■ '4 - « "••**E1££>»^ >-rxi iSSc^Ví* ssses'..'^ .i"*t7jviíi»i ameaçava, se renunciasse: Hahnemann não hesitou um instante entre seus interesses e seus deveres; e desde esse instante renunciou ao exercício da medicina. A descoberta da homceopathia foi o frueto das meditações pro- fundas, a que este amigo da humanidade se deu em sua solidão. Eis-aqui qual foi a marcha de suas idéas. i.° Adoptou primeiro, por base de toda a therapeutica razoá- vel, que os medicamentos devem ser experimentados sobre o homem são. •j.." Reconheceu que todo o medicamento produz duas series de eíleitos oppostos entre si, e que os eíleitos secundários são os únicos applicaveis á cura das moléstias : descoberta que cons- titue a lei dos semelhantes. 5." Apercebeu-se de que os medicamentos obrão pela lei dos semelhantes nas doses mais pequenas possível. 4.0 Convenceu-se de que o medico, que quizer ter cabal co- nhecimento do que faz, não pôde administrar mais de um medi- camento de cada vez. Vamos analysar suecessivamente estas quatro proposições, bases da medicina legenerada, estabelecendo primeiro a priori a demonstração de cada uma, e desusando em segundo lugar as objecções, com que 9e costuma combate Ias. *' X // l.° OS MEDICAMENTOS DEVEM SER EXPERIMEMADOS NO HOMEM SAO. Vejamos primeiro a experiência pura, e o que pensão as mais fortes cabeças da allopathia a respeito da therapeutica vul- gar. Pensamos que as autoridades, que vamos citar, não serão rejeitadas por nossos adversários, pois que são as de nos«os ve- nerados pais. Bichat declarou que a matéria medica era um tecido de ab- surdos, um montão de opiniões incoherentes. Elle ajuntou em outro lugar: « Que sabemos nós do modo de acção dos medica- mentos? Nós sabemos que os emeticos fazem vomitar, que os purgantes purgão; c a isto se limita o nosso saber. » Boerhave, que sem duvida é contado por uma autoridade, se exprime as- sim : « Se nós comparamos os benefícios, de que se é devedor a meia dúzia de verdadeiros discípulos de Esculapio desde o prin- cipio da arte, com o mal que tem causado ao gênero humano o numero immenso de doutores que os tem seguido, fica-nos in- dubitavel que seria infinitamente melhor que nunca tivessem havido médicos neste mundo. » Pedro Frank dizia também muitas vezes: « A policia medi- ca limita-se aos males públicos, e dirige-se contra os contá- gios, moléstias epidêmicas, e charlatães ; mas não se oecupa com os milhares de pessoas, que são tranquillamente assassinadas em seus leitos por tentativas imprudentes dos médicos. » Estes juizos parecerião injustos e apaixonados, se fossem pro- nunciados por homoeopathas; mas quando elles sahem da boca de semelhantes homens, deixa de ser duvidosa a necessidade de uma reforma. Vejamos se a experiência pura, proposta por Hahnemann, como base da therapeutica, seguramente conduz ao fim proposto em vão antes delle. Nenhum progresso é possível nos diversos ramos das seien- cias médicas, se conhecimentos physiologicos não servem de base aos trabalhos pathologicos. Antes de estudar as desordens produzidas pelas moléstias, é necessário conhecer o estado nor- mal do homem. E a anatomia do homem são que o medico estuda antes da anatomia pathologica. Por que privilegio a the- rapeutica se subtrahio a esta lei geral? Como se ousava admi- nistrar aos doentes medicamentos, cuja acção pura era desco- nhecida? Cousa estranha! Todo o obreiro , todo o artista es- tuda com cuidado os instrumentos e as matérias primas, que tem de empregar; só o medico se não submette a esta regra, só elle emprega ao acaso terríveis agentes, de que depende a vida hu- mana ! Semelhante desordem não podia subsistir. Esta lacuna devia ser preenchida. Já o grande Haller tinha proclamado a neces- sidade de a preencher da maneira mais formal. Stoll, Stork tinhão feito alguns ensaios incompletos, a que devemos com- tudo preciosas luzes sobre a accão de muitas substancias he- róicas. O que Haller ennunciára, o que Stoll e Stork ensaiado ti- nhão, Hahnemann o executou. Cheio da grandeza de seu fim , elle o proseguio com todo o zelo de um homem, que tudo espe- ra de suas próprias forças. Depois de muitos annos de longas e perigosas experiências sobre si mesmo, reunio a si vários in- divíduos de idade, sexo e temperamento differentes, e enume- rou minuciosamente todos os symptomas, que por longo espaço de tempo continuavão a manifestar-se em todos os diversos ór- gãos do corpo humano. Vasto campo se abrio ás vistas do ob- servador; analogias menos esperadas, e mais maravilhosas vie- rão juntar-se ao encanto incomparavel do estudo da natureza. A? moléstias artificiaes, produzidas pela ingestão de um só me- dicamento, forão observadas com maior proveito que as molés- tias naturaes, cuja origem complexa é em geral tão obscura, e cuja marcha é. sem cessar, perturbada pelos eífeitos do trata- mento, que se lhe oppõe. Cada passo foi assignalado por uma descoberta neste novo mundo achado pelo gênio. Citaremos, entre outras, a acção dos medicamentos sobre o moral, sem a qual o tratamento das moléstias mentaes seri» impossível, e o das moléstias physicas muitas vezes incerto. Graças a Hahne- mann, conhecemos hoje as modificações produzidas na alma humana por cada agente da natureza, e as luzes que estes co- nhecimentos espalhão, esclarecendo o exercício da medicina , provão que as considerações materiaes sobre as desordens phy- sicas não são o único recurso das investigações praticas. Desde então a medicina começou a possuir uma verdadeira ma- xij ,% teria medica. Os conhecimentos tirados das propriedades phy- sicas e chimicas dos corpos, e mesmo de seu uso no tratamento das moléstias, iorão passados a segunda ordem, e a therapeuti- ca, apoiando-se sobre verdadeiras bases, concebeu emfim a le- gitima esperança de escapar ao grosseiro empirismo, para ele- var-se ú categoria de >ciencia. Quanto reconhecimento não merece o gênio, que em nossos dias fez tão assignalado serviço á humanidade! Quanto lhe não devião particularmente os médicos, para quem elle acendeu uni facho, que os allumia para sahirem das trevas onde erravão até ^eus dias! Não devião elles serrar-se todos em torno deste gran- de homem para engrandecer o circulo de suas descobertas, e elevar sob seus auspícios a medicina á altura de todas as ou- tras .«ciências? Oh! Nada disto! E ainda hoje seus discípulos são obrigados a consagrar a lutas sem frueto o tempo, que lhes •': necessário para completar os trabalhos de seu mestre. E quaes são então os meios empregados para combater os princípios de Hahnemann ? Que objecções se tem opposlo a essa lógica poderosa? Eis-aqui as que temos ouvido apresentar al- gumas vezes, e que citamos, por não conhecer outras mais va- liosas. Haller se enganou, dizem, vendo na experiência pura a fon- te da verdadeira matéria medica. A experiência clinica instituída por Hyppocrales é a única que pôde conduzir á cura das mo- léstias. i.* O estado normal é variável e incerto; as experiências feitas sobre um indivíduo não se reproduzirão jamais sobre cem outros. 2.° Os ensaios feitos sobre o homem são nada concluem para o homem doente; um ahysmo separa o estado desnude do de doença. A isto respondo eu, que o estado normal do homem não é tão incerto como se diz, e que o estudo da anatomia ordinária disso fornece uma prova : as anomalias são numerosas, mas desappare- cem ante o numero infinitamente superior dos factos normaes. Demais, esta objecção seria terrível revertida contra seus auto- res. ,Ccm effeito, se não se pôde achar semelhança alguma en- tre homens sãos, como a achais vós entre doentes, c que fio poderá guiar-vos r.o labyrintho das experiências clinicas, sobro t xiij / J5 que vos apoiais exclusivamente? Vossa objecção destruiria to- dos os estudos médicos. Não mais haveria dessa maneira ana- tomia nem physiologia possíveis, e nenhum homem razoável poderia occupar-se da saúde dos outros homens. Felizmente assim não é, c vós o provais, procurando applicar a um doente o remédio, que vos pareceu útil em casos análogos. Ora , se vós procurais achar analogias entre dous estados mórbidos, com muito maior razão as acharei» entre dous normaes. Os honiooo- pathas são bem infelizes. Tem-se observado com interesse •:m nossa época as experiências feitas sobre os animaes; nin- guém tem coustestado sua utilidade; porque pois se espera me- nos de experiências feitas sobre um homem, que das quu se tem feito em gatos, cães e porcos? Emfim , cmquanto á maneira de tornar úteis ao doente as observações pathogenesicas, veremos, oecupando-nos da lei dos semelhantes, como Hahnemann soube lançar uma ponte sobre este abyímo, julgado invadeavel. Trabalhos como os seus não podião ficar sem resultado. A Providencia devia uma recompen- sa a semelhantes esforços corajosos, a tão sublime dedicação. A homceopathia soffre a sorte das grandes invenções; por muitos annos as declarão impossíveis; e quando não pôde mais desconhecer-se-lhes a evidencia, declara-se que cilas naJa apre- sentâo de novo. Assim já se pretende hoje que nas matérias médicas da allopathia se achavão todas as noções sobre a acção pura dos medicamentos. Que não possamos nós reconhecer a Verdade desta asserção! Que nos importa que a verdade venha de Broussais, de Hahnemann, ou de Barbier de Amiens? Mes- mo partilhando-a haveria gloria para todos. Mas não! O prin- cipio das .experiências puras fez, é verdade, alguns progressos; ma* os esforços feitos para sua applicação parecem não ter por fim senão fazer realçar r. grandeza e as dilliculdades da obra de Hahnemann. Onde estão com efteito os experímentadorcs, que a allopathia lhe pôde comparar? Onde estão os trabalhos e ys vi-Nlia* desses heróes desconhecidos? As matérias médicas, que Mí°nosquer oppor, posto que posteriores vinte e trinta annos aos trabalhos de Hahnemann, não nos indicão, nem a serie dos effcitos puros de cada substancia, nem a duração de su* acçao, xiv 'ti nem a dose mais fraca, em que ella pôde obrar. Assim, ahi s< encontrão na mesma linha o aconito e o stramonio, cuja acção se prolonga pouco além de vinte e quatro horas, com a cicuta <• a belladona, cujos effcitos são ainda tão sensíveis quarenta dia-> depois. Em lugar destas noções positivas, as obras de therapeu- tica, verdadeiras Babeis scientificas, contém as numerosas hy- potheses do autor, que imagina e aflirmaque isto deve obrar so- bre o systema nervoso, aquillo sobre o systema cutâneo, aquel- 1'outro sobre o vascular, etc., etc. Emfim , junta-se a tudo isto ensaios feitos sobre os animaes, que não criticaremos muito amargamente em respeito ás louváveis intenções de seus auto- res, mas que a nossos olhos não deixão de ter dous defeitos im- portantes: i°, uma crueldade revoltante; 2°, uma completa inu- tilidade, desde que a dedicação de Hahnemann e seus discípulo- abrio as fontes puras e fecundas da pathogenesia humana. Nada pois no mundo pôde offuscar de Hahnemann a gloria de ter estabelecido uma base nova para a medicina. Estudando as conseqüências fecundas, que elle tirou deste principio, vamos achar nova prova de que, só elle é o seu verdadeiro inventor, pois que só elle lhe comprehendeu toda a importância, e sou- be colher as verdades praticas, que decorrem de tal prin- cipio. 2." Os MEDICAMENTOS CÜRAO PRODUZINDO EFFE1T0S SECUNDÁRIOS SEMELHANTES AOS SYMPTOM VS DAS MOLÉSTIAS A Ql'E ENTAÕ SAÕ Al«- plic aveis. —Similia similibus. Admittida uma vez a necessidade de experiências puras, da- dos os vastos trabalhos de Hahnemann, vejamos as conseqüên- cias por elle deduzidas, e vejamos ao mesmo tempo se a allo- pathia, que pretende haver também feito os mesmos trabalhos, tirado tem resultados, que dahi dimanem inevitavelmente. Os allopathas, acostumados a ver nascer um systema compo>- to de todos os entes da imaginação de seu autor, representão sempre Hahnemann como seduzido por algumas curas devida- aos semelhantes, generalisando factos isolados, só pelo prazer d< crear uma nova doutrina. Nada ha mais falso que e?ta suppo sição. As primeiras indagações de Hahnemann forão isentos de todo o preconceito, e quando, depois de ter tomado a quina. XV '* elle vio descnvoíver-se-Ihe todos os symptomas de uma fe- bre intermittente, não atinou por muito tempo ainda com essa lei homceopathica, que vinha, para felicidade do homem, re- compensar seus trabalhos e sua dedicação. Suas duvidas comtudo devião ter um termo. A cada passo essa lei se lhe revelava mais geral e mais evidente. Os factos da me- dicina se esclarecerão ante seus olhos por uma luz inteiramente nova. Elle comprehendeu as causas das vantagens e dos reve- zes de seus predecessores, e dos seus contemporâneos. Sua vas- ta erudição lhe fornecia abundantes matérias. Por toda a parte onde elle via uma cura rápida, segura e durável, observava que o medicamento empregado tinha a faculdade de produzir no ho- mem são a affecção, que elle tinha curado. Se o ópio tinha curado lelhargias; o chumbo, eólicas; a di- gital, palpitações de coração; o enxofre, moléstias cutâneas; o sabugueiro, suor maligno; o helleboro, cólera; a ipecacuanha, vômitos e fluxos sangüíneos; o sumagre, dartros; o stramo- nio , loucura; a belladona, bydrophobia; o arsênico, cancro : o cobre, epilepsia; o mercúrio, syphilis , com todo o cortejo de malles que a acompanhão, etc, etc.; era porque cada uma des- tas substancias podia produzir no homem são estados semelhan- tes aos da moléstia que curavão..E a prova disto que Hahne- mann devia achar, e com effeito achou nos próprios cscriptos dos médicos mais celebres da escola. Compendiou grande nu- mero dessas curas homceopathicas, devidas ao acaso, e as col- locou á frente de seu Organon : e como então renuncia a suas experiências, para arrancar a seus próprios adversários a confis- são da lei homceopathica, seu raciocínio adquire tal potência, que nada no mundo o pôde igualar. Então bem depressa elle encontrou, pela continuação de seus trabalhos, a razão theorica desses factos extraordinários na ge- neralidade da lei dos semelhantes. Vin em todas suas experiên- cias puras manifestar-se duas series de effeitos bem distinetos, e constantemente oppostos entre si: os effeitos primitivos, rápi- dos, violentos, passageiros, devidos á acção directa do medica- mento ; e os effeitos secundários, lentos, insensíveis, duráveis, devidos á força de reacção da natureza. Comprehendeu que os xvj ti segundos destes effeitos erão só os verdadeiramente curativos. e que a allopathia, recorrendo constantemente aos effeitos pri- mitivos, não applicava senão perigosos paliativos ás dores hu- manas. Immergi por um instante vossa mão n'agua gelada, nrl- la sentireis viva impressão de frio; alguns minutos depois vio- lenta irritação vos provará que a natureza reage cfílcazmcntc contra a primeira impressão. Assim, as queimaduras tratadas por applicações frias são infinitamente mais diffíceis de se curar, que as tratadas por tópicos irritantes. Este facto tão vulgar encerrava uma reforma inteira na the- rapeutic.»; mas carecia, para tornar-se fecundo, de toda a pa- ciência e gênio de Hahnemann ; e nem podia concorrer util- mente para a felicidade humana, senão pela creação laboriosa da matéria medica pura. Emquanto á allopathia, ella nos dá, com sua ignorância d.» lei dos semelhantes, a prova, que Unhamos promettido, de sua incapacidade para experiências pathogenesicas. Se a l>;i dos semelhantes ó uma conseqüência infallivel da pathoge- nesia , o inventor de uma deve-o também ter sido da ou- tra: isto está fora de contestação. Mas ainda mais vergonhoso, que tantas pretenções e ignorância, é a allopathia não só mente ter deixado escapar a grande deseoberta de Hahne- mann ; mas nem mesmo se ter esclarecido com sua luz, para reformar as contradicções flagrantes, de que está cheia. Assim. emquanto ella continua , em grave damno da humanidade , a oppôr o ópio á insomnia e á violência das dores, a sangria á irritação, os purgantes d falta de defecação, o gelo á inflamma- ção, por outra parte a vemos continuar a empregar empírica- mente os raros específicos, que, por três mil annos de trabalhos á cabeceira do doente, o acaso lhe tem permittido descobrir. O mercúrio, a quina, a digital, o senteio esporado , o enxofre, lhe servem para combater, por seus effeitos secundários, a sy- philis, a febre dos charcos, a methrorragia, as erupções cuta- taneas, etc, etc, de uma maneira essencialmente homceopathica. Médicos da escola, sede pois uma vez conseqüentes comvosco: ou bani com Broussais todos os específicos, e, levando a lei dos contrários ás suas ultimas conseqüências, atacai todos os sofíri- '. xvij mentos, destruindo pela sangria a vitalidade humana; ou, se vós reconheceis a utilidade desses agentes mysteriosos, que são os verdadeiros, os únicos thesourcs do medico, aprendei de Hah- nemann a lei, que preside á sua acção, e os meios de applica-los da maneira mais salutar. Que ha de mais perigoso que um meio saber ! Quando se considera o numero das doenças, produzidas pelo abuso da quina, do mercúrio, etc, chega-se a ter pezar de que tão poderosos específicos tenhão sido prematuramente revelados á espécie humana. A tal ponta a medicina tem chegado, pela exageração das doses, que tem convertido em venenos mortí- feros essas armas, que a própria natureza lhe confiara para combater as mais cruéis enfermidades. Em tudo nós devemos reconhecer, que a Providencia foi sempre misericordiosa, e que só o homem é o autor de seus próprios males. As conseqüências de uma febre intermittente são raras vezes tão funestas, como as que provém do abuso da quina c suas preparações. Bastantes annos podem decorrer antes que uma moléstia syphilitica arruine a constituição do homem que a contrahio ; mas um tratamento mercurial alio- pathico pôde em algumas semanas altera-la para sempre. Consultados todos os dias por grande numero de doentes, eis-aqui as causas mais communs de suas enfermidades. i.° O abuso dos meios homceopathicos empregados a esmo pelos alio- pathas, e em doses exageradas. Entre estes, figurão em pri- meiro lugar o mercúrio e a quina. 2.0 As funestas conseqüên- cias dos tratamentos locaes internos ou externos, frueto de considerações materialistas, que procurão a moléstia nos órgãos, e dirigem toda a suaattenção aos effeitos, em lugar de a di- rigir ás causas. Ora, quando se chega á triste convicção de que a arte medica é fonte fecunda de todas as dores humanas, póder- se-ha ficar admirado de que médicos esclarecidos tenhão excla- mado com Kruger-Hausen: ainda é questão saber se a medicina é uma felicidade ou uma desgraça para o gênero humano?!.. Nós, que, graças a Hahnemann, possuímos emfim a verda- deira lei dos específicos, não cessamos de admirar a harmonia, que elle soube estabelecer entre todos os pontos de suas dou- 3 ^ xviij'? trinas, sem a qual não se pôde esperar torna-las verdadeira- mente úteis para allivio das enfermidades humanas. 5.c Os MEDICAMENTOS DEVEM SER EMPRESADOS EM PEQUENINAS DOSES. Natural era pensar que os medicamentos, que obrão por semelhantes, devião ser empregados cm doses muito mais fra- cas, que os que obrão por contrario?. Concebe-se que para aju- dar os esforços da natureza basta uma força infinitamente mais fraca, que a necessária paral os combater; e que seria imprudência empregar no primeiro caso um medicamento na dose, em que se emprega no segundo. E o que Hahue- mann pensou, e desde então começou a diminuir cada vez mais as doses usadas pela escola ; mas nesta via em que en- trava era destinado a ir mais longe do que a principio jul- gava, e a fazer uma descoberta inesperada. Para obter doses cada vez mais fracas das substancias que empregava, tinha primeiro misturado um grão com certa quan- tidade de assucar de leite, e disto tomava pequena porção para seus ensaios. Para operar mais perfeitamente esta mistura, tritu- rava por muito tempo os dous corpos n'um almofariz. Bem de- pressa percebeu que esta trituração não tinha só por effeito uma simples mistura, mas que a fricção desenvolvia a mais alto gráo a acção medica. Dest'arte duas cousas importantes se passavão ao mesmo tempo nesta operação ; de um lado elle obtinha o meio de diminuir infinita mente a quantidade do medicamento, incorporando-o a um corpo inerte ; do outro elle augmentava sua actividade por effeito mesmo da preparação. Não contente com a primeira experiência, misturou um grão da primeira mistura com cem de assucar de leite, e o mesmo phenomeno se reproduzio a seus olhos. Então levou por diante as experiências, e, ou servindo-se do assucar de leite, ou da água dislillada, ou do alcohol, achou que as sacudidelas e a trituração augmentavão a um ponto extraordinário a esphera de acção dos medicamentos. Outra experiência se seguio. Tendo submettido a silicea, o carvão de lenha, o pó de licopo- dio, e outras substancias ordinariamente inertes, á mesma ma- nipulação, descobrio-lhes virtudes, que se lhes não tinhão jamais i » xix // supposto. Assim elle se fez possuidor de um meio poderosíssi- mo de reconhecer e empregar as potências médicas. A na- tureza inteira ficou á sua disposição para lhe fornecer os mais variados agentes. Elle pôde oppôr armas iguaes ás potên- cias nocivas, com que a natureza ataca a saúde do homem. As causas das doenças, que são Hlas senão agentes infinita- mente pequenos espalhados na athmosphera, inapreciáveis por todos os instrumentos chimicos e physicos, manifestando-se porém por temíveis resultados, e deixando por signal de sua passagem a peste, a febre amarella, os typhos, a cólera ? Tem recorrido á optiça o astromono, o naturalista, para penetrar os mysterios da natureza, para sondar as infinitas grandezas do céo e as pequenezas contidas n'uma golla de água : o medico de\ia recorrer a um meio mais delicado para suas observações, que além vão do mundo physico ; e esse meio é sensibilidade humana, que elle excita, que elle segue nas mais delicadas modificações. Como se admirão de que Hahne- mann, actuando sobre a própria natureza humana, tenha ido mais longe no campo das maravilhas, que os Newtonsos Lewen- hoeks; e de que a medicina, a mais mal aquinhoada entre as sciencias de observação, tenha chegado emfim a ser a primeira! 4-° NAÕ DEVE EMPREGAR-SE MAIS DE UM MEDICAMENTO DE CADA VEZ. Privada de princípios scientificos , abandonada ao mais desagradável empirismo, a medicina antiga não tinha, para chegar ao conhecimento da verdade, senão a longa, diílicil e incerta via da experiência clinica. Ensaiar ao acaso o empre- go de tal medicamento, e repetir em casos análogos aquel- le que teria parecido mais útil, tal era a única marcha a se- guir antes das descobertas de Hahnemann. Posto que imper- feito, posto que pouco satisfactorio para o espirito, este me- thodo, continuado com perseverança, teria podido contribuir a alüviar muitas dores e attingir á verdadeira sciencia ; mas desde o principio os médicos se afastarão de uma regra tão sabia renunciando á simplicidade dos medicamentos, mistu- rando muitas substancias na mesma formula. Desde então foi perdida toda esperança de jamais chegar ao conhecimento da verdade pela experiência clinica. Já era muito XX 1* diflficil no meio da desordem mórbida distinguir o que era effeito do medicamento do que era symptoma dô moléstia ; mas o que era diflicil tornou-se impossível desde que se ad- ministrarão muitos medicamentos a um tempo. A ridícula pretenção de oppôr agentes numerosos a symptomas diver- sos, testificando a impotência da medicina, tendia a eterni- sar as profundas trevas em que se revolvia. Não me oecuparei cm criticar a polypharmacia, rebatida pe- las próprias notabilidades da allopathia. Deu-se-Ihe o ultimo golpe ridicularisando-a, e é essa a única arma por que me- rece ser combatida. Certamente sei ia bem fácil a um homceo- patha acerescentar novas razões ás que se tem allegado con- tra ella. A matéria medica pura, esclarecendo-nos sobre o effeito próprio de cada medicamento, nos mostraria absurdos mais numerosos ainda e mais palpáveis, que os que se tem as- signalado. A mistura das substancias mais disparatadas, mui- tas vezes antídotos recíprocos, outras vezes homceopathicas umas, e as outras contrarias, dadas ao acaso, a capricho, decide da reputação do medico e da vida do doente. Mas uma questão se nos apresenta, que devemos aqui de- cidir. Corcordando em que o medico allopalha não possue meio algum de prever os effeitos, que hão de resultar de um mixto, pois que ignora o de cada um de seus elementos, pergunta-se : conhecendo o effeito puro dos medicamentos, o discípulo de Hahnemann poderia chegar um dia a encontrar alei de sua combinação, e achar os effeitos mixtos apropriados a fôrmas especiaes de moléstias ? Respondemos : essa lei ainda não está descoberta ; c não po- demos limitar os progressos do espirito humano ; mas parece- nos pouco provável que se chegue a discobri-la. Nada tão poderoso, como os effeitos simples. Se a natureza dotou cada medicamento de tão variado numero de symptomas, não ó para que o homem seja obrigado a recorrer a misturas com- plicadas para remediar seus males. A medicini homoeopalhica, devendo especialmente ajudar a força vital, deve ter mais eílicacia por não chamar seus es- forços a muitos pontos differentes ao mesmo tempo, enfra- XXJ 4V quecendo-a pela divisão. E assim que a persuasão se insi- nua facilmente pela voz de um homem sensato, e que não pôde o ouvido supportar os gritos discordes da multidão. Em vão se pretenderia que a arte pôde combinar as harmo- nias dos sons, e que a arte de formular possue este dom precioso. A actividade das substancias pharmaceuticas depen- de de muitas circumstancias variáveis para que seja possível associa-las sem temor de que uma usurpe as qualidades attri- buidas á outra. Ha só uma espécie de compostos que a ho- mceopathia pôde empregar sem remorsos : são aquelles a que a própria uatureza tem determinado as proporções invariavel- mente, e de que a chimica tem demonstrado a permanente identidade Os oxydos, os saes, os ácidos, experimentados no homem são, podem ser olhados pelo medico que os emprega como uma unidade absoluta que não tem os inconvenientes de uma mistura arbitraria : mas fora deste caso tudo é con- fusão, erro, absurdo. Hahnemann soube pois tirar do único principio da experiên- cia pura a lei dos semelhantes, a descoberta das pequenas doses e a unidade do medicamento. Tudo se mantém ligado em uma sciencia ; a medicina inteira estava abalada por effeito de uma só lacuna, por isso aquelle que a preencheu prestou um serviço, cujas conseqüências são innumeraveis, tanto que de reforma- dor passará a ser considerado creador. Tudo toma novo aspecto, tudo se purifica por influencia des- se genio vivificante. Por seus cuidados recupera a razão todos os seus direitos esquecidos. A classificação dos medicamentos e a das moléstias, duas emprezas chimericas em que falharão os homens mais notáveis, já não são mais impostas como uma fa- tal necessidade aos médicos de todas as idades. As moléstias sendo anomalias não podem todas entrar cm quadro algum re- gular, e os medicamentos, sendo por si mesmos agentes mórbi- dos, resistem como as moléstias a toda a distribuição por classes, ordens c gêneros. O único dever do medico é reunir todos os signaes apreciá- veis de uma moléstia e achar um medicamento que tenha pro- duzido no corpo são moléstia a mais semelhante á que pretende \ xxij ti curar. Esta empreza é mais difficil que a de fazer entrar um dado caso mórbido em um quadro nosologico, c procurar o nome de um medicamento que corresponda ao nome patholo- gico; mas também ha uma satisfação intima em seguir as regras da razão, em ter a certeza do que se faz, e em abstrahir de enti- dade, vergonha do espirito humano, que somente a medicina tinha conservado até nossa época como uma lembrança das épo- cas barbaras em que a ontologia regulava como soberana os ac- tos c o pensamento da espécie humana. Hahnemann prestou ainda á medicina um serviço ainda mais assignalado, livrando-a da aviltante influencia do materialismo que a deshonrava. Em vão ensinava a physiologia, que o homem é um ente unitário, todas as partes do qual gozão da vida cum- mum ; a pathologia estabelecia princípios totalmente oppostos. As lesões orgânicas não são para o medico a conseqüência de uma desordem vital, ellas mesmas são a causa das moléstias, ellas são a própria moléstia. Dahi vem o cuidado extremo com que nossos práticos procurão as desordens materiaes sobrevin- das ao corpo humano, e quando encontrão um ponto mais mal- tratado que outros, declarão que tem achado a causa da molés- tia. Ora, a maior parte das vezes quando as moléstias tem produzido n'um órgão uma alteração physicamente apreciável, já não é tempo de sustar-lhe os progressos, e o medico de boa fé declara no mesmo instante que tem achado a causa da doen- ça e a certeza de sua incurabilidade. Nos casos menos graves é o medico mais feliz obstinando-se a remediar a desordem local? Todos os dias mostra a experiên- cia os perigos deste methodo fatal. Toda a moléstia consiste no desarranjo da força vital; os effeitos physicos são os produetos, são, por assim dizer, a florescência desta causa immaterial As- sim supprimindo sua manifestação, não se faz senão dar mais força a esta causa profunda, da mesma sorte que se prolonga a existência de unia planta ephemera arrancando-lhe as flores á proporção que ellas desabrochão. E assim que o tratamento lo- cal da sarna, a cauterisação dos cancros venereos, c mil outros meios anli-racionaes, enraizão profundamente na organisação moléstias que, abandonadas a si mesmas, em menor perigo te- ' XXÜJ 2, t rião posto a vida. Por toda a parte onde o empirismo da allo- pathia chega a supprimir uma das manifestações da moléstia dy- namica, ella a força a transformar-se e lhe dá novo gráo de malignidade e perigo. Somente o medico homajopatha possue os meios eflicazes de fazer desapparecer a desordem local destruindo a causa que a entretem, e de assim conseguir uma cura real e definitiva. Por elle a humanidade acha emfim em lugar dos paliativos que por tanto tempo se lhe tem prodigalisado remédios eflicazes para seus m iles ; a medicina vê desapparecer emfim as contradicções que a deshonravão, e a sciencia, que todas as descobertas mo- dernas conduzem para o campo do maravilhoso, do infinito, do espiritual, vê desfazer-se o obstáculo invencível que os escrip- tos médicos oppunhão a este movimento salutar. Não tememos dizê-lo: a descoberta de Hahnemann não é um facto isolado e sem conseqüências; elle engrandece, elle vivifica, elle transforma a medicina inteira. Depois de tantos séculos, Hahnemann, o digno continuador da obra dos Apósto- los, descarregou o mais terrível golpe no polyteísmo, que mais do que se pensa ainda subsiste no mundo dos pensamentos, lu- tando contra o desenvolvimento da christãa sciencia. Tacs são os princípios da homceopathia. Sigamos comtudo sua manifestação suecessiva. Hahnemann trabalhou trinta annos a multiplicar as experiên- cias puras e a estabelecer as bases de sua doutrina. Publicou em i8o5 o Fragmenta de viribus medicamentorum positivis, con- tendo vinte e seis medicamentos observados sobre o homem são; em 1810 , o Organon. ou exposição da doutrina homceopathica; em 1811, o primeiro tomo da Matéria medica pura. Em 1816 começou seus vastos trabalhos sobre o tratamento das moléstias chronicas, que não forão publicados senão doze annos mais tarde. VO-se que não se trata de hypotheses brilhantes a que nos tem habituado os fazedores de systemas sonhados em uma noite de febre e destinados a uma ephemera duração; é por trabalhos xxiv m sem exemplos que Hahnemann preludia na difusão da homceo- pathia; é nos longos trilhos da pratica e da observação que lhe amadurece o germen. Mas também que longo porvir aguarda essa doutrina tão longamente trabalhada ! E não é lei eterna que tudo o que deve durar muito se desenvolva com lentidão? A longa vida longa infância, diz Buffon. São quasi contemporâneos de Hahnemann Brown, Rasori, Tomasini, Broussais. Todos apparecêrão na scena do mundo, todos nella figurarão com fulgurante brilhantismo, mas já toda essa gloria se escurece por entre os factos históricos; e a ho- mceopathia, bella por sua candura e seu verdor, parece apenas hontem nascida; tão risonhas a precedem seduetoras esperan- ças, e toda a graça de uma divindade que a seu assomo á vida se maravilha do brilhante horizonte que diante se si vê deslisar-se. Até 1820 Hahnemann não contava discípulos senão em sua pátria. Depois da revolução de Nápoles a homceopathia foi leva- da a esse reino pelo general austríaco Roller, homem superior que assim compensou as desgraças que acompanhão a guerra. De- pois dos brilhantes suecessos obtidos pela pratica do Dr. Neker, ella foi submettida á approvação da academia de medicina de Ná- poles que mandou traduzir o Organon em italiano pelo Dr. Qua- dri. Uma multidão de médicos abraçou os preceitos da nova arle. Os Drs. Romani, medico, e Dehoratis, cirurgião do rei Francisco ede sua augusta esposa, progenitoresdeS. M. I., a actual Impe- ratriz do Brazil, sendo deste numero, por seus cuidados e por expressa vontade do rei, que teve de lutar contra as mais ver- gonhosas intrigas, exercerão suecessivamente duas clinicas esta- belecidas para submetter a homceopathia a experiências publi- cas. Ambos obtiverão resultados os mais satisfactorios apezar dos obstáculos de toda a qualidade suscitados pelos inimigos da ho- mceopathia, tornados a si de sua primeira sorpreza e resolvidos a defender a todo o risco seus interesses por ella ameaçados. Basta-nos citar, entre outros, o facto do medico Albanese, que na ausência do chefe da clinica deslribuio pelos doen- tes figos com veneno, e pôz em perigo as vidas de quatro doentes; facto de que existe processo veibal. Infelizmente o rei, quando em 1829 foi viajar á França e á v.: XXV «■ * Hespanha, não quiz separar-se de seus médicos, e sua partida o obrigou a deixar fechar-se essa clinica; sua morte, que teve lugar ponco depois, suspendeu por algum tempo os progressos da homceopathia ; mas apezar dos furiosos golpes de seus adver- sários que a atacarão com as armas mais violentas depois da morte de seu protector, ella não pôde ser dcsarreigada do solo napolitano, onde conta de dia em dia cada vez mais partidários, principalmente depois que meus trabalhos na Sicilia lhe derão novo ponto de apoio e collaboradores inesperados. Testemunha de seus resultados, e sorprendido principalmente pela cura ines- perada de sua esposa, o conde Desguidi, doutor em medicina, seguio com o mais vivo interesse a clinica do Dr. Romani, e foi o primeiro que em França introduzio e praticou a doutrina de Hahnemann. Mais tarde, salvo por ella de uma morte eminen- te, eu mesmo fui o instrumento destinado a transporta-la á Si- cilia. Fácil foi minha empreza , porque aquellcs que me tinhão visto partir reduzido ao mais horrível marasmo , e vião regres- sar cheio de saúde e de vigor crescente, não carecião de meus discursos para acreditar no poder de uma doutrina que reslitue á vida os moribundos. Todas as minhas faculdades ficarão desde então consagradas a esta sublime verdade. Uma sociedade homceopathica foi fun- dada em Palermo. Fiz uma incursão a Malta para implantar a nova doutrina nessa ilha, verdadeiro centro do Mediterrâneo, cuja influencia tão considerável é no levante. Para servir mai-i utilmente a causa que tinha abraçado estudava-a com cuidado; mas ainda me restava tempo para ajudar a seu desenvolvimen- to. Contribui para fundar-se, em 1834 9 a sociedade homceo- pathica que provocou o celebre julgamento da academia, de que mais tarde fallaremos. Acompanhei a Londres o Dr. Curie quando elle ahi foi introduzir a pratica da homceopathia, visi- tei suecessivamente os homceopathas deBruxellas, de Marse- lha, de Montpellier, e por toda a parte contribui com todas as minhas forças para o triumpho da verdade. A Sicilia porém devia ter a melhor parte nos meus esforços. Em i838 um vasto dispensario gratuito recebia em Palermo centenas de doentes por semana; o hospital geral tinha vagos metade de seus leitos; xxvj v3 muitas boticas se fecharão, os rendimentos de importação de drogas mcdicinaes diminuirão de dia em dia. O hospital dos irmãos de S. João de Dcos cm Palermo, o de Moreale, de Pie- tra perzia, de Mistretta, erão a téde de experiências homoeo- pathicas: todas as pessoas intelligtnles erão ganhas por nossas doutrinas. Olhei minha missão como ahi concluída, c pareceu-me que era então em Paris, nesse centro da vida intellectual da hu- manidade, que eu poderia ir ser mais útil á causa da ho- mceopathia. Ahi cheguei em meiado de i83g, e desde logo vi que me não tinha enganado. Desde a partida de Curie para Londres a sociedade homceopathia e»tava dissolvida; os dispen- sados de que elle só era a vida , tinhão-se suecessivamente fe- chado. Hahnemann, satisfeito de sua gloria, saboreava as delicias de uma vida cheia de placidez e de poesia; envolto em uma at- mosphcra de paz, não podia enquietar-se com os fins de tantas pequeninas rivalidades que entorno delle se agitavão. Feliz fui eu por ter podido fazer ainda brilhar mais alguns raios de glo- ria entorno desta cabeça veneravel, e reanimar-se por meu ju- venil ardor esta intelligencia maior a meus olhos que a de Moy- ses, de Homero, incomparavel a quantas me aponta a historia. O contacto deste homem divino me electrisava e me elevava acima de mim próprio; a terna amizade que bem depressa me consagrou tornou inextinguivel em mim o fogo sagrado da pro- pagação das verdades com que elle presenteou o homem. A festa do doutoramento de Hahnemann tinha lugar todos os annos a 10 de agosto com certa soleinnidade. Todos os seus discípulos vinhão nesse dia com seus clientes fazer-lhe uma es- pécie de corte. Tocava-se, cantava-se, mas tudo com certa gra- vidade e conveniência de expressões que não contribuía pouco a attrahir muitas familias inglezas que confiavão sua saúde ao pai da moderna medicina. Tal gravidade impassível não se com- prazia com meu gênio ; tinha eu em mão alguns versos fei- tos pouco a geito de convir a ouvidos tão methodicos; come- cei-os a ler com alguma hesitação; mas, ó poder immensuravel de uma convicção real! á medida que minha voz exprimia meus pensamentos, sentia eu communicar-se as emoções de minha xxvij l^ alma a todo o auditório, e quando eu recitava algum verso mais enérgico, vivas exclamações me annunciavão que os verdadeiros festejos derretião o gelo da etiqueta. Quando emfim Hahne- mann, acolhendo-me em seus braços, as suas misturou com as minhas lagrimas, torrentes de applausos partirão de todos os pontos da sala, e todos os médicos homceopathas vierão sau- dar-me com repetidas acclamações. Juntos propagaremos a ho- mceopathia!! lhes exclamei. Sim! responderão. Todos vós me ajudareisü lhes tornei eu. Sim , todos! me replicarão. E dous mezes depois estava fundado o Instituto homceopathico de Paris . Cursos públicos sobre diversos ramos da homceopathia tinhão ahi atirahido numeroso auditório. Mrae Hahnemann tinha man- dado, para ornar a salla das sessões, uma copia do bu>to de Hahnemann, em mármore branco, por David; elle foi inaugu- rado no dia da abertura dos cursos a que Hahnemann quiz as- sistir. Mais justo comigo que muitos de seus discípulos, admi- rou a famosa catapulta com a qual eu dava á vascolejação dos medicamentos uma força inteiramente nova; mas o que excitou mais sua attenção foi a machina de triturar que eu trazia de Si- cilia, a qu corda com saudade depois de minha partida ; a sua introduc* cão na imprensa quotidiana. Graças aos meios enérgicos que eu puz em pratica a homceopathia recuperou em pouco tem- xxviij 10 po tudo o que tinha perdido. As traças de seus inimigos forão frustradas. Eu continha em respeito seus adversários, como Frappart continha os do magnetismo; uns e outros estavão reduzidos ao silencio. As conversões abundavão : os jovens médicos achavãoum meio de se introduzir, de se fazer co- nhecidos, e seu ardor dava á propragação novos impulsos. Não foi comtudo esse o meu mais bello triumpho. Meu* trabalhos obrigarão a descer á arena o numeroso batalhão da- quelles que Hahnemann chamava homceopathas bastardos. Allopathas convertidos contra vontade a nova arte pelas exi- gências de sua clientella ; amigos da homceopathia aos olhos do mundo cheios de rancor sem limites do fundo de seu cara- ção ; são estes os mais terríveis, os mais perigosos de seu* inimigos, porque seus ataques oceultos com a mascara da affeição tem grande peso aos homens superficiaes. Primeiro tinhão ridicularisado meus trabalhos de propaga- rão ; mas a rápida diminuição de sua clientella, que vinha recompensar os homens de convicção que eu havia reunido a mim, os obrigava a tornar-se sérios. Para contrabalançar o effeito produzido pelo Instituto, elles mesmos abrirão um dis- pensario onde contra vontade servirão de instrumento a ver- dade que detestavão. Longe de me perburbar com este súbito emulo de propagação, filicitei estes estranhos aliados, c, com grande admiração de sua parte, lhes enviei uma parte dos já muito numerosos doentes do Instituto. Correndo o anno de 1840, pensei que o movimento que havia inspirado era sufliciente e que era tempo de germinai- as sementes que havia confiado ao solo. Chamei de Sicilia o Dr. Calandra, meu discípulo querido, e lhe confiei a pro- pagação, e sobre tudo a dignidade da homceopathia. Ali, como em Palermo não faltou elle ao que eu delle esperava. A ho- mceopathia, que para elle é também objecto de religiosa vene- ração, ficou pura de toda a mancha. Arrancada para sempre á baixeza dos interesses privados, cila se propaga societaria- mente por grupos de médicos que abrem dispensarios em diversos lugares de Paris. Assim a pureza de princípios é garantida por essa mutua vigilância qnc se estabelece entro xxix £/ os membros de um mesmo estabelecimento ; e a immensa vantagem, que dá á allopathia sua velha e poderosa organi- sação unitária, assim é em parte contrabalançada. Acima ila esphera onde se agita vão semelhantes associações o ins- tituto continuava sua elevada empreza de propagação e en- sino. Uma correspondência activa desseminou por toda a Fran- ça os dogmas do evangelho medico. Ha neste momento poucos departamentos que não contem partidários da medicica refor- mada. Lyon, Marscille, Toulouse, Dijon, Valence, Rouen tem sociedades homoeopathicas. Fiel a suas tradicções espiri- tualistas a escola de Montpellier toda inteira se inclina ás dou- trinas de Hahnemann. O veneravel Dunald, nttrahido por ella, üobio a maior parte dos grandes botânicos, que uma influencia mysteriosa dispõe para crenças depoesia ede vida, a cultiva com o mais brilhante sueceso, c se oecupa com uma obra que fará realçar a analogia das idéas de Bathez e outras glorias da escola de Montpellier com as da homceopathia. Emquanto eu completava a diílicil empreza de arvorar o estandarte da medicina moderna na pátria da medicina clás- sica , vantagens não menores coroavão os trabalhos de outros discípulos de Hahnemann. Desde i83o Hering tinha trazido para o novo continente os principies da medicina regenera- da, e com tão bom suecesso os tinha desenvolvido que uma academia se fundou em Allctown sobre o Lecha, onde cila se ensinava e praticava. A experiência que em si fez do veneno da cobra Lachesis é um titulo de gloria que junto a outros trabalhos collocão o nome de Hering na primeira escala en- tre os discípulos de Hahnemann. A Inglaterra, onde as opiniões recebidas exercem tao gran- de influencia , graças aos trabalhos dos Drs. Curie, Duns- ford, Quin, Belluomini, Everest vê todos os dias a homoco- palhia naturalisar-se em seu solo. Por muito tempo a preven- ção contra ella era tão grande, que a maior parte das famí- lias gradas que nella confiavão, occultavão sua opinião com o maior cuidado, e ião ao continente para se tratarem pe- los homceopathas mais celebres. Emfim, a rainha, esposa de XXX %b Guilherme IV, tendo sido tratada homocopathicamente n'uma viagem que fez a Hanover, e tendo trazido comsigo para Londres o Dr. Stapf de Berlin, um dos mais celebres discí- pulos de Hahnemann, então a nova doutrina pôde marcharcom a fronte erguida, e ninguém mais se envergonhou de lhe de- ver a saude, a vida. Na Rússia não tem ella feito menores progressos ; e posto que os allopathas espalhassem que as experiências publicas lhe tinhão sido contrarias, as peças officiaes provão que ellas tem sido concludentes. A sabia previdência do governo or- denou por um ukase de. 26 de outubro de 1834 a creação de uma botica central cm S. Petersbourg, e de outra em Moscow, afim de que todos os médicos do império podessem forne- cer-se ahi de preparações uniformes. A Suécia conta grande numero de partidários da homceo- pathia. O Dr. "Wahlemherg, professor de Botânica na uni- versidade de Upsal a sustenta com talento admirável, debaixo da protecção do príncipe Oscar, chanceller da universidade. O Dr. Soudron, seu amigo, veio prestar-lhe auxilio, e apezar da resistência da faculdade que se levantou em força cortra os ousados renovadores, chegarão elles á força de coragem a enthronisar em Upsal as doutrinas elaboradas pelo velho de Koethen. Os Drs. Soderbrog, Sellden, Bergmann, Branting, Swenberg, Liedbey, applicão a lei dos semelhantes sobre di- versos pontos da velha Scandinavia, e uma mocidade cheia de ardor se prepara sobre seu trilho a derrubar por toda a parte a mortífera doutrina dos contrários. A Allemanha, pátria da homceopathia, não podia ficar-lhe sendo madrasta. As cidades que Hahnemann em sua mocida- de perseguido atravessava fugindo, contão hoje centenares de seus discípulos ; a maior parte das universidades tem cadei- ras de homaeopathia, c medico algum se approva sem que tenha sustentado exames a este respeito ; em alguns estados constitucionaes, e entre outros em Hessc-Darmstadt, a inter- venção das câmaras, tem sido necessária para vencer a resis- tência da faculdade allopathica, e o recinto da legislação tem por algumas sessões ecoado com discussões animadas sobre o me- xxxj S*' rito das duas doutrinas rivaes. A Áustria, Baviera e Hun- gria estão duvidosas entre as duas escolas. Uma só nodoa vem manchar este quadro consolador para a humanidade : as conversões em massa que tem tido lugar nestes últimos an- nos tem lançado no recinto da homceopathia centenares de mé- dicos ainda imbuídos nos prejuízos da escola, que por mistu- ra de suas velhas opiniões com seus novos conhecimentos ti- rão á homceopathia grande parte de sua efficacia e de sua pri- maria pureza : mas este inconveniente fácil a prever, e que nada podia ter impedido, não será duradouro, e bem depressa o astro radioso de novo lançará seus raios a travez dessas nuvens que passageira tempestade tenha accumulado em tor no de seu disco. O norte da Itália respondeu ao desafio que lhe fez a ItaÜa meridional. Milão e o Piemont contão partidá- rios de hoceomathia em muitos de seus hospitaes : uma bo- tica central foi fundada em Turin pelos cuidados do governo. O primeiro destes paizes recebeu a luz de Áustria o segundo de França ; cmquanto ao meio dia Roma que a recebeu de Nápoles obedece ao mesmo movimento. O centro da Itália con- •ava poucos homceopathas á minha partida da Europa ; com tudo a redacção dos annaes de Palermo se correspondia com muitos médicos distinetos de Bolonha, e preparava-se uma edição italiana do Organon em Florença. É pois presumí- vel que pouco falte para que a homceopathia tenha invadido toda a Itália, As communicações tão numerosas do Levante com a Eu- ropa ahi tem espalhado o gosto e a pratica da homceopathia. Dous experimentadores corajosos ahi tem combatido a peste com vantagem, e esperamos que dentro de poucos annos este cruel flagello, vencido em sua causa, desapparecerá da face da terra com a lepra, a febre amarella, os typhos, a cholera, e todos os outros flagellos contra que a allopathia tem até hoje deixado a h umanidade sem defeza. A maior parte dos viajantes que se aventurão hoje a atravessar a Azia Central, se previnem de boticas portáteis que lhes facuí- tão um meio <;e approximar-se dos indígenas. Dest'artc a ho- mceopathia vem a ser um meio de civilisação e de relações xxxi] fa entre os homens: nas mãos de missionários catholicos elle opera milagres no Libano. Os Drusos, essa raça até hoje inaccessivel tem-se abrandado, e os apóstolos de Christo tem se introduzido entre clles praticando a homceopathia, esta pura emanação do sentimento religioso e da sciencia espi- ritual. A Hespanha e Portugal tem sido os últimos povos europêos que tem conhecido a homceopathia : prejuízos da sciencia fran- ceza lhes tinhão occultado esta luz pura; mas desde que este obs- táculo foi removido, tem estas nações recuperado o tempo per- dido. Madrid, Barcelona, Valladolid, Burgos offerecem vasto campo á nova pratica. Bilbao possue um jornal perfeitamente redigido e cheio de factos interessantes. Entre os habitantes da Península Ibérica os progressos da doutrina homceopathica of- ferecem a particularidade de serem os corpos scientificos que a adoptão e a annuncião aos povos. O espirito de ordem c o pro- fundo sentimento religioso que nelles imprimio o catholicismn dão razão desta particularidade. A academia de medicina de Lisboa é a única que em vida de