DICCIONARIO BIBLIOGEAPHICO BRASILEIRO PELO DOUTOR âuguslo ftcloriuo âtoes Sncramento IMe NATURAL DA BAHIA SEXTO VOLUME RIO DE JANEIRO IMPRENSA. NACIONAL 1900 No appendice a este volume, além das correcções, e accrescimos, se incluem alguns artigos novos, que são dos seguintes autores: Maneio Caetano Ribeiro. Manfredo Alves de Lima. ; Manuel Augusto de Alvarenga. Manuel Benicio. * Manuel Bernardo Calmon du PkHe Almeida. Manuel Buarque de Macedo, 2o. J Manuel Dantas. Manuel Esperidião da Costa Marques. Manuel Felix de Alvarenga e Silva. Manuel Gomes de Mattos. Manuel José da Costa, Barão das Mercês. Manuel José Gomes de Freitas. Manuel Martins Gomes. Manuel de Meirelles Pereira Guedes. Manuel Pereira Teixeira. Manuel Rodrigues da Silva. Manuel Segundo Wanderley. Manuel da Silva Rosa, 2o. Mario Franco Vaz. Mario Pinto de Souza. Matheus da Cunha Telles. Frei Miguel de S. Carlos. Miguel Couto dos Santos. Moysés Marcondes de Araújo. Narciso José de Moraes. Narciso do Prado Carvalho. Nestor Dias. Nilo Moreira Guerra. II Nuno Lossio. Octacilio Aureliano Camèllo de Albuquerque. Olavo Eloy Pessoa da Silva. Oscar Frederico de Souza. Oscar Guanabarão. Oscar Guanabarino. Oswaldo Poggi de Figueiredo. Paulo José Pereira de Almeida Torres. DICCIONARID BIBLIOGBAPHICO BRAZILEIRO M Malaquias AIvares dos Santos - Filho do major José Alvares dos Santos e dona Leonor Joaquina de S. José, nasceu na ci- dade da Bahia a 3 de novembro de 1816 e falleceu a 25 de novembro de 1856. Cirurgião approvado pelocollegio medico-cirurgico e doutor em medicina pela faculdade da Bahia, apresentou-se em concurso a uma cadeira de substituto da secção de sciencias accessorias dessa faculdade no mesmo anno, em que recebeu o annel do doutorado, só conseguindo a nomeação depois de outro concurso em 1841, passando em 1855 por occasião da reforma das faculdades medicas, a lente cathedratico, de medicina legal. Foi elle o primeiro que no Brazil fez ensaio da luz electrica na noite de 1 de julhode 1855, illuminando de uma das janellas da faculdade de medicina a praça do Conde d'Eu, onde se acha este estabelecimento, por occasião de passarem incorporados para a Lapinha os batalhões patrióticos para os festejos do dia 2 dejulho. Era cavalleiro da ordem de Christo, membro do conselho de salubridade, socio do antigo Instituto historico bahiano, eximio philologo e litterato. Gozando sempre do respeito e considerações de seus discipulos, assim como de seus collegas da congregação, discutia com aquelles em associações de lettras, como a sociedade Instructiva, fundada em sua província e composta, quasi em sua totalidade, de estudantes de pre- paratórios e de medicina, e escreveu : - O estudo da physica, quer experimental, quer analytica, é es- sencial á instrucção medica, these apresentada e sustentada a 23 de agosto de 1839 para obter o grão de doutor em medicina. Bahia, 1839, 36 pags in-4°. 2 MA - Dissertação sobre os caracteres dos tres reinos da natureza, apresentada e sustentada no dia 14 de outubro de 1839 no concurso para a cadeira de substituto da secção das sciencias accessorias. Bahia, 1839, *15 pags. in-4°. - Quaes as applicações das sciencias accessorias ao estudo e pratica da medicina em geral e da therapeutica em particular: these apre- sentada e sustentada no dia 1 de julho de 1841 para o logar de sub- stituto da secção accessoria. Bahia, 1841, 42 pags. in-4°. - Memória histórica dos acontecimentos notáveis de 1854, apre- sentada á faculdade de medicina da Bahia. Bahia, 1855 - O autor faz uma analyse do estudo da medicina desde sua instituição, assignalando suas differentes phases. E' a primeira memória histórica da faculdade da Bahia. - Epidemia de