■*!:/ ■4;,*V W W*: Tsr.tf ARMED FORCES MEDICAL LIBRARY Washington, D. C. "A frj^gzf/ ?^tf z «»*vi#mi*i>*ia*' 'iA { Gr. I t 1 t ?, r&ctic .g~ Nomc^üatíltcu • ,ph%4 SEGUNDA PARTE, w^v\%»» «%'V\-%V\\\'«lV\^^'W%%V\«M\\^'\V\\%\t.^%VI%Vl«lV^ CAPITULO X. MOLÉSTIAS DO ROSTO. ACNÉA. — Vide Cap. 20. CANCRO ou CARCINOMA.— Vide scirrho e ulceração. CAPA-ROSA.—Vide acnéa rosacea. CARIE do queixo. — São cist. e sil. os empregados com mais successo contra a ulceração escrofulosa do osso ma- xillar. (Vide osteite, e moléstias dos ossos, Cap. i°.) CONTRACÇÂO CONVULSIVA DOLOROSA no rosto.— Vide PROSOPALGÍA. CROSTAS de leite. (Impeligo larvalis, Biett:j — Os prin- cipaes medicamentos são: rhus. esulf, depois: cale, dulc, graph., hep., lyc, mez., sass., sep., viol.-tr., e em alguns casos: ars., bar.-c, bell., cie, iod., merc, natr.-m. É sebretudo quando ha ao mesmo tempo affecção das vias ourinarias, que viol.-tr. parece mais conveniente. Para os casos caracterisados pela formação de crostas mui espessas, emprega-se principalmente: graph. e mez. EPHELIDAS.— Vide Cap. 2% manchas. ERUPÇÕES.—Vide acnéa, capa-rosa, crosta de leite, impigens, erysipela, etc. ERYSIPELA no rosto.—Os melhores medicamentos são: bell., lach. e rhus.; depois então: cham., graph., hep., sulf, 25 ]'] - 190 - e em certos casos póde-se ainda empregar: acon., camph., canth., carb.-an., carb.-v., euphorb., sep., stram., etc. Belladona, convém sobretudo quando ha : delírio, cepha- lalgia latejante, olhar furioso, sede violenta, lingua secca, beiços áridos, e outros symptomas que fazem temer uma melastase sobre as membranas do cérebro. Laciiesis, é as vezes conveniente no principio; ou quando bell. não baste para debellar as affecções cerebraes. Depois de lach. póde-se as vezes empregar : hep. ou merc. Rhus, convém de preferencia contra a erysipela vesiculosa; ou se os legumentos da cabeça se achão invadidos pela erysipela : na maior parle destes casos é especifico. Vide Cap. 2o, erysipela; c comparai fluxão na face. FLUXÃO NA FACE.—Os melhores medicamentos contra a inchação da face, por resultado de odont/.lgiv (conhecida vulgarmente debaixo do nome de fluxão) sao, em geral: arn., cham., merc., mys.-arc, n.-vom., puis., sep., staph., ou ainda: «rs., aur., bell., bry., carb.-v., caust., sulf, etc. Se o tumor fôr vermelho e quente, são principalmente: arn., bell., bry., cham. e merc. que convém empregar. Se fôr duro, são: arn., bell., ou cham. preferíveis. Sc fôr pallido : bry., n. iwn., sep. c sulf. Se se tornar erysipelatosa : cham., sep., ou ainda: bell., graph., hep., lach.-, rhus., sulf, etc. [Vide erysipela.) Se, por acaso, antes da apparição da íluxfto, já se hou- vesse ministrado medicamentos contra as dores de dentes antecedentes póde-se então empregar: ptds., se os medica- mentos fossem merc. ou cham,.; ou merc, se antecede-nle- mente se houvesse empregado puls. ou bell.; ou bell. depois de merc; ou sulf. depois de bell., bry., etc. ^J?* Comparai também: odontalgia. GLÂNDULAS obstruídas.—Vide Cap. i°, glândulas. IiMPIGENS no rosto.—Os melhores medicamentos, são : ars., cale, cie, graph., lyc, mcrc, rhus., sep., sulf, ou — 191 — ainda: am.-c, anflC, bar.-c, carb.a., carb.-v., kreos., led., nitr.-~ac, thui. As impigens crusxosas, (Impetigo) , pedem sobretudo : cale, graph. esulf, q-.ii também: ars.., cie, lach.? lyc, rhus,,, sep., etc. (Comparai cro&ta de leite.) Para as impigens furfuraceas, são soJbretudo: ars., bry., cie e sulf., ou também: anae, merc ou thui.,, etc Contra a impigem roedora (Lúpus), póde-se empregar com preferencia: ars., cale, cie, rhus., sep., sulf, ou ai&da : alam.? ciem.? merc? sil.? Finalmente, a impigem escamosa (Psoriasis), pede quasi sempre: cale., graph,, lyc, sep., ou sulf, ou bruc? fá^* Comparai também, Cap. 3o, os artigos: acnea, iw- petigo, herpes, psoriasis, ele. INCHAÇÃO dos beiços.—A inchação escrofolosa dos bei- ços, pede principalmente; aur., bell., bry., hep., lach., merc, sil., staph., sulf.,, etc, Se houver ao mesmo tempo queda do beiço, são: bell. e merc, que se devem empregar com preferencia. Havendo croatas e ulceração: bell., hep., merc, s,ep.r sil., staph,,, sulf., ou ainda: cie., graph., natr.-m. ,nitr.-ae, etc fáj^ Comparai também, Cap. ly, inchação do nariz. MENTAGRAf — Os melhores medicamentos, são em geral: acon., bell., caus., coloc, cpn., hep.,.lyc, merc, mez. ,n.vom., phos., plat.„ spig>, staph, Ou também: bry., cale, caps., c{ún., lyc., puls., rhus., stann., sulf, thui., veratr. Ou ainda: act.,arn., ars., aur., bar.-c, cham., coff,, kal., kal.-ch.? magn.? magn.-m.? etc. As prosopalgias imflammatorias, pedem quasi sempre: acon., arn,, bryv, phos,, staph,, sulf, ou ainda : bar.-c, bell., lach., merc, plat,, thui,, veratr. Para as prosopalgias rheumatismaes, são convenientes: acon., caus., chin., merc, mez., phos., puls., spig., sulf, thui., ou.: am,, bry., hep., lach., magn., n.-vom., veratr. — 192 — As prosopalgias arthriticas reclamão, em a maior parte dos casos: caus., coloc, merc, n.-vom., rhus., spig., etc Para as prosopalgias nervosas (contracção convulsiva dolo- rosa, nevralgia facial): bell., caps., lyc., plat., spig., mgs. -are, ou ainda: hyos., lach., magn., n.-vom., etc. As prosopalgias por abuso do mercúrio, pedem sobretudo : aur., carb.-v., chin., hep., sulf, etc. Para aquellas que apparecem em os mancebos (e mor- mente em as jovens) pletoricos, são sobretudo: acon., bell., ou cale, chin., lach., phos., plat. Nas pessoas nervosas: bell., lach., lyc, plat., spig. Em lodo o caso, póde-se empregar com preferencia: Aconitum, quando ha rosto vermelho e quente, com dores formicantes, ou dôr de ulceração, occupando só um lado do rosto; inchação da face e queixos; calor febril, sede; grande exasperação, com agitação, jactação, etc. Belladona, quando as dores seguem o curso do nervo suborbitario, sendo facilmente provocadas pela roçadura da parle doente; ou havendo dores vivas, latejantes nos ossos, queixos ou maçãs; rijeza da nuca; espasmos das palpebras; estremecimentos convulsivos dos músculos do rosto, e torce- dura da boca; rosto quente e vermelho, etc. Causticum, havendo dores tensivas ou pulsativas, nos ossos do rosto, e mormente nas maçãs, com uma espécie depara- lysia dos músculos faciaes; ou dores tractivas nos queixos, embaraçando abrir a boca; dores rheumatismaes nos mem- bros, zumbido nos ouvidos, etc. Colocynthis, contra dores pungentes e latejantes, occu- pando sobretudo o lado esquerdo do rosto, e propagando-se da cabeça, á fonte, nariz, ouvido e dentes, com rosto inchado; aggravação das dores pelo menor contado, etc. Conium, mormente se as dores vierem de noite, e forem pungentes ou latejantes. Hepar, quando as dores nos ossos do rosto (as maçãs) — 193 — aggravão-se mormente pelo tocar, e propagão-se até os ou- vidos e as fontes. Lycopodium, contra dores que principião por uma sensa- ção de frio, occupando principalmente o lado direito do rosto, com aggravaçâo de noite ou de tarde. Mercurius, se as dores forem pungentes ou latejantes, aílectando um lado da cabeça, desde as fontes até os dentes, aggravando-se de noite peto calor da cama, com salivação, pranto, suor no rosto ou na cabeça, insomnia, etc. Mezereum, contra dores crampoides, dormentes, occu- pando a maçã esquerda, e propagando-se até ao olho, fonte, ouvido, dentes, pescoço e liombro, com aggravaçâo ou renovação das dores depois de ter comido cousa quente, ou voltando do ar livre para casa. Nux-vom., contra dores vivas e tractivas até no ouvido, com inchação da face ; rubor do rosto, ou (de uma) das faces, ou côr amarella, mormente ao redor do nariz e da boca: comichão no rosto, com palpitação dos músculos; aggravaçâo das dores pela meditação e qualquer trabalho intellectual, pelo vinho, o café, etc. Phosphorus, dores pungentes, mormente no lado esquer- do, com prurido e tensão na pelle do rosto; inchação e palli- dez do rosto; aggravaçâo das dores por qualquer movimento dos músculos do rosto, comendo e abrindo a boca, falhan- do, etc, como também pelo mais leve contado ; dores desde os queixos até na raiz do nariz ou no ouvido; congestão na cabeça, com vertigens, zumbido nos ouvidos, etc. Platina, dores formicantes, com sensação de frio e torpor no lado atacado; ou dôr crampoide, e pressão tensiva nas maçãs; aggravaçâo ou renovação das dores de noite e no descanço; pranto fácil; rubor do rosto, sede, etc. Spigelia, quando ha : dôr viva e pungente, ardor e pressão nas maçãs; dores violentas que não consentem o menor — 194 — contacto, ou movimento, com inchação luzenle do lado ata- cado ; ou com afflicçdo de coração e grande agitação. Staphys, dores pressivas, pulsativas, desde os dentes até dentro do olho; ou dores latejantes, ardentes, tractivas, in- cisivas ou cruéis, com sensação de inchação do lado aíFec- tado, lagrimas espasmodicas, mãos frias, e suor frio no rosto. Hp^* Para o resto dos medicamentos apontados, vide a sua pathogenesia, e comparai Cap i° nevralgias, como tam- bém Cap. 11° odontalgia. SCIRRHO.—São: bell., con., sep., sil., sulf, que merecem ser empregados com preferencia contra as durezas scirrhosas no rosto e nos beiços, vide também Cap. i°, indurações. ULCERAÇÃO no rosto e beiços.—Os melhores medica- mentos, são: ars., bell., ciem., hep., merc, sil., staph., sulf, ou: cie, graph., merc, natr.-m., nitr.-ac, etc. As ulcerações carcinomatosas, pedem de preferencia: ars., ciem., con., sil., sulf, etc. Para ulcerações escrofulosas, são : bell., hep., merc., sep., sil., staph. esulf, ou: cie, graph., natr.-m., nitr.-ac, etc jjp^> Vide também Cap. 2°, ulceras. CAPITULO XI. moléstias dos dentes e das gengivas. ABCESSO nas gengivas. — Vide gengivas. CARIE nos dentes. —São: bar.-c, cale, enphorb., mez., sep., staph. e sulf., que parecem merecer a preferencia con- tra a disposição dos dentes á cariarem-se. Para as dores nos dentes cariados , emprega-se: ant. , ou também: chin., merc, n.-vom., puls. , staph. , mgs.-arc , ou ainda: acon., barc-c , bry. , cale , cham. , coff. , phos.-ae, sil., sulf — 195 — gp?* Vide também: odontAlgia. DENTIÇÃO (dores por causa da). —Vide Cap. 20. FJSTULAS nas gengivas. — Vide moléstias das gengivas^ GENGIVAS (moléstias das). —Os melhores medicamen- tos contra as moléstias das gengivas são, em geral: am.-e, am.-m., bell., bor., carb.-veg., chin., hep., merc , mur.-ac , natr.-m.. nitr.-ac, n.-vom.,phos. -ac, rhus., staph., sulf, ou ainda : ars., bry., caps. , caus., dulc, kal.-ch., kreus., mur.- ac, sep. Para a inchação e a inflammação das gengivas, são prin- cipalmente : bell. , chin. , hep., merc , n.-vom. , phos.-ae , staph. , sulf , ou também: am.-c , am.-m., bare-e, bor. , natr.-m., nitr.-ac, phos., sil. Contra a disposição das gengivas a verterem sangue, são mormente: càrb.-v.,merc., natr.-m., nitr.-ac,phos., phos.-ae, sd., staph., sulf. Para a ulceração das gengivas, principalmente: alum. , carb.-veg., kal., lyc, merc, natr.-m., staph., sulf.-ac.- Para as fistulas e os abcessos nas gengivas, são sobre- tudo : cale, sil., staph. esulf, ou ainda: caus., lie, natr.-m., pctr., ou também : canth. ? Para as excrescencias : staph. Para as affecções escorbuticas : caps., carb.-v., merc, natr.-m. , nitr.-ac , staph., sulf. , on ainda: am.-c. am.-n. . ars., bry., crus., dulc, gran., kal.-e, kreos., mur.-ac, sep., As affecções das gengivas causadas pelo abuso do mercú- rio, pedem principalmente: carb.-v. chin., ou ainda: hep., nitr.-ac, staph. Sendo causadas pelo abuso do sal commum: carb.-v., ou nitr.-sp. Nas pessoas que tem uma vida sedentária , se forem phlegmaticas e repletas : caps., mas se forem magras e de um temperamento vivo : n.-vom. ^^ Vide também stomacace. — 196 — ODONTALGIA ou dores de dentes. — Os melhores me- dicamentos contra as diversas espécies de odontalgia, são primeiramente: bell., cham., merc, n.-vom., puls., sulf. Seguem: bry., cale, chin., hyos., ign., mez., rhus., spig., staph., mgs.-arc Ou também : acon., ant., arn., ars., carb.-v., coff., hep. , sep., sil., verat. E ainda: bar.-c. , caus. , eye , dulc , euphorb., mag.-n. , nitr.-ac, phos-ac, plat., sabin. As dores nos dentes cariados exigem na maior parte dos casos: ant., ou também: chin., merc, n.-vom., puls., staph., mgs.-arc, ou ainda: acon., bar.-c, biy., cale, cham., coff., phos.-ae, sil., sulf. Para as dores que tomão muitos dentes ao mesmo tempo, ou uma parte do queixo, são convenientes: cham. , merc. , rhus. , staph. ; ou se as dores não tomão senão um lado só: cham., merc, puls., rhus. As dores que tomão ao mesmo tempo os ossos do rosto pedem de preferencia hyos., merc , mex.-vom., rhus, sulf. As que se propagão até aos olhos : puls.; até aos ouvidos : ars., cham., merc, pul., sulf. ; até á cabeça : ant., ars., cham., hyos., merc, n.-vom., rhus., puls., sulf. , etc. Para as odontalgias com fluxão na face , são principal- mente: arn. , cham. , merc., n.-vom. , puls. , sep. , staph., mgs.-arc; ou ainda: ars., aur., bell. , bry., carb.-v., const., sulf; com inchação das gengivas: acon., bell., chin. , hep., merc. , n.-vom. , phos.-ae, rhus., staph., sulf.; com enfarte das glândulas sub-maxillares: carb.-v., cham., merc, n.-vom., sep., staph. As odontalgias congestivas pedem com preferencia: acon., bell., cale, cham., chin., hyos., puls.; ou ainda: aur., phos., plat., sulf Para as odontalgias riieumatismaes e arthriticas , são principalmente : acon., bell., caus. , cham., chin. , merc. , — 197 — n.-vom. , puls. , staph. , sulf; ou também : arn. , bry., cyc., hep., lyc, magn., phos., rhus., sabin., verat., mgs.-arc. Para as odontalgias nervosas, sobretudo: acon. , bell., citam., coff., hyos., ign., n.-vom., plat., spig. , mgs.-arc; on ;iinda: ars., magn., mez., sulf, verat. Além disso, sendo as dores causadas pelo abuso do café, ••mprega-se: cham.; porém em caso de necessidade também são convenientes: ign., n.-vom. ; ou ainda: bell., carb.v. , merc.; e também : coce, puls., rhus. As odontalgias causadas pelo abuso do tabaco pedem de preferencia: bry. ou chin., ou ainda: cham. ou merc Para as odontalgias produzidas pelo abuso do mercúrio, são principalmente: carb.v., nitr.-ac; ou ainda: bell. , chin., hep., puls., staph., sulf. Sendo causadas por um resfriamento , são convenientes em a mór parte dos casos: acon. , bell. , cham. , coff., dulc, ign., merc, n.-vom., puls.; ou também: bar.-c, cale, chin., hyos., n.-mos., phos., rhus., sulf, mgs.-arc; sendo causadas por um ar frio e humido , são sobretudo: n.-mos. e puls. ; ou ainda : cale , merc. c sulf; e sobrevindo bebendo água : bry., merc, staph., sulf. As odontalgias nas pessoas sensives e nervosas manifes- tão-se muitas vezes de modo que serão sobretudo convenien- tes : acon., bell., coff, hyos., ign., n.-vom., plat., spig. As das mulheres pedem em a mór parle dos casos : acon., bell. , cale , cham. , chin. , coff. , hyos., ign., plat. , puls., sabin., sep., spig.; das jovens pletoricas : acon., bell., cale; na época da assistência: cale, catb.-r., cham. ; durante a prenhez : bell., cale, magn. , n.-mos. , n. vom., puls., sep., staph., ou também : alum. , hyos., rhus.; durante o criar: chin.; nas mulheres hystericas: ign. e sep. Finalmente, para as odontalgias nas crianças, são de gran- de utilidade: acon., bell., cale, cham., coff., ign. 26 — 198 — Quanto ás indicações dadas pelo todo dos symptomas , emprega-se primeiramente: Belladonna, quando ha: grande alllicção e desasocego que obrigão a andar de uma banda e outra; ou grande tris- teza, com disposições a lagrimas ; dores nas gengivas e nos dentes , como se tudo estivesse uleerado; dores tractivas, pungentes, incisivas ou latejantes nos dentes, no rosto e nos ouvidos, aggravadas de noite depois de se deitar; terebração nos dentes cariados, como por congestão de sangue, com effu- sdo de sangue chupando-os ; inchação dolorosa das gengivas, com calor, prurido, vesiculas e ardor , inchação da face ; salivação, ou boca e garganta seccas, com grande sede; reno- vação das dores por trabalho intellectual ou depois de ter comido; aggravaçâo ao ar livre, e pelo contado dos alimentos (mastigando, comendo); rosto quente c vermelho ; pulsações na cabeça ou nas faces; ardor e vermelhidão dos olhos. (De- pois de bell. convém ás vezes: merc, hep., ou cham. , puls.) Chamomii.la; grande irascibilidade e disposição ás lagri- mas, durante as dores ; dores violentas, tractivas, que fazem estremecer, ou pulsativas e latejantes; dores que parecem in- supportaveis, sobretudo de noite, pelo calor da cama, com exas- peração , inchação quente e rubor da face ; inchação luzidia das gengivas e enfarte das glândulas sub-maxillares; dores que tomão um lado todo dos queixos , sem que o doente possa conhecer o dente que se acha mais affcctado; sensação n'um dente cariado, com vaccillação do mesmo dente ; dores semi-lateraes, latejantes ou pulsativas, em o lado todo da ca- beça affeclado, no ouvido e no rosto; aggravaçâo e renovação das dores depois de ter comido e bebido quente ou frio, e mormen- te depois de ter tomado café; dores com calor e rubor, sobre- tudo de uma das faces, suor quente , mesmo nos cabellos , grande agitação, ou grande fraqueza aponto de desmaiar. Mercurius, contra: dores pungentes, latejantes, nos dentes cariados, ou nas raízes dos dentes, tomando o lado todo da — 199 — cabeça affedado e também do rosto , até os ouvidos, com in- chação dolorosa da face ou das glândulas sub-ínaxillares, e salivação; apparição ou aggravaçâo das dores de noite, pelo calor da cama, onde ei Ias se tomão intoleráveis; renovação pelo ar frio e humido, e lambem comendo, ou depois de ler comido e bebido quente ou frio; dentes embolados, com vac- cillação , sensação como se fossem muito compridos; gengi- vas inchadas, brancas, nlceradas e descoradas, com prurido, ardor e dôr de excoriação ao tocar; suores nocturnos, verti- gens, dores rheumalismaes nos membros; humor rabujenlo, contrariante, ou grande disposição ás lagrimas; arrrepio com rubor das faces. (Convém muitas vezes antes ou depois de bell. ou dulc, ou antes de hep. ou carb.-v.) Nux-vomica, sobretudo nas pessoas de um temperamento vivo, colérico, com a cor do rosto mui coitada; nas pessoas que fazem uso do café, das bebidas espirituosas , ou que tem uma vida sedentária e encerrada, dores de excoriação, ou crispações que fazem estremecer, com picadas nos dentes e nos queixos, ou somente nos dentes cariados; dores que respondem até na cabeça, nos ouvidos c nas maçãas do rosto, com enfarte doloroso das glândulas sub-maxillares; gengivas inchadas e dolorosas, com pulsação como num abeesso ; manchas verme- lhas e quentes nas faces e no pescoço , aggravaçâo ou appa- rição das dores de dentes de noite, ou de manhãa, ao accordar, ou depois do jantar, durante o passeio ao ar livre, lendo, me- ditando, ou durante qualquer trabalho intellectual, ou com o calor do aposento, com melhoramento ao ar livre, humor queixoso e exasperação , ou humor rixoso , iracundo c ra- bujento. Pulsatilla, sobretudo nas pessoas de uma índole branda, tranquilla e tímida, com disposição ás lagrimas, contra dores de dentes com otalgia e cephalalgia semilateraes; dores pungen- tes, tractivas, latejantes, como se o nervo estivesse teso e se soltasse de repente; ou dores pulsativas com picada nas gen- — 200 — 'uvas; dores que se propagão até na face , na cabeça, no olho e no ouvido do lado affectado, com pallidez da face , calor iki cabeça, arrepios pelo corpo e dyspcnea, aggravaçâo ou appari- ç.ao das dores de noite, depois de meia noite , como também pelo calor da cama ou do aposento, ou bebendo ou comen- do alguma cousa quente , estando assentado, e pelo contado do palito; allivio peta água fria (que comtudo ás vezes ag- grava) c p«lo ar frio. Depois destes medicamentos polycrestos contra as dôrcs de dentes, póde-se empregar com preferencia : Bryoniy, mormente nas pessoas de um temperamento vivo e colérico, ou iracundas e teimosas; dores nos dentes cariados , e mais ainda nos outros; dores pungentes e cri>- pações com vaccillação dos dentes, e sensação como se fossem nimiamente cumpridos, sobretudo comendo ou depois de ter comido; picadas nos ouvidos ; dores com precieão de se deitar, agravando-se de noite ou bebendo alguma cousa quente, r. CO o * também estando deitado sobre a face do lado são, com alli- vio deitando se no lado affectado ; dôrcs de excoriação na-í gengivas. Calcarea, convém somente contra as dores de dentes com congestão na cabeça, sobretudo de noite, e quando ha : dôrcs pulsativas, latejantes, ou sensação de excoriação; incha- ção , sensibilidade dolorosa com disposição a botar sangue pelas gengivas, com picadas e pulsações; aggravaçâo e reno- vação das dores de dentes por uma coi'renteza de ar ou ptlo ar frio, assim como bebendo quente ou frio, ou mesmo pela bulha, o menor resfriamento, e na época da assistência. China, sobretudo depois de perdas debilitanles , durante. o criar, etc. ; ou se , nas pessoas naturalmente alegres, ;s dores provocão o máo humor e um gênio iracundo; ou quan- do ha: dores surdas, penosas, nos dentes cariados; ou dôr;s pulsativas, que fazem cxlremeccr; apparição ou aggravaçâo das dores depois da comida ou de noite, assim comop<:lo — 201 — ■mais leve contacto; renovação pelo ar livre ou uma corrente- za de ar; allivio pela pressão e apertando-se os dentes; in- chação das gengivas; boca secca com sede; congestão de sangue na cabeça, com inchação das veias na tcsla e nas mãos; somno agitado durante a noite. IIyosciamus, quando ha : dares violentas, pungentes cpulsa- tivas, fazendo-se sentir desde a face até á testa; inchação das gengivas com dôrcs cruéis , e com zumbido no dente, que parece vacillar; apparição das dores ao ar frio ou de ma- nhãa; congestão de sangue na cabeça, com rubor e calor no rosto; espasmos na garganta, ou estremecimentos convulsi- vos dos dedos, das mãos ou dos braços; grande sensibilidade nervosa; olhos vermelhos e scinlillantcs. Ignatia, em a mór parte dos casos cm que n.-vom. ou puls. devem ser empregados , porém nas pessoas de um tem- poramento sensível, de uma Índole branda, pacifica e terna, ou ora alegre , ora disposta ás lagrimas , e sobretudo nas pessoas que se aílligem facilmente; ou se os dentes estão como quebrados, parecendo vacillar, c se as dores se fazem sentir mormente para o fim da comida, aggravando-se mais ainda depois; ou se (como as dores de ign. em geral) el!as se aggravão depois de ter tomado café, pelo fumo do tabaco, de noite depois do estar deitado , ou de manhãa ao acor- dar. (Comparai: cham., n.-vom., puls.) Mezereum, se as dores tomâo de preferencia os dentes ca- riados , com picadas tractivas , ardentes ou terebrantes , até nos ossos do rosto e nas fontes; sensação como se os dentes estivessem embotados e nimiamente compridos; agravação das dores pelo contacto, pelo movimento, ou de noite, com calafrios, fervura de sangue e congestão na cabeça; sensação de torpor e dores tractivas no lado affectado da cabeça; cons- lipação, anorexia e máo hnmor. Rhus, principalmente nas pessoas de uma índole tran- quilla, dispostas á melancolia e á tristeza, ou ao medo e ás — 202 — afflicções; dores pungentes e latejantes, ou dôr de excoriação nos dentes; aggravaçâo ou apparição das dores ao ar livre, ou de noite, tornando-se intoleráveis; alliviopela applicação do calor externo; gengivas dolorosas , ardentes ; vacillação dos denlcs e exhalação fétida pelos dentes cariados. (Com- parai bell. c bry.) Spigelia , contra: dores pressivas , agudas c pulsativas, sobretudo nos dentes cariados; apparição das dores logo de- pois da comida, ou de noite, obrigando a sahir da cama; aggravaçâo pela água fria ou pelo contacto do ar livre; mor- mente quando ha ao mesmo tempo: dôrcs ardentes , pun- gentes nas maçãas do rosto; rosto inchado , com côr ama- rella em roda dos olhos, dores nos olhos, precisão freqüente de ourinar, palpitação de coração, arrepio o agitação. Staphys, quando os dentes ficão denegridos, carião-se , e principião á quebrar-se , com gengivas paUidas , brancas , ulceradas, ou inchadas e dolorosas, botando sangue facilmen- te, com tuberculos e excressencias; inchação da face e das glândulas sub-maxillares; dores cruéis , tractivas e pressivas nas gengivas , nos dentes cariados , e nas raízes dos dentes sãos; apparição ou aggravaçâo das dores mastigando , ou logo depoio de ter comido ou bebido frio , assim como pelo contacto do ar frio, ou de manhãa, ou de noite. Sulfur, contra: dores cruéis, pulsativas , quer nos dentes cariados, quer nos outros; dores que respondem até aos ou- vidos e á cabeça , com inchação da face, congestão de san- gue na cabeça e cephalalgia pulsativa; rubor inílammatorio dos olhos e do nariz; picadas nos ouvidos, constipação com precisão freqüente, mas inútil, de obrar; dores nas cos- tas, crispações nos membros; vontade de dormir de dia e calafrios; aggravaçâo ou apparição das dores de noite, pelo calor da cama, ou expondo-se ao ar livre, como também pela água fria, mastigando; vacillação c embotamento dos den- tes ; propensão das gengivas a sangrarem , com inchação c — 203 — dores pulsativas. (Convém sobretudo depois dè coff. ou acon.) Magnes arctic : contra : dores de arrancamento nos den- tes cariados , ou abalos dolorosos que atravessão o periosteo do queixo, com dores tractivas , pressivas, cruéis, ardentes ou latejantes; gengivas inchadas e dolorosas, ao tocar, ou como entorpecidas (depois da cessação das dores); aggravaçâo das dores depois de ter comido, e pelo calor; allivio ao ar livre e andando, inchação vermelha e quente das faces; calafrios; grande sensibilidade nervosa, tremor e crispações nos membros. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se empre- gar depois: Aconitum, sobretudo quando as dores custão a descrever, quando o doente está fora de si, e mormente se coff. não foi sufficiente contra este estado; ou quando ha: abalos latejan- tes ou dores pulsativas, com congestão de sangue na cabeça; calor do rosto, rubor da face e grande agitação. Antimonium, em a mór parte dos casos de dores nos dentes cariados, com picadas suecessivas na cabeça, sobretudo de noite, na cama; aggravaçâo depois de ter comido, assim como pela água fria ; allivio ao ar livre; gengivas botando sangue e despejando-se facilmente. Arnica, sobretudo conlra as dores depois de uma operação qualquer nos dentes; ou quando ha dôr de luxação nos den- tes, ou picadas comendo; ou ainda quando a face está in- chada, vermelha e dura, com pulsação ou picadas nas gengivas. Arsenicum, quando os dentes estendem-se, com vacillação dolorosa, dores tractivas, latejantes nos dentes e nas gengi- vas, propagando-se até á face, ao ouvido, ás fontes ; dores in- toleráveis que levão a uma exasperação furiosa, apparição das dores de noite , com aggravaçâo , ou estando deitado sobre o lado doente; allivio pelo calor do fogo. Carbo-veg. , muitas vezes nos mesmos casos âe ars. ou merc, quando estes não são sufficientes , e sobretudo se as gengivas despegão-se e botão sangue, com ulceração, vacil- — 20^ — lação dos dentes, e sensibilidade dolorosa ao tocar, sobretu- do depois da comida; dores tractivas, cruéis e pulsativas nos dentes , provocadas pelo contacto das cousas quentes , (Vias ou nimiamente salgadas. Coffea , contra as dores as mais violentas , e se o dente está totalmente fora de si, com pranto , tremor, grande aí- llicção e agitação; dôrcs difficcis de descrever, ou pungentes t- vivas , manifestando-se sobretudo de noite ou depois da comida. (Se coff. não fôr sufliciente , empregar-se-ha acon. , ou hyos., sulf, verat.) IIep/.r, muitas vezes depois de mcrc. ou bell., sobretudo quando ha: inchação dolorosa, ou mesmo erysipelatosa da lace, ou dores latejantes e tractivas nos dentes, aggravando- se apertando-os, comendo, n'um quarto quente, ou de noi- te, como a mór parle das dores de hepar. Sepia , contra : dores pulsativas e latejantes , nas pessoas que tem a côr do rosto amarella; dores que se estendem alé aos ouvidos e aos braços, até aos dedos, onde se tornão for micantes; c sobretudo quando ha dores aslhmaticas, incha- ção da face, tosse, e enfarte das glândulas sub-maxillares. Silicea, contra: dôrcs latejantes, com inchação do osso eu do pcriosteo do queixo; dores que tomão mais antes o queixo que os dentes; calor nocturno que embaraça o somno; pelle disposta ás ulcerações; aggravaçâo das dores de noite, ou pelo contacto das cousas quentes ou frias. Veratuum, se as dores se manifeslão com inchação do rosto , suor frio na testa , naaseas a ponto de fazer lançai matérias biliosas, cansaço nos membros, perda das forças até o desfallecimento, frio pelo corpo todo, com calor inter- no e sede inextinguivcl de água fria; dores pulsativas ou pressão e sensação de peso nos dentes. Finalmente, se entre todos os medicamentos antecedentes não se achasse nenhum que conviesse ás indicações, sei ia acertado empregar: — 205 — Baryta carb., sc as gengivas e a face estão pallidas e in- chadas, com pulsação nos ouvidos, sobretudo de noite; ou havendo picadas ardentes nos dentes, provocadas pelo con- tacto de cousas quentes. Causticum , contra: dores pulsativas e latejantes , com gengivas dolorosas, botando sangue facilmente e com dores rhcumatismaes , nos músculos do rosto , nos olhos e nos ouvidos. Cyclamen, contra: dores latejantes e terebrantes, on pi- cadas surdas, de noite , sobretudo nas pessoas arthriticas. Dulcamara , se as dores de dentes causadas por um res- friamento são acompanhadas de diarrhea, e se cham. não foi suíliciente , ou quando ha: cabeça tolhida, com salivação, gengivas despregadas e fungosas , não sendo nem bell. nem merc. suíficientes. Eupnor.BiuM, contra: dores pressivas, latejantes e tere- brantes, com inchação erysipelatosa da face, ou com os den- tes principiando a quebrar-se. Magnesia, contra : dores noclurnas terebrantes ou cruéis, c que fazem estremecer, ou como de ulceração; dores into- leráveis durante o descanso, obrigando a sahir da cama e a passear, com inchação da face. Nitri.acid., contra dores pulsativas, ou latejantes e trac- tivas, manifestando-se sobretudo de noite, na cama, e emba- raçando o somno antes de meia noite. Phosphori acid. , quando as gengivas botão sangue, ílcão inchadas edespegadas, com dores cruéis, aggravadas pelo calor da cama , assim como pelas cousas quentes ou frias; dores violentas nos dentes incisivos, de noite. Platina, contra: dores pulsativas nos dentes, aggravaçâo dos symptomas de noite e no descanso ; sensação de cãibra e torpor no lado affectado do rosto; gênio altivo, presumpçoso, com desprezo de outrem. Sabina, contra: dores pulsativas ou pressivas, manifes- 27 — 206 — tando-se de noite, sobretudo pelo calor da cama, e depois de ter comido , com sensação como se o dente estivesse se arran- cando, pulsação pólo corpo todo , arrotos freqüentes e perda de sangue pela madre. £Jjr> Para maiores detalhes, vide a Pathogenesia dos me- dicamentos apontados, e comparai os artigos: nevralgia , cepiialalgia, prosopalgia, otalgia, etc, nos seus capítulos respectivos. CAPITULO XII. MOLÉSTIAS DA BOCA. APHTAS na boca.—Os melhores medicamentos são, sobretudo nas crianças : bor. , merc. , n.-vom. , sulf. , sulf-ae , etc. BALBUCIENCIA, gagueira, etc. —Vide palavra. FEDOR da boca. — Bem que este inconveniente nunca seja senão o symptoma de outra moléstia, comtudo ás vezes existe sem outra lesão appreciavel, e então deve-se empre- gar: arn., ars., aur., bell., bry., cham., hyos., merc, n.-vom., puls., sep., sil., sulf Nos jovens, na idade da puberdade, convém de preferen- cia: aur., e também : bell., hyos., puls. e sep. Se o máo cheiro manifesta-se somente demaniiãa, empre- gar-se-ha : arn., bell., n.-vom., sil. c sulf. Se fôr depois da comida : cham., n.-vom. ou sulf. Se tiver lugar de noite : puls. ou sulf. Sendo causado pelo abuso do mercúrio , são principal- mente: aur., carb.-v. , lach. , sulf. , ou ainda : arn. , bell. , hep., etc. Glossite, ou inflammação da língua. -^ Os melhores me- dicamentos são: acon,, arn., ars.t bell., lach., merc. — 207 — Se este estado fôr o resultado de lesões mecânicas, ou de picadas de abelha, sSo principalmente: acon. e arn., admi- nistrados alternadamente. Se a inchação fôr excessivamente volumosa , ou havendo dureza, são: bell. e merc , que depois de acon. devem ser administrados com preferencia. Se a inflammação ameaçar passar á gangrena, empregar- se-ha então: ars. e lach. §^j?* Comparai também stomacace. HEMORRHAGÍA BOCAL. — É entre: arn., bell,, chin., dros., fer. , kreos. , led. e lyc. que, segundo as circunstan- cias e as causas internas e externas do mal, escolher-sc-ha de preferencia. Vide também Cap. of, hemorragia nasal. INFLAMMAÇÃO na boca. — Vide stomacaça e glossite. MUDEZ. — Vide palavra. PALADAR (inflammação do). — Os medicamentos que em geral devem ser empregados com preferencia são: bar.-c, bar.-m., bell. , cal., lach., merc , n.-vom., ou ainda: acon., aur., chin., coff., sil. A inflammação do céo da boca pede: acon., bell., coff., merc, n.-vom. Para a inflammação doPALADAR são principalmente: cale, chin. , n.-vom. , eu ainda: bar.-c., bar.-m. , lach., merc, e talvez : aur., bell., sil. Havendo ulceração, ou mesmo carie do paladar, empre- gar-se-ha de preferencia: aur., lach., merc, sil., ou também: bar., cal., etc. (Vide Cap. i°, moléstias dos ossos). Sendo o mal causado pelo abuso do mercúrio, são conve- nientes: aur., lach., e também : bell:, bar.-m cale, sil. Vide Cap. i3, angina, e comparai stomacace. PARALYSIA da língua. — São : caus., graph. , lach., e ainda : dulc , suphr, que merecem ser empregados com preferencia, quando este mal existe só, sem outra lesão ap preciavel. — 208 — Depois de uma apoplexia, empregar-se-ha: bell., hyos., op., stram., etc. (Vide Cap. 6o, apoplexia). PALAVRA (defeitos da). — Os melhores medicamentos contra os diversos defeitos da palavra , laes como : balbu- ciencia, gagueira, são, em geral: bell., caus., cie, euphr., graph., lach., merc, natr., n.-vom., sulf. (Comparai paraly- sia da língua.) PTYALISMO, ou salivação. — São bell. , cale , canth. , colch. , dulc. , euphorb., hep. , íod. , lach. , merc. , nitr.-ac, op. , sulf. , que, segundo as circumstancias , merecem ser consultados com preferencia. Se é pelo abuso do mercúrio que o mal existe, são prin- cipalmente : bell. , dulc , hep. , iod. , lach., nitr.-ac , op. e sulf. Vide também: stomacace. STOMACACE, ou inflammação e ulceração da cavidade bocal. — Os melhores medicamentos contra este mal são , em geral: merc. e n.-vom, ou ainda: ars., bor., caps., carb.-v., dulc, natr.-m., nitr.-uc, staph., sulf, sulf.-ae, e também : chin., gran., hep., iod., merc-c, n.-mos., sep., sil. A stomacace produzida pelo abuso do mercúrio pede de preferencia: carb.-v., dulc, hep., nitr.-ac, staph., sulf, ou ainda: chin., iod., natr.-m., etc. Sendo causada pelo abuso do sal commum, empregar-se-ha em muitos casos : carb. v., ou nitr. -sp. Em qualquer dos casos póde-se empregar com pre- ferencia : Arsenicum, quando ha: ulceração da lingua nas extremi- dades, aphtas, com dores ardentes, violentas; gengivas in- chadas c botando sangue facilmente, com vacillação dos dentes; grande fraqueza e caduquez. Borax, quando ha: gengivas ulceradas ; aphtas na boca e na lingua, sangrando facilmente; mucosidades tenazes na gar- ganta ; ourinas acres e fétidas. (Convém mais para crianças.) — 209 — Capsicum, principalmente nas pessoas repletas, de um temperamento phlegmatico e tendo uma vida sedentária, e so- bretudo quando ha: vcsiculas ardentes na boca e na língua, inchação das gengivas, etc. Carbo-veg. , quando ha: gengivas despegadas, retrahidas, excoriadas e ukeradas , botando sangue com abundância, va- cillação dos dentes, calor na boca, grande fedor das ulceras, excoriação c movimento difíicil da linaua. Dulcamara , se o menor resfriamento provocar o mal, com inchação das glândulas do pescoço. Mercurius, quando ha: gengivas vermelhas, fungosas, des- pegadas, ukeradas e botando saugue facilmente, com dores ar- dentes , nodurnas, sensação de excoriação, mormente ao tocar: vacillação dos dentes, lingua e cavidade bocal inflam- ma das, excoriadas, e ukeradas ou cobertas de aphtas; cheiro fétido, cadaverico, da boca e das ulcerqs; fluxo abundante de uma saliva fétida, ou mesmo sanguinolenta, com ulceração do orifício do dueto das glândulas salivares, lingua inchada, rija e dura, ou humida e carregada de mucosidades brancas; rosto pallido, com arrepio, evacuações diarrheicas ardentes. Natrum mur. , contra : gengivas inchadas, botando sangue facilmente, com grande sensibilidade para todas as cousas quentes ou frias; ulceras e vesiculas na boca , na língua e nas gengivas, com dores ardentes e palavra constrangida; saliva abundante ; torpor e rijeza da lingua, maxime de um lado. Nitri.-acid. , quando ha: gengivas sangrando, bran- cas e inchadas ; vacillação dos dentes; excoriação na boca; dores latejantes ; fedor pútrido da boca; salivação. Nux.-vom. , principalmente nas pessoas magras , de um temperamento vivo, e tendo uma vida sedentária, e sobretudo quando ha : inchação pútrida e dolorosa das gengivas , com dores ardentes e pulsativas; ulceras fétidas, borbulhas e ve- siculas dolorosas na boca , nas gengivas , no paladar ou na lingua; salivação nocturna, saliva sanguinolenta; lingua — 210 — carregada de mncosidades brancas, espessas; cheiro pútrido da boca, rosto descorado, com faces encovadas e olhos em- baciados; magreza, constipação, humor iracundo e colérico. Staphys, se as gengivas são pallidas, brancas e nlceradas, ou dolorosas e inchadas , botando sangue facilmente; excres- sencias fungosas nas gengivas e na boca; boca e lingua ulcc- radas ou cobertas de vesiculas; fluxo de saliva [ás vezes san guinolenta , dores latejantes na lingua ; rosto decomposto , macilento; faces encovadas e olheiras ; inchação das glându- las do pescoço e dos folliculos debaixo da lingua. Sulfur., contra : despego e inchação das gengivas, botando sangue facilmente, com dores pulsativas ; vesiculas, borbu- lhas e aphtas na boca e na lingua, com ardor e dôr de exco- riação , sobretudo comendo; cheiro fétido e ácido da boca ; salivação ou saliva sanguinolenta ; lingua carregada de uma camada grossa, branca ou parda; evacuações mucosas, ver- des, com tenesmo, erupções milliares; agitação nocturna. Sulfuris acid., contra: aphtas na boca, inchação, ulcera- ção das gengivas sangrando; salivação abundante. $^ Para o resto dos medicamentos apontados, vide a sua Pathogenesia. RANULA. —São: cale , merc e thui., que forão empre- gados com mais successo ; também é conveniente : ambr. TRIMUS. — Vide Cap. 10. ULCERAÇÃO da boca. —Vijde glosite e stomacace. CAPITULO XIII. moléstias da garganta. AMIGDALITE.—Os melhores medicamentos são, cm geral: bar.-c, bell., hep., ign., lach., merc, nitr.-ac. n.-vom., sulf, ou ainda: cale , canth., cham., gran., lyc. , sep., thui. — 211 — Havendo suppuração ou ulceração, são ordinariamente: bar.-c., bell., ign., lach., lyc, merc, nitr.-ac, ou sep. Contra a dureza das amygdalas , emprega-se: bar.c, cale, ign., sulf. (Comparai também Cap. i°, durezas.) Emquanto ao mais vide angina. ANGINAS ou dores de garganta. —Os melhores medi- camentos contra as diversas anginas são primeiramente : bell., lach., merc, ou cham., n.-vom., puls. Depois seguem : acon., bry., caps., coff., ign., rhus., sulf, ou: bar.-c , chin. , cie , coce , dulc , sabad. , sep., veratr. ; também : alam., ars.9 cale, canth., carb.-v., gran., kreos. , lyc, mang., nitr.-ac, n.-mos., sen., staph., thui. As anginas agudas pedem: acon., bell., bry., cham., coff., ign., mcrc, n.-vom., puls., rhus., ou: ars., bar.-c, canth., caps., chin., dulc, hep., lach., mang., staph. Para as anginas «irônicas, como também para as anginas habituaes , são sobretudo : alum., bar.-c., cale , carb.-v. , hep. , lach. , lyc. , sep. , sulf , ou ainda: bell., chin., mang., natr.-m., nitr.-ac, n.-vom., sabad., sen., staph., thui. Contra as anginas catarrhaes e bheumatismaes, emprega- se: bell. , cham. , n.-vom. , puls. , sulf. , ou ainda : acon. , carb.-v., caps., dulc, gran., merc, rhus. ou sen. As anginas flegmonosas pedem de preferencia: bar.-c, bell., hep., ign., nitr.-ac, sulf , ou também: acon. , cale , canth., coff, lach., merc, n.-vom., sep., thni. Para as anginas gangrenosas: am.-c. , ars. ou lach. A angina membranosa pede: acon., hep., spong. , phos. Quanto ao que diz respeito á sede da inflammação , as anginas bronchica, laryngea, oesophagea, palatina, paro- TIDEA , PHARYNGEA , TONSILLAR , TRACHÈAL E UVULAR , vide neste mesmo Cap. os artigos amygdalita oesopiiagita, pha- ryngita, etc, como também Cap. 8o parotiba; e Cap. 21 BRONCH1TA, LARYNGITA. Quanto ás causas exteriores de que uma ou outra dessas — 212 — anginas pôde depender, manifestando-se a moléstia depois de um exanthema, tal como a scarlatina, as morbilias, as bexi- gas, etc, tem preferencia: ars., bar.-c., carb.-v., ign. Para as anginas pelo abuso do mercúrio; são principal- mente: arg., bell., carb.-v., hep., lach., lyc, staph., sulf. Para as anginas que são o resultado de um resfriamento, são convenientes: bar.-c. , bell., bry., cham. , coff. , dulc. , ign., lach., mcrc, n.-vom., puls., sulf. Para as anginas que dependem de uma causa syphilitica, são: merc, nitr.-ac. thui., ou ainda: lach. Para as anginas provocadas por uma causa traumática , tal como a introducção de corpos estranhos, de esquirolas de osso , etc, na garganta, devem: acon., bell., cham., cie, ign. ou mcrc, na maior parte dos casos ser empregados. Finalmente , quanto aos symptomas que caracterisão as diversas anginas, póde-se empregar em primeiro lugar: Belladonna , contra quasi todas as qualidades de anginas, e sobretudo quando ha: dores de excoriação, coçadura, sen- sação de gretadura; seceura , ardor ou picadas na gar- ganta, principalmente ingulindo; dores que se propagão até aos ouvidos; contracçdo e constricção spasmodica da garganta, com precisão continua de ingulir , ou deglutição difflcil ou mesmo impossível., adipsia ou grande sede, com honor das bebidas, ou com impossibilidade de beber, porque todas as be- bidas tornão á sahir pelonariz ; rubor vivo , ás vezes ama- rello, das partes affectadas, sem inchação, ou inchação e ru- bor inílammalorio do céo da boca , da campainha ou das tonsilias , mesmo com suppuração; ulceras que se estendem ra- pidamente; grande accumulação de mncosidades viscosas; bran- cas, na garganta , na boca e na lingua; salivação ; inchação dos músculos ou das glândulas do pescoço e da nuca; febre violenta, com rosto quente, vermelho e inchado; dôr de ca- beça violenta na testa, humor choroso e caprichoso. (Com- parai merc, que convém antes ou depois de bell. — 213 — Chamomilla , mormente nas crianças , ou se o mal é o re- sultado de uma constipação, ou quando ha : inchação das pa- rotidas, das tonsilias e das glândulas submaxillares; dores latejantes, ardentes, ou sensação como se liouvcsse uma grossu- ra na garganta ; rubor carregado das partes affectadas; im- possibidade de ingulir os alimentos sólidos, sobretudo estan do deitado ; sede com seceura na boca e na garganta; cócegas no larinx, que provocão a tosse, voz rouca; febre á noite, com calor e arrepios alternativos, rubor (sobretudo de uma) das faces ; grande agitação, gritos, pranto. Lacuesis, em quasi todos os casos em que bell. ou merc, podem ser empregados , sem comtudo serem sufficientes ; e mormente quando ha : .dôr de excoriação, ardor e seceura na garganta , tomando somente pequenos lugares circumscriptos, ou propagando-se até aos ouvidos, ao larinx, á lingua, ao nariz, ás gengivas, etc, com dyspnéa, perigo desuffocação, salivação e montão de mucosidades ; inchação , rubor e excoriação das amygdalas ou do céo da boca; precisão continua de engu- lir, com espasmo na garganta, ou com sensação de um tu- mor , de uma grossura que seria preciso engulir; deglutição embaraçada, com horror das bebidas, que muitas vezes sa- hem pelas ventas; aggravaçâo do mal depois do meio dia, ou de manhãa ou depois de ter dormido, assim como pelo menor contacto e a mais pequena pressão do pescoço; allivio comendo. Mercurius, muitas vezes no principio da moléstia, antes de bell., ou alternadamente com este medicamento, e sobre- tudo quando ha : picadas violentas na garganta e nas amygda- las, mormente engulindo, e propagando-se até nas parotidas, nos ouvidos e nas glândulas submaxillares ; ardor na gargan- ta e dôr de excoriação, inchação e grande rubor inflamma- torio das partes affectadas; dilação da campainha; precisão continua de engolir, com sensação na garganta como se houvesse uma grossura que fosse preciso engolir; deglutição difficU, mormente das bebidas que tornão a sahir pelas ventas; 28 — 214. — máo gosto da boca; salivação abundante; inchação das gen- givas c da lingua; suppuraçâo das amygdalas, ou ulceras na garganta que lavrão lentamente; aggravaçâo do mal de noite, assim como ao ar frio e fallando ; arripio de noite, ou calafrios alternando com calor; suores que não allivião; dores rheu- matismaes, cruéis ou tractivas na cabeça e na nuca. Nux-vomica, muitas vezes depois de cham, ou nas pessoas magras, biliosas e coléricas, ou de um temperamento san- güíneo, e sobretudo quando ha : coçadura e dôr de excoriação na garganta, principalmente engolindo e respirando o ar frio; dôr engolindo em secco, como se o pharynx estivesse apertado, ou como se houvesse uma cavilha ou rolha na garganta ; picadas até nos ouvidos, mormente engolindo ; inchação da campainha, do paladar ou das lonsilias, ou somente sensação de inchação, com dores pressivas e latejantes; tosse secca com dôr de cabeça, e dores nos hypocondrios tossindo ; pequenas ulceras de cheiro pútrido na boca e na garganta. Pulsatilla, mormente nas mulheres ou nas pessoas de um gênio brando c de um temperamento phlegmatico, e sobre- tudo quando ha: rubor, ás vezes azulado, da garganta, das tonsilias ou da campainha, com sensação como se essas partes estivessem inchadas, ou como se houvesse uma grossura no pharynx; coçadura, dôr de excoriação e seceura na gargan- ta, sem sede; picadas na garganta, mormente fora do tempo da deglutição, com pressão c tenção engolindo em secco; arripios perto da noite, com aggravaçâo das dores de garganta; inchação varicosa das vêas da garganta; accumulação de mu cosidades tenazes que cobrem as partes affectadas. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se empre- gar depois: Aconitum, sobretudo quando ha grande febre, com calor secco, rubor das faces, agitação, impaciência e exasperação; rubor carregado das partes affectadas, com deglutição diílicil — 215 — e dolorosa; ardor, contracção, picadas, na garganta; sensi- bilidade dolorosa da garganta fallando; sedo ardente. Bryonia, contra: sensibilidade dolorosa da garganta ao tocar, e voltando a cabeça; deglutição diflicil e dolorosa como pela presença de um corpo duro na garganta; picadas e sensação de excoriação e de seceura na garganta\ a ponto de vexar a palavra; febre com ou sem sede, ou arripio e frio, humor iracundo e colérico. Capsicum, no caso em que cham., bry., n.-vom. ou puls. parecem ser indicados, sem comtudo serem suflicientes, e sobretudo se a febre presiste, com arripios e sede, seguidos de calor, dores pressivas, com constricção espasmodica da garganta; excoriação c ulceração na boca ; tosse dolorosa, vontade continua de estar deitado e de dormir, com horror do ar livre e do frio. Coffea, quando ha ao mesmo tempo coryza com irrita- ção na garganta obrigando a tossir, mormente ao ar livre, insomnia, calor, humor choroso e lamentações; inchação do céo da boca, com dilaçâo da campainha; sensibilidade exces- siva das partes affectadas, e dores que parecem intoleráveis ; tosse curta, secca, etc Hepar, muitas vezes depois de bell. ou merc, ou quando ha: seceura, sensação de uma cavilha, ou picadas na gar- ganta como por lascas, mormente engolindo, tossindo, respi- rando, e voltando a cabeça; coçadura dolorosa que vexa a palavra, deglutição embaraçada ou mesmo impossível; gran- de pressão na garganta, com perigo de suffocação; inchação das amygdalas. Ignatia, quando ha: inchação vermelha e inílammatoria do paladar ou das amygdalas; sensação de uma cavilha na garganta, ou picadas até nos ouvidos, sobretudo fora do tempo da deglutição, com ardor e dôr de excoriação engolindo; deglutição das bebidas mais diflicil que a dos alimentos so- — 216 — lidos; amygdalas duras ou cubertas de pequenas ulceras. (Comparai cham., n.-vom., puls., ou bell., merc, hep., sulf.) Rins, muitas vezes no caso em que bry. parece indicada, sem ser sufficíente, e sobretudo havendo: humor mais antes choroso que colérico; pressão e picadas engolindo; dôr pul- sativa no fundo da garganta; deglutição embaraçada como por uma contracção da garganta; sensação de inchação na gar- ganta, com dôr de contusão, mesmo fallando. Sulfub., quando ha: inchação da garganta, das amygda- las ou da campainha; coçadura e seceura, dôr de excoriação, ardor c picadas na garganta, durante ou fora do tempo da deglutição; pressão na garganta como por uma grossura, ou conlracção c sensação dolorosa de contracção, com difficuldade de engolir; inchação das glândulas do pescoço. Entre os medicamentos seguintes póde-se, em caso de precisão, empregar ainda: Baryta carb., se o mal volta depois de cada resfriamento e se as amygdalas estão inchadas, duras e dispostas á sup- purar. China, contra : inchação do paladar e da campainha, com picadas na garganta, mormente engolindo, ou com somno agitado, de noite, e aggravaçâo do mal pela menor corren- teza de ar. Cicuta, se, por causa da introducção de corpo estranho, a garganta está inchada a ponto de tornar toda a deglutição impossivei, e se bell. não fôr sufliciente contra este estado. Coculus, se as dores são mais profundas (no esophago) , com seceura, até no peito, gorgolejo bebendo. Dulcamara, em anginas catarrhaes em que merc. se acha indicado sem ser sufliciente, e havendo secreção abundante de mncosidades. Sabadilla, contra anginas pertinazes com pressão, ardor, sensação de uma grossura, ou de constricção, durante c fora — 217 — do tempo da deglutição; seceura e aspereza na garganta, com precisão continua de engulir. Sepia, contra dores de excoriação e picadas engulindo, com ronco freqüente, e accumulação abundante de mucosi- dades. Veratrum, quando a garganta está secca, com ardor, as- pereza, coçadura ou dôr constrictiva, pressão c espasmos engulindo. $Jp> Para o resto dos medicamentos apontados e maiores detalhes, consultai sua pathogenesia. DYSPHAGIA.—Vide pharyngite, paralysia da garganta E ESPASMOS. GLÂNDULAS do pescoço (inflammação das). — Vide Cap. 2 3. OESOPHAGITE ou inflammação do oesophago.—Os me- dicamentos que se devem empregar com preferencia, são : arn., ars., bell., coce, merc, mez., rhus., ou ainda: asa., carb.-v., euphorb., laur., sabad., sec. — Comparai angina e PHARYNGITE. PAPEIRA.— Vide Cap. 23. PARALYSIA da garganta.—Póde-se empregar de pre- ferencia : caus., con., lach., sil., ou também: ars., bell., ipec, kal., n. -mos., plumb., puls. PHARYNGITE, com as inflammações do céo da boca e da campainha.—Os melhores medicamentos são, em geral: acon., bell., canth., hyos., lach., merc., n.-vom., puls., stram., ou também: ars., cale, ígn., verat. (Vide angina). Se a inflammação fôr franca, empregar-se-ha: acon., bell., canth., lach., merc. Havendo constricção espasmodica da garganta, empre- ga-se com preferencia : bell., hyos., lach., stram., veratr., ou também : con., lyc, merc, n.-vom. Para a sensação, como se houvesse uma grossura na gar- — 218 — gania, são principalmente: ars., ign., merc, n.-vom., puls., ou ainda: bell., lach., sulf. Sc a inflammação toma ao mesmo tempo o cio da boca, emprega-se: acon., bell., coff, merc, n.-vom. A inflammação da campainha pede do preferencia: bell., coff., merc, n.-vom., e também: cale, sen., sulf. Para o mais. (Vide angina). ESPASMOS na garganta. — Comparai puaryngite. ULCERAS na garganta. —São: bell., lach., merc, nitr.-ac, e thui. que merecem ser empregados de preferencia. Para as diversas espécies de ulceras, taes como ulceras mereuriaes, syphililicas.ctc. (Vide anginas mercurial, syphi- lilica, etc) CAPITULO XIV. APPETITE E INFLUENCIA DOS ALIMENTOS NAS VIAS DIGESTIVAS, E NO ORGANISMO EM GERAL. A DYPSIA ou falta de sede. — Calad., mang., n.-mos., plat., puls., sep., tab. -e ANOREXIA, ou falta de appetite.—Em a maior parle dos casos, não éeste estado senão o symptoma de outra mo- léstia quj cumpre curar para fazer voltar o appetite, com- tudo pôde também constituir uma affccção particular dos nervos do estômago, e existir sem outra lesão nem desordem appreciavel. Os medicamentos que em tal caso devem ser empregados de preferencia, são: ant., arn., bar.-c, bry., cale, chin., hep., iod., merc, n.-vom., puls., sulf, vip., cor. Vide também: dyspepsia, indigestão, c Cap. gastrosis. BULIMIA, voracidade, fome doentia, etc.—Os melhores medicamentos contra as affecções caracterisadas por este symptoma, são em geral: bry., cale, chin., hyos., lach., lyc, — 219 — magn.-m., mcrc, natr.-m., n.-vom., petr., sabad., sep., sil., spig., squill., sulf, verat. Sc este estado se manifesta na convalescença, depois de GRANDES MOLÉSTIAS AGUDAS, de PERDAS OU Olltras CAUSAS DEBI- litantes, póde-se empregar de preferencia: chin., verat., e ainda: cale, natr.-m., sil., sulf. Nas mulheres pejadas, principalmente: mrtgw.-wj., n«ír.-j»., n.-vom., petr., sep. Nas pessoas atacadas de affecções verminosas : hyos., merc, sabad., sil., spig.—Comparai também: dyspepsia. DYSPEPSIA. —A affecção particular que vamos tratar debaixo deste titulo, não é senão uma espécie de gastrosis (ou gastrite pouco intensa da escola physiologica) caracte- risando-sc pela fraqueza da digestão, com appetite nullo, fraco ou desregrado, embaraço da região estomacal, arrotos, flatu- lencia, mâo humor, somnolencia e outros inco.nmodos depois da comida, disposição ás indigestões, á azia, e ao embaraço mu- coso das vias digestivas. Porém como tal, a dyspepsia distin- gue-se bastante do embaraço gástrico de que, para assim dizer, cila não é senão o primeiro gráo, assim como este é o primeiro gráo da gastrite propriamente dita. Também a dyspepsia é a affecção gástrica que mais freqüentemente se encontra na pratica, e foi este o motivo por que julgamos acertado tratar delia aqui separadamente. Os medicamentos os mais eííicazes contra a dyspepsia são, em geral: hep. e sulf, e em muitos casos, mesmo os mais pertinazes, póde-se empregar felizmente qualquer desses me- dicamentos SÓ, COMTANTO QUE NÃO SE REPITA AS DOSES SENÃO com longos intervallos, e nunca antes que uma nova aggra- vaçâo do estado, o tenha indicado. Se nenhum desses medicamentos se achar indicado, ou se não adiantar mais a cura, os medicamentos os mais eíficazes serão então: arn., bry., cale, chin., lach., merc, n.-vom., puls., rhus., ou também : carb.-v., natr., natr.-m., rut., sep., — 220 — sil., ou talvez ainda: am.-c, anac, ars., aur., bar.-c, bell., con., dros., fer., graph., hyos., ign., kal., kreos., lyc., n.-mos., petr., phos., staph., verat. Se a fraqueza da digestão é tal que quasi tudo o que o doente toma, lhe causa dores, emprega-se: carb.-v., chin., lach., natr., n.-vom., sulf, se todavia o todo dos symptomas não exigir antes qualquer dos medicamentos apontados. Se particularmente a água fria nao pôde ser tolerada, são, segundo as circumstancias: ars. ou caps., cham., chin., crotal, fer., natr., n. -vom., puls., rhus., sulf.-ac, ou verat., vip., cor. Se a cerveja causa dores: ars., bell., coloc, fer., rhus., sep., sulf. Para as pessoas que o leite incommoda: bry., cale, n.-vom., sulf, ou ainda : ars., lach., lyc, natr.-m., nitr.-ac., sep. Sendo o incommodo causado pelo pão: bry., caus., merc, natr.-m., n.-vom., puls., sulf, e antes de tudo: sip. cor., a qual produz vômitos de pão em separado, mesmo quando fôr comido com os outros alimentos. Quando os ácidos incommodão : ars., natr.-m., n.-vom., phos.-ae, sep., sulf, ou também: fer., dros., lach., staph. Para as pessoas a quem a carne incommoda : fer., rut., sil., sulf. Quando o menor alimento gordo causa dôrcs: carb.-v., natr.-m., puls., sep., sulf. A dyspepsia nas crianças, pede de preferencia: bar.-c, cale, ipec, lyc, merc, n.-vom., puls., sulf, oa lambem : hyos. ou iod. Para a dyspepsia dos velhos : bar.-c, cie, ou ainda : ant., carb.-v., chin<, n.-mos., n.-vom. Para as pessoas hypocondriacas : n.-vom., sulf, ou lam- bem : bry., cale, con., hyos., ign., lach., n. -mos., phos., sep., sulf., verat., etc. Para as pessoas hystericas : puls. ou sep., ou ainda: bell., — 221 — bry., cale, con., hyos., ign., lach., n.-mos., phos., sep., sulf, verat., etc. Para as mulheres pejadas: acon., ars., con., fer., ipec, kreos., lach., magn.-m., natr.-m., n.-mos., n.-vom., petr., phos., puls., sep. A dyspepsia causada por uma vida sedentária e encer- rada, pede sobretudo : bry., cale, n.-vom., sep., sulf, sendo por vigílias prolongadas: arn., carb.-v., coce, n.-vom., puls., verat., e sendo por estudos forç\dos: arn., cale, lach., n.-vom., puls., sulf, ou também : coce, verat. Depois de perdas debilitantes, de purgações, vômitos, sangrias, etc, sobretudo: chin., carb.-v., rut., ou ainda : cale, lach., n.-vom., sulf. Depois de excessos sexuaes: cale,merc, n.-vom., phos.-ae, staph. Depois de abusos dos prazeres da mesa : ant., ars., ipec, n.-vom., puls. —Por abuso do vinho ou das bebidas espiri- tuosas em particular: carb.-v., lach., n.-vom., sulf, ou tam- bém: ars., bell., chin., merc, natr., puls. —Por abuso do café: coce, ign., n.-vom., ou também: carb.-r., cham., merc, rhus., puls., sulf — Por abuso do gha' da china : fer ou thui.—Do tabaco: coce, mcrc, ipec, n.-vom., puls., staph. Sendo causada por resultado de lesões muchanicas, de Um GOLPE NO EPIGASTRIO, de UID GEITO NO ESPINHAÇO, etc. : arn., bry., rhus., ou ainda: am.-c, cale, con., puls., ruta. Depois de emoções atristantes, taes como a cólera, o pezar, etc. : bry., cham., chin., coloe, n.-vom., phos.-ae, staph. Quanto ás indicações que fornece o todo dos symptomas, pôde empregar-se com preferencia : Arnica, muitas vezes depois de chin., não sendo esta suf- ficíente, ou quando ha : grande sensibilidade e sobreexcitação nervosa, lingua secca ou carregada de uma camada amarella; 29 — 222 — gosto pútrido ou amargoso, ou azedo; móo cheiro da boca; arrotos freqüentes, ás vezes com gosto de ovos podres; desejo dos ácidos; depois da comida, plenitude no epigastrio, flatulen- cia e dureza da barriga; além disso: peso nos membros, vertigens, cabeça tolhida, sobretudo na testa, acima dos olhos ; vertigem e calor na cabeça ; somno agitado, com sobresaltos, acordar frequenle, sonhos anciosos e penosos ; còr do rosto amarella, térrea; náuseas freqüentes, com von- tade de vomitar, mormente de manhãa ou depois da comida; humor hypocondriaco. (Depois de arn. convém ás vezes: n.-vom.; comparai também : bry. e rhus.) Bryoni.v, sobretudo quando a dyspepsia se manifesta no verão, ou por um tempo humido e quente, ou quando ha : falta de appetite alternando com bulimia, mesmo de noite, ou perda de appetite ao primeiro bocado ; desejo do vinho, do cofé, dos ácidos; aversão para os alimentos, mesmo a pon- to de não poder soffrer o cheiro; arrotos freqüentes, sobre- tudo depois da comida, azedos ou ainargosos; depois de cada comida, pressão e dureza do epigastrio, eólicas, regurgitação ou mesmo vomito dos alimentos; indigestão fácil pelo pão e o leite; sensibilidade dolorosa do epigastrio ao tocar, e impossi- bilidade de soffrer vestuário apertado; constipação ou evacuações duras; gênio desassocegado e iracundo. (Comparai: arn., chin., rhus.) Calcarea, contra: boca sabnrrosa, secca, ou gosto ácido ou amargoso, sede continua com appetite fraco; insipidez dos alimentos; fome depois da comida; accesso de bulimia, so- bretudo de manhãa; aversão para a carne e os alimentos quentes, com desejo do vinho ou das golodices; náuseas ou regurgitações ácidas depois de ter bebido leite; depois da comida, calor, dureza, dôr de cabeça, dores de estômago ou de barriga, ou vontade de dormir; pyrosis e azia, pituitas do estômago, plenitude e inchação na região estomacal, com grande sensibilidade ao tocar; tensão nos hypocondrios, e — 223 — impossibilidade de soffrer o fato apertado, evacuações somente de dous em doas, ou de três em três dias, ou duas ou Ires eva- cuações por dia; fraqueza geral; cephalalgia latejante, ou pressiva, com sensação de frio na cabeça ; constituição pletho- rica, repleta. (Convém muitas vezes depois de sulf.) China, não somente contra a dyspepsia por perda de hu- mores, mas também contra a que é devida á presença de exhalaçoes nocivas no ar, na primavera ou no outono, na vizinhança dos canaes, dos lagos, etc, e em geral, quando ha : indifferença para os alimentos e as bebidas, como por socie- dade; desejo do vinho e das cousas picantes, ácidas c con- fortantes; insipidez ou gosto ácido ou amargoso dos alimentos, indigestão freqüente e fácil, sobretudo depois de ter ceado tarde; depois da comida mesmo a menos abundante, indispo- sição, vontade de dormir, humor hypocondriaco, plenitude, dureza, arrotos ou mesmo vomito dos alimentos ingeridos, grande fraqueza, com vontade continua de estar deitado; arripio e grande sensibilidade á menor correnteza de ar; somno tardio e agitado, máo humor e repugnância para tudo. (Comparai também: arn., bry., rhus.) Hepar, em muitos casos de dyspepsia chronica, mormente se o doente fez anteriormente um uso freqüente de prepara- ções mercuriaes, ou quando ha : indigestão fácil e freqüente, qualquer que seja a cautela do doente para seu sustento, com desejo do vinho ou das cousas ácidas, picantes ou con- fortantes; náuseas frequeutes, mormente de manhãa, com von- tade de vomitar e arrotos, ou mesmo vomito de matérias ácidas, biliosas ou mucosas, accumulação de mucosidades na garganta, dores de barriga, evacuações duras, difficeis e seccas; pressão, dureza e peso no epigastrio; amargura da boca e dos alimen- tos comendo; aversão para a gordura ; grande sede; oppres são do fato nos hypocondrios. (Depois de hep. convém ás vezes lach. ou merc} Lachesis, igualmente em muitos casos de dyspepsia chro- — 224 — nica, sobretudo depois do uso de hep., ou quando ha : appe- tite irregular, ora quasi nullo, ora excessivo; repugnância para o pão, com desejo do vinho e do leite, que ambos com tudo incommodão, náuseas e arrotos freqüentes, ou mesmo vomito dos alimentos, mormente depois de ter comido; depois de cada comida; indisposição, preguiça, peso, plenitude, somno, vertigens, dores de estômago, e muitas outras dores; flatulen- cia, arrotos que aUivião, dyspnea freqüente, somno agitado, com sonhos freqüentes; constipação ou evacuações duras, dif- ficeis ; côr do rosto térrea, amarella; pressão e plenitude nos hypocondrios e o epigastrio, com sensibilidade dolorosa ao menor contacto e oppressão do fato. (Depois de lach. con- vém ás vezes merc) Mercurius, muitas vezes depois de lach. ou hep., se toda- via o doente não fez abuso do mercúrio, e sobretudo quando ha : gosto pútrido adocicado ou amargoso, mormente de manhãa; appetite nullo, ou grande voracidade, com prompta saciedade comendo, repugnância para os alimentos sólidos, a carne, c os alimentos cozidos ou quentes, com desejos das cousas frescas, leite, bebidas frias, do vinho e da aguardente; depois de cada comida, mormente depois de ter comido pão, pres- são no epigastrio, arrotos, pyrosis e outros incommodos: arro- tos, náuseas c vontade de vomitar freqüentes, sensibilidade dolorosa, plenitude, pressão e tensão na região estomacal, llatulencia ; conslipação com tenesmo freqüente; humor triste, hypocondriaco, susceptível e iracundo. Nux vomica, muitas vezes ao principio do curativo, mor- mente nas pessoas dispostas ás hemorrhoidas, e em geral quando ha : gosto ácido ou amargoso da boca e dos alimentos, sobretudo do pão, ou insipidez dos alimentos; repugnância para os alimentos com desejo da cerveja, do leite, do vinho, da aguardente, ou fome insaciável e bulimia, com prompta saciedade; depois da comida, náuseas, arrotos, regurgitação, ou vomito dos alimentos; flatulencia, cabeça tolhida, vertigens, — 225 — indisposição c humor hypocondriaco, cansaço, preguiça, som- no, dureza, plenitude e tenção no epigastro, com grande sensi- bilidade ao tocar, e oppressão do vestuário ao redor dos hypo- condrios ; dores pelas bebidas, o pão e os ácidos; arrotos c regargitação azedos; náuseas e vontades de vomitar freqüen- tes ; pituitas do estômago; pyrosis, cabeça pesada com inapti- dão para os trabalhos intellecluaes; calor e rubor freqüentes do rosto; humor desassocegado, rixoso, iracundo; tempera- mento vivo e colérico; côr do rosto amarella, terra; constipa- ção, e evacuações duras, diíliceis. (Depois de n. vom., convém muitas vezes sulf.) Pulsatilla, quasi com as mesmas condições que n.