Hahnemann rendeu publica homenagem ao gênio enviando-lhe um diploma honorário. Eis-aqui o que a este respeito escreve o Dr. Lima Leitão, seu presidente: « Desde que no começo de i852 eu pude ler pela primeira vez o Organon da arte de cuidar do Dr. Hahnemann, traduzido em francez por A. J. L. Jourdan, que tive esta obra por uma producção de um gênio transcendente, e esta persua- são foi cm augmento á medida que por meditações reiteradas pude apreciar lhe melhor a deducção, a ligação, a ordem, a precisão e os factos que nella se apresentão, exceptuando algu- mas exagerações que facilmente se hão de perdoar áquelle que tem espalhado uma luz tão grande e nova sobre differcntes pon- tos da medicina... Samuel Hahnemann, por seu gênio prodigio- so e seu infatigavel trabalho, remontou a uma altura desconhe- cida, donde vio a medicina da maneira que ninguém tinha ainda visto distinctamenle, do que tirou tantas e taes deducções pro- veitosas a bem da humanidade sobre certos pontos de medici- na, etc... » {Vide Jornal da Sociedade de Sciencias Médicas de Lisboa. Tom. X., outubro de i85ç).J ' ^xxxiij <£ 3 Pensamos que esta resenha abreviada satisfará os que preten- dem que a homceopathia é mal recebida na Europa. Qual é hoje o paiz onde ella não tenha penetrado? Qual é o dia depois de seu nascimento em que ella não tenha feito nova conquista? Vencidos pela evidencia dos factos, os allopathas tem adoptado uma phrase que, a seu ver, responde a tudo. Dizem que ella percorre o mundo fugindo, casando assim duas idéas contradic- torias, porque um homem pôde percorrer o mundo fugindo , mas uma idéa só viaja triumpkando. A homceopathia pôde levar mais ou menos tempo a introduzir-se em um paiz; pôde, depois de alguns dias de gloria, ficar por tempo estacionaria; mas é sem exemplo que ella tenha desapparecido do lugar onde uma vez foi conhecida. Desafio qualquer de nossos adversários a que me mostre um só destes exemplos. Elles esquecem facilmente que, baseada sobre principios scientificos, a homceopathia não está subjeita ás revoluções de seus systemas fantásticos. Mais feliz que muitos outros reformadores, Hahnemann vio muitas intelligencias abraçar suas idéas, inclinar-se ante elle. Romani e Dehortis, médicos da corte de Nápoles, erão homens já celebres; Tomasini em suas ultimas lições convidava seus dis- cípulos a estudar o principio dos semelhantes, que lhe pezava ler conhecido tão tarde; outro tanto fazia Brera, celebre em toda Itália, em todo o mundo, e publicava os motivos de sua con- vicção na anthologia medica publicada em Veneza (setem- bro 1834); cm França vemos, no primeiro lugar entre os que a tem experimentado, Laennec, Broussais, Andral, que obti- verão tantos bons resultados quantos esperar podião de tão pou- cas experiências. A propósito, observaremos que os que fazem prevalecer a resposta da academia a Mr. Guizot, ministro do interior, fallão em abstracto sem attingir ao que se propõe. Esta resposta nãc é um julgamento nem uma condemnação; é uma simples recu- sa de consentir em fazer experiências publicas, e neste caso pa- rece-me que a vantagem ficou da parte da sociedade homceopa- thica, que provocou um ensaio, e não do lado da academia, que recuou ante suas conseqüências. Emquanto aos ensaios de Mr. Andral sobre os quaes a academia julgou poder basear-se, xxxiv^ Q nada parece elles poderem concluir em seu favor; i°, porque esses ensaios forão feitos em contradicção com todos os princí- pios da homceopathia; 2°, porque, apezar disso, muito felizes fo- rão elles para demonstrar, senão a falta de habilidade do experi- mentador, ao menos a eflicacia dos meios que elle empregou. Mui- tas curas superiores aos meios ordinários da allopathia se notão ; entre outras o caso marcado com o n. 7, em que a administra- ção de um glóbulo homoeopathico curou immedíatamente um homem atacado de congestão cerebral com violento estupor. Podemos citar, entre outros médicos de mérito que conta em França a homceopathia, o Dr. Petros, collaborador do grande Diccionario de Medicina; o Dr. LeonSimon, esse orador subli- ma, esse dialeetico intrépido, esse profundo metaphysico; o Dr. Croserio, esse hábil pratico o mais fiel aos princípios de Hah- nemann; o Dr. Mabit, professor da escola secundaria de Bor- deaux; o Dr. Chargé, medico do hospital de Marseille; Gastier, do de Toissey; e outros. São estas acquisições sem valor? Mas para não tornar mais extensa esta lista, seja-me permittido lembrar o nome de Mr. Devergie, que prestou tantos serviços á sciencia e á humanidade, reformando o tratamento da syphilis tão mortífero antes delle, compondo a magnífica obra de clinica syphilitica e trabalhos espeeiaes da maior valia sobre moléstias da urethra e bexiga. Tive o prazer de converter este homem notável demonstran- do-lhe que a reducção que elle tinha feito nas doses mercuriaes podia ser levada muito mais longe sem enfraquecer sua virtude curativa. Foi elle um dos mais assíduos observadores do Insti- tuto Homceopathico, onde sua presença inspirava a todos os es- tudantes, que na sua idade o virão estudar com a candura de um principiante, sorpresa e admiração respeitosas. Elle adop- tou todos os princípios da homceopathia pura, e não deixou reimprimir nenhuma de suas numerosas obras sem lhe addicio- nar um capitulo sobre homceopathia, em que indicava com a maior franqueza a causa de seus bons resultados e a de seus er- ros, e a modificação que a lei dos semelhantes tinha operado em sua pratica. Na Inglaterra encontrei o Dr. Quin, medico de S. M. Leo- x xxxv poldo, rei dos Belgas. Não é esse um homceopatha obscuro; grande era sua celebridade antes de sua conversão. Um facto que ainda merece ser citado é o do celebre Dr. Ropf, appelli- dado o Esculapio de Francfort, que, publicando uma obra so- bre matéria medica, começou a vomitar contra a homceopathia as injurias do costume; mas que, levado pela natureza de seu objecto a examinar e verificar as experiências de Hahnemann, começou no segundo volume a fallar com mais reserva, e ter- minou sua obra reconhecendo todos os princípios que a prin- cipio tinha combalido. Grandes nomes não faltão á homceopathia nascente; sobretu- do se se observa que n'uma causa contra que tantos prejuí- zos, tantos interesses militão, a conversão de um collega é mais eloqüente que a persistência de mil; e quando se pondera que, depois da convicção do espirito, esforçada virtude é necessária para decidir a sacrifícios de fortuna e de amor-próprio. E as- sim que o Dr. Varlet de Brouxelles vio de um dia para outro desapparecer lhe a mais rendosa clientella da Bélgica. Só rico por seu talento, via-se, com sua numerosa familfa, exposto a todos os insultos da miséria. « Foi uma penitencia a que o céo ;< me condemnou, dizia-me este homem profundamente reli- « gioso. Peço a Deos perdão todos os dias nas minhas orações « por ter por tanto tempo empregado no tratamento de meus « semelhantes medicamentos cuja acção eu ignorava. » Emquanto aos doentes, algum valor se poderia dar também a seu testemunho. Seu assentimento, baseado antes nos fac- tos que nos raciocínios, não deixa de ter sua importância. As classes superiores na Europa são em geral favoráveis á homceo- palhia. A moda se encontra por esta vez de accordo com a razão e com a virtude. Para não nos tornarmos fastidiosos, limitar-nos- hemos a citar, entre os mais celebres enfermos que por força de sua vontade e convicção se desembaraçarão dos entraves que cs médicos lhes oppunhao para recorrer á verdadeira medicina, o rei Francisco I de Nápoles, pai do rei aclual e de S. M. I. a Im- peratriz do Brazil; a augusta esposa do mesmo rei; a primeira consorte do rei actual, que, privada por muitos annos do pra- zer de ser mãi, deu á luz um filho depois de ter sido tratada xxxvj '5* pelo meu amigo o celebre embalsamador o Dr. Tranchina das enfermidades que se oppunhao á concepção; o Príncipeea Prin- ceza de Luca, que em seus Estados abrirão um hospital de quaren- ta leitos destinados á clinica homceopathica ; Leopoldo I rei dos Belgas; a rainha viuva de Inglaterra; a Princeza Frederica da Prússia, e uma immensa quantidade de duques, eleitores, Prín- cipes soberanos, etc, dos pequenos Estados da Allemanha. Queremos nós agora comparar entre si os resultados práticos dos dous systemas oppostos dos semelhantes e dos contrários? Não nos será difílcil estabelecer a superioridade da homceopa- thia. Mas para esquivar-nos a todas as contestações que a má fé pôde suscitar, vamos referir-nos somente a dous factos sem replica; o tratamento de uma epidemia , e o de muitos indiví- duos, cuja melhora se pôde apreciar por algarismos. Uma cousa bem notável, e que prova a inutilidade dos traba- lhos executados em medicina desde Hippocrates até nós, é que nenhum systema chegou a parar, entravar ou modificar o cur- so de um contagio ou de uma epidemia. A historia ahi está. Pôde percorrer-se, e se verá que nestas grandes crises, em que a humanidade se tem abrigado no templo do Esculapio da era, todos os meios tem sido suecessivamente empregados sem re- sultado positivo. Assim devia ser; porque, se um só de tantos systemas tivesse obtido uma vantagem real, nelle haveria um raio de verdade que se engrandeceria para esclarecer a arte toda inteira. Ora, este elemento de verdade a todos tem faltado, e todos tem perecido; mas por esta prova fundamental, a que ne- Dhum systema tem resistido, por esta prova tem passado a dou- trina de Hahnemann, que, ainda nascente, demonstra potência e eflicacia que nenhum systema medico dar pôde ha três mil annos. Quando a cholera-morbus se approximou da Europa a scien- cia foi testemunha de um facto nunca exarado em seus annaes. Emquanto os governos enviavão commissões para estudar a epi- demia nos lugares onde grassava, emquanto as academias se exhaurião em debates contradictorios, um velho , bem longe ainda do theatro da epidemia, traçava tranquillo em seu gabi- nete regras precisas e seguras por meio das quaes se podia pre- ) xxxvij servar ou curar da cholera. Traçar dessa maneira o tratamento de uma moléstia que se não tinha observado, enumerar-lhe os específicos sem os ter experimentado sobre doente algum, era pretenção tão elevada, que fez passar seu autor aos olhos das academias por um insensato, e esse seu tratamento nem mes- mo teve as honras do exame. Comtudo a cholera appareceu, e forneceu a occasião de comparar praticamente os meios racio- naes de Hahnemann com os empíricos da escola, e eis-aqui o resultado. Sobre 2,239 cholericos a homceopathia perdeu 170, e sobre 495027 perdeu a allopathia 240259, isto é, a allopathia perdeu quasi 5o doentes sobre 100 que tratou, entretanto que a homceo- pathia perdeu menos de.8 por 100. E ainda como a homceopa- thia se não limita aos meios curativos, mas fornece em todas as epidemias os mais seguros preservativos, póde-se affirmar que se estes meios preservativos tivessem sido geralmente adminis- trados, este algarismo de 8 por cento desceria ao menos a 5, isto é, ao décimo do da allopathia, proporção que insistimos em estabelecer, e que teremos occasião de ver mais tarde re- produzir-se. Se semelhantes casos não fossem baseados senão em simples asserções, não faltaria quem os contestasse; mas felizmente no interesse da verdade desconhecida os algarismos que apresenta- mos são tirados por inteiro de peças officiaes. Eis-aqui as prin- cipaes: i.a A declaração do conselho municipal de Tirschnowitz, pe- quena cidade de Bohemia, onde a homceopathia foi experimen- tada comparativamente com a allopathia debaixo das vistas da autoridade: 2." As attestações dos magistrados húngaros, muitos dos quaes salvarão milhares de servos em suas terras com o emprego de meios curativos homceopathicos, emquanto seus vizinhos, me- nos felizes, vião despovoar-se aldêas inteiras apezar de todos os esforços da allopathia; exemplo bem próprio para esclarecer os fazendeiros brazileiros a respeito dos recursos que lhes offerece a homceopathia para o bem estar de suas famílias e de seus es- cravos : xxxviij 5 O 5.* Os relatórios dos professores Roth de Munich e Mabit de Bordeaux, enviados, um pelo rei de Baviera, outro pelo conse- lho de saúde do departamento da Gironde, para estudar a mar- cha da cholera e os mais eflicazes meios de a combater: (Estes dous observadores, desconhecendo ambos s homceopathia, pre- venidos ambos contra ella, reconhecerão, chegando ao foco da epidemia, que todos os mcthodos empregados tinhão igual- mente falhado contra ella. Ambos, para que seus relatórios fos- sem mais validosos, se informarão cm ultimo lugar dos resul- tados do tratamento homoeopathico, e aprenderão com espan- to que só a doutrina nascente prevenia e só curava os atacados pelo flagello indiano. Um, depois de ter viajado a Polônia e a Allemanha, voltou a Baviera, e uma cadeira de homceopathia se creou para elle na faculdade de Munich, onde elle annuncia os effeitos prodigiosos da nova pratica; o outro, depois de ter percorrido França e Inglaterra, rege sua cadeira na escola se- cundaria de Bordeaux, e applica no hospital de Santo André da mesma cidade os princípios da medicina regenerada, e com a autoridade do talento e da convicção endereça uma re.-posta eloqüente á academia de medicina quando esta presume poder esmagar a homceopathia recusando-lhe fazer experiências pu- blicas.) 4-a A circular official do duque de S. Martinho, ministro do interior, publicada em 21 de setembro de 1837, depois da tre- menda invasão da cholera em Palermo, recommen Ia o em- prego e a diffusão dos meios homceopathicos, que únicos ti- nhão arrancado á morte algumas victimas na capital da ilha, onde suecumbira um terço da população. Taes são as peças de que tiramos os 2239 casos trata- dos pela homceopathia, em que somente 170 forão infelizes: emquanto aos tratamentos allopathicos, em que a mortanda- de é proximamente de 5o por cento, nós os tiramos dns mappas publicados por nossos adversários, e não procuramos aggravar resultado tão triste. Se nos demoramos com a applicação da homceopathia á cholera-morbus é porque ella apresenta pela primeira vez o espectaculo consolador de sciencia humana impondo limites • xxxix 3 ) ao furor de uma epidemia mortífera, c dando a prova mais convincente de que a Providencia deu ao mundo emfim o conhecimento da verdadeira arte de curar. Ajuntemos a este facto outro concludente. No meado de i855, o Dr. Laburthe, cirurgião francez do 4° regimento de husars, composto de 700 homens, tendo com a assistência do coronel introduzido neste corpo a pratica da homceopathia, vio em poucos mezes a saúde geral melho- rada sensivelmente. Antes do fim do anno, o numero de doen- tes no hospital, que era habitualmente 5o, desceu a 10, e ficou reduzido a 6 no seguinte mez de abril de i836. O Dr. Laburth dirigio a este respeito uma memória ao ministro da guerra para fixar sua attenção sobre a grande economia que o estado poderia fazer na despeza com hospitaes e boticas. Delia extrahiremos a passagem seguinte : « Sobre 77 homens atacados de syphilis ou de uretrite e « curados pelo tratamento homceopalhico, nenhum recahio, « como costumão sendo tratados allopathicamcnte : sobre 19 a atacados de febres nem um recahio : uma erysipcla phleg- « monosa da face foi curada em 24 horas: duas asthmas « tratadas sem resultado por todos os meios forão curadas, « verdade seja que lentamente, mas sem recahida : as gastro- « encephalites, as ictericias, as gastro-enterites, as ophtalmias, « as anginas, tem sido curadas como por encanto : 236 doen- te tes tem sido tratados, e quasi todos curados em menos de « 48 horas : os gastos de botica tem sido reduzidos a um « quarto. » Emfim alguns mezes mais tarde o coronel Brak, apresentan- do seu regimento a SS. AA. RR. os príncipes d'Orléans e de Nemours, para a distribuição de prêmios militares no campo de Compiegne, lhes dirige um discurso de que extractaraos a seguinte passagem. a O estado sanitário do corpo tem sido objecto de nossa « escrupulosa attenção. Desejosos de o fazer participante dos « progressos da sciencia , depois de termos experimentado « em nós mesmos a medicina homceopathica, nós a temos Xl ítb « praticado em nossa enfermaria regimental com tal vantagem t. que o numero dos doentes tem diminuído oito nonos. » Limitamo-nos a estes factos, que poderíamos multiplicar ao infinito : somente faremos notar que o algarismo oito nonos, indicando a mesma reducção que se obteve na cholera, parece marcar o limite de reducção, a que a homceopathia tem podi- do chegar neste instante, limite que ella passará bem de- pre?sa se o zelo dos experimentadores que continuão os tra- balhos de Hahnemann fôr digno do grande homem que lhes franqueou tão brilhante carreira. Assim pois, os progressos da homceopathia são constantes e geraes. Um só paiz espera ainda os benefícios da nova doutrina, e este paiz é o que mais necessidade tem de seus soccorros ; aquclle em que a conservação da vida humana é mais preciosa. Este paiz é o Brazil. Mas este paiz, onde ha tanto a edificar, e tão pouco a destruir, não podia ficar por muito tempo pri- vado dos benefícios da verdadeira medicina. Já os progressos da homceopathia neste império annunciâo que ha de ser re- cuperado o perdido tempo. A fundação de um Instituto II o - mceopathico que foi installado no dia iode março deste anno, attrahindo a um centro commum todos os amigos da ho- mceopathia; o concurso de esclarecidos médicos taes como os Srs. doutores Lisboa, Duque-Estrada, Tota, etc., e paiticnlar- rnente o zelo infatigavel de meu colaborador o cirurgião J. V. Martins que se oecupa comigo a resolver alguns problemas que suscita a cooperação da cirurgia com a medicina regenerada ; a afíluencia de doentes aos consultórios gratuitos para os po- bres estabelecidos nesta corte, na rua de S. José n. 5g, e na ci- dade de Nitherohy; o estabelecimento de uma botica central homceopathica, com o fim de obter para os tratamentos pureza e homogeneidade de medicamentos; ainda mais o silencio dos allopathas reduzidos a rancor impotente; tudo nos faz esperar que os benefícios da descoberta de Hahnemann não tardarão a estender-se por toda a Urra de Santa Cruz. SEGUNDA PARTE. — noções praticas. Obrigados a limitar-nos a esta simples nota histórica e cri- tica da homceopathia, vamos agora occupar-nos de sua appli- cação, esforçando-nos para resumir em algumas regras claras e precisas tudo o que se tem dito a este respeito, e facilitar portanto a pratica da homceopathia a todos que tem necessi- dade de seus soccorros. Dividiremos esta vasta matéria em qua- tro paragraphos. § i." Preparação dos medicamentos. § 2.0 Experiências puras, e regimen homoeopathico-. § 3.° Escolha de remédios. § 4** Administração de remédios, sua repetição ; suaalterna- ção ; intervallos das doses. § i.° Preparação dos medicamentos. « A experiência me tem ensinado que as doses fraecióna- « das obrão com mais efficacia que as inteiras » disse Mr. Du- puytren nas suas lições clinicas. A mesma verdade não escapou a Hahnemann em seus primeiros ensaios. Próprio é do gênio renovar c engrandecer tudo em que toca. A pharmacologia deve a Hahnemann reformas importantes. Limpou a de todas essas praticas confusas de que se achava obstruída; deu-lhe regras tão claras e precisas como as que deu á medicina. Demonstrou que o fogo é o mais poderoso destruidor das propriedades ac- tivas dos medicamentos: todas as manipulações em que este agente é empregado, tem em resultado definitivo diminuir o effeito que se devia esperar. Elle as substituiu por dous únicos processas, a trituração e a vascolejação, análogos aos da mag- netisação e da electrísação, e com elles abrio vasto campo de maravilhas não menos admiráveis que no século passado inda- gações physicas. O pharmaceutico khomceopatha se serve para suas triturações de almofarizes de porcelana polida ou de serpentina, ou sim- plesmente de vidro, e para destacar as matérias adherentes ás paredes do almofariz serve-se de espátulas de marfim. Para as diluições emprega frascos de vidro cora rolhas da me- lhor cortica, a conter i5o gottas pouco mais ou menos. 6 dij * *- As matérias submettidas á preparação são primeiro um gião da substancia medicinal quando é solida, ou uma gotta quau- do liquida ; ckpois, ou de uma vez, ou por vezes, 99 grãos de assucar de leite destinado a fazer uma primeira trituração com- posta de 100 giãos. Tritura-se por uma hora despegando em in- tervallos iguaes com a espátula a matéria que fica pegada ás pa- redes do almofariz, e obtida está a primeira atlenuação. Pro- cede-se á segunda, ajuntando um grão deste composto me- dicinal a outros 99 grãos de assucar de leite que pelo mesmo processo se tritura pelo mesmo tempo. Um grão da segunda preparação misturado a 99 gráos de assucar de leite for- nece a terceira attenuação, na qual só existe a decima-mil- lcsima parte do grão empregado para a primeira. Temos visto que, por menor que fosse esta fracçío, a qua- lidade do medicamento de tal fôrma ganho emquanto a qualidade se attenuava, que muitas vezes seus effeitos erão perigosos em certos casos. Era pois necessário encontrar um meio de diminuir ainda esta energia excessiva, con- servando os effeitos curativos. Eis o que Hahnemann obte- ve pelas preparações líquidas a que procedeu da maneira seguinte : Como o assucar de leite se dissolve mal no alcohol, mistu- ra-se primeiro um grão da 3* trituração com 5o gottas de água distillada, e quando a solução é completa, ajunta-se-lhe 5o gottas de alcohol: eis a Ia diluição ou 4* attenuação pharmaceutica- Depois de ter dado um determinado numero desacudidelas, to- ma-se uma gotta desta preparação em novo frasco, contendo cem gottas de espirito de vinho, e continua- se assim por diante até que o medicamento se ache a ponto de corresponder a todas as con- dições de doçura e eflicacia qne se desejão. O numero de sacudidelas ou vascolejações indicado por Hahnemann foi primeiro dez: em seus escriptos subsequentes elle prescrevia dous; e finalmente nos últimos annos de sua vida, por influencia de meus escriptos e meus trabalhos phar- maceuticos, e em razão das conferências que tivemos a este respeito, elle se servia em sua pratica de diluições vascole- jadas trezentas vezes e de mais fortes ainda, preparadas por S A^xEij *-f S minhas machinas, dimínuindo-lhe a actividade por precauções que mais tarde indicaremos. Tal é o processo geralmente seguido : comtudo a difíieuldade de triturar certas substancias, como a esponja, a nós vomica, a fava de S. Ignacio e outras obrigavão muitas vezes o manipu- lador a renunciar ao emprego do almofariz, e a começar desde o principio a preparação do medicamento pela via humida mis- turando uma gotta de sua tintura alcoholica com cem gottas de alcohol que vascolejava para fazer a primeira diluição, e assim por diante para as demais attenuações. Como este processo é muito mais simples que o outro, e como o medico, por causa de suas oecupações e o pharmaceutreo por sua indifferença, são igual- mente conduzidos a procurar a mais curta via, póde-se aflírmar que elle tem namaior parte dos casos usurpado o lugar do outro. Quasi todos os vegetaes são submelüdos a esta manipulação in- completa, como se pôde ver na Pharmacia deHartmann, junta á segunda edição franceza do Organcn. Tal era pouco mais ou menos o estado da Pharmacia homceo- pathica quando comecei meus trabalhos de propagação na Sici- lia dirigindo minha attenção, tanto á parte pratica como á theo- rica da homceopathia; porque lá, como no Brazil, eu devia prover os médicos de livros, de medicamentos, de tudo emfim que lhes tomasse fácil a pratica da nova medicina. Tratei primeiro de substituir o almofariz ordinário por um gral mecânico que operasse uma trituração mais exacta e re- gular. Esta tentativa offereceu difliculdades; porque ainda agora as fabricas de tintas, e muitas outras industrias desejão um instrumento que reduza seus produetos a pó impalpavel, e não podem obter senão resultados imperfeitos. Desde muitos annos os homceopathas allemães- procuravão igualmente em vão um triturador mecânico. Cheguei com effeito a vencer esse obstáculo inventando a machina descripta nos annuaes da homcepathia de Palermo, e no segundo caderno da biblio- theca homceopathica de Gênova em 1840. O resultado excedeu nossas esperanças. Um pilão cylindrico de porphiro revolven- do-se excentricamente n'um gral da mesma matéria e fôrma, pulverisa, em seu dobrado movimento de rotação todos o xliv */^ O que a vaccina fez para as bexigas, o que Mithridates havia fei- to para se prevenir contra a acção dos venenos, Hahnemann nos ensina o meio de rcalisar, para felicidade do todos os homens , convcncendo-nos de que o uso prudente de medicamentos dy- namisados é o melhor meio de conservar a saude e de prolon- gar a vida. Não épois augmentar o valor desta descoberta con- vidar os homens a descobrir novos remédios a seus males, traba- lhando ao mesmo tempo para seu bem pessoal? Não receamos pois convidar todos os homens de bem a fazerem experiências puras, certos de que assim concorrem para augmento da scien- cia, para a gloria do Brazil, e para o vigor de sua própria saude. § 5." ESCOLHA DE REMÉDIOS. A» regras que temos estabelecido para as experiências puras podem até certo ponto estender-se ao estudo das moléstias. Todo aquelln que quizer escolher com a maior precisão possível o medicamento que lhe convém note de hora em hora todas as fases diversas de sua moléstia, c as modificações que impri- mem a cada symptoma os differentes actos da vida e as influen- cias externas. Desta maneira, a mais simples enfermidade forne- cerá grande numero de symptomas bem definidos, e a escolha do remédio não apresentará difficuldades. Por que razão a esco- lha do um antídoto para acalmar os effeitos de um medicamen- to activo de mais é tão fácil ao medico homceopatha? E porque, além dos symptomas que se manifestáo tumultuosamente, rlle conhece também o numero considerável dos que se manifestarão ao experimentador, e pôde, com o auxilio destes numerosos elementos, achar outro medicamento que se lhe assemelhe até nos menores traços. O mesmo podia ser com o tratamento das moléstias, e então a applicação da homceopathia se approximaria na pratica á cer- teza das sciencia exactas: mas, como infelizmente i apathia dos doentes não permitte contar com relatórios completos, eis- aqui o meio de obter as informações suflicientes para ao menos chegar perto dn fim que se deseja. Hahnemann prescieve ao medico que se contente com o mo- desto papel de observador. E primeiro o doente que deve fallar só, sem sugestão, sem interrupção, contanefo os progressos e VI lv duração , e tratamento de sua doença : depois delle póde-se re- correr ás informações de seus amigos, parentes, etc, para co- nhecer de circumstancias que elle tinha esquecido, e colher to- das as informações possíveis: quando todas estas fontes de in- formação estão esgotadas , o medico deve de novo recorrer á memória do doente e fixar sua attenção sobre os órgãos e as funções que elle tiver esquecido, endereçando-lhe as perguntas de maneira que lhe não dicte as respostas. De todas estas infor- mações deve o medico tomar nota á medida que as obtém , e sempre observando como o doente responde ou como exita em responder, ou se se contradiz, vá notando todas as particularida- des de seus hábitos, de seu gênio, do desejo que mostra de res- tabelecer-se ou da condescendência ou apathia com que se sujei- la ao tratamento, etc, etc : e desta sorle obterá um quadro de symptomas sufllcientepara escolher o medicamento que na maté- ria medica apresenta o maior numero de symptomas análogos aos da doença. Não se esqueça o medico homceopatha que nenhuma sircums- tancia é futil no exercício de sua arte. Porque a allopathia, habi- tuada a tratar de generalidades, se limita a noções geraes fácil é de comprehcnder. Que uma dor seja tremente , dilacerante , lancinante, pressiva, bem pouco influo no tratamento : tudo se reduz a bichas!... Mas o mesmo não é para o homceopatha. Tal dor que se manifesta de manhãa não cede a um medicamento que produz a mesma dor de tarde, ou á noite , nem mesmo a outro que produzindo-a de manhãa a produza só no sujeito ma- gro , nervoso , e o doente fôr pletorico ou obeso e apático, etc. Ainda mais : assim como não são sempre as feições do rosto que deslinguem um homem dos outros , mas sim um signal imperceptível, uma ruga, uma pequena cicatriz, assim também uma circumstancia apparentemente futil serve para indicar entre medicamentos semelhantes o que é verdadeiramente es- pecifico, porque deu ao observador altento que o experimenta- ra essa mesma circumstancia que o doente apresenta. Nunca é ocioso examinar uma moléstia debaixo de todos os pontos de vista , e só deste exame attento podem medico e doente dedu- zir seguro plano de tratamento. Ivj J* Publiquei uma guia em que estão ennumerados os mais salien- tes pontos que devem fixar as attenções do medico e do doen- te na exposição dos symptomas das doenças. Não a reprodu- zirei aqui porque se acha nas mãos de innumeraveis pessoas , e porque a leitura attenta do que levo dito, e do que se verá no seguimento desta obra me dispensa ; mas ha dous pontos sobre que chamamos a altenção dos médicos , e são ; i°, o estado mo- ral, que deve ser tomado.em consideração especial principal- mente quando os outros symptomas, mui pouco numerosos, são insuflícientes para se poder fixar a escolha do medicamenio con- veniente; 2o, o estada das funeções sexuaes da mulher; o nu- mero de filhos , se os amamentou ; o apparecimento, o estado, a duração e a cessação das regras ; os diversos incommodos que as precedem , acompanhão ou seguem ; sua periodicidade ou irregularidade, etc, etc são da maior importância. Ma- nifesta-se nesta época uma sensibilidade exquisita que revela phenomenos inapercebidos no estado ordinário de saude, que fornecem os mais preciosos dados ao observador que os sabe analysar. Para meu uso c dos meus collegas do instituto fiz imprimir quadros, comprehendendo os principaes órgãos e apparelhos do corpo humano , na mesma ordem seguida nestes conselhos clínicos, nos quaes basta encher os espaços para ter completa a historia. Quando delles se faz uso durante o exame do doente, os symptomas que elle designa de maneira incoherentc seclas- sificão naturalmente com methodo , e vê-so de um só olhar as lacunas que existem no quadro de sua saude. Não se recorrendo a este meio é necessário copiar a historia informe que o doente nos dieta para coordemnar-lhe os elementos melhodi- camente. Feito este trabalho é necessário, por uma séria meditação , reconhecer o todo da moléstia, procurando destinguir os symp- tomas mais importantes, ou pelo perigo em que elles revelão a existência, ou por sua antigüidade, ou por sua physionomia especial que lhes dá lugar separado; e convém marcados na margem com algum signal particular; e até se pôde assignar- Ihe a importância gradual disignando os pelas letras maiúsculas A , B , C , etc, seguidas ou repetidas , se dous ou mais symp- tomas podem ser considerados iguaes na importância ou ligados de tal sorte em sua manifestação, que um desapparecendo traga por conseqüência necessária o desapparecimento do outro , etc. Quando este trabalho estiver terminado procure-se nos conce- lhos clínicos os medicamentos que correspondem a taes symp- tomas, e se escrcvão em caracter differente por baixo de cada um dclles, c marquem-se com signal particular as substancias que melhor convém a cada um ou ao maior numero. Da mesma fôrma se estudem os outros symptomas menos importantes, po- dendo-se escusar o trabalho de escrever por extenso todos os medicamentos que lhe correspondem ; mas sim aquelles só que lhe são mais applicaveis e que se encontrão já nas series ante- cedentes. Os medicamentos que levão o signal — ? — de duvi- da, devem ser escriptos com esse mesmo signal; assim como o devem ter todos aquelles symptomas que , tendo sido dados por estranhos, são negados pelo doente ou vice-versa, ou quando o doente reperguntado se contradiz, e a observação que o medi- co deve fazer a esse respeito o não tinha podido esclarecer sufíi- cientemente. E muito raro que o mesmo medicamento se encontre em to- das as series que correspondem aos symptomas, mas ha de sempre haver um que corresponda ao maior numero delles; e quando em ultima analyse mais de um corresponder igualmente a maior numero de symptomas, uma circumstancia, como já dissemos, decidirá de sua escolha dando-lhe o timbre de espe- cifico. Fazendo isto, tenho o costume de notar toda a serie gradual dos medicamentos que me parecem mais ou menos indicados em cada caso dado; mas este uso não impede de estudar de novo a enfermidade depois da administração de cada medi- camento, porque as mudanças sobrevindas pelo seu empre- go exigem muitas vezes immediatamente um medicamento que estava collocado em ultimo lugar, ou mesmo a escolha de novo. Em todo o caso os possuidores destes conselhos clínicos não devem esquecer-se de que lhe fornecemos esta obra só como 8 Iviij > O meio de introducção para pratica da nova arte. O estudo dos effeitos puros dos medicamentos na matéria medicapnra é um dever rigoroso para todo o medico que quer confirmar sua es- colha feita com a auxilio de um repertório da natureza deste. Esperamos que o uso desta obra bastará para fornecer factos numerosos aquelles que ainda duvidáo da realidade da homceo- pathia. Será sempre um recurso precioso para aquelles que se não podem dar a estudos completos, e se verião privados dos poderosos soecorros da medecina dos semelhantes; mas emquan- to aquelles que estão em differente posição, espero que lhe sirva de estimulo para estudarem a fundo as obras do mestre, sem as quaes não podem possuir mais que superficial saber. § 4-° DOSES E SUA. REPETÍÇÃO. Depois da escolha do remédio segue-se a maneira de o administrar, que comprehende a dose e sua repetição quando é necessária. A questão das doses em si mesma encerra dous pontos: a quantidade e a diluição. Emquanto á quantidade, concordão hoje todos os homceapa- thas que ella deve ser a mais pequena possível. As indagações de Mr. Poudra, professor de mathematicas na escola militar de Paris, assim como recentes observações microscópicas provão a presença sensível de partículas metálicas até na quarta dyna- misação, estabelecendo de maneira positiva que cada glóbulo contendo três centésimas partes de uma gotta de liquido , en- cerrará massa tão considerável de partículas medicamentosas, que poderia chegar para numero indefinido de doentes ; e se este glóbulo não causa effeitos funestos, mesmo associando-o a 10, 20, ou mesmo 100 glóbulos idênticos, é porque a ex- trema diffusibilidade de um medicamento dynamisado deixa escapar como imponderável tudo o que excede a capacidade ordinária do corpo humano n'tim dado instante. É pnis o espaço que falta ao agente; mas se o tempo vem au- xiliar esta acção, e compensar a falta de espaço, os mais sorpre- dentes effeitos se produzirião. O mesmo glóbulo, disolvido n'uma libra d'agua e administrado ás colheres de doze em doze horas, produzirá perturbação assustadora no doente quando \ < Itx uma só dose lhe teria restalelecido a suade, e tornará stia en- fermidade muito mais perigosa ou de todo incurável. Pôde pois satisfazer na pratica a administração de um só gló- bulo que é a mais fraca dose que a pharmacia homceopatiea tem conseguido preparar. Quando ha muitos doentes este mes- mo glóbulo dissolvido em agoa pôde igualmente servir a todos para quem o mesmo remédio estiver prescripto. Por outra par- te, por comprazer ao doente que dá muita importância á qtian - tidade, póde-se, quando elle é testemunha da preparação, dar- lhe quatro, cinco, ou dez glóbulos sem receio de funestas conse- qüências; mas é necessário ao mesmo tempo advertir o doente de quanto perigo ha em tomar cm doses suecessivas uma por- ção dada para uma só vez. A escolha de diluição, objecto de tanta controvérsia, é em si mesma de maior importância que o antecedente. E ella em minha opinião que constitue a posologia homceopathica e que deve fixar toda a attenção do medico. E como tem sido ha annos favorito objecto de minhas meditações, nella me demorarei um tanto mais na esperança de ser útil a meus leitores. Hahnemann desdo o principio de sua pratica abandonou o uso das tinturas usaes e servio-se da 5a e 4a diluição; porém fiel á indole de seu gênio perseverante e lógico passou este limite, e chegou gradualmente até a 5oa attenuação, queixando-se sempre das aggravações violentas que o uso dos medicamentos homceopalhicos de tempo a tempo fazia nos doentes; affirmandò comtudo que ellas erão cada vez mais raras á proporção de que elle se approximava da 5oa dynamisação. A maior parte dos homceo- pathas imitarão logo esta pratica ; depois alguns, continuando a serie de experiências, levarão as diluições até a 80a e 100.a O Dr. Russo Korsakoff diluio o enxofre até a i5ooa dynamisação : e experiências positivas provão que doentes tem sido curados por estas preparações que extasião a imaginação. Outros prá- ticos tornarão ao uso das baixas attenuações, e mesmo das tintu- ras, e uns e outros citavão em apoio da sua opinião casos de curas que tinhão resistido aos mesmos agentes empregados nas diluições familiares a Hahnemann. A escola homceopathica bastarda, formada na Allemanha pela aluvião inesperada de allopathas convertidos em massa ncsles últimos annos, queadoptando os processos de Hahnemann con- servarão contra sua pessoa e seu systema malevolencia mal disfarçada, se afadiga a querer provar que o emprego dos medi- camentos em substancia deve ser familiar aos médicos, e que o emprego das dynamisações deve ser excepcional. Os factos com- tudo pouco testificão em apoio desta opinião, e esses homocepa- thas ainda não chegarão a igualar os suecessos de Hahnemann, Gross Stapf, Hering, e tantos outros que professão a doutrina pura. De mais, os partidários das dynamisações, das 5o"9 ou das 80" não tem até hoje sustentado theoria alguma em apoio de suas pretenções, e os fidos contradictorios que mutuamente se tem opposto, mutuamente se destroem. Fatigado destes debates in- termináveis, e incommodado pelas repetidas explicações que me pedião cm 1838 todos os médicos convertidos na Sicilia, reuni minhas forças para resolver pratica e theoricamente este grande problema. A numerosa clinica do Dispensatorio que abri em Palermo, e a do hospital dos irmãos de S. João de Deos, me offerecião vasto campo de observações, e uma collecção de factos numerosos como nunca homaeopatha havia tido á sua disposição, e deste modo base segura para o desenvolvimento de minhas idéas. Estabeleci, que a homceopathicidade determinada com tanto trabalho entre o medicamento e a moléstia devia também ser relativa â intensidade dos symptomas de um e de outra. Procurei então distiguir a differença que existe entre a acção das bases e das altas attenuações. Não levei muito a notar que existia gradação marcada na violência dos symptomas provoca- dos pelas diversas attenuações da mesma substancia. Por exem- plo : a 3o" de arsênico não produz certamente um desarranjo tão immcdiatamente apreciável como uma fracção da mesma substancia no seu estado natural. Era pois evidente para mim que as affecções provocadas pelas substancias grosseiras reproduzião o caracter das affecções agu- das, e que este caracter se abrandava cada vez mais á medida que se subia a escala das attenuações superiores para manisfestar lxj o das moléstias chronicas mais enraizadas no organismo. Evidente era pois que os médicos homccopathas devião oppôr ás moléstias agudas as mais baixas attenuações, e as mais altas ás enfermi- dades chronicas; que sua obrigação se não limitava a achar entre as moléstias artificiaes produzidas no homem são as que melhor reproduzião a moléstia que observavão; mas que ainda mais ti- nhão de procurar na escala das attenuações o gráo em que os symptomas medicinaes se achavão cm perfeita relação por sua gravidade com os phenomenos mórbidos da affcção natural. Proceder de outra maneira fora renunciar por bel-prazer á pro- priedade mais preciosa desta lei. Demais, quantas considera- ções militavão em favor desta opinião! Não era natural pensar que a natureza collocára nas substancias que nos circumdão os meios de curar as affecções agudas, as mais freqüentes de todas, sem obrigar o homem a procurar em longas e penosas manipula- ções remédio para um mal súbito, violento, algumas vezes tal que sua duração não excederia o tempo necessário á preparação do remédio? As moléstias chronicas mais complicadas por sua natureza, que serião tão taras n'uma sociedade mais bem orga- nisada que a de nossa época, c se o emprego da homceopathia se tivesse generalisado, parece que mais se accommodãoá lentidão e difficuldades inherentes á preparação das dynanisações supe- riores. Por outra parte, se os suecessos de nossa arte bemfazeja tinhão sido tão evidentes nas moléstias chronicas, que estão fora dos recursos da antiga medicina, é necessário convir em que molés- tias agudas de recente data fazião desesperar o homceopatha mais hábil. O sábio redactor da Bibliotheca de Gênova, que tão justa reputação goza, confessou que não tinha podido curar a sarna recente com enxofre. Outros muitos tem visto ulceras ve- nercas seguir sua marcha progressiva, apezar da mais methodica administração do mercúrio melallico. Forçoso é confessar que se ohtinhamos o tido etjucundo, o cito, a que os doentes com tan- te razão attingem, nos escapava muitas vezes. É verdade, que Hahneman pretende que a syphilis e a sarna recentes, todas as vezes que não são complicadas, cedem perfeita- mente á 3oa attenuação de mercúrio, e de enxofre; mas seme- lxij o *> lhantes factos não sendo jamais reproduzidos entre minhas mãos, fiquei sempre inclinado a olha-los como felizes excepçõcs, effeito de uma benção especial que acompanhou sempre os tratamen- tos deite favorito do céo. Notei comtudo que a profunda sagaci- dade de nosso mestre o determinou a prescrever o emprego da tinctura de canfora no tratamento da cholera-morbus, e que por isso havia sido elle o primeiro a dar um passo no caminho que me parecia verdadeiro, desmentido os princípios até então rece- bidos sem contradicção. A cholera é a mais aguda das moléstias conhecidas. Ora, esta- va admittido que o emprego das mais baixas attenuações era tan- to mais temível quanto a sensibilidade exquisita dos órgãos aflec- tados tornava inevitáveis as mais perigosas aggravaçoes, e os mais nocivos resultados do tratamento. Parecia então rasoavel recorrer ás mais elevadas diluições empregando por exemplo o veratrum á 100a ou á 200% e a canfora ao menos a 20a ou 5oa. Mas um instineto secreto que não deixa jamais desvairar-se ho- mens da tempera de Hahnemann o preservou deste perigo, e os mais felizes resultados vierão mostrara sabedoriade de suas pres- cripções. As aggravaçoes tão temíveis, e de que mais tarde mos- trarei o pouco perigo, não apparecêrão, e a cholera, eu o repito, a mais aguda de todas as moléstias, cedeu ás mais baixas atte- nuações que homceopatha empregar pôde. Tenho um pczar, e é de que o heleboro, o cobre, e outros me- dicamentos appropriados aos diversos períodos da cholera não tenhão sido prescriptos nas mesmas proporções. Não haveria du- vida de que a peste indiana, que já tem perdido tanto sua impor- tância, graças á lei dos semelhantes, viria a ser uma enfermida- de verdadeiramente insignificante e sem perigo. Em quanto ás aggravaçoes porque fui ameaçado em todos os tratados de homceopathia existentes, quando tratei deste objecto, confesso que mui raras vezes as presenciei; e se eu tivesse ne- cessidade de tranquillisar-mea seu respeito, satisfar-me-hia pen- sar que seu numero e gravidade não tinhão diminuído desde que substituirão geralmente a 3o* attenuação ás inferiores. Parece ao contrario que as queixas a este respeito augmentá- râo desde que se tomou este partido. Eu declaro que jamais as < lxiij vi sobrevir senão quando se faltou ao principio que eu descobri, isto é, quando se derão doses muito fraccionadas em moléstias agudas, e. muito fortes em doenças chronicas. O preceito de administrar fortes doses nas moléstias chronicas, com o pretexto de que as moléstias enraizadas no organismo ca- recem de um abalo mais forte para ser expcllidas, é, entre outras, uma idéa que mais tem prejudicado o progressso da homceopa- thia. A força e a repetição das doses nas moléstias chronicas é uma pratica extremamente perigosa, em quanto o emprego de altas attenuações nas moléstias agudas tem não menos graves in- convenientes. No primeiro caso o medicamento produz uma acção tão vio- lenta que a reacção muito precipitada não é um effeito curativo, é simplesmente uma revolução intempestiva,um abalo sem resul- tado, que sempre compromette o suecesso do tratamento geral. No segundo caso a dose do medicamento muito fraca relativamen- te á doença, se acha, por assim dizer, a baixo de sua missão, e an- les que a reacção, que segue sua administração, tenha chegado a seu auge, tem seguido o mal sua marcha progressiva, e tem cor- rido risco a vida do enfermo. Forte com estes princípios, comecei logo a applica-los aos numerosos doentes que nos procuravão, e roguei aos collegas que me ajudavão na empresa da propagação que com ellas se con- formassem. O resultado excedeu a espectativa, e convencemo- nos por nossos crescentes resultados que tínhamos alcançado um verdadeiro progresso na pratica de nossa arte. A sarna, tão com- mum na Sicilia, e que é, por assim dizer, permanente na maior parte dos estabelecimentos públicos, cedeu como por encanto. infinito numero de pessoas, familias inteiras delia se acharão livres em poucos dias. O meu caro discípulo Dr. Calandra teve a felicidade de extirpar este flagello do estabelecimento dos orphãos onde i5o meninas ficarão curadas em i5 dias pelo único uso de medicamentos internos. Ncsle caso começamos por administrar uma dose da 5aattenua- ção, depois cada dia seguinte uma da 4% 5% 6a, e assim suecessi- vamente até ao décimo dia. Quando a cura não marcha com ra- pidez insistimos por dous ou três dias na mesma attenuação. Uma í lxiV $-/é dezena de casos em cem reclama o emprego do carb.