cholera-morbus. Instrucções sanitarias populares para o caso de manifestar-se aquella epidemia entre nós. Bahia, 1855, 8 pags. in-4°. - Conselhos aos proprietários de fazendas ruraes (acerca do tra- tamento do cholera-morbus). Bahia, 1855, 8 pags. in-4° -Este eo precedente escripto são assignados também pelos outros dous membros da commissão de hygiene publica. ( Veja-se Manoel Ladislau Aranha Dantas.) Ha, além disto, vários discursos introductorios ao estudo de chimica medica e princípios elementares de mineralogia, publicados em opusculos e trabalhos em revistas, como: - Responsabilidade medica : lição do curso de medicina legal - publicado no Prisma, serie 2a, 1855, pag. 245 e segs. e nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo 14, 1860-1861, pag. 77 e segs. - O doutor Francisco de Paula Araújo e Almeid a( biographia )- No Archivo Medico Brasileiro, tomo 4°, 1847-1848, pags. 44 a 47 e no Athenêo, da Bahia. 1849-1850, pags. 138a 140 e 156 a 158. O dr. Ma- laquias foi quem redigiu: - O Mosaico : periodico mensal da Sociedade Instructiva da Bahia. Bahia, 1845 a 1847, 2 vols. o primeiro in-4° e o segundo in-fol. de duas columnas, de 16 pags. cada numero. Em todos os numeros deste periodico ha escriptos seus, em alguns numeros mais de um, e destes citarei: -- Instrucção publica - nos 10 e 2o volumes. - Mineração na Bahia - nos Io e 2° volumes. - Sciencias moraes: traducção do « Echo du Mond Savant»-no n. 5 do 2° volume. - Instituição dos surdos-mudos - n. 8°, idem. - Os curandeiros- no mesmo numero, idem. MA 3 - Fabrico do assucar-no n. 9o, idem. - As pérolas - nos ns. 9, 13, 15 e 16, idem. - O fogo santhelmo -no n. 10, idem. Malaquias Axitoiiio Gonçalves - Filho do co- ronel Domingos José Gonçalves e dona Torquata da Cunha e Silva Gonçalves, nasceu no Brejo, Maranhão, pelo anno de 1845 e é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, perante a qual apre- sentou-se depois em concurso a um logar de lente substituto. Serviu, quando estudava, como interno da clinica medica e cirúrgica da faculdade e como alumno pensionista, do hospital da côrte ; foi membro do Instituto académico, do Instituto cirúrgico de observação e do Athenêo medico. Escreveu: - Do diagnostico e tratamento das moléstias do orifício esquerdo do coração ; Da digitalis e suas preparações pharmaceuticas ; Hyper- trophia do coração ; Hemorrhagia pela acupressura: these apresentada, etc., e sustentada na augusta presença de S. M. o Imperador a 30 de novembro de 1868. Rio de Janeiro, 1868, 162 pags. in-4°. - Da influencia do traumatismo sobre o organismo: these apre- sentada á faculdade de medicina, etc., para o concurso a um logar de lente substituto da secção de sciencias cirúrgicas. Rio de Janeiro, 1881, in-4° gr. Redigiu: - Revista do Athenêo medico. Rio do Janeiro, 1867, in-4°--e col- laborou para revistas medicas com trabalhos, como: - Osteo-sarcoma do maxillar superior direito ; reducção completa deste osso por meio de serras de cadeia ; cura - No Movimento Medico, 1876, pag. 41 e segs. - Esmagamento do braço direito com fractura comminutiva do humerus em grande extensão ; desarticulação scapulo-humeral ; cura - Na Gazeta Medica da Bahia, tomo 6o, 1872-1873, pag. 57 e segs. Malaquias José Netto - Natural da Bahia e nascido pelo anno 1815, foi pharmaceutico pela faculdade medico-cirurgica desta província, em cuja capital exerceu sua profissão. Passando depois a estabelecer-se no Rio Grande do Sul, ahi falleceu. Escreveu: - 0 livro das gentes: primeiro ensaiohle medicina para o curativo e regeneração dos doentes servindo de manual instructivo ao povo, á nobreza, e ao clero para o íim de evitar-se os males e perigos das grandes quantidades dos remedios pharmacologicos da medicina de médicos, curando-se das moléstias pelos meios mais profícuos e inno- centcs. Reimpresso pelo pharmaceutico, etc. Rio de Janeiro, 1854, in-4°. 