-vom., ao principio do curativo, mas principalmente nas mulheres, ou nas pessoas de um temperamento frio e phlegmatico, de uma índole branda e fácil, com disposição aos embaraços mucosos das primeiras vias, ou a azias, com gosto ácido, amargoso, ou pútrido da boca ou dos alimentos; repugnân- cia para os alimentos cozidos ou quentes, com desejo para as cousas ácidas, picantes, o vinho, a aguardente; adypsia; depois da comida, náuseas, vontade de vomitar, arrotos ou vomito, dyspnea, tristeza e melancolia; dores pelo pão; arro- tos amargosos ou azedos, ou com gosto dos alimentos ingeridos; pituitas do estômago; soluço freqüente; evacuações freqüentes, diarrheicas, ou diíliceis e tardias, eólicas e borborygtnos. Depois de puls. convém muitas vezes sulf.) Rhus-tox., em muitos casos em que bry. parece indicado, sem comtudo ser sufliciente, e sobretudo quando ha: gosto da boca, sem sabor, saburroso; pútrido ou adocicado, ou gosto amargoso dos alimentos; falta de appetite, como por saciedade; com repugnância sobretudo para o pão e a carne, ou desejo das golodices; dores pelas bebidas, pelo pão e a cerveja ; depois da comida, somno, plenitude, arrotos, náuseas, cansaço, vertigens; arrotos freqüentes, violentos e dolorosos ; pituitas do estômago; pressão e dureza na região estomacal; — 226 — ílatulencia freqüente c fétida; dores gástricas nocturnas ; humor hypocondriaco, melancolia, desalento, temor do fu- turo, etc. (Comparai também: arn. e chin.) Sulfur., na maior parte das dyspepsias chronicas, ao prin- cipio do curativo, ou sobretudo nas pessoas de um systema nervoso, nimiamente iracundo, depois de n.-vom., ou puls., e em geral quando ha: gosto ácido e pútrido, e adocicado da boca, mormente de manhãa; insipidez ou gosto muito salgado dos alimentos; repugnância para os alimentos, e sobretudo para a carne, o pão, a gordura, e o leite, com desejo das cou- sas ácidas, do vinho; dores pela carne, a gordura, o leite, os ácidos, as cousas doces e farinhentas; depois da comida, dyspnea, náuseas, dores de estômago, regurgitação ou vômitos dos ali- mentos, cansaço, arripio, arrotos freqüentes, azias, pyrosis c pituitas do estômago; disposição aos embaraços mucosos das primeiras vias ; ílatulencia e inércia na barriga; grande sede; humor triste, hypocondriaco, ou rabugento e iracundo. (Depois de sulf. convém muitas vezes cale ou merc.) Entre os outros medicamentos apontados, póde-se em- pregar : Carro veg. , quando ha: gosto amargoso da boca, aversão para a carne, o leite e a gordura, com azias e outras dores por causa destas substancias; arrotos freqüentes; azedos, amargosos; pituitas do estômago, flatulencia freqüente, com dyspnea, etc Natrum, se bry., chin., n.-vom., íicão sem efíeito contra a fraqueza das funeções digestivas, com pressão no estômago; máo humor depois da comida, ou o menor desmancho na dieta; se o leite incommoda como também as bebidas; com náuseas continuas. Natrum-mur. , se os alimentos gordos, o leite, os ácidos e o pão incommodão, com appetite irregular, ora nullo, ora voraz; pituitas de estômago freqüentes, ou vomito dos ali- mentos. — 227 — Ruta, quando ha: insipidez dos alimentos, arrotos pútri- dos, depois de ter comido carne; comendo, muitas vezes náuseas súbitas, com vomito dos alimentos, dores pelo pão, etc. Sepia, contra: anorexia, com repugnância para a carne ou o leite, ou appetite excessivo e voracidade; dores pelos alimentos gordos, pelo leite e os ácidos; azias, sobretudo depois da comida; pituitas do estômago, mormente depois de ter bebido. Silicea, contra: gosto amargoso, mormente de manhãa; arrotos freqüentes, muitas vezes com o gosto dos alimentos ingeridos, náuseas continuas, sobretudo de manhãa e depois da comida; repugnância para os alimentos cozidos, e sobre- tudo para a carne; vomito depois de ter bebido; dores de estômago, com pituitas, grande sede. Para o resto dos medicamentos apontados, vide sua patho- gcnesia, e comparai também: indigestão, gastrite, gastro- sis, vomito, azias, pyrosis, flatulencia, constipação, em seus capítulos respectivos. INDIGESTÃO (resultados de uma.) —Os melhores me- dicamentos contra os desarranjos da digestão por alimentos indigestos, ou por sobrecarga do estômago, são em geral: ant., arn., ipec, n.-vom., ou lambem: acon., ars., bry., carb.-v., chin., coff., hep. . Se a indigestão fôr o resultado de uma simples sobrecarga do estômago, conseguir-se-ha muitas vezes remediar aos pri- meiros inconvenientes com uma chicara de café simples. Para a indisposição que existiria depois, póde-se empregar: ant., ipec, n.-vom., puls., ou ainda: acon., arn., ars., bry. Para as indigestões nas crianças que costumão ás vezes atulhar de aumentos e de cousas indigestas e nocivas, são convenientes: ipec, puls., ou também: chin., n.-vom. As indigestões causadas pelas cousas gordas, o porco, pelas — 228 — massas, etc, pedem de preferencia : puls., ou ainda : carb.-v. ou ipec. As indigestões causadas pelas nevadas, as frutas, ou ou- tras cousas que csfrião o estômago: puls., ou ars., ou mesmo: carb.-veg. Pelo abuso do vinho: carb.-v., n.-vom., ou também: ant.., coff, ipec, puls.—Por vinhos ácidos, principalmente: ant., ou puls.—Por vinhos enxofrados : puls. Pelo vinagre, pela cerveja azeda, c outros ácidos: acon., ars., carb.-v., hep., ou ainda : lach., natr.-m., sulf, sulf.ac. Por carne ou peixe corruptos: chin. ou puls., se todavia carvão pulverisado misturado com aguardente não fôr suf- liciente, ou se depois de empregar este meio, ainda ficasse alguma indisposição. Por cousas salgadas : carb.-v., ou ainda : ars., ou nitr.-sp. Além disso, contra as dores de cabeça depois de uma indigestão, póde-se empregar de preferencia: acon., ant., arn., bry., carb.-v., ipec, puls., etc. — Vide cephalaigia, Cap. 6o. Contra o embaraço gástrico: ant., ipec, n.-vom., puls., ou também: arn., ars., bry., etc.—Vide gastrosis, Cap. i5. Contra a flatulencia: carb.-v., chin., n.-vom.,puls., etc.— Vide flatulencia, Cap. 16. Contra as colicas : n.-vom., puls., ou ainda: ars., hep.— Vide colicas, Cap. 16. Contra as diarriieas: ipec, puls., ou coff., n.-vom.—Vide diarrhea, Cap. 17. Contra as erupções miliares ou urticares: ipec, puls., ou também: bry. Contra a febre, sobretudo: bry., caps., ou ant. (Compa- rai FERRES GÁSTRICAS, Cap. 4°«) Para as indicações que fornece o todo dos symptomas.— Vide gastrosis, dyspepsia, febre gástrica, vômitos, enti:- ralgiv, diarrhea, etc, em seus capitulos respetivos. — 229 — MALACIA, ou appetite de cousas extraordinárias—Em- prega-se de preferencia : bry., chin., puls. POLYPHAGIA. — Vide bulimia. CAPITULO XV. moléstias do estômago. AZIA. — Vide gastrosis e pvrosis. BILIOSAS (affecções.)—Vide gastrosis. CANCRO do estômago. — Vide scirrho. CÓLERA e colerina.—Os melhores medicamentos con- tra as diversas espécies de cólera, são em geral: ars., camph., cupr., ipec, sec, verat., ou ainda: bell., canth., carb.-v., cham., chin., cie, coloe, dulc, hyos., lach., laur., n.-vom., op., phos.-ac, sulf. Contra a cólera esporádica, que sobretudo se manifesta durante o calor do estio, etc, empregou-se com preferencia : ars., cham., chin., coloe, dulc, ipec, merc, veratr. Contra a cólera asiática ou epidêmica: ars., camph., carb.-v.,cup.,ipec.,sec., veratr., como também: bell., canth., cham., cie, laur., merc, n.-vom., phos., phos. ac. Contra a colerina, ou a diarrhea durante a epidemia : phos., phos. -ac. e sec. Unia espécie de cólera por resultado de uma cólera, pede principalmente: cham. ou coloe, sobretudo se houve indigna- ção com a cólera. Para os resultados da cólera, empregou-se em geral: acon., bell., bry., canth., carb.-v., chin., hyos., op., phos.-ae, rhus., tram., sulf. Contra as affecções cerebraes em particular r bell., lach., op., ou acon., hyos., stram. Contra as affecções inflammatorias: acon. 30 — 230 — As affecções gástricas ou abdominaes: bell., bry., carb.-v., mcrc, rhus., sulf. As affecções pulmonares: acon., bell., bry., carb.-v., rhus., sulf A fraqueza geral: chin. — Do canal intestinal, em par- ticular : phos., sulf As affecções typhoides: bell., bry., carb.-v., coce, hyos., op., phos.-ae, rhus., stram. Quanto ás indicações que fornecem os svmptomas, póde-se empregar com preferencia : Arsenicum, se os symptomas os mais graves se manifestão desde o principio, e sobretudo quando ha : dores de estômago violentas, com grande afflicção e ardor no epigastrio como por carvões ardentes; sede ardente e inextinguivel, que obriga a beber freqüentemente, mas pouco de cada vez; náuseas con- tinuas, diarrhea e vômitos violentos de matérias aquosas, bi- liosas ou mucosas, verdes, pardas, ou denegridas; renovação dos vômitos e da diarrhea immediatamentc depois de ter bebido, por pouco que seja; beiços e lingua seccos, denegridos e gretadas ; insomnia com queixas e lamentos, grande afflicção, e temor de uma morte próxima; prostração rápida das forças; rosto hypocratico, faces encovadas, nariz agudo, olhos en- covados e embaceados; pulso fraco, intermittente ou tremulo; espasmos lonicos nos dedos das mãos e dos pés : pelle fria, e suor viscoso. Camphora, sobretudo ao principio da moléstia, e particu- larmente, quando não ha nem sede, nem vomito, nem diarrhea, mas sim, decadência rápida das forças, a ponto de não poder se ter em pé, com semblante espaverido e olhos encovados; rosto e mãos azuladas e frias como neve, corpo frio; afflicção inconsolavel com receio de suffocar; o doente meio atordoado e insensível lança grilos e gemidos com uma voz enronque- cida, sem se queixar de cousa alguma determinada; somente quando o interrogão, diz elle sentir dores ardentes no estômago — 231 — e na garganta, com cãibras nas barrigas das pernas e outras partes musculosas; tocando a boca do estômago lança gritos. Havendo diarrhea ou vomito com sede, o camph., con- vém raras vezes, e nunca quando ha ao mesmo tempo: frio e côr azulada das extremidades, das faces, e mesmo da lin o-ua; com espasmos tônicos e dolorosos nos membros e nas bar- rigas das pernas, embotamenlo dos sentidos, gemidos e bocejos, tetanos e trismos. Cuprum, principalmente se, além dos vômitos e da diar- rhea, ha: movimentos convulsivos das extremidades, sobretudo nos dedos, ás vezes com rotação do globo dos olhos, grande agitação e frio nas partes proeminentes do rosto; dôr pres- siva na boca do estômago, aggravada pelo tocar; colicas espas- modicas sem vômitos, ou vômitos precedidos por uma cons- tricção espasmodica do peito que corta a respiração, ou acompanhados de uma forte pressão no epigastrio; deglulição das bebidas com uma bulha gargarejando ao longo do pha- rynx. Ipecacuanha, principalmente nos casos menos graves, com sensação de molleza no estômago, arripios vindo do estômago ou dos intestinos, frio no rosto ou nas extremidades; mor- mente se os vômitos predominão, ou se alternão com diarrhea aquosa acompanhada de colicas; ou havendo diarrhea ama- rella sem vômitos, mas com espasmos nas barrigas das pernas e nos dedos; é sobretudo quando os vômitos e a diarrhea se manífestão ao principio da moléstia, quando persistem depois do melhoramento do estado geral, que ipec é conveniente; quando a moléstia se acha em toda a sua intensidade, raras vezes convém. Secale cornut, sobretudo quando os vômitos cessarão , porém as evacuações tardando a tomar côr, e havendo com- pleta indicação de não existir ainda bilis nas vias inteslinaes, ou também havendo dores nas extremidades. Assim como quando ha : evacuações diarrheicas, pardas e sem côr, com — 232 — prostração rápida, frio das extremidades, lingua limpa ou fracamente carregada de mucosidades brancas; antes das evacuações, vertigens, aíllicçâo, cãibras nas barrigas das pernas, borborygmos e náuseas. Veratrum, medicamento principal em quasi todos os casos de. cólera com evacuações violentas, tanto por cima como por baixo, corpo frio, grande fraqueza e espasmos nas barrigas das pernas, sobretudo quando ha além disso : vômitos por sofrea- das. evacuações alvinas, súbitas, abundantes, aquosas, sem cheiro, e misturadas de flocos brancos; rosto pallido, sem côr alguma; olhos com olheiras, feições exprimindo angustias mortaes, hálito frio, lingua fria ; grande aíüicção no peito que obriga o doente a sahir da cama, colicas cruéis, mormente ao redor do embigo, como se a barriga se despedaçasse, sen- sibilidade da barriga ao tocar, crispações e cãibras nos dedos, pelle enrugada na palma das mãos, secreção das ourinas nulla. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se empre- gar depois : Belladona, quando ha symptomas typhoides, estado so- poroso com olhos semi-abertos e convuisos, ranger de dentes e dislorsão da boca, ou grande agitação com vontade de fu- gir, ponladas no lado ou dores ardentes na barriga, calor ardente com rubor do rosto e sêdc de bebidas frias, pulso accelcrado mais ou menos cheio, sem ser duro. Cantharis, se as vias ourinarias são particularmente affectadas, com ardor violento no hypogastrio, borborygmos, evacuações sanguinolentas com tenesmo, calor na barriga e grande agitação com symptomas cerebraes. Cai.bo veg. , quando ha paralysia com ausência total do pulso, ou quando depois da cessação dos vômitos, da diar- rhea e dos espasmos, ha congestão no peito e na cabeça, com oppressao de peito e somno soporoso, com faces vermelhas e cubertas de um suor viscoso. — 233 — Chamomilla, principalmente ao principio da moléstia ou no período dos prodomos, e mormente quando ha : lingua carregada de mucosidades amarellas , colicas na região umbilical, pressão na região estomacal até o coração, com angustia excessiva, espasmos nas barrigas das pernas, diar- rhea aquosa e vomito ácido. China, contra uma espécie de cólera com tonteira e vo- mito dos alimentos; pressão dolorosa na barriga depois da mais leve comida, com oppressão do peito e arrotos, que allivião; anorexia, com sensação de saciedade; roslo hypo- cralico, prostração até o desfallecimento. Cicuta, sendo a diarrhea leve, mas os vômitos alternando com violentos espasmos tônicos nos músculos do peilo, acom- panhados de convulsões dos olhos; ou havendo somno sopo- roso, com olhos abatidos, dyspnea, congestões na cabeça e no peito, vomito ou diarrhea. Colocynthis, quando ha: vomito continuo, primeiramente dos ídimentos ingeridos, depois de matérias esverdeadas, com colicas violentas, secreção de ourinas nulla, espasmo nas bar- rigas das pernas, e evacuações diarrheicas, freqüentes, e que a cada evacuação se mostrão mais aquosas e menos coradas. Dulcamara, contra uma espécie de cólera causada por bebidas frias, com vomito das mesmas, de matérias biliosas, esverdeadas , ou amarellas e de mucosidades; evacuações freqüentes, esverdeadas; barriga dolorosa, com ardor c retracção da região estomacal, grande fraqueza, pulso quasi extineto ; extremidades frias ; sede ardente; grande estu- pidez. Hyosciamus, se, depois da cessação dos vômitos, da diar- rhea e do frio, existem ainda symptomas typhoides, com estupor, semblante espavorido, rosto vermelho e quente, e não sendo bell. sufliciente contra este estado. Lachesis, se nem bell., nem hyos., nem op., forem suf- — 234 — ficientcs contra o estado de estupor e os symptomas typhoides depois da cólera. Laurocerasus, quando ha: dores rheumatismaes nas ex- tremidades; dysecea, transporte, torcimento das feições o sensação de contracção na garganta ingolindo. Nux vomica, se as evacuações diarrheicas são raras, e ha- vendo antes precisão freqüente, com evacuações pouco abundan- tes, ou mesmo sem resultado; gastralgia, grande fraqueza, anciã na boca do estômago, dôr pressiva no synciput, e frio mais antes interno que externo. Opium, se nem bell., nem hyos. forem suíficientes con- tra o estado de estupor, e o somno soporoso que se manifes- taria depois da cessação dos symptomas primitivos da cólera. Phosphorus, contra as diarrheas que se manífestão durante o tempo que dura a cólera, ou depois desta moléstia, mor- mente, se ellas são acompanhadas de sede violenta, de bor- borygmos, e de grande fraqueza. Phosphori acid. , contra as mesmas diarrheas, com rosto descorado, cabeça tolhida, lingua viscosa a ponto que o dedo que a toca nella fica pegado, borborygmos, e evacuações de um verde esbranquiçado, aquosas e mucosas, com diminui- ção da secreção de ourina. CONTRACÇÃO do cardia ou do esopiiago. — Póde-se empregar com preferencia: ars., bry., n.-vom., phos., rhus., e sulf. DYSPEPSIA.—Vide Cap. 14. EN 00 no MAr. — São: ars., coce, petr., e ainda : sil. e ther., que merecem ser empregados de preferencia. (Com- parai vomito.) GASTRALGIA, ou dores e cãibras de estômago. — Os melhores medicamentos contra esta moléstia são, em geral: bell., bry., cale, carb.-v., cham., chin., coce, ign., n.-vom., puls., sulf. — 235 — Como também: bis., carb.-a., caus., graph., grat., lach,, lyc, magn., nitr.-sp., sil., stann., staph., stront. Ou ainda : am.-c, ant., coff., coloe, cupr., daph., euphorb., gran., kal., kreos., natr., natr.-m., n.-mos., sep. Para as gastralgias produzidas pelo abuso do café, póde-se empregar de preferencia: cham., coce, ign., n.-vom. Pelo abuso da camümilla : n.-vom., puls., ou também : bell., ign. Depois de emoções moraes, taes como a cólera, a indigna- ção, etc. : cham., coloe, ou ainda : n.-vom., ou staph. Sendo o resultado de fraqueza, perda de humores, nas mulheres, emquanto estão criando, depois do parto, nas pessoas esfalfadas por suores, purgantes, etc. : carb.-v., chin., coce, ou também: n.-vom. Depois de uma indigestão: bry., n.-vom., puls., ou ainda: ant., carb.-v., chin. Nos bêbados, depois de um excesso: carb.-v., n.-vom., ou no caso de dores chronicas: cale, lach., sulf. Com estagnação do sangue , no systema da veia-porta : carb.-v., ou n.-vom. NaS PESSOAS HYSTERICAS, OU HYPOCONDRIACAS : Cale, COCC, grat., ign., n.-vom., magn., stann. Nas mulheres durante a assistência : cham., coce, n.-vom., puls. Se o menstruo é nimiamente fraco: coce, puls.; nimia- mente abundante: cale, ou lyc. Sendo por abuso do sal commum: nitr.-sp., ou também: carb.-v. Quanto ás indicações que fornecem os symptomas, póde-se empregar com preferencia: Belladona, mormente no caso em que cham. parece indi- cado, sem comtudo mostrar-se efíicaz; a mór parte das vezes nas mulheres ou pessoas delicadas, sensíveis, e principalmen- te quando ha: pressão roedora ou tensão crampoida, obri- — 236 — gando acurvar-se para traz e a reprimir a respiração, o que allivía as dores; renovação das dores durante o jantar; ou dôr tão violenta que faz perder os sentidos e cahir cm desfalle- cimento; além disso, grande sede, com aggravaçâo das dores depois de ter bebido, evacuações tardias e pouco abundan- tes; insomnia de noite, ás vezes com somno durante o dia. Bryonia, contra: pressão como por uma pedra na boca do estômago, sobretudo comendo, ou logo depois da comida, com sensação de inchação na região estomacal; ou dores con- traclivas, incisivas, alliviadas calcando no epigastrio, ou dando arrotos; aggravaçâo das dores pelo movimento ; ou andar, com picadas no epigastrio dando um passo em falso ; além disso: constipação, pressão e compressão nas fontes, na testa e no occiput, como se o craneo quizesse arrebentar, alliviadas calcando cm cima, e apertando a cabeça. Calcarea, sobretudo nas pessoas plethoricas, dispostas a botar sangue pelo nariz, ou nas mulheres que tem o mens- Iruo nimiamente abundante, ou no caso em que bell. mos- trou-se eííicaz sem comtudo ser inteiramente suflicien- te, e sobretudo quando ha: dores pressivas, compres- sivas, crampoides, ou sensação de um montão de cousas no estômago, com anciã; aggravaçâo das dores de noite ou depois da comida, muitas vezes com vômitos dos alimentos, azia e náuseas, e com sensibilidade dolorosa da região estomacal pela pressão; além disso: constipação e dores hcmorrhoidaes, ou destempero chronico da barriga; palpitação do coração. Carbo veg. , sobretudo se n.-vom. fez effeito sem com- tudo acabar a cura, ou quando ha : pressão dolorosa, ardenle, com anciã, tremor e aggravaçâo pelo tocar, assim como de noite ou depois da comida, mormente depois de alimentos flatulentos; ou dôr contractiva, crampoide, obrigando a dobrar-se sobre si mesmo, com suffocação e aggravaçâo estando deitado; com pyrosis, náuseas; repugnância para os alimentos, mesmo !embrando-se delles; flatulencia abun dante, com opprcssão do peito e constipação. — 237 — Chamomilla, quando ha : dureza do epigastrio e dos hypo- condrios, com pressão como por uma pedra, ou como se o coração fosse a ser esmagado, com oppressão, dyspnea, e respiração curta; aggravaçâo das dores depois da comida, ou de noite, com grande afflicção e agitação, melhoramento dobrando-se sobre si mesmo, allivio momentâneo pelo café; sobretudo se ao mesmo tempo ha: cephalalgia pulsativa no vertex, de noite, obrigando a deixar a cama; humor pezaro- so, iracundo. (E muitas vezes alternando com coff, que cham. mostra-se mais eflicaz; senão fizer bem, apezar da semelhança apparente dos symptomas, é bell. que então se deve empregar.) China, mormente quando ha : grande fraqueza da digestão, com dureza e pressão dolorosa no estômago, depois de ter co- mido ou bebido por pouco que fosse; azia, pyrosis, embaraço mucoso ou bilioso das primeiras vias; pituitas do estornado; vomituração freqüente; aggravaçâo das dores no descanso, melhoramento pelo movimento; anorexia e repugnância para qualquer alimento e bebida; preguiça, vontade de dormir, humor hypocondriaco, e inaptidão para o trabalho, mor- mente depois da comida; evacuções tardias; côr do rosto amarella, térrea, sclerotica amarella. Cocculus, muitas vezes quando n.-vom. ou cham. alliviá- rão o mal, sem comtudo embaraçar-lhe a volta, e sobretudo quando ha: dores de estômago com dores pressivas, cons- trictivas, na barriga, alliviadas pela emissão de ílatuosidades : renovação das colicas depois da comida, com náuseas, accumulação de água na boca, e oppressão do peito; eva- cuações duras, tardias; humor rabugento, com concentração em si mesmo. Ignatia, muitas vezes no caso em que puls. não produzio senão um effeito incompleto, e mormente quando ha: dores pressivas como por uma pedra, manifestando-se sobretudo depois da comida, ou de noite, ou não occupando muitas 31 — 238 — vezes senão o cardia; ou quando ha sensação de fraqueza ou de vacuidade na boca do estômago ; com sensibilidade desta parte ao locar, e ardor no estômago; soluço, regurgitação dos alimentos ingeridos; repugnância para os alimentos, as bebidas, e o tabaco; accumulação de mucosidades na boca, ele, principalmente nas pessoas que padecem fome, quer por miséria, quer por qualquer outra causa. Nux voai., se as dores são contractivas, pressivas e cram- poides, com sensação de ajuntamento no estômago ; oppressão do vestuário no epigastrio; aggravaçâo das dores depois da comida, pelo café, assim como de noite, perto da manhãa, ou depois de estar levantado; oppressão do peito como se estivesse apertado por uma ligadura, com dores alé nas cos- tas e nos rins; durante as dores de estômago, náuseas, accumulação de água na boca, ou pyrosis, ou mesmo vo- mito dos alimentos, gosto azedo ou pútrido da boca; flatu- lencia c dureza da barriga; constipação; dores hemorrhoidaes; humor hypocondriaco, rabugento e iracundo, com gênio vivo e colérico; ccphalalgia semi lateral, ou dôr pressiva na testa com inaptidão para o trabalho; palpitação do coração com anciã. (A noz vomica é, quanto ao mais, um medicamento que, na maior parte das gastralgias, se acha indicada ao principio do curativo, e do qual muitas vezes será sufliciente adminis- trar duas, Ires doses, para obter a cura radical, ou ao menos um melhoramento tal que então carb.-v. facilmente vencerá o resto. Ha comtudo casos em que n.-vom. não produz senão um allivio momentâneo, que logo é substituído por uma nova aggravaçâo. Em tal caso serião, segundo as circumstancias : puls., cham. ou ign., que merecerião a preferencia; final- mente, se apezar da semelhança apparentc do6 symptomas, n.-vom. não produz effeito algum salisfactorio desde o prin- cipio, cham. ou coce tomarão então seu lugar com maior successo.) — 239 — Pulsatilla, se as dores são latejantes, aggravadas pelo andar ou dando um passo em falso; ou dores crampoides, tanto em jejum como depois de ter comido, e quasi sempre com náuseas, vontade de vomitar ou vomito dos alimentos, sede nulla, excepto quando as dôrcs estão no maior excesso; pul- sação no epigastrio com anciã, ou tensão e aperto na região estomacal; evacuações molles ou líquidas; aggravaçâo das dores de noite, com calafrios que attgmentão em proporção das dores; gosto ácido ou amargoso da boca ou dos alimentos; humor triste, choroso; gênio brando c fácil. Sulfur, dôr pressiva como por uma pedra, principalmente depois da comida, com náuseas, pituitas do estômago ou vomito; sobretudo quando ha, além disso: azia, pyrosis, regurgitação freqüente dos alimentos; repugnância para os alimentos gordos, o pão, os ácidos e as cousas doces; ca- beça tolhida, com inaptidão para a meditação; oppressão do vestuário ao redor dos hypocondrios, com tenção e du- reza desta parte; disposição ás hemorrhoidas, ou aos em- baraços mucosos das vias digestivas; humor melancólico, hypocondriaco, com disposição a irritar-se ou a chorar. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se em- pregar ainda : Bismuthum , em muitos casos de gastralgia os mais perti- nazes, sobretudo quando ha : dôr pressiva, com sensação de um peso excessivo, e de uma indisposição indizivel no estô- mago. Carbo an. , muitas vezes se carb.-v., pareceu ser indicado, sem comtudo ser sufliciente, e havendo: dôr pressiva arden- te, com azia, pyrosis, pituitas do estômago e constipação. Causticum, contra: pressão, constricção crampoide e aper- to; horripilação quando as dores augmentão, azia e pituitas. Graphites, contra: dores crampoides, e sensação de aper- to, ou pressão com vomito dos alimentos. Gratioia, contra: gastralgia pressiva, mormente depois — 2U0 — da comida, com vontade de vomitar; precisão de emittir ar rotos, sem resultado, constipação e humor hypocondriaco, Lachesis, contra: dores pressivas, melhoradas logo depois da comida, porém renovando-se algumas horas depois, e aggravando-se, sobretudo depois da sésta; com dyspepsia, flatulencia e constipação. Lycopodium : principalmente contra: dores compressivas como se o estômago estivesse apertado dos dous lados, com remissão das dores de noite na cama, renovação demanhãa, mas sobretudo ao ar livre, ou depois da comida. Magnesia, se as dores são pressivas e contractivas, com arrotos ácidos. Nitri spirit., se, pelo abuso do sal, ha contracção pressiva, e plenitude no estômago, depois da comida, com vomito azedo ou mucoso; anorexia, pyrosis c azia. Silicea, contra: grastalgia pressiva, sobretudo depois da comida, ou bebendo depressa, com pituitas do estômago e vomito. Stannum, ás vezes contra as gastralgias as mais pertinazes, com arrotos amargosos, bulimia, diarrhea, náuseas, côr do rosto pailida e doentia. Staphis, contra: gastralgia pressiva e tensiva, ora melho- rada, ora aggravada depois da comida, sobretudo depois de ter comido pão, com náuseas freqüentes e constipação. Strontiana, contra: gastralgia pressiva, mormente depois da comida, com plenitude na barriga. Para o resto dos medicamentos apontadados, vide sua Pa- THOGENESIA. GÁSTRICO (embaraço). — Vide gastrosis. GASTRITE, ou inflammação do estômago. — A moléstia que designámos aqui debaixo deste nome não é nem a lesão de funeção conhecida debaixo do nome de dyspepsia, nem o simples embaraço gástrico, porém tão somente a gastrite propriamente dita, caracterisada por: dôr continua violenta — 2W — na região estomacal; aggravando-se ao tocar, com qualquer movimento dos músculos abdominaes, e por introducção de qualquer substancia, com sensibilidade dolorosa, dureza, calor, ou pulsação no epigastrio; vomito de tudo quanto é ingerido no estômago ; grande afflicção ; extremidades frias ; fraqueza extrema, espasmos e outros accidentes nervosos consensuaes. Os melhores medicamentos contra esta inflammação são, em geral: acon., ars., bell., bry., hyos., ipec, n.-vom.,puls., verat. ; ou também: ant., canth., euphorb., ran., stram., e talvez em alguns casos pertinazes serão ainda convenientes: asa., bar.-c, bar.-m., camph., cann., colch., coloe, cupr., dig., hell., iat? laur. ? mez. ? nitr., phos., sabad., sec, squil., tereb. ? Entre estes medicamentos póde-se empregar com prefe- rencia : Aconitum, quasi sempre ao principio do curativo, sobre- tudo quando ha : grande febre inflammatoria, cem dores vio- lentas, ou quando é a moléstia causada por um resfriamento ou por bebidas frias, tomadas depois de se ter esquentado. Antimonium, se a moléstia foi causada por saburras depois de uma indigestão, etc.; e havendo vômitos freqüentes, com lingua muito carregada de mucosidades brancas ou ama- rellas. Arsenicum, muitas vezes alternando com acon., e sobre- tudo se a moléstia é causada por um resfriamento do estô- mago por nevadas, etc, ou se o caso se caracterisa pela prostração rápida das forças, com rosto pallido, hypocratico, extremidades frias, etc, e se verat. não foi sufliciente contra este estado. Belladona, havendo além disso symptomas cerebraes, com estupor, perda dos sentidos ou delírios; e se hyos. não foi sufliciente contra este estado. Bryonia, muitas vezes depois de acon. ou depois de ipec, — 2^2 — sobretudo se a moléstia é devida a um resfriamento por be- bidas frias tomadas depois de se ter esquentado. Hvosciamus, quando ha: dores hydropicas, ou svinptomas cerebraes, com estupor, perda dos sentidos ou delirn; c se o doente não sente inteiramente a gravidade da moléstia : Ipecacuanha, se os vômitos predominão, e mormente se a moléstia é causada por saburras no estômago, depois de uma indigestão, etc, ou quando ha: dores violentas, ou quando é a moléstia o resultado de um resfriamento por bebidas frias, e não sendo acon. sufliciente. Nux-vom. , muitas vezes depois de uma indigestão, ou de um resfriamento por bebidas frias, sobretudo depois de acon., bry., ipec, ou ars., não sendo esses medicamentos suf- ficientes. Pulsatilla, se a moléstia é causada por saburras ou por um resfriamento do estômago por nevadas, e sobretudo, se nem ars., nem ipec. não forão sufíicientes em qualquer desses casos. Veratrum, todas as vezes que o caso se caraclerisa por um frio extremo dos membros, prostração rápida das forças, rosto pallido e hypocratico. Para o resto dos medicamentos apontados, vide a sua pathogenesia, e comparai os artigos: cólera, gastrosis, assim como, sobretudo para a gastrite cnROMCA, dyspepsia e gastralgia. GASTRO-ENTERITE. — Para o curativo desta moléstia, vide gastrite e enterite, afim de empregar os medicamen- tos que correspondem a qualquer destas inflammações. GASTROSIS ou embaraço gástrico. — Os melhores medi- camentos são; cm geral: acon., ant., ars., arn., bell., bry., cham., coce, ipec, merc, n.-vom., puls., ou também: caps., carb.-v., chin., coff., coloe, dig., hep., rhab., rhus., squill, tart., verat., ou ainda: asa., asar., berb., cale, cann., cie, cin., colch., con,, cupr., daph., dros., ign., lach., lyc, — 243 — inagn.-m., natr., natr.-m., nitr.-ac, petr., phos., rhab., sec, sep., sil., stann., sulf-ac, tarax. Para o embaraço gástrico, caracterisado por azia, póde-se empregar com preferencia: n.-vom., puls., sulf, ou ainda: bell., cale, caps.? carb.-v., cham., chin., con., phos., sep., staph., sulf-ac ; quando é acompanhado de regurgitação dos alimentos, pôde consultar-se: asa., con., lyc, magn., m., n.-vom., rhuib., ran., sap., spig., verb., mgs., aces. Para o embaraço bilioso das vias digestivas: acon., bry., cham., coce, mer., n.-vom., puls., ou também : ant., ars., asa., asar., cann., coloe, daph., dig., gran.? ign., ipec, lach., sec, staph., sulf, tart. Para o embaraço mucoso : bell., caps., chin., ipec, merc, n.-vom., puls., sulf, verat., ou também: ars., carb.-v., cham., cin., dulc, petr., rhab., rhus., spig. Para o embaraço saburral: ipec., n.-vom., puls., ou lam- bem : ant., arn., ars., bell., bry., carb.-v. cham., coff., hep., mer., tart., verat. Além disso, para as affecções gástricas nas crianças, em- prega-se com successo : bell., cham., ipec, merc., n.-vom., puls., ou ainda: bar-e, cal., hyos., lyc, sulf Sendo o resultado de uma indigestão: ant., arn., ipec, n.vom. puls., ou ainda: acon., ars., bry., ceirb.-c, chin., coff., hep., tart., sulf. (Vide indigestão, cap. \l\). Sendo por abuso de bebidas espirituosas : carb.-v., n.-vom., ou também: ant., coff., ipec, puls. Por abuso do café: coce, ing., n.-vom. ; ou ainda: cham., merc, rhus., puls., sulf. — Do tabaco: coce, merc, ipec, n. ■ vom., puls., staph. - Dos ácidos : acon., ars., carb.-v. hep., ou também: lach., natr.-m., sulf, sulf-ac—Da cha- momilla : puls, ou n.-vom. ^Vo buibarbo: puls.—Do mercu- rio: carb.-v., chin., hep., ou sulf Por resultado de uma escandescencia : bry oa sil. -De — mu — um resfriamento do estômago por nevadas, frutas, etc.: ars., puls., e carb.-v. Por resultado de lesões mecânicas, laes como uma pan- cada no estômago ou na barriga, ou um jeito no espinha- ço, etc, bry, rhus, ou também puls.?rut.? Por resultado de sobre-excitação nervosa por vigílias PROLONGADAS, ESTUDOS FORÇADOS, CtC : am. , n.-VOni., puls. , sulf, ou ainda: carb.-v., coce, ipec, veratr., e também: cale, ou lach. ? Por resultado de perdas debilitantes, nas mulheres em- quanto estão criando, depois de freqüentes vômitos ou pur- gações: chin., carb.v., rut., ou ainda: cale, lach., n.-vom., sulf Depois de emoções moraes, taes como a cólera, o pe- zar etc. : cham., coloe, ou ainda: acon., bry., chin., n.-vom., puls. (Comparai lambem as causas que se achão no artigo: dyspepsia, cap. 1^.) Quanto ás indicações que fornecem os symptomas, póde-se empregar com preferencia : Aconitum ,quando ha: lingua carregada de uma camada amarella, gosto amargoso da boca e de todos os alimentos, assim como das bebidas, excepto a água; sede; náuseas ex- cessivas, arrotos amargosos; vomiturição violenta sem resul- tado, ou vômitos amargosos, verdes ou mucosos, tensão e du- reza dos hypocondrios, com sensibilidade dolorosa da região hepatica; evacuações nullas, ou pequenas evacuações fre- qüentes com tenesmo, cephalagia pulsativa ou latejanle, aggravada fallando. Antimonium, havendo depois de uma indigestão: soluço freqüente, anorexia, repugnância, lingua carregada ou co- berta de vesiculas, boca secca, ou accumulação de saliva ou de mucosidades na boca, grande sede; mormente de noite; náuseas c vontade de vomitar, aggravadas pelo vi- nho; arrotos fétidos, ou com gosto e cheiro dos alimentos — 245 — engeridos; vomito dos alimentos ou de matérias mucosas ou biliosas; dôr no estômago pelo tocar, com sensação de ucaa plenitude dolorosa; puxos e flatos abundantes; diarrhea ou constipação, cephalalgia surda aggravada subindo as escadas ou fumando tabaco. (Depois de ant. convém ás vezes bry). Arnica, não somente por resultado de lesões mecânicas, como também contra as affecções gástricas causadas por vi- gílias prolongadas, trabalhos intellectuaes forçados, e em geral, quando ha : forte sobre-excitação nervosa, com lingua secca ou cuberta de uma camada amarella; gosto pútrido, amargoso ou azedo ; máo cheiro da boca ; desejo dos ácidos, repugnância para o tabaco; arrotos com gosto de ovos po- dres ; vontade de vomitar, ílatulencia e dureza, mormente depois da comida; peso de todo o corpo; curvadura dos joelhos; vertigens, cabeça tolhida com dôr pressiva, calor no cérebro e atordoamentOi (Depois de arn. convém ás ve- zes n.-vom., ou cham.) Arsenicum, quando ha: arrotos acres, amargosos; lingua secca, com grande sede e vontade de beber freqüentemente, porém pouco de cada vez; gosto salgado ou amargoso, náuseas excessivas; ou vomito dos alimentos, ou de matérias biliosas, esverdeadas, pardas; puxos, ou dores ardentes no estômago e na barriga, com frio e afflicção; ou pressão violenta como por uma queimadura circumscripta no estômago ; grande sensibilidade da região estomacal, ao tocar; grande fraqueza, com vontade de estar deitado; evacuações nullas, ou diarrhea aqnosa ou esverdeada, parda ou amarella, com lenesmo; renovação dos vômitos ou da diarrhea depois de ter bebido, ou com qualquer movimento do corpo. Belladona, quando ha: lingua carregada de uma camada espessa, branca ou amarella; aversão para as bebidas e os alimentos, gosto ácido do pão; vômitos dos alimentos, ou de matérias azedas, amargosos ou mucosas, ás vezes com vomi- turação continua; boca secca, com sede; dores de cabeça no 32 — 246 — synciput, como se a testa arrebentasse, com pulsação das caró- tidas; evacuações nullas, ou diarrhea mucosa. Bryonia, mormente no estio, ou por um tempo quente e humido, e quando ha: lingua secca e carregada de uma camada branca ou amarella, ou cuberta de vesiculas ; sede de dia e de noite, com sensação de seceura na boca e na garganta ; cheiro pútrido da boca ; gosto amargoso, sobretudo depois de ter dormido, ou viscoso e pútrido ; repugnância, principalmente para os alimentos sólidos, com desejo do vinho, dos ácidos ou do café; vomituração freqüente sem resultado, ou vômitos biliosos, sobretudo depois de ter bebido; tensão e plenitude na região estomacal; mormente depois da comida, constipação ; cabeça tolhida com vertigens ou cephalalgia ardente, pressiva ou expansiva, aggravando-se sobretudo depois de ter bebido; frio e calafrios. Chamomilla, lingua vermelha e gretada, ou carregada de uma camada amarella; gosto amargoso da boca e dos alimen- tos, cheiro fétido pela boca; anorexia, náuseas ou arrotos e vômitos esverdeados, amargosos ou azedos; grande anciã, tensão e pressão no epigastrio, nos hypocondrios e no escrobi- culo; constipação, ou evacuações diarrheicas, esverdeadas, ou de matérias azedas, ou de misluradas de escrementos e de mucosidades semelhantes á ovos batidos; somno agitado e acordar freqüente; dôr e plenitude na cabeça, rosto quente e vermelho; olhos vermelhos e ardentes, gênio espinhado. (Se o doente já fez abuso da chamomilla, é preciso empre- gar coce, ou puls.) Cocculus, quando a lingua está carregada de uma camada amarella, com repugnância para os alimentos; boca secca com ou sem sede; arrotos fétidos, náuseas e vontade de vomitar, sobretudo fallando, depois de ter dormido, co- mendo, ou durante o movimento, sobretudo o da sege; plenitude dolorosa na região estomacal, com dyspnea; cons- tipação ou evacuações molles, com ardor no ânus; grande — 247 — fraqueza, com suor pelo menor movimento ; cephalalgia frontal com vertigens. Ipecuanha , lingua limpa, ou carregada de mucosidades espessas, amarellas, com boca secca; repugnância para todos os alimentos, e sobretudo para as cousas gordas, com vontade de vomitar, vomituração violenta sem resultado, ou vomito fácil e violento dos alimentos ingeridos, ou de matérias mucosas, fedor da boca, gosto amargoso de todos os alimentos; dores violentas, pressão e plenitude na região estomacal; puxos e evacuações diarrheicas amarellas, ou de um cheiro fétido, pútrido; frio ou calafrios por todo o corpo; côr do rosto pallido, amarello, cephalalgia frontal, ou sensação como se o craneo estivesse pisado; erupções urticarias. Mercurius, quando ha : lingua humida e carregada de uma camada branca ou amarella, lábios scccos e ardentes, gosto nauseante, pútrido ou amargoso, náuseas com vomituração, ou vomito de matérias mucosas ou biliosas; sensibilidade dolorosa do epigastrio e da barriga, sobretudo de noite, com anciã e afflicção; vontade de dormir de dia, com insomnia de noite; sede, ás vezes com repugnância para as bebidas. (Convém muitas vezes depois de bell.) Nux-vom. , quando ha : lingua secca e branca, ou amarella, sobretudo perto da raiz; adypsia, ou sede ardente, com pyro- sis; accumulação de viscosidades ou de água na boca; gosto amargoso ou pútrido da boca, ou gosto insipido dos alimentas; arrotos amargosos, náuseas continuas, mormente ao ar livre; vomituração ou vomito dos alimentos ingeridos; gastralgia pressiva ; pressão e tensão dolorosas em todo o epigastrio e nos hypocondrios; constipação, com vontade freqüente, mas inútil, de obrar, ou pequenas evacuações diarrheicas, mucosas ou aquosas; cabeça tolhida, com vertigens, peso sobretudo no occiput, zunido nos ouvidos; dores rhenmatismaes nos den- tes e nos membros; cansaço, e inaptidão para a meditação; gênio desassosegado, rixoso, iraatmdo; rosto quente e ver- — 248 — melho, ou amarello e térreo. (Depois de n.-vom., convém muitas vezes cham.) Pulsatilla , lingua carregada de mucosidades brancas ; gosto pútrido, viscoso, ou amargoso, sobretudo depois da deglutição; gosto amargoso dos alimentos, e sobretudo do pâo, arrotos amargosos ou com o gosto dos alimentos inge- ridos, ou ácidos ou pútridos; insipidez dos alimentos ; repug- nância para os alimentos; sobretudo para os alimentos quen- tes (cozidos) , assim como para a gordura e a carne, com desejo das cousas ácidas ou das bebidas espirituosas ; azia e agrura no estômago; pituitas; regurgitação dos alimentos ; náuseas e vontade de vomitar intoleráveis; sobretudo depois de ter comido ou bebido, ou aggravando-se de noite; vômi- tos dos alimentos ou de matérias mucosas, amargosas, ou azedas, (mormente de noite); barriga dura, tesa, com flatuo- sidades e borborygmos; evacuações tardias, difliceis, ou diarrhea mucosa ou biliosa; cephalalgia semi-lateral, cruel e latejante; arripio com cansaço e crispações por todo o corpo; máo humor, taciturnidade e disposição a irritar-se atoa, sobretudo nas pessoas de uma Índole naturalmente branda e fácil. Vipera coralina, quando se tem desejo de laranjas, fruc- tas azedas, carne de vacca com vinagre, repugnância para a carne, as bananas, e principalmente o pão; vômitos azedos e de bilis verde de manhãa, sensação extraordinária de frio depois de ter bebido, digestão muito lenta, obrigação de beber a cada bocado, necessidade de comer, com repug- nância aos alimentos, digestão muito mais custosa depois do jantar, do que depois do almoço, e violenla dôr de cabeça, quando o desejo de comer nao é immediatamente satisfeito. Entre os outros medicamentos apontados, póde-sa empre- gar depois: Capsicum, nas pessoas phlegmaticas, pesadas e mal geito- sas, ou de um gênio espinhado, dispostas á enfadarem-se — 249 — facilmente, com evacuações mucosas, pyrosis, ardor no estô- mago, e no ânus obrando. Carbo-veg., quando ha : anorexia, indisposição, ou mesmo vomito dos alimentos ingeridos, depois da mais leve comida, e muitas vezes com azia; dôr de estômago calcando cm cima; grande sensibilidade pelo tempo frio ou quente, secco ou humido; peso da cabeça e fraqueza. China, quando ha: anorexia e repugnância para os ali- mentos e as bebidas como por saciedade; arrotos freqüentes ou regurgitação, c mesmo vomito dos alimentos ingeridos; barriga dolorosa e tesa, com pressão ao redor do embigo; emissão freqüente de ventos fétidos; lienteria; arripio c horripilação depois de ter bebido. Coffea, se o embaraço gástrico é acompanhado de uma forte sobre-excitação nervosa, com insomnia. Colocynthis, quando ha: gastralgia, vomito ou diarrhea immediatamente depois de ter comido por pouco que seja; coli- cas espasmodicas, cãibras nas barrigas das pernas. Digitalis, quando ha: náuseas, sobretudo de manhãa ao acordar, gosto amargoso da boca, sede, vomito mucoso, evacuações diarrheicas e grande fraqueza. Hepar, quando ha : gastralgia pressiva, com náuseas, arro- tos, vontade de vomitar, ou vômitos mucosos, biliosos ou azedos, com pyrosis; colicas e constipação, ou evacuações diarrheicas, mucosas. Rhabarbarum, quando ha : gosto viscoso, repugnância para os alimentos gordos ou o café, náuseas com colicas, ou diar- rhea com evacuações de matérias azedas, mucosas e pardas. Rhus. , se os symptomas gástricos se manifestão sobretudo de noite, com colicas, dores de estômago pressivas, boca secca e amargosa, náuseas e vontade de vomitar. Squilla, se as affecções gástricas são acompanhadas de symptomas pleuriticos, não sendo nem acon., nem bry. suf- ficientes contra este estado. — 250 — Tartarus, quando ha: náuseas continuas, com vontade de vomitar, e grande afllicção, ou vomituração violenta sem resultado, ou evacuação mucosa por baixo e por cima. Veratrum, quando ha : lingua secca ou carregada de uma camada amarella ou parda, evacuações biliosas pelos vômitos ou pela diarrhea, com grande fraqueza e accesso de desfalle- cimenlo depois das evacuações. Para o resto dos medicamentos apontados, e maiores de- talhes em geral, vide e comparai os artigos: febre gástrica, cólera, dyspepsia, gastralgia, pyrosis, vômitos e diarrhea, nos seus capítulos respectivos. HEMATEMESE.— Vide vomito de sangue. INDIGESTÃO (resultados de uma.)—Vide Cap. 14. MELENA, ou moléstia preta.—,Os medicamentos que parecem referir-se melhor a esta affecção caracterisada por vômitos pretos, etc, são: ars., chin., verat., ou também : ipec, n.-vom., sulf MUCOSO (embaraço gástrico.)—Vide gastrosis. PITUITAS do estômago. — Os melhores medicamentos para empregar contra esta affecção symptomatica, caracte- risada pela desecção de certa quantidade de água do estômago, sem esforços de vômitos, são: bry., cale, hep., ipec, merc, n.-vom., puls., sep., sil., sulf. (Comparai dyspepsia e gas- trosis.) PYROSIS e azia. —São: n.-vom., puls., sulf, sulf-ac, ou ainda : bell., cale, caps., carb.-v., cham., chin., e staph., os medicamentos os mais eíficazes, quando este symptoma predomina cm affecções gástricas. RUM1NADURA. — São: bry., canth., fer., ign., lyc, n. vom., phos., puls., sulf, que merecem a preferencia con- tra as espécies de dyspepsia em que este symptoma predo- mina. (Comparai dyspesia.) SABURRAS do estômago. — Vide gastrosis. SCIRRHO e CANCRO do estômago.—Póde-se empregar — 251 — de preferencia: ars., bar.-c, lyc, n.-vom., phos., veratr., ou também: con., sil., staph., sulf SOLUÇO.—São: acon., bell., bry., hyos., ign., magn.-m., n.-vom., puls., stram., sulf, que merecem ser empregados de preferencia, no caso em que esta affecção symptomatica se manifestasse sem outra lesão appreciavel. VÔMITOS e náuseas. - Eslas affecções, bem que sempre symptomaticas, predominão comtudo muitas vezes de tal maneira no todo das outras que exigem uma attenção mui particular ; os medicamentos que cm tal caso devem ser empregados com preferencia são, em geral: acon., ant., arn., ars., bell., bry., cale., con., ipec., lach., merc., n.-vom., puls., tart., veratr. Para o vomito dos alimentos depois da comida, por fra- queza do estômago, são sobretudo: ars., fer., hyos., n.-vom., puls., sulf, ou também: bell., bry., cale, coce, graph., kal., lach., rhus., verat. Para o vomito de sangue, ou hematemese : acon., arn., hyos., ipec, n.-vom., ou ainda: am.-c, bell., bry., carb.-v., caus., lach., lyc, mez., mill., sulf, veratr. Para o vomito preto (melena): ars., chin., veratr., ou lam- bem : ipec, n.-vom., sulf. Para o vomito de matérias fecaes (paixão iliaca, iliaca, iléus chordapse, eólica de miserere, etc.) : op.. ou ainda : plum., ou acon., sulf, thin. (Comparai iléus, Cap. 16.) Para o vomito de saburras, de matérias biliosas, mucosas ou azedas, vide no artigo gastrosis : embaraço bilioso, mu- coso, etc. Além disso o vomito das mulheres prenhes, pede de pre- ferencia; ipec, n.-vom., ou também: acon., ars., con., fer., kreos., lach., mag.-m., natr.-m., n.-mos., petr., phos., puls., sep., veratr. Para o vomito dos bêbados: ars., lach.» n.-vom., op,, ou ainda: cale, sulf, — 252 — Para o vomito que é causado por movimentos passivos, taes como os do balanço, da sege, do navio, etc. : ars., cócc, ou também: petr., sil., sulf. Para o vomito causado por lombrigas : acon., cin., ipec, merc, n.-vom., puls., sulf, ou ainda: bell., carb.-v., chin., lach. Por outras causas ainda, vide gastrosis, e comparai em geral os artigos: cólera, dyspepsia, gastralgia, gastrite, gastrosis, diarrhea, colicas, helminthiasis, indigestão, etc, em seus capítulos respectivos. CAPITULO XVI. MOLÉSTIAS DOS ÓRGÃOS ABDOMINAES. ASCITES. —Os melhores medicamentos são, em geral: ars., chin., bell., merc, sulf, assim como : acon., bry., kal., plum., sep., ou ainda : asa., colch., dig., led., lyc, squill., etc. Para os detalhes comparai Cap. i°, hydropisia. BUBÕES. — Os bubões syphiliticos, pedem de preferen- cia: merc, ou se o doente já fez abuso deste medicamento : aur., carb.-v., nitr.-ac, ou ainda: staph., ou thin. Vide Cap. 2o, syphilis. Para os bubões escrophulosos, póde-se empregar de pre- ferencia: hep., sil., sulf, ou também: ars., cale, ciem., dulc, iod., merc, nitr.-ac, ele (Comparai Cap. i°, affecções das GLÂNDULAS.) COLICAS, ENTERALGIA, OU DORES DE BARRIGA. —Os melho- res medicamentos são, em geral: bell., coloe,n.-vom., puls., vip.-cor., ou ainda: acon., ars., carb.-v., cham., chin., coce, coff., hyos., ign., lyc, merc, phos., sec, sulf — Em alguns casos, póde-se ainda empregar: agn., alum., ant., arn., cale, caus., colch., cupr., fer., ipec, kal., lach., magn.-m., natr., — 253 — natr.-m., nitr.-ac, n.-mos., op.,plat., rhab., rut.,sen., stann., verat.. zinc. Para as colicas por contracção espasmodica dos intestinos (eólica de miserere, ou paixão iliaca), póde-se empregar de preferencia: n.-vom., op., plumb., thui. Para as colicas causadas por flatos (colicas ílatulentas ou ventosas), bell., carb.-v., cham., chin., coce, n.-vom., puls., sulf, ou lambem : agn., colch., coloe, fer., graph., lyc, natr., natr.-m., nitr. ac, n.-mos., phos., veratr., zinc, mgs.-arc Para as colicas que dependem das hemorrhoidas, (colicas hemorrhoidaes) : carb.-v., coloe, lach., n.-vom., puls., sulf Para as colicas que dependem de um estado inflammatorio dos intestinos (colicas inílammalorias) : acon., bell., hyos., merc, ou também: ars., bry., cham., lach., n.-vom., puls., sulf (Comparai enterite.) Para as colicas espasmodicas ou os espasmos abdominaes: bell., cham., coce, coloe, hyos., ipec, magn., magn.-m., n.-vom.,puls., ou também : ars., cale, cupr., fer., kal., lach., phos., stann., sulf Para as colicas causadas por lombrigas nos intestinos. (Colicas verminosas): merc, ou cin., sulf, ou ainda: cie, fer., (fd.) , n.-mos., ruta., sabad., etc. (Videhelminthiases). Quanto ás colicas ditas estomacaes, hepaticas, nephri- ticas, uterinas, etc, vide os artigos: gastralgia, hepatitl, nepiiralgia, metralgia, etc., nos seus capítulos respectivos. Quanto ao que diz respeito ás causas exteriores de que qualquer espécie dessas colicas pôde depender, póde-se, sendo ella o resultado de uma indigestão, ou de saburras nas vias digestivas (eólica gástrica) , empregar de preferen- cia : bell., n.-vom., puls., ou ainda : acon., ars., bry., carb.-v., chin., coff., hep., tart., sulf (Comparai Cap. i4» gastrosis.) Depois de uma indignação, de uma cólera, etc: cham., ou coloe , e também: sulf 33 — 254 — Sendo o resultado de lesões mecânicas, taes como um GE1TO NO ESPINHAÇO, Uina PANCADA NA BARRIGA, etc. : am., bry., rhus., ou também: carb.-v., ou mesmo: lach. Sendo depois de um envenenamento pelo chumbo (eólica saturnina): op., ou bell., ou também: alum., plat. Sendo o resultado de um resfriamento: cham., chin., coloe, merc, n.-rom. — Por um banho: n.-vom.—Por um frio hu- mido : puls. (Comparai lambem os artigos: dyspepsia, gas- tralgia, gastrosis, diarrhea, etc, nos seus capítulos res- peclivos.) Além disso, para as colicas das crianças, são convenien- tes : cham., n.-mos., rhab., ou ainda: acon., bell., cale, caus., cie, coff., sil., staph., ou também: bor., cin., ipec,jalap., senn. Nas mulheres preniies ou p vridas : arn., bell., bry., cham., hyos., lach.,puls., sep., veratr. Nas mulheres hystericas, (colicas hystericas): coce, ign., ipec, magn.-m., mosch., n.-vom., stann., valer., ou também : ars., bell., bry., stram. Durante a assistência, (colicas menstruaes) : bell., cham., carb.-v., coce, coff, n.-vom., puls., sec, sulf, zinc, etc. (Vide Cap. 20, dysmenorrhea.) Nas pessoas hvpocondriacas: cale, chin., grat., natr., natr.-m., stann. Finalmente, quanto ás indicações que fornecem os symp- tomas, póde-se empregar com preferencia : Belladona, quando ha: aperto e tracção como se tudo estivesse a ponto de sahir por baixo, aggravando-se pelo mo- vimento e o andar; proeminencia docolon como um rolete, me- lhorando-se calcando em cima ou dobrando-se sobre si mes- mo ; ou dores no hypogastrio, como se. os intestinos estivessem gararados por unhas; ou contricção crampoide na barriga , comardor e pressão no sacrum e acima do púbis, sobretudo — 255 — quando ha ao mesmo tempo: evacuações liquidas, purifor- mes, ou congestão de sangue na cabeça, com rubor do rosto, inchação das vêas da cabeça, e dores tão violentas que fazem quasi perder o juizo ao doente. (Depois de bell. convém ás vezes mcrc.) CoLOCYNTms, na maior parte das colicas, e sobretudo quando ha : dores excessivamente violentas, quasi sempre inci- sivas, constridivas ou crampoides, com sensação de aperto, ou puxos e picadas como por facas; grande sensibilidade da bar- riga, que parece pisada; dureza ou sensação de vacuidade na barriga; durante as dores, cãibras nas barrigas das pernas, ou arripio e dôr pungente nas pernas; grande inquietação, agitação por causa da violência das dores; evacuações nullas, ou diarrhea e vômitos biliosos, renovando-se logo depois de ter comido, por pouco que fosse; allivio pelo café. Em muitos casos de colicas, mesmo as mais violentas, deve-se empregar coloe, só, repelindo as doses, ou interca- lando algumas colheres de café simples, todas as vezes que depois de uma nova dose de coloe , haja aggravaçâo. Ocioso é dizer que, se a primeira ou segunda dose de coloe produzisse allivio, toda a repetição da dose e o emprego do café não serião senão nocivos. (Para o resto das dores que não querem ceder á coloe, será então caust. de grande utilidade.) Nux.-vom., quando ha: constipação pertinaz, ou evacuações duras, difficeis; pressão na barriga, como por uma pedra, com borborygmos^ e sensação de um calor interno; dores pican- tes, tractivas, contradivas ou compressivas; pressão na boca do estômago, com dureza e sensibilidade da barriga ao tocar; tensão e plenitude, mormente nos hypocondrios, com oppressão do fato; durante os accessos de dores, frio nas mãos e nos pés, ou mesmo vertigem á ponto de perder os sentidos, puxos e flatos profundamente na barriga; pressão aguda e dura tia bexiga e no redum como se os flatos fossem a sahir com vio- — 256 — lencia, obrigando o doente a dobrar-se sobre si mesmo; aggravaçâo a cada passo; allivio no descanço, assim como nas posições sentada e deitada; dores no espinhaço violentas, ou cephalalgia pressiva. Pulsatilla, quando ha: dores latejantes; pulsação na boca do estômago, desassosego, peso e plenitude na barriga, com dureza e tensão desagradável, grande sensibilidade e dôr de contusão ao tocar; flatos incarcerados, com borborygmos e calor ancioso na barriga, ou puxos e dôr pungente, sobre- tudo no epigastrio, aggravando-se pelo tocar; calor geral, com inchação das vêas, as mãos e a testa; oppressão do vestuário ao redor dos hypocondrios; aggravaçâo de todas as dores estando sentado ou deitado, ou de noite, com calafrios que augmentão em proporção das dores; allivio pelo andar; dores de fractura no espinhaço, levantando-se do assento ; vontade de vomitar; diarrhea; rosto pallido com olheiras; cephalalgia pressiva e tensiva. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se empre- gar depois: Aconitum, se as colicas affectão ao mesmo tempo a bexiga, com dores violentas crampoides; retracção do hypogastrio na região vesical; vontade continua de ourinar, sem resultado; grande sensibilidade da barriga; dôrcs no espinhaço como por fractura; grande afflicção, desassosego e agitação. Arsenicum, quando ha: dores excessivas, com grande anciã na barriga ; puxos violentos, ou dores crampoides, tractivas, cruéis, muitas vezes com ardor intolerável, ou com sensação de frio na barriga; apparição das dores, mormente de noite, ou depois de ter bebido ou comido; vontade de vomitar, ou vomito aquoso, ou bilioso; constipação ou diarrhea; grande sede; calafrios e grande fraqueza. Carro veg. , quando ha: plenitude e dureza da barriga, como se quizesse arrebentar, com borborygmos, incarceração dos flatos; aperto na barriga, dyspnea, arrotos de ar; con- — 257 — gestão na cabeça, com dôr pressiva; inércia na barriga com constipação, calor no corpo, c mormente na cabeça; appari- ção das dôrcs, sobretudo depois de ter comido por pouco que fosse. Chamomilla, quando ha: dores pungentes, tractivas, com grande agitação e desassosego, obrigando a correr de um lado e outro; sensação como se os intestinos se amontoassem em bola, ou como se a barriga toda estivesse vasia; com náuseas, vômitos amargosos ou diarrhea biliosa; dores no espinhaço como se estivesse despedaçado; encarceração dos flatos, com anciã, tensão; pressão e plenitude na boca do estô- mago, e nos hypocondrios, ou com aílluencia para o annel inguinal; olhos com olheiras; rosto alternadamentc pallido e vermelho; apparição das dôrcs, sobretudo de noite, ou demanhãa ao sahir do sol, ou depois da comida. (Depois de cham,, convém ás vezes puls.) China, quando ha: dureza excessiva da barriga como n'uma tympanite, com plenitude, pressão como por corpos du- ros, ou dôrcs crampoidas, constrictivas, com encarceração dos flatos e affluencia para os hypocondrios ; sobretudo se as dores se manífestão de noite, ou nas pessoas enfraquecidas por suores, evacuações sangüíneas ou outras perdas debililantes. Cocculus, dores constrictivas, crampoides, no hypogastrio, com náuseas, dyspnea; producção abundante de flatos, ple- nitude e dureza do estômago e do epigastrio; ou sensação de vacuidade na barriga; dôr aguda e ardor nos intestinos, com aperto no estômago; vontade de vomitar ; constipação; grande aíllicção, sobre-excitação nervosa e susto fácil. Coffea, dores excessivas que levão até o desespero; com anciã, e oppressão no epigastrio; grande agitação, com gri- tos, ranger dos dentes, convulsões, membros frios, gemidos e accessos de suffocação. Hyosciamus, dores crampoides e puxos, com vomito, gritos, dores de cabeça, barriga dura, e sensível ao tocar. — 258 — Ignatia, colicas nocturnas perturbando o somno; picada na região esplenica; encarceração dos flatos, com emissão diflicil, mas que allivía; plenitude e dureza dos hypocondrios; sobretudo nas mulheres delicadas e sensíveis. Lycopodium, quando ha: producçào c accumulação enormes de flatos, sobretudo depois de ter comido, por pouco que seja: com pressão no estômago e no epigastrio; tensão, plenitude c dureza da barriga c da boca do estômago; constipação, ou evacuações raras e duras. Mercurius, quando ha: dôrcs violentas, conlractivas, com dureza da barriga, sobretudo ao redor do embiho; ou dores tensivas, ardentes ou latejantes; soluço, bulimia, repugnân- cia para as cousas doces; vontade de vomitar e salivação; arrotos, precisão freqüente de obrar , ou diarrhea mucosa ; aggravaçâo das dores de noite, sobretudo depois de meia noite; calafrios com calor, e rubor das faces; grande sensibilidade da barriga ao tocar; grande cansaço. Puospnonus, se as colicas produzidas por flatos se mani festão profundamenle na barriga, e aggravão-se na posição deitada. Secalk, quando ha, nos homens, colicas com dôr no espi- nhaço, dores vivas nas coxas: arrotos e vômitos ; ou nas mulheres, sobretudo na época da assistência: dôr ardente no lado direito da barriga, com constipação e dores abdomi- naes, como na cólera; ou puxos cruéis, pallidez do rosto, extremidades frias, pulso fraco e suor frio. Sulfur, contra as colicas hemorrhoidaes depois do empre- go infruetuoso de carb.-v., ou de n.-vom.—Assim como con- tra as colicas biliosas, não sendo nem cham., nem coloe suflicientes; ou contra colicas flatulentas que resislirião ao uso de cham., coce, n.