-veg., do raust, da sep. e outros meios aprnpriados; e jamais temos tido casos rebeldes quando os doentes tem tido o bom senso, e a pa- ciência de perseverar. Se conviesse resumir u'uma proposição geral o longo traba- lho a que me dei, eu o faria desta fôrma. As baixas attenuações convém ás moléstias agudas, e as pro- gressivamente mais elevadas correspondem ás affecções chro- nicas. A escala das attenuações começa tanto mais em baixo quanto eada medicamento possue actividade maior em seu estado natu- ral. Jamais administramos a baixo da 4a attenuação e para as substancias menos activas, como o fyc, si'ic, sep. , etc. , começa- mos a servir-nos da 8a. Os oito primeiros gráos sendo geralmente reservados ás mo- léstias agudas, é a partir da 9a ou 10a attenuação que começa- mos a escolher armas contra as moléstias chronicas, e a juntamos de ordinário tantos números á potência medica quantos a affec- ção chronica conta annos de existência. A repetição das doses marcha sempre dos baixos números, para os números superiores, e a repetição a que nos casos agudos nos temos dado sem escrúpulo, para as baixas at- tenuações, torna-se tanto mais rara, quanto mais dellas nos va- mos afastando. Já dissemos que na administração de um medicamento a mais pequena quantidade imaginável nos parecia a melhor: comtudo nãoha duvida de que alguma cousa se lhe augmentaria á inten- sidade e promptidão augmentando essa quantidade : uma gotta, por exemplo, opera cora mais força que um glóbulo, e em certos casos será preferível. A solução do glóbulo em uma quantidade de água produz effeitos análogos, e era um meio familiar a Hahnemann nos seus últimos annos, quando o emprego dos medicamentos preparados por minhas machinas lhe parecião exigir um correclivo. Neste caso elle fazia tomar uma colherinha do vidro onde o "dobulo es- tiva dissolvido para a lançar em segundo vidro cheio deaguades- ttitada, de onde tirava outra colherinha para terceiro de que em- pregava ainda pequena porção. Vv- r Ixv Ha outra via de administração, para a qual chamamos a allen- ção dos práticos neste paiz, e é o olfato, o cheirar. Esta é ao mesmo tempo a mais suave e a mais prompta ma- neira de tomarum remédio; ella merece a preferencia nos casos de perigo eminente, quando a susceptibilidadc do doente é exces- siva, e quando se quer acalmar os effeitos muito violentos de um medicamento sem comtudo interromper completamente sua acção. Os principiantes em homceopathia farião bem se se limi- tassem a este modo de administração : estarião certos de não pre- judicar; e ficarião tendo muito maior confi jnça na acção dos me- dicamentos. Fm todo o caso é este um meio efficaz de diminuir a aotividade excessiva, de que se tem acensado os medicamen- tos preparados por meios mechanicos tão enérgicos como os meus. Hahnemann administrava os medicamentos pelo olfato, fazen- do suecessivamente fazer uma aspiração por cada venta, tendo a outra tapada. Depois de cheirar o medicamento, como depois de outro modo de administração, fique o doente tranquillo, sem fallar, sem escarrar, e no maior socego de espirito possível; se tomar o remédio á noite cuide cm dormir immediatamente. Vamos oecupar-nos da repetição das doses. As noções precedentemente dadas sobre as experiências puras algum esclarecimento dão a esta questão também muito contro- versa. Vimos que o lypo normal da experiência pura era a inges- tão de uma única dose, c que a repetição era uma necessidade sempre perigosa. O mesmo é no tratamento das moléstias. Jama- is o medico tem tanta razão de applaudir-se de sua felicidade ou talento, como quando obtém a cura completa de um estado mór- bido por uma só dose de um medicamento perfeitamente esco- lhido. Repetir um medicamento sem necessidade é expôr-sc a arrui- nar toda sua obra. Semelhantes a ondas luminosas que algumas vezes encontrando- se produzem fachas tenebrosas, duas doses de medicamento podem neutralisar-se mutuamente e firar ambas sem effeito, ou n'outras circumstancias sobrepor-se e produzir uma aggravação perigosa. Ha comtudo casos em que a repetição é necessária, e vou 9 Ixvj ** tratar de indica-los, tanto quanto o permitte matéria tão delica- da. Pódc-seconsidcrar um doente como saturado já, pelo facto unesmo de sua affecção, do preservativo mais effieaz contra a acção do medicamento semelhante. Comtudo, as causas das doenças sen- do em geral, como já o dissemos, simples dynamisações, que uma diluição imperfeita c mistura de toda a espécie enfraquecem sin- gularmente, a preparação homceopathica tem geralmente sobre esta causa toda a superioridade que a arte possue sobre os effei- tos informes de uma causa fortuita: comtudo esta superioridade não se manifesta algumas vezes immedíatamente, e então o effei- to persistente da moléstia extingue o effeito da dynamisação pharmaecutica. Neste caso para combater o inimigo com armas iguaes, é necessário que a causa curativa persista como a causa morbifica. Assim, nas moléstias epidêmicas e contagiosas a re- petição é evidentemente necesssaria. Nos casos agudos ne- nhuma regra pôde ser invariável: a perspicácia do medico é nelles de absoluta necessidade. Deve elle distinguir primeiro que tudo os effeitos medicinaes dos effeitos mórbidos. Em quanto dura a aggravação que a acção medicinal provoca, muitas vezes nada mais lhe cumpre fazer que dar um antí- doto, se esse effeito se torna assustador ; quando alguma me- lhora segue este effeito primitivo, deve ainda ficar sendo es- pectador tranquillo; mas se a melhora se não mantém, se novos symptomas pertencendo propriamente ú moléstia se manisfestão, não deve hesitar em recorrer á segunda dose do medicamento, tendo cuidado de escolher dynamisação mais appropriada se os symptomas tem sido muito fortes. No ca- so em que o medicamento, depois de uma espera rasoavcl, não produza effeito algum sensível, póde-sc repetir uma ou duas vezes em dose differente; mas se elle desenvolve so- mente symptomas estranhos á enfermidade, não se deve he- sitar em estudar com mais attenção a matéria medica para achar meio mais appropriado. Ainda aqui tudo é remetlido á prudência do medico, sobretudo nas moléstias agudas. Se se pôde esperar sem perigo 10, 20, ou 3o dias nas mo- léstias chronicas, é necessário muitas vezes decidir-se nas moléstias pgudas antes de 24 horas. Tem-se dado medica- Ixvij mentos de quarto em quarto de hora em certos casos de cho- lera-morbus. Tem-se até dado de cinco em cinco minutos;. mas eu creio que um medico de sangue frio teria rejeita- do semelhante precipitação. Ha uma pratica autorisada pelo exemplo de Hahnemann e levada a abuso por alguns de seus discípulos. E o.empre- go alternado de dous ou três medicamentos para combater a mesma moléstia. Os partidistas deste melhodo pretendem que um medicamento que tem perdido sua eflicacia contra um estado mórbido, o torna a obter quando outra substan- cia tom distrahido o organismo de seu effeito, e que por isto se obtém com dous medicamentos dados alternativamente, o que não era possível obter fazendo-os seguir-se com longos intervallos. Apezar das autoridades graves que apoião esta maneira de ver, não me submetto cegamente. Sempre me pareceu que, apezar do intervallo que se deixava de uma dose á outra, esta intercalação tinha em si alguma cousa que se parecia cora 3 polypharmacia da escola, e de alguma fôrma embacia^a a simplicidade maravilhosa da doutrina raeional por excellencia ;, e mais tarde, quando pela creação da theoria das doses apren- di a tirar todo o partido possível de uma substancia, fazendo succcclcr-se as dynamisações de mais a mais elevadas, reco- nheci que. era infinitamente melhor pedir primerio a um me- dicamento tudo que elle podia dar; que neste caso as atte- nuações superiores continuavão a obrar depois de o organismo se haver tornado por habito insensível ás inferiores. Desta maneira um só medicamento administrado durante mezes, ou até por annos inteiros, destruía por si só uma moléstia contra que, alternado com outro, teria sido ineflicaz. Tratei de pôr ao alcance do leitor quanto conheci de mais próprio a tornar-lhe fácil, profícuo e seguro o ensaio da ho- mceopathia. Fiel á minha missão de propagador, não tenho em vista senão difundir uma sciencia de que sou apóstolo. lxviij <Ó 6 Nada dissimulei, nada occultei de quanto julguei ulil. Pôde ser que me não achem muito claro ;mas posso assegurar que fiz toda a diligencia para o ser. Faltava-mc fallar de um objecto bem importante, do em- prego dos preservativos, mas tive receio de accumular muitas idéas em tão pequeno espaço, e procurarei outra occasião para entreter o publico com esta face inteiramente nova.da medi- cina regenerada. Pôde ser que ainda não seja tempo de cui- dar de moléstias futuras. Tal é o miserando estado da espé- cie humana, que bem raros são os que não tem de oecupar- se com males presentes. Quando a homceopathia tiver esclare- cido este abysmo de dores, a previdência innata no homem lhe inspirará o desejo de fortificar-se contra os attaques im- previstos das doenças, e prolongar, com os soecorros da scien- cia , sua vida e as de quantos lhe são caros. Possa eu ver bem depressa o dia em que semelhantes sentimentos se po- derão desenvolver, e ser satisfeitos! Nesse dia eu ficaria pa- go de meus trabalhos, de meus sacrifícios. Dr. B. Mure. ADDITAMENTO. Ajuntamos uma taboa synoptica dos nomes dos medicamen- tos, das abreviaturas empregadas no corpo desta obra, da du- ração approxímativa dos medicamentos, e dos antídotos que se lhes costuma oppôr. Notaremos que o melhor antídoto em um dado caso será a substancia capaz de produzir os symptomas que o exigem, e que muitas vezes essa substancia não será a que designamos. A esta taboa addicionamos uma distribuição dos medica- mentos por seis cathegoria, segundo seu gráo de importância. O emprego dos polycrestos constituindo a maior parte da.pra- tica actual da homceopathia, útil é aos principiantes limitar- se a empregar estes exclusivamente. O Instituto publicará mais tarde, em cadernos separados, a pathogenesia de cada cathegoria. NOMES DOS MEDIGAMEM TOS CITADOS NESTA OBRA ABREVIAÇÕES EMPREGADAS PARA OS DESIGNAR; NUMERO DOS DIAS DURANTE QUE OBRAÕ NAS MOLÉSTIAS CHRONICAS J SEUS PRINCI- PAES ANTÍDOTOS. • --------- Remédios. Dias. Antídotos. 1 Acon.—Aconitum Napellus............ 1 Yinum. Ácida vegetabilia. ■2 JEth.—.Ethusa cynapium............... Cie. Con. 3 Agar.—Agarlcus muscarius........... 40 Camph. ColT. Puls. 4 Agn.—Agnuscastus................... 10 5 Al.—Alces gummi...................... Brucea. 6 Alum.—Alumina. Argilla pura........ 40 Cham. Ipec. 7 Ambr.—Ambra grisea................. 40 Nux. v. 8 Am. c—Ammonium carbonicum...... 30 Campb. Hep. 9 Am. m.—Ammonium muriaticum..... 30 Camph. 10 Ampii.—Amphisbcena................. 20 N. vom. 11 Anac—Anacardium Orientale......... 30 12 Anis.—Anisum stellatum................ 13 Ang.—Angustura vera.;............... 5 Coff. 14 Ant.—Antimonium crudum.......... 50 Hep. Merc. 15 ARG.—Argentum foliatum............. 20 Merc. Puls. 16 Arn.—Arnica montana................ 10 Camph. Ignat. 17 Ars.—Arsenicum álbum.............. 30 Ctain. Fer. N. v. Verat. 18 Art.—Artemfsia vulgaris................ Ignat. 19 Arüm.—Arum maculatum.............. 20 Asa.—Asa fcetida..................... 30 Caust. Chin. Etectricitas. 21 Asar.—Asarum Europeum............ 15 Camph. Sep. 22 Aur.—Aurum foliatum...............) „ ,, _ > 40 Bell. Cupr. Merc. 23 Aur.-m.—Aurum muriaticum.........S 24 Bar.-c—Baryta carbônica............/ „ „ „ ,, _ , „„ „ „ 3 . ... } 30 Merc. Bell. Dulc. 25 Bar.-m.—Baryf) munatica...........\ 26 Bell.—Belladonna atropa............. 40 Con". Hyosc. Hep. 27 Berb.—Berberis vulgaris.............. 30 Campb. 28 Bis.—Bismuthum..................... 30 Cale. Caps. Nux. v. 29 Boa.—Borax veneta................... 30 Cham. Coff. 30 Bov.—Bovista plúmbea................ 40 Camph. 31 Brüc—Brucea anti-dlssenterica......... Aloes. 32 Bry.—Bryonia alba................... 20 Acon. Cham. Ign. N. vom. 33 Cal.—Caladium seguinum............ 40 Chin.Graph. Nitr. ac. Remédios. 34 Calc—Calcarea carbônica............ 35 Calc. pn —Calcarea phosphorata...... 36 Camph.—Camphora laurus............ 37 Cann.—Cannablssativa............... 38 Cant.—Cantuaris vesicatorius......... 39 CapS.—Capsicum annuum............. 40 C.vrb. -an.—Garbo animalis............ 41 Carb.-v.—Carbo vegetabilis........... 42 Casc—Cascarílla croton............. 43 Cast.—Castoreum..................... 44 Caüs.—Caustlcum..................... 45 Cham.—Chamomilla vulgaris.......... 46 Chel.—Chelidonium majus............ 47 Chin.—China officinalis............... 48 Cie—Cicuta virosa.................... 49 Cin.—Cina anthelmintica.............. 50 Cinn.—Cinnabaris.................... 51 Cinnam.—Cinnamomum......'........ 52 Cist.— Cistus canadensis............... 53 Citr.—Citri acidum................... 54 Clem.—Clematis erecta................ 55 Coccion —Coccionella septem-punctat3. 56 Coce—Cocculus menispermum........ 57 Cqf.—Coffoea cruda................... 58 Colch.—Colchicum autumnale........ 59 Coloc—Cotocynthis cucumis.......... 60 Con.—Coniurn maculatum............ 61 Conv.—Convolvulus arvensis......... . 62 Cop.—Copaívoe balsamum............. 63 Coral.—Corallia rubra..........,..... 64 Croc—Crocus sativus................. 65 Crot.—Croton tiglium................ 66 Crotal.—Crotalus cascavella.......... 67 Cüpr.—Cuprum metallicum........... 68 Cycl.—Cyclamen Europeum.......... 69 Daph.—Daphne indica................ 70 Diad.—Diadema aranea...,........... 71 Dict.—Dlctamnus albus............... 72 Dig.—Digitalis purpurea.............. 73 Dbos.—Drosera rotundifolia........... 74 Dulc—Dulcamara sola num.........., 75 Eug.—Eugenia Jambo?................ Jxxj -> * Dias. Antídotos. 40 ) ^Nitr.ac. Sutph. 1 Nitr. sp. Op. 10 Camph. 20 Camph Lyc. 20 Cal. Chin. 40 Camph. Lach. 40 Ars. Coff. N. vom. 50 Coff. Colcc. N. vom. 5 Acon. Coce. Ign. Puls. 40 Ars.Carb.v.lpec.PuIs.Verat. 30 Arn. Tabsc. Op. 15 Ipec. 20 Mez. Nitr.-ac. Thuia. Bell. Carb. v. Phos. 40 Bry. Camph. 20 Camph. N. vom. 10 Acon. Cham. Ign. N. vom. 25 CocCi N. vom. Puls. .. Camph. Cham. Stapb. 30 Coff. Nitr.-sp. 10 6 Op. 30 Lach. 25 Bell. Coce. lpec. Merc. N. v. 20 Dig. Sep. Zinc. 20 Bry. Dig. Sep. Zinc. •• Croc. Tabac. 40 N. vom. Op. 6 Camph. 20 Ipec. Merc. 4 Coff. lxxij SJL Remédios. Dias. Antídotos. 76 Eijph.—Euphorbium ofTlcinale........ 40 Camph. Citr. 77 Euphr.—Euphrasia otücinalis......... 15 Arn. Puls. 78 Evo.n.—Evonymus europeus............. 79 Fer.—Ferrum........................) 80 Fer. cul.—Ferrum chloratum.........> 45 Arn. Chin. Puls. Verat. 81 Fer.-m.—Ferrum magnetlcum........) 82 Fil.—Filix mas......................... 83 Frag.—Fragaria vesca................... 84 Gran.—Granatum...................... Ars. Iod. 85 Grapii.—Graphites.................... 4o Arn. N. vom. 86 Grat.—Graliola officinalis............... 87 Guai.—Guaiacum oíTicinale............ 15 Graph. N. vom. 88 Hoe.m.—Hcematoxilum campechianum. .. Camph. 89 nELL.—Helleborus niger.............. 20 Camph. Chin. 90 Hep.—Hepar sulphuris................ 50 Acetum. Bell. 91 Hyos.—Ilyosciamus niger............ 13 Bell. Chin. 92 Jalap.—Jalappa convolvulus............ 93 Jatr.—Jatropha curcas.................. 94 Ign.—Ignatia amara................... 8 Arn. Coce. Puls.. 95 Ind.—índigo linetoria................... 96 Iod.—Iodium........................ 45 Chin. Phos. Spong. 97 Ipec—Ipecacuanha ceprioelis.......... 5 Arn. Ars. Chin. 98 Kal.—Kali carbonicum............... 45 Camph. Coff. Nitr.-sp. 99 Kal. chl.—Kali chlorleum............ 15 Bell. Puls. 100 Kal. h—Kali hydriodicum............. 101 Kreos.—Kreosotum...,................. N. vom. Iod. Cham. 102 Lacu.—Lachesis trigonocephalus...... 10 Ars.Bell. Caps.Crolal.Verat 103 Lac—Lactuca virosa.................... 104 Lam.—Lamium álbum.................. 105 Lacr.—Laurocerasus.................. 7 Coff Ipec. Op. 1C6 Led.—Ledum palustre................ 45 Camph. 107 Lyc—Lycopodium claratum.......... 40 Bry. Puls. 108 Magn.—Magnesia carbônica........... 45 Calc. Graph. SII. Sulph. 109 Magn.-m.—Magnesia muriatica....... 45 Camph. HO Magn.-s.—Magnesia sulphurica......... 111 Mang.—Manganum Oxydatum........ 45 Coff. 112 Men.—Menyanthes trifoliata............ H3 Mepu.—Mephitis putorius............... 114 Merc—Mercurius vivus............... 20 Bell. Chin. Hep. Lach. iir> Merc.-s.—Mcrcurius sublimatus....... 20 Nitr. ac. Mez. Silic. Sulph. 116 Mez.—Mezercum Daphne............. 40 Euph. Verat. 117 Mu..—Millefollium Achillce?............ Diad. ^ r- Ixxiij ✓ 3 Remédios. Dias. 118 Mosc—Moschus moschiferus.......... 1 H9 Mcr. ac—Muriatis acidum............ 30 120 Natr—Natrum carbonicum...........~\ 121 Natr.-m.—Natrum muriaticum.......( . . > 40 122 Natr.-n.—Natrum mtricum..........i 123 Natr.-s.—Natrum suiphuricum.......) 124 Nic—Niccolum metallicum............. 125 Nitr.— Nitrum........................ 45 126 Nitr.-ac—Nitri acidum............. 45 127 Nitr.-sp.—Nitri spiritus dulciflcatus..... 128 N.-mos.—Nux moschata................. 129 N.-vom.—Nux vomica................. 15 130 Oleand.—Oleander nerium........... 20 131 Ol.-an.—Oleum animale oethereum..... 132 Ol.-jec—Oleum jecoris morruce........ 133 Onis.—Oniscus asellus................. 134 Op.—Opium.......................... 2 135 Poeon.—Pceorua oflicinalis.............. 136 Par.—Paris quadrifolia............... 2 137 Petr.—Petroleum.................... 45 138 Petros.—Petroselinum apium.......... 139 Phell.—Pheiiandrium aquaticum...... 140 Phos.—Phosphorus................... 45 141 Phos.-ac—Phosphori acidum......... 25 142 Pin.—Pinus sylvestris................... 143 Plat.—Platina....................... 40 144 Pldm.—Plumbum metallicum........ 30 145 Prdn.—Prunus spinosa............... 20 146 Puls.—Pulsatilta nigrican?............ 15 147 Ban.—Ranuncutus bulbcsus........... 20 148 Ran.-sc—Ranunculus sceleratus...... 45 149 Rat —Ratanhía krameria............. 5 150 Bhab.—Rhabarbarus Rheum.......... 3 151 Bhod.—Rhododendron Chrysaulhum.. 20 152 Rhs.—Rhus toxicodendron............ 20 153 Rhs.-v.—Rhus vernix................... 154 Rut.-g.—Ruta graveolens............. 10 155 Sabad.—Sabadilla veratrum........... 15 156 Sabin.—Sabina juniperus............. 20 157 Samb.—Sarnbucus nigra.............. 1 158 Sang.—Sanguinária canadensis.......... 159 Sap.—Sapodomestlcus.................. Antídotos. Camph. N.-mos. Camph. Bry. Ars. Chin. Nitr.-sp. Nitr. sp. Calc. Hep. Merc. Petr. Ign. Puls. Sep. Acon. Coff. Puls. Camph. Coce. N.-vom. Con. Mez. Petr. Sulph. Acon. Coff. Acon. N.-vom. Coff. N.-vom. Coff. Lach. Plumb. Puls. Hyos. Op. Plat. Dig. Cham. Ign. N.-vom. Bry. Puls. Rhs. SiL Verat. Croc. Cham. N.-vom. Ciem. Rhs. Bry. Rhod. Tart. Nitr.-ac. Camph. Camph. Puls. Camph. Ars. Camph. 10 Ixxiv ^ Remédios. Dias. 160 Sass.—Sassaparilla smilax............ 20 161 Sec—Seeale cornutum................ 40 162 Selen.—Selenium.................... 20 163 Senf.g —Scnega poligala.............. 20 164 Sepín.—Senna alexandrina............ 8 165 Sep.—Sepioc succus................... 50 166 Sil.—Silicea.......................... 50 167 Sol.-m—Solanum mammosum.......... 168 Sol.-n.—Solanum nigrum.............. 169 Spig.—Spigelia anthelmintlca......... 15 170 Spong.—Spongia tosta................. 20 171 Sqlill.—Squilla...................... 15 172 Stan\.—Slannum.................... 40 173 Staph.—Staphysagria delphinium..... 20 174 Stram.—Strammonium datura........ 1 175 Stront. —Strontiana carbônica........ 40 176 Sülpu.—Sulphur...................... 40 177 Sulph. ac—Sulphuris acidum........ 20 178 Tab.—Tabacum nicotiana............. 5 179 Tan.—Tanacetum vulgare............ 180 Tarax.—Taraxacum leontodon....... 181 Tart.—Tartarus emeticus............. 20 182 Tart. ac—Tartari acidum........... 183 Tax.—Taxus baccata................. 184 Tereb.—Terebenthlnae oleum........ 185 Teuc—Teucrium marum verum...... 10 186 The —Thea coesarea................. 187 Ther.—Theridion curassavlcum...... 188 Thui.—Thula occidentalis............ 189 Tong.—Tongo Baryosma.............. 190 Urt.—ürtica urens.................. 191 Uv.—Uva ursi....................... 192 Val.—Valeriana oflicinalis............ 5 193 Verat.—Veratrum álbum............. 15 194 Vehb.— Verbascum thapsus............ 3 195 Vixc—Vinca minor.................... 196 Viol.-od.—Viola odorata.............. 2 197 Viol. tric—Viola tricolor............. 8 198 Vip. Cor.—Vipera Cor................. 45 199 Zinc—Zincum metallicum............ 50 200 Zlng.—zingiber......................... Antídotos. Guaj. Mez. Cro. Sol.-nig. Puls. Sulph. Arn. Bell. Bry. Rhm. Chin. Sass. Sulph. Campb. Hep. Rhs. Sec. Cln. Merc. Camph. Camph. Puls. Thu. Citr.-ac. N.-vom. Merc. Plat. Cham. Merc. Puls. Se; Puls. Cie. Stram. Kal. Spig. Coce. Ipec. Puls. Camph. . Thui. 5 Campb. Puls Camph. Coff. Acon. Chin. Coff. Plat. Stann. Camph. Camph. Ars. Merc. Crotal. Hep. Ign. Remédios. Dias. 201 Mgs.—Magnes artificialis.............. 10 202 M.-arc—Magnes arelicus............. 10 203 M.-aus.—Magnes australis............. 1 o \ \ Antídotos. Ignat. zinc. Mgs. arct. Mgs. aus. lxxv Ia CATHEGORIA. — polychrestos. - 12. Aconitum nap. Arnica mont. Arsenium alb. Belladonna atr. Bryonla. Chamomilla. Lachesis. Mercurius. Nux, vomica. Pulsatilla. Rhus. Sulphur. 2a CATHEGORIA. — semi-polychrestos. — 12. Calcarea carb. Carbo veg. China ofli. Dulcamara. Hepccr sulphuris. Hyosciamus niger. lpecacuanha. Lycopodium clav. Phosphorus. Sepia. Sflicea. Veratrum. 3a CATHEGORIA. — usadissimos. 36. Alumina. Ambra gr. Antimonium cr. Aurum foi. Baryta carb. Baryta mur. Cannabis. Cantharides. Causticum. Cicuta. Cocculus. Coffcca. Colocynthis. Conium. Digitalis p. Euphrasla. Ferrum m. Graph ites. Ignatia. Kali carb. Ledum pai. Mercurius subi. Natrum carb. Natrum mur. Nitr. ac. Nux mos. Opium. Petroleum. Phos. ac. Platina. Spigelía. Stannum. Staphys agria. Thuia. Vipera cor. Zincum m. 4a CATHEGORIA.—usados em alguns casos speciaes. —40. Agaricus mus. Ammonium carb. Ammonium mur. Amphisbcena. Anacardium. Angustura. Argentum. Assa fcetida. Asarum Eur. Bismathum. Carbo an. Cina. Clematis. Colchiacum. Crotalus. Cuprum. Drosera. Helleborus n. Iodium. Kreosotum. Magnesia car. Magnesia mur. Manganum oxydatum. Mezereum. Moscbus. Murialis acidum. Nitrum. Oleander. Plumbum. Rhododendron. Ruta grav. Sabadilla. Sabina. Sassaparilla. Secale. Spongia. Squilla. Sulphuris acidum. Tartarus emetlcus. Valeriana. Ixxvj Jó 5a CATHEGORIA. — pouco usados. — 60. ,Ethusa agn. Agnus castus. Aurum mur. Berberis vulg. Borax. Bovisla. Caladium s. Calcarea phos. Camphora. Capsicum. Castoreum. Chelidonium. Cinnabaris. Cistus c. Copaivce balsamum. Corallia. Crocus. Croton tiglium. Cyclamen. Daphue ind. Diadema. Eugenia J. Euphorbium of. Evonjmus. Ferrum magn. Granalum. Gratiola Gusjacum. Hcematoxylon. Kali chi. Kali hyd. Lactuca v. Lamium alb. Lauro cerasus. Magnesia sulph. Menyanthes. Mephits putorius. Natrum sulph. Niccolum. Poeouia. Paris. Phellaudrium. Prunus spln. Banunculus bulb. Ranunculus scel. Katauhia. Rhabarbarus. Sambucus. Sanguinária. Selenium. Senega. Strammonium. Stroutiana. Tabacum. Taraxacum. Terebinthina. Teucrium. Verbascum. Viola od. Viola tric. 6a CATHEGORIA. — em observação. — 40. Aloes. Anisum. Artemisia vulg. Arum macul. Brucea. Casca rílla. Cinnamomum. Citri acidum. Coccionella. Convolvulus arv. Dictamnus. Ferrum chi. Filix mas. Fragaria vesca. Jalappa. Iatropha Curcas. índigo. Millefolium. Natrum nitr. Nitri sp. Oleum an. Oleum jecorris morrhuoe. Oniscus. Petroselinum. Pi nus. Rhus v. Sapo dom. Senna. Solanum m. Solanum n. Tanacelum. Tartari ac. Taxus b. Thea c. Theridion cur. Tongo. Urtlca u. Uva u. Vinca m. Zingiber. Mags. — Magnes artifl- M.-ar. — Magnetis polus M.-aüs. — Magnetis pol ciali. árticas. australis. CONSELHOS CLÍNICOS,-f OU PRVTICA ELEMENTAR DA HOMOEOPATHIA, CAPITULO PRIMEIRO. AFFEIÇÕES GERAES INTERNAS. ÂBCESSOS INTERNOS.—Os abcessos nos órgãos intei- nos não pedem, em geral, oulros medicamentos senão aquel- les que se empregão com os externos. Vide Cap. 2o. ADÉNITE. — Vide Glândulas. AMOR INFELIZ (resultados d'um). — Vide emoções VIOllAES. ANASARCA. — Vide Cap. 2°. ANEMIA. — Os melhores medicamentos são, em geral: calc., carb.-v., chin. , cin. , fer., hep., kal., lyc, lach., merc, natr., natr.-m., n.-vom., phos., phos.-ac. , sep., sil., staph., sulf. , verat. Se este estado fôr o resultado de perdas debilitantes, quer de sangue, quer de oulros humores, empregão-se principal- mente : chin., n.-vom. e sulf. , e lambem calc., carb.-v. , cin., phos-ac , staph. e sulf. ; sendo o resultado de grandes moléstias agudas, empregar-se-ha : calc , carb-v. , chin. , hep., kal. , natr. , natr.-m. , n.-vom. , e veratr. HP?* Vide também: chlorosis,■ fraqueza , scorbuto, etc. 1 ÁNEURISMAS. — Até agora empregou-se com o maior successo : carb.-v. , lach. , e lyc. , como também : Guai, puls. e sulf., não esquecendo: calc., caust. , e graph. , amb. , arn., ars., fer., natr.-m., zinc. ARSÊNICO (resultados do abuso do). — Vide Cap. 26. APOPLEXIA. — Vide. Cap. 6°. ARTHRITE ou GOTTA. — Os medicamentos que, nas üffeições arthriticas, moslrão-sc as mais eflicazes são, em geral: Acon., ant. , ars., bell., bry., calc., caus. , chin. , coce , coloc., fer., guai. , hep., iod. , led., mang. , n.-vom., phos. , phos. -ac. , puls. , rhod., sabin., sass. , sulf. ; também são convenientes: canth., chel., cie, colch., con., daph., dulc. , men., merc , stann. , tart., e thui. Para a Arthrite aguda, emprega-se principalmente : acon., ant., ars., bell. , cry. , chin. , fer. , hep., n.-vom., puls. Para a Arthrite chronica , além dos precedentes: calc , caus. , coloc , guai. , iod. , mang. , phos. -ac , rhod. , sass. , sulf. Para a Arthrite vaga, principalmente: Arn., mang., n.-mos., n.-vom. , puls., como também : asa., daph., plumb., e rhod. Nodosidades arthriticas pedem sobretudo: agn. , mang. , bry., calc ._ carb.-v., graph., led., n.-vom., rhod., e staph. , assim como: aur., dig. , lyc, phos., sabin., sep., sil., zinc. As contracturas arlhriticas achão frequentemenle uni remédio próprio entre : Bry. , caus., guai. , sulf. , assim como : calc. , coloc. , rhus. , sil. , thui. Quanto aos prodromos e metastases arthriticos empregão- se, em geral, os mesmos medicamentos, mormente para os prodromos, a nuxvom.; epara as metastases regentes, a belL Demais, vide cephalalgia , ophtalmia , etc, arthriticas. Para as affeições arthriticas das pessoas dadas ás bebidas espirituosas , emprega-se de preferencia : acon. , calc , n.-vom. , sulf. , c lambem : ars. , chin. , hep., iod. , lach., led. , puls. Para aquelles que usão de alimentos nimiamente succu- lentos, principalmente : ant., calc. , iod. , puls. , e sulf. Para as pessoas que trabalhaõ dentro d'agua, sobretudo : cal. , puls. , sass. , e sulf. , e também : ant. , ars. , dulc. , n.-mos. , e rhus. fáC^ Quanto ás indicações particulares para a escolha de tal ou tal medicamento, convém sobretudo na arthrite chronica ter em vista a reunião dos symptomas constitucio- naes, o estado do estômago, dos intestinos , dos bofes, do cncephalo , etc., para as diversas dores, e os mais sympto- mas que acompanhão a arthrite aguda, vede e comparai. RIIEUMATISMO. ARTHROCACE. —São: coloc e phos.-ac , que forão prin- cipalmente recommendados contra esse estado mórbido que algumas vezes acompanha as inflammações chronicas das articulações ; emprega-se também: calc , hep. , sil. , e sulf. ASPHYXIA ou morte apparente. — Em quasi todos os casos podem-se administrar remédios homeopatlticos, quer pondo alguns glóbulos na lingua do doente, quer dando-os dissolvidos em água e como cristel. Ocioso é dizer que os soecorros mecânicos não devem ser desprezados; porém o que se deve evitar são as evacuações sangüíneas, que, na mór parte dos casos, não fazem senão prejudicar. Se a asphyxia é o resultado de uma queda, empregar-se- ha : arn. , mormente se o doente ainda não foi sangrado. No caso contrario, ou se houve pela mesma queda perda considerável de sangue, deve-se preferir china, e administrar arn. depois. Na asphyxia por resultado de suffocaçaõ , empregar-se- ita, no caso de estrangulaçaõ , opium; por resultado de gazes mortíferos, opium e também acon., ou bell. $ e para os affogavos, laches principalmente. — u — Para os asphyxiados por resultado de congelaçaõ, póde-se, depois de os ter chamado á vida, empregar para as mais dô res : ars., carb.-v., ou acon. e bryon. Se foi um raio que causou a asphyxia, dar-sc-ha de pre- ferencia nux.-vom., emquanto mandar-se-ha pôr o doente metade assentado, metade deitado, em uma porção de terru novamenle cavada, com a qual cobrir-lhe-hão todo o corpo, excepto o rosto, que deve ficar voltado para o sol até se ma- nifestarem os primeiros signaes de vida. Na asphyxia dos recém-nascidos, emprega-se principal mente tart., ou opium, ou chin. ATROPHIA.—Vide atrophia das crianças, febre ética, marasmo dorsal, marasmo senil, phthisica e escrofulas. ATROPHIA das CRIANÇAS. — Os melhores medica- mentos contra a atrophia das crianças escrofulosas são: sulf. seguido de calc, como também: ars., bar.-c., bell., chin., cin., n vom.,phos., erhus., arn., cham.,hep., iod.,lach. ,magn., petr., phos. Entre estes medicamentos poderá se empregar de preferencia: arsenicum, quando ha cutes secca como pergaminho, olhos cavos, com olheira ; anorexia ou vomito dos alimentos, precisão de beber freqüentemente, porém pouco de cada vez; grande agitação ejactação, sobretudo de noite ; somno curto e interrompido por sobre-saltos, estremecimentos convulsivos ; inchação edematosa do rosto, evacuações diar- rheicas, verdes ou pardas, misturadas de matérias não dige- ridas ; fadiga, com precisão continua de ficar deitado, mãos o pés frios; palpitações de coração; suores nocturnos. Baryta , quando ha : enfarte das glândulas da nuca e do pescoço; grande fraqueza physica; vontade continua de dor- mir, inchação do corpo e do rosto com dureza do ventre; grande preguiça e aversão para todo o trabalho corporal e intellectual, e mesmo para o fogo ; distracção, inadvertencia e fraqueza da memória. Belladona , quando ha eólicas freqüentes, com evacua- — 5 — çõcs involuntárias; humor caprichoso e obstinação; tosse noc- turna com estertor mucoso; inchação das glândulas do pescoço: somno agitado ou insomnia; aversão para o movimento e o ar livre; excitação nervosa; intelligencia prematura; olho? azues c cabcllos louros. Calcarea, quando ha grande magrcza com appetite deci- dido; rosto ouço e enrugado; olhos embaciados; enfarte e dureza das glândulas do mesenterio; grande fraqueza com fa- diga geral depois do minimo esforço, e muitas vezes com suor abundanlc ; diarrheas freqüentes ou evacuações como barro; cutes secca e frouxa; cabellos seccos, palpitações de coração freqüentes, calafrios, dores nos rins; sensibilidade do systema nervoso; horror para qualquer movimento. China ; grande magreza, sobretudo das mãos e dos pés; inchação edematosa do ventre; voracidade; diarrhea, sobre- tudo de noite com evacuação de matérias não digeridas, ou evacuações freqüentes, esbranquiçadas, como papas; suores freqüentes, sobretudo de noite; preguiça e apathia; rosto encovado, pallido ou térreo; somno torpente e não repara- dor; grande fraqueza e caduquez. Cina , quando ha : dores verminosas, pallidez do rosto, o ourinar na cama e grande voracidade Nux vomica, quando ha côr do rosto amarella, térrea; rosto inchado; constipação pertinaz, ou constipação alternando com diarrhea, ventre inchado com borborygmos; fome e appetite decididos, com vomito freqüente dos alimentos, precisão conti- nua de estar deitado; horror para o ar livre; máo humor, gênio iracundo e colérico; excitação do systema nervoso. Phosphorus , principalmente para as jovens de cabellos louros, olhos azues, cutes delicada, talhe delgado, sobretudo quando ha tosse cachetica, diarrheas e suores freqüentes. grande fraqueza com fervura de sangue, palpitação de cora- ção ou oppressão do peito ao menor movimento. Rhus, quando ha grande fraqueza com precisão continua — 6 — de ficar deitado; rosto pallirlo, ventre duro; grande sede; diarrhea mucosa ou sanguinolenta; appetite decidido. Staphysagria, quando ha: ventre grande e duro; appetite voraz ; evacuações tardias; enfarte das glândulas inframaxil- lares e das do pescoço; coryza freqüente ou continua, com crostas no nariz ; cutes ulcerando-se facilmente ; suores noc- uirnos, fétidos; furunculos freqüentes. Sulfur , em quasi todos os casos, no principio da cura, e sobretudo quando ha fome pronunciada, transpiração fácil, enfarte das glândulas inguinaes ou axillares, ou das do pesco- ço ; ventre duro e inchado; estretor mucoso nas vias aéreas; coryza fluente; diarrheas mucosas freqüentes ou constipação pertinaz; oppressão do peito; palpitação de coração; cor do rosto pallida, rosto magro, olhos encovados; pontadas, dor no peito e nos lados, etc. H£j?* Quanto ao resto dos medicamentos citados, vede a Pathogenesia desses medicamentos e comparai: jebre ética, phthisica e escrofulas. BEBEDICE, e resultados lastimosos dô abuso das bebidas alcoólicas.—Os melhores medicamentos são, em geral: acon. , ant. , ars. , bell., calc., carb-v. , chin., coff. , hyos. , lach., merc , natr., n-vom., op. , puls. , stram. , sulf. Contra o estado da mesma bebedice , emprega-se princi- palmente : acon., bell., coff., e op. Contra os resultados de um excesso, sobretudo : ant. , carb-v. , coff. , e n-vom. Contra os resultados chronicos da bebedice, em geral: ars. , bell., calc , chin. , coff. , hyos., lach. , merc. , natr. , n-vom. , puls. e sulf. Contra o delírio tremulo em particular: ars. , calc , bell. , coff. , hyos., n vom., op. , stram. Contra a inclinação á bebedice: ars. , calc., lach. , merc, sulf., e sulf-ác. Em lodo o caso, empregar-sc-ha com preferencia : Aconitum, se, depois deter bebido muito vinho, ha calor febril, congestão na cabeça, rosto e olhos vermelhos, ou mesmo perda do juizo. Antimonium, se por resultado de um excesso ha dores gás- tricas, e sobretudo repugnância, náuseas, falta de appetite, e que carb-v. não baste. Arsenicum, se ha nos bêbados alienação mental com gran- de afflicção que não lhes permitia ficar cm parte nenhuma, medo dos ladrões, dos fantasmas, da solidão, com vontade de se oceultar, tremor dos membros, etc. Belladona, se por resultado de uma bebedeira, ou nos bêbados, ha perda do juizo com delírios e visões de camon- dongos; rosto vermelho e inchado ; lingua carregada de mucosidades, repugnância para a carne; insomnia, palavra gaguejante, com sorriso continuo ; sensação de seceura na garganta, com deglutição penosa; sede violenta, accesso de grande calor febril, etc. Calcarea, quando ha delírios espantosos, com visões de fogo, de mortes, ratos, e que nem a bell. nem stram. são íufíicienles. Carbo-veg. , se por resultado de um excesso ha cephalal- gia pressiva ou pulsaliva, melhorada com o ar livre, náuseas sem vontade de vomitar, evacuações liquidas e pallidas. China, contra os symptomas de fraqueza em os bêbados, e sobretudo se no mesmo tempo existem aíTeições thyclro- picas. Coffea , se, depois de ter bebido muito vinho, ha (mor- mente nos meninos) excitação moral, demasiada alegria, in- somnia, vomiturição c mesmo vomito; ou se por resultado de um excesso ha dores de cabeça, como se um prego estivesse cravado no cérebro, e que a n-vom. não seja sufliciente; é mesmo contra o tremor das mãos nos bêbados que coff. mos- trou-se efficaz. IIyosciamus, se, por resultado da bebedice, ha convnlsõc? epilépticas; insomnia com divagações continuas; delirios com visões de perseguidores e vontade de fugir, tremor dos membros, etc. Lachesis, contra a fraqueza e o tremor das mãos nos bê- bados, e sobretudo se custa muito ao doente emendar-se de seus vícios. Mercurius, contra as enfermidades dos bêbados, que ao mesmo tempo fizerão abuso do café, e sobretudo se n-vom. c sulf. não são suílicientes. Natrum, contra a fraqueza e a dyspepsia dos bêbados. Nux vom. , se, por resultado de um excesso, ha cephalal- gia semi-latcral, como se houvesse um prego cravado no cérebro, aggravado ao ar livre, pelo andar, o movimento, a meditação, e abaixando se ; náuseas com vontade de vomitar e vomiturição; constipação, ou pequenas evacuações viscosas com tenesmo; vertigens; olhos vermelhos com remela nos ângulos; pholophobia; pequena tosse, etc. ; ou se ha conges- tão na cabeça, obnubilação ou perda dos sentidos com delirios, visões espantosas, e vontade de fugir; grande anciã que não permitte ficar cm parte alguma, ás vezes com rosto, mãos e pés frios e humidos; náuseas, pituitas do estômago ou vomito dos alimentos, ou de matérias amargas; insomnia ou pouco somno com sobre-saltos, espanto e sonhos anciosos; constipa- ção ou evacuações diarrheicas pouco abundantes; tremor dos membros, falta de força, etc. Também convém aos bêbados que ao mesmo tempo fizerão abuso do café. Opium, se, depois de ter tomado muito vinho, ha somno commatoso com ronqueira, ou delirios anciosos, com visões de ratos, de escorpiões , etc., medo e vontade de fugir , ou sonhos interruptos, acordando o doente quando lhe.fallão em alta voz; constipação, dyspnéa, suor geral, convulsões e espas- mos epilépticos, tremor dos membros, sobre saltos dos músculos do rosto e da boca, olhar fixo ; cor do rosto de um vermelho carregado, etc — 9 — Pulsatilla, contra os resultados de um excesso com indi- gestão, e sobretudo quando ha obnubilação da cabeça com peso na testa, melhorado com o ar livre, náuseas, sobretudo depois de ter comido e bebido, arrotos ácidos, lingua carre- gada de mucosidades ; e , sobretudo , se o vinho foi enxo- frado. Stramonium, se nos bêbados ha angustia que faça mo- ver-se de um lado para outro, com laconismo, olhar incerto, medo e vontade de fugir; convulsões epilépticas de manhãa, ros- to vermelho, quente e inchado; erros de Sensação, v. g. , como se a metade do corpo estivesse cortada. Sulfur, contra o tremor, as aíTeições hydropicas e muitas outras enfermidades dos bêbados1; também emprega-se para aquelles que fizerão abuso do café. CAFÉ (dores pelo abuso do). —Os melhores medicamen- tos são, em geral: cham., coce , ign., e n-vom. ; também em alguns casos, bell., carb-v., merc , rhus. , puls., e sulfur. Entre esses medicamentos, empregar-se-ha com preferen- cia : Chamomilla, quando ha dôr de cabeça, de dentes; sen- sibilidade excessiva á menor dôr, com gritos e choros; do- res de estômago que cessão por algum tempo com o uso do café; eólicas violentas, grande ancia na boca do estômago, com sensação como se se esmagasse o coração. Cocculus, quando ha fraqueza com suor por qualquer movimeuto, e tremor dos membros; sobre-saltos dormindo, calor passageiro; dores de dentes, comendo; sensação de vá- cuo na cabeça; gaslralgia ; grande tristeza e anxiedade; aggravação de todas as dores com o ar livre, o movimento, bebendo ou comendo, com o somno e o fumo do tabaco. Ignatia, contra a dôr de cabeça, como se um prego esti- " vesse cravado no cérebro, ou pressão expansiva na testa, ou com pulsações em toda a cabeça, melhoradas abaixando-se; fraqueza; sensação de vácuo e de semsaboria na boca do 2 — 10 — estômago; eólicas espasmodicas; membros doloridos e entor- pecidos; gênio susceptível de mudança; ora alegre, ora triste. Nux vomica , quando ha insomnia, pulsação do coração, sensibilidade de todo o systema nervoso ; dores de cabeça semi- lateraes, ou como por um prego no cérebro, aggravadas abai- xando-se ou andando, como lambem com o ar livre; dôr de dentes; gastralgia que se aggrava pelo uso do café; sensibili- dade excessiva pelo ar livre; temperamento vivo e colérico. ^^ Quanto aos mais medicamentos, vede nos órgão? particulares as affeições que seguem o abuso do café. Os resultados chronicos cedem freqüentemente a merc. ou sulf. , se cam. , n-vom. ou ign. não forem sufíicientes. CALOR (cansaço pelo). — Os melhores medicamentos contra os resultados de uma escandescencia, ou da influen- cia do calor, são em geral: acon., ant. , bell. , bry., camph., carb-v. e silie , op., thui e zinc CHAMOMILLA (dores pelo abuso da). — Vide cap. 26. CARIA. — Vide moléstias dos ossos. CATALEPSIA. — Vide espasmos. CATHARRAES (affeições). — Vide os órgãos que podem ser por ellas atacados. Eutre esses medicamentos, empregar-se-ha com prefe- rencia : Aconitum, contra as dores provocadas por um golpe de sol, ou pelo calor do fogão, e sobretudo se o doente dormio ao sol ou junto do fogão quente. Antimonium, se o calor do eslio não se pôde soffrer de modo algum, ou que ao menos o menor trabalho com tal ca- lor cansa promptamente, com suor nocturno, vontade conti- nua de dormir, dores gástricas, etc , e sobretudo se bry. não bastta contra este estado. Belladona, se o aconitum não é sufíiciente contra os re- sultados de um golpe de sol ou do calor do fogão, ou haven- do : dôr de cabeça com plenitude e pressão expansiva mormente — 11 — na testa, com aggravação abaixando-se, com o menor movi- mento ou a cada emoção moral, ou grande ancia e inquie- tação, furor ou ao menos grande agitação ou grande timidez, terror e receio para as cousas presentes; disposição para cho- rar e gritar. Bryonia, quando por um trabalho ou um esforço qual- quer ao calor, ha plenitude dolorosa na cabeça; falta de appetite, ou mesmo náuseas, vomito e diarrhea; impossibili- dade de digerir o leite; agitação com tremor; oppressão da roupa nos hypocondrios; humor iracundo e colérico ; receio do futuro. Camphora, quando acon. , ou bell. , não bastão contra os resultados de um golpe de sol ou do calor do fogão. Carbo veg. , se qualquer escandessencia causa dores de cabeça, sobretudo peso, dores pulsativas e pressão acima dos olhos; dôr nos olhos, fazendo esforços para ver, etc. Silicea, quando o calor causa náuseas ou outras dores gástricas, e que nem antim. , nem bryon., são sufíicientes contra tal estado. fc2r> O abatimento, resultado de um tempo de trovoada, pesado e quente, sede, segundo as circumstancias, as mais das vezes a bry. , carb.-v., n.-vom., ou silic. CHÁ DA CHINA (dores pelo abuso do). —Principalmen- te empregar-se-ha : chin. , fer. , thui., coff. CHLOROSIS. — Vide cap. 20. CHOLERA. — Vide cap. j6. CHORÊA. — Vide espasmos. CÓLERA (resultado de uma). — Vide emoções moraes. CONGESTÕES SANGÜÍNEAS. — Vide os órgãos que podem ser por ellas atacados. CONSTITUIÇÃO e TEMPERAMENTO. — Demos junto com vários medicamentos algumas idéas geraes sobre as di- versas compleições e temperamentos para os quaes o medi- camento convém de preferencia. Reuuindo-as neste reper- — 12 — lorio debaixo de um só golpe de vista seria ainda para aug- menta-las, o que terá lugar em outra occasião. Porçni devemos prevenir o principiante em Homeopathia contra o inconveniente que haveria em bazear a escolha do remédio sobre indícios tão incompletos, nunca devendo por causa disso desprezar a reunião dos symptomas. CONTRACTURAS. — Vide arthrite e rheumatismo. CYANOSES. — Vide cap. 23. DANSA DE S. GUY. — Vide espasmos. DESFALLECIMENTO.—Os modicamentos que até agora forão empregados com mais suecesso contra as varias espécies de DESFALLECIMENTO, ACCESSO DE DESMAIO, FRAQUEZA HYSTERI- ca, hypothymia, syncope, sãoem geral: acon., amph., carb.-v., cham. , hep. , lach., mosch., n.-vom., phos.-ae, veratr, vip., c Se este estado fôr o resultado de medo ou de outra emo- ção moral, são sobretudo: acon. , cham. , coff. , ign. , lach. , op., ou veratr. Se é a violência das dores que o provoca: acon., ou cham. Se é causado pela menor dôr : hep., n. -mosch. Para as pessoas hystericas, principalmente: cham., coce, ign., mosch., n.-mosch. , n.vom., e também: ars. , e natr.-m. Manifestando-se depois de perdas debelitantes ou de grandes moléstias, sobretudo: carb.-v. , chin. , n.-vom. , ou veratr. Para as pessoas que fizerão abuso do mercúrio, principal- mente : carb.-v. , hep., lach., e op. Empregar-se-ha de preferencia em qualquer dos casos : Aconitum, quando ha: fortes palpitaçoes decoração; fer- vura do sangue e congestão na cabeça, susurro nos ouvidos e apparição dos accessos sahindo da posição deitada, com cala- frios e pallidez mortal do rosto até então vermelho. Carbo veg. , quando os accessos vem depois do somno; de manhãa levantando-se da cama, e mesmo na cama. Chamomilla, se com os accessos, ha vertigens, escurecei — 13 — dos olhos, dureza do ouvido, sensação de molleza e semsa- boria na boca do estômago, etc. Coefea, sobretudo para as pessoas sensíveis, e se o acon. não basta contra os accessos causados pelo medo. Hepar, quando os accessos vem de noite, precedidos de vertigens. Lachesis, quando ha : dores asthmaticas, vertigens, pallidez do rosto, escurecer dos olhos; náuseas , vômitos , dôr e pon- tadas na região do coração, suor frio, convulsões, caimbras dos queixos, rijeza e inchação do corpo e epistaxis. Moschus, quando os accessos dão principalmente de noite, ou ao ar livre, acompanhados de espasmos pulmonares, ou seguidos de dôr de cabeça. Nux vom. , quando os accessos tem lugar principalmente de manhãa ou depois da comida, como também para as mu- lheres peijadas, ou as pessoas cansadas por trabalhos intellec- tuaes, ou depois de bebidas espirituosas, e sobretudo, quando ha náuseas, palliz do rosto, scintillação ante os olhos, ou escurecimento da vista, dôr de estômago, anxiedade, tremor e congestão na cabeça ou no peito. Phosphori-ac , quando os accessos dão depois da comida, e que nux vom., não basta. Veratrum, se os accessos dão com o menor movimento, ou havendo antes, grande ancia, com desanimo e desespero; acompanhados os accessos de espasmo, aperto dos queixos, movimento convulso dos olhos das palpebras, etc. DESMAIO. — Vide desfallecimento. ECLAMPSIA. —Vide espasmos. ESFORÇOS (resultados do). —Vide fadiga. Emoções moraes (dores, resultado de). — Os melhores medicamentos contra essas dores, são em geral, acon. , bell., bry. , cham., coff., coloc , hyos., ign. , lach., merc, n.-vom., op. , phos. , phos.-ac , plat., puls. , staph. , stram., verat. Os resultados de um sobre-salto, de um pavor cedem as — ia — mais das vezes a acon., bell., hyos., ign. , lach. , op. , puls., samb. , veratr. Os resultados de uma demasiada alegria, pedem de prefe- rencia : coff., ou op. Os resultados de um pezar ou de uma affeição, principal- mente: ign., phos.-ae , staphys. , e também : ars. , graph. , e lach. Sendo da nostalgia, sobretudo: capsie , merc., phos.-ae, e também carb.-an. , ou aur. De um amor infeliz: hyos. , ign. , phos.-ae De uma mortificação : bell. , coloc , ign. , plat. , puls. , staph. De uma contrariedade ou de uma cólera: acon., bry. , cham., coloc, n.-vom. plat., staph. Entre estes medicamentos empregar-se-ha com preferen- cia : Aconitum, quando ha: dôr de cabeça, calor febril, con- gestão na cabeça grande susto (sobretudo nos meninos), ou se depois de um sobre-salto não se empregou logo o op. Belladona, quando ha allienação mental ou ancia conti- nua, com medo, gritos, pranto e maldade (nos meninos), e sobretudo, se depois de um sobre-salto, aconit., ou op. , não bastarão para restabelecer o doente. Bryonia, quando ha frio e calafrios por todo o corpo, grande irascibilidade, falta de appetite, náuseas., vômitos e dores billiosas, por resultado de uma cólera. Capsicum, se a nostalgia causa insomnia, com rubor e c calor das faces. Chamomilla, quando por resultado de uma cólera, ha amargura da boca, náuseas, vomiturição e vomito de maté- rias billiosas ; eólicas, diarrheas ; pressão na boca do estômago e no estômago; dôr de cabeça, febre com calor, sede, rubor da face e dos olhos, ancia, inquietação; ictericia; tosse; pal- pitação do coração ; respiração curta, espasmos pulmonares, — 15 — e accessos de suffbcação; ou se nos meninos, ha convulsões e dores asthmaticas; ou se o doente, depois de uma cólera, bebeu e comeu, e teve uma indigestão. Coffea, quando depois de uma grande alegria, o systema nervoso se acha attacado com tremor, disposição ao desmaio, sobretudo nas mulheres e nos meninos; ou se depois de uma cólera o doente tomou a cham o mi lia de infusão. Colocynthis, quando depois de uma indignação ou morti- (icação, ha eólicas espasmodicas, caimbras nas barrigas das pernas, náuseas, gosto e vômitos amargos, insomnia, etc. Hepar, se os meninos, depois de uma cólera, chorão muito tempo sem quererem aquietar-se, não sendo bell. , sufficiente para acalmar este estado. Hyoscyamus, quando depois de um sobresalto, ha: estupi- dez, deglutição difíicultosa, convulsões, sobre-saltos ou risos involuntários durante o somno, vontade de fugir, etc., e ainda quando depois de um amor infeliz, ha grande ciúme, divagações, etc. Ignatia, contra os resultados de um pavor, de uma mortifi- cação, de uma afflicção ou de um pezar, sobretudo, depois da perda de um amigo, de um parente, ou depois de um amor infeliz, quando ha: pezar profundo, roedor e insuperável, vomito, dores gástricas, dôr de cabeça, vertigens, pallidez do rosto, ou talvez lambem convulsões ou accessos de epi- lepsia, sobretudo nos meninos depois de um sobre-salto ou medo. Mercurius, contra os resultados recentes ou pertinazes de um sobre-salto, ou de uma mortificação, como também con- tra a nostalgia, e sobretudo quando ha : grande ancia, tremor e agitação, sobretudo de noite, fervura de sangue com o menor esforço, insomnia, impossibilidade de soffrer o calor da cama; grande susceptibilidade nervosa, humor queixoso que faz com que o doente se queixa de todos, mesmo dos seus; vontade de fugir, arripio continuo, suor toda a noite. — 16 — Nux vom. , contra os resultados de uma cólera, com frio geral, e quando a bry. , não foi sufliciente, ou se o doente tomou a camomillã de infusão, ou bcb3u ou comeu, depois da cólera, não tendo sido sufliciente cham. , para o resta- belecer totalmente. Opium, depois de um sobresalto com pavor ou alegria, póde-se administrar immediatamente, sobretudo se ha dores na testa, vertigem ou mesmo desmaio, calor e suor na cabeça com frio do corpo, congestão de sangue na cabeça, arrotos ou vômitos azedos, grande ancia e peso no ventre ; diarrhea ou evacuações involuntárias; oppressão do peito e dyspnea; accesso de desmaio; accesso de convulsões, ou mesmo de epi- lepsia; tremor, gritos, ou somno comatoso, com ronqueira; rijidez espasmodica do corpo; calor interno com frio do cor- po e suor frio. Phosphori-ac, contra os resultados de um pezar profundo, amor infeliz, da nostalgia, finalmente em todos os casos em que ignat. não é sufliciente, e sobretudo quando ha humor taciturno, lacônico, espirito obtuso, estúpido; queda e enca- necimento do cabello; febre hectica com suores matutinos abundantes; vontade de dormir continua, etc. Platina, se, por resultado de uma cólera ou mortificação; ha indifferença, tristeza alternando com risos; orgulho com desprezo dos outros; grande anxiedade e medo da morte, e sobretudo se, nas mulheres, o systema uterino se acha ao mesmo tempo attacado. Pilsatilla, contra os resultados de um sobresalto, carac- terisando-se por diarrhea com calor no ventre e frio nos membros, ou contra os resultados de uma cólera, nas pessoas ordinariamente de um gênio brando, ou se depois de se ler encolerisado, o doente tomou a camomillã em lizana, se be- beu ou comeu, e que cham., não fora sufliciente para o res- tabelecer. Sambucus, se, depois de um sobre-salto ou de v\m pavor, ha — 17 - írio geral do corpo, tremor, estremecimentos convulsos, oppressão do peito, somno comatoso com ronqucira, e não sendo opium sufliciente contra este estado. Staphysagra, contra os resultados de uma cólera, sobre- tudo se ha indignação e despeito, á ponto de atirar com vio- lência o que se tem na mão ou com o que se acha na sua frente (sobre a mesa); máo humor, inquietação e medo; ou se por resultado de um pezar profundo, ha tristeza com dis- posição a enfadar-se por qualquer cousa, grande receio do futuro, somno de dia e insomnia de noite ; cahida do cabello, palavra fraca e languida; humor hypochondriaco. Yeratrum, se por resultado de um pavor oumedo, ha diar- rhea ou evacuações alvinas involuntárias, com frio geral do corpo. ENVENENAMENTO. — Vide cap. 2G. EPILEPSIA. — Vide espasmos. ESTUDOS (resultados de um excesso de estudo). — Vide FADIGA. FRAQUEZA. —Em muitos casos a fraqueza não é, na verdade, senão um symptoma de outra moléstia, com cuja cura voltão as forças. Porém, muitas vezes, também a fra- queza é a origem de muitas dores, e mormente quando ella é causada por perdas de humores, excessos no coito, grandes moléstias agudas e outras causas debililantes; e é então que cumpre combalê-la directamente por meios em analogia com o todo do estado. Para a fraqueza por perda de humores, é china que é o remédio o mais eflicaz; porém muitas vezes poderá se em- pregar: calc. , carb.