades víscosas, esbranquíçadas na garganta, na boca e sobre a língua ; salivação, inchação dos músculos ou mesmo das glândulas do pescoço e da nuca; febre violenta, com rosto quente, ver- melho e inchado; dôr de cabeça violenta na testa; humor chorão, caprichoso. (Comparai mere, medicamento que convém freqüentemente antes ou depois de bell.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de hora em hora, de 2 em 2 horas, ou com maior intervallo, segundo a violência da inflammaçãó, espaçando á proporção das melhoras: este e mere são os medicamentos mais preconisados para esta enfermidade, e em muitos casos de anginas fortíssimas se têm salvado doentes julgados no extremo alternando a bell. com o merc. CHAMOMILLA, principalmente nas crianças, ou se o mal é o resultado de uma transpiração supprimida, ou havendo: incha- ção das parotidas, das amygdalas e das glândulas submaxillares; dôres lancetantes, abrazadoras, ou sensação como se houvesse um tumor na garganta; rubor carregado das partes affectadas; impossibilidade de engulir alimentos sólidos, principalmente estando deitado ; sede cora seccura da boca e da garganta ; cócegas no larynge, que provocão a tosse; voz rouca e indefluxada; febre sobre a tarde, com calor e calafrios alternativamente; rubor (sobretudo de uma) das faces, grande agitação, inquieta- ção, gritos e pranto. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de chá de 4 em 4 horas. LACHESIS, em quasi todos os casos em que bell. ou merc. convindo indicar-se, não forão sufficientes, havendo, além disso: dôr de excoriação, abrazamento e sequidão na garganta, que não occupa senão pequenos lugares circumscriptos, ou pro- CAP. XIII. GARGANTA 341 pagando-se até aos ouvidos, larynge, lingua, nariz, gengivas, etc, com dyspnéa, risco de suffocação, sali/ação e roncadura le mucosidades; incharão, rubor e excoriação das amygdalas, ou do septum staphylin, necessidade continua de engulir, com es- pasmos na garganta, ou com sensação de um tumor, de uma rolha, ou de um corpo estranho que exige ser engulido ; deglutição embaraçada, com horror ás bebidas, que muitas vezes sanem pelas ventas; aggravação do mal depois do meio-dia, ou de madrugada, ou sempre depois de haver dormido, assim como pelo mais leve contacto, ou pressão no pescoço; allivio comendo. TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas, ou com maior ou menor intervallo, segundo a gravidade do mal, repetindo-se o medicamento no caso de melhora. MERCURIUS, somente no principio da enfermidade, antes de bell., ou alternando com este medicamento, e sobretudo se ha : picadas violentas na garganta e nas amygdalas, principal- mente ao engulir, e que se propagão até ás parotidas, ouvidos e glândulas sub-maxillares ; abrazamento na garganta, e dôr de excoriação, inchação, e grande rubor inflammatorio das partes affectadas; dilatação da campainha; necessidade continua de engulir, com sensação como se tivesse na garganta um corpo estranho que convinba engulir ; deglutição difficil, maxime das bebidas, que sahem pelo nariz; máo gosto da boca; salivação abundante; inchação das gengivas e da lingua; suppuração das amygdalas; ou ulceras na garganta, que lavrão lentamente ; aggravação do mal de noite ou de tarde, assim como ao ar fresco, e fallando ; calafrios alternados com calor; suor que não allivia; dôres rheumaticas, cruéis ou activissimas, na cabeça e nuca. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para se dar 1 colher de chá de hora em hora, de 2 em 2 horas, com maior intervallo á proporção das melhoras e segundo o gráo da inflammaçãó. NUX.-VOM., freqüentemente depois de cham., ou nas pessoas magras, biliosas e coléricas, ou de um temperamento sangüíneo, e principalmente havendo : sensação de coçadura e dôr de excoriação na garganta, maxime ao engulir e inspirando um ar frio ; dôres engulindo em secco, como se o larynge estivesse contrahido, ou que houvesse uma cavilha ou rolha na garganta; 342 CAP. XIII. GARGANTA picadas até aos ouvidos, principalmente engulindo; inchação da campainha, do septum staphylin, ou das amygdalas, ou somente sensação de inchação, com dôres pressivas e lancetantes; tosse secca, com dôr de cabeça e nos hypocondrios tossindo ; pequenas ulceras de cheiro íetido na boca e garganta. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas: repita-se o mesmo medicamento no caso de melhora. PULSATILLA, principalmente nas mulheres, ou pessoas de caracter brando e temperamento fleugmatíco, e sobretudo havendo : rubor, algumas vezes azulado, da garganta, das amygdalas ou da campainha, com sensação como se estas partes estivessem inchadas, ou houvesse um tumor no pharynge, sensação de coçadura, dôr de excoriação e seccura na garganta, sem sede; picadas na garganta, sobretudo fora do tempo da deglutinação, compressão e tensão engulindo em secco; calafrios pela tarde, com aggravamento das dôres de garganta ; inchação varicosa das veias da garganta ; accumulação de mucosidades tenazes, que cobrem as partes affectadas. TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. SENEGA, quando ha: sensação de ardor e seccura na gar- ganta, inchação inflammatoria do paladar e da campainha, ac- cumulação abundante de mucosidades viscosas na garganta e paladar, destacando-se em pequenos grumos. TRATAMENTO.—Como pulsat. D'entre os outros medicamentos apontados, poder-se-ha de- pois consultar: ACONITUM, sobretudo se ha : grande febre com calor secco, rubor nas faces, agitação, inquietação, impaciência e exaspera- ção ; rubor carregado das partes affectadas, com deglutição difficil e dolorosa; abrazamento, estreitura, comichão, e con- tracção na garganta; sensibilidade dolorosa da mesma fallando; sede ardente. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos em 3 colheres d'agua, 1 colher de chá de 4 em 4 horas. BRYONIA, contra : sensibilidade dolorosa da garganta ao tocar-se-lhe, e voltando a cabeça; deglutição difficil e dolorosa, como pela presença de um corpo duro na garganta ; picadas e sensação de excoriação, e seccura na garganta, a ponto de im- CAP. XIII. GARGANTA 343 pedir a falia ; febre com ou sem sede, ou calafrio e frio, humor irascivel e colérico. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos, em 3 colheres d'agua, para dar-se nos casos graves de 3 em 3 horas, espaçando á proporção das melhoras. GAPS1CUM, no caso em que bry, cham. ign. nux.-vom. ou puls., con vindo indicar-se, não forão todavia sufficientes, e sobretudo se a febre permanece, com calafrios e sede, seguidos de calor, dôres pressivas com conslricção espasmodica da gar- ganta ; excoriação e ulceração na boca e na garganta : tosse do- lorosa ; vontade continua de estar deitado e de dormir, com horror ao ar livre e ao frio. TRATAMENTO.—Como bry. COFFEA, se ha : simultaneamente coryza com irritação na garganta, que força a tossir, sobretudo ao ar livre; insomnia, calor, humor chorão e lamentações ; inchação do septum staphy- lin, com dilatação da campainha ; sensibilidade excessiva das partes affectadas, e dôres que parecem insupportaveis ; tosse curta, secca, etc TRATAMENTO.—Como aconit. HEPAR, freqüentemente depois de bell. ou merc, e sobre- tudo havendo : seccura, sensação de uma cavilha ou picadas na garganta, como produzidas por espinhos, sobretudo engulindo, tossindo, respirando e voltando a cabeça ; cossadura dolorosa que tolhe a falia; deglutição constrangida, ou mesmo impossi- vel ; grande pressão na garganta, com risco de suffocação ; in- chação das amygdalas. TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para se dar 1 colher de chá de 2 em 2 horas, no caso de haver algum tumor, e logo que este se ar- rebente dê-se o medicamento com maiores intervallos, para facilitar a sahida do pús. IGXATIA, se ha : inchação vermelha e inflammaçãó do pa- ladar ou das amygdalas; sensação de uma cavilha na garganta, ou picadas até aos ouvidos, maxime fora da deglutição, com abrazamento e dôr de excoriação ao engulir ; deglutição das bebidas mais difficil que a dos alimentos sólidos; amygdalas duras ou cobertas de pequenas ulceras. (Comparai cham. nux.- vom. e puls., ou também: bell. hep. merc. e sulf.) ( 344 CAP. X11I. GARGANTA TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas. RHUS, muitas vezes quando, parecendo convir bry., não foi sufficiente, e principalmente havendo : humor antes chorão do que colérico; pressão e picadas ao engulir; dôr pulsativa na garganta profundamente ; deglutição embaraçada, como por uma constricção na garganta ; sensação de inchação na garganta, com dôr de pisadura, mesmo fallando. TRATAMENTO.—Gomo bry. SULFUR, havendo : inchação da garganta, das amygdalas ou da campainha ; sensação de cossadura e seccura, dôr de exco- riação, abrazamento e picadas na garganta, durante ou fora do tempo da deglutição; pressão na garganta, como por um tumor, ou contracção, e sensação dolorosa de constricção, com difficul- dade de engulir; inchação das glândulas do pescoço. TRATAMENTO.—Como Ignacia. D'entre os medicamentos seguintes, poder-se-ha, sendo ne- cessário, consultar também : BARYTA-CARB, se o mal torna depois de cada resfriamento, e que as amygdalas estejão inchadas, duras e dispostas a sup- purar. CHINA, contra: inchação do paladar e da compainha, com picadas na garganta, principalmente ao engulir, ou com somno agitado, de noite, e aggravamento do mal com a menor corrente de ar. CICUTA. se, pela introducção de um corpo estranho, a gar- ganta inchou a ponto de tornar a deglutição absolutamente im- possível, e não tendo bastado bell. contra este estado, nem arn. COCCULUS, se as dôres são mais profundas (no esophago), com seccura até ao peito, e gargarejo bebendo. DULCAMARA, nas anginas catarrhaes, em que, convindo in- dicar-se mere, não foi elle bastante, e se ha secreção abun- dante de mucosidades. SAUADILLA, contra anginas obstinadas, com pressão, abraza- mento, sensação de um tumor ou de constricção durante e fora da deglutição; seccura, sensação de cossadura e aspereza na garganta, com necessidade continua de engulir. SEPIA, contra dôres de excoriação e picadas ao engulir, com fungar freqüente e accumulação abundante de mucosidades. CAP. XIII. GARGANTA 345 VERATRUM, se a garganta está secca, com abrazamento, as- pereza, cossadura, ou dôr constrictiva, estreitura, pressão ees- pasmos ao engulir. TRATAMENTO.—Dos medicamentos acima apontados, 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para tomar-se com maior ou menor intervallo, segundo as circum- stancias da enfermidade, e consultai a Matéria Medica por J. V. Martins. Esophagitis ou inflamniaçao do esophago. —Os medicamentos que aconselharemos se consultem princi- palmente, são : arn. ars. bell. coce merc mez. erhus., ou tam- bém: asa. carb-v. euphorb. laur. sab. e sec. (Comparai, além disso : Angina e Phabyngitis.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se com maior ou menor intervallo, segundo a gravidade do mal. Papo ou bocio.— Esta moléstia, endêmica em muitos lugares, é mui rebelde ao tratamento, principalmente se o doente continua a habitar o mesmo lugar onde foi affectado delia. (Acontece que alguns melhorão mudando-se para outro lugar onde igualmente a moléstia é endêmica.) Têm sido ad- ministrados com vantagem : amon.-carb. cale canth. carb.-v. caust. hep. iod. kal.-e lyc. natr.-m. spong. staph. A spong. nos parece o melhor remédio. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se uma colher de 12 em 12 horas. Paralysia da garganta.— Poder-se-ha consultar com preferencia: caust. con. lach. sil., ou talvez também : ars. bell. ipec. kal. n.-mosch.? plumb? e puls.? Pharyngitis e inflammações do septum staphylin e campainha.—Os melhores medicamentos são, em geral: acon. alum. bell. canth. hyos. lach.merc. nux.- vom. puls. e stram., ou também: ars. cale dulc. ign. seneg. e veratr. (Vede Angina.) TRATAMENTO.—1 gotta ou 5 glóbulos da 3a ou 5a dy- nam. em 3 colheres d'agua, para dar-se ás colhérinhas de hora em hora, 2 em 2 horas, ou com maior intervallo, segundo a gravidade da enfermidade, espaçando á proporção das me- lhoras. 346 CAP. XIII. GARGANTA Se a inflammaçãó é franca, achar-se-ha a maior parte das vezes indicado: acon. bell. canth. lach. e merc. Se ha constricção espasmodica da garganta, dever-se-ha com preferencia consultar: beLl. hyos. lach. stram. e veratr., ou talvez ainda : con. lyc. mere e nux.-vom. Para a sensação, como se houvesse um tumor na garganta, são principalmente : ars. ign. merc. nux.-vom. e puls., ou também: bell. lach. e sulf. Se a inflammaçãó ao mesmo tempo occupa o septum staphy- lin, tirar-se-ha partido freqüentemente de : acon. bell. coff. merc. e nux.-vom. A inflammaçãó da campainha demanda com preferencia: bell. coff. merc. nux.-vom., ou também : cale carb.-v. sen. e sulf. Além disto, vede : Angina e Phthisica pulmonar. Ulceras na garganta. — São : bell. lach. merc. nitr.-ac e thui. que com preferencia merecem ser consultados. Para as diversas espécies de ulceras, quaes as mercuriaes, syphiliticas, etc, vede Anginas mercurial, syphilitica, etc. Temos empregado com algum resultado nas moléstias de gar- ganta o hoematoxílum campechíanum; mas ainda elle carece de confirmação para ser francamente recommendado. TRATAMENTO.— 1 a 2 gottas ou 6 a 8 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas; espere-se a acção do medicamento por 4 ou5 dias, para repeti-lo ou tomar outro. (Vede Matéria Medica por J. V. Martins.) CAPITULO XIV appetite e influencia dos alimentos nas vias digestivas e no organismo em geral Adypsia ou falta de sede.—Os medicamento que mais convém são : calad. mang. n.-mosch. plat. puls. sep. e tab. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas. Anorexia ou falta de appetite. — Na maior parte dos casos este estado não é senão o symptoma de outra enfermidade, que convém destruir para reapparecer o appetite; pôde todavia constituir também uma affecção particular dos nervos do estômago, existindo sem outra lesão ou desordem apreciável. Os medicamentos que nesta hypothese se poderão consultar com preferencia são: ant. arn. bar.-c. bry. cale chin. hep. iod. mere nux.-vom. puls. sulf. e vip.-cor.; ou acon.lobel. lycop, Nos casos em que ha uma falta extraordinária de appetite, por certo que é inútil a recommendação de dietas; pelo contrario nesses casos, talvez com poucas excepções, convirá facultar ao doente a liberdade de tomar ou provar qualquer alimento, por mais temperado que seja, ou qualquer fruta, etc.; mas nem por isso se lhe concederá que tome algumas bebidas em que es tejão dissolvidas ou suspeiras, etc, quaesquer é substancias medicinaes, seja a titulo de refresco ou de excitante etc, etc. £Sp* Vede, mais abaixo : Dyspepsia, Indigestão, e cap. 15, Gastrosis. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a ou 15a dynam. em 3 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas: espere-se a acção do medicamento por 4 ou 6 dias para repetir ou tomar outro. Arrotos.—Antim. ipec. puls., ou ars. bry. carb.-v. chin. hep. nux.-vom. TRATAMENTO.— Como acima. 3i8 CAP. XIY. APPETITE Augmento de appetite. — Arg. bry. eugen. merc. hep. teucr. TRATAMENTO. — Gomo acima. Bulimia, voracidade, fome doentia. — Os melhores medicamentos a consultar contra as affecções cara- cterisadas por este symptoma são, em geral ; bry. cale chin- hyos. lach. lyc. mag.-e merc. natr.-m. nux.-vom. petr. sabad. sep. sil. spig. squill. sulf. e veratr., ou cin. iod. natr.-m. e op. Se este estado se manifestar na Convalescença, em seguida de grandes moléstias agudas, perdas ou causas debilitantes, poder-se-ha com preferencia consultar: chin. e veratr., ou talvez mesmo: cale natr.-m. sil. e sulf. Nas mulheres grávidas, principalmente : magn.-m. natr.-m. nux'-vom. petr. e sep. Nas pessoas acommettidas por affecções verminosas : cin. hyos. mere sabad. sil. e spig. Nestes casos é necessário muita prudência, nem prohibindo aos doentes uma quantidade de alimentos proporcionalmente sufficiente, attenta a desesperada fome que osatormentanem com- tudo concedendo-lhes tudo quanto appetecem e querem devorar. ^^ Comparai, mais abaixo : Dyspepsia. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas: deve-se esperar a acção do medicamento por 4 ou 6 dias para de novo repetir no caso de melhora ou tomar outro. Dyspepsia.— A affecção particular, de que sob esta denominação vamos tratar, não é em verdade senão uma espécie de Gastrosis (ou gastrite pouco intensa da escola physiologica), caracterisada pela fraqueza da digestão, com appetite nenhum, fraco ou desregrado, embaraço da região esto- macal, arrotos, flatulencia, máo humor, somnolencia, e outros incommodos depois da refeição, disposição para indigestões, azias, e embaraços mucosos das vias digestivas. Porém como tal a dyspepsia se distingue assaz do embaraço gástrico, de que não é ella, por assim dizer, senão o primeiro gráo, assim como este também o primeiro da gastritis propriamente dita. Por isso a dyspepsia é a affecção gástrica que na pratica mais freqüentemente se encontra, e é esta também uma razão por que julgámos conveniente trata-la separadamente. CAP. XIV. APPETITE 349 Os medicamentos mais efficazes contra a dyspepsia são, em geral: hep. nux-v. puls. e sulf; e em muitos casos, mesmo os mais obstinados, póde-se muitas vezes tirar partido de só um ou outro destes medicamentos, comtanto que se não repita a dose senão com longos intervallos, e jamais antes de que um novo aggravamento do estado o indique. Se nenhum destes medicamentos tiver sido indicado, ou que não tenha adiantado a cura, então os que se mostrão mais efficazes são: arn. bry. cale cham. chin. lach. merc. erhus., ou lambem: carb.-v. natr. natr.-m. rut, sep. esil., ou talvez também: am.-e anae ars. aur. bar.-e bell. con. dros. fer. graph. hyos. ign. kal. kreos. lyc. n.-mosch. petr. phos. staph. e veratr. Se a fraqueza da digestão é tal que quasi tudo que o enfermo toma lhe causa padecimentos, dever-se-ha consultar: carb.-v. chin. lach. natr. nux-v. e sulf.; se todavia a reunião dos sym- ptomas não exige este ou aquelle dos medicamentos apontados. Se particularmente a água fria não puder ser supportada, serão, conforme as circumstancias: ars., ou caps. cham. chin. fer. natr. nux.-v. puls. rhus. sulf.-ac, ou veratr. Se a cerveja causa padecimentos: ars. bell. coloc. fer. rhus. sep. e sulf. Para as pessoas a quem o leite faz mal, sobretudo: bry. cale nux-v. esulf., ou também: ars. lach. lyc. natr.-m. nitr.-ac e sep. Para aquellas a quem o pão faz soffrer; bry caust. mere natr.-m. nux-v. puls. e sulf. Se os ácidos fazem mal: ars. natr.-m. nux-v. phos.-ac. sep. e sulf., ou também: fer. dros. lach. e staph. Se a carne não pôde ser supportada: fer. puls. rut. sil. e sulf.; sendo a carne de porco: carb.-v. puls. e sep. Se o menor alimento gordo faz mal: carb.-v. natr.-m. puls. sep. e sulf. A dyspepsia nas crianças demanda com preferencia: bary.-e cale ipec. lyc. merc. nux.-v. puls. e sulf. ou mesmo:hyos., ou iod. A dos velhos: bar.-c. e cie, ou mesmo: ant. carb.-v. chin. n.-mosch. e nux.-v. Nas pessoas hypocondriacas: nux.-v. esulf., ou também: bry. cale con. hyos. ign. lach. n.-mosch. phos. sep. sulf. veratr., etc. 35U CAP. XIV. APPETITE Nas mulheres grávidas : acon. ars. con. fer. ipec. kreos. lach. magn.-m. natr.-m. n.-mosch. nux.-v. petr. phos. puls. e sep. A dyspepsia em resultado de vida sedentária e encerrada demanda sobretudo : bry. cale nux.-v. sep. e sulf. — em con- seqüência de vigílias prolongadas: arn. carb.-v. coce nux-v. puls. e veratr. — e em resultado de estudos forçados : arn. cale lach. nux-v. puls. e sulf., ou mesmo : coce e veratr. Em resultado de perdas debilitantes, de purgações, vômi- tos, sangrias, etc, sobretudo: chin. carb.-v. e rut., ou tam- bém : cale lach. nux-v. e sulf.—em conseqüência de excessos sexuaes : cale merc. nux.-v. phos.-ac. e staph. Em conseqüência do abuso dos prazeres da mesa : ant. ars. ipec. nux.-vom. e puls. — por abuso do vinho ou bebidas espirituosas, em particular : carb.-v. lach. nux.-vom. e sulf., ou também : ars. bell. chin. merc. natr. e puls., ou lyc op. ran.-b. sil. zinc.; e sendo vinhos enxofrados: puls. ; ou con- tendo chumbo: alum. bell. chin. e sulf. — em seguida ao abuso do café : coce ign. nux.-vom., ou ainda : carb.-v, cham. mere puls. rhus. e sulf. — do cha' da china : fer. ou thui. — do tabaco : coce ipec. merc nux.-vom. puls. e staph. Em conseqüência de lesões mecânicas, de uma pancada no epigastrio, de um geito no espinhaço, etc. : arn. bry. e rhus., ou talvez também : am.-e cale con. ? puls. e rut. ? Em resultado de emoções deprimentes, com pezar, cóle- ra, etc. : bry. cham. chin. coloc. nux.-vom. phos.-ac. staph., etc. Quanto ás indicações fornecidas pelo complexo dos sympto- mas, poder-se-ha com preferencia consultar: ARNICA, muitas vezes depois de chin., não tendo este me- dicamento sido sufficiente, ou se ha: grande sensibilidade e sobre-excitação nervosa; lingua secca oú coberta de uma camada amarellenta; gosto pútrido ou amargo, ou agro, cora máo cheiro da boca; arrotos freqüentes, algumas vezes com gosto de ovos podres; appetencia pelos ácidos; depois da refeição plenitude no epigastrio ; flatulencia e tympanismo de ventre; além disso, peso nos membros; vertigens, cabeça tolhida, principalmente na testa, acima dos olhos; atordoamento e calor na cabeça; somno perturbado com sobresaltos, desperto freqüente, sonhos anciosos epeniveis; tez amarellenta, térrea; náuseas freqüentes CAP. xiv. appetite 351 com vontade de vomitar, principalmente de manhã ou depois da refeição; humor hypocondriaco. (Depois de arn. convém al- gumas vezes nux.-vom.— Comparai também: bry. e rhus.) TRATAMENTO.—2 gottas ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 12 em 12 horas : espere-se a acção do medicamento, para repeti-lo no caso de melhora ou tomar outro. BRYONIA, sobretudo se a dyspepsia se manifesta no estio ou por um tempo humido e quente, ou havendo: ausência de appetite, alternado com fome canina, mesmo de noite, ou perda do appetite com o primeiro bocado, desejo de beber vinho, café e ácidos; fastio dos alimentos, a ponto de nem o cheiro poder supportar; arrotos freqüentes, maxime depois da refeição, e pela maior parte de ar, ou agros, ou amargos; depois de cada refeição, pressão e tympanismo do epigastrio, eólicas, regorgitação ou mesmo vômitos dos alimentos; indigestão facil com o pão ou leite; fluxo d'agua pela boca, como pituitas; sen- sibilidade dolorosa do epigastrio ao tocar-se-lhe, e impossibilidade de supportar os vestidos apertados; prisão de ventre ou evacuações duras ; gênio inquieto e irascivel. (Comparai: arn. chin. e rhus.) TRATAMENTO.— Como acima. CALCAREA, contra: boca viscosa, secca, ou gosto agro o\± amargo; sede continua com appetite fraco; insipidez dos au- mentos; fome, depois da refeição ; accesso de fome canina, principalmente de madrugada; repugnância á carne e aos ali- mentos quentes, com desejo de vinho e de golodices; náuseas ou regorgitações ácidas tendo bebido leite ; depois da'refeição, calor, tympanismo, dôr de cabeça, dôres de estômago ou de ventre, ou vontade de dormir; pyrosis, azias, pituitas do estô- mago, plenitude e inchação na região estomacal, com grande sensibilidade ao tocar-se-lhe; tensão nos hypocondrios, e im- possibilidade de supportar os vestidos apertados; evacuações somente depois de dous, três ou quatro dias, ou também duas ou três dejecções por dia; fraqueza geral, cephalalgias lance- tante ou pressiva, com sensação de frio na cabeça; constituição plethorica, obesa. Convém freqüentemente depois de sulf. — Comparai puls. TRATAMENTO.— Da mesma fôrma. CHINA, não só contra a dyspepsia por perda de humores, como também contra a que procede de exhalações da atmos- 352 CAP. XTV. APPETITE phera, na primavera ou no outono, na vizinhança de canaes, dos charcos, etc, e em geral se ha : indifferença aos alimentos, ás bebidas e á sociedade; appetencia de vinho e cousas picantes, ácidas e confortantes; insipidez, />u gosto ácido ou amargo dos alimentos; indigestão freqüente e facil, principalmente depois de haver ceado tarde; depois da refeição, mesmo a menos abundante, indisposição, vontade de dormir, humor hypocon- driaco, plenitude, tympanismo, arrotos, ou mesmo vômitos dos alimentos ingeridos, grande fraqueza com vontade contínua de estar deitado; calafrio e grande sensibilidade á menor cor- rente de ar ; somno tardio e perturbado; máo humor e aborre- cimento a tudo. (Comparai também : arn. bry. e rhus.) TRATAMENTO.— Como acima. HEPAR, em bastantes casos de dyspepsia chronica, princi- palmente se o enfermo tiver anteriormente feito uso freqüente de preparações mercuriaes, ou se ha : indigestão facil e fre- qüente, por mais circumspecto qoe seja o doente em guardar a sua dieta, com appetencia de vinho ou cousas ácidas, picantes ou confortantes; náuseas freqüentes, principalmente de manhã, cam vontade de vomitar e arrotos, ou mesmo vômitos de matérias ácidas, biliosas ou mucosas; accumulação de mucosidades na garganta; dôres no ventre ; dejecções duras, difficeis e seccas ; pressão, tympanismo e peso no epigastrio; amargor da boca e dos alimentos ao comer; repugnância á gordura; sede pronun- ciada ; incommodo da roupa sobre os hypocondrios. (Depois de hep. convém muitas vezes : lach. ou mere) TRATAMENTO.—2 gottas ou 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas. LACHESIS, é conveniente em muitos casos de dyspepsia chronica, maxime depois do uso de hep., ou se ha : appetite irregular, quer nenhum, quer excessivo ; repugnância ao pão, com appetencia de vinho e leite, que todavia tanto um como o outro fazem mal; náuseas e arrotos freqüentes, ou mesmo vômi- tos dos alimentos, principalmente depois de haver comido ; em seguida a cada refeição, molleza, preguiça, peso, plenitude ; somno, vertigens; dôres de estômago, e muitos outros padeci- mentos ; flatulencias ; arrotos que causão allivio ; dyspnéa fre- qüente ; somno perturbado, com sonhos amiudados ; prisão de ventre ou dejecções difficeis; tez térrea, amarellada; pressão e plenitude nos hypocondrios e epigastrio, com sensibilidade do- CAP. XIV. APPETITE 3oh lorosa ao menor contacto e oppressão da roupa. (Depois de lach. convém freqüentemente merc.) TRATAMENTO.—Como no antecedente. MERCURIUS, muitas vezes em seguida a lach. ou hep., se todavia o doente não abusou do merc, e sobretudo havendo : gosto pútrido, adocicado, ou amargo, principalmente de manhã ; nenhum appetite, ou grande voracidade, com saciedade prompta comendo; repugnância aos alimentos sólidos, á carne, ealimen- tos cozidos, ou quentes, com appetencia dos frios, assim como de vinho e aguardente; em seguida a cada refeição, mormente tendo comido pão, pressão no epigastrio, arrotos, pyrosis e outros in- commodos; arrotos, náuseas e desejos freqüentes de vomitar, sen- sibilidade dolorosa ; plenitude, pressão e tensão na região esto- macal; flatuosidades; prisão de ventre com tenesmo freqüente ; humor triste, hypocondriaco, sensível e irascivel. O mesmo tratamento. NUX-VOM., freqüentemente no começo do tratamento, so- bretudo nas pessoas sujeitas a hemorrhoidas, e em geral ha- vendo : gosto ácido ou amargo da boca, e dos alimentos, sobre- tudo do pão, ou também insipidez dos alimentos ; repugnância aos mesmos, com vontade de beber cerveja, leite, vinho, aguar- dente ; ou também fome insaciável e fome canina, com prom- pta saciedade ;.depois da refeição, náuseas, arrotos, regorgitação, ou mesmo vômitos dos alimentos, flatulencia, cabeça occupada, vertigens, molleza e humor hypocondriaco, cansaço, preguiça e somno; tympanismo, plenitude e tensão no epigastrio, com grande sensibilidade ao tocar-se-lhe, e incommodo da roupa em torno dos hypocondrios ; padecimento com as bebidas, pão de senteiô e ácidos ; arrotos e regorgitações ácidas; náuseas fre- qüentes ; pituitas do estômago ; pyrosis ; cabeça pesada com inaptidão para trabalhos intellectuaes; calor e rubor do rosto fre- qüentes; humor inquieto, rixoso, irascivel; temperamento vivo e colérico ; tez amarellada, térrea ; prisão de ventre e dejecções duras, difficeis. (Depois de nux.-v. convém muitas vezes sulf.) TRATAMENTO.— 2 gottas ou 8 glóbulos da 5a ou 15a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas : espere-se a acção do medicamento para repeti-lo no caso de melhoras. :'|f) 354 GAP. XTV. APPETITE PULSATILLA, no começo do tratamento, quasi com as mes- mas condições que para nux.-v., principalmente, porém, nas mulheres, ou pessoas de um temperamento frio e fleugraaticos caracter brando e facil, com disposição a obstrucções mucosa, das primeiras vias. ou iazia, com gosto ácido, amargo, ou pú- trido, da boca ou dos alimentos; repugnância aos alimentos cozidos ou quentes, com appetencia de cousas ácidas, picantes, vinho, aguardente, etc; adypsia ; depois da refeição, náuseas, arrotos, ou mesmo vômitos ; dyspnéa, tristeza e melancolia ; pa- decimento cora o pão ; arrotos amargos ou ácidos, ou com o gosto dos alimentos ; pituitas do estômago ; soluço freqüente ; dejecções amiudadas semelhantes a diarrhéa, ou difficeis e tar- dias, eólicas e borborygmos. (Após puls. convém muitas ve- zes sulf.) TRATAMENTO.—Corno acima. RHUS.-TOX., em bastantes casos em que bry., convindo ser indicado, não foi bastante, e sobretudo se ha ; gosto da boca insipido, viscoso, pútrido, ou adocicado, ou gosto amargo dos alimentos, falta de appetite, como se estivesse repleto, com repu- gnância mormente ao pão e á carne, ou appetite para golodices e soffrimentos com as bebidas, o pãoe a cerveja ; depois da refei- ção, somno, plenitude, arrotos, náuseas, langor, vertigens; ar- rotos freqüentes, e commuramente de ar, violentos e dolorosos ; pituitas do estômago; pressão e tympanismo na região estoma- cal ; flatuosidades freqüentes e fétidas ; padecimentos gástricos nocturnos; humor hypocondriaco, melancolia, abatimento, receio do futuro, inquietação acerca dos seus negócios, etc. (Comparai também arn. e chin.) TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas. SULFUR, na mór parte dos casos de dyspepsias chronicas no começo do tratamento, ou também, mormente nas pessoas de um systema nervoso muito irritavel, depois de nux.-v. ou puls., ou em geral se ha: gosto ácido, pútrido ou adocicado da boca, sobretudo de manhã ; insipidez ou gosto muito salgado dos ali- mentos, repugnância aos alimentos, á carne, ao pão, á gordura e ao leite, com appetencia de cousas ácidas, ou do vinho; padeci- mentos com a carne, gordura, leite, ácidos, cousas assucaradas e farinaceas; depois da refeição, dyspnéa, náuseas, dôres de es- tômago, regorgitação,ou mesmo vômitos dos alimentos,abatimento, CAP. XIV. APPETITE 35o calafrios, etc. ; arrotos freqüentes ; azia, pyrosis e pituitas do estômago ; disposição aobstrucções mucosas das primeiras vias ; flatulencias e inércia no ventre; sede pronunciada; humor triste, hypocondriaco, ou rabugento e irascivel. (Depois de sulf. muitas vezes convém cale ou merc.) TRATAMENTO.—Como no antecedente. D'entre os medicamentos citados, poder-se-ha consultar: CARB.-VEG., se ha : gosto amargo da boca; aversão á carne, leite ou gordura, com azia ou outros padecimentos por causa destas substancias ; arrotos freqüentes, mais commummente ácidos, amargos ou de ar; pituilas do estômago, flatulencia freqüente, com dyspnéa, etc. NATRUM, se bry. chin. n.-vom. forem inefficazes contra a fraqueza das funcções digestivas, com pressão no estômago, insipidez e máo humor depois da refeição, ou ao mais leve desvio da dieta, e se o leite e as bebidas incommodão, com náuseas continuas. NATRUM.-MUR., se os alimentos gordos, o lacticinio, os ácidos, ou pão, incommodão, com appetite irregular, quer seja nenhum, quer voraz ; pituitas do estômago freqüentes, ou vô- mitos dos alimentos, etc. RUTA, se ha : insipidez dos alimentos, arrotos, pútridos tendo comido carne; comendo, muitas náuseas repentinas, com vô- mitos dos alimentos, padecimentos comendo pão, etc. SEPIA, contra : anorexia, com repugnância á carne ou leite, ou também appetite excessivo e voraz; padecimentos com os alimentos gordos, leite e ácidos; azia, principalmente depois da refeição; pituitas do estômago, maxime depois de haver bedido, etc, etc. SILICEA, contra: gosto amargo, sobretudo de manhã; arrotos freqüentes, ordinariamente com o gosto dos alimentos ingeridos; náuseas continuas, maxime de manhã, ou depois da refeição; repugnância aos alimentos cozidos, e mormente á carne: vô- mitos depois de ter bebido ; dôres de estômago, com pituitas, sede pronunciada, etc. ^^ Comparai: Indigestão, Gastritis, Gastrosis, Vômitos, Azia, Pyrosis, Flatulencia, Prisão de ventre, etc, em seus respectivos capitulos. Gosto da boca.—Ácido: ars. bar.-e cale lyc. nitr.-ac. nux.-vom. phos. puls. sep, silic. sulf.—amargo e ;5fj CAP. XIV. ATPET1TE bilioso : ang. antim. arn. bar.-c. bry. cale carb.an. carb.-veg. cham. chin. croc. dig. lyc. nux.