-vom., ou carb.v.; e finalmente, con- tra colicas verminosas, se depois do uso de mcrc, ou do cin., ainda houvesse dores. Viper.-coralina, é indicada quando as dores de eólica — 259 — parecem occupar successivamente as diversas partes do colon, desde o ca?go até o recto, quando o movimento pe- ristaltico dos intestinos parece effectuar-se em sentido con- trario, com palpitações terríveis de coração, e que o abdômen parece apertado por uma cinta. Para o resto dos medicamentos apontados, consultai a pa- thogenesia. Comparai também os artigos: cólera, dyspepsia, DIARRHEA, ENTERITE, GASTRALGIA, GASTRITE, GASTROSIS, HEL- minthiase, etc, em seus capitulos respectivos. CONGESTÃO abdominal e estagnação de sangue na barriga. —Os melhores medicamentos são, em geral: n.-vom, e sulf, ou também : ars., caps., carb.-v., ou ainda: bell., bry., cham., merc, puls., rhus., veratr. Arsenicum, convém particularmente quando ha freqüen- temente pequenas evacuações mucosas ou aquosas, com grande fraqueza. Nux-vom. , é sobretudo indicado para as pessoas que tem uma vida sedentária, oecupando-se de trabalhos intellec- tuaes, e particularmente quando ha : constipação e evacua- ções duras, difliceis, dores no espinhaço, como se as cadeiras se despedaçassem, como também as costas, e sem nenhuma força; dureza e tensão da barriga. Capsicum, nas pessoas phlegmaticas, preguiçosas, pesadas, e de um gênio espinhado, sobretudo quando ha freqüente- mente pequenas evacuações aquosas ou mucosas. Carbo \eg., havendo grande flatulencia, inércia do canal intestinal, constipação, dyspepsia e falta de appetite. Sulfur. , na maior parte dos casos, mesmo os mais perti- nazes, sobretudo nas pessoas hypocondriacas, e particular- mente depois do uso antecedente de n.-vom. ^p=> Para o resto dos medicamentos apontados, vide HEMORRHOIDAS, Cap. 17. CONTRAÇÃO dos intestinos.—Vide hérnias estrangu- ladas, e comparai ileus. — 260 — DIAPHRAGMITE.—O medicamento que, em quasi todos os casos, merece a preferencia é bry., ou também: cham., n.-vom. Bryonia, é sobretudo indicado, se ao mesmo tempo, ha: pneumonia ou pleuriz, ou ainda : tosse secca violenta, exacer- bação da dôr pelo menor movimento do diaphragma ; febre violenta com pulso fraco, accelerado c duro; delírio com çrande agitação e anciã, tosse secca e curta. Ciiamoaiilla, havendo inchação fortemente marcada no epigastrio e na região hypocondriaca, com aggravaçâo da dôr c suffocação pelo menor contacto; respiração anciosa, curta e entrecortada pelas dores; tosse secca, importuna, vomito e grande agitação com queixas e lamentações. Nux vom. , quando ha: sensação de constricção na parte inferior do peito, como se esta região estivesse apertada por uma corda, com tosse curta, importuna, anciã, constipação e sede. Além destes medicamentos, ainda póde-se empregar: cann., coce, crotal., hyos., ipec, puls., stram., verat. ENTERALGIA.—Vide colicas. ENTERITE. —O melhor medicamento, na maior parte dos casos, é: acon., e muitas vezes algumas doses, administradas de duas cm duas horas, applacaraõ a inflammação, a ponto que depois lach., bell., ou merc. farão desvanecer o resto. Em casos mais complicados, póde-se também empregar : ars., bry., hyos., n.-vom.,ou ainda: ant., cham., chin., coloe, ipec, nitr.-ac, phos., puls., rhus., squill., sulf, ou vip.-cor., segundo as circumstancias. Para os detalhes que devem determinar a escolha, compa- rai os artigos: gastrite, gastrosis, cólera, colicas, diar- rhea, etc, nos seus capítulos respectivos. FLATOS. —Os melhores medicamentos são: chin., n.-vom., puls., sulf, ou também: bell., carb.-v., cham., — 261 — coce, ou ainda: agn., colch., coloe, fer., graph., lyc, natr., natr.-m., nitr.-ac, n.-mos., phos., verat., zinc, mgs.-arc. Se fôr por resultado de alimentos flatulentos que o mal se manifesta, chin. merece a preferencia : Depois das bebidas: n.-vom. Depois de ter comido carne de porco ou outros alimentos gordos: chin., ou puls. — Vide lambem colicas. GROSSURA dl barriga.— Para a grossura da barriga nas CRIANÇAS, vide OPILAÇÃO DO BAÇO. Para a grossura da barriga nas jovens, na idade da puber- dade, lach. é muitas vezes de grande utilidade. Nas mulheres idosas, ou que tiverão muitos filhos, o me- dicamento principal é sep., ou lambem: bell., cale, chin., n.-vom., plat. HELMINTHIASES ou affecções verminosas.—Os melho- res medicamentos são, em geral: acon., cin.,merc, sulf, ou ainda: cale, carb.-v., chin., cie, fer., fd., graph., ign., n.-mos., sabad., sil., spig., etc. (Vide Cap. 17.) Para a lombriga solitária ou tenia, póde-se, cm a maior parte dos casos, principiar por administrar uma dose de sulf, no minguante, depois uma dose de merc, na lua cheia se- guinte, repetindo o sulf. oito dias depois, c assim seguida- mente durante algum tempo. Se esses dous medicamentos fossem incfficazes, ou se não adiantassem mais a cura, póde-se empregar de preferencia : cale, carb., fd., fvag., gran., graph., sabad. Para as dores causadas pelas lombrigas, os melhores me- dicamentos são, cm geral: acon., cin., merc, sulf, ou tam- bém: bell., chin., cie, hyos., n.-vom., rhus., sil., spig. Quando ha : febre com colicas, vontade de vomitar, bar- riga dura e tesa, tenesmo ou pequenas evacuações viscosas, o medicamento principalé: acon., o qual ao cabo de algumas horas, póde-se, no caso que seja preciso, fazer seguir por cin., — 262 — recorrendo depois a merc, se no espaço de 24 horas, cin. não produzisse mudança alguma. Havendo com a febre e as colicas: grande sede, grande sobrc-excitação nervosa, sobresaltos e susto fácil, bell. mere- ceria a preferencia, ou então lach., se bell. não fosse suf- ficiente. Além disso, empregou-se ainda contra as febres: chin., cie, sil., spig.; contra as colicas com convulsões: cie ; con- tra colicas com bulimia, diarrhea e frio: spig. ; e contra as febres nas pessoas escrophulosas : sil. Sendo a intensidade do mal combatida por qualquer dos medicamentos antecedentes, empregar-se-ha então sulf com o maior successo, tanto contra o resto das dores, como para embaraçar a sua volta. Em a maior parte dos casos será bastante, ou mesmo será preferível não administrar senão uma só dose; no intervallo de Ires, quatro, cinco semanas, e se ao cabo desse tempo, existisse ainda symptomas que fizessem desconfiar haver um resto da moléstia, taes como a magreza, o appetite voraz, a pallidez do rosto, etc. : bar.-c, cate, graph., lyc, ou natr.-m., acabarião muitas vezes a cura. Finalmente, para as dores pelas ascarides, serão quasi sempre convenientes: acon., cale, chin., fer., ign., merc, sulf Quando ha grande agitação febril, mormente de noite, com insomnia, é acon. que merece a preferencia; ou então ign. se acon. não fôr sufliciente. No caso que esses dous medicamentos ficassem inefficazes, ou se o mal voltasse constantemente, mormente na lua nova ou cheia, seria acertado administrar, logo depois de cada uma dessas épocas, uma dose de sulf., quer de uma só vez, quer em uma solução de oito onças de água para o doente tomar todos os dias uma colher. Se sulf. não fosse também sufliciente, empregar-se-hiado — 263 — mesmo modo: cale, ou fer., no caso que fosse preciso, e se depois do emprego de fer. sobreviesse uma diarrhea que persistisse, recorrer-se-hia então a chin. HEPATITE e outras affecções do fígado—Os melhores medicamentos contra as moléstias do fígado são, em geral: acon., bell., bry., cham., chin., lach., merc, n.-vom., puls., sulf. Ou também: aur., cale, kal., lyc, magn.-m., natr., natr.-m., nitr.-ac, ou ainda: alum., ambr., am.-c, berb., caun., canth., n.-mos., vip.-cor. Para a hepatite aguda são, principalmente: acon., bell., merc, n.-vom., ou ainda: bry., cham., chin., lach., puls., sulf. Aconitum, é sobretudo indicado ao principio do curativo, e particularmente quando ha: grande febre inflammatoria, com dores latejantes, na região hepatica, dores intoleráveis* com gemido, agitação, afílicção e medo da morte. Belladona, quando ha: dores pressivas, propagando-se até no peito e nos hombros, dureza da boca do estômago, tensão no epigastrio, respiração diflicil e anciosa, congestão na cabeça, com escurecimento da vista, vertigens com des- fallecimento, sede ardente, agitação anciosa, e insomnia. (Convém muitas vezes depois de acon., alternando-o com merc., ou lach.) Bryonia, quando ha : dores pressivas, com tensão nos hy- pocondrios, lingua carregada de uma camada amarella, forte oppressão do peito, com respiração rápida e anciosa, consti- pação, e aggravaçâo das dores pelo movimento. Chamomilla, quando ha : dores pressivas, surdas, e que não se aggravão, nem pela pressão exterior, nem pelo movimento, nem respirando; com pressão no estômago, tensão nos hypo- condrios, oppressão do peito, côr amarella da pelle; lingua carregada de uma camada amarella; amargura da boca e accesso de afflicção. — 264 — China, quando ha: aggravaçâo do mal de dous em dous dias, com dores latejantes e pressivas, inchação e dureza da região hepatica c do epigastrio, cephalalgia pressiva, amar- gura da boca e lingua carregada de uma camada amarella. Lachesis, muitas vezes no caso em que merc ou bell. pareceráõ indicados, sem comtudo serem sufíicientes, ou alternando com qualquer desses dous medicamentos, sobre- tudo nas pessoas dadas ás bebidas espirituosas. Mercurius, muitas vezes depois de bell., se este medica- mento não foi sufliciente, e sobretudo quando ha: dores pressivas que cmbaração estar deitado no lado direito, amar- gura da boca, anorexia com sèdc, arripio continuo, côr ama- rella fortemente marcada da pelle e dos oUws. (Depois de mer., convém muitas vezes lach.) Nux vom. , se as dores são latejantes ou pulsativas, com sensibilidade excessiva da região hepatica ao tocar ; gosto amargoso e azedo; vontade de vomitar ou vomito, pressão nos hypocondrios e no epigastrio, com respiração curta; sede, ourinas vermelhas, cephalalgia pressiva, vertigens e accessos de afllicção. (Depois de n.-vom., convém muitas vezes sulf) Pulsatilla, quando ha: freqüentes accessos de afflicção, sobretudo de noite, com evacuações diarrheicas, verdes e mu- cosas, vontade de vomitar, amargura da boca, lingua ama- rella, oppressão do peito, tensão nos hypocondrios e gastral- gia pressiva. Sulflr, muitas vezes depois de n.-vom., sobretudo quando as dores latejantes continuão; ou em todos os casos em que os medicamentos antecedentes não produzem, em poucos dias, um melhoramento sensível, ou quando o melhoramento que produzirão, não progrede mais de modo nenhum. Para as affecções crônicas do fígado, os melhores medica- mentos são: n.-vom., ou sulf, ou lambem: aur., lach., lyc, magn.-m., natu, ou ainda: atum., amb., cale, chin., sil. — 265 — Para o enfarte ou dureza do fígado são, sobretudo: ars., cale, chin., n.-vom., sulf, ou também: cann., graph., lyc, magn.-nu, merc, n.-mos. Os arcessos hepaticos parecem pedir de preferencia: lach. ou sil., ou ainda: bell., merc, hep. Contra os cálculos biliarios, bell., cale, hep., lach., lyc, sil., sulf, são os medicamentos convenientes. HÉRNIAS.—Os melhores medicamentos para a cura radi- cal das hérnias, são : amph., aur., coce, magn., n.-vom., sil., veratr. As hérnias cruraes merecem com especialidade n.-vom.— As ombilicaes : amph., gran., n.-vom.—As escrotaes: magn. -m., n. -vom. As hérnias das crianças por gritarem muito, pedem sobre- tudo: aur., coce, n.-vom., nitr.-ac, ou veratr. Contra as hérnias encarceradas ou estranguladas, empre- gar-seha, em a mór parte dos casos, com resultado prompto, e sem nenhuma operação cirúrgica : acon., n, vom., op., sulf, ou também : ars., bell., lach., veratr. Aconitum, é sobretudo indicado, quando ha : forte inflam- mação das partes affectadas, com dores ardentes na barriga, como por carvões ardentes, sensibilidade excessiva pelo me- nor contacto, náuseas, vômitos amargosos, biliosos, afllicção e suores frios. Na maior parte dos casos, o melhoramento mostrar-se-ha logo da segunda dose, que em caso de precisão pôde ser administrada uma hora depois da primeira ; porém, se depois da terceira ainda não houvesse mudança alguma, seria sulf. o medicamento conveniente. (Vide mais em baixo.) Amphisbama é indicada, quando ha uma dôr lancinante, no embigo, quando a pelle se torna vermelha, e deixa desso- rar uma aguadilha serosa, ou quando se sente ílatuosidade no sacco herniario. Ntx vom. , se o tumor é menos doloroso e menos sensível — 266 — ao contacto, os vômitos menos violentos, porém a respiração mui constrangida, e sobretudo se a contracção é o resultado de um resfriamento, de uma escandescencia, de uma con- trariedade ou de uma cólera, ou de um regimcn vicioso, etc. (Pôde se repetir de duas em duas horas.) Opium, se, no espaço de uma ou duas horas depois da se- gunda dose de n.-vom., ainda não ha mudança alguma, ou havendo desde o principio: rosto vermelho, barriga tesa c dura, arrotos pútridos ou vômitos de matérias estercoraes. (Póde-se repetir de quarto em quarto de hora, até o melho- ramento declarar-se abertamente.) Se no caso antecedente, o vomito se manifestasse com suores frios e frio das extremidades, seria veratr. que mere- ceria a preferencia, e que depois se deve substituir por bell., se depois da segunda dose, ainda não houvesse mudança alguma. Sulfur merece a preferencia se, uma hora depois de se ter administrado a segunda dose de acon., a reducçao da hérnia ainda não é possível, ou se os vômitos biliosos se mudão em vômitos ácidos. Depois da administração de sulf. será acertado esperar algumas horas, c deixar descansar o doente, se por acaso pegasse no somno. No caso que o tumor apresentasse já symptomas de gan- grena, seria lach. que mereceria a preferencia, ou então : ars. se laàh. ficasse sem effeito. Resina itu% usada empiricamente em S. Paulo contra as hérnias inguinaes , foi preparada homceopathícamente e prestou já alguns serviços no Brazil. ICTERICIA. — O melhor medicamento é merc. ; muitas vezes elle é sufliciente para curar a moléstia toda, comtanto que o doente não tenha feito abuso deste medicamento. Em tal caso seria chin. que mereceria a preferencia, medicamento que se pôde também fazer alternar com merc, se este não fosse sufliciente. — 267 — Em casos mui pertinazes que resistem ao uso desses dous medicamentos, póde-se ainda empregar: hep., lach., ou sulf, fazendo-os igualmente alternar, em caso de precisão, com merc Se fôr por resultado de uma grande contrariedade, ou de uma cólera que a idericia se manifesta, cham. ou n.-vom. merecem a preferencia, ou então: lach. ou sulf. Para as ictericias produzidas pelo abuso de certas substan- cias medicamentosas, póde-se empregar, sendo pela quina : merc, ou bell., cale, n.-vom.; sendo pelo mercúrio: china, ou hep., lach., sulf; sendo pelo ruibarbo: cham., ou merc. Além disso, póde-se empregar ainda: acon., ars., cale, carb.-v., dig.; e em certos casos particulares: ambr., cupr., nitr.-ac, puls., rhus. ILEUS ou paixão iliaca, chordapses, eólica de miserere, etc. Se este mal, caracterisado pelo vomito de matérias fecaes e de ourina, fôr o resultado de uma contracção espasmodica dos intestinos, são, sobretudo: op., plumb., ou ainda : coce, thin., n.-vom., vip.-cor., que merecem a preferencia: Se, pelo contrario, houver causa inflammatoria, deve-se empregar então : acon., sulf, ou também : lach., bell., merc. (Vide também: entebite e hérnias.) OPILAÇÃO do baço.—Vide Cap. i°, atrophia das crian- ças e F.scROPnuLAS, e accrescentai aos medicamentos que nelle se achão apontados: asa., caus., iod., merc. PERITONITE.—Os melhores medicamentos são: acon., bell., bry., cham., ou ainda: coff, coloe, hyos., n.-vom., rhus. (ft^=> Comparai, para os detalhes, as outras inflammações abdominaes análogas, taes como: enterite, metrite, febre pupeerral, etc., em seus capítulos respectivos. SPASMOS abdominaes.—Vide colicas espasmodicas, c Cap. 20, METRALGIA. SPLENITE e outras affecções esplenicas.—Os melhores medicamentos contra as moléstias do baço são, cm geral: — 268 — agn., arn., biy., caps., chin., ign., n.-vom., sulf, ou tam- bém: acon., berb., iod., mez. Para a esplenite aguda, o medicamento principal é chin., depois seguem: acon., arn., ars., bry., n.-vom. Aconitum, não é indicado senão para applacar primeiro que tudo a febre, se a violência da moléstia assim o exigisse, porém muitas vezes póde-se empregar immediatamentc chin. (Vide mais abaixo.) Arnica, se chin. não fôr totalmente sufliciente, e sobre- tudo havendo dores pressivas, latejantes, que tomão a respi- ração, ou manifando-se symptomas typhoides, com apalhia, estupor, e se o doente não sentir por modo nenhum a gra- vidade de seu estado. Arsenicum, sobrevindo diarrheas com evacuações sangui- nolentas, ardentes, e grande fraqueza; ou se a moléstia torna um caracter intermittente, não sendo chin. sufliciente contra este estado. Bryonia, se depois do emprego de chin., de arn., ou de n.-vom., a constipação presisle, com dôr latejante na região esplenica, a cada movimento. China, na maior parte dos casos, logo depois de acon., ou mesmo desde o principio do curativo, sobretudo havendo dores pressivas, latejantes, e mostrando a moléstia um ca- racter intermittente. Nux vom., depois de chin. ou de arn., se qualquer desses dous medicamentos já produzio alguma melhora, presislindo porém a constipação e a gastralgia pressiva, e o estado geral, ficando ao mesmo eslacionario. Para o enfarte e a dureza do baço, achar-se-ha de grande utilidade: agn., ars., caps., chin., sulf, ou ainda: iod., me:. TÍSICA abdominal. — Vide opilação do baço, c tlber- culos. TUBERCULOS abdominaes. — Coloe, hep., lach., sil., sulf, ou também: iod., kal., merc, oi.-sec, são os medica- mentos convenientes para esta moléstia. — 269 — TYMPANITE.—O medicamento principal é chin., porém em alguns casos, póde-se empregar também: carb.-v., coloe, lyc, n.-vom., sulf.—Emquanto ao mais, vide colicas e flatos. CAPITULO XVII. EVACUAÇÕES ALVINAS , ÂNUS, RECTUM, PERINÉO. ASCARIDES. — Vide Cap. 16, helminthiasis. BLENNORRHEA do rectum.—Os medicamentos que pa- recem melhor convir para esta moléstia, são: ant., bor., caps., dulc, lach., merc, phos., puls., sep., sulf. CÓLERA.—Vide Cap. i5. CONSTIPAÇÃO.—Os melhores medicamentos, são : bry., lach., merc, natr.-m., n.-vom., op., plat., puls., sep., sulf, ou ainda: amph., cale, cann., caus., con., graph., grat., lyc, staph., veratr. Para fazer cessar immediatamente uma constipação que durou muitos dias, póde-se empregar de preferencia: bry., n.-vom., op., ou também: cann., lach., merc, plat., puls., sulf., mags.-are Para a disposição á constipação, ou aperto da barriga, empregar-se-ha com successo, sobretudo não administrando as doses senão com longos intervallos: bry., cale, caus., con., graph., grat., lach., lyc, sep., sulf. Além disso, a constipação nas pessoas que tem uma vida sedentária, pede quasi sempre: bry., n.-vom., sulf, ou ainda: lyc, op., plat. Nos bêbados, ou nas pessoas dadas ás bebidas espirituosas: cale, lach., n.-vom., op., sulf Manifestando-se a constipação depois de diarrheas ou de purgações freqüentes: n.-vom., op., ou também : ant,, lach., rttta. 35 — 270 — Nos velhos, alternando muitas vezes com diarrhea: ant., op., phos., ou ainda: bry., lach., rhus., rata. Nas mulheres pejadas: n.-vom., op., sep., ou também : alum., bry., lyc.—Nas mulheres paridas: ant., bry.,n.-vom., plat. Nas crianças de peito: bry., n.-vom., op., ou ainda: alum., lyc, sulf, veratr. Para a constipação que se manifesta durante as viagens de sege: plat., ou também: alum., op. Sendo o resultado de um envenenamento pelo chumbo : alum., op., plat. Empregar-se-ha: Bryonia, mormente no verão e nas pessoas sujeitas ao rheumatismo, ou se a constipação tem lugar depois de um desmancho no estômago, com disposição friorenta, congestão e dôr de cabeça; humor iracundo, laconismo; e em geral nas pessoas de um gênio iracundo, colérico. Lachesis, em muitos casos de constipação pertinaz, com pressão no estômago e precisão de dar arrotos, mas sem re- sultado. Mercurius, sendo a constipação acompanhada de máo gosto na boca, com gengivas dolorosas, comtudo sem perda de appetite. (Se em tal caso merc. não fosse sufliciente, seria então : staph. o medicamento conveniente.) Natrum mur. , nos casos os mais pertinazes, e muitas vezes não sendo os outros medicamentos sufficicntes, e sobretudo se não se manifestar precisão alguma de obrar, mostrando-se os intestinos totalmente inactivos. Nux vom. , não somente nas pessoas hypocondriacas. ou sujeitas ás hemorrhoidas; porém também se a constipação se manifesta depois de copiosa comida, desmancho no estô- mago, etc, e sobretudo havendo: anorexia, náuseas, dureza e tensão da barriga, com pressão epeso; calor, mormente no rosto; congestão e dôr de cabeça; inaptidão para o tra- — 271 — balho, somno perturbado, oppressão, máo humor; sensação como se o ânus estivesse fechado ou apertado, com precisão fre- qüente e sem resultado. Opium, contra a mesma sensação como se estivesse o ânus fechado, mas sem precisão tão freqüente como no caso ante- cedente, com pulsação e sensação de um peso na barriga, gastralgia pressiva, boca secca, anorexia, congestão e dôr de cabeça, com rosto vermelho, etc. Platina, se, apezar de todos os esforços, o doente não pôde expulsar senão algum miúdo excremento, com tenesmo e comichão no ânus; depois da evacuação, horripilação com sensação de fraqueza na.barriga; dôr constrictiva no abdô- men, com pressão e dôr de estômago, e precisão sem resul- tado de dar arrotos. Pulsatilla, muitas vezes no mesmo caso em que n.-vom. seria indicada, mas nas pessoas de uma Índole branda, fria e phlegmatica; ou se depois de um desmancho no estômago por alimentos gordos, a constipação fôr acompanhada de máo humor, com laconismo e arripio. Sepia, mormente no sexo feminino, ou nas pessoas sujei- tas aos rheumalismos, assim como em muitos em que n.-vom. ou sulf. serião indicados, sem serem sufficientes. Sulfur, na maior parte dos casos de constipação habitual, sobretudo depois do uso de n.-vom., nas pessoas hypocon- driacas, ou naquellas que estão sujeitas ás hemorrhoidas; e principalmente havendo precisão freqüente, não seguida de effeito, com flatos encarcerados, indisposição, dureza da bar- riga, inaptidão para os trabalhos intellectuaes. Para o resto dos medicamentos, consultai a patiiogenesia. DIARRHEA.—Os melhores medicamentos são, em geral: ars., cham., chin., dulc, fer., ipec, merc, puls., rhab., sec, sulf. Ou também : ant., bry., cale, caps., coloe, n.-vom. ,phos., phos.-ae, rhus. — 272 — Ou ainda: arn., bell., berb., carb.-v., cupr., graph., hep., hyos., lach., magn., nitr.-ac, n.-mos., petr., sep., veratr. As diarrheas sem dores, pedem principalmente: fer., ou ainda: chin., cinn. As diarrheas com colicas: ars., bry., cham., coloe, hep., merc, nitr.-ac, puls., rhab., rhus., sulf Com tenesmo: ars., caps., hep., ipec, lach., merc, n.-vom., rhab., rhus., sulf Com vomito: ars., bell., ipec, ou também: cham., coloe, dulc, fer. (Comparai Cap. i5, cólera.) Com evacuações de alimentos não digeridos (lienteria) : chin., fer., ou ainda: ars., bry., n.-vom., vip.-cor. Para a perda das forças (diarrheas debilitantes, colliqua- tivas): ars., chin., ipec, veratr., ou também: n.-mos., phos., phos.-ac, sec. Para as diarrheas biliosas, mucosas, etc. Vide Cap. 10, no artigo gastrosis, os embaraços biliosos, mucosos, etc. Para as diarrheas chronicas, emprega-se: cale, chin., fer., graph., hep., lach., nitr.-ac, petr., phos., phos.-ac, sep., sulf Para a relaxação da barriga, ou a disposição a ter mui- tas evacuações: cale, graph., kreos., natn-m., nitr.-ac, phos., sulf. Além disso, as diarrheas que se manífestão depois de um exanthema, tal como as morbilias, a escarlatina, as bexi- gas, etc, pedem quasi sempre: ars., chin., merc, phos.-ae, puls., sulf. Sendo causadas por um resfriamento: bell., bry., cham., dulc, merc, n.-mos., veratr., ou ainda: caus., chin., natr., n.-vom., op., puls., sulf.—Por um resfriamento no verão, no outono ou na primavera: ars., dulc, ou também: bry., merc.—Por bebidas frias: ars., carb.-v., n.-mos., puls. Sendo e resultado de uma emoção súbita, tal como susto, alegria subida: ant., coff., op., veratr., ou também: acon., — 273 — puls.—De uma emoção humilhante, tal como um pejo, um pezar : ign., ou phos.-ac. — De uma contrariedade ou de uma cólera: cham., ou coloe Manifestando-se depois de uma indigestão, ou de um regimen vicioso: ant., coff., ipec, puls., n.-vom.—Depois de um excesso de mesa : carb.-v., n.-vom.—Pelo uso do leite: bry., sulf, ou também: lyc., natr., sep.—Pelo uso dos ácidos ou das frutas: ars., lach., puls., ou também: chin., rliod. Sendo causadas pelo abuso de substancias medicamen- tosas, e principalmente pelo do mercúrio: hep., ou então: carb.-v., chin., nitr.-ac.—Pelo abuso da magnesia: puls., rhab.—Pelo do ruibarbo: cham., merc, puls., ou ainda: coloe, n.-vom.—Pelo abuso do taraco: cham., puls. Demais, as diarrheas nas pessoas fracas ou esfalfadas, exigem de preferencia: chin., fer., n.-mos., phos.-ae, sec Nas pessoas tísicas: cale, chin., fer., phos. Nas pessoas escrophulosas: cale, dulc, lyc, sep., sil., sulf, ou ainda: ars., bar.-c, chin. Nos velhos : ant., bry., phos., sec. Nas mulheres pejadas : ant., dulc., hyos., lyc., petr., phos., sep., sulf. —E nas mulheres paridas: ant., dulc, hyos., rhab. Nas crianças: ant., cham., fer., hyos., ipec, jalap., magn., merc, n.-mos., rhab., sulf, fulf-ae ; durante a dentição : ars., cale, cham., coff., fer., ipec, magn., merc, sulf. Finalmente, quanto ás indicações que fornecem os symp- tomas, póde-se empregar de preferencia: Arsenicum, se as evacuações são aquosas ou mucosas, bran- cas, esverdeadas ou pardas, tendo lugar principalmente de noite, depois de meia noite, ou perto da manhãa, ou depois de ter bebido ou comido; com puxos, dores ardentes ou cruéis na barriga; grande sede; anorexia com náuseas, ou mesmo vomito; grande magreza; grande fraqueza; insomnia e anciã — 274 — de noite; dureza da barriga, extremidades frias; rosto pal- lido com faces encovadas, olhos também encovados com olheiras. Chamomilla, contra diarrheas aquosas, biliosas ou mucosas, de côr amarella, branca ou esverdeada, assemelhando-se a ovos batidos; ou evacuações de matérias não digeridas; bor- borygmos, anorexia, sede, lingua carregada, colicas cruéis, ou puxos; plenitude na boca do estômago; barriga tesa, dura; arrotos freqüentes, com vontade de vomitar ou com vomito bilioso; amargura da boca; e nas crianças: gritos, agitação, desejo continuo de ser carregado, etc. China, se as evacuações são abundantes, aquosas, pardas, com matérias não digeridas ; tendo lugar as evacuações sobre- tudo de noite ou logo depois da comida; com colicas violentas; pressivas, constrictivas e crampoides, ou sem dôr nenhuma; grande fraqueza na barriga; borborygmos, arrotos, dores ardentes no ânus; falta de appetite, grande sede e perda geral das forças. Dulcamara, quando ha : evacuações líquidas, verdes ou amarellas, mucosas ou biliosas; evacuações nodurnas; com colicas e puxos, mormente na região umbilical; anorexia, e grande sede; náuseas ou vomito; rosto pallido, grande can- saço e inquietação. Ferrum, se a diarrhea se manifestar principalmente de noite, ou depois de ter comido ou bebido, com evacuações fá- ceis e sem dores, evacuação de matérias aquosas com alimen- tos não digeridos; rosto pallido, magreza, dureza e rijeza da barriga, sem flatos; sede, anorexia alternando com buli- mia; gastralgia pressiva; dores crampoides nas costas c no ânus. Ipecacuanha, contra diarrheas aquosas ou mucosas, de côr amarella, branca ou esverdeada, com náuseas, vontade de vomitar, ou vomito de mucosidades amarellas, brancas ou esverdeadas; colicas cruéis ou puxos, com gritos (nas crian- — 275 — ças), agitação e inquietação; accumulação de saliva na boca; barriga teza; fraqueza, com vontade continua de ficar dei- tado ; rosto pallido com olhos encovados; frio, humor rixoso e iracundo. Mercurius, se as evacuações tem lugar principalmente de noite, com evacuações aquosas, mucosas, espumosas, ou bilio- sas, ou mesmo san guino lentas; de côr esverdeada, branca ou amarella; evacuações assemelhando-se a ovos batidos; te- nesmo freqüente, ardor, prurido e excoriação no ânus; coli- cas e puxos violentos, pyrosis, náuseas e arrotos; Calafrios e horripilação; suor frio, tremor e grande cansaço. Pulsatilla, contra diarrheas mucosas, biliosas ou aquosas, de çôr branca, amarella ou esverdeada, ou que mudão de côr; evacuação de malerias estercoraes em fôrma de papas; ou evacuações liquidas, fétidas, com excoriação do ânus; ao mesmo tempo: amargura da boca, lingua carregado de uma camada branca , náuseas, vontade de vomitar, arrotos desagradáveis, ou vomito mucoso, amargoso; colicas e puxos, mormente de noite. Rhabarbarum, quando as evacuações tem um cheiro ácido, sendo as matérias liquidas, mucosas, como fermentadas, com rosto pallido, salivação, colicas, precisão freqüente de ir obrar, e tenesmo; ou evacuações abundantes, com vomito e grande fraqueza; ou nas crianças, sendo a diarrhea acompa- nhada de gritos com agitação e retracção das coxas. (Se rhab. não fôr sufliciente, cham. acabará então a cura, sobre- tudo quando as dores são muito violentas.) Secale, quando as evacuações tem lugar sem dôr, mas com grande fraqueza dos dentes; com evacuações aquosas, amarellas ou esverdeadas, sahindo promptamente com muita violência, muitas vezes involuntariamente; evacuação de matérias não digeridas; colicas e puxos, sobretudo de noite; lingua carregada de mucosidades; gosto viscoso, borboryg- mos freqüentes e flatos abundantes, com plenitude na barriga. — 276 — Sulfur, em muitos casos de diarrhea, mesmo das mais pcrtinazcs; sobretudo se as evacuações são freqüentes, princi- palmente de noite; com colicas, tenesmo, dureza da barriga, dyspnea, arripio e grande fraqueza; evacuações mucosas, ou aquosas, espusmosas ou pútridas, de côr branca ou esver- deada ; evacuação de matérias não digeridas, ou ácidas, ou mesmo sanguinolentas; renovação da diarrhea com o menor resfriamento; magreza. Vipera coralina, quando ha : diarrhea de água amarella misturada com mucosidades, evacuação dos alimentos não digeridos, dores agudas na barriga, aperto violento do esphincter do ânus, e sensação de um bicho que o mor- desse ; depois de duas semanas é geralmente seguida de uma prisão de ventre quasi interminável. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se empre- gar depois : Antimonium, contra diarrhea aquosa, com desmancho no estômago; lingua carregada de uma camada branca, anore- xia, arrotos e náuseas. Bryonia, muitas vezes durante o calor do estio, sobretudo se a diarrhea fôr o resultado de bebidas frias; ou se depois de uma contrariedade ou de uma cólera, cham. não foi suf- ficiente. Calcarea, muitas vezes depois de sulf. nas diarrheas chronicas, mormente nas crianças escrophulosas, com fra- queza, magreza, rosto pallido e appetite fortemente marcado. Capsicum, contra diarrheas mucosas, com tenesmo e ardor no ânus. CoLOCYNTnis, contra diarrheas biliosas ou aquosas com colicas espasmodicas, violentas, e sobretudo se forão cau- sadas por uma contrariedade ou uma cólera, não sendo cham. sufliciente contra este estado. Crotalus, quando ha : diarrhea como clara de ovo, depois de muitos tenesmos e cabida do recto. — 277 — Nux vom., havendo evacuações freqüentes, mas pottco abun- dantes, de maleriaS aquosas, mucosas, brancas ou esverdeadas, com colicas c tenesmo. Phospiiorus, sobretudo contra diarrheas chronicas, com evacuações sem dores, porém com diminuição lenta das forças. Phosphori acid. , contra diarrheas aquosas ou mucosas, com matérias não digeridas, ou com evacuação involuntária. Rnus tox. , contra as diarrheas que se manífestão, sobre- tudo de noite, com dores nos membros, dôrcs de cabeça e colicas, aggravando-se cada vez maisdepois de ter bebido ou comido. Para o resto dos medicamentos apontados, e maiores deta- lhes, vide a pattogenesia. (Comparai lambem em seus ca- pítulos respectivos os artigos: cólera, dysenteria, gastrosis, vomito, etc.) DYSENTERIA. — Os medicamentos mais convenientes, são: acon., ars., bry., carb.-v., cham., chin., coloe, ipec, merc, n.-vom., puls., rhus., sulf, ou ainda: bell., caps., colch., dulc, gran., hep., kreos., lach., nitr.-ac, n.-mos., staph. Entre estes medicamentos, póde-se empregar com prefe- rencia : Aconitum, se a dysenteria se manifestar por um tempo quente com noites frias; com dores rheumalismaes na ca- beça, na nuca c nos hombros, ou com arripios violentos, grande calor e sede. (Sc acon. não fôr sufliciente, cham., merc, n.-vom., ou puls., serão convenientes depois.) Arsenicum, se as evacuações se tornão pútridas, mesmo com evacuação involuntária, grande fraqueza, ourinas fé- tidas, fedor da boca, estado de estupor, com apparição de manchas vermelhas ou azuladas. (Não sendo ars. sufliciente, carb.-v. convém muitas vezes depois, ou então n.-vom., se o estado se aggravar depois de ars.) SC — 278 — Bryonia, muitas vez;es depois deacon., mormente durante o calor do estio, e se fôp depois de um resfriamento por be- bidas frias que manifestou se a dyscnteria. Carbo veg. , se ars. não for sufliciente contra o estado de podridão, e sobretudo quando o hálito do doente está frio, queixando-se de dores ardentes. (Sc depois de carb.-v., o cheiro pútrido das evacuações não se desvanecesse, seria então chin. o medicamento conveniente.) CnAMOMiLLA, muitas vezes depois de acon., sobretudo ha- vendo grande calor com sede, dôrcs rheumatismaes na ca- beça e grande agitação. CniNA, não sendo nem ars., nem carb.-v. suflicienles contra o estado de podridão,, ou contra a dysenteria que se manifesta nos paizes pantanosos, sobretudo se a moléstia toma um caracter intermittente. Colocynthis, um dos principaes medicamentos contra a dysenteria depois de merc, sobretudo quando ha: colicas crampoides obrigando a dobrar-se sobre si mesmo, com grande agitação, evacuações de mucosidades sanguinolentas; plenitude e pressão na barriga, com dureza como por uma tympanite; horripilações sahindo da barriga; lingua carre- gada de uma camada branca. Ipecacu vnha, um dos mais poderosos medicamentos nas dysenterias que se manífestão em outono, sobretudo depois do uso antecedente do acon., ou quando ha: tenesmo vio- lento e colicas com evacuações primeiramente de matérias bi- liosas, depois de mucosidades sanguinolentas. (Se ipec. não fôr sufliciente, empregar-sc-ha então coloe) Mercurius, medicamento que em muitos casos será quasi especifico, sobretudo quando ha : antes e mais ainda depois das evacuações, tenesmo violento, como se todos os intestinos estivessem para sahir pelos esforços, esforços que comtudo não fazem evacuar senão sangue puro, ou sangue misturado de matérias esverdeadas, semelhantes a ovos balidos; durante as — 279 — evacuações, gritos (nas crianças)', colicas violentas, náuseas, arrotos, calafrios è horripUação,' suor frio no rosto, grande prostração c tremor dos membros. Nux vom. , sobretudo quando ha: pequenas evacuações fre- qüentes, com tenesmo e evacuação de mucosidades sanguino- lentas, (j>uxos violeritos na região umbilical; grande calor e grande- sede, sobretudo depois de acon. e bry., contra as dysenterias que se manífestão durante o calor do estio, ou ainda havendo cheiro pútrido das evacuações, acontecendo ter-*se aggravado o estado por ars. Íulsatilla, sobretudo se as evacuações não contém senão mucosidades estriadas de sangue, com gosto viscoso da boca, lingua carregada de uma camada branca, vontade, de vomitar ou vomito mucoso, Calafrios freqüentes, sobretudo perto da noite, dyspnea e humor chorão. Rhus, sobretudo, se em rim período adiantado da molés- tia, ha evacuações nodurnas involuntárias, sem colicas nem tenesmo. Sulfur, muitas vezes nos casos os mais desesperados, quando nenhum dos medicamentos pôde senhorear-se da moléstia, sobretudo havendo dyspnea; evacuação de muco- sidades estriadas de sangue; precisão mui freqüente de obrar; tenesmo violento, sobretudo de noite, ou nas pessoas sujeitas ás hemorrhoidas. VfPERA coraliNa, quando o sangue negro evacuado puro com os alimentos, depois é puro e vermelho, com pontadas no ânus e cabida tio recto. ' @CP* P«Ta o resto dos medicamentos apontados, vide sua pathògeNEsiA, e^com/jarat* diarrhea. FISTULA no rectum.—São: cale, caus., sil. esulf. que merecem ser empregados com preferencia.—Quanto ao mais, Vide Cap. 2o, ULCERAS FISrüLOSAS. HELMINTHIASIS. - Vide Cap. 16. HEMORRHOIDAS.— Os medicamentos que são os mais — 280 — convenientes contra as affecções hcmorrhoidaes são, em ge- ral : acon., ant., ars., bell., cale, caps., carb.-v., çhum., ign., mur.-ac, n.-vom., puls., sulf. Ou também: amb., am.-c, am.-m., anac, berb., caus., chin., coloe, graph., kal., lach., nitr.-ac., petr., rhus., sep. Para as colicas causadas pelas hemorrhoidas sãp, princi- palmente: carb.-v., coloe, lach., n.-vonu, puls., sulf. Para o prurido no ânus: acon., n.-vom., sulf. Para a inflammação das borbulhas hcmorrhoidaes: acon., cham., puls., ou lambem: ars., mur.-ac, n.-vom., sulf Para as hemorrh vgias que as vezes sobrevem : acon., bell., ipec, ou ainda: cale, chin., sulf. Para as anomalias das affecções hemorrhoidaes, e as dores por resultado da suppressão de um fluxo hemorrhoidal ha- bitual: n.-vom., sulf, ou também: cale, ^barb.-v., puls. Para os fluxos mucosos (hemorrhoidas mucosas) :. ant., caps., carb.-v., puls., sulf, ou ainda: bor., ign., lach., merc. Finalmente, para a disposição constitucional ás hemor- rhoidas : n.-vom., sulf, ou lambem: cale, carb.-v., caus., graph., lach., petr. Póde-se empregar com preferencia : Aconitum, quando ha: fluxo sanguinolento das hemor- rhoidas, com picadas e pressão no ânus, sensação de pleni- tude na barriga, com tensão, pressão c colicas; dores no espinhaço como se as costas .-ou o sacrum estivessem despe- daçados. Antimonium, quando ha: secreção abundante de mucosi- dades brancas c amarellas, com ardor; prurido, ou mesmo raxas no ânus. (Convém muitas vezes allernando-o com puls.) ., Arsenicum, quando o sangue que sahe é abrazanle, com dores ardentes e latejantes nas borbulhas hemorrhoidaes; calor c agitação, com ardor nas veias, ou grande fraqueza. (Convém ás vezes alternando-o com carb.-v.) — 28i — Bell a dona, contra hemorrhoidas sanguinolentas, com do- res no espinhaço mui violentas, como se as costas estivessem para se despedaçar. (Se bell. não fôr sufliciente, é sobretudo hep.. que deve-se empregar) : Calcarea, muitas vezes depois do uso de sulf, quando este medicamento i>ão foi sufliciente, ou quando o doente já fez abuso delle, sobretudo se as hemorrhoidas deilão sangue freqüentemente, ou se um fluxo habitual nas pessoas pletho- ricas fora supprimido. ,. Çapsicum, erstando as borbulhas muilo inchadas, com fluxo de sangue ou de mucosidades sanguinolentas pelo rectum, dôrcs ardentes no ânus; crispações dolorosas no espinhaço c nas costas, com puxos. Carbo vi g., çpntra : inchação volumosa e azulada das bor- bulhas, com dores no espinhaço latejantes, rigeza das costas, ardor e dores rheumatismaes nos membros; constipação, com evacuações ardentes e fluxo de sangue.—Congestão fre- qüente na cabeça, botando sangue pelo nariz, Halos, inércia na barriga; como também havendo secreção abundante de mucosidades ardentes pelo rectum. Chamomilla, contra: hemorrhoides correntes, com dores compressivas na barriga, precisão freqüente de obrar; de vez em quando diarrhea com evacuações ardentes c corrosivas; dores cruéis no espinhaço, sobretudo de noite; ou havendo fendas dolorosas e ulceradas no ânus. Ignatia, quando ha: picadas violentas até. profundamente no rectum, prurido e comichâo no ânus, fluxo abundante de sangue, queda dó rectum indo obrar; ou dôr de excoriação e contracção no rectum, com precisão freqüente, mas sem resultado, de obrar, e evacuação de mucosidades sangui- nolentas. Muriatis acid. , sé as borbulhas hemorrhoidaes sé achão inflaminadas, inchadas, vermelho azulado, com inchação do ânus, dores de excoriação, picadas violentas c grande sensi- bilidade ao tocar. — 282 — Nux vom. , tanto contra as hemorrhoidas cegas e corren- tes como contra as anomalias desta affecção, principalmente nas pessoas que tem uma vida sedentária, ou qüe fizerão abuso do café ou de bebidas espirilüosas, assim como-nas mulheres pejadas, ou depois de affecções verminòsas, etc, sobretudo quando ha: dor latejante ardente1, ou prurido no anus^ picadas e sacudidéllas' no espinhaço, coríi dôr de frac- tura, hãò deixando endirèitai^-se; Constipação freqüente, com vontade inútil de ir obrar, c sensação como se o ânus estiveése fechado o a contrahido; congésfão. freqüente na barriga e na cabeça, com rigeza do epigastrio e dos hypocondrios, Cabeça pesada, inaptidão para a meditação, e vertigens; dysnria e estranguria; fluxo de sangue ou de mucosidades pelo ânus. Sulfup., cm as mesmas circumstancias qüe n.-vom., se este medicamento não foi sufliciente, e mormente se a constipa- ção alterna as vezes com evacuações diarrheicas de mucosi- dades sanguinolentas; sensação de erosão no ânus, com pru- rido è picadas; congestão freqüente na cabeça; palpitação do coração; excitaçao facií do systema vascular; pulsações por lodo o corpo, com afflicção e oppressão, depois dá menor emoção moral; dyspepesia; dysuria, resudaçâo, ardor e sa- hida freqüente das borbulhas hemorrhoidaes. (Ê depois de n.-vom. que sulf. convém melhor; muitas vezes obter-se-ha por esses dous medicamentos administrados alternadainente tudo o que se pôde desejar para a cura das affecções hemor- rhoidaes chronicas.) Para o resto dos medicamentos, vide sua patuogenesia, c comparai osartigos: colicas, constipação, congestão abdo- minal, etc, t ,"'.'' ÚtmÈÚk.-Vide diarrhea. LQMBRIGAS.— Vide Cap. 16,, helminthjasis. PAF..ALYSLA do- espiuncter do ânus.— São, cm geral: acon., bell., coloe, hyos., laur. PRURIGO.—Os medicamentos que merecem ser ernpre- — 283 — gados de preferencia çoplrç o prurigo no ânus, são: merc, nitr.-ac, sep., sulf, thui., ou ainda: bar.-c., caie, zinc, PRURIDO no ANUs.-^Para o prurido que vem de uma erupção populo.sa, conhecida debaixo do nome de prurigq, vide esta mesma palavra. Para o prurido que é produzido por ascarides, Vide Cap. l6, HELMINTHIASIS, Para o prurido que é causado por hemorrhoidas, os princi- paes medicamentos, são : acon., n.-vom., sulf. QUEDA do rectum.—Os. melhores medicamentos, são: ign., n.-vom,, merc, sulf, e sobretudo para destruir a dispo- sição para este inconveniente, deve-se empregar: ars,, cale, lyc., rut., sep. A queda do rectum nas crianças, pede de preferencia: ign., ou n.-vom. RHAGADAS no ânus.—São: agn. e graph. que até hoje forão empregados com mais successo; porém em certos casos póde-se empregar ainda: cale, cham., hep., rhus., sass., sulf, etc (Vide Cap. 20, rhagadas.) TENESMO.—Ars., bell., cale, caps., hep,, ipec, lach., merc, nitr.-ac, n.-vom., rhab., bell., sulf. TENIA.—Os medicamentos convenientes sao, em geral: cale, carb.-a., carb.-v., fd., frag., gran., graph., kal., magn.-m., merc, natr., phos., petr., plat., sabad., stann., sulf. tereb. (Comparai também Cap. 16, helminthiasis.) CAPITULO XVIII. moléstias das vias ourinarias. BLENORRHEA da bexiga.—Vide catarriio da bexiga. BLENORRHEA da uretra.—/7/^ gonorrhea. CÁLCULOS e aeêas.—São, principalmente: lyc., sass., — 284 — assim como: cale, cann., n.-vom., petr., phos., uva, que se mostrarão eflicazes nestas qualidades de affecções, quer alliviando-as, quer curando-as pela expulsão de 'grande quantidade de arcas com as ourinas. Em certos casos, póde-se empregar ainda: canth., nitr.-ac, n.-mos., zinc. São, sobretudo: cann., sass., e uva, que forão empregados com successo contra os cálculos na bexiga ou a pedra. Para os cálculos renaes empregou-se com successo: lyc, c sass. CATARRHO da bexiga. —Os melhores medicamentos são, segundo as circumslancias: dulc, puls., sulf, ou lambem: ant, cale, con., kal., n.-vom., phos. (Vide também : cystiti: E DYSURIA.) CONDENSAÇÃO da bexiga.—São: dulc, merc, puls., c sulf. que merecem a preferencia no curativo desta moléstia. (Vide catarrho da bexiga e cystite.) CONTRACÇÃO da uretra.—Contra as conlracções orgâ- nicas por callosidades, deve-se empregar de preferencia : ciem., dig., dulc, petr., sulf, ou ainda : puls. CYST1TIS ou inflammação da bexiga.—Os medicamentos entre os quaes achar-se-ha um remédio efficaz contra esta moléstia, são: acon., camph., cann., canth., dig., n. vom., puls., ou também: cale, graph., hyos., kal., lyc, mez., sep., sulf Aconitum, é sobretudo indicado, quando ha: grande fe- bre com sede; vontade urgente e freqüente de ourinar, com emissão nulla ou de algumas golas somente de uma ourina carregada, vermelha e turva, ou mesmo sanguinolenta; sen- sibilidade dolorosa da região vesical, mormente ao tocar, com aggravaçâo das dores ourinando. Camphora, quando a moléstia é o resultado do abuso das cantharidas, quer como vesicãtorio, quer de qualquer outra maneira; ou havendo retenção de ourina completa, ou emis- são lenta das ourinas com jacto fraco, com ardor e na bexiga. — 285 — Cannabis, muitas vezes depois de acon., sobretudo ha> vendo retenção de ourina completa; ou se a precisão de ourinar se manifesta, sobretudo de noite, com dores arden- tes ourinando; ou emissão gota por gota de uma ourina san- guinolenta. Cantiiaris, quando ha : precisão violenta de ourinar, sem resultado, ou com emissão de algumas gotas somente de uma ourina saturada; dores latejantes e ardentes na região vesi* cal, sobretudo antes e depois da emissão das ourinas; ou dores incisivas desde o espinhaço até á bexiga ; barriga tesa e sensível ao tocar, sobretudo na região vesical. Digitalis, quando é principalmente o collo da bexiga que se acha affectado, e quando ha retenção de ourina com dôr constrictiva na bexiga, ou precisão freqüente e penosa de ourinar, com emissão de algumas gotas somente de uma ourina vermelha, carregada e turva. Dulc amara, sobretudo nas affecções chronicas da bexiga, quando ha: precisão continua de ourinar, com sensação do- lorosa de uma afíluencia para a região vesical e a uretra; emissão gota por gota de uma ourina que larga um sedimento mucoso, ou que é misturada de corpnsculos sanguinolenlos. (Depois de dulc., emprega-se ás vezes kal., ou phos.) Nux vom., quando ha : precisão freqüente de ourinar, com dores violentas durante e depois da emissão de uma ourina rara, e que ás vezes não sahe senão por gotas; dôr ardente na uretra, na bexiga ou nos rins; dôr contractiva na uretra depois de ter ourinado, sobretudo se o doente fez abuso das bebidas espirituosas, ou se o mal se acha ligado a affecções hemorrhoidaes. Pulsatilla, sendo a precisão de ourinar acompanhada de dores pressivas, ardentes e incisivas na região vesical; com calor e rubor da parte, e muitas vezes com retenção com- pleta das ourinas; ou emissão rara, dolorosa, de uma ourina 37 — 286 — carregada de mucosidades; ou emissão de ourinas sanguino- lentas, com sedimento purulento. Sulfur, cm muitos casos dos mais pertinazes, ou quando nenhum dos medicamentos antecedentes foi totalmente suf- ficíente, e sobretudo se as ourinas estão misturadas de mu- cosidades ou de sangue, com ardor na uretra ourinando. (Depois de sulf convém muitas vezes cale, sobretudo se o mal é o resultado* da suppressão das hemorrhoidas ; e se cale. não fôr sufliciente contra as dores ardentes, empregar-se-ha : ars., ou carb.-v.) Para o resto dos medicamentos, vide sua pathogenesia. (Comparai também : dysuria , iiematuria , ischuria e NEPHRITE.) DIABETES.—Forão sobretudo recommendados : carb.-v., led., natr.-m., phos.-ac; porém é tão somente sobre este ultimo medicamento que possuímos quatro observações da cura de uma espécie de dysuria caracterisando-se por ourinas lácteas, laes como se enconlrão as vezes, alternando com ourinas aquosas e sem côr, em alguns casos de diabetes doce. Em outros casos, póde-se empregar ainda : bar.-m., berb., con., magn., meph., e sobretudo: merc. e sulf DYSUPvIA, estranguria, etc.—Os melhores medicamen- tos contra essas irritações das vias ourinarias são, em geral: acon., bell., camph., cann., canth., coloe, dulc, hep., merc, n.-vom., puls., sulf, ou ainda: arn., ars., aur., bei'b.,cale, con., dig., hyos,, kal., n.-mos., phos., sass., staph. Se essas dores são o resultado de um resfriamento, empre- gar-se-ha de preferencia: acon., bell., dulc, ou lambem: merc, n.-vom., puls.—Depois de uin resfriamento dentro de água, sobretudo: puls., sass., ou ainda : cale, ou sulf Depois do abuso das bebidas espirituosas: n.-vom., ou também: puls., sulf. Depois do abuso das cantharidas: camph., ou ainda: acon., puls. — 287 — Nas pessoas sujeitas ás hemorrhoidas, ou depois da sup- pressão de um fluxo hemorrhoidal habitual: n.-vom., puls., sulf, ou também: acon., ars., cale, carb.-v., lach., merc NaS MULHERES PEJADAS, OU COH1 ASSISTÊNCIA IRREGULAR : coce, phos.-ac, puls., ou ainda: con., n.-vom., sulf. Nas crianças: acon., bell., merc, n.-vom., puls., ou se é por resultado de uma queda, ou de uma pancada nas costas ou na barriga : arn. Depois de um susto : acon. $p^> Vide, para os detalhes : cystite e neprite , e com- parai ISCHURIA. FISTULA ourinaria. —São: ars., cale, sil., sulf, que merecem ser empregados com preferencia. GONORRHEA.—O medicamento principal no período inflammatorio é : cann., administrado de manhãa e de noite por dose de uma gota (tintura pura), ou por dose de três até seis globus, terceira, sexta ou nona attenuação, dissolvidos em oito onças de água, e tomados por colheres de manhãa e de noite. Na maior parte dos casos, obter-se-ha por este proceder, ao cabo de alguns dias, uma diminuição assaz sensível dos symptomas inflammatorios sem precisar de outro medica- mento, sobretudo podendo alcançar do doente o conservar-se ri uma tnacção completa, descanso que quasi sempre é a con- dição sine quâ non de uma prompta cura. Havendo os symptomas inflammatorios desapparecido , será então com merc, (terceira trituração) ou com sulf, ou alternando esses dous medicamentos que alcançar-se-ha uma cura completa. Merc. è sobretudo indicado se o fluxo é esverdeado e puriforme, emquanto sulf. convém antes con- tra um fluxo seroso, esbranquiçado. Ha comtudo casos em que é mister recorrer a outros me- dicamentos, taes como canth. se a inflammação é violenta com ischuria, priapismo, erecções dolorosas, etc, e se cannab. — 288 — não fôr sufliciente contra este estado; ou então: petros., se a estranguria que as vezes sobrevem não quer ceder nem a cann,, a merc, nem a sulf. Para as gonorrheas secundarias, sobretudo quando forão Iratadas pelo balsamo de copahu ou pela pimenta de cubebas em fortes doses, empregar-se ha com successo: sulf, ou merc, ou caps., fer., nitr.-ac, natr.-m., n.-vom., sep., thui.— Caps. é sobretudo indicado, quando o fluxo é esbranquiçado, espesso, como nata, com ardor ourinando ; e se caps. não fôr sufliciente: fer., ou n.-vom., serão então convenientes para lazer desapparecer o resto. Se ao mesmo tempo houver condylomas nas partes geni- laes, convém empregar-se de preferencia : nitr.-ac, thui., ou cinn. ; bem que muitas vezes sejão eflicazes, tanto contra a gonorrhea, como contra os condylomos, administrando-os altcrnadamenlc : merc. e sulf No caso de complicação de gonorrhea e de cancros , será preciso ter immediatamente recurso a merc, quer seja a go- norrhea secundaria, quer primitiva. Além dos medicamentos apontados,póde-se empregar tam- bém : agn., con., cop., cub., dulc, hep., led., lyc, merc-e, mer., petr., sei. Quanto ás alfecções por resultado da suppressão do fluxo, laes como: rheumatismo articular, orchite, ophtalmia, etc, vide essas affecções nos seus capitulos respectivos. HEMATURIA.—Os medicamentos que são mais conve- nientes para esta affecção, são: arn., ars., cann., canth., chin., ipec, lyc, merc, mez., mill.,puls., ou lambem : cale, con., sulf. (Comparai cystite e dysuria.) INCONTINENCIA da ourina.—A incontinencia da ourina paralytica pede, sobretudo: cie, ou também: acon., ars., bell., caus., dulc, hyos., lach., laur., magn., natr.-m., petr., zinc. — 289 — Contra a incontinencia da ourina espasmodica, empregar- se-ha: bell., caus., cin., con., hyos., ign., magn., natr.-m., puls., rhus., ou também: bar.-c, bry., lach., lyc, merc, nitr.-ac, rut., spong., sulf. A incontinencia da ourina nocturna (ourinar na cama) acha muitas vezes um remédio conveniente entre os medica- mentos seguintes: ars., bell., carb.-v., cin., puls., sep., «7., sulf, ou ainda: am.-c, arn., cale, caus., chin., cin., con., graph., hep., petr., natr., ruta. ISCHURIA. — Contra a retenção da ourina espasmodica, deve-se empregar com preferencia: n.-vom., op., puls., ou lambem: aur., canth., con., hyos., lach., rhus., veratr. (Com- parai DYSURIA.) Contra a ischuria inflammatoria, principalmente: acon., cann. , canth. , n.-vom. , puls. (Comparai cystite e dy- suria.) Contra a ischuria paralytica : ars., dulc, hyos. LITHIASIA.—Vide cálculos. NEPRITE e NEPHRALGIA. —Os medicamentos que fo- rão empregados com mais successo , são : bell. , cann. , canth., n.-vom., puls., e também: alum., berb., colch., hep., lyc, sufi. Belladona, é sobretudo indicada, quando ha : dores late- jantes nos rins estendendo-se ao longo da uretra até á be- xiga, com aggravaçâo periódica, grande afllicção e colicas. (Se bell. não fôr sufliciente, empregar-se-ha hep.) Cannabis, quando ha: dôr tracliva desde os rins até o púbis, com grande afllicção e indisposição. Cantharis, quando as dôrcs são latejantes, pungentes e incisivas, com emissão dolorosa somente de algumas gotas de ourina, ou ischuria completa; ou sendo as ourinas mistu- radas de sangue. Nux vom. , sendo o mal causado pela suppressão das he- — 290 — morrhoidas ou por uma congestão abdominal, com tensão, dureza e pressão na região dos rins. Pulsatilla, manifestando-se a moléstia com amenorrhea, ou assistência pouco abundante nas pessoas delicadas, de um gênio brando e phlegmalico, ou havendo ourinas sanguino- lentas com sedimento purulenlo. Comparai também: gystite , dysuria , hemathuria e ISCHURIA. PARALYSIA da bexiga.—Os medicamentos mais conve- nientes, são: acon., ars., bell., cie, dulc, hyos., lach., laur., mgs.-aus. POLYPO da bexiga.—Até hoje não ha senão uma única observação sobre a cura desta affecção pela homoeopathia. Foi cale que a operou. Staph. também parece conveniente. RETENÇÃO da ourina.—Vide ischuria. STRANGURIA.—Vide dysuria. URETRITE.—Vide gonorrhea. CAPITULO XIX. MOLÉSTIAS das partes VIRIS. BALANITE.—Póde-se consultar: am., ar., cann., cupr., led., merc, natr., rhus., sass., e comparai: balanorrhea, SYPHILIS, GONORRHEA. BALANORRHEA ou gonorrhea bastarda.—Se esta affec- ção fôr de natureza syphilitica ou sycosica são, segundo as circumstancias: merc, nitr.-ac, ou thui. que merecem a preferencia. • Em os outros casos, serão lambem de grande utilidade: n.-vom., sep., sulf, ou ainda: cinn., merc, mez., nitr.-ac, thui. — 291 — CANCROS.— Vide Cap. 2o, syphilis. CONDYLOMAS.—Vide idem, sycosis. EMPIGENS nas partes genitaes.—Vide prurigo c herpes. INCHAÇÃO DO MEMBRO VIRIL.— An., lyc, plumb. ERYSIPELA no escroto.—Vide orchite. GONORRHEA.—Vide Cap. 18, gonorrhea bastarda, vide BALANITE. HEMATOCELE.—Se este mal fôr causado por uma con- tusão, uma pancada ou qualquer outra lesão mecânica, é arn. que merece a preferencia. Comtudo, em alguns casos póde-se empregar também: puls. ou zinc, e também: n.-vcm., rhus., sulf. (Comparai orchite.) HÉRNIA ESCROTAL.—São: magn.-m. e n.-vom. que até hoje forão empregados com mais successo. HERPES PREPUCIAES. — Os melhores medicamentos são, segundo Schroen: aur., hep., nitr., phos.-ac HYDROCELE. — Os medicamentos que até hoje forão empregados com mais successo, são : graph., puls., sil., rhod., sulf Para o hydrocele nas pessoas escrophulosas : sil. IMPOTÊNCIA. —São: bar.-c, cale, cann., con., lyc, mosch., mur.-ac, natr.-m., sulf. que até agora mostrárão-se mais efficazes.—Em certos casos, também podem ser empre- gados: chin., graph., lach., n. mos., mgs.-aus. LASCÍVIA, e EXALTAÇÃO DO APPETITE VENEREO.—A exal- tação doentia do appetite venereo acha muitas vezes um remédio entre os medicamentos seguintes: canth., chin., graph., lyc., natr.-m., n.-vom., phos,, puls., sil., sulf., verat., zinc, ou ainda: carb.-v., hyos., kal., lach., mosch., natr., op., plat., plumb., rhus., ruta, staph. Se com esta exaltação houver uma aflluencia excessiva de idèas lascivas, dar-se-ha a preferencia a: canth., chin., graph,, lach,, mosch,, op., staph., verat. — 292 — Havendo erecções freqüentes : canth., natr., natr.-m., n.-vom., phos., puls., rhus. MASTURBAÇÃO.— O medicamento principal para tirar o gosto deste vicio he sulf, administrado em uma só dose para muitas semanas, e seguido então de cale—Em alguns casos particulares, póde-se lambem empregar: chin., coce, merc, natr.-m., phos., ou ainda: ant., carb.-v., plat., puls. Os resultados lastimosos deste máo habito pedem, em a mór parte dos casos, chin., n.-vom., phos.-ac, ou staph.; sobre- tudo se esses resultados se manifestarão promptamente, como as moléstias agudas, ou se elles são mais antes causados por um esfalfamento prompto por excessos, do que por um longo habito. Porém se esses medicamentos não forem sufficientes, ou se os resultados se manifestarão de um modo lento e chronico, os medicamentos mais convenientes serão então: n.-vom., sulf, cale, administrados um depois do outro, em uma só dose e com longos intervallos. Além desses medicamentos póde-se, em alguns casos, em- pregar ainda : coce, merc, phos., ou também : ant., carb.-v., plat., puls. ORCHITE.—Os melhores medicamentos são, em geral: arn., aur., ciem., nitr.-ac, puls., ou também: ars., con., yc, mcrc, natr., n.-vom., spong., staph., zinc. Para a orchite depois de uma contusão, são principal - mente arn., puls., ou ainda : con., zinc Depois de uma gonorrhea supprimida, puls,, ou também : aur., ciem., merc, nitr.-ac. Depois de uma metaslase de parotite : merc, puls., ou n .-vom. A inflammação erysipelatosa do escroto, tal como se en- encontra ás vezes nos alimpadores de chaminés, parece pe- dir de preferencia: ars., ou merc. — 293 — A dureza chronica dos testículos exige de preferencia: agn., aur., ciem., graph., lyc, rhod., sulf PHIMOSIS, paraphimosis e inflammação do prepucio.— Se o mal procede de um vicio syphilitico, o medicamento principal é merc, ou nitr.-ac e thui. Em os outros casos póde-se empregar. Arnica, se a inflammação é produzida pela roçadura, ou qualquer outra causa mecânica. Se neste caso a inflamma- ção fôr violenta, será acertado fazer preceder arn., por uma dose de acon., e se depois arn. não fôr sufliciente, será en- tão rhus. que se deverá recorrer. Sc é por falta de aceio que o mal foi causado, serão acon. ou mer. que em a maior parle dos casos mostrar-se- hão efficazes. Depois do contacto de plantas venenosas, cujo sueco fora communicado ás partes pela mão: acon., bell., ou bry. Havendo suppuração: merc, ou caps., ou hep., e se de- pois ficar alguma dureza : lach. No caso em que a gangrena seria para receiar: ars., eu lach. Nas crianças: acon., ou merc, ou se esses dous medica- mentos não forem sufficientes: cale POLLÚÇÕES. — Vide spermatorrhéa. PRIAPISMA. — Os medicamentos que parecem merecer a preferencia, são canth., coloe, graph., natr., natr.-m., n.-vom., phos., plat., puls., rhus., sil. PROSTATITE.—São puls., their., e vip.-cor., que até hoje forão empregados com mais suecessos. PRURIGO. — O prurigo scrotalis pede de preferencia: dulc, nitr.-ac, rhod., sulf, ou também : ambr., coce, petr., thui. SARCOCELE.—É entre: agn., aur., ciem., graph., lyc, rhod., sulf, que muitas vezes achar-se-ha um remédio con- 38 — 294 — Ira esta affecção, se todavia o mal já não está tão adian- tado que se não possa pela resolução. SATYRIASIS.—O medicamento que parece mais conve- niente é: canth., vide também lascívia. SPERMATORRHEA e polluções.—Para a spermatorrhea propriamente dita, ou o fluxo de esperma sem erecções, ainda não ha medicamento approvado pela experiência; porém merecem ser empregados: canth., graph., phos.-ac, puls., sil., sep., sulf, ou ainda: bell., caled., con., mosch., n.-vom., sabad. Para o fluxo prostatico: cale, hep., phos.-ac, sep., sil., sulf, achar-se-ha quasi sempre um remédio conveniente. As polluções nodurnas são muitas vezes suspendidas com bastante promptidão por: carb.-v., caus., chin., con., kal., lyc, nitr.-ac, petr., phos., phos.-ac, puls., sep., sulf.—Para as polluções que se manifestão depois de excessos sexuaes, taes como a masturbação, etc, são, sobretudo: chin.,phos., phos.-ae, puls., sep., sulf SYCOSIS.-Vide Cap. 1°. SYPHILIS.-rú/e, idem. CAPITULO XX. moléstias das mulheres e das crianças. AGALACTIA, ou falta de leite.—Vide criar (o). AMENORRHEA, amenia, menociiesia, suppressão do mens- tluo, e dores por resultado dessas desordens.—Os melhores medicamentos contra a falta total ou o fluxo pouco abun- dante do menslrno são, cm geral: puls., sep., sulf, ou tam- bém: acon., ars., bry., cale, caus., chin., coce, con., cupr., fer., graph., iod., kal., lyc, merc, natr.-m., n.-mos., op., sab., verat, ou ainda: bell., cham., plat, rhod., staph., stram., valer., zinc. — 295 — Para a amenia nas jovens, são, sobretudo: puls., sulf, ou ainda: caus., coce, graph., kal., natr.-m., petr., sep., veratr. Para a suppressão do menstruo por resultado de um res- friamento: n.-mos., puls., ou também: bell., dulc, sep., sulf; sendo causada por um susto, ou outra emoção súbita : acon., lyc, ou ainda : coff., op., veratr. Se o menstruo ainda não está totalmente supprimido, po- rém sómcite nimiamente fraco (menochesia) , achar-se-ha muitas vezes convenientes: cale, caus., con., graph., kal., lyc, magn., natr.-m., phos., puls., sil., sulf, verat., zinc. Além disso, se essas affecções se manifestão em pessoas pletboricas : acon., bell., bry., n.-vom., op., plat, sabin., sulf Nas pessoas fracas, csfalfadas, ou cachecticas : ars., chin., con., graph., iod., natr.