-v., cin., lach., n.-vom., phosph.-ae , sulf., e veratr. A fraqueza por excesso no corro acha igualmente um de seus primeiros remédios em china; porém, se o mal é chro- nico e que a causa tenha influencia desde muito tempo no doente, convém ter ainda em vista oulros medicamentos 3 — 18 — laescomo: calc, n.-vom., phos.-ac, sil., staph., e sulf., e também, arn., anac, carb.-v., con., merc, natr.-m., phos., e sep.-calc é sobretudo indicado, se cada vez depois do coi- to, ha grancíe cansaço, tremor das pernas, cabeça cansada e dolorida. Staphys, se o doente se lastima de seus vicios com dores asthmaticas cada vez depois do coito e humor hypo- condriaco. Os resultados da masturbaçÃo ou onanismo pedem na maior parte dos casos n.-vom., seguida de sulf. e de calc , se chin. , phos.-ac , ou staph., não bastão. Também i»ão pro- veitosos, carb.-v., con. , coce , natr.-m. , n.-mosch. , ephos. Para tirar o gosto deste vicio, consultar-se-ha sobretudo: sulf. , e cale , como também chin. , coce , merc. , phos. , ant. , carb.-v. , plat. , e puls. Para a fraqueza depois de grandes moléstias agudas são principalmente: chin., hep.} sil. e veratr., e também : cale, kal., natr.-m., phos.-ae, e sulf. É sobretudo quando o doente foi sangrado muitas vezes que é preciso empregar em primeiro lugar chin. A fraqueza dos mancebos que crescem rapidamente acha muitas vezes remédios cm phos.-ae FADIGA por esforços corporaes ou intellectuaes. Os medicamentos os mais eflicazes contra um trabalho forçado qualquer, são em geral: acon. , arn., bry., calc. , carb. -v., chin., coce , coff. , ipec. , merc. , n.-vom. , puls. , rhus. , silic., veratr. Para a fadiga por trabalhos corporaes, são sobretudo: acon. , arn., bry. , calc., chin. , coce , coff. , merc , rhus. , silic. e veratr. Para a fadiga por vigílias, principalmente : carb.-v. , coce, n.-vom., puls. Para os resultados de estudos forçados, sobretudo : bell., calc. , lach., n.-vom. , puls. e sulf. — 19 — Para os resultados de uma vida sedentária, principal- mente : n.-vom. e sulfur. Entre esses medicamentos empregar-se-ha de prefe- rencia : Aconitum, quando depois de um trabalho escandescente, ha pulso cheio e accelerado, respiração arquejante, hálito cur- to, tosse, pontadas de lado e dores nos membros. Arnica, quando as pontadas de lado, depois de um tra- balho penoso, não querem ceder a acon., ou que, depois de uma marcha forçada, ha dores de pisadura ou choque nos membros, sobretudo nos músculos, com inchação e dôr nos pés. Belladona, contra dores de cabeça e cerebraes, causadas por estudos forçados. Bryonia, quando acon. não fôr sufliciente contra os re- sultados de uma escandescencia ou de uma larga carreira, c que as pontadas de lado não querem também ceder a arn. Calcarea, quando o menor esforço, e mesmo a conver- sação, cansão muito, e que nem coce nem veratr. forão suf- íicientes ; como também causando a menor fadiga inlellec- lual dores de cabeça. Carb. veg. , contra o abatimento depois de excessos noc- turnos, sobretudo quando ha: cephalalgia pressiva ou pulsa- tiva, melhorada com o ar livre; náuseas sem outras dores ; evacuações líquidas e pallidas. China, depois de esforços corporaes, com grande transpi- ração, e sobretudo nas pessoas que já forão enfraquecidas por suores ou outras perdas debilitantes. Cocculus, contra os resultados de um trabalho penoso, ou de vigílias prolongadas, mormente quando ha : grande fra- queza com prompta fadiga pelo menor trabalho, ou por qual- quer privação de somno; cabeça tremula e como oca, calor passageiro no rosto; olhos com olheiras, seceura da boca, repugnância aos alimentos, arrotos, náuseas por accessos — 20 — com fraqueza a ponlo de desmaiar, plenitude no estômago, oppressão do peito; aggravação com o ar livre, a conversa- ção e o café ; grande tristeza, sobresallos dormindo e so- nhos anciosos. Coffea, contra a fadiga por resultado de um trabalho cor- poral com falta de sustento. Ipecacuamia, quando, por resultados de vigílias prolon- gadas, ha dores de cabeça, náuseas com vontade de vomitar, e sobretudo quando o doente oslá obrigado a prolongar ainda suas vigílias. Mercurius, contra os resultados de um trabalho incandes- cente, e sobretudo quando ha fervura de sangue com o me- nor esforço, com congestão na cabeça, no peito ou no rosto. Nux vom. , contra os resultados de vigílias prolongadas, de estudos forçados e de uma vida sedentária, e sobretudo para as pessoas que para excitarem as forças, tomarão café, vinho e outras bebidas espirituosas; ou quando ha : cephalagia com congestão de sangue na cabeça, obnubilação, peso na testa mechendo com os olhos, c abalos dolorosos no cérebro a cada passo; rosto pallido e concavo, ou côr do rosto térrea; dores gástricas, vontade de vomitar ou inércia dos órgãos abdominaes; tosse e odontalgia nervosas; aggravação das dores com o ar livre; aversão para o movimento e o passeio ; sensibilidade de todo o systema nervoso; estremecimento, cansaço, hypocondria e máo humor; temperamento vivo c colérico. Pulsatilla, contra a fadiga por estudos forçados, ou con- tra os resultados de vigílias prolongadas, mormente nas mu- lheres, e principalmente se ellas se não podem deitar senão de manhãa, ou havendo obnubilação da cabeça, estado de embriaguez, ou sensação como se o craneo estivesse ôco c a cabeça mui leve, ou peso na cabeça com photophobia; melhoramento das dores com o ar livre; gênio brando c fácil. — 21 — Rnus tox. , quando, depois de ter levantado ou carregado pesos, ou depois de qualquer outro trabalho penoso, ha do- res em todas as articulações, mormente ao principio do movimento ou no descanso. Silicea, quando, por resultado de uma longa carreira, ha respiração curta, com aggravação pelo andar ou subindo, e com tosse c cxpectoração de viscosidades. Sulfur, quando, por resultado de uma vida sedentária, de estudos forçados ou de vigílias prolongadas, ha grande fadiga da cabeça, humor hypocondriaco, dores gástricas, dyspepsía c constipação, e que n.-vom. não baste. Veratrum, quando, por resultado de esforços corporaes, ha grande fraqueza, e que o menor trabalho cansa a ponto de fazer desfallccor. GLÂNDULAS (aflecções das):—Os medicamentos empre- gados até hoje com mais suecesso são : aur. , bar.-e , bell., cale , carb.-v., cham. , cist. , con. , dulc , hep., lyc , merc , nitr.-ac , sil., spong., staph. e sulf. Entre estes medicamentos empregar-se-ha de preferen- cia : Aurum, contra o enfarte e a ulceração das glândulas ingui- naes, pelo abuso do mercúrio, e mesmo por causa syphili- lica. Baryta, principalmente contra o enfarte, a inflammação ou enduração das glândulas da nuca e do pescoço, e sobre- tudo se ao mesmo tempo ha crostas seccas na cabeça e no rosto. Belladona, contra enfartes inflammatorios das glândulas e. vasos lymphaticos, formando cordões e raios vermelhos e lustrosos, com nodosidades, calor das partes atacadas, e do- res tensivas e latejantes; e também contra o enfarte e a ul- ceração, ou a enduração das glândulas inguinaes ou das do pescoço; e tumores frios.—Depois de bell. convém muitas ve- zes: dide, hep, , merc , rhus., ou c.ale, n.-vom. e sulf. — 22 — Bryonia, contra o enfarte das glândulas subcutaneas, for- mando pequenas nodosidades duras debaixo da pelle. Calcarea, contra o enfarte e a enduração das glândulas submaxillares, axillares e inguinaes, como lambem do pes- coço, das parotides e das glândulas do rosto, e mesmo com otorrea o dureza de ouvido; contra os tumores frios, e o en- iarte das glândulas do mesenterio. -È sobretudo depois de sulfur, que calcarea se acha indicada. Cabbo veg. , sobretudo contra a enduração das glândulas axillares e as nodosidades nos peitos. Chamomilla, contra o enfarte inflammatorio e doloroso das glândulas submaxillares e das do pescoço, e lambem contra a enduração das glândulas mamarias nos recém-nascidos Cistus, contra o enfarte e a ulce-açSo, sobretudo das glan- dulas submaxillares com caria dos queixos. Conium, contra as affeições das glândulas, por resultado de uma contusão, endurações csquirrosas e tumores frios Dulcamara, contra os tumores frios, e lambem contra a mflammação e enduração das glândulas inguinaes, ou das do pescoço ou da nuca, com dores tensivas e traclivas.-É sobre- tudo depois de bellad. ou merc. que dulc. deve empre- gar-se. r ^ST""' C°mra ° C"farle escrof"los« *• Sl^dulas do Hep»», cernira a ulceraçao, mormente das glândulas axil- Zlrl mê'lmaeS^ ' S°brCl"d0 ter- mittentes por: ars., dulc., fer. , mer. , sol.-nig. e sulS.. As afleições hydropicas por resultado de perdas mbili- tantes por: chin. , fer. , merc. e sulf. As afleições hydropicas das pessoas dadas ás bebidas espi- rituosas por: ars. , chin. , hell. , led. , rhus. e sulf. As afleições hydropicas pelo abuso do mercúrio por chin.. dulc , hell. e sulf. Em geral empregou-se : Arseniclm, contra anazarca, hydrothorax, ascite e edema dos pés, e sobretudo quando havia côr térrea ou pallida c verde da cutis, sobretudo no rosto; grande fraqueza e prostra- ção de todas as forças ; lingua secca e vermelha ; grande sede ; dores asthmaticas, com accessos de suflbcação estando dei- tado de costas, extremidades frias, dores cruéis nas costa?, rins e nos membros. Bryonia, contra anazarca e edema dos pés, com augmento da inchação de dia, diminuição de noite. Camphora, contra anazarca, com ourinas vermelhas for- mando um sedimento espesso. Cantharidas, contra affeições hydropicas dependentes de uma atonia dos órgãos ourinarios, com estranguria, tenesmo do collo da bexiga, dôr nos membros, coryza chronico, etc. China, contra anazarca e ascite, mesmo nas mulheres ido- sas. Este medicamento convém sobretudo quando ha lesões orgânicas do fígado e do baço, bem que ars. e fer. conve- nhão também em tal caso. — 25 — Convolvulus, contra a inchação edematosa de toda a espé- cie ; assim conto contra outras affeições hydropicas, com cons- tipação, dores abdominaes e fraqueza. Digitalis, contra ascite, anazarca e hydrothorax, mor- mente com affecção orgânica do coração e pulso accelerado. Dulcamara, contra anazarca, e mórmenlo depois da sup- pressão de uma transpiração por um frio humido, ou quando ha grande calor noclurno ; com grande agitação, ourinas raras e fedorentas, sede, anorexia, caduquez, etc. Helleborus, conlra anazarca, ascite, hydrothorax, etc , sobretudo contra as hydropisias agudas , e quando ha grande fraqueza, somnolencia comotosa, symptomas febris, dores latejantes nos membros, evacuações diarrheicas, ge- latinosas, secreção das ourinas quasi supprimida, etc. Kali, contra ascite e outras affecções hydropicas, mesmo nas mulheres idosas. Lactuca, conlra anasarca, com inchação excessiva dos pés, do ventre e das palpebras. Ledum, contra hydropisia, com dores em todos os membros, e seccura da culis. Mercurius, contra ascite, hydrothorax e anasarca aguda ou chronica, ás vezes com affecções hepaticas, oppressão do peito, calor e suor geral; tosse continua, curta e forte ancia, etc. Phosphorus, contra hydropisia com inchação edematosa das mãos, dos pés e do rosto. Prunus , contra ascite e hydropisia geral. Rhus , sambucus e solanum nigrum , contra hydropisia geral. HYPOCONDRIA. — Vide Cap. 4o. HYSTERIA. — Vide Cap. 20. ICTERICIA. - Vide Cap. 16. INDIGESTÃO (resultados de uma). — Vide Cap. i5. INDURAÇÕES ou durezas. — Os melhores medicamen- k — 26 — tos parecem ser: bry., carb.-a., carb.-v. , con., dulc. , iod., kal. , n.-vom., ran. , rhus. , sep. , sil. , spong. e sulf Para as durezas esquirrosas são principalmente : bell. , carb. e carb.-v., cham., con., magn.-m., n.-vom., phos., sep., sil., staph. e sulf. fc2?* Comparai : glândulas, e cap. 2o, carcinoma. INFLAMMAÇÕES. — O melhor antiphlogistico que pos- sue a homeopathia é, indubitavelmente, o aconitum, e em muitos casos de inflammações agudas este medicamento far- se-ha senhor da moléstia; porém também não se deve pen- sar que se possa administra-lo em todos os casos como espe- cifico infallivel; pelo contrario, se o acon. deve fazer bem , cumpre que elle seja indicado pela reunião dos symptomas, assim como qualquer outro medicamento. Por isso ha, com- effeito, muitas moléstias inílammatorias (e principalmente aquellas em que a antiga escola prohibe ella própria as eva- cuações sangüíneas), em que seria tempo perdido o empre- gar o acon. Porém, d'outríi parte, os casos em que este medi- camento é quasi indispensável, são as inflammações das membranas serosas com grande calor febril, pulso duro e accelerado, etc. Aconitum é para as inflammações agudas, o que sulfur é para as inflammações chronicas, de sorte que aquelles que, na base de qualquer moléstia chronica, vêem uma inflammação oceulta de um órgão qualquer, terão tan- tos motivos para se darem conta da cfíicacia extensa do en- xofre, como aquelles que nella não vêem senão um vicio psórico. Porém, de mesmo que o acon. não convém para todas as inflammações agudas, assim o enxofre não convém lambem para todas as inflammações chronicas; c cumpre que, antes de administra-lo se certifiquem pelo exame dos symptomas, se é realmente indicado ou não. Vide demais as inflammações loeaes particulares em seus orgãosrespectivos,ecom/?.: febresinflammatorias. (Cap. 4o.) LESÕES MECHANICAS. - Vide Cap. 2°. — 27 — MARASMO. — Os melhores medicamentos contra as di- versas espécies de marasmo são, em geral: ars. , bar.-c. , bell. , calc. , chin., cin. , fer. , graph., lach. , sil. , sulf., veratr. , como também : ant. , arn. , carb.-v. , hep. , ipec. , lyc , natr. , natr.-m., nitr.-ac , n.-mos. , phos. , phos.-ae , plumb. , rhus., staph., etc. Para as differentes causas de que o marasmo pôde depen- der, e os medicamentos que lhe dizem respeito, vide os arligos : emoções moraes , fraqueza , fadiga , humores (perda de), etc. , e comparai: atrophia , phthisica , febre ética , etc. Para o marasmo senil, são principalmente: bar.-c , con., op. , phos. e secai. , que merecem ser consultados. MEDICAMENTOSAS (moléstias). — Vide Cap. 26. MERCÚRIO (dores pelo abuso do). — Vide Cap. 26. NARCOTISMO. - Vide Cap. 26. NERVOSAS (fraqueza sobre excitação e grande sensibi- lidade). — Os melhores medicamentos contra a fraqueza e excitação do systema nervoso são, em geral: acon. , cham., chin. , coff. , n.-vom. , puls., mgs. , are , hep., ign. ,nitr.-ae, teucr., valer, e veratr. Se este estado é o resultado de estudos forçados, de vi- gílias prolongadas, ou de uma vida sedentária, são prin- cipalmente : n.-vom., sulf., calc , carb.-v., coce , lach., puls. e mgs.-are Se provém do abuso do mercúrio, são sobretudo : carb.-v., cham. , hep. , nitr.-ac. e puls. Depois de substancias narcóticas, sobretudo: cham., coff., merc. , n.-vom. , etc. Pelo abuso do café, principalmente : cham., ign. , merc, n.-vom. e sulf. Em geral podem ser empregados de preferencia : Aconitum, mormente para os mancebos (e sobretudo para as jovens) plethoricos e de vida sedentária, 011 quando ha — 28 — sensibilidade excessiva com a menor dôr, insomnia com agi- tação e jactação, grande sensibilidade dos órgãos da vista c do ouvido, a ponto de não poder supporlar nem a minima claridade, nem a menor bulha ; rubor das faces, congestão na cabeça, palpitarão do coração, etc Cuamomilla, grande sensibilidade para as dores, com dis- posição a desmaiar pela menor dôr; humor inconsolavel com agitação, gritos c pranto; gênio iracundo e rixoso; rosto alternadamente pallido e vermelho, ou calor e rubor de uma das faces com frio e pallidez da outra, etc. China, quando ha: grande fraqueza com tremor, aversão para o trabalho do corpo e do espirito, grande sensibilidade de todo o systema nervoso, com susceplibilidade excessiva nas correntezas de ar; somno tardio, ou insomnia por af- fluencia de idéas; sonhos peniveis que agitão ainda depois de acordado; transpiração fácil, humor hypocondriaco. Coffea, quando ha: insomnia, sobre excitação moral, despeito e máo humor, ou demasiada alegria ou vivacidade, sensibilidade excessiva pela menor dôr. Nux vomica, quando ha: irritabilidade e sobre excitação nervosas excessivas, demasiada sensibilidade de todos os órgãos, disposição á espintar-se, auxiedade, vontade de estar deitado, repugnância para o ar livre, e o movimento, humor rabujenlo, gênio arrebatado e obstinado. Pulsatilla, nas mesmas circnmstancias que n.-vom. ; po- rém sobretudo nas mulheres, ou nas pessoas de um gênio brando e fácil. Magnes arct. , quando ha : sobre excitação com tremor, agitação com inquietação nos membros, inchação do ventre, ancia e inquietação moral, e grande fraqueza nervosa. f$p?* Quanto ao resto dos medicamentos citados, vide sua pathogenesia. NEVRALGIAS. —• Os melhores medicamentos são, em geral: acon., arn., ars., bry., cham., chin., coff., hep., — 29 — ign. , merc. , n. vom. , puls. , rhus. , veratr. , e também : caps. , coloc , con., kal. , magn., mez., phos. , ruta. , sep., spig. , slann., staph. , thui., valer., verb. Se as dores forão causadas pelo café, são principalmente : cham. , coff. , ign. e n.-vom. As nevralgias por resultado de um resfriamento, reclamão sobretudo: acon., coff., cham., chin,, hep., merc,puls., rhus. As nevralgias nas pessoas plethoricas, sobretudo: acon., arn., bell., merc, n.-vom. Nas pessoas sensíveis e nervosas, principalmente: acon., ars., bry., chám., chin., coff., hep., ign., valer., veratr. As nevralgias por abuso do mercúrio, sobretudo: arn., cham., chin., hep. e puls. Em geral empregar-se-ha : Aconitum, quando ha: dores insupportaveis, sobretudo de noite, dores latcjantes e pulsativas, calor febril, .gemidos, queixas, anxiedade inconsolavel, ou mesmo medo da morte; sede, rubor das faces, pulso fraco e accelerado; grande sen- sibilidade de todo o systema nervoso, e sobretudo dos órgãos da vista e do ouvido; insomnia, agitação. Arnica, quando ha: picada formicante nas partes atacadas, com agitação e inquietação que obriga» a movê-las constan- temente ; aggravação das dôrcs pelo menor esforço, e mesmo pela mais pequena bulha. Arsenicum, quando as dores são ardentes e cruéis, mani- festando-se principalmente de noite, e mesmo duraute o somno, ou quando são tão insupportaveis que causão um desespero furioso; quando ha ao mesmo tempo grande an- cia, fraqueza excessiva com precisão de se deitar, inlermit- tencia dos accessos de dores, sensação de frio na parle doen- te, aggravação no descansq,depois de exercícios prolongados, ou de noite na cama, ou depois da comida; allivio pela ap- plicação do calor exterior. Belladona, quando ha : dores latejantcs, ardentes, aggra- — 30 — vadas por qualquer movimento, luz e hulha, assim como pela menor commoção, e mesmo pelo andar das outras pessoas; accesso diário das dores, desde o meio dia até depois de meia noite; aggravação pela correnteza de ar, pelo calor da cama, etc. Bryonia, dores pressivas e cruéis, latejantes, ou como por uma ulceraçao subeutanea; aggravação pelo movimento do corpo, allivio muitas vezes pelo da parle molestada; gênio iracundo e colérico ; disposição a affecções rheumatis- maes, etc. Chamomilla, dores cruéis o pulsativas, com sensação de torpor nas partes atacadas, sensibilidade excessiva que torna a menor dôr insupportavcl; perda das forças a ponto de desmaiar ao primeiro accesso das dores; rosto inchado, ou rubor de uma das faces com pallidez da outra; suor quente na cabeça, mesmo nos cabellos com agitação, gritos, pranto e humor iracundo e richoso. China, quando ha : sensibilidade excessiva da cutis. aggra vação das dores com o menor contado, sensação de torpor e de fraqueza paralylica na parte doente, dores pressivas, máo humor , gênio descontente , temperamento sensual , rosto pallido com rubor e calor passageiro, grande loqua cidade, ou agitação nocturna; é sobretudo, depois de coffea que este medicamento será muitas vezes empregado com suecesso. Coffea, dores insupportaveis, humor chorão, desalento completo com agitação, gritos, grande ancia ; horror do ar livre, grande sensibilidade dos órgãos, e sobretudo do ou- vido que torna a menor hulha insupportavel. Depois áecoffea, achar-se-ha muitas vezes indicado : n.-vom., ignat., chin., ou puls. Hepar, dores de chaga ou de ulceraçao subeutanea que se aggravão com o menor conlacto; accesso de desmaio com a menor dôr, mormente de noite. — 31 — Ignatia, dores cruéis, ou pressão do interior para o ex- terior, ou lerebração latejante, pallidez do rosto, ourinas ;iqueas, allivio momentâneo mudando de posição; renovação dos accessos depois da comida, de noite depois de deitado, ou de manhãa depois de se ler levantado; humor inconstan- te com disposição a espantar-se, ou humor triste, taciturno; temperamento brando, sensível. Mercurius, para as pessoas sujeitas a rheumatismos com suores nocturnos, dores cruéis e lalejantes, aggravação noc- turna, sensação de frio nas partes doentes, grande fraqueza, fervura de sangue com o menor esforço, rosto pallido, ou rubor passageiro do rosto, ou manchas vermelhas nas faces. Nux vom. , para as pessoas dadas ás bebidas espirituosas ou ao café, de um temperamento vivo e colérico, com rosto vermelho; assim como para as pessoas que tem uma vida sedentária e recolhida; dores tractivas ou lalejantes, appa- recendo, ou aggravadas de manhãa na cama, depois da co- mida, ou de noite; assim como no ar livre e frio, lendo e meditando. Pülsatilla, dores cruéis ou lalejantes c pulsativas, de um lado só, aggravadas de noite depois de deitado, ou de manhãa levantando-se, como também no descanso, e mormente na postura sentada, melhoramento com o ar livre, sobretudo nas mulheres e ás pessoas de um gênio brando, tímido t- Iranquillo com a côr do rosto pallida e disposição friorenta. Rhus, dores formicantes e ardentes, ou dores tractivas e de ulceraçao subeutanea; aggravação das dores no descanso e com o ar livre; melhoramento com o movimento e o ca- lor, temperamento Iranquillo, disposto á melancolia e á tristeza, ou a accessos de anxiedade. Veratrum, dores violentas que fazem perder a razão e pro- vocão o delírio, ou dores com fraqueza a ponto de desmaiar e suor frio; frio geral do corpo com sede; aggravação pelo — 32 — calor da cama, e de noite, perto de amanhecer ; melhora- mento levantando-se c andando. $C^ Para os outros medicamentos que se devem empre- gar, vide sua pathogenesia e comparai os artigos: cepiialalgia, otalgia, odontalgia, prosopalgia, etc. , em seus capitules respectivos. ONANISMO ou masturbação. — Vide fraqueza. OSTEITE e outras doenças dos ossos. — Os medicamen- tos empregados até hoje com mais suecesso, são : ang., asa., aur., bell., calc, crotal., dulc, lyc, merc, mez., phos., rut., sep., silic, sulf; e também : chin., hep., nitr. -ac, phos. ac, rhus., staph. Desses medicamentos deu-se principalmente : Angnstura, contra: caria, e mormente nas pessoas que tem abusado do café, ou que tem um desejo doentio do mesmo. Asa, contra : exostoses, caria e necrosis, sobretudo nas per- nas ou braços, assim como contra a brandura dos ossos. Aurum, contra: exostoses e outras moléstias dos ossos, pelo abuso do mercúrio, c mormente conlra a caria dos ossos do nariz. Belladona, conlra: exostoses na testa com caria do pala- dar, assim como contra um desvio da columna vertebral. Calcarea, contra : desvio da columna vertebral e dos ossos longos dos membros; inchação das articulações; brandura dos ossos; aberturas no craneo lentas a fecharem-se nas crian- ças, craneo nimiamente volumoso ; exostoses c carias nos braços e nas pernas; necroses. CROTALUS CASCAVELLA parece destinada a ser o mais importante recurso conlra as exostoses syphiliticas ou mercuriaes, mas sobretudo contra as que são produzidas pelas duas causas reunidas ; complicação terrível que Hahnemann declarou acima dos recursos da arte, e que daph., mez. e arg.-fol. não podem ás vezes curar completa- mente. A cascavel é talvez destinada a destruir esse horrível — 33 — flagello; c, como este meio, quantos possue o Brazil, que são preciosíssimos ! Dulcamara, contra: exostoses com ulceras no brajço, por resultado de uma sarna repercutida. Lycopodium, contra: exostoses, osteile e caria, nas pessoas- cscrofulosas. Mercurius, conlra: exostoses, caria, dores osteocopes, etc. Mezereum, contra : exostoses nas pernas e nos braços nas pessoas cscrofulosas. Phospuorus, contra : exostoses no craneo, com dores cruéis e penetrantes, o inchação da clavicula, Pulsatilla, contra: desvio da columna vertebral, com aber- turas no craneo nas crianças. Rita, contra: dores osteocopes e affecções do periosteo, ou mesmo caria, por resultado de lesões mecânicas. Sepia, contra: exotoses e caria nas pernas c nos braços. Silicea, contra: exotoses, caria, necroses, aberturas no craneo lentas a se ossi ficarem, e quasi todas as moléstias dos ossos. E este, assim como calc, o remédio o mais efficaz nas affecções dos ossos. Sulfur, contra : desvio, brandura, inchação, caria, c outras affecções dos ossos. Empregar-se-ha com muito suecesst antes de calc. no principio da cura. PARALYSIAS. — Os medicamentos que até hoje tem-se mostrado mais eflicazes, são: caus., coce, n.~vom. e rhus., e lambem: arn., bar.-c, bell., bry., dulc, fer., lach., led.y lyc, oleand., ruta., silic, stann., sulf, zinc. Para as paralysias por resultado de uma apoplexia, são sobretudo: arn.t bar.-c, bell., n.-vom., stann. e zin., ou ainda: anac, con., lach., laur. e stram. As paralysias por resultado de fraqueza, por perda de humores, pedem sobretudo: bar.-c, chin., fer. e sulf. As paralysias por causa rheumatismal, sobretudo: arn., fer. e ruta, ou ainda: bry., caus., lyc. e sulf. 5 — 34 — Por resultado de repercussão de uma erupção, ou de secreçâo mórbida: caus. e sulf. PEZAR (resultados de um). — Vide emoções moraes. PLÉTHORE. —Os medicamentos mais eflicazes, sao: acon., arn., bell., cale, hep., merc, sen. POLYSARCIA. — São principalmente: ant., ars., baryt.-c., calc. e sulf, que devem ser empregados contra a disposição a engordar demasiadamente. RACHITISMO. — Em geral empregou-se até hoje com maissuecesso: asa., bell., calc., lyc., merc,puls., silic., staph., sulf, mez., nitr.-ac, petr., phos., phos.-ac. e rhus. Para o desvio da columna vertebral, são sobretudo: bell., calc, puls. e sulf, que tem sido empregados com mais sue- cesso. Para a curvatura dos ossos cylindricos e a iNcnACÃo das articulações, emprega-se: asa., calc, silic e sulf. Contra o volume kimiamente considerável da cabeça nas crianças, com aberturas no craneo que tardão a fecha- rem-se, são: calc, puls. e silic, que são os mais eflicazes. fcT^ Vide também as escrofulas e moléstias dos ossos. RINS (resultado de um geito nos). — Vide Cap. 2°, le- sões mecânicas. RESFRIAMENTO (resultados de um). — Os principaes medicamentos, são em geral: acon., coff., cham, dulc, merc, n.-vom., puls., sulf, ars., bry., cale, carb.-v., ipec. e sil. Sc as affecções, por resultado de um resfriamento, são agudas e dolorosas, empregar-se-ha sobretudo : acon., ars., bell., cham., coff., n.-vom. e puls. ; porém, quando as dores são poucas, são, pelo contrario: dulc. e ipec, que na maior parte dos casos serão convenientes. As dores obstinadas ou chronicas, por resultado de um resfriamento, pedem quasi sempre: carb.-veg., calc, silic. e sulf. Os resultados de um resfriamento na acua, ou por um — 35 — frio husíido, pedem principalmente: cale, dulc., puls. e sulf, e também: ars., carb.-v., n.-mosc, rhus. e sassap.; e contra as dores causadas pelos banhos cmpregar-se-ha: antim., calc, carb.-v. e sulf. Os resfriamentos do estômago causados por fructas, xaro- pes nevados, ou ácidos, cedem habitualmente: a puls. e ars. Os resultados de uma erupção supprimida pelo frio re- clamão de preferencia: ipec. ou bry.; sendo de uma defluxão supprimida : chin. ou lach., ou puls., e de uma transpiração suspendida: bell., bry., cham., chin., dulc. ou sil. Para as pessoas que constipão-se facilmente, porque suão muito, são convenientes: carb.-v., chin., hep., merc., phosph.-ac Quanto á disposição a constipar-se mui facilmente, é sobre- tudo por carb.-v., calc e sil., administrados por intervallos de G, 8 e 10 semanas, que se conseguirá combatê-la; se todavia a compleição e as outras moléstias do doente não se dão melhor com: bell., chin., coff., dulc. e nux.-vom. Para as pessoas que com o menor ar frio adoecem, são sobretudo: bryon., cale, carb.-v., merc, rhus tox. e veratr., que merecem a preferencia, assim como nux vom. ou cham., quando qualquer ar frio causa arripios, c ars. se o frio em geral provoca as dores. A grande sensibilidade no vento cede sobretudo, á : carb.-v., lach. ou lycop. , sendo nas correntezas de ar , á : bell., calc, sil. e sulf, e no ar frio da noite, á: carb.-v. merc. e sulf. Os resfriamentos por um tempo áspero e humido achão principalmente um remédio em: calc, carb.-v., dulc, lach., rhodod., rhus. ou veratr.; sendo por um tempo de trovoada, cm: bry., rhod., sil.; c por mudança de tempo, em: calc, carb.-v., dulc, lach., mei'C, rhus., sil., sulf. e veratr. (Quando o tempo muda do calor para o FRio,é sobretudo: dulc que é preferivel; cmquanlo as mudanças do frio para o calor reclamão mais vezes carb.-veg.) — 36 — Os resfriamentos na primavera, reclamão freqüentemente} carb.-v., rhus. e veratr.; sendo no verão, principalmente: bAL, bry., carb.-v. c dulc; e no outono, sobretudo: merc, rhus. c veratr. Os resfriamentos no inverno pedem, quando faz um frio sneco, mormente: acon., bell., bry. ou cham., ipec, nux vom. c sulf, c sendo por um frio humido, serão convenientes: ilulc e vei'atr. Quanto ás affecções particulares causadas por um resfria- mento, empregar-se- ha de preferencia : Aconitum, quando ha: odontalgia, prosopalgia ou outras nevralgias, com dôr de cabeça, congestão de sangue na mesma, susurro nos ouvidos, pulmoeira nos membros, grande calor febril, desalento com agitação e jactaçao, etc. Antimonium, contra: dores de cabeça ou gástricas com falta de appetite, náuseas, repugnância, etc. Arnica, contra: dores nos membros, dores rheumatismae9 ou arlhriticas. Arsenicum, sobretudo havendo incommodos aslhmaticos ou gástricos, com dores de estômago. Belladona, contra: dores de cabeça, vista dolorida, turva; dores de garganta c gástricas, coriza, calor febril, etc. Buyonia, conlra: tosse convulsiva, com vomiturição, do- res nos membros, diarrhea, etc. Calcarea, contra: dores obstinadas nos membros, aggra- vando-se a cada mudança de tempo, ou por um trabalho dentro da água. Carbo veg. , quando ha: tosse rouca, obstinada com vo mito; dores asthsmalicas e de peito, etc. Chamomilla, contra : cephalalgia, odontalgia, otalgia ou outras nevralgias excessivamente dolorosas, com agitação; disposição a encolerisar-se, grande calor febril, tosse humi- da (mormente nas crianças) eólicas dolorosas com diar- rhea, etc. — 37 — Cocculus, conlra: dores gástricas. Coffea, quando ha : odontalgia ou outras nevralgias com humor triste, grande sensibilidade para qualquer dôr, in- somnia, etc. Dulcamara, quando ha: dôr de cabeça, affecção da vista e do ouvido, odontalgia, dores de garganta, dores gástricas, tosse humida, diarrhea sem dôr, dores nos membros, ou febre. Hepar, quando ha : ophthalmia ou odontalgia, ou dores obstinadas nos membros. IPECACUANnA, quando ha : affecções gástricas, náuseas com vontade de vomitar; tosse convulsiva com vomito, dores aslhmaticas, etc. Mercurius, contra : dores nos membros, dores de gargan Ia, affecções dos olhos, odontalgia, otalgia, diarrhea dolo rosa, ou mesmo evacuações dyssenlericas. Nux vom. , quando ha: febre, corysa secca com obtura- ção do nariz, tosse secca, evacuações dyssentericas, ou diar • rhea mucosa dolorosa. Phosphori-ac , quando ha: dores rhenmatismaes, obsti- nadas, ou tosse provocada pelo menor frio. Pulsatilla, contra: corysa fluente, tosse humida, otalgia, febre, diarrhea, etc, e mormente nas mulheres pejadas. Rhus, contra: dores de dentes, ou dores nos membros. Silicf.a, contra: dores obstinadas nos membros, aggrn- vando-sc com a mudança de tempo. Sulfur, quando ha: dores obstinadas nos membros, eóli- cas, diarrhea mucosa, defluxão cerebral ou pectoral com secreção abundante, affecção dos olhos, vista turva, otalgia, odontalgia, etc. @C^> Quanto ao resto dos medicamentos citados, vide a sua pathogenesia. RHEUMATISMO. — Os medicamentos os mais eflicazes são, em geral: acon., arn., bell., bry,, cham., merc, n.-vom., — 38 — phosp., puls. e rhus., como também : ant., ars., caus., chin., fer., hep., ign., lach., lyc, n.-mosc, phosph., rhod., rut., sass., sep., sulf, thin., verat. Para os rueumatismos agudos, são sobretudo: acon., arn., ars., bell., bry., cham., chin., dulc, ign., merc, n.-vom., puls. c rhus. Para os rueumatismos chronicos, sobretudo : caust., ciem., hep., lach., lycop., phosp., sulf, veratr.; se todavia bryon., dulc, ign., merc, n.-vom., puls., rhus. ou thui. não bastão. Os rueumatismos articulares (com inchação) pedem principalmente: acon., arn., ant., bell., bry., chin., ciem., hep., rhus. ou sulf. Sendo rueumatismos compulmoeira e rigidez dos membros: ant., bry., caus., guai., lach. e sulf. Para rueumatismos com paralysia, principalmente : arn., chin., fer., rut. e plumb. Para as dores rheumatismaes erráticas, são sobretudo : bryon., nux mosch., n.-vom. epuls., c também : asa., daph., mang., plumb. e rhod. Os rheumatismos, por resultado de uma gonorruea, pe- dem de preferencia: ciem., sass. e thui., c também: daph., lycop. e sulf. Sendo por abuso do mercúrio, sobretudo: carbo.-v., chin., guai., lycop,, sass. esulf, e também : bell., dulc, calc, hep., lach., phos.-ac e puls. As dores rheumatismaes que apparecem com o menor resfriamento, reclamão de preferencia: acon., arn., bry., calc, dulc, merc, phos.-ac. e sulf. Sendo ellas provocadas pelo ma'o tempo, sobretudo : dulc, rhus., rhod. e veratr., e também: calc, carbo. -v,, lach., lycop., mang., nux-mosch. e sep. As dores rheumatismaes que apparecem com qualquer mudança de tempo: calc, carb.-v., dulc, merc, lach., rhus., sil., sulf, veratr. — 39 — Sendo ellas o resultado de um resfriamento na água, ou por frio humido, sobretudo: calc, nux mosch., puls. e sass., e lambem : carb.-v., dulc. ou sulf. Sendo ellas o resultado de uma congelação: ars., bry. ou n.-vom. Quanto aos symptomas particulares c a natureza das dores, empregar-se-ha de preferencia: Aconitum , quando ha: dores latejantes ou cruéis, melho- radas estando sentado, mas insupportaveis de noite, com exasperação, queixas e exprobrações ; inchação vermelha e reluzente da parte atacada, e sensibilidade excessiva por qualquer contacto ou movimento; aggravação e renovação das dores pelo vinho, ou outras causas cscandcscentes, assim como por emoções moraes; grande febre com calor secco, sede, rubor das faces, ou rubor e pallidez alternada do rosto. Arnica , quando ha : dores de luxação ou de contusão ; sen- sação paralytica e comichão nas partes atacadas, ou inchação dura, vermelha e reluzente; grandes desasocegos na parte doente com sensação como se em toda a p0te não achasse des- canso; aggravação das dores, fazendo esforços para fazer uso do membro. (Arnica convém sobretudo depois ou antes de chin., ars., fer. ou rhus.) Belladona, quando ha: dores latejantes, ardentes, aggra- vadas de noite e pelo movimento, inchação da parte atacada com rubor reluzente e mui extenso; grande febre com pulsa- rão das carótidas, congestão na cabeça, rubor da face e dos olhos. (E sobretudo depois de acon., cham., merc ou puls. que bell. convém muitas vezes.) Bryonia, dores tensivas e cruéis com dôr pungente mo- vendo a parte doente, ou dores que mudão de lugar, e que oecupão mais antes os músculos que os ossos; inchação ver- melha e reluzente (ou pallida e tesa), ou rigeza da parte doente, aggravação das dores de noite e com o menor mo- vimento; suor geral, ou frio e calafrios, ou grande calor — uo - febril com dôr de cabeça, dores biliosas c gástricas, humor rabugenlo ou colérico. (Muitas vezes depois de acon. ou rhus.) Chamomilla, dores tractivas ou cruéis com sensação de torpor ou de paralysia na parte atacada; ííxidade o aggravação nocturna das dores, febre com calor ardente, parcial, prece- dida de horripilações; suores quentes, mesmo nos cabellos, rubor (de uma) das faces, grande agilação, ou arripio com precisão continua de estar deitado. (Sobretudo depois ou antes de bell., puls. ou ign.) Mercurius, dôrcs latejantes, cruéis ou ardentes, aggra- vadas de noite perto de amanhecer; assim como pelo calor da cama, ou pelo ar frio e humido; inchação edematosa das par- tes doentes; sede principal das dores nas articulações ou nos ossos, sensação de frio nas parles atacadas; suor abundante, mas que não allivia. (Muitas vezes convém depois ou antes de bell., bry., chin., dulc ou lach.) Nux vom. , dores tensivas, pungentes, oecupando sobre- tudo as costas, os*rins, o peito ou as articulações; sensação de torpor ou de paralysia nas partes atacadas com cãibras e palpitação nos músculos, horror do ar livre, e grande sensi- bilidade no frio, dores gástricas, constipação, calafrios com tremor e aggravação das dores. (Raras vezes convém no principio da moléstia, porém muitas vezes depois de acon,, cham,, ign. ou arn.) Pulsatilla, dores tractivas, cruéis c sobresaltantes, aggra- vadas de noite na cama, assim como pelo calor do quarlo, ou mudando de uma posição em que permaneceu se muito tem- po; ou dores que passão rapidamente de uma articulação a outra; sensação de torpor e de paralysia nas partes atacadas, ou dôr pungente e sensação de frio pelas mudanças de tem- po; alltvio das dores descobrindo o membro, ou no ar livre; rosto pallido, e calafrios que augmcntão em proporção das dores. (Muitas vezes convém depois de cham., ign. ou arn.) - hi - Rhus, dores cruéis e ardentes ou tensivas, ou dores de lu- xação com sensação de fraqueza paralytica e comichão nas partes atacadas; rigidez ou inchação vermelha e reluzente nas articulações com dôr ao tocar; aggravação das dores no descanso e pelo máo tempo, ou na estação chuvosa. (Con- vém muitas vezes depois de arn. e bry. Quanto aos outros medicamentos citados, empregar-se-ha: Arsf.nicum, quando ha: dores ardentes, cruéis, insuppor- taveis do noite, aggravadas pelo frio, e alliviadas pelo calor externo. Causticum, quando as dores são insupportaveis ao ar livre, e menores no quarto e na cama; ou quando ha fraqueza pa- ralytica, rigidez e gravidade da parte atacada. China, contra dores que se aggravão com o menor con- tado, com fraqueza paralylica da parle doente, suor abun- dante, etc. Dulcamara, se as dores se manifestão sobretudo de noite e no descanso, e sendo a febre pouco intensa. Ferrum, sobretudo contra a paralysia rheumatismal do hombro. Ignatia, quando ha : dores de contusão ou de luxação, ou sensação como se a carne estivesse desapegada dos ossos, aggravação ou apparição das dores de noite, mclhorameuto mudando de posição. Lachesis, conlra : dores rheumatismaes chronicas, sobre- tudo alternando com hep.-sulf., ou quando ha rigidez e cur- vidade das partes molestadas. Lycopodium, quando ha: dores traclivas e cruéis, sensíveis mormente de noite e no descanso; rijeza dolorosa dos mús- culos e das articulações com sensação de torpor da parte doente. (Sobretudo depois de rhus., calc, puls. ou nux mosch.) Nux mosch. , conlra: dores erráticas, tractivas ou pressi- 6 - 42 — vas, c aggravadas no descanso, como lambem pelo ar livre e frio. Phosphorus, contra: dores cruéis, tractivas e tensivas, provocadas pelo menor resfriamento, com dôr de cabeça, vertigens, oppressão do peito, etc. Rhododendron, se as dores aggravão-se no descanso, e quando são provocadas por um tempo áspero^ humido e ventoso. Ruta, particularmente conlra a paralysia rhcumatismal do punho, ou do peito. Sepia, sobretudo para as affecções rheumatismaes nas pes- soas de talhe delgado, mormente as mulheres. Sulrur, em quasi todos os casos de rheumatismo chro- nico, e contra os restos obstinados de rheumatismos agudos. (Muitas vezes depois de acon., bell., bry., merc ou puls.) Thui a, contra dores cruéis c pulsativas, como por ulcera- çao subeutanea com sensação de frio e torpor na parte doente, e aggravação das dores no descanso e no calor da cama. Veratrum, quando ha : dores de contusão, aggravadas pelo calor da cama e o máo tempo, melhoradas com o andar. (Com fraqueza e tremor da parte doente.) Quanto aos mais medicamentos citados, vide a sua patho- gênesis. SCORBUTO. — Os medicamentos que até hoje forão empregados com mais suecesso, são: amm.-carb., am.-mur., caus., carb.-v., merc, mur.-ac, n.-vom., staph. e sulf. ; e lambem: canth., cist., hep., natr.-m. e nitr.-ac Vide tam- bém, cap. 11, as affecções das gengivas. SCROFULAS. — Os medicamentos empregados até agora com mais suecesso, são cm geral: ars., asa., bar., bell., calc, cin., con., hep., iod., lyc, merc, rhus., silic, sulf, c tam- bém : aur.-mur., carb.-an., carb.-v., cist., dulc.,graph., lach., kreos., pinus., staph. _ 43 — No principio da moléstia, quando os meninos tardão a andar, são principalmente : bell., cale, sil., e sulf., que se mostrão os mais eflicazes ; mas póde-se empregar também : ars., chin., cin., fer., lyc, magn., pinus., puls., rhab., sep. Para o segundo período, quando ha: affecção das glându- las, são sobretudo: bar.-c., bell., calc, cist., con., dulc, hep., lyc, merc, phos., rhus., sil., staph., sulf. (Comparai glândulas.) As affecções cutâneas (erupções,impigens, ulceras, etc), pedem principalmente: aur., bar.-c., calc, cist., ciem., con., dulc, hep., lyc, merc, mur.-ae, rhus., sil. e sulf. (Vide Cap. 2o, as AFFECÇÕES CUTÂNEAS.) Para as affecções do systema ósseo, são sobretudo: aur., cale, cist., lyc, merc, phos., phos.-ac, puls., sil. e sulf. (Comparai ossos e rachitismo.) Finalmente, a opilação do baço, ou a atrophia mesen- terica, pedem principalmente: sulf. seguido de cal., ou também ars., bar.-c, bell., chin., cin., lyc, n.-vom., puls., rhus, etc (Vide atrophia.) Quanto ás indicações particulares para a escolha dos medicamentos, os casos individuaes podem variar de tal sor- te que é quasi impossível dar a este respeito noções sufíicien- tes, só repetindo aqui toda a pathogenesia desses medica- mentos. Salvo recorrer á esta, póde-se empregar de prefe rencia : Arsenicum, quando ha: atrophia com magreza excessiva, enfarte das glândulas do pescoço ou da nuca, ventre duro e teso; inchação do rosto; evacuações diarrheicas; grande fraqueza com precisão continua de estar deitado; compleição leucophlegmatica; impigens e ulceras; tinha, ophtalmia; affec- ções carcinomatosas, etc. Asa, quando ha : exostoses, caria, desvio ou curvidade dos ossos; glândulas inchadas; otorrhea; ophtalmia, ozena ou inflammação phlegmonosa do nariz, etc. — txk — Baryta, quando ha: atrophia, enfarte e durezas das glân- dulas do pescoço e da nuca; inchação do corpo c do rosto com dureza do ventre; fraqueza physica e intellectual; tinha secca; ophtalmia ou blepharite; impigens no rosto, anginas freqüentes; grande disposição a rcsfriar-se, etc. Belladona, contra: glândulas duras e inchadas ou ulcc- radas; fraqueza muscular que faz com que as crianças cus- tem a andar ; ophtalmia, photophobia e blepharite ; tosse com estertor mucoso, otorrhca, magreza e atrophia; ulcerações; inchação inflammatoria do nariz; inchação dos lábios ; fluxo de sangue do nariz freqüente; affecções carcinomatosas; leu- cophlegmasia; anginas phelgmonosas freqüentes; dores aslh- maticas; ventre grande e duro ; incontinencia de o urina; in- tclligencia prematura ; olhos azues e cabellos louros. Calcarea, quando ha: cabeça volumosa com aberturas no craneo, desvio da columna vertebral, curvidade dos ossos cylindricos, ou outras affecções rachilicas ; impigens, tinha, crostas no rosto, glândulas inchadas, duras ou suppurantes; ulceras, exostoses, ou caria; ventre grande e duro com en- farte das glândulas do mesenterio; grande magreza com vo- racidade; rosto pallido e enrugado com olhos embaciados; cutis secca e frouxa, difficuldadc de aprender a andar; den- tição difíicil: ophtalmia, photophobia e blepharite; otorrhea; inchação vermelha do nariz; inchação do lábio superior; fluxo de sangue freqüente pelo nariz; leucophlegmasia; conslipa- ção, ou diarrheas freqüentes, etc. Cina, quando ha: no mesmo tempo affecções verminosas, pallidez do rosto, magreza, grande voracidade e incontinencia de ourina. Conium, conlra : enfarte e dureza das glândulas; impigens; ophtalmia; photophobia; catarrhos bronchicos, freqüentes; tosse secca; dores asthmaticas; affecções carcinomatosas, etc. IIepar, quando ha: leucophlcgmasias, dureza ou suppura- ção das glândulas; atrophia, tinha, impigens; ophtalmia, — 45 — otorrhea, inchação do nariz ou do lábio superior; ulceras carcinomatosas, disposição a anginas flegmonosas, defluxões cerebraes ou peitoraes; culis fácil de ulcerar-se, etc. (Mui- tas vezes conveniente antes ou depois de bell., sil., lach., merc Iodium, quando ha: magreza excessiva; enfarte e dureza das glândulas com affecção de todo o systema lymphatico; affecções rachiticas; ophtalmia, blepharophtalmia, otite e otorrhea; inchação das glândulas do mesenterio; catarrhos bronchicos, etc. Lycoiodium, quando ha : enfarte e snppuração das glân- dulas; grande disposição a defluxões cerebraes; catarrhos bronchicos e outros fluxos mucosos; inflammaçao, desvio c outras affecções dos ossos; atrophia; erupções herpeticas e ulceras; tinha; ophtalmia; otite e otorrhea; leucophleg- masias; anginas freqüentes; constipação obstinada, etc. (Con- vém muitas vezes depois de calc.) Mercurius, quando ha : nutrição doentia, grande fraqueza physica c intellectual; disposição a resfriar-se, a transpirar, a defluxões cerebraes e peitoraes, e a outros fluxos mucosos; compleição leucophlegmatica: enfarte e snppuração das glându- las ; affecções rachiticas; exostoses, desvio, curvidade, caria c outras affecções dos ossos; erupção, e impigens roedoras ou crostosas; tinha; crostas no rosto; ophtalmia, blephari- te, otite, otorrhea, anginas freqüentes, diarrheas mucosas. (E muitas vezes conveniente depois ou antes de bell., duc, rhus., iod.) Piuus, quando ha: enfarte das glândulas; tinha, impigens no rosto e outras erupções purulentas ou crostosas; ma- greza; ventre duro e teso; defluxão cerebral freqüente; ophtalmia, otorrhea, diarrheas freqüentes, etc. (Muitas ve- zes é conveniente depois de merc) Silicea, contra : enfarte e snppuração das glândulas, exos- toses, desvio, curvidade, caria e outras affecções dos ossos; — 46 — leucophlegmasias; affecções carcinomatosas; culis fácil de ulcerar-sc; inchação do nariz ou do beiço superior; tinha; otorrhea, etc. (É muitas vezes conveniente depois de lyc, hep. ou sulf) Sulfur, cm quasi todos os casos, no principio da cura, v sobretudo quando ha . errupções, impigens, enfarte, dureza ou snppuração das glândulas; grande disposição a resfriar-se, a diarrheas com eólicas ou a constipação, a defluxões cerebraes ou outros fluxos mucosos ; suores fáceis e abundantes ; nutri- ção doentia; carnes frouxas como esponjosas; fraqueza phy- sica c intellectual; difíiculdade de aprender a andar;ophtal ■ mia, blepharite, otorrhea; leucophlegmasias, etc. (Se todavia não foi este medicamento empregado no principio da cura, convirá depois de bell., merc, iod., rhus., etc) Quanto aos outros medicamentos citados, empregou-se até agora : Aurum muriatic. , contra: crostas e ulceraçao no nariz c nos beiços. Carbo-an. c veg. , contra as glândulas inchadas e duras. Cistus, contra: grandulas inchadas e suppurantcs; ulce- ras; otorrhea; caria dos queixos, etc. Dulcamara, contra: inchação, dureza e suppuração das glândulas. Graphites, contra: impigens, ophtalmia, ulceras, incha- ção, dureza e suppuração das glândulas, etc. Kreosotum, contra: enfarte das glândulas, ophtalmias, impigens, etc. Lvchesis, contra : enfarte das glândulas, ophtalmias, an - ginas phlegmonosas, ulceras, etc. Pinus, contra: fraqueza das articulações com difíiculdade de aprender a andar. Estaphysagria,contra: enfarte, dureza ou suppuração das glândulas; corysa freqüente com ventas ulceradas; cutis com grande disposição a ulcerar-se; opilação do baço, magreza. — 47 — 2 suppirações e abcessos cm geral; porém, nos casos parti culares, cumpre dar attenção á verdadeira sede da moléstia, e escolher o medicamento segundo o foco da lesão. Para os tumores e os abcessos lymphaticos, são princi- palmente: asa., bell., calc, carb.-v., coce, dulc, hep., lach., merc, phos., sep., sil e sulf —Se esses tumores forem inflam- matorios, são: bell., carb.-v., hep., lach., sep., sil. e phos. Para os lumoies frios, são: usa., cale, bell., coce, dulc, merc e sulf. (Vide também glândulas,) Os tumores enciivstados, pedem principalmente: calc, graph., hep. c sil., como também: bar.-c, caus., nitr.-a■. o sulf Para os tumores esteatoides, ou o esteatoma, é bar.-c. que merece ser empregado com preferencia. Os tumores que se formão nos lendõcs e que ordinaria- mente chamão gangliões , pedem de preferencia: arn. ou rhus., e também: am.