-vom. puls. silic. spong. veratr.—e sendo de manhã: bary.-e bry. carb.-an. lyc. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. de qualquer destes medicamentos em 3 colheres d'agua, 1 colher de 12 em 12 horas. Indigestão (Resultados de usna).— Os melhores medicamentos contra os resultados da perturbação de uma di- gestão por alimentos indigestos ou sobrecarga do estômago, são em geral: ant. arn. ipec. nux.-vom. puls.. ou também : acon. ars. bry. carb.-v. chin. coff. hep. TRATAMENTO.— 2 gottas ou 6 glóbulos da 5a dynam. de qualquer dos medicamentos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 3 em 3 horas, augmentando-se os intervallos á proporção das melhoras, abstendo-se completamente de toda e qualquer alimentação. Se a indigestão é o resultado de simples sobrecarga do estô- mago, será com uma chicara de café simples que muitas vezes se evitaráõ os primeiros inconvenientes. Ainda melhor, por não contra-indicar a administração de qualquer remédio, pôde aproveitar, contra uma indigestão por demasiada quantidade de alimentos,a água fria, tomada a goles de minuto em minuto, passeando, e tendo as mãos, ora uma ora outra, applicadas á região do estômago para lhe conservar calor. Para os incommodos que restarem, poder-se-ha consultar: ant. ipec. nux.-vom. puls., ou também: acon. arn. ars. bry. Para as indigestões nas crianças que têm o máo habito de atacar-se de alimentos e cousas indigestas e nocivas, achar-se-ha ser de grande utilidade: ipe puls.,ou também: chin.nux.-vom. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos, 6 gló- bulos da 5a ou 15a dynam. em 4 colheres d'agua, e dê-se 1 colher de chá de 3 em 3 horas. As indigestões produzidas por cousas gordas, carne de porco, pastelarias, etc, demandão com preferencia: puls., ou também carb.-v., ouipee, ou ainda: nitr.-ac. As que são causadas por frutas geladas, ou outras cousas que resfrião o estômago : puls., ou ars., ou mesmo : carb.-v. Para o abuso do vinho : carb.-v. nux.-vom., ou também: ant. coff. ipec. puls. — por vinhos ácidos, principalmente: ant. ou puls.—por vinhos enxofrados : puls. CAP. XIV. APPETITE 357 Os vinhos do commercio são muito confeccionados com sub- stancias mais ou menos prejudiciaes ; não se podendo ter para pasto um vinho sem confeição, muito melhor é passar sem elle. Conhecendo-se que uraa indigestão provém de alguma dessas substancias com que o vinho é alterado, procure-se no cap. 26 o antídoto, se a substancia fôr alguma de que alli tratamos. Pelo vinagre, cerveja azeda e outros ácidos: acon. ars. carb.- v. ou hep., ou também : lach. natr.-m. sulf. sulf.-ac. Pela carne ou peixes corruptos : chin. ou puls., se todavia um pouco de carvão pulverisado, misturado com aguardente, não fôr bastante, ou que depois do emprego deste meio ainda restem incommodos. Por cousas salgadas : carb.-v., ou também: ars. ou nitr.-sp. Por alimentos indigestos: iod. lycop.— flatulentos: carb.-v. chin. veratr.— doces : cham. ignat. merc.—seccos: cale chin. nux.-vom. sulf.—crus: chin. rut.— frios: ars. lycop. nux.- vom. rhus.— quentes : bry. phos. puls.— ácidos : antim. ars. bell. puls.— vinhos: carb.-v. cale lach. lycop. silic. nux.-vom. rhod. sulf. zinc.— cerveja : carb.-v. puls.— aguardente : nux.- vom. op.— café : canth. caust. cham. ign. nux.-vom.— chá: chin. coff. fer. lach. selen.— leite : cale chelid. chin. con. nitr-a, sep. sulf.— ovos : colch.—couves : bry. lycop. petr.— frutas: ars. bry. chin. puls. verat.— batatas: alum. Por ter comido depois de encolerisar-se: puls. (Vede cap. Io, Envenenamentos ; e cap. 2o, Febres gástricas.) Por ter comido mexilhões. (Vede Venenos, cap. 26.) Além disto, contra as dôres de cabeça, resultado de uma in- digestão, poder-se-ha consultar com preferencia : acon. ant. arn. bry. carb.-v. ipec. puls., etc. (Vede Cephalalgía, cap. 6.°) Contra o embaraço gástrico : ant. ipec. nux.-vom., ou tam- bém : arn. ars. bry. etc, ou ainda: alum. berb. magn.-carb. (Vede Gastrosis, cap. 15.) Contra a flatulencia : asa. carb.-v. chin. n.-mosch. nux.- vom. puls., etc (Vede Flatulencia, cap. 16.) Contra as coligas: nux.-vom. puls., ou também : ars. caps. hep., etc. (Vede Colicas, cap. 16.) Contra diarrhéas : ipec. puls., ou coff. nux.-vom., etc. (Vede Diarrhéas, cap. 17.) Contra as erupções miliares ou urticarias : ipec. puls., ou também: bry. • 358 GAP. XIV. APPETITK Contra a febre, sobretudo : bry. caps., ou ant. (Comparai Febres gástricas, cap. 4.°) Para as indicações fornecidas pelo complexo dos symptomas, vede Gastrosis, Dyspepsia, febre Gástrica, Vômitos, Enteral- gia, Diarrhéa, etc, em seus respectivos capítulos. Halaeia ou appetite de cousas extraor- dinárias.—Empregão-se com preferencia: bry. chin. puls. e sulf. Sede inextinguivel.— Acon. am.-e ars. bell. bry. cale carb.-v. cham. dulc. lach. merc plumb. verat. TRATAMENTO. — De qualquer destes medicamentos, empregão-se ás 5a, 15a ou 30a dynam., 2 gottas ou8 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas. CAPITULO XV affecções do estômago arrotos.— Alum. coce con. graph. hep. mur.-ac. phos. staph. —azedos: alum. bry. cale carb-v. nux-vom. phos. puls. sep. sil. — biliosos: chin. bry. merc. nux.-vom. puls. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 5 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas. Ciioíera e cholerina.— Os melhores medicamentos contra as diversas espécies de cholera são, em geral: ars. camph. cupr. ipec. sec. verat., ou também: bell. cant. carb.-v, cham. chin. cie coloc. dulc hyos. lach. laur. nux-vom. op. phos.-ac. sulf. Contra a cholera sporadica, que principalmente se mani- festa durante o calor do estio, tem-se empregado com prefe- rencia: ars. cham. chin. coloc. dulc. ipec. merc. verat. Contra a cholera asiática ou epidêmica : ars. camph. carb.-v. cupr. ipec. sec. veral., assim como: bell. canth. cham. cie laur. mere nux.-vom. phos. phos.-ac. Contra â cholerina ou diarrhéa durante a epidemia: phos._ ac. e sec Uma espécie de cholera, resultado de uma cólera, ou raiva, demanda principalmente: cham., ou também coloc, princi- palmente havendo indignação com cólera. Para os resultados subsequentes da cholera-morbus tem-s e empregado ou recoramendado, em geral: acon. bell. bry. canth. carb.-v. chin. hyos. op. phos.-ac. rhus. stram. sulf. Contra as affecções cerebraes, em particular: bell. lach. op., ou também : acon. hyos. stram. Contra as affecções inflammatorias: acon. As affecções gástricas ou abdominaes: bell. bry. carb.-v. mer. rhus. sulf. As affecções pulmonares: acon. bell. bry. carb.-v. rhus. sulf. Phelandr. e tubercina? (Vede cap. 22.) a fraqueza geral : chin. — do canal intestinal em par- ticular: phos. sulf. (Oomaprai prisão de ventre, cap. 17.) 360 CAP. XV. ESTMJIAGU As affecções typhoides: bell. bry. carb.-v. coe hyos. ipec, op. phos.-ac. rhus. stram. verat. Quanto ás indicações fornecidas pelos symptomas, poder- se-ha com preferencia consultar: ARSENICUM, se os symptomas os mais graves se manifestão desde o começo, e sobretudo quando ha: dôres de estômago violentas, com grande angustia e abrasamento no epigastrio como por carvões acesos; sede ardente e inextinguivel, que força a beber a miúdo, porém pouco de cada vez; náuseas continuas, diarrhéa e vômitos violentos de matérias aquosas, biliosas ou mucosas, amarellentas ou denegridas; repetição dos vômitos e da diarrhéa immediatamente depois de ter be- bido por pouco que seja; beiços e lingua seccos, denegridos e gretados; insomnia com inquietação, pranto e lamentações, grande angustia e apprehensao de uma morte próxima; abati- mento rápido das faces até uma prostração completa; rosto hippocratico, faces encovadas, nariz atilado, olhos encovados e ternos; pulso pequeno, fraco, intermittente, ou tremulo; es- pasmos tônicos nos dedos e artelhos; frialdade da pelle e suor viscoso. E' este um dos medicamentos que melhores effeitos produzio na cholera (e também na febre amarella). TRATAMENTO.—Emprega-se a 3a, 4ae5a dynam. 2 gottas em 6 colheres d'agua, para tomar uma colher de hora em hora, com maior ou menor intervallo segundo a gravidade do mal. CAMPHORA, sobretudo no começo da enfermidade, e parti- cularmente não havendo nem sede, nem vômitos, nem diarrhéa, porém sim: abatimento rápido das forças, a ponto de não poder estar de pé, com semblante perturbado e olhos enco- vados ; rosto e mãos azulados, e de um frio glacial, com frialdade do corpo; angustia inconsolavel, com receio de suffocar; o en- fermo, meio espantado e insensível, dando gritos e gemidos com uma voz rouca, sem determinadamente queixar-se de cousa alguma, declarando apenas, quando o interrogão, sentir dôres abrasadoras no estômago e na garganta, com caimbras nas bar- rigas das pernas, e outras partes musculosas, dando gritos tocando-se-lhe na boca do estômago.— Havendo antes diarrhéa ou vômitos com sede, a camph. não convém senão raras vezes, e jamais se ao mesmo tempo não ha frialdade e côr azulada nas extremidades, no rosto e mesmo na lingua, com espasmos tônicos, e dôres nos membros e nas barrigas das pernas, embotamento CAP. XV. ESTÔMAGO 361 dos sentidos, gemidos, bocejos, tetanos e trismos. Foi precioso este medicamento, porém delle se abusou muito em damno dos doerjtes, nos quaes depois não podião os outros medica- mentos produzir tão prompto e salutar effeito. A mesma applicação do arsen. CUPRUM, principalmente se, além dos vômitos e diarrhéa, ha : movimento convulsivo das extremidades, principalmente dos dedos e dos artelhos, algumas vezes com rotação dos globos dos olhos, grande agitação e frio nas partes proeminentes do rosto; dôres pressivas na boca do estômago, aggravando-se ao tocar- lhe : eólicas espasmodicas sem vômitos, ou também vômitos precedidos por uma constricção espasmodica do peito, que impede a respiração, ou acompanhada de uma forte pressão no epigastrio; deglutição das bebidas com um ruído, qual cacarejo, ao longo do pharinge. Este medicamento, quasi igual na efficacia ao arsênico, alcançou os melhores resultados, e até servio muito de preservativo, mesmo applicado exteriormente. A mesma administração do arsenie IPECACUANHA, principalmente nos casos menos graves, com sensação de molleza no estomogo, arripio partindo do es- tômago ou dos intestinos, ou frio no rosto e nas extremidades ; principalmente se os vômitos predominão, ou elles alternao com diarrhéa aquosa acompanhada de eólicas; ou também se ha diarrhéa amarellenta sem vômitos, porém com espasmo nas barrigas das pernas, nos dedos e artelhos; e principalmente quando os vômitos ou diarrhéa se manifestão no começo da moléstia, ou se elles continuão depois do melhoramento do es- tado geral, ipec é indicada; quando a moléstia está em toda a sua intensidade quasi nunca convém. Este medicamento foi também precioso contra a cholera, e mesmo na febre amarella também deu bons resultados. , TRATAMENTO.— 2 gottas da 3a dynam. em 8 colheres d'agua, para tomar 1 colher de chá de meia em meia hora, de hora em hora, com maior ou menor intervallo segundo a gravi- dade do mal. SECALE-CORNUTUM, principalmente quando os vômitos têm cessado, tardando, porém, as evacuações a tomar côr, e indicando tudo que não ha ainda bilis nas vias intestinaes, ou também se ha dôres nas extremidades inferiores; assim como UG 362 CAP. XV. ESTÔMAGO havendo: dejecções como diarrhéa, amorenadas, ou flocosas e descoradas, com abatimento rápido, frialdade das extremidades lingua limpa, ou levemente carregada de mucosidades brancas; antes das dejecções, vertigens, angustia, caimbras nas barrigas das pernas, borborygmos e náuseas. VERATRUM, medicamento principal em quasi todos os casos de cholera com evacuações violentas tanto por cima como por baixo, frialdade do corpo, grande fraqueza, e espasmos nas barrigas das pernas ; havendo principalmente, além disso : vô- mitos com arrancos, evacuações alvinas repentinas, abundantes, aquosas, sem cheiro e misturadas com flocos brancos; rosto pallido sem idéa alguma de côr; olhos fechados, feições que exprimem angustias raortaes, hálito frio, lingua fria; grande angustia no peito, que força o enfermo a fugir da cama, eólicas as mais cruéis, maxime em torno do umbigo, como se o ventre se despedaçasse, sensibilidade do ventre ao tocar-se-lhe, cris- pações e caimbras nos dedos, pelle enrugada nas palmas das mãos, nenhuma secreção das ourinas. De todos os medica- mentos este é o que melhores resultados obteve, e pôde dizer- se que teve elle o primeiro lugar, ou que é especifico da cholera- morbus. Também teve boa applicação na febre amarella, mas só desde que forão apparecendo diarrhéas negras com grande desanimo e abatimento. TRATAMENTO.— 2 gottas da 3a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se ás colheres de meia em meia hora, de hora em hora, ou com maior ou menor intervallo segundo a gravi- dade do doente. D'entre os outros medicamentos citados poder-se-ha em seguida consultar : BELLADONA, se ha: symptomas typhoides, estado sopo- roso com olhos meio abertos e convulsivos, rangido de dentes e desvio da boca, ou grande agitação com vontade de fugir; picadas no lado, ou dôres abrazadoras no ventre, calor abrazador com rubor do rosto e vontade de bebidas frias, pulso accelerado e mais ou menos cheio, sem estar duro. CANTHARIS, se as vias ourinarias estão particularmente affectadas, com abrazamento violento no epigastrio, borbo- rygmos, dejecções sanguinolentas com tenesmo, calQr no ventre e grande agitação, com symptomas cerebraes. CAP. XV. ESTÔMAGO 363 CARBO.-VEG., quando ha: paralysia, com ausência total do pulso, ou se, depois de cessarem os vômitos, a diarrhéa e es- pasmos, ha congestão no peito e na cabeça, com oppressão do peito e somno soporoso, com faces vermelhas e cobertas de um suor viseoso. CHAMOMILLA, sobretudo no principio da enfermidade ou no periodo dos prodromos, e principalmente havendo : lingua carregada de mucosidades amarellas, eólicas na região umbili- cal, pressão na região estomacal até ao coração, com angustia excessiva, espasmo nas barrigas das pernas, diarrhéa aquosa e vômitos ácidos. CHINA, contra uma espécie de cholera, com lienteria e vô- mitos dos alimentos ; pressão dolorosa no ventre depois da mais ligeira refeição, cora oppressão do peito e arrotos, queallivião; anorexia com sensação de repleição ; rosto hippocratico, pros- tração até ao desfallecimento. CICUTA, se a diarrhéa. é ligeira, porém os vômitos alternando com violentos espasmos tônicos nos músculos do peito, acom- panhados de convulsões dos olhos, ou havendo : somno sopo- roso, com os olhos revirados, dyspnéa, congestão na cabeça e no peito, vômitos ou diarrhéa. COLOCYNTHIS, se ha : vomito continuado, primeiro dos alimentos ingeridos, depois de matérias esverdeadas, com eó- licas violentas, nenhuma secreção das ourinas, espasmos nas barrigas das pernas, e dejecções como diarrhéa, freqüentes, e que a cada evacuação se mostrão mais aquosas e menos colo- ridas. DULCAMARA, contra uma espécie de cholera oceasionada por bebidas frias, com vômitos das bebidas, matérias biliosas, esverdeadas ou amarellentas e de mucosidades ; dejecções fre- qüentes, esverdeadas ; ventre doloroso com abrazamento e re- tracção da região estomacal; grande fraqueza, pulso quasi extineto, extremidades frias, sede ardente, grande estupidez. HYOSCYAMUS, se, depois de cessarem os vômitos, diarrhéa e o frio, ainda ha symptomas typhoides com entorpecimento ; semblante perturbado, rosto vermelho e quente, e que bell. não foi sufficiente contra este estado. LACHESIS, se nem bell., nem hyos., nem op., têm sido suffi- cientes contra este estado de estupor, e contra os symptomas ty- phoides em resultado da cholera. 36 i CAP. XV. ESTÔMAGO LAUROCERASUS, se ha: dôres rheumaticas nas extremi- dades, surdez, estado como de bebedeira, distorsão das feições e sensação de contracção na garganta ao engulir. NUX.-VOM, se as dejecções, qual diarrhéa, são raras, e que ha antes necessidade freqüente com evacuações pouco abundantes, ou mesmo sem resultado ; gastralgia, grande fraqueza, angustia na boca do estômago, dôr pressiva no alto da cabeça e frio antes interna que externamente. OPIUM, se nem bell. nem hyos. forão sufficientes contra este estado de estupor e somno suporoso, que se manifestasse depois da cessação dos symptomas primitivos da cholera. PHOSPHORUS, contra as diarrhéas que se manifestão du- rante a cholera, ou em resultado desta enfermidade, sobretudo se ellas são acompanhadas de sede violenta, de borborygmos e de grande fraqueza. PHOSPHORI-ACID., contra as mesmas diarrhéas com rosto descorado, cabeça atordoada, língua viscosa a ponto tal que, se o dedo lhe toca, se lhe pega; borborygmos e evacuações de um verde esbranquiçado, aquosas e mucosas, com diminuição da secreção da ourina. E' precioso remédio este quando ha grande abatimento de espirito. RATATMEXTO. — Destes outros medicamentos citados, empregão-se as 3a e 5a dynam. 2 gottas ou 8 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se de 2 em 2, 3 em 3 horas, ou com maiores ou menores intervallos, segundo a gravidade do mal, tendo toda a cautela na qualidade do medicamento e pureza d'água. Em 1849, receioso de que Portugal fosse invadido pela cholera-morbus, e não podendo eu, como tanto desejava, caso fosse mister, ir prestar-lhe algum serviço, colligi todos os factos authenticos de curas homceopathicas de que tinha noti- cia, e precedendo-os de todas as reflexões que me foi possivel, á pressa e tão longe, escrever, publiquei uma memória acerca do tratamento homoeopathico da cholera-morbus, e mandei dis- tribuir gratuitamente em Portugal pelos Srs. Revs. vigários, e por outras pessoas, mais de 1,600 exemplares, reservando para distribuir no Brasil menos de 400, e desistindo de todo o direito de propriedade dessa memória a favor de quem quer que em Portugal a quizesse reimprirair integralmente; e offe- reci dous exemplares delia a SS. MM. o Imperador do Brasil CAP. VV. ESTÔMAGO 365 e a Rainha de Portugal, e tive a honra de ser aceita a minha humilde offerta por estes Augustos Soberanos Irmãos. Pôde essa memória ser consultada separadamente, visto que por sua extensão, maior de 500 paginas, é impossível aqui transcre- vê-la. Como, porém, o Brasil soffreu já o flagello da febre ama- rella, que com a cholera-morbus tem certos pontos de relação, e muitas differenças, notaremos: Io, em ambas ha vômitos; mas na cholera brancos como água de irroz, e na febre ama- rella negros como ferrugem; 2o, em ambas 1 a dejecções com as mesmas differenças, mas na cholera é pelas dejecções que de preferencia se declara a moléstia, e na f bre amarella as dejecções predominão nos últimos tempos da epidemia; 3o, o estado moral dos doentes é em geral absolutamente con;rario ; os cholericos logo que sentem os primeiros incommodos recor- rem ao medico ou tratão de si, persuadidos de que estão gravemente enfermos; os doentes de febre amarella chegão a ver os vômitos pretos e não se persuadem de quo estão atacados da febre, e explicão essa côr a seu modo, sem inquietar-se ; mas nos fins da epidemia, quando a moléstia como que já tem outra sede ou que não ataca tanto o estômago como os grossos intestinos, e quando já são mais freqüentes as diarrhéas negras que os vômitos, os doentes então são tímidos e re- ceiosos de morrer. E' por isso que nestes últimos casos melhor convém o veratrum a uns e outros, entretanto que a principio o veratrum convinha aos choleri,cos e o argentum nitricum aos de febre amarella. Concluirei que o exame do estado moral dos doentes é o que deverá sempre merecer a mais séria atten- ção em todas as moléstias. Contracção dolorosa do cardia ou do eso- phago.— Poder-se-ha consultar com preferencia: ars. bry. calc-carb. nux.-v. phos. plumb. rhus. e sulf., ou: bell. cham. chin. coccul. hell. ipec. lach. puls. TRATAMENTO. — \ cotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se d colher de 6 em 6 horas. Enjôo no mar.— São: ars. coce petr., e pôde ser também que: nux.-m, sep. sil. tabac. e ether. mereção ser consultados com preferencia. (Comparai Vômitos.) O coccul. é o mais efficaz, mas ás vezes tem o inconveniente de fazer enjoar depois em terra quando a viagem é de poucos dias. 366 CAP. XV. ESTÔMAGO TRATAMENTO. — De qualquer dos medicamentos, 1 até 3 gottas da 5a dynam. em 6 colheres d'agua, e dè-se 1 colher de hora em hora, espaço este que se irá tornando maior á medida que o incommodo fôr diminuindo. Gastralgia ou dôres de caimbras no estô- mago.— Os melhores medicamentos contra esta moléstia são, em geral: bell. bry. cale camph. carb.-v. cham. chin. coce ipec. nux.-vom. puls. sulf. Talvez que muito convenha a curalina, cuja acquisição devemos ao padre Estrazulas. Também bist. carb.-a caus. graph. grat. lach. lyc magn. nitr.-sp. stann. staph. stront. Ou ainda: am.-e ant. coff. coloc. cup. daph. euphorb. gran. ? kal. kreos. natr. natr.-m. n.-mosc. plumb. sep. Para as gastralgias produzidas pelo abuso do café, poder- se-ha consultar com preferencia: cham. coce ign. nux.-vom. Por abuso da chamomilla: nux.-vom. puls., ou talvez mes- mo : bell. ign. Em resultado de emoções moraes, como cólera, indigna- ção, etc. : cham. coloc, ou talvez : nux.-vom., ou staph. ; e sendo por desgosto ou paixão amorosa : ign.-am. As que resultão de fraqueza, perda de humores, nas mu- lheres durante uma criação, em conseqüência de parto, nas pessoas enfraquecidas por suores, purgantes, etc. : carb.-v: chin. coce, ou mesmo nux.-vom. Depois de uma indigestão: bry. nux.-vom. puls., ou : ant. carb.-v. chin. Nos bêbados, ou em resultado de um excesso de bebida: carb.-v. nux-vom.; ou no caso de padecimentos chronicos: cale lach. sulf. Com estagnação de sangue no systema da veia-porta: carb.-v., ou nux.-vom. Nas pessoas hystericas ou hypocondriacas : cale coce grat. ign. mang. nux.-vom. stann, etc. Nas mulheres no tempo das regras: cham. coce nux.-vom- phos.; se as regras são muito fracas : coce puls.; muito ABUNDANTES : Cale, OU lyc. Em resultado de abuso do sal commum: nitr.-sp.. ou talvez também: ars. camph, carb.-v. Quanto ás indicações dadas pelos symptomas, poder-se-ha com preferencia consultar: CAP. XV. EST0MA00 367 BELLADONA, principalmente no caso em que cham. pare- cendo indicado não se mostrou efficaz : mais freqüentemente nas mulheres, ou pessoas delicadas, sensíveis, e sobretudo ha- vendo : pressão roedora ou tensão de caimbra, forçando a cur- var-se para trás, a supprimir a respiração, o que allivia as dôres ; renovação das dôres durante o jantar ; ou também dôres de tal sorte violentas que fazem perder os sentidos e cahir desfalle- cido; o além disso sede pronunciada com aggravamento das dôres depois de ter bebido; dejecções tardias e muito pouco abundantes ; insomnias de noite, algumas vezes com somno durante o dia. TRATAMENTO. — 2 gottas ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres de sopa d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas. BRYONIA, contra : pressão, como de um prego cravado na boca do estômago, principalmente tendo comido, ou immedia- tamente depois da refeição, com sensação de inchação na região estomacal ; ou dôres contractivas, que beliscão, e incisivas, alli- viadas comprimindo o epigastrio, oü arrotando ; aggravamento das dôres com o movimento ou o andar, com picadas no epigastrio dando um passo em falso ; além disso prisão de ventre ; pressão e compressão nas fontes, na testa e no alto da cabeça, como se o craneo quizesse partir-se, alliviando comprimindo por cima e apertando a testa. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 3 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para tomar-se 1 colher de 8 era 8 horas. CALCAREA, sobretudo nas pessoas plethoricas (também nas magras e pallidas), dispostas a fluxo de sangue pelo nariz, ou nas mulheres que têm as regras muito abundantes, ou também no caso em que bell., posto que efficaz, não foi de todo suffi- ciente, e sobretudo se ha : dôres pressivas; compressivas, como de caimbras, ou sensação de uma arranhadura no estômago, com anxiedade ; aggravamento das dôres de noite ou depois da refeição, muitas vezes com vômitos dos alimentos, azia e náuseas, e com sensibilidade dolorosa da região estomacal pela pressão; além disto: prisão de ventre e padecimentos hemorrhoidaes, ou também relaxação chronica do ventre; palpitações do coração,etc A mesma administração de bryon. CARB.-VEG., sobretudo se nux.-v. produzio obem, sem toda- via completar a cura, ou havendo : pressão dolorosa abrazadora, 368 CAP. XV. ESTÔMAGO com anxiedade, tremor e aggravamento tocando-se-lhe, assim como de noite, ou depois da refticão, principalmente sendo de alimentos flatulentos ; ou dôr contractiva de caimbras, que forção a dobrar-se sobre si mesmo, com suffocação e aggrava- mento estando deitado ; com pyrosis, náuseas; repugnância aos alimentos, mesmo lembrando-se delles, flatuosidade abundante, com oppressão do peito, e prisão de ventre. TRATAMENTO. — Nos casos violentos 1 gotta da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, 1 colher de 4 em 4 horas, nos casos não violentos e nos chronicos, 3, 6 até 8 glóbulos em 4 colheres d'agua, 1 colher de 6 em 6 horas : repita-se o mesmo medicamento no caso de melhoras, esperando-se a sua acção por 4 ou 6 dias. CHAMOMILLA, se ha : tympanismo no epigastrio enos hy- pocondrios, compressão como por uma pedra, ou como se o cora- ção fosse esmagado, com oppressão, dyspnéa e respiração curta, aggravamento das dôres depois da refeição,om- de noite,com grande angustia e inquietação ; melhoramento dobrando-se sobre si mesmo, allivio momentâneo com o café; sobretudo se ao mesmo tempo ha : cephalalgía pulsativa no vertex, de noite, obrigando a deixar a cama ; humor afflicto, irascivel. (É muitas vezes al- ternando com coff. que cham. produz o melhor effeito; se não produzir algum bem, apezar da semelhança apparente dos sym- ptomas, será bell. que se empregará com o melhor successo.) A mesma administração de carb.-veg. CHINA, sobretudo havendo : grande fraqueza de digestão, com tympanismo e pressão dolorosa no estômago, depois de ter bebido ou comido, por pouco que seja ; azia, pyrosis, obstrucção mucosa ou biliosa das primeiras vias ; pituitas do estômago ; vontade frequen e de vomitar ; aggravamento das dôres no re- pouso, melhora; lento orno movimento ; anorexiae repugnân- cia a todo alime do e ; toda bebida ; preguiça, vontade de dor- mir, humor hyi ocond iaco e inaptidão para o trabalho maxime depois da refeiçã >; dejecções tardias, tez amarellenta, térrea; scleroticas amarellentí s. O mesmo tratamento. COCCULUS, freqüentes vezes quando nux.-v. ou cham. têm alliviado o mal, sem comtudo embaraçar a volta, principal- mente havendo : dôres de estômago pressivas, constrictivas, no ventre, alliviadas com emissão de flatuosidades ; renovação CAP. XV. ESTÔMAGO 369 das eólicas depois da refeição, com náuseas, accumulação de água na boca e oppressão no peito ; dejecções duras, tardias; humor melancólico, insulso, com concentração em si mesmo; tonteiras ou dôr gravativa n'uma fonte ou acima da orbita. TRATAMENTO.—Como cham. IGNATIA, freqüentemente quaudo puls. não produzio senão allivio incompleto, e sobretudo se ha: dôres pressivas como por uma pedra, manifestando-se sobretudo depois da refeição ou de noite, e não occupando mais do que o cardia; ou se ha sensação de fraqueza e de vácuo na boca do estômago, com sensibilidade desta parte ao tocar-se-lhe, e abrazamento do estômago ; soluço, regorgitação dos alimentos indigestos; repugnância aos ali- mentos, bebidas e tabaco; accumulação de mucosidades na boca, etc.; sobretudo também nas pessoas que têm soffrido fome, seja por miséria, ou por qualquer outro motivo. TRATAMENTO. - 1 gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se uma colher de 8 em 8 horas ; espere-se a acção do medicamento por 5 ou 6 dias para repetir-se ou tomar outro. Vede Matéria Medica por J. V. Martins. NUX.-VOM., se as dôres são contractivas, pressivase de caim- bras com sensação de amontoamento ou de arranhadura no es- tômago ; incommodo da roupa sobre o epigastrio ; aggrava- mento das dôres depois da refeição, com o café, assim como de noite, sobre a madrugada, ou depois de se ter levantado; op- pressão no peito, como se estivesse elle apertado com uma liga- dura, com dôres até no dorso e rins ; durante as dôres de estômago, náuseas, accumulação d'agua na boca, ou pyrosis, ou mesmo vômitos- dos alimentos; gosto ácido ou pútrido da boca ; flatulencia e tympanismo do ventre ; prisão de ventre ; soffrimentos hemorrhoidaes ; humor hypocondriaco, melancólico e irascivel, com caracter vivo e assomado; cephalalgía semi-lateral, ou dôr pressiva na testa, com inaptidão para o trabalho ; palpi- tação do coração com anxiedade. TRATAMENTO.—Como carb.-veg. Nux.-vom. é, demais, um medicamento que na mór parte das gastralgias se acha indicado no começo do tratamento, e do qual de ordinário será bastante administrar duas ou três doses para obter a cura radical, ou, ao menos, um melhora- mento tal que depois carb.-v. completará facilmente o resto. Ha lambem, além disso, casos em que nux.-vom. não produz a7 370 CAP. XV. ESTÔMAGO senão um allivio momentâneo e que é quasi immediatamente substituído por um novo aggravamento. Neste caso será, con- forme as circumstancias, puls. cham. ou ign. que se deverá administrar. Emfim, se, não obstante a semelhançaapparente dcs symptomas, nux.-vom. nada fez desde o começo, cham. ou coce o substituirão de ordinário com o melhor suc- cesso.) PULSATILLA, se as dôres são lancinantes, aggravando-se com o andar, ou dando um passo era falso ; ou dôres de caim- bras, tanto estando em jejum, como depois de ter comido, e mais freqüentemente com náuseas, vontade de vomitar, ou vô- mitos de alimentos ; nenhuma sede, excepto quando as dôres estão no seu maior excesso; pulsação no epigastrio, com anxiedade ou tensão e aperto na região estomacal : dejecções molles ou liquidas; aggravamento das dôres de tarde, com calafrios, que augmentão proporcionalmente as dôres ; gosto ácido ou amargo da boca ou dos alimentos ; humor triste, chorão; caracter brando e facil. Convém principalmente quando é pouco ou nada supportavel a compressão que a roupa faz sobre o epigas- trio, e também se houve alguma empigem que fosse suppri- mida. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 4 a 6 glóbulos em 4 co- lheres d água, para dar-se uma colher de 6 em 6 horas. SULFUft, contra : dôr pressiva, como por uma pedra, prin- cipalmente depois da refeição, com náuseas, pituitas do estô- mago ou vômitos ; sobretudo se ha, além disso : azia, pyrosis, regorgitação freqüente dos alimentos ; repugnância aos alimen- tos gordos, pão de centeio, ácidos e cousas doces; cabeça tomada com inaptidão para a meditação, incommodo da roupa em torno dos hypocondrios, com tensão e tympanismo dessa parte ; disposição para hemorrhoidas, ou obstrucções mucosas nas vias digestivas; humor melancólico, hypocondriaco, com disposição a enfadar-se ou a chorar. Convém empregar altas dynamisações (e ás vezes alternar com merc.) TRATAMENTO.—Como pulsat. em 15a e 30a dynams. D'entre os outros medicamentos apontados, poder-se-ha con- sultar em seguida : BISMUTHUM, em bastantes casos de gastralgias as mais obstinadas, principalmente se ha : dôr pressiva, com sensação de um peso excessivo e indizivel incommodo do estômago. CAP. XV. ESTÔMAGO 371 CÀRB.-ANIMALIS, freqüentemente se carb.-v., parecendo dever ser indicado, não foi sufficiente, e que ha : dôr pressiva abrazadora, com azia, pyrosis, pituitas do estômago e prisão de ventre. CAUSTICUM, contra: pressão, constricção de caimbra, e cons- trangimento como por unhadas ; horripilação, augmentando as dôres; azia e pituitas. GRAPHITES, contra : dôres de caimbras, de aperto ou sen- sação de unhadas, ou pressão com vômitos dos alimentos. GRATIOLA, contra : gastralgia pressiva, sobretudo depois da refeição, com vontade de vomitar ; necessidade de arrotar, sem resultado ; prisão de ventre e humor hypocondriaco. LACHESIS, contra : dores pressivas, melhoradas immediata- mente depois da refeição, renovando-se, porém, algumas horas depois, e aggravando-se principalmente depois da sesla; com dyspepsia, flatulencia e prisão de ventre. LYCOPODIUM, principalmente contra : dôres compressivas como se o estômago estivesse comprimido de ambos os lados, com remissão das dôres de tarde, na cama, renovando de manhã, maxime ao ar livre, ou logo depois da refeição. MAGNESIA, se as dôres são pressivas e contractivas, com arrotos ácidos. NITRI.-SP1RITUM, se por abuso do sal ha contracção pres- siva e plenitude no estômago, depois da refeição, com vomito agro ou mucoso; anorexia, pyrosis e azia. SILICEA, contra : gastralgia pressiva, principalmente depois da refeição, ou bebendo ligeiramente, com pituitas no estômago e vômitos. STANNUM, algumas vezes contra as gastralgias as mais obstinadas, com arrotos amargos, fome canina, diarrhéa, tez pallida, doentia. STAPHYSAGRIA, contra: gastralgia pressiva, sobretudo depois da refeição, com plenitude no ventre. Se a gastralgia provém de contusão: arn. puls. — se por beber água fria estando o corpo quente : ars. bry. ipec. —se por suppressão de hemorrhoidas: acon. nux.