-m., puls., sep., sulf Quanto ás affecções que se manifestão por resultado dessas desordens, ou aos symptomas accessorios que os acompanhão, póde-se empregar de preferencia : Aconitum, quando ha: congestão freqüente na cabeça ou no peito, palpitação do coração; cephalalgia pressiva, pulsa- tiva ou latejante, rubor do rosto, pulso cheio e duro, calor freqüente, com sede, humor iracundo, etc, sobretudo nas jovens que tem uma vida sedentária. Arsenicum, quando ha: grande fraqueza, rosto pallido, descorado, com olheiras; desejo fortemente marcado das cousas ácidas, do café, ou da aguardente; grande lascívia; fluxo branco corrosivo; accessos freqüentes de desfalleci- mento. Bryonia, se a amenorrhea é acompanhada de um forte erethismo do systema vascular; congestão freqüente na ca- beça ou no peito, com tosse secca, ou botando sangue pelo nariz; frio e arripio freqüente, alternando as vezes com calor secco e ardente ; constipação, gastralgia pressiva, ou colicas. Galcarea, quando ha: congestão freqüente na cabeça, — 296 — com vertigens, dores ardentes na testa ou cephalalgia pulsa- tiva, pressiva, ou gravativa; zumbido nos ouvidos; gastralgia pressiva, com plenitude nos hypocondrios e impossibilidade de conservar vestuário algum apertado; colicas e puxos com dores até nas coxas, manifestando-se sobretudo na época em que o menstruo devera apparecer; grande cansaço c peso em todo o corpo, sobretudo nas pernas. Causticum, quando ha : symptomas hystericos, puxos, dores nos rins, espasmos abdominaes, e côr de rosto ama- rella. China, quando ha: rosto pallido, com olheiras; ccphala- gia pressiva, principalmente de noite; gastralgia pressiva, sobretudo depois de ler comido; dyspepsia; magreza; gran- de fraqueza, com cansaço c peso nas pernas; insomnia ou somno agitado, com sonhos anciosos e penosos; ou também espasmos abdominaes ou pulmonares; congestão na cabeça com pulsação das carótidas, nymphomania; sobreexcitação nervosa com grande sensibilidade pela menor bulha. Cocculos, se na época cm que o menstruo devera appare- cer manifestão se espasmos abdominaes hystericos, com pres- são no peito, oppressão, desasocego c afllicção; tristeza, suspiros, gemidos e grande fraqueza que não deixa foliar, ou havendo fluxo de sangue, porém de um sangue negro e sa- hindo tão somente por gottas, com muitas dores nervosas. Conium, quando ha: symptomas hystericos e chlorolicos, peitos mollcs e seccos, ou duros e dolorosos; grande can- saço e fraqueza nervosa e hysterica, com riso ou pranto involuntário, grande abatimento depois do menor passeio; afllicção e trisleza; espasmos abdominaes, com tensão da bar- riga e dores latejantes, fluxo branco. Cuprum, havendo congeslão na cabeça; cephalalgia pres- siva no vertex; rosto c olhos vermelhos, ou rosto pallido com olheiras; náuseas freqüentes com vomito; espasmos abdominaes ou convulsões nos membros, com gritos; palpi- tação de coração e câibas no peito. — 297 — Ferrum, sobretudo quando ha: cansaço e fraqueza com tremor dos membros; magreza, grande disposição para ficar deitada ou sentada; congestão de sangue na cabeça, com do- res pulsativas, zumbido c picada no cérebro; rosto pallido e térreo, com olheiras ou rubor ardente do rosto, com olhos vermelhos, pressão no estômago e na cabeça; inchação ede- matosa do rosto, das mãos e dos pés; grande cansaço nas pernas, c outras dôrcs chioroticas. Guaphites, quando o menstruo apparece algumas vezes, porém nimiamente pallido, e cessando logo novamente; so- bretudo quando ao mesmo tempo ha empigens na pelle, ou freqüentes erupções erysipelatosas ; cephalalgia hyslerica; náuseas, dores no peito; grande fraqueza, puxos c espasmos hystericos, fluxo branco e esterilidade, disposição ás hemor- rhoidas. Ioüium, quando ha : palpilações de coração freqüentes; pallidez do rosto, ás vezes alternando com grande rubor; cansaço subindo; grande cansaço e fraqueza, sobretudo nas pernas, com outres dores cloroticas. Kali-carb ; um dos remédios os mais poderosos contra a amenorrhea e a amenia, sobretudo havendo: oppressão da respiração, palpilações de coração; disposição a erupções erysipelatosas e pallidez do rosto, alternando muitas vezes com grande rubor. Lycopodium, quando ha : symptomas chloroticos, grande disposição á tristeza, á melancolia e ao pranto; cephalalgia hysterica; vômitos azedos c azia na boca, inchação dos pés, dores nas costas, dores de rins e colicas, accessos de desfal- lecimento, fluxo branco, inchação e pressão no epigastrio, e dores tractivas ou lensivas por toda a barriga. Mercurius, contra a amenorrhea com congestão na cabeça accompanhada de calor secco e fervura de sangue; (luxo branco; inchação edematosa das mãos e dos pés, ou do rosto, rosto pallido e com uma côr doentia, grande cansaço e fra- — 298 — queza, com tremor e fervura de sangue, depois do menor trabalho, gênio iracundo; humor triste ou rabujento e con- tra ri ante. Natrum, quando ha: dores de cabeça freqüentes, dores hystericas ou chloroticas, disposição á tristeza, com apathia; grande fraqueza de corpo e de espirito; com peso nos mem- bros c horror pelo movimento, disposição a irritar-se facil- mente. Nus-mosch, contra a suppressão do menstruo com espasmos e outras dores hystericas, disposição ao somno e ao desfal- lecimcnto, grande causaço e fraqueza, com abatimento ge- ral depois do menor esforço; dores nos rins; pituitas de es- tômago freqüentes; humor inconstante. Opium, contra a suppressão do menstruo, com congestão na cabeça, que parece muito pesada; rubor e calor do rosto; somnolencia; movimentos convulsivos. Pulsatilla, um dos primeiros remédios contra a amenor- rhea , sobretudo quando foi causada pelos effeitos da humi- dade, ou por resultado de um frio humido, ou sendo accom- panhada de freqüentes accessos de cephalalgia semi-lateral, com dores latejantes, até no rosto e nos dentes; dores de ca- beça na lesta, com pressão no alto; côr do rosto pallida, vertigens com zumbido nos ouvidos; odontalgia latejante, com dores que mudão de repente de lado; calarrho nasal fre- qüente ; dyspnea; cansaço e suffocação depois do menor movimento; palpilações de coração; frio 7ias mãos e nos pés, alternando muitas vezes com calor súbito ; disposição ás diar- rheas mucosas; fluxo branco; dores nos rins; peso prcssivo na barriga ; gastralgia com náuseas, vontade de vomitar, e vo- mito, calafrios contínuos, com bocejo e pendiculaçõcs; gran- de cansaço, sobretudo nas pernas, inchação dos pés, mor- mente nas mulheres com cabellos louros, olhos azus, sardas no rosto, índole branda e disposição á tristeza e ao pranto. Sabin a, sobretudo nas pessoas que dantes estavão abun- — 299 — dantemcnte assistidas, e cujo fluxo menstrual foi substituído por um fluxo branco espesso, e mui fétido. Sepia, quasi tão importante como puls., contra a amenor- rhea com fluxo branco, ou quando ha: accessos freqüentes de cephalalgia, hysterica ou de enxaqueca; odontalgia com demasiada sensibilidade dos nervos dos dentes; compleição delicada e sensível; côr do rosto descorada, ou manchas sujas no rosto; fraqueza nervosa e grande disposição á transpira- ção; calafrios freqüentes alternando com calor; disposição á melancolia e á tristeza, com pranto; catarrho nasal freqüente, sobretudo depois de se ter molhado; dores de fractura nos membros, colicas freqüentes e dores nos rins. Sulfub., quando ha: cephalalgia pressiva e tensiva, sobre- tudo no occiput, até na nuca, ou dores pulsativas na cabeça, com congestão, calor, dôr e zumbido no cérebro; rosto pal- lido e doentio, com olheiras e manchas vermelhas nas faces; borbulhas na testa, e ao redor da boca; appetite devorador, com magreza geral; arrotos azedos e ardentes; pressão, ple- nitude e peso no estômago, nos hypocondrios e na barriga; disposição ás hemorrhoidas; diarrheas mucosas; constipa- ção, com evacuações duras e vontade freqüente, porém sem resultado; espasmos abdominaes, fluxo branco; prurido nas partes genitaes; accessos hystericos e symptomas chloroli- cos, torpor fácil dos membros; dyspnea; dores no espinhaço, accessos de desfallecimento; grande disposição a constipar-se; fraqueza nervosa, com grande cansaço, sobretudo nas pernas, e grande abatimento depois de ter fallado; moral iracundo e disposto á irritar-se, ou triste e melancólico, com pranto freqüente. Veratrum, contra a amenorrhea com cephalalgia nervosa, dores hystericas; rosto pallido, térreo; náuseas freqüentes, com vomito; frio nas mãos, nos pés ou no nariz; grande fraqueza com accesso de desfallecimento; excitação do ap- petite venereo. — 300 — Vide lambem : chlorosis, dysmenorrhea, menosposia, etc, e consultai, para maiores detalhes, a pathogenesia dos medi- camentos apontados. CANCRO NA MADRE E NOS PEITOS.—Vide PEITO E MADRE. CHLOROSIS.—Os melhores medicamentos contra as do- res chloroticas são : con., puls., sep., sulf, ou também : cale, chin., fer., ign., lyc, natr.-m., nitr.-ac. Para os detalhes, comparai: amf.norrhea, dysmf.norrhea. COLICAS MENSTRUAES.— Vide dysmenorrhea. CRIAR (o).—Os melhores medicamentos contra a falta de leite nas mulheres paridas são, em geral: cale, caus., dul., ou rhus., sobretudo quando a agalaclia é o resultado de uma falta de energia vital, quer nos peitos somente, quer era toda a compleição. Porém, se pelo contrario a secreção láctea se acha emba- raçada por um excesso de vitalidade nos peitos, com tensão, rubor e pulsação nas parles, c se ao mesmo tempo a febre de leite fôr muito forte, serão : acon., bry., cham., ou bell., e merc, que em a maior porte dos casos achar-se-hão con- venientes. Além desses medicamentos, também se pôde empregar contra a falta de leite: agn., chin., coce, iod., n.-mos., sep., sulf, zinc A ferre de leite, se todavia requerer o soecorro da arte, pede principalmente: acon., ou coff, administrados alter- nadamente. Se esses dous medicamentos não bastassem, serião: bell., biy., ou rhus. que merecerião a preferencia. Muitas vezes também arn. pôde ser conveniente, sobretudo se por resultado de um parto laborioso as partes genitaes achão-se muito irritadas. Quanto á suppressão do leite, se tiver lugar por causa de uma forte emoção, empregar-se-ha: bry., cham., coff. — 301 — Depois de um resfriamento : bell., cham., dulc, puls., ou lambem: acon., merc, sulf Havendo metastase nos órgãos abdominaes: bell., biy., puls., rhus. — Os resultados ciironicos de uma suppressão de leite rcclamão muitas vezes de preferencia : rhus., ou ainda : cale, dulc, lach., merc., puls., sulf Se o leite fôr ruim, nimiamente ralo, ou se o repugnar a criança, muitas vezes será sufliciente dar á mãi : cin,, merc, ou êil. ; cm alguns casos serão lambem convenientes: bor,, ou lach., sobretudo se o leite coalha promplamcnte. Não saberei bastantemente recommendar aos pais cuida- dosos, de submetler a uma cura preventiva as amas de leite para destruir nellas em parte o virus psorico, principalmente quando ellas são negras. Este é o unico meio de melhorar o inconveniente que ha cm substituir uma cura alheia áquella que a natureza destinava a este officio. (Vide depois o artigo crianças.) Silicev, convém particularmente se a criança vomitar depois de ter mamado. Finalmente, quanto ao desmamar : puls. é melhor medica- mento para fazer cessar a secreção do leite, ou para evitar as dores que ás vezes delia resultão. Comtudo, são lambem de grande utilidade: bell., bry., cale. Contra o fluxo do leite, fora do tempo de criar, o melhor medicamento é: cale, sobretudo se os peitos estão constan- temente obstruídos deleite. A's vezes serão também conve- nientes: bell., bor., bry., ou rhus. £2^> Vide tamhem peito. DESMAMAR (o).-Vide criar (o). DYSMENIA.—Vide dysmenorrhea. DYSMENORRHEA, dysmenia, colicas menstruaes e ou- tras dores por resultado de desordens no menstruo.—Os melhores medicamentos contra essas dores são, em geral: bell., bry., calc^\cham,, coce, coff., graph., ign., n.-vom., 39 — 302 — phos., plat., puls., sec, hep., sulf, veratr., ou também: am.-c, carb.-v., caus., cupr., krcos., lach., magn., magn.-m., merc, natr.-m., n.-mose, petr., sil., zinc. Se essas dores manifestão-se nas jovens na época em que a assistência deve apparecer, emprega-se de preferencia : puls., sulf, ou ainda: caus., coce, graph., kal., natr.-m:, petr., sep., veratr. Nas mulheres que tem o menstruo nimiamente fraco, tardio, ou de mui curta duração: cale, caus., con., graph., kal., lyc, magn., natr.-m., phos., puls., sil., sulf, veratr., zinc. Nas mulheres que tem o menstruo nimiamente abundantb, prematuro, ou de mui longa duração: acon., bell., bry., cale, cham., ign., ipec, magn.-m., natr.-m., n.-vom., phos., plat, sec, sep., sil., sulf, veratr. Nas mulheres na idade critica : lach., ou também : coce, con., puls., rut, sep., sulf. Além disso, os espasmos na época da assistência pedem de preferencia : coce, cupr., ign., plat., puls., ou ainda : con., chin., graph., magn.-m.,matr.-m., n.i*om., sulf. Havendo leucorrhea, quer na época, quer f^ra do tempo da assistência, achar-se-ha muitas vezes conveniente: puls., sep., sulf, ou ainda: am.-c, cale, carb.-v., caus., coce, con., magn., magn.-m., merc, n.-vom., petr. (Comparai LEUCORRHEA.) Em geral, pôde se empregar de preferencia: Belladona, sendo o menstruo precedido por colicas, com grande cansaço, anorexia, escurecimento da vista, ou acom- panhado de suor nocturno no peito, com bocejo freqüente, arripio, colicas, afllicção de coração, sede ardente, dores nos rins, e dores cranípoides nas costas; sobretudo se as dores são pressivas como se tudo estivasse para sahir pelas partes gerritaes, com peso na barriga como por uma pedra, torpor nas pernas estando sentada, e pressão noffectum, como para — 303 — obrar ; ou também havendo : congestão no peito, ou na ca beca, com dôr pulsativa, calor na cabeça, rubor c inchação do rosto, sobretudo nas jovens plelhoricas. Bryonia, quando ha: congestão no peito ou na cabeça, com tosse curta, ou botando freqüentemente sangue pelo nariz; flúor albo; dores rheumatismaes nos membros; gas«- tralgia pressiva ou ardente, pressão e plenitude no epigastrio, frio ou arripio freqüente, constipação. Calcarea, havendo congestão na cabeça, com vertigem? ou cephalalgia pungente, aggravada por cada emoção moral, ou por qualquer mudança de tempo ; flúor albo; puxos, dores nas costas e dores espasmodieas nos rins; colicas violentas; anorexia; dores de dentes; náuseas ou mesmo vomito. Chamomilla, se com o menstruo nimiamenle abundante e prematuro, ha colicas violentas com grande sensibilidade da barriga ao tocar, como se no interior tudo estivesse ulce- rado; dores nos rins, e espasmos abdominaes dos mais dolo- rosos, com evacuações diarrheicas esverdeadas ou aqueas, náuseas, arrotos, vontade de vomitar, lingua carregada de uma camada amarella, e amargura da boca; c sobretudo se o sangue é de côr carregada, com postas, e havendo além disso accessos de desfallecimento, com sede, frio nos mem- bros, c rosto pallido e abatido. Cocculus, se o menstruo é nimiamente. prematuro, com espasmos abdominaes, ou pouco abundante, com flúor albo nos intervallos; ou se tão somente sahein algumas golas de um sangue negro, coalhado, com colicas pressivas, flatos, náuseas até o desfallecimento, fraqueza paralytica, oppressão, e cãibras no peito, afllicção e movimentos convulsivos dos membros; ou se em lugar do menstruo, ha leucorrhea encar- nada misturada com serosidades sanguinolentas epurulentas. CoFFEA,ihavendo colicas excessivamente dolorosas, e tão vio- lentas que levão ao desespero; sobretudo se o sangue corre — 304 - com abundância, com grande secreção mucosa, prurido vo- luptuoso, c excilação immodcrada das partes genitaes. Graphite, se o menstruo não volta senão com diííicul- dade, e se depois de ter apparccido finalmente, ainda está mui fraco, e de mui curta duração, com fluxo de um sangue espesso e negro, ou seroso e pallido; sobretudo havendo ao mesmo tempo: puxos c espasmos abdominaes, cephalalgia pressiva, náuseas, dores de peito, catarrho bronchico ou nasal; grande fraqueza, dores rheumalismaes nos membros; inchação edematosa dos pés e das pernas; erupção de empi- gens, ou odonlalgia com inchação da face. Ignatia, se o menstruo é muito prematuro e abundante, com fluxo de um sangue negro misturado de postas, colicas espasmodicas, contractivas; cephalalgia gravativa, photopho- bia, afllicção, palpitações de coração e grande fraqueza até o desfallecimento. Nux-vom., se o menstruo é unicamente abundante, prema- turo, c de mui longa duração, e sendo elle precedido por dores tractivas nos músculos da nuca; ou também quando ha : cãi- bras da madre com dores pressivas no epigastrio até nas coxas; náuseas com desfallecimento, mormente demanhãa; grande cansaço, calafrios, dores rheumalismaes nos mem- bros; dores nos rins como se tudo estivesse despedaçado; « constipação com vontade inútil de obrar; vontade freqüen- te de ourinar com tenesmo da bexiga; sensação de du- reza, como se a barriga estivesse para arrebentar; congestão de sangue na cabeça com vertigens, e cephalalgia pressiva; humor iracundo e colérico, ou desasocegado e inconsolavel. Phosphorus, quando o menstruo está nimiamente fraco, precedido por flúor albo, com vontade de chorar, e accom- panhado de colicas e puxos como por facas, com dores nos rins e vomito de bilis, de mucosidades e de alimentos; ou se o menstruo está se demorando; mas sendo elle tanto mais abundante e de maior duração, com grande fraqueza, olhei- — 305 — ras, magreza e afllicção; ou com cephalalgia latejante, membros como despedaçados, palpitação de coração, escar- ros de sangue, calafrios, inchação das gengivas ou da face. Platina, sobretudo quando o menstruo está muito abun- dante, de nimia duração, ou muito prematuro, com fluxo de um sangue negro, mucoso; flúor albo antes ou depois da época; colicas espasmodicas com pressão dolorosa nas partes genitaes; vontade freqüente de ourinar, constipação ou eva- cuações duras, e puxos, anorexia, accessos freqüentes de vertigens ou de afflicção com desasocego e pranto; fluxo de um sangue negro e espesso, insomnia de noite, respiração curta e gênio resentido. Pulsatilla, em a maior parle dos casos de dysmenorrhea e de colicas menstruacs, sobretudo se o menstruo é mui tar- dio, com fluxo de um sangue negro e coalhado, ou pallido e seroso; ou havendo: colicas, espasmos abdominaes, dores he- paticas, gastralgia, dores nos rins, náuseas e vontade de vo- mitar, ou mesmo vômitos azedos ou mocosos, enchaqueca, vertigens, calafrios com pallidez do rosto, tenesmo do ânus e da bexiga, flúor albo, humor chorão, ou afllicção, tristeza e melancolia. Secale, se o menstruo é muito abundante ou de nimia duração, com colicas cruéis e incisivas; frio nas extremi- dades pallidez do rosto, suor frio, grande fraqueza, pulso fraco e quasi supprimido. Sepia, se o menstruo é muito abundante ou muito fraco, com leucorrhea, colicas espasmodicas e pressão nas parles, cephalalgia, cansaço nos membros; odontalgia e melan- colia. Sulfur., sobretudo se o menstruo é muito prematuro c muito abundante, ou muito fraco, com fluxo de um sangue nimiamente pallido, ou havendo antes, durante e depois da época: colicas, espasmos abdominaes, cephalalgia, congestão na cabeça e epistaxis, dores nos rins, grande afllicção e agitação, — 306 — odontalgia, pyrosis, gastralgia, prurido nas partos c flúor albo, dores asthmalicas, tosse ou convulsões epilépticas. Para o resto dos medicamentos apontados, e maiores de- talhes, consultai a sua pathogenesia ; comparai também, AMENORRHEA, METORRHAGIA, METRALGIA, COLICAS, FLUOR ALBO. FEBRE DE LEITE. — Vide criar (o). FEBRE PLERPERAL.—Os melhores medicamentos são, em geral: acon., bell., bry., cham., coff, coloe, n.-vom., rhus., ou também: arn., ars., hyos., ipec, merc, plat, puls., sec, stram., verat. Entre estes medicamentos, póde-se empregar com prefe- rencia : Aconitum., quando a febre é violenta, com calor secco e ardente, sêdc ardente de bebidas frias, rosto vermelho e quente, respiração curta, opprimida e gemente; barriga rija, com grande sensibilidade ao tocar, e puxos periódicos por toda a barriga, lochios raros, sanguinolentos e fétidos. (De- pois de acon., convém muitas vezes bell. e bry). Belladona, quando ha: rijeza meteoristica da barriga, com dores latejantes, ou colicas violentas, espasmodicas, como se uma parte dos intestinos estivesse agarrada por unhas, ou pressão penosa nas partes genitacs, como se tudo estivesse para sahir por este lugar ; grande sensibilidade bulimia.) Para a dyspepsia, as náuseas, os vômitos, etc: con., ipec, n.-vom., puls., ou também: acon., ars., fer., kereos., lach., magn.-m., natr.-m., n.-mos., petr., phos., sep., veratr., (Comparai Cap. i5, dyspepsia e vomito.) Para as dores de barriga: arn., bry., cham., n.-vom., puls., sep., ou ainda: bell., hyos., lach., veratr. (Comparai Cap. 16, colicas.) Para a constipação: bry., n.-vom., ou também, alum., lyc, op.. sep. (Comparai Cap. 17, mesma palavra.) Para a diarrhea: ant, phos., sep., sulf, ou também, dulc, hyos., lyc, petr. (Comparai Cap. 17, mesma palavra). Para a dysuria e a stranguria : coce, phos.-ac, puls., ou lambem, con., n.-vom., sulf. Para as varizes : lyc POLYPOS DA MADRE.— Vide MADRE. PÜTREFACÇÃO do utero.— Vide ibid. QUEDA DA MADRE OU DA VAGINA.--Sã"0 : UM*., bell., n.-vom., sep., que até hoje forão empregados com mais suc- cesso : póde-se lambem empregar, em caso de precisão: cale, gran., kreos, merc, n.-mos., stann. Para a queda da madre, são particularmente: aur., bell., cale, n.-vom., sep., starm. Para a da vagina: kreos., merc, n.-vom. SCIPlRHO DA MADRE OU DOS PEITOS.—Vide PEITOS e MADRE. STERILIDADE.— Os medicamentos que até hoje mostrá- rão-se mais aptos para favorecerem a concepção, são: bor., cale, cann., merc, phos. — Além destes medicamentos foi também recommendado para as mulheres estéreis que tem o MENSTRUO NIMIAMENTE FRACO: am.-C — 324 — Para as mulheres estéreis que tem o menstruo nimiamente abundante ou prematuro: cale, merc, natr.-m., sulf.-ae Sendo o menstruo nimiamente tardio: caus., graph., e estando elle supprimido: con. MOLÉSTIAS DAS CRIANÇAS, principalmente dos recém-nascidos. N. B. E na infância que se precisa combater a disposição he- reditária, que a psora entretem em toda a geração actual. As erupções cutâneas, como a cscarlatina, os sarampos, as bexi- gas, indicão a tendência da natureza a descarregar-se na su- perfície do corpo do vicio que ameaça as fontes da vida. A vaccina, que não é senão uma applicação empírica da lei scientifica dada por Hahnemann, é uma feliz imitação deste processo, e tem já muito contribuido ao bem-estar da huma- nidade; mas quanto maiores benefícios ha de a homoeopalhia prestar quando as suas luzes forem consagradas a prevenir o desenvolvimento de todas as cruéis enfermidades que a ceifão aclualmente. A vaccina dynamisada segundo os preceitos de Habnc- man ; i°, assegura de uma maneira assombrosa os efíeitos da vaccina ordinária, quando ella não se desenvolve bem ou parece produzir comsigo incommodos alheios provenientes de um pus de má qualidade-; 2o, torna mais certa a força preservativa delia (a qual, como se sabe, torna-se todos os dias mais duvidosa); 5o, empregada como especifico no perío- do da invasão ella faz abortar rapidamente as bexigas do peior caracter, a ponto que já alguns médicos allemães tem re- nunciado a emprega-la como preservativo, sendo certos de vencer o mal com toda a segurança depois de sua app.iri- — 325 — cão; 4°} emfim, tanto a vaccina dynamisada como os outros meios prophylacticos da homoeopalhia tornão quasi impossí- vel o desenvolvimento da vaccina ordinária, o que dá lugar a crer que ella a substituo perfeitamente e basta para prevenir as bexigas apezar de não ter produzido pústulas; o que não asseveramos porém como fado certo, por falta de experien cias bastantes, e por ser a matéria demuita consideração. No primeiro caso poderá dar-se um glóbulo da 4a» e de pois de 12 ou 24 horas, um glóbulo da 6a dynamisação. No 20, um glóbulo da 9a atenuação, de 8 em 8 dias, du- rante ura mez. No 5o, um globo da 4a atlenuação, de 12 em 12 horas, recorrendo a atlenuações superiores, quando o mal não perca de sua violência. No 4% querendo emprega-la como preservativo unico, se pôde dar uma dose da 4a dynaminaçâo, de 8 cm 8 dias, durante um mez, e uma da 9% com os mesmos intervallos, durante o mez seguinte, se entretanto não se manifestar alguma erupção daquelle, de outro caracter que prove que o remédio já prodnzio bastante effeito na organisação. Emquanto aos outros preservativos que um pai amante da conservação de seus filhos pôde empregar com proveito, aqui vão alguns conselhos que poderáõ servir de guia neste caso. Se se conhece nos parentes immcdiatos ou anligos da criança alguma enfermidade grave, será bom recorrer aos remédios que terião sido úteis no caso indicado, e recorrer aos oulros capítulos destes conselhos, para estudar o que fôr mais appropriado. Depois de empregados estes meios, e quando não exista ou antes se ignore a natureza de alguma enfermidade nos parentes da criança, nem houver algum symptoma actual a combater, precisará então recorrer aos remédios que estão 42 — 326 — mais appropriados ás doenças da infância, escolhendo de preferencia entre clles os que estão mais appropriados ás doenças reinantes no momento e na localidade. Sc dará neste caso um glóbulo de cada medicamento de uma i5a altenuação, tanlo á ama, como á criança emquanto fôr mamando, e se deixará passar uma ou duas semanas, conforme a duração de acção, para observar os efíeitos pro- duzidos por este modo. Se estão nuUos, então se passará a um novo medicamento até observar alguma mudança na saúde. Tendo obtido symptomas do uso de um remédio, se deixará passar todo o tempo marcado para a sua acção. Depois disso se administrará uma 2a dose de uma dynamisa- ção superior, e depois do mesmo inlervallo outra ainda mais elevada, até que as melhoras de appetite, de somno, de humor, que hão de seguir estes meios, não sejão mais sensíveis ao observador. Então se continuará a exhaurir os outros agen- tes indicados, tomando uma nota exacta do que se fizer para saber-se guiar no futuro. Muitas vezes as crianças atacadas de uma disposição here- ditária não apresentão nenhum symptoma apreciável, senão uma tristeza invencível e uma indifferença geral. Neste caso a prova mais certa do feliz resultado da cura prophylactica será a mudança do caracter, a alegria, a vivacidade, e a dis- posição ao trabalho. Curei um grande numero de crianças atrophiadas com inchação e endurecimento das glândulas do mesenterio, as quaes, além desla enfermidade, erão affectadas de um torpor da intclligencia muito vizinho do idiotismo. Todos davão signaes do melhoramento intellcctual simultaneamente com as melhoras physicas, e alguns que até lá não sabião dar senão gritos desarticulados principiarão a fallar livremente em poucas semanas. Os medicamentos que parecem mais appropriados ás doen- ças dos meninos, em falta de outras indicações, serião : — 327 — bar.-c, ipec, bell., lyc, bor., bry., cale, merc, n.-vom., cham., rhab., hep., sil., ignat., sulf ; para as meninas ajun- tarei: ciem., ign., magn.-m., n.-mos., sep. ; e na idade de 11 a 12 annos não esquecerei, para facilitar de antemão o tra- balho da menstruação: dulc, puls., e principalmente: kal., carb. que também é muito próprio a prevenir o desenvolvi- mento da phthisica pulmonar.—M.— APHTAS.—O medicamento que merece quasi sempre ser empregado em primeiro lugar é : merc, depois, ao cabo de 6 ou 7 dias, sulf. Muitas vezes serão convenientes: bor., ou sulf-ac ASPHYXIA.—O melhor medicamento a empregar, de ac- cordo com os meios mechanicos, é: tart, ia trit., gr. í, desfeito em 8 ouças de água, e administrado quer como clistel, quer introduzindo de quarto em quarto de hora algu- mas gotas da dita água na boca da criança. Se ao cabo de meia hora ainda não ha mudança alguma favorável no estado da criança, recorrer-se-ha então a op., se o rosto estiver azulado, e a chin. sendo pallido. Quando a criança principia a respirar, tornando a si, pó- de-se dar: acon., se o rosto esteve antes vermelho ou azu- lado, ou ainda: chin., quando pallido. ASTHMA.—Os accessos de asthmas nas crianças, com es- pasmos, suffocação e rosto azulado, cedem em a maior parte dos casos a ipec. ; sobrevindo durante o somno, com gritos, tosse secca, surda, e afllicção, a samb. (Vide Cap. 22, as- THMA THYMICA e ASTHMA DE MILLAR. Além destas duas espécies de asthma, ha outra ainda, ca- raclerisando-se por uma elevação dura e teza dos hypocondrios e da boca do estômago, com respiração curta, perda de fôlego, afflicção , agitação, gritos e retracção das coxas. E cham. que é o medicamento especifico contra este estado. kTWmik.—Vide Cap. 1°. — 328 — AZIA.—Os melhores medicamentos contra os vômitos o as diarrheas acres das crianças são: cham., rhab., ou também: bell., cale, sulf. (Comparai diarrhea). CLAUD1CAÇÃO espontânea.—O medicamento que em quasi todos os casos póde-se administrar o primeiro é : merc. seguido de bell., ou emprego alternadamente com este medi- camento. Se esses dous medicamentos não forem suflicientes, rhus. merecerá a preferencia, e depois deste ter se-ha recurso a cale. ou coloe, segundo as circumstancias. Vide também Cap. 20, coxartiirocace. COLICAS das crianças.—Os melhores medicamentos são, em geral: bor., cham., cin., ipec, jalap., n.-mos.,rhab., senn., ou lambem: acon., bell., cale, caus., cie, coff., sil., staph- Ipp* Para os detalhes, vide gritos, diarrhea e lomrrigas. CONSTIPAÇÃO dos recém-nascidos.—Os medicamentos os mais eflicazes, e que na maior parte dos casos póde-se administrar no mesmo instante são: bry., n.-vom., op. Se este medicamentos não forem suflicientes, dar-se-ha á ama, segundo as circumstancias e os symptomas que offere- cer seu estado: alum., lyc., sulf., veratr. CONVULSÕES. — Vide espasmos. CORYZÀ.—As crianças são freqüentemente atacadas de uma espécie de coryza, ou mais antes de uma espécie de obturação do nariz, que não os deixa respirar mamando. O medicamento que em a maior parte dos casos merece a pre- ferencia é : n.-vom., ou samb., se n.-vom. não fôr sufliciente. Muitas vezes lambem acerta-se com cham., quando a obtu- ração é acompanhada de um fluxo de água pelo nariz; ou com carb.-v., quando se aggravar de noite; ou ainda por dulc., tendo a aggravaçâo lugar ao ar livre. CRUSTA DE LEITE.—Vide Cap. 10. DENTIÇAO. —Os melhores medicamentos contra as dores por resultado deste acto são, em geral: acon., bell., bor., — 329 — cale, cham., coff., ign., merc, sulf, ou também : ars., cin., fer., magn., magn.-m., n.-vom., stann. A insomnia, pede principalmente: coff, ou ainda: acon., bor., cham. — As dores febris : acon., cham., coff, n.-vom., ou também : bell., bar., sil. A agitação e a sobre-excitação nervosa : coff., ou ainda: acon., bell., bor., cham. A constipação: bry., magn.-m., n.-vom. A diarrhea : merc, sulf, ou também: ars., cale, cham., coff, fer., ipec, magn. A tosse secca espasmodica : cham., cin., n.-vom. Os espasmos ou convulsões: bell., cham., cin., ign., ou lambem: cale, stann., sulf. Se os dentes tardâo com excesso a romper, sulf. ou ca/c lacilitaráõ em a maior parte dos casos o trabalho da natu- reza. £2?* Quanto ao mais, vide, para as affecções acima apon- tadas, os artigos correspondentes neste mesmo capitulo. DlAPiRHEA. —As diarrheas das crianças por resultado de agruras nas vias digestivas, com colicas e muitas vezes com gritos, pedem de preferencia: rhab., sobretudo se ha ao mesmo lempo tenesmo, ou se a criança, apezar do maior aceio, tem um cheiro agro. Se, em tal caso, rhab. não fôr sufliciente, e as colicas fo- rem violentas com rosto vermelho : cham. será preferível, ou então bell., estando o rosto pallido. Se, pelo contrario, as dores são poucas, porém com grande fraqueza c rijeza da barriga, esobretudo se bell., cham.,rhab., não forão suflicientes, sulf. será muitas vezes de grande uti- lidade. As diarrheas das crianças que se manifestão no calor do estio, cedem em a maior parte dos casos a algumas doses de ipec, ou então a n.-vom., não sendo ipec. sufficíente. Se apezar disso essas diarrheas voltão cada vez que o tem- — 330 — po torna-se algum tanto mais quente, convirá recorrer a bry. ou a carb.-v., se bry. não fosse inteiramente sufliciente. Se, pelo contrario, a diarrhea se renova cada vez que o tempo esfria, dulc. será o melhor medicamenlo, ou ant. se a lingua estiver carregada de uma camada branca. Muitas vezes também ars. será de grande utilidade, sobre- tudo quando a criança emmagrecc muito, torna-se fraca, pal- lida c languida. Além desses medicamentos, recommendou-se também contra as diarrheas das crianças em geral: fer., hep., ipec, jalap., magn., mcrc, n.-vom., sulf-ac. (Vide também os ar- tigos: AZIA, ATROPniA, DENTIÇÃO, GASTROSIS, LOMBRIGAS, etC, c comparai Cap. 17, diarrhea e dysenteria. DYSURIA, diíficuldade de ourinar e picadas agudas no membro.—Petros. foi lembrado por Hahnemann. ECLAMPSIA.—Vide espasmos. EXCORIAÇÃO das crianças.—O melhor medicamento a empregar em primeiro lugar é cham., se todavia a criança (ou então a ama) não fez anteriormente abuso da tisana de chamomilla. Neste ultimo caso são: bor., ign., ou puls. que merecem a preferencia. Se cham. não fôr sufliciente, recorrer-se-ha a bor., ou a carb.-v., ou a merc, se a pelle da criança tem uma côr ama- rellenta, e se as partes affectadas estão como em carne viva, a excoriação apparecendo até mesmo atraz das orelhas. Se nenhum dos medicamentos antecedentes fôr sufliciente, sulf. será então muitas vezes de grande utilidade, como tam- bém sil., se sulf. não fôr inteiramente sufliciente. Além disso, recommendou-se também: caus., graph., lyc., sep. FERRES.—As febres das crianças, pedem em a maior par- le dos casos: acon., cham., ou coff. ; e muitas vezes achar- se-ha de grande utilidade: bell., úor., ign., merc, n.-vom. Aconitum, é sobretudo indicado quando ha: grande calor, — 331 — com sede, insomnia, ou somno agitado com acordar freqüen- te sobresaltado, com afllicção, pranto, exasperação e humor inconsolavel. Chamomilla, quando ha : calor ardente e rubor da pelle, com vontade de beber freqüentemente; grande agitação, sobretudo de noite, com jactação, afflicção, gemido c suspi- ros; rubor do rosto ou somente (de uma) das faces; suor quente na cabeça, até mesmo nos cabellos; respiração curta, rápida e anciosa, com estertor mucoso, tosse curta, secca, arquejante, ou estremecimentos convulsivos dos membros. Coffea, se a febre fôr menos forte, porém se houver grande sobre-excitação nervosa, com insomnia, ou somno agitado com acordar freqüente sobresaltado, humor ora alegre de mais, ora muito disposto ás lagrimas. g^ Para o resto dos medicamentos apontados, comparai Cap. 4% febres, etc FRAQUEZxi muscular das crianças.—Os melhores medi- camentos para as crianças que tardão a andar por causa de uma fraqueza nos músculos são : bell., cale , caus., sil., sulf (Vide também Cap. i°, escrophulas e racuitismo.) GAGUEIRA das crianças. — São principalmente: bell., euphr., merc, e sulf que favorecem com mais freqüência a cura deste inconveniente, se todavia se não desprezar ao mesmo tempo os exercícios mechanicos convenientes. GASTROSIS ou embaraço gástrico das crianças. —Os melhores medicamentos são, em geral: bell., cham., ipec, merc, n.-vom., puls., ou ainda: bar.-c, cale, hyos., lyc, magn., rhab., sulf Havendo azia, quer vômitos, quer diarrheas acres, póde-se empregar de preferencia: bell., cham., rhab., ou também: cale, magn., n.-vom., puls. Se o estado gástrico fôr o resultado de uma indigestão, o melhor medicamento contra o vomito é ipec, sobretudo havendo diarrhea ao mesmo tempo, ou puls., se ipec não fôr — 332 — sufficíente. Senão houver senão diarrhea sem vomito, porém com evacuação de alimentos não digeridos, e se a criança já estiver enfraquecida por purgantes, chin. merecerá a pre- ferencia. Se, pelo contrario, houver vomito somente, com constipação, é á n.-vom. que será mister recorrer. Quanto á dyspepsiv chronica de algumas crianças, ou á fraqueza do estômago que por qualquer falta de regimen causa indigestões: bar.-c, cale, ipec, merc, n.-vom., puls., sulf., serão muitas vezes de grande utilidade. GRITOS dos recém-nascidos.—Se as crianças gritão con- linuadamente sem motivo algum apreciável, é muitas vezes bell. o medicamento conveniente, ou então cham. — Se a criança grita porque a cabeça ou o ouvido lhe dóe, é cham. que se deve empregar em primeiro lugar, e não sendo elle sufliciente, bell. então. Se a criança tiver colicas, e se gritando dobrar-se sobre si mesma, com retracção das coxas, o melhor medicamento é cham. se o rosto da criança fôr vermelho, ou bell. quando pallido. Se ao mesmo tempo houver evacuações diarrheicas de um cheiro ácido, com tenesmo, rhab. será preferível. Se nenhum desses Ires medicamentos fôr sufliciente, póde-se empregar: bor.,jalap., ipec, senn. No caso que a criança ou a ama tivessem feito abuso da chamomilla, bor., ign., puls., mereciâo a preferencia. Quando as crianças estão muito agitadas, com insomnia e calor febril: coff, ou acon. merecem a preferencia. HÉRNIAS.—As hérnias umbilicaes das crianças cedem quasi sempre a n.-vom. eamph.—Para as hérnias inguinaes, serão muitas vezes uleis : aur., cham., n.-vom., sulf, veratr.; comtanto que se não administre esses medicamentos senão cada um em uma só dose e com longos intervallos um do outro. HYDROCEPHALO.-^Y/c Cap. C°. ICTERICIA. — Na maior parte dos casos acertar-se-ha — 333 — com algumas doses de merc, ou com china., se merc. não fôr inteiramente sufliciente. INCONTINENCIA da ourina.— Vide Cap. 18. INDIGESTÃO.—Vide gastrosis. INSOMNIA dos recém-nascidos.—Se a ama da criança não faz ordinariamente abuso do café, acertar-se-ha muitas vezes com coff, no caso contrario, ou se coff. nâo fôr sufliciente, op. será muitas vezes muito util, sobretudo se a criança tem o rosto vermelho. Se a criança estiver atormentada por colicas, com gritos, convirá empregar de preferencia: cham., ou então: jalap. ou rhab. Havendo ao mesmo tempo grande agitação com ca- lor febril, e não sendo coff. sufliciente, acon. será muitas vezes empregado com grande successo. Se a insomnia se manifestar depois do desmamar, ou se a criança gritar durante horas e dias inteiros sem pregar olho, e sem causa apreciável: bell. será o melhor medicamento. (Vide também gritos). ISCHUPJA. — Os melhores medicamentos são: camph., ou se este medicamento não fôr sufliciente: aòon. ou puls. (Com- parai Cap. 18, ischuria e dysuria). LOMBRIGAS.—Vide Cap. 16, kelminthiase. MILIAPi das crianças de peito.—Em a maior parte dos casos acerlar-se-ha com algumas doses de acon., quando não, empregar-se-ha cham., e se este medicamento também não fosse sufliciente, seria mister recorrer a sulf OPHTALMIA dos recém-nascidos.—Os melhores medica- mentos são: acon., cham., dulc, merc, ou bell., bry., cale, n.-vom., puls., sulf, mas sobretudo euphr. (Vide ophtalmia). OPILAÇÃO do baço. — Vide Cap. i°, atrophia das CRIANÇAS. OURINAR na cama (o). —Vide Cap. 18, incontinencia das ourinas. RACHITISMO.-^íV/c Cap. 1°. 43 — :>34 — SCROPHULAS. — Vide idem. SPASM0S e convulsões.—Os melhores medicamentos contra os espasmos das crianças são, era geral: bell., cham., cin., coff., ign., ipec, merc, op., ou ainda: acon., caus., cupr., lach., n.-vom., stann., sulf. Belladona, é sobretudo indicado quando os accessos se terminão por um estado soporoso ou quando alternâo com este estado ; ou se as crianças acórdão de repente como por um susto, com os olhos espantados, olhar ancioso e fixo, como se tivessem medo de alguma cousa; meninas dos olhos dilatadas; rijeza letanica e frio pelo corpo lodo, com as mãos e a lesta quentes; ou se as crianças ourinão freqüentemente na cama. Chamomilla, quando ha : estremecimentos convulsivos dos braços c das pernas, com movimentos involuntários da ca- beça, seguidos de um estado de modorra com os olhos semi- abertos e perda dos sentidos; rubor de uma das faces com pallidez da outra, gemido e vontade freqüente de beber. (Se cham. não fôr sufliciente conlra este estado, será pre- ciso empregar bell.) Cina, sobretudo nas crianças que tem lombrigas, ou que ourinâo freqüentemente na cama, com cãibras no peito, movimentos convulsivos dos membros, barriga rija e dura, prurido freqüente no nariz, tosse secca semelhante á tosse convulsa. Coffea, sobretudo nas crianças fracas, débeis, e que são muitas vezes atacadas destas convulsões, sem outros acei- dentes. Ignatia, na maior parle dos casos ao principio da molés- tia ou do curativo, sobretudo quando ignora-se se são os dentes, ou lombrigas, etc, a causa dos accessos, ou se os espasmos lornão todos os dias á mesma hora, com estreme- cimentos de alguns membros ou de alguns músculos somente; accessos freqüentes de calor ou de suor, quer durante, quer — 335 — depois dos espasmos; somno leve com acordar sobresaltado, gritos penetrantes e tremor do corpo todo. (Depois de ign. convém muitas vezes cham.) Ipecacuanha, se as crianças tem a respiração curta fora do tempo dos accessos, com náuseas, vomituração ou vomito e diarrhea, com pendicnlação espasmodica freqüente. Mercurius, quando a barriga está dura erija, com arrotos freqüentes e salivação, ou com calor, suor c grande fraqueza depois dos accessos. Opium, sobretudo se os accessos são o resultado de um susto, ou havendo tremor pelo corpo todo, jactação dos bra- ços e das pernas, gritos penetrantes durante os accessos; ou estado soporoso com perda dos sentidos, rijeza da barriga, constipação e ischuria. çrj?* Vide também Cap. i°, espasmos. CAPITULO XXI. MOLÉSTIAS DO LARYNX E DOS BRONCHIOS. APHONIA.—Vide rouquidão BRONCHITE. — Vide catarrho bronchico. CATARRHO BRONCHICO ou pulmonar, bronchite ou catarrho do peito. — Os medicamentos que achar-se-hão mais freqüentemente indicados são, principalmente: acon., bell., bry., cham., merc, n.-vom., puls., rhus., sulf,ou ainda: arn., ars., cale, caps., carb.-v., caus., chin., cin., dros., dulc., euphr., hyos., ign., ipec, lach., phos., phos.-ac, sep., sil., spig., squill., stann., staph., verat, berb., ou também: bar.-c., cann., con., fer., hep., lyc, magn., mang., natr., natr.-m., petr., sabad., sep., spong., squill., stram., tart No catarrho ordinário, com tosse e febre leves, empre- gar-se-ha com successo: cham., merc, n.-vom., puls., rhus., sulf — 336 — Se a tosse fôr forte e secca, os medicamentos mais con- venientes são: bell., bry., cham., ign., n.-vom., sulf, ou ainda: acon., caps., cin., dros., hep., hyos., lach., lyc, mcrc, natr.-m., phos., rhus., spong. (Vide tosse.) Tornando-se espasmodica : bell., bry., carb.-v., cin., dros., hep., hyos., ipec, merc, n.-vom., puls., sulf. (Vide tosse.) Tornando-se grossa, com expectoração abundante: bry., carb.-v., dulc, euphr., merc, puls., sulf, tart, ou também: cale, caus., lyc, sen., sep., sil., stann. (Vide tosse.) Havendo rouquidão com o catarrho: cham., dulc, merc, n.-vom., puls., rhus., samb., sulf, ou também: ars., cale, carb.-v., dros., mang., natr., phos., tart. (Comparai rou- quidão.) Havendo coryza corrente : ars., dulc, euphr., ign., lach., merc, puls., sulf. (Comparai Cap. 90, coryza.) No caso que o catarrho tomasse um caracter inflammato- rio bem marcado (bronchite aguda propriamente dita) con- viria empregar de preferencia: acon., bell., bry., cham., dros., phos., spong., ou ainda: ars., lyc, merc, n.-vom., puls., squill., sulf. No catarrho epidêmico ou grippe, achar-se-hão indicados: acon., ars., bell., caus., merc, n.-vom., ou também: arn., bry., camph., chin., ipec, phos., puls., sabad., sen., sil., spig., squill., verat (Comparai grippe.) Contra o catarrho suffocante : ars., carb.-v., chin., ipec, lach., op., ou também: bar.-c, camph., graph.,puls., samb., tart. (Comparai astiima.) Finalmente, nos catarrhos chronicos, póde-se empregar de preferencia: ars., bry., cale, carb.-v., caus., dulc, iod., lach., lyc., mang., natr., natr. -m,, petr., phos., phos. -ac., sil., stann., staph., sulf Além disso, as affecções catarrhaes por resultado do sa- rampo (morbilias), pedem quasi sempre: bry., carb.-v., cham., — 337 — dros., hyos., ign., n.-vom., ou também: acon., bell., cin., coff., dulc, sep. As que se manifestão nas pessoas idosas : bar.-c, carb.-v., con., hyos., kreos., phos., stann., sulf. Nas crianças: acon., bell., cham., cin., coff, dros., ign., ipec, sulf.—Nas crianças escrophulosas, sobretudo: bell., cale—Nas crianças muito gordas: ipec. ou cale. Emquanto á qualidade da expectoração, póde-se consultar o quadro seguinte: Expectoração amarella: ang., aur., bry., cale, con., cug., arcon., lyc, mang., puls., sen., sep., spong., stram., salph., thui., veratr.—Branca: acon., ambr., am.-m., arg., ciem., cupr., kreos., phos.-ac, puls., sulph.—Esverdeada: cann., carb.-m., carb.-v., crotal, dros., fer., hyos., led., lyc, mang., natr., par., phos., sep., stan., sulph., thui.—Parda: dros., lyc, thui.—Transparente: ars., fer., Iam., sen., sil.— Com pontinhos pretos: ciem., vip.-cor. Expectoração de gosto adocicado: cale, kreos., puls., rhus., samb., sulph.—Podre : carb.-v., con., cupr., fer.,puls., sep., stam.—Salgado : amb., lyc, magn., natr., phos., samb., sep., sulph. Vide também depois a nota sobre o quarto pneumatico no artigo phthisica. Finalmente, qualquer que seja o nome que mereça a diffe- rença dos catarrhos bronchicos ou pulmonares, deve-se empregar de preferencia: Aconitum, quando ha: calor febril ardente, com pulso cheio, inflammatorio; voz rouca, enrouquecida; sensibilidade dolorosa da parte affectada, com exacerbação da dôr respi- rando, tossindo e fallando; tosse curta, secca, com precisão continua de tossir, por causa de uma titulação penosa no Iarynx ou nos bronchios; respiração constrangida, com ten- são, dôr de excoriação, ou picadas no peito tossindo e respi- rando ; tosse mais forte, mais rouca e mais profunda de noite, — 338 — porém mais curta e mais arquejante de dia; sede, insomnia ou somno agitado, com jactação; dôr de cabeça ardente, rosto e olhos vermelhos; ou se a tosse é convulsiva, com expectoração pouco abundante, de mucosidades esbranqni- çadas ou sanguinolentas. Belladona, quando ha: tosse secca, com dorna garganta, coryza, grande febre depois do meio-dia c de noite, pelle secca e ardente, desejo freqüente de bebidas frias, sem com- tudo beber muito; obstinação e maldade nas crianças, c res- piração rápida dormindo; ou tosse espasmodica que não deixa o tempo de respirar ; tosse importuna, provocada por uma titulação intolerável no larynx, como se houvesse um corpo estranho, ou tivesse engulido poeira; ou tosse secca, curta ou profunda e ladrante; apparição da tosse de noite, ou de tarde, ou de noite na cama, e até mesmo durante o somno, com renovação pelo menor movimento; tossindo, dôr de frac- tura na nuca, ou cephalalgia expansiva como se a testa esti- vesse para arrebentar; dores rheumatismaes no peito; picadas no sternum ou nos hypocondrios; estertor mucoso no peito; rubor do rosto e dôr de cabeça; rouquidão e mucosidades no peito ; espirro freqüente, principalmente no fim de uma tosse violenta. Bryonia, contra: tosse secca ou grossa, provocada por uma titulação na garganta; ou tosse crampoide, suffocante, sobretudo depois de meia noite, ou depois de ter bebido ou comido, com vomito dos alimentos; tosse com expectoração amarcllenta, ou com escarros de mucosidades sujas, averme- lhadas ou sanguinolentas; tossindo, picadas no lado, ou dores no peito e na cabeça, como se estas partes estivessem para arrebentar; grande disposição a transpirar, rouquidão, ester- tor mucoso e dôr no larynx, aggravada fumando. Chamomilla, accumulação de mucosidades tenazes na gar- ganta, tosse secca causada por uma titillação continua no larynx e no peito, e aggravando-se fallando; ou tossindo de noite e — 339 — de manhãa, ou de noite na cama, continuando mesmo du- rante o somno, e estando ás vezes acompanhada de accessos de suffocação ; expectoração de mucosidades amargosas , pouco abundantes, de manhãa.—Sobretudo também quando a tosse é provocada pela cólera, nas crianças más, depois de lerem gritado ou chorado; ou havendo rouquidão com coryza, seceura e ardor na garganta, e sede; febre perto da noite; máo humor, taciturnidade, laconismo, irascibilidade e insi- pidez. Mercumus, voz rouca, enrouquecida, com ardor e titulação no larynx; disposição á transpiração, que comtudo não allivia; aggravaçâo pela menor corrente de ar; ou tosse secca e impor- tuna, sobretudo de noite, até mesmo durante o somno, pro- vocada por uma titillação e uma sensação de seceura nos bronchios; tosse com dores latejantes no peito; ou com vomi- turação e vontade de vomitar, fluxo de sangue pelo nariz (nas crianças), dores na cabeça ou no peito, como se estas partes estivessem para arrebentar, expectoração de sangue, coryza corrente, rouquidão e diarrhea mucosa. Nux vomica, quando ha : tosse rouca, secca e profunda, pro- vocada por seceura da garganta, com tensão e dôr no larynx e nos bronchios ; rouquidão e erosão dolorosa da garganta, sobretudo de manhãa, ou de noite na cama; accumulação na garganta de mucosidades tenazes, que é impossivel. despegar; sede com seceura da boca, calor e rubor das faces, estreme- cimentos ou calafrios alternando com calor; constipação, dôr de cabeça gravaliva na testa, máo humor, irascibilidade; obstinação e maldade; ou havendo,.tosse convulsiva, impor- tuna, provocada por uma titillação na garganta, manifes- tando-se de manhãa ou de noite na cama, ou depois do jantar, e sendo provocada pelo movimento, a medilação e pela lei- tura ; com oppressão nocturna, ou com dôr de cabeça como se o craneo estivesse paia arrebentar, sensação de contusão no epigastrio e dores nos hypocondrios, tossindo; ou tosse com vomito ou botando sangue pelo nariz e pela boca. — 3Ú0 — Pilsatilla, quando ha: rouquidão com extincção quasi completa da voz; picada ou erosão na garganta e no paladar; coryza com fluxo de matérias amarellentas, esverdeadas e fétidas; tosse grossa com dôr de peito; arripio com adypsia; ou tosse primeiramente secca, seguida de tosse grossa com expectoração abundante de matérias salgadas, amargosas, amarellentas ou esbranquiçadas, ou até mesmo de mucosi- dades sanguinolentas; ou tosse forte, manifestando-se sobre- tudo de noite, na cama, aggravando-se estando deitado; com vontade de vomitar, vomito, sensação de suffocação como pelo vapor do enxofre, e estertor mucoso; tossindo, barriga dolo- rosa, como se estivesse despedaçada, ou abalos dolorosos no braço, no hombro ou nas costas, ou emissão involuntária da ourina. Rhus toxic, quando ha: rouquidão com aspereza, erosão na garganta, espirro freqüente; accumulação de mucosidades abundantes no nariz sem coryza, porém com oppressão da respiração; ou quando ha: tosse nocturna, curta e secca, promovida por uma titillação nos bronchios, com afllicção e respiração curta, mormente de noite e antes da meia noite, abalos dolorosos na cabeça e no peito, ou tensão ou picadas no peito, dôr de estômago, picadas nos hombros; sobretudo se a tosse se aggrav.i pelo ar frio e melhora-se pelo calor e pelo movimento; ou se a tosse se manifesta de manhãa, de- pois do acordar, ou de noite, com amargura da boca, ou com vomito dos alimentos. Sulfur, quando ha: rouquidão com extincção quasi com- pleta da voz, aspereza e titillação na garganta, accumulação de mucosidades nos bronchios, coryza corrente, tosse, sen- sação de erosão no peito e arripio, com aggravaçâo do estado por um tempo frio e humido, ou tosse secca, ás vezes impor- tuna, com vomituração, vomito e constricção crampoide do peito, manifestando-se sobretudo de noite, na posição deitada, assim como de manhãa ou depois da comida, ou ainda quando — 341 — ha: tosse grossa, com expectoração abundante de mucosidades espessas, esbranquiçadas ou amarellentas, ás vezes de dia so- mente, com tosse secca de noite, ou tosse obstinada, secca, promovida por uma titillação na garganta; tossindo, picadas no peito ou na cabeça, vertigem e escurecimento da vista, sensação de plenitude do peito, com oppressão, estertor mu- coso, palpitação de coração c orlhopnea. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se empre- gar depois: Arnica, contra tosse secca ou grossa, provocada por uma titillação no larynx, manifestando-se sobretudo de manhãa, durante o somno, com pranto e gritos, ou depois de ter gri- lado e chorado (nas crianças); ou tosse grossa, com impos- sibilidade de expectorar as mucosidades que a tosse despegou; sobretudo se ao mesmo tempo ha: cephalalgia pressiva e crampoide como se o cérebro estivesse contrahido, picadas no peito, dores nos rins e dores rheumatismaes nos membros: fluxo de sangue freqüente pelo nariz ou pela boca, ou mesmo expectoração de sangue. Arsenicum, quando ha: tosse grossa, com expectoração diflicil e mucosidades tenazes no larynx e nos bronchios; ou tosse secca, importuna, sobretudo de noite depois de estar dei- tado, renovando-se depois de ter bebido, assim como ao ar livre e frio; grande dyspnea, ou mesmo accessos de suffocação, mormente de noite na cama ; grande cansaço e fraqueza, rouquidão e coryza com fluxo de mucosidades corrosivas; cephalalgia rheumatismal com dores violentas; exacerbação do estado geral de noite e depois da comida. Calcarea, sobretudo contra: rouquidão freqüente e per- tinaz; accumulação de mucosidades muito tenazes no larynx enos bronchios; tosse seca violenta, provocada por uma ti- tillação na garganta; como se houvesse penugem no larynx, manifestando-se sobretudo de noite, durante o somno; tosse grossa, com estertor mucoso, ou com expectoração espessa, lá — 342 — amarellcnta e fétida; dôrcs e picadas no lado e no peito ; grande cansaço com inquietação respeito á saúde. Capsicum, rouquidão e tosse secca, mais forte de noite, ás vezes com vontade de vomitar, dôrcs rheumatismaes erráticas, cephalalgia como se o craneo estivesse para arrebentar; dores pressivas na garganta e no ouvido, picadas no peito ou nas costas, ou pressão na bexiga com picadas neste órgão; coryza com obturação do nariz e titillação nas ventas. Carro veg. , quando ha: rouquidão obstinada, e rouquice da voz; sobretudo de manhãa ou de noite; aggravando-se por uma conversação prolongada ou por um tempo frio e humido; ou tosse crampoide, repetindo-se por varias vezes durante o dia, ou somente de noite; ou tosse com expectoração abun- dante de mucosidades esverdeadas; dores rheumatismaes no peito ou nos membros; dôr de ulceração, ou titillação no larynx. Causticum, quando ha : tosse violenta eabalante, mormente de noite, cora dôr na garganta e na cabeça, rouquidão, rou- quice e voz fraca; estertor mucoso; dores de erosão no larynx e no peito; coryza corrente com dôr de cabeça; pouco appe- tite, náuseas e vomito dos alimentos; dores rheumatismaes nos membros e nas maçãas do rosto; calafrios a cada movi- mento, calor de noite, com palpitarão do coração; grande cansaço nas pernas, exacerbação do estado com o ar livre; emissão involuntária de ourinas tossindo. China, quando ha: rouquidão, palavra indistineta e voz baixa por causa das mucosidades adherentes ao larynx; losse secca, como produzida pelo vapor do enxofre; ou tosse con- vulsiva, sufíbeante, nocturna, com vomito bilioso e expecto- ração diflicil de mucosidades viscosas ou esbranquiçadas, ou mesmo sanguinolentas; provocação á tosse, rindo, fallando, respirando, e mesmo bebendo ou comendo. Cina, sobretudo nas crianças, se a tosse é secca, ou a ex- pectoração mui rara, com sobresaltos dormindo, falta de res- — 343 — piração, gemidos, rosto pallido; ou tossidella rouca cada noite, sobretudo em crianças atacadas de affecções vermi- nosas, ou se ao mesmo tempo ha coryza corrente com calor ardenle nas ventas c espirro violento e doloroso obrigando á gritar. Drosera, quando ha: grande rouquidão, com voz baixa e surda; seceura, aspereza e titillação no larynx, com accumu- lação de mucosidades amarellentas, pardas ou esverdeadas; tosse secca, espasmodica, importuna e abalante, manifes- tando-se principalmente de noite na cama, e muitas vezes com vomituração ou vomito dos alimentos, fluxo de sangue pelo na- riz ou pela boca, e accessos de suffocação ; tosse que é pro- vocada pelo riso ou pelo pranto, pelas emoções moraes, pelo canto, pelo fumo do tabaco e pelas bebidas. Dulcamara, contra a tosse grossa, sobretudo depois de um resfriamento, com rouquidão ou expectoração de sangue; ou tosse arquejante, ladrante, como a tosse convulsa, excitada pela respiração profunda. Euprasia, contra tosse com coryza violenta, que affecta ao mesmo tempo os olhos; tosse somente de dia, com expec- toração diflicil; ou somente de manhãa, com expectoração abundante e oppressão da respiração. Hyosciamus, sendo a tosse secca, mais forte de noite, e so- bretudo na posição deitada, melhorando-se quando o doente endireita-se, com titillação no larynx ou nos bronchios; ou tosse espasmodica, com rubor do rosto e vomito de mucosi- dades. Ignatia, quando a tosse é secca e rouca, com coryza cor- rente, dôr de cabeça e voz fraca; ou tosse curta, como se houvesse penugem ou vapor de enxofre na garganta, aggra- vando se á força de tossir, até ficar abalante e espasmodica; sobretudo nas pessoas que experimentarão grandes afflicções; ou se o estado catarrhal aggravar-se depois da comida, de noi- te depois de estar deitado, e de manhãa depois de levantar-se. — suu — Ipecacuanha, sobretudo nas crianças se estão a ponto de suffocarem-so, para assim dizer, por causa das mucosidades nos bronchios, com estertor mucoso; ou tosse espasmodica, suffocante, com rosto azulado e rijeza convulsiva do corpo; contracção c titillação no larynx, tosse secca ou com expec- toração rara de mucosidades nauseabundas; vontade de vo- mitar c vomito de viscosidades, ou com fluxo de sangue pelo nariz e pela boca. Laciiesis, quando ha: tosse catarrhal com coryza, dores latejantes na cabeça, rijeza da nuca e aflecções pulmonares ; rouquidão continua, com sensação de mucosidades adherentes na garganta; tosse sobretudo de noite, dormindo, na cama, ou cada vez depois de ter dormido, provocada por uma titilla- ção no larynx ou pela mais leve pressão da garganta; aggra- vaçâo da tosse depois da comida, assim como endireilando-se da posição deitada; tossindo, dores na garganta, nos olhos, nos ouvidos e na cabeça. Piiospiiorus, sobretudo quando ha: rouquidão com tosse, febre, e moral tão affectado que o doenlc teme morrer ; voz rouca ou totalmente apagada; sensibilidade dolorosa do larynx ; tosse secca, produzida por uma titillação na garganta, com picadas no larynx, e dôr de excoriação no peito; precisão de tossir rindo, bebendo, lendo em voz alta, ou passeando ao ar livre; ou tosse secca com expectoração de mucosidades viscosas ou sanguinolentas. Piiosphori-acid. , quando ha : grande rouquidão, tosse grossa, produzida por uma titillação na boca do estornado ou na covinha do pescoço; tosse secca de noite, de manhãa com expectoração esbranquiçada ou amarellenta, ou mesmo puriforme; dores pressivas no peito. Sepia, sobretudo conlra : tosse com expectoração abundante de mucosidades, geralmente pútridas ou de um gosto salgado, amarellas, esverdeadas ou puriformes, ou mesmo sanguino- lentas; muitas vezes somente de manhãa ou de noite, com — 345 — estertor mucoso, fraqueza e dôr de excoriação no peito; ou tosse secca, espasmodica, como tosse convulsa, sobretudo de noite na cama, com gritos, suffocações, náuseas, vomituração e vômitos biliosos; mormente em pessoas escrophulosas, affectadas de empigens ou erythemas nas articulações. Silicea, principalmente contra tosse obstinada, com expec toração abundante de mucosidades transparentes oupurifor- mes; ou tosse abalante, violenta, com dôr na garganta e na barriga, ou tosse suffbcante, nocturna. Squilla, sobretudo nos catarrhos chronicos, caracteri- sando-se por secreção abundante de mucosidades esbranqui- çadas e viscosas, expectorando-se, ora facilmente, ora somente com grandes esforços. Stannum, sobretudo quando ha : expectoração abundante de mucosidades esverdeadas ou amarellentas, com gosto adoci- cado ou salgado; tosse secca, violenta, abalante, mormente de noite na cama até meia noite, ou mais forte de manhãa, e ás vezes com vomituração e vomito dos alimentos. Stapiiys, havendo tosse com expectoração de mncosidades amarellentas, viscosas ou puriformes, mormente de noite, com dôr de ulceração no peito, ou mesmo expectoração de sangue. Veratrum, sobretudo se a tosse é profunda, como provindo das ultimas ramificações dos bronchios, ou mesmo da barriga; com puxos, salivação, rosto azulado, emissão involuntária da ourina, dôr violenta no lado, dyspnea e grande fraqueza, ou com picadas junto do annel inguinal, como se uma quebra- dura estivesse para ler lugar. Verbascum, sobretudo nas crianças, quando ha: tosse secca e rouca, manifestando-se de preferencia de noite, durante o somno, sem acordar o doente. Para o resto dos medicamentos apontados e maiores deta- lhes, vide sua pathogenesia. (Comparai também em seus capí- tulos respectivos os artigos: coryza, laryngita, pneumonia, — 346 — PLEURIZ, TÍSICA PULMONAR, ASTHMA, GRIPPE, CRUP, TOSSE CON" VULSA, TOSSE, ROUQUIDÃO.) CATARRHO suffocante. — Vide catarrho bronchico e ASTHMA SUFFOCANTE. CATARRHO do peito.—Vide bronchite. CRUP, ou angina membranosa. — Os melhores medica- mentos são, em geral: acon., spong. e hep., medicamentos que neste caso convém administrar na dose de 6 a 10 glóbu- los, 6a ou 5a attenuação, desfeitos era 6 a 8 onças de água, sendo por colheradas de hora em hora, ou mesmo de meia em meia hora segundo o caso. Aconitum, é sobretudo indicado no período inflammatorio e deve ser continuado emquanto houver: grande sobre-exci- tação dos symptomas nervosos e sangüíneos, calor ardente com sede, tosse secca c curta, respiração curta e accelerada, mas não estrondosa, sibilante, nem imitando a bulha de uma serra em acção. Spongio, pelo contrario é indicado, quando os symptomas acima mencionados cederão á acção de acon., ficando tão somente os indícios característicos de um crup violento, ou quando a moléstia apresenta-se desde o principio debaixo desta fôrma, cora tosse rouca, profunda, retumbante, ou tosse secca, não produzindo senão poucas mucosidades, difliceis de despegar, respiração lenta, estrondosa, sibilante c imitando a bulha de uma serra, ou accessos de suffocação com respiração possivel tâo somente virando a cabeça. Hepar, convém de preferencia, se por acção de spong, a tosse tornou-se mais fácil, parecendo a oppressão da respira- ção depender somente das mucosidades accumuladas nas vias acreas; ou quando desde o principio os syraptoinas do crup estão acompanhados de um estertor mucoso, com tosse humida, e respiração pouco opprimida, e irritação pouco intensa dos systemas nervoso c sangüíneo. Além desses três medicamentos principaes, forão também — 347 — recommendados contra a tosse rouca e profunda que ás vezes precede o crup de muitos dias: cham., chin., cin., dros., hyos., n.