4 MA Malvino da Silva lieis - Negociante da praça do Rio de Janeiro, coronel commandante do primeiro corpo de cavallaria da guarda nacional, commendador da ordem da Rosa, commendador da ordem de Christo de Portugal e da ordem de S. Gregorio Magno, de Roma, escreveu; - Proposta apresentada ao Corpo legislativo pelo Dr. Honorio Augusto Ribeiro e commendador Malvino da Silva Reis para a creação de um banco de credito real, etc. Rio de Janeiro, 1880, in-8°. - Situação economica do Brazil. Exposição apresentada á com- missão especial, nomeada pela commissão commercial desta praça a 2 de maio de 1884. Rio de Janeiro, 1884, in-8°. - O Brazil político, industrial, agrícola e commercial. Rio de Ja- neiro, 1884, in-8° - O autor, expondo com toda circumspecção e clareza as condições políticas, industriaes, agricolas e commerciaes do Brazil, tem por fim fazer o paiz conhecido no estrangeiro e promover a acquisição de braços uteis ao seu desenvolvimento. Este trabalho foi traduzido em inglez, quando se tratava da emigração chineza para o Brazil. Mamede -1 osé Gomes da Silva - Natural da pro- víncia de S. Paulo, falleceu no Rio de Janeiro em setembro de 1864, sendo presbytero do habito de S. Pedro, doutor em direito pela facul- dade de sua província e professor de latim no curso annexo á mesma faculdade. Dedicou-se á tribuna sagrada e cultivou desde criança a musica, assim como seu collega e contemporâneo o padre Fortunato Gonçalves Pereira de Andrade, de quem distinguiu-se pelo estylo alegre e vivaz, contrario ao deste, que era melancólico e terno. Foi deputado provincial e escreveu nessa arte muitas peças profanas, para comedias e vaudevilles, arias, contradanças, etc. e sacras, como ladainhas, missas, antífonas, etc. - De seus sermões conheço apenas: - Oração fúnebre que por occasião das exequias do... brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar, na igreja da ordem 3a de N. S. do Carmo da cidade de S. Paulo, recitou, etc. S. Paulo, 1857, 19 pags. in-8°. - Oração fúnebre que nas exequias feitas ao exm. sr. dr. Ga- briel José Rodrigues dos Santos recitou, etc. S. Paulo, 1858, 19 pags. in-8°. - Oração fúnebre nas exequias feitas na igreja do Collegio da cidade de S. Paulo no dia 20 de fevereiro de 1862 em suffragio da alma de S. M. o Sr. D. Pedro V e de seus augustos irmãos - No opusculo « Tributo de saudade, etc. » MA 5 - Theses e dissertação, feitas e apresentadas em virtude do art. 128 do regulamento complementar dos estatutos da Faculdade de Direito de S. Paulo. S. Paulo, 1860, 26 pags. in-8° - Ponto da dis- sertação: Direito romano. Da accessão e suas especies em geral e par- ticularmente da edificatio. - Theses para o concurso, etc. S. Paulo, 1861, 12 pags. in-8°. - Dissertação feita e apresentada, etc. S. Paulo, 1861, 20 pags. in-8° - Ponto: Os interdictos possessorios, effeitos da posse, são di- reitos reaes ou pessoaes ? - Theses e dissertação, feitas e apresentadas, etc. S. Paulo, 1862, 36 pags. in-8° - Ponto da dissertação: Seguindo ao rapto o casamento, devem ser alliviados da pena os mandatarios e cúmplices ? - Dissertação que apresentou para obter o grão de doutor, etc. S. Paulo, 1878, 18 pags. in-8° - Versa ella sobre o ponto: Poderá o bispo em sua diocese suspender um sacerdote do exercício de suas funcções administrativamente, sem as formalidades do juizo ? Manoel Adliemar de Oliveira - Natural da pro- víncia do Rio Grande do Sul, ahi falleceu muito moço. Foi um bonito talento que - diz um seu admirador - como a flor, desabrochou para morrer no dia seguinte. Escreveu : - O homem do bracelete de ouro : romance traduzido do francez. Pelotas (?) 