-vom. puls. — se por suppressão do menstruo : acon. puls. — se por suppressão de diarrhéa : acon.—se por espíritos : nux.-vom.—se por causa de resfriamento: acon. bell. bry. cale cham. dulc. nux.-vom. 372 GAP. XV. ESTÔMAGO puls. —se ha convulsões : bell. hyos. stram. —se ha hydropisia symptomatica: lach. (Vede Gastrosis.) TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos citados, empregão-se as 5a, 15a e 30a dynams., 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se uma colher de 6 em 6 horas. Gastritis ou i«$flammaeão do estômago.— A affecção que,designamos por este nome nãó é nem a lesão co- nhecida como titulo dyspepsia, nem o simples embaraço gástrico, mas unicamente a gastrite propriamente dita, caracterisada por: dôr continua, violenta na região estomacal, aggravando-se ao tocar-se-lhe, com todo o movimento dos músculos abdominaes, e por ingestão de uma substancia qualquer, com sensibilidade dolorosa, tympanismo, calor, ou pulsação no epigastrio; vomito de tudo que foi ingerido no- estômago ; grande angustia ; extremi- dades frias; fraqueza extrema, espasmos e outros áccidentes nervosos sympathicos, e febre. Os melhores medicamentos contra esta inflammaçãó são, em geral: acon. ars. bell. bry. chelid. hyos. ipec. nux.-vom. puls. verat. ; ou também: ant. canth. euporb. ran. stram.; e talvez em alguns casos obstinados poder-se-ha lambem achar conveniente: asa. bar.-carb.? bar.-m.? camph. cann.? colch. coloc. cupr. dig. hell. ignat.? laur.? mer.? nitr. phos. sabad. sec. squill. tereb.? D'entre estes medicamentos poder-se-ha com preferencia consultar: ACONITUM, quasi sempre no principio do tratamento, sobre- tudo se ha grande febre inflammatoria, com dôres violentas, ou se a affecção é causada por um resfriamento ou por bebidas frias tomadas depois de haver-se esquentado. ANTIMONIUM, se a moléstia é causada por saburras, re- sultado de uma indigestão, etc, e havendo vômitos freqüentes com a lingua fortemente carregada de mucosidades brancas ou amarellentas. ARSENICUM, freqüentemente alternando com acon., e so- bretudo se a moléstia é causada por um resfriamento do estô- mago por gelados, etc, ou se o caso se caracterisa pelo abatimento rápido de forças, com rosto pallido, hippocraticò extremidades frias, etc, e quando veratr. não foi sufficiente contra este estado. cap. xv. estômago 373 BELLADONA, reunindo-se symptomas cerebraes, com es- tupor, perda dos sentidos ou delírio, e quando hyos. não foi sufficiente contra este estado. BRYONIA, muitas vezes depois de acon. ou de ipec, so- bretudo se a moléstia é devida a um resfriamento por bebidas frias depois de se haver esquentado. HYOSCYAMUS, quando ha symptomas cerebraes com estupor, perda dos sentidos ou delírio, e que o. enfermo não sente inteiramente a gravidade de sua moléstia. IPECACUANHA, se os vômitos predominão, e princialmente se a moléstia é causada por saburras no estômago, resultado de uma indigestão, etc. ; ou também se ha: dôres violentas, ou que a enfermidade seja o resultado de um resfriamento, de bebidas frias, e quando acon. não foi sufficiente. NUX.-VOM., freqüentemente em resultado de uma indiges- tão ou de um resfriamento por bebidas frias, maxime depois de acon. bry. ipec, ou ars., se nenhum destes medicamentos foi sufficiente. PULSATILLA, se a moléstia é causada por saburras, ou por um resfriamento de estômago por gelados, e principalmente se nem ars. nem ipec. forão sufficientes em um ou outro destes casos. VERATRUM, todas as vezes que o caso se caracterisa por uma frialdade extrema dos membros, abatimento rápido de forças, rosto pallido e hippocratico. TRATAMENTO.— De qualquer dos medicamentos, em- pregão-se as5a, 9a, 15ae 30a dynams., preparando 1 gotta ou 5 glóbulos em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas, ou com maiores ou menores intervallos, conforme a gra- vidade do mal, ou a sua chronezidade, empregando as altas dynams. para os casos chronicos,. e as mais baixas para os recentes. £^j* Comparai: Cholera, Gastrosis, assim como, principal- mente para a Gastritis chronica, Dyspepsia, Gastralgia. Gastro-enteritis. — Para o tratamento desta molés- tia, vede Gastritis e Enteritis, afim de consultar os^medica- mentos que correspondem a uma e outra destas inflammações. (Vede o cap. 16.) Gastrosis ou obstrucção gástrica.— Oss me- lhores medicamentos são, em geral: acon. ant. arri". ars. beLl. ;íti CAP. XV. ESTiOlACiO bry. cham. coce ipec. merc. nux.-vom. puls., ou também: caps. carb.-v. chin. coff. coloc. dig. hep. rhab. rhus. squill. tart. verat.; ou ainda mesmo: ars. asar. berb. cale cann. cie cin. colch. con. cupr. daph. dros. ign. lach. lyc. mag.-m. natr.-m. nitr.-ac. petr. phos. sec sep. sil. stann. sulf.-ac. tarax. Para a obstrucção gástrica, carecterisada por azia, poder- se-ha consultar com preferencia: nux.-vom. puls. sulf., ou lambem: bell. cale caps.? carb.-v. cham. con. phos. sep. staph. sulf.-ac. Para a obstrucção biliosa das vias digestivas: acon. bry. cham. chin. coce merc. nux.-vora. puls., ou também: ant. ars. asa. asar. cann. coloc. daph. dig. gran.? ign. ipec. lach. sec. staph. sulf. tart. Para a obstrucção mucosa : bell. caps. chin. ipec. merc nux.- vom. puls. sulf. verat., ou também: ars. carb.-v. cham. cin. dulc. petr. rhab. rhus. spig. Para a obstrucção saburral: ipec nux.-vom. puls., ou tam- bém: ant. arn. ars. hell. bry. carb.-v. cham. coff. hep. mere tart. verat. Além dislo, para as affecções gástricas, nas crianças, achar- se-ha mais commummente indicado: bell. cham. ipec merc. nux.-vora. puls., ou também: bar.-c. cale hyos. lyc. mag.-e sulf. Para as que resultão de uma indigestão : ant. arn. ipec. nux.-vom. puls., ou também: acon. ars. bry. carb.-v. chin- coff. hep. tart. sulf., etc. (Vede Indigestão, cap. 14, e Diar- rhéa, cap. 17.) Por abuso de bebidas espirituosas : carb.-v. nux.-vom. ou também: ant. coff. ipec. puls'. Por abuso do café: coce ign. nux.-vom., ou também: cham. merc. rhus. puls. sulf.—^o tabaco: coe ipec. mere nux.-vom. puls. staph.—de ácidos: acon. ars. carb.-v. hep., ou também: lach. natr.-m. sulf. sulf.-ac. ? — da chamomilla : puls., ou nux.-vom.— do rhuibarbo: puls. —do mercúrio: carb.-v. chin. hep., ou sulf. Em resultado de uma escandescencia : bry., ou sil.— de um resfriamento: ars. bell. camph. coce dulc. ipec—de um resfriamento de estômago por gelados, frutas, etc: ars. carb.-v. e puls. CAP. XV. ESTOMAOO 373 Em resultado de lesões mecânicas, como uma pancada no ventre, ou estômago, um derrancamento : arn. bry. puls. rhus., ou talvez também : rut. Em conseqüência de sobre-excitação nervosa por vigílias prolongadas, estudos forçados, etc: arn. nux-vom. puls. sulf., ou também: carb.-v. coce ipec verat., ou mesmo: cale, ou lach. ? Por effeito de perdas debilitantes nas mulheres durante uma criação, e depois de freqüentes vômitos ou purgações; chin. carb.-v. rut., ou também: cale lach. nux-v. sulf. Depois de emoções, como cólera, pezar, etc. : cham. coloc. ou também: acon. bry. chin. nuxt-v. puls. (Comparai também as causas que se achão no art. Dyspepsia, cap. 44.) Quanto ás indicações fornecidas pelos symptomas, poder-se- ha com preferencia consultar : ACONITUM, se ha: lingua carregada de uma camada ama- rellenta, gosto amargo da boca e de todos os alimentos, assim como das bebidas, afora água ; sede; náuseas excessivas ; arrotos amargos; vonade de vomitar violenta sem resultado, ou vômitos amargos, esverdinhados ou mucosos ; tensão e tympa- nismo dos hypocondrios, com sensibilidade dolorosa da região hepatica; dejecções freqüentes com tenesmo; cephalalgía pul- sativa ou lancinante, que se aggrava fallando. TRATAMENTO.—1 a 2 gottas ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas, esperando- se a acção do medicamento por 48 horas para repeti-lo ou tomar outro mais conveniente. ANTIMONIUM, se, principalmente em conseqüência de uma indiges ão, ha: soluço freqüente, anorexia, fastio, lingua carregada ou coberta de vesiculas, boca secca, ou accumulação de saliva ou de mucosidades na boca; sede pronunciada, sobre- tudo de noite; náuseas e vontade de vomitar, aggravadas com o vinho; arrotos fétidos ou com gosto e cheiro dos alimentos ingeridos, vômitos dos alimentos ou de matérias mucosas ou biliosas; dôr na boca do estômago ao tocar-se-lhe, com sensação de uma plenitude dolorosa ; eólicas e flatuosidades abundantes; diarrhéa ou prisão de ventre; cephalalgía surda, aggravando-se com subir uma escada ou fumando tabaco. (Depois de ant. convém muitas vezes bry.) 376 CAP. XV. ESTÔMAGO TRATAMENTO.—Emprega-se a 3a, 5a e9a dynams., 1 a2 gottas ou 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas, esperando sua acção por 3 ou 4 dias para repeti-lo no caso de melhoras, dando as doses com maiores intervallos. ARNICA, não só em resultado de lesões mecânicas, como contra affecções gástricas causadas por vigilias prolongadas, trabalhos intellectuaes forçados, e em geral havendo : forte sobre-excitação nervosa, com lingua secca ou coberta de uma camada amarella; gosto pútrido, amargo ou agro ; máo cheiro da boca; appetite para ácidos ; repugnância em fumar tabaco ; arrotos com gosto de ovos podres; vontade de vomitar, flatu- lencia e tympanismo, principalmente depois da refeição ; peso de todo o corpo ; frouxidão dos joelhos curvando-se ; vertigens, cabeça atordoada, com dôr pressiva, calor no cérebro e atordoa- mento. (Depois de arn. convém muitas vezes: nux.-v. ou cham.) TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colhéves d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas. ARSENICUM, se ha : arrotos agros, amargos : lingua secca com grande sede e vontade de beber freqüentemente, porém pou- co de cada vez; gosto salgado ou amargo ; náuseas excessivas ; ou vômitos dos alimentos, ou de matérias biliosas esverdinhadas ou escuras; eólicas ou dôres abrazadoras no estômago e no ventre, com frio e angustia, ou pressão violenta como por uma adustão circumscripta no estômago ; grande sensibilidade na região es- tomacal ao tocar-se-lhe ; grande fraqueza com vontade de estar deitado; dejecções nullas ou diarrhéa aquosa ou esverdinhada, escura ou amarellenta, com tenesmo ; renovação dos vômitos ou da diarrhéa depois de ter bebido, ou com qualquer movi- mento do corpo. TRATAMENTO.—Emprega-se as 3a, 5a e 9a dynams. con- forme a gravidade do mal. 1 a 2 gottas ou 6 glóbulos em 4 co- lheres d'agua, para 2 colheres de chá de 4 em 4 horas, augmen- tando-se os intervallos á proporção das melhoras: deve esperar se a acção deste medicamento por 3 ou 4 dias para renova-lo em dynam. mais alta ou tomar outro mais conveniente. BELLADONA, se ha : lingua carregada de uma camada es- pessa, esbranquiçada ou amarellenta ; aversão ás bebidas e ali- mentos ; gosto ácido do pão de centeio; vômitos dos alimentos ou de matérias agraj, amargas ou mucosas, algumas vezes com CAP. XV. ESTÔMAGO 377 vômitos contínuos ; boca secca com sede; dôres de cabepa no sincíput, como se os miolos quizessem sahir pela testa, com pul- sação das carótidas; dejecções nullas ou diarrhéa mucosa. A mesma administração do acon. BRYONIA, sobretudo no estio ou por um tempo quente e humido, e se ha: lingua secca e carregada de uma camada es- branquiçada ou amarellenta, ou coberta de vesiculas ; sede tanto de dia como de noite, com sensação de seccura na boca e na garganta; cheiro pútrido da boca; boca amargosa, sobretudo depois de ter dormido, ou saburrosa, insipida e pútrida ; re- pugnância, principalmente aos alimentos sólidos, com appeten- cia do vinho, ácidos ou café; vontade freqüente de vomita sem resultado, ou vômitos biliosos, maxbne depois de haver bebido; tensão e plenitude na região estomacal, sobretudo depois da re- feição ; prisão de ventre; cabeça atordoada, com vertigens, ou cephalalgia abrazadora, pressiva ou expansiva, aggravando-se principalmente depois de ter bebido ; frio, calafrios. A mesma administração do antim. CHAMOMILLA: lingua vermelha e gretada, ou carregada de uma camada amarellenta; gosto amargo da bocaedos alimentos; cheiro fétido pela boca; anorexia, náuseas ou arrotos e vomi- ios esverdinhados, amargos ou agros ; grande anxiedade ; tensão er pressão no epigastrio, hypocondrios e na boca do estômago; prisão de ventre ou dejecções de diarrhéas esverdinhadas, ou de matérias agras ou misturadas de excrementos e mucosidades, parecendo ovos batidos; somno agitado com inquietação e des- perto freqüente ; dôr e plenitude da cabeça; rosto quente e vermelho ; olhos vermelhos e abrazados; .gênio susceptível. (Se o enfermo já tiver abusado da cham., convém consultar coce ou puls.) A mesma administração do antim.-e COCCULUS, se a lingua está carregada de uma camada ama- rella, com fastio dos alimentos ; boca secca com ou sem sede ; arrotos fétidos, náuseas e vontade de vomitar, principalmente fallando depois de ter dormido, comendo, ou "durante o movi- mento, maxime o de uma sege, bote, ou navio; plenitude dolo- rosa na região estomacal, com dyspnéa ; prisão de ventre, ou dejecções molles, com abrazamento no ânus, grande fraqueza, com suor pelo menor movimento ; cephalalgia frontal com ver- tigens. 48 373 CAP. XV. ESTÔMAGO ÍPECACUANHA : lingua limpa ou carregada de mucosidades espessas, amarellentas com boca secca ; fastio de todos os ah- mcntni. e piivapalmente de cou«°,s gordas, cem vontade de vo- rKitor liolmtn. s' iu resultado, ou vruutos fáceis e violentos, de alimentos :.v/;eriícs. ou c'e matérias r:ucosas ; fedor ca,ou goste insioido e insonso dos alimentos; arrotos amargos, náuseas contin^des, principalmente ao ar livre ; von- tade de vomitar, ou vornitos dos alimentos ingeridos ; gastralgia pressiva ; pressão e ünsào dolorosa era todo o epigastrio e nos hypncondrios; prisão de ventre, com vontade freqüente, mas inútil, de ir á banca, ou também pequenas dejecções como de diarrhéa, mucosas ou aquosas; cabeça tomada com vertigens, peso sobretudo no occiput, zumbid' nos ouvidos, dôres rheu- n óticas nos dentes e membros ; fadiga e fraqueza, inaptidão para a meditação ; humor inquieto, rixoso, irascivel; rosto quente e vermelho; ou amarellento e térreo. (Depois de nux.-v. convém freqüentemente cham.) A mesma administração de ipecac. PULSATÜ7LA : lingua carregada de mucosidades esbranqui- CAP. XV. ESTÔMAGO 379 çadas; gosto pútrido, insonso, ou também amargo, principal- mente depois da deglutição ; gosto amargo dos alimentos, ma- xime do pão, arrotos amargos, ou com gosto dos alimentos ingeridos, ou agros, ou pútridos; insipidez dos alimentos ; repugnância aos mesmos, sobretudo quentes (cozidos), assim como á gordura e á carne, com appetite para as cousas ácidas, ou bebidas espirituosas; azia, e azedume no estômago pituitas; regorgitação dos alimentos ; náuseas e vontade de vomitar insup- portaveis, sobretudo depois de ter comido, ca bebido, ou ag- gravando-se de tarde ; r mitos dos alimentos ou de matérias mucosas, amargas ou agras (maxime de noite); ventre duro, teso, com flatulencia e borborygmt s ; dejecções tardias, diffi- ceis, ou diarrhéa mucosa ou biliosa; cephalalgia semi-lateral, dilacerante ou que faz estremecer ; arripiamento com langor e abalo por todo o corpo ; máo humor, taciturnidade e disposição a enfadar-se por cousa nenhuma, principalmente nas pessoas de gênio ordinariamente brando e facil. Como n.-vom. VIPERA-CORALINA, quando se tem desejo de laranjas, frutas azedas, carne de vacca com vinagre, repugnância para carne, bananas, e principalmente pão; vômitos azedos e tie biiis verde, de manhã, sensação extraordinária de frio depois de ter bebido, digestão muito lenta, precisão de beber a cada bocado, necessidade de comer, com repugnância aos alimentos, digestão muito mais custosa depois do jantar do que depois do almoço, e violenta dôr de cabeça, quando o desejo de comer não é immediatamente satisfeito. D'entre os medicamentos apontados, poder-^e-ha consultar mais : CAP :ICUM, nas pessoas ueugmaíicas, pesadas, cosge.Losas, ou de um gênio susceptivel, dispostas a te mar aidc em r d, com evacuações mucosas, pyrosis, abrazameiitc no estômago e no ânus indo á banca. CARBO-VEG.,se ha : anorexia, indisposição, ou mesmo vo- mito dos alimentos não dirigidos depois da mais ligeira -efeição, e freqüentemente cora azia ; dôres de estômago compriir-üsdo-o; grande sensibilidade ao tempo frio ou riciite, oecco ou huinidr.; peso na cabeça e fraqueza. CHINA, haverão : anorexia e fastio dos alimentos e das be- bidas, como por estar farto; arrotos freqüente* ou regorgitação. 380 CAP. XV. ESTOMAO0 e mesmo vômitos dos alimentos não digeridos ; ventre dolo- roso e teso, com pressão em torno do umbigo; emissão fre- qüente de ventos fétidos; lienteria ; arripiamento e horripila- ção depois de ter bebido. COFFEA, se a obstrucção gástrica é acompanhada de uma forte sobre-excitação nervosa, com insomnia. COLOCYNTHIS, se ha : gastralgia, vômitos ou diarrhéa im- mediatamente depois de ter comido, por pouco que seja; eólicas espasmodicas, caimbras nas barrigas das pernas. DIGITALIS, havendo : náuseas principalmente de manhã ao despertar, gosto amargo da boca, sede, vômitos mucosos, de- jecções de diarrhéa, e grande fraqueza. HEPAR, havendo : gastralgia pressiva, com náuseas, arrotos, vontade de vomitar ou vômitos mucosos, biliosos ou agros, com pyrosis ; eólicas e prisão de ventre, ou dejecções de diar- rhéa mucosa. RHABARBARUM, se ha : gosto saburroso, repugnância aos alimentos gordos, ao café; náuseas com eólicas, ou diarrhéa com evacuação de matérias agras, mucosas e escuras. RHUS, se os symptomas gástricos se manifestão sobretudo de noite, com eólicas, dôres de estômago pressivas, boca secca e amarga, náuseas e vontade de vomitar. SQUILLA, se as affecções gástricas são acompanhadas ôe symptomas pleuriticos, e que nem acon. nem bry. forão suffi- cientes contra este estado. TARTARUS, havendo : náuseas continuadas, com vontade de vomitar, e grande angustia ou vontade violenta de vomitar sem resultado, ou também evacuação mucosa por cima e por baixo. VERATRUM, se ha : lingua secca ou carregada de uma ca- mada amarella ou escura, evacuações biliosas por vômitos ou diarrhéa, cera grande fraqueza e accessos de desfallecimento dep^;s das dejecções. TRATAMENTO. — De qualquer destes medicamentos, 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se com maior ou menor intervallo, segundo o estado do doente. Comparai os artigos : Febre gástrica, Cholera, Dyspepsia, Gast íalgia, Pyrosis, Vômitos, e Diarrhéa, em seus respectivos capitulos. Melwna ou moléstia negra.— Os medicamentos que parecem referir-se melhor a esta affeeção, caracterisada por CAP. XV. ESTÔMAGO 381 vômitos negros, etc, são : ars. (hin. verat , ou também : ipec. nux.-mos. nux.-vom. sulf. (Vèce Febre aíarel^a.) TR 1TAMENTO.—De qualquer dos mídicánentos cit dos, empregão-se as 3as e 5as dynams , 1 a 2 gottas em 4 colliéres dágua, para dar-se de hora em hora, d, 2 ou 3 em 3 horas, conforme a gravidade do mal. Pituitas cio estômago.— Os melhores medicamentos a consultar contra esta affecção symptomatica caracterisada pela evacuação de uma cería quantidade de água do estômago, sem es- forços de vômitos, são : bry. cale hep. ipec. mere nux.-vom. puls. sep. sil. sulf. Depois de comidas ácidas : phos.— de ter bebido: nitr.-a. sep.— vendo leite : cup. phos.— de manhã : sulf.— á noite : carb.-v. graph.— depois de comer: cale. silic. sulf.— á tarde: anae cyclam. natr.-ra.—todos os dias: lycop.—com azedumes: carb.-a.—com dôr de ventre : led. sulf. Náuseas depois de ter comido : amon.-e cham. kali. lach. merc. nux.-vom. phos. puls. rhus. sep. silic stan. sulf. (Com- parai Dyspepsia e Gastrosis.) TRATAMENTO.— De qualquer dos medicamentos, 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para tomar uma colher de 8 ou de 12 em 12 horas: espere-se a acção do medica- mento por 4 a 6 dias, para repeti-lo no caso de melhora ou tomar outro. Pyrosis e azias.— São : nux.-vom. puls. sulf.-ac, ou tamlem : bell. cale caps. carb.-v. cham. chin. e staph., que têm sido mais freqüentemente indicados, quando este symp- toma predomina nas affecções gástricas. A mesma administração que acima. f$uniinadura.—São: bry. canth. fer. ign. lyc. nux.-vom. phos. puls. e sulf. que parecem merecer mais attenção contra as espécies de dyspepsia onde predomina este symptoma. (Com- parai Dyspepsia.) A mesma administração. $c?rro e caucro do estômago.— Poder-se-ha consnltar com preferencia : ars. bar.-c. lyc. nux.-vom. phos. veratr., ou mesmo também : can ? sil ? staph ? sulf. TRATAMENTO: — 4 gotta ou 4 glóbulos em 3 colheres d'agua, para tomar uma colher de 8 em 8 horas ; espere-se a acção do medicamento por 6 dias, para repeti-lo ou toma" outro. 383 CAP. XV. ESTÔMAGO Soluço.— São: acon. bell. bry. cupr. hyos. ign. magn.- m. nux.-raos. nux.-vom. puls. stram. sulf. que merecem ser consultados com preferencia, no caso em que esta affecção symp- tomatica se manifestasse sem outra lesão apreciável. Sulfur é precioso remédio. TRATAMENTO. — 1 gotta ou 4 glóbulos era 4 colheres d'agua, para tomar uma colher de 6 em 6 horas. Vômitos ois náuseas.— Estas affecções, posto que symptomatícas, predominão comtudo muitas vezes 'e maneira tal sobre a reunião de outras que exigem uma attenção inteira- mente particular. Os medicamentos que neste caso se podeMo com preferencia consultar são, em geral: acon. ant. arn. ars. bell. bry. cale con. cupr. dig. ipec. lach. mere nux.-vom. puls. tart. verat. Para os vômitos dos alimentos, depois da re- feição,_por fraqueza do estômago, são sobretudo: ars. fer. hyos. nux.-vom. puls. sulf., ou também : bell. bry. cale coce graph. kal. lach. rhus. verat. Vômitos amargos : bry. cham. chin. puls. sep. veratr.— nzedos : ars. cale caust. nux.-vom. puls. phos. sulf. veratr. Para os vômitos de sangue ou hematemesis : acon. arn. chin. hyos. ipec. nux.-vom., ou talvez também : am.-e bell. carb -v. caus. lach. lyc. mez. millef. sulf. veratr., e talvez ergotína. Para o vomito negro (Melcena): ars. chin. veratr., ou tam- bém : ipec. nux.-vom. sulf, etc. Para vômitos biliosos : acon. ars. lyc. nux.-vom. phos.-ac. stram. veratr. Para o vomito de matérias eecaes (moléstia iliaca, lleus, chordapsus, eólica de miserere (de compaixão), etc: op., ou tam- bém plumb., ou também acon. ? suif. ? thui. ? (Comparai Ileus, eap. 16.) Para os vômitos de saburras, de matérias biliosas, mucosas ou agras, vede o artigo Gastrosis, Obstrucções biliosas, mu- cosas, etc. Além disso, o vomito das mulheres grávidas demanda com preferencia: ipec. nux.-vom., ou também : acon. ars. con. fer. kreos. lach. magn.-m. natr.-m. nux.-mos. petr. phos. puls. sep. veratr. O dos bêbados: ars. lach. nux.-vom. 6Ç., ou também- cale sulf. O que é causado por movimentos passivos, como os de re- CAP. XV. ESTÔMAGO 383 douça, de sege, de embarcação, etc: ars. coce, ou também : petr. sil. sulf. Para o que é causado por vermes : acon. cin. ipec. mere nux.-vom. puls. sulf., ou também : bell. carb.-v. chin. lach. TRATAMENTO.— De qualquer dos medicamentos indica- dos, eropregào-se as 3as, *5as, e30as dynams., 1 a 2 gottas em 4 colheres d'agua, para dar-se de hora em hora, 2 ou 4 em 4 horas, segundo a gravidade do doente, espaçando á proporção das me- lhoras. Por outras causas, vede Gastrosis, e comparai em geral: Cho- lera, Dyspepsia, Gastralgia, Gastritis, Gastrosis, Diarrhéa, Colicas helminthiasis, Indigestão, etc, em s:us respectivos capítulos. NOTA ACERCA DA CHOLERA-MORBUS Rem que em uma memória recentemente publicada pelo mais zeloso e aetivo propagador da homceopathia, o Sr. J. V. M , adi se encontrem, não só as judiciosas e sabias reflexões deste illus- tre amigo da humanidade, como também tudo quanto a tal respeito se tem escripto; comtudo em uma obra elementar, que tem de ser lida por muitos pouco azados a colher em tão vasto campo um ou outro remédio apropriado, julguei que não seria desacatado expor em breve sinopsis o que me parece mais ur- g ute e comprehensivel a todas as intelligencias dos curiosos; e, bem que a escolha do remédio deva ser determinada pela in- dividualidade dos symptomas, comtudo, reunindo os poucos e principaes remédios, quasi a generalidade dos mais importantes incommodos, vantajosa creio a sua exposição; além de que, a população do campo está quasi sempre exposta ou aos recursos da Providencia, ou aos de um mal entendido curioso ; assim : Se durante a epidemia alguém se sentir indisposto, tendo náuseas, má digestão, cabeça aturdida, suores frios, tomará ipec. por três dias, uma colher da solução de manhã. Se as dejecções, porém, forem mais copiosas que de ordinário, e as digestões se não fizerem com regularidade, tomar-se-ha phos.-ac, uma colher de manhã, outra de tarde, e alguns clys- tères de água fria. 3N4 CAP. XV. ESTÔMAGO Quando as dejecções forem acompanhadas de borborinhos pelo ventre e eólicas, veratr. pelo methodo acima. Se apparecerem caimbns nos braços, pernas e estômago, camph., repetida de três < < três horas. Continuando as caimbras e eólicas, cupr., três a quatro doses com intervallo de duas, três e seis horas, e não aproveitando, veratr. Estetratamento^deve ser posterior a ars. camph. cupr., verat., que no tempo da epidemia convém tomar-se como preservativos, de quatro em quatro dias uma dose. Se a despeito dos preservativos a cholera invade de súbito com todos os seus symptomas devastadores, sentindo o doente : Atordoamento da cabeça, vertigens, perturbações na vista, pés e mãos frios com calor na testa e coma vigil, dôr de cabeça na testa com calor secco e sem sede, com sensação de fractura e pressão, affluxo de sangue á cabeça, peso do estômago, arrotos, dôr nas costellas e lados do ventre, flatuosidades abundantes, prisão de ventre, retenção de ourinas, respiração curta,, pulso pequeno e duro, moedeira, dar-se-ha logo cam- phora, que se repetirá com intervallo de cinco a dez minutos ás colhérinhas, até que appareção symptomas de melhoras, com o que se irão alongando, e mesmo suspender-se-ha a applicação, se assim o aconselhar o estado satisfactorio do doente. Passando, porém, a enfermidade ao segundo periodo, tendo o doente: Vertigens, sensação de electricidade na cabeça durante o somno, suor frio na testa, erriçamento dos cabellos, olhai particular, rubor dos olhos, pupillas contrahidas, obscureci- mento da vista, palpebras entre-abertas, tinidos, ribombos nos ouvidos,, pallidez do rosto, que está cadaverico, suppressão da saliva, cavidade da boca secca, inappetencia, desejo d'agua fria, peso e pressão do estômago, vômitos excessivos, estômago muito quente, espasmos dolorosos, inchação de todo o ventre, dôres in-upportavei: á roda do umbigo, calor no baixo-ventre, augmento de dejecções superabundantes, pulso tremulo e imperceptível, picadas nas extremidades, pelle azulada, abati- mento, prostração completa, desfallecimento, calafrios, suor frio, tranquillidade do espirito, gemidos, o doente só responde com difficuldade, d sespero: ars. veratr. Taes são os symptomas que simultaneamente produzem estes CAP. XV. ESTÔMAGO 385 dous poderosos agentes, o que parece tornaria indiferente a escolha de um ou de outro ; porém, havendo differença quanto a outros symptomas, passo a nota-los para maior acerto; assim: Olhos fixos e semelhantes ao vidro, pupillas dilatadas, sensibilidade á luz, lingua algumas vezes secca, branca ou azulada, voz fraca e rouca, sede inextinguivel, vontade d'agua fria, que é rejeitada com mucosidades, calor no estômago e intestinos, que se estende até á boca, evacuações involuntárias, dejecções aquosas, esbranquíçadas ou turvas, algumas vezes avermelhadas e misturadas com sangue, queimadura no ânus como d'agua a ferver, respiração difficil, pulso algumas vezes elevado e na apparencia cheio, caimbras e convulsões nos dedos e artelhos, que] se estendem ás espaduas, pés e tornozellos; a afflicção obriga o doente a voltar-se de um para outro lugar pelle fria e coberta de suor glutinoso, unhas azues, tremor', das mãos, ardor insupportavel por dentro, socego de -espirito. Taes são os symptomas em que o arsen. diversifica do veratr., o qual também faz as seguintes diversificações: Olhos revirados para cima, deixando somente ver os alvos, ou encovados e assombreados de azul-esverdeado, espasmos da mandibula (ou queixo inferior), boca espumante, soluços, ourina vermelha, frio geral do corpo. E porque no curativo da cólera o cupr.-melallie toma um dos primeiros lugares e tem symptomas semelhantes ao ars. e veratr., notarei, aquelles em que elle se aparta dos dous pri- meiros, e deste modo: Picadas violentas no lado direito do cérebro, espasmos nos intestinos, necessidade de ourinar, mas a ourina vem pouca e com dôr ardente na urethra, inchação do penis e inflamma- çãó na glande, respiração precipitada com gemidos, difficul- dade de respirar; o peito é contrahido, a respiração difficil até á suffocação, contracção dolorosa no peito, caimbras seguidas de vômitos, e nas extremidades superiores e inferiores. Sobre o mais tratamento consulte-se a pathogenesia dos medicamentos que adiante vão apontados. A' vista dos symptomas e differenças que apresentão os três principaes remédios acima, póde-se concluir que o veratr. será o escolhido quando os symptomas mais dominantes forem ns vômitos e evacuações excessivas e a frialdade de todo o corpo. 49 86 CAP. XV. ESTÔMAGO O ars., quando o symptoma principal, além dos vômitos e dejecções, fôr-o ardor e palpitação das partes precordiaes. O cupr., quando as caimbras representarem o primeiro papel. Quando os vômitos têm cessado, porém as dejecções não se achão ainda coloridas ; secai.-corn. Se houver congestão cerebral: acon. arn. bell. coff. nux.- vom. op. puls. Apparecendo a febre nervosa : bell. bry. hyos. phos-a. rhus. Sobrevindo antes da reacção repouso e socego completo, pelle um pouco fresca, suor ligeiramente viscoso, pulso imper- ceptível: carb.-v. Quando os vômitos não consentirem a conservação dos remé- dios, ou o corpo estiver excessivamente frio, póde-se dar ao doente gelo, porém em pequena quantidade, bem como clysteres d'agua nevada. Póde-se conceder ao doente o beber água fria (aos goles), e quando não estiver suado. Uma pequena chapa de cobre pendurada ao pescoço, e que seja limpa duas vezes por dia, pôde servir de preservativo. O doente deverá estar em um quarto de temperatura elevada, se o tempo fôr frio e humido; terá a roupa da cama moderada- mente aquecida ; sobre o peito e ventre conservará um pedaço de baeta, e na mesma envolvidos os pés; observará a mais rigorosa dieta, quer durante a enfermidade, quer na conva- lescença. CAPITULO 3LVI AFFECÇÕES DOS 0RGAOS'ABD0MINAES E DAS VIRILHAS A sei tis ou hydropisia de ventre.— Os me lhores medicamentos são, em geral: ars. chin. bell. merc. sulf., assim como: acon. bry. kal. lact.-vir. prun. sep., ou também: asa. coloch. dig. led. lyc. squil., etc. Quasi sempre a ascitis é symptomatica da lesão de uraa viscera do ventre, particularmente do baço. E' mister indagar bêm qual é a lesão que oceasiona a ascitis. Um dos melhores medicamentos para ella é lactuca virosa, mas sem duvida o arsênico tem o primeiro lugar nesta como em todas as hydro- pisias. Costumão os allopathas recorrer com muita facilidade á paracentese ou operação pela qual extrahem o liquido que constitue a ascitis; seguem, digo, pretendem seguir o preceito muito proclamado: sublata causa tolitur effectus : mas o liquido que se extrahe não é a causa da hydropisia, elle a constitue; mas a causa é a lesão de um órgão importante, e essa lesão reco- nhece também suas causas, ou as tem, que são e ficão sendo desconhecidas. A experiência tem mostrado que a extracção do liquido que constitue a ascitis é um meio palliativo com o qual dá-se em verdade algum allivio ao doente, mas se empeiora o seu estado, porque sempre ou quasi sempre o liquido se reproduz com muito maior rapidez, na razão directa das operações que se repetem para o extrahir. Não quero dizer que se proscreva absolutamente a paracentese do ventre em casos de ascitis que ameacem de matar o doente por suffocação, causada pelo enormissimo volume do ventre; digo que se deverá ser quanto possivel parco e reservado no emprego desta operação palliativa, e quando se haja de recorrer a ella não se deverá extrahir toda a quantidade de liquido que o ventre contiver, porque tem isso immediatos inconvenientes, e pôde causar a morte do enfermo no acto da operação. Para os detalhes, comparai cap. Io, Hydropisia. TRATAMENTO. — De qualquer dos medicamentos acima indicados deve-se administrar o seguinte : se a ascitis se des- 3SN CAP. XVI. \W»OMKN envolver rapidamente, e que por conseqüência fôr aguda, dè-se 1 até 2 gottas de tintura em 4 colheres *d'agua, 1 colher de 8 em 8 horas ; se a enfermidade fôr chronica, applique-se 6 glóbulos em 5 colhéivs d'agua, para 1 colher de 12 em 12 horas: o caladium perdulinura (Indígena) é poderoso. Bilhões.