-vom., veratr. Contra o crup com estado paralytico dos bofes: tart — Contra a complicação do crup com a asthma de millar : samb. ou mosch. Contra casos desesperados, em que acon., spong. e hep. serião ineflicazes : mosch., phos., ou ainda: cham., cupr., lach. Conlra a laryngite, a rouquidão e as affecções catarrhacs que persistirião depois do crup: hep. ou phos., ou também : arn., bell., carb.-v., dros. Para destruir a disposição ao crup, forão principalmente recommendados: lyc., phos. GRIPPE ou influenza. —■ Os medicamentos que até hoje forão empregados com mais successo contra esta espécie de bronchite são, em geral: acon., ars., bell.. caus., merc, n.-vom., como lambem: arn., bry., camph., chin., ipec, phos., puls., sabad., sen., sil., spig., squill., verat Aconitum, convém sobretudo quando a moléstia se apre- senta com um caracter inflammatorio bem marcado, com pleuriz ou pneumonia, ou havendo somente tosse secca, vio- lenta c abalante, quer com oppressão do peito, ou picadas no mesmo ou nos lados, quer sem ella; assim como havendo affecções rheumalismaes, com catarrho bronchico e dôr na garganta. Arsenicum, quando ha : cephalalgia rheumatismal com dores violentas, coryza corrente com mucosidades corrosivas; ou grande fraqueza com aggravaçâo do estado de noite ou depois da comida; tosse espasmodica com vontade de vomi- tar, ou vomito e expectoração de mucosidades serosas; olhos remelosos ou mesmo inflammados com ulceras na cornea c photophobia excessiva. (Neste ultimo caso, achar-se-ha ás vezes convenientes: bell. ou lach.) — 348 — Belladona, quando a tosse se torna espasmodica, ou quando a palavra, a luz viva, o andar e qualquer movimento aggravão a cephalalgia a ponto de torna-la intolerável; ou se a aflecção dirigir-se nas membranas do cérebro, com grande calor ardente, agitação e inquietação, delírio e convulsões. Causticum, quando ha: dores rheumalismaes nos membros c arripio aggravando-se a cada movimento; dores nas maçãs do roslo e nos queixos; tosse secca, violenta, aggravando-se de noite, com calor pelo corpo todo; sensação de erosão no peito, constipação, anorexia com náuseas, c mesmo vomito dos alimentos. Mercurius, quando ha: dores rheumatismaes na cabeça, no rosto, nos ouvidos, nos dentes e nos membros, com dôr na garganta; symptomas pleuriticos ou pulmonares, com tosse secca, violenta, abalante e incessante, não consentindo pro- nunciar uma palavra; coryza secca ou corrente, fluxo de sangue freqüente pelo nariz; constipação, ou diarrhea mu- cosa ou biliosa, arripio ou calor com grande suor. Nux vom. , quando a tosse é rouca e profunda, com ester- tor mucoso, ou com expectoração espessa; cephalalgia vio- lenta como se o cérebro estivesse pizado, com peso na cabeça e vertigens; dores nas costas; constipação, anorexia, náuseas e vontade de vomitar, com sede ; insomnia, ou somno agitado com sonhos anciosos; picadas ou dôr de erosão no peito. Entre os outros medicamentos, pôde se empregar depois : Arnica, quando a grippe toma um caracter inflammatorio, com pleurodynia, dores rheumalismaes nos membros, cepha- lalgia pressiva, crampoide, e fluxo de sangue pelo nariz ou pela boca. Bryonia, quando ha: dores rheumatismaes nos membros c no peito, não permittindo o menor movimento. Camphora, quando ha: asthma catarrhal com accumula- ção enorme de mucosidades nos bronchios, accessos de suf- focação, e pelle secca e fria. — 349 — China, contra a fraqueza depois da grippe com anorexia o calor sem sede. Ipecacuanha, quando a tosse convulsa está acompanhada de vomituração violenta e de vomito de viscosidades. PnospnoRUS, quando osbronchios c o larynx estão tão irri- tados que a vívacidade da dôr altera a voz e embaraça quasi o fallar. Pijlsatilla , quando a tosse não deixa descanso nem de dia, nem de noite, e cansa sobretudo na posição deitada, com embaraço mucoso das vias digestivas, e evacuações diar- rheicas. Sabadilla, quando ha: coryza corrente, cabeça tolhida, côr do rosto suja; tosse surda com vomito ou com escarro de sangue, manifestando-se sobretudo logo que se deita ; aggravaçâo de todos os symptomas pelo frio, assim como perto do meio dia, e ainda mais perto da noite. Senega, havendo titillação e ardor incessante no larynx e na garganta, com perigo de sufíbeação estando deitado. Silice,!, contra a disposição a^ catarrhos do cérebro depois da grippe. Spigelia, quando a grippe está acompanhada de proso- palgia. Squilla, quando a tosse é grossa desde o principio, com expectoração abundante de mucosidades. Stannum, quando a tosse secca ao principio torna-se grossa, com expectoração abundante, ou quando a grippe ameaça de transformar-se em tisica pituitosa. Veratrum, quando a grippe manifesta se com os sympto- mas de um cólera esporádica, havendo poucos symptomas catarrhaes, porém grande fraqueza. HEMOPTYSIA.—Vide Cap. 22, hemorrhagia pulmonar. INFLUENZA.—Vide grippe. LARYNGITE e tísica laryngea.—Os melhores medica- mentos contra as affecções do larynx são, em geral: acon., lis — 350 — ars., carb.-v., cai>s., dros., hep., lach., merc, pitos., spong., ou lambem : cale, cham., cist, iod., ipec, led., mang., nitr., nitr.-ac, sen., stann. Para a laryngite aguda ou a vngina i.vryngea são quasi sempre convenientes: ncon., hep., spon., ou ainda: cham., dros., lach., merc., ipec, phos., sen. (Comparai também CRUP.) Para a laryngite chrgnkm, ou a tísica laryngea, póde-se empregar de preferencia: ars., cale, carb.-v., caus., cin., phos., ou ainda: dros., hep., iod., kreos., led., mang., nitr.-ac. Para os detalhes, vide a pathogenesia dos medicamentos citados. (Comparai também bronchite, crup, etc.) ROUQUIDÃO e aphonia. — Os medicamentos os mais eflicazes são, em geral: bell., bry., caps., carb.-v., caus., cham., dros., dulc, hep., mang., merc, nalr., n.-vom.,petr., phos., puls., rhus., samb., sil., sulf. Para a rouquidão catarrhal ordinária com ou sem tosse são, principalmente: cham., carb.-v., dulc, mcrc, n.-vom., puls., rhus., samb., sulf, ou ainda : bell., cale, caps., dros., hep., mang., natr., phos., tart. A rouquidão chronica pede de preferencia: carb.-v., caus., hep., mang., petr., phos., sil., sulf, ou também : dros., dulc, rhus. Para a aphoniv completa achar-se-ha muitas vezes de grande utilidade: ant, bell., caus., mcrc, phos., sulf Além disso, a rouquidão depois das morbilias, curar se-ha quasi sempre com: bell., bry., carb.-v., cham., dros., dulc, sulf. A que se manifesta depois do crup, com : hep., phos., ou ainda: bell., carb.-v., dros. Depois às uma bronchite, de um . atarruo nasal, ele, com: carb.-v., caus., dros., mang., phos., rhus., sil,, sulf. A rouquidão que manifrsla-sc depois de um resfriamento. — 351 — com: bell., carb.-v., dulc, sulf, e aggravando-se cada vez que o tempo fica frio e humido, com: carb.-v. ou sulf Comparai também laryngite, crup e tosse, e para os de- talhes, vide bronchite. TÍSICA laryngea. — Vide laryngite. TOSSE. —Não sendo a tosse em todo e qualquer caso senão um symptoma de outra affecção, não ha quasi medicamento nenhum que não possa entrar na collecção dos remédios para empregar. Por isso não pertendemos dar abaixo avisos suf- ficientes para o tratamento deste phenomeno meramente symptomalico; porém, por outra parte, não nos pareceu ocioso enunciar algumas considerações geraes respeito á escolha dos medicamentos, segundo as diversas espécies de tosse que podem caracterisar as affecções de que fazem parle. Assim, póde-se tomar em consideração, contra a tosse catarrhal , em geral: acon., bell., bry., cham., merc, n.-vom., puls., rhus., sulf, ou ainda : arn., ars., cale, caps., caus., chin., cinn., dros., dulc, euphr., hyos., ign., ipec, lach., phos., phos.-ac, sep., sil., spig., squill., stann., staph., veratr., verb. Se a tosse catat.rhal fôr secca, particularmente: acon., bell., bry., caps., cham., cin., hyos., ign., lach., merc, n.-vom., rhus., spong., sulf, ou ainda: bar.-c, hep., dros., lyc, natr.-m., phos. Se ella fôr grossa, com expectoração abundante: cale., dulc, euphr., lyc, phos., puls., sen., sep., sil., stann., sulf, tart, ou também: bry., cann., carb.-v., caus., kal., merc, natr. -m. £2?* Vide também bronchite. Para a tosse nervosa e espasmodica, muitas vezes achar- se-hão indicados: bell., bry., carb.-v., cin., cupr., dros., hep., hyos., ipec, merc, n.-vom., puls., sulf, ou também: ambr., chin., con., fer., iod., lact, nitr.-ac, sil., mgs.-arc. Se esta tosse fôr acompanhada de vomito ou de vomitl- — 352 — rição : bry., carb.-v., dros., fer., ipec, n.-vom., phos.-ac, puls., sep., sulf, tart, veratr. Manifestando-se com accessos de suffocação (tosse suffb- canle): bry., cham., chin., dros., hep., ipec, lach., op., samb., spig., sulf, tart, mgs.-arc. §2^ Para as outras espécies de tosse, vide os artigos: PLEURIZ, rNEUMONIA, HEMOPTYSIA, TOSSE CONVULSA, CRUP, TÍ- SICA pulmonar, etc, e comparai bronchite, grippe, etc. TOSSE CONVULSA (coqueluche). — Os medicamentos que alé hoje forão empregados com mais successo contra esta moléstia são, em geral: acon,, arn., bell., carb.v., cin., cupr., dulc, hep., ipec, merc, n.-vom., puls., veratr. Assim como : bry., cham., con., iod., lach., led., sep., sulf., tart. E em certos casos, também: anae,ars., fer., lach., nitr.-ac, samb. No primeiro período da tosse convulsa, o período irri- tante, os medicamentos com cujo auxilio consegnir-se-ha quasi sempre atalhar a moléstia desde o principio são : acon., carb.-v., dulc, ipec, n.-vom., puls. Aconiti m, é sobretudo indicado quando, desde o principio, a tosse é secca e sibilante, com febre, ou quando as crianças queixão se de dores ardentes no larynx ou nos bronchios. Carbo veg. , quando, apezar do emprego dos medicamen- tos acima apontados: acon., dulc, ipec, n.-vom., puls., a tosse ameaça passar ao segundo periodo, ou quando se ma- nifesta desde o principio como tosse convulsa, apparecendo sobretudo ele noite, ou antes de meia noite, com rubor do pharynx, dôr na garganta engulindo, olhos lagrimosos, ou picadas na cabeça, dores no peito e na garganta; ou havendo erupções na cabeça ou no corpo. Dulcamara, se desde o principio a tosse fôr grossa, com expectoração fácil e rouquidão, e sobretudo havendo-se ma- nifestado depois de um resfriamento. — 353 ~- Ipecacuanua, quando desde o principio a tosse eslá acom- panhada de grande afflicção, com perigo de suffocação e rosto azulado, sobretudo se n.-vom. nâo fora sufliciente contra este estado. Nux vom. , quando a tosse é secca, inanifesiando-se sobre- tudo desde meia noite até de manhãa, com vomito, afflicção, accessos de suffocação e rosto azulado, fluxo de sangue pelo nariz e pela boca. Pulsatilla, se desde o principio houver tosse grossa com vomito de mucosidades ou dos alimentos, ou diarrhea mu- cosa (*). No segundo período da tosse convulsa, o periodo convul- sivo, com vomito e fluxo de sangue pelo nariz c pela boca, os melhores medicamentos são: cin., cupr., dros., veratr., ou ainda : bell., merc. Cina, é sobretudo indicado quando as crianças ficâo to- talmente lezas durante os ataques, e se depois destes ouve-se uma bulha cacarejante descendo pela garganta até á bar- riga. Este medicamento é, demais, quasi especifico nas crianças que tem symptomas verminosos, taes como: puxos freqüentes, prurido no ânus e precisão de esfregar freqüen- temente o nariz ou metter-lhe os dedos. —Em tal caso merc. será também de grande utilidade. Cuprum, quando durante os ataques ha rijeza do corpo, com suspensão da respiração e perda dos sentidos; vomito depois dós accessos; e estertor mucoso no peito fora do tempo dos ataques. (Depois de cupr. será muitas vezes con- veniente veratr.) Drosera, quando, além dos symptomas próprios deste pe- riodo, os ataques são muito violentos, sendo o som sibilante da tosse fortemente marcado; se a febre faltar, ou se estiver sensivelmente desenvolvida, com horripilação e calor, sede (*) Esta substancia foi empregada com muita vantagem para prevenir ou tornar mais branda a invasão da tosse convulsa, na ultima epidemia que hou- ve no Rio de Janeiro. — M.— — 354 — somente depois dos calafrios, suor mais antes quente que fresco, ou não tendo lugar senão de noite, aggravaçâo do estado no descanço, melhoramento pelo movimento. Este medicamento é, demais, sempre preferível se a fôrma da tosse estiver inteiramente desenvolvida, com vomito dos alimentos ou de matérias mucosas, e fluxo de sangue pelo nariz e pela boca. (Depois de dros., ás vezes convém veralr.) Yeratrum, muitas vezes se dros. não fora sufliciente con- tra os accídentes do período convulsivo, ou antes deste me- dicamento, sobretudo se as crianças são muito fracas, com uma espécie de febre lenta, suores frescos mormente na testa; pulso pequeno, accelerado e fraco; grande sede; ou se du- rante os ataques houver emissão de ourina, ou dores no peito e nas virilhas; estado de modorra entre os accessos, com repugnância para o movimento e a conversação; fraqueza da nuca a ponto de não poder soster a cabeça; erupção miliar pelo corpo todo, ou somente no rosto ou nas mãos. A fôrma convulsiva da tosse que acabamos de fallar, com- tudo não se acha sempre totalmente desenvolvida, e muitas vezes encontra-se nas epidemias desta moléstia crianças ata- cadas de uma tosse espasmodica, que não tem todos os symp- tomas característicos da tosse convulsa, ou para melhor dizer, a mesma moléstia (segundo sua essência) apresenta-se debaixo de uma fôrma mais ou menos difterenle da fôrma ordinária. Os medicamentos que em lal caso achar-se-hâo quasi sempre indicados são: bell., biy., iod., merc, sulf, tart. Belladona, é sobretudo indicado havendo affecção cere- bral fortemente marcada, ou quando a tosse se annuncia por uma sensação penivel na região estomacal, com fluxo de san- gue pelo nariz e pela boca, ou mesmo com sugillação no olho; ou havendo outras affecções espasmodicas, taes como : eclampsia, asthma convulsiva, etc—Também quando os ata- ques acabão-se com espirro. Buyonia, se os ataques de uma tosse suffocante sobretudo — 355 — tiverem lugar de noite, assim como de cada vez depois de ler bebido ou comido, com falta de respiração, perda de fôlego n vomito dos alimentos ingeridos. Iodium, quando a tosse é provocada por uma titillação into- lerável nos bronchios, com inspiração ondulante durante os ataques, grande afllicção antes dos accessos, grande cansaço e magreza. Lactuca, quando a tosse é violenta, com vomito depois de cada ataque, sem outro symptoma característico da tosse convulsa. Mercurius, quando a tosse não tem lugar senão de noite, ou tão somente de dia, manifestando-se sempre por dous ataques quasi seguidos, e que são separados dos dous ataques seguintes por intervallos mais dilatados; ou então até mesmo na verdadeira tosse convulsa, quando, vomitando, as crianças botão copiosa quantidade de sangue pelo nariz e pela boca, com suores abundantes de noite e grande susceptibilidade nervosa ; sobretudo nas crianças propensas a affecções ver- minosas ou a convulsões. (Depois de merc. convém muitas vezes, neste ultimo caso, carb.-v.) Sulfur, quando os ataques de tosse estão acompanhados de vomito, não querendo ceder a nenhum dos outros medi- camentos apontados. Tartarus, sobretudo quando os accessos de vomituriçâo estão acompanhados de diarrhea, com grande debilidade e perda das forças vilães, ou quando as crianças lanção a ceia nas primeiras horas depois da meia noite. O período convulsivo da tosse havendo cessado, e achan- do-se a moléstia em sua declinação, os medicamentos que quasi sempre hão de merecer a preferencia contra a tosse. catarrhal que ainda resta, são : arn., carb.-v., dulc, hep., puls. Ar.MCA, é sobretudo indicado quando as crianças chorão muito depois de terem tossido , ou quando os ataques se — 356 — annuncião, ou mesmo quando são provocados pelos grilos e pelo pranto. Carbo veg. , quando ha recahida freqüente da tosse ca- tarrhal em uma tosse convulsiva, ou se, apezar da cessação dos outros symptomas da verdadeira tosse convulsa, os vômitos persistem. Dulcamara, quando a tosse catarrhal está acompanhada de uma expectoração abundante de mucosidades. Hepar, quando a tosse, bem que remittenle, é profunda, crescente, secca e ronca, com vomilurição depois dos ataques e pranto freqüente. Piesatilla, quando ha: tosse grossa com expectoração fácil de mucosidades serosas. Tendo dividido, como acima se vê, a tosse convulsa em seus diversos períodos, indicando os medicamentos os mais convenientes a cada um, devemos comtudo prevenir um erro que se poderia commettcr se se pensasse que nenhum dos medicamentos apontados jamais poderia convir a outro pe- ríodo senão áquelle para o qual o designámos. Todos esses medicamentos lendo muilo maior quantidade de symptomas em sua pathogenesia, que a que acabámos de referir, c a mesma moléstia podendo apresentar tantas differenças di- versas, segundo a compleição do indivíduo enfermo, é mais que possível que muitas vezes achar-se-ha conveniente con- lra a verdadeira tosse convulsa um medicamento que não citámos senão contra seus prodromos, ou mesmo contra uma tosse que tão somente seria semelhante á tosse convulsa. O que dissemos repelidas vezes, tornamos a repeti-lo, que nunca seja o nome da moléstia, mas sim o todo dos symptomas, que faça decidir da escolha. (Comparai demais os artigos : bron- chite, crup, laryngite, tosse, etc, e também a pathoge- nesia dos medicamentos apontados.) — 357 — CAPITULO XXII. MOLÉSTIAS do peito e do CORAÇÃO. ANGINA DE PEITO, ASTHMA CARDÍACA OU SYNCOPTIC A,OU ESTE- nocardia. —Sâo: ars., dig., samb., que forão principalmente recommendados contra esta espécie de asthma que muitas ve- zes acompanha as lesões orgânicas do coração, taes como: aneurisma, hypertrophia, etc.—Em alguns casos, serão tam- bém convenientes: acon., aur., lach., spig. APOPLEXIA PULMONAR.—Víí/eORTHOPNEA PARALYTICA. ASTHMA CARDÍACA.—Vide angina de peito. ASTHMA CATARRHAL ou catarrho suffocante. — Vide ORTHOPNEA PARALYTICA. ASTHMAS de millar e de wigand.—Para a asthma de mil- lar, é samb. que em a maior parte dos casos achar-se-ha quasi especifico.—Quando este medicamento não é suflicien- te, póde-se empregar, segundo as circumstancias: acon., ars., ipec,, lach., mosch. Para a asthma simulada de millar, ou a asthma de wigand, os medicamentos que merecem ser empregados de preferencia são: bell., ipec, samb., ou ainda: ars., bar.-c, cham., chin., coff, cupr., lach., n.-vom., op. £27* Vide para os detalhes: asthma nervosa. ASTHMA NERVOSA ou espasmodica (*). —Os melhores medicamentos são, em geral: acon., ars., bell., bry., cupr., fer., ipec, n.-vom., phos., puls., samb., sulf. (•) O uso de fumar estramonio, engulir fumaça, e outros meios perigosos, tornárão-se necessários por um lougo costume a certos doentes. Devemos lem- brar ãquelles que, graças á alllança da cirurgia com a nova medicina, possui- mos agora meios de modifícar quasi de repente a suffocação que acompanha os ataques de asthma, que serão melhor explicados no epílogo do meu colabo- rador. AC — 358 — Ou ainda : ambr., am.-c, aur., cale, carb.-v., cham., chin., coce, dulc., lach., mosch., op., tart., veratr., zinc Ou também: ant, caus., coff., hyos., ign., kal., lyc, merc, nitr.-ac, n.-mos., sep., sil., stann., stram. Para applacar immediatamente um accesso de asthma, os melhores medicamentos são, segundo as circumstancias: acon., ars., cham., ipec, mosch., op., samb., tart., ou ainda: bell., bry., chin., n.-mos., n.-vom., puls. Para extirpar a disposição á volta desses accessos, empre- gar-se-ha de preferencia: ant., ars., cale, n.-vom., sulf, ou também: am.-c, carb.-v., caus., cupr., fer., graph., kal., lach., lyc, nitr.-ac, phos., sep., sil., stann., zinc. Quanto as causas occasionaes da asthma, se esta depen- der de congestão de sangue no peito, póde-se empregar de preferencia: acon., aur., bell., merc, n.-vom., phos., spong., sulf, ou também: am.-c, cale, carb.-v., cupr., fer., puls. Se fôr ligada a desordens no menstruo: bell., coce, cupr., merc, n.-vom., puls., sulf, ou lambem: acon., phos., sep. Se fôr produzida por accumulação ou encarceração de flatos na barriga (asthma flatulenta): carb.-v., cham., chin., n.-vom., op., phos., sulf., zinc, ou também: ars., caps., hep., natr., verat. Havendo accumulação de mucosidades nos bronchios ou nos bofes (asthma humida, mucosa ou pituitosa) : ars., biy.t cute., chin., cupr., dulc., fer., graph., lach., phos., puls., sen., sep , stann., sulf, ou também: bar.-c, bell., camph., con., hep., ipec, merc, n.-vom., sil., tart., zinc Havendo espasmo pulmonar franco (asthma espasmodica propriamente dita, cãibras de peito, etc.) : bell., coce, cupr.y hyos., lach., mosch., n.-vom., samb., stram., sulf, tart, zinc, ou ainda: ant, ars., biy., caus., fer., kal., lyc, op., sep., stann. Além disso, para a asthma produzida pela inspiração do pó, e sobretudo de certo pó pedregoso, como acontece aos — 359 — esculptores, aos obreiros das pedreiras, etc, póde-se empre- gar de preferencia: cale, hep., sil., sulf, ou também: ars., bell., chin., ipec, n.-vom., phos. Para a asthma produzida pelo vapor do enxofre : puls.; pelos vapores do corre ou do arsênico : merc., hep., ipec., ou ainda: ars., camph., ou cupr. Para a asthma resultada de um resfriamento : acon., bell., bry., dulc, ipec, ou também: ars., cham., chin. Manifestando-se depois de uma emoção moral : acon., cham., coff, ign., n.-vom., puls., verat. Depois de um catarrho supprimido : ars., ipec, n.-vom., ou ainda: camph., carb.-v., chin., lach., puls., samb., tart. Demais, para as affecções asthmaticas das crianças, achar- se-hão muitas vezes úteis: acon., ars., bell., cham., coff, ipec, mosch., n.-mos., n.-vom., op., samb., tart., ou também: camph., chin., cupr., hep., ign., lach., lyc, phos., puls., stram., sulf Nas mulheres hystericas: acon., bell., cham., coff, ign., mosch., n.-mos., n.-vom., puls., stram., ou ainda : asa., aur., caus., con., cupr., ipec, lach., phos., stann., sulf. Nas pessoas idosas : aur., bar.-c, con., lach., op., ou tam- bém : ant., camph., carb.-v., caus., chin., sulf. Finalmente, qualquer que seja o nome que tenha uma ou outra das diversas affecções asthmaticas, guiando-se pelo todo dos symptomas, póde-se empregar de preferencia: Aconitum, principalmente nas pessoas sensíveis, as jovens plethoricas, e que tem uma vida sedentária, sobretudo se os accessos tem lugar depois da mais leve emoção mora), ou quando ha: dyspnea, com impossibilidade de respirar pro- fundamente; inquietação, agitação, calor e suor; ou nas crianças: tosse suffocante, de noite, com voz esganiçada e rouca; constricção espasmodica do larynx e do peito; respi- ração anciosa, curta e diflicil, com boca aberta, grande afflic- ção, com impossibilidade de proferir palavra alguma distinc- — 360 — ta; ou ainda se, nos adultos, a asthma está acompanhada de congestão na cabeça, com vertigens, pulso cheio c freqüente; tosse com expectoração de sangue. Arsenicum, na maior parte das asthmas chronicas ou agu- das, com oppressão da respiração, tosse e accumulação de uma mucosidade espessa no peito, respiração curta, mormente depois da comida ; oppressão ão peito e falta de respiração andando de pressa, subindo, assim como com qualquer movi- mento, até mesmo rindo; constricção do peito e do larynx, e pressão dolorosa no bofe e na boca do estômago, com afllic- ção e accessos de suffocação, augmentados pelo calor do aposento; accessos de abafamento, sobretudo de noite na cama, com respiração arquejante ou sibilante, com a boca aberta, grande afflicção como se estivesse para morrer, e suor frio; remissão dos accessos com a apparição de uma tosse com expectoração raucosa, ou de uma saliva viscosa em fôrma de pequenas vesiculas; renovação dos accessos por um tempo áspero, pelo ar livre e frio, assim como pela mudança de temperatura, e por vestuário quenle e apertado; apparição de grande fraqueza com os accessos; de tempos em tempos dores e ardor no peito. (Nos accessos de asthma aguda, ars. convém muitas vezes depois de ipec, se todavia não fôr indi- cado desde o principio.) Belladona, principalmente nas crianças c nas mulheres de uma compleição irritavel, dispostas aos espasmos; com oppressão da respiração e falta do fôlego, acompanhada de tensão no peito, e de picadas debaixo do sternum; accessos de uma tosse nocturna secca com catarrho, ou de uma tosse humida com expectoração mucosa, depois da comida; respi- ração anciosa, gemente, ora profunda, ora curta e rápida, com a boca aberta, e grandes esforços do peito; constricção do larynx., com perigo de suffocação, apalpando a garganta e virando o pescoço; agitação e pulsação no peito com palpita- Ção do coração; accessos asthmaticos com perda dos senti- — 3(51 — dos, frouxidão de todos os músculos, e evacuação involun- tária de ourina e de escremenlos. Bryonia, mormente quando ha: oppressão ela respiração e falta do fôlego, sobretudo de noite ou perto da manhãa, com colicas latejantes, vontade de obrar, impossibilidade de ficar deitado no lado direito, pressão e tensão pelo peito todo, e sençâo de contracção ao ar frio; tosse freqüente, com dores nos hypocondrios, titillação na garganta, vomito e expectora- ção, primeiramente espumosa, depois mais espessa e viscosa; aggravaçâo da oppressão da respiração fallando e por qualquer movimento; allivio endireitando-se da posição deitada, assim como pela expectoração; de noite, na cama, algumas vezes palpitação do coração com afllicção c pulsação nas fontes; respiração diflicil, gemente e anciosa, cora esforços dos mús- culos abdominaes, e entrecortada de inspirações profundas; por qualquer esforço corporal, respiração lenta e profunda; muitas vezes picadas no peito, mormente respirando e tos- sindo, assim como por qualquer movimento. (Bry. convém muitas vezes depois de ipec nas asthmas agudas.) Cuprum, sobretudo nas crianças ou nas pessoas hystericas, e principalmente depois de um susto, de uma emoção desa- gradável, de um resfriamento c antes da assistência; com constricção espasmodica do peito, soluço, difftculdade de res- pirar e de fallar; respiração rápida, estrondosa e sçemente, com esforços convulsivos dos músculos abdominaes; oppres- são da respiração, sobretudo andando e subindo, com precisão de respirar profundamente, tosse curta e espasmodica, com suffocação ; accessos de suffocação e inspiração sibilante, ten- tando respirar profundamente; estertor no peito como por mucosidades, expectoração de uma mucosidade branca e aquosa, sensação de vácuo e cansaço na boca do estômago, e sensibilidade dolorosa desta parte ao tocar; fervura de sangue com palpitação do coração, rosto vermelho e coberto de um suor quente; aggravaçâo do estado na época da assis- tência. — 362 — Ferrum, quando ha: forte erethismo do systema sangüíneo, oppressão do peito, com movimento quasi imperceptível do thorax inspirando, e ventas muito dilatadas durante a expi- ração; oppressão da respiração, sobretudo de noite na cama, estando deitado de costas, a cabeça baixa, assim como no descanço em geral, por pouco que cubra o peito; melhora- mento descubrindo-se e endireitando o lhorax, como tam- bém por qualquer esforço physico e intellectual; accessos de suffocação de noite na camti, com calor no pescoço e no thorax, emquanto os membros estão frios; constricção cram- poide de peito, augmentada pelo movimento e pelo andar; accessos de tosse espasmodica, com expectoração de uma mucosidade viscosa e transparente; escarros sanguinolentos. Ipecacuanha, quando, nas crianças ou nos adultos, ha: falta de respiração, accessos de suffocação nocturnos, constric- ção crampoide do larynx, estwtor no peito por accumulação de mucosidades; tosse secca e curta , grande afflicção e temor da morte, gritos e agitação; rosto alternadamente vermelho e quente, ou pallido, frio e desfigurado; feições anciosas; náu- seas com suor frio na testa ; respiração anciosa, rápida e ge- mente, ou curta e opprimida como por pó; rijeza letanica do corpo, com rubor azulado do rosto. É sobretudo nos accessos de asthma aguda que ipec. se acha indicado o pri- meiro; esgotada sua acção, empregar-se-ha: ars., bry., ou n.-vom. Nux vomica, respiração curta, ou lenta e sibilante; oppres- são anciosa do peito, sobretudo de noite, de manhãa e depois da comida; constricção espasmodica, sobretudo da parte infe- rior do peito, com perda do fôlego andando, fallando, ao ar frio e por qualquer movimento; orthopnea e accessos de suffo- cação nocturnos, sobretudo depois de meia noite, precedidos por sonhos anciosos, tosse curta, com expectoração diflicil; escarros sanguinolentos; oppressão do vestuário no peito c nos hypocondrios; dureza, dores pressivas e anciã nas regiões — 363 — precordial e hypocondriaca; teusão e pressão no peito; con- gestão junto do peito, com fervura de sangue, calor, ardor e palpitações do coração; grande afllicção e sensação penivel no corpo; allivio do estado asthmatico deitando se de costas, ou no outro lado, assim como endireitando-se, ou estando deitado. Phosphorus, quando ha : respiração estrondosa e arque- jante, dyspnea, oppressão da respiração e do peito, sobretudo de noite ou de manhãa, assim como durante o movimento, ou estando seutado; grande anciã no peito; respiração sibilante, de noite pegando no somno; accessos de suffocação nocturna como por paralysia dos bofes; constricção crampoide do peito; tosse curta com expectoração, ora salgada, ora adocicada, ou mesmo sanguinolenta; picadas ou pressão, peso, plenitude e tensão no peito; congestão de sangue no puto, com sensação de calor que sobe á garganta, e palpitação de coração; com- pleição tísica. Pulsatilla, sobretudo nas crianças, depois da suppressão de uma erupção miliar, assim como nas pessoas hystericas, depois da cessação do menstruo ou por resultado de um resfriamento; com respiração rápida, curta e superficial, ou com estertor; abafamento como pelo vapor do enxofre; oppres- são do peito, falta de respiração e accessos de suffocação, com afflicção mortal, palpitações de coração, e constricção espasmo- dica do larynx e do peito; sobretudo de noite, estando deitado horizontalmente; augmento das dores asthmaticas pelo mo- vimento, assim como subindo e passeando ao ar livre ; tosse curta, arquejante, com abafamento, ou com expectoração mucosa abundante, ou com escarros sanguinolentos ; tensão crampoide, sensação de plenitude e pressão no peito, com calor interior e fervura de sangue; picadas no peito e nos lados. Sambucus, sobretudo nas crianças, e principalmente quando ha: respiração sibilante e rápida; oppressão do peilo, com pressão no estômago e náuseas; pressão no peito como por — 364 — um peso, com anciã e perigo de suffocação; abafamento estan- do deitado; accessos de suffocação nocturnos, com constricção espasmodica do peito, acordar sobresaltado e gritos; grande anciã; tremor do corpo; mãos e rosto inchados e azulados, com calor do corpo todo, estertor mucoso no peito e impos- sibilidade de proferir palavra alguma em voz alta; somno doentio, com boca e olhos semi-abertos; accessos de tosse suffocante com gritos. Sulfur, sobretudo contra dores asthmaticas chronicas, com dyspnea por oppressão não dolorosa do peito ; suffocação freqüente de dia, mesmo fallando; respiração curta passeando ao ar livre; silvo, estertor mucoso, ronco no peito; oppressão da respiração e accessos de suffocação, principalmente de noite; plenitude e sensação de cansaço no peito; pressão no peito como por um peso, depois de ter comido, por pouco que seja; ardor no peito, com congestão de sangue e palpitação de co- ração ; tosse suffocante, com constricção crampoide do peito e vomiturição; expectoração mucosa, branca e diflicil, ou abun- dante e amarellenta; escarros sanguinolentos ; espasmos do peito, com aperto e dores no sternum, rubor azulado do rosto, respiração curta, e impossibilidade de fallar. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se empre- gar depois: Ambra, sobretudo nas crianças e nos indivíduos escropha- losos, com respiração curta e opprimida; accessos de tosse espasmodica, com expectoração mucosa, silvo nas vias respi ratorias, pressão no peito. Ammonium, contra dores asthmaticas chronicas, sobretudo quando a estas se une um estado hydropico de peito, com respiração curta, sobretudo subindo, oppressão da respiração com palpitação do coração depois do menor esforço corpo- ral, congestão no peito e sensação de peso no thorax. Aurum, quando ha: congestão no peito, com grande op- pressão da respiração, e precisão de respirar profundamente, — 365 — sobretudo de noite e passeando ao ar livre; accessos de suffo- cação com constricção espasmodica do peito, palpitação violenta do coração, rubor azulado do rosto, e queda com perda dos sentidos. Calcarea, sobretudo contra dores asthmaticas chronicas com oppressão da respiração e tensão no peito, como por congestão de sangue, alliviada esquivando os hombros; pre- cisão de respirar profundamente, e sensação como se a respi- ração se detivesse entre as omoplatas; escandescencia abai- xando-se, tosse secca freqüente, manifestando-se sobretudo de noite. Carbo veg. , principalmente contra a asthma espasmodica flatulenta, assim como em dores asthmaticas chronicas por um estado hydropico do peito, com oppressão da respiração; ple- nitude e aperto ancioso do peito, respiração diflicil e curta, sobretudo andando; pressão e sensação de cansaço no peito; accessos freqüentes de uma tosse espasmodica. Chamomilla, sobretudo nas crianças, ou quando ha : acces- sos de suffocação, respiração curta e anciosa, inchação da boca do estômago e da região hypocondriaca, com agitação, gritos, e tracção das coxas; accessos de asthma depois de uma có- lera, ou de um resfriamento. China, contra:1 dyspnea e oppressão, com impossibilidade de respirar estando deitado com a cabeça baixa ; silvo no peito respirando; tosse espasmodica e accessos de suffocação nocturna, como por accumulação de mucosidades no larynx, com expectoração diflicil de uma mucosidade rala e espessa ; pressão no peito, como por congestão de sangue, e palpitação violenta do coração; perda rápida das forças; escarros san- guinolentos. Coculus, sobretudo nas mulheres hystericas, ou quando ha : congestão de sangue no peito, com dyspnea, como por constricção do larynx; tosse importuna por oppressão do peito, sobretudo de noite; constricção espasmodica do peito, princi- 47 — 366 — palmente de um lado só; pressão no peito, e fervura de san- gue com anciã e palpitações de coração ; sensação de cansaço e de vácuo no peito. Dulcamara, um dos principaes remédios na asthma humi- da, assim como nos accessos asthmaticos agudos por resul- tado de um resfriamento. Laciiesis, sobretudo nas pessoas affectadas de hydro- thorax, ou quando ha : respiração curta, depois de ter comido, andando e depois de um esforço dos braços; oppressão da respiração, dyspnea e oppressão do peito, augmentadas depois da comida; accessos de suffocação estando deitado, assim como tocando na garganta; constricção crampoide do peito, que obriga a deixar a cama e a ficar sentado com o corpo incli- nado para adiante; respiração lenta e sibilante; precisão de respirar profundamente, sobretudo estando sentado. Moschus, sobretudo nas pessoas hysterieas e nas crianças, ou quando ha : oppressão da respiração e accessos de suffocação como pelo vapor do enxofre, principiando por uma precisão de tossir; e aggravando-se depois até levar ao desespero, constricção espasmodica do larynx e do peito, sobretudo ao frio. Opium, quando ha : congestão no peilo, ou espasmos pul- monares, com respiração profunda, estrondosa, com estertor; oppressão da respiração, c suffocação com grande anciã, ten- são, e constricção espasmodica no peito ; accessos de suffocação durante o somno como accessos de pesadelo; tosse suffocante com rubor azulado do rosto. Ipongia, quando ha: oppressão como por uma rolha no larynx; respiração sibilante, ou lenta e profunda como por fraqueza ; estertor mucoso; falta de respiração e accessos de suffocação depois de qualquer movimento, com cansaço, con- gestão de sangue no peito e na cabeça, anciã c rosto quente; accessos asthmaticos por resultado de uma papeira. Stannum, quando ha : oppressão da respiração e suffocação, — 367 — sobretudo de noite, estando deitado, assim como de dia por qualquer movimento; e muitas vezes com anciã e precisão de soltar o vestuário; oppressão e estertor mucoso no peito; tosse com expectoração abundante de uma mucosidade ordina- mente viscosa e grumosa, ou rala e aquosa, ou amarellentae salgada, ou adocicada. Tartarus, sobretudo nos velhos, assim como nas crianças, ou quando ha : oppressão anciosa, dyspnea e respiração curta com precisão de sentar-se; abafamento e accessos de suffocação, sobretudo de noite, ou de manhãa na cama; accumulação de mucosidades com estertor no peito; tosse suffocante, ou con- gestão de sangue no peito c palpitação de coração. Veratrum, muitas vezes depois da acção de chin., ars., ipec, sobretudo quando ha: accessos de suffocação, mesmo endireitando-se, ou durante o movimento; dores no lado; tosse profunda; suores frios, ou extremidades e rosto frio. Zincum, contra: oppressão da respiração e oppressão pres- siva do peito, sobretudo de noite ; respiração curta depois da comida, por accumulação de flatos ; augmentação das dores asthmaticas quando a expectoração pára ; melhoramento quando cila se restabelece. Para o resto dos medicamentos apontados, consultai a pathogenesia dos medicamentos, e comparai também: con- gestão de sangue no peito; catarrho bronchico, tísica. ASTHMA THYMICA de kopp.—Em geral forão recom- mendados contra esta moléstia: acon., bell., con., hep., ipec, merc., sen., spong., tart., verat, ou ainda : am.-c, lach., phos., zinc. Contra os prodromos em particular, recommendou-se: acon., hep., ipec, sen., spong., tart. Contra a tosse : bell., con., hep., merc, veratr. CÃIBRAS no peito. — Vide asthma nervosa e espasmo- dica. CARDITE e outras affecções do coração.—Os melhores — 368 — medicamentos contra as affecções do coração são, cm geral: acon., ars., aur., cann., caus., dig., lach., phos., puls., spig., spong., sulf, ou também : ambr., asa., bell., con., hyos.-, kreos., natr., natr.-m., n.-mos., n.-vom., rhus. ViPfR\ coralina, é indicada quando a circulação é inter- rompida de repente com violentissimas dores, e quando este phenomeno não se limita unicamente ao coração, mas tam- bém parece ter lugar na aorta abdominal, com refluxo da eolumna sangüínea c desfallecimento. Para a cardite, póde-se empregar de preferencia: acon., bry., cann., caus., lach., puls., ou também: ai's., coce, spig. Para o rheumatismo agudo do coração : acon., caus., lach., ou ainda: ars., bry., puls., spig. Para os aneurismvs: carb.-v., lach., lyc, ou lambem: cale , caus., graph., guai., puls., rhus., spig., ou ainda: ambr., arn., ars., fer., natr.-m., zinc Para a hyperthrophia: ars., iod., phos., spong. Para os polypos: lach., ou cale, staph. Para as palpitações de coração, achar-se-hão muitas vezes convenientes: acon., ars., aso., aur., bell., cham., chin., coce, coff, fer., lach., n.-vom., op., phos., puls., sulf, verat. Crotalus, é especialmente indicado quando as palpitações parecem ter lugar verticalmente de alto para baixo e vice- versa, quando ha sensação de ferida interna e suor copioso do peito. Para as palpitações por congestão de sangue, ou por ple- thora, são principalmente: acon., aur., bell., coff., fer., lach., n. -vom., op., phos., sulf. Nas pessoas nervosas, nas mulheres hystericas,etc. : asa., cham., coce, coff, lach., n.-vom., puls., veratr. Depois de emoções moraes: acon., cham., coff,, ign., n.-vom., op., veratr.—Depois de uma contrariedade : acon., cham., ign., n.-vom. — 369 — Depois de um susto : op., ou coff.—Depois de uma alegria súbita : coff. — Depois de um grande medo ou afflicção : verat. Depois de perdas debilitantes : chin., ou ainda : n.-vom., phos.-ac, sulf.—Depois da repercussão de uma erupção, de antigas ulceras, etc. : ars., caus., lach., sulf. CATARRHO bronchico e pulmonar.—Vide Cap. 21. CATARRHO suffocante. — Vide catarrho bronchico, asthma nervosa e orthopnea paralytica. CONGESTÃO no peito. — Os melhores medicamentos são, em geral: aeon., aur., bell., chin., merc, n.-vom., phos., spon., sulf. Aconitum, é sobretudo indicado quando ha : forte oppres- são com palpitação de coração, respiração curta, ancia, tosse curta, secca e que perturba o somno; grande calor e sede. Aurum, quando ha : grande ancia, com palpitação de co- ração, oppressão ou mesmo accessos de suffocação com sen- sação de constricção do peito, queda, perda dos sentidos e côr azulada do rosto. Belladona, quando ha : grande inquietação com pulsação no peito, palpitações de coração que correspondem até na cabeça; oppressão, dyspnea e respiração curta; tosse curta que perturba o somno, calor interno e sede. China, sobretudo depois de perdas debilitantes, com palpi- tação de coração; dyspnea e forte oppressão, com grande ancia; ou respiração impossível estando deitado com a cabeça baixa. Mercurius, quando ha: oppressão anciosa e dyspnea com precisão de respirar profundamente; calor e ardor no peito, palpitação de coração e tosse com expectoração de sangue. Nux vom. , quando ha: calor e ardor no peito, sobretudo de noite, com agitação, ancia e insomnia; ou pressão tensiva como por um peso, sobretudo ao ar livre, com dyspnea e oppressão do vestuário no peito. — 370 — Phosphorus, quando ha : forte oppressão, com peso, pleni- tude a tensão no peito; palpitação de coração, ancia e sen- sação de calor que sobe á garganta. Spongia, quando ha: fervura de sangue no peito, depois do menor esforço e do menor movimento, com suffocação, ancia, náuseas e fraqueza até o desfallecimento. Sulfur. , fervura de sangue no peito, com indisposição, desfallecimento, tremor dos braços, palpitação de coração, peso, plenitude e pressão no peito como por um peso, sobre- tudo tossindo; respiração opprimida, sobretudo de noite, estando deitado. flp^* Comparai também asthma. CORAÇÃO (moléstias do). — Vide cardite. CYANOSIS.—Nosannaes clínicos dahomoeopathia acha-se tão somente uma única observação de um caso de cyanosis curado por dig.—Lach. também foi recommendado. Porém para nenhum desses dous medicamentos especificou-se de uma maneira satisfactoria as espécies de cyanosis em que seria mister lançar mão dclles. HEMORRHAGIA pulmonar e hemoptysia.—Os melhores medicamentos contra as diversas espécies de escarro de san- gue são, em geral: acon., arn., ars., bell., carb.-v., chin.* crotal., dulc, fer., hyos,, ign., ipec, n.-vom., op., puls., rhus., sulf, ou ainda: am.-c, bry., coce, coff., con., croc, cupr., kal., kreos., lach., led., lyc, mill., nitr.-ac, sep., sulf-ac Se, tossindo, o sangue não fôr expectorado senão em pe- quena quantidade (hemoptysia) , empregar-se-ha : arn., bell., bry., carb.-v., chin., dulc, lach., merc, puls., rhus., sil., staph., sulf, ou ainda: am.-c, ars., bry., con., cupr., kal., led., lyc, nitr.-ac, sep., sulf-ac. Porém, se pelo contrario o sangue sahe em abundância (hemorrhagia pulmonar), os medicamentos mais convenien- tes para empregar são: acon., arn., bell., carb.-v., chin., — 371 — dulc, fer., hyos., ipec, n.-vom., op., puls., rhus., ou tam bem : ars., croc, ign., led., mill., sulf, sulf-ac Nos casos os mais graves e de um perigo immínente, dar se-ha com successo: acon., chin., ipec, op. Contra as dores que persistissem depois de uma hemor- rhagia pulmonar, achar-se-hão convenientes: carb.-v., chin., ou também: ars., coff., ign., sulf. Para prevenir as recahidas, empregar-se-ha : ars., n.-vom., sulf, administrados alternadamente em uma sò dose, e com longos intervallos (*). Em geral, póde-se empregar com preferencia: Aconitum, se já antes da hemorrhagia houver: fervura de sangue no peito, com sensação de plenitude e dôr ardente; palpitação de coração, ancia c agitação, aggravando-se estan- do deitado, rosto pallido com feições que exprimem a afllic- ção, expectoração abundante de sangue por intervallos, pro- vocada não por uma tosse forte, mas somente por uma leve tossiculação. (Depois de acon., convém as vezes: ars., ou ipec.) Arnica, se a hemorrhagia pulmonar fôr o resultado de uma lesão mecânica, de uma queda, de uma pancada no peito ou nas costas, etc, ou quando ha : expectoração fácil de um sangue negro coalhado, com dyspnea, picadas, ardor e con- tração no peito, palpitação de coração, grande calor pelo corpo todo, e accessos de desfallecimento, ou enlão: expec- toração de um sangue vermelho raro, espumoso e misturado de postas e de mucosidades, com tosse e tossiculação; titula- ção debaixo do sternum; picadas na cabeça, tossindo, e dôr de fractura nas costellas. (Em os casos de hemorrhagia trau- mática, será muitas vezes acertado fazer preceder arn., por uma dose de acon., ou mesmo de o fazer alternar com este medicamento segundo as circumstancias.) (*) Os bons effeitos do ar comprimido no quarto pneumatico hão de ser mmedlatamente sensíveis nos casos de hemoptise, tanto aguda, como chro- nica. {Vide depois artigo tisica.) — 372 — Arsenicum, muitas vezes no caso em que acon. pareceria indicado sem comtudo ser sufliciente, e sobretudo quando ha : grande ancia, com palpitação de coração, insomnia, calor secco, ardente, e precisão de deixar a cama ; ou depois da acção de chin., arn., fer., nas hemorrhagias violentas; ou também depois de hyos. , na hemoptysia dos bêbados. (De- pois de ars., ás vezes convém : ipec., n.-vom., ou sulf., sobre- tudo nas hemoptysias chronicas.) Belladona, quando ha: titillação continua na garganta com precisão de tossir, e aggravaçâo da hemorrhagia pela tosse; sensação como se o peito estivesse obstruído de san- gue, com dores pressivas ou latejantes, aggravando-se pelo movimento. Carbo veg., quando ha: grande dôr ardente no peito, continuando mesmo depois da hemorrhagia; sobretudo nas pessoas sensíveis a todas as mudança de tempo, ou que fize- râo abuso do mercúrio. China, se a expectoração de sangue tiver lugar por uma tosse violenta que dantes era profunda, secca e dolorosa, com gosto de sangue na boca, sobretudo se ao mesmo tempo hou- ver arripio, alternando com calor passageiro; grande fraqueza com precisão continua de estar deitado, suores passageiros, tremor, escurecimento da vista, ou cabeça tolhida ; ou se o doente já tiver perdido muito sangue, e se tornar pallido e frio, com accessos de desfallecimento, e estremecimentos convulsivos das mãos e dos músculos do rosto. (Depois de chin., convém muitas vezes, sobretudo neste ultimo caso, fer. ou arn., ou mesmo ars.) Dulcamara, quando ha : titillação continua no larynx, com precisão de tossir; expectoração de um sangue vermelho claro, com aggravaçâo nos descanço ; sobretudo se a hemor- rhagia fôr o resultado de um resfriamento, ou se existir desde muito tempo uma tosse forte. Ferrum, se a expectoração tiver lugar por uma leve tossi- — 373 — culação, sendo o sangue pouco abundante, vermelho claro e completamente puro, com dores entre os omoplatas, dyspnea, sobretudo de noite, impossibilidade de ficar sentado, melho- ramento dando-se movimento, porém comtudo com precisão freqüente de deitar-se, e grande cansaço, sobretudo depois de ter fallado. (Convém sobretudo ás pessoas magras com côr do rosto amarellenla c o somno de noite perturbado; ou depois de chin., nos casos graves.) Hyosciamus, se a expectoração de sangue fôr precedida de uma tosse secca que manifesta-se sobretudo de noite, e não deixa estar deitado ; com acordar freqüente sobresaltado; ou nos bêbados, sobretudo se op. ou n.-vom. não forem suf- ficientes em tal caso. (Neste mesmo caso, ars. ás vezes será lambem conveniente, depois de hyos.) Ignatia, sobretudo se, depois da cura da hemorrhagia, o doente estiver ainda fraco, com gênio iracundo c humor melancólico. Ipecacuanha, muitas vezes depois de acon., se depois da acção salutifera deste medicamento ficar ainda: gosto de sangue na boca, tossiculação freqüente com expectoração de mucosidades estriadas de sangue, náuseas e fraqueza; ou então depois de ars., se a acção salutifera deste medicamento não continuar e houver nova aggravaçâo. Nux vom. , muitas vezes depois de ipec ou ars., ou (sobre- tudo nos bêbados), depois de op., e em geral, quando ha : titillação excessiva no peito, com tosse que cansa, principal mente a cabeça; aggravaçâo do estado perto da manhãa, mormente nas pessoas de um gênio vivo e colérico, ou se a hemorrhagia se manifestar por resultado de um fluxo hemor- rhoidal supprimido, de uma cólera ou de um resfriamento. (Neste ultimo caso sulf. será muitas vezes conveniente de- pois de n.-vom.; nos bêbados, pelo contrario, será hyos., ou ars.) Opiim, muitas vezes nos casos os mais graves, sobretudo 48 — 374 — nas pessoas dadas ás bebidas espirituosas, ou quando ha: expectoração de um sangue espesso e espumoso ; aggravaçâo da tosse depois de ter engulido; suffocação ou dyspnea e aíflicção; ardor no coração, tremor dos braços, e as vezes mesmo voz fraca ; somno e sobresaltos anciosos; frio, sobre- tudo nas extremidades, ou calor mormente no peito e no tronco. (Depois de op., convém muitas vezes n.-vom.) Pulsatilla, sobretudo em casos obstinados, com expecto- ração de um sangue negro e coalhado; ancia e arripio, so- bretudo de noite; sensação de uma grande fraqueza, dores na parte inferior do peito; sensação de insipidez ou de mol- leza no eslomago, sobretudo em pessoas timidas, phlegma- ticas e dispostas ás lagrimas, ou se a hemorrhagia se mani- festar por resultado de suppressão do menstruo. (Neste ultimo caso será também ás vezes de grande utilidade coce) Rhus, se o sangue fôr vermelho-claro, com aggravaçâo da hemorrhagia por qualquer contrariedade, ou pela menor emoção moral; humor iracundo, gênio inquieto, timorato; titillação ou comichâo marcada no peito. Sulfur, muitas vezes depois de n.-vom., sobretudo nas pessoas sujeitas ás hemorrhoidas, ou depois de ars., para pre- venir as recahidas. Vipera coralina, quando ha: expectoração de postas de sangue preto, com sensação de arrancamento, ora na região do coração, ora na parte superior do bofe direito, ou outras partes do peito. HYDROTHORAX. — Os medicamentos que merecem ser empregados de preferencia são: am.-c, ars., bry., carb.-v., dig., hell., kal., lach., merc, spig., ou ainda: aur., colch., dulc, lyc, sen., squill., stann. ORTHOPNEA paralytica, catarrho suffocante ou para- lysia dos bofes.—Os melhores medicamentos são: ars., carb.-v., chin., ipec, lach., op., ou também: bar.-c, camph., graph., puls., samb., tart, vip.-cor. — 375 — Se a affecção depender de uma causa catarrhal (asthma catarrhal) com accumulação de mucosidades nos bronchios, administrar-se-ha muitas vezes com successo: ars., camph., chin., tart, ou ainda: carb.-v., graph., puls., samb. Se, pelo contrario, ella depender de um estado paralytico dos nervos do peito, póde-se empregar de preferencia: bar.-c, graph., lach., arb., ou também: ars., aur., cap.-v., chin.. vip., cor. Nas crianças, os medicamentos os mais convenientes são: ipec, samb., tart Nas pessoas idosas: bar.-c, lach., op., ou ainda: ars., aur., bar.-c, carb.-v., chin., con. @27^ Comparai também asthm,_. PLEURIZ.—O medicamento principal contra esta molés- tia é acon., e, na maior parte dos casos, elle só será sufliciente para cura-la inteiramente, sobretudo administrando-o na dose de alguns glóbulos (i8a, 24% ou 3oa) desfeitos em oito onças de água, e tomados por colheres de três em três horas, até haver diminuição evidente dos symptomas febris, mor- mente da sede e do calor, e tornar-se a tosse algum tanto humida. Se depois da diminuição dos symptomas febris ainda ficarem dores assaz vivas no lado, e se a cura não quizer adiantar-se, administrar-se-ha com grande successo bry. na dose de três glóbulos (12a ou 3oa) em uma colher de chá de água, deixando obrar esta dose sem repeti-la, só se uma nova aggravaçâo ao cabo de 36, 48, 72 horas, exigir nova dose. Finalmente, achando-se a dôr totalmente desvanecida de- baixo da influencia de bry., porém sendo o lado ainda sensivel á impressão do ar e aos movimentos, ainda que o doente possa novamente entregar-se a suas occupações, será sulf. que na maior parte dos casos fará desapparecer os últimos vestigios da moléstia. Em alguns casos os mais complicados em que acon,, bry., — 376 — sulf. não fossem suflicientes, empregar-se-ha também com successo: chin., kal., lach., n.-vom., squill., e ainda: arn., gran., vip., cor. Vide lambem pneumonia e pleurodynia. PLEURODYNIA.—O medicamento principal contra esta affecção rheumatismal é arn., e, na maior parte dos casos, será sufliciente administrar uma só dose para obter a cura completa. Se comtudo se ofterecesscm casos em que arn. fosse insufíiciente, serião bry., n.-vom., ou puls. que merecerião a preferencia. — Ran,, sabad. também serão ás vezes de gran- de utilidade. — Quando ha pressão: amb., carb.-v., euphorb., sulph. — Se ha tensão: euphorb., bod., lyc, merc, oleand., rhus., sulf Vide também rheumatismo, Cap. i°. PNEUMONIA.—Os melhores medicamentos são, em geral: acon., bry., cann., chin., phos., rhus., squill., sulf, ou ainda: bell., lach., merc, puls., sen., sulf, e também: ars., bell., canth., nitr., n.-vom., op., phos.-ac, sabad., sep., tart., verat. No primliro período da pneumonia, período da esplenisa- ção, o medicamento principal é acon. que deve ser adminis- trado como é dito no artigo pleuriz, até que os symplomas febris, e sobretudo a sede e o calor, tenhão diminuído de uma maneira sensivel. Tendo a febre assim diminuído debaixo da influencia de acon., o melhor medicamento a empregar será bry., e, em a maior parte dos casos, administrar-se-ha igualmente este medicamento em uma solução aquosa, continuando-o até que a respiração se torne mais livre, e que os escarros adqui- râo melhor aspecto. Finalmente, estando o doente restabelecido pela acção de bry., a ponto de poder dar-se a seus negócios, se ainda ficar nos bofes dôr, com oppressão e tosse, empregar-se-ha muitas — 377 — vezes com successo: phos., sulf, ou ainda: chin., lach., lyc, sil. No caso que a pneumonia já tiver chegado ao seu segundo gráo, a hepvtisação vermelha, antes que tenha sido possível emprehender o curativo, acon. c bry. muitas vezes ainda prestarião grandes serviços; porém o medicamento princi- pal nesta época é sulf., administrado na dose de 3 a 6 gló- bulos (tintura alcoólica) desfeitos em oito onças de água, e tomados por colheres de trcs em três horas. Muitas vezes neste período serão também de grande utili- dade : lach., lyc, phos., e cm muitos casos será conveniente, depois da acção de sulf, ter recurso a qualquer destes medi- camentos, administrado em uma só dose de 3 a 4 glóbulos, em uma colher de chá de água, e cuja acção deixar-se-ha esgotar sem repeti-la. Para a pneumonia dita adynamica (pneumonia notha), tal como enconlra-se ás vezes nas pessoas idosas, com tendência a degenerar cm paralysia do bofe, o medicamento a empre- gar em primeiro lugar é acon.; porém logo que depois da administração deste medicamento ha nova aggravaçâo, cum- pre lançar mão de merc. Se merc. tiver sido eflicaz, sem comtudo ser inteiramente sufliciente, bell. será muitas vezes o medicamento mais con- veniente, se houver ainda uma constricção espasmodica no peito, com tossiculação secca; ou cham., se a respiração fôr sibililante. Depois de cham., convém muitas vezes n.-vom. No caso que merc não produzisse mudança alguma, o medicamento mais conveniente seria ipec., sobretudo se a respiração fôr anciosa e rápida; ou verat., se as extremidades se tornão frias, com constricção do peito e grande afllicção, ou ainda ars., se o doente ficar cada vez mais fraco, com accessos de suffocação. Para a pneumonia typhoide, o medicamenlo a empregar em primeiro lugar é op., depois do qual ás vezes convém arn. — 378 — Se depois do emprego destes dous medicamentos não hou- ver ainda mudança alguma, verat. (2 a 3 doses) será muitas vezes de grande utilidade, ou então ars., sobretudo se a fra- queza e o estertor augmentarcm. Muitas vezes serão também úteis: bry. e rhus., ou ipec e ars., ouverat ears., administrados alternadamcnle. Se as melhoras tiverem lugar sem comtudo serem durá- veis, sulf. será um bom meio intercorrcnle, depois do qual poder-se-ha muitas vezes voltar com grande successo ao dos medicamentos precedentes que se houver mostrado mais efficaz. Se houver decubitus ou esfoladura por estar a muito tempo deitado, e se estas feridas se tornarem gangrenosas; chin., ou ars., serão os melhores medicamentos a consultar. Manifestando-se ura escurecimento da vista, cumpre empre- gar de preferencia bell. ; e se as forças diminuírem cada vez mais, natr.-m. será as vezes de grande utilidade. Finalmente, quanto aos resultados das pneumonias, se se declararem symptomas de uma tísica em principio, ou se a pneumonia ameaçar de tornar-se chronica, sobretudo quando ha motivos de suspeitar a existência de tuberculos, os melho- res medicamentos serão: sulf, ou ainda: am.-c, lach., lyc, phos., ou também: ars., cale, hep., kal., nitr., nitr.-ac, stann., sulf.-ae Havendo expectoração purulenta depois de uma pneumo- nia; chin., fer., hep., lach., lyc, merc, sulf, ou ainda: dros., dulc, laur., led., puls., ou lambem : bell., hyos., phos.-ac Além dos medicamentos que acabamos de apontar contra as diversas espécies de pneumonia, póde-se algumas vezes empregar ainda: Arnica, se a pneumonia fôr o resultado de uma lesão mecânica. Arsemcüm, se uma expectoração fétida e de um verde sujo — 379 — fizer recear a gangrena do bofe, e se chin. ou lach. não fo- rem suflicientes contra este estado. Cannabis, se a primeira fòr ligada a moléstias do coração e dos grandes vasos sangüíneos, e se houver, além dos symp- tomas da pneumonia, vômitos esverdeados e delírio. Capsicum, se houver ao mesmo tempo bronchite, mor- mente nas pessoas phlegmaticas, pesadas, e der um gênio resentido. China, se anteriormente o doente tiver perdido muito san- gue, quer por evacuações sangüíneas, quer por hemorrhagias pulmonares, excessivas; ou se houver symptomas biliosos, ou prodromos de uma gangrena dos bofes. Mercurius, um dos principaes medicamentos se a pneu- monia fôr complicada com bronchite, sobretudo nas pessoas dispostas aos fluxos mucosos, ou se houver expectoração abundante de mucosidades viscosas, sanguinolentas. Nux vom., se ao mesmo tempo houver catarrho bronchico, ou se a pneumonia se manifestar nos bêbados ou nas pessoas sujeitas ás hemorrhoidas. Phosphorus, muitas vezes depois de n.-vom.; nos casos em que a pneumonia fôr acompanhada de um catarrho bron- chico com tosse secca, ou nas pneumonias que se manifes- tarem durante tísicas tuberculosas. (Neste ultimo caso, kal. e lyc. serão muitas vezes úteis.) Pulsatilla, se a pneumonia se declarar durante as mor- bilias, ou depois de um catarrho bronchico obstinado, ou ainda por resultado da suppressão do menstruo. Squilla, se a pneumonia fôr acompanhada de symptomas gástricos, ou se tiver sido tratado com evacuações sangüí- neas, e se neste ultimo caso chin. não fora sufliciente; ouse desde o principio houver expectoração abundante de muco- sidades. ESPASMOS pulmonares.—Vide asthma nervosa e espas- modica. — 380 — TÍSICA pulmonar (*).—Os melhores medicamentos são, cm geral: ars., cale, carb.-v., chin., dulc, fer., hep., kal., lach., lyc, merc, nilr.-ae, phos., samb., sep., sil., stann., sulf, ou ainda : am.-c, arn., bell., bry., dros., guai., hyos., iod., kreos., laur., led., natr.-m., nitr., n.-mos., puls., sen., zinc Para a tísica aguda, tal como as vezes manifesta-se depois de uma pneumonia violenta e mal curada, ou depois de fortes hemorrhagias pulmonares, achar-se-ha muitas vezes de gran- de utilidade: chin., fer., hep., lach., lyc, merc, sulf., ou também: dros., dulc, laur., led., puls. {*) O desenvolvimento da ptalnlsicn pulmonar, sendo um dos mais terrí- veis eíTeitos de psora interna, é a enfermidade que mais precisa de um trata- mento prophylactico, sem o qual os esforços da arte serião baldados as mais das vezes. Não precisa dissimular que a atmosphera desta terra, cheia de prin- cípios medicinaesquea natureza mesma aprompta nas immensas florestas vir- gens, comporta difllcilmentea cura desta cruel enfermidade, quando uma vez ella se desenvolveu pela influencia reunida do clima e do vírus psoríco. Por isso tanto mais devemos lembrar aos pais de famiiia o emprego prophylactico dos medicamentos dynamlsados , ajudado pelo uso dos meios bygienicos con- venientes. Lembraremos tombem que a affecção tuberculosa dos bofes se exaspera as mais das vezes ao ar mais rarefeilo das serras, e se accommoda melhor com o ar dos valies, e principalmente daquelle que se respira á superfície do Oceano nas viagens marítimas. Lembramos também que propuzemos, num caso deses- perado, a creação de uma atmosphera artificial n'um quarto pneumatlco, como o unico meio que podia dar ai ?um vislumb_e de esperança no 2° ao 3° período da doença. O tempo, as reflexões, a mesma discussão tem confirmado a nossa primeira idéa, e e:nfim viemos a saber que já ella foi realizada com muito pro- veito em França, tanto em Paris, como em Montpeüier. Doenças desesperadas de peito e de coração forão curad.is por este meio. Cantores tem recuperado a voz perdida desde muito tempo; paralylieo?, o movimento dos membros, etc, Somos então autorisados a crer que, graças â homocopathia, a phthislca pulmonar serã daqui a poucos annos uma doença quasi desconhecida nesta corte, e que se a força dos prejuízos e a opposição dos nossos adversários não consentem a extensão universal deste meio, ao menos a respiração do ar com- primida no quarto pneumatíco ha de auxiliar tão effieazmente o uso dos agen- tes dynamlsados que muitas des de.-graçadas victimas da allopatbia poderão ser arrancada ã morte certa que hoje as aguarda. Esperamos que a prolecção esclarecida do governo, ou, em falia delia, o amor da vida nos doentes, nos porporcionaráõ bevemente os meios de revisar esta invenção benéfica, e que assegura aos doentes, com a menor despeza e Incom- modo, o melhor resultado, muito mais que qualquer viagem de cerra acima, ?o Sul ou á Europa.—M. — 381 — As tisicas purulcntas que ás vezes sobrevem depois do abuso do mercúrio, pedem de preferencia: carb.