1865, in-8°. Manoel Affonso da Silva Lima - Natural do Rio do Janeiro, onde falleceu pelo anno de 1870, foi typographo e teve uma oíflcina typographica na côrte. Exerceu cargos de eleição popular e de confiança do governo na freguezia de S. José, foi presidente da associação Nacional de artistas da côrte e presidente honorário da so- ciedade Typographica fluminense. Escreveu : - Poesias que por diversas occasiões compoz. Rio de Janeiro, 1849, in-8°. - Saudação a SS. MM. II. por occasião de seu feliz regresso a esta côrte. Rio de Janeiro, 1860, 17 pags. in-85 - E' dividida em cinco contos e em 42 oitavas de verso hendecasyllabo. - A independencia do Brazil : drama em quatro actos, com- posto por um fluminense e approvado pelo conservatorio dramatico. Rio de Janeiro, 1862, 82 pags. in-8° - E' em verso heroico. - Triumpho do Brazil sobre o déspota do Paraguay : poema. Rio de Janeiro, 1868,43 pags. in-8°. 6 MA Manoel <le Albuquerque Lima - Filho do pri- meiro tenente de artilharia José Severino de Albuquerque Lima, nasceu no Rio de Janeiro a 21 de agosto de 1858. Começou em 1873 o curso de engenharia na escola central, que deixou para dedicar-se á marinha, de cuja escola fez o curso, sendo promovido a guarda-marinha em novembro de 1877. Fez a respectiva viagem de instrucção e outras no serviço da armada, e é actualmente capitão-tenente do quadro ex- tranumerario da armada e lente substituto da escola naval. Escreveu: - Tratado pratico do navegação, contendo os typos de todos os cálculos usados a bordo, com formulas, construcções graphicas, regras, explicações, conclusões, modo de fazer-se uso das taboas, natações, etc. Organisado pelo 2o tenente da armada, etc., precedido de um parecer do conselho de instrucção da escola de marinha. Rio de Janeiro, 1883- 1884 - Este livro foi publicado em fascículos, sahindo o primeiro «em 9 de janeiro de 1883, o segundo em julho deste anno e os últimos em 1884. Manoel de Almeida Maciel - Natural da Bahia e nascido entre os dous primeiros quartéis do século 18°, ahi falleceu, sendo conego mestre-escola da cathedral metropolitana e prégador applaudido. Creio que apenas publicou o seu - Sermão em acção de graças pelos felizes desposorios dos sere- níssimos Senhores D. José e D. Maria Francisca Benedicta, príncipes da Beira, prégado na Sé da Bahia a 15 de agosto de 1777. Lisboa, 1777, 18 pags. in-4°. Manoel Alvares Teixeira - Ignoro o logar de seu nascimento; sei apenas que foi brazileiro, presbytero secular, que viveu do século passado ao actual e que escreveu : - Tratado ou idéa geral de todo território da freguezia de Man- garatiba e de seus indígenas e habitantes. Anno de 1810 - Nunca foi publicado, mas o autographo, de 40 paginas, pertence á Biblio- theca do Rio de Janeiro. Manoel Álvaro de Souza Sá Vianna - Filho do commendador José Rodrigues Sá Vianna, nasceu no Maranhão a 14 de agosto de 1860, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, advogado na capital federal, membro do In- stituto da ordem dos advogados brazileiros e foi oorganisador da expo- sição de trabalhos jurídicos de 1894. Escreveu : - O Americano. Proprietários e redactores: Cyro de Azevedo e Sá Vianna. S. Paulo, 1881, in-fol. MA 7 - Esboços críticos da faculdade de direito de S. Paulo em 1879. Rio de Janeiro, 1880, 123 pags. in-8° - O autor concluo promettendo dar em março de 1881 « uma detalhada resenha do anno de 1880 ». Nunca porém a vi. - Instituto da ordem dos advogados brazileiros. Cincoenta annos de existência. Memória lida na sessão solemne