—Osbubões syphiliticos demandão com preferen- cia : merc : ou se o enfermo abusou já deste medicamento : aur. carb.-v. nitr.-ac, ou também: staph. ou thui. Muitas vezes o hepar e a silicea conseguem a cura dos bubões, mesmo dos syphiliticos. Nos que não têm esta causa são estes dous medicamentos da maior importância. E quando estes dous me- dicamentos conseguem curar os bubões sem que elles suppu- rem, é mister qne o doente se persuada de que nenhuma necessidade tem de tomar purgantes nem qualquer remédio allo- pathico, e deve acabar de curar-se homceopathicamente. Tam- bém quando o tratamento homceopathico consegue resolver um bubão, até mesmo quando elle já tem algum ponto de suppura- ção, ficão alguns doentes persuadidos de que a matéria, que não foi extrahida e se absorveu, pôde ir para outra parte fazer algum mal, e por isso querem tomar purgantes ou vomitorios para deita-la fora, como se o organismo fosse uma machina hy- draulica ou uma esponja; é necessário que se convenção da sua sem-razão, e meditem bem no que em si observão todos os dias, e comparem os padecimentos que soffrem os doentes que seguem essa rotina absurda, e os que se têm tratado pela ho- mceopathia sem nada soffrerem desses imaginados transportes de humores e de outras futeis chimeras. (Vede cap. 2", Syphilis.) Para os bubões escrophulosos poder-se-ha consultar com pre- ferencia : hep. sil. sulf., ou também : ars. cal. ciem. dulc. iod. mere nitr.-ac, etc. (Comparai cap. Io, Affecção das glândulas.) TRATAMENTO.— Empregão-seas 3a e 5a dynams., 2gottas ou 8 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas: espere-se a acção do medicamento por 4 ou 5 dias, para repe- tir-se ou tomar-se outro. Borborygmos.—Caust. chin. hell. ;iye nux.-vom. phos.- ac puls. sulf. ^ TKATAMENTO. - 1 gotta ou '4 glóbulos em 3 colheres d'agua, para dar-se com intervallo de 4 a 6 horas. Colicas. enteralgia ou dores de barriga — Os melhores medicamentos, em geral, são : bell. coloc nux.- CAT. XVI. abdomfn 38ÍI vom puls. vip.-cor., ou ainda: acon. ars. carb.-v. cham. chin. coce coff. hyos. ign. lyc. mere phos. sec. sulf., e mais : cupr. opium. plumb. Em alguns casos póde-se ainda empregar: agn. alum. ant. arn. cale caus. cin. colch. fer. ipec. kal. lach. magn.-m. natr. natr.-m. natr.-sulf. nitr.-ac. n.-mos. plat. rhab. rut. sen. stann. verat. zinc. Para as eólicas por excessiva contracção espasmodica dos in- testinos (eólica de miserere ou paixão iliaca), poder-se-ha com preferencia consultar : nux.-vom. op. plumb. thui., na maior parte dos casos será conveniente insistir muito no emprego de repetidas doses de ópio, que é de todos o melhor remédio. Para as que procedem de flatulencias (eólicas flatulentas ou ventosas): bell. carb.-v. cham. chin. coce nux.-vom. puls. sulf., ou também: agn. colch. coloc. fer. graph. lyc. mag.- carb. natr. natr.-m. nitr.-ac nux.-mos. phos. verat. zinc. mags.-car.; ainda nestas o ópio é muito útil. Para as que dependem das hemorrhoidas (eólicas hemorrhoi- daes): carb.-v. coloc ipec lach. nux.-vom. puls. sulf. Para as que dependem de um estado inflammatorio dos in- testinos (eólicas inflammatorias): acon. bell. hyos. mere, ou também :ars. bry. cham. lach. nux.-vom. plus. sulf. (Comparai Enteritjs.) Para eólicas espasmodicas, ou espasmos abdominaes : bell. cham. coce coloc hyos. ipec. magn. magn.-m. nux.-vom. puls., ou também : ars. coloc cupr. fer. kal. lach. phos. stann. sulf., e talvez curarina, Para eólicas com picadas desde o umbigo até ao utero, bor- borinhos, pontadas no lado, intestinos como rolando tumul- tuosamente uns sobre os outros : vip.-e—e sendo as picadas no lado direito : cale ignat. nux.-vom. plat.— no esquerdo : sep. sulf.—no umbigo : acon. nux.-vom. plat. Para as que dependem da existência de vermes nos intestinos (eólicas verminosas) : mere, ou : cin. sulf., ou também: cie fer. (filix.?) nux.-mos. rut. sabad., ete. (Vede Helminthiasis.) Quanto ás eólicas chamadas estomacaes, hepaticas, nephri- ticvs, uterinas, ete, vede os artigos : Gastralgia, Hepatitis, Nephralgia, Metralgia, etc, em seus respectivos capítulos; em- quanto ás que provêm da retenção de fezes : bry. caust. graph. lyc. mere natr.-m. nux.-vom. op. plumb. 3110 r.VP. XVI AUOOMEX Quanto ao que diz respeito ás causas exteriores, de que uma ou outra espécie destas eólicas possa depender, poder- se-ha, se é em resultado de uma indigestão ou saburras nas vias digestivas (eólica gástrica), consultar com preferencia: bell. nux.-vom. puls., ou ainda : acon. ars. bry. carb.-v. chin. coff. hep. tart. sulf. (Comparai Gastrosis, cap. 14.) Em resultado de uma indignação ou cólera, etc: cham. ou coloc, ou mesmo sulf. • Em conseqüência de lesões mecânicas, como um geito no espinhaço, uma pancapa no ventre, etc: arn. bry. rhus., ou também: carb.-v., ou mesmo : lach. Resultando de um envenenamento pelo chumbo (eólica de Poitou, eólica Saturnina) : op. ou bell., ou tarnbem; alum. coloc. plat., e talvez mesmo plumb. em doses repetidas. Em resultado de um resfriamento : cham. chin. coloc, ou acon. bell. dulc. puls., ou merc. e nux.-vom.— de um banho : nux.-vom.— de um frio humido : puls.— por ácidos : ars.— por comidas flatulentas : chin. £^ Comparai os artigos:Dyspepsia, Gastralgia, Gastrosis, Diarrhéa, etc, em seus respectivos capítulos. Além disso, para as eólicas das crianças, achar-se-ha muitas vezes ser conveniente : cham. nux.-mos. rhab., ou também : acon bell. cale caus. cie coff. sil. staph., ou também : bor. cin. ipec. jalap. sen.; mas sobre todos ^cham. Nas mulheres grávidas ou paridas: arn. bell. bry. cham. hyos. lach. nux.-vom. puls. sep. verat. Nas mulheres hystericas (eólicas hystericas): coce ign. ipec. magn.-m. mosch. nux.-vora. stann. valer., ou também : ars. bell. bry. cham. graph. puls. Durante as regras (eólicas menstruaes): alum. bell. cham. cale carb.-v. coce coff. con. ignat. graph. natr.-m. nux.-vom. puls. sec. sulf. zinc, etc.— antes das regras: alum. cham. puls. magn.-m.— no principio das regras : graph. lycop. phos. — depois das regras : carb.-v. hyos. sulf. BOENINGHAUSEN porém ensina: para eólicas menstruaes antes das regras : cale cham. cupr. lycop. puls. sep. sulf. veratr.— na apparição das regras : caust. cham. coce hyos.— durante as regras: amon. cham. graph. hyos. kali. puls.—de- pois das regras : borax. graph. kreos. nux.-vom. CAP. XVI. AHliOMEN 3iU Nas pessoas hypocondriacas : cale chin. gratiol. natr. natr.- m. stann., etc. Finalmente, quanto ás indicações fornecidas pelos sympto- mas, poder-se-ha com preferencia consultar : BELLADONA, se ha : picada» e tracção, como se tudo qui- zesse sahir por baixo, aggravando-se com o movimento e andar; elevação do colon como um inchaço, que melhora comprimindo-o, ou dobrando-se sobre si mesmo; ou também dôres no hypogas- trio, como se os intestinos estivessem agarrados por unhas ; ou contracção de caimbras no ventre, com calor e pressão do sacro e acima do púbis, principalmente havendo ao mesmo tempo : de- jecções líquidas puriformes, ou congestão de sangue na cabeça, com rubor do rosto, inchação das veias da cabeça, e dôres de tal maneira violentas que quasi fazem o enfermo perder os sen- tidos. (Depois de bell., convém ás vezes mere) TRATAMENTO.—Empregão-se as 3a e 5a dynams., 4 a 2 gottasou6a8 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se de meia em meia hora ou de hora em hora, conforme a violência do mal, augmentando-se os intervallos á proporção das melhoras. COLOCYNTHIS, na maior parte das eólicas, e sobretudo se ha : dôres excessivamente violentas, mas freqüentemente incisi- vas, constrictivas ou de caimbras, com sensação de arranhadura e beliscões, ou eólicas e picadas como por facas, grande sensi- bilidade do ventre, que está como pisado ; tympanismo ou sen- sação de vácuo no ventre; durante as dôres, caimbras nas barri- gas das pernas, ou calafrio e dôr aguda nas pernas; grande in- quietação, agitação e anxiedade pela violência das dôres; falta de dejecções ou diarrhéa e vômitos biliosos, renovando-se im- mediatamente depois de ter comido, por pouco que seja ; allivio cam o café. Convém ás vezes alternar com coffea. TRATAMENTO.—Como bellad. NUX.-VOM., se ha : prisão de ventre obstinada, ou dejecções duras, difficeis, pressão no ventre, como por uma pedra, com borborygnos, e sensação de um calor interno; dôres beliscantes, activissimas, contractivas ou compressivas ; pressão na boca do estômago, com tympanismo e sensibilidade do ventre ao tocar- se-lhe ; tensão e plenitude, principalmente nos hypocondrios, com incommodo mesmo da roupa; durante os accessos das dôres, mãos e pés frios, ou mesmo atordoamento a ponto de perder os sentidos ; eólicas e flatulencias extremas no ventre; pressão 3i>2 C\V. XVI. AUDoMKN aguda e dura na bexiga.e no recto, como se os ventos quizessem sahir violentamente, forçando o enfermo a dobrar-se sobre si mesmo; aggravando-se a cada passo; alliviando com o repouso, assim como estando sentado ou deitado; violentas dôres nos rins, ou cephalalgia pressiva. TRATAMEXTO.— Como nux.-vom. PULSATILLA, havendo: dôres lancinantes; pulsações na boca do estômago, inquietação, peso e plenitude no ventre com tympanismo e tensão desagradável, grande sensibilidade e dôr de pisadura ao tocar-se-lhe ; ílatulencias retidas, com borbo- rygnos e calor ancioso no ventre, ou picadas, eólicas e dilace- ração, principalmente no epigastrio, aggravando-se cora o tocar- se-lhe ; calor geral, com inchação nas veias, mãos e testa ; incommodo pela roupa em torno dos hypocondrios ; aggrava- mento de todos os padecimentos estando deitado, sentado, ou tam- bém de tarde, com calafrios, que augmentão proporcionalmente ás dôres; allivio com o andar; dôr de fractura no espinhaço, levantando-se do seu assento ; vontade de vomitar ; diarrhéa; rosto pallido, com olhos rodeados de um circulo livido ; cepha- lalgia pressiva e tensiva. TRATAMENTO.—Como acima. Dos outros medicamentos apontados poder-se-hão consultar : ACONITUM, se as eólicas affectão ao mesmo tempo a bexiga, com violentas dôres de caimbras, retracção do hypogastrio na re- gião vesical; vontade continua de ourinar, sem resultado; grande sensibilidade do ventre; dôr no espinhaço, como por fractura, grande angustia, inquietação e anxiedade; pelle secca e quente, pulso accelerado. ARSENICUM, se ha : dôres excessivas, com grande afflicção no ventre; eólicas violentas ou dôres de caimbras, activissimas, cruéis ou roedoras, muitas vezes com abrazamento insupporta- vel, ou com sensação de frio no ventre ; apparição das dôres principalmente de noite, ou depois de haver bebido ou comido; vontade de vomitar, ou mesmo vômitos aquosos ou biliosos ; prisão de ventre ou diarrhéa; grande sede ; calafrio, e grande fraqueza. CARBO.-VEG., se ha : ventre tympanieo e com plenitude, como se quizesse rebentar, com borborygnos, retenção das fla- tulencias, picadas no ventre, dyspnéa, arrotos de ar, congestão na cabeça com dôr pressiva ; inércia do ventre ,-om prisão ih CAP. XVI. ABDÔMEN 393 ventre ; calor no corpo e principalmente na testa; apparecimento das dôres sobretudo depois de ter comido, pouco que seja. CHAMOMILLA, se ha: dôres dilacerantes, tractivas, com grande agitação e inquietação, forçando a correr de uma para outra parte; sensação como se os intestinos formassem um no- vello, ou como se todo o ventre estivesse vazio; com náuseas, vômitos amargos, ou diarrhéa biliosa; dôr no espinhaço, como estando todo elle quebrado; detenção de flatulencias, com an- gustia, tensão, pressão e plenitude na boca do estômago e nos hy- pocondrios, ou com affluencia para o annel inguinal; rosto alternadamente pallido e rubro ; apparecimento das dôres mor- mente de noite, ou de madrugada ao nascer do sol, ou depois da refeição. Depois de cham. convém ás vezes puls. CHINA, havendo: no ventre, excessiva accumulação de ar como em uma tympanitis, com plenitude, pressão como por corpos duros, ou dôres de caimbras, constrictivas, com detenção das flatulencias e affluencia para os hypocondrios; se as dôres principalmente se desenvolvem de noite, ou nas pessoas enfra- quecidas por suores, evacuações sanguineas, ou outras perdas debilitantes. COCCULUS, havendo : dôres constrictivas, de caimbras, nos hypocondrios, com náuseas, dyspnéa, producção abundante de flatulencias, plenitude e accumulação de ar no estômago e no epigastrio ; ou também sensação de vácuo no ventre ; dilaceração e abrazamento nos intestinos, com aperto e sensação de arra- nhadura no estômago ; vontade de vomitar ; prisão de ventre; grande angustia, sobre-excitação nervosa e susto facil. COFFEA, se ha : dôres excessivas, que levão ao desespero, com anxiedade e oppressão no hypogastrio; grande agitação e in- quietação, com gritos, rangido de dentes, convulsões, membros frios, gemidos e accessos de suffocação. Convém ás vezes al- ternar com colocynthis. HYOSCYAMUS, havendo: dôres de caimbras e eólicas, com vômitos, gritos, dôres de cabeça, ventre duro, cheio de ar e sensível ao tocar-se-lhe. IGNATIA : eólicas nocturnasque perturbão o somno; picadas na região splenica; detenção de flatulencias, com emissão difficil, porém que allivião: hypocondrios tympanicos, com 50 394 CAP. XVI. ABDÔMEN plenitude, principalmente nas mulheres delicadas e sensíveis, ou depois de um profundo pezar. LYCOPODIUM, se ha : producção e enorme accumulação de flatulencias, maxime depois de ter comido, pouco que seja ; com pressão no estômago e epigastrio; tensão, plenitude e tym- pavih.o do vtntre e da boca do estômago; e dejecções raras e duras. MERCURIUS, se ha: dô-es violentas, contractivas, com ventre tympanieo e duro, principalmente em torno do umbigo; ou dôres tensivas abrazadoras ou lancinantes ; soluço, bulimia, re- pugnância ás cousas adocicadas ; vontade de vomitar, e saliva- ção; arrotos, necessidade continua de ir á banca, ou diarrhéa mucosa; aggravamento das dôres de noite, sobretudo depois da meia-noite ; calafrios com calor e rubor das faces ; grande sen- sibilidade do ventre e ao tocar-se-lhe; extremo cansaço. Con- vém mais quando se suspeita da existência de vermes intes- tinaes. PHOSPHORUS, se as eólicas produzidas por flatulencias se manifestão profundamente no ventre, aggravando-se estando deitado. SEC ALE, se ha, nos homens: eólicas com dôr no espinhaço, dôres agudas nas coxas ; arrotos e vômitos ; ou nas mulheres, mormente na época das regras: dôr abrazadora no lado direito do ventre, com prisão de ventre e dôres abdominaes, como na cho-ra, ou também: eólicas violentas, pallidez do rosto, ex- tremidades frias, pulso pequeno, fraco, e suor frio. SULFUR, contra eólicas hemorrhoidaes depois do emprego infruetifero de carb.-veg. ou de nux.-vom., assim como contra eólicas biliosas se nem cham. nem coloc. forão sufficientes ; ou também contra as eólicas flatulentas que ainda restassem de- pois do uso de cham. coce nux.-vom. ou carb.-v., e finalmente contra coücas verminosas, se depois do uso de merc ou cin. restassem ainda padecimentos. VIPERA-CORALINA, é indicada quando as dôres de eólicas parecem occupar suecessivaraente diversas partes do colon, desde o sceco até ao recto, quando o movimento peristaltico dosimtsünos parece effectuar-se em sentido contrario; com paip.taçòes terrivei.-, do coração, e quando o abdômen parece apertado com uma cinte». Ç^ Comparai depois os artigos : Cholera, Dyspepsia, Diar- CAP. \VI. ABDÔMEN 395 rhéa, Enteritis, Gastralgia, Gastrosis, Helminthiasis, etc, em seus respectivos capítulos. Congestão abdominal e estagnação de san- gue no ventre.— Os melhores medicamentos, em geral, são: nux.-vom. e sulf., ou também : ars. caps. carb.-v., ou ainda : bell. bry. cham. mere phos.-fe puls. rhus. verat. ARSENICUM é particularmente conveniente se ha : muitas vezes pequenas dejecções mucosas ou aquosas, com grande fraqueza. NUX.-VOM. é principalmente indicada para as pessoas que passão uma vida sedentária, occupando-se de trabalhos intel- lectuaes, e em particular se ha : prisão de ventre e dejecções duras, difficeis, dôr no espinhaço, como se as cadeiras e as coslas estivessem despedaçadas e sem nenhuma força; dureza e tensão de ventre. CAPSICUM, nas pessoas fleugmaticas, preguiçosas, pesadas e de um gênio susceptível, mormente se com freqüência têm pe- quenas dejecções aquosas e mucosas. CARB.-VEG., se ha : grande flatulencia, inércia do canal in- testinal, prisão de ventre, dyspepsia e falta de appetite. SULFUR, na maior parte dos casos, ainda os mais obstinados, maxime nas pessoas hypocondriacas, e particularmente depois do uso anterior de nux.-vom. TRATAMENTO. — Empregão-se as 3a, 5a e 15a dynams., 1 a 2 gottas ou 6 a 8 glóbulos em 4 colheres d'agua. para uma de 4 em 4 horas, ou com maiores ou menores intervallos, se- gundo a gravidade do mal. Diapliragmitis.— O medicamento que em quasi todos os casos merece preferencia é:bry., ou também: cham. ou coce e nux.-vom. BRYONIA é sobretudo indicada, se ao mesmo tempo ha : pneumonia ou pleurisia, ou também violenta tosse secca ; exa- cerbação da dôr com o menor movimento da díaphragma ; febre violenta com pulso pequeno, accelerado e duro ; dehrio com grande agLação e angustia, tosse secca e curta. CHAMOMILLA, se ha : inchação pronuncida do epigastrio e das regiões hypocondrhcas, com aggravamento da dôr e suf- focação ao menor contacto, respiração anciosa, curta e inter- rompida pelas dôres; tosse secca, fatigante; vômitos e grande agitação com prantos e lamentações. 3!Ui CVP. XVI. AUDoMEN NUX.-VOM., se ha : sensação de contracção na parte inferior do peito, como se esta região estivesse apertada com uma corda, com tosse curta, fatigante, anxiedade, prisão de ventre e sede. Além destes medicamentos, tem-se recoramendado: cann. coce hyos. ipec. puls. stram. e veratr. TRATAMEXTO. — 1 a 2 gottas ou 5 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se com maiores ou menores inter- vallos, segundo a gravidade do doente. Eu t cri tis.— O melhor medicamento, na mór parte dos casos, é acon., algumas doses do qual, administradas de 2 em 2 ou de 3 em 3 horas, acalmão a inflammaçãó de tal maneira que era seguida ars. bell. lach. mere e veratr. concluem a cura. Nos casos mais complicados poder-se-ha também consultar : ars. bry. hyos nux.-vom., ou também : ant. canth. cham. chin. coloc. ipec, ou vip.-e, ou nitr.-ac. phos. puls. rhus. sec. squill. sulf., conforme as circumstancias. Ç^* Para os detalhes, que devem determinar a escolha do medicamento, comparai os artigos: Gastritis, Gastrosis, Cholera, Colicas, Diarrhéa, etc, em seus respectivos capi- tados. ISrysipelas no ventre. —Estas erysipelas muito freqüentes, e quasi sempre no baixo-ventre, prolongando-se ás partes genitaes, cedem a acon. bell. graph. ou lycop. São mais perigosas quando das partes genitaes sobem para o ventre do que seguindo a marcha inversa. E' mister attender sempre ao estado do cérebro, que sempre soffre mais ou menos desta enfermidade. Também cumpre indagar-lhe a cansa; e se ella tiver sido causa mecânica, como pancada, pisadura, ferimento, etc, convirá administrar arn., mesmo no primeiro periodo, não sendo que a febre muito predomine, porque então acon. tem o primeiro lugar. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 2 colheres de chá de 3 em 3 horas, augmentando-se os intervallos das doses á proporção das melhoras. Fia tos. — Os melhores medicamentos são: chin. nux.- vom. puls. sulf., ou também : bell. carb.-v. cham. coce, ou ainda: agn. ars. cale-ph. colch. coloc. fer. graph. lyc. natr. natr.-m. nitr.-ac ii.-mose phos. staph. verat. zinc. mags.-car. CAP. XVI. ABDÔMEN 397 ou também : asa. nux.-vom. Flatuosidades que causãoeólicas : carb.-v. chin. lycop. nux.-vom. puls. staph.—de cheiro fétido: agar. ars. assaf. carb.-v. fer.-m. plumb, puls. silic. — com emissão estrondosa de ventos: agar. amon.-m. canth. lach. silic.—com cheiro podre: ars. carb.-veg. Se é em conseqüência de alimentos flatulentos que se manifestou o mal, chin. merece a preferencia. Depois de bebidas : nux.-vom. Depois de ter comido carne de porco ou outros alimentos gordos : chin. ou puls. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 2 em 2 horas até a modificação dos soffrimentos : espere-se a acção do medicamento por alguns dias, para repeti-lo, e assim combater a tendência a este mal. ^^» Vede depois Colicas. Glândulas inguinaes enfartadas. —Ars. aur. cale carb.-v. elemat. graph. hep. iod. mere nitr.-a. silic staph. thui. (Vede Bubões e o cap. l.°) TRATAMENTO. — 1 gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12horas: descanse-se 3 a 4 dias para repetir no caso de melhora, ou tomar outro con- forme os symptomas. Grossura do ventre. — Para a grossura do ventre nas crianças, vede Oppilação do baço. Para a das pessoas moças, na idade da puberdade, lach. é muitas vezes de grande utilidade. Para a das mulheres idosas, ou que têm tido muitos filhos, o medicamento principal é sep., ou também: bell. cale? chin.? nux.-vom.? plat.? Helminthiasis ou affecções verminosas.— Os melhores medicamentos, em geral, são : acon. cina. angel. mere sulf., ou também: cale carb.-v. chin. cie fer. filix. graph. ign. n.-mosc. sabab. sil. spig., etc. TRATAMENTO. — 3 a 4 glóbulos da 5a dynam. em 3 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de chá de 4 em 4 horas, para combater o estado febril, cedido o qual empregue- se a cina da mesma maneira, tendo em lembrança o medica- mento indígena chonopodium-amb., com o qual têm-se tirado 3! IN CAP. XVI. ABDÔMEN maravilhosos resultados: o emprego do sulf. deve ser feito como meio de destruir as causas verrainosas. Para a solitária ou tema, poder-se-ha, na pluralidade dos casos, principiar por administrar uma dó'se de sulfur no quarto minguante, depois outra de mere na lua cheia seguinte, repetindo a de sulfur oito dias depois, e assim seguidamente por algum tempo. Se estes dous medicamentos não forem efficazes, ou não adiantarem a cura, poder-se-ha com preferencia consultar: cale carb.-v. filix. frag. gran.? graph. sabad. ete Cora ign.-ara. obtivemos a expulsão de uma longa tenia, tendo havido sym- ptomas de alienação mental, que tinhão tido por causa deter- minante um amor infeliz. Para as dôres causadas por lombrigas, os melhores medica- mentos, em geral, são: acon. cin. merc. sulf., ou lambem : bell. chin. cie hyos. nux.-vom. rhus. sil.-spig. Se ha febre com colicas, vontade de vomitar, ventre duro e tympanieo, tenesmo ou pequenas dejecções viscosas, o prin- cipal medicamento é acon., que no fim de algumas horas poder- se-ha, em caso de necessidade,.fazer seguir por cin., recorrendo depois a mere, se no espaço de 24 horas cin. não tiver produzido alguma melhora. Se com a febre e as colicas ha forte sede, grande sobre- excitação nervosa, sobresaltos e* susto facil, bell. merecerá a preferencia, ou também lach.-, se bell. não foi sufficiente. Além disso, tem-se ainda empregado contra as febres ver- minosas : chin. cie sil. spig.— contra as colicas com convul- sões : cie— contra as colicas com bulimia, diarrhéa ou frio: spig.— e contra as febres nas pessoas escrophulosas : sil. Combatida a intensidade do mal por um ou outro dos me- dicamentos precedentes, será sulf. muitas vezes empregado com bastante vantagem, quer contra o resto dos padecimentos, quer contra a repetição. Na maior parte dos casos será sufficiente, ou mesmo preferível, administrar uma só dose, no intervallo de três, quatro, cinco semanas ; e se no fim deste periodo subsis- tirem ainda symptomas que denotem algum resto de moléstia, como a magreza, appetite voraz, pallidez do rosto, etc, bar.-e cale graph. lyc, ou natr.-ra., concluirão muitas vezes a cura. Finalmente, para as dôres produzidas por ascarides, achar- cap. xvi. ardomen 399 --^ se-ha ordinariamente mais conveniente : acon. cale chin. fer. ign. mere sulf. Havendo grande agitação febril, principalmente de noite, com insomnia e agitação, é acon. que merece a preferencia, ou também ign., se elle não foi bastante. No caso de que estes dous medicamentos fossem inefficazes, ou se o mal voltar constantemente, maxime na lua nova ou na cheia, far-se-ha bem em administrar immediatamente, depois de cada uma destas épocas, uma dose de sulf., ou de uma só vez, ou em uma solução de oito onças d'agua, da qual tomará o enfermo de 8 em 8 dias uma colher de sopa. Se sulf. não foi sufficiente, poder-se-ha empregar pela mesma maneira : cale, ou também fer. no caso de necessidade ; e se após o emprego do fer. sobrevier uma diarrhéa que persista dever-se-ha recorrer a chin. Tem-se dado nestes últimos tempos uma importância extraor- dinária aos vermes, que na verdade existem em quasi todas as crianças e em outras pessoas de todas as idades ; e maior im- portância se tem dado ainda á camphora, como o anthelmin- tico por excellencia; de sorte que, exagerando uma e outra cousa, tem-se feito acreditar que os vermes são a causa de todas as enfermidades, e a camphora é o remédio universal para todas ellas. Não é lugar aqui próprio para refutar semelhantes opi- niões, nem é mister emprehendê-lo, porque o tempo irá melhor que os raciocinios desenganando os crédulos. Mas devemos dizer que da camphora, preparada homceopathicamente, muito bons resultados se conseguem em muitas enfermidades, sem que seja isso porque a camphora é só anihelmintica : á vista da sua pathogenesia, se ficará sabendo a razão por que ella é um remédio precioso, sem que seja universal: os vermes não são por si mesmos causa de enfermidade nenhuma, primitiva- mente, podendo aliás complicar e aggravar muitas. No estado de perfeita saúde, rara é a pessoa que não tem vermes, mas sem que elles a incommodem; logo, porém, que adoece os vermes apparecem, ou aggravão os padecimentos a que não derão causa; e assim também, restabelecida que seja a saúde, os vermes, que aliás ficão como d'antes no interior da pessoa que esteve doente, ::ão lhe occasionão mal nenhum. Concluirei dizendo que se devem tratar os doentes escolhendo remédios para elles conforme a totalidade dos symptomas de ÍOO CAP. XVI. ARDOMEN suas enfermidades, sem que a circumstancía de terem elles ou não terem vermes haja de influir, exclusivamente, nessa esco- lha ; pois, como se deduz do exemplo citado, os symptomas de alienação mental por uma causa bem differente de um verme, por uma causa moral, comquanto complicados pela exis- tência do verme, reclamarão ignatia amara, que não estava no caso de corresponder á existência de um verme, e curárão-se com ella, apezar de existir esse grande verme, que foi expulso apenas o remédio homceopathico da loucura produzio o seu effeito, curando-a e restituindo ao organismo a força necessá- ria e as condições de saúde próprias para expulsar o verme. Hepatitis e outras affecções do ligado.— Os melhores medicamentos contra as moléstias do fígado são, em geral : acon. bell. bry. cham. chin. lach. merc. nux.-v. puls1 sulf. Ou também: aur. cale kal. lyc. magn.-m. natr. natr.-m. nitr.-ac. Ou ainda mesmo: alum. ambr. am.-e berb.? cann. canth. n.-mosc, ou também: cie dig. magn.-m. mang. nitr. petr. ran. Para a hepatitis aguda são convenientes: acon. bell. mere nux.-v., ou também: bry. cham. chin. lach. puls. sulf. ACONITUM, é sobretudo indicado no principio do tratamento, particularmente se ha : grande febre inflammatoria com dôres lancinantes na região hepatica, dôres insupportaveis, com ge- midos, inquietação, angustia e medo da morte. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 5 a 6 glóbulos da 3» ou 5a dynams. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 2 ou 3 em 3 horas, conforme a intensidade da febre, tendo todo o cuidado no pulso para espaçar as doses, conforme os effeitos produzidos e melhora notável. BELLADONA, se ha: dôres pressivas que se propagão até ao peito e espaduas; intumescencia do estômago; tensão no epigastrio; respiração difficil com anxiedade; congestão na ca- beça com obscurecimento da vista; vertigens com desfalleci- mento ; sede ardente ; inquietação anciosa e insomnia. (Con- vém freqüentemente depois de acon., alternando com mere ou com lach.) TRATAMENTO. — Nos casos graves, empregão-se as 3a e5* dynams., 1 a 2 gottas ou 5 a 6 glóbulos em 4 colheres CAP. XVI. ABDÔMEN 401 d'agua, para dar-se uma colher de 3 em 3 horas, augmentando este intervallo logo que appareção melhoras : nos casos menos graves dê-se as doses com intervallos de 6 a 8 horas. BRYONIA, se ha : dôres pressivas com tensão nos hypocon- drios ; lingua carregada de uma camada amarellenta; forte oppressão do peito com respiração rápida e anciosa ; prisão de ventre, e aggravação das dôres com o movimento. TRATAMENTO. — O mesmo. . CHAMOMILLA, se ha : dôres pressivas, surdas, e que se não aggravão nem com a pressão exterior, nem com o movimento, nem respirando; com pressão no estômago; tensão nos hypocon- drios ; oppressão do peito ; côr da pelle amarella ; lingua carre- gada de uma camada amarella ; amargor da boca, e accessos de angustia. TRATAMENTO. — Como acima. CHINA, se ha aggravação do mal de dous em dous dias, com dôres lancinantes e pressivas ; inchação e dureza da região he- patica e do epigastrio; cephalalgia pressiva ; amargor da boca e lingua carregada de uma camada amarellada. TRATAMENTO. — O mesmo. LACHESIS, muitas vezes, no caso que merc. ou bell., pare- cendo dever-se indicar, não fossem entretanto sufficientes, ou quando estes dous medicamentos fossem dados alternadamente sem resultado, sobretudo nas pessoas dadas ás bebidas espiri- tuosas. MERCURIUS, freqüentemente depois de bell., se este me- dicamento não foi sufficiente, e mormente havendo : dôres pressivas, que não consentem estar deitado sobre o lado direito; amargor da boca, anorexia com sede ; calafrios contínuos ; côr amarella pronunciadissima da pelle e dos olhos. (Depois de merc. freqüentemente lach.) NUX.-VOM., se as dôres são lancinantes ou pulsativas, com sensibilidade excessiva da região hepatica ao tocar-lhe; gosto amargo e agro ; vontade de vomitar, ou mesmo vômitos; pres- são nos hypocondrios e no epigastrio, com respiração curta ; sede ; ourinas vermelhas; cephalalgia pressiva ; vertigens e accessos de angustia. (Depois de nux.-v. convém freqüentemente sul.) PULSATLLLA, quando ha : freqüentes accessos de angustia, maxime de noite, com dejecções de diarrhéa esverdinhadas e 51 402 CAP. XVI. A11D0MEN mucosas; vontade de vomitar; amargor da boca; lingua ama- rellada; oppressão do peito; tensão dos hypocondrios, e gastral- gia pressiva. SULFUR, muitas vezes depois de nux.-vora., principalmente quando as dôres lancinantes continuão ; ou também em todos os casos em que os medicamentos precedentes não produzirão, em poucos dias, um melhoramento sensivel, ou quando as me- lhons por elles produzidas não avancem de maneira alguma. Para as affecções chronicas do fígado, os melhores medica- mentos são : nux.-vom., ou sulf., ou também . aur. lach. lyc. magn.-m. natr., ou ainda : alum. amb. cale cham. sil., ou também : chel. ign. iod. Para o enfarte ou endurecimento do fígado, são sobretudo: ars. cale chin. nux.-vom. sulf., ou também : cann.? graph. lyc. magn.-m. merc. n.-mos. Os abcessos hepaticos parecem pedir com preferencia : lach. ou sil., ou também : bell.? mere hep. Contra os cálculos biliarios : bell. cale hep. lach. lyc. sil. sulf. (Serião todos elles inefficazes ?) As inflammações do fígado, agudas e chronicas, assim como as outras lesões a que ellas dão origem, muitas vezes provêm do emprego imprudente das drogas allopathicas, principal- mente do sulfato de quinina; mas também em grande numero tem por causa a repercussão de um exanthema provocado por alguns remédios tópicos. Também têm por causa as águas in- salubres e as exhalações miasmaticas dos pântanos ; e perma- necendo o doente no lugar pantanoso não pôde esperar que sua saúde se restabeleça. E', portanto, necessário que o doente affec- tado de alguma moléstia do ligado indague bem a causa delia; e, se é causa permanente, como a exhalação miasmatica e água máemáos alimentos, etc, é mister que se subtraia á acção permanente destas causas; se lhe provém o seu mal do em- prego de remédios allopathíeos, deve resolutamente abandonar esses remédios, que empeiorão de dia a dia os seus padecimen- tos ; e se uma erupção cutânea supprimida foi causa da en- fermidade, ou para ella predispôz muito, em vista se deverá t-r táU circunstancia, para do preferencia escolher o remédio que, em igualdade de condições, para ser escolhido a par de outros, apresentar por si a qualidade de corresponder a esta circumstancia. O rhus, a dulcamara, a pulsatilla, a calcaria, o CAP. XVI. ABDÔMEN 403 lachesis, o sulfur, etc, devem ser estudados neste sentido. (Vede Splenitis.) TRATAMENTO. — De qualquer dos outros medicamen- tos apontados, 1 a 2 gottas ou 5 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas, esperando-se a acção do medicamento por 4 a 6 dias, para re- petir ou tomar outro. Hérnias.