-c, phos., phos.-ac, plumb., sil. c zinc ULCERAS. — Os melhores medicamentos, são em geral: — 77 — ars., asa., bell,, calc., carb. v., con., cup., graph., lyc., merc., phos.-ae, rhus., sil. e sulf As ulceras carcinomatosas, pedem principalmente: ars., con., lach., merc sil. e sulf, e também : aur., hep. c staph. Para as ulceras fistulosas, são principalmente: ant.. cale, lyc, phos., sil. e sulf As ulceras cangrenosas, exigem de preferencia: ars., hell., chin., lach. e sil., c ainda : con., rhus., sec e squil. As ulceras mercuriaes, pedem sobretudo : aur., bell., carb.-v., hep., lach., nitr.-ac, sass., sil., sulf. c thui. Para as ulceras phagedemcas, são principalmente: ars., hep., mez., merc, sil. c sulf. e ainda: con., nitr.-ac c ran. Para as ulceras pútridas, e das pessoas cacheticas, escor- huticas, são sobretudo: ars., carb.-v., hep., mur.-ae, puls., sil., sulf. c lambem : am.-c. e am.-m. As ulceras escrofulosas,cedem quasi sempre a: ars., bell., cale, carb.-v., lyc, mur.-ae, sil. e sulf As ulceras sypiiiliticas, pedem de preferencia: merc, e lambem: iod., nitr.-ac, lach. e thui. URTICARIA [Porcellana, Esscra.) — Os principaes me- dicamentos, são: amph., cale, dulc elye, e ainda: acon., ars., biy., ciem., hep., n.-vom., rhus. e urtic. Para a urticaria aguda, são sobretudo: acon., bry., dulc. e rhus., ou urt., c para a urticaria chronica: calc. e lyc, e ainda: ars., rhus. e uri. AmphisbaMia convém especialmente quando a urticaria affecta a fôrma de grupos eliplicos. VARIZES. —Os principaes medicamentos, são : arn., ars.', calc, carb.-v., caus., lyc, n.-vom., puls. e sulf. VAR1CELLAS. — Bem que esta erupção se effectue sem perigo, a febre c as congestões cerebraes que acompanhão seus prodromos podem comtudo exigir medicamentos, c são : acon., bell. c vacc que em tal caso se devem empregar, se todavia a reunião dos symptomas não exige outros medica- — 78 — menlos, taes como: ant., puls., sil., sol.-m., tart. e thui. ; mas de ordinário alguns glóbulos de vacc. (3a ou 4a dynami- sação) bastão para fazer abortar esta erupção. Para o tenesmo ou a estranguria que se manifesla algumas vezes, são: canth., con. e merc Uma erupção semelhante ás varicellas, causada pelo abuso do toucinho, foi curada cm certo caso por puls. VARÍOLA ou bexigas. —Os principaes medicamentos, são: ars., merc, rhus. e vacc No período que precede a erupção, são: acon., ou cofj'.* bry. e rhus., que empregar-sc-ha com suecesso para acal- mar a febre e faciliar a erupção. O melhor, comtudo, é vacc Se se formasse uma metastase no cérebro, seria bell. o medicamento conveniente; e havendo dores gástricas com vomilos, são: ars. e ipec Declarada a erupção, serão: sulf ou merc que em a mór parte dos casos conviráõ melhor, e favorecerão mais depressa a deseccação; porém se a erupção fôr muito violenta, con- vém dar algumas vezes uma dose de bell.; e se a febre du - rante a suppuração fôr mui forte, é preciso dar acon. ou bell., ou então cham.; se houver tosse durante este período. Se a matéria se tornar saniosa, e que o esphacelo seja para temer, são: ars. e carb.-v. que merecem ser empregados com pre- ferencia. Contra a salivaçvo que sobrevem algumas vezes, c merc.; contra o catarruo com tosse e rouquidão, são principal- mente : ars. ou merc; e contra a diarrhea, é chin. que convém de preferencia. VARIOLOIDE, ou varicella pustulosa umbilicada. — Os principaes medicamentos, são: bell. c merc, ou ainda ars., rhus. e vacc Antes da erupção, quando ha muita febre com dôr de cabeça, são: acon. ou bell. que merecera a preferencia, c quando ha dores nos rins, é bry. — 79 — No período eruptivo, é sulf. que facilitará mais prompta- mente a deseccação. Para o catarruo pulmonar, depois desta moléstia, são principalmente: merc. ou bell., ou havendo dores astiima- ticas com estertor mucoso, são: seneg. e tart. As affecções dos ossos, pedem principalmente: crotal., sil. ou phos.-ac, as das articulações: bell., bry. e merc. VERRUGAS. —São sobretudo: cale, caus., dulc, natr., nitr.-ac, rhus., sep., thui. e sulf. que alé hoje forão empre- gados com mais suecesso. Para as verrugas nas mãos dos oxanistas, são sobretudo: nitr.-ac, sep., thui. esulf VESICLLAS. — Vide phlycten vs. ZONA. — Os medicamentos que conlra esla espécie de herpes merecem ser empregados de preferencia, são: amph., graph. e rhus., ou ainda: ars., merc epuls. É tal a importância dos effeitos medicamentosos da am- physbsena, que não duvidamos aconselha-la cm todos o* cxanlhemas chronicos, ou sub-agudos. CAPITULO III. SOMNO E PADECIMENTOS QUE A ELLE SE REFEREM. COMA. — Vide SOMNOLENCIA. INSOMNIA. —Em todos os casos a insomnia é tão so- mente um symptoma de oulra moleslia que convém curar para chamar o somno. Porém muitas vezes lambem cila é o seu symptoma mais saliente, e então é preciso escolher o medicamento segundo as circumstancias que a causarão. Assim, empregar-se-ha com preferencia : Aconitum, se a insomnia fôr causada por acontecimentos inquiclanles, e que tornão ancioso o doente. — so — Amphysb ena, quando o doente acorda d meia noilc cm ponto algumas noiles successivas. Bei.ladona, quando o doente tem grande vontade de pe- gar no somno sem poder consegui-lo, ou quando ha grande ancia, agitação, visões espantosas, gênio medroso, limoralo. para as cousas actuaes, ele ; ou se ha ao mesmo tempo grande somnolencia de manhãa ou de noite muito cedo. Coffea, se a insomnia fôr o resultado de uma grande ale- gria, ou de uma sobre-excitação agradável, ou nos meninos. ou depois de vigilias prolongadas, como lambem nas pessoas que fizerão abuso do café. Hyoscyamls, conlra a insomnia por sobre-excitação ner- \osa, mormente depois de grandes moleslias, ou nas pessoas sensíveis c irritaveis. Ignatia, se forem enioçõcs morlificantes, laes como o pezar, idéas peniveis, etc, que a tiverem causado. Moschus, cm muitos casos de insomnia por sobre-excitação nervosa, sem oulras dores, sobreludo nas pessoas hyslericas ou hypocondriacas. Nux-vom. , quando cila é o resultado de meditações, de leitura, etc, prolongadas, ou quando causada pelo café, ou havendo á noite grande aflluencia de idéas que cmharacCâii o somno. Oimum, depois de emoções laes como o susto, o pavor, rlc., eu quando ha visões de fantasmas, de tregeilos, etc, ou quando se manifesta nos velhos. Pilsatilla, nas pessoas que comerão muito de noilc, ou quando ha: grande aflluencia de idéas que cmbaração o doente de pegar no somno, ou então com fervura de sangue. congestão na cabeça c calor ancioso, Para a insomnia das crianças, com grilos, eólicas, agita- ção, ele, são, segundo as circumstancias: acon., bell., cham., coff., jalap., e rhab. ou ainda: bor., cin., ipec. c senn., que ?e devem empregar com preferencia. — 81 — Aconitum e coff., são sobretudo indicados quando ha grande agitação com calor febril. Bei.ladona, é preferível quando a criança grita horas c dias inteiros, sem motivo plausível. Ciiamomilla, merece a preferencia, so houver ao mesmo lempo dôr de cabeça ou de ouvidos. Jalapa, convém principalmente quando ha fortes eólicas com diarrhea. Rhabarbarum, é indicado quando ha vonladc freqüente de obrar com tenesmo c eólicas. LETHARGIA. — Vide somnolencia. PESADELLO. — Empregar se-ha com preferencia : Aconit. , nos meninos ou nas mulheres quando ha ao mesmo tempo: calor febril, sêdc, palpitação do coração, fervor de sangue, oppressão no peito, ancia e inquietação. Crotalus, quando sonhando ter cahido do leito se con- serva a mesma persuasão depois de acordado, c se tem dado gemidos queixosos durante o somno; c sendo a som- nolencia profunda de manhãa com insomnia de noite. Nux-vom. , se os accessos forão causados por bebidas alcoólicas, cerveja, comidas copiosas, uma vida seden- tária, etc Opium, quando ha accessos graves com suspensão de res- piração, olhos semi-abertos, boca aberta, ronqueira, estertor, feições que exprimem anxiedade, rosto coberto de um suor li-io, agitação o movimentos convulsivos dos membros, etc. No caso que esses medicamentos não bastassem, empre- uar-se-hia, segundo as circumstancias: sulf., sil., ou então: am.-c, hep., phosph., puls., ruta e valer. SOMNAMBULISMO ou noctambulismo.—São sobretudo : bry,, phos. e sil. que merecem ser empregados com prefe- rencia. SOMNOLENCIA. — É debaixo deslc titulo que temos reunido os avisos clínicos para os diversos gráos de somno 11 — 8$ — doentio, taes como: coma somnolento, coma vigil, cataphora, lethargia, somnolencia, etc Para a somnolencia leve, ou vontade de dormir que fre- qüentemente se manifesta sem nenhum outro symptoma, mas em horas extraordinárias, são: bell., calc, carb.-v., chin., con., graph., hep., kal., lach., merc, natr., natr.-m., n.-vom., phos. e sulf. que merecera ser empregados com pre- ferencia. Para a somnolencia que se manifesta demanhãa, são principalmente: hep., natr., natr.-m., n.-vom., phos.-ac e sulf Para a somnolencia depois da comida, são sobretudo: chin., graph., lach., n.-vom., phos. c sulf. Para a somnolencia que vem de noite muito cedo, são: calc, kal., lach., n.-vom., phos.-ac, pul., siL e sul. Para a somnolencia comatosa ou o coma, os medicamen- tos que se tem empregado alé hoje com mais suecesso, são em geral: bar.-c, bell., cham., lach., n.-vom., op. e puls. O coma somnolento, pede sobretudo: bar.-c, bell, lach., n.-vom., op. e puls., ou lambem : ant., croc, laur., led., phos.-ac, puls., tart., verat. e mgs.-are Para o coma vigil, póde-se empregar com preferencia : ars., bell., cham., coce, hep., lach., hyos., n.-vom., op., etc. Para o coma prolongado ou a lethargia, são sobretudo: ■ bell., lach., op., e ainda: plumb. e merc Quanto aos symptomas que caracterisão os diversos casos de coma, póde-se empregar com preferencia : Barata, quando ha somnolencia comatosa com agitação, gemidos e murmúrios, meninas dos olhos insensíveis, pulso fraco e accelerado. Belladona , quando ha: somno profundo ou prolongado com immobilidade do corpo, sobresaltos dos tendões, rosto pallido e frio, mãos frias, pulso pequeno c accelerado, ge- midos, movimentos e estremecimentos convulsivos dos mem- — 83 — bros, etc., com fome e olhar furioso ao acordar, calor ardente e seccura da boca depois dos accessos. (Ella convém muitas vezes antes ou depois de lach., ou depois de op.) Chamomilla, mormente nas crianças, ou quando ha: somno comatoso com grande agitação, jactação, sobresaltos, estremecimento dos membros, respiração curta, calor febril e rubor oecupando ora uma, ora outra das mãos ou das faces ; gritos, eólicas, diarrhea esverdeada. Lachesis, quando ha: somno prolongado, ou que a somno- lencia alterna com a insomnia de dous em dous dias, ou também quando ha: somno profundo com insensibilidade e immobilidade do corpo, rangido dos dentes, pulso tremulo ou inlermitlente, ou mesmo totalmente supprimido. Nux-vom., quando ha : somno pesado e profundo com sobre- saltos, gemidos, ronco estrondoso, olhos remelosos c emba- endos, queixos pendentes, salivação, etc Opium, quando ha: somno profundo, olhos abertos e con- vulsos, rosto vermelho e inchado, queixos pendentes, perda dos sentidos, respiração custosa, lenta e intermittente, pulso lento ou totalmente supprimido, movimentos convulsivos dos membros, dos músculos do rosto e dos cantos da boca, etc Pulsatilla, quanha ha: modorra continua com perda dos sentidos, delírios, calor com agitação e jactação, movimentos involuntários da boca, das mãos c dos dedos, etc (Ella con- vém muitas vezes depois de cham. ou tart) Vipera coralina, quando ha somnolencia de dia e vigília de noite; e quando o doente morde fortemente as mãos e não acorda; e sonha com mortos, precipícios e labirinthos, e tem medo, terror, remorsos c anxiedade. Comparai apoplexia, Cap. 6o. Note se que as cobras cascavel c coral dão sonhos total- mente oppostos aos symptomas moraes que produzem, no que differem de quasi todos os outros medicamentos; por exemplo: a coral dá mysanthropia, rixa, desejo de estar só; -_ 84 — e em sonhos anxiedade, medo, terror; a cascavel dá temor, melancolia, horror á solidão; c em sonhos desordens, bata- lhas, e bailes com illuminações, etc Do que se concluo que na escolha destes preciosíssimos meios, que temos ade- quirido, muita attenção se deve ter com o estado moral do doente emquanlo acordado; allenção que não é tão urgente quando se tem de empregar outro medicamento. CAPITULO IV. AFFECÇÕES febris. ADYNAMICAS (febres). — Vide febres typhoides. AMARELLA (febre.) — Não possuímos ainda observação alguma valiosa sobre o tratamento dessas febres, excepto um caso que foi curado por crotalus. Além disso, o medico que livesse de tratar essas febres poderia dirigir sua attenção sobre: arn., carb.-v., ou lambem: am.-c, ars., bry., rhus., bell., chin., ipec, merc e n.-vom. ATAXICAS (febres.) — Vide febres typhoides. BILIOSAS (febres.) — Vide febres gástricas e biliosas. CATARIUIAES e RHEUMATISMAES (febres.) — Estas duas espécies de febres, provindo ambas freqüentemente da mesma causa (resfriamentos , suppressão de transpira- ção, etc) , e tendo tantos pontos de contado entre si que muitas vezes ellas se complicão, preferimos tratar junta- mente de ambas neste artigo. Os medicamentos mais eflicazes contra uma c outra espé- cie dessas febres são em geral: acon., ars., bell., bry., caus., cham., chin., dulc, merc, n.-vom,, puls., rhus. c sulf.; assim como: arn,, camph., coff, crotal, ign., ipec, phos., sabad., sang., sil., spig., squill., stann., e verat. Se a febre fôr intensa, approxiinando-sc do caracter jnflammatorio, são : acon., bell., bry., cham., ou ainda : ars., — 85 — coff., ign., merc, puls., rhus., squill. que devem ser empre- gados com preferencia. Porém se a febre fôr le\e, ou que lenha diminuído sob a influencia de um dos medicamentos precedentes, são, se- gundo as circnmstancias : chin., dulc, n.-vom., puls., rhus., ou ainda : arn., ipec, phos., seneg. o verat. que devem ser quasi sempre empregados. No caso que houvesse suores abundantes, mas que não alliviasàcm, seiião : bry., chin., merc esulf que poderião merecer a preferencia. Se fôr a violência das dores que predomine, os medica- mentos convenientes serão: acon,, ars., cham., coff., ign. ; ou ainda : merc, puls. c sulf. Se, depois da febre cessar, ainda ficão dores, deve-se em caso de dôrcs cvtarrhaes, empregar com preferencia: sulf. ou phos., seneg. c stann., ou ainda : ars., bry., dulc, merc, puls., sil. c squil. As dores rhkumatismaes que persistissem, pedirião sobre- tudo: caust., chin., crotal., phos., sil, c sulf, ou ainda; hep. e lach. ^k^» Vide lambem : catarrho e rueumatismos chronicos. Quanto aos detalhes para a escolha dos medicamentos citados, vide os artigos: catarrho c rhmmatismo, e compa- rai nos capítulos respectivos: ANGINAS, CEPHALALGIAS, OPHTAL- MIAS, TOSSE, ODONVALGIAS, etC , CYTARRHAES E RHEUMATIS- MAES. Quanto ás diversas complicações que estas febres ainda podem soflrer, vide também, febres i.nflaumatorias, gás- tricas, cereaes, etc . como também : pleuresia , grippe, PNEUMONIA , etC. CEREBRAES (feijres.) — Vide febres typhoides. COMATOSAS (febres.) — Vide fijbres soporosas. DENT1ÇÃO (febre de). — Vide Cap. 20. GASTRÍCAS e BILIOSAS (febres.) - Os melhores me- — 86 — dicamentos são cm geral: acon., bell., bry., cham., cocer ipec, merc, n.-vom.,puls., assim como: ant., coloc, crotal, dig., rhus., squill., tart., veratr. e vip.-c; ou ainda: daph., gran. e sulf. Quanto ás diversas graduações dessas febres, se fôr a affecção gástrica franca que predomine (febre saburral), são principalmente: ipee, n.-vom., puls., ou ainda: ant., bry., cham., coce, digit,, rhus., sulf, tart. e veratr., ou também: bell., daph. e squil. que merecem ser empre- gados. Se houver predominância de symptomas biliosos (febre biliosa) , serão principalmente: acon., bry., cham., chin., coce, crotal., n.-vom., puls.; ou ainda: ars., coloc, daph., dig., gran., ipec e sulf As febres gástricas com predominância de secreções e excreções mucosas (febres mucosas) , pedem de preferencia : bell., chin., dig., merc,puls. e rhus.; ou ainda: ars., cham., cin., crotal., dulc, ipec, n.-vom., rhab., spig. c sulf. Se a febre gástrica fôr caracterisada por affecções vermi- nosas (febre verminosa) , são principalmente: cie, cin., merc, sil., spig. e sulf; ou também: acon., dig., hyos., n.-vom., sabad., stann., stram., teuc. e valer. Quanto ao caracter que esssas febres podem aíFectar, quando ha symptomas inflammatorios bem pronunciados (febre gástrica inflammatoria) , são principalmente : bell., biy., cham., merc, puls. ou tart. que devem ser empre- gados.—O acon, não será indicado nesses casos, senão com- tanto que houver symptomas biliosos, porém nunca contra um estado puramente gástrico, por mais pronunciado que seja o caracter inflammatorio da febre. Se a febre apresentar um caracter nervoso (febre gástrica nervosa ou ataxica), serão sobretudo: bell., bry., coce, rhus. e veratr.; ou ainda: ai^s., carb.-veg., chin., hyos., etc A febre gástrica com symptomas de podridão (febre — 87 — castrica pútrida), pede de preferencia: ars., carb.-v,, chin., merc, mur.-ae, phos.-ac, rhus., sulf. e sulf.-ac. ^^ Vide também febres inflammatorias e febres ty- phoides. Quanto ás causas exteriores que podem ter occasionado uma ou oulra espécie dessas febres, as que apparecêrão depois de uma indigestão, pedem de preferencia : ipec. ou puls., ou ainda: ant., bry., n.-vom., tart. e sulf. Aquellas que são o effeito de um resfriamento reclamão principalmente : acon., bell., bry,, cham., ipec, merc, n.-vom., puls. c sulf. Contra as febres gástricas por resul- tado de um resfriamento do estômago pela água fria, ou por ácidos, são sobretudo : ars. e puls., ou ainda : natr.-m., sulf, sulf.-ac, e mesmo lach. e crotal., que merecem ser empre- gados. As febres biliosas provocadas por uma contrariedade ou uma cólera, exigem quasi sempre : cham. ou coloc, ou então: acon., bry., chin., n.-vom. staph., e vip.-c No caso que o doen- te tenha feito abuso da chamomilla, ou tenha comido depois de se ter incolerisado, puls. merecerá então a preferencia. Finalmente, quanto aos symptomas que caracterisão os casos individuaes dessas febres, póde-se empregar: Aconitum, mormente no principio da moléstia, c quando ha: predominância de symptomas biliosos, a saber: lingua carregada de uma camada amarella, gosto amargoso da boca, de todos os alimentos e de todas as bebidas, excepto a água ; sede ardente, arrotos e vômitos amargos, esverdeados ou mu- cosos (vomito de lombrigas); lensão e dureza dos hypocon- drios ; dôr na região hepatica com violência e pressão; eva- cuações supprimidas, ou pequenas evacuações freqüentes com tenesmo; ourinas vermelhas e raras; calor secco com pulso cheio e freqüente; insomnia com agitação; humor queixoso Ou rixoso e iracundo (Comparai bry., cham, crotal., evip-c) Bklladona, quando ha: lingua carregada de uma camada — 88 — espessa, amarellu ou branca; aversão para as bebidas e os alimentos, gosto ácido do pão, vômitos de matérias ácidas ou amargas, ou mucosas; diarrhea mucosa, calor secco, mor- mente na cabeça com sede, ou alternando com calafrios; ancia c inquietação, ou gênio susceptível e caprichoso, dores de cabeça violentas como se se arrebentasse a testa; boca secca, dysphagia ; somnolencia de dia com insomnia de noite, itc. (Comparai cham., merc, crotal., e vip-c.) Bryomv, quando ha : lingua secca, carregada de uma ca- mada amarclla, parda; fedor pútrido da boca; gosto o.mar- goso, sobretudo depois de ter dormido; ou viscoso e pútrido ; grande desejo do \inho, das bebidas ácidas ou do café, com repugnância para os alimentos sólidos; náuseas, piluitas do estômago, vomiluração freqüente ou vomito de colcras, mor- mente depois de ler bebido; dôr pungente na boca do estô- mago ou no lado, na cabeça ou nos membros, sobretudo tossindo ou andando; pressão e tensão na boca do estornado, mormente depois de ler comido; constipação; ourinas aquo- sas, de cor clara ou amarclla, e fazendo sedimento amarcllo ; calor intenso com sede ardente, ou frio c calafrios por todo o corpo com rubor (e calor) do rosto ; gênio iracundo; grandi fraqueza ; cabeça esquentada com vertigem. (Comparai acon., cham., crotal, n.-vom. e vip.-e) Chamomili.a, quando ha: lingua vermelha c gretada, ou carregada do uma camada amarclla ; gosto amargo da boca e dos alimentos ; fedor da boca; anorexia, náuseas, ou arrotos e vômitos amargos ou azedos ; grande ancia ; tensão c pressão noepigastrio, nos hypocondrios, c sobretudo na boca do estômago, eólicas llatulentas com dôrcs cruéis c dureza do t entre; constipação, ou evacuações diarrheicas, esturdeadas, ou de cheiro azedo, misturadas de escrementos e de mncosidados, tcmelhanles a ovos batidos, ourinas amarellas com sedimento tlocnloso; dôros de cabeça semi-lateraes: dôrcs nos membros; grande agitação com inquietação e gemidos, ou humor co- — 89 — ierico, iracundo; dores aslhmalicas; calor sobretudo no rosto e nos olhos com rubor (sobretudo de uma) das faces, ou calor misturado de horripilação, insomnia com agilação, ou somno agitado com sonhos anciosos c sobresaltos, etc. (Comparai acon., bell., n.-vom., puls. e vip.-c) Cocculus, quando ha: lingua carregada de uma camada amarella, repugnância para os alimentos; boca secca, com ou sem sede; arrotos fétidos c vontade de lançar, plenitude dolorosa do estômago com vexame da respiração; constipa- ção ou evacuações molles com ardor no ânus; grande fra- queza com suor ao menor movimento; Jôr de cabeça, sobre- tudo na testa, com vertigens, etc. (Este medicamento convém também muitas vezes quando o doente fez abuso da chamo- milla.) Crotalus, quando ha tremor vímvc.1 de Ioüoí cs múscu- los, desfallecimento, aflluencia de sangue á cabeça muitas vezes, e prodomos de apoplcxia, e sentimento de uma válvula que se abrisse no coração, tristeza e pranto abundante, taci- turnidade, dôrcs ua lesta e orbitas, falia ou abolição por algum tempo da vista e do ouvir, língua árida e vermelha escarlate, boca muito salgada com goslo de podriJão p.].. manhãa, muita sede, eólicas depois de ler bebido, vontade de comer que passa de repente á vista dos alimenícs, grande desejo de tomar neve, náuseas, vômitos, diarrhea amarelLt ou como claras de ovos, com tenesmes e prolapso do recto, grandes dores pelo ventre, principalmente na região umbili- cal, onrinas copiosas e involuntárias durante o somno, suoí.- copioso pelo peito, e dores osteocopes, principalmente nas chviculas. Ipecacuanha, quando ha: lingua carregada demueosidades espessas, amarellas, com boca secca, repugnância para todos os alimentos (e mormente das cousas gordas), com vontade de lançar; fedor da boca; gosto amargo da boca e de todos os alimentos; náuseas com rigurgitação c vomito dos aUmti,- 12 — 90 — tos absorvidos; pressão e plenitude dolorosas na boca do estômago; puxos; evacuações diarrheicas, amarellas, de um cheiro fétido e pútrido; côr do rosto pallida, amarella ; dô- de cab3ça, mormente na testa ; calor febril com sede ou ca»a frios. (Comparai n.-vom. e puls.} Mercurius, quando ha : lingua humida e carregada de uma camada branca ou amarclla, lábios seccos e ardentes, gosto nauseante, pútrido ou amargoso; náuseas com vomituração, ou vomito de matérias mucosas ou amargas; sensibilidade do- lorosa dos hypocondrios, da boca do estômago, do epigastrio ou da região umbilical, sobretudo de noite, com ancia c inquie- tação ; vontade de dormir de dia com insomnia de noite, humor rabujcnto, iracundo: calafrios alternando com calor ; sede ardente, ás vezes com repugnância para as bebidas, etc. (Comparai bell.) Nux-vom. , lingua secca e branca, ou amarella, mormente perto da raiz; sede ardente com ardor na garganta; gosto amargo ou pútrido; arrotos amargos, náuseas continuas, sobre- tudo ao ar livre, vomituração , ou vomito dos alimentos ; gastralgia com dôrcs pressivas; pi-essão e tensão dolo- rosa em todo o epigastrio e nos hypocondrios; eólicas espasmo- dicas com beliscaduras e estrondos na região umbilical; constipação com vontade freqüente , porém inútil, de obrar , ou pequenas evacuações diarrheicas, mucosas ou aquosas ; dôr de cabeça, pressiva na testa com vertigens ; humor iracundo, rabujento ou hypocondriaco; grande fraqueza e fadiga; rosto vermelho e quente, ou amarello e térreo; calor misturado de calafrios ou de horripilações; membros como despedaçados; aggravação das dores pela manhãa, etc (Comparai acon., bry., cham., crot., ipec, puls. e vip-c) Pulsatilla, lingua carregada de mucosidades brancas; gosto insipido e viscoso, ou amargo, sobretudo depois da deglutição; arrotos com gosto dos alimentos, ou amargos; repugnância para os alimentos, sobretudo para gordura ou a — 91 — carne, com desejo dos ácidos, ou das bebidas espirituosas ; pituitas, regurgilação dos alimentos, náuseas e vontade de lan- çar insupportaveis; vomito de matérias mucosas e brancas, amargas e esverdeadas, ou ácidas; vomito dos alimentos absor- vidos, pressão na boca do estômago com vexame da respira- ção, constipação ou evacuações diarrheicas, brancas, mucosas* ou biliosas e esverdeadas, ou como ovos balidos; dores de cabeça semi-lateraes; calafrios freqüentes com adyspsia, ou calor secco com sede; roslo alternadamente pallido e ver- melho, ou rubor de uma face com pallidez da outra; Iniuao*; triste com gemidos, inquietação e agitação. (Comparai cham., crot., ipec e n.-vom.) Entre os outros medicamentos citados, póde-se empregar: Antimonium, quando por resultado de uma indigestão ha : perda completa do appetite com repugnância para os ali- mentos, náuseas" e vontades de lançar, e quando nada disso qncr ceder nem a ipec, nem a puls. Colocyntis, quando por resultado de uma indignação ha : febre biliosa com gastralgia, eólicas espasmodicas e diarrhea, renovadas depois de ter comido por muito pouco que seja, cãibras nas barrigas das pernas, etc, e que cham., bry., n.-vom. ou puls. não tenhão sido sufíicientes. Digitalis, quando ha: náuseas, de manhãa ao acordar, amargor de boca, sede, vômitos mucosos , evacuações diar- rheicas, e grande fraqueza. Rhus, quando ha : grande fraqueza, delirios, diarrhea pú- trida, lingua secca com sede, e symptomas typhoides. Squilla, quando ha : complicação com dores pleureticas, e quando nem acon. nem bry. são sufíicientes. Tartarus, mormente nas crianças, e sobretudo quando ha ao mesmo tempo: affecção catarrhal com tosse espessa, grande secreção de mucosidades, dyspenea. Veratrum, quando ha : grande fraqueza depois das eva cuações alvinas com accesso de desfallecimento, côr do rosto — 92 amarella, lingua secca e carregada de uma camada amarella ou parda, etc Vipera coralina, qrtando ha: lingua negra, e delia até ao larinx ardor e necessidade de ar fresco Como quando se mastiga ortelã-pimenla; constricção espasmodica do esopha- go que difíiculta a passagem dos líquidos por instantes, e depois os deixa cahir precipitadamente no estômago, produ- zindo estremecimento; sede inextinguivel, e sensação de frio no peito depois de ter bebido; arrotos de ovo choco, c vô- mitos de bilis verde; grande peso no estômago ,* violentas dores de cabeça tardando-se em tomar alimento quando ha appetite, que então é dcvorador, menos para o pão', que fe aborrece c se regeita insensivelmcnte separado de todos os alimentos; eólicas e movimento tumultuoso dos intestinos que parecem formar um novelo; violenta diarrhea de bilis verde, de floculos amarellados, e de grande quantidade de sangue, seguida neste ultimo caso de algum somno. Quanto ao resto dos medicamentos citados, e para maio- res detalhes, vide a pathogenesia dos medicamentos, e com- parai também : febres inflammatorias, typhoidas, catar- rhaes, etc; assim como o Cap. i5, dores gástricas c bi- liosas, etc HECTICAS (febres.) — Os medicamentos que alé hoje forão empregados com mais suecesso contra as diversas febres de consumpção, são cm geral: ars., calc, chin., coce, ipec, phos., phos.-ac, sil. e sulf, e também são convenien- tes: bell,, con., cupr., dig., hell., hep., ign., iod., kal., lach., lyc, merc, n.-vom., puls., sep., stann., staph., veratr., zinc. Para as febres hecticas nervosas (febres nervosas lentas), são principalmente: ars., chin., coce,merc, n.-vom.,phos-ac, staph. e veratr. As febres hecticas com affecções c lesões orgânicas locaes, laes como inflammações chronicas, suppurações, etc, (fe- bres hecticas propriamente ditas) pedem, primeiro que tudo, — 93 — medicamentos appropriados á lesão de que dependem, mas que freqüentemente achar-se-hão entre: phos., sil., sulf, ou ainda: bell., calc, hep., lach., lyc. merc epuls. As febres hecticas causadas por emoções moraes, pezares prolongados, a nostalgia, etc, peitem de preferencia: phos.-ae, e staph. ou ainda: ign., lach., merc, e mesmo ars. ou graph. (Comparai Cap. i°, emoções moraes.) Para as febres hecticas que são o resultado de perdas debilitantes (perda de sangue, excesso no coito , ona- nismo, etc), são sobretudo: chin., n.-vom., phos.-ac. e sulf, ou também: cale, cin., lach., staph. (Comparai Cap. Io, FRAQUESA.) Aquellas que se declarão depois de grandes moléstias, sobretudo moléstias nervosas, febres typhoides, a chole- ra, etc, pedem de preferencia: coce. ou bell., hios. ou phos.-ac, ou ainda: ars., chin., veratr. Quanto ás febres hecticas cansadas por dyscrasias, taes como as cscrofulas, etc,, vide essas moléstias; c quanto ás que resultão do abuso de substancias medicamentosas, Vide Cap. 26, toxicaçõbs. Quanto aos symptomas que indicão um ou outro dos me- dicamentos citados n'hum caso individual, póde-se empregar com preferencia: Arsenicum, quando ha : magreza excessiva; grande fra- queza com palpitações de coração; suores nocturnos, cutis secca c ardente, sede que obriga a beber freqüentemente, mas pouco de cada vez; somno agitado, não reparador, e inter- rompido por estremecimentos e sobresaltos; vontade con- tinua de estar deitado, humor iracundo e caprichoso; falta de appetite com dyspepsia, etc. Calcarea, quando ha: calor continuo com pouca sede, ou accessos freqüentes de calor passageiro com ancia e palpi- tação de coração, ou arripio continuo, mormente de noite, com rubor das faces; pelle frouxa, secca; grande magreza; — 94 - fraqueza excessiva, com apathia; falta de appetite; accesso de anxiedade de noite; tosse secca e curta; grande vontade de ser magnetisado; grande oppressão depois de ter fallado; transpiração fácil; grande inquietação do doente respeito ao estado de sua saude; digestão lenta, fraca; suores noctur- nos, etc. China, quando ha: rosto pallido, faces concavas com olhos encovados, grande apathia e indiflerença; cutis secca e frouxa, insomnia, ou somno agitado, não reparador, com sonhos anciosos; anorexia com desejo de golodiccs somente, ou grande fome e voracidade, com fraqueza da digestão ; máo bumor, dureza da barriga e outras dores depois da comida ; suores freqüentes, mormente de noite; diarrheas freqüentes, mesmo de matérias não digeridas. Cocculus, quando ha: grande fraqueza com oppressão excessiva c estremecimento depois do menor esforço; calor fugaz, freqüente, sobretudo no rosto; olhos com olheiras; boca secca; anorexia; oppressão do peito com fervura do sangue e ancia; grande tristeza , sobresaltos dormindo e sonhos anciosos; náuseas freqüentes; suor fácil durante o movimento; temperamento brando e phlegmatico. Ipecacuanha, quando ha : calor secco e penivel, sobretudo de noite, com sede, grande inquietação, palma das mãos ar- dente c suor nocturno; pelle como pergaminho; desejo de golodices somente; grande apathia e indifferença; perda de respiração com o menor movimento, etc. Phospiiorus, quando ha: tosse secca; respiração curta c opprimida; calafrio perto da noite, seguido de calor secco; diarrhea colliquativa, viscosa; suores nocturnos, colliquativos, viscosos; grande magreza, grande fraqueza, etc. Posphori acid. , quando ha: humor triste, pezaroso; taci- turnidade, laconismo e apathia; encanecimento dos cabellos; calor febril de noite com ancia e pulso accelerado; suores debilitanles de manhãa, etc. — 95 — Silicea, quando ha: rosto pallido, térreo; tosse secca e curta; grande magreza; falta de appetite; respiração curta; grande fraqueza, mormente nas articulações; calor febril de noite ou de manhãa, etc. Sulfur., quando ha: calor febril, mormente perto da noite, com rubor circumscripto das faces (sobretudo da face esquerda); pelle secca, com sede; rosto magro, pallido; evacuações seccas, ou diarrheicas e mucosas ; respiração cúr- ia, opprimida; palpitação de coração; suor nocturno perto da manhãa; fraqueza e fadiga, sobretudo nas pernas, com peso; tosse secca, etc. Quanto ao reslo dos medicamentos citados, e maiores detalhes sobre os mesmos; vide a sua palhogenesia, e com- parai também os artigos: phthisica pulmonar, laryngea, abdominal, etc, em seus capítulos respectivos. INFLAMMATORIAS (febres.) — Os melhores medica- mentos, são cm geral: acon., bell., bry., cham., merc. e n.-vom., e também em alguns casos: ars., chin., coff., crotal., hyose, lyc, puls. e sulf Para as febres inllammatorias francas , são principal- mente : acon., bell., bry. e ainda: ars., cham., hyos., merc, rhus., puls. e sulf Se essas febres lomarem um caracler nervoso ou ataxico, com symptomas cerebraes, deve-se preferir: bell., bry., cham., crotal., hyos., n. -vom., op„ phos.-ac, rhus., etc. (Vide FEBRES typhoides.) No caso de complicação com affecções locaes, taes como PLEURESIA, PNEUMONIA, OU COm affcCÇÕCS CATARRHAES RHEU- MATISMAES, gástricas ou biliosas, convém empregar de pre- ferencia os medicamentos próprios para essas affecções, taes quacs os mencionámos no fim desses artigos. Em todo o caso, póde-se empregar com preferencia : Aconitum, quando ha : calor ardente, precedido ás vezes por calafrios, ou misturado de horripilações; sede ardente; — 96 — eutis quasi sempre secca e ardente; rosto inchado, quente e vermelho, ou manchas vermelhas nas faces, ou rubor do rosto alternando, sobretudo levantando-se, com pallidez; olhos ver- melhos, inflammados c dolorosos; insomnia; grande agita- ção ejactação, ás vezes com ancia, temor da morte, ou gri- tos c gemidos; pulso cheio'e duro, ou supprimido; dores de cabeça violentas, gravativas, pressivas ou pulsativas; vertigens endircitando-se, delirios nocturnos; beiços e boca seccos; lingua limpa e humida; palavra precipitada, balbuciante; ourinas de um vermelho carregado, oppressão do peito com respiração curta, anciosa e rápida; pontadas no peito ou nos lados; tosse curta; palpitação de coração; dores nos mem- bros. (Comparai bell., bry., cham.) Belladona, quando ha: calor interno e externo com rubor carregado do rosto e dos olhos ; sede ardente, com repugnân- cia para as bebidas, ou vontade continua de beber sem o poder conseguir; culis humida (e viscosa); vontade de dor- mir de dia com insomnia de noite, ou somno agitado com sobresaltos e estremecimentos dos membros; perda dos sen- tidos, murmúrios ou carpologia, ou gritos e convulsões, ou delirios furibundos, visões espantosas, e vontade de fugir; obs- tinação e maldade; cabeça quente; dores de cabeça violentas, mormente na testa, como se se arrebentasse; meninas dos olhos dilatadas; olhar furioso e incerlo; photophobia; boca c lábios secos; cantos da boca ulcerados ; palavra precipitada e indis- lincla; dores de garganta com dysphagia; tosse com dôr de cabeça c rubor do rosto; ourinas raras, amarellas; dôr pungente nos membros; apparição de manchas vermelhas na cutis. (Comparai acon., cham., merc.) Bryonia, quando ha: calor intensa, ou arripio com tremo- res de frio, um e outro com rubor e calor da cabeça e do rosto; suor nocturno, sobretudo perto da manhãa; sêdc ínextingui- vel, seguida ás vezes de vômitos; vontade de dormir cora sobresaltos, gritos e delirios logo que os olhos se fechão; — 97 — delirios de dia e de noite; gênio iracundo, ou apprehensâo sobre o exilo da moléstia, com temor da morte; laconismo; agitação, jactação e carpologia; grande fraqueza geral; pulso duro, cheio e accelerado; cephalalgia torpente com vertigens cndireitando-se; vista e ouvido embotados; beiços seccos; pressão na boca do estômago; constipação; tosse secca com dôr na boca da estômago; pontadas no peito ou nos lados , dores cruéis ou pungentes nos membros. (Comparai acon,, bell., cham., n.-vom.) Chamomilla, quando ha : calor interno e externo, precedido ás vezes por calafrios, ou calor no rosto e nos olhos, com ru- bor (sobretudo de uma) das faces; sede ardente, com ardor da boca até ao estômago; insomnia, com agitação c jacta- ção, ou somno com sonhos anciosos e sobresaltos; grande inquietação e anxiedade, dores de cabeça semi-lateraes; vertigens cndireitando-se com escuridão ou scintillação anle os olhos e accessos de desmaio; lingua vermelha e gretada; gosto amargo da boca c dos alimentos ; arrotos e vômitos aze- dos ou biliosos, grande ancia, tensão c pressão no epigastrio e nos hypocondrios; eólicas e diarrheas; ourinas quentes, ar- dentes; dores cruéis nas pernas, no rosto c na cabeça; há- lito fétido; dores asthmaticas. (Comparai acon., bell., n.-vom.) Mercurius, quando ha: calafrios alternando com calor, pelle vermelha, sede ardente, ás vezes com repugnância para as bebidas; pulso freqüente, cheio ; dores gravativas e pres- sivas na cabeça; rosto vermelho e inchado; vertigens cndi- reitando-se; beiços seccos c ardentes; lingua humida e car- regada de uma camada branca ou amarclla ; sensibilidade dolorosa das regiões hypocondriaca, precordial c umbilical; grande ancia, agitação e jaclação, mormente de noite com insomnia; vontade de dormir de dia; humor rabujenlo, iracundo. (Comparai bell.) Nux-vom. , calor, sobretudo no rosto, misturado as vezes do 13 — 98 — horripilações, pelle secca e ardente; pulso duro e freqüente; grande fraqueza c accessos de desmaio; grande ancia com palpitação de coração ou com temor da morte; sobre-excita- ção de todo o systema nervoso; insomnia ou somno comatoso; dôr de cabeça pressiva, aggravada abaixando-sc; rosto ver- melho, quente ás vezes com frio no corpo ; olhos embaciados, turvos e vermelhos; lingua sceca e branca; sede com ardor na boca ; dôr pressiva no estômago e no epigastrio; constipação; membros como despedaçados; gênio iracundo e espinhado. (Comparai bry. e cham.) Vipera coralina, quando ha desfallecimento com suor abundante; aversão ao movimento por doloroso; horripila- ções provocadas pela menor contrariedade; desejo de balan- çar-se como uma pêndula; horror extraordinário á chuva; illusões do ouvido; surdez prolongada; humor irritavel; desejo de estar só; vontade de gritar; distracção e esqueci- mentos; pesadelos; somnolencia; dores compressivas na testa, c ainda mais na nuca, augmentando quando a cabeça está inclinada para Iraz, e diminuindo quando se inclina para diante; prurido e dôr no couro cabelludo, sobretudo na nuca; photophobia; disco negro, e véo acinzentado perturba a vista, e fechando os olhos percebe-se como atravez das pal- pebras grande clarão vermelho, abrindo de novo os olhos um véo cinzento se espessa cada vez mais alé cobrir de todo a vista, alé produzir cegueira por alguns minutos; um pe- queno dartros na aza do nariz prolongando-se até á face ; sen- sação de um verme na raiz do nariz; sensação de rotação no estômago; grande appetite; sede inextinguivel; violentas dores de cabeça tardando a comida; desejo de ácidos; peso de estômago depois do jantar; digestão tardia; diarrhea aquosa, amarcllada e sanguinolcnta; sangue negro junto com os escrementos; prolapso do recto; ourinas rubras; corrimento de liquido prostatico. Entre o resto dos medicamentos apontados, póde-se empregar: — 99 — Arsenicum, quando ha: calor ardente, noctumo, com ardor nas veias; insomnia com grande agitação c jactação; ancia excessiva com desespero e temor da morte; grande fraqueza e precisão de estar deitado. China, quando ha: calor com seceura da boca, beiços áridos e ardentes, rubor da face, delirios, arripios por pouco que se descubra, grande fraqueza e dores nos membros. Coffea, mormente nas crianças, quando ha: grande agi- tação e jactação, sobre-excitação de todo o systema nervoso; gritos, choros. Hyoscyamus, quando ha: delirios violentos, insomnia por sobre-excitação nervosa, sobresalto dos lendões, carpologia; rosto vermelho e quente, olhos vermelhos, fitos escintillantes. Lycopodium, quando ha: rubor circumscripto do rosto, sobre-excitação cerebral, grande fraqueza, lingua secca e vermelha, constipação, máo humor depois do somno, com gritos, maldade e reprehcnsões. Pulsatilla, quando ha: calor secco, nocturno, principal- mente no rosto, com calor e rubor de uma face; delirios, humor chorão, adipsia completa ou sede inexlinguivel, lin- gua carregada de mucosidades brancas, dôr na boca do estô- mago, gosto amargo, evacuações diarrheicas, ^nucosas. Rhus, calor intenso com ancia, pelle secca, dôr de cabeça torpente, delirios com vontade de fugir, rosto vermelho, ardente, lingua vermelha, secca e áspera, grande fraqueza, carpologia. Sulfur, em muitos casos de febres inflammatoriárs obsti- nadas, e freqüentemente contra o que ficaria dessas.molés- tias, depois do uso de acon., bell. ou bry. 0£p* Demais, comparai febres gástricas e biliosas , fe- CRES HECTICUS, TYPHOIDES, etc INTERMITTENTES (febres.) — Os medicamentos de que até hoje se tem feito maior uso, são primeiramente: ars., chin., ign., ipec, lac/u, natr.-mur,, n.-vom., puls. e — 100 — rltus: depois: acon., antim., arnic., bell., bryon., calc, caps., carb.-v., cham., cin., fer., op., veratr.; e como lambem : canth., coce, coff, dros., hep., hyosc, men., merc, mez., n.-mos., sabad., samb., sep., staph., sulf, thin., valer. Conlra as febres de charcos, póde-se principalmente empregar: ars., chin., ipec, e também: arn., carb.-v., chia,, fer., nalr.-m., rhus., veratr. Conlra as febres que se manifcslão no estio ou na prima- vera, como lambem nos paizes quentes, sobretudo: ars., bell., cate, caps., cin., ipec, lach., sulf, veratr., e ainda : bry., carb.-v., etc. Contra as febres desfiguradas pelo abuso da quina, princi- palmente: arn., ars., bell., fer., ipec, lach., puls., veratr., ou ainda : cale, caps., carb.-v., cin., merc, natr.-m., n.-vom,, sep., sulf Quanto ao que diz respeito ao typo das febres, os medi- camentos que parecem corresponder a todos os typos sim- plices, são principalmente: arn., ars., bell., bry., carb.-v., chin., cin., hyos., ign., ipec, natr.-m., n.-vom., puls., rhus., sulf, veratr. Além disso, também forão curadas febres quotidianas por: calc, caps., diad., sabad» Febres terças, por: ant., cale, caps., cham., dros., lyc, mez., staph. Febres quartas, por: acon., lyc, n.-mos., sabad. Conlra as febres duplas quotidianas, deu-se : bell., chin., qraph., puls., stram.; c contra as febres duplas terças, principalmente: ars., n.-mos., rhus. Contra as febres que voltão annualmenle, emprega-se: itrs., carb.-v., lach. Quanto á hora em que as febres apparecem, os medica- mentos que correspondem a quasi todas as épocas do dia, são principalmente: ars., bell., bry., chin., ipec, natr.-m., n.-vom,, puls., rhus., sulf, veratr. — 101 — Além disso, forão curadas febres matutinaes (que appare- cem de manhãa ou durante a manhãa), por: arn., cale, cham., sabad., staph. Febres vespertinas (que apparecem de tarde ou de noite), lambem por: arn., cale, carb.-v., ign., lyc, merc, sabad., sep., staph. Febres nocturnas, também por: carb.-v., cham., mar. As febres com predominância do frio, pedem principal- mente: bry., caps., diad., ipec, puls., sabad., staph. veratr.—• As febres com predominância do calor, principalmente: acon., bell., bry., ipec, n.-vom., sabad., silic, veratr., valer.; e aquellas com predominância do suor, sobretudo: bry., chin., merc., samb. Para as febres consistindo em calafrios e calor, são, quando os calafrios precedem, principalmente: acon., ara., bry., caps., carb.-v., cin., ign., ipec, natr.-m., n.-vom.,puls., rhus., sabad., sulf, veratr.—Quando ha alternação de ca- lafrios e de calor, principalmente: bell., cale, lyc,merc, natr.-m., n.-vom., sabad., sil., spig., sulf, veratr.; e no caso de calafrios e calor simultâneos, sobretudo: acon., ars., bell., cham., ign., ipec, lyc, n.-vom., rhab., rhus., sabad., sulf Para as febres consistindo cm calor e suor, são, quando o calor se acha misturado de suor, sobretudo: bell., bry., caps., cham., chin., cin., hep., ign., merc, n.-vom., op.,puh., rhus., sabad. ; c quando os suores seguem o calor, princi- palmente: ars., chin., cin., hep., ign., ipec, puls., rhus., veratr. As febres que não consistem senão cm calafrios e suo- res, pedem, se o sior e calafrios forem simultâneos, sobre- tudo: lyc, puls., sulf; e se o suor seguir os calafios, princi- palmente: caps., carb.-a., lyc, natr.-m., rhus., sabad., thui,, veratr. As febres que consistem cm calafrios, calor e suores, — 102 — pedem quasi sempre: ars., bell., bry., caps., cham., chin., cin., hep., ign., ipec, n.-vom., puls., rhus., sabad., veratr., segundo o lugar que occupar cada um desses principaes symptomas como acima o indicámos. A sede, antes do accesso, indica sobretudo: arn., chin., puls.; durante os calafeios, principalmente: acon., ars., bry., caps., carb.-v., cham., chin., cin., ign., ipec, rhus., veratr.; depois dos calafrios: ars., chin., puls., sabad. ; depois do calor: chin. ; durante o calor, sobretudo : cham., chin., puls., rhus., veratr. ; depois da febre : chin., n.-vom.— A adispsia, durante o calor,indica sobretudo: ars., carb.-v., chin., ign., ipec, merc, n.-vom., puls., rhus., sabad., veratr. Quanto aos symptomas para considerar na escolha, póde-se empregar com preferencia: Arsenicum, quando ha: apparição simultânea dos calafrios e do calor, ou calafrios alternando com calor, ou calafrios inter- nos com calor externo, ou vice-versa; calor ardente, como se a aguafervenle corresse pelas veias; falta de suor ou apparição dos suores muito tempo depois do calor, e principalmente no principio do somno, ou calor e calafrios pouco desenvolvidos ; apparição de dores accessoriàs com os calafrios, taes como: dores nos membros, ancia e inquietação, calor passageiro por pouco que se falle e que se mexa, oppressão do peito, espasmo pulmonar , dôr de cabeça durante o calor, in- quietação, pressão na testa, vertigens ou mesmo delirios; durante o suor, zumbido nos ouvidos; depois ou duranle a febre em geral, grande'fraqueza, vertigens, dôr no fígado ou no baço; náuseas e vontade de lançar, dores de estômago violentas; cantos da boca ulcerados; amargura da boca; tre- mor, grande ancia de coração; paralysia dos membros ou dores violentas; disposição a affecções hydropicas. (Compa- rai chin., fer., ipec., veratr.) China, quando ha: antes da febre, náuseas, bulimia,'dôr de cabeça, ancia, palpitação de coração ou outras dores; — 103 — sede ordinariamente antes ou depois dos calafrios e do calor, ou durante o suor, ou também durante toda a duração do accesso febril, ou durante todo o tempo da apyrexia; cala- frios alternando com calor, ou apparição do calor muito tempo depois dos calafrios; durante os calafrios, adypsia, congestão e dôr de cabeça, pallidez do rosto, etc. ; durante o calor, boca e beiços seccos e ardentes, rosto vermelho, fome ca- nina ; grande fraqueza , durante ou depois do accesso fe- bril; somno agitado; cor do rosto amarella; vontade de dormir depois da comida; dores hepaticas ou esplenalgia; symptomas biliosos ou hydropicos; dôr ou enfarte do ligado ou do baço. Ignatia. sede somente durante os calafrios; allivio do frio pelo calor exterior; calor somente ao exterior com calafrios parciaes ou horripilaçoes internas; durante os calafrios, náuseas e vômitos, cor pallida, dores nas costas; du- rante o calor, adypsia, dôr de cabeça, vertigens, delirios, face pallida, ou alternadamente pallida e vermelha, ou rubor so- mente (de uma) das faces; depois ou durante a febre, em geral: cephalalgia, dôr na boca do estômago, grande fadiga, somno profundo com ronco; erupções nos beiços e cantos da boca, erupção urticaria. Ipecacuanha, quando ha: muitos calafrios com pouco calor, ou muito calor com poucos calafrios; aggravação dos calafrios pelo calor exterior; adypsia, ou ao menos pouca sede durante os calafrios, com grande sede durante o calor; antes, durante ou entre os accessos, náuseas, vômitos e outros symptomas gástricos com lingna limpa ou carregada, e op- pressão do peito. Este medicamento tem de bom em si que, ainda mesmo que não convenha inteiramente para o caso dado, elle promove comtudo uma mudança favorável, de maneira que depois arn., chin., ign., n.-vom., ou então ars., carb.