-v., guai., hep., lach., nitr.-ac, sulf, ou também: cale, chin., dulc, lyc, sil. As dos esculptores: cale, hep., lyc, sil., ou também: lach., sulf. Para a tísica tuberculosa ou tísica propriamente dita, os melhores medicamentos são, em geral: ars., cale, carb.-v., hep., kal., lach., lyc, merc, nitr.-ac, phos., samb., sulf, ou ainda: am.-c, arn., bell., bry., dulc, hyos., natr., natr.-m., nitr., n.-mos., stann. Conlra os symptomas do primeiro período, quando os tu- berculos ainda estão no estado de crueza, ou quando princi- pião a inílammar-se e a amollecer, serão muitas vezes de grande utilidade : am.-c, cale, carb.-v., lyc, phos., nitr.-ac, sulf, ou também: acon., arn., ars., bell., dulc, fer., hyos., kal., merc, nitr., stann., sulf-ac No segundo período da tísica tuberculosa, o período da expectoração purulenta, os medicamentos mais convenien- tes são: cale, carb.-v., hep., kal., lach., lyc., phos., samb., sulf, ou ainda : chin., con., dulc, fer., merc, nitr.-ac, zinc Quanto á tisica dita mucosa ou pituitosa, ou blenorrhea dos bofes, serão muitas vezes de summa utilidade: dulc, hep., lach , merc, sen., sep., stann., sulf, ou também: ars., cale, carb.v., chin., lyc, phos., puls., sil., zin. (Comparai também asthma pituitosa.) Quanto ás indicações particulares para a escolha dos me- dicamentos, póde-se empregar de preferencia : Aconitum, muitas vezes ao princípio do curativo das tísi- cas em principio, e sobretudo se houver congestão freqüente no peito, com tosse curta, escarro de sangue, e disposição ás inflammações pulmonares. Ammonium, se os escarros forem mucosos e sanguinolentos, e se houver forte oppressão no peito, com respiração curta. 49 — 382 — Belladona, mormente nas crianças escrophulosas, com tosse nocturna, respiração curta e estertor mucoso; ou nas jovens, na idade da puberdade. (Depois de bell., convém muitas vezes: hep., lach., phos., ou sil.) Calcarea, um dos principaes medicamentos no periodo da expectoração purulenta, mormente depois da acção de sulf. ou de nitr.-ac, ou no primeiro periodo, sobretudo nos jovens plethoricas, sujeitos a congestões sangüíneas, a botar sangue pelo nariz, etc, assim como nas jovens de ordinário mcnstruadas com nimia abundância e freqüência. (Depois de cale, ás vezes convém lyc, ou sil., ou nitr.-ac.) Carbo veg. , sobretudo se a tosse fôr violenta, espasmo- dica, ora secca e dolorosa, ora com expectoração de muco- sidades puriformes, misturadas ou não de matéria tuberculosa. China, sobretudo se o doente tivera freqüentes hemorrha- gias pulmonares, ou se fora enfraquecido por evacuações sangüíneas. (Depois de china, ás vezes convém fer. neste caso.) Dulcamara, sobretudo se houver forte disposição aos resfriamentos, ou se freqüentes resfriamentos tiverem con- tribuído para desenvolver a moléstia de uma maneira nimia- mente rápida. Ferrum, muitas vezes se o mal se houver declarado depois de uma pneumonia, ou de um catarrho desprezado, e sobre- tudo se, além dos symptomas de tisica, houver dyspnea com vomito dos alimentos ou lienteria. (Neste ultimo caso, chin. será muitas vezes de grande utilidade.) Hepar, sobretudo nas crianças ou nos jovens escrophulo- sos, no primeiro periodo da moléstia, muitas vezes depois de bell., ou alternando com merc. ou sil. Rali-carb. , medicamento não menos importante que cale, tanto contra a tisica em principio, como contra a tisica manifesta, sobretudo depois da acção de nitr.-ac. ou de sil. — 38-3 — Lachesis, sobretudo depois de bell., hep., sil., ou alter- nando com estes medicamentos. Lycopodium, um dos medicamentos mais poderosos, se, depois de uma pneumonia violenta ou desprezada, manifes- tar-se uma tosse ética, com expectoração purulenta, ou con tra os symptomas de uma tisica tuberculosa em principio, com escarros de sangue. (Convém muitas vezes depois de cale, sil., phos., ou alternando com estes medicamentos.) Nitrwcidum, sobretudo no principio da moléstia, antes da administração de kal., e principalmente nas pessoas tri- gueiras com a côr do rosto algum tanto amarellenta, e a barriga freqüentemente destemperada. Phosphorus, medicamento não menos importante que cale, kal., sil., tanto contra a tisica em principio, como contra a tisica manifesta, sobretudo nas pessoas magras, louras, de cintura delgada, e com grande disposição para o coito, assim como nas crianças, e sobretudo nas jovens de uma complei- ção delicada, com tosse secca, curta, respiração curta, ma- greza marcada, disposição a diarrheas, ou a suores, etc. (Convém sobretudo depois de bell., ou alternando com lyc, sil.) Sambucus, sobretudo se a moléstia fôr acompanhada de suores enormes, colliquativos. Silicea, quasi debaixo das mesmas condições que phos., e na maior parte dos casos de tisica manifesta ou em principio, sobretudo depois de lyc, phos., hep. ou cale Stannum, não é muito conveniente quando os escarros são evidentemente purulentos; porém se no primeiro periodo da tisica manifestarem-se escarros mucosos abundantes, ou se os catarrhos desprezados ameaçarem de transformar-se em tisica, este medicamento merece ser empregado em primeiro lugar. Sulfur, não somente em muitos casos de tisica purulenta, depois de violentas pneumonias, porém muitas vezes tam- — 384 — bem contra a tisica tuberculosa, na época da expectoração purulenta, e mesmo contra os symptomas de uma tisica em principio, comtanto que neste ultimo caso não seja adminis- trado senão em uma só dose para muitas semanas. Nota.—Quanto aos modos de administrar os medicamen- tos, é sobretudo no curativo da tisica em principio que cha- mamos a attenção dos facultativos acerca da difíerença que existe entre elles. O meio mais seguro de preservar-se dos accidentes funestos que poderiâo sobrevir depois de uma dose nimiamente forte, é de nunca administrar o medicamento senão em uma só dose para muitos dias, ou mesmo para mui- tas semanas. Porquanto, a mesma dose de um glóbulo que, tomado de uma só vez, quer em secco, quer numa colher de chá de água, não teria tido muitas vezes senão um poder ordinário, adquire, pelo unico facto da repetição, uma acção infinitamente mais marcada quando desfeita em uma certa quantidade de água ella é tomada por colheres todos os dias. CAPITULO XXIII. MOLÉSTIAS DAS COSTAS , DOS LOMBOS , DA NUCA E DO PESCOÇO. AFFECÇÕES das glândulas do pescoço.—Póde-se em- pregar, quando ha endurecimento: bar.-c, carb.-am., dulc, kal., spig.—Quando ha inflammação: bar.-c, bell., cham., kal., merc, nitr.-ac, sulph.—Quando ha suppuração: bell., eist, sil. LUMBAGO. —Os melhores medicamentos são: bry., n.-vom., puls., rhus., sulf. (Vide também rheumatismo, Cap. i°.) MARASMO DORSAL.—Até hoje não possuímos ainda observação alguma directa sobre o curativo desta moléstia; — 385 — porém com razão julgámos que nos casos em que o mal não está muito adiantado, serão muitas vezes de summa utilidade: cale., coce, n.-vom., sulf MYELITE, OU INFLAMMAÇÃO DA MEDULA ESPINAL.--Em a maior parte dos casos póde-se empregar: acon., bell., bry., coce, dide, ou ars., dig., ign., puls., verat. Se a febre fôr intensa, com grande calor, agitação e sede, acon. merece a preferencia, qualquer que seja a sede da inflammação. Se a inflammação oecupar particularmente a parte infe- rior da columna vertebral, bry., coce, n.-vom. conviráõ de preferencia, e também rhus. Se, pelo contrario, o peito se achar atacado de preferen- cia, com accessos de ancia, palpilações de coração, etc, os melhores medicamentos serão: ars., dig., puls. Se fôr o ardomen que mais padeça, com frio e cãibras na barriga, quasi sempre achar-se-hão convenientes: coce, ign., n. -vom., veratr. No caso em que a parte superior do tutano espinhal fôr a sede principal do mal, é bell. que se deve empregar de pre- ferencia, ou ainda dulc Um caso de myelite, depois do sarampo, com grande dis- posição das partes aftectadas ao suor critico, foi melhorado de uma maneira sensivel por dulc NOTALGIA, dor dorsal , dores nos rins , rijeza da nuca, etc. — Agar., bell., cale, n.-vom., rhod., sulph., vip.- cor. Vide e comparai: rheumatismo, hemorrhoidas, lumbago, myelite, nevralgia, etc, em seus capítulos respectivos. PAPEIRA.—Os medicamentos que até hoje forão empre- gados com mais successo são: am.-c, cale, caus., iod., lyc, natr., natr.-m., spong., staph. PSOITE.—Os medicamentos que se devem empregar de preferencia são : acon., bry., n.-vom., puls., rhus., staph., etc. (Vide Cap. i°, rheumatismo.) — 386 — RINS (dores nos.)— Vide notalgia. RACHITISMO.—Vide Cap. r, a mesma palavra. SCIATICA.—Póde-se empregar de preferencia: acon., ars., bry., cham., ign., (coff, coloe), n.-vom., puls., rhus., staph. (Vide Cap. i°, nevralgia, e comparai rheumatismo.) TABES dorsalis.—Vide marasmo dorsal. CAPITULO XXIV. moléstias das extremidades superiores. ARTHRITE (inflammação das articulações).—Póde-se em- pregar : bry., hep., lad., lyc, merc,petr., rhod., rhus., sab., sass., spig.—Quando ha nodosidades arthriticas: cale, dig., graph., led., lyc., rhod., staph. ATROPHIA.—An., cat, chin., n.-vom. CÃIMBRAS.—Ang., arg., cale, cin., euph., mang., men., merc, phos.-ac, plat., rut, sil., verb., vip.-cor. ENCURTAMENTO dos tendões. — Caust., crotal, sulph., vip.-cor. FRIO.—Bell., cie, dulc, ipec, kal., led., op., plumb., rhus., sec, sep., thui., verat. FRIEIRAS.— Vide Cap. 2e. GOTA nas mãos.—Os melhores medicamentos são : agn., ant., bry., caus., coce, graph., led., lyc, n.-vom., rhod., sulf, ou ainda: aur., cale, carb.-v., dig., lach., phos., ruta, sabin., sep., sil., zinc. (Vide Cap. i° arthrite.) PANARICIO. —Alum., caust, com., hep., iod., lach., mcrc, puls., sep., sil., sulph. PARALYSIA das mãos.'—São: fer., ruta e sil. que pare- cem ter uma acção especial sobre a paralysia que alfecta de preferencia o punho. (Vide também paralysia, Cap. i°.) RHAGADAS nas mãos. — Vide Cap. 2°. — 387 — SUOR.—Acon., cale, merc, natr.-m., n.-vom.,petr.,sass., sep., sulph., thui., tab.—Suor quente: ignat.—Suor frio: acon., cin., ipec, iod., n.-vom., rhab., sass., tab. SECCURA da pelle.—Bar.-c, bell., lyc. TREMOR das mãos nos bêbados.—São: ars., lach. esulf. que merecem ser empregados de preferencia. (Vide também Cap. Io, BEBEDICE.) VERRUGAS. —Berb., bor., cale, dulc ,lach., lyc.,nitr.-ae, rhus., sep., thui.—Também foi usada empiricamente a pre- paração do caramujo (Achatina gigantea.) CAPITULO XXV. MOLÉSTIAS DAS EXTREMIDADES INFERIORES. ARTHRITE.—Ambr., crotal, bry., graph., led., puls,, rhod., rhus., verat. CALLOSIDADES e callos nos pés.—Contra as callosi- dades nos pés, que não são causados por um calçado muito apertado, conseguio-se feliz resultado applicando a tintura de arn. depois de as ter extirpado.—Em outros casos, o uso interno de ant. também foi de grande utilidade. CÃIMBRAS. — Carb.-am., hyos., merc, sec, sil., stram., tan., mgs., aus. CALLOS.—Am.-c, ant, bar.-c, cale, lycop., natr.-m., petr., phos., phos.-ac, sulph. CLAUDICAÇÃO espontânea.—Se o mal não estiver senão em principio, o medicamento a empregar em primeiro lugar é muitas vezes merc ou bell., quer um depois de outro, quer fazendo alternar esses dous medicamentos. Se esses medicamentos não forem suflicientes, póde-se empregar de preferencia : rhus., ou ainda : cale, coloe,, lyc., puls., sulf., zinc. gi^> Vide também: coxalgia e coxartrocace. — 388 — COXALGIA.—Os medicamentos que podem ser empre- gados de preferencia são, em geral: bell., bry., cale, coloe, hep., merc, puls., rhus., sulf, ou ainda : arg., ars., asa, aur., canth., cham., dig., graph., kreos., lach., n.-vom., sep., staph. Para os detalhes, vide Cap. i° : artiirite, nevralgia, rheumatismo, etc., e comparai coxarthrocace. COXARTHROCACE.—O medicamento principal é coloe; porém muitas vezes póde-se empregar com successo: bell., cate, hep., lach., merc, phos.-ac, rhus., sil., sulf. ENCURTAMENTO dos tendões na curva da perna.— Amon.-m., crotal, ars., graph., lach., mez., natr.-m., sulph.— Encurtamento dos tendões do peito do pé: caust. ENTORPECIMENTO. — Alum., carb.-v., coce, graph., kal., led., merc, n.-vom,, op., rhus., sec, sil., spong., sulph., sulph.-ac ERYSIPELA nos pés.—Os melhores medicamentos contra a inchação inílamniatoria, erysipelatosa, do peito do pé, são: arn., bry., puls., rhus. FRIEIRAS. — Croc, nitr.-ac, phos., puls., sulph., thui., zinc FRIO.—Bell., cicut, ipec, led., nitr.-ac, n.-vom., op., plumb., sec, sep. GONTTE, ou inflammação do joelho. —O enfarte lympha- tico ou escrophuloso do joelho, pede de preferencia: cale, esulf, ou ainda: arn., ars., iod., lyc, sil. Para a inflammação arthritica são, principalmente: arn., bty., chin., coce, lyc, n.-vom., sulf. Se houver suppuração, póde-se empregar de preferencia : merc., sil., ou também: bell., hep., sulf Se houver infiltração serosa (hydrartho) : sulf, ou ainda: cale, iod., merc, sil. GOTA nos pés.—São: arn., ars., bry., cale, sabin., sulf. que merecem ser empregados de preferencia: também ás — 380 — vezes serão convenientes: ambr., am.-c, am.-m., coce, led. (Vide Cap. i° arthrite.) EDEMA dos pés.—São: ars., chin., fer., kal., lyc, merc, phos., puls., rhus., sulf. que merecem ser empregados de preferencia, se esta aflecção tiver lugar sem outra lesão appre- ciavel no resto do organismo. Se manifestar-se depois de perdas de sangue consideráveis, chin. será muitas vezes o medicamento mais conveniente, ou então: ars. ou fer. Depois do abuso da quina, principalmente: fer. ou ars.. ou mesmo : puls., sulf. i*) INCHAÇÃO. — Ars., cale , carb.-v., con., dulc., iod., lach., led., lyc, merc, n.-vom., puls., rhus., sep., sil., sulf. PARALISIA das extremidades inferiores.—Empregar- se-ha de preferencia: amph., bry., coce, natr.-m., n.-vom., oleand., op., sil., stann., sulf. PEDAGRA.—Vide gota nos pés. PSOITE. — I ide Cap. 20. SCIATICA. — Vide idem. SUOR nos pés.—Phos., sep.—Suor fétido: bar.-c, cycl., graph., kal., sep., sil.—Suor frio: coce, dros., ipec, lyc, merc, squill., sulph.—Falta de suor: cupr., kal., lyc, natr.-m., sep., sil. TREMOR. — Cale, canth., carb.-v., cie, iod., lyc, natr. n.-vom., oleand., puls., sen.—Tremor das pernas: bar.-c. cie, coloe, plat, puls., rut. TUMOR BRANCO. —Não concordando os atitores de modo algum na definição da expressão tumor branco, nós a empre- gámos aqui para designar a leucophlegmasia dolorosa, ou o enfarte lymphatico das coxas (ou' dos joelhos somente.) Os (*) O hycopodro é talvez o remédio especifico destinado a curar o edema elephantiaco das pernas, muito commum no Brazíl, depois de repetidos atta- ques de erysipela. Em todo o caso, elle jã prestou tantos serviços nesta moléstia hedionda, que o lembramos com confiança, como um dos meios mais poderosos, a todos os nossos collegas.—31. 50 — 390 — medicamentos que contra esta aflecção merecem ser empre- gados de preferencia são: arn., bell., rhus., ou também: acon., ars., cale, iod., lyc, merc, n.-vom., puls., sil., sulf ULCERAS NA PERNA.—As ulceras chronicas que sobre- vem muitas vezes na perna, mormente nas pessoas cachecti- cas, sujas e doentias, pedem de preferencia : ars., lach., sil., sulf., ou também: cale, carb.-v., graph., ipec., lyc, mur.-ac, natr., phos.-ac, ruta. YAYilZES.—Vide Cap. 2°. CAPITULO XXVI. TOXICAÇÕES E MOLÉSTIAS MEDICAMENTOSAS. nota.—Em todos os casos de toxicação, ha duas indica- ções para observar, a saber : i.a AíFastar do organismo a substancia cuja introducção ou cujo contacto causou o envenenamento, ou neutralisar promptamente sua acção palhogenetica. 2.a Remediar aos effeitos consecutivos do envenenamento, ou curar as affecções mórbidas que o veneno produzio du- rante seu contacto com o organismo. Quanto á ultima destas indicações, a cura das affecções consecutivas póde-se em todos os casos consegui-la com o auxilio dos meios homoeopathicos. Em muitos casos de tóxica - cão leve ou lenta, por fracas doses de uma substancia muito enérgica, os medicamentos homoeopathicos terão melhor êxito que qualquer outro meio, tanto para curar os accidentes consecutivos, como para neutralisar a acção pathog3netica da substancia nociva. Somente é nos casos de envenenamento com fortes doses que importa primeiro que tudo fazer lan- çar mão de meios próprios para obter este resultado. Esta necessidade de recorrer em taes casos a outros meios que não pareção remédios homoeopathicos, não deve todavia — 391 — ser tida como uma prova da insuííiciencia desta doutrina para a cura das moléstias, visto que em os casos apontados nenhum desses meios se acha empregado para o curativo da moléstia em si mesma, mas sim tão somente para remover a causa occasional, assim como tem-se o cuidado de extrahir um corpo estranho, v. g., do olho, antes de emprehender um curativo contra a inflammação causada pelo dito corpo. Por isso o medico homccopathico nunca deve perder de vista esta verdade, e não desprezando cousa alguma do que as circumstancias exigem, terá lodo o cuidado em escolher os meios os mais simplices e que possão o menos possível com- promelter o curativo homceopathico consecutivo. Aproveitando as cxcellentes informações que o Dr. Hering, em Philadelphia, deu sobre o curativo das toxicações, vamos apresentar na primeira, parte deste capitulo uma exposição summaria e rápida dos meios receituarios os mais inevitáveis em os casos graves de toxicação, expondo depois na segunda parte o curativo particular dos vários casos, segundo as di- versas substancias que com mais freqüência os oceasionão. No numero desses casos temos posto também as moléstias medicamentosas, o que julgámos não sorprenderá a nin- guém, visto que em seus efíeitos essas moléstias de nenhuma maneira differem dos outros casos de toxicação lenta. PRIMEIRA PARTE. — exposição summaria dos antídotos MAIS INDISPENSÁVEIS CONTRA OS CASOS GRAVES DE TOXICAÇÃO. ÁCIDO CITRICO e outros ácidos. — Vide vinagre. AMÊNDOAS, óleo de amêndoas doces.—Vide parte 2% ácidos. AMIDO. —Vide parte 2a, iodo. AMMONIACO gazoso.—Vide parte 2', ácido hydrocia- nico, álcool, amêndoas amargas. — 392 — ASSUCAR.—A água com assncar é um dos melhores re- médios cm a maior parte dos casos, somente nas toxicações por ácidos mineraes ou por substancias alcalinas, é preferível administrar desde o principio os antídotos directos, bem que o assucar não seja nocivo. Nas toxicações por substancias metallicas, muitas espécies de tintas, o verdete, o cobre, o sulfato de cobre, a pedra hnme, etc, o assucar é preferível a qualquer outro meio, e não é senão quando o doente se sente já alliviado pelo assu- car, que se pôde alternar este com a clara de ovo ou a água de sabão. — Conlra as toxicações pelo arsênico e os vegetaes de sueco corrosivo, o assucar é muitas vezes um dos melhores antidolos. AZEITE DOCE.—Este remédio convém muito menos de que geralmente se julga. Nas toxicações por substancias me- tallicas de nada serve, e nas toxicações pela arsênico é nocivo. Nos accidentes causados pelas cantharidas, o azeite é a substancia a mais perniciosa que se possa administrar. O mesmo acontece com os outros inseclos venenosos mortos, ou se o veneno se houver introduzido no olho. Somente, quando os insectos vivos se hão introduzido no ouvido, póde-se então fazer uso do azeite para facilitar sua extracção. Os casos em que o azeite é mais conveniente, são os accidentes causados por ácidos corrosivos, taes como o ácido nitrico, o ácido sulfurico, etc. Muitas vezes lambem pôde ser administrado alternadamente com o vinagre contra substan- cias alcalinas, e em alguns casos será mesmo util contra as toxicações por cogumelos. CAFÉ SIMPLES.—O café simples forte, cujos grãos forão pouco torrados e que deve ser tomado o mais quente possí- vel, é um dos remédios mais indispensáveis contra um grande numero de venenos. Elle convém particularmente todas as vezes que ha : modorra, transporte, perda dos sentidos ou dou- dice, delírio, etc, em summa, contra as substancias narcóticas, — 393 — taes como: o ópio, a noz vomica, o stramonium, os cogumelos narcóticos, o sumagre venenoso, as amêndoas amargas, o acido hydrocyanico, e todas as substancias que tem alguma parte deste, a belladona, a coloquintida, a valeriana, a cicuta e a chamomilla.—Nas toxicações pelo antimonio, o phosphoro e o acido phosphorico, o café não é menos indispensável. CAMPHORA.—O camphora é o remédio principal em to- das as toxicações por substancias vegetaes, sobretudo aquellas que tem uma acção corrosiva, assim como em todos os casos cm que o doenle tem vômitos com diarrhea, rosto pallido, extremidades frias e perda dos sentidos. Nos accidentes causados por insectos venenosos, sobre- tudo as cantharidas, o camphora é quasi especifico, quer estes insectos tenhão sido ingeridos, quer tenhão tão somente exer- cido sua acção na pelle. Contra os accidentes causados por remédios vermifugos, pelo tabaco, pelas amêndoas amargas, e outras fructas que contém acido hydrocianico; o camphora é igualmente de grande utilidade. O mesmo acontece com as dores consecutivas que nas toxicações pelos ácidos, os saes, os metaes, o phosphoro, os cogumelos, etc, ainda íicarião depois de haver lançado essas substancias. (Vide vomito.) CARVÃO vegetal. — Vide parte 2a, cogumelos. CHA DA CHINA.—Vide parte 2a, acido sebacico e mel. CLARA DE OVO. —A clara de ovo desfeita em uma quan- tidade conveniente de água, e tomada em fôrma de bebera- gem, é um dos mais poderosos remédios contra as toxicações por substancias metallicas, principalmente as toxicações pelo sublimado corrosivo, o mercúrio, o verdete, o estanho, o chum- bo e o acido sulfurico, mormente se o doente experimentar dores violentas no estômago ou na barriga, com vontade urgente e violenta de obrar, ou diarrhea com dores no ânus. FERJRO. — Vide parte 2\ arsênico. — 394 — LEITE.— O mesmo acontece com o leite que com o azei- te, e como com todas as substancias gordurentas; convém muito menos de que se julga, e as substancias mucilaginosas sempre lhe são preferíveis, logo que se trata de envolver o veneno. O leite gordo ou a nata convém, em geral, em todos os casos em que o azeite conviria, assim como é nocivo quando o mesmo o seria. O leite coalhado (azedo) é applicavel, pelo contrario, nos mesmos casos que o vinagre, e, assim como elle, nocivo. MAGNESIA. — Vide parte 2a, ácidos. MUCILAGEM. —É sobretudo contra as substancias alca- linas que as beberagens mucilaginosas, ou os disteis feitos com estas substancias, convém de preferencia, mormente quando são empregados alternadamente com o vinagre. NITRO (espirito de.) —Vide parte 2a, alcalis e substan- cias animaes. POTASSA.— Vide parte a", ácidos. SABÃO. — O sabão de pedra, desfeito em quatro partes iguaes de água fervente e tomado como beberagem, é um dos melhores remédios em grande numero de envenenamen- tos. Pôde ser administrado na dose de uma chicara de café de 2 em 2 ou de 5 em 3 minutos, em caso de precisão, c em todos os casos em que a clara de ovo seria indicado sem comtudo ser sufliciente. E principalmente nas toxicações por substancias metallicas que a água de sabão convém, e particularmente contra o arsênico, o chumbo, etc. O mesmo acontece com os ácidos corrosivos, taes como o acido sulfurico, o acido nitrico, ele, a pedra hume, plantas de sueco corrosivo, óleo de castor, (óleo de ricin.) Os casos em que a água de sabão é nociva, são as toxica- ções por substancias alcalinas, taes como a lixivia, a pedra de cauterio, a potassa, a soda, o sub-carbonato de potassa, o — 395 — óleo de tartaro, o muriato de ammociaco, o sub-carbonato de ammoniaco, a cal viva ou apagada, a baryta, etc. SAL ORDINÁRIO.—Vide nitrato de prata e chagas ENVENENADAS. SODA.—Vide parte 2a, ácidos. SULFATO DE SODA.— Vide parte 2a, alcalis. VINAGRE. —O vinagre convém sobretudo contra as subs- tancias alcalinas; porém é nocivo nas toxicações pelos ácidos mineraes, os vegctaes de sueco corrosivo, o arsênico, e um grande numero de saes. Em muitos casos, administrar-se-ha também com successo contra os accidentes causados pelo aconit, o ópio, as substan- cias narcóticas, os cogumelos venenosos, o stramonium, o gaz carbônico, o enxofre, os mexilhões e os peixes venenosos, e mesmo o acido sebacico. Póde-se administrar o vinagre como beberagem, ou em caso de precisão como clister, e fazê-lo alternar com subs- tancias mucilaginosas. É importante acerescentar que o vinagre que se quer em- pregar deve ser vinagre de vinho ou de cereaes o mais puro possível. O vinagre de páo é em si mesmo um veneno. VINHO. — Vide parte 2a, cogumelos e gazes mortíferos. VOMITO.—O medico homocopatha não desconhece de modo algum toda a necessidade que ha de fazer lançar fora o mais de pressa possível as substancias venenosas que, pela sua demora no estômago, podem comprometter a vida; porém cm lugar de empregar para este eífeito as substancias conhecidas na antiga escola debaixo do nome de vomitorios, elle procura conseguir seu fim por meios que não tem outra acção sobre o organismo senão a de excitar os nervos das primeiras vias de modo a provocarem vômitos promptos. Esses meios são: i.° Dar para beber água lépida tanto e tantas vezes quan- to possível fôr. — 396 — 2.0 Titular a garganta com a rama de uma penna ou al- guma cousa semelhante, ou se isto não fôr sufliciente: õ.° Applicar rape ou farinha de mostarda com sal na lín- gua; e se nada disso fizer efleito: /|.° Applicar disteis de fumo de tabaco, deixando entrar este fumo mediante um tubo de cachimbo introduzido no ânus. SEGUNDA PARTE.—toxicações e moléstias medica- mentosas. nota. — Em todos os casos graves de toxicação, o primeiro cuidado do medico deve ser de provocar o vomito. (Vide esta palavra, parte i:,J, e depois de remediar aos efíeitos mais assustadores mediante os antídotos convenientes. No caso em que o veneno tomado fosse desconhecido, devera recorrer á clara de ovo, havendo dores violentas, ou ao café, havendo narcotismo. Para os casos em que, sem conhecer precisamente a subs- tancia, conhece-se comtudo de uma maneira geral se o veneno fora um metal, um acido ou hum alcali, etc. (f ide ácidos, alcalis, metaes, etc.) AÇAFRÃO. — Café simples até vomitar; depois op., uma dose de hora em hora até haver melhoras. ACIDO IIYDROCIANICO.—O melhor meio é o ammoniaco liquido, que se dará a cheirar quanto antes, porém á cerla dis- tancia, ou dar para beber na dose de uma gola desfeita em 12 onças de água, de 5 em 5 minutos uma colher de chá. Depois, logo que houver café simples prompto, cumpre administrar este em grande quantidade, tanto como beberagem, como em distei. Muitas vezes o vapor do vinagre ou do camphora serão lambem de suinma utilidade. — 397 — Achando-sc desvanecidos os primeiros symptomas assusta- dores, pôde-se administrar contra os resultados que tiverem persistido : coff., ou ipec, ou n.-vom. ÁCIDOS MINERAES E CORROSIVOS.—Os melhores antídotos, nos casos graves, são: i.° A água de sabão em grande quantidade. 2.° A magnesia, uma colher de sopa desfeita em uma chi- cara de água, e tomada cada vez que os vômitos ou as dores se renovarem. 5.° Giz, desfeito em água. 4.° Potassa ou soda (do commercio), na dose de 10 a if> centigramnios, desfeitos em 12 a 16 onças de acua. Havendo o doente lançado bastante, dar-lhe-ha para beber substancias mucilaginosas, administrando alternadamente coff. ou op. Para as dôrcs que persistirião depois de cessarem os pri- meiros symptomas assustadores, póde-se administrar puls.. se fôr o acido sulfurico que tiver causado o envenenamento; bry., se fôr o acido muriatico; hep., contra os resultados do acido nitrico ; coff, sendo o acido phosphorico; acon., con- tra os resultados dos outros ácidos, e sobretudo contra o vinagre de páo. Havendo ácidos corrosivos penetrado no olho, o melhor meio é o oleo de amêndoas doces, ou manteiga fresca não sal- gada. Em todos os casos de queimadura na pelle por ácidos, a água de sabão applicada ao exterior, é preferível a qualquer outro meio, ou uma solução aquosa de caus. (tint. fort.) applicada igualmente ao exterior. ACIDO NITRICO.-Vide ácidos mineraes. ACIDO PHOSPHORICO.-Vide idem. ACIDO SEBACICO. —O melhor meio contra este veneno temível, que se desenvolve ás vezes nos objeclos feitos com carne de porco, como chouriços, ele, mal conservados, é o vinagre desfeito em uma quantidade igual de água, e appli- 51 — 398 — cado tanlo interiormente como beberagem, como exterior- mente em fomentação, ou mesmo como gargarejo. Era lugar do vinagre, pôde-se também administrar o sumo de limão, e se o doente desgostar-se dos ácidos, pôde-se alter- na-los com assucar, ou mesmo com café simples, ou ainda melhor cem chá preto, forte. Se a seceura da garganta não ceder ao emprego desses meios, e se os disteis de substancias mucilaginosas não pro- duzirem evacuações alvinas, uma dose de bry., será de muito grande utilidade, e póde-se repetir este medicamento todas as vezes que as melhoras que elle produzir forem substituídas por.uma nova aggravaçâo. As dores que persisliriâo depois da administração de bry. cedem muitas vezes a phos.-ac, ou havendo paralysia ou atrophia, ars. ou kreos. empregar-se-hão de preferencia. ACIDO SULFURICO. — Vide ácidos mineraes. ALCALIS.—Os melhores meios contra as substancias alca- linas, são: i.° O vinagre, na dose de duas colheres de sopa mistu- radas com 8 a 12 onças de água, e tomadas como beberagem de 10 em i5 minutos um copo cheio. 2.° O sumo de limão ou outros ácidos cereaes, porém suf- icientemente attenuados. 5.° Leite azedo. 4.° Bebidas e disteis mucilaginosos. Nas toxicações pela baryta, o vinagre puro é nocivo, porém o sulfato de soda desfeito em vinagre e attenuado com água, prestará muitas vezes grandes serviços. Quando os primeiros symptomas assustadores tiverem desapparecido, dá-se para cheirar camph., ou nitr.-op. Nas toxicações pela potassa^as dores consecutivas cedem freqüentemente á coff,, ou á carb.-v., e nas toxicações pelo ammoniaco á hep. — 399 — ÁLCOOL e ether. — Na maior parte dos casos será suf- ficíente administrar leite e bebidas mucilaginosas, ou algumas golas de ammoniaco, desfeito em um copo de água com assu- car e tomadas por colheres de chá. Se, depois da administração do ammoniaco, as melhoras não se manifestarem logo será mister dar n.-vom., e senão fôr também sufliciente café simples. AMÊNDOAS AMARGAS, e outras frutas contendo acido hydrocianico.—O antídoto principal é o café simples tomado em grande quantidade, ou se o caso fôr muito grave ammo- niaco liquido que se dará para cheirar levemente, ou que administrar-se-ha na dose de algumas gotas, desfeitas em um copo de água e tomadas por colheres de chá de 10 a i5 minutos. AMMONIACO (sal), e nitrato de potassa. — Água lépida ou água em que derreteu-se manteiga fresca sem sal, tomada como beberagem até fazer lançar com abun- dância; depois bebidas mucilaginosas em grande quan- tidade. ANIMAES (substancias.)—Para os insectos venenosos, as cantharidas, o mel venenoso, os mexilhões, os peixes vene- nosos, o acido sebacico, o anthrax. (Vide estas palavras.) Se o veneno dos sapos ou de outros animaes deste gênero se houver introduzido no olho, o medicamento principal é acon. Se este veneno se tiver introduzido no estômago, será preciso dar para beber carvão vegetal pulverisado, misturado com leite ou azeite doce; e se se manifestar accidentes graves, dar para cheirar espirito de nitr o. Mais tarde, ars. será mui- tas vezes conveniente. Contra os accidentes produzidos pela communicação do mormo dos cavallos, o melhor medicamento é phos.-ac ou ars. Mais tarde, ás vezes sulf ou cale serão também con- venientes. — íiOO — ANTHRAX. — Vide Cap. 2% carbúnculo. ARSÊNICO.—Os melhores medicamentos nos casos gra- ves, são: i.° A água de sabão. 2.0 A clara de ovo desfeita em água e tomada como bebe- ragem. 5.° Água com assucar 4.° Leite.—O vinagre é totalmente inútil.—O azeite è per- nicioso. Será também ás vezes de grande utilidade o tritoxido de ferro hydratado desfeito em água com assucar. Se na occasião não fôr possível alcançar esta preparação, a ferrugem de ferro poderá substitui-la. Havendo os primeiros symptomas assustadores desappa- recido, algumas doses de ipec serão muitas vezes de grande utilidade. Depois de ipec, ás vezes convém chin., sobretudo se o doente conservar ainda uma grande irritabilidade, com somno agitado e movimentos febris de noite, ou n.-vom.; se estiver peior de dia, mormente depois de ler dormido, com constipação ou com evacuações diarrheicas, mucosas, ou verat., se, depois da acção de ipec, ainda restarem náuseas freqüentes com vômitos e calor, ou frio do corpo com grande fraqueza. Ha chapéos cujo feltro foi tratado com preparações arse- nicaes, e que, quando não são bem forrados com seda, fazem sahir erupções na testa ou ophtalmias. E hep. o antidoto con- tra essas affecções. Contra os accidentes produzidos pelo abuso do arsênico como medicamento, os melhores medicamentos são igual- mente: chin., ipec, n.-vom., veratr. ASA FÉTIDA.—São: chin. e merc que prestão maiores serviços contra os resultados obstinados causados pelo abuso deste medicamento. As vezes também caus. ou puls. serão convenientes. — 401 — CHAMOMILLA.—Os melhores medicamentos contra o abuso deste medicamento em infusão, são: acon., coce, coff., ign., n.-vom., puls. Aconitum, convém sobretudo quando ha : febre, com calor o. dores cruéis ou tractivas, melhoradas pelo movimento. Cocculus, se nas mulheres, a chamomilla tiver causado espasmos abdominaes, hystericos, ou se tiver aggravado os que jâ existião. Coiiea, quando ha: dores violentas, ou calor febril com forte sobre-excitação e grande sensibilidade. Ignatia, se nas crianças houver: espasmos violentos e convulsões ou excoriação na dobra das articulações, e se puls. não tiver sido sufliciente contra este ultimo accidente. Nux vomica, se as dôrcs que o doente padecia antes de fazer uso da chamomilla, se tiverem aggravado depois, não sendo então coff. sufliciente; ou se a chamomilla tiver cau- sado cãibras de estômago. Pulsatillv, se a chamomilla tiver produzido náuseas com vomito ou diarrhea, ou se nas crianças houver resultado ero- sões na dobra das articulações. CAMPHORA.—Café simples até vomitar; mais tarde op., uma dose de hora em hora (12% glob. 5) até haver melhoras. CANTHARIDAS.—O medicamento principal é a camphora. Pôde ser administrado dando-se para cheirar de minuto em minuto uma solução alcoólica, ou fomentando a parte interna das coxas ou os lombos com espirito alcanphorado, se houver dores nephreticas ou cystite, etc. Havendo-se introduzido no olho, uma applicação de clara de ovo ou de substancias mucilaginosas será o melhor meio de applacar as dores violentas, substancias que também po- dem ser dadas como beberagem, se as cantharidas tiverem sido ingeridas e tenhão causado dores ardentes no estômago. No mesmo tempo dar-se-ha para cheirar camphora. — 402 — Os accidentes menos violentos que ás vezes sobrevem pelo abuso desses insectos como vesicatorio, cedem muitas vezes a acon.. ou a puls. CARBÔNICO (gaz.)—Vide gazes mortíferos. CHAGAS ENVENENADAS.—Segundo o Dr. Hering, o melhor meio contra as dentadas das cobras venenosas, dos cães damnados, etc, é a applicação do calor secco a certa dis- tancia. Tudo o que na occasião se acha á mão, um ferro em braza, um carvão ardente, até mesmo um cigarro acceso, approxima-se da ferida tanto quanto possível fôr, sem todavia queimar a pelle nem causar uma dôr nimiamente viva, po- rém tendo o cuidado de conservar constantemente um instrumento no fogo, para não deixar o calor perder cousa alguma de sua intensidade. Um ponto essencial lambem é que o calor não exerça sua influencia sobre uma demasiada superfície, porém somente sobre a ferida e as partes mais vizinhas. Tendo á mão azeite doce ou banha, pôde-se untar a circumsferencia da ferida, tendo o cuidado de repetir logo que a pelle ficar secca; havendo falta dessas duas substancias, póde-se empregar sabão, ou mesmo saliva. Tudo o que sahe da ferida deve ser cuidadosamente tirado. Dest'arte , con- nuar-se-ha a applicar o calor ardente até que o doente prin- cipie a estremecer e a estender-se; se isto tiver lugar poucos minutos depois, será acertado continuar ainda as applicações durante uma hora, ou até que os accidentes causados pelo veneno principiem a diminuir. No mesmo tempo, não se ha de desprezar o emprego dos medicamentos internos. No caso de uma dentada de cobra, far-se-ha tomar primeiramente um gole de água salgada, ou uma pitada de sal commum ou de pólvora, ou algum dente de alho. Se, não obstante, sobrevierem accidentes funestos, uma colher de vinho ou de aguardente, administrada de 2 em 2 ou de 5 em 5 minutos, será o meio mais conveniente; continuar-se-ha até a remissão das dores, repetindo o todas as vezes que estas se renovarem. — 403 — Se as dores latejantes se aggravarem, se se dirigirem da ferida para o coração, se a ferida se tornar azulada, jaspeada e inchada, com vomito, vertigens e desfallecimento, o me- lhor medicamento será ai*s. Empregar-se-ha na dose de o glob. (5oa) em uma colher de chá de água, e se, depois de o ter administrado as dores ainda augmentarem, repetir- se-ha a dose ao cabo de meia hora; porém se, pelo contra- rio, o estado permanecer da mesma sorte, não se ha de repetir senão ao cabo de 2 a 3 horas; havendo melhoras, esperar-se-ha por nova aggravaçâo antes de repetir. No caso que ars. não tenha influencia alguma, mesmo depois de ter sido administrado por varias vezes, será mister recorrer a bell. Muitas vezes também sen. será eííicaz. Contra os resultados chronicos de uma dentada de cobra, phos.-ac. e merc serão os medicamentos mais convenientes. Para o curativo das pessoas mordidas por um cão dam- nado, depois de ter applicado o calor secco, como é dito acima. (Vide Cap. 5o hydrophobia.) Se, depois de uma dentada por um homem ou um animal furioso, manifestarem-se accidentes funestos ou ulcerações a hydrophobina, administrada em dose homccopathica, pres- tará muitas vezes grandes serviços. Para as feridas que se tornão venenosas por se haverem introduzido substancias animaes em putrefacção, ou matéria de uma ulcera de um homem ou de um animal doentes, o melhor medicamento é ordinariamente ars. Finalmente, para preservar-se de accidentes funestos, to- das as vezes que foi preciso tocar em substancias animaes mórbidas, chagas ou ulceras envenenadas, homens ou ani- maes atacados de moléstias contagiosas, o melhor meio é igualmente a applicação do calor secco, ardente, á distancia. Para isso, basta expor as mãos durante 5 a 10 minutos ao mais forte calor que se possa supportar; depois lavar-se-ha então com sabão. — 404 — O emprego dochloro em.tal caso é conhecido. CHLORO. — Vide ácidos mineraes (acido muriatico) e gazes mortíferos. CHUMBO.—1°, sulfato de magnesia, na dose de uma co- lher de sopa, desfeita em dous quartilhos de água e tomada como beberagem; 2o, sulfato de soda; 3o, água de sabão; 4o, a clara de ovo; 5o, leite; 6o, bebidas ou disteis mucilaginosos. Contra as dores que persistirião depois do emprego desses meios, serão muitas vezes convenientes: alum., bell., n.-vom., op., plat, medicamentos que também merecem ser empre- gados de preferencia contra as dores chronicas pelo abuso do chumbo como remédio. COBRE, VERDETE OU OUtraS PREPARAÇÕES DE COBRE.—O» melhores meios são: i°, a clara de ovo ou a água albuminca; 2o, o assucar. ou a água com assucar; 3o, o leite; 4o, substan- cias mucilaginosas. Gabão também como meio muito efíicaz a limalha de ferro desfeita em vinagre e misturada com agito gommada. COGUMELOS venenosos.—A primeira indicação é fazer lançar o doente o mais de pressa possível, porém será acer- tado para este fim tomar água a mais fria que poder ser, v titular ao mesmo tempo a garganta do doente, adminislran- do-lhe além disso carvão vegetal moido e misturado com azeite doce. Se esses meios não fossem suflicientes, a olfacção leve do ammoniaco muitas vezes favoreceria a cura. Contra as dores consecutivas, o vinho e o café simples prestarão muitas vezes grandes serviços. COLCHICO.—São: coce, n.-vom. e puls. que empregar- se-hão com mais successo contra as dores produzidas pelo abuso deste medicamento. COR.ROSIVAS (substancias.)—Para os ácidos corrosivos-, ride ácidos mineraes e corrosivos.—Para os suecos corrosivos de alguns vegetaes, tal como o cuphorbio, etc ; os melhores meios são, se o doente os tiver engulido, a água de sabão, o — 405 — leite, etc, tomados como beberagem; se estas substancias houverem causado lesões na pelle: a água de sabão, e mais tarde a aguardente em fomentaçâo. Havendo penetrado no olho: o óleo de amêndoas doces, o leite, ou a manteiga fresca (sem sal.) DENTADAS. — Vide chagas envenenadas. ENXOFRE.—O melhor medicamento contra os acciden- tes produzidos pelo vapor do enxofre é puls. Conlra as dores chronicas pelo abuso do enxofre como remédio, pôde se empregar de preferencia : merc, puls., sil., ou ainda: chin., n.-vom., sep. ESTANHO. — Contra os casos graves: i°, a clara de ovo; 2o, o assucar; 5o, o leite. — Contra as dores obstinadas, admi- nistrar-se-ha muitas vezes com successo puls. FERRO E PREPARAÇÕES DESTE METAL. — SãO : chin., hep. O puls., que administrados alternadamente, muitas vezes alli- vía r á õ com a maior promplidão possivel as dores causadas pelo abuso dos remédios ou das águas mineraes que contém ferro. Se esses medicamentos não forem suflicientes, póde-se empregar ainda : arn., ars., bell., ipec, merc, verat. FÍGADO DE ENXOFRE.—Dar-se-ha com grande successo água misturada com um pouco de vinagre ou de sumo de limão, bebidas oleosas ou mucilaginosas, e disteis da mesma natu- reza. Se apezar destes meios e das titulações praticadas ao mesmo tempo na garganta, não ha vomito, póde-se adminis- trar uma fraca solução de tartaro emetico. Quando o doente tiver lançado bastante, dar-lhe-ha vina- gre para beber, ou uma dose de bell. se o vinagre não fôr proveitoso. GAZES MORTÍFEROS.—Quanto á asphyxia produzida pela respiração do gaz hydrogenuo sulfurado, pondo o doen- te em uma posição conveniente e applicando-lhe os soecor- ros mecânicos necessários, taes como as fomentações, etc, póde-se principiar por banhar-lhe o rosto com vinagre mis- 52 — 406 — furado com outras duas partes de água, emquanto se lhe chega ao nariz uma esponja ensopada em a dita água ou em uma solução de chloro. Porém quando o doente está totalmente asphyxiado a ponto de não respirar mais, cumpre primeiramente dar-lhe os soccorros mecânicos somente, taes como a inspiração do ar, etc, tendo o cuidado de não deixar executar esta opera- ção senão por uma pessoa que esteja com a melhor saúde possível. Já durante a operação, a pessoa que a faz poderá favorecer o seu bom exito, humedecendo-se a boca de tempos em tempos com vinagre, e quando o doente principiar a le- vantar-se, póde-se-lhe dar algumas gotas de vinagre ou de água de chloro fortemente attenuada. Se o doente, depois de voltar a si, queixar-se de frio, e se o vinagre já lhe não fizer bem ou lhe repugnar, meia chicara de café simples será então de grande utilidade; e se o doente sentir calor com «rande fraqueza, algumas golas de um vinho generoso serão conve- nientes. Nos accidentes produzidos pelo gaz carbônico, o primeiro meio a empregar é igualmente o vinagre. Depois do doente tornar a si, póde-se-lhe administrar uma dose de op., ou muitas doses, em caso de precisão. — Se op. não produzir me- lhoras, ou se, apezar da repetição das doses, a acção favorá- vel deste medicamento não se sustentar, será aeertado admi- nistrar uma dose de bell., que depois deixar-se-ha obrar durante muitos dias. Muitas vezes as exhalaçoes dos cogumelos que nascem nos forros de madeira das easas causão accidentes semelhantes aos efíeitos do gaz carbônico, porém ordinariamente menos violentos. O melhor meio contra os resultados funestos dessas exhalaçoes é sulf-ac (3a), desfeito em 8 onças de água e tomado por colheres de sopa de 3 em 3 ou de 4 em 4 horas, ou todos os dias uma colher somente segundo as circums- tancias. — 407 — As pessoas que estão expostas aos vapores do chloro devem fumar tabaco, ou tomar de tempos em tempos um pedaço de assucar embebido de aguardente, de rhum, ou de espirito de vinho. Quanto aos vapores do enxofre, do acido hydrocianico, das substancias alcalinas ou dos ácidos mineraes, empre- gar-se ha os mesmos meios que os acima indicados conlra essas mesmas substancias (vinagre, ammoniaco, etc); porém é preciso ter o cuidado de não fazer respirar o vapor dos mesmos senão a grande distancia, afim de não aggravar ainda o estado do doente. Muitas vezes também pôde se adminis- trar de tempos em tempos uma colher de chá de uma mis- tura de uma gota desses antídotos com 8 a 12 onças de água. INSECTOS venenosos.—O mesmo curativo que o do enve- nenamento pelas cantharidas. (Vide esta palavra.) Contra as inílammações muitas vezes sérias bastante que produzem os cabellos de certas lagartas quando introdu- zem-se debaixo da pelle, o melhor meio é a applicação de chumaços embebidos de espirito de camphora. Quanto ás pi- cadas de insectos, vide Cap. 20, lesões mecânicas. IODO.—Os melhores meios em os casos graves de toxica- ção são: i°, amido misturado com água; 20, colla de amido; 3o, farinha de trigo; 4° bebidas mucilaginosas. Contra as dores consecutivas, assim como contra os acci- dentes por abuso desta substancia como medicamento, serão quasi sempre convenientes : bell. seguido de phos., ou ainda: ars., chin., coff., hep., spong., sulf. LAGARTAS venenosas. —Vide insectos. LAUREOLA ou mezercão. — Se, por abuso deste meio empregado pela medicina ordinária para entreter as fontes, manifestarem-se dores, póde-se primeiramente dar para chei- rar uma solução alcoólica de camphora; depois, se a boca fôr aífectada, ou se os ossos resentirem-se disso, merc. convirá — 408 — melhor; e se as articulações padecerem de preferencia: bry. ou rhus. LYCOPODIO.—Se por acaso o emprego desta substancia como dessecante tiver causado dores, e se a olfacção da camphora não fôr sufliciente para desvanecê-las, puls. será muitas vezes conveniente; ou n.-vom., se resultou disso uma constipação obstinada ; cham., havendo espasmos ou convul- sões; acon., havendo febre com calor e agitação. MAGNESIA, CARBONATO, MURIATO, SULFATO DE MAGNESIA.— Os melhores medicamentos contra as dores por abuso destas substancias como remédio, são: ars., cham., coff., coloe, n.-vom., puls., rhab. Arsenicum, é sobretudo indicado se resultou disso dores violentas, ardentes, aggravando-se de noite e obrigando o doente a sahir da cama. Chamomilla, havendo colicas violentas, com ou sem diarrhea. Coffea, se resultou disso insomnia, com sobre-excitação nervosa. Colocynthis, havendo colicas com dores intoleráveis, espasmodicas, e constipação, ou evacuações tardias, raras. Nux vomica, havendo constipação obstinada sem outras dôrcs, ou se nas colicas com constipação coloe não fôr suf- ficíente para regrar as evacuações. Pulsatilla, havendo colicas espasmodicas, com flúor albo, ou diarrheas aquosas com colicas, sobretudo se rhab. não fôr sufliciente neste ultimo caso. Rhaearbarum, havendo diarrheas aquosas, azedas, com colicas e tenesmo. MERCÚRIO e preparações mercuriaes. — Os melhores meios nos casos graves de toxicação, sobreludo pelo subli- uado corrosivo, sâo: i°, clara ele ovo desfeita em água e to- mada como beberagem; 20, água com assucar; 3o, leite; 4o, amido misturado ou colla preparada com esta substancia. — 409 — A clara de ovo e a água com assucar são demais os meios principaes que devem ser administrados alternadamentc. As dores consecutivas não exigem outros medicamentos que as dores mercuriaes em geral, taes como muitas vezes sobrevem depois de ter feito abuso dessas preparações como remédios. Neste ultimo caso, o antídoto principal, e que quasi sem- pre será conveniente, é hep. administrado na dose de 3 a G glóbulos (6a attenuação), desfeitos em 8 onças de água, e tomados por colheres de sopa, todos os dias uma colher. Este medicamento é particularmente indicado, quando ha: cephalalgia nocturna, queda dos cabellos, nodos dolorosos na cabeça; olhos inflammados c vermelhos, com sensibilidade dolorosa do nariz calcando em cima; croslas ao redor da boca; salivação e ulceração das gengivas; inchação das amygdalas e das glândulas do pescoço; inchação e ulcera- ção das glândulas iiiguinaes ou axillares; evacuações diar- rheicas, com tenesmo; inflammação e. ulceração fácil da pel- le, etc. (Vide a pathogenesia de hep., parte i\) Depois da acção de hep., convém quasi sempre bell., ou nitr.-ac. Se, depois da acção de nitr.-ac. ainda ficão dores, uma dose de sulf. muitas vezes prestará grandes serviços para muitas semanas; depois deste medicamento ás vezes convém cale Quando o doente fez ao mesmo tempo abuso do mercúrio e do enxofre, os medicamentos mais convenientes serão: bell. puls., ou mesmo merc Em alguns casos particulares, e sobretudo nas dores chro- nicas pelo abuso do mercúrio, póde-se empregar ainda: Contra as affecções da boca e das gengivas, a saliva- ção, etc. : carb.-veg., dulc, hep., nitr.-ac, staph., sulf, ou ainda: chin., iod., natr.-m. Contra as anginas: bell., carb.-v., hep., lach., staph., sulf, ou também: arg., lyc, nitr.-ac, thui. — 410 — Contra a fraqueza nervosa e physica : chin., hep., lach., ou ainda: carb.-v., nitr.-ac. Contra a sobre-excitação nervosa: carb.-v., cham., hep., nitr. -ac., puls. Contra a nimia sensieilidade nas mudanças de tempo frio, etc. : carb.-v. ou chin. Contra as dores rheumatismaes, as nevralgias: carb.-v., chin., dulc, guai., hep., lach., phos.-ac, sass., puls., sulf, ou ainda: arn., bell., cale, cham., lyc. Contra as affecções do systema ósseo, os exostoses, a ca- ria, etc: aur., phos.-ac, ou também: asa., cale, dulc, lach., lyc, nitr.-ac, sil., sulf. Contra as affecções das glândulas, os bubões, etc. : aur., carb.-v., dulc, nitr.-ac, sil. Contra as ulcerações: aur., bell., carb.-v., hep., lach., nitr.-ac, sass., sil., sulf, thui. Contra as affecções hydropicas : chin., dulc, bell., sulf. çpp* Vide também, em seus capítulos respectivos, as affecções particulares pelo abuso do mercúrio, taes como: CEPHALALGIA, OPHTHALMIA, ODONTALGIA, COLICAS, DIAR- RHEAS , etc METAES. — Para os envenenamentos pelas substancias metallicas, vide os metaes particulares, taes como : o cobre, ARSÊNICO, ESTANHO, MERCÚRIO, CHUMBO, etC. Nas affecções chronicas por abuso das substancias metal- licas como remédios, sulf. é um dos medicamentos mais importantes, e que, mesmo nos casos em que ha antídotos mais específicos, merece ser consultado, quando depois da administração desses antídotos ainda restão dôrcs. MEZEREÃO. - Vide laureola. MEL venenoso.—O meio principal é a camphora, adminis- trada em olfacção e em fomentações, ao mesmo tempo que o doente tomará café simples ou chá o mais quente possível. MEXILHÕES e peixes venenosos. — O meio para empregar — 411 — em primeiro lugar contra um envenenamento pelos mexi- lhões, é o carvão vegetal moido, misturado com xarope de assucar ou água com assucar; mais tarde, dar-se-ha para cheirar camphora, e para beber café simples. Contra os peixes venenosos, será mais acertado adminis- trar o carvão moido, misturado com aguardente; somente, quando este meio não é sufliciente, e quando o café também não allivia, dar-se-ha para comer bastante assucar, ou para beber água com muito assucar. Se este meio fôr também ineflicaz, o vinagre, misturado em duas vezes a mesma quan- tidade de água, prestará muitas vezes grandes serviços. Se, depois de um envenenamento por mexilhões ou peixes venenosos, houver erupção ou vermelhidão da pelle como na cscarlatina, com inhação do rosto, dôr na garganta, etc, bell. será muitas vezes de grande utilidade, ou então (segundo Malaise) cop. MORMO.—Vide substancias animaes. NARCÓTICAS (substancias.) — Vide vegetaes. NITRATO DE PRATA.—-Saí commum desfeito era grande quantidade de água; depois bebidas mucilaginosas. NITRATO DE POTASSA. — Vide ammoniaco. ÓPIO. — O antídoto principal é o café simples, ou o vina- gre; mais tarde, algumas doses de ipec. serão muitas vezes de srrande utilidade. ' Se depois do uso de ipec ainda restão dores, póde-se empregar merc, n.-vom., ou bell., medicamentos que nas dores chronicas por abuso do ópio, como remédio, merecem também ser empregados de preferencia. PEDRA HUME.—A água de sabão, ou a água com assucar, alé provocar o vomito; mais tarde, puls. ou verat. PEIXES venenosos.—Vide mexilhões e peixes. PHOSPHORO. — O azeite e todas as substancias oleosas são muito perniciosos. A indicação principal é fazer lançar o doente o mais de pressa possível, applicando-jhe uma — 412 — pitada de rape ou uma pouca de mostarda na lingua. Sc a titillação da garganta não fôr sufliciente; depois dar- se-ha café simples, e ao cabo de algumas horas uma colher de sopa de magnesia. Se depois do uso da magnesia ainda ficarem dores, n.-vom. será muitas vezes o medicamento mais conveniente ; muitas vezes também póde-se dar algumas gotas de um vinho gene- roso com assucar, se o doente manifestar o desejo de o beber. QUINA.—Os melhores medicamentos contra as dores pelo abuso da quina como remédio, são, em geral: arn., ars., bell., cale, fer., ipec, merc, puls., verat, ou ainda: caps., carb.-v., cin., natr., natr.-m., sep., sulf. Arnica, é sobretudo indicado quando ha : dores rheuma- lismaes, peso, frouxidão e grande dôr nos membros; crispa- ções pelos ossos todos ; sensibilidade extrema de todos os órgãos; aggravaçâo das dores pelo movimento, a palavra e a bulha. Arsenicum, quando ha : ulceras nas pernas; affecções hv- dropicas ou edema dos pés ; tosse e respiração curta. Belladona, quando ha: congestão na cabeça, com calor no rosto, e dores freqüentes na cabeça, no rosto e nos den- tes ; ou se houver idericia, e merc. não tenha sido sufliciente. Calcarea, quando ha: dôr de cabeça, otalgia, odontalgia e dores nos membros, sobretudo se estas affecções se mani- festarem depois de uma febre intermittente interceptada por doses enormes de quina, e não sendo puls. sufliciente. Ferrum, havendo inchação edematosa dos pés. Ipecacuanha, em a maior parte dos casos, ao principio do curativo. Administrando este medicamento (6 glob. 6a), em uma solução de água, na dose de 5 colheres de sopa cada dia, tirará muitas vezes a maior parte das dores. Mercurius, havendo ictericia ou outras dores hepalicas ou biliosas. Pulsatilla, havendo: otalgia, odontalgia, cephalalgia ou - 413 — dores nos membros, sobretudo se estas dores apparecêrão depois de uma febre intermittente, interceptada por enormes doses de quina. Veratrum, quando ha: frio do corpo ou dos membros, com suores frios, constipação ou diarrhea. Nos casos em que houve abuso da quina para interceptar uma febre intermittente, os melhores medicamentos são : Se a febre foi realmente interceptada: arn., ars., bell., cale, carb.-v., cin., fer., ipec, merc, puls., sulf Se a febre ainda existir: ipec ; e mais tarde: ars., carb.-v., ou então, porém raras vezes: arn., cin., verat., ou ainda : cale, bell., merc., sulf. Vide demais, em seus capitulos respectivos, os artigos : FEBRES INTERMITTENTES, HEPATITE, ESPLENITE, C todas as affecções que poderião ofterecer-se depois do abuso da quina. RHUIBARBO.—Dar-se-ha com grande successo: Chamomilla, quando ha: colicas violentas, com evacua- ções diarrheicas, esverdeadas. Colocynthis, se as colicas com diarrhea não cederem ao emprego de cham. Mercurius, se houver: evacuações diarrheicas, esverdea- das e de um cheiro azedo, ou evacuações de matérias san- guinolentas. Nux vom., havendo: flatos, com evacuações diarrheicas mucosas. Pulsatilla, contra vomito de matérias azedas, e diarrhea de matérias estercoraes, ou evacuações mucosas. SALSA-PARRILHA.—São bell. e merc que, em a maior parte dos casos, prestaráõ mais serviços conlra as dores por abuso desta substancia como remédio. SAPOS (veneno dos.) — Vide substancias animaes. SENTEIO ESPIGADO.—O especifico contra os envenena- mentos por esta substancia é solan-nigr. 53 — 414 - SPIGELIA.—Contra os primeiros symptomas assustado- res : i°, camphora em olfacção ; 2°, café simples. Contra as dores consecutivas: merc. STRAMONIUM. — Café simples, ou vinagre fou acido citrico) em grande quantidade, e se os vômitos tardarem a se manifestar, um clistel de fumo de tabaco. (Vide parte Ia, vomito.) Contra as dores consecutivas : n.-vom. SUBLIMADO CORROSIVO. — Vide mercúrio. SULFATO DE COBRE, de ferro e de zinco.— Água te- pida com assucar, ou clara de ovo com água, até vomitar ; mais tarde bebidas mucilaginosas. SUMAGRE VENENOSO. — Se o contacto imprudente deste vegetal houver produzido inflammações erysipelatosas, nu qualquer outra espécie de erupção, a applicação de meios exteriores é muito perniciosa. Os medicamentos que se de- vem administrar interiormente são : bry. ou bell. VALERIANA.—São: cham., coff, n.-vom., ou sulf, que quasi sempre achar-se-hão eflicazes contra as dores chroni- cas por abuso desta planta como remédio. VEGETAES.—Em todos os casos de envenenamento por vegetaes, a olfacção do camphora é um dos principaes meios, assim como o uso do café simples. As plantas narcóticas pedem particularmente o café sim- ples e o vinagre misturado com água. As plantas corrosivas, ou aquellas cujos elTeitos manifes- tão-se por dores violentas- água de sabão, ou leite. VERDETE.-^trfc cobre. 415 — EPÍLOGO. « senhor.