— Os melhores medicamentos para a cura ra- dical das hérnias deveráõ ser : aur. coce magn.-m. nux.-vom. sil. verat. As hérnias cruraes requerem com especialidade : nux.-vom. As umbilicaes : camph. gran. nux.-vom. As es- crotáes : mag.-m. nux.-vom. As hérnias das crianças, por effeito de gritar, pedem prin- cipalmente : aur. coce nux.-vom. nitr.-ac. ou verat. Contra as hérnias encarceradas ou estranguladas, produ- zirão bom effeito, na mór parte dos casos, de uma maneira assaz prompta e sem operação alguma cirúrgica : acon. ciem. nux.-vom. op. sulf., ou também : ars. bell. lach. verat. Nós possuímos, e já com muita vantagem administrámos, a resina Itú (com esta denominação nos foi mandada da provincia de S. Paulo ; nós julgamos ser a gomma-resina Almecega ; mas esta que nos derão com o nome de Itú parece-nos ter soffrido alguma preparação que a despojou de toda a gomma, ficando só a resina); é precioso medicamento nas hérnias estranguladas, e também nas prisões de ventre muito rebeldes. ACONITUM, é sobretudo indicado se ha : grande inflamma- çãó das partes affectadas, com dôres abrazadoras no ventre, como por carvões' ardentes, sensibilidade excessiva ao menor contacto, náuseas, vômitos amargos, biliosos ; angustia e suores frios. Na maior parte dos casos as melhoras se pronunciarão depois da segunda dose, que em caso de necessidade se poderá admi- nistrar uma hora depois da primeira ; porém se depois da ter- ceira não tiver apparecido alguma mudança convirá adminis- trar sulf. (Vede mais abaixo.) AMPHISBOENA, é indicada quando ha: dôr lancinante no umbigo, a pelle se torna vermelha, e deixa dessorar uma agua- dilha serosa, ou quando se sente flatuosidade no sacco her- niario. * NUX.-VOM., se o tumor é menos doloroso e sensível ao con- I&4 CAP. XVI. abdômen tacto, os vômitos menos violentos, porém a respiração embaraça- dissima, e principalmente se o estrangulamento foi occasionado por um resfriamento, uma escandescencia, uma contrariedade ou cólera, ou também por um regimen vicioso, etc. (Pôde ser repetida de duas em duas horas.) OPIUM, se, no espaço de uma ou duas horas depois da se- gunda dose de nux.-vom., não houver alguma mudança, ou se ha desde o principio : rosto vermelho, ventre tympanieo e duro, arrotos pútridos ou mesmo vômitos de matérias excrementicias. (Póde-se repetir de quatro em quatro horas, até que a melhora se pronuncie.) Se no caso precedente o vomito se manifestar com suores frios e frialdade das extremidades, seria verat. que mereceria a preferencia, substituindo-o por bell. se depois da segunda dose não tivesse apparecido mudança. SULFUR, merece a preferencia se, uma hora depois de ser administrada a segunda dose de acon., não tíver sido possivel a reducção da hérnia, ou também se os vômitos biliosos se mudão em ácidos. Depois de se haver administrado sulfur, será bom esperar algumas horas, deixando o enfermo repousar tran- quillamente, se porventura adormecer. No caso em que o tumor apresentasse já symptomas de gangrena, seria lach. que mereceria a preferencia, ou também ars., se lach. não produzisse effeito. Qualquer que seja o medicamento que se empregue neste caso especial, elle não contraindica o uso de banho morno prolongado, em tina onde o doente possa entrar a seu gosto, com as espaduas e cabeça levantadas, curvado o corpo, e os joelhos levantados, firmando-se com segurança nos pés, que estejão apoiados a alguma parte immovel. Com geito e com vagar o mesmo doente, dentro do banho, deverá, sem fazer esforços, procurar introduzir a hérnia, e se o conseguir deverá nessa mesma posição collocar uma funda, para evitar que á sahida do banho outra vez a hérnia lhe saia e se estrangule. Se o doente, por muito incommodado ou por não ter geito, vê que não conseguirá reduzir a sua hérnia, não faça vãs tentativas para introduzi-la, que pôde peiorar; confie-se a outra pessoa mais hábil, e particularmente a algum cirurgião que tenha pratica. Quando nem os remédios nem as manobras podem conseguir a reducção de uma hérnia, mister se faz recorrer á CAI'. XVI. ABDÔMEN 408 operação chamada taxis descoberta; antes,porém, dessa operação ha outra (no caso só em que a hérnia parece que tem muito extraordinária quantidade de gazes, ou toda por elles é formada), e vem a ser a introducção de um torquater ex- plorador, o qual pôde, retirado o punção, dar pela canula passagem aos gazes, que total ou quasi totalmente enchião o sacco herniario, e assim, diminuindo o volume da hérnia, facultar a sua reducção, se ella é possivel, sem prejuizo de subsequente operação, se fôr indispensável, e sem damno do enfermo se ella a tiver evitado ; porque a picada que dá um torquater explorador é insignificante em comparação com a taxis que se procura evitar. Ietericia. — O medicamento principal é merc.; de ordinário é elle bastante para concluir a cura, comtanto que o enfermo não tenha abusado deste medicamento. Neste caso será chin. o preferido, medicamento que se pôde fazer alternar com mere se este não fôr sufficiente. A blata americana, usada vulgarmente na Bahia, prestou-nos grandes serviços, quando o enfermo já tinha abusado destes poderosos agentes, e que, além dos symptomas externos, sentia um quebrantamento geral, gosto salgado na bi.ca, peso da cabeça, picadas nas fontes, e febre. Em casos muito obstinados, que resistem ao uso destes três medicamentos, poder-se-ha ainda empregar hep. lach. ou sulf., fazendo-os igualmente alternar, sendo necessário, com mere Se fôr em conseqüência de uma viva contrariedade, ou de uma cólera, que a ietericia se manifesta, cham. ou nux.-vom., merecerão a preferencia, ou também lach. e sulf., principal- mente este ultimo. Para as ictericias produzidas por abuso de certas substancias medicamentosas, poder-se-ha consultar, contra a que é resultado da quina: mere, ou blata americana,bell. cale nux.-vom. ; contra a produzida pelo mercúrio: chin. ou hep. lach. sulf. ; contra a que resulta do ruibarbo ; cham. ou merc. Além disso, tem-se ainda empregado : acon. ars. cale cale- phos. carb.-v. dig. fer. e phos.-ac; e talvez que em alguns casos particulares se possa-também consultar: ambr. cup. nitr.-ac. puls. rhus., etc. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas da 3* ou 5a dynam., para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas: espere-se a acção do medica- 406 CAP. XVI. ABDÔMEN mento por 4 ou 6 dias para repeti-lo no caso de melhora, ou tomar outro. Ileus. ou paixão iliaca, cordapsum, eólica de miserere, etc—Se esta enfermidade, caracterisada por vômitos de matérias fecaes e de ourina, é conseqüência de uma excessiva contracção espasmodica dos intestinos, são prin- cipalmente : opium e plumb., ou também : coce? thui.? nux.- vom.? os que merecerião ser com preferencia consultados. Se pelo contrario, ha uma causa inflammatoria, dever-se-ha preferir: acon. sulf., ou talvez: lach.? bell.? merc:? Ainda nestes casos o opium muito repetido é precioso medicamento. TRATAMNETO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 3 em 3 horas, ou com maiores ou menores intervallos segundo a gravidade do mal. ?2^ Vede também: Enteritis e Hérnias. Oppilação no baço. — Vede cap. Io, Atrophia das crianças e Escrophulas, acerescentando aos medicamentos ahi indicados: asa.? caust. iod. merc. (Vede Splenitis.) Peritonitis. — Os melhores medicamentos são: acon. bell. bry. cham., ou também: coff. coloc. hyos. nux.-vora. rhus., etc. TRATAMENTO. — De qualquer dos medicamentos, em- pregão-se as 3a e 3» dynams., 2 a 3 gottas ou 6 a 8 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se de hora em hora, de 2 em 2 horas, conforme a gravidade do mal, augmentando o intervallo das doses á proporção das melhoras. ^^ Comparai, para os detalhes, as outras Infammações abdominaes análogas, taes como : Enteritis, Metritis, Febres puerperaes, etc, em seus respectivos capítulos. Prisão de ventre.—Muito difficil é não só combater as prisões ou constipações de ventre (rebeldes principalmente por effeito secundário dos purgantes), mas também persuadir os doentes a terem paciência para esperar que naturalmente se restabeleção nelles as funcções digestivas e as evacuações re- gulares que lhes são conseqüentes. Habituados os doentes a ver o effeito immediato dos purgantes, não reflectem naquillo mesmo que, máo grado seu, experimentão, e é que depois do uso de purgantes o ventre lhes fica mais preso ecada vez mais rebelde- o que exigem é um effeito immediato e prompto, pouco lhes importàoas conseqüências; e entretanto essas conseqüências CAP. XVI. ABDÔMEN 407 são funestas á maior parte dos doentes, que não souberão a tempo fugir do perigo e abandonar essa pratica Uao nociva de provocar dejecções, que produzem depois maior necessidade de outros remédios, que outras dejecções provoquem, até arruina- rem de todo a saúde sem jamais conseguirem o que mais dese- jão. Os doentes assim habituados aos purgantes são difficeis de curar; mas curão-se, e quando menos o esperão suas funcções todas se fazem com regularidade. Muitos são os medicamentos que podem concorrer para este fim ; mas. os principaes são : bry. caust. graph. lach. lyc. merc. natr. natr.-m. nux.-vom. ópio, e plumb., e também a resina Itú. Mas advirta-se que a prisão de ventre^deve entrar no quadro dos symptomas como outro symptoma qualquer, e por si só nada vale para escolher-se só por ella o remédio conveniente. Nós temos feito administrar como auxiliares os clisteres de caldo de gallinha mui gordo e salgado, feito com a gallinha inteira cozida com os intestinos e outras entranhas, e muito bom resultado têm conseguido os nossos doentes. (Vede cap. 17, Prisão de ventre.) TRATAMENTO. — De qualquer dos medicamentos, se fará so em tintura sendo a enfermidade recente, 1 até 3 gottas em 4 a 6 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 6 em 6 horas, em glóbulos; sendo antiga, de 3 a 8 glóbulos administrado da mesma fôrma. Splenitis e outras affecções do baço.— Os melhores medicamentos contra as moléstias do baço, em geral, são: agn. arn. bry. caps. chin. ign. nux.-vom. sulf., ou tam- bém : acon. berb.? iod.? mez.?ou ainda: fer. iod. Para a splenite aguda, o medicamento principal é chin., e depois: acon. arn. ars. bry. nux.-vom. ACONITUM, é apenas indicado para acalmar desde logo a febre se a violência da enfermidade o exigir ; muitas vezes, porém, poder-se-ha recorrer immediatamente a chin. (Vede mais abaixo.) TRATAMENTO. — 1 gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar com pequenos intervallos, conforme a exigência do caso. ARNICA, se chin. não foi inteiramente sufficiente, e mor- mente havendo: dôres pressivas, lancinantes, que interrom- pem a respiração, ou quando se manifestão symptomas typhoi- des, com apathia, estupor, e não1 reconhecendo o enfermo a gravidade de sua moléstia. 408 CAP. XVI. ABDÔMEN ARSENICUM, se sobrevêm diarrhéa com dejecções sangüí- neas, abrazadoras, e grande fraqueza ; ou também se a enfer- midade apresenta um caracter intermittente, e quando chin. não foi efficaz contra este estado. BRY.ONIA, se depois do emprego de chin arn. ou nux.-vom. persiste a constipação, com dôr lancinante a cada momento n a região splenica. CHINA, na maior parte dos casos, immediatamente depois de acon., ou mesmo desde o principio do tratamento, sobre- tudo se ha dôres pressivas, lancinantes, ou quando a enfermi- dade ostenta um caracter intermittente. NUX.-VOM., depois de chin. ou arn., se qualquer destes medicamentos tem produzido melhoras, persistindo comtudo a prj|ão de ventre e gastralgia pressiva, e estando simultanea- mente estacionario o estado geral. Para a obstrucção e dureza do figado achar-se-ha freqüente- mente ser de sumraa utilidade : agn. ars. caps. chin. ign. sulf., ou também: iod.? mez.? São as obstrucções do baço muito freqüentes nos indivíduos expostos á influencia dos miasmas dos pântanos, e que por isso muitas vezes soffrem de febres intermittentes ; ainda mais fre- qüentes são ellas nos quefrequentão as costas d'África, ou resi- dem lá algum tempo e soffrem as carneiradas, que alli são endêmicas ; mas o que determina principalmente estas molés- tias é o emprego dos remédios allopathíeos, particularmente o de sulfato de quinina em largas doses. As obstrucções do baço quasi sempre são seguidas de hydropisias de ventre ou geraes, e a sua terminação é fatal. Deve mais que tudo evitar-se que taes obstrucções se formem, já fugindo das causas que fazem apparecer as intermittentes, já fugindo muito mais dos trata- mentos allopathicos. TRATAMENTO. — De qualquer dos medicamentos cita- tados, 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em G horas ; deve-se esperar a acção dos medica- mentos por 4 ou 6 dias para repeti-los, ou tomar outro quando não resulte melhora. Tuberculos abdominaes.— Cale hep. lach. sil- sulf., ou também: iod. kal. merc. ol.-jee poderão ser com efficacia applicados contra esta moléstia. TRATAMENTO. — Administrão-se os medicamentos men- CAP. \V1. A1HKLUEN iü'J cionados, 1 a 2 gottas ou h a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar se 1 colher de 12 em 12 horas; espere-se a acção medicamentosa por 6 a 8 dias, para repeti-lo no caso de melhora ou tomar outro. As mesmas reflexões que temos feito acerca das obstrucções do baço podem fazer-se a respeito dos tuberculos abdominaes ou mesentericos. Tvmpanitis.—Chin. e ópio são os medicamentos princi- paes ; porém pode ser que em alguns casos se deva consultar : carb.-v. coloc lyc nux.-vom. sulf.? TRATAMENTO. — 1 gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, para tomar de 6 em 6 horas. ^és^ Vede, além disso, Colicas e Flatos. Zona.— De todas as erupções cutâneas é a zona ou cobretro a que mais particularmente tem sua sede nas paredes do ven- tre acontecendo que apparece n'uma e percorre até á outra cin- gindo o ventre como uma cinta. O rhus é o principal remédio desta erupção : para as outras vede o cap. 2.° TRATAMENTO. — Empregão-se as 3a e 5a dynams., 1 a 2 gotas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas ; o medicamento indígena que cura prompta- mente esta enfermidade é a amphisboena-verm. administrada da mesma fôrma. 52 CAJPITUIiO XVII EVACUAÇÕES ALVINAS, ÂNUS, RECTO E PER1NE0 Blennorrliéa no recto.—Os medicamentos que me- lhor parecem convirá esta affecção são : ant. bor. caps. dulc. lac. merc. phos. puls. sep. sulf. TRATAMENTO.— De qualquer dos medicamentos, 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas ; espere-se a acção do medica- mento por 4 ou 6 dias para repeti-lo, ou tomará outro. Diarrhéa.—Os melhores medicamentos são, em geral : ant. ars. cham. chin. dulc fer. ipec. merc. phos.-ac. puls. rhab. rhus. sec. sulf. e verat. Ou também : bry. cale caps. coloc nux.-vom. Ou ainda : arn. bell. berb. carb.-veg. cupr. graph. hep. hyos. lach. magn. nitr.-ac n.-mos. petr. sep., e mais hypomane man- cinella ou mancenilha. As diarrhéas sem dôres pedem principalmente: fer., ou tam- bém : chin. cin., ou ainda: ars. hyos. lyc. phos. stram. Com colicas : ars. bry. cham. coloc. hep. mere nitr.-ac. puls. rhab. rhus. sulf., etc Com tenesmos : ars. caps. hep. ipec. lach. mere nux.-vom. rhab. rhus. sulf., etc. Com vômitos : ars. bell. ipec verat., ou também : cham. coloc. cupr. dulc. fer., etc. (Comparai cap. 15, Cholera.) Com evacuações de alimentos não digeridos (lienteria): chin. fer., ou também : ars. bry. nux.-vom. vip.-cor. Com abatimento das forças (Diarrhéas debilitantes colliqua- tivas): ars. chin. ipec. verat.,ou também: n.-mos. phos. phos.- ac. sec Com frios antes de evacuar : mere spig. com náuseas: acon. dulc. mere rhus. stan. Para as diarrhéas biliosas, mucosas, etc, vede cap. 15, no artigo Gastrosis, as obstrucções biliosas, mucosas, etc. As diarrhéas chronicas muitas vezes se curão com : agar. CAP. XVII. A NUS 41 i eale chin. fer. graph. hep. lach. nitr.-ac. petr. phos. phos.- ac. sep. sulf. O relaxamento do ventre, ou disposição a ter diariamente muitas dejecções, acha de ordinário remédio entre: cale graph. kreos. mere natr.-m. nitr.-ac. phos. puls. sulf. Além disso, as diarrhéas manifestadas em conseqüência de um exanthema, comomorbilia, escarlatina, bexigas, etc, pedem commummente: ars. chin. merc. phos.-ac. puls. sulf. As que são occasionadas por um resfriamento : bell. bry. cale cham. dulc. merc. n.-mos. verat., ou também : caus. chin. natr. nux.-vom. op. puls. sulf.— por um resfriamento no estio, no outono ou na primavera: ars. dulc, ou também : bry. merc.— por bebidas frias : ars. carb.-v. n.-mosc. puls. As resultantes de uma emoção súbita, qual um susto, alegria repent'na : ant. coff. op. verat., ou também: acon. puls.—de uma emoção dfprimente, como um pezar: ign. ou phos.-c—de uraa contrariedade ou cólera : cham. ou coloc As que se manifestão por causa de uma indigestão ou regi- men vicioso: ant. coff. ipec puls. nux.-vom.—de um deboche: carb.-v. nux.-v.— do abuso do leite : bry. sulf., ou também : lyc. natr. sep.— do uso de ácidos ou frutas : ars. lach. puls., ou também : chin. ? rhod.?— á noite: ars. cham. chin. merc. n.-mos. puls. rhus. sulf.— de manhã: bry. caps. As que procedem do abuso de substancias medicamentosas, e particularmente do mercúrio : hep., ou também : carb.-v. chin. nitr.-ac—da magnesia: puls. rhab.—doRHuiBARBo: cham. mere puls., ou também : coloc. nux.-vom.—do tabaco : cham. puls. Demais, as diarrhéas nas pessoas fracas ou esfalfadas exi- gem com preferencia : chin. fer. n.-mos. phos. phos.-ac. sec. Nas pessoas phthisigas : cale chin. fer. phos. Nas escrophulosas : cale dulc. lyc. sep. sil. sulf., ou tam- bém : ars. bar.-c. chin. Nas idosas : ant. bry. phos. sec. Nas mulheres grávidas : ant. dulc. hyos. lyc. petr. phos. sep. sulf. — e nas paridas : ant. dulc. hyos. rhab. Nas crianças : ant. cham. fer. hyos. ipec. jalap. magn. merc. nux.-vom. rhab. sulf. sulf.-ac—durante a dentição : ars. cale. cham. coff. fer. ipec. magn. merc. sulf. Finalmente, quanto ás indicações fornecidas pelos symptomas, poder-se-ha com preferencia consultar : '[..' CAP. XV11. ANIS ARSKNICUM, se as evacuações são aquosas ou mucosas, es- branquíçadas, esverdinhadas ou pardas, tendo lugar mormente de noite, depois da meia-noite, ou sobre a madrugada, ou tam- bém depois de ter usado de bebidas ou de comidas ácidas ; com colicas ; dôres abrazadoras ou cruéis no ventre; grande sede ; anorexia com náuseas ou mesmo vômitos; grande magreza; grande fraqueza ; insomnia e anxiedade de noite; ventre tym- panieo ; extremidades frias; rosto pallido com faces encovadas; olhos também encovados, e olheiras. O arsênico é sem duvida o principal medicamento nas diar- rhé«as. TRATAMENTO.—1 a 2 gottas, ou 4 a 6 glóbulos em 4 co- lheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas: esperé-se a acção do medicamento por 4 a 6 dias, para repeti-lo ou tomar outro. CHAMOMILLA, contra diarrhéas aquosas, biliosas ou muco- sas, de côr amarellenta, esbranquíçadas ou esverdeadas, asseme- lhando-se a ovos batidos ; ou evacuações de matérias não dige- ridas ; borborygmos, anorexia, sede, lingua sobrecarregada ; colicas dilacerantes ou puxos ; plenitude na boca do estômago ; ventre tympanieo, duro; volta dos alimentos á boca, com von- tade de vomitar, ou vômitos biliosos ; amargor da boca; e nas crianças : gritos ; agitação ; inquietação ; desejo continuo de ser levado ao collo, etc. Convém muito quando tem havido suppressão de transpiração; mas convém mais particularmente ás crianças. TRATAMENTO.— 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos era 5 co- lheres d'agua, para dar-se cora intervallos de 3 a 4 horas, con- forme o estado do doente. CHINA, se as evacuações são abundantes, aquosas, escuras, com matérias não digeridas; as dejecções apparecendo principal- mente de noite Ou logo depois da refeição ; com colicas violen- tas, pressivas, constrictivas e caimbras, ou também sem dôr alguma ; grande fraqueza no ventre; borborygmos; arrotos; dôres abrazadoras no ânus; falta de appetite; grande sede e abatimento total das forças. E' preferível quando já antes da diarrhéa têm havido perdas de humores. (Comparai com Bryonia.) TRATAMENTO- Como ars. DULCAMARA, se ha : dejecções liquidas, esverdinhadas ou amarellentas, mucosas ou biliosas; evacuações nocturnas, com CAP. XVI1. ÂNUS 413 colicas e puxos, principalmente na região umbilical; anorexia e grande sede; náuseas ou mesmo vômitos; rosto pallido; grande prostração e inquietação. Convém quando se tem usado de bebidas frias estando o corpo quente, ou quando se tem mo- lhado os pés ou apanhado chuva ; também quando se ha feito uso de águas impuras. TRATAMENTO.— Como ars. FERRUM, se a diarrhéa se manifesta principalmente de noite ou depois de ter bebido ou comido, com dejecções fáceis e sem dôres; evacuação de matérias aquosas com alimentos não digeridos; rosto pallido ; magreza; ventre duro e tympanieo, sem flatulencias; sede; anorexia, alternando com bulimia; gastralgia pressiva; dôres de caimbras no espinhaço e ânus. Convém melhor ás jovens de um temperamento mui nervoso e que soffrem do utero. O mesmo tratamento. HYPPOMANE-MANCINILLA, quando ha : diarrhéa com eó- lica; tenesmos; uma evacuação natural seguida de dejecções repetidas e cada vez mais dolorosas; com matérias pretas e fétidas, e que depois tornão-se aquosas, por pouco ti mpo; dôres lanciuantes no lado direito do abdômen, e muita irrita- bilidade geral quasi insupportavel. O mesmo tratamento. IPECACUANHA, contra diarrhéas aquosas ou mucosas, de côr amarellenta, esbranquíçada ou esverdinhada, com náuseas, vontade de vomitar, ou mesmo vômitos de mucosidades ama- rellentas, esbranquíçadas ou esverdinhadas; colicas dilacerantes ou puxos, com gritos (nas crianças), inquietação e anxiedade; accumulação de saliva na boca; ventre tympanieo; fraqueza com vontade continua de estar deitado; rosto pallido; olheiras ;" frio; humor rixoso a irascivel; evacuações sanguinolentas. TRATAMENTO. — Como cham. MERCURIUS, se as dejecções são principalmente de noite, com evacuações aquosas, mucosas, espumosas ou biliosas, ou mesmo sanguinolentas, ou de côr esverdinhada, esbranquíçada ou amarellenta; dejecções assemelhando-se a ovos batidosi tenesmo freqüente, abrazãdor, prurido, e excoriação no ânus ; colicas e puxos violentos; pyrosis, náuseas e arrotos; calafrios e horripílações; suor frio, tremor e granf.e fraqueza. TRATAMENTO. —Como ars. ■íli CAP. XV11. A MS PULSATILLA, contra: diarrhéas mucosas, biliosas ou aquosas de côr esbranquíçada, ou com raios de sangue, ou amarellenta, ou esverdinhada, ou também que mudão de côr; evacuação de matérias estercoraes á maneira de papas, ou dejecções líquidas, fétidas com excoriação do ânus, simultaneamente ; amargor da boca; lingua carregada de uma camada branca; náuseas; vontade de vomitar ; arrotos desagradáveis, ou vomito mucoso amargo; colicas e puxos, maxime de noite. TRATAMENTO. — Como ars. RHABARBARUM, quando as evacuações têm um cheiroacido, cujas matérias são líquidas, mucosas, como fermentadas, com rosto pallido, salivação, colicas, necessidade freqüente de ir á banca e tenesmo; ou também evacuações abundantes, com vomito e grande fraqueza, ou se, nas crianças, a diarrhéa é acompanhada de gritos, com agitação, anxiedade e retracção das coxas. (Se rhab. não foi bastante, cham. de ordinário compleiará a cura, principalmente quando as dôres são viulentissimas.) TRATAMENTO. — Como cham. SECALE, se as evacuações têm lugar sem dôr; estando porém, os doentes fraquissimos, com dejecções aquosas, ama- rellentas ou esverdinhadas, que se evacuão promptamente ecom muita violência, muitas vezes mesmo involuntariamente; evacuações de matérias não dirigidas; colicas e puxos, maxime de noite ; lingua carregada de mucosidades; gosto saburroso; borborygmos freqüentes e flatulencias abundantes, com ple- nitude no ventre. TRATAMENTO. — Como cham. SULFUR, em muitos casos de diarrhéa mesmo os mais obstinados; principalmente se as evacuações são freqüentes, maxime de noite, com colicas, tenesmo, ventre tympanieo, dys- pnéa, calafrio e grande fraqueza ; dejecções mucosas ou aquosas, espumosas ou pútridas, de côr esbranquíçada ou esverdinhada; evacuações de matérias não digeridas ou ácidas, ou mesmo sanguinolentas; renovação da diarrhéa como menor resfria- mento ; magreza, etc. TRATAMENTO.— Como ars. VIPERA-GORAL1NA, quando ha : diarrhéa de água amarella misturada com mucosidades, evacuação dos alimentos não digeridos, dôres agudas na barriga, aperto violento do esphinter C.VP. XVII. ani;> iln do ânus, e sensação como se um bicho o mordesse ; depois de duas semanas é geralmente seguida de uma prisão de ventre, quasi interminável. O mesmo tratamento. D'entre os outros medicamentos poder-se-ha consultar depois: ANT1MONÍUM, contra diarrhéa aquosa, estômago em des- arranjo ; lingua carregada de uma camada branca, anorexia, arrotos e náuseas. BRYONIA, freqüentemente durante o calor do estio, sobre- tudo se a diarrhéa é em conseqüência de bebidas frias, ou de uma contrariedade, ou de uma cólera, não tendo cham. sido bastante. CALCAREA, muitas vezes depois de sulf. nas diarrhéas chronicas das crianças escrophulosas, com fraqueza, magreza, rosto pallido e appetite pronunciado. CAPSICUM, contra diarrhéas mucosas, com tenesmos e abraza- mento do ânus. COLOCYNTHIS, contra diarrhéas biliosas ou aquosas, com colicas espasmodicas, violentas, e sobretudo se ellas forão caus idas por uma contrariedade ou uma cólera, e quando cham. não tenba sido sufficiente contra este estado. CROTALUS, quando ha: diarrhéa, como clara de ovo, depois de muitos tenesmos e cahida do recto. MERCURIUS CORROSIVUS, havendo hálito fétido, com inchação do lábio superior, sede inextinguivel, evacuações biliosas e fétidas, ou pardas e sanguinolentas, com muitos tenesmos e dôres quasi continuas; ourinas difficeis, tenesmos da bexiga, corrimento seroso, e depois.- mais espesso, com comichãoe picadas na urethra. NUX.-VOM., se ha: evacuações freqüentes, porém pouco abundantes, de matérias aquosas, mucosas, esbranquíçadas ou esverdinhadas, com colicas e tenesmo. PHOSPHORUS, principalmente contra diarrhéas chronicas, cora evacuações sem dôres, porém com diminuição lenta de forças. PHOSPHORI-ACID., contra diarrhéas aquosas e mucosas, com matérias não digeridas, ou com evacuação involuntária. RHUS.-TOX., contra as diarrhéas que se manifestão, prin- cipalmente de noite, com dôres nos membros, dôr de cabeça e colicas, que se aggravão sempre depois que se bebe ou come. 4! ti CAP. XVII. ANLS ^315» Comparai também : Cólera, Dysenteria, Gastrosis, Vômitos, em seus respectivos capitulos. :V. B. Tanto na diarrhéa como na dysenteria, importa conservar sobre o ventre um gráo moderado de calor, o que se consegue tendo sobre elle um pedaço de baeta por cima da camisa; devem-se prohibir as bebidas muito frias e só alimentos sólidos para não irritar os intestinos; a dieta constará de leite, água morna com assucar, e mui ligeira canja de arroz adoçada, ou de frango; todas as bebidas espirituosas são perniciosas; o doente irá pouco a pouco passando ao sustçnto ordinário. Durante a febre, o doente estará em um quarto fresco, evitando que o ar lhe venha directamente, para não constipar-sc A hu- midade lhe é prejudicial. A roupa do corpo e da cama será brandamente aquecida para tirar a humidade, principalmentí- se tiver estado por muito tempo guardada ; o doente poderá tomar banhos tepidos sempre que fôr á banca, mas com toda a cautela para se não constipar. TRATAMENTO. —De qualquer dos outros medicamentos citados, 1 a 2 gottas da 5a dynam. em 4 colheres d'agna, para dar-se com maior ou menor intervallo, segundo a gravidade do mal. Dysenteria. —Os medicamentos mais freqüentemente indicados são: acon. ars. bry. carb.-v. chin. coloc. ipec. jalap. merc nux.-vom. puls. rhus. sulf., ou também : bell. caps. colch. dulc gran.? hep. kreos. lach. nitr.-ac. n.-mosc. rhab. staph. D'entre estes medicamentos, poder-se-ha com preferencia consultar: ACONITUM, se a dysenteria se manifesta por causa de um lempo quente com noites frias; com dôres rheumaticas na cabeça, nuca e espaduas, ou com calafrios violentos, grande calor e sede. (Se acon. não foi sufficiente, convirào em seguida: cham. merc. nux.-vom. ou puls.) TRATAMENTO. — I a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 3a ou 5» dynam. era 4 colheres d'agua, para tomar com intervallo de 4 a 6 horas conforme a gravidade do doente, augmentando o intervallo das doses á proporção que a febre fôr cedendo e haja melhoras. ARSENICUM, se as dejecções se tornâo pútridas, mesmo com evacuações involuntárias, grande fraqueza, ourinas fétidas, CAP. XVII. ÂNUS 417 fedor da boca, estado de estupor, com apparecimento de manchas vermelhas ou azuladas. (Se ars. não foi sufficiente, depois convirá carb.-v., ou também nux.-vom. se o estado se aggravou com o uso de ars.) TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 3, 4 ou 6 em 6 horas, conforme a gravidade do doente, tendo todo o cuidado em observar os effeitos do medicamento para espaçar mais as doses. BRYONIA, freqüentemente depois de acon., maxime durante o calor do estio, e se em conseqüência de um resfriamento por bebidas frias se manifestou a dysenteria. CARBO.-VEG., não sendo ars. sufficiente contra este estado de podridão, e principalmente quando o hálito do enfermo é frio e que se queixa de dôres abrazadoras. (Sedepois de carb.-v. o cheiro das dejecções não desappareceu, convirá recorrer a chin.) TRATAMENTO. —Como ars. CHAMOMILLA, muitas vezes depois de acon., maxime se ha grande calor com sede, dôres rheumaticas na cabeça e grande agitação. TRATAMENTO. — { gotta ou 4 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 Cm 6 horas. CHINA, se nem ars., nem carb.-v., forão sufficientes contra o estado de podridão, ou também contra a dysenteria que se manifesta nos lugares pantanosos, principalmente se a enfer- midade toma o caracter intermittente. TRATAMENTO. — Como carb.-veg. COLOCYNTHIS, um dos principaes medicamentos depois de mere contra a dysenteria, sobretudo se ha : colicas á maneira de caimbras, forçando a dobrar-se sobre si mesmo, com grande agitação, evacuações de mucosidades sanginolentas; plenitude e pressão no ventre, com um estado qual o de tympanitis; horripilações partindo do ventre; lingua carregada de uma camada branca. TRATAMENTO. — Como ars. IPECACUANHA, um dos mais poderosos medicamentos nas dysenterias que se manifestão no outono, principalmente depois do uso do acon., ou se ha: tenesmo violento e colicas com evacuações, principalmente de matérias biliosas, depois de 53 í!8 CAP. XVII. AXUS mucosidades sanguinolentas. Se ipec não fôr sufficiente, é coloc. que em seguida se deverá indicar. TRATAMENTO. — Como ars. MERCURIUS, medicamento que em bastantes casos achar-se- ha ser quasi especifico, sobretudo havendo antes, e muito mais depois das dejecções, tenesmo violento, como se todos os intestinos quizessem sahir com os esforços; esforços que to- davia não fazem evacuar senão sangue puro, ou também sangue misturado com matérias esverdinhadas, era fios, assernelhando- se a ovos batidos ; durante as dejecções, gritos (nas crianças), colicas violentas, náuseas, arrotos, calafrio e horripilação, suor frio no rosto, grande prostração e tremor dos membros. Também mere-corr. pôde aproveitar em casos análogos. TRATAMENTO. -!-Como ars. NUX.-VOM., principalmente havendo pequenas dejecções freqüentes, com tenesmo e evacuações de mucosidades sangui- nolentas ; colicas violentas na região umbilical; grande calor e forte sede; sobretudo depois de acon. ou bry. contra as dysenterias que se manifestão durante o calor do estio, ou lambem se ha : cheiro pútrido das evacuações, e quando ars. não fez senão aggravar este estado. TRATAMENTO.— Como ars. PULSATILLA, sobretudo se ha : evacuações que não contêm senão mucosidades com raios de sangue; gosto saburroso na boca ; vontade de vomitar, ou mesmo vômitos mucosos ; calafrios freqüentes, principalmente pela tarde; dyspnéa e humor chorão. TRATAMENTO. —Como cham. RHUS, sobretudo se em um periodo avançado da moléstia ha evacuações nocturnas involuntárias, sem colicas nem tenesmo, e quando juntamente ha erupção de botões que se ulcerão. TRATAMENTO. - Como cham. SULFUR, muitas vezes nos casos os mais desesperados, quando nenhum dos outros medicamentos pôde destruir a enfermidade, maxime se ha dyspepsia; evacuações com muco- sidades com raios de sangue; necessidade excessivamente fre- qüente de ir á banca; tenesmo violento, sobretudo de noite; ou também nas pessoas sujeitas a hemorrhoidas. TRATAMENTO. _ Como merc. VIPERA-COR., quando o sangue negro é evacuado com os CAP. XVII. AKUS 41'J alimentos, e depois épuro e vermelho, com pontadas no ânus e cahida do recto. ^^ Comparai Diarrhéa. Evacuações alvinas semelhantes a papas: agarie antim.