-v., ou cin., facilmente acabaráõ a cura. Lachesis, calafrios depois da comida ou de tarde, muitas — 104 — rezes com dores nos membros e nos rins, a ponto de não deixar ao doente descanso algum, ou com oppressão do peito e estremecimentos convulsivos; durante o calor, dores de ca- beça violentas, delirios loquazcs, rubor do rosto, sede ardente, grande agitação c jactação, ou calafrios internos (durante o calor externo); fora do tempo dos accessos, com falta de cores, cor térrea, parda, dôr de cabeça, grande fraqueza e perda rápida das forças; apparição do calor, principalmente de noite ou á tardinha; apparição do suor depois do calor, perto da manhãa; renovação dos accessos febris por alimen- tos ácidos. Natrum mur. , quando ha: calafrios contínuos; calor com vertigem, escuridão dos olhos, vertigens e rubor do rosto ; dôrcs de cabeça violentas, mormente durante o calor, dores osteocopas, cor do rosto amarella, grande fraqueza, cantos da boca ulcerados, grande sede durante os calafrios, e sobre- tudo durante o calor; lingua secca; boca do estômago com sensação de dôr ao tocar; gosto amargo da boca e perda tolal do appetite. Nux-vom. , quando ha: grande fraqueza e prostração no principio da febre, depois calafrios misturados com calor, ou calor antes dos calafrios, ou calor externo com calafrios in- ternos, ou vice-versa; precisão de estar sempre coberto, mesmo durante o calor c o suor; durante os calafrios, pelle, mãos c pês, rosto ou unhas frias e azuladas, ou pontadas no lado e dôr pungente no ventre, dôrcs nas costas e nos rins, ou crispações no ventre; durante o calor, dôr de cabeça e zumbido nos ouvidos; dores de peito; calor na cabeça e no rosto, com rubor das faces e sede (muitas vezes com desejo de cerveja) durante os calafrios e o calor; affecções gástricas ou biliosas, vertigens, ancia e constipação. Este medica- mento convém freqüentemente depois de ipec. (Comparai lambem ars., bry., chin., ign. e puls.) Pulsatilla, quando ha : adipsia durante a febre toda, ou — 105 — sede somente durante o calor, ou calor e calafrios juntos com sede; exacerbação de tarde ou de noite; durante os ca- lafrios, dôr gravaliva na cabeça, ancia e oppressão no peito; durante o calor, rosto vermelho e inchado, suor no rosto, calafrios descobrindo-se, ou rubor somente das faces; du- rante ou entre os accessos febris, dores gástricas ou biliosas, amargura da boca, vomito mucoso, bilioso ou ácido, diar- rhea ou constipação, oppressão no peito, tosse humida c dôr de cabeça. Esle medicamento convém freqüentemente de- pois de lach,, ou quando a menor indigestão causa recahidas. (Comparai cin., ign., n.-vom., ou ant. e cham.) Rhus tox. , quando ha : calafrios misturados com calor, apparição dos accessos ordinariamente á tardinha ou de noite, suor depois de meia noite ou perto da manhãa; du- rante os calafrios, dores nos membros, dôr de cabeça, verti- gens, dores de dentes; durante ou enlre os accessos febris em geral, estremecimentos convulsivos, erupção urticaria, eó- licas, diarrheas e outras affecções gástricas, ictericia, insom- nia com jactação, sede nocturna, palpitação do coração com ancia, pressão na boca do estômago. (Comparai ign. , n.-vom., puls.) Além dos medicamentos precedentes , póde-se empregar lambem: Aconitum, quando o calor c os calafrios são muito vio- lentos; calor na cabeça, sobretudo ou no rosto com rubor das faces; ancia, palpitação do coração, pontadas pleuri- licas; humor chorão, queixoso e contrariante, ou idéas tris- les, desespero e temor da morte. Antimonium, quando ha: pouca sede, lingua muito carre- gada, gosto amargo da boca, arrotos, repugnância, náuseas, vomito e outras dores gástricas, puxos, tensão e pressão no epigastrio, constipação ou diarrhea. Armca, calafrios, apparecendo sobretudo de noite; sêdt mesmo antes dos calafrios; dores osteocopas antes do accesso; 14 — 106 — durante a febre mudança continua de posição, por nenhuma parecer tolerável; grande indifferença ou estupor; na apy- rexia, dores de estômago, anorexia, repugnância para a carne; côr do rosto amarella, boca amargosa, grande indif- ferença. Este medicamento convém muitas vezes depois de ipec Belladona, quando ha: dores de cabeça violentas com vertigem; calafrios violentos com calor moderado, ou vice- versa; ou calafrios e horripilações parciaes com calor em ou- tras partes; calor com rubor do rosto e pulsação das caró- tidas ; adipsia completa ou sede violenta , grande suscepti- bilidadc e humor lagrimoso. Bryonia, predominância dos frios e calafrios com rubor das faces, calor na cabeça e bocejo; ou calor predominante se- guido de calafrios e com pontadas no lado; durante o calor (ou antes dos catafrios), dôr de cabeça e vertigens; lingua muito carregada; gosto amargoso; fastio para os alimentos, náuseas, vontade de lançar ou vomito; sede excessiva; cons- tipação ou diarrhea. Calcarea, quando ha: logo calor do rosto, depois cala- frios; ou calor do rosto com frio nas mãos; ou calafrios alternando com calor; ou calafrios externos com calor in- terno; vertigens; peso na cabeça e nos membros; pendicu- lações, dores nos rins, agitação. Capsicum, sede somente durante os calafrios, c durante a febre toda; frio predominante, seguido de calor mui arden- te ; grande accumulação de coleras na boca, na garganta e no estômago; diarrhea com evacuações mucosas e ardentes; máo humor, anxiedade c vertigens que augmentão com o frio. Carbo-veg. , quando os calafrios se manifestão sobretudo á tardinha ou de noite; sede somente durante os calafrios; suor abundante seguido de calafrios; antes ou durante a fe- bre, dôr rheumatismal nos dedos ou nos membros; durante o calor, vertigens, náuseas, rubor do rosto. — 107 — Ciiamomilla, quando ha: pressão na boca do estômago, suor quente na testa, exasperação e jactação; ou vomito bilioso; diarrhea e eólicas; muita sede, predominância do calor e dos suores. Cina, vomito e bulimia antes, durante ou depois dos ac- cessos ; sede somente durante os calafrios, ou somente du- rante o calor, roslo pallido durante todo o accesso, comichão freqüente no nariz que obriga a cocar; meninas dos olhos dilatadas; magreza. Ferrum, calafrios com sede e dôr de cabeça, fervura de sangue, veias inchadas, congestão na cabeça; inchação ede- matosa do rosto, mormente ao redor dos olhos; vomito dos alimentos depois da comida; respiração curta, grande fra- queza approximando-se da paralysia. Opium, somno durante o calor, ou mesmo durante os ca- lafrios ; ronco com boca aberta; estremecimentos convulsi- vos; suor quente; excreções supprimidas. Convém sobre- tudo ás pessoas idosas, e ás vezes também ás crianças. Veratrum, quando ha: frio externo e suor frio; ou calor interno com ourinas vermelhas e carregadas, delirios e rosto vermelho; ou calafrios com náuseas, vertigens, dores nos rins e nas costas; ou calafrios alternando com calor, consti- pação ou vomilo com diarrhea; sede durante os calafrios e o calor. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se em- pregar : Cantharis, quando ha: no mesmo tempo affecção das vias ourinarias. Cocculus, quando ha: sobre-excitação, affecções espasmo- dicas, sobretudo cãibras de estômago e constipação. Coffea, sensibilidade excessiva e grande excitação, bem que a febre esteja moderada; ou somente calor com sede, rosto vermelho e viveza do espirito; depois suor geral com — 108 — s<>de; evacuações molles ou diarrheicas, ou eólicas com hor- ripilação, agitação e jactação. Drosera, calafrios excessivos com rosto frio; frio glacial das mãose dos pés, com vomiluração ou vomito bilioso; du- rante o calor dôr de cabeça violenta, tosse espasmodica; na apyrexia, symptomas gástricos. Hepar, febre com coryza, tosse e dores no peito; ou ca- lafrios com sede, precedido de gosto amargo, e seguido de calor cora somno. Hyosciamus, predominância dos calafrios ou do calor com losse nocturna que embaraça o somno, ou mesmo com ac- cesso de convulsões epilépticas. Menyanthes, predominância do frio, horripilações e frio na parle inferior da barriga. Mezereum, calafrios c frio, mormente nas mãos e nos pés, ou calor violento; sede excessiva ; dôr de cabeça, pallidez do rosto; dôr, inchação c dureza da região esplenica; fraqueza e grande sensibilidade ao ar frio. Mercurius, quando ha: calor misturado com calafrios; calor com ancia csêde; suores abundantes, ácidos ou fétidos, com palpitação do coração. Nux-mosch,, quando ha: sêdc moderada durante o calor; vontade de dormir, lingua branca, estertor e expectoração sanguinolenta. Sabadilla, predominância do frio; sede moderada ou adipsia completa; tosse secca, convulsiva, dores osteocopas, cruéis, nos membros, durante os calafrios; delirios, somno, pendieulações durante o calor. Sambucus, quando o suor predomina ou quando ha gran- de calor sem sede. Sepia, quando ha: calafrios com sede, dores nos membros com frio glacial das mãos e dos pés, e dedos duros. Staphysagria, quando a febre principia de noite com pre- dominância do frio, affecções escorbulicas c calor noclurno. — 109 — Sulfur, quando a febre se manifesta por resultado de uma sarna repercutida, e quando ha calafrios todas as noites, ca- lor nocturno e suor perto da manhãa; febre com palpitação de coração e grande sede, mesmo antes dos calafrios. Thuia, quando a febre se manifesta por calafrios com tre- mor, frio externo e interno, sede ou adypsia, e suor depois sem ser precedido por calor. Valeriana, quando ha: falta de frio, porém grande calor com sede e cabeça pesada. LENTA (febre.) — Vide febre hectica. MUCOSAS (febres.) — Vide febres gástricas. NERVOSAS (febres.) — Vide febres typhoides. PITUITOSAS (febres.) — Vide febre-s gástricas. PUERPERAES (febres.)—Vide moléstias das mulheres. Cap. 20. PÚTRIDAS (febres.) — Vide febres typhoides. RHEUMATISMAES (febres.)—Vide febres catarrhaes E RHEUMATISMAES. SOPOROSAS (febres). —São sobretudo: bell., cham., op. e puls., c também: ant., carb.-v., lach., merc, rhus. e tart., que com mais freqüência devem ser empregados con- tra esta espécie de febre intermillente. (Vide também Cap. 3o, somnolencia.) TRAUMÁTICAS (febres.) — Vide Cap. 2o, lesões me- chanicas. TYPHOIDES (febres nervosas e). — Todas as febres comprehendidas debaixo dos nomes de febres adynamicas, ATAXICAS, CEREBRAES, NERVOSAS, TYPHOIDES, PÚTRIDAS, etC, lendo muita analogia entre si, julgámos obrar com acerto para a pratica, reunindo as todas debaixo de qualquer nome, o indicando os symptomas que, seja qual fôr o nome que mereça um caso dessas febres, indicão constantemente a escolha do medicamento salutifero. Os medicamentos que alé hoje forão empregados com — 110 — mais suecesso, são em geral: bell., bry., hyos., lach., merc, n.-vom., phos.-ac, rhus., stram., sulf. Porém em alguns casos póde-se ainda empregar: acon., arn., ars., camph., carb. -v., cham., chin., coce, lyc., mur.-ac., natr. -m., nitr-sp., n.-mos., op., puls. e sulf, ou ainda: daph., gran., phos. e sulf.-ac. Para as febres nervosas com o caracter de erethisma (febres nervosoz versatiles), são principalmente: acon., bell., bry., cham., hyos., lyc, mur.-ac, natr.-m., n.-vom., rhus., stram., que merecem ser empregados. Para as febres com o caracter da estupidez, (febres ty- phoides propriamente ditasj , são principalmente: arn., ars., bell., bry., chin., coce, hyos., lach., nitr.-sp., n.-vom., op., rhus., stram., veratr. As febres typhoides com predominância da affecção ce- rebral (typholis cerebralis, febre cerebral), pedem de prefe- rencia: acon., bell., bry., hyos., lach., lyc, n.-vom., op., phos.-ac, rhus. e stram. Para as febres typhoides com predominância de affecções pulmonares (typhus pulmonaris ou pneumonia typhoide) , são principalmente: bry. e rhus., ou ainda: ars., bell., chin., hyos. e sulf. As febres typhoides com predominância de affecções abdominaes (typhus abdominalis, febre pútrida), exigem de preferencia: rhus. ou bry., ou ars., chin. e merc, ou tam- bém: arn., carb.-v., n.-mos., puls. e sulf. Quanto aos diversos períodos em que a febre typhoide poderá apresentar-se, sendo possível tratar o doente no pe- ríodo da incubação, será com mais freqüência por bry. ou rhus. que conseguir-se-ha prevenir, ou ao menos diminuir desde o principio a moléstia. O periodo inflammatorio pede então principalmente: bry., ou ainda: acon., bell., chum., hyos., lyc, n.-vom. c stram. — 111 — O período da debilidade exige de preferencia: rhus. ou ars., carb.-v., chin., merc. e mur.-ae, como também: arn., lach., n.-mos., phos.-ac. e sulf.—È sobretudo por carb.-veg. que, na ultima extremidade, quando está a vida a ponlo de extinguir-se, conseguir-se-ha muitas vezes reanimar ainda as forças vitaes do doente, fazendo-o voltar a um estado mais satisfactorio. No período da convalescença, quando ha ainda grande fraqueza physica e nervosa, etc, serão sobretudo, coce, chin. e veratr., ou também : n.-vom. e sulf. os medicamen- tos mais convenientes. Quanto aos symptomas que devem ser considerados nos casos individuaes, póde-se empregar com preferencia: Belladona, quando ha: calafrios alternando com calor, ou calor interno e externo com rubor e calor ardente das faces, ou de todo o rosto ; olhos vermelhos, scintillantes; meninas dos olhos dilatadas; photophobia; zumbido nos ouvidos e dureza dos mesmos; olhar incerto ou furioso; rosto inchado; sede ardente com repugnância para as bebidas, ou vontade de beber sem poder engulir; somno agitado ou insomnia; estre- tremecimentos e sobresaltos dormindo ou acordado; perda dos sentidos com murmúrios e carpologia; ou delirios furiosos com visões espantosas, susto e vontade de fugir; dores de cabeça violentas, principalmente na testa; vertigens endireitando-se; beiços seccos, cantos da boca ulcerados; lingua secca e ver- melha, ou carregada de uma camada de um amarello-sujo; gosto amargoso da boca; pressão anciosa na boca do estô- mago; evacuações nullas; ourinas raras e vermelhas, ou amarello-claro; respiração rápida, pulso freqüente; palavra precipitada, ou fracaeindistincta; suor frio no rosto, e mor- mente na testa, abaixo dos olhos e ao redor do nariz; grande apathia; dôr nos membros, tosse com dôr no peito, etc. (Comparai hyos.-c.) Bryonia, quando ha: calafrios seguidos de calor continuo — 112 — por todo o corpo, mas sobretudo na cabeça, com rosto verme- lho, suores abundantes, ou pelle secca e gretada, ou humida e viscosa; lingua e beiços seccos pardos e gretados; grande sede, repugnância para todos os alimentos, mesmo com náu- seas e vontade de lançar, ou com vômitos mucosos ou bi- liosos; dôr violenta na boca do estômago ao tocar; consti- pação ou evacuações diarrheicas, amarellas; ourinas amarello- claro ou vermelho pardo, com sedimento amarello; cephalalgia pressiva, torpente, ou sensação como se estivesse o cérebro pisado; vista encoberta; ouvidos tapados com dureza dos mesmos ; accumulação abundante de mucosidades espessas e tenazes nas fossas nasaes e acima das ventas; grande cadu- quez com tremor c vertigens endireitando-se; delirios de dia e de noite com visões fantásticas ou murmúrios, ou cora von- tade de fugir da cama; insomnia com calor fugax e jactação, ou vontade continua de dormir, e mesmo somnolencia coma- tosa com sobresaltos e sonhos interrompidos; carpologia; pulso accelerado e freqüente; ou irregular, ou pequeno e intennit- tente; respiração curta, opprimida; dôr e estado paralytico de todos os membros ; dôr pungente no peito ou nos lados; humor iracundo, desespero da cura, e temor da morte; pete- chias. (Comparai rhus.) Hyosciamus, quando ha: delirios furiosos com visões de toda a espécie; sobre-excitação nervosa com insomnia e agi - tação, ou somnolencia comatosa, interrompida por delirios, ora pacíficos, ora furiosos; apathia, estupidez c grande fraqueza sobretudo das mãos movendo-as; palpitação muscular; car- pologia; vontade de fugir da cama; rosto vermelho e quente, ou pallido com faces azuladas: olhos fitos, embaceados e com olheiras, ou vermelhos e scintillantes com meninas dos olhos, ora dilatadas, ora apertadas; dureza do ouvido com zumbido e zunido nos ouvidos; lingua secca, árida e coberta de uma camada parda. (Comparai bell.) Lachesis, quando ha: vertigens endireitando-se; palpebras — 113 — como paralysadas; amargura da boca; dôr no peito coou tosse secca, somno comatoso com deitar em supinação; rosto abatido; queixo inferior pendente; delirios com murmúrios, olhar estúpido, ou como se os olhos estivessem cheios de somno; lingua vermelha, amarclla, gretada ou lisa e secca» ou carregada de mucosidades brancas, ou lingua pesada com grande difíiculdade de a botar de fora, e palavra diflicil; sede com repugnância para as bebidas; ourinas verme Iho- apardado e abundantes. Lycopodium, conlra : grande fraqueza com prostração de todas as forças; queixo inferior pendente; olhos encobertos c semi-fechados, respiração lenta com boca aberta, ou quando ha: calafrios alternando com calor; animação sem calor, nem congestão na cabeça, nem no rosto; rubor cir- cumscripto das faces, suores debilitanles; lingua vermelha; constipação; gênio brando, tranquillo, ou gritos; rcprehcn- sões c maldade, mormente ao acordar. Mercurius, conlra vertigens, plenitude e embaraço na cabeça; estupidez c incapacidade do refleclir; cephalalgia pressiva, sobretudo na testa e no verlex., zumbido nos ouvidos; lingua carregada de mucosidades espessas, amarcllo-sujo, ou então lingua limpa com gosto amargoso, pútrido; gengivas sanguentas; náuseas e vomiluração, ou vômitos de matérias mucosas c amargas; grande sensibilidade e dôr na boca do estômago, na região hepatica, e no ventre ao redor do embigo, com dores, mormente de noite, inquietação, ancia e jacta- ção; constipação ou evacuações diarrheicas, amarcttas ou verdes; ourinas carregadas; pelle ardente e secca, ou suores abundantes, debilitantes eviscosos; grande fraqueza; insomnia completa; delirios nullos ou no menos pouco declarados. Nux-vom., contra : grande sensibilidade de todos os órgãos, predominância de symptomas gástricos c biliosos; modorra como por embriaguez com perda dos sentidos; grande fraqueza c prostração; faces e palmas das mãos vermelhas c ardentes ; 15 — 114 — lingua secca e branca, ou preta com bordas vermelhas c gre- tadas, beiços seccos com sede e repugnância para as be- bidas ; gosto amargoso c pútrido das bebidas; fastio para os alimentos; cephalalgia cruel ou pressiva com vertigens ; eó- licas, palpitação do coração e ancia; pressão e tensão dolo- rosa em todo o epigastrio e nós hypocondrios; membros como despedaçados; humor iracundo, assomado c rabujcnto. Phosphori-acid. , conlra: apathia completa, vertigem c estupidez; grande fraqueza e prostração; laconismo e repug- nância paia a conversação; olhar fito, estúpido, com olhos vi- drados ou encovados; insomnia de noite com ancia e jacta- ção, ou somnolencia insuperável e somno com sonhos inter- ruptos, ou delirios com murmúrios e carpologia; embaraço e obnubilação penivel da cabeça, mormente ao acordar; grande zumbido nos ouvidos com dureza dos mesmos; lingua secca; pelle secca, ardente, calor, sobretudo perto da noite; evacuações diarrheicas, ou constipação com peso e pressão no ventre; ourinas de um vermelho-pardo com sedimento avermelhado; suor frio no rosto, na boca do estômago e nas mãos, com ancia, etc. (Convém ás vezes antes ou depois de op.) Rhus, contra : grande fraqueza eprostração que não deixa quasi nem endireitar-se, nem mover-se; insomnia com angus- tia e sobresaltos freqüentes, ou somnolencia comatosa com murmúrios, ronco e carpologia; calor secco com angustia; estupidez ou idéas confusas, ou perda completa dos sentidos; delirios loquazes com vontade de fugir, alternando com inter- vallos lúcidos; cephalalgia torpente, vertigens endireitando-se e movendo-se; rosto ou faces vermelhas e ardentes; olhos ver- melhos e ardentes, ou fitos e embaciados; ouvidos tapados e dureza dos mesmos; boca e garganta seccas; lingua e beiços seccos, gretados, pardos ou denegridos, ou lingua vermelha e tremula; grande sede; falta de appetite e repugnância para os alimentos, ventre duro e leso, com dôrcs violentas no epi- — 115 — gastrio, mormente ao tocar; constipação com vontade inútil de evacuar, ou evacuações diarrheicas sanguinolentas; ourinas de côr carregada e quentes, ou cor clara c turvando-se de- pois; calor secco com ancia, ou suor viscoso; petechias. (Comparai bry.) Stramonium, contra: cephalalgia pulsativa, mormente no vertix com accesso de desmaio, escuridão da visla e dureza do ouvido; delirios com agitação violenta; visões espantosas e illusões da visla e do ouvido, ou com canto, silvo, palavras em lingua estrangeira, vontade de fugir da cama, etc. ; perda dos sentidos, de modo a desconhecer os seus; meninas dos olhos dilatadas e insensíveis; evacuações e ourinas nullas; estado soporoso com ronco, etc Entre os outros medicamentos apontados, póde-se em- pregar : Arnica, contra: somnolencia comatosa com delirios e carpologia; ronco e evacuação involuntária, soltura de ou- rinas, etc. Absenicum, contra petechias, somnolencia comatosa com delirios, carpologia, perda dos sentidos, sobresaltos freqüen- tes e gemidos; grande fraqueza e prostração; queixo inferior pendente; boca aberta; olhos embaciados e vidrados, etc. Gamphora, contra: delirios violentos, cabeça pesada c quente com pelle fria, viscosa; grande fraqueza; suores debi- litantes e viscosos; disposição para a diarrhea. (Convém as vezes depois de rhus.) Carbo-veg, , contra: estado soporoso com estertor, rosto hypocratico; meninas dos olhos insensíveis; pulso pequeno e fugaz; suor frio nas extremidades e no rosto; evacuação involuntária de excrementos de cheiro cadaverico; ourinas de um vermelho carregado, com uma nuvem suspensa no meio, etc Chamomilla, quando ha: dores espasmodicas, gastralgia — 116 — •ou eólicas crampoidas. c diarrhea com o resto dos symplo- jmas lyphoides. China, quando ha: falta de appetite e gosto de barro em Iodos os alimentos; lingua e beiços seccos, áridos e gretados ; diarrhea de dia c de noite com evacuações aquosas, amarellas, ou com matérias não digeridas; somnolencia continua, ou somno não reparador, ele Coccui.us. quando ha: grande fraqueza, cephalalgia com vertigens ; accesso de desmaio ; gastralgia ; paralysia dos mem- bros, etc (Convém muitas vezes depois de rhus. ou camph,) Muriatis a cm. , contra : grande fraqueza com prostração, cephalalgia como se o cérebro estivesse pisado, symptomas tlc podridão, ou dores pleureticas. Nvtrum-mur. , quando ha: perda dos sentidos, sede inex- tinguivcl, seceura da lingua, grande fraqueza. Nitri-spir. , contra grande fraqueza com prostração , apathia completa; estupidez, com olhos fitos e espantados; sur- clcz; beiços seccos, ardentes; somno com delirios c murmú- rios, etc Nux-moscii. , quando ha: diarrhea pútrida ou colliqualiva, somnolencia comatosa com ronco, delirios, estupidez. Opium, conlra: modorra ou somnolencia comatosa com ronco, boca aberta, delirios c murmúrios. (Depois de op., convém as vezes phos.-ac.) Pilsatilla,.quando ha : perda dos sentidos, com delirios ■violentos; pranto e lamentações com gestos de desespero. Sulfur, quando ha : calor continuo, mormente de noilc, 'rosto pallido; pulso cheio, accelerado; grande sede; lingua secca, apardada; ourinas raras de um vermelho carregado, lurvando-se logo; insomnia; delirios com os olhos abertos, carpologia, constipação. Quanto ao resto dos medicamentos aponlados, e maiores detalhes, vide sua pathogenesia, e comparai lambem: febres «NFLAMMATORIAS, GÁSTRICAS, SOPOROSAS, etC. — 117 — VERMINOSAS (febres.) — Vide Cap. 17, affecções VERMINOSAS. CAPITULO V. AFFECÇÕES MORAES. ALEGRIA (resultados de uma.) — Vide Cap. i°, resul- tados das EMOÇÕES MORAES. ALIENAÇxVO mlntal, mania, etc —Os medicamentos que alé hoje forão empregados com mais suecesso são, em geral: acon., bell., cale, crotal., hyosc, lach., lyc, n.-vom., op., pi., puls., sil., stram., sulf, veratr., vip.-e Se a alienação fôr o resultado de emoções mortificantes, laes como: pezares, mortificações, cólera, etc , são princi* palmente: bell., hyos., n.-vom. c plat. que merecem ser empregados, ou também: ign., phos.-ac, staph., etc (Com- parai Cap. i°. emoções moraes.) Se fôr causada por excesso de estudo, são sobretudo; lach., plat., stram., ou ainda: nux.-vom., op. esulf, ou tam- bém: bell., hyos. c veratr. (Comparai Cap. i°, fadiga por ESFORÇOS INTELLECTUAES.) A alienação que se acha sob a influencia de idéas reli- giosas, pede principalmente: lach., sulf, veratr., ou ainda: ars., aur., bell., lyc, puls. e stram. Para a alienação mental dos bêbados (deliriam tremens), achar-se-ha muitas vezes conveniente: n.-vom. ou op., ou também: bell., cale, hyos., lach. e stram.; se todavia o estado não fôr tal que exija merc, puls. ou sidf (Comparai Cdp. Io, BEBEDICE.) Para as alienações mentaes do sexo feminino, c sobretudo para aquellas que dependem de desordens nas funeções se- xuaes, são principalmente: acon., bell., plat., puls., stram, e — 118 — veratr., ou ainda: cupr., lach., merc. e sulf. (Comparai Cap. 20, moléstias das mulheres.) Quanto aos symptomas que determinão a escolha em um caso dado, póde-se empregar com preferencia : Aconitum, quando ha: receio e presentimento de uma morte próxima; vontade de fugir de casa ou da cama; humor som- brio, taciturno e lacônico; accessos de afílicção, convulsões; suores frios; congestão de sangue no peito ou na cabeça; pal- pitação c ancia no coração; delirios com risos e pranto alter - nados, etc. • Belladona, contra: grande afflicção com agitação e inquie- tação, perda dos sentidos, de modo a não conhecer os seus, apenas pelo ouvido; visões espantosas de fantasmas, de diabos, de guerra, de touros, com vontade de fugir ou de oceultar-se; gênio desconfiado, timorato ou humor rixoso, ou vontade de cuspir, de dar pancadas, de morder, de tudo despedaçar, ou de se arrancar os dentes; gritos, latidos; temor da morte, laconismo, gemidos, preces; farças ridículas; olhos espan- tados,com olhar fito e furioso; rosto inchado; espuma na boca; sede ardente, ou repugnância para as bebidas, com dysphagia ; sobresaltos; tremor dos membros, sobretudo das mãos; insom- nia com agitação, etc Calcarea, sobretudo quando o doente, em suas divaga- ções, oecupa-se em mortes, incêndio, ratos, ou quando ha : grande maldade com obstinação, máo humor e repugnância para a conversação, tremor dos membros, etc. Crotalus, quando ha: temor vago durante a noite; von- tade inútil de chorar; vontade de precipitar-se, com frio e íremor das mãos; demência completa: em outros ataques semelhantes, vozes extranhas são ouvidas pelo doente, que persegue um ente fantástico: outras vezes não pódc o doente supportar alguém á sua direita, e soffre por isso grandes pal- pitações de coração. Hvosgiauvs, sobretudo quando ha: accessos de mania — 119 — alternando com ataques de epilepsia; insomnia com delirios loquazes contínuos, grande afflicção e susto, mormente de noite, com receio de ser trahido ou envenenado, e vontade de fugir; visões de defuntos; gênio cioso; furor com vontade de dar pancadas e de matar; farças e bobices ridículas'; diva- gações sobre seus negócios, tremor dos membros, etc. Lachesis, quando ha: grande loquacidade com discursos sublimes, palavras escolhidas e idéas que passão rapidamente de um assumpto a outro; estado de extasis e de exaltação que chega alé ás lagrimas; desconfiança, suspeitas; gênio zeloso ou orgulhoso, e muito susceptível; temor e presentimento da morte, etc. Nux-vom. , quando ha: grande ancia e inquietação com vontade de deixar a casa e errar por fora; perda dos sen- tidos, com divagações, visões espantosas, respostas e acções desarrazoadas; rosto pallido e inchado, ou vermelho e quente, com congestão na cabeça; palavras gaguejadas; tre- mor dos membros; aperto na boca do estômago, no epigastrio e nos hypocondrios; vomito dos alimenlos absorvidos, ou de matérias biliosas; constipação ou diarrhea aquosa ; insomnia com sobresaltos, etc. Opium, quando ha: vertigem comatosa com perda dos sen- tidos; mania com idéas bizarras ou fixas, que fazem pensar que não está em sua casa; visões espantosas de -atos, escor- piões; convulsões e tremor; ancia, furor, impossibilidade de pegar no somno, apezar da maior somnolencia; constipação com meteorismo; congestão na cabeça com rubor do ros- to, etc. Platina, quando ha: divagações sobre acontecimentos passados, com cantos, risos, pranto, dansas, tregeitos e ges- ticulações; obstinação ou humor iracundo, rixoso, com von- tade de arguir os mais de seus próprios defeitos; desprezo de outrem com alta opinião de si; exaltação do appetite vene- reo; constipação; grande afflicção com palpitação no coração, — 120 — c medo excessivo da morte; visões espantosas com susto, idéas fixas que fazem pensar que todas as pessoas são outros tan- tos diabos, etc. Stramonium, sobretudo quando ha: vertigem com grande inquietação e agitação, ou perda dós sentidos de modo a não conhecer mais os seus; idéas fixas que fazem pensar que o corpo eslá partido em duas metades; divagações com visões espantosas, medo e vontade de fugir; ou com preces, ar de- voto ; ou com grande loquacidade, idéas lascivas, ou maneiras pedantescas, conversação com os espíritos, dansas, risos, pan- cadas, farças ridículas alternando com geslos que exprimem a tristeza e a melancolia; ou furor indomito com vontade de morder, cuspir, de matar; desejo da luz e da sociedade ; aggravação do estado na solidão e escuridão, assim como no equinoxio do outono; rosto vermelho c inchado, com ar lolo c risonho, ele Veratrum, quando ha : grande afflicção c inquietação, medo c disposição a espantar-se; desalento e desespero; taciturni- dade extraordinária; perda dos sentidos, com cantos, silvos risos, idéas lascivas; vontade de andar fora de casa; idéas errôneas, orgulhosas; disposição para dízer-sc atacado de affecções fictícias, divagações sobre matérias religiosas, ele Vipera coralina, quando o doente julga que está levando pancadas; ouve sem coraprehender, ou lhe parece que ouve alguém; procura questões e brigas, ou deseja ir para o cam- po brincar sobre a relva, ou quer ficar só e se refugia aos can- tos da casa; fôrma gigantescos e fantásticos projectos de melhorar sua fortuna, epassa logo a tal cslado de di-lracção , que não attende ao tempo que decorre inapercebido. Entre os outros medicamentos apontados, pódc se empre- gar com preferencia: Anacardium, quando ha: grande disposição a rir de cousas serias, e ficar serio havendo motivos de riso; conlradicções continuas comsigo mesmo; falta de todo o sentimento moral - 121 — r religioso, mesmo com vontade de blasfemar; idéa fixa do estar endemoninhado, etc. AwpniSBENA, quando ha tristeza e grande desfallecimento pela manhãa, que se dissipa caminhando, e depois trislcza terna, que passa a um estado de saudosa melancolia, e final- mente de enojo c impaciência. Arnica, quando ha : alegria louca com grande leviandade, frivolidade e maldade; humor rabujenlo, rixoso, com rcsis- tencia obstinada. Arsenicum, quando ha: afflicção excessiva, inquietação e indecisão, medo de fantasmas, ladrões e da solidão com von- tade de se occnltar; repugnância para a conversação; grande susceptibilidade, propensão excessiva para a critico. Lycopodium, se os accessos de mania furem acompanhados de vontade, de exprobrações, de arrogância e despotismo. Silicea, sobretudo quando ha : idéas fixas, de modo a não so lembrar se não de alfinetes que vai contando, depois temo e busca por toda a parte; com tacilurnidadc, laconismo, indifferença, afllicção c horror do trabalho; aggravação do estado no quarto crescente da lua. Sulfur, mormente quando ha: idéas fixas de possuir bo- nitos trastes e superabundancia de tudo, com confusões das idéas, de modo a enganar-se sobre a qualidade dos objcclos; de tomar, v. g. , um boné por um chapéo, etc. Para maiores detalhes, vide a pathogenesia dos medica- mentos, e comparai lambem os ailigos: melancoi.iv, h\po- COSDRIA. AMOR INFELIZ (resultados de um.) -— Vide Cap. i°, resultados das emoções moraes. BEREDICE. — Vide Cap. i°. CONTRARIEDADE (resultados de uma.) —/«/« Cap. \°, resultados das emoções moraes. DELIRII M TREMENS. — Vide alienação mi mal , o Cap. Io, BEBEDICE. 16 — 122 — EMOÇÕES MORAES (resultados das.) — Vide Cap. V. EXCESSO DE ESTUDO. — Vide alienações mentaes, e Cap. i°, fadiga por esforços. HYDROPHORIA. — Segundo o conselho do Dr. Hering, será acertado tratar a ferida recente com a applicação do calor a distancia. (Vide Cap. 26, feridas envenenadas) , até apparição de horripilações febris; e continuando todos os dias, três, quatro vezes, até que a ferida esteja fechada e curada, sem deixar cicatríz corada. No mesmo tempo, o doente tomará todos os cinco ou sete dias, ou tão freqüentemente como a aggravação da ferida o exigir, uma dose de bell. ou de lach., ou mesmo de hydro- phobina, até a ferida sarar radicalmente. Sc ao cabo de sete ou oito dias apparecesse, com movi- mentos febris, uma pequena vesicula debaixo da lingua, seria preciso abri-la com um bisturi ou tesouras de pontas, e fazer lavar a boca com água salgada. Se a raiva declarou-se antes que se podesse soccorrer o doenle, deve-se empregar sobretudo, segundo as circums- lancias : bell. ou lach., ou ainda : canth., hyos., merc, stram. e veratr. (Vide alienações mentaes.) HYPOCONDRIA. — Os medicamentos que merecem ser empregados com preferencia contra esta espécie de affecção moral são, em geral: n.-vom. seguido de sulf, ou calc. se- guido de chin. e de natr. ou ainda: anac, aur., con., grat., lach., mosch., natr.-m., phos., phos.-ac, sep. e staph. Se a hypocondria fôr o resultado de excessos sexuaes, de PERDAS DE HUMORES, OU de OlltraS CAUSAS DEBILITANTES, SerãO principalmente: calc, chin., n.-vom. e sulf, ou ainda: anac, con., natr.-m., phos.-ac, sep. e staph., que deveráõ ser empre- gados. Para a hypocondria que é o resultado de desordens nas funcções abdominaes por causa de uma vida sedentária, de — 123 — estudos forçados, etc, são sobretudo: n.-vom. esulf, ou ainda: aur., calc, lach., natr. e sil. Quanto aos symptomas que determinão a escolha em um caso dado, as dores, na hypocondria, são ordinariamente tão complicadas que, para darmos as indicações precisas, seria mister repetir quasi inteiramente toda a pathogenesia dos medicamentos apontados. Comtudo, querendo dar algum ponto de apoio aos principiantes, indicaremos alguns dos symptomas moraes e somáticos os mais salientes dos princi- paes medicamentos, recommendando-lhes de completar essas indicações com o resto dos symptomas da pathogenesia. Assim, póde-se empregar : AmphisbjENA, se os accessos de hypocondria alternão com tristeza terna e saudades, seguidas de enojo e impaciência, e acompanhadas de grandes dores cm toda a columna verte- bral. Calcarea, quando ha abatimento e tristeza com grande disposição para chorar; accessos de afflicção com palpitações no coração, e balanços na boca do estômago; desespero por causa da saude arruinada, e grande receio de cahir doente, de ser infeliz, de perder o juizo; temor da morte; grande sensibilidade de todos os órgãos, repugnância para o tra- balho, com incapacidade de meditar ou de fazer um trabalho intellectual qualqaer que seja. (Comparai sulf) China, quando ha : grande apathia e insensibilidade mo- ral, ou grande sensibilidade de todos os órgãos; gênio escru- puloso; desalento, idéas fixas de ser desgraçado; dores de cabeça pressivas, ou terebração no vertex, digestão fraca com a barriga dura, máo humor, fadiga e preguiça depois da co- mida; insomnia por affluencia de idéas, ou somno agitado e não reparado, com sonhos anciosos que atormentão ainda de- pois de acordado, etc Crotalus, se o doente pensa continuamente na morte, com grande tristeza, e sem poder chorar, ou chorando — 124 — excessivamente ; vè o espectro da morte mui grande c des- carnado ; c perde a memória, fica taciturno, c a ludo res- ponde negativamente, mesmo sem o querer. Natrum, quando ha: grande desalento com pranto c in- quietação sobre o futuro ; repugnância para a sociedade ; múo humor, com despeito, disposição a eneolcrisar-se; falta de appetite , com digestão fraca , e muitas dores moraes e physicas depois da comida, c mormente depois do menor desmancho na dieta, etc. Nux-vom. , quando ha: máo humor e tristeza com deses- pero c aversão â vida, ou grande disposição a irritar-se; preguiça e repugnância a qualquer movimento ou trabalho com inaptidão para os trabalhos intellectuacs, e dôr de cabeça depois da menor applicação; somno não reparador, acor- dando cedo, c aggravação das dores demanhãa; cabeça pesada com dôrcs pressivas, ou como por um prego no cérebro; horror ao ar livre, e precisão continua de estar deitado, com grande fadiga pelo menor passeio, dôr e tensão na região hypocon- driaca, no epigastrio c na boca do estômago; constipação; disposição ás hemorrhoidas, etc (Comparai sulf, que con- vém freqüentemente ao depois.) Sulfur, quando ha : grande abatimento moral, genio escru- puloso, inquietação sobre seus negócios privados, sua saude o a salvação eterna, idéas fixas; accessos de afflicção, com impaciência e disposição a irritar-se; grande preguiça do corpo c do espirito ; cabeça pesada com inaptidão para os tra- balhos intellectuacs ; cephalalgia pressiva, mormente no vertex, plenitude c pressão na boca do estômago e no epigastrio; constipação; disposição ás hemorrhoidas; propensão a se jul- gar muito infeliz, etc (Comparai calc, que convém muitas vezes ao depois.) Entre os outros medicamentos apontados, póde-se em- pregar : Anacardhm, quando ha : humor triste, aversão para a so- — 125 — ciedade; receio do futuro com desalento c desespero, apprc- hensões e temor de morte próxima, etc. Aurum, quando ha: grande inquietação com temor da morte, vontade de chorar, genio escrupuloso; inaptidão para a meditação, com cephalalgia como por estar o cérebro pi- sado, depois do menor esforço intellectual, etc. Comum, quando ha: grande indifferença e apathia, aver- são á sociedade, c comtudo medo da solidão; disposição ás lagrimas, etc. Gratiola, quando ha : humor triste, caprichoso, com an- licipação, pressão no estômago depois da comida, ele Lachesis, quando ha: grande abatimento moral, com tre- mor e inquietação sobre a moléstia; idéa fixa de ser perse- guido ou odiado pelos seus; desgosto c inaptidão para qual- quer trabalho corporal ou intellectual; sensação de uma grande fadiga que não deixa trabalhar, etc Moschus, quando o doente se queixa de dores excessivas sem saber onde lhe dóe, com ancia, palpitação no cora- ção, etc Natrum-mlr., no caso que nalr. não fosse sufliciente para a cura. Posphorus, quando ha: grande tristeza com pranto, alter- nando com alegria e risos involuntários; grande inquietação sobre a saude e o êxito da moleslia; accessos de afflicção, mormente estando só, ou por um tempo de trovoada, com genio limorato, etc. Posphori-ac, grande inquietação sobre o futuro e buscas anciosas sobre a moleslia, tristeza e repugnância para a con- versação, etc Sepia, grande inquietação respeito a saude, indifferença para tudo em geral, mesmo para seus próprios; aversão para seus negócios; desalento, aborrecimento á vida. Staphysagria, grande indifferença, tristeza, receio do fu- luro; pranto e idéas penosas sobre a malena, aversão a todo — 126 — o trabalho, quer corporal, quer intellectual, inaptidão para a meditação, etc. HYSTERIA. — Vide Cap. 20, é comparai nYPOCONDRiA. IMRECILIDADE. — São principalmente: bell., hell., hyos., lach., op. e sulf, ou ainda: anac, croc, crotal. e n.-mos. que merecem ser empregados com preferencia contra esta espé- cie de fraqueza intellectual. MANIA. — Vide alienações mentaes. MELANCOLIA. — Os principaes medicamentos, são em geral: ars., aur., bell., ign., lach., puls., sulf. ou ainda : cale, caus., coce, con., graph., hell., hyos., lyc, merc, natr.-m., n.-vom., petr., sil., stram. e veratr. Para a melancolia negra, são sobretudo : ars., aur., lach. e n.-vom., ou também: ant., anac, calc, graph., merc e sulf. A melancolia branda exige principalmente : amph., coce, hell., ign., lyc, phos.-ac, puls., sil. e veratr., ou ainda: con., petr., sulf, etc Para a melancolia religiosa, são sobretudo: aur., bell,, lach., lyc, puls. e sulf. Entre os medicamentos apontados, póde-se empregar com preferencia : AmphisbjEna, quando ha: ternura, saudades, e depois eno- jo e impaciência; erupção miliar por grupos elipticos, acordo por muitas noites a horas certas : hérnia umbilical, crural ou inguinal. Arsenicum, quando ha: accessos periódicos, grande afflic- ção com inquietação e impossibilidade de ficar na cama ou sen- tado; apparição das affecções, sobretudo de noite, ao cre- púsculo ; disposição ás lagrimas; idéa fixa de ter offendido a todos, ou de não poder ser feliz; medo com inclinação ao suicídio, ou temor excessivo da morte; oppressão e aperto na boca do estômago; rosto quente e vermelho, etc. Aurum, grande afflicção no coração, pranto, preces, pai- — 127 — pitações no coração, aversão á vida, c inclinarão ao suicídio; disposição a desesperar de si mesmo, e da estima de outrem; incapacidade para o menor trabalho intellectual; zumbido nos ouvidos com dôr de cabeça ; dôr de contusão na cabeça, depois do algum trabalho intellectual; dores hepaticas, etc. Belladona, quando ha : grande afflicção, mormente encon- trando-se com alguém, com vontade de atacar a todos, e lagrimas de arrependimento; ou humor inquieto, sombrio ou lagrimoso, com apathia e indifferença; accessos eróticos; espasmos na garganta ou nas vias ourinarias; excitação do appetite venereo, etc. Ignatia> quando ha: disposição a ficar silencioso, com olhar fixo; idéas penosas, e indifferença completa para tudo; afflicção com palpitação no coração; grande disposição ás lagrimas; amor da solidão ; sensação de grande fraqueza; suspiros freqüentes; rosto térreo, encovado; perda dos ca- bellos, etc. Lachesis, quando ha: afflicção excessiva e inquietação que dá para procurar o ar livre; abatimento moral com disposi- ção insuperável a entregar-se á tristeza; suspiros freqüentes, seguidos de allivio, etc. Pulsatilla , quando ha : susto fácil, afflicção com vontade de afogar-se, insomnia, ou sonho agitado com sonhos anciosos; contracção anciosa no peito, mormente de noite, com suffoca- ção; grande disposição ás lagrimas, ou a ficar quieto, sentado, com as mãos postas, etc. Sulfur, quando ha: ancia com inquietação sobre sua sor- te, seus negócios privados, e mesmo sua salvação eterna; dis- posição a ficar sentado em o maior socego, ou a desesperar-se e fugir; medo, afflicção, preces, queixas sobre idéas Ímpias que vem com abundância á lembrança; rosto pallido, grande indifferença e apathia, etc. Quanto aos outros medicamentos apontados, e maiores detalhes sobre os antecedentes, vide a sua pathogenesia, e — 128 — comparai os artigos: alieneçao mental, hypocondria e nos TALGIA. NOSTALGIA. — Os melhores medicamentos, são cm ge ral: caps., merc ephos.-ae, ou ainda: aur. ou carb.-a. Capsicüm, 6 sobretudo conveniente quando ha : rubor das faces, pranto freqüente e insomnia. Mercurius, quando ha: grande ancia com tremor c agita- ção, mormente de noite, com insomnia; humor rixoso, que faz com que se queixe de todos; vontade de fugir, etc. Pospuori-ac, quando ha : humor taciturno, lacônico, espi- rito obtuso, estúpido; febre hectica com vonlade continua de dormir, c suores abundantes de manhãa. PEZAR (resultados de um.) —Vide Cap. i°, resultados das EMOÇÕES MORAES. SAGACIDADE. — O estado zoo-magnetico ou de saga- cidade, que algumas vezes sobrevem em certas pessoas a ponto de as tornar somnambulas naturaes, pede para ser aniquillado, principalmente: phosph., e também: acon., bry., sil., mys.-arc ou stram. SOMNAMBULISMO. — Vide sagacidade , e Cap. 5", SOMNAMBULISMO. SUPER-EXCITAÇÂO. - Vide Cap. i% super-excitarão NERVOSA. SUSTO (resultado de um.) — Vide Cap. i°, emoçõu> MORAES. CAPITULO VI. moléstias da cabeça e do couro cabelludo. ALOPECIA e queda dos cabellos. — Os principaes me- dicamentos contra a queda dos cabellos são, cm geral: calc.. hep., graph., kal., lyc, nitr.-ac, phos.-ac, sil., sulf, ou ainda: aur., bar.-c, carb.-v., caust., chin., kal., magn., nurc, natr.-m., sep., staph., zinc. — 129 — A queda dos cabellos, depois de grandes moléstias agudas, pede de preferencia: lyc, hep. e sil., ou também: calc, carb.-v., natr.-m., phos.-ac. c sulf.; e nas mulheres paridas empregar-se-ha com mais suecesso: cale, lyc, natr.-m., sulf Para a queda dos cabellos por resultado de perdas debi- litantes, são principalmente: chin. e fer. ; e se teve lugar por causa de suores freqüentes, é merc. que merece a prefe- rencia. Sc a queda dos cabellos fôr o resultado de um pezar ou afflicção lenta, são sobretudo : phos.-ae ou staph.,ou ainda: caus., graph., ign. e lach. A que se manifesta depois de freqüentes enxaquecas ou de cephalalgias hystericas, pede de preferencia : hep. ou nitr.-ac, ou ainda: ant., calc, sil., sulf, e também: aur., phos. e sep. Finalmente, a queda dos cabellos produzida pelo abuso do mercúrio, cede freqüentemente a hep. ou a carb.-v., e a que provém do abuso da quina, a bell. Quanto ás indicações que dá o estado do couro cabel- ludo c dos cabellos, póde-se, havendo grande sensibilidade dos tegumentos da cabeça, empregar com preferencia: cale, bar.-c, carb.-v., chin., hep., natr.-m., sil. esulf Se houver grande prurido no couro cabelludo, mormente depois de antigas erupções repercutidas: graph., kal., lyc, sil. e sulf. Se houver cascas abundantes na cabeça : calc, graph,, magn. e staph. Se os cabellos estiverem cm um estado de grande secca : calc, kal. c phos.-ac ; e se estiverem cobertos de um suor viscoso: chin. ou merc A queda dos cabellos nas partes lateraes da cabeça in- dica algumas vezes : graph. ou phos,; emquanto a que oecupa 17 — 130 — a parte superior da mesma, pede antes: bar.-c, lyc e zinc APOPLEXIA e congestão cerebral.—Os medicamentos que até hoje forão empregados com mais suecesso são, em geral: arn., bar.-c, bell., coce, lach., n.-vom., op., puls. ; e talvez em certos casos seria acertado empregar: acon., ant., coff, con., dig., hyos., ipec, merc, n.-mos., tart., e sobretudo crotal. A apoplexia sangüínea, pede principalmente: arn., bell., lach., n.-vom., op., ou ainda: acon., ant., bar.-c, coff, crotal., ipec, hyos., merc. Conlra a apoplexia serosa, emprega-se: arn., ipec, dig., merc Para a apoplexia nervosa, são convenientes: arn., bell., coff, hyos., stram. As paralysias por resultado de um ataque de apoplexia, achão freqüentemente remédio em : arn., bell., bar.-c, n.-vom., stram., zinc; e também em: anac, con., lach., laur., stram. Quanto ás causas exteriores que podem oceasionar a apoplexia, póde-se, se ella se manifestar em pessoas dadas a bebidas espirituosas, empregar com preferencia: lach., n.-vom., op., ou ainda: bar.-c, coff., con., puls. Para as pessoas idosas, sobretudo: bar.-c. ou op., e tam- bém: con., dig., merc, etc Depois de evacuações sangüíneas, ou outras perdas debi- litanles: chin. ou coce Depois de uma sobrecarga de estômago, sobretudo: ipec., n.-vom. ou puls., se comtudo algumas colheres de café simples não forem sufíicientes. Quanto aos symptomas que caracterisão os diversos casos de apoplexia, póde-se empregar com preferencia : Arnica, sendo o pulso cheio e forte, com paralysia dos membros (mormente do lado esquerdo); perda dos sentidos — 131 — e modorra com ronco, gemidos, murmúrios; evacuação invo- luntária e soltura de ourina, etc Baryta, havendo: paralysia da lingua ou das extremi- dades superiores (mormente do lado direito); boca puxada de lado; juizo perturbado, com modos pueris, e falta de apoio do corpo; somnolencia comatosa, com agitação, gemidos e murmúrios, rubor circumscripto das faces. Belladona, havendo: modorra com perda dos sentidos e da palavra, ou com movimentos convulsivos ou tremor dos membros e dos músculos do rosto; paralysia dos membros, mormente do lado direito; boca puxada de lado; lingua pa- ralysada; salivação; deglutição difficil ou mesmo impossível, (perda da vista); menitias dos olhos dilatadas ; olhos verme- lhos e proemientes; rosto vermelho e inchado. Cocculus, quando os ataques são precedidos de vertigens, com náuseas, e quando no mesmo ataque ha: movimentos convulsivos dos olhos; paralysia, mormente dos membros inferiores, com insensibilidade. Crotalus, quando o doente sente o sangue subir-lhe por vezes pelas carótidas, tem depois desfallecimento, e cahe finalmente sentindo no coração grande abalo, como se uma válvula ahi se lhe tivesse aberto; fica-lhe a respiração sus- pirante, os olhos injectados; lodo hirto; e tornando a si (para soffrer de novo outro ataque) lhe treme o corpo todo, sente frios tão fortes que nenhuma cobertura mitiga, soffre grandes dores no vértice, tem extineta a voz, e receia novo ataque, que não tarda em vir. Lachesis, quando ha : modorra e perda dos sentidos, com rosto azul, movimentos convulsivos ou tremor dos membros, ou paralysia, mormente do lado esquerdo; ataques precedidos de distracções mentaes freqüentes, ou de vertigens, com con- gestão na cabeça. Nux-vom. , modorra com ronco e salivação, olhos reme- losos, embaciados; paralysia, mormente dos membros inferio- — 132 — res; queixo inferior pendente; ataques precedidos de verti- gens com dôr de cabeça e zumbido nos ouvidos, ou de náuseas com vontade de lançar. Opium, quando os ataques são precedidos de estupor, ver- tigens c peso na cabeça, zumbido nos ouvidos, dureza dos mesmos, olhar filo, insomnia ou sonhos anciosos, ou vontade de dormir freqüente; depois, no accesso: rigeza tetanica do corpo; rosto vermelho, inchado e quente; cabeça quente e co- berta de snor; olhos vermelhos, com as meninas dos mesmos insensíveis e dilatadas ; respiração lenta; movimentos convul- sivos e tremor dos braços c das pernas, espuma na boca, etc. Pulsatilla, quando ha: modorra c perda dos sentidos, com rosto inchado c vermelho azulado, perda do movimen- to ; palpitação do coração violenta, pulso quasi nulloe respira- ção com eslertor. ft^* Quanto ao resto dos medicamentos apontados, con- sultai sua pathogenesia, e comparai os artigos : congestão na CABEÇA, VERTIGENS, C Cap. 3o, SOMNOLENCIA COMATOSA. Vide lambem Cap. i°, espasmos. ARACHNOIDITE. — Vide meningites. CEPHALALGIA. — Em muitos casos, as dores de cabeça não são senão symptomaticas, dependendo de outra moléstia, com cuja cura cessão por si mesmos. Porém muitas vezes ellas são, para assim dizer, idiopathicas, ou constituem ao menos o symptoma o mais saliente da moléstia, e é então que devem ser tratadas directamente, atlendendo não só á qualidade das dôrcs, como ás causas que as produzirão, c aos symptomas que caracterisão o caso. Os medicamentos que de preferencia correspondem á mór parle das diversas cephalalgias são, em geral: acon., ant., bell., bry., cale, caps., cham,, chin., coff., coloc, crotal., ign., merc, n.