— <í Não é de estranhar que, em todas as épocas e estados de civilisa- ção, tenhão os novos descobrimentos e innovações nas doutrina* recebidas encontrado igual opposição da parte do vulgo néscio e dos homens mais cultos que região a educação publica. Nestes a tenaci- dade com que defendem os erros dominantes é ainda maior que a obstinação do vulgo; esta é quasi sempre fomentada c apoiada pelos inimigos das innovações úteis, os quaes, receiosos de perder o seu mal fundado e adquirido predomínio, para mallograr os esforços dos sá- bios, implorão o soecorro dos néscios. Quantas graças não devemos pois render áquelles iHustres indagadores da natureza a quem o amoi dos seus semelhantes e a ardente ancia de descobrir a verdade inspi- rarão o nobre arrojo de arrostar e combater erros antiquissimos, ve- nerados dos povos, eacerrimamente defendidos por seus presumpçosos, arrogantes e dogmáticos mestres, cuja intolerância suscitou tantos dissabores, e tão cruéis e injustas perseguições aos fundadores das sciencias! {Discurso recitado perante S. 31.1., em sessão publica annual da Academia Imperial de Medecina, a 30 de julho de l84í, pelo digno Presidente dessa Academia Dr. J. C. S. rte Meirelles.) MINHA CONVERSÃO A HOMQEOPATHIA. Estranho parecerá que a nomes illustres por tantos serviços á medicina, á humanidade feitos, outro se veja associado sem precedentes, sem esperanças, sem um porvir talvez; mas não o é mais que a sombra a cores n'um quadro. — Porque motivos, para que fins, e como se harmonisão taes elemen- tos ? — Responderei com o que me soltou dos bicos da penna por occasião da Installaçao do Instituto Homccopathico do Brazil em 10 de Março deste anno ; por que respondo com toda a IWneza da mais cordial convicção, com toda a ver- dade dos sentimentos mais caros. — 416 — « Senhores! —Eis-nos emfim reunidos para um fim justo ! Quanta força adquirem os homens quando se unem para realisar um pensamento que encerra um meio de felicidade publica, o Instituto Homoeopathico do Brazil o vai provar. Quantos obstáculos derruba uma vontade forte e justa; nós, que uma só vontade temos, e tão forte por nossa união como justa pelos benefícios que pretendemos fazer, nós a nossos rivaes patentearemos. Dada é a hora depois da qual impos- sível nos é retrogradar. Hora solemne ! !... Quantas con- seqüências a deduzir deste acto ! Quantas antecedencias a elle nos conduzirão ! « Qualquer de nós tem provas da ineflicacia de meios da antiga medicina ; qualquer de nós bem sabe com quanta exitação o medico probo lança mão desses meios , com. quanto pasmo os vê produzir efíeitos inesperados; com quanta inexplicável confusão observa os resultados desses efíeitos, ou elles sejão saúde, ou nova moléstia, ou morte: comtudo, qualquer de nós deseja, exige até que o medico seja senhor desses meios, que pródiga a natureza no mais insignificante objecto lhe oíferece; que elle conheça todos os efíeitos, que são elles capazes de produzir no corpo hu- mano ; e como produzindo-os restabeleção a saude. Vão desejo, exigência inefficaz, emquanto o medico não soube experimentar no corpo são esses agentes, attenuados; para ver como a parcella de principio de vida universal, por que existem, reage em nós com esse mesmo principio, consti- tuindo, entre outras, a existência humana; epor semelhantes efíeitos repele efíeitos semelhantes devidos á causa morbifica, da mesma sorte que se repelem fluidos electricos monomios; ou por contrários effeilos altrahe efíeitos contrários, devidos a essa causa, e, ou deixa, restabelecendo momentâneo equi- líbrio, como entre heteronomios fluidos que a mesma causa continue a destruir a saude, ou, sendo forte o çjioque dos contrários, de uma vez rompe os laços da vida, como se — 417 — rompem, se fundem os fios conductores da pilha sobre- carregada (*). « Desde que encetei a carreira nobre e espinhosa do exer- cício da arte de curar, por toda a parte incerteza, em todos os meios inefficacia no momento mais critico, e nos casos mais felizes completa ignorância do que se passara para taes resultados obter. Esta era a minha sorte; e bem feliz o mundo se esta fora minha só. Honrado com a confiança de alguns collegas, e de outras pessoas, apenas chegado a este império foi-me confiada a clinica do Hospital dos Lasaros, e pouco depois a dos Expostos da Santa Casa da Misericórdia. Quan- tos esforços eu fiz para corresponder á confiança de meus amigos elles o sabem; elles me derão provas de o saber, que possuo como thesouros de grande preço; e as attenções que de continuo me prodigalisão me asscgurão de que ainda lhes mereço a mesma confiança. E só eu não tinha confiança em mim ! E finalmente, aquelle de meus collegas em quem eu depositava a minha toda inteira, aquelle que eu venero como o meu melhor amigo, máo grado seu veio dar-me o fatal desengano da inefficacia da medicina ! Uma vida lhe con- fiei.... uma vida por que eu dera talvez a felicidade de minha alma.... e essa vida.... eu a perdi!... Que me inspiraria tal desengano? Abandonar essa fallaz sciencia, maldizendo a inclinação e as circumstancias que me decidirão a dei- xar-me seduzir pela poesia de suas theorias. Abandonei-a : renunciei os cargos que me honravão, porque pesavão de mais sobre minha consciência : abandonei-a em tudo que tinha de hypothelico; e porque outro meio de vida me não restava ; e porque a cirurgia era quanto de positivo havia (*) Forçada é a comparação, como tantas outras, pela oratória; que nem eu admitto que só dous sejão os fluidos electricos, ou por outra, que a electri- cídade única seja e se pateniêe por só duas series deelTeitos; nemqueeiista absoluta paridade entre o principio que a vida constitue, e esse outro, ou esses que são inherentes à matéria; comquanto os crêa do mesmo ser emanados, ao mesmo ser convergentes. — 418 — na arte de curar ; c porque ainda desta um ou dous ramos crão os que menos casos funestos apresenlavão na pratica ; com elles e com minha mágoa vagando fui para aturdir-me. Mas como eu me enganava julgando que, pelos ter deixado cm mãos mais hábeis, tantos infelizes, que salvar não podéra, salvos fossem!... Como eu me enganava pensando que por haver-me ausentado deste vasto campo de desastres, trocan- do-o pela solidão dos sertões, não mais seria testemunha da consternação e dó de uma família que se vê de um instante para o outro a braços com a miséria, porque seu vigoroso chefe cahio prematuramente nas garras da morte, apezar de todos os esforços da medicina!... (*). Por onde vaguei eu sem rumo, á tôa, que não encontrasse provas dessa inefíica- cia de meios; dessa exitação na escolha; dessa confusão nas doses e misturas; dessa ignorância do modo porque se effec- tuão as curas, se transformão as doenças, ou segue-se a vida* a morte, contra toda a espectativa?!!... Voltando ao seio de minha família e de meus amigos para mitigar saudades, e dispôr-me para nova peregrinação, não queria eu confor- mar-me ao destino que me obrigava a continuar a carreira encetada; mas tanta é a clareza, a precisão, a força persua- siva das doutrinas de Hahnemann, que impossível me foi ser-lhe indifFerente, quando se me facilitou meio seguro de persuadir-me. Tantos erão comtudo meios receios, tão fatal experiência era a própria e a alheia, que, sem ver, não poude crer. Vi ! E que vi ? que vejo todos os dias ! agora mesmo que me escutão alguns que arrancados forão das mãos da morte!... Dizer-vo-lo seria tecer encomios, e eu não sou para isso nem hábil, nem bem disposto. Os factos são mais (*) Longe estava eu de pensar, quando isto escrevia, que novo campo vasto de desastres seria ainda regado com lagrimas de desesperação! Longe eu eslava de pensar que tantos homens honestos, probos, inteiligentes, mas descuidados, incrédulos, ou infelizes, corressem pareihas com tantos outros orgulhosos, sór- dido?, pertinazes ou estúpidos, e se não munissem dos necessários meios de re- mediar com segurança ao menos parte dos males que imprevistas catastroplies derramãocomo o raio no seio da sociedade !... — 419 — eloqüentes, e são já bastantes para fallar tão alto que as ne- gativas não achem éco. Basta dizer-vos que o que tenho altenta e assiduamente observado é sufliciente para me fazer acreditar, e o será talvez para me dar força e razão com que provar possa que a hòmoeopathia é a verdadeira medi- cina (*). « Não a exercerei eu por emquanto, embora generosa con- fiança me honre e obrigue; pois que muito estudo, muita observação, muita experiência me são necessários para ha- bilitar-me; porém minha convicção tem sido levada pelos factos de tal fôrma ao intimo de minha alma, que, fazen- do-me imaginar a hòmoeopathia ser a única taboa de salva- ção para a humanidade enferma, me decide a contribuir com todos os meios a meu alcance para a propagação e aperfei- çoamento de tão util sciencia (**). « Eis quaes forão os antecedentes que me induzirão a fa- zer parte de tão nobre assembléa; eis quaes são as convicções que me dão força para não retroceder do propósito de con- seguir o fim para que nos reunimos. a Quaes sejão agora as conseqüências deste acto, qualquer de nós comprehende, e a humanidade as comprehenderá melhor quando a doutrina de Hahnemann, desassombrada dos entraves que mesquinhos interesses ou tibías comprehen- ções lhe põe diante, prodigalisar seus benefícios por todas as classes, principalmente pela dos indigentes; quando a (*) Essa força que nasce da convicção intima, dessa que se adquire só na presença do axioma, quando a intelligencia parece repousar entre o prazer e a dór, confeia de seu poder, essência origem ; nem por divina altiva estando humana, nem por humana humilde que é divina; tal força de dia em dia se avigora. Quando essas linhas escrevi diminutos erão os casos de curas, posto que sumrnamente satisfactorios; hoje tantos são, tão frisantes, e sobretudo tão calculados de antemão, que de mais não careço para me decidir a sacrificar pela propagação da verdadeira medicina tempo, socego, vida, tudo. Se ella vem tarde para servir-me, ainda a tempo vem para muitos desastres poupar a ou- trem. [**) Bem aventurados os que em poucas semanas se achão habilitados para condemnar a hòmoeopathia.... — 420 — homccopalhia prophílatíca de dia em dia cada vez mais rica de preservativos, prevenir antes de remediar as terríveis epidemias que fazem desapparecer de pontos da terra gera- ções inteiras; quando o estudo da matéria medica, tão fa- miliar ao medico das cortes como ao trabalhador dos campos, der a todos iguaes meios de atacar em seu começo as causas destruidoras da saude ; quando o philosopho, meditando sobre a potência dos medicamentos, tanto maior quanto mais da matéria despojada, elevando a Deos seu pensamento, despido também de systemase de abstracções, de mãos dadas com o theologo, exclamar extasiado: « O' divina causa do universo, como a intelligencia humana te encontra pura, in- teira, indivisível no athmo que lhe escapa á comprehen- çâo! ! » Unamo-nos como um só homem de vontade firme, e jamais outro pensamento que não seja o de tornar cada vez mais ampla esta obra meritoria nossas acções dirija (*). » Firme em meu propósito, como cada vez mais vigoradas por novos factos minhas opiniões, colaborei neste opusculo, c me será licito acerescentar-lhe algumas linhas, ainda que de pequena importância, só para servirem de estimulo a quem melhor quizer aproveitar a occasião que se lhe oífe- rece de ser util a seus semelhantes, estudando a verdadeira medicina, e praticando-a. (•) Teve éco minha voz nos corações; não digo bem: expressarão se os co- rações por minha voz. Crescente ha sido o numero dos membros do instituto; e o que é mais, uma sociedade central de médicos bomoeopathas se estabele- ceu com o fira de tornar a pratica de hòmoeopathia cada vez mais homogênea, cada vez mais acertada, pelos recíprocos conselhos e reflexões. O exemplo de uma sociedade de médicos concordes em diagnósticos e em tratamentos, auxi- lia nd-so reciprocamente, é ainda uma prova da exactldão dos principio» que os ligão: semelhante associação jamais se vio entre aliopathas, que ainda nas mais insignificantes conferências nunca chegão a entender-se, por ter cada um seu systema e suas drogas veneradas. Os consultórios públicos gratuitos conti- nuão a ser freqüentados por muitos doentes que vão obtendo1 os mais satisfac- torios resultados. A propagação da homoeopalhia vai tendo vigor incrível, prin- cipalmente nas províncias de S. Paulo, Rio Grande e Rio de Janeiro; nós a le- varemos mais longe: brevemente a hòmoeopathia será reconhecida em todo o império. Honra ao Instituto üomceopathico do Brazil. — 421 — Quizera tratar da anatomia humana, porque sem ella não ha estudo possível de medicina; demonstrar a compatibili- dade da cirurgia com a hòmoeopathia, por que se tem dito, para descrédito desta, ser com aquella incompatível; e de- finir alguns termos usados em medicina para intelligencia deste opusculo, etc.; mas não me será possível mais do que seguir a par e passo conhecimentos por ventura já vulgares. MUI SUCCINTA IDÉA DE PARTE DA ANATOMIA HUMANA. Não me dirijo a médicos, menos a cirurgiões, mas a quem, não tendo tempo de estudar a anatomia, nem obrigação de profundar esse estudo, carece de a não ignorar completa- mente para saber referir aos órgãos os efíeitos de agentes morbificos ou medicamentosos, quando tenha de os relatar para proveito seu ou de seu próximo, para curar-se ou dar á medicina meios novos com que cure. Pouco me importa a cri- tica daquelles sendo util a estes. Também não peço indul- gência nem louvor. Outros que facão melhor: contente sou de lhes servir de exemplo. O homem é um ente essencialmente espiritual; mas de- gradado neste valle de lagrimas, para que soffresse, lhe forão dados órgãos inherente a cada um imperiosa necessidade; para que demonstrasse sua origem divina, concedeu-se-lhe a vontade, por cuja força não reconhece impossíveis physi- cos, e para que podesse cá mesmo formar para si com seus iguaes um paraíso, lhes foi dada intelligencia, com que, para não sofírer tanto, educasse e conservasse em harmonia todos seus órgãos. Pois que a natureza deste epílogo me não permitte trans- por certas raias, limitar-me-hei a lembrar os órgãos mais importantes e os lugares onde concorrem a fazer parte do corpo humano, servindo-me, para trazer á memória esses 54 — 422 — lugares, designações tomadas de pontos geralmente conhe- cidos. Não ha parte alguma do corpo que esteja desligada das outras; mas, para facilidade do estudo, chama-se órgão áquella cuja figura e aspecto orgânico é difíèrentc, que se acha a outras pouco ligada, e que parece exercer uma func- ção dislineta. Quando muitos órgãos análogos em aspecto parecem concorrer por funcções análogas para uma grande funeção que parece ser a somma de todas aquellas, esta reu- nião de órgãos toma o nome de systema. Quando vários ór- gãos differentes concorrem por suas differentes funcções a ef- fectuar uma funeção complicada, esta reunião se chama aparelho, etc. Mas pouco importão estas subtilezas a quem procura apenas que lhe não seja a anatomia totalnicnlc estranha; c nem é este o lugar de explica-las. O cérebro (miolos) é o centro do systema nervoso, ou, para melhor dizer, de todo o organismo. Occupa toda a cai- xa de osso, que constitue dous terços mais ou menos da ca- beça, c a que se chama craneo, comprehendida a testa, as fontes, a nuca, e o alto da cabeça (vértice); é nelle que convergem todos os nervos mediata ou immediatamcnte; é delle que dimana este principio do vida que nos conslituc; isto é, interrompida sua continuidade com o resto do corpo, a vida não pôde continuar senão por algum tempo em cada órgão. (Por conseguinte, nenhuma moléstia pôde manifes- tar-se em qualquer órgão sem que o cérebro seja partici- pante do softrimento, assim como todos os outros órgãos que mediata ou immediatamente com olle tem relações; o que eqüivale a dizer, que não ha moléstias puramente lo- caes, com quanto, cm tal ou tal órgão phenomenos te pa- lenlèem que attraíão toda a attenção do doente, ou talvez ícm mal!) do medico, e que todas se referem ao cérebro, que em todas se ha de medicar. Mas cada parte do cérebro está mais immediatamcnte em relações com certos orgâos, e como — 423 — que preside a determinadas funcções, por isso na manifesta- ção de phenomenos mórbidos ou pathogenetícos, em taes ou taes órgãos , perturbando-lhes as funcções , funcções taes ou taes do cérebro se mostrão perturbadas consentaneamente. O doente ou o experimentador que tiver este superficial co- nhecimento, conhece quanto basta para saber que deve mar- car com a possível exaclidão o lugar onde softre ou deixa de soffrer, e qual seja ou tenha sido o sofírimenlo, para delle se haver perfeita noção.) (Em dons estados difíerentes se exercem as funcções do cé- rebro, quando acordado c durante o somno. No primeiro estado, pelas sensações, vontade, memória, deliberação, intelligencia, raciocínio, hábitos, etc. ; no segundo caso, por sonhos, que ainda são algumas das mesmas funcções que, menos exercidas ou mais exaltadas durante a vigilia, continuão a exercer-se mais ou menos regularmente no meio das restantes que latentes se reforção: e nenhuma destas funcções se exerce sem dependência das outras: e sua har- monia é impossivel se uma soffre alteração, se não são to- das exercidas proporcionalmente congêneres para o fim a que forão destinadas, a felicidade humana; o que não deve escapar á prespicacia do observador, que tem por fim con- servar, restabelecer ou perturbar essa harmonia.) Do cérebro parte um prolongamento semelhante chama- do medula, que, sahindo da cabeça, vai por entre os ossos que formão o espinhaço terminar acima do sacro por muitos nervos, havendo dado em seu trajecto muitos mais, os quaes Iodos se distribuem em differentes partes do corpo. Outros muitos nervos partem do cérebro, principalmente para os orçãos dos sentidos e para as principaes vísceras. Do cérebro e da medula, por diversas maneiras, parlem ainda nervos que vão communicar com os nervos sympathi- cos, que são ílexos ou reuniões de nervos, parecendo ter ou- tros centros que não o cérebro, porque divergem de uns e — 424 — convergem para outros gânglios, ou corpos mais ou menos arredondados e semelhantes á massa encephalica (aos mio- los). Mas lodo este systema de nervos fôrma uma rede con- tinua e embaraçada, de sorte que não pôde um nervo ser tocado sem que todos se resintão, sem que no cérebro se reflicta essa impressão. O vulgo chama nervos aos tendões; é necessário que diífe- rencêe estes, que são insensíveis no estado normal, são con- tinuação dos músculos (carnes), são duros e resistentes, so- bresahem quando se fazem movimentos, etc. ; entretanto que os nervos não podem ser comprimidos sem dôr do lugar da compressão para o cérebro, ficando dormente a parte desse ponto para baixo, se a compressão tiver sido muito for- te ou prolongada , etc. Ora, a respeito das funcções do cérebro e nervos, é for- çoso confessar que, apezar de grossos volumes que se tem escripto, não sabe mais o medico que o vulgo; muito é que saiba aquelle contentar-se com a observação imparcial dos phenomenos, sem que se embarace com as explicações que este exige, e que mais o satisfazem quando menos as en- tende. O coração é o órgão central da circulação do sangue ; está situado na parte superior e media do peito, obliquamenle da direita para a esquerda. É a ponta do coração que se sente bater entre a sexta e sétima costella esquerdas, o que tem feito pensar que o coração está situado nesse lugar. Este órgão, intimamente ligado ao cérebro pelos nervos, mostra mais que outro qualquer essa ligação em todas as mo- dificações daquelle, e reciprocamente. Suas funcções se exer- cera constantemente; não ha para elle repouso, mas podem ellas em casos excepcionaes suspender-se antes de haver-se extineto a vida no cérebro, assim como continuar quando reciprocamente o cérebro ha suspendido suas funcções mais apreciáveis. — 425 — Do coração partem grossos vasos que servem, uns a levar o sangue a todas as partes do corpo, os outros a traze-lo dessas partes para de novo ser-lhes enviado. Os primeiros destes vasos são chamados artérias, os segundos veias; aquel- las se distinguem por pulsações de ordinário sensivelmente efíectuadas no mesmo tempo em que palpita o coração. Onde umas acabão e começão outras ha um tecido particular por ellas mesmas aparentemente formado, que se chama tecido capilar, e que, com o tecido celular, os nervos, os vasos lymphaticos, etc., concorre a formar todos os órgãos. O cur- so do sangue do coração pelas artérias ao tecido capilar, e ao próprio parenchima dos órgãos, e deste pelas veias ao co- ração, é chamado circulação, que ainda se diz, pequena, a que tem lugar entre o coração e os pulmões (bofes), onde o sangue soífre a mudança de escuro, que tem vindo dos difle- rentes órgãos, em vermelho, que para os differentes órgãos é destinado; e grande circulação, a que se cífectua entre o coração e todas as outras partes, inclusos os pulmões, sem que efícetue agora a mudança mencionada. Difíerente é a circulação no adulto e no feto, cujos pulmões ainda se não tem penetrado de ar. Muito satisfatórias são as explicações que se dão deste phenomeno; curto é o espaço e impróprio para as transcrevermos, só nos seja permittido dizer que não são essas tão satisfatórias explicações tão completas, que nos dêem cabal conhecimento de tudo quanto se passa na cir- culação : ellas nos dão como ponto de partida movimentos consecutivos regulares das diversas partes do coração, e é dessa regularidade consecutiva de movimentos em todas as circumstancias que temos razões para duvidar. Veremos se alguém dá peso a nossas duvidas, e trataremos então dellas em lugar mais próprio. De todos os grossos vasos que do coração partem, aquel- le de que imporia ter idéa é o mais considerável, é a artéria aorta. Sabida do ventriculo esquerdo do coração sobe para — 42(3 — a direita, curva-se para a esquerda, e desce junta á colum- na vertebral até quasi no fim delia se dividir c subdividir para as extremidades inferiores, dando cm todo este trajec- to todas as artérias em que se effectua a grande circulação. Suas pulsações são mais sensíveis no ventre, e para as não confundir com as das artérias que se distribuem no estôma- go, que ás vezes sâo muilo fortes, convém que o observador se habitue a tadea-la de diversas maneiras e no sentido de sua estensão e a certa profundidade, entretanto que a mão simplesmente applicada sobre a região do estômago é quan- to basta para se ter idéa das pulsações das artérias que nes- te órgão se distribuem. Ora, o estado de magreza e a posi- ção influem na manifestação destas pulsações; c não são por- tanto para desprezar estas circumstancias, etc. Os pulmões , vulgarmente chamados bofes , são órgãos espongiosos compostos principalmente de três ordens de va- sos, artérias, veia-;, c bronchios, que são vasos cm que pene- tra o ar pela inspiração, e por onde sahe pela expiração; dous movimentos que constituem a respiração: estão situa- dos de um e outro lado do coração, occupando todo o res- tante interior do peito, augmentando ou diminuindo alter- nativamente de volume secundo os movimentos de ins ou expiração; cada um está envolto em uma membrana serosa que é chamada pleura, e ambos communicão pelos bronchios com a trachea , e por esta com a laringe, que é o órgão da voz: nelles se effectua, na presença do ar, a conversão do sangue escuro em sangue vermelho, que é chamada hema- tose, funeção sem a qual não pôde por muito lempo a cir- culação continuar, nem portanto a vida, que não obstante íica por muitas horas ainda latente e sem apparencias. São os pulmões a sede das enfermidades que maior numero de victimas tem feilo; são elles os órgãos expiatórios de quan- tos vicios conspurcão a sociedade; são essas enfermidades que mais convém conhecer, são essas causas que remover — 427 — deverão moralistas práticos armados com severo exemplo. A respiração se effectua no estado de saude quasi sem bulha alguma, e nenhuma posição lhe é menos commoda, e o mesmo som se escuta percutindo diversos ponlos de um c outro lado do peito comparados. (Como tudo que sahir desta ordem inculca enfermidade, convém que o doente ou o ob- servador tenha examinado, antes da experiência ou da doença, seu peito e os de pessoas sãas para poder comparar os dous estados, servindo-se, para designar os phenomenos que ob- servar , de termos que lhe forem mais familiares, segundo sua posição sodal.) O fígado está situado abaixo dos pulmões c coração, aci- ma do estômago, pancreas e rins, separado dos pulmões pelo músculo diaphragma, defendido cm grande parte pelas ul- timas costellas, encostado um tanto á columna vertebral, cm contacto á esquerda com o baço, etc Vejamos se é possivel achar um meio de fazer com que qualquer pessoa, que nada saiba de anatomia, designe pou- co mais ou menos o órgão em que sente, sem o confundir com outro. — Qualquer pessoa de mediana compleição que des- cansar naturalmente as mãos abertas nos lados do ventre, fi- cando-lhe os pollcgarcs para traz, os bordos internos das mãos para baixo apoiando sobre os ossos das cadeiras, os dedos indicadores tocando as costellas ; o dedo indicador da mão direita lhe ficará sobre o lugar da visicula d~> fcl, a pal- ma da mão esquerda corresponderá pelo seu bordo externo ao baço, e os dedos polegares corresponderáõ aos bordos externos dos rins; o espaço comprehendido entre os dous dedos indicadores dará a extensão do estômago; os dedos médio e anular assentaráõ, os da mão direita sobre o colon ascendente, os da esquerda sobre o colon descendente; en- tre os dedos médios ficará o colon transverso que se estende da direita para a esquerda por cima de embigo; dos dedos minimos o direito assentará sobre o intestino cego, o cs- — 428 — querdo ficará pela altura do começo do colon iliaco ou S do colon, todo o espaço comprehendido entre os colons e o púbis (pente), o cego e os ossos illions (ou das cadeiras), é oecupado pelos intestinos delgados; o intestino recto, con- tinuação do S d) colon , vai por detraz da bexiga terminar no ânus; a bexiga fica por traz do pente, e quando está cheia sente-se calcando logo acima do púbis ; nas mulheres o utero fica entre a bexiga e o recto, e aos lados do utero ficão os ovarios por detraz e abaixo de toda a massa de intestinos (*). Cada um destes órgãos exerce em concorrência uma fune- ção dislineta; o figado prepara a bilis, que, junta com o sueco gástrico e panercativo, concorrem para a digestão; o estômago recebe os alimentos que lhe vem por um canal chamado esophago, que no estômago termina tendo co- meçado na parte posterior da boca (fauces, pharinge) os intestinos delgados recebem os alimentos elaborados pelo estômago reduzidos a chimo, que transformão em chilo, que é absorvido por vasos particulares, que o levão ás veias sub- clavias depois de vários trajectos, etc.; o intestino cego re- cebe a parte do chimo que não foi toda reduzida a chilo, e que apresenta já caracteres bem differentes, e a começa a reduzir a fezes que sobem pelo colon ascendente, atraves- são para a esquerda pelo colon transverso, descem pelo co- lon iliaco e pelo recto, onde se dernorão para ser expellidas pelo ânus por effeito de esforços combinados do ventre e peito, etc. Os rins segregão o ourina, que atravessa uns longos e es- treitos vasos chamados uretheres, entra na bexiga onde se demora, e onde ganha algumas de suas propriedades até ser cxpellida pela urethera a beneficio de contracções da túnica muscular da bexiga, dos músculos do perineo, etc. O baço tem funcções que ainda são desconhecidas. Isto (*) Vide uma explicação análoga inseria na Folhinha homoeopathica para an:i) ái I8i5, impressa nesta mesma typograpula. — 429 — não quer dizer que nós conhecemos as funcções dos outros órgãos, quer dizer que nos outros mais temos tido que ver. Mas o que é a digestão, a respiração , a circulação, a con- cepção, a gestação, o pensamento, a vida; tanto não per- mitte Deos que saiba o homem; grosseiras comparações que faz o satisfazem, porque lhe foi permittido contentar-se de sua ignorância até ficar delia orgulhoso; mas conhecer a fundo todos eíses mysterios da creação não lhe consente a velha casca de que não sabe despojar-se. Considerado physicamente, é o homem o prototypo de todas as machinas, assim como o vemos ser o resumo de toda a physica, de toda a chimica possíveis. Os ossos que constituem a parte mais solida do corpo, os ligamentos que mantein ligadas estas peças, as cartilagens , as membranas synoviaes que dispõe, que facilitão o jogo dessas peças umas sobre as outras, e finalmente os tendões que a pontos di- versos dellas se inserem para por eífeito de tão admiravel- mente combinada acção dos músculos as pôr em movimen- to (pois que são os músculos, essas massas vermelhas que vulgarmente chamão carne, que se contrahem por influen- cia dos nepvos, de que alguém diz são terminações), cons- tituem uma machina tão complicada, tão calculada, tão certa, que se não basta para convencer o homem de sua pe quenez e de grandeza divina, assim como dos laços indisso- lúveis que a um ligão o outro destes extremos, é porque o próprio autor se oceulta christãmente exercendo a carida- de sem mostrar-se o caridoso. Tão superficiaes noções serão apenas suflicientes para quem tiver de inculcar com alguma precisão o lugar onde soffre; mas não podem servir de desculpa a quem, podendo estudar melhor, o não fizer, pretendendo ao mesmo tempo ser experiraentador ou exercer a hòmoeopathia. 55 — 430 — COMPATIBILIDADE DA CIRURGIA COM A HÒMOEOPATHIA. Fulil é o argumento , estabelecido á falta de melhor , de que incompatíveis são a cirurgia com a homceopathia, por- que aquella, dizem, é um ramo da allopalhia ; mas nem para todos pôde ficar sem replica. A cirurgia é a sciencia da applicação da mcchaníca ao corpo enfermo, removendo cansas de moléstias, deformida- des ou morte. Removidas laes causas, cabe o reslo á medicina que as ha de ler conhecido. Mas como o cirurgião não poderá ope- rar a remoção de causas qwe não conhece, o cirurgião tem de ser necessariamente medico ; o medico é que pôde deixar de ser cirurgião. Ora, não só, como vemos, ha compati- bilidade entre a cirurgia e a medicina, mas ha , entre aquel- la e esta, indissolúvel união; é só esta a medicina, que pôde, sem o exercicio daquella, ter lugar. Mas esta que é senão a homoeopalhia? Responda quem mais amor consagra á ver- dade que a si próprio; quem por ella lem coragem para abjurar os systcmas, as rulinas, ainda as que pingue fruto produzindo cobrem com véo dourado as consciências. Ha perfeita compatibilidade enlre a cirurgia c a hò- moeopathia; ha mais : removendo causas de moléstias , de- formidades ou morte, a homoeopalhia dynamicamenle, e mechanicamente a cirurgia, commum é o fim desles dous ramos da sciencia de curar; e, porque todas as seiencias (como tudo) se mantém ligadas, ligadas são intimamente por sua natureza, seus fins, seus meios, a cirurgia e a hò- moeopathia, constituindo única indivisível a sciencia de cu- rar; somente porque é da natureza humana a predilecção por um ou outro trabalho, pôde o medico homocopalha limitar-se ao emprego dos meios dynamicos, sem que lhe seja licito ignorar os meios mechanicos, que o cirurgião se limi- tará a pôr em pratica, não podendo também prescindir do — 431 — perfeito conhecimento daquelles. Desl'arte a medicina e a cirurgia reciprocamente se aperfeiçoão em proveito da hu- manidade e para engrandecimento das sciencias. Provemo-lo. Tanto mais se aperfeiçoa uma sciencia, quanto mais se simplifica. Se a medicina tem prescindido de muitos meios cirúrgicos para obter seus fins, tem-se simplificado, tem-se aperfeiçoado ; se a cirurgia (não fallando em processos e ins- trumentos , cada vez mais perfeitos) , diminuído o numero de casos em que seja applicavel, tem auxiliado a acção dos meios dynamicos ou removido-lhe obstáculos, e tem final- mente com mais segurança applicado-se cm concurso com a medicina, inegável é seu apcrfeiçoamcnte. Restringido pela hòmoeopathia o numero das operações cirúrgicas, sim- plificada a hòmoeopathia pela exiguidade posodynamica (*) e monomedi c an ei a, baseada na pathogenesia, regida pela lei da similitude symptomatica , regulada pela posometria c auxi- liada pela cirurgia, incontestável é o proveito que resulta desta alliança para a humanidade enferma; ainda mais para a moral do mundo, porque os homens irão deixando de im- peslar-se, e por isso praguejar-se e aborrecer-se: incontes- tável é o concurso desta liga para o engrandecimento das sciencias. De quantas operações tem prescindido a homa;opathia para obter curas por seus meios tão suaves! A sangria foi banida para sempre do domínio da sciencia de curar. Cedem violentas apoplexias aos meios homoeopa- thicos bem administrados, sem que seja necessário recorrer á sangria. (*) É indispensável darmos em nossa lingua denominações precisas cos gru- pos de idéas da nova doutrina ; se as que offereço não prestão, outrem que «s faça melhores.—Exiguidade posodvjíamica, pequenez de doses de medicamen- tos dynamisados (vide discurso preliminar); moxomedicaxcia, administração de um só medicamento de cada vez; similitude symptomatica , lei dos seme- lhantes; posometbia, theoria das doses ou graduação das dynamisações eleva- das na razão inversa da agudez da enfermidade, e directa de sua cronicidade e da susceptibilidade individual. — 432 — O cauterio actual só haverá de ser empregado contra a hemorrhagia de um vaso que não pôde laquear-se nem tor- cerse, e fora deste caso urgente não terá mais lugar seu re- pugnante emprego, senão talvez em algum caso de morde- dura de animal venenoso ou enraivado. As laqueações menos vezes terão de ser praticadas, vista a maneira por que os aneurismas cedem ao bem dirigido em- prego de meios homoeopathicos. A cauterisação não terá mais lugar senão n'um ou neu- tro caso raro de hemorragia capilar em que o tampão direc- lo ou outros meios a não poderem remover com muita ur- gência n'uma organisação eslragada pelo uso imprudente ou mal dirigido de medicamentos, ou por inveteradas molés- tias , etc. A puneção de tumores será cada vez mais rara, á propor- ção do conhecimento que o vulgo fôr adquirindo de qne os meios homoeopathicos a tempo administrados evitão que os tu- mores , pela maior parte, terminem por supuração; ainda assim muito menos necessidade ha de extrahir maior quan- tidade de pus que aquclla que naturalmente sahe de uma sicura proporcional, porque o resto sem perigo se absorve, ficando assim no lugar do tumor a mais pequena cicatriz. A paracenthese terá muito menos vezes lugar, porque fá- cil é á hòmoeopathia remover as hydropcsias insipientes, e nas muito avançadas as paracentheses, longe de ser repeti- das em intervallos cada vez mais próximos, como acontece geralmente, o são pelo contrario em intervallos cada vez mais remotos, porque os meios homoeopathicos, se a mo- léstia não tem produzido graves degenerações de tecido, pos- suem a necessária eflicacia para elevar contra suas causas a força vital. A trepanação do craneo menos vezes será praticada, por- que a pathogenesia, tendo ensinado os preciosos efíeitos dos medicamentos sobre o cérebro, dá muito a tempo seguros — 433 — meios de evitar um derramamento eminente, inevitável por tratamento que não fôr baseado nos princípios da doutrina da similitude, e só terá as mais das vezes lugar em casos de lesão thraumatica. Muito mais raras deveráõ ser as trepana- ções do sterno, das costellas, dos innominados por análo- gas razões. As ablações, as amputações, todas as operações cirúr- gicas, n'uma palavra, terão cada vez menos cabimento, porque, á excepção das que requerem as lesões thraumati- cas e poucas outras, todas serião evitaveis se as moléstias, que progredindo a ponto de ameaçar a vida do doente as re- clamão, fossem tratadas desde seu principio segundo os prin- cípios da verdadeira medicina, a homoeopalhia. De quantos meios cirúrgicos a hòmoeopathia se serve, ou para remover obstáculos á acção dos medicamentos dynami- sados, ou para administrar esses medicamentos? A par e passo com as operações cirúrgicas que ainda não pôde dispensar, não por inefíicaz, mas por tarde emprega- da, progride a hòmoeopathia, e para remover obstáculos me- chanicos á acção dos medicamentos, ou para administrar estes de maneira que mais eflicazes sejão, serve se de meios seus com que também concorre a enriquecer o arsenal ci- rúrgico. Por exemplo: De pouca ou nenhuma efficacia são os meios dynamicos no tratamento de fistulas ourinarias para a vagina, se da par- te deste órgão não fôr opposto meio algum mechanico que obste a continuação da passagem da ourina; os poucos meios que a cirurgia possuía são inefficazes; a necessidade subge- rio-me a invenção de dous instrumentos que obtém (princi- palmente o primeiro) o fim proposto. O primeiro é um pes- sario que se amolda a todas as dobras anormaes da vagina e um tanto se entranha nas fistulas, e pôde conservar-se por muitos dias sem que obste a passagem de algum liquido que possa vir do utero. Compõe-se de uma algalia elástica, gros- — 434 — sa, curva, olivar e multi-perfurada na extremidade que se introduz; uma franja de relroz que se cose em espiral á son- da e se embcbe na mesma matéria que serve ás algalias de moldar; esta massa é envolta n'uma película de Condon que se perfura na extremidade, e se deixa franzida igualmente sobre essa massa, afim de lhe permillir o amoldar-se ás si- nuosidades da vagina. O segundo é um compressor. Com- põe-se de dous ramos, um em angulo obluso, tem n'uma extremidade uma almofada movei guarnecida da mesma massa c película para tapar aíislula, outro cm segmento de circulo termina em pá, afim de apoiar sobre a parede op- posta da vagina; estão unidos um ao outro por uma corre- diça, e suas extremidades inferiores se approximão por uma rosca afastando gradualmente as extremidades superiores afim de exercer a compressão conveniente e impedir a pas- sagem da ourina para a vagina. Um e outro destes instru- mentos por si mesmo se mantém applicados sem grande in- commodo. Nas ulceras da cornea com hérnia de iris a cauterisação não pôde deixar de ter lugar, assim como quando certo nu- mero de vasos da conjuncliva alimenta um hypopion que, não tendo sido prevenido por tratamento conveniente, amea- ça ulceração na cornea ou mais graves estragos. Todos os porta-causticos até hoje usados tem o inconveniente de ir formar eschara muito maior que a necessária, que se torna depois causa de novos soífrimenlos; sirvo-me de um porla- caustico que dá lugar a uma eschara do tamanho de um quarto de linha. E um cadinho de prata sem liga furado no fundo, queé chato; nelle fundo o nitrato de prata servindo- me de um maçarico, uma e mais gotas do sal «travessão este orifício, reliro o fogo, promptamenle a ultima gola esfria c coalha, quebro-a, fica o orifício cheio do nitrato, limpo cui- dadosamente a face plana do cadinho, e applico sobre a ul- cera, hérnia ou vaso que pretendo cauterisar. Ainda poderei ■— 435 — obter eschara menor de um quarto de linha dando menor dimensão ao mencionado orifício. Sendo o estômago, os pulmões, o recto, a pelle, as prin- cipacs vias de administração dos medicamentos, não são comtudo as únicas, principalmente quando se-trata de fazer pronunciar-se mais o eífeilo medicamentoso no órgão que merece mais particular attenção, ou pela importância de seus sofírimentes , ou pela ligação que estes sofírimentos tem com os de outros órgãos. Para administrar os remédios por outras vias, além das mencionadas, vários meios mechanicos se empregão , mas particularmente para os empregar na trompa de Euslachio no tratamento da surdez nós temos usado de uma sonda de ouro curva, e munida de um embulo graduado, introduzin- do-a pelas fossas nasaes na trompa , e os resultados obtidos pela administração de meios apropriados desta maneira tem sido coroada dos melhores resultados: tenho tido o prazer de ver surdos de muitos annos não carecer de mais de uma tal applicação para recuperar o ouvir. Para administrar os medicamentos homoeopathicos no lu- gar mais próximo aos plexos-pharingeos, afim de remediar promptamente os ataques de aslhma , servimò-nos com a maior vantagem de uma sonda de ouro munida de embulo graduada e terminada em T, com um dos ramos duplo do outro, fazendo-os passar além da uvula, e impellindo rapi- damente o embulo para fazer chegar as poucas gotas de me- dicamento no mesmo instante aos dous ílexos. Os resultados obtidos por este meio são instantâneos e muito satisfatórios; o resto do tratamento obtém, como é já mui sabido, curas, ou, quando menos, melhoras de summa importância nesta terrível enfermidade, que tem sempre zombado dos esforços da medicina velha. Todos os meios cirúrgicos poderáõ mais ou menos ajudar a acção dos medicamenlos homoeopathicos, menos aquelles — 436 — que tendem a destruir as forças de que tanto o doente ca- rece para resistir ás causas que tem rompido esse equilíbrio de funcções que chamamos saude. E assim mutuamente se auxilião, se aperfeiçoão, e ao mesmo fim concorrem a ci- rurgia e a hòmoeopathia; e assim fica provada sua compati- bilidade. Nunca tão ligados forão estes dous ramos da arte de curar, porque sempre a cirurgia tendeu ao positivo, em quanto a velha medicina se emaranhava nas hypotheses mais absurdas. Esta sempre tão orgulhosa quanto vãa tem tido prclenções a uma superioridade aristocrática que aquella nunca lhe concedeu, mas que não pôde combater senão com o passo tardo dos resultados positivos; hoje a taes fados cede a fatuidade pedantesca, e marchão de braço os dous ramos da sciencia de curar atravez dessa nuvem negra de systemas, palavrões e absurdos. ADDITAMENTO AO CAPITULO II. Se as moléstias houvessem de ser conhecidas pelos carac- teres materiacs apreciáveis por nossos grosseiros sentidos, nenhumas serião menos ignorados que as da pelle; se as classificações systematicas tivessem alguma influencia sobre o resultado dos tratamentos, poucas ou nenhumas moléstias de pelle aífligirião a humanidade com sua pertinaz rebeldia a quantos meios o acaso, o impirismo, a fallaz experiência hypocratica emprega ha séculos. Aturado trabalho de três annos n'nm hospital de mais de sessenta doentes ha frustrado os nossos mais caros desígnios a ponto de nos fazer renunciar a todo o interesse, e por ventura reputação e estima, decidíndo-nos por mais de uma razão a deixar livre o campo a quem mais feliz ou hábil fosse: e mais de quatro annos que hao decorrido sem resultados nos tirarião toda a esperança de encontrar-se um dia reme- — 437 — dio, se novo horizonte mais risonho, confirmado, não tivesse apparecido rotas e dissipadas as nuvens torvas de hypotheses, rumores e contos emphaticos. A matéria medica pura ha descoberto já uma pequena quantidade de efíeitos secundários de medicamentos, que muita analogia apresentão com symptomas de varias enfer- midades cutâneas. Sendo tão curto o espaço de que podemos dispor, nos limitamos a recommendar muito o estudo da pathogenesia, e para firmar o sentido das palavras com que se designão vários grupos de symptomas mórbidos, e facili- tar a comparação com os symptomas pathogeneticos, apre- sentamos um trecho da melhor obra que em nossa lingua tem-se escripto, que é o-ENSAIO DERMOSOGRAPHICO— do nosso digníssimo predecessor Bernardino Antônio Gomes, publicado em 1820 por ordem e a expensas da Academia Real das Sciencias de Lisboa. GÊNEROS DA i.a ordem. — Papula. Papulas. Mui miúdas e acuminadas elevações da cuticula, inflam- madas na base, no decurso alguma por acaso pejada de liquido, fenecentes todas por absorvimento e furfuração. 1. Strophulus. ESTROPHULO. —Papulas rubras, em idade infantil, provindas de irritação accidental em gengivas, canal intestinal, ou em outra parte, sem febre, sem prurido, ou outro symptoma notável. 2. Lichen. FOGAGEM. — Papulas rubras, prurigino- sas, precedidas commummente de febre, de ordinário em adultos, repetentes, e nâo contagiosas. * Erythema marginatum, papulatum. 3. Prurigo. COCE1RA. — Papulas quasi da côr da E6 — 438 — pelle, por isso menos bem perceptíveis, mui pruriginosas. * Scabies papuliformis. 2.a ordem. — Squamac. Escamas, ou enfermidades escamosas. Lâminas de culicula morbosa, duras, engrossadas, com- mummente alvacentas e opacas, precedidas de ordinário, e freqüentemente acompanhadas, de inflammação chronica lo- cal, sem papulas, sem vesiculas, sem bolhas e sem pústulas. 4. Lepra. LEPRA. — Malhas escamosas, de diversa grandeza, todas subeireulares, elevadas na circumsferencia, e deprimidas no centro: escamas grossas, caducas. Duração chronica. 5. Psoriasis. PSORIASE , FÍGADO. — Malhas esca- mosas, de figura irregular, sem depressão no meio, freqüen- temente com fendas e repetentes : escamas tênues, caducas. Duração chronica. * Lichen agrius. 6. Pityriasis. PITYRIASE, CAREPA. — Malhas esca- mosas, de figura irregular, sem fendas, nem escoriações: escamas mui tênues, farelaceas, caducas. Duração chronica. 7. Ichthyosis. ICHTHYOSE, PELLE DE PEIXE. — Malhas de pelle engrossada, endurecida e áspera, ás vezes quasi lixosa ou cornea, como escamosa ás vezes: escamas persistentes (*). Duração chronica. 8. Callus. CALLO. —Porção de cuticula, commum- mente circular, e do diâmetro de poucas linhas, dura, lami- nosa, e proeminente. 5.a ordem.—Macula. Máculas. Malhas de côr diíferente da natural, permanentes, ou (*) Segundo Mr. Alibert as escamas da Ichthxjosis cahem uma vez cada anno; desta sorte não são em rigor persistentes, mas podem dizer-se persisten- tes relativamente às dos outros gêneros. — 439 — diulurnas, e freqüentemente com alteração na textura local da pelle (*). 9. Ephelis. EPHELIDE. — Máculas amarellas ou par- das, sem elevação ou depressão da pelle, sem esfoliação sen- sivel, diulurnas, advcnticias. 10. Navus. LUNAR, SIGNAL.—Macula congênita, vária na côr, ás vezes tumorosa, quasi sempre permanente. 11. Vitiligo. VITILIGEM. — Macula branca, de figura irregular, lisa, adventencia, progressiva, encanecente o ca- bello comprehendido, ou calvanle. * Elephantiasis leucodes. 4»a ordem. — Exanthemata. Exanthcmas. Manchas vermelhas, superficiaes, de diversas figuras, esparzidas pelo corpo, com intervallos de côr natural, fene- centes em pouco tempo por furfuração, ou esfoliações cuti- culares. 12. Bubeola. SARAMPO , SARAMPÃO. — Rubor de toda a pelle, vultoso e subpapuloso na face e nas mãos, ma- tizado de innumeraveis, pequenos, e irregulares intervallos de côr natural, precedido e acompanhado de febre conta- giosa, e commummente catarrhosa. Duração de 8 a 10 dias. i3. Boseola. ROSEOLA , SARAMPELO. — Manchas de côr de rosa, de varias figuras, semelhantes algumas vezes ás do sarampo, sem intumecencia, nem papulas, commum- mente symptomalícas, e não contagiosas. Duração de poucos dias. 14. Scarlatina. ESCARLATINA , FEBRE VERME- LHA. — Rubor escarlate em diffusas e irregulares manchas, (*) Algumas enfermidades desta ordem não fão permanentes; todas porém são de longa duração: a permaneacia pois, em rigor, não é o caracter da ordem, a dluturnidade sim, e por isso ajuntei 20 caracter permanentes, dado pela Synopsis de Bateman, e que nãoé commum a todas as espécies, o caracter diulurnas, que compete a algumas. — 440 — commnmmente precedido, e acompanhado de febre conta- giosa, e de esquinencia. Duração de poucos dias. * Urticaria scarlatinodes. i5. Urticaria. BORTOEJA.—Repentinas, e commum- mente suborbiculares intuinecencias cutâneas, duras, bran- cas no topo, cercadas de extenso rubor, mui prurigínosas, freqüentemente apyreticas, pouco duráveis, espontanea- mente resoluveis, e reversivas (*). Purpura urticans. Lichen urticatus. 16. Purpura. TABARDILHO. — Manchas ordinaria- mente da côr e feição de mordeduras de pulgas, sem ponto central (pintas); ás vezes muito maiores, de diversa feição, e roxas (livores); dispersas por toda a pelle, em alguns casos sem febre. Duração de 1 a 5 semanas, rara vez maior. Lichen lividus. Varíola petechialis. 17. Erythema. ERYTHEMA. — Mancha rubra, exten- sa, irregular, imperfeitamente circumscripta, sem bolhas ou vesiculas, sem pústulas, sem papulas (**), e com nulla ou ligeira febre própria. Duração de 1 a 2 semanas, rara vez maior. Prurigo formicans. Herpes iris. Pernio mitis. 5.a ordem. — Bulla. Bolhas. Grandes, e commummente irregulares, porções de cuti- cula despegadas da pelle pela interposição de um fluido apparentemente aquoso. (*) Estas íntumecencias são denomidas Babas pelo vulgo mrpQi.T a'gU,maÍ eSP-C'eS ha certas papulas> raas Pela <*<><* do seu ap- arecimento, pela duração, pelo espaço que occupão, etc, vô-se que sS symptomaticas, e nao essenciaes, ou características. — 441 — 18. Erysipela. ERYSIPELA.—Bolhas de diversa gran- deza e figura, elevadas sobre previa e extensa inflammação erylhematica, precedidas e acompanhadas de febre aguda, grande calor e inchação molle, sem dôr aguda, ou notável prurido. Duração ordinário de 6 a 7 dias. * Impetigo erysipelatodes. 19. Pernio. FRIEIRA.—Mancha rubra, subtumida, mui pruriginosa, sem febre, freqüentemente seguida de bo- lha, de figura irregular e desinente em ulcera. Duração longa. 20. Pemphigus. PEMPHIGO, FEBRE VESICULOSA.— Bolhas pela maior parte como avelãs ou amêndoas, prece- didas, por dias, de febre, e, próximo á erupção, de peque- nas manchas rubras, duras, com picadas, e fenecentes por escoriações mui dolorosas. Duração ordinária de i4a 21 dias. 21. Pompholix. POMPHOLICE.—Bolhas suecessivas, rápidas em seu desenvolvimento, sem inflammação á roda da base, e sem febre precursora. Duração de 1 a 2 semanas. 6.a ordem. — Vesicula. Vesiculas. Pequenas e orbiculares elevações da cuticula, pejadas de lympha, ás vezes clara e sem côr, commummente opaca e côr de pérola, fenecentes por furfuração, ou por crostas laminosas. 22. Bupia. RUPIAS.—Vesiculas amplas, achatadas, distantes, pouco inflammadas á roda da base, vagarosas em seu progresso, seguidas de ulceras, com crostas mui caducas e de mui prompta regeneração. 23. Varicella. VARICELLA, BEXIGAS DOIDAS. — Vesiculas distinctas, formadas em 24 horas, precedidas de ligeira febre, no 4o ãí& 6o dia seccas e crostosas. Erupção em fôrma de botõesinhos derramados, primeiro pelo peito, depois pelo resto do corpo. Duração de 8 a 12 dias. * Varíola crystallina. — 442 — 24. Vaccinia. VACCINA. — Vcsicula achatada, circu- lar ou oval, umbilicada, bojuda na perípheria, pejada de lympha clara, e mui lenta a vasar-se por picada, com febre e areola ao 3o ou 4o dia de apparição, fenecente por crosta semi-transparente e cicatriz concava. 25. Herpes. HERPES. — Vesiculas pequenas e nume- rosas, aggregadas em corymbos distinctos por intervallos naturaes, orladas de rubor inflammatorio e communicante, prurigínosas, precedidas commummente de febre, e não contagiosas. Duração de 8 a 20 dias. * Lichen agrius, tropicus * Eczema rubrum. * Scabies lymphatica. * Impetigo figurata , rodens. 26. Eczema. ECZEMA, FERVOR DE SANGUE. —Ve- siculas miúdas, accuminadas, commummente bastas, pouco inflammadas á roda da base, e com mais ardor e picadas que comichâo, sem febre precursora, e occasionadas por estimulo interno ou externo commummente manifesto. Du- ração de semanas. * Scabies papuliformis. 27. Milliaria. MILLIAR. — Vesiculas globosas , mui miúdas, cercadas de mui ligeiro e extenso rubor, sem pru- rido, symptomaticas e supervenientes a alguma febre. Dura- ção incerta e curta. 28. Aphtha. APHTHAS.—Vesiculas pequenas, ex- alviçadas ou de côr de pérola, sitas na lingua e interior da boca, fenecentes por esfoliação crostosa exalviçada, ou desi- nentes em ulceras superficiaes dolorosas. 7«a ordem. — Pústula. Pústulas. Mui pequenas e circumscriptas elevações ou tumorsinhos cuticulares, inflammados c rubros na base, amarellados no cimo, e pejados de matéria purulenta. — 443 — 2Q, Impetigo. DARTAS , SALSUGEM , EMPIGENS HUMIDAS. — Pústulas miúdas, pouco prominentcs, mal circumscriptas, numerosas, misturadas ás vezes com vesicu- las cercadas de orlas inflammatorias estreitas e commum- mente confluentes, sem febre, não contagiosas. Matéria a principio amarella e espessa, depois lenue, copiosa e desco- rada. Bostellas amarellas ou verdoengas, irregulares, fre- qüentemente reunidas. Situação de ordinário nas extremi- dades. Duração longa, incerta. * Lichen syphiliticus. * Eczema impetiginodes. * Elephantiasis abnormis. 3o. Porrigo. TINHA.— Pústulas pequenas, aggregadas, pruriginosas, sem febre, contagiosas. Matéria sempre viscosa. Bostellas grossas, molles. Situação de ordinário na cabeça e rosto. * Scabies purulenta. * Sycosis menti, capilitü. 3i. Scabies. SARNA.—Pústulas mediocres, ou peque- nas vesiculas, misturadas^ no decurso, ou degeneradas em pústulas, mui pruriginosas, sem febre, contagiosas. Erupção ás vezes geral, excepto na cara, sempre mais copiosa nos pulsos, por entre os dedos, e nas curvas das grandes articu- lações. 32. Varíola. BEXIGAS. — Pústulas de figura e gran- deza de ervilhas, umas vezes separadas, outras numerosas e confluentes, precedidas, e ás vezes acompanhadas, de febre, contagiosas. Erupção durante 3 a 4 dias, por botõesinhos rubros, primeiro na face, depois por todo o corpo. Matura- ção ou supuração durante outros 3 a 4 dias. Exsicação e encrostação nos 4 a í o seguintes. Duração total ordinária de i4 a 20 dias. 33. Edhyma. ECTHYMA. — Pústulas commummente grandes, prominentcs, duras, circulares e mui rubras na — 444 — base, pouco numerosas, distantes entre si, sem febre, se- guidas de bostellas duras, grossas, denegridas e tenazes, não contagiosas. Situação ordinária nas extremidades. * Porrigo edhymoidea. 8." ordem. — Tubercula. Tuberculos. Tumores superficiaes, pequenos, duros, circumscriptos e permanentes, ou susceptíveis de supuração parcial. 34. Phyma. PHYMA.—Tuberculo commummente so- litário, de ordinário atro-rubro e mui doloroso, gangrenoso- supuravel. Supuração em torno da escara, ou do núcleo gangrenoso. Situação incerta, mais freqüente nas costas. Duração aguda. 35. Lúpus. LÚPUS.—Tuberculo commummente so- litário, vario em grandeza c figura, duro, avermelhado, no progresso pruriginoso, de tempos a tempos com picadas, supuravel. Ulcera ichorosa, cercada de vivo rubor, corrosi- va, ou carcinomatosa. Situação ordinária na face ou peito. Duração chronica. 36. Malis. VERMINTO. — Tuberculo commummente solitário, achatado, pouco prominente, doloroso, com um ponto denegrido no cimo, e um ou mais bichos dentro. Si- tuação ordinária nas extremidades. Duração aguda. 37. Acne. SARRABULHOS, GOTA-ROSADA. — Tu- berculos pequenos, duros, rara vez solitários, inflammaveis em fôrma chronica pouco dolorosa, fenecentes, uns pela re- solução, outros por supuração parcial. Situação ordinária na face. Duração chronica. 38. Sycosis. SYCOSE, FIGOS.—Tuberculos da gran- deza de ervilhas, aggregados pela maior parte em corymbos subeireulares, acuminados, pouco duros, pruriginosos e su- puraveis. Ulceras fungoso-granulosas, ás vezes confluentes. Situação onde ha barba, ou juuto ao cabello da cabeça, nos adultos. Duração de semanas. * Porrigo favosa. — 445 — 39. Frambasia. BOUBAS.—Tuberculos da grandeza, a principio de cabeças de alfinetes, um tanto molles, e como pejados de certo núcleo, no decurso mais e mais amplos, desiguaes, achatados, indolentes, superficialmente ulcera- veis. Ulceras elevadas rubro-granulosas, de i a 3 pollegadas de diâmetro, cobertas de tenacissima matéria lardacea, mui pouco dolorosas. Situação dispersa por cara, tronco e extre- midades. Duração de mezes. 4o. Syphilirodis. SYPHILIROIDE. — Tuberculos pe- quenos, prominentes, subeireulares, de côr de cobre, a prin- cipio lisos, depois escamosos, crostosos, a final ulcerados. Situação na cara, no tronco ou nas extremidades. Erupção precedidas e ás vezes acompanhas de dores osteocopas, de ulceras e de outros indícios syphiliticos. Duração chronica. 4i. Elephantiasis. ELEPHANTIASE, MAL DE S. LÁ- ZARO. — Tuberculos vários em figura e grandeza, freqüen- temente como avelãs, duros, quasi insensíveis, precedidos de dormencia cutânea parcial, c acompanhados de depellação na cara e nas extremidades, e de ulcera superficial indolente no septo do nariz. Situação quasi exclusiva na cara, orelhas e extremidades. Duração de muitos annos. 42. Elephantia. ELEPHANCIA.—Intnmecencia par- cial, extensa, dura e chronica, da mesma côr da pelle, ás vezes fusca e icthyosada, ás vezes tuberculosa, indolente e consecutiva a reiteradas inflammações erythematicas. Situa- ção ordinária nas pernas, ás vezes no escroto, nos braços e em outras partes. Duração vitalícia. 43. Molluscum. MOLLUSCOS. — Tubercullos molles, de diversas figuras e grandezas, rentes ou pedícelados, pouco sensíveis, tarde crescentes, e pouco susceptíveis de inflam- mação. Situação dispersa por todo o corpo. Duração vi- talícia. 44- Verruca. VERRUGA.—Tuberculo pequeno, de côr da pelle, as mais das vezes duro, de superfície desigual, 57 _ 446 — indolente, não supuravel. Situação ordinária nas mãos. Du- ração chronica, incerta. * Urticaria tuberosa, perstans. * Erythema tuberculosum, nodosum. * Níüvus prominens. * Vitiligo JVillani. ADDITAMENTO AO CAPITULO VII. Os olhos são os órgãos que recebem c communicão a mais preciosa parle da vida intellectual, c dos soffrimentos. Por seu auxilio nos collocámos cm relação intima com a maior parte dos corpos exteriores, e o que mais é, com os pensa- mentos, com as boas ou más disposições daquellcs com quem vivemos: por elles igualmente damos a conhecer nossas affecções, nossa vontade, e muitas vezes sentimentos que nenhuma expressão fora capaz de manifestar. O estudo destes órgãos é quasi inteiro o da physiologia, c encerra o da melhor parte da physica; suas enfermidades podem servir de typo a muitos de outros órgãos bem differentes. Se em todas as moléstias o cérebro soffre, cm todas mais ou menos estes órgãos manifestão soffrimentos, que com os do cérebro tem as mais intimas relações. Se isto é verdade, quanta attenção não deve o medico prestar a essa linguagem su- blime da vista que lhe pôde tornar transparente quasi todo o organismo em qualquer estado? Não tenho espaço, nem forças para tentar persuadir alguém de quanto é util, indis- pensável, o estudo muito aturado da funeção da visão no estado normal e pathalogico. Arriscarei somente mui limi- tadas considerações acerca das ophlhalmias, para que alguém mais perito emprehenda trabalhos completos a tal respeito. O olho é o instrumento óptico mais perfeito truc poderá ima- ginar-se, e que jamais ha de ser imitado, abstracção feita - 447 — ainda da vida de que é dotado. Toda a imperfeição na visão indica alteração na saude em geral, ainda mesmo que não haja lesão local apreciável nas partes que esse órgão constituem. Os vícios da sociedade manifestão seus estragos pela imperfeição desta funeção, ainda mais que pelas affec- ções pulmonares, cutâneas e ósseas, etc, e a sociedade, disposta a deixar-se illudir pelos prazeres do momento, tem por vezes admittido na estulta categoria das modas a falta de vista, provocando-a até mesmo, ou simulando-a com o uso de suas frioleiras. Longe de aconselhar esses meios, que a titulo de preventivos, de conservadores, etc, autorisa a moda, recommendo que só por absoluta necessidade se use delles com extrema moderação. Ophtalmias. — Por este nome se designa um grupo de soffrimentos mais commum aos olhos, no qual sobresahem a vermelhidão das membranas, a dôr e o augmento do calor nos olhos, muitas vezes a aversão á luz, e o augmento ou suppressão das lagrimas. Como porém muitas são as fôrmas varias por que taes soffrimentos se manifestão, reclamando outros tantos difíerentes meios curativos, farei dellas mui superficial menção. Antes de tudo farei conhecer como poder, superficial mente a anatomia do olho, não a médicos que a devem co- nhecer, mas a quem se quizer aproveitar deste opusculo. Os olhos são dous glóbulos compostos de membranas; cheios de liquidos, uns mais espessos que outros; cercados de gordura e um tecido molle chamado adiposo, que lhes deixão livres todos os movimentos; movidos em todos os sentidos por seis músculos ; communicando directamente com o cérebro por dous nervos princípaes chamados ópticos; defendidos dos corpos exteriores por dous véos moveis co- nhecidos pelo nome de palpeeras, ás quaes estão ligados por umas membranas transparentes chamadas conjunctivas ; humedecidos continuamente por um liquido, que é o das — 448 — lagrimas, o qual vem da glândula lacrimal (cila acima e á parte externa do olho na orbita), e passa para o nariz por dous pequeninos orificios que estão na parte do bordo das palpebras mais próxima ao nariz; e defendidos contra a luz pelas pestanas, e pelos sobrolhos, etc As corne as trans- parentes são esses apparentes vidros que se vêem no meio dos olhos onde nossa imagem está representada quando examinamos os olhos de alguém: as íris são essas membra- nas coradas, que n'uns são azues, n'outros castanhas, neu- tros pardas, etc. : as pupilas, vulgarmente chamadas meni- nas dos olhos, são umas aberturas das iris que augmentão com a escuridade, e diminuem com a claridade, e servem para deixar passar a luz para dentro dos olhos: atraz destas aberturas estão dous corpos transparentes chamados crystal- linos, ou lentes, da figura de uma bola de cera que se ti- vesse achatado um pouco entre os dedos; mais dentro ha um liquido que enche todo o resto do olho, tem mais consis- tência que a clara de ovo, e é chamado corpo vitreo : entre o crystalino e a cornea transparente ha um espaço, que é pela iris dividido em dous, chamados câmara anterior e câmara postekior, oecupado por um liquido da consistência de água destillada, que se chama humor aquoso: por detraz da iris, e á roda delia, estão o corpo e processos ciliares, que se assemelhão muito aquella espécie de resplendor que se ob- serva na flor do maracujá. As conjundivas prolongão-se desde os bordos das palpebras, forrando estas até a circumsferen- cia das corneas transparentes, assentando sobre as scloro- ticas, que são essas membranas côr de pérola, resistentes e fibrosas, que vulgarmente se chamão os alvos dos olhos, e que constituem cora outras os quatro quintos posteriores do olho, sendo o outro quinto formado pela cornea transparente: immediata á sclorotica está uma membrana muito vascular, parecida com a casca fina da uva preta, e chama-se choroide: immediata a esta está a retina, que parece ser expansão do — 449 — nervo óptico, mas que melhor é julgar, que tendo uma fune- ção especial é lambem sui generis, e se lem relações intimas com esse nervo nem por isso é sua dependência ou expan- são. Outra membrana envolve o crystallino, outra segrega o humor aquoso; muitos vasos e nervos se distribuem em cada parte destes órgãos admiráveis, mas nem delles se pôde dar idéa em tão pequeno espaço, nem ella é absolutamente indis- pensável a quem só quer ter deste objecto superficial co- nhecimento. — Sem pretender tralar, com a extensão que merece, de fazer conhecer todas as enfermidades dos olhos, indicarei somente alguns caracteres pelos quaes a escolha do medicamento apropriado possa vir a ser mais segura num ou noutro caso de ophtalmia não previsto no original destes Conselhos clinicos. Em geral é um abaixamento de temperatura a causa prin- cipal das ophtalmias; mas, segundo o estado do organismo, diverso é o caracter que ellas apresentão, e por isso é indis- pensável allender a esse estado, colher Iodos os symptomas, e escolher o medicamento que no maior numero corresponda. Segundo esse estado, lambem a sede da enfermidade varia com seu caracter. Quando o doente soflre affecções catar- rhaes das membranas mucosas, a sede da enfermidade é principalmente na conjunetiva que das palpebras passa aos globos oceulares. Estas membranas se apresentão injectadas por vasos parallelos bifurcados junto á cornea, internando-se a linha c meia destes órgãos, deixando um circulo nâo injec- tado á roda delles; tem apparencia avelludada côr de ver- inelhão, e algumas vezes semeada de pequenas granulações circumscriptas e transparentes; ás vezes tão injectadas estão que engrossão consideravelmente. Ás vezes porém também a cornea é aíTectada,-se amolece, e se cobre de uma substancia polposa, e se perfura. Muitas vezes a ophtalmia ganha intensidade e segrega pus, mas commummente é só aug- mento de secreção mucosa, maior quantidade de lagrimas — 450 — por obstáculo e passagem dellas pelos pontos lacrimaes. Ha sensação de arêas , e comichâo superficial, principalmente para a tarde ; não ha aversão á luz, ha pouca perturbação na vista, devida só á abundância de mucosidades, e remedian- do-se simplesmente esfregando as palpebras. Quasi sempre ha complicação com bronchite, defluxos, diarrheas mucosas, catarrhos, etc. Os medicamentos mais convenientes a esta espécie de ophtalmia são: acon., bell., puls., e sobre todos Euphrasia quando ha secreção purulenta, principalmente para as crian. ças. Pôde ainda ser util o lach. e sulph. Ainda é a conjunetiva a sede principal da ophtalmia nas pessoas sujeitas a erysipelas de face; mas é particularmente a parte desta membrana que reveste o globo do olho: o te- cido celular sobconjunctival, e o orbitario são também affectados, assim commummente as palpebras. A côr da injecção é de um vermelho pallido-amarellado ; a injecção é confluente, fluxuosa; a conjunetiva torna-se laça, enru- gando-se facilmente e como infiltrada, de sorte que não deixa perceber o estado da sclorotica, que se deve suppôr intacta quando falta a photophobia e a epiphora. Ha sensação desagradável por effeito de fricção das palpebras sobre a conjunetiva infiltrada, mas não ha dôr, nem aversão á luz, nem grande augmento de lagrimas. O medicamento que entre todos merece particular atten- ção nesta qualidade de ophtalmia, é o lycopodio. Nos indivíduos escrofulosos é ainda a conjunetiva sclcro- tical o principal órgão affectado, mas podem-o ser também outros. Nestas ophtalmias a injecção da conjunetiva é par- cial, e de poucos vasos quasi parallelos reunidos em fascicu- los, principalmente perto das comissuras das palpebras: ha- vendo também affecções catarrhaes notão-se duas ordens de vasos, os mais profundos pertencendo ao tecido celular cru- zão-se com os da conjunetiva, e são de um rubro mais arro- — 451 — chado: ás vezes também a sclerotica, soffre e então ha pho- tophobia: a cornea muitas vezes ou se turva e semeia de pequenissimos pontos finos, ou soíTrc derramamentos inter- lamelares de matéria limphatica, muitas vezes tornada puru- lenta quando ha affecções rheumatismaes, ou é injectada por fasciculos que da conjunetiva sclerotical para ella passão quando ha affecções catarrhaes: a iris muitas vezes muda de côr: a parle anterior da choroide também mui freqüente- mente é aíTectada. Ha pouca quantidade de mucosidades não havendo affecções catarrhaes, e só ha abundância de lagrimas havendo rheumatismo, etc. : o que ha sempre é alguma af- fecção cutânea, engorgitamentos limphaticos, difíiculdade de movimentos, etc. Os medicamentos convenientes forão notados quando se tratou de affecções escrofulosas : de entre todos os mais pre- ciosos são : sulph., cale, carb.-v. e merc.