-cr. arn. bell. carb.-v. chin. merc. — podres: arn. ars. chin. cupr. silic. sulf.-a. — aquosas: acon. antim.-cr. ars. cham. chin. coloc. cupr. fer. hyos. ign. ipec. lach.—amarellas : ars. bell. chin. côíoc coce dulc. ignat. ipec. merc. nitr.-a. phos. puls. rhus. sulf.-a. — verdes : bell. cham. dulc. ipec. phos. nux.-v. phos.-a. puls. stram. sulf.-a. veratr. — mui volumosas: canth. mere nux.-vom. sulf. — como bolas de carneiro : mag.-m merc. op. plumb. sulf. verb.—fétidas: ars. assaf. carb.-v. puls. sulf. — não digeridas: chin. fer. oleand. — escuras, cinzentas ou pardas: aur amon.-m. càrb.-v. caust. digit. nux.-vom. — negras: cale camph. coloc. phos. sulf. — biliosas: acon. cham. merc. puls. — mucosas asar. bor. cap. cham. nux.-vmo. phos. puls. sulf.—liquidas: arn. ars. cale carb.-v. chin. cicut. phos. secai, veratr. — purulentas : canth. merc silic. — sanguinolentas: canth. ipec. merc. nux.-vom. puls. sep. sulf.—difficultosas: antim.-cr. arn. bry. chin. graph. ign. lycop. merc. natr.-m. nux.-vom. op. phos.-a. puls. rheum. silic. spig. stan. sulf. sulf.-a. veratr. — involuntárias : acon. arn. bell. bry. chin. hyos. natr.-m. nux.-vom. phos.-a. puls. sulf. veratr.—com vontade inútil de evacuar: acon. arn. ars. -carb.-v. cocul. colch. con. lach. lycop. natr.-m. nitr.-a. plum. puls. rhus. spig. stan. stram. sulf. veratr. Fistula no recto.— São : cale caus. lyc. merc nitr.- ac puls. sil. e sulf. que merecem ser consultados com preferencia. (Vede, além disso, Ulceras fistulosas, cap. 2.°) Com o emprego de silic. sulf. mere e nitr.-ac. temos conseguido já bastantes curas de fistulas que só uma operação poderia ter curado. Temos apresentado ao publico estescasos, na esperança de convencer com elles mais algum medico a examinar imparcialmente as doutrinas homceopathicas; mas tem sido inútil, porque o maior cego é aquelle que não quer ver. TRATAMENTO. — \ a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas: espere-se a acção do medicamento por 6 ou 8 dias para repeti-lo ou tomar outro. 420 CAP. XVII. A.NUS lleniorrhoitlas. — Os medicamentos mais conve- nientes contra as affecções hemorrhoidaes são, em geral: acon. ant. ars. bell. cale caps. carb.-v. cham. ignat. ipec mur.-ac nux-vom. puls. sulf. Ou também: amb. am.-e am.-m. anae berb.? caus. chin. coloc. graph. kal. lach. nitr.-ac. petr. rhus. sep., e talvez ergotína. Cumpre advertir que nada é mais vulgar»do que resumirem os doentes todos os seus soffrimentos na palavra—hemorrhoidas —, e ficarem alguns médicos satisfeitos com esta declaração concisa, e receitarem a primeira droga que lhes occorre á memória. Esta palavra na maior parte dos casos nada significa, e para os homoeopathas nunca deverá servir de guia só por si na escolha do remédio. Cumpre tomar nota de todos os incom- modos, um por um, que o doente soffre, e decidir-se pelo remédio que corresponder a todos reunidos, e conforme as circumstancias particulares de sua apparição e permanência. Para as colicas causadas por hemorrhoidas, ou existentes com ellas, são principalmente: carb.-v. coloc. lach. nux.-vom. puls. e sulf. Para o prurido do ânus : acon. nux.-vom. sulf. Para a inflammaçãó das borbulhas ou botões hemorrhoidaes: acon. cham. puls., ou também: ars mur.-ac. nux.-vom. ou sulf. Para as hemorrhagias que algumas vezes sobrevêm : acon. bell. ipec, ou também: cale chin. ferr. sec. sulf., e talvez ergotína. Para os soffrimentos resultantes da suppressão de um fluxo hemorrhoidal habitual: nux.-vom. sulf., ou também: cale carb.-v. puls. Para os fluxos mucosos (hemorrhoidas mucosas): ant. caps. carb.-v. puls. sulf., ou também: bor. ign. lach. merc. Finalmente, para a disposição constitucional ás hemor- rhoidas: nux.-vom. sulf., ou também: cale carb.-v. caust. graph. lach. petr. Os abusos de mesa, ou as comidas sobre-posse, e muito succulentas e muito apimentadas; a falta de exercicio depois da comida; o habito de dormir a sésta, ou de se deitar logo depois da cêa; o abuso de vinho, cerveja, e outras bebidas fermentadas, e ainda mais o abuso do café; o habito de esta1" CAP. XVII. ÂNUS 421 sentado por muito tempo, e ainda mais em cadeiras estofadas; e muito mais o uso de purgantes e de clisteres irritantes ; são causas das hemorrhoidas, e causas que o doente pôde evitar, se quizer. O emprego de sanguesugas e de semicupios amiudados tão longe está de dar remédios a essa moléstia que a aggrava cada vez mais, e augmenta as necessidades e os incommodos da vida. E' mister que o indivíduo que sente disposição para hemor- rhoidas dirija sua vida no sentido de evitar ura mal tão incom- modo, o qual ainda tem de mais o inconveniente de responder a quaesquer outros incommodos bem diversos, e assim demorar a cura delles por se lhes não ter dado attenção. Além disso poder-se-ha com preferencia consultar : ACONITUM, se ha: sangramento das hemorrhoidas com picadas e pressão no ânus, sensação de plenitude no ventre, com tensão, pressão e colicas ; dôres no espinhaço, como se as costas e o sacro estivessem despedaçados; febre com pelle secca. ANTIMONIUM, se ha : secreção abundante de mucosidades de um branco-amarellado, com ardor, formigamento, prurido ou mesmo fendas no ânus. (Convém freqüentemente alternando com puls.) ARSENICUM, se o sangue que se escoa é escandescente com dôres cruéis lancinantes nas borbulhas hemorrhoidaes ; calor e agitação, com abrazamento nas veias, ou grande fraqueza. (Convém muitas vezes alternado com carb.-v.) BELLADONA, contra as hemorrhoidas sanguinolentas, com dôres violentas no espinhaço, como se as costas se quizessem despedaçar. (Se bell. não foi bastante, é principalmente a hep. que se deve recorrer.) CALCAREA, de ordinário depois do uso de sulf., não sendo sufficiente este medicamento, ou se delle abusou o enfermo, maxime se as hemorrhoidas sangrão freqüentemente, ou se, havendo fluxo habitual nas pessoas plethoricas, fora elle supprimido. CAPSICUM, se as borbulhas estão muito inchadas, com fluxo de sangue pelo recto, ou de mucosidades ensangüentadas; dôres cruéis no ânus; crispações dolorosas no espinhaço e nas costas, com puxos. CARBO-VEGET., contra inchação volumosa e azulada das borbulhas, com dôres no espinhaço lancinantes; rijeza das 422 CAP. XVII. A.NUS costas, abrazamento e dôres rheuraaficas nos membros ; prisão de ventre com dejecções abrazadoras e fluxo de sangue; congestão freqüente na cabeça, com fluxo de sangue pelo nariz ; flatulencia, inércia, do ventre; assim como se ha secreção abundante de mucosidades escandescentes pelo recto. E' este um medicamento que convirá consultar em muitos casos. CHAMOMILLA, contra hemorrhoidas fluentes com dôres compressivas no ventre ; necessidade freqüente de ir á banca; de tempos em tempos diarrhéa com dejecções'abrazadoras e corrosivas; dôres cruéis no espinhaço, sobretudo de noite, ou também se ha rhagadas dolorosas e ulceras no ânus, e até prolapso do recto, mesmo que date de muitos dias. Nestes casos póde-se recorrer a applicações tópicas da tintura diluída em cinco ou seis partes d'agua pura. IGNATIA, havendo: picadas violentas no recto até no interior prurido e formigamento no ânus, fluxo de sangue em abun- dância, queda do recto indo á banca, ou dôr de excoriação e de contracção no recto com freqüente necessidade, mas inutil- mente, de ir á banca, e evacuação de mucosidades ensan- güentadas. MURIATÍS-ACID., se as borbulhas ou botões hemorrhoidaes estão inflammados, inchados, de um vermelho azulado, com inchação do ânus, dôres de excoriação, picadas violentas, e grande sensibilidade ao tocar-se-lhes. NUX-VOM., tanto contra as hemorrhoidas cegas e fluentes, como contra as anomalias desta affecção, principalmente nas pessoas de uma vida sedentária, ou que têm abusado do café, ou de bebidas espirituosas; e também nas mulheres pejadas, ou em conseqüência de affecções verminosas, etc, sobretudo se ha : dôr lancinante," abrazadora, ou prurido no ânus, picadas e sacudidelas no espinhaço, com dôr aguda, não deixando endireitar-se, prisão de ventre freqüente, com vontade inútil de ir á banca ; sensação como se o ânus estivesse tapado ou contrahido ; congestão freqüente no ventre e na cabeça, com flatulencia no epigastrio e nos hypocondrios; cabeça pesada, inaptidão para meditar e vertigens; dysuria e estranguria; fluxo, pelo ânus, de sangue ou mucosidades. SULFUR, nas mesmas circumstancias que nux.-vom., se este medicamento não foi sufficiente, e sobretudo se a prisão CAP. XVII. ÂNUS 423 de ventre alterna algumas vezes com dejecções de diarrhéa com mucosidades ensangüentadas; sensação de corroimento no ânus, com prurido e picadas; congestão freqüente na cabeça; palpitação do coração; excitação facil do systema vascular; pulsações por todo o corpo, com angustia e oppressão, depois da menor emoção moral; dispepsia; dysuria, suor, abrazamento e sahida freqüente dos botões hemorrhoidaes. (E', depois de nux.-vom., sulf. o que melhor convém ; muitas vezes se obterá com estes dous medicamentos, administrados alternadamente, quanto se possa desejar para curar as affecções hemorrhoidaes chronicas.) ^«^ Comparai os artigos: Colicas, Congestão abdominal, Prisão de ventre, etc. TRATAMENTO. — De qualquer dos medicamentos citados, empregão-se as 3a e 5a dynams., 1 a 2 gottas em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de6 em 6horas: o medicamento indígena que mais proveito lhe tem obtido é o polygon.-hyor. administrado da mesma fôrma: também se tem empregado com bom resultado a pimenta da Jamaica. OBSERVAÇÕES CLINICAS hemorrhoidas Por esta palavra são designados vulgarmente muitos soffri- mentos que não têm relação alguma com a dilatação dos vasos sangüíneos do intestino recto, nem com a sahida de dobras deste intestino para fora do ânus, nem com a formação de vários mamillos ou botões, etc, que constituem localmente a enfer- midade que tem este nome ; mas, na verdade, apezar de não apparecerem bastantes vezes signaes alguns exteriores de he- morrhoidas, acontece que muitas pessoas têm todos os padeci- mentos que em outras se dão, que realmente apresentão estes signaes exteriores característicos da enfermidade ; e n'umas e n'outras pessoas acontece haverem ou deixarem' de haver he- morrhoidas, mas em todos os soffrimentos nervosos são muito análogos. E, como são muito vulgares taes padecimentos, nós vamos ajuntar aqui um resumo assaz abreviado das observações 42 í CAP. XVII. ÂNUS clinicas colligidas pelo Dr. Beauvais (de Saint-Gratien), afim de guiar os doentes por experiências alheias, para que elles, por analogia, possão escolher os remédios que melhores jul- garem e mais apropriados ao seu estado, ou para que, recorrendo ao seu medico, lhe tragão á memória taes casos que elle não devem ignorar, e que extensamente poderá estudar na obra de onde os extrahi. ACONITUM, e depois sulfur, curarão um homem de 56 annos, de vida sedentária, commodista, comendo e bebendo bem, e que tendo tido antes boa saúde soffria desde 25 annos, de tempos a tempos, hemorrhoidas cegas com sahida de botões muito dolorosos, etc—Dr. Gaspary. ACONITUM, convirá sempre no principio quando os botões hemorrhoidaes apparecem inflammados e ha febre, ete — Dr. Harteman. ACONITUM. « Prestou-me serviços nos casos de hemo- rhoidas dolorosas, em que se recorre de ordinário ás san- guesugas, por causa da inchação dos botões hemorrhoidaes e dos tenesmos cruéis. » — Dr. Rirsch. ARSENICUM, moderou muito os incommodos de um homem de 48 annos, cheio de vigor e de saúde, á excepção de uns botões hemorrhoidaes, que lhe fazião soffrer muitas dôres pruriginosas e lancetantes, com ourinas sanguinolentas, diar- rhéa, cephalalgias, etc— Dr. Caspary. ARSENICUM, melhorando immediatamente, curou em poucos dias uma mulher de 22 annos, mãi de seis filhos, que soffria horrivelmente, e que recorreu á homceopathia porque seus médicos ordinários não lhe achavão Temedio e querião extirpar- lhe os tumores hemorrhoidaes, sopponho que já tinhão ulceras concrosas. Nux -v. sepia e sulf. acabarão o curativo radical. — Dr. Widenhorn. BRYONIA. « Não se pôde desconhecer a sua salutar in- fluencia quando o doente se queixa de dôres pungentes na parte inferior do rectum, depois de obrar, e quando a dôr se dissipa só lentamente. A indicação é ainda mais certa quando o doente soffre um enchimento no lado esquerdo dos lombos, quando este enfarte degenera pelo movimento n'uma dôr lancinante pressiva que se acalma só pelo repouso, e que indica affluir o sangue em grande abundância ao baço ou nelle estagnar. »— Dr. Harteman. CAI'. XVII. ÂNUS 425 CALCAREA—CARBÔNICA, muitas doses seguidas, curou os horríveis effeitos de uma suppressão de fluxo hemorrhoidal que datava de mezes, n'um homem moço, que tinha tido já d'antes sarnas e dartros. — Dr. Knorre. CARBO—VEGETABILIS, curou um homem de 40 annos, magro, de temperamento excessivamente calido, gênio vivo e ardente, que havia recorrido a todos os remédios allopathíeos, e tomado sem maior proveito ars. bell. bry. calei graph. lyc. nux.-v. puls. e sulf. — Dr. Bethmann. CHAMOMILLA, interior e exteriormente, curou em oito dias um prolapso do recto a um homem hemorrhoidario, que era pintor, e havia onze dias que soffria horrivelmente pela queda do recto (que sempre lhe succedia quando obrava), tendo sido inúteis todos os tratamentos que emprehendêra o seu medico allopatha para o alliviar, e desesperando elle de sua cura.—Dr. Peschier. CHAMOMILLA, decoeção, exteriormente em compressas, curou uns botões hemorrhoidaes a uma mulher de 48 annos, que soffria desde seu ultimo parto, sangrando-lhe os tumores varias vezes por anno, e tendo-se-lhe emfim aggravado os incommodos por causas moraes.—Dr. Sannicola. GRAPHITES, precedida de nux.-vomica e seguida de silicea, n'umarecahida, curou um alfaiate que soffria muitos incom- modos do baixo-ventre, prisão de ventre e diarrhéa alternativas, e botões hemorrhoidarios muito dolorosos.—Dr. Gaspary. LACHESIS, muito repetido de três em três dias, precedido de sulf. e de comum, e intercalado por nux.-vomica, e seguido de sfaphysagria, nitrum, e carbo vegetabilis, curou um homem de 32 annos, forte, sangüíneo, muito acostumado a andar a ca- vallo e~a tomar bebidas quentes, o qual soffria muito de hypo- condria e congestões sangüíneas nas vísceras do ventre, com tristeza, cólera ou indifferença, e outros soffrimentos moraes. —Dr. Widenhorn. « N. B. Fiz tomar três doses de lachesis, de três em três dias, diz elle, como é próprio ao lachesis, porque este meio exige que o repitão até á apparição de uma acção manifesta, que é mister cuidar muito em não perturbar, mesmo quando se pronuncia logo á primeira dose. » MURIATIS-ACIDUM, curou em seis dias uma mulher, ainda moça, que soffria muito em razão de dous grossos mamillos he- 5/4 426 CAP. XVII. ÂNUS raorrhoidaes, sobrevindos ao sexto parto, depois de dous acces- sos de febres intermittentes —Dr. Rnorre. N1TRUM-ACIDUM, repetidas doses depois de nux.-vom. e ignat., curou pouco a pouco um menino de 13 annos. que soffria constantemente, e tinha hemorrhagias sempre que obrava.— Dr. Rnorre. N. B. A principio obrava só de três em Ires dias; depois de nux.-vom. e iumat. obrava todos os dias. NUX.-VOMICA suspendeu a hemorrhagia ; depois bry. ign. e outros remédios muito melhorarão a ura jurisconsulto, de 43 annos de idade, que, tendo começado a soffrer do estômago, havião-se-lhe augmentado estes soffrimentos. e prolongado para o baixo-ventre, etc, ete, soffria todas as manhãs hemorrhagias de quatro a seis onças, e tinha ficado em estado de extrema debilidade.—Dr. Romani. NUX.-VOMICA e BRYONIA, entre outros remédios, melho- rarão muito a um homem de estudos, que havia tomado muito enxofre, e sangrando-se todas as vezes que soffria os ataques, os quaes se amiudavão cada vez mais.--DR. Bethmann. NUX.-VOMICA: Doses repetidas de tintura. « Fallo aqui so- mente dessa affecção dolorosa do rectum, que apparece muitas vezes mais ou menos tempo depois do parto, e que observei * já seis vezes exactamente com a mesma fôrma. Já durante a gravidez se notão desordens nas excreções alvinas e affec- ções hemorrhoidaes. Duas ou três semanas depois do parto, cada vez que vai obrar sente a mulher dôres lancinantes no recto. Logo depois as evacuações não têm lugar senão de três em Ires, ou cinco em cinco dias, e os excrementos são seccos e duros como pedra. Depois de muitos e prolongados esforços, sahe apenas uma pequena quantidade de matérias ; a dôr do recto chega ao mais alto gráo de violência, com suor ancioso no rosto, e tendências para syncope ; sahe com os excrementos sangue puro ou muco sanguinolento ; depois do que ainda durão muito tempo o ardor e as picadas. O mesmo ânus fôrma um tumor duro, redondo e livido, e ha dôres nos rins continuas que sobem até ao dorso, principal- mente com os movimentos. »—Dr. Knorre. PHOSPHORUS, curou uma mulher de 30 annos, mãi de mui- tos filhos, perdendo muito sangue quando obrava, e sentindo dôres no baixo-ventre e repuxamentos para a bacia, pouca CAP. XVII. ÂNUS 427 menstruação, flores brancas. Durante o tratamento concebeu, e não soffreu, como das outras vezes, que muito soffria.— Dr. Griesselicii. Nota que de outras vezes aconteceu igualmente, durante os tratamentos, conceberem mulheres que muito tempo havia não tinhão filhos. * PULSATILLA, curou em poucos dias um violento ataque de hemorrhoidas, que sahirão enormes depois de um parto labo- rioso, a uma mulher de 26 annos, affectada também de phthisica tuberculosa.—Dr. Croserio. SEPIA, precedida com vantagem de nux.-vom., e seguida de sulf., curou « uma mulher de 28 annos, temperamento ar- terio-lymphatico, acostumada a tomar chá duas vezes por dia. Desde a idade de 17 annos suas regras erão sempre acompanhadfis dos mais violentos espasmos abdominaes, e nos primeiros dias com vômitos quasi contínuos de bilis e mucosidades. Ella attribuia este accidente a uma queda. Eu a enconteino estado seguinte : affecção local. Dôres arden- tes e pulsativas, e plenitude na região'do ânus; tumores hemorrhoidaes sahindo quando obrava, de oito em oito dias, com dôres lancinantes, affecções sympathicas. Cephalalgia pressiva na testa e no occipital ; coryza; fastio ; boca pas- tosa ; flores brancas antes e depois das regras ; sensibilidade excessiva ás impressões exteriores; excitabilidade extrema de todo o systema nervoso ; propensão á cólera ; máo humor ; somno agitado sem máos sonhos. » — Dr. Wideniiorn. N. B. Diz o Dr. Widenhorn que nesta observação, assim como em mais duas, classificou os symptomas em locaes e sym- pathícos para facilitar o estudo nos principiantes ; e diz que assim elles não podem errar. Diz mais que ha casos em que se não distingue nenhum órgão, nenhum systema affectado es- pecialmente, e que em taes casos convém dar bell. e sulf. al- ternados, até que appareção symptomas bem pronunciados. Que se pôde repetir o sulf. com intervallos de 2, 3, 4, 6, 8 e 12 dias, conforme a susceptibilidade do enfermo. E que a es- colha das dynamisações depende dessa tal sensibilidade, tão differente em cada enfermo, que não justifica as opiniões diver- sas que ha sobre dynamisações. E nós referimos tudo isto sem o comraentar. Justiça se faça ao Dr. Widenhorn, que de todos os observa. 42R CAP. XVII. ÂNUS dores é, a nosso vèr, o de maior critério. (Vòde as observações de Phthisica pulmonar, cap. 22.) SULFUR, muitas vezes repelido, e seguido por fim de thuy., curou uma mulher de 45 annos, que desde muitos annos soffria hemorrhoidas por causa de erupções cutâneas repercutidas.— Lenormand. SULFUR, repetido de quatro em quatro dias, curou um ho- mem de 64 annos, baixo, repleto, com todas as disposições para apoplectico, soffrendo de oppressão no peito e suffocações, por causa de hemorrhoidas cegas, que com o medicamento se tor- narão fluentes.—Dr. Hoffendahl. SULFUR, precedido de acon. e nux.-vom., e seguido no fim de thuy., curou uma mulher de 24 annos, alta e magra, tri- gueira, pallida, de temperamento nervoso-lyrapathico, que desde cinco mezes soffria de botões hemorrhoidaes que lhe tinhão sido operados, e tinhão ulcerado, ete, e reapparecido. Tomou contra uma affecção intercorrente acon. e puls.— Dr. Lenormand. SULFUR, precedido de nux.-vom., e seguido de graph. e silic, curou um homem de 30 annos, forte e gordo até a obesi- dade, havendo tido sarnas mal curadas, soffrendo de hemor- rhoidas, que tratava com sanguesugas, obtendo allivios passa- geiros, mas aggravando-se-lhe cada vez mais os incommodos do cérebro e do estômago, e outros.—Dr. Scuderi. Podemos concluir destas observações que, sempre, ou quasi sempre, as hemorrhoidas têm por causa um exanthema reco- lhido, sarna, dartros, tinha, etc, e que os tratamentos allopa- thíeos nunca as podem curar, comquanto as alliviein momen- taneamente ; e que os remédios homoeopathicos, que se devem administrar, são aquelles que melhor puderem corresponder aos symptomas que provierem desse exanthema recolhido, at- tendendo-se em primeiro lugar aos symptomas que se referem ao estado moral. Nota-se em quasi todos os doentes um de- fluxo, e em todos a prisão de ventre, ás vezes alternando com diarrhéa ; nas mulheres lambem quasi sempre ha ieucorrhéas, que desapparecem quando as melhoras começão.—J. V. M. llaculu.— Os negros africanos soffrem de uma moléstia que tem este nome (ou outro que se lhe assemelha), e consiste na extraordinária dilatação do ânus, que chega a ser tal que se pode observar todo o interior do intestino recto, o qual também CAP. XVII. ÂNUS 42« se dilata até tomar toda a amplitude da bacia inferior. Tanto o ânus como o recto ficão flacidos e completamente insensiveis : sabem por elle as dejecções diarrheicas misturadas de sangue, como podião sahir de um cadáver ; era breve a grangrena destas partes se manifesta, assim como a existência de certos vermes ou bichos que as ulcerão e corroem. Não é só na África que os negros soffrem desta moléstia ; é também no Brazil, os recem- che.:ados, quem a eommunicão muitas vez* s aos que já cá estão. A allopathia emprega contra esta enfermidade toda a sorte de remédios estimulantes, e a muito custo consegue cura-la algumas vezes; nós temos empregado com muito feliz resultado o ars. omerc.-corr. a arn. e o sulf., e outros remédios que outros symptomas vão exigindo; mas ars. particularmente. Póde-se empregar também a silic. e o nitr.-ac., e talvez o phos.-ac, etc, e talvez a vip.-cor. TRATA ViEATO. — De qualquer dos medicamentos citados, 1 a 3 gottas ou 6 a 8 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 6 colheres dágua, para dar-se 1 colher de 4 em 4 ou 6 em 6 horas» conforme a violência do mal, augmentando o intervallo das dóses á proporção das melhoras. Prisão de ventre. —Os melhores medicamentos são ; bry. lach. merc. natr.-m. nux.-vora. op. plat. puls. sep. esulf., ou ainda: amph. cale camph. cann. caus. con. cocul. graph. grat. lyc. plumb. silic. staph. verat. Para fazer cessar immediatamente uma prisão de ventre que tem durado muitos dias, poder-se-ha com preferencia consultar: bry. nux.-vom. op., ou lambem: cann. lach. mere plat. puls. sulf. mags. ars., ou : caust. graph. lyc. natr.-m. phos. Para a disposição á prisão de ventre, ou constipação, obter- se-hão muitas vezes bons effeitos administrando-se repetidas dóses, com pequenos intervallos, de : bry. cale caus. con. graph. grat. lach.-lyc. sep. sulf. Além disso, a prisão de ventre nas pessoas que passão uraa vida sedentária pede freqüentemente: bry. nux.-vom. sulf., ou também: lyc. op. plat. Nos bêbados ou pessoas .dadas ás bebidas espirituosas : cale lach. nux.-vom. op. sulf. A que se manifesta em conseqüência de uma diarrhéa ou de purgantes freqüentes: nux.-vom. op., ou também: ant. lach. rut. 430 CAP. XVIL ÂNUS Nos velhos, alternando algumas vezes com diarrhéa : ant. op. phos., ou também : bry. lach. rhus.? rut. Nas mulheres pejadas: nux.-vom. op., sep. ou também: alum. bry. ign. lyc. : e nas mulheres paridas : ant. bry. nux.-vom. plat. Nas crianças de peito : bry. nux.-vom. op., ou também : alum. lyc. puls. sulf. verat. A que se manifesta por uma viagem em sege: plat., ou também alum. op., e talvez também: arn., sendo viagem prolongada e por máos caminhos. A que resulta de um envenenamento pelo chumbo : alum. cupr. op. plat. Se a prisão de ventre fôr por causa de fraqueza ou falta de acção do canal intestinal conviráõ : sulf. phos. alum. hep. kali. natr.-m. nux.-vom. op. cocul. lyc. (nesta mesma ordem em que estão aqui); sendo por causa de grande dureza dos excre- mentos : bry. mag.-m. op. plumb. verb. Empregar-se-ha : BRYONIA, sobretudo no estio, em pessoas sujeitas a rheumatismo, ou também se a prisão de ventre tem lugar em conseqüência de um desarranjo do estômago, com disposição friorenta, congestão edôr na cabeça, humor irascivel, laconismo, e em geral nas pessoas de um caraeter irascivel e colérico. LACHESIS, em muitos casos de constipação obstinada, com pressão no estômago e necessidade de arrotar, mas em vão. Este medicamento é dos mais preciosos neste caso, dando-se em repetidas dóses com pequenos intervallos. MERCURIUS, se a prisão de ventre é acompanhada de máo gosto na boca, com gengivas dolorosas, sem perda, porém, do appetite. (Se neste caso merc não fôr sufficiente, é staph. a que se deverá recorrer.) NATRUM-MUR., nos casos os mais obstinados, e muitas vezes mesmo quando algum dos outros medicamentos não fôr bastante; principalmente se nenhuma necessidade apparece de ir á banca, e que os intestinos denotão total inacção. NUX-VOM., não só nas pessoas hypocondriacas ou sujeitas a hemorrhoidas, como também se a prisão de ventre se manifesta em conseqüência de uma refeição muito copiosa, ou de um desarranjo do estômago, etc, e mormente havendo: anorexia, náuseas, flatulencia e tensão do ventre com pressão e peso; CAP. XVII. ÂNUS ' 431 calor sobretudo no rosto ; congestão e dôr de cabeça; inaptidão para o trabalho, somno perturbado, oppressão, máo humor; sensação como se o ânus estivesse tapado ou constrangido, com freqüente necessidade de ir á banca e sem resultado. OPIUM, contra a mesma sensação, como se o ânus estivesse tapado, mas sem necessidade tão freqüente como no caso ante- cedente, com pulsação e sensação de um peso no ventre, gas- tralgia pressiva, boca secca, anorexia, congestão e dôr de cabeça, com rosto vermelho, etc. Este medicamento repetido em pe- quenas dóses com intervallos pequenos produz melhores effei- tos que outro qualquer na maioria dos casos. PL \TINA, se, máo grado os esforços, o enfermo não expellir senão pequenas porções de fezes, com tenesmos eformigamento no ânus depois da dejecção, horripilação, com sensação de fra- queza no ventre; dôr constrictiva no abdômen, com pressão e dôr do estômago, e necessidade de arrotar sem resultado. PULSATILLA, freqüentemente no mesmo caso era que nux - vom. seria indicada, mas em pessoas de caracter brando, frio e fleugmatíco ; ou se depois de um desarranjo do estômago por alimentos gordos a constipação é acompanhada de máo humor com laconismo e arripiamento. SEPIA, sobretudo no sexo feminino, ou em pessoas sujeitas a rheumatismo ; assim como em muitos casos onde nux.-vora. ou sulf. fossem indicados sem proveito. SULFUR, na maior parte dos casos de prisão de ventre habi- tual, maxime depois do uso,de nux.-vom., nas pessoas hypo- condriacas, ou naquellas que são sujeitas a hemorrhoidas; e principalmente se ha : freqüente necessidade, mas infructifera, com flatulencias encarceradas, molleza, ventre tympanieo e inaptidão para os trabalhos intellectuaes. TRATAMENTO.— 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 co- lheres d'agua, para 1 colher de 6 era 6 horas. (Vede cap. 16, Prisão de ventre.) Prurido no anu§- Para o prurido que pertence a uma erupção papulosa, conhecido sob o nome de prurigo, vede esta palavra. Para o que é produzido por ascarides, vede cap. 16, Helmin- thiasis. Para o que é causado por hemorrhoidas, os principaes me- dicamentos são: acon. nux.-v. sulf. 432 CAP. XVII. ANUS TRATAMENTO.— I gotla ou 4 glóbulos da 5a-dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas ; espere-se sua acção por 4 ou 6 dias, para repetir o mesmo medicamento ou tomar outro. Prurido. —Os medicamentos que merecem ser consulta- dos com preferencia contra o prui igo do ânus são: mere nitr.- ac. sep. sulf. thui., ou talvez tümbem : bar.-c. cale zinc. TRATAMENTO — 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 4 colhéres"d'agua, para 1 colher á noite e pela manhã; espere-se a acção medicamentosa por 4 ou 6 dias para repetir, ou tomar outro medicamento. Quêtla ilo recto.— Os melhores medicamentos são : cham. ign. mere nux.-v. sulf., e talvez se possa ainda consul- tar, maxime para destruir a disposição a este inconveniente : ars. cale lyc. rut. sep. A queda do recto nas crianças pede principalmente : cham. ign. ou nux.-vom. TRATAMENTO.—1 gotta ou 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas. Rhagadas no ânus.— São : arn. e graph. os que melhor convém ; e talvez se possa em alguns casos consultar : cale cham. hep. rhus. sass. sulf. thui., ete (Vede cap. 2o, Rhagadas.) TRATAMENTO.—Como acima. Tenesmo.— Ars. hell. cale caps. hep. ipec. lach. merc nitr.-ac nux.-v. rhab. sulf. são os que se devem consultar de preferencia. TRATAMENTO. — De qualquer dos medimentos, la2 gottas da 5a dynam. ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas. Tcnia.— Os medicamentos convenientes são, em geral : - cale carb.-a. carb.-v. filix. frag. gran? graph. kal. magn.-m. mere natr. petr. phos. plat. sabad. stann. sulf. tereb. No cap. 16 falíamos de uma tenia ou solitária que foi expel- lida debaixo da acção da ignatia amara, administrada para curar uma alienação mental. Outros casos ha semelhantes da sahida de um desses vermes por influencia de diversos medica- mentos; prova bastante de que o quadro geral dos symptomas, e não a circunstancia isolada de existirem vermes, é o que de- cide da escolha do remédio ; pois em verdade um verme não é symptoma de moléstia nem o é lambem a sua existência, como CAP. XVII. ÂNUS 433 se tem querido argumentar tão absurdamente contra a homceo- pathia, dizendo-se que, por não haver remédio nenhum que seja capaz de produzir a tenia, nenhum pôde haver que seja capaz de a expellir. Não fadaríamos disto se não fosse que se- melhaote argumento, tão absurdo que nem mesmo é um argu- mento, tem comtudo certo numero de sectarics ou de admira- dores, e serve de obstáculo para elles se resolverem a ser tra- tados pela homoeopathia. (Comparai cap. 16, Helminthiasis.) TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos citados, empregão-se as 3a e 5a dynams. 1 a 3 gottas ou 6 a 8 glóbulos em 6 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas. O kousso em 4a diluição, diz Prost Lacuson ter empregado. \a nossa pharmacia ha este medicamento preparado. PARTICULARIDADES ACERCA DAS EVACUAÇÕES Cheiro das evacuações : azedo : graph. merc rhab. sulf.— bolorento: coloc.—cadaverico : bism. brom. carb.-veg. sil. stram — fedorento : ars. carb.-veg. chin. puls. sil. sulf.— pú- trido : ars. carb.-veg. chin. merc. nux.-vom. suif. Côr das evacuações : alvacenta : acon. ars. cham. chin- mere phos. puls.— amarellenta: ars. chin. dulc. ipec—ama- rellen a com riscos : rhus.— atrigueirada: arn. chin. sec. sulf. verat.—barro (côr de): cale hep. petrol.—branca (com frocos): ipec. squill. veratr.— branca (com riscos): rhus.— carregada : agar. gran. nux.-vom.— cinzenta : asar. — clara : carb.-veg. caus.— esverdinhada : ars.'cham. dulc. mere phos. puls. sulf. - luzente como por gordura: brom. caus.— negra: ars. chin. -quill. — pallida : carb.-veg. lye—pardacenta : merc. phos.-ac. Diarrhéa : acon. amm. ars. bell. bry. cale canth. cham. unira con. cupr. fer. hyos. ign. ipec. lach. laur. merc. natr.-m. nic. nitr. nitr.-ac n.-mos. nux.-vora. petr. phos. phos.-ac puls. rhab. sec sep. squill. stann. sulf. tart. verat.— calida : eleand.— prisão de ventre (alternando com): ant. phos. rhus.— debilitante : chin. phos. sec sulf.— dolorosa : ars. sec—dolo- rosa (não): chin. hyos. verat.— dysenterica: ars ? bell? canth. caps. carb.-ves. more. nitr.-ac. rhus. staph. sulf.—estercoraes 55 434 CAP. XVII. ÂNUS (de matérias): ars. cham. merc. mur.-ac. rhab.— violenta : cupr. natr.-m. iod. magn -m. mez. tab. verat. Diarrhéa manifestando-se: ácido (por): lach.—beber (depois de): ars. cm.— calido (por um tempo): lach.— dia e noite (de) sulf.— fresco da tarde (ao): merc— fructos (depois de comer): chin. cist. lach. rhod.— humido (por um tempo): lach. rhod.— leite (depoisde tomar): bry. lyc natr. sep. sulf.— manhã (de): bry.— noite (de): cham. chin. rhus. sulf. verat — á noite dor- mindo: arn. mosch. puls. rhus.— refeição (depois da): ars.— resfriamento (depois de um) hell. bry. cham. dulc. merc. n.- mos?