-vom., puls., rhus., sep., sil., sulf, veratr., c tam- bém são eflicazes: arn., ars., aur., carb.-v., cin., coce, dulc, hep., ipec, lyc, op., plat., ou ainda: am.-m., am.-c, asar., — 133 — ciem., con., fer., graph., guai., hyos., kal., lach., mosch.,, natr.-m., petr., phos., etc. Para as dores de cabeça arthriticas são, principalmente: bell., bry., coloc, ign., ipec, n.-von.., sep. e veratr., ou ainda: arn., ars., aur., berb., caps., caus., cie, mang., nitr.-ac, petr., phos., puls., sabin. e zinc. As dôrcs de cabeça catarrhaes, com defluxo cerebral, pedem com preferencia: acon., cham., chin., cin., merc, n.-vom. e sulf, ou também : ars., bell., carb.-v., ign., lach., lyc epuls., etc. (Vide catarrho, Cap. 2).) Para as dores de cabeça por congestão de sangue, póde-se empregar com preferencia: acon., arn., bell., bry., coff, merc, op., puls., rhus., veratr., ou ainda: cham., chin., cie, coce, dulc, hep., ign., nitr.-ac, sil., sulf, ou também: alum., am.-c, con., lach., led., etc (Comparai congestão na cabeça.) As dores de cabeça gástricas, por resultado de um des- mancho de estômago, pedem ordinariamente: ant., ipec, n.-vom., puls. ou sidf, ou também: arn., berb., bry., carb.-v., coc. ou n.-mos.; e se ellas forem particularmente causadas pela constipação, deve-se empregar: bry., n, vom., op. ou veratr. Para as dores de cabeça hystericas, são freqüentemente convenientes: aur., coce, hep., ign., magn., magn.-m., mosch., nitr.-ac, phos., plat.. sep., valer., ou ainda : caps., cham., lach., rhus., etc. (Comparai Cap. 20, hysterica.) Para as dôrcs de cabeça, nervosas, a enxaqueca, etc, são principalmente: bry., caps., coloc, ign., ipec, n.-vom., puls., rhus., sep., veratr. ou também : acon., arn., ars., bell., cham., chin., cie, coff., hep., nitr.-ac, petr., sil., sulf, ou ainda: asar., caus., con., graph., hyos., mang., natr.-m., phos., plat., sabin., spig., zinc, etc. (Comparai Cap, \°} nevralgias.) As dôrcs de cabeça rheumatismaes, finalmente, pedem de — 134 — preferencia : acon., cham., chin., lyc, merc, nitr.-ac, n.-vom., puls., spig., sulf, ou ainda : bell., bry., chin., ign., phos., e também: berb., caus., lach., led., magn.-m., etc. (Comparai Cap. i°, rheumatismo.) Para as dores de cabeça, no sexo feminino, emprega-se principalmente: acon., ars., bell., bry., calc, chin., coce, coloc, dulc, magn., n.-vom., puls., plat., spig., veratr. Para as pessoas sensíveis, nervosas: acon., cham., chin., coff'> Lên'* ipec-> */%•> veratr. Para as crianças: acon., bell., caps.,cham.,coff., ign., ipec. qg^ Comparai Cap. i°, constituição. Quanto ás indicações que dão as causas exteriores que ti- vessem oceasionado a dôr de cabeça, póde-se, se fôr por abuso do café, empregar com preferencia: cham., ign. ou n,-vom. (Comparai Cap. i°, café.) As dores de cabeça cansadas pelo calor, pedem de prefe- rencia : acon., bell., bry. e carb.-v., ou ainda: am.-c., bar.-c , caps., ign., ipec,sil. (Comparai Cap. i°, fadiga pelo calor.) Para as dores de cabeça que manifestão-se depois de um excesso, ou pelo abuso das bebidas espirituosas, são princi- palmente: carb.-v. ou n.-vom., ou também: ant., bell., coff., puls. (Comparai Cap. i°, bebedice.) As dores de cabeça depois de esforços intellectuaes, um excesso de estudo, etc, pedem freqüentemente: n.-vom. ou sulf, ou ainda- aur., cale, lach., natr.-m., puls. esil., ou também : anac, graph., lyc, magn., phosph., mags.-arc (Comparai Cap. i°, fadiga por esforços.) Para as dores de cabeça produzidas por emoções moraes, deve-se, se fôr um pezar que as causou, empregar com pre- ferencia: ign. ou phos.-ac, ou staph.; e se fôr por resultado de uma contrariedade ou cólera: cham. ou n.-vom., ou ainda: coloc, lyc, magn., natr.-m., petr., phos. ou staph. (Comparai congestão na cabeça, e Cap. i°, emoções MORAES.) — 135 — Quanto ás dores de cabeça por resultado de uma indiges- tão ou de um desmancho de estômago, Vide acima: cephalal- cia gástrica, e comparai Cap. i4, indigestão. As dores de cabeça causadas por lesões mecânicas, taes como commoção do cérebro, etc, reclamão de preferencia: arn. ou cie, ou ainda: merc, petr., rhus., etc.; e contra os resultados de um geito no espinhaço, ou de um esforço levantando fardos, póde-se empregar: rhus. ou cale, ou ainda: ambr. (Comparai Cap. 2°, lesões mecânicas.) Se fôr por abuso de substancias metallicas que as dores de cabeça forão produzidas, é sulf. que é mais conveniente; e se fôr particularmente o cobre que as causou, será então hep.; sendo pelo abuso do mercúrio, deve-se empregar com preferencia : carb.-v., chin., puls., ou também: sulf. ou hep., ou nitr.-ac, ou mesmo aur. (Comparai também Cap. 26, moléstias medicamentosas.) As dores de cabeça por resultado de um resfriamento, pedem principalmente: acon., bell., bry., vale, cham., dulc, n.-vom., ou ainda : ant., chin., coloc,puls., etc; e se fôr uma correnteza de ar que as causou, deve-se empregar : acon., bell., chin., coloc ou n.-vom.; se forem causadas por um banho: ant., cale, puls.; e se se manifestarem depois de bebidas frias: acon., bell. ou ars., natr., puls. ; sendo ellas provocadas pelo ma'o tempo, emprega-se: bry., carb.-v., n.-vom. ou rhod. (Comparai Cap. 20, resfriamento.) Para as dores de cabeça causadas pelo tabaco, são princi- palmente : acon., ant. ou ign. E para aquellas que são o resultado de vigílias prolon- gadas, são: coce, n.-vom. ou puls. Quanto aos symptomas a que se deve attender para a escolha dos medicamentos, póde-se empregar com prefe- rencia : Aconitum, contra: dores violentas, torpentes, compressivas e constrictivas? mormente abaixo da raiz do nariz; grande — 136 — peso c plenitude na testa e nas fontes, como se a cabeça se arrebentasse; dores ardentes pelo cérebro, ou dôrcs semi-late- raes, tractivas; dores de cabeça com zumbido nos ouvidos c corysa, ou com vontade de lançar, gemidos, lamentações, temor da morte, sensibilidade excessiva á menor bulha c movimento ; rosto pallido e frio, ou vermelho e inchado, com olhos vermelhos ; pulso cheio, forte e accelerado, ou pequeno e mesmo intcrmlttcntc ; sensação de uma sacudidella nos cabellos ou de uma bola que subisse á cabeça, espalhando frescura ; aggravação das dores pelo movimento, fallando, endireitando-se, e bebendo ; melhoramento no ar livro. (Depois de acon. convém : bell., biy. ou cham.) Antimonium, quando, depois de uma indigestão, ou de um resfriamento, ou de uma erupção repercutida, ha: dorna testa como se se arrebentasse, ou dores osteocopas, lerebrantes, crampoides, ou surdas (e cruéis), mormente na testa, nas fontes ou no verlex, aggravação das dores subindo uma escada, melhoramento no ar livre; queda abundante dos cabellos; náuseas, fastio, falta de appetite, arrotos c von- tade de lançar. (Este medicamento convém depois de puls.) Belladona , mormente contra : grande plenitude e dôrcs violentas, pressivas, expensivas como se a cabeça arrebentasse ; dores sobretudo acima dos olhos e do nariz, ou dores semi- laleraes, tractivas, cruéis ou latejantes ; abalo, fluetuação c ondulação como pela água, na cabeça, com sensação, como se o craneo fos<;c mui delgado; grande pulsação das carótidas o inchação das veias da cabeça; apparição das dores de cabeça todos os dias desde ás 4 horas da tarde até o dia seguinte de manhãa; aggravação pelo movimento, mormente o dos olhos, como também subindo pelo contado, o ar livre, a correnteza de ar, ou de noite pelo calor da cama; mormente havendo juntamente: vertigens, rosto vermelho, inchado, olhos vermelhos, sensibilidade excessiva pela menor bulha, luz, abalo; máo humor, gemidos, precisão de estar deitado, zumbido — 137 — nos ouvidos ou escurecimcnto da vista. (Depois de bell. con- vém : hep., merc. ou plat.) Bryonia , contra : pressão expansiva ou compressão na ca- beça, com plenitude, como se a testa arrebentasse; dores pul- tivas ou crispações na cabeça, mormente de um lado só, ou desde a maçãa até a fonte; dores ardentes na testa, ou calor na cabeça ; dores de cabeça com vômitos, náuseas c precisão de estar deitado; apparição das dores de cabeça todos os dias depois da comida, ou de manhãa abrindo os olhos ; aggravação pelo movimento, o andar, abaixando-se c pelo contado; genio iracundo, rixoso; arripio fácil. (Depois de bry. convém: rhus. ou n.-vom.) Calcarea, contra: dores atordoantes, pressivas, pulsativas, ou dores semi-lateracs, com náuseas, arrotos, e precisão de estar deitado, ou terebração na testa como se a cabeça arre- bentasse; calor ou sensação de frio na cabeça; obnubilação ou cabeça pesada; apparição das dores de cabeça todas as manhãas, acordando; aggravação por um trabalho intellectual, as bebidas espiriluosas, os esforços corporaes, como também pelo movimento, abaixando-se, depois de se incolerisar, etc., queda abundante dos cabellos. (Cale convém, mormente depois de sulf. ou nitr.-ac, depois de cale convém: lyc. nitr.-ac ou sil.) Capsicum, quando ha : dôrcs scmi-lalcraes, pressivas e late- jantes, com náuseas, vômitos c fraqueza de memória, ou dôr como se o craneo arrebentasse; aggravação das dôrcs pelo movimento da cabeça ou dos olhos, como lambem andando ao frio c ao ar livre; sobretudo nas pessoas flegmaticas, preguiçosas e de um genio susceptivel, ou nas crianças tei- mosas, temendo o ar livre e o movimento, com arripio fácil, mormente depois de ter bebido. Chamomilla, mormente nas crianças c nas pessoas que a menor dôr exaspera, e quando ha: dôr pungente c crispações nluim lado da cabeça (até nos queixos); dôr viva, peso, ou 18 — 138 — palpitação pcnivel na cabeça; rubor de uma das faces, com pallidez da outra; suor quente na cabeça, mesmo nos cabellos; rosto inchado, olhos doloridos; affecção catarrhal, da gar- ganta ou dos bronchios, ou gosto amargo, pútrido, da bo- ca, etc. (Cham, convém sobretudo depois de acon. ou coff.; depois de cham. convém : bell. ou puls.) Coffea, contra : dores semi-laleraes, como se um pi'ego estivesse cravado no lado da cabeça, ou se como todo o cére- bro estivesse despedaçado ou pizado; sensibilidade excessiva pela menor bulha, a musica, e sobretudo pelas dores que pa- recem intoleráveis, com exasperação, gritos, pranto, agitação c grande aíllicção, disposição ao frio e aversão ao ar livre; mormente nas pessoas que não tem o habito do café, ou a quem o café repugna momentaneamente, bem que o tomem ordinariamente; e sobretudo se as dores de cabeça são pro- vocadas pela meditação, uma contrariedade, um resfria- mento, etc. (Convém depois de acon. ou cham., ou antes de ign., n.-vom. ou puls.) Colocynthis , contra : dores violentas, semi-laleraes , cruéis, tractivas, ou pressivas c crampoides, com náuseas e vomito; compressão na testa, aggravada abaixando-se ou estando deitado de costas; accessos das dores de cabeça todas as tardes, ou perto da noite, com grande afflicção, inquietação que não deixão estar deitado ; dores violentas que obrigão a gritar; suor com cheiro de ourina ; ourinas abundantes e aqueas durante as dores, ou raras e fétidas fora do tempo dos accessos. Ignatia, contra : dores pressivas acima do nariz, aggra- vadas ou alliviadas abaixando-se; ou dores expansivas e pul- sativas; ou picadas terebrantes, profundamente no cérebro; dôr pungente na testa, e sensação como se um prego estivesse cravado no cérebro, com náuseas, escurecimento dos olhos, photophobia; rosto pallido; ourinas abundantes, aqueas; desapparição momentânea das dores pela mudança de posi- — 130 — ção; renovação depois da comida, de noite depois de estar deitado, ou de manhãa depois de levantar-se; aggravação pelo café, agua-ardente, fumo do tabaco, a bulha c os chei- ros fortes, disposição a espantar-se, humor leviano, taciturno e triste. (Convém muitas vezes depois de cham. ou puls., ou n. -vom.) Mercurius, quando ha: sensação de plenitude com o se o craneo arrebentasse, ou a cabeça estivesse apertada por uma venda; dores cruéis, ardentes, ou latejantes e terebrantes ; dores semi-lateraes até nos dentes e no pescoço, com picadas nos ouvidos ; aggravação violenta de dores, de noite, pelo calor da cama, como também pelo contado, as cousas quentes e frias; suores nocturnos contínuos, mas que não allivião. Nux-vom. , contra : dores como se um prego estivesse cra- vado na cabeça, ou latejantes, com náuseas e vômitos ácidos; picadas e pressão nhum lado da cabeça, aggravando-se desde de manhãa a ponto de fazer perder os sentidos e o juizo ; ou grande sensibilidade do cérebro com o menor movimen- to c a cada passo ; grande peso na cabeça, mormente movendo os olhos e meditando, com sensação como se o craneo arreben - tosse ; zumbido na cabeça, com vertigens, ou balanços na ca- beça andando ; sensação como se estivesse o craneo pizado; dores de cabeça todos os dias, mormente de manhãa acor- dando, depois da comida, ao ar livre, abaixando-se, como também pelo movimento, mesmo o dos olhos; renovação sobretudo depois de ter tomado café, com repugnância para esta bebida ; rosto pallido e desfeito; constipação com con- gestão na cabeça; genio iracundo, assomado, ou tempera- mento vivo e sangüíneo, etc. (Comparai bry., cham., coff., ign. e puls.) Pulsatilla , contra : dores cruéis, que aggravao-se perto da noite, ou picadas pulsativas, de manhãa depois de levan- tar-se, e de noite depois de estar deitado; dores pungentes, balanços, picadas n'hum lado só da cabeça com vertigens. — 1U0 — vontade de vomitar, peso na cabeça; escurecimento dos olhos; photophobia; zumbido, estremecimento epicadas nos ouvidos; rosto pallido, disposição ás lagrimas, anorexia c adypsia, arripio; ancia, accesso de epistaxis, palpitação no coração ; aggravação das dôrcs á noite, como também no descanso, e mormente estando sentado ; melhoramento ao ar livre, c allivio das dores de cabeça pela pressão, ou embrulhando a cabeça; genio brando, fácil; temperamento frio, flegmatico. Rhus-tox. , conlra : dores u\m%enie$," latejantes, alé nos ouvidos, a raiz do nariz, as maçãs c os queixos, com dôrcs de dentes c das gengivas; dores ardentes ou pulsativas; plenitude e peso pressivo na cabeça; dores de cabeça imme- dialamenle depois da comida; precisão de se deitar c de estar quieto, renovação dos accessos com a menor contra- riedade, como lambem pelo passeio ao ar livre ; oscillação do cérebro a cada passo, c comichão na cabeça. (Convém muitas vezes depois de bry.) Sepia , conlra : dores latejantes e terebrantes que obrigão a gritar, com náuseas e vomito ; dores de cabeça todas as ma- nhãas ; crispações c picadas n'hum lado da cabeça; pressão o crispações no occiput; photophobia, com impossibilidade de abrir os olhos; constipação, desejos venereos; repugnância para os alimentos; congestão de sangue na cabeça, com peso na cabeça ; pressão acima dos olhos pela claridade; sensação de frio na cabeça. Silicea, contra: dores pulsativas com calor e congestão na cabeça, dores de cabeça todos os dias, mormente de manhãa ou de tarde; aggravação das dores por um trabalho intellec- tual, fallando e abaixando-se; dores noclurnas desde a nuca até o vertex; sensação como se a cabeça arrebentasse; dores semi-lateraes, latejantes, cruéis, estendendo-se alé o nariz e as faces; apparição de luberosidades na cabeça; suores fre- qüentes na cabeça ; grande sensibilidade do couro cabelludo; queda dos cabellos. (Convém sobretudo depois de hep. ou lyc.) — \h\. — Sulfur, contra: plenitude, pressão e peso na cabeça, mor- mente na testa, ou pressão expansiva como se a cabeça arrebentasse; dores latejantes, cruéis, sobretudo n'hum lado da cabeça; ou dores pulsativas, com rubor na cabeça e con- gestão de sauguc; zumbido e zunido ; dores de cabeça na testa acima dos olhos obrigando a franzir as sobrancelhas, ou a fe- char os olhos; ou dores de cabeça de oito em oito dias, on todos os dias, sobretudo de manhãa, ou de noite na cama; ou depois da comida; aggravação pela meditação, o ar livre, o movimento e o andar; grande sensibilidade dos legumentos da cabeça, ao tocar, e queda dos cabellos. Veratrum, conlra: dores tlio violentas que provocão o delírio e a demência; dôrcs semi-laleraes, pressivas e pulsa- tivas, ou constriclivas, com constricção da garganla; sensa- < ão como se o cérebro estivesse pisado ; dores de estômago; rijeza dolorosa da nuca; ourinas abundantes, de côr clara; náuseas, vomito, etc; grande fraqueza alé o desmaio, com sensação desagradável quando o doente endireila-sc; frio e suor frio per todo o corpo; sede; evacuações diarrheicas, ou constipação com congestão de sangue na cabeça. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se em- pregar : Arnica, contra : dores acima de um olho, com vomilo esverdeado ; compressão crampoide na testa como se o cére- bro estivesse contrahido e endurecido; calor na cabeça, com frio no resto do corpo. Arsemcum, contra : dores semi-laleraes, pulsativas, com náuseas, zumbidos de ouvidos, etc, opparecendo periodica- mente, mormente depois da comida, ou de manhãa, ou de noite na cama, com pranto, gemidos, exasperação e dôr no couro eabclludo ; melhoramento pela applicação da água fria. Aurum, contra : dores de contusão, mormente de manhãa, ou durante um trabalho intellectual, indo a ponto de perlur- — 142 — bar as idéas; bulha e zumbido na cabeça, nas pessoas hyste- ricas. Carbo-veg. , contra : dores pressivas e pulsativas, sobretudo acima dos olhos, ou em a cabeça toda, vindo da nuca; appa- rição das dores, sobretudo de noilc ou depois da comida, com congestão de sangue e calor na cabeça. Cina, contra: dores pungentes e tractivas, ou pressivas, como por um peso, aggravadas pelo ar livre, pela leitura e a meditação; com coryza. Cocculus, contra: dores de cabeça, com sensação de vá- cuo na cabeça, ou com vomito bilioso. Dulcamara, contra : dôr pressiva, atordoante, na testa, com obturação do nariz; ou dôr lerebrante, ardente na testa, com sensação no cérebro; aggravação pelo menor movi- mento, mesmo fallando, com peso na cabeça. Hepar, contra : dores como por um prego no cérebro ; te- rebração violenta na cabeça, ou dores nocturnas, como se a testa se arrebentasse, com tuberosidades dolorosas na ca- beça. (Comparai bell e sil. Ipecacuanha, contra: dores de cabeça, com náuseas desde o principio; sensação como se tudo no interior da cabeça estivesse pisado, estendendo-se até á lingua, vomito ou vo- mituração. Lycopodium, contra: dôrcs de cabeça, com disposição a desmaiar, e grande agitação; ou cephalalgia cruel, mormen- te de tarde ou de noite; dores que estendem-se até aos olhos, o nariz e os dentes, com precisão de estar deitado. Opium, quando ha : congestão de sangue na cabeça, com constipação, dores violentas, cruéis, na cabeça, ou pressão tensiva por todo o cérebro, com pulsação ou grande peso na mbeça; havendo também: olhar incerto, grande sêdc, boca secca, arrotos azedos, vontade de lançar, etc. Platina, contra: dores violentas, crampoides, mormente acima da raiz do nariz, com calor e rubor do rosto, inquie- — 143 — tação, vontade de chorar, ou zumbido e zunido na cabeça, como pela água, com frio nas orelhas, nos olhos e um lado do rosto; scintillação ante os olhos, e illusão como se todos os objectos estivessem mais pequenos do que o são com effeito. (Convém depois de bell.). Para o resto dos medicamentos apontados, Vide a sua pa- thogenesia, e comparai também: congestão na cabeça, en- CEPHALITE, HYDROCEPHALO, etC, C0U10 também PROSOPALGIA e ODONTALGIA. COMMOCÃO DO CÉREBRO. — Os melhores medica- mentos contra a lesão do cérebro, por resultado de uma commocão, de uma queda, de uma pancada na cabeça, etc, são: arn. e cie, ou ainda: petr. ou merc. (Vide também Cap. 2o, lesões mecânicas.) CONGESTÃO DE SANGUE na cabeça.—Os melhores medicamentos são, em geral: acon., arn,, bell., bry., coff, merc, n.-vom., op., puls., rhus., veratr,, ou lambem : cham., chin., dulc, ign., sil., sulf. evip.-c Para a congestão na cabeça, nas pessoas que fazem uso de bebidas espirituosas, são principalmente: n.-vom. ou puls., ou ainda : op., cale e sulf—Nas pessoas que tem uma vida sedentária, acon. ou n.-vom.—Nas jovens, na idade da pu- berdade, principalmente: acon., bell. ou pids.—Nas crian- ças, durante a denlição : acon., coff. ou cham. Se a congestão na cabeça fôr o resultado de uma alegria súbita, são sobretudo : coff. e op.; depois de um susto, ou de um medo, op.; depois de uma cólera : cham., ou ainda : bry. ou n.-vom.; e depois de uma cólera concentrada : ign. Para a congestão por resultado de uma queda ou de uma grande commocão, são principalmente: arn., cie e merc.— Para a congestão por resultado de perdas debilitantes : chin. ou coloc, ou sulf, c também : n.-vom. e veratr.—Pura aquella que se manifesta depois do menor resfriamento; — 144 — dulc— Depois de ter levantado pesos, ou ter dado um gei- to no espinhaço rhus. ou calc A congestão na cabeça por resultado de constipação, pede de preferencia : bry., n.-vom., op., ou também : merc ou puls. Finalmente, a disposição chronica ás congestões na cabe- ça, reclama quasi sempre: cale, hep., sil. ou sulf Quanto aos symptomas que caracterisão as congestões na cabeça, póde-se empregar com preferencia: Aconitum, quando ha : pulsação e plenitude na cabeça, vertigens freqüentes, mormente abaixando-se; sensação como se- a cabeça arrebentasse, mormente na testa, acima dos clhos, aggravada abaixando-se e tossindo; scintillação c escu- recimcnto ante os olhos; zumbido nos ouvidos ; desmaio fre- qüente, palpitação no coração; ou dores violentas por lodo o cérebro, mormente na testa; rosto vermelho e inchado ; olhos vermelhos, com delirios ou accessos de furor. (Depois de acon. convém muitas vezes bell.) Arnica, quando ha : calor na cabeça, com frio no resto do corpo ; pressão surda no cérebro, ou pulsações ardenles ; zumbido nos ouvidos; vertigens com escurecimcnto dos olhos, sobretudo cudireitando se da posição deitada. Bellaüona, quando ha: pressão violenta na testa, ou dô- rcs ardenles e lalejantes n*hum lado da cabeça; aggravação das dores a cada passo e movimento, na posição curvada, pela menor buUia e luz algum tanto viva, com vermelhidão c inchação do rosto, olhos vermelhos; scintillação e cscurcci- menlo ante os olhos, zumbido nos ouvidos, diplopia, von- tade de dormir; ou havendo: dôrcs surdas e pressivas pro- fundamente no cérebro, com rosto pallido, desfeito, perda dos sentidos, delirios e murmúrios; ouse a dôr se manifesta dej ois da comida, com fadiga, somnolencia, rigeza dolorosa da nuca, palavra embaraçada, e outros symptomas precur- sores de um ataque de apoplcxia. (Convém depois de acon,) — 145 — Bryonia, quando ha: dores compressivas dos dous lado* da cabeça, ou sensação abaixando-se, como se se arreben- tasse a testa; fluxo de sangue pelo nariz, que comtudo não allivia; olhos ardentes e lacrimosos; constipação. Coffea, quanho ha: viveza e super-excitação moral exces- sivas; insomnia; grande peso na cabeça; augmento da con- gestão fallando; olhos vivos e vermelhos. Mercurius, quando ha : plenitude na cabeça como se a tesla arrebentasse, ou que a cabeça estivesse apertada por uma venda; aggravação nocturna, com dores ardentes, cruéis, terebrantes ou latejantes; suores fáceis, freqüentes c abun- dantes. (Convém depois de bell. ou op.) Opium, quando a congestão é violenta, com grandes dôres; pressão na testa, pela parte de fora; palpitações musculares nas fontes; olhar incerto; grande sede; boca secca, arrotos azedos, vontade de vomitar ou vomito. Pulsatilla, quando ha dôr pressiva, semi-Iateral, mui penivcl; ou quando principia no occiput, propagando se alé á raiz do nariz, ou vice-versa; melhoramento apertando a cabeça com um lenço, ou comprimindo-a, ou andando ; aggravação na posição sentada ; cabeça pesada ; rosto pal- lido, com vertigens; humor lacrimoso, arripio, ancia, tem- peramento frio flegmatico. Rhus tox. , quando a congestão é acompanhada de dôrcs ardentes, pulsativas, com plenitude na cabeça, peso pressivo, ou oscillação e balanço do cérebro, e mormente quando as dores se manifetão depois da comida. Yeratrum, quando a congestão se manifesta com palpita- ções pressivas, ou dôrcs scmi-lateraes, ou sensação como se o cérebro estivesse pisado, ou dôr constriclivo, com sensação de conslricção na garganta, rijeza dolorosa da nuca ; ouri- nas abundantes e aquosas ; náuseas, vômitos, etc. qp?* Quanto ao resto dos medicamentos apontados, con- sultai a sua pathogenesia, e comparai também cephalalgia. — 146 — CRANEO nimiamente volumoso. —Para o volume nimia- mentc considerável na cabeça, com abertura lenta a fe- char-se, nas crianças escrofulosas, os melhores medicamen- tos são : cale, sil. e sulf. (Vide lambem escrofulas.) ENCEPHALITE. — Vide meningite. ENXAQUECA. — Vide cephalalgia nervosa. ERUPÇÕES NA CABEÇA. - Vide tinha. EXOSTOSIS NO CRANEO. -São: aur., daph. ephos. que merecem ser empregados, quando as exostosis são o resultado do abuso do mercúrio ; porém, para as exostosis syphiliticas, é merc. que merece a preferencia. FADIGA DA CABEÇA POR TRABALHOS INTELLECTUAES. —Os melhores medicamentos são : n.-vom. e sulf, ou ainda: aur., calc, lach., natr., natr.-m., puls., sil. (Comparai Cap. i°, FADIGA POR ESFORÇOS INTELLECTUAES.) FRAQUEZA DA MEMÓRIA e inaptidão a' meditação.— Os melhores medicamenlos são, em geral: aur., arn., calc, carb.-v., chin., crotal., lach., merc, natr., natr.-m., n.-vom., puls., rhus., sil., staph., sulf, veratr. Se este estado fôr o resultado de perdas debilitantes, são, principalmente: chin., n.-vom. e sulf. que merecem ser em- pregados. (Comparai Cap. \°, fraqueza.) Depois de um excesso de estudo ou de trabalhos intel- lectuaes mui fadigosos: n.-vom. ou sulf, ou ainda: aur., calc, lach., natr.-m., puls. e sil. (Comparai Cap. i°, fadiga POR ESFORÇOS INTELLECTUAES.) Por resultado de lesões mecânicas, de uma pancada, queda sobre a cabeça, etc : arn., ou também : cie, merc. ou rhus. Por resultado de bebidas espirituosas, mormente: n.-vom., ou ainda: calc, lach., op., merc, puls. e sulf. (Comparai Cap. Io, BEBEDICE.) Depois de grandes emoções moraes, taes como: susto, pezar , cólera , sobretudo : acon. ou staph. , ou ainda : — 147 — phos.-ac, etc (Comparai Cap. i°, resultado das emoções moraes.) Pela influencia da humiüade, principalmente: carb.-v., rhus. ou veratr., ou ainda : calc., puls. ou sil. Com congestão de sangue na cabeça, mormente: chin., merc, rhus. e sulf Para os symptomas, como também para outros medica- mentos, Vide a pathogenesia, e comparai cephalalgia, con- gestão, etc HYDROCEPHALO. — Os melhores medicamentos contra o hydrocephalo agudo, são: acon. c bell., ou ainda : arn. e bell., caso acon. e bell. não bastem. Além disso também merecem attenção: cin., con., dig., hyos., lach., merc, op. e stram. Para o hydrocephalo chronico, são, sobretudo : hell., ars. e sulf que merem a preferencia. Quanto aos detalhes para os medicamentos a empregar, comparai meningite. LOBINHOS NA CABEÇA.—São, principalmente: cale, daph., graph. e kal. que até hoje forão empregados com mais suecesso contra esla espécie de tumores enkystados; póde-se também empregar: hep., sil. e sulf MEDITAÇÃO (inaptidão a'.) — Vide fraqueza da me- mória. MEMÓRIA (fraqueza da.) — Vide ibidem. MENINGITE E ENCEPHALITE. — É para tornar a pra- tica mais fácil que reunimos as inflammações do cérebro e as de seus envoltórios em um só artigo, visto que, em a mór parte dos casos, ha com effeito complicação dos symptomas de ambas essas moléstias. O melhor medicamento contra as inflammações cerebraes em geral, é bell., que ás vezes póde-se fazer preceder por acon. Em alguns casos particulares emprega-se também: bry., hyos., op., stram. e sulf, e talvez em outros casos fosse — 148 — conveniente empregar ainda: camph., canth., cin., cupr., dig., hell., hyos., lach., merc. A inflammaçao cerebral, nas crianças, pede, além de bell. : acon., cin., hell., lach. c merc. A que provém de um golpe de sol, exige de preferencia: bell. ou camph., ou ainda: lach. Aquella que é o resultado de uma congelação, ou de um violento resfriamento da cabeça : acon. ou bry., e também : ars. ou hyos. A inflammaçao cerebral por repercussão de uma erysi- pela, ou de oulro exanthema, tal como a escarlatina, etc, pede de preferencia : bell. ou rhus., ou ainda : lach. ou merc,, ou lambem: phos. ; e a inflammaçao por suppressão de uma OTOHRHEA l pills. OU Sulf. Se a inflammaçao cerebral ameaçar de transformar-se em hydrocephalo, são sobretudo: bell., merc. ou lach. os medi- camentos convenientes, e se o hydrocephalo já estiver decla- rado, serão, além de bell., merc e lach., ainda : arn., dig., bell., ou mesmo : cin., con., hyose, op. e stram. que deveráõ ser empregados. Quanto ás indicações particulares que fornecem os symp- tomas, póde-se empregar com preferencia : Aconitum, mormente no principio da moléstia, e quando ha: grande febre inflammatoria, com divagação e delírio fu- rioso, dores violentas, ardentes, por todo o cérebro, e mor- mente na testa; rosto vermelho e inchado; olhos verme - lhos, etc. Belladona, quando o doente afunda a cabeça no travessei- ro, e quando a menor bulha ou luz o exaspera, ou quando ha : dores violentas, ardenles c latejantes na cabeça; olhos ver- melhos, scintillantes, com olhar furioso; rosto vermelho e in- chado; somno soporoso, com olhos convulsos e semi-abertos; grande calor na cabeça, com pulsação violenta das carótidas; inchação das veias da cabeça; perda dos sentidos c da pala- — 149 — vra, ou murmúrios, ou delirios violentos, movimentos convul- sivos dos membros; constricção espasmodica da garganta, com dysphagia e outros symptomas de hydrophobia; vomito, eva- cuações e ourinas involuntárias, etc. Bryonia, quando ha: arripios prolongados, com rubor do rosto, calor na cabeça e grande sede; vonlade continua de dormir, com delirios, sobresaltos, gritos e suor frio na testa, dores pressivas ardentes na cabeça, ou picadas que através- são o cérebro. Cin a, quando ha : vomito, com lingua limpa, ou evacuação de Jombrigas, quer por cima, quer por baixo. Hyosciamus, quando ha: modorra c perda dos sentidos, com delirios a respeito de negócios particulares, cantos, mur- múrios c sorriso, carpologia, sobresaltos, etc Opium, quando ha: somno soporoso, com ronco e olhos semi-abertos, e vertigem depois de acordar; vomito fre- quenle; apathia completa, com ausência de qualquer desejo ou queixa. Stramonium, quando ha: somno quasi natural, mas com estremecimento dos membros, gemidos, agitação, e falta de juizo depois de acordar; olhar fito, vontade de retirar-se de um modo lento e timorato, ou de fugir, com gritos e medo; grande calor febril, rubor da face e pelle humida. £Kp=> Quanto ao resto dos medicamentos apontados, Vide a sua pathogenesia. PLICA POLACA. — São principalmente: vinc, ou tam- bém: bar. ou lyc que merecem ser empregados contra este estado mórbido dos cabellos. TINHA. — Os melhores medicamentos são, cm geral: ars., calc, hep., lyc, rhus. e sulf, como também: barc-c, cie, graph., oleand., phos., sep., staph. e vinc. Para a tinha secca. (Tinha furfuracea e amiantada) são, sobretudo : sulf. ou cale, ou ainda : ars., hep., phos. erhtts. Para a tinha humida. (Achur, favus, tineafavosa muciflosa) — 150 — são, principalmente: lyc. e sulf, ou hep., rhus. esep., ou também : bar.-c, cale, cie, graph., olcand,, staph. e vinc Se ao mesmo tempo houver affecções escrofulosas, taes como : enfarte das glândulas da nuca e do pescoço, etc, são principalmente : ars,, bar.-c, cale e staph,, ou ainda : bry. ou dulc. VERTIGENS. — Bem que a maior parte das vezes as ver- tigens não sejão senão um phenomeno symptomatico, que desapparece com a cura da causa, comtudo ha casos em que ellas são o symptoma saliente de uma moléstia, c podem, por assim dizer, serem curadas directamente. Os melhores medicamentos que poderáõ ser empregados em tal caso são, em geral: acon., ant., arn., bell., cham., chin., con., hep., lach., lyc, merc, n.-vom., op., puls., rhus., sU., sulf. ou ainda: cale, cin., coce, lyc, petr., phos. e sec Para as vertigens provindo do estômago, são, sobretudo : acon., ant., arn., bell., cham., merc, n.-vom., puls. e rhus. Para as vertigens por causa nervosa, principalmente: arn., bell., cham., chin., cin., hep., n.-vom., puls. e rhus. Para as vertigens por congestão de sangue, sobretudo: acon., arn., bell., chin., con., lach., merc, n.-vom., op., puls., rhus., sil., sulf, etc. Aquellas que se manifestão por resultado de antigas ulce • ras repercutidas, pedem com preferencia: calc ou sulf Aquellas que são provocadas pelo movimento da sege, principalmente : hep. e sil., ou ainda : coce, petr. Quanto aos detalhes a que se deve attender para a esco- lha dos medicamentos apontados, póde-se empregar com preferencia : Aconitum, quando as vertigens manifestão-se sobretudo endireitando-se da posição deitada, ou abaixando-se, com náu- seas, arrotos e vomito, ou escurecimento dos olhos, perda dos sentidos, delirio e vagado da cabeça. — 151 — Antimonium, quando ha: estômago arruinado, com náuseas e vômitos, repugnância para os alimentos, etc. Arnica, quando as vertigens se manifestão depois da co- mida, sendo ella nimiamcnlc abundante, ou quando se ma- nifestão comendo, com náuseas, escurecimenlo dos olhos, vagado da cabeça, rosto vermelho, etc. Belladona, contra : vertigens com afflicção, vagado ou per- da do juizo, c escurecimenlo diante dos olhos; ou vacillação, náuseas, tremor das mãos e scintillação ante a vista; appa- rição dos accessos, mormente abaixando-se ou endirei- tando-se. Chamomilla, quando as vertigens se manifestão princi- palmente : de manhãa ao levantar, ou depois da comida, e sobretudo depois de ter tomado café, com escurecimento dos olhos, ou mesmo com accesso de desfallecimento. China, quando as vertigens apparecem levantando a ca- beça (ou duranle o movimento) , com sensação de fraqueza, a ponto de a fazer dobrar. Conium, quando ha : vertigens volleantes a ponto de cahir de lado, mormente quando se olha para traz; sensação de peso e de plenitude na cabeça ; fraqueza de memória e esquecimento fácil. Hepar, contra: vertigens provocadas pelo movimento da sege, ou somente movendo a cabeça; ou com náuseas, vagado, accesso de desfallecimento, e escurecimento da vista. Lachesis, contra : vertigens com pallidez do rosto, desfalle- cimento, náuseas e vômitos, fluxo de sangue pelo nariz, etc, e sobretudo se as vertigens se manifestão de manhãa ao acordar, ou ha veado ainda: perda do juizo ou estupor, delí- rio, etc. Mercurius, quando as vertigens apparecem levantando-se ou abaixando-se, ou de noite, com náuseas, escurecimento dos olhos, calor, afflicção e precisão de deitar-se. Nux-vom. , quando as vertigens se manifestão durante ou — 152 — depois da comida, ou durante o passeio ao ar livre, abaixan- do-se (ou durante a meditação), ou de manhãa ou de noite na cama, e mormente estando deitado de costas, com vagado e vascillação na cabeça, perigo de cahir, ou com zumbido nos ouvidos, escurecimento dos olhos, ou accesso de desmaio e perda dos senlidos. Opium, contra : vertigens por resultado de um susto, mor- mente havendo lambem tremor, fraqueza, zumbido nos ou- vidos, escurecimcnto dos olhos, c appareccndo principal- mente as vertigens, endireitando-se na cama, c obrigando a ficar deitado. Pulsatilla, contra: vertigens a fazer cahir, manifestan- do-se sobretudo levantando os olhos, ou estando sentado, ou abaixando se, c mormente de noite na cama, ou depois da comida, com peso na cabeça, zumbido nos ouvidos, calor ou pallidez do rosto; escurecimento dos olhos; náuseas e von tade de dormir. Rhus tox. , conlra: vertigens que se manifestão princi- palmente de noite, deitando-se, com medo de cahir ou de morrer. Silicea, quando as vertigens se manifestão de manhãa, ou levantando os olhos, indo de sege, abaixando-se, c depois de qualquer emoção moral, com perigo de cahir, náuseas, vo- mituração, ou quando parecem passar das costas para a nuca e a cabeça. Sulfur, conlra: vertigens que se manifestão sobretudo na posição sentada, subindo, ou depois da comida, demanhãa ou de noite, com náuseas, desfallecimento ou fluxo de san- gue pelo nariz. — 153 — CAPITULO VII. MOLÉSTIAS DOS OLHOS E DA VISTA. AMAUROSIS. — Vide amblyopia amaurotica. AMBLYOPIA ou enfraquecimento da vista. — O enfra- quecimento nervoso da vista podendo ser produzido por tantas influencias exteriores, e eslar em analogia com tantas desordens differentes no resto do organismo, não ha quasi medicamento nenhum que não possa ser eflicaz nesta mo- leslia, segundo o caso. Portanto, limitando nos a apon- tar somente os medicamentos os mais importantes, jul- gamos ler reunido um numero assaz considerável. Porém estabelecendo logo abaixo uma serie de indicações para a escolha, achar-se-hão sempre pontos de apoio sufíicientes para notar-se facilmente em um caso dado. Os melhores medicamentos contra os vários casos de amblyopia são, em geral: aur., bell., cale, caus., chin., cie, cin., dros., hyos., merc., natr. -m., 71. vom., phos., puls., ruta., sep., sU., sulf, verat., ou ainda: agar., cann,, caps., con., croc., dig., dulc., euphr., guai., kal., lach., lyc, magn., natr., nitr.-ac, op., plumb., rhus., sec, spig., tart., vip.-c, zinc. Para a amblyopia propriamente dita (simples fraqueza da vista, ou vista turva), são principalmente : anac, bell., calc, caps., cin., croc, hyos., lyc, magn., puls., rut., sep. e sulf, ou ainda : cann., caus., natr., natr.-m., phos., plumb., etc Contra a amblyopia amaurotica. (Amaurosis em principio), póde-se empregar com preferencia: aur., bell., cale, caps., caust., chin., cie, con., dros., dulc, hyos., merc, natr., natr.-m., nitr.-ac, op., phos., puls., rhus., secai, sep., sil., sulf, veratr., ou também: agar., caps., cin., dig., euphr., guai., kal., lach., lyc, n.-mosch., plumb., vip.-c, zinc, ele — 154 — Para a amaurosis completa, se todavia não é incurável, são cm geral os mesmos medicamentos que para a amblyo- pia amaurotica, vislo que não é o gráo de uma moléstia que decide da escolha, mas sim a reunião dos symptomas. O que se pôde fazer cm tal caso é empregar os medicamentos mais poderosos, taes como: bell., cale, merc, phos., sep. e sulf, salvo comtudo, o recorrer, sem hesilar a qualquer ou- tro dos medicamentos apontados, se o quadro do estado assim o exigir. Para a aumarosis erethistica, póde-se empregar com pre- ferencia: bell., calc, cie, con., hyos., merc, nitr.-ac, op., phos., sep., sulf, etc. Para a amaurosis torpida, pelo contrario: aur., caps., caust., chin., dros., dulc, natr., natr.-m., op., phos.-ac, plumb., secai., veratr., etc Quanto ás causas exteriores de que o enfraquecimento da visla pôde ser o resultado, póde-se, sendo por trabalhos miúdos e delicados, empregar com preferencia: bell. ou ruta., ou ainda: carb.-v., calc. e spig. Por resultado de causas debilitantes, taes como perda de humores, excessos sexuaes, etc, são, sobretudo : china ou cin., ou ainda: anac, cale, natr., natr.-m., n.-vom. ou sulf, phos.-ac. ou sep. Nas pessoas dadas ás bebidas espirituosas: chin., ou lam- bem : cale, lach., n.-vom., op. ou sulf Por resultado de um resfriamento, quer da cabeça, quer dos olhos: bell., dulc ou cham., euphr., merc, n.-vom.,puls. e sulf, etc Por resultado de lesões mecânicas, laes como pancadas na cabeça, fortes commoções, etc : arn. ou con., euphr., rhus. ou ruta, ou staph. Nas pessoas idosas, principalmente: aur., bar.-c,con., op., phos., secai. Nas pessoas escroi-tlosas, sobretudo: bell,, cale, chin., — 155 — cin., dulc, merc, sulf, outambem:aar., euphr., hep., n.-vom. ou puls., etc Depois de uma metastase arthritica, sobretudo: ant., bell., merc., puls., rhus., spig. e sulf, etc. Por causa rheumatismal, principalmente: cham., euphr., lyc., merc., n.-vom,, puls., rhus., spig., sulf., ou ainda: caus., hep., lach. Depois da suppressão de uma suppuração, ou de um fluxo mucoso: chin., euphr., hep., lyc, puls., sil., sulf, etc. Depois da suppressão de uma hemorriiagia habitual, taes como as hemorrhoidas, a menstruação, etc. : bell., cale, lyc, n.-vom., phos., puls., sep., sulf, etc Depois da repercussão de um exanthema ou de uma erup- ção : bell., cale, caust., lyc, lach., merc, sil., sulf, etc Depois do abuso do mercúrio, ou de outras substancias metallicas, sobretudo: sulf ou hep., nitr.-ac, sil., ou tam- bém: aur., bell., carb.-v., chin., lach., op., puls., etc Quanto ás indicações tiradas das moléstias dos outros órgãos com os quaes o enfraquecimento nervoso da vista pôde estar em analogia, póde-se empregar, se fôr ligado a cepiialalgias nervosas, aur., bell., cale, hep., nitr.-ac, n.-vom., phos., puls., sep., sulf. Se tiver analogia com congestões de sangue na cabeça : aur., bell., calc, chin., hyose, n.-vom., op., phos., sil., sulf, etc Com moléstias da orelha, ou do ouvido, sobretudo: cie, nitr.-ac, petr., phos., puls., etc Com dores gástricas e abdominaes, principalmente : ant., calc, caps., chin., coce, lyc, natr.-m., n.-vom.,phos., puls., sulf., etc Com desordens no systema uterino, sobretudo: aur., bell., cie, con., coc, magn., natr.-m., n.-vom., plat., phos., puls., rhus., sep., stram,, sulf, etc — 15G — Com affecções pulmonares: calc, cann., hep., lach., lyc, natr.-m., phos., sil., sulf, ele Com moléstias do coração : aur., cale, cann., dig., lach., phos., puls., spig., etc Com affecções espasmodicas, a epilepsia, etc : bell., lach., caus., sie, ign., hyose, lach., op., sil., stram., sulf, etc. Finalmente, quanto ás indicações que fornecem os symp- tomas, é evidente, pelo que precede, que não é bastante reunir somente os da vista lesada e dos olhos, porém cum- pre allendcr a todos aquelles que offerece o todo do orga- nismo. Porém esses symptomas podendo variar de tal sorte que é impossível formar delles quadros sufíicientes sem repelir totalmente a pathogenesia dos medicamentos apon- tados, limilar-nos-hemos a mencionar aquelles que se refe- rem directamente á visla, deixando aos facultativos o cuidado de completar essas indicações pelos symptomas do texto, sem comtudo descuidar-se de taes buscas completan- les. Póde-se empregar com preferencia: Aurum , quando ha : nuvens negras ou chammas c faíscas diante dos olhos; hemiopia, que faz appareccr todos os ob- j">clos, como cortados em linha horizontal; dores tensivas nos olhos. Belladona , quando ha: meninas dos olhos dilatadas e mesmo insensíveis ; photophobia ; movimentos espasmodicos dos olhos ou das palpebras, pelo effeito da luz; chammas, faíscas, ou nevoeiro, ou manchas e pontos negros, ou man- chas coradas ou prateadas diante da visla; cegueira noctur- na, logo que o sol se põe; diplopia, ou aspecto vermelho dos objectos, que ás vezes parecem virados ; picadas nos olhos, ou dôrcs pressivas e expansivas até nas orbitas e a testa; rosto vermelho. Calcarea, contra: vista turva como por entre um nevoeiro, um véo ou pennugem, mormente lendo, ou depois da comida, com pontos negros diante dos olhos; photophobia excessiva, — 157 — com deslumbramento por uma luz mui viva ; meninas dos olhos muito dilatadas; pressão ou sensação de frio nos olhos. Causticum, contra : perda súbita e freqüente da visla, com sensação como se uma pellicula se pozesse diante dos olhos, ou visla turva como por entre um nevoeiro ; fios negros, volteantes, ou faíscas, e scintillação diante dos olhos; pho- tophobia. China , quando ha: vista fraca a ponto de não poder dis- tinguir senão o contorno dos objectos pouco afastados; lendo, confusão dos carecteres que parecem pallidos e ro- deados de uma beira branca; meninas dos olhos dilatadas e pouco sensíveis; cornea embaciada, como se houvesse fu- maça no fundo do olho; scintillação diante dos olhos, ou pontos negros, volteantes; melhoramento da vista depois de ler dormido. Cicuta, quando ha : suspensão freqüente da vista, como por falta de juizo, com vertigens, c sobretudo andando; oscilla- ção dos objectos diante da vista, e mobilidade dos caracteres, lendo; diplopia; escurecimento freqüente dos olhos; alter- nando, com dysecea; olhos com olheiras; photophobia e ardor nos olhos; cephalalgia pressiva acima das orbitas. Cin a , contra : turvação da vista, lendo, e que dcsappa- rece esfregando os olhos; meninas dos olhos dilatadas; pho- tophobia ; pressão nos olhos como por arêa, mormente lendo. Drosera, contra : suspensão freqüente da vista, sobretudo lendo, com confusão e aspecto pallido dos caracteres; pho tophobia, com deslumbramento dos olhos pela claridade do dia c do fogo; olhos seccos, nariz secco e tapado; picada.s nos olhos. Hyosciamus, quando ha: meninas dos olhos dilatadas; espasmos freqüentes dos olhos ou das palpebras; estrabismo; diplopia; cegueira nocturna; enganos da vista, de modo a ver Iodos os objectos corados de vermelho, eu maiores — 158 — de que são com effeito; dores pressivas, alordoanles acima dos olhos. Mercurius, contra: visla turva, como por um nevoeiro ; freqüentemente perda momentânea da visla ; pontos negros; moscas que estão voando, chammas o faíscas diante dos olhos ; accesso momentâneo de cegueira súbita; mobilidade dos caracteres lendo; sensibilidade excessiva dos olhos, mor- mente pela claridade do fogo e do dia , dôrcs incisivas, lalejantes ou pressivas nos olhos, sobretudo cansando a vista; (meninas dos olhos dilatadas ou mesmo insensíveis e desiguaes.) Natrum-muu. , quando ha: escurecimento freqüente da vista, mormente abaixando se, lendo, andando, escreven- do, etc.; vista turva como por pcnnugem ou um véo; con- fusão dos caracteres, lendo; diplopia; hemiopia; pontos ne- gros, rastos brilhantes e faíscas diante dos olhos; ocelusão espasmodica, freqüente dos olhos; pranto freqüente. Nux-vom. , quando ha: scintillação, ou pontos negros, ou pardos diante da vista, ou faíscas como relâmpagos; sensibi- lidade excessiva dos olhos pela claridade do dia e a da luz das velas, com deslumbramento pela luz viva; faíscas c manchas negras diante da vista ; dores pressivas nos olhos, as orbitas e a testa ; pranto freqüente, mormente no ar livre e o vento. Pulsatilla, quando ha: desapparição frequenlc c escure- cimento da vista, com pallidez do rosto, e vontade de lançar; cegneira ao crepúsculo, com sensação como se os olhos esti- vessem cobertos de uma venda; ou vista turva, como por entre um nevoeiro, ou como por alguma cousa que se podeiia tirar esfregando, mormente ao ar livre, ou de noite, ou de manhãa ao acordar; diplopia, ou aspecto embaciado dos objectos; círculos luminosos ou ardentes diante dos olhos; photophobia, com picadas nos olhos quando a luz fere a vista; pranto freqüente e abundante, sobrcludo ao ar livre, ao vento e á claridade viva do dia; meninas dos olhos controladas. — 159 — Ruta, quando ha: vista turva como por entre um nevoeiro, com escuridão completa ao longe; pontos negros e voltean- tes diante da vista ; dores pressivas ou ardentes nos olhos cansando a visla, c sobretudo, lendo; pranto ao ar livre. Sepia, quando ha: vista turva, mormente lendo e escre- vendo ; meninas dos olhos contrahidas; vco, manchas negras, ponlos c rastos luminosos diante da vista; photophobia de dia ; pressão dolorosa nos globos dos olhos. Silicea, contra: vista turva como por entre um véo pardo; accesso momentâneo de cegueira de dia ; confusão e aspecto pallido dos caracteres, lendo ; faíscas e manchas negras diante da vista; photophobia c deslumbramento pela claridade do dia ; pranto freqüente, mormente ao ar livre; picadas na testa, que parecem sahir pelos olhos. Sulfur, contra : vista turva como por entre um nevoeiro, ou como se houvesse pennugem ou um véo preto diante dos olhos; escurecimento freqüente da vista, sobreludo lendo; photopho- bia, mormente ao sol, e durante um tempo quento c suffo- cante, com deslumbramento dos olhos pela claridade do dia ; accesso de cegueira súbita, de dia; scintillação e man- chas brancas, ou moscas que estão voando, pontos e man- chas negras diante dos olhos ; dores cruéis, ardentes, na ca- beça e nos olhos ; pranto abundante, sobreludo ao ar livre ; olhos mui seccos, sobretudo denlro de casa ; meninas dos olhos desiguaes, ou dilatadas c insensíveis. Veratrum, quando ha: cegueira nocturna; faíscas e man- chas pretas diante dos olhos, sobretudo sahindo da cama ou da cadeira; pranto abundante, com ardor, dores incisivas e sensação de seceura nos olhos; diplopia, photophobia, etc. Vipera coralina, quando ha necessidade de fechar os olhos, como quando ha febre; picadas mui vivas nos ângulos externos dos olhos; vista de filamentos brancos voltejando, de um gaz branco-azulado, de um disco negro de três ou quatro polegadas de diâmetro; exlrcma sensibilidade á água — 160 — fria; violenta photophobia; rubor das conjunclivas e hcmor- rhagia ; completa cegueira de tempos a tempos; humor mi- santhropo e rixoso; eólicas; diarrhea, etc. gp^ Quanto ao resto dos medicamentos apontados, con- sultai a sua pathogenesia, e comparai também: opiithalmia, IIEMERALOPIA, NYCTALOPIA, PHOTOPHOBIA, CtC BEL1DAS e escurecimento da cornea.