commemorativa do 50° anniversario da fundação do Instituto, etc. Rio de Janeiro, 1894, 69 pags. in-4°. - Catalogo da exposição do trabalhos j uridicos, realizada pelo In- stituto da ordem dos advogados brazileiros a 7 de setembro de 1894, 50° anniversario de sua fundação, otc. Rio de Janeiro, 1894, VI-220 pags. in-4° - Tem escripto nessa associação vários relatórios, como o - Relator io dos trabalhos e occurrencias do Instituto da ordem dos advogados brazileiros, etc. Rio de Janeiro, 1897, in-4° - de seus tra- balhos forenses citarei : - Aggravo interposto ao Supremo Tribunal Federal no processo decorrido no juizo seccional do Rio Grande do Sul entre partes a viuva do Miguel Teixeira de Carvalho e Francisco Pereira de Macedo Costa. Rio de Janeiro, 1895, in-4°. Manoel Alves de Araújo - Natural da provincia, hoje estado do Paraná e bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, representou sua provincia na assembléa geral legislativa em duas legislaturas e presidiu a provincia no anno da inauguração da Republica. Escreveu : - Provincia do Paraná. Rio de Janeiro, 1872, 56 pags. in-4° - E' um historico da eleição do Paraná. - Provincia do Paraná. Colonisação. Confirmação do discurso sobre o orçamento da agricultura, pronunciado em abril de 1879. Rio de Janeiro, 1879, 78 pags. in-8°. - Orçamento do ministério da agricultura : discurso proferido na sessão da camara dos deputados de 23 de junho de 1882, 62 pags. in-8° peq. - Orçamento do ministério da agricultura, commercio e obras publicas: discurso pronunciado na sessão de 1 de agosto de 1882, 3a discussão. Rio de Janeiro, 1882, 43 pags. in-8° peq. Manoel Alves Branco, 2o Visconde de Caravellas - Filho de João Alves Branco e dona Anna Joaquina de S. Silvestre Branco, nasceu na cidade da Bahia a 7 de junho de 1797 e falleceu em Nitheroy a 13 de julho de 1855, sendo bacharel em leis pela univer- 8 MA sidade de Coimbra, senador do império, conselheiro de estado, do con- selho de sua magestade o Imperador e offlcial da ordem do Cruzeiro. Antes de estudar leis, fez o curso de sciencias naturaes e o de mathe- maticas a que só faltou o quarto anno ou a aula de astronomia; depois foi nomeado juiz de fóra de Santo Amaro, da Bahia, donde foi remo- vido para a cidade do Rio de Janeiro. Antes de ser senador, foi eleito deputado á segunda legislatura, apresentando vários projectos sobre o poder judiciário e o systema eleitoral com incompatibilidade dos juizes e sobre a plena liberdade de consciência e a federação monar- chica e exerceu o cargo de contador geral do thesouro, elaborando regulamentos de contabilidade e as primeiras instrucções para a es- cripturação por partidas dobradas. Deixando o cargo para occupar as pastas de ministro da justiça e dos estrangeiros, firmou nesta com o ministro inglez Fez ajustes para repressão do trafico de.afri- canos; depois occupou as pastas da fazenda e do império em 1837, sendo instado pelo regente Feijó para assumir a regencia, ao que re- cusou-se ; da fazenda em 1839 e em 1844; da fazenda e do império em 1847 no gabinete por elle organisado. Foi um dos maiores estadistas e oradores do Brazil; « a par de sua sabedoria, de sua eloquência, de sua grande pratica administrativa e de sua grandiosa intelligencia resplandeciam a pureza dos costumes, a integridade, honra, desinteresse inexcedivel, doçura de caracter, modéstia e raras virtudes »- disse o dr. J. M. de Macedo. Foi também distincto poeta e escreveu vários : - Relatórios dos ministérios da justiça, dos estrangeiros, da fa- zenda e do império, de 1835 a 1845. - Instrucções para a escripturação por partidas dobradas. Rio de Janeiro, in-8°. - Discurso pronunciado na camara dos deputados na sessão de 18 de maio (de 1832). Rio de Janeiro, 1832, in-8°. - A falia do throno de 1850, seguida da analyse desse discurso e dos discursos do senador Manoel Alves Branco, pro- feridos no senado na discussão do voto de graças. Rio de Janeiro, 1850. - Memória sobre o Rio da Prata. Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 1836-A Bibliotheca nacional possae uma cópia de 12 pags. De suas poesias poucas viram a luz, como : - A Liberdade : ode - No Parnaso brazileiro deJ. M. P. da Silva, tomo 2o, pags. 180 a 188 e depois no Florilégio da poesia brazi- leira. Ode ao dia 2 de julho, etc. - No mesmo livro. 9 MA - A primavera : ode - No dito livro, pags. 188 a 192 e na Mi- nerva Brasileira, vol. Io, n. 2, 1843 - Começa esta ode com os se- guintes versos : Primavera gentil, ethereo mimo Do seio dessa nuvem resplendente Ao lado da harmonia baixa á terra. Mal que apontaste, abotoaram flores Mil ariadas em matiz, em cheiro. Com teu almo calor afervorada Resurge do lethargo a natureza E vem beber nas virações a vida. Amor, as brancas azas desferindo, D'ouro franjadas, incançavel vôa Pelo manso, azulado Armamento ; No templo omnipotente do Universo Innocentes mysterios solemnisa. - A proclamação da constituição portugueza em 24 de agosto de 1820 - Nesta mesma revista, vol. Io, u. 3, pags. 82 a 86. Manoel Alves da Costa Barreto - Natural da Bahia e nascido pelo arino de 1770, foi cirurgião da real camara de d. João VI, cirurgião-mór honorário do reino e lente da cadeira de operações e arte obstetrícia da academia medico-cirurgica do Rio de Janeiro, cadeira creada por decreto de 26 de abril de 1813, por no- meação do mesmo principe d. João VI, a quem elle acompanhou em sua volta a Portugal em 1821. Seu nome vem mencionado pelo dr. Canto e Mello C. Mascarenhas no Ensaio de bibliographia medica do Rio de Janeiro antes da creação da escola de medicina. Foi cavalleiro da ordem de Christo e escreveu : - Ensaio sobre as fracturas. Lisboa, 1797, 83 pags. in-8°. - Curso completo de cirurgia theorica e pratica de Benjamin Bell; traduzido, etc., e adornado com estampas. Lisboa, 1801-1811, 6 vols. in-4° - Neste trabalho collaborou Francisco José de Paula, com quem Costa Barreto escreveu antes : - Aphorismos sobre as hemorrhagias uterinas e convulsões puer- peraes por Thomaz Deman, M. D. Traduzidos em vulgar, etc., e re- impressos por ordem do Principe regente, n. s., para uso das es- colas medico-cirurgicas, novamente reguladas no Brazil. Rio de Ja- 10 MA- neiro, 1813, 40 pags. in-8° - Houve uma edição anterior de Lisboa, 1797, in-8° - Escreveu mais : - Aphorismos sobre a applicação e uso do fórceps e vectis, e sobre os partos preternaturaes, partos acompanhados de hemorrhagia e convulsões por Thomaz Deman, M. D. Traduzidos em vulgar, re- impressos, etc. Rio de Janeiro, 1814,76 pags. in-8°. Manoel Alves Guerra - Sei apenas que é brazileiro e que escreveu : - Noticia sobre a cultura dos arrozaes no reino da Italia, Turim, 1895, in-8°. Manoel Alves Machado - Natural de Sergipe, fal- leceu na cidade de Maracajá a 22 de fevereiro de 1897. Foi poeta e de- pois de haver sido professor primário, passou a servir no func- cionalismo publico como empregado da secretaria do governo e escreveu: - Flores da infancia; poesias. Aracajú, 1883, in-8°. Manoel Alves da Silva - Natural de Angra dos Reis, província do Rio de Janeiro, nasceu em 1793 e falleceu na côrte a 31 de dezembro de 1863, presbytero secular, conego e prégador da capella imperial, professor de latim do seminário de S. Joaquim e cavalleiro da ordem de Christo. Distincto orador e poeta, mas de excessiva modéstia, só consta que de suas producções publicasse: - Gemidos