-sol. Quando o enfermo é sujeito a affecções rheumatismaes a sede da ophtalmia é principalmente na sclerotica. Esta membrana apresenta uma pequena quantidade de finíssimos vasos injectados, côr de carmim, formando á roda da cornea uma coroa radiada separada da cornea por um circulo bran- co muito estreito, porém muito pronunciado, apenas vadeado por alguns pequeníssimos vasos que sobre a cornea vão for- mar pequeninas ancas ou somente segmentos de circulo. Apezar de serem poucos os vasos que da sclerotica passão á cornea, formão-se nesta muitas vezes phlyctenas, que rom- pendo-se deixão depressões semelhantes a jacas de diamantes; e não poucas vezes fica muito desigual toda a superfície da cornea: lambera muitas vezes a iris e a membrana do hu- mor aquoso são affectadas, e resulta mudança de côr naquella e constricção ovoide da pupila; principalmente quando ha também padecimentos syphiliticos: só quando, além de in- commodos rheumalismaes, ha affecções catarrhaes, é que a conjunetiva se injecta, principalmente á roda da cornea; a — 452 — injecção desta membrana distingue-se pela côr de vermelhão e pela mobilidade dos vasos injectados, que, segundo os mo- vimentos dos olhos, cruzão a direcção dos vasos das sclero- licas sempre fixos. Ha augmento de lagrimas por augmento de secreção, e não por obstáculo; as lagrimas são quentes <• ás vezes corrosivas: ha dores lancinantes, muitas vezes pro- longando-se até ás fontes, e augmentando periodicamente ou por esforços: ha grande aversão á claridade, c a luz aug* mcnla as dôrcs : se nâo existe complicação com inflammação da iris pouca perturbação ha na vista, mas é sempre impossí- vel exercer esta funeção por largo espaço por causa da pho tophobia. Os medicamentos mais convenientes para estas affecções são todos os que se recommendão para as affecções rheuma- lismaes em geral, mas em particular sâo a calcarca, o stdphur e a belladona: quando ha febre deve-se recorrer a acon. alter- nando-o com bell., havendo dores muito intensas deve re- correr-sc a mere-sub. se o doente não tem abusado deste me- dicamento, ou a carb.-v. no caso contrario. Nos doentes affeotados de moléstias syphililicas secunda- rias, principalmente cancerosas, a iris é a sede principal da ophtalmia. Este órgão muda consideravelmente de aspecto, fica mais volumoso, toma principalmente na pequena cir- cumferencia uma côr de cobre ou livida, e abi apresenta uma espécie de annel formado de floculos irregulares : a pu- pila torna-se quasi sempre oval de baixo para cima e para dentro, checando mesmo a ser angular: uma ou muitas elevações de superfície irregular rosadas ou amarellas, cir- cumscriplas , análogas a condilomas appareccm ás vezes n'um ou n'oHtro ponto da iris : uma falsa membrana muitas vezes frouxa lapa completamente a pupilla. Pôde esta ophtal- mia estender-se a„lodo o globo do olho. Não ha augmento de lagrimas, de humor, nem photophobia se não ha compli- cação; mas sempre ha dôrcs violentas, que augmcntão de — 453 — noite e diminuem de manhãa, que occupão a região sub- orbitaria c o interior dos olhos, e se propagão ás partes ve- zinhas, e mesmo a toda a cabeça: a vista é sempre mais ou menos alterada. Todos os medicamentos aconselhados contra a syphilis cancerosa tem utilidade, caas sobre todos são preferíveis: bell., carb.-v. emerc, precedidos sempre de acon. se não houve tempo de empregar tratamento mais apropriado. Nos doentes de bexigas desenvolve-se muitas vezes uma ophtalmia, cuja sédc é principalmente na pelle das palpebras c em toda a extensão das conjunetivas. Varias pústulas mui pequenas amarellas apparecem no meio de intensa injecção das conjunetivas, borbos palpcbracs, palpebras e scleroticas; outras pústulas a principio transparentes depois amarellas se desenvolvem na cornea, e ulcerando-a deixão manchas muitas vezes indeléveis: ha augmento de secreção nos fuli- culos ciliares e colamento das palpebras, photophobia, dores gravalivas e lancinantes que augmcntão com a inflammação. O principal medicamento é vacc.; depois delle bell., sulph., ou lycop. : ou na intensidade da febre recorrer-se-ha a acon. Nos doentes Encetados de hemorrhoidas, irregularidade de menstruações e fluxos hemorrhoidaes, desarranjo das funcções abdominaes, irregularidade de digestões e grande desenvolvimento do ventre, dores gotosas, desarranjo das funcções cerebraes em épocas certas, etc, etc, as ophtal- mias invadem todos os tecidos dos olhos mais ou menos francamente; mas a choroide é o tecido de eleição quando ha plectora abdominal; quando o systema da veia porta, que lem inegáveis sympathias com esta membrana, está affectado e a circulação é menos regular, então é que principalmente se nota o seguinte : — Injecção quasi varicosa da conjunetiva de côr violeta escura; vasos irregularmente dispostos termi- nando por arcadas depois de divididos e subdivididos sempre cm dous; circulo vascular mais carregado que o da op!:tal- 58 — 454 — mia dos rhcumatícos; circulo azulado na circumsferencia da cornea separando-a daquelle, que apezar de composto de muitas anastomoses fica bem distincto; derramamento inter- lamelar, e muitas vezes ulceras de bordos irregulares cor- tados a pique, c de fundo acinzentado, e depois pulverulento amarellado; mudança de côr da iris para mais clara, porém baça, parecendo que o pigmento de sua face posterior tem desapparecido, e que um véo translúcido a cobre anterior- mente; pupillas dilatadas, immoveis e transversaes, ou ovaes perpendiculares, se predomina affecção syphilitica, ou então Transidas e obstruídas por falsas membranas; apparencia glaucomatosa do fundo do olho, isto é, parecendo que o fundo do olho está cheio de um liquido verde; secreção mucosa, muitas vezes acre e corrosiva; escuma branca nos cantos dos olhos; poucas lagrimas: ao principio sensação de frio glacial, e entorpecimento na testa, palpebras e olhos, e no lado da cabeça correspondente ao olho mais affectado, illusão de um cabello ou têa de aranha que passasse pela testa; depois grandes dores terebrantes irradiantes para as fontes, nuca e faces, exacerbando-se para a tarde ; photopho- bia havendo rheumatismo; alteração da vista segundo a in- tensidade da inflammação, etc, etc O tratamento de semelhantes ophtalmias já se vê que mais que todos é o do estado geral. O que primeiro deve attrahir a altenção do medico é o estado de desarranjo das funcções do ventre. Os medicamentos mais recommenda- veis são: acon., bell., coccul., euphr., secai., op., sulph., merc e puls. Muito mais variadas fôrmas apresentão as ophtalmias quando se complicão com outras enfermidades; comludo o medico homoeopatha como não lhe importa a classificação systematica, mas tão somente o quadro symptomalico, sem- pre com menos difíiculdade encontra os medicamentos que mais convém empregar. — 455 — ADDITAMENTO AO CAPITULO XX. No estado de civilisacão a que o Brazil tem chegado é indisculpavel a ignorância em que o vulgo, e viais alguém, se conserva mergulhado a respeito dos soccorros que se devem prestar ás parturienles, e do regimen e precauções que ha- ver se devem durante a gravidez, etc. Se eu não tiveese sido testemunha dos máos effeitos de tantas selvagens praticas a que se recorre para obter um parto ou a sahida de se- cundinas, eu não as teria podido acreditar. Ainda menos acreditaria na pertinácia das parteiras em seguir suas extra- vagâncias, se por poucas vezes tivesse-as encontrado refrac- tarias a toda lição, surdas a todo o conselho : mas tem-me acontecido, no meio de manobras que praticava, ou quando aconselhava o repouso, quando velava eu próprio como uma sentinella, entrarem como fúrias estas laes parteiras para accumular ao pescoço da faligada enferma um sem numero de relíquias e medidas, e talismans ou patuás, todos bentos, todos eflicazes, todos infalliveis; ou collocar-lhe na cabeça um chapéo furtado; meller-lhe na boca um freio de egoa; fazer-lhe engulir três feijões pretos; apertar-lhe o ventre com uma cilha; fazer-lhe assoprar numa garrafa com quanta força tiver; e mil outras ridiculas praticas que não servem senão para atterrar a paciente, tirar-lhe as forças, e prepa- rar-lhe o funesto fim que tantas e tantas hão tido, sem por isso modificar-se tão selvagens costumes. A mulher é o êlo da cadêa humana: nella encontra o ho- homera o complemento de sua existência: delia começão futuras vidas. Quantos cuidados, quantas attençoes o homem tiver pela felicidade dessa que o perpetua e lhe dá passo entre o passado e o presente, todos os tem por si. Mais desvelo lhe convinha haver tido pela educação deste ente para elle creado. Trata-se de dar ás senhoras perfeito co- — 456 — nhecimento de tudo quanto é agradável; c nem uma palavra se lhes diz a respeito de quanto lhes é util. Sobe uma don- zela ao thalamo com toda a candura de virgindade; mas dali não desce aos braços de uma mãi sabia, que lhe possa abrir os olhos ao futuro eminente: ás cegas vai por todo elle até deparar velhice enferma ou prematura campa. Em- quanto a sociedade só permittir ás senhoras uma educação brilhante, que nâo leva em vista deverem ser ellas mais capazes de dar a seus filhos educação primaria completa, a sociedade não será feliz. É desde ellas crianças que se deve ter em vista seu futuro. Entre mil outros preceitos que inútil é recordar, uma menina jamais deve trazer o peito opprimido com espartilhos ou cinturas, nem tão pouco todo á larga: no primeiro caso expõe-se a moléstias de peito; no segundo os seios lhe deshi- ráõ, soffrerá nelles, ou se lhe atrophiaráõ, e ver-se-ha privada do prazer de amamentar seus filhos. Do prazer, digo eu!... São bem raras as que o procurão, ou que o comprehen- dem....; e comtudo nada mais desagradável, nada mais nojento do que ver uma linda criança mamando num peito negro, mirrado, fedorento... ;; mas não levemos tão longe a critica : é moda as senhoras não amamcntareia seus filhos: quem ha de resistir ao poder da moda?... Pensão muitas que aleitar as torna velhas, e por isso menos agradáveis : como se enganão ! não dar de mamar é causa da maior parte das enfermidades das senhoras que tem tido filhos. Essa funeção, complementar da gravidez, não sendo exercida, grande perturbação soffre todo o organismo, e tarde ou cedo uma enfermidade mais ou menos grave castiga essa madras- ta, que por vaidade ou por deleixo não quiz cumprir os sagrados deveres de mãi, que procedeu com mil vezes mais ferocidade que o mais indomito animal; pois que nenhum delles aborrece seus filhos.... Ainda quando o temor do bem merecido menos-preço não — 457 — fosse bastante para que as senhoras abandonassem a errada pratica de fazerem criar seus filhos por amas mercenárias, ou alugada (o que é peíor); ao menos uma consideração, não digo maternal, por que essas mais são madrastas, mas religiosa, devera decidi-las a cumprir tão suave, tão deleilosa obrigação. Essa consideração religiosa é a do futuro de seus filhos. Quantas enfermidades, quanta desgraça não sugão com o leite esses innocentes, que a suas vaidosas ou indis- cretas mais não tinhão pedido existência; mas que reclamão conserva-la tal qual sua innoccncia lhes dá direito de have Ia? Como responderáõ perante o Altíssimo essas mais aceusadas de haver promovido a desgraça de uma geração inteira, estando em tão pouco faze-la feliz?! Que amor esperão de seus filhos? Que estima de seus maridos? Que respeito, que veneração da sociedade? Quando uma senhora persente que está grávida deve desviar-se de tudo quanto fôr capaz de alterar, ainda que pouco, sua saude; regular cada vez melhor as acções de sua vida; fugir de todas as emoções fortes e paixões, ou sejão alegres ou tristes; não ser extremamente rigorosa em sua dieta, mas ser sóbria, e abandonar todos esses manjares a que se chama de bom gosto, que na verdade são muito agradáveis, mas que pela maior parte são prejudiciaes á >aude; a pretexto de ganhar forças não coma sobre-posse, nem beba vinhos mais fortes ou outros líquidos, que no mo- mento dão na verdade algum vigor, mas que pouco mais tarde conduzem á fraqueza mais pronunciada. Por todo o tempo da gravidez é conveniente trazer o ven- tre contido por cintas largas elásticas, que sirvão somente de auxilio á pelle e músculos do ventre sem o comprimir. Algum tempo antes do termo, em algumas senhoras, se desen volve um excessivo rubor de faces, plenitude e mesmo acceleração do pulso, vertigens, syncopes, e até verdadeiras apoplexias: não ha necessidade alguma de recorrer ás san- — 458 — «rias para calmar estes soffrimentos: uma dose de aconito, ou, se a apoplexia está eminente ou mesmo consummada, uma dose de ópio ou de belladona bastaráõ para remediar todos esses incommodos, mais apparatosos que realmente perigosos, e contra os quaes os recursos da medicina ordi- nária conseguem, sim, resultados promptos, mas diminuindo prejudicialmente as forças da enferma a ponto ás vezes de lhes ser futaes. Sentindo as primeiras dôrcs não deve a parturiente reco- lher-se immediatamente á cama ou ficar na inacção ; deve acabar de preparar tudo para o momento que espera de ser mãi, e continuar o exercício e o regimen ordinários com mais alguma moderação: chegado que seja o tempo das verdadeiras dores repouse tão tranquillamenle quanto lhe fôr possível; se essas dores lhe passarem ainda sem apparen- cias de que progride o trabalho do parto torne a fazer algum exercício muito moderado ; quando as dores e contracções voltarem volte a repousar com a mais perfeita tranquillidade, tendo sempre em vista que o parto é uma funeção tão natu- ral como qualquer outra, e que se é acompanhado de dores (devidas em grande parte ás modificações que a chamada civilisação tem produzido na organisação humana), também nenhuma outra é seguida de tão sublime prazer, como o que uma terna mãi desfruta encarando o frueto de seu ventre, o nó visível que une sua alma á de um esposo amado ou meigo amante. Tudo quanto se costuma praticar para accelerar o parlo é, como já disse, prejudicial, errado, e muitas vezes brutal; a maior parte dos casos funestos provém desses meios empíricos, dessas manobras grosseiras: o parto, torno a dizer, é uma funeção tão natural como a digestão, a respi- ração, etc. ; se nada razoavelmente empregamos para accele- rar estas, por que razão quereremos accelerar aquelle ? V. isto tão absurdo como querer que a gravidez dure oito, sete ou seis mezes só por que assim nos faz conta. Durante o — 459 — trabalho do parto não comprima a parturiente a expressão de seus soffrimentos; o gemido, o pranto, os ais são a sin- cera expressão da dôr, e nenhum receio pôde haver cm exprimir o que se sente ; mas o que é ridículo, o que é mesmo prejudicial pela fadiga a que conduz, é a gritaria, as eontor- sões, os alaridos, que muitas parturientes fazem, persuadidas de que attrahcm a compaixão dos circumstantes; o que ás vezes conseguem, em mal, porque logo elles correm, cada um a seu modo, a prestar soccorros intempestivos; porém muitas vezes essa exagerada expressão de soffrimentos, que tanto mal não produzem, é reconhecida; e quando os pade- cimentos são verdadeiramente intensos ninguém acredita em lamentos que ainda julga falsos. A posição mais conveniente é a de deitada de costas como de ordinário em cama larga, onde á vontade possa fazer alguns movimentos : não é neces- sário conservar-se nesta posição desde o principio do tra- balho, só nella deve permanecer desde que uma parte do feto começa a manifestar-se: é também então, e só e sempre então, que deverá consentir em ser examinada altentamente essa parte do feto, ainda permittindo cm caso de duvida a introducção de um dedo á parteira somente : as continuadas visitas que as parteiras costumão fazer e consentir não dão á maior parte dellas conhecimento algum do andamento do parto, e servem só para incommodar a paciente, e muitas vezes excitão contracções do colo do utero, differentes das naturaes, que longe estão de adiantar o parto, antes pelo contrario o tornão mais laborioso. Quando a parteira é de reconhecida sciencia pôde a paciente, e até mesmo deve con- sentir-lhe que uma vez, depois de varias dores e contracções, e nunca mais de duas vezes, depois de muitas dores e con- tracções, examine, para certificar-se do gráo de difliculdade que o parlo pôde apresentar, e recorrer com tempo a medico parteiro. Conseguido o parto, as secundinas de ordinário pouco — 460 — tempo levão demoradas em sahir, e só quando ha febre intensa, seceura de pelle, alguma disposição para delírios, convulsões ou outro incommodo nervoso, é que se deve pro- ceder brevemente á sua extracção, administrando antes os meios homoeopathicos indicados pela reunião geral dos symptomas. Segue-se sempre ou quasi sempre a chamada febre de leite: não se devem administrar medicamentos conlra os symptomas que constituem este phenomeno, por- que elle não é sempre molesto, é na maior parte dos casos um phenomeno tão physiologico como o calor interno qe.e segue a ingestão dos alimentos ou o ligeiro frio do dorso < extremidades que acompanha quasi sempre no começo a digestão: logo porém que este phenomeno passa as raias physiologicas mister é sustar-lhe a marcha errada : se o parto foi muito laborioso, arnica é o mais conveniente remédio, alternado com aconito se a febre persiste: dada a suppressão de lochios (esse liquido que vulgarmente se chama o parto) belladona é o remédio mais enérgico c especifico: delle hei visto os melhores resultados neste ultimo caso. Antes dessa chamada febre de leite deve a mãi dar de mamar: esse primeiro leite é um medicamento que a natu- reza destina ao recém-nascido, e que lhe não deve ser ne- gado; durante essa febre, quando é intensa, dê-se á criança algum leite de cabra ou ovelha; passada a febre seja a mãi que amamente seu filho. Quem terá sua ternura? Quem se interessará pela felicidade desse innocenlc, quando sua mãi o abandona?... Por alguns dias depois do parto convém que a mãi s< conserve de cama, e seguindo o regimen mais sóbrio; mas nem é necessário que repouse na inacção, nem tão pouco que fique cm rigorosa dieta : trabalhe em pequenas obras, que lhe conservem sempre o espirito tranquillamenle oceu- pado, e tome o necessário alimento o mais sadio e capaz de lhe dar forca: evite o coito, a humidade, os desgostos ou — 461 — prazeres, as mudanças rápidas de temperatura, as discussões, e tudo quanto fôr capaz de lhe alterar a saude. Tão condemnavel é o desleixo como a exageração no cumprimento de todos os deveres; razão porque as mais não devem aleitar seus filhos por tempo além do que a natureza tem marcado para começar outro gênero de alimentação: essa época se manifesta pela apparição dos dentes incisivos : então é necessário administrar algum alimento semelhante ao leite de companhia com elle; pouco mais tarde apparecem os dentes caninos, chamados as presas; elles annuncião que mais sólidos podem já ser os alimentos, e que de todo se deve retirar o leite. É necessário pôr de parte todos esses falsos pretextos que mal entendida ternura subgere, e desmamar. Se todas as senhoras comprehendessem quanto é sublime a missão de uma mãi, ellas, que dotadas são de muito mais prespicacia que nós, saberião ler nas acções todas de seus íilhinhos quanto lhes convém fazer para torna-los felizes. Como, vendo-os imitar-lhe os sentimentos e expressar tão prompta e livremente os próprios, lh'os inspirarião sempre serenos c nobres! Como, notando-lhes a facilidade de imitar os sons c palavras que ouvem, lh'as farião pronunciar claras, correctas, civis sempre! Com que afan, lhes comprehen- dendo o espirito indagador, a sede de conhecimentos, lhes ensinarião nome, caracter e prestimo de cada objecto ! Por- que sublime linguagem, contentes de observar sua admiração por tanta maravilha posta sob o dominio do homem, lhes farião comprehcnder que um ente superior de inefável bon- dade as prodigalisára ao gênero humano para que fosse feliz ! Oh! tarde, mui tarde comprehenderáõ que não forão cria- das para a vida tão fantástica da chamada civilisação, mas para prazeres mais puros, e que não tem termo de compa- ração com os ephcmeros galanteios que as fascinão, as cor- rompem, as tornão para sempre desgraçadas. FIM. ÍNDICE. NonaA do primeiro Consultório gratuito, e convite aos leitores para mandarem a esse pio estabelecimento doentes pobres para serem tra- tados gratuitamente................................................. n JV. li. Além desse primeiro Consultório, a que tem concorrido cen- tenas de enfermos, tem o Instituto estabelecido mais o segundo em Nitherohy às terças e sextas-feiras, o terceiro em Lorena todos os dias de manhãa,. o. quarto em Botafogo todos os domingos de ma- nhãa, e espera em breve poder estabelecermuitos outros. CoxvirE aos philanthropos para que se submettao a experiências puras... ii DEDICATÓRIA.................................._...................... 1H DISCURSO PRELIMINAR.—Primeira parte.—Noções geraes............. v — Segdjída paute.—Noções praticas................................... xlj ADDITAMENTO....................................................... IxiX CONSELHOS CLIVICOS. Cap. I.—Affecções geraes internas...................................... 1 Cap. II.—Moléstias da pelle e dos órgãos externos (i)..................... 56 Cap. III.—Somno e padecimentos que a elle se referem.................. 79 Cap. IV.—AíTecções febris............................................. 84 Cap. V.—Affecções moraes............................................. 117 Cap. VI.—Moléstias da cabeça e couro cabelludo........................ 12S Cap. VII.—Molessias dos olhos e da vista {-2)............................ 153 Cap. VIII.—Moléstias das orelhas edos ouvidos......................... 173 Cap. IX.—Moléstias do nariz e do olfato................................. 182 Cap. X.—Moléstias do rosto............................................ 189 Cap. XI.—Moléstias dos dentes e das gengivas........................... 194 Cap. XII.—Moléstias da boca........................................... 206 Cap. XIII.—Moléstias da garganta...................................... 21 o Cap. XIV.—Influencia dos alimentos nas vias digestivas e no organismo em geral............................................................ 218 Cap. XV.—Moléstias do estômago...................................... 229 Cap. XVI.—Moléstias dos órgãos abdominaes........................... 252 Cap. XVII.—Evacuações alvinas, azues, recto, perineo................... 269 Cap. XVIII.—Moléstias das vias ourinarias.............................. 283 Cap. XiX.—Moléstias das partes viris................................... 290 Cap. XX.—Moléstias das mulheres e das crianças (3)..................... 294 Cap. XXI.—Moléstias das crianças......._............................... 324 Cap. XXII.—Moléstias do peito e do coração............................. 357 — 464 — Cap. xxill.—Moléstias das costas, hombro, nuca e pescoço............... 384 Cap. XXIV.—Moléstias das extremidades superiores..................... 386 Cap. XXV.—Moléstias das extremidades inferiores (a).................... 387 Cap. XXVI.—Toxicações e moléstias medicamentosas.................... 390 EPÍLOGO............................................................. 415 (i) Additamento ao Cap. 2o........................................... 436 (2) Additamento ao Cap. 7o........................................... 446 (3) Additamento ao Cap. 20........................................... 455 (a) ERRATA.—Muitos forão os erros que escaparão nesta primeira edição, porque os trabalhos de uma clinica extensissima nos absorve todo o tempo e attenção. Corrigiremos ura só de tantos por ser o mais saliente. A pagina 389 em lugar de HYCOPODRO lea-se LYCOPODIO. SAI3DÜ ÜILIPiaâIBiaOT(Oü DAS matérias contidas na Pratica Elementar da Hòmoeopathia, ou Conselhos Clinicos extrahidos do manual de Jahr (*). A. Pag. Abcessos, collecçoes de puz subse- quentes á inflammaçãc....... 1 Ítias gengivas..... 195 nas parrtidas.... 180 supurações..... 73 tumores........ 75 Açaf âo, toxicação por.......... 39C Acido citiico, antídoto.......... 391 — corrosivo , toxicação por {vide ácidos mineraes)............ 397 — hydrocianico, toxicação poi. .. 396 — mineraes, toxicação por...... 397 — nitiico, toxicação por {vide áci- dos minei aes).............. » — phosphorico, toxicação por {vide ácidos mineraes)............ » — sebacico, toxicação por....... » — sulphurico , toxicação por {vide ácidos mineraes) ........... » Acnea. *.................... 5C Adnite {vide glândulas), inflam- mação de glândula.......... 21 Adynamicas, febres {vide typhoi- des)...................... 109 Adypsia, falta de sede.......... 21S Affecções arthriticas das pessoas dadas a bebidas espintuosas ... 2 — das que usão de alimentos ni- miamente suecuientos........ 3 — das que trabalhão dentro de agna...................... s Affecções das glândulas do pes- coço ...................... 384 Agalacia, falta de leite {vide criar). 300 Al"alis, toxicação por........... 398 Álcool, toxicação por........... 399 Alegria, resultado de uma {vide emoções moraes)............ 13 Alienação mental.............. 117 Alopecia, queda dos cabellos..... 128 Amarella, febre............... 84 Amatirosis {vide amblyopia amau- rotica), cegueira sem alteração aparente dos olhos........... 153 Amblyopia, começo de amaurosis. » Amêndoas amargas, toxicação por. 399 — doces, óleo de, antídoto...... 391 Amenia i Dores resultadas Amenorrhea \ dessas desordens... 294 Amido, antídoto............... 391 (') O primeiro foi Ilalinemann que demonstrou quanto são Tis c perigosas as classifica- i.õcs nosologicas. Sendo individuacs todas as moléstias, as denominações que se lhes arbítrio são não somente puras abstracções , também induzem a ideas falsas. Mas , até que a Iionueu- pathia possa hajer dissipado as trevas em que a medicina antiga ha tudo mergulhado, forçoso ••, para ser comprehendido e facilitar os ensaios dos que «e querem converter i lionmnpatliia, ■■mpregar a linguagem vulgar. £' por esta razão que o vocabulário da ontologia allopatliica se .mprega nesta obra, c que juntamos curtas definições a alguns dos termos recordados neste índice. Para ser úteis deixamos vergar o rigor dos princípios, esperando que os progressos gonorrhea, cornmen- to purolento , pela urethra......... 287 vsyphilis.......... 73 Balanorrhea , ou gonorrhea bas- tarda ..................... 290 Balbuciencia , ou gagueira (vide palavra)................... 205 üarriga , dores de (vide colicaj).. 252 — estagnação de sangue na (vide congestão)................. 259 Bebedice, resultado lastimoso do abuso de bebidas alcoólicas.... 6 Beiidas , escurecimento circums- cripto da cornea............ 160 Bexigas (vide varíola).......... 78 Bicos de peitos............... 321 Biliosas, affecções (vide gastrosis). 242 — febres (vide gástricas e biliosas). 85 Blenorrhea (vide catarrho da be- xiga)...................... 284 — da urethra (vide gonorrhea) . . — do rectum................. 269 — da uretra (vide gonorrhea) ... 287 Blepharite , inflammação das pal- pebras..................... 160 Boih„ o**) |rp^igu.s.;;;;: 6679 Borbulhas pretas (vide acnea pon- tuda *).................... 56 Bronchite (vide catarrho bron- chico) ..................... 335 Rubões, inchação e inflammação de glândulas nas verilhas por causa venerea.............. 252 Bulimia, voracidade,fome ardente. 218 c. Café, dores pelo abuso do....... 9 — simples, antidoto........... 392 Caimbras do peito (vide asthma nervosa e espasmodica)....... 357 — nas extremidades superiores .. 3S6 Pag. Caimbras nas extremidades infe- riores ..................... 387 Cálculos e áreas............... 283 Calor, cansaço pelo............ 10 Callos nas extremidades inferiores. 387 Callosidades.................. 57 i -j . i. \icallos........ 387 -(«* também) jverrugM..... 7g Camphora, antidoto............ 393 — (vide também vomito)....... — toxicação por.............. 401 Cancros (vide syphilis)......... 73 carcinoma.......... 57 lossite............ 206 — f 'd ^ <7s-'rrho............. ' > stomacace.......... 208 ulceração da cornea .. 173 —do rosto e dos beiços. 194 — no estômago........~....... 250 — na madre (vide madre)....... 308 — no nariz.................. 1S2 — nos peitos (vide peitos)...... 321 Cantaridas, toxicação por....... 401 Capa-rosa (vide acnea ros3cea *). 56 Carbonato de magnesia (vide mag- nesia, toxicação por)......... 408 Carbônico, gaz, toxicação por (vide gazes mortíferos)............ 405 Carbúnculo *................. 57 Carcinoma (vide scirro e cancro). -(-«Hj;Sr.: il Cardite, e outras affecções do co- ração ..................... 367 Carie (vide osteite)............ 32 — nos dentes................ 194 — no nariz.................. 182 — no queixo................. 189 Carvão vegetal, antidoto........ 393 Catalepsia (vide espasmos)...... Cataracta, opacidade do cristalino impossibilitando a visão...... 163 Catharraes, affecções (vide os ór- gãos que podem ser por ellas atacados................... 10 Catharraes e rheumatismaes, fe- bres ...................... 84 Catharrho da bexiga........... 284 — bronchico................. 335 — cerebral (vide corysa)........ — do peito (vide bronchico)..... 335 — 468 — Catharrho pulmonar (vide bron- chico) ..................... — suffocante................. — suffocante (vide orthopnea pa- raiytica.................... — comparai asthma........... "amaurosis .... i amblyopia.... I belidas....... jcataracta ..... Ihemeralopia .. „nyctalopia.. . . Cegueira (vide) Pag. 335 336 374 153 160 163 164 132 109 11 393 61 402 401 404 Cephalalgia . Cerebraes, febres (vide febres ty- phoides)................... Chá da China, dores pelo abuso do. — artidoto.................. Chagas (vide lesões mecânicas) .. — envenenadas............... Chamomilla, dores pelo abuso da. Chloro, antidoto.............. Chlorosis, pallidez mórbida das virgens, effeito de irregularidade nas menstru rçúes............ 300 Cholera (vide cólera).......... 229 Chorea (vide espasmos)......... Chumbo, toxicação por......... 404 Clara de ovo, antidoto .,....... 393 Claudicação espontânea........ 32S /............. 387 — (vide também)' coxalgia...... 388 (coxarthrocace . » Cobre, toxicação por........... 404 Cogumelos, toxicação por....... » Colchico, toxicação por......... » Cólera morbus................ 229 — resultado de uma (vide emoções moraes)................... 13 Colerina..................... 229 Colicas...................... 252 — das crianças............... 328 f diarrhea....... 271 __ je 1 gritos nos recém- talhes (Wrfe)Vnafci.d0S-'••••• 332 v ' § lombrigas , het- (_ niinthiases..... 261 — enteralgia , ou dores de bar- riga ...................... 252 — flatulentas................. 253 — menstruaes (vide dysmenor- rhea) ..................... 301 Pap. Coma (vide somnolencia)....... SI Comatosas , febres (vide febres so- porosas)................... 109 Commoção do cérebro......... 14.'! Condensação da bexiga......... 284 Condylomas (vide sycosis)...... 7.'i Congestão abdominal e estagnação do sangue na barriga........ 2">{) — cerebral................... 130 — do peito.................. 369 — sangüínea na cabeça......... 14.S Constipação, falta de defecções... 26Ü — dos recém-nascidos......... 32 N Constituição e temperamento.... II Contracção convulsiva dolorosa do rosto (vide prosopalgia)....... 1 !ri — do cardia.......,.......... 2.'! I — do esophago............... • Ívide hérnias es- tranguladas. . 261 comparai ileus. 267 — da uretra................. 28 I „ , / •. \ \ arthrite.... 2 Contracturas (vide) i , .. ,- v ' \ rheumatismo 3i Contrariedades (vide emoções ra> raes)...................... 13 Contusões (vide lesões mecânicas), (il Convulsões (vide espasmos)..... » — das crianças............... 334 Coqueluche.................. 352 Coração, moléstias do (vide car- dite)...................... 367 Cornea , escurecimento da (vide belidas)................... 1 G<» Corrosivas, substancias, toxicação por....................... Corysa, ou catarrho cerebral .... — (vide também)....... 328 c Coxalgia, tumor branco da articu- lação coxo-fjmural.......... 388 f arthrite nas ex- 1 tremidadesin- —(vide tambem)< feiiores..... 3S7 j nevralgia..... 2>S [.rheumatismo.. 37 — comparai coxarthrocace...... 3SS Coxarthrocace (vide arthrocace).. 3 Craneo nimiamente volumoso.... 116 Criar, falta de leite nas mulheres paridas.................... 300 — (vide também)............. 319 404 182 382 — 469 — Pag. Crostas (vide impigem crostacea, impetigo *)................ 60 — de leite................... 189 Crup, ou angina membranosa.... 346 Crubtas de leite............... 189 Cyanosis, pelle azul, por commu- nicação entre todas as cavidades do coração pelo buraco de Botai. 370 Cystites, inflammação da bexiga.. 284 D. Dansa de S. Guy (vide espasmo3 e chorea).................... Delirium tremens (vide alienação mental).................... 117 Dentadas (vide chagas venenosas). 402 Dentição,dores e febres por causa da 328 Desfallecimento................ 12 Desmaio (vide desfallecimento). . » Desmamar (vide criar)......... 300 Desejo de cousas extraordinárias , malacia.................... 229 Diabetes , ourinas doces abundan- tes com sede inextinguivel.... 286 Diaphragmite, inflammação do dia- phragma , grande calor e sensi- bilidade na base do peito sem alteração das funcções do pul- mão nem do estômago, etc.... 260 Diarrhea______.............. 271 — das crianças............... 329 fazia......... lathrophia .. .. — (vide tambem< gastrosis..... i dentição..... 328 (_lombrigas .... 261 — comparai.................. 277 Diplopia, comparai amblyopia, vi- são de dobrado numero de ob- jectos..................... 153 Dysecea, ou dureza do ouvido ... 173 Dysenteria.................... 277 Dysraenia (vide dysmenorrhea).. 301 Dysmenorrhea................ ■> Dyspepsia, digestão de ordinário depravada.................. 219 ! espasmos..... P ra ys g liharingite Pag. Dysuria, dificuldade de ourinar.. 286 — difficuldade de ourinar e pica- das agudas no membro.....,. 330 E. Ecchymosis, mancha proveniente da estagnação do sangue nos capilares................... 58 Bclampsia (vide espasmos)...... — (vide espasmos das crianças).. 334 Ectyma*.................... 58 Eczema, impigem viva de Sau- vages *.................... » Edema dos pés * (vide errata)... 389 Emoções moraes, dores pelo re- sultado.................... 13 Encephalite (vide meningite) .... 147 Encurtamento dos tendões supe- riores..................... 386 — da curva da perna.......... 388 — do peito do pé............. » Enjôo no mar................ 234 Enteraigia (vide colicas)........ Enterite, inflammação dos intes- tinos...................... 260 Entorpecimento das extremidades inferiores................... 388 Enxaqueca (vide cephalalgia ner- vosa, hemicrania)........... 133 Enxofre, dores pelo abuso do .... 405 Ephelidas (vide manchas *)..... 64 Epilepsia (vide espasmos)....... Epistaxis, hemorrhagia nasal.... 186 facnea....... 56 1 capa-rosa .... » Erupções * (vide< crostas de leite. 189 I impigens..... (^erysipela..... — na cabeça (vide tinha *)..... 149 Erysipela*.................. 58 — no escroto................. 292 — no nariz (vide erysipela no rosto)..................... 189 — nos pés, inchação inflammato- ria erysipelotosa............ 3S8 — no rosto.................. 189 Erytema (vide intertrigo *)..... 61 Escarlatina (vide scarlatina *) ... 71 Escrofulas (vide scrofulas), intu- mecencia dolorosa das glandu- 60 — 470 — Pag. Ias do pescoço axila e verilhas, etc, ás vezes ulcerando, sempre em indivíduos linfuicos...... 42 Escurecimento da cornea (vide be- lidas) ..................•.. 160 Esforços, resultado de (vide fa- diga) ..................... Espasmos (vide spasmos)....... Essera (vide urticaria *)........ 77 Estanho, toxicação por......... 405 Esteatoide (vide steatoide 1 ~- Esteatoma (vide steatoma j Estômago, dores de (vide gas- , tralgia).................... 234 —^caimbras no (vide gastralgia). » Estranguria, ourina gota a gota.. 286 Estudos, resultados de (vide fa- diga) ..................... Ether, toxicação por (vide álcool). 399 Exaltação do appetite venereo (vide lascívia).............. 291 'erysipela... i intertrigo... 61 I morbilias... 64 Exanthemas *(vide< , rn jroseola .... 69 Iscar Ia tina... 71 .urticaria ... 77 Excessos de estudos (vide aliena- ção mental)................ 117 Í fadiga por esforços... 18 — da cabeça por tra- balhos intellectuaes., 146 Excoriação (vide intertrigo)..... 61 — das crianças............... 330 Exostosk no craneo, inchações nos ossos do craneo............. 146 F. Fadiga po r esforços........... 18 — da cabeça por trabalhos intel- lectuaes .. •..............., 146 Pag. , adynamicas , com grande prostração5... •....... 109 amarella............... 84 ataxicas, com muita irregu- laridade de symptomas nervosos............. 109 biliosas, com augmento de bilis................. 85 catarrhaes , com augmento de secreções mucosas... 84 cerebraes, em que mais sof- fre o cérebro.......... 109 comatosas, com irresistíveis somnolencias.......... » das crianças............ 330 dentição, de, acompanhando a dentição............ 328 gástricas, em qne mais soffre o estômago........... 85 hecticas, com atrophia geral em moléstias de víscera importante........... 92 i.iflammatorias, febres pro- priamente ditas (v. febres) 95 I intermittentes,cominterval- < los e recahidas regulares. 99 leite, de (vide criar), a que acompanha a aparição do primeiro leite......... 300 — vide também......... 319 lenta (vide febre htctica).. 92 mucosas (i>. febres gástricas) 85 nervosas (vide febres ty- phoides)............. 109 pituitosas (vide febres gás- tricas e mucosas)...... 85 puerperal, a que se segue ao parto (vide febre de leite). 306 pútridas ( vide febres ty- phoides)............. 109 rheumatismaes.......... 84 scarlatina *............. 71 soporosas (vide cerebraes).. 109 traumáticas, resultando con- tusão, esforços extraordi- nários ou grandes opera- ções ................ typhoides, soporosas mias- maticas.............. verminosas (vide helmin- thiases).............. 261 — 471 — Pag. Fedor na boca (vide scorbuto) ... 206 Ferro, antidoto............... 393 — e suas preparações, toxicação por....................... 405 Figado de enxofre, toxicação por. > f nas gengivas (vide gen- 1 givas)............. 195 Fistula < lacrimal.............. 163 j no rectum............ 279 (,ourinaria............. 287 — (vide colicas flatulentas)...... Flatos....................... 260 Fluor albo (vide leucorrhea)..... 308 Fluxão na face................ 190 Fluxo da remella.............. 163 Fraqueza.................... 17 — de memória............... 146 — muscular das crianças ....... 331 / ., . , S racliitismo.... 34 -(«& também jecrofuIas...... 42 — da vista (vide an.blyopia)..... 153 Frieiras nas extremidades infe- riores..................... 388 Frio das extremidades superiores. 386 — das extremidades inferiores... 388 Fungo...................... 59 — da conjunetiva.............. 163 Furunculos.................. 59 G. Gagueira (vide palavra)........ 208 — das crinças................ 331 Gangrena, morte e decomposição de uma parte do corpo que tem soffrido.................... 59 Garganta, dores de (vide angina). 211 Gastralgia, ou dores e caimbras do estômago.................. 234 Gástricas, febres.............. 85 Gástrico, eu embaraço do estômago (vide gastrosis)............. 242 Gastrite, inflammação do estô- mago)..................... 240 r>. .. • . -. / -i S enterite.... 260 Gastro-intenteíwííe-í . .. aAn v | gastrite .... 240 Gastrosis, embaraço gástrico.....242 — embaraço das crianças....... 331 Gazes mortíferos, toxicação por.. 405 Gengivas, moléstias das........ 195 Glândulas, affecções das........ 21 Pag. Glândulas do pesceço (vide inflam- mação das)................ 384 Glaucoma, cegueira com dilatação das pupilas e côr verde no fundo dos olhos.................. 163 Glossite, inflammação da lingua.. 206 Gonite, ou inflammação do joelho, infarte lymphatico e escrofuloso. 388 Gonorrhea................... 287 — bastarda (vide balanite)...... 290 Gota, inchação dolorosa das articu- lações coincidindo com affecções catarrhaes................. 2 — nas mãos.................. 386 — nos pés.............•..... 388 Gripe, ou influenza............ 347 Gritos dos recém-nascidos....... 332 Grossura da barriga nas crianças (vide opilação do baço)....... 267 atrophia das crianças..... 4 escrofulas .... 42 rnas jovens.... 261 — (vide tambem< J ,, ^ nas mulheres idosas ou que tiverão muitos filhos........ H. Hecticas, febres............... 92 Helminthiases, ou affecções ver- minosas................... 261 Hematemese (vide vomito de san- gue).,.................... 251 Hematocele, tumor sangüíneo no escroto.................... 291 Hematuria, ourina de sangue.... 288 Hemeralopia , ou cegueira noc- turna..................... 163 — (vide amblyopia)........... 153 Hemiopia (comparai amblyopia), vista de metade dos objectos... » Hemoptysia, hemorragia pulmonar. 370 Hemorragia, sahida de sangue de um vaso ou superfice......... 23 — auricular (vide orthorrhea san- guinolenta)................ 180 — bocal..................... 207 — nasal (vide epistaxis)........ 186 — ocular.................... 164 — 472 — Pag. Hemorragia pulmonar (vide he- moptysia).................. 370 Hemorrhoidas, sahida de dobras do recto ás vezes sangrando ... 279 Hepatite e outras affecções do fí- gado...................... 263 Hérnias, sahida de uma anç ide in- testino porumaaberturaanormal 265 — escrotal, sahida de uma anca de intestino para o escroto.... 291 — inguinaes das crianças...... • 332 — iimbilicaes das crianças...... » Herpes circinatus, impigem an- nnlar *.....'............... 59 — furfuraceo................. 60 — phlyctenoide............... » — prepucial................. 291 — zoster (vide zona)........... 79 Humor , fraqueza por perda de (vide fraqueza).............. Hydatides (vide madre), produc- ções mórbidas com vida e sem movimento................. 308 Hydrargirose (vide mercúrio).... 408 Hydrarthre.................. 23 Hydrocele, accumulação de liquido no escroto, membrana vaginal. 291 Hydrocephalo, accumulação de li- quido na cavidade do craneo... 147 Hydropisia, accumulação de liqui- do em qualquer parte ........ 23 Hydrophobia, raiva, aversão aos líquidos, desejo de morder, etc., em conseqüência de mordedura de animal damnado.......... 122 — (vide chagas envenenadas).... 402 Hydrothorax, hydropisia no peito. 374 Hy pocondria,grande tristeza symp- tomatica de affecção de vísceras doventre.................. 122 Hystei ias.................... 308 'cephalalgia....... 132 | colicas........... — comparais desfallecimento. ... 12 Ihy pocondria...... 122 ,hystericos ........ I. Ictericia, pelle amarella, symptoma de affecções do fígado e cérebro. 266 Pag. Ictericia das crianças......• • • • 332 Ichthyosis *.................. 60 Ileus , paixão iliaca , volvo ou vol- vulo, violentas dores no baixo- ventre , com vômitos violentos (ás vezes de matérias fecaes), provenientes de encarceração de uma anca de intestino entre ou- tras ou em abertura anormal .. 267 Imbecilidade................. 126 f annullar (vide herpes circi- natus)................. 59 crustácea (vide impetigo).... 60 crustosa................. 191 erythemoidc (vide erythemo). 61 escamosa (vide eczema)..... 58 ! acnea.... 56 herpes... 60 impetigo.. " psoriasis.. 68 furfuracea................ 191 eczema........ 58 — (vide também impetigo tada .. herpes furfuraceo. | lichen ......... pytyriasis (vide manchas furfu- raceas ........ psoriasis........ ou impigem crus- lichenoide (vide \y^on (vide^ 60 63 64 68 60 58 63 mercurial I ilich eczema..... 58 mercúrio... 408 miliar (vide herpes phlycthe- noide)................. 60 nas orelhas............... 177 nas partes treni- \ herpes .... 60 taes (vide f prurigo.... 182 í acnea...... 56 ectyma .... 58 pustulosa (vidc\ roedora. impetigo . mentagra. 60 191 í impetigo — (vide também/ rodens... 60 (lúpus.... 64 no rosto................. 190 syphilitica (vide syphilis).... 73 V viva de Sauvages (vide eczema) 53 Impotência.................. 291 — 473 — Pag. 'nos beiços.......... 191 l nas extremidades infe- .) riores (vide errata) .. 389 Inchação < . ,i. q0o \ nos joelhos......... 388 I no membro viril..... 291 ^no nariz............ 187 Incontinencia da ourina........ 288 Indigestão, resultado de uma.... 227 'cephalalgia... 132 i colicas....... Idas crianças... 227 -í"tí/etambemSdiarrhea.!.... 271 ' —das crianças. 329 ^flatulencia.... 253 Indigestão, comparai febres gás- tricas...................... 85 Ídispepsia........... 219 gastrosis............ 242 vômitos............ 251 Indurações, ou durezas......... 25 . \carcinoma........ 57 - comparai jglandu,as......... 2, Inflammações................ 26 — na boca ... \ — na cavidade \(vide stomacace). 208 da boca .... ) — nojoelho.................. 388 — na lingua (vide glossite)...... 206 — da medula espinal (vide mye- lite....................... 385 Ícorysa....... 182 inchação..... 187 100 osena........ 188 ulceração..... 208 — no ovario (vide oophorite).... 317 Inflammatorias, febres.......... 95 Influenza (vide gripe).......... 347 Insectos venenosos (vide cantha- ridas...................... 401 Insomnia.................... 79 — dos recém-nascidos.......... 333 Intermittentes, febres.......... 99 Intertrigo*.................. 61 Iodo, toxicação por............ 407 Ischuria, retenção de ourina..... 289 — das crianças............... 333 L. Lagartas venenosas (vide insectos venenosos, cantharidas)....... 401 Pag. Laringite (vide angina)......... 349 Lascívia..................... 291 Laureola ou mezereão, resultado do abuso de................ 407 Leite, antidoto................ 394 feriar............... 300 I crostas de.......... 189 — (vide < falta de (vide criar)... 300 I—e também....... 319 (_febre de............ » Lenta, febre (vide febre hectica). 92 Lepra *..................... 61 Lesões mechanicas............. •• Lethargia (vide somnolencia).... 81 Leucorrhea (vide flúor albo)..... 308 Lichen *.................... 63 Lienteria (vide diarrhea)........ 271 Lithiaria (vide cálculos)........ 383 Lobinhos na cabeça............ 147 Lochios (vide parto)............ 319 Lombrigas (vide helminthiases)... 261 Lumbago, dores violentas nos lom- bos sem febre............... 384 — (vide também rheumatismo).. . 37 Lúpus *..................... 64 Luxações (vide lesões mechanicas). 61 Lycopodio, dores pelo abuso (vide edema dos pés, nota A)....... 408 M. Máculas, ou manchas *........ 64 Madre, affecções da............ 308 Magne.-ia, antidoto............ 394 — carbonato deY — muriato de > toxicação por.. 408 — sulphato de ) Malacia , appetite de cousas^ ex- traordinárias................ 229 Manchas (vide máculas) *...... 64 Mania (vide alienação mental)... 117 Marasmo, magreza extrema em conseqüência de moléstias chio- nicas*..................... 27 — dorsal..................... 384 Masturbação (vide a nota ao regi- men no discurso preliminar.. .. 292 — por resultado de (vide fraqueza). IS Meditação, inaptidão á (vide fra- queza de memória).......... 146 Mel venenoso, toxicação por..... 410 - 474 — Pag. Melancolia................... 126 l alienação mental. .. 117 — comparai? hypocondria...... 122 (nostalgia......... 128 Melena, moléstia preta, vômitos e dijecções negros (vide também hemathemese).............. 250 Memória, fraqueza de (vide)..... 146 Meningite, inflammação das mem- branas do cérebro............ 147 Menochesia, mens-1 amenorrhea.. 294 truo nimiamente l dismenorrhea 301 fraco ( vide.... (sterilidade... 323 Menoposia, idade critica das mu- lheres..................... 309 ,. , . í vide metrorrha- Menorrhagia, oui.......3H menstruo nimia-< „ ■ , , , . 1 comparai dys- mente abundante I r . ' „A1 V. menorrhea... 301 l amenorrhea. . 294 Menstruação (riáe\ dysmenorrhea 301 \ metrorrhagia. 311 Mentagra *.................. 191 Mercúrio, e suas preparações, re- sultados pelo abuso do........ 408 f arsênico.. 400 », . , . 1 chumbo.. 404 Metaes, ou substancias J , metálicas (vide.... Y^hoY. 405 (^mercúrio. 408 — (vide também.............. 410 Metralgia, ou cãimbras da madre (vide madre)............... 308 Metrite , inflammação do utero).. 310 Metrorrhagia, hemorrhagia do ute- ro......................... 311 Mexilhões, e peixes venenosos, to- xicação por................. 410 Mezereão, resultado pelo abuso do (vide Laureola).............. 407 Miliar *...................... 64 — das crianças de peito........ 333 — febre (vide febre phlyctenoide. 60 — purpurea.................. 64 Molas (vide madre e hydatides).. 308 Morbilias *.................. 64 Mormo, toxicação por (vide subs- tancias animaes)............ 399 Movitos ou abortos............ 314 _ _0I_ -\ amenorrhea....... 294 * (dysmenorrhea..... 301 Pag. Mucilagein, antidoto........... 394 Mucosas, febres (vide febres gástri- cas) ...................... 85 Mucoso, embaraço gástrico (vide gastrosis).................. 242 Mudez (vide palavra)........... 208 Muriato de magnesia........... 408 Myelite, inflammação da medula espinal.................... 385 Myopia, vista curta............ 164 N. Narcóticas, substancias (vide vege- taes)...................... 414 Náuseas..................... 251 Nephrite13 jinflammação dos rins 289 Nervosas, febres (vide febres ty- phoides)................... 109 — fraqueza , sobre excitação , e grande sensibilidade......... 27 Nevi (vide manchas de nascença *. 64 Nevialgia, dôr no trajecto de um nervo..................... 23 — ocular.................... 164 Nitrato de prata, toxicação por... 411 — de potassa (vide ammoniaco , sal)....................... 399 Nitro, espirito de, \ , , ".'"'.' antidoíoMe.{substanciasam- v \ mães....... Noctambulismo ou somnambulis- mo....................... 81 Notalgia, dôr no dorso sem inflam- mação .................... 385 !hemorrhoidas. 279 lumbago .... 384 myelite..... 385 nevralgia.... rheumatismo. 37 Nostalgia, saudade mórbida de um lugar..................... 128 Nyctalopia, cegueira diurna..... 164 Nymphomania, appetite venereo mórbido nas mulheres........ 317 — comparai lascivia........... 291 O. Odontalgia , dores de dentes..... 196 — 475 — Pag. Oesophagite, inflammação do oeso- phago..................... 217 Onanismo (vide masturbação).... 292 — fraqueza pelo resultado do.... 18 Oophorite, inflammação dos ova- rios....................... 317 Ophtalmia, inflammação dos olhos (vide additamento ao cap. 7o. .. 164 — dos recém-nascidos.......... 333 Opilação do baço.............. 267 — (vid i atrophia das crianças. 4 * ' \ escrophulas......... 42 Ópio , toxicação por............ 411 Orchite, inflammação dos testícu- los........................ 292 Oithopnea paralytica........... 374 — comparai asthma...........' Osena , ulcera crustosa no cepto nasal..................... 188 Osteite , inflammação dos ossos.. 32 Otalgia, dôr de ouvidos........ 177 Otite , inflammação de s ouvidos.. 65 .— (vide também)............. 179 Otorrhea (vide otite) purgação pe- los ouvidos................. Ou rinar na cama (vide incontinen- cia das ourinas.............. 288 P. Paladar , inflammação do....... 207 Palavra , defeitos da........... 208 Palpebras , inflammação das (vide blepharite.................. 160 Panaricio, inflammação nos dedos. 67 — nas extremidades superiores.. 386 Papeira, inchação chronica da par- te anterior do pescoço (vide bo- cio)....................... 385 I lichen......... 63 prurigo........ — e também.... 282 Paralysias , suspensão mórbida do movimento ordinário......... 33 — da bexiga................. 290 — dos bofes (vide orthopnea para- lytica ..................... 374 — do esphincter do ânus....... 282 — das extremidades inferiores... 389 — da garganta............... 217 — da lingua.................. 207 Pag. Paralysias das mãos........... 386 — das palpebras.............. 171 Paraphimosis, inflammação dopre- pucio arregaçado estrangulando a glande................... 293 Parotite, tumor inflammatorio das parotidas.................. 65 — (vide também)............. 180 Parto....................... 318 — estar de................... 319 Pedagra (vide gota nos pés) * ... 388 Pedra-hume, toxicação por...... 411 Peitos, e bicos de peitos........ 321 Peixes venenosos (vide mexilhões). 410 Pemphigus *................. 67 Peritonite, inflammação do perito- neo....................... 267 Pesadello (vide também noctam- bulismo)................... 81 Petechias *.................. 67 Pezar, resultado de um (vide emo- ções moraes................ 13 Pharingite ( vide angina , larin- gite)...................... 217 Phimosis, inflammação do prepu- cio descido a não deixar desco- brir a glande............... 293 ! eczema........... 58 herpes phlyctenoide. 60 impigem......... » miliar........... 64 sarna............ 69 varkellas......... 77 Phosphoro, toxicação por....... 411 Photophobia, aversão á luz por encommodo que ella produz.. . 65 — (vide também.............. 172 Phtisica (vide tisica)........... Phthiriasis *................. 67 Picadas de insectos............ » Pituitas do estômago........... 250 Pituitosas, febre (vide febres gás- tricas)..................... 85 Pityriasis (vide manchas furfura- ceas *)...........,........ 64 Plectora, superabundancia de san- gue....................... 34 Pleuriz, inflammação das pleuras. 375 Pleurodinia, dôr rheumatismal no peito simulando a pleuriz..... 376 Plica-polaca *................ 149 — 476 — Pag. Pneumonia, inflammação pulmo- nar....................... 376 Polluções (vide espermatorrhea) perca mórbida de esperma .... 294 Polyphagia (vide bolimia) appetite excessivo.................. 218 !na bexiga............ 290 na madre (vide madre). . 308 no nariz.............. 188 nos ouvidos........... 181 Polysarcia, nutrimento excessivo . 34 Porcellana (vide urticaria) * .... 77 Potassa, antidoto.............. 394 Prenhez (vide additamento ao cap. 20)................... 322 — (vide também espasmos)..... Presbiopia ou presbicia, vista con- fusa ao perto e clara ao longe.. 172 Priapismo, erecção mcrbida sem appetite venereo............ 293 Prosopalgia (vide Hientagra) * ... 191 Prostatite, inflammação de prós- tata....................... 293 Prurido no ânus............... 283 Prurigo *................... 68 — (vide também).............. 282 — escrotalis.................. 293 Pseudopia, ou illusões da vista, comparai amblyopia......... 153 Psoite, inflammação do músculo psoas..................... 385 — (vide também rhemat'smo.... 37 Psoriasis *................... 68 Ptyalismo, ou salivação......... 208 Puerperaes, febres............. 306 Pulmonares, affecções.......... 65 Purpureo *.................. 68 Í acnea........ 56 impetigo..... 60 • OCA vaccina...... 324 varíola....... 78 Putrefacção do utero (vide madre). 308 Pútridas, febres (vide febres ty- phoides.................... 109 Pyrosis, e azia................ 250 Q. Í da madre... 323 do rectum. . 283 da vagina .. 323 Pag. Quina, dores pelo abuso da..... 412 R. Rachitismo , amolecimento dos ossos e cartilagens........... 34 Ranula, pequeno tumor molle fluc- tuante no dueto de uma glân- dula salivar................ 210 Resfriamento, resultado de um... 34 Retenção de ourina (vide ischuria). Rhagadas, fendas mui dolorosas na pelle e membranas mucosas ... 69 — no ânus................... 283 Rheumatismaes, febres (vide febres rheumatismaes.............. 84 Rheumatismo, dores perintentes nos músculos ou nas articula- ções subordiradas ás variações de temperatura sobrevindas qua- si sempre a suppressões de trans- piração ou erupções cutâneas.. 37 Rhuibarbo, resultados do abuso.. . 413 Rins, resultado de um geito (vide lesões mechanicas........... 61 — (vide também notalgia....... 385 Roseola *................... 69 Rouquidão................... 350 Rugas (vide rhagadas *........ 69 —, (vide também)............. 283 Ruminadura ou merycismo, reas- cenção dos alimentos ingeridos para soffrer nova mastigação, como nos animaes ruminantes.. 250 Rupia *..................... 69 S.' Sabão, antidoto............... 394 Saburras do estômago (vide gas- trosis ..................... 242 Sagacidade................... 128 Sal ordinário, antidoto......... 395 Salivação (vide ptyalismo)...... 208 Salsa-partilha, dores pelo abuso. 413 Sapos, veneno dos (vide substan- cias animaes................ 399 s"»-p»*^{™'S;::;;:; s Sarcocele, augmento de volume e degeneração do testículo...... 293 — 477 — Pas. Sarna * — Muitas moléstias são com esta confundidas........ 69 Satyriasis, appetite venereo mór- bido nos homens............ 294 — (vide tartibem lascívia)....... 291 Scai latina *.................. 71 Sciatica, dôr (vide nevroses)..... 3S6 Scirrho (vide carcinoma), indura- ção, de-generação , ulceração de todo ou pai te de um órgão. ... 57 — e tr.mbem................. 194 — da madre (v'ide madre)...... 308 — dts peitos (vide peitos)...... 321 , ., \ cancro no estômago .. 250 — (vide i. . ° v {inaur£.çao.......... Scorbuto, alteração de saude por falta de hygiene demonstran- do-se principalmente por gran- de disposição a hemorrhagias e |Mi>tiilas................... 42 — (vide também gengivas)...... 195 Scrophulas (vide escrophulas).. .. 42 Secura da pelle............... 387 Sede, falta de (vide adypsia). . .. 218 Senteio espigado, toxicação por. . 413 Sobre e\citação nervosa (vide ner- vosas) ..................... 27 Soda, antidoto................ 395 Soluço...................... 251 Somnair.bulismo.............. 81 Somnolencia.................. » Sopi.-o-.as, febres.............. 109 Suismos..................... 47 Í colicas espas- modicas. . . 253 \ metralgia , ( madre____ 308 — e convulsões das crianças..... 334 — nagarganta comparai pharyngite 217 - - nas palpebras.............. 172 — pulmonares (vide asthma ner- vosa e espasmodica.......... 357 Speimatorrhea, corrimento de es- perma pela uretra sem appetite venereo................... 294 Spigelia, toxicação por......... 414 Splenite, inflammação do baço... 267 "quirrho (vide carcinoma)...... 57 'cancro no estômago. 250 -abdominaes (videi ride tair.-J induraçoes........ 25 scirrho........... 194 •ag. 76 323 208 172 411 286 73 4 OS Sulphato 39!) 404 41 I 40S 114 £>)'> 405 411 387 ;;s<< Steatoide, tumor, kisto cheio de substancia semelhante a sebo.. Steatoma (vide tumor steatoide).. Sterilidade................... Stomacace, inflammação do inte- rior da boca com hálito fétido. Strabismo, falta de paralelismo nos eixos visuaes................ Stramonio, toxicação por....... Stiangtiria (vide dysuria)....... Strophulas eu strophulo *....... Sublimado co.-rosivo, toxicação por (vide mercúrio).......,..... Substancias animaes , toxicação por....................... — cor rosivas................. de cobre... \ de ferro ... I toxicação de magnesia I por de zinco... J — de soda, antidoto........... Sulfur , toxic -ção por.......... Sumagre venenoso............. Suor........................ — dos pés................... — fétido.................... — frio...................... —- falta de................... Superexcitaçio nervosa (vide ner- vosas)..................... Suppressão do menstriu-........ Supurações.................. Susto, resultado de uni (vide emo- ções moraes)............... Syco.se *..................... c / •/ fasphvxia....... Syncopc {vide < . r-•„ . J r v Idesfallecimento.. Syphilis, resultado da inoculação de um virus, a .syphilis affecta todas ás fôrmas, complica todas as moléstias................ T. Tabaco , dures pelo abuso....... ò~> Tabes dorsalis (vide marasmo dor- sal .................-...... 381 Temperamento................ II Tenesmo, contracçãu espasmodica dos mucculos que concorrem 291 13 12 61 - u |/,ir.. » -..\y\\i-.■■<.• >':::: '■'■ '" lit^v mi i.i;il'n.i>> o" >■• - f. - . - 2S." 'U.>: , < .1 ViVüIk............. » Tc ■ \ ei. .■'■<[ if !•'-' t'l<»)or. ■•' •>< .tios iú, t -.<'1ív............... 173 Tst. ■ ; ■>;•'.■■ >'-í«a-u'(i.-......... » Ti„',,.,; ..................... 149 • .t•...»!■]■•■: i-.í <;Jo- l.,i.,::t:....... 268 - ;,i>i (li).................... 380 — j.-ilíj-iin?i.'ia ( ">.............. " ----,,:;. T.JV..1-» . 1.'.............. 3S1 . ■ l » e>'!0-.'«................. » rortv.-diii vjs i ívVf' lesw;.-' ;;?' ', li- ,-,,....................... 61 '!V -........................ 351 ..— («&;.• Uinbfi ■ Ui!'in:-;-.i;-- . ,<:-.. .,ar- rhn breu ■•■!'■:c,............. 335 . - .:<-■;•;»»,.. . .roíV'1*"-!■-■......... ;j52 -- si.ftovt.úe................. 309 '? ,vxi''<>v' - -■ mole-ti;! ■'■:a- r;i«iit<>i-.i,i................. . .. 390 '(Y«.Bi',.s;! >ii, úln-t.i ^•'•Q,i' ífMJes ..-.n.-lu./i.-as.............._____ 03 Ti>;».> <>; . ■* mi" : :r..s Ms. if.tfPí.. . . 387 --- '>•■,'.■ i„i...'- oi . ;i;f d'K"i}...... 6 — ti*» fxafn«i<,'adí-s i»í\jsv.it--.. . 389 ~ n / í-' i'<«i'- {>'sc,j-i^ií). . .. . . 191 TuMei-c;.•»<.-* al-dnir.:::/.:-......... 268 Tir.7..>i branco. inçru-Çí* liustfvsa i .f-r:i rv.'w»r i. i liculfçno de ; uieva e-i i aphuioso.......... 3S9 Tiiii.<'e*. inclí-i.-v-T- ,iu;.i.. rip- iss, ou icii'):-!'Ãiiàe fovjH» -• ■■-,-ir- í: ai e:i i'.. ■ -;i .envie ;>(ii. i- ,„.,>.'.................. .. 75 - - ,i«? j.íí.-ctirvós ir^:«' j»,.i ^k-).. 180 —- e ti. »i(bó,-r......í....... .. 65 Tyirtvaiiise . c• >?i Vi '-< i<<.tiito de "cy,:.;- u!.ui.i. .vliai: ........ 269 - (,..írf« r::,»i.. "'Ü^;:;;;;;;; 26fl Tyi.í •' n't, ici.íís............ .109 Ia, I 1,1, a u..^ . . l-..-..\iur~. pag- 380. 78- — Ulceração na boca. S ,.,'k»--ííc..... (vi/lc.........\ -touiacii' t . . . 2 OS na cavidade i ,; lu.e.i (' 0 — nes beiç >s................. — na cornea ................. — nn roíte................... Ulceras, solução de coiitiiniid.níy em partes molles com pus e gr*- nnla!,ão provinda dê cau-a in- terna...................... — na garganta............... — na per n;;.................. Urttrite (vide gonorrhe i) iiiíiain- mação (ia uretra............ l*ríic:.ria.................... H): •2 18 Vaccina...................... Valtiir.na , toxicação por........ Varicellas . bexigas doudfs...... Varíola, ou,be:;ÍK;is............ Vaiioloide, ou varicella pustuit^. , uinbelicada *............... Vaiises, dilatações ímouiaes .................. Vômitos , e náuseas............ — antidoto.................. Voracidade, fome ardi n:e...... ■iuj 2í"i 15(1 5.S (il) Zcr.E, — £79 — Pau. 79 Paz. Zoster (vide zona)............. 79 Zumbido nos ouvidos.......... 181 — comparai dysecea........... 173 Todas as vezes que vier este signal vede o additamento ao Cap. II. FIM DO ÍNDICE. (lio de Janeiro. Tvp. Imp. e Gonst. de J. Villexecve e Comp. — is/jõ, ^2356^1 NLM041395430