—Os meijicamen- los que alé hoje forão empregados com mais suecesso contra as manchas da cornea, são: bell., calc, euphr., hep., puls. e sulf, como também : ars., cann., cin., magn., nitr.-ac, ou ainda: aur., chel., con.? gran.? lach.? lyc, sep., sil. Contra o escurecimento da cornea, emprega-se: cann., euphr., magn., nilr.-ac, puls., sulf, ou também : ang.? caps.? chel., chin., lach., op., plumb. e rut. BLEPHARITE. — Os melhores medicamentos contra as inflammações das palpebras são, em geral: acon., ant., ars., bell., cale, cham., chin., euphr., hep., merc, n.-vom., puls., sulf.,veratr., ou ainda: bar.-c, bry., caus., coce, iod., kreos., lyc, natr., natr.-m., sep., spig., staph., thui., zinc Se fôr a parte externa da palpebra que estiver inflam- mada, são, sobreludo: acon., bell., hep. e sulf Para a inflammaçao da conjunctiva, sobretudo : ars., hep. e merc. Para a inflammaçao dos bordos das palpebras c das glân- dulas de meibomius, principalmente : bell., cham., euphr., hep., merc, n.-vom. e puls. Para os terçoes, são, sobretudo : puls. ou staph., ou ainda: am.-c, calc ou fer. Para a blepharite aguda, emprega-se sobreludo: acon., bell., cham., euphr., hep., merc, n.-vom. e puls. Para a blepharite chronica, principalmente: ant., ars., calc, chin. e sulf, se todavia qualquer dos outros medica- mentos não bastar. Geralmente, póde-se empregar com preferencia : — 161 — Aconitum, quando as palpebras estão inchadas, duras e vermelhas, com calor, ardor e seccura, ou havendo: inchação pallida e luzente, com dores ardentes e tensivas; mucosi- dades abundantes nos olhos c no nariz; photophobia excessiva; febre com grande calor e sede. (Depois de acon. convém muitas vezes: bell., ou hep., ou sulf.) Antimonium, contra: inchação vermelha das palpebras, com remela nos ângulos, photophobia e picadas nos olhos. Arsenicum, quando ha: rubor inflammatorio da conjunc- tiva, com injecção das veias; grande seccura das palpebras, sobretudo nas extremidades, com occlusao espasmodica ou agglutinação nocturna. Belladona, quando as palpebras estão inchadas e verme- lhas, com ardor e comichão, agglutinação continua e san- guenla quando se abrem, ou com queda das comissuras, ou grande peso paralytico das palpebras. Calcarea, quando ha : dôrcs incisivas, ardentes, dolorosas nas palpebras, mormente lendo, com inchação vermelha, dura e volumosa, secreção abundante de remela e agglutinação, e sobretudo quando sulf. não basta contra este eslado. Chamomilla, quando ha : grande seccura das extremidades das palpebras, ou secreção mucosa e abundante, com agglu- tinação nocturna, occlusao espasmodica das palpebras, ou grande peso. China, quando ha: comichão freqüente na parle interna das palpebras, mormente de noite, com pranto. Euphrasia, quando as comissuras estão ulceradas, com prurido de dia e agglutinação de noite, rubor, inchação, photophobia e pestanejadura continua, com corysa, cepha- lalgia ou calor na cabeça. (Quando euphr. não basta, são muitas vezes n.-vom. e puls. que acabão a cura.) Hepar, contra: grande rubor inflammatorio das palpebras, com dôr de ulceraçao ou de contusão, ao tocar; agglutinação nocturna, ou occlusao espasmodica das palpebras. (Convém 21 — 162 — freqüentemente depois de acon. ou merc. ; depois de hep. convém ás vezes bell.) Hyosciamus, quando ha contracção e occlusao espasmodi- cas das palpebras. Mercurius, quando as palpebras eslão duras, como se esti- vessem violentamente contrahidas, com inchação, difíicul- dade de abri-las, dores incisivas, ulceras nas comissuras pústulas na conjunctiva, crostas em redor dos olhos, queda das palpebras; dores latejantes, ardentes e prurido, ou au- sência de qualquer dôr. (E sobretudo hep. que convém muitas vezes depois de merc, quando este não baste.) Nux-vom. , quando ha: prurido ardente nas palpebras, mormente nas comissuras, ou dôr de excoriação mais forle ao tocar, agglutinação das palpebras perto da manhãa ; ân- gulos cheios de remela; corysa, cephalalgia, ou calor na ca- beça. (N.-vom. convém também depois de euphr., quando este não baste contra a inflammaçao das comissuras.) Pülsatilla, quando ha : rubor inflammatorio da conjunc- tiva ou das extremidades; secreção mucosa abundante; tri- chiasis; apparição de terçoes; agglutinação nocturna das pal- pebras; dores tensivas ou tractivas. (E sobretudo quando nem euphr. nem n.-vom. são sufíicientes, que se deve empre- gar puls.) Rnus, quando as palpebras estão rijas, como paralysadas, com prurido ardente. Sulfur, conlra: grande rubor inflammatorio das palpe- bras, com dores ardentes, fluxo de mueosidades e de remela; ulceraçao das extremidades, pústulas e ulceras ao redor das orbitas, etc. (Antes de sulf convém muitas vezes acon., c depois é calc. o mais conveniente.) Veratrum, quando as palpebras estão excessivamente sec- cas, com olhos chorosos, difíiculdade de os mover, e grande calor no interior. — 163 — Para o resto dos medicamentos apontados e maiores de- talhes, vide a sua pathogenesia, e comparai ophthalmia. CATARACTA. — Os medicamentos que até hoje forão empregados com mais suecesso contra a cataracta lenticular, são: cann., caus., con., magn., phos., sil. esulf ; em alguns casos convém: am.-c, bar.-c, chel., dig., euphr., hyose, nitr.-ac, op., ruta. Para a cataracta traumática (por resultado do uma pan- cada), é con. que se deve empregar, sendo ainda convenien- tes : am.-c, euphr., puls. e ruta. O glaucoma, ou a cataracta cm que o crystallino parece tomar uma côr azul ou verde-mar, foi curado com phosph. CEGUEIRA. — Vide amaurosis, cataracta, iikmeralopia O NYCTALOPIA, BEBIDAS, etC CORNEA (escurecimento da.) — Vide belidas e escure- cimento da cornea. DIPLOPIA. — Comparai amblyopia. ESCURECIMENTO da cornea. — Vide beldas c escu- recimento. FISTULA LACRYMAL. —Os medicamentes que mere- cem ser empregados com preferencia, são: cale,puls. esil.,. c ainda: natr., petr. e sulf. FLUXO DE REMELA.—Os medicamentos que merecem ser empregados, são : acon., euphr., merc, puls., ou também: gran.? par.? rhus,, spig. FUNGO. — Contra o fungo hematoido emprega-se com mais ou menos suecesso : bell., cale, lyc, sep. e sil. Para o fungo medullar, é bell. que emprega-se com mais suecesso. GLAUCOMA. —Vide cataracta. HEMERALOPIA, ou cegueira nocturna. — Os melhores medicamentos contra a cegueira que se manifesta desde o crepúsculo, são: bell. e veratr., ou ainda: merc, hyose e puls. (Vide, para os detalhes, amblyopia.) — 164 — HEMIOPIA. — Comparai amblyopia. HEMORRHAG1A ocular.—São principalmente : bell., carb.-v., cham. e n.-vom. que são mais convenientes, tam- bém emprega-se lach. MYOPIA. — Até hoje empregou-se com suecesso: am.-c, anac,, carb.-v., con., nitr.-ac, petr., phos., phos.-ac, puls. e sulf. Para a myopia por resultado de uma ophthalmia, são so- bretudo: puls. c sulf. Para a myopia por abuso do mercúrio : carb.-v., nitr.-ac e sulf, ou ainda : puls. Para a myopia depois de febres typhoides, ou de perdas debilitantes, sobretudo : phos.-ac NEVRALGIA ocular. —São principalmente: bell. e spig. que merecem ser empregados. NYCTALOPIA, ou cegueira diurna. —Os melhores me- dicamentos contra os accessos de cegueira súbita, que ma- nifestão-se de dia, são : acon., merc, sil. e sulf, ou também: con., nitr., n.-vom., phos., stram. e vip.-c (Comparai AMBLYOPIA.) OPHTALMIA. — Os melhores medicamentos contra as diversas ophtalmias são, em geral: acon., ars., bell., calc, cham., euphr., hep., ign., merc, n. vom., puls., sulf Também são convenientes: ant., arn., bry., caus., chin., coloc, dig., dulc, fer., graph., lach,, nitr.-ac, petr., rhus., sep., spig., sulf.-ac, veratr. ; como também : aur., bar.-c, bor., cann., ciem., con., led., lyc., natr.-m., phos., sil., staph., thui., vip. -c, etc As ophtalmias agudas reclamão de preferencia: acon., bell., cham., dulc, euphr., ign., merc, n.-vom., puls. ou ainda: ant., arn., bor., lach., nitr.-ac, spig., veratr. Nas ophtalmias chronicas , pelo contrario , emprega-se com suecesso: ars., calc, euphr., hep., sulf, ou lambem: — 165 — caus., chin.. coloc, dig., fer., graph., lach., nitr.-ac:, petr., sep., spig., sulf.-ac Para a ophtalmia arthritica , são, sobretudo: acon., bell., coloc, spig,, ou ainda: ars., cham., dig., hep., merc, n.-vom., rhus., ou ainda : berb.? led., lyc, etc Para a ophtalmia catarrhal, principalmente: ars., bell., cham., euphr., hep., ign., n.-vom., puls., ou ainda: dig., euphorb.? merc e sulf. Para a ophtalmia rheumatismal : acon., bell., bry. e cham., euphr., ign., merc, n.-vom., puls., rhus., sulf, veratr., ou também : berb.? led., lyc, spig. Para a ophtalmia escrofulosa, sobretudo: ars., bell., calc, dulc, hep., ign., merc, n.-vom., puls., rhus., sulf. ou ainda : caus., chin., fer., graph., petr., sep., e também: aur., bar.-c, cann., cham,, con., dig., euphr., iod., lyc, magn., natr.-m. Para a optalmia syphilitica: merc. , ou nitr.-ac , ou ainda*: aur.?—Por resultado de uma gonorrhea supprimida, é puls. que merece ser empregado. A ophtalmia por resultado de um resfriamento, reclama de preferencia: acon., ars., bell., cale, cham., dulc, hep., n.-vom., puls. c sulf. (Comparai Cap. i°, resultados de um RESFRIAMMNTO.) A ophtalmia por causas traumáticas (introducção de corpos estranhos, etc.): acon., calc, hep., sulf, ou também: arn., euphr., puls. ou rut. A ophtalmia por resultado de fadiga dos olhos: bell,, carb.-v., rut. e spig. Sendo pelo abuso do mercúrio: hep., nitr,-ac, puls., sulf, ou ainda: bell., dulc, chin., lach., lyc, staph. ou thui. A ophtalmia que manifesta-se em os recém-nascidos : acon., bell., cham., dulc, merc, ou também : calc, euphr., rhus., puls., e ainda : bor., bry., n.-vom, ou sulf — 166 — Quanto aos symptomas que caracterisão os casos de oph- talmias iudividuacs, póde-se empregar com preferencia : Aconitum, em quasi todos os casos de inflammaçao aguda, no principio da cura, e sobreludo quando ha : olhos verme- lhos, com vermelhidão carregada dos vasos sangüíneos; dores intoleráveis, ardentes, latejantes ou pressivas, sobretudo mo- vendo os olhos; grande photophobia; pranto abundante e fluxo de remela, ou grande seccura das palpebras. (Depois de acon. convém freqüentemente ant., ou bell., ou hep.) Arsemcum, quando ha : dôrcs ardentes, como por carvões acesos; ou dôrcs pressivas o latejantes, aggravadas pela luz e o movimento dos olhos; dores violentas obrigando ase deitar, ou intoleráveis com afflicções a ponto de sahir da cama; olhos vermelhos, com veias injectadas, lagrimas corrosivas, agglutinação nocturna das palpebras; photophobia excessiva; manchas c ulceras na cornea. Belladona, quando ha : rubor vivo da sclerotica, com injec- ção das veios; fluxo de lagrimas ardentes e corrosivas; ou grande seccura dos olhos, com sensibilidade dolorosa dos olhos na luz; dores pressivas ao redor dos olhos ou até pro- fundamente nas orbitas c na cabeça, ou dores latejantes nos olhos e na cabeça, mormente ao redor das orbitas, vindo por accessos; ou quando as dores são aggravadas movendo os olhos; meninas dos olhos dilatadas, o sobreludo havendo ao mesmo tempo corysa violenta com tosse; ou dôr de cabeça violenta, com vertigens, faíscas, ou manchas pretas diante dos olhos, ou escurecimento da vista, ou manchas c ulceras na cornea, etc (Convém depois de acon., hep. ou merc) Calcarea, quando ha : dores violentas, pressivas ou lalc- janlcs, com prurido; ou dores pungentes, ardenles c incisi- vas, aggravando-se, sobretudo lendo, c de noite pela luz das velas; sclerotica vermelha, com secreção abundante de mu- cosidades; pranto, mormente ao ar livre; manchas e ulceras na cornea; photophobia ; visla turva como por entre um ne • — 167 — voeiro, ou como se houvesse pennngem diante dos olhos, mormente lendo ou cansando a vista de um modo qualquer. (Convém muitas vezes depois de sulf ou dulc) Chamomilla, quando os olhos estão vermelhos, com dores pressivas movendo-os ou sacudindo a cabeça; ou dôrcs late- jantes, pressiva e ardentes, como se um calor abrasador sahisse pelos olhos; palpebras vermelhas e inchadas, com secreção abundante de mucosidades e agglutinação noctur- na; grande seccura dos olhos; convém principalmente para as crianças, e quando as dores são intoleráveis, com grande impaciência, exasperação, etc. Euphrasia, quando ha : dores pressivas nos olhos; rubor da sclerotica, com injecção das veias; inflammaçao da cor- nea, com vesiculas em cima, ou mesmo com manchas e ulceras; fluxo abundante de mucosidades e lagrimas; inchação e agglutinação das palpebras; contracção freqüente dos olhos e das palpebras, com precisão depestanejar; erupção miliar ao redor dos olhos, ou corysa, com dores de cabeça violen- tas; photophobia e oscillação da luz. Hepar, quando os olhos e as palpebras estão vermelhos, com dôr de excoriação e contusão ao tocar; occlusao espas- modica das palpebras; difíiculdade de mover os olhos; pho- tophobia, mormente de noite; vista, ora turva e escurecida, ora lúcida e distineta; pressão no globo, como se sahisse fora da cabeça; manchas e ulceras sobre a cornea; e borbulhas ao redor dos olhos e nas palpebras; pranto freqüente, e agglutinação nocturna das palpebras. (Convém muitas vezes depois àe.bell. ou merc) Ignatia, quando os olhos estão menos vermelhos, porém mui doloridos; pressão violenta como se houvesse arêa nos olhos; pranto abundante, mormente pela claridade do sol; agglutinação nocturna das palpebras; photophobia excessiva; vista turva como por entre um nevoeiro; forte corysa fluen- te, com dôr de cabeça ou sem ella. — 168 — Mercurius, quando ha : dores incisivas ou pressão como por arêa, mormente cansando os olhos, como lambem de noite e pelo calor da cama; ou picadas e prurido, mormente ao ar livre; sclerotica vermelha, com injecção das veias ; pranto abun- dante, sobreludo de noite; sensibilidade excessiva dos olhos pela claridade do fogo e do dia; vesiculas e borbulhas na sclerotica; ulceras na cornea; pústulas e crostas ao redor dos olhos e nas extremidades das palpebras; vista turva como por enlre um nevoeiro; renovação da inflammaçao pelo menor resfriamento. (Convém muitas vezes depois de bell.) Nux-vom. , quando os ângulos dos olhos estão ainda mais vermelhos de que os mesmos olhos; ou quando ha: ecchy- mosis ou mollificação da sclerotica; dores ardentes, pun- gentes e pressivas, como se houvesse arêa nos olhos, pranto, photophobia, sobretudo de manhãa; remela abundante nos ângulos, com agglutinação nocturna das palpebras, c sobre- ludo havendo ao mesmo tempo: dôr de cabeça gravativa c pressiva, corysa, com obturação do nariz; aggravação de manhãa, ao acordar, ou depois da comida, ou de noite, na cama. Pulsatilla, quando ha: pressão, como por arêa, ou dôr cruel, picada e dôr incisiva ou terebrante, nos olhos; rubor dos olhos e das palpebras, com secreção abundante de mucosi- dades; pranto abundante, mormente ao frio, ao vento, ao ar livre e á claridade do dia; ou grande seccura das palpebras, mormente de noite; lagrimas ardentes e corrosivas; aggluti- nação nocturna das palpebras; inchação edematosa ao redor dos olhos, ou nas palpebras; photophobia, com picadas nos olhos pela claridade do dia; aggravação das dores perto da noite, ou depois do meio dia, com humor chorão, e aggrava- ção depois de ter chorado. (Convém muitas vezes no princi- pio da cura das ophtalmias escrofulosas, antes de fer., ou depois de acon., nas ophtalmias rheumatismaes.) Sulfur, quando ha : pressão como por arêa, ou comichão, — 169 — ardor nos olhos ou nas palpebras, aggravado pelo movimento dos olhos c a luz do sol; rubor dos olhos e das palpebras; inflammaçao da iris, com meninas dos olhos desiguaes; cornea turva, como se estivesse coberta de pó oa manchas, vesiculas e ulceras na cornea; pústulas, ulceras e crostas ao redor dos olhos e nas palpebras; pranto abundante, mormente ao ar livre, ou grande seccura dos olhos, mormente em casa; pho- tophobia excessiva, com contracção das palpebras; scintilla- ção c nevoeiro da vista, etc. (Convém muitas vezes depois de bell., merc, puls., ou mesmo depois de acon.; depois de sulf. convém calc) Vipera coralina, quando ha: dôr tremente, que se esten- de da mandibula aos olhos, dôr pressiva em torno dos olhos, com perturbação na vista, photophobia, difíiculdade de abrir os olhos, visão de filamentos voltejando, visão de um campo vermelho com pontos negros tendo fechado os olhos, véo acinzentado cada vez mais espesso,turvando a vista, até com- pleta cegueira por alguns minutos, prurido, picadas, comi- chão, rubor, hemorragia, tumefação e tersoes, com extrema sensibilidade para a água fria. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se depois empregar com preferencia: Amphysbjena, quando ha tremor continuo da palpebra su- perior direita; fadiga dos olhos e epiphora, com opressão nos bordos das palpebras. Antimonium, quando as palpebras estão muito vermelhas, com remela nos ângulos, photophobia e dores latejantes. Arnica, quando ha : movimento diflicil e doloroso das pal- pebras e dos olhos, como se estivessem excoriadas; meninas dos olhos dilatadas e sensíveis á luz; palpebras e olhos ver- melhos e inchados. Bryonia, quando os olhos estão vermelhos, com dores ar- dentes ou pressivas, como se houvesse arca, aggravadas de tarde ou de noite; palpebras inchadas, com dores na cabeça, 22 — 170 — abrindo-as. (Convém muitas vezes depois de puls., nas ophlhalmias rheumatismaes.) Causticum, quando as palpebras eslão inchadas e ulce- radas, com agglutinação nocturna ; pressão ou dores arden- les, pungentes nos olhes. China, quando ha aggravação perto da noite, com pressão como se houvesse arêa nos olhos; photophobia; cephalalgia frontal; olhos quentes e vermelhos, ou embaciados e turvos, como se o fundo estivesse cheio de fumaça. Colocynthis, quando ha dores violentas, ardentes e inci- sivas, respondendo alé na cabeça, com pressão e dores cram- poides n'hum lado da cabeça, c até no nariz, com grande afflicção e inquietação , que não permittem ficar cm parte alguma. Crotalus, havendo tremor continuo das palpebras, espe- cialmente esquerda, com alteração na vista, amarellidão cm torno dos olhos e dores nos íobrolhos. Digitalis, rubor dos olhos e da conjunctiva ; picadas atra- vessando os olhos, ou sensação como se alguma arêa se hou- vesse introduzido; pranto abundante, augmentando pela claridade da luz e o frio; photophobia; obturação c seccura do nariz. Dulc amara, quando o menor resfriamento provoca o mal, com dores pressivas, mormente lendo, vista turva, como por entre um véo ou chammas, e faiscas que parecem sahir dos olhos, com aggravação no descanso. Ferrum, quando os olhos, depois de estarem algum tanto cansados, estão embaciados, turvos e lagrimosos, ou verme- lhos, com dôrcs ardentes, ou havendo terçoes. Graphites, quando ha: ulceras na cornea, photophobia excessiva; palpebras vermelhas e [inchadas, com secreção abundante de mucosidades, e agglutinação. Lachesis, quando ha: grande seccura dos olhos, photopho- bia, picadas como por facas ou pressão violenta, como se o — 171 — globo estivesse sahindo fora da orbita; ulceraçao da cornea; vista turva ou escurecida. Nitri-acid , quando ha : pressão e picadas nos olhos; pranto freqüente, sobretudo lendo; olhos rodeados de um circulo amarello, com difíiculdade de abrir-los de manhãa; manchas na cornea; inchação das palpebras; suppuração dos olhos. Petroleum, quando as dores são ardentes, latejantes, pun- gentes ou pressivas, com dores acima da raiz do nariz, o inchação do nariz, com fluxo purulento. Rhus, no caso que bry. não baste, sendo comtudo indicado, e havendo : ardor e picadas, pranto abundante, agglutinação nocturna e inchação erysipelalosa das palpebras, com pho- tophobia. Sepia , quando ha: photophobia, coryza, agglutinação nocturna das palpebras, pústulas no globo dos olhos; dores violentas, pressivas. Spigelia, quando ha: dores pressivas, latejantes ou tere- brantes, profundamente nas orbitas, e até na cabeça, com sen- sação como se os globos fossem nimiamente volumosos, e mormente quando as dores são tão violentas que fazem desesperar. Sulfuris-acid. , quando as dores são ardentes, pungentes, com photophobia, pranto, mormente lendo, e difíiculdade de abrir as palpebras. Veratrum, contra : dores cruéis embaraçando o somno de noite, com dôr de cabeça violenta, photophobia, grande ca- lor e sensação de seccura nos olhos. $3* Para maiores detalhes sobre os medicamentos apon- tados, Vide a sua pathogenesia, e comparai também : blepha- rite, belidas, ulceraçao da cornea, etc PARALYSIA das palpebras.—Os medicamentos que alé hoje forão empregados com mais suecesso são: sep., veratr. e zinc — 172 — PHOTOPHOBIA. — Os melhores medicamentos que alé hoje forão empregados são: bell., con., euphr., ign., puls., staph., veratr., como lambem : acon., ars., cale, hep., merc, n.-vom., rhus., sulf. e veratr. Belladona, convém sobretudo quando ha ao mesmo tempo: aureola corada ao redor da luz da vela ; manchas vermelhas, nevoeiros ou escuridão diante dos olhos, diplopia e enfraque- cimento da visla. Conium, quando ha: rubor pallido do globo, com veias injecladas na conjunctiva. Euphrasia, quando ha: dôr de cabeça, e quando a luz das velas parece escurecida ou vacillante. Ignatia, quando ha: pressão nos olhos, com pranto, mesmo sem outra lesão visível do olho. Pulsatilla, quando ha: círculos luminosos ao redor da luz da vela, com vista lurva, como por alguma cousa que se pôde tirar esfregando, diplopia, ou escurecimento da vista. Staphysagria, quando ha: reflexos negros e scintillação diante dos olhos; ou chammas, mormente de noite; ou au- reola ao redor da vela, com vista turva. Veratrum, quando ha: manchas negras diante dos olhos, ou faíscas com diplopia. $J?* Demais, Vide: amblyopia e ophthalmia. PALPEBRAS (inflammaçao das.) — Vide blepharite. PRESBYOPIA. — Os medicamentos que merecem ser empregados com preferencia são: cale, dros., sil., sulf, ou ainda: carb.-an., con., hyos., lyc, natr., natr.-m., petr. e sep. PSEUDOPIA, ou illusões da vista.—Comparai amblyopia. SPASMOS DAS PALPEBRAS. — Os melhores medica- mentos contra a occlusao espasmodica das palpebras são: bell., cham., croc, hep., hyos. STRABISMO. —São: bell., hyos., ou ainda alum., que merecem ser empregados com preferencia. — 173 — TERÇOL. —São: puls. ou staph., ou também: am.-c, bry., calc., con., fer., graph., lyc., phos., phos.-ac, rhus., sep. e stann. que merecem ser empregados com preferencia. (Comparai blepharite. ) ULCERAÇAO da cornea.—São: ars., bell., calc, euphr., hep., lach., merc, natr., sil. e sulf. que até hoje forão empre- gados com mais suecesso contra as ulceras da cornea. CAPITULO VIII. MOLÉSTIAS DAS ORELHAS E DO OUVIDO. DYSECEA, ou dureza do ouvido.—Os melhores medica- mentos são: cate, caus., crotal., graph., lach., led., merc, )iitr. ac, petr., phos., puls., sil., sulf evip-c, ou ainda: anac, ant., ars., asa,, aur., bell,, carb.-v.? cie, coff, con., hep., hyos., kal., magn., mur.-ae , n.-vom. , phos.-ac. , staph., veratr,, etc Para a dysecea congestiva póde-se empregar com prefe- rencia: aur., bell., crotal. , graph., merc, phos. , sil., ou também : coff, hyos., petr., sulf, etc. Para a dysecea nervosb, principalmente: caust., petr,, phos., phos.-ac, vip-e, ou ainda : anac, mur.-ae, nitr., veratr., etc. Para a dysecea catarrhal ou rheumatismal, por resultado de um resfriamento, quer da cabeça, quer do corpo todo, sobretnho: ars., bell., led., merc. e puls., ou também : calc, caus., cham., coff, hep., lach., nitr.-ac, sulf. A dureza do ouvido por resultado de antigas impigens, ou outras erupções repercutidas, pede de preferencia: sulf. ou ant., ou ainda: amph.? caust., graph,, lach.? etc Manifestando-se por resultado de um exanthema, tal como as morbilias, a escarlatina, etc : bell., merc, puls., sulf, ou lambem: carb.-v.—Depois das morbilias são, sobre- — 174 — tudo: puls. e carb.-v., c depois da escarlatina: bell. ou hep., e depois das bexigas: merc. ou sulf. Para a dysecea depois de febres intermittentes suppri- midas pelo abuso da quina são, sobretudo : calc. e puls., ou ainda: carb.-v.? hep., n.-vom. e sulf. Para a dysecea pelo abuso do mercúrio, principalmente: asa., nitr.-ac., staph., ou lambem: aur., carb. - v. ? chin. ? hep., petr. e sulf. Por resultado de freqüentes anginas tonsillares, e enfarte ou hyperthrophia das amygdalas, sobretudo : aur., merc, nitr.-ac, staph. Depois de febres ou outras moléstias nervosas, sobre- tudo : ajm., phos., phos.-ac, veratr. Finalmente, depois da suppressão de um fluxo pelos ou- vidos ou pelo nariz: hep., lac, led., ou também: bell., merc, puls. Quanto ás indicações que fornecem os symptomas, póde-se empregar com preferencia : Calcarea, quando ha: surdez como por occlusao dos ou- vidos; zumbido freqüente c zunido, canto emusica; ou pul- sações freqüentes, com calor nos ouvidos; seccura continua dos ouvidos, ou fluxo purulento; dôr de cabeça gravativa na testa, etc. Causticum, contra: sensação de obturação dos ouvidos, com ronco, zumbido e susurro na cabeça; grande resonan- cia de todos os sons, e mesmo da própria palavra, nõs ouvidos; fluxo pelos ouvidos; dores rheumatismaes nos ouvidos e nos membros; sensibilidade extraordinária ao vento frio, etc. Crotalus, quando o doente pensa que alguém lhe segue os passos, tem prurido, inchação das orelhas principalmente a direita, latejamenlo no conducto auditivo, zoeira quando desce uma escada, e final surdez completa e prolongada. Graphites, grande seccura nos ouvidos, ou fluxo purulento; dureza do ouvido que cessa as vezes pelo movimento da sege; — 175 — canto, silvo e zunido, ou zumbido e trovão nos ouvidos, mor- mente de noite; ou sensação como se o ar entrasse na tromba de Euslachio; impigens e crostas ao redor das orelhas e em outras parles do corpo. Lachesis, ouvidos seccos, com cera pouco abundante, nimiamente dura e pallida, ou branca como mingáo de fari- nha ; pulsações peniveis, estalido ou zumbido, rufo de tam- bor no ouvido, com resonancia excessiva de todos os sons; excoriação e crostas ao redor das orelhas, ele (Convém muitas vezes depois ou antes de caust.) Ledum, quando ha: sensação de occlusao dos ouvidos, com zumbido no interior; embaraço e vertigem da cabeça, do lado affeclado, com sensação de torpor dos legumentos; e mormente depois da suppressão de uma otorrhea ou de um catarrho nasal ou ocular. Mercurius, obturação dos ouvidos, que cessa ingulindo ou assnando-se; resonancia extraordinária de todos os sons no ouvido; zunido, susurro e zumbido, mormente de noite, sensa- ção de frio nos ouvidos, fluxo de cera ou otorrhea purulenta com ulceraçao das orelhas; dores rheumatismaes nos ou- vidos, ou na cabeça, ou nos dentes; grande disposição â transpiração, etc Nitri-acid., grande secura dos ouvidos ou fluxo de cera; obturação dos ouvidos, com ronco, batedura e ruido; dores de dentes freqüentes, com affecção escorbutica das gengivas; picadas nos dentes e nos ouvidos. Petroleum, quando ha: seccura penivel do ouvido, ou fluxo de sangue e matéria; zunido, ou rufo e zumbido nos ouvidos; impigens e excoriação nas orelhas ou nas vizinhanças; odon- talgiasfreqüentes com fluxão; gengivas sanguentas; dores expansivas no occiput, etc. (Convém muitas vezes depois de nitr.-ac.) Phosphorus, quando ha: dureza no ouvido, mormente para a voz humana, com estrondo excessivo de todos os sons, e so- — 176 — breludo das palavras, nos ouvidos, c com resonancia alé na cabeça; congestão de sangue nos ouvidos, com palpilações e sensação de seccura, ou fluxo de cera. Pulsatilla, quando ha: cera dura, negra ou mui liquida, cora fluxo; dores latejantes nos ouvidos, ou fluxo de maté- ria ou de sangue; ouvidos como tapados, com zunido e zum- bido, ou com susurros pulsativos, gorgeio; mormente nas pessoas de uma índole pacifica, ou nas mulheres dispostas a flores brancas, e outras desordens do systema uterino. Silicea, quando ha : fluxo de cera ; obturação dos ouvidos, desvanecendo-sc assoando-se ou com uma detonação; dureza do ouvido, principalmente para a voz humana, c sem bulha nos ouvidos, ou com zunido, cacarejo e ruido d'hum pás- saro batendo com as azas; aggravação da surdez na lua cheia ou nova; alternando com sensibilidade excessiva do ouvido; crostas alraz das orelhas. Sulfur, dureza do ouvido, principalmente para a voz hu- mana, obturação e occlusao freqüente dos ouvidos, mormente comendo ou assoando-se, ou somente d'hum lado; gorgolejo ou fluetuação nos ouvidos, como por água, ou zumbido r susurro; congestão de sangue na cabeça; disposição aos catarrhos cerebraes, ou outros fluxos mucosos; fluxo pelos ouvidos, ele YiPERA-coRALi.NA, susurro prolongado como se uma mosca tivesse entrado no ouvido, surdez prolongada, illusõcs de sinos, assobios tão distinetos que persuadem ser rcaes, zu- nido, comichão no conducto auditivo que se prolonga na face em direcção do conducto alternon, fluxo de sangue e de serosidade pelos ouvidos. Quanto ao resto dos medicamentos apontados, examinai sua pathogenesia, e comparai lambem: otalgia, otorrhea, ZUMBIDO NOS OUVIDOS. ^^ Aquelles que gostão de reflectir facilmente compre- hender-nos hão, se lhes dissermos que também podem com- — 177 — parar o que se acha mencionado no artigo amblyopia (Cap. 7o), respeito ás indicações que fornecem o gênero e as causas desta affecção, para dellas aproveitarem-se para o tratamento da dureza do ouvido. HEMORRHAGIA auricular. — Vide otorrhea sanguino- lenla. IMPIGENS nas orelhas. — As impigens que com prefe- rencia atacão as orelhas, ou a pelle alraz das mesmas, recla- mão principalmente: graph., hep., merc, oleand., petr., sulf, ou ainda : bar.-c, cale, cie, lach., lyc, mez., sep., sil. (Comparai Cap. a°, moléstias da pelle.) OTALGIA. — Os melhores medicamentos são, cm geral: bell., cham., merc, puls., sidf, ou também: arn., chin., dulc, hep., n.-vom., plat., spig., ou ainda: ant., bar., bry., cale, magn., phos.-ac, etc Para a otalgia inflammatoria, são, sobretudo: bell., merc, n -vom., puls., ou lambem: bar., bry., cale, magn., etc. Para a otalgia rheumatismal: bell., merc, puls., ou tam- bém: arn., chin., hep., n.-vom., etc A otalgia que é o resultado d'hum resfriamento ou d'huma transpiração suspendida, pede sobretudo: cham., chin., dulc, ou também: merc, puls., ou sulf. Em todo o caso póde-se empregar com preferencia : Belladona, quando ha : picadas dentro e atraz dos ouvi- dos; dores latejantes e terebrantes; dôr viva e picadas até na garganta, com zunido, susurro e zumbido nos ouvidos; sensibilidade excessiva pela menor bulha ; affecção dolorosa da cabeça e dos olhos, mesmo com photophobia; rosto quente c vermelho; congestão de sangue na cabeça. Chamomilla, quando ha : picadas como por facas, ou dores tensivas e tractivas alé nolobulo; ouvidos seccos, ou como lapados; grande sensibilidade pela menor bulha, mesmo j cia musica ; sensibilidade excessiva que torna as dores into- 23 — 178 — leraveis; genio susceptivel, máo humor, e disposição a irri- tar se por cousas insignificantes. Mercurius, dores latejantes, profundas, ou dôr viva até nas faces e nos dentes, com sensação de frio nos ouvidos, aggrava- ção das dores pelo calor da cama; ou dores crampoides, com rubor inflammatorio da orelha; fluxo de cera; suores abun- dantes, sem allivio, etc. Pulsatilla, dores de estremecer, cruéis, como se alguma cousa estivesse para sahir dos ouvidos; rubor, inchação e ca- lor da orelha; ou dores latejantes e cruéis que tomão todo o lado doente da cabeça, e que parecem intoleráveis, fa- zendo alé perder o juizo, mormente nas pessoas friorentas, dispostas ás lagrimas, e principalmente nas mulheres. Sulfur, quando ha: dores tractivas, cruéis ou lalejantes, propagando-se até á cabeça ou á garganta; calor ardente que sahe pelos ouvidos; sensibilidade excessiva do ouvido pela menor bulha, até fazer experimentar náuseas pelos sons da musica, mesmo os mais leves; mormente nas pessoas dis- postas aos catarrhos cerebraes, ou a congestão na cabeça. Entre os outros medicamentos apontados, póde-se em- pregar : Arnica, nas pessoas nervosas, sensíveis, e que pela menor occasião tomão a ser atacadas, com pressão e picadas den- tro e atraz dos ouvidos, dôr viva, calor interno, c grande sensibilidade á menor bulha. China, quando as dores pungentes manifestão-se antes no exterior, aggravando-se pelo tocar, com rubor da orelha, pi- cadas no interior, e zunido dos ouvidos. (Convém muitas vezes depois de arn.) Dulcamara, quando as dores augmentão no descanso, mormente de noite, com náuseas. Hepar, muitas vezes depois de bell,, quando esta não bas- te, e quando ha picadas nos ouvidos, assoando-se, pulsações, palpitações e zumbido. — 179 — Nux-vóm., nas pessoas d'hum temperamento vivo, coléri- co, e quando ha dores cruéis, latejantes, que obrigão a gri- tar, e que se propagão até á testa e ás fontes, com dôr viva nos ossos do rosto, e aggravação de manhãa, ou de noite na cama. Platina, quando ha : dores crampoides, violentas, abalos, rufo e trovão nos ouvidos, que estão frios e como entorpe- cidos, com comichão alé no rosto. Spigelia, contra: dôr penivel, pressiva, como se houvesse uma cavilha no ouvido; com dores pressivas c dôr viva nos ossos da face. Comparai ainda: prosopalgia, odontalgia, cephalalgia, nevralgias, etc. OTITE. — Para a otite interna aguda, épuls. que na mór parte dos casos achar-se-ha quasi especifica. Somente em alguns casos, se o mal passar para o cérebro, com grande afflicção, vomito, impotência dos membros, delirios, etc, será então bell. o medicamento conveniente. Se depois do uso de qualquer desses medicamentos ainda houvessem dores que reclamassem outros, scrião principal- mente : merc, n.-vom., sulf, ou ainda: bor., bry., cale, cham., magn., etc, que seria conveniente empregar. (Vide OTALGIA.) Para a otite interna chronica, com fluxo pelo ouvido, Vide OTORRHEA. Quanto á otite externa, é igualmente puls. o medica- mento mais conveniente, ou ainda : bell., bor., calc, magn., merc ou sulf OTORRHEA, — Qs melhores medicamentos são: puls, e sulf» ou também: bell., cale, caus., lach., hep., merc, nitr.-ac, petr., sil%, ou ainda: alum., anac, asa., aur., carb.-v., cist,., colch.,, gran, ? kal. lyc men. natr.-m. Contra o fluxo da cera do ouvido, póde-se empregar com — 180 — preferencia: kal., lyc, merc, natr.-m., nitr.-ac, puls., ou ainda: am.-m., anac, phos. Contra a otorrhea catarriial ou mucosa , sobretudo : bell., merc, puls., sulf, ou também: cale, carb.-v., hep.? natr.-m., sil. Conlra a otorrhea purulenta, principalmente: bell., hep., merc, puls., ou ainda: «5a., cale, caust., lach., nitr.-ac, petr., sil., ou aur., cist., kal., lyc, natr.-m., etc Conlra a otorrhea escuofllosa (com ulceraçao da cavi- dade), sobreludo: hep., lyc, merc, puls. esulf (Comparai impigens.) E contra a otorrhea sanguinolenta, ou a hemorrhagi\ auricular, principalmente: merc. e puls., ou também: cie, lach., etc A otorrhea que persiste depois de uma otite aguda, pede principalmente : merc, puls. e sulf. A qtie manifesta-se depois de um exanthema, tal como a ESCARLATINA, AS MORBILIAS, AS BEXIGAS, etC. : bell., COlcIl., hep., lyc, merc, men., ou mesmo: carb.-v. Depois do abuso do mercúrio, sobretudo : aur., asa., hep., nitr.-ac, sil., sulf, e havendo caria dos ossinhos : aur., natr., sil. Depois do abuso do enxofre : puls. ou merc. Para os resultados da suppressão de uma otorrhea, póde-se empregar com preferencia : bell., merc e puls., ou ainda : bry., dulc e n.-vom. h sobretudo quando ha inchação das glândulas do pes- coço, ou das parotidas, que se deve empregar: puls., merc ou bell. Havendo cephalalgia ou febre: bell. ou bry., e se a sup- pressão fôr o resultado de um resfriamento : dulc ou merc. Se houver orchite : merc, puls. ou n.-vom. Comparai os artigos: dysecea, otalgia, otite, etc. PAROTITE (tumor das parotidas. —O melhor medica- — 181 — mento contra a parotite aguda é merc.; cm a mór parle dos casos é especifico. Porém, se a moleslia lomar um caracter mais serio, se a inflammaçao se tornar erysipelatosa, ou se o mal passar para o cérebro, com desapparição do tumor, modorra c delírio, ó bell. que se deve empregar com preferencia, ou ainda hyose, quando bell. não baste. No caso que o doente houvesse feito anteriormente abuso do mercúrio, ou que merc não bastasse, e que o tumor princi- piasse a endurecer, com febre lenta, etc, seria carb.-v. o medicamento conveniente. Este ultimo convém, demais, quasi sempre, se o doente tiver a voz muito rouquenha, ou se houver metastase sobre o estômago. Se, contra a febre lenta, carb.-v. não fôr sufliciente, póde-se ainda empregar coceul. No caso de metastase sobre os testículos, scrino puls. ou n.-vom. que merecerião ser empregados com preferencia. Além dos medicamentos apontados, ha ainda : kal. erhtts., eu lambem : am.-c, calc, cham., con., que, em um caso obs- tinado, podem ser empregados. (Comparai também anginas, Cap. i3.) POLYPO nos ouvidos. — São : cal. e staph. que merecem ser empregados com preferência. TUMOR DAS PAROTIDAS. — Vide parotite. ZUMBIDO NOS OUVIDOS. — Os medicamentos que me- recem ser empregados com preferencia são: carb.-v., caus., chin., graph., merc, puls. e sulf, ou lambem : acon., ant., arn., ars., bell., bar.-c, bry., calc, carb.-a., cham., coff, con., lach., lyc, merc, natr.-m., nitr.-ac, n.-vom., petr., phos., sep., sulf (Demais, comparai dysecea.) — 182 — CAPITULO IX. moléstias do nariz e do olfacto. ANOSMIA. — Os melhores medicamentos contra a perda chronica do olfacto são: natr.-m., sep., sil., sulf, ou ainda : aur., cale, caust., kal., etc CANCRO no nariz. —São: ars., aur., calc, carb.-an., sep., sil. e sulf. que merem ser empregados com preferen- cia. (Comparai também carcinoma, Cap. 20.) CARIE no nariz. — Quer esta moléstia tenha uma ori- gem escrofulosa, quer mercurial, será sempre aur. que me- recerá ser empregado com preferencia. Para a carie syphilitica, é merc. ; porém, se o doente fez abuso do dito medicamento, será então aar. o mais conve- niente. qj?* Demais, Vide lambem: osteita e moléstias dos ossos. (Cap. i°.) CORYZA, ou catarrho cerebral. — Os melhores medi- camentos são, em geral: am.-c, ars., cham., dulc, hep., lach., merc, n.-vom., puls., sulf. Ou ainda: bell., euphr., ign., ipec, lyc, natr., samb. Ou também: alum., anac., bry., calc., carb.-v.,caus., con., graph., natr.-m., nitr.-ac, sep., sil., zinc, etc. Para os prodomos do coryza, se este tardar a estabele- cer-se, com affecção catarrhal das cavidades frontaes, dos olhos, etc, são, sobretudo: am.-c, cale, lach., n.-vom., sulf, ou ainda: caust., hep. e natr.-m. que merecem ser empregados. Para o coryza secco ou a obturação catarrhal do nariz, são, em geral, os mesmos medicamentos que os anteceden- tes ; somente no caso de obstinação póde-se ainda empre- — 183 — gar: bry., ign., lyc, natr., natr.-m., nitr.-ac, phos., plat., sil., etc. A obturação do nariz em os recém-nascidos cede ordina- riamente á n.-vom., ou á samb. Para a coryza fluente ou a blemorrhea nasal, são prin- cipalmente: merc, puls., sulf, ou: ars., bell., cham., dulc, hep., ipec, lyc, merc, nitr.-ac, sil., etc. Em geral, para o coryza ordinário, são mais convenien- tes, segundo a espécie: merc, hep., bell., lach., ou: ars., dulc, n.-vom., ipec, ou: cham., puls., sulf, e ainda: bry., ign., am.-c, euphr. O coryza com febre, pede quasi sempre: merc, n.-vom. Para o coryza chronico, deve-se, além dos antecedentes, empregar ainda: alum., anac, cale, carb.-v., caus., con., graph., lyc, natr., natr.-m., nitr.-ac, sep., sil., zinc (Com- parai também osena.) Finalmente, quanto á disposição a constipar-se facil- mente, são : calc, graph., natr., puls., sil. e sulf, que me- recem ser empregados com preferencia. (Comparai também resfriamento, Cap. i°.) Os resultados da suppressão de um coryza, pedem, em ge- ral, quasi sempre: acon., ars., bell., bry., chin., cin.,n.-vom., puls. ou sulf Se fôr a cabeça que se achar principalmente affectada, deve se empregar sobretudo : acon,, bell., cham., chin., chi., n.-vom., sulf, ou ainda: árs., bell., carb.-v., lach., lyc, puls. Se os olhos estiverem atacados de preferencia: bell., cham., euphr., ign., lach., n.-vom., puls., ou também: hep., merc. e sulf. No caso de dores asthmaticas : ars. ou ipec, ou ainda: bry., n.-vom., ou sulf. E no caso de bronchita: acon., bry., merc, n.-vom., puls., rhus. ou sulf. — 184 — Em todo o caso, póde-se empregar com preferencia: Ammonium, quando ha : obturação do nariz, principalmente de noite; inchação e sensibilidade dolorosa das ventas; dei- tar sangue assoando-se; nariz muito secco; olhos doloridos, com pranto; fluxo de sangue pelo nariz, boca secca, mor- mente de noite, ele Arsenicum, quando ha: ao mesmo tempo, obturação do na- riz c fluxo de mucosidades serosas, abundantes, com ardor no nariz c erosão das partes vizinlias; insomnia de noile; fluxo de sangue pelo nariz; rouquidão, zumbido nos ouvidos; dôr de cabeça com picadas na testa e náuseas; ameUioramenlo pelo calor; adypsia, ou vontade de beber freqüentemente, mas pouco de cada vez. Dulcamara, quando ha: obturação do nariz, com fluxo que o menor ar frio faz parar de novo; aggravação no des- canso, c ameUioramenlo pelo movimento; fluxo de sangue pelo nariz; seccura da boca, sem sêdc; voz rouca e rou- quenha. Chamomilla, principalmente nas crianças, ou depois de uma transpiração supprimida, e mormente quando ha : ven- tas ulceradas, beiços gretados ; somnolencia, cabeça posada, com uma espécie de estupidez; arripio com sede; rubor de uma face com pallidez da oulra ; mucosidades nasaes, acres e ardentes. (Convém muitas vezes depois ou antes de puls.) Hepar, em a mór parle dos casos de coryza ordinário, em que merc teria sido empregado inutilmente, ou havendo o doente feito abuso dello anteriormente; principalmente se qualquer ar frio provocar um catarrho novo ou dôr de ca- beça, ou se o coryza não oecupar senão uma venta só, e a dôr de cabeça se aggravar pelo movimento. Lachesis, no caso que merc ou hep. fossem indicados, sem comtudo serem sufíicientes, e sobretudo havendo: fluxo ex- cessivo de mucosidades serosas, inchação e excoriação das ventas e dos beiços, croslos nas ventaf, pranto e espirro fre- — 185 — quente; ou quando o fluxo catarrhal tarda a estabelecer-se, com obturação do nariz, zumbido nos ouvidos, pranto, dôr de cabeça, máo humor e inaptidão completa para a meditação; e sobretudo se n.-vom. não bastar contra este estado. Mercurius, em quasi todos os casos de coryza ordinária, mormente havendo: espirro freqüente, fluxo abundante de serosidades; inchação, rubor e excoriação do nariz, com pru rido e dores osteocopes calcando-lhe; cheiro fétido do muco nasal; dôr de cabeça gravativa na testa; suores nocturnos, arripio ou calor febril, grande sede; dôr nos membros; repugnância para a solidão; aggravação do estado, pelo calor e pelo frio. (Comparai bell., hep. e lach.) Nux-vom. , quando ha : coryza secca, com obturação do na- riz ; dôr de cabeça com peso na testa, ou com dores latejan- tes ou cruéis; rosto quente, sobretudo de noite, com rubor ardente das faces ; polmoeira de todo o corpo; humor rixoso e irascivel; ou se a coryza fôr fluente demanhãa, porém secca de noite, com seccura da boca, sem grande sede, sen- sação de seccura no peito ; constipação ou evacuações duras, ou havendo ao mesmo tempo obturação do nariz; e fluxo de mucosidades ardentes e corrosivas, não tendo sido o ars. sufliciente contra este estado. (Comparai ars., ipec. e lach.) Pulsatilla, havendo; fastio; perda do gosto e do olfato; secreção de um muco amarello, esverdeado, grosso e fétido; inchação do nariz, deitar sangue assoando-se; ventas ulce- radas; espirro freqüente; photophobia; voz rouca; cabeça pesada e embaraçada, mormente de noite e pelo calor do apo- sento, com obturação do nariz; melhoramento ao ar livre'; arripio, mormente de noite; adypsia; humor chorão; (É muitas vezes conveniente depois ou antes de cham.) Sulfur, quando ha: obturação e grande seccura do nariz, ou secreção abundante de mucosidades espessas, amarellas e puriformes; espirro freqüente; deitar sangue assoando-se; 24 — 186 — perda do olfato; excoriação e ulceraçao das venlas, etc (Convém muitas vezes depois de puls.) Entre outros medicamentos, póde-se empregar ainda : Belladona, no caso que merc ou hep., não bastem, e mormente se o olfacto estiver ora exaltado, ora embotado. Eupiirasia, havendo fluxo abundante de mucosidades brancas, com olhos vermelhos e chorosos. Ignatia, contra a coryza nas pessoas nervosas, com dôr de cabeça na lesta, e superexcitação hysterica. Ipecacuanha, no caso que ars. ou n.-vom., posto que in- dicados, não bastem, mormente se houver grande fraqueza, anorexia com náuseas, repugnância e vomito. Lycopodium, se houver obturação do nariz, sobretudo de noite; com cabeça embaraçada e dôr ardente na testa. Natrum, se a coryza voltar de dous em dous dias, ou se fôr provocada de novo por qualquer corrente de ar, ou o menor resfriamento, cessando pela transpiração. Sambucus, se, em os recém-nascidos, houver obturação do nariz por mucosidades tenazes, espessas, com acordar sobre- saltado, como se estivessem a ponto de suffocar-se. Para o resto dos medicamentos apontados, vide a sua pa- thogenesia, e comparai também: catarrho, tosse, Cap. 21. EPISTAXIS ou hemorriiagia nasal. — Os melhores medi- camentos são: acon., arn., bell., bry., chin., croc, merc, n.-vom., puls., rhus., sulf , ou também: amb. , carb.-v., cin., fer., gran,, kreos.? led., sabin., sec, sep., sil., etc Para a hemorrhagia nasal, ou o fluxo abundantíssimo de sangue pelo nariz, são principalmente: acon., arn., bell., chin., merc, puls., rhus. ou sec Se a epistaxis fôr o resultado de congestão de sangue na cabeça, convém empregar com preferencia: acon., bell., chin., croc, con. ou ainda: alum., cham., graph., rhus., etc. [Comparai Cap. 6o, congestão na cabeça.) Manifeslando-se durante a coryza : ars. ou puls. — 187 — Em crianças com affecções verminosas : cin., merc, gran. ? Nas mulheres que tem a assistência nimiamente fraca : puls., sec, ou sep.; nimiamente abundante: acon., cate, croc, sabin.? etc; com amenorruea : bry., puls. ou sep. Nas pessoas fracas e esfalfadas depois de perdas debi- litanles e evacuações sangüíneas, etc. : ehin., ou sec, ou carb.-veg,? cin.? fei.? Depois de uma escandescencia por abuso de bebidas espirituosas, etc. : n.-vom., ou acon., bell., bry. Depois de um esforço corporal: rhus., ou arn., ou ainda: bry., cale? puls.? sulf? Depois de uma contusão, de uma pancada, etc, mor- mente nos homens: arn. A disposição a botar saugue pelo nariz por qualquer causa, pede de preferencia : cale, carb.-v., sep., sil. ou sulf Vide pathogenesia dos medicamentos apontados. ERYSIPELA no nariz. —Vide erysipela no rosto, Cap. G°. HEMORRHAGIA nasal.—Vide epistaxis. INCHAÇÃO do nariz.—Os melhores medicamentos são, em geral: ars., asa., aur., bell., bry., cale, hep., merc, natr.-m., phos., puls., sep., sulf, zinc. Se a inchação fôr o resultado de uma contusão, de uma pancada, de uma queda, etc: é arn. que merece a preferencia. Depois do abuso do mercúrio deve-se empregar: asa., aur., bell., hep., lach. ? c sulf. Nas pessoas dadas a bebidas espirituosas: ars., cale, puls., sulf, ou ainda : bell., hep., lach.? ou merc. Nas pessoas escrofulosas, sobretudo: asa., aur., calc, hep., merc, puls. esulf, ou lambem: bry., lach.? phos., etc. No caso de tumefacção vermelha e dolorosa, são : bell., merc, ou ainda: bry., calc, phos., rhus. ou sulf. Se houver ao mesmo tempo poros negros no nariz, é: sulf. ou graph.—Havendo crostas, sobretudo: carb.-v., — 188 — natr.-m., sep. ou sil.—Havendo manchas vermelhas: phos.-ac —Se fôr a ponta do nariz que estiver vermelha: calc,carb.-a. ou rhus. — Havendo vermelhidão acobreada : ars., ou cann. —E se houver verrugas no nariz : caust. •* INFLAMMAÇAO do nariz. — Vide coryza, inchação, osena e ulceraçao. OSENA.—Os melhores medicamentos contra a osena são, em geral: alum., am.-c.,'asa., aur., bry., -calo., carb.-v., caust., èon., graph., kal., lach., lyc., magn., magn.-m., merc, >. natr., nitr.-ac, puls., sil., sulf, thui. A obturação chronica do nariz, pede: bry., cate, çaus,., con., lach., lyc, natr., nitr.-ac, sil. è.&aif.', ou ainda > aur., carb.-vtj'gfraph., kalt, magn.:m., n.-vom., phos. ou thui. A ulceraçao, as rhagadas e as crostas nas ventas, exi- gem de preferencia: alum., aur., bor., cale, cie, graph., lach.', lyc, merc., nitr. -ac, puis. e sulf. Para o fluxo de matéria e a osena, propriamente dita, são principalmente : aur. ou merc, ou lambem : asa., cale, cie? con., lach., puls., sulf, que merecem ser empregados. Para a osena syphilitica, é merc. que merece preferencia; mas se o doente tiver abusado deste medicamento, convém: aur. ou asa., hep., lach., nitr.-ac, sulf ou thui. Comparai os artigos: carie, coryza, inchação. PÓLYPO no nariz. —São vale, phos., staph. e tenac, e talvez ainda : sep. e sil. que merecem ser preferidos. • •> .>\t''* -■ FIM DA PttlKhBlRA P^TE?" f '""x ■rillí NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NLM ÜMl^SME E NLM041395422