— tarde (á): laur. kal. lach. Diarrhéa com: angustia, anxiedade : ant. lach. mere—ânus (excoriação no): sass.—appetite (perda do): n.-mos.— bocejos: lact.— calafrios: cop. dig. merc puls. sulf.— calor: merc— cephalalgia: rhus.— colicas, puxos: agar. ant. ars. canth. cham. coloc. ign. ipec. merc. mere-c. mez. nux.-vom. rhab. sulf.—constipação (alternando com): ant. rhus.— costas (dôres nas): fer.— dormir (vontade de): n.-mos.— dyspepsia : sulf.— estômago (dôres no) bell. bry. paeon.— face pallida : fer.-mg. —fadiga: fer-mag. kal.— flatuosidades: fer.-mg.— fraqueza: ars. chin. verat.—frio : spig.—gritos e lagrimas nas crianças : cham. ipec. jalap. rhab. sen. sulf.— horripilação : merc puls. —inappetencia: n.-mos.—membros (dôres nos): am. m. rhus. —náuseas : ipec. merc.— regorgitações : con. dulc. mere— rins (dôres nos): kal.-h. nux.-vom —sede: ars. dulc. magn.-s. —somno : n.-mos.— suor frio na face : merc— tenesmo : ars. merc— tremor: merc—ourinas abundantes : acon.— ventre leso, tympanieo: graph. sulf. veratr.— vômitos: ars. cupr. ipec. veratr. Evacuação : abundante.— agn. aur. chin.-s. crot. gent. gran. ran. raph. teuc.— abundante (pouco): ars. chin. daph. lach. merc.—difficil: alum. ant. chin. coce ign. laur. magn.-m. natr.-m. nux.-vom. thui.— difficil, melhor estando em pé : caust.— melhor, posto que as evacuações sejão molles : anae carb.-veg. chin. diad. hep. n.-mos. rhod.— impetuosa : crut. eul.—inapercebida : ars. colch. lach. phos.-ac. puls. staph. verat. mags.-mur.—insufficiente : alum. arn. cale graph. lyc. magn.-m. nat. nux.-vom. sep. sil. sulf.— intermittente : amb. cale con. kal. natr.-m. nitr.-ac. ole.-an. phos. rat. sabad. sulf. verb.— intermittente de dous em dous dias somente : amb. i;a1>. xvii. ânus 435 ealc. con. kal. natr.-m.- sulf.— involuntária: arn. bell. chin. hyos. op. phos. phos.-ac. sec. thui. verat.— involuntária de noite: arn.— involuntária dormindo : ars. mosch. puls. rhus. — dormindo ourinando : mur.-ac.— muitas vezes por dia : acon. amm.-ra. ang. ars. bor. cale carb.-an. chin. chin.-s. cie cin. coff. crot. cye dros. electr.— pequena : acon. ars. bell. caps. eug. lach. mez. nux.-vom.— precoce : poth.— prompta : ant. atham. baryt. cast. crot. anis. raph. viol.-trie—rara: lach. —tardia, lenta: amm. asa. chin.-s. colch. hyos. lach. magn.-m. morph. natr -m. nic. nitr. Forma e consistência das evacuações : almôndegas (de): cim.-l. plumb. — caganitas de carneiro : aur.-s. brom. magn.-m. plumb. rut. sep. verb.—duras (evacua- ções) : alum. amm.-c ant. bary. bry. cale carb.-veg. con. laur. lyc. magn.-m. merc. natr.-m. nux.-vom. op. petrol. sep. sil. spong. sulf thui. — duras, e em parte molles: nux.-vom. — duras, umas vezes molles, outras duras: magn.-s.—espumosas: chin. coloc. rhus. sulf. — fermentadas : ipec sabad.—froeos brancos (com): ars. ipec. squill. verat.—gelatinosas : colch. hell. rhus. sep. — líquidas: ars. chin. ipec. phos. raph. sec. verat. — depois de evacuação dura: lach.—molde delgado (de um): caus. graph. hyos. merc. mur.-ac. natr. puls. sep. staph. — molles: acon. chin. coce guai. phos. puls. sulf. zinc.— molles primeiro, depois duras : sabin. — umas vezes duras, outras molles : magn.-s.—nodosas (evacuações): alum magn.- ra. op. sep. sil. sulf. — papas (como): ant. bell. chin. lach. phos. phos.-ac. rhab. rhod. sil. sulf.—pedaços (em pequenos): amm. case guai. magn.-m. merc. phos.-ac. rut.—picadas, semelhantes a ovos mexidos: cham. mere puls. rhus. — volumosas (muito): bry. cale kal. nux.-vom. mgs.-car. Matérias lançadas pelas evacuações : acres, corrosivas (com excoriação do ânus): ars. cham. chin. ferr. merc. nux.-vom. puls. sulf. verat.—aquosas: acon ars. cham. chin. natr.-m. puls. rhus. sulf.—ardentes ars. lach. mere— barro (como) : cale— biliosas : cham. chin. coloc. merc. phos. puls. sulf.—digeridas (não): arn. cham. chin. sulf.— digeridas (não) á noite ou depois da refeição: chin.—fios como cabellos (com): sei.—gelatinosas: colch. hell. rhus. sep.— membranas falsas (com) : canth. colch. — mucosas : ars. bell. carb.-veg. cham. chin. dulc. ign. ipec. merc. nux.-vom. petrol. puls »36 CAI'. XV1J. AM> rhus sep. — mucosidades misturadas com sangue : ais. ipec mere mere-c. puls. rhus. sulf. —pez oualcatrão (como;: ipec. lach. merc. nux.-vom. sass. — purulentas: arn. bell. cale canth. iod. lach. merc. puls. sep. sil. sulf.—queimadas (como): bry. arg.—sangue (cobertas de) : con. magn. nux.-vom. squill. thui.—sanguinolentas: ars. ipec merc. nux.-vom. puls. rhus. sep. sulf. — seccas : arg. hep. kreos. magn. nitr.-ac. phos. stann. tereb. zinc.—viscosas: ars. caus. lach. mere plumb. sass. Necessidade urgente ou freqüente de ir á banca : arn. baryt. con. lach. lyc. nux.-vom. phos. sep. sil. thui.—inútil, sem resultado: «arn. caps. con. ign. bn h. lyc. mere mere-c. natr. natr.-m. nux.-vom. rhab. sep. sil. sulf. thui. Necessidade urgente ou freqüente manifestando-se [n <- movimento e andar: rhab. —noite (á) : merc. puls. sulf. — arde (á): bis. Necessidade urgente ou freqüente com: angustia : amb. caus. — anthropophobia: amb. — ânus (dôres no): ars. cau?. gent. magn. sulf.—bexiga (dôr na): sulf.—colicas : ars. baryt. puls. rhus. — erecções : thui.—face (vermelhidão da): caus.— lombos (dôres nos): baryt. —náuseas : rhus.—recto (prurido no): euphorb. — recto (queda do): rut.—rins (dôres nos): rat. — ventosidades (sahida de): carb.-an. lach. magn. magn.-m. sep. Prisão de ventre : amb. amm. am. ars. bell. bry. cale cann. carb.-veg. caus. chin. con. daph. graph. grat. lach. lyc. magn.-m. merc. natr.-m. nux.-vom. op. plat. plumb. puls. rhus. sep. sil. staph. sulf. thui. veral. zinc. Prisão de ventre: alternando com diarrhéa : ant. ars. brv. nux.-vom. phos. rhus. — estrangulaçào dos intestinos (como por): nux.-vom. — inactividade dos intestinos (como por) : alum. china, nux.-vom. — obstinada: bry. graph. lach. lyc. natr.-m. nux.-vom. op. plumb. sulf. verat., mgs.-car. — polluções (depois das): thui. —viagem (em): plat. Prisão com : calor no corpo: cupr. var.—calor na cabeça : bell. —cephalalgia: con. nux.-vom. verat.—dureza do fígado : graph. — necessidade de ir á banca: coce con. sec. viol.-od. — suores : bell. — timpanismo: bell. — ourinar (necessidade freqüente de): sass. CAP. XV1I. ANO 437 Relaxação do ventre : cale graph. phos. Restringimento do ventre : bry. cale caus. coce con. graph. lyc. natr.-m. nux.-vom. sil. sulf. verat. mags.-ear.—dureza do fígado (com): graph. CONDIÇÕES DAS EVACUAÇÕES E DOS SYMPTOMAS DO ÂNUS Ácidos (depois de haver tomado), diarrhéa : lach. nux.-vom. staph. Andando, dôr no perineo : amm. amm.-m. caus. Assentado (estando), dôr no ânus: amm. amm.-m. phos. ther. Berer (depois de), diarrhéa : ars. caps. iod. nux.-vom. rhod. Calido (por um tempo), diarrhéa : lach. Cavallo (montando a) , esfoladura seguida de empolas : carb.-an. De dia e de noite, diarrhéa : aur.-m. sulf. Dormindo, evacuação alvina : arn. mosch. puls. rhus. Erecçòes (durante as), dôres no perineo: alum. Fresco da tarde (ao), diarrhéa : merc Frutas (depois de comer), diarrhéa : chin. cist. lach. rhod, Humido (por um tempo), diarrhéa : Lach. rhod. Leite (depois de tomar), diarrhéa : bry. lyc natr. sep. sulf. Manhã (de), diarrhéa : bry. cap. Meditando, dôres no ânus : caust. nux.-vom. Movimento e andar (durante o), necessidade de ir á banca : rhab. Noite (de), necessidade de ir á banca : merc. puls.—diarrhéa: ars. caps. cham. mere puls. sulf. verat.—dôres no ânus: amm. —evacuação involuntária de fezes : arn.— tenesmo : merc. Ourinando, evacuação involuntária de fezes: mur.-ac— queda do recto : mur.-ac. Refeição (depois da), dôres no ânus : lyc.— diarrhéa : ars. chin. lach. verat. Resfriamento (depois de um), diarrhéa : bell. bry. dulc merc. n.-mos ? nux.-vom. sulf. verat. ÍMN CAP. XVII. ÂNUS Tarde (de), dôr no ânus :riod. plat.— diarrhéa : caus. kali. lach. merc.—necessidade de ir á banca : bis. SYMPTOMAS CONCOMITANTES DAS EVACUAÇÕES Abatimemo (depois da evacuação): cale nitr.-ac. phos. Angustia, anxiedade, antes da evacuação : amb. baryt. caub- kal.—durante a evacuação: verat.—depois da evacuação: caus. Anthropophobia antes da evacuação : amb. Ânus (constricção do) depois da evacuação : mez. mgs. Ânus (contracções do) durante a evacuação : thui. Ânus (dôres no) antes da evacuação: carb.-an. carb.-v. mere oleand. phos. rat. spong.— durante a evacuação : ars. chin. merc.—depois da evacuação: alum. caps. caust. grat. hep. ign. ipec. kal. lach. lyc. mere Ardor no ânus durante a evacuação : aloe. lach. mere puls. Bocejos antes dá evacuação : cast. lyc. sulf. verat. Borborygmos no ventre : amon.-e anthrok. Calafrios antes da evacuação: amon.-e baryt. cast. dig. merc mez.— depois da evacuação : mez. Calor no recto durante a evacuação : con. Cephalalgia depois da evacuação : rat. Colicas, puxos, dôres no ventre, etc, antes da evacuação : agar. azar. merc. verat.—durante a evacuação : ars. mere sulf. verat.—depois da evacuação: amb. agar. arg. bor. canth. carb.-v. puls. verat. zinc. Congestão na cabeça depois da evacuação : lach. Constricção do ânus durante a evacuação : lach. Contracção do ânus durante a evacuação : thui.— depois da evacuação : ign. Coração (palpitação do) durante a evacuação : tart.— depois da evacuação : caus. con. Costas (dôres nas) durante a evacuação : puls. Effüsão de mucosidades durante a evacuação: colch. kal. mere mere-c. nux.-v. sulf.—depois da evacuação : azar. mere phos. sei. ÜAP. XVII. ANIS 439 Effusão de sangue durante a evacuação : am. carb.-v. caus. merc. mere-c. nux.-v. petr. phos. sep.—depois da evacuação: alum. lyc. sabin. sei. Erecçõesantes da evacução : thui.— durante a evacuação : ign. Estômago (dôres do) durante a evacuação : agar. Estremecimento, receio de um ataque apopletico p pallidez da face, durante a evacuação : verat. Esvaimento durante a evacuação : sass. Face quente durante as evacuações : gran. Fadiga depois da evacuação : cale coloc. Flatuosidades antes da evacuação : caps. carb.-a. cast. chin. spong. tart. viol.-trie Fraqueza durante a evacução : verat.— depois : chin. con. lach. Hemorrhoidas (sahida das) durante a evacuação: alum. cale cim.-l. phos.-ac. rat. rhus. •- dolorosas durante a evacuação : caps. rhus.— depois da evacuação: am.-m. graph. mags.—san- grentas durante a evacuação : nitr.-ac. aur.-m. Horripilação antes da evacuação : mez.— durante a evacua- ção : rhab. verat.— depois da evacuação: mez. plat. Irrit^bilidade antes da evacuação : cale Náuseas antes da evacuação : acon. gran. rhus.— depois da evacuação : acon.—durante a evacuação : hell. merc. prun. Prurido no ânus, durante a evacuação: merc. sil. sulf.—de- pois da evacuação : teucr.— no recto durante a evacuação : sil. sulf. Pulsações, palpitações no ânus depois da evacuação : lach. Recto (calor no) depois da evacuação : gran. Recto (queda do) durante a evacuação : ars. asar. cale dulc. gran. ign. lach. merc. mez. rut. sep. sulf.— depois da evacua- ção : merc. Recto (dôres no) antes da evacuação: nux.-v. puls.—durante a (vacuação : ars. mere puls. ruf. sulf.— depois da evacuação: asar. gral. kal. natr. natr.-m. nux.-v. petr. phos. puls. sen. Sobre-excitação depois da evacuação . nitr.-ac. Tenesmo antes da evacuação : merc— durante a evacuação : acon. ars. laur. merc. merc-e nux.-v. rhus.— depois da eva- cuação : caps. ipec. merc phell. phos. phos.-ac rhab. sen. sulf. tab. 140 CAP. XVII. ANIS Tremor antes da evacuação: mere— depois da evacuação : con. Ventos (emissões de) durante a evacuação: agar. amoni.-c.asa. bor. cale-ph. fer.-mg. phell. sabin. squill.— depois da eva- cuação : con. Ventre (tympanismo do) durante a evacuação : lyc. Ventre (fraqueza do) durante a evacuação : plat. Ventre (retracção do) durante a evacuação : agar. Virilhas (dôres nas) durante a evacuação : laur. Vômitos antes da evacuação: tart.— durante a evacuação: agar.— depois da evacuação : eug. SYMPTOMAS DO ÂNUS, DO RECTO E DO PERINEO Aberto (ânus continuamente): phos. Ardor no ânus : ars. caps. carb.-v. merc. puls. sep. sulf.— no recto: ars. cale puls. sep. Arrancamento (dôr de) no ânus : cale aur.-m. Ascarides : cale chin. fer. graph. ign. mere sulf. Bateduras, pulsações, no ânus: crot. grat. lach. rhod.— no recto : galv. natr.-m.—beliscadura : sabad. Calor no recto : con.— no ânus : chin.-s. Condylomas no ânus : nitr.-ac. thui. Congestão no ânus: sep. sulf.-ac. Constrictivas (dôres): mez. natr.-m. nux.-v. thui. ings. mgs.-sul. Contracção (dôres de) : anim.-c ang. bor. crot. galv. ign. mang. plumb. sec thui.—no perineo: sep.— no recto: nux.-v. amm. bor. cale coloc. sep. Coçadura no ânus : ant. dulc grat. mur.-ac. mer.-per. n. jugl. phos.-e puls. verat. mags.— no recto : ign. mur.-ac. natr.-m. phos.-ac puls. Crampoides (dôres) no recto : kreos. prun. Dartros no ânus : natr.-m.— no perineo : petr. Despedaçamento (sensação de) no ânus : aur.-s. colch. kal. natr.-m. phos.-ac. zinc.—no recto : cheli. kal. natr.-m. phos.- ac rut. sabad. sep. thui. CAP. XVII. ANUS 441 Dôres no recto : acon. caus. con. nux.-v. sen. Effusão de mucosidades fora do tempo das evacuações : ant. graph. kal. merc. nux.-v. petr. puls. rhus.— sangue (de): amm. carb.-v. caus. con. lach. merc.— sangue (de) coalhado: mere-c. stram.— sangue (de) espesso : ang.— sangue (de) negro-carregado: ant. asar. merc.-e— sangue (de) vermelho- vivo : cale mere-c. zinc. — sanguinolentas e saniosas (de ma- térias) : natr.-m. Erupção no anus : cale kal. lyc.— ardente : cale— prurido (com): lyc.— ulcerada : kal. Excortação no anus: amm. ars. baryt. cale carb.-a. hep. kal. merc. natr.-m. nitr.-ac. sulf.— nádegas (entre as): cale natr.-m. sep.—andando: natr.-m.—no perineo : carb.-v. rhod. Excoriação (dôres de) no anus : amm. ars. aspar. caus. crot. graph. hep. ign. nux.-v. puls. spong. zinc — no recto : amm. ars. lyc grat. nux.-v. puls. Fechado (sensação como se o anus estivesse): lach. plumb. mgs. Fisgadas no anus: carb.-a. phos. sep.— no perineo: alum. natr.— no recto : natr.-m. phos. puls. sep. Formigação, titulação, no anus : gran. agar. chin. colch. plat. rhus. sabin. sep.— no recto: cale fer.-mg. nux.-v. rhus. sabad. sep. spig. spong. tart. Furuncülo no perineo : ant. Garra (prisão como por uma) no anus : phell. Hemorrhoidaes (botões) ardentes : cale ant. ars. carb.-a. lach. sulf.-ac.— azula los: carb.-v. mur.-ac.—cegos: ant. cale caps. fer. grat. nux.-v. puls. verat. mgs.— congestão no anus (com): lach.— dolorosos : alum. anae ars. carb.-v. graph. natr.-m.—pungentes: amm. puls. mgs.— dolorosos andando: caus. —dolorosos assentado ou deitado (estando) phos.— exco- riação (com dôr de): graph. mur.-ac. phos. puls. rhus.— greta- dos : cham. caus.— humidos: alum. amm. baryt. caus. natr.- m. sep. sulf. sulf.-ac— inflammados : cham. puls.—inchados: cale carb.-v. graph. mur.-ac- incisivas (com dôres): lach.— lancinantes (com dôres): ars. baryt. kal. natr.-m. sulf.-ac— dolorosos, meditando : caus.— noite (á): ars.— prurido (com): acon. ars. graph. nux.-v. sulf. sulf.-ac— sahindo : cale caus. sep.— sangrantes : bell. cale chin. ipec. phos. puls. sulf.— ulcerados : cham.— volumosos : carb.-v. graph. 56 U2 CAP. XVIl. AXUS Humidade: baryt. carb.-a. carb.-v. nitr.-ac— no perineo : carb.-a. carb.-v.—no recto : anae carb.-v. sep. Inchação no anus : graph. hep. nux.-v. sulf. Incisivas (dôres) no anus : caus. kal. laur. natr. staph. aur.- s.— no recto : c i;s. lyc. mang. natr. Inércia, inaetividade no recto : alum. chin. nux.-v. Lombrigas : acon. sin. lyc. merc. sabad. sil sulf. Murmúrio, gorgolejo, no rec'o : mang. Negp.o (recto): mere Oc ;v;?,\o do anus : nux.-v. Paralisia do anus : acon. bell. coloc. hyos. laur.— do canal intestinal: phos. Peristalticos (augmento dos movimentos): galv. Picadas no anus : lach. ?isadura (dôres de) no anus : lact. Pressão no anus : acon. ant. baryt. lyc. chin. lach. lact. laur. nux.-v. puls. sen.—no perineo : alum. lyc. nux.-v.— no recto : am.-e arn. chen. chin. crot. electr. nux.-v. phos.— expansiva no perineo : asa. Prurido no anus: alum. amb. amm. anae cale carb.-v. caus. croc. ign. kal. lyc. phos. sep. sulf. teue zinc.— no pe- rineo : ign. gran. petr. tar. — no recto : nux.-v. sep. sil. sulf. Recto (queda do): ign. rut. sulf. Retracção do anus : plumb. Rhagadas no anus : ang. spong. Roedura no anus : ang. spong. Sacudidura no anus e perineo : lyc lact. — no recto : chin. kreos. mang. rhod. Spasmos no anus : colch.— no recto : cale lyc. phos. Streitamento do recto : natr.-m. nux.-v. Suor no perineo : hep. Tenesmo, apertos, estreitamento: acon. ars. bell. cale caps. hep. ipec. laur. merc. mere-c. nitr.-ac nux.-v. rhus. sulf. Tenia : carb.-v. puls. sulf. Tensão no anus: lyc. sep.— no recto : sep. Terebrações no recto : valer. Ulceração (dôres de) no anus e perineo : cycl. Ulcera no anus : kal. pseon. CAPITULO XVIII AFFECÇÕES DAS VIAS OURINARIAS Cálculos e arêas. — São principalmente : lyc. sass., assim como : cale cann. nux.-v. petr. phos. uva-urs. que mais efficazes se têm mostrado nestas affecções, quer alliviando-as, quer curando-as por meio da expulsão de uma grande quanti- dade de arêas com as ourinas.— Em alguns casos póde-se tam- bém consultar : canth. nitr.-ac. n.-mosc? zinc? Pôde ser que também camph. seja de utilidade, repetindo muitas vezes o seu emprego. Para os cálculos dos rins tem-se com vantagem adminis- trado : lyc. e sass. Parece-nos que nitrum e nitri-acidum deveráõ ser úteis nestes casos, mas não temos ainda observações directas. TRATAMENTO.— 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 co- lheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 èm 8 horas ; espere-se a acção do medicamento por 5 ou 6 dias para repeti-lo ou tomar outro: tem-se empregado o gratia probatum, com bom resul- tado, administrado da mesma fôrma. Catarrho da bexiga.— Os melhores medicamentos são, conforme as circumstancias : dulc. puls. sulf., ou também: ant. cale camph. con. kal. nux.-v. phos. (Vede Cystiti» e Dysuria.) TRATAMENTO.— 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dy- nam. em 4 co1viéres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 hor?s ; espere-se a acção do medicamento por 4 a 6 dias, re; < 'i ido o mesmo medicamento so caso de melhora, ou toma:: oatro medicamento. Cystitis ou inflammaçãó na bexiga.—Os me- dicamentos que contra esta moléstia mais efficazes se têm mos- trado são: acon. camph. cann. canth. dig. nix.-v. puls., ou também : cale graph. hyos. kal. lyc. mez. petroselinum sep. sulf. (Temos empregado com vantagem o aipo da horta. (Vede "ONORREÉ.O 444 CAP. XVIII. VIAS OURINARIAS ACONITUM, é principalmente indicado se ha : grande febre cora sede; vontade urgente e freqüente de ourinar, com emis- são nulla ou de algumas gottas apenas de uma ourina escura ou vermelha e turva, ou mesmo ensangüentada ; sensibilidade dolorosa da região vesical, maxime ao tocar-lhe, com aggrava- mento das dôres ourinando. TRATAMENTO.— I a 2 gottas da 3a dynam. ou 4 a 6 gló- bulos em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 3 em 3 ou 4 em 4 horas, até que sinta melhoras, espaçando depois as dóses do acont. CAMPHORA, se a moléstia é em conseqüência do abuso de cantharidas. quer fosse em vesicatorios, quer de outra qualquer maneira; ou também se ha completa retenção ou emissão lenta das ourinas, lançando-as com escassez, ardor na urethra e na bexiga. Convém muito não fazer uso ca camphora em tintura, nem tão pouco em substancia, mas só em glóbulos da 5a dyna- misação ou de outras mais elevadas, porque do contrario diffi- cil é obter resultados de outros medicamentos que hajão de se administrar depois. CANNABIS, muitas vezes depois de acon., havendo completa retenção de ourinas, ou também se a necessidade de ourinar se manifesta sobretudo de noite, com dôres abrazadoras ao ouri- nar, ou emittindo gotta a gotta uma ourina ensangüentada. CANTHARIS, se ha: violenta necessidade de ourinar sem resultado, ou com emi-são apenas de algumas gottas de uma ourina saturada; dôres lancinantes e abrazadoras na região vesical, maxime antes e depois da emissão das ourinas, ou tam- bém havendo dôres incisivas desde os rins até á bexiga ; ventre tympanieo e sensível ao tocar-se-lhe, sobretudo na região vesi- cal. Convém mais particularmente depois de camph., quando esta não tiver obtido resultados; e casos podem haver que pela sua persistência reclamem um e outro destes medicamentos, administrados alternadamente, n'um dia um, n'outro dia o outro. DIGITALIS, quando é o collo da bexiga principalmente que está affectado, havendo retenção de ourinas com dôr constric- tiva na bexiga, ou necessidade freqüente e penivel de ourinar, com emissão umcamente de algumas gottas de ourina de um vermelho carregado e turvo. Tem preferencia quando ha al- guns symptomas de moléstias do coração. CAP. XVIII. VIAS OURINARIAS 445 DULCAMARA, sobretudo nas affecções chronicas da bexiga, havendo necessidade continua de ourinar, com sensação dolo- rosa, como de uma affluencia para a região vesical e urethra ; emissão, gotta a gotta, de ourina, que deposita um sedimento mucoso, ou misturada de átomos ensangüentados. (Depois de dulc. convém algumas vezes kal. ou phos.) E' preferível nos casos em que a causa determinante da cystite parece ter sido a humidade e o frio estando o corpo quente. NUX.-VOM., se ha: necessidade freqüente de ourinar, com dôres violentas durante e depois da emissão de uma ourina rara, não sahindo algumas vezes senão gotta a gotta ; dôr abrazadora na urethra, na bexiga ou também nos rins; dôr con- tractiva na urethra depois de ourinar; principalmente se o en- fermo abusou de bebidas espirituosas, ou quando a moléstia resulta de affecções hemorrhoidaes. E' particularmente nos velhos que nux.-vom tem melhor applicação. PULSATILLA, se a necessidade de ourinar é acompanhada de dôres pressivas, abrazadoras e incisivas na região vesical, com calor e rubor nesta parte, e muitas vezes com completa retenção de ourinas ; ou emissão rara e dolorosa de uma ou- rina cheia de mucosidades, ou emissão de ourinas ensangüen- tadas, com sedimento pururmto. Convém mais nas pessoas que têm commettido alguns excessos venereos, e também pelo contrario naquellas que, tendo sido muito excitadas, não têm podido effectuar o coito, e lhe tem por isso sobrevindo dôr na nuca e outros soffrimentos. SULFUR, em muitos casos dos mais obstinados, ou quando algum dos medicamentos precedentes não tenha sido inteira- mente sufficiente, e sobretudo se as ourinas estão misturadas com mucosidades ou sangue ; e com ardor na urethra ao lança- las fora. (Depois de sulf., convém muitas vezes cale, maxime se a enfermidade é conseqüência de suppressão de hemorrhoi- das: e se cale não destruio as dôres abrazaloras, poder-se-ha consultar ars. ou carb.-v.) ^^ Comparai Dysüria, Hematuria, Ischuria e Nephritis. TRATAMENTO.— De qualquer dos medicamentos acima, 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas : o mesmo medicamento deve ser repetido no caso de melhora, depois de 6 dias de sua acção, ou tomar outro quando não se obenha resultado. ■Ü6 CAP. XVIII. VIAS OURINARIAs Diabetes.— Tem-se principalmente recommendado: ars. carb.-v. led. lyc. natr.-m. phos.-ac, porém é unicamente do ultimo destes cinco medicamentos que possuímos algumas ob- servações da cura de umas espécies de dysuria, caracterisadas por ourinas leitosas, quaes as que algumas vezes se encontrão, alternando com ourinas aquosas e descoradas, em alguns casos de diabetes doce. Também temos algumas curas obtidas com phos. Talvez em outros casos se possa também consultar: bar.-m. berb. con. magn. meph. mur.-ac. petiv.-tet. uva.-urs., e sobre- tudo merc. e sulf., dados alternativamente com intervallos de \ ou 5 dias. Talvez convenha que os doentes atacados de dia- betes facão uso de assucar bem puro, crystallisado, bem lavados oscrystaese depois de seccos muito triturados em gral de vidro antes de os mistura;' com água, ou tomando-os mesmo em pó. Ha observações a favor do emprego do assucar em maior quantidade, e não são desarrazoadas semelhantes observa- ções : e em todo o caso ellas não podem ser prejudiciaes aos doentes por tal fôrma que não tenhão remédio, pois que basta suspender o uso desta substancia alimentar para não ter ella mais nenhuma acção. Observações: ha de ser muito útil o ácido muriatico nas ourinas leitosas que precedem e ás vezes acompanhão a diabetes, e de aproveitarem depois na diabetes propriamente dita, ou ourinas doces: merc. veratr. kali.-chio. e phos.-ac. na ordem em que aqui os damos. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos de qualquer dos medicamentos mencionados cm 4 colheres d'agua, para uma colher de 8 em 8 boras : espere se a acção do medica- mento por 4 a 6 dias, para repeti-lo no caso de melhora, ou tomar cit^c medican vAo. liysuria, $tran$uria, ete — Os melhores. medicc- mentos contra estas irritações das vias ourinarias são, em geral: acon. bell. camph. cann. canth. coloc. dulc. hep. merc. nux.-v. puls. sulf., ou também : arn. ars. aur berb. ? cale colch. con. dig. hyos. kal. n.-mos. pbos. sass. staph. thui. Se estes padecimentos provem de um resfriamento, poder-se- ha com preferencia consultar: acon. bell. dulc, ou também: nere nux.-v. ouis. CÀP. XVIII. VIAS OURINARIAS 447 Depois de um resfriamento pela água, principalmente : puls. e sass., ou mesmo : cale dulc ou sulf. Depois do abuso de bebidas espirituos*s : nux.-v., oumesmo: puls. e sulf., e talvez coce Depois do abuso de cantharidas : camph., principalmente; ou também : acon. e puls. Nas pessoas sujeitas a hemorrhoidas, ou depois da suppressão de um fluxo heraorrhoidal habitual: nux.-v. puls. sulf., ou também : acon. ars. cale. carb.-v. lach. n;.:rc nitr.-ac. Nas mui-herfs pejadas, ou mal reguladas : coce phos.-ac. puls., ou também: con. nux.-v. sulf. Nas crianças : acon. bell. merc. nux.-v. puls., e sendo em conseqüência de uma queda ou pancada nas costas ou no ventre: arn.—Depois de um susto : acon. Necessidade de ourinar, sem resultado: canth. digit. sassap. — com emissão pouco abundante: canth. coloch. digit. graph. hell. op. rut. staph. sassap.—muito abundante : argent, muriat.-a. rhus. scil. spig. verb. — muito freqüente : argent. baryt.-e mere nitr. sqil. staph.—mais rara : canthar. — por gottas : canth. mag.-cust. sulf.— interrompida : clemat. con.— involuntária : caust. puls. rhus. silic. sulf. — involuntária na cama : bell. puls. rhus. sulf. Cheiro: de ammoniaco: assaf.-foetido: dulc. hep. merc. — quente : ars. canth. hep. Côr das ourinas: pallida: antim.-cr. con. nitr.-a. phos.- a. — carregada antim. bell. bry. colch. merc. sep. tart. veratr. — quasi encarnada: viper.-cor. — verde: camph. — leitosa: acid.-m. phos.-a.— perturbada: bry. cham. phos.-a. Qualidade : sanguinolenta: canth. puls.—purulenta: canth. climat. — cheia de fios : canth. mezer. — mucosa : natr.-m. puls.—viscosa : colloc. Sedimento : arenoso : sassap. — brancacento : phos.-a. rhus. — flocoso: mezer. — limoso : zinc. — mucoso: puls. — purulento: canth. ciem.—sanguinolento: canth. phos.-a. puls. Sep._vermelho: canth. natr.-m. puls. sep. valer. ^^ Vede, para os detalhes, Cystitis e Nephritis, e comparai Ischuria. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 3 em 3 ou 4 em 4 horas, conforme a gravidade do mal, espaçando 448 CAP. XVIII. VIAS 0URINAR1AS á proporção das melhoras: o medicamento indígena de que tem-se tirado muito bons resultados, quer haja paralysia, quer inflam- maçãó, é o grilo commum, administrado da mesma fôrma. Estreitamento ila uretlira.— Contra os estreita- mentos orgânicos por callosidades, poder-se-ha consultar com preferencia: ciem. dig. dulc. petr. sulf. thui., ou mesmo puls. Thuia tem alcançado boas curas de estreitamentos; mas cumpre não rejeitar um meio cirúrgico que pôde auxiliar muito a acção deste ou de outros remédios; fallo das sondas elásticas e das de estanbo para operar a dilatação da urethra, e mesmo actuar mecanicamente sobre os tecidos callosos que formão os estreitamentos. Mas cumpre que o doente se abstenha das cauterisações, porque ellas, aliás úteis como palliativas em alguns casos, muitas vezes podem ser muito prejudiciaes, principalmente nos estreitamentos syphiliticos, emquanto a syphids não está curada radicalmente cora remédios internos apropriados. TRATAMENTO.—1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas: espere- se a acção do medicamento por 5 ou 6 dias para repeti-lo no caso de melhora ou tomar outro. Fistula oairinaria. — M recém ser com preferencia consultados: ars. cale carb.-an. sil. sulf. e thui. Ainda é silicea que nos parece ser de todos o mais efficaz remédio contra estas fistulas. As sondas permanentes na urethra, para darem sahida constantemente á ourina apenas ella se deposita na bexiga, talvez sejão bons auxiliares dos remédios, mas têm os mesmos inconvenientes que pôde ter a incontinencia de ourinas, isto é, debilitão muito os doentes : não se haverão de usar senão por poucos dias, e só quando pareça que a cicatriza- ção das fistulas realmente se effectua. TRATAMENTO.—1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 12 em 12 horas: espere-se a acção do medicamento por 5 a 6 dias, para repeti-lo no caso de melhora ou tomará outro medica- mento. Hetnaturia. — Os medicamentos mais freqüentemente indicados são: arn. ars. cann. canth. chin. ipec. lyc. merc. mez. mill. puls., ou também: cale con. sulf. (Comparai Cystitise Dysuria.) CAP. XVIII. VIAS OURINÁRIAS 449 TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos era 4 colheres d'agua, para dar-se com maior ou m-mor inter alio, segundo as circumstancias do mal: o medicamento indígena que mais resultado tem tirado é o lapy.-tan. Incontinencia «Ia ourina. A incontinencia pa- ralytica da ourina pede sobretudo : cie mgs.aus., ou também: acon. ars. bell. caus.? dulc. hyos. lach. laur. magn.? natr.-m.? petr.? zinc? Contra a incontinencia espasmodica da ourina, achar-se-ha muitas vezes indicado : bell. caust. cin. con. hyos. ign. magn. natr.-m. puls. rhus., ou também : bar.-c. bry. lach. lyc. mere nitr.-ac. rut. spong. sulf. A incontinencia nocturna da ourina (ourinar na cama) acha remédio freqüentemente entre: am.-e arn. cale caus. chin. cin. con. graph. hep. mgs.-aus. natr. petr. rut., e particular- mente sulf. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres, para 1 colher de 8 em 8 horas: o mesmo medicamento deve ser repetido no caso de melhora. Ischuria. — Contra a retenção espasmodica da ourina, poder-se-ha consultar com preferencia: nux.-vom. op. puls., ou também: aur. canth. con. dig. hyos. lach. rhus. veratr. (Comparai Dysuria.) Contra a ischuria inflammatoria, principalmente: acon: cann. canth. nux.-vom. puls., etc. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 3a ou 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se d*e 2 em 2 ou de 4 em 4 horas, conforme a agudez da dôr espaçando á proporção das melhoras. Contra a ischuria paralytica : ars. dulc. hyos. nux.-v. Nepliritis e nephralgia. — Os medicamentos mais vantajosos são : bell. cann. canth. nux.-vom. puls. Talvez se possa também consultar : alum. berb. colch. hep. lyc. sass., ou agar. cale cham. coce kali. mere sulf. BELLADONA, é sobretudo indicada se ha : dôres lancinantes nos rins, estendendo-se amplamente desde a urethra até a bexiga, com aggravamento periódico; grande angustia e colicas. (Se bell. não foi bastante, hep. será muitas vezes conveniente.) 57 430 CAP. XVIII. VIAS OURINARIAS CANNABIS, quando ha : dôr tractiva desde os rins até ao púbis, com grande anxiedade e indisposição ao trabalho. CANTHARIS, se as dôres são lancinantes, dilacerantes e incisivas, com emissão dolorosa apenas de algumas gottas de ourina, ou ischuria completa; ou também se as ourinas estão misturadas com sangue. 77 'TOM., se o mal é occasionado pela suppressão de he- morrhoidas ou por uma congestão abdominal, com tensão, tympanismo no ventre e oppressão na região dos rins. PULSATILLA, se a enfermidade se manifesta com ame- norrhéa ou regras pouco abundantes nas pessoas delicadas, de um temperamento brando e fleugmatíco, ou também se ha ourinas ensangüentadas com sedimento purulento. (Pôde ser que phos.-ac. convenha depois de puls. nos casos em que ella não tenha sido efficaz, sendo aliás a elles apropriada.) ^^ Comparai também Cystitis, Dysuria, Hematuria e Ischuria. TRATAMENTO. —De qualquer dos medicamentos citados, 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agua, para dar- se 1 colher de 3, 4 ou 6 horas de intervallo, conforme a gravidade do mal, espaçando á proporção das melhoras: o mesmo medicamento deve ser applicado conforme o symptoma. Paralysia da bexiga. — Os medicamentos mais convenientes são: acon. ars. bell. cie dulc. hyos. lach. laur. mags.-aus. Convém notar que quasi sempre a paralysia da bexiga é symptoma de uma affecção cerebral, e que também nas febres typhoides, na cholera e na febre amarella se manifesta não poucas vezes. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas: espere-se a acção do medicamento por 4 a 6 dias para repeti-lo ou tomar outro. Polypo da bexiga.—Não ha até hoje senão uma única observação sobre a cura desta affecção por meios homoeo- pathicos : foi cale que a curou. Talvez que também staph. possa ser utilisado. Urethrite.—Inflammações ha da urethra que não têm CAP. XV1II. VIAS 0URINAR1AS 451 causa syphilitica nem venerea; essas de ordinário cedem com muita facilidade a acon. camph. canth. etc. (Vede Gonorrhea.) Também podem convir cannab. caps. ciem. lyc merc. phos.- ac. sulf. thui. TRATAMENTO. — 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para dar-se 1 colher de 8 em 8 horas : o mesmo medicamento deve ser repetido no caso de melhora ou tomará outro. tAPITILO XIX AFFECÇÕES DAS PARTES VIRIS PREVENIR, PRESERVAR.— Eis os dous grandes serviços que a humanidade espera daquelles que téra perante ella contra- hido sagrados deveres de curar-lhe todas as suas enfermidades. Prevenir, pertence a >s legisladores e aos padres, que são os médicos das enfermidades publicas e moraes. Preservar, per- tence a nós, que devemos ser os médicos das enfermidades phy- sicas e mentaes. Prevenir o desenvolvimento das moléstias sy- philiticas, podião íer feito os governos e o clero; este com os seus bons exemplos e com as suas doutrinas, e aquelles com o acertado emprego de seus tantos recursos e da sua força. Pre- servar queremos nós, porém como? Nós não temos ainda pre- servativos das moléstias syphiliticas. (E note-se que, quando algum indivíduo pôde ter impunementecopula com pessoa evi- dentemente syphilitica, sem que nada lhe resulte, é signal certo de que esse indivíduo tem em si latente o germen de enfermi- dades que mais tarde se desenvolvem, quasi sempre intensas ; elle não deve julgar-se com saúde muito perfeita só porque não contrahe moléstias syphiliticas, e deve tratar de si.) Nós não podemos preservar de moléstias syphiliticas, e, como para con- trahir estas moléstias basta ás vezes receber o hálito das pes- soas affectadas, temeridade é aconselhar-se qualquer preserva- tivo, tanto mais que os até agora aconselhados, bons ou máos que sejão, têm attrahido contra os seus autores ou introducto- res implacáveis ódios. Para exemplo, as chamadas camisas de Venus, inventadas por um tal Condon de Londres, que teve de fugir e mudar de nome para escapar ás iras populares excitadas pelos médicos. Ora pois: como nem o clero com seus exemplos e suas doutrinas, nem os governos com todos os seus recursos, tratarão ainda de prevenir os males que a syphilis causa, abo- lindo, remediando, fazendo desapparecer das sociedades, que se ostentão civilisadas, a prostituição, incorreremos nós muito voluntariamente nos ódios de que foi victima Condon de Lon- dres (que por nome não marca, pois não sei se realmente era este o seu nome). Já que existe na nossa sociedade tão christã CAP. XIX. PARTES VIRIS 453 e tão civilisada... agora mesmo, no século das leis, com taes luzes, com taes costumes e com taes homens,já que existe, digo, e existe em grande escala, a prostituição; já que nem as leis, nem os cos- tumes, nem os homens de hoje, souberão ainda trazer a des- graçada mulher a bom caminho (porque bom caminho nesta sociedade actual não ha, todos vão ter á miséria por um de seus extremos e á prepotência bruta pelo outro), aconselharei aos homens que por ahi nadão nesse lodo a que se chama civilisa- ção, a esses homens que frequentão casas de perdição, porque a moderna civilisação, tão cheia de luzes, tão requintada em theo- rias, tão empapelada em leis modernissimas. assim o quer, e assim comprehende o amor, c sqm conhece os destinos do homem, e assim sabe utilisa- as virtudes da mulher ; aconse- lharei o uso das camisas de Venus como preservativo material dos males que podem provir de um coito impuro e também todo material. Balanitis ou inflammaçãó da glande.— Póde-se consultar: am. ars. cann. cupr. jac.-br. led. mere natr. rhus. sass. (Comparai Balanorrhéa, Syphilis, Gonor- rhea.) TRATAMENTO.—1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dy- nam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas; espere-se a acção do medicamento por 4 a 6 dias para repeti-lo ou tomará outro. Balanorrhéa ou gonorrhea bastarda.—Se esta affecção é de natureza syphilitica ou sycosíca, são, conforme as circumstancias : jac.-br. merc. nitr.-ac. ou thui que mere- cem a preferencia. Em todos os outros casos achar-se-ha de grande utilidade nux.-vom. sep. sulf., ou também : cinn. merc. mez. nitr.-ac thui. TRATAMENTO.— 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 3a e 5a dynams. em 4 colheres d'agua, para \ colher de 8 em 8 horas; espere-se a acção por 4 a 6 dias, para repetir o mesmo medica- mento no caso de melhora, ou tomar outro. Bubões syphiliticos. (Vede caps. 2o e 16.) Cancros venereos ou syphiliticos . — (Vede cap. 2o, Syphilis.) Por nenhuma razão se deve consentir que sejão cauterisados os cancros venereos ou syphiliticos, pois de semelhante cauterisação resultão males incalculáveis. Os doen- 454 CAP. XIX. TARTES VIRIS tes, querendo vêr-se livres quanto antes desta moléstia, exigem muitas vezes com grande instância que se lhes cauterisem os cancros ; nunca o medico deverá neste ponto condescender com o doente. (Eu fallo do medico allopatha, que o discípulo de Hahnemann não carece destas recommendações.) De seme- lhantes condescendências têm resultado innumeraveis desas- tres, longos padecimentos e muitas mortes. Gonorrhea.— O principal medicamento no periodo in- flammatorio é: cann., administrado de manhã e de tarde, na dose de 1 gotta (tintura-mãi), ou também na dose de 3 a 6 gló- bulos (3a, 5a e 10a dynamisação), dissolvidos em 8 onças d'agua, e tomada ás colheres de sopa de manhã e de tarde. Na pluralidade dos casos obter-se-ha por este processo, no fim de alguns dias, uma diminuição assaz sonsivcl dos sympto- mas inflammatorios, sem haver necessidade de outro medica- mento, principalmente se se obtiver do enfermo que fique em repouso completo, repouso que quasi sempre é a condição, sine qua non, de uma cura prompta. Os symptomas inflammatorios desapparecendo, será então com mere (3a dynamisação), ou com sulf., ou também o Hedy- sarum (mindubirana), que se obterá a cura completa.— Merc. é sobretudo indicado, se o fluxo é esverdinhado e puriforme, ao mesmo tempo que sulf. é conveniente contra um fluxo seroso e esbranquiçado. Além disto ha também casos em que convirá recorrer a outros medicamentos, como canth., se a inflammaçãó é violenta com ischuria, priapismo, erecções dolorosas, etc, e quando canab. não foi sufficiente contra este estado: ou também petros, se á stranguria, que algumas vezes sobrevêm, não cedeu a canab., nem a mere, nem a sulf. Nas gonorrhéas que não cedem a cannabis, e se tomão tei- mosas, muito tem aproveitado o aipo da horta (da 5a dynamisa- ção), tomado por três ou quatro dias consecutivos em pequenas dóses, com intervallo de duas ou três horas. Mesmo no periodo inflammatorio, nos casos que reclamão acon., mas quando é já segunda ou terceira gonorrhea que o doente soffre, tendo nas antecedentes tomado cannabis com menos vantagem, o aip.-hort. tem aproveitado. Para as gonorrhéas secundarias, sobretudo q-nndo ellas têm CAP. XIX. PARTES VIRIS 455 sido tratadas com balsamo de copahyba, ou pimenta de Cubeba, em grandes dóses, achar-se-ha muitas vezes conveniente: sulf. ou mere, ou também : caps. fer. nux.-m. nitr.-ac. nux.-vom. sep. e thui.—Caps. é principalmente indicado se o fluxo é es- branquiçado, espesso, semelhante á nata de leite, com abraza- mento ourinando; e se copah. não foi sufficiente, será fer. ou nux.-vom. que de ordinário fará desapparecer o resto. Se ha ao mesmo tempo condylomas nas partes genitaes, con- virá empregar com preferencia : jacarandá brasiliense, nitr.-ac. thui. cinn., se bem que muitas vezes maiores vantagens se con- seguem, quer contra a gonorrhea, quer contra os condylomas, administrando alternativamente merc. e sulf., sempre com in- tervallos pelo menos de três dias, ainda que se use cada um destes remédios em pequenas dóses repetidas três ou quatro vezes no mesmo dia. No caso de complicação de gonorrhea com cancros, convirá recorrer immediatamente a mere, não importando que a go- norrhea seja secundaria ou primitiva. Além dos medicamentos citados, tem-se recommendo : ign. con. cop. cub. dulc hep. led. lyc raerc-corr. mez. petr. sab- sei. tradescantia diuretica ou trapoeiraba. A duração ordinária de uma gonorrhea simples é de três mezes, mas tratada homoeopathicamente, ella, sem encurtar esta sua duração, passados os primeiros dias da maior inflam- maçãó, não incommoda o doente senão pela presença da ma- téria que segrega; e passado esse tempo ella desapparece, sem deixar na saúde nenhuma alteração. Tratada allopathicamente, pelo contrarie ou é supprimida e origina muitas outras molés- tias, ou é exacerbada pelos remédios e se torna mais incom- moda do que naturalmente havia de ser, inda mesmo abando- nada a si, sem tratamento: ou por effeito de remédios contrários passa ao estado chronico e se complica com estreitamentos, in- flammações de próstata, inflammações e outros estados mór- bidos do escroto e dos testiculos, ete Vale, pois, a pena esperar três mezes que a cura regularmente homoeopathica da gonor- rhea se effectue, para evitar as conseqüências funestas da sup- pressão delia ou de sua passagem ao estado chronico, e de muitas complicações que traz comsigo o tratamento allopathico. Freqüentes vezes acontece que os remédios homoeopathicos 456 CAP. XIX. PARTES VIRIS com muita promptidão curâo as gonorrhéas, e as curão sem as supprimir, mas fazendo-as passar por todos os seus períodos regulares em menor espaço de tempo. O doente pôde julgar-se radicalmente curado, e póde-o estar effectivamente ; mas será sempre de utilidade para o futuro que se abstenha por tempo razoável de effectuar o coito, principalmente coito suspeito ; e que, attendendo sempre ao seu estado de saúde, comparado com o que era antes da gonorrhea, alguns remédios homoeopathicos tome ainda, e siga um regimen apropriado. Quanto ás affecções que resultão da suppressão de uma go- norrhea, como rheumatismo articular, orchitis, ophthalmia, etc, vede estas affecções em seus respectivos capitulos. TRATAMENTO.—Os medicamentos devem ser applicados era baixas dynams., 2 a 3 gottas ou 6 a 8 glóbulos em 6 colhe- res d'agua, para 1 colher seguidamente de 8 em 8 horas: os medicamentos indígenas que mais têm aproveitado são a peper odorifera, canna do brejo de flor roxa, administrados da mesma fôrma. Hematocele, ou sangue nos escrotos.— Se este mal foi causado por uma contusão, uma pancada, ou qual- quer outra lesão mecânica, é arn. que merece a preferencia, Entretanto em alguns casos poder-se-ha talvez consultar tam- bém puls. ou zinc, ou ainda mesmo : nux.-vom. rhus. sulf. (Comparai Orchitis.) A mimosa minor, que tem sido empregada com vantagem em alguns casos de sareocele, é provável que também no hematocele convenha. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 4 oolhéres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas; o mesmo medicamento deve ser repetido ..o caso de melhora. Hérnia e»crotai. — S^ magn.-m. e nux.-vom. os que mais convém. Talvez convenha a resina itú. TRATAMENTO - 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 horas. Herpes prceputialis.— Os melhores medicamentos são, segundo Schroen: aur. hep. nitr. phos.-ac. Hydrocele.— Os melhores medicamentos são : graph. puls. rhod. sil. sulf. tabac. £^ Temos empregado com proveito uma casca de cheiro CAP. XIX. PARTES VIRIS 457 agradável, usada empiricamente na África; e por desconhecei seu nome a temos denominado : Hydronicus. Para o hydrocele nas pessoas escrophulosas tem-se particular- mente recommendado sil. Devemos confessar que não têm sido satisfactorios os resul- tados que temos alcançado, e temos visto que a operação é, na maioria dos casos, inevitável. Comtudo não perdemos ainda de todo as esperanças, e actualmente procedemos a novas expe- riências. Emquanto á operação, ella deve tentar-se quando ha muito liquido : e vale a pena fazer operação radical, preferindo sempre as injecções do vinho do Porto a quaesquer outras. Impotência.— São : agn -cast. bar.-c. cale cann. con. lyc mosch. mur.-ac. natr.-m. selen. sulf. os mais efficazes.— Poder-se-ha em alguns casos consultar também : chin. graph. hyos. lach. mags.-aus. n.-mosc. petrol. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos citados, 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 colheres d'agi \, para 1 co- lher de 12 em 12 horas ; espere-se a acção do medicamento por 6 dias para repeti-lo no caso de melhora. Cumpre notar que o moral do homem tem uma influencia extraordinária neste estado, e que a maior parte das vezes o indivíduo que se queixa de impotência nada mais soffre que o effeito de sua imaginação. Cumpre por isso que o indivíduo que em bom estado de saúde, sem ter soffrido pancadas nem ter feito grandes excessos venereos, se acha impotente, cumpre, dig), que abandone sem cuidados todo o commcvio intimo com mulheres, que não procure reconhecer se está ou não está impotente, e que se occupe de alguma questão grave ou de al- guma empreza arriscada que lhe occupe o tempo, e que ponha á prova a sua energia e os seus talentos, e quando menos o pensar as suas faculdades todas encontrará restabelecidas. Lascivia e exaltação do appetite venereo. — A exaltação mórbida do appetite venereo encontra muitas vezes remédio entre: canth. chin. graph. lyc natr.-m. nux.- vom. phos. puls. sil. sulf. verat. zinc, ou também entre: carb.- v. hyos. kal. lach. mosch. natr. op. plat. plumb. rhus. rut. staph. i Se com esta exaltação ha uma affluencia excessiva de idéas lascivas, deve-se dar preferencia a canth. chin. graph. lach. mosc op. staph. verat. :>8 458 CAP. XIX. PARTES VIRIS Havendo erecções freqüentes : canth. natr. natr.-m. nux.- vom. phos. puls. rhus. TRATAMENTO.— O mesmo que impotência. llasturbação.—O medicamento principal para destruir o gosto deste vicio é sulf., administrado em uma só dose, de 8 em 8 dias, por espaço de muitas semanas, seguido de- pois por cale Em alguns casos particulares poder-se-ha tam- bém consultar: chin. coce merc. natr.-m. phos., ou talvez também: ant. carb.-v. plat. puls. (Vede cap. 4°, Onanismo (fraqueza.) Um trabalho excessivo de corpo e de espirito, e particularmente eflectuado em sociedade de homens e senhoras, e estimulado por emulação e justas recompensas, é de grande auxilio. Os resultados lastimosos deste máo habito do onanismo exi- gem, na pluralidade dos easos : chin. nux-vom. phos.-ac, ou staph., principalmente se elles se manifestão promptamente, á maneira das moléstias agudas, ou também se são mais o resultado de esfalfamento pelos excessos que por longo habito. Porém se não forem sufficientes estes medicamentos, ou se os resultados se manifestarem lenta e chronicamente, serão os que mais convenhão : nux.-vom. sulf. cale administrados um após outro, em uma só dose de cada vez e com longos inter- vallos. Além destes medicamentos poder-se-ha, em alguns casos, consultar lambem: coce merc. phos., ou ant. carb.-v. plat. puls. Nas donzellas este vicio tem as mais funestas consequpncias: elle é causa de muitos desarranjos na menstruação, que oc- casionâo, pelo menos, a chlorosis, muito freqüentes vezes a phthisica pulmonar, as alienações mentaes, e outras enfermi- dades igualmente graves. Este vicio se revela na physionomia e nas maneiras de quem é victima delle ; não pôde occultar-se; e, sendo o mais vergonhoso de todos, mister é que quem teve a desgraça de o contrahir se abstenha debe com toda a per- severança, para evitar o justo desprezo de toda a sociedade, e para não vir a ser o assassino de si próprio. Recommendamos muito a leitura de uma obra traduzida pelo nosso amigo e col- laborador o Exm. Sr. Desembargador João Cândido de Deos e Silva, intitulada : Perigos do onanismo. TRATAMENTO— i a 2 gottasou 4 a 6 glóbulos da5a dynam. GAP. XIX. PARTES VIRIS 459 em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 12 em 12 horas; es- pere-se a acção do medicamento por 6 a 8 dias, para repeti-lo no caso de melhora, ou tomará outro: é necessário ajudar-se a acção medicamentosa com a suppressão do vicio, sem o que pouco ou nenhum resultado se poderá obter da medicação. Orchitis.— Os melhores medicamentos, em geral, são : arn. aur. ciem. nitr.-ac. puls., ou também: ars. con. lyc. mere natr. nux.-vom. spong. staph. zinc. e mimosa minor. Para a orchitis em resultado de uma contusão, são principal- mente: arn. puls., ou também : con.? zinc? Em conseqüência de uma gonorrhea supprimida : puls., ou também : aur. ciem. merc. nitr.-ac. Sendo resultado de uma metastasis de parotitis: merc. puls., ou nux.-vom. 0 repuxamento ou tracção no cordão espermatico pede: agn. amoniac. berb. ciem. cr£>t. lact. merc. puls. e zinc.— nos tes- tículos : merc. ol.-an. puls. rhod. thui. zinc. A inflammaçãó erysipelatosa do escroto pede com preferen- cia : ars. ou mere, ou bell. e rhus. A dureza chronica dos testículos acha muitas vezes remédio entre : agn. arg. aur. bar.-m. ciem. con. graph. lyc. rhod. sulf., ou mim.-min. Muito convém, quando ha qualquer affecção dos testículos ou do escroto, usar de uns suspensorios de rede de algodão, se elles são supportaveis. Prefiro aqui o algodão ao linho, porque este conserva a humidade do suor, e aquelle pelo contrario ; prefiro ainda a rede a outro qualquer tecido, porque em nada influe sobre a transpiração, e a deixa livremente fazer-se. TRATAMENTO.—De qualquer dos medicamentos citados, 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 6 em 6 ou 8 em 8 horas; espere-se a acção do medicamento por 4 ou 6 dias para repeti-lo ou tomar outro. Phimosis, parapltimosis e inflammaçãó do prepucio.— Se o mal é devido a um vicio syphilitico, o medicamento principal é mere, ou também nitr.-ac. ou thui. Em outros casos poder-se-ha consultar: ARNICA, se a inflammaçãó é produzida pelo attrito ou qual- quer outra causa mecânica. Neste caso, se a inflammaçãó é 4bO CAP. XIX. PARTES MRIS violenta, far-se ha preceder por uma dose rfeacon., e não sendo arn. sufficiente recorrer-se-ha a rhus. Se por falta de asseio foi que se originou a enfermidade, serão acon. ou mere os que na mór parte dos casos melhor convenhão. Em conseqüência do contacto de plantas venenosas cujo sumo tendo tocado as mãos estas o transmittirão ás partes : acon. bell. ou bry. Havendo suppuração : merc. ou caps., ou hep., e se restar dureza : lach. No caso de receiar-se a gangrena, seria : ars. ou lach. Nas crianças pequenas : acon. ou mere, ou também não sendo elles sufficientes: cale Muitas vezes é indispensável dar um golpe no prepucio quando o phimosis ou o paraphimosis ameaça gangrena ; mas deve recorrer-se a este meio com muita prudência, visto que em casos que exigião imperiosamente esta operação nós al- cançámos já uclos meios homoeopathicos curar o phimosis evi- tando a operação. Sendo ella indispensável, o lugar de pre- ferencia será na face dorsal do penis, isto é, na face opposta á da urethra. TRATAMENTO.—1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos em 4 co- lheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas; espere-se a aeçâo do medican jnto por 4 a 6 dias, para repeti-lo ou tomar outro medicamei' o. Priap«§mo.— Os medicamentos que com preferencia parecem dever ser consultados são : canth. coloc. con. graph. natr. natr.-m. nux.-vom. phos. plat. puls. rhus. selen. sil. TRATAMENTO.— 1 gotta ou 4 glóbulos da 5a dynam em 3 colheres d'agua, para 1 colher de 8 em 8 horas ; o mesmo deve-se repetir no caso de melhora ou tomará outro. Prostatitis.—São : puls. e thui. os mais vantajosos. TB 4TAMENTO.— 1 a 2 gottas da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 12 em 12 horas ; repita-se o medica- mento no caso de melhora ou tomará outro medicamento. Prurigo.—O prurigo escrotal demanda com preferencia: dulc. nitr.-ac rhod. sulf., ou também : ambr. coce petr. thui. TRATAMENTO.— 1 a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, para 1 colher de 12 em 12 horas; CAI». XIX. PARTES viris 461 o mesmo medicamento deve-se repetir no caso de melhora ou tomará outro medicamento. Sardocele.—E' entre: agn. aur. ciem. graph. lyc. rhod. sulf., que commummente se achará remédio contra esta affec- ção, se todavia o mal não está já muito avançado para obter-se a cura por meio de resolução. Com vantagem reconhecida tem sido empregada a mimosa minor nestes casos, e até n'outros de elephantiasis escrotal. Satyriasis.—O medicamento que parece mais próprio é canth.— Vede Lascívia. Spermatorrhéa e polluçoes.— Para a sperma- torrhéa, propriamente dita, o r'uxo de esperma sem erecções, não existe ainda medicamento approvauo pela experiência. Poder-se-ha talvez consultar: canth. graph. phos.-ac puls. sei. sep. sulf., ou também : bell. calad. con. mosch. nux.-vom. sabad. Para o fluxo prostatico, é entre : cale hep. phos.-ac sep. sil. sulf. que se achará freqüentemente um remédio que melhor convenha. As polluçoes noclurnas de ordinário são mui promptamente suspendidas por: carb-v. caus. chin. con. kal. lyc. nitr.-ac. petr. phos. phos.-ac. puls. sep. sul. Para as que se manifcntão em conseqüência de excessos sexuaes, e de masturbacão, ete, serão sobretudo : chin. phos. phos-ae puls. sep. sulf. TRATAMENTO.— I a 2 gottas ou 4 a 6 glóbulos da 5a dynam. em 4 colheres d'agua, pura 1 colher á noite e pela manhã; espere-se a acção do medicamento por 4 a 6 dias, para repeti-lo ou tomar outro medicamento. Syphilis e venereo.— Distinguem-se as moléstias syphiliticas das venereas emquanto ás causas e emquanto á na- tureza ; mas umas e outras podem reclamar os mesmos remé- dios, conforme os symptomas que apresentarem ; e por isso tal distincção é na pratica menos útil do que se tem querido dizer. As moléstias venereas são as que resultão dos abusos venereos, sem que um virus determinado influa na sua natureza : as sy- philiticas podem contrahir-se até sem uso, quanto mais por abuso de actos venereos, e sempre um virus determinado, o syphilitico (ou mais de um), influe na sua natureza. Cumpre notar que as moléstias simplesmente venereas curão-se com facilidade e radicalmente; as moléstias syphiliticas, principal- 4H2 CAP. XIX. PARTES VIRIS mente as que se complicão com sycosis, com bobas, com sarnas, e ainda mais particularmente as que já forão tratadas allopa- thicamente, ou forão precedidas de outras moléstias que a allo- pathia tratou, com muita difficuldade se curão, e nem sempre é radical a sua cura. E' por isso indispensável que os doentes affectados de moléstias propriamente syphiliticas, e ainda mais aquelles que já soffrêrão tratamentos allopathíeos, não se satis- fação com vèr que seus soffrimentos actuaes minorão ou des- apparecem totalmente; convém que por muito tempo sigão ainda um tratamento homoeopathico conveniente, servindo-lhes de guia a comparação dos dous estados de sua saúde, antes da syphilis e depois do tratamento delia; mas é também conve- niente que tomem pequena quantidade de remédios, e com in- tervallos não menores de dez dias, antes sempre maiores. De todos os males que a allopathia causa, os maiores ella os causa pelo costume de cauterisar os cancros venereos ou syphiliticos. Também supprimindo as gonorrhéas por meio de seringatorios, accelerando insolitamente a cicatrização das ulceras por meio de unguentos, pós irritantes, fazendo desapparecer as erupções por meio de banhos e outros remédios externos, a allopathia tem mandado muita gente para a eternidade, ou tem feito soffrer dilatados torraentos a milhares de enfermos, que, se fossem tratados como convém, ainda que mais algum tempo gastassem para obter uma cura radical, terião sido salvos, e ficarião gozando perfeita saúde. Os doentes, qualquer que seja a sua opinião a respeito das doutrinas médicas, opinião sempre respeitável, devem oppôr-se a que o cego empirismo dos mé- dicos ponha em risco a sua saúde e vida, supprimindo-lhes com remédios externos uma enfermidade que, apezar de se manifestar no exterior, é toda ella interior, e supprimida nas suas manifestações exteriores tem por força de atacar algum órgão interno mais importante, ou invadir todo o organismo, e para sempre arruinar a saúde e encurtar a vida, fazendo-a insupportavel. (Vede Sycosis e Syphilis, cap. 2.°) ADDITAMENTO AO CAPITULO XIX Ardor: bov.— no cordão spermatico: berb. magn.-s.— no escroto : euphr. granat.— na glande : ars. berb. crot. granat. nux.-v. tart. viol.-tr.— na parte cabelluda : granat.— no pre- CAP. XIX. PARTES VIRIS 463 pucio : ars. cale merc. nux.-v. sulf— nos testículos: berb. plat. staph.— no penis ou membro viril: merc-acet.— nas vesiculas spermaticas: ambr. magns.-s. Bostelas pequenas, enterradas no meio, humidas, dolorosas só ao tocar, na superficie inferior do prepucio : thui. Botões de purpura, vermelhos, pruriginosos sobre toda a glande: bryon.— pruriginosos e dartros no escroto : petr. Calor nas partes genitaes : plat. sulf.-a. Comichão no cordão spermatico : berb.— no escroto : heracl. ran.-s.— na glande : berb. nux.-v.— no prepucio : nux.-v. puls.— nos testículos : berb. Condylomas : cin eupbr. lycop. nitr.-a. phos.-a. staph. thui. —com dôr de excoriação: sabin.—suantes: nitr.-a. thui. (Vede cap. 2o, Sycosis.) Crostras no prepucio: caust. nitr.-a.—pruriginosas da pelle interior do prepucio : caust. Dartros nas partes genitaes : dulc.— no escroto: petr.— no prepucio : sassap. Dureza do cordão spermatico: phos.-a. spong.- do prepucio: sulf.— na próstata : iod.— dos testículos : agn. alum. aur. ciem. mere nux.-v. rhod. spong. sulf. Efflorescencias ardentes, mordieantes nas partes genitaes : kali.— humidas no escroto : thui.— pequenas, vermelhas no escroto e na parte posterior do membro com sensação de calor: phos.-a.—pequenas, vermelhas na raiz de um cabello, com dôr de excoriação ao lado do escroto: zinc.—pruriginosas na glande: nitr.-a.— no prepucio : arn. Empolas debaixo do prepucio, que se transformão era ulceras suppurantes : caust. Erupção assustadora nas partes genitaes : rhus.— averme- lhada sobre a glande com prurido : petr.— de botões no pre- pucio e membro : graph.— no escroto : crot. petr. phos.-a. rhus.— com tumefacção do prepucio e glande : rhus.— na glande: bry. calai. cin. lach. lycop. rhus. sep.— na parte ca- beluda : lach.— nas partes genitaes : rhus.— pruriginosa na glande e prepucio : sep.— no membro : graph. phos.-a.—ver- melha, humida, pruriginosa, mui elevada, semelhante á sarna humida, e nas partes sexuaes : merc.— humida no escroto: rhus.— vermelha com comichão e calor na glande : sep. Excoriação no escroto : arn. natr. petr. plumb. sulf.— com 464 CAP. XIX. PARTES VIRIS dôr : berb. zinc— na glande : natr.— com dôr : lach.— entre as partes e as coxas : mere—no prepucio : alum. calad. cham. ign. mur.-a. natr.-m. nux.-v. silic. verat.— com dôr : cham. coral.— e suor entre as coxas e o escroto : hep.— no membro com dôr : arn. Excrescencías de côr clara na coroa da glande, lançando humor fétido, e sangrante ao tocar : nitr.-a.— duas, humidas e molles, uma no rego. outra na coroa, com prurido pelo roça- mento da camisa: staph — vermelhas, lisas, com sensação formiculante detrás da glande e debaixo do prepucio : thui.— vermelhas semelhantes á verruga humida no interior do pre- pucio : thui. Formigação e cócegas no escroto : acon. silic.— na glande : mere spig. tart.— nas partes genitaes : mosc silic.— no pre- pucio : mere phos.-a.— nos testículos: euphr. mere Frio no escroto: caps. merc—na glande: berb.— nas partes genitaes: canab. caps.— no prepucio : berb. sulf.— no mem- bro : merc. sn!?. Gangrena das partes genitaes: ars. canth. laur. Inchação do cordão spermatico: berb. chin. kali. nitr.-a. phos.-a. puls. spong.— do escroto : arn. phos.-a. puls. rhus. sep.—dolorosa do cordão spermatico com picadas nos testículos: arn.—molle : arn. aur. canth. mere nitr.-a. nux.-v. oi.-a.— dura: agnus. arn. nux.-v. phos.-a. sabin. spong.— do epidi- dymo: sulf.— do freio: sabin.— da glande: ars. canab. mere natr. rhus. sulf —hydropica: graph. puls. rhod. silic—dos testículos: graph.— inflammatoria dos testículos e cordão sper- matico: puls.—do membro: arn. cannab. cupr. mere-ae plumb. — das partes genitaes : ars. lycop. plumb.— com phymosis do prepucio : sulf. (vede cap. 19) — do prepucio : calad. canab. cin. merc. sulf.— da próstata: ..-anab. puls. thui.— que é co- berta de botões pruriginosos e humidos : silic—quente : arn. kali. puls.— dos testículos: arn. ars. ciem. con. lycop. merc. natr. nitr.-a. nux.-v. puls. spong. staph. zinc. (vede cap. 19, Orchitis) — dos vasos lymphaticos : lact. merc. Inflammaçãó do cordão spermatico : nux.-v. puls.— do es- croto : ars. phos.-a. plumb.— erysipelatosa: ars.— da glande: arn. ars. cannab. cupr. led. merc. natr. rhus. sassap.—das partes genitaes: ars. canth. mere plumb.— do prepucio : cale eanab. merc natr. nitr.-a. sulf. - da próstata: canab. puls. CAP. XIX. PARTES VIRIS 465 thui.— dos testículos : arn. aur. ciem. con. lycop. merc. natr. nitr.-a. nux.-v. puls. staph.— do membro: canab. merc-ac. plumb.— dos vasos lymphaticos : mere Miliar vermelha: bry. Nodoas dolorosas de um vermelho escuro e grandeza de uma lentilha na coroa da glande: cannab. nitr.-a.—grossas, verme- lhas no membro : cale caust.— bumidas e lisas na glande: carb.-v. petr.— lisas, vermelhas, suantes na glande : carb.-v. —pequenas, vermelhas na glande : arn. carb.-v. lach. natr.- m. silic.— no prepucio : nitr.-ac rhus.— pruriginosas e hu- midas no escroto : silic.— na glande :' arn.— vermelhas na glande, e que se cobrem de crostas: nitr.-a. silic. —vermelhas na superficie interior do prepucio perto do freio : rhus. Nodosidades molles, indolentes na glande: bell. Picadas no cordão spermatico : amon. amon.-e arn. berb. nux.-v. sulf.— no escroto : fer.-mag. mere sulf. thui.— na glande: acon. ars. euphorb. euphr. fer.-mag. lycop. mere phos.-a. rhod. sabin.—no prepucio: ars. euphorb. merc. puls. — nos testículos: arn. berb. caust. merc. nux.-v. rhod. staph. sulf.— no membro: amon. mere-ae ol.-a. sulf. thui. viol.-tr. Placa vermelha, insensível, semelhante a efflorescencias, na coroa da glande e no interior do prepucio : magn.-austr. Pontos pequenos, vermelhos, sobre a glande : sep. Prurido no cordão spermatico : mang.— no escroto : dulc. mang. nitr.-a. rhod. sulf.— na glande : ars. cannab. euphr. fer.-magn. merc. nux-.v. silic.— nas partes genitaes : agar. amb. ignat. magn.-m. natr. natr.-s. nitr.-a. sep.—no prepucio: acon. ars. carb.-v. caust. euphorb. euphr. merc. nitr.-a. nux.- v. puls. silic. viol.-tr. — no púbis: amon. —nos testículos: mere nux.-v. — no membro : cannab. ignat. — doloroso •* poth.— de manhã: puls.— á tarde: ignat. puls.— voluptuoso •* euphorb. euphras. merc staph. Pústulas no membro : bov. Rhagadas ou rachaduras no cordão*spermatico: cannab. sulf. — no escroto: arn.— na glande : kali.— nos testículos: sulf.— no membro: arn. kali. mosc. Secreção purulenta entre o prepucio e glande: merc. Sensibilidade dolorosa dos testículos: alum. Suor nos testículos : sep.— no escroto: silic. Ulceras na glande : merc. nitr.-a. sep. sulf.— cancrosas : 59 400 CAP. XIX. PARTES VIRIS mere nitr.-a. thui.— lisas, vermelhas: coral.— no prepucio: sep.— profundas na glande com borda elevada : sulf. Vesiculas pequenas no orificio da urethra e prepucio: nitr.-a. —pequenas e pouco elevadas na glande com dôr lancinante quando se ourina: thui.—profundas, largas, pequenas e suantes na parte interior da glande: mere— pruriginosas em placas, excoriadas, na superfície interior do prepucio : carb.-v.—pruri- ginosas na região do freio, só quando se tocão: phos.-a.— com ulceras phagedenicas de fundo lardaceo na glande e prepucio : mere y. B. Para as affecções das partes sexuaes da mulher, vede o additamento á primeira parte do cap. 20. 467 Terminamos aqui o primeiro volume desta pratica ele- mentar para commpdidade dos leitores. No fim do segundo volume vem o Índice alphabetico das matérias contidas nesta obra. Não deixamos de recommendar a todos os leitores que em qualquer caso de enfermidade consultem a pathoge- nesia dos medicamentos, conforme a matéria medica por João Vicente Martins. ATTENÇÃO ^J* Reeommendamos a todos os amigos da homoíopa- thia que tenhão muita cautela na acquisição que hajão de fazer de remédios homoeopathicos, porque certos espe- culadores ha que não duvidão, pelo interesse mais sórdido o vil, adulterar esses remédios e falsifica-los, inculcando haverem alcançando de nossa casa ou de boticas acre- ditadas da Europa. Os remédios que sahem da Botica Central Homceopathica, a rua de S. José n. 59, no Bio de Janeiro, vão semprf acompanhados do retrato e o fac simili de FIM DOi.°TOMO Typ. de Pinheiro & Comp., Rua 7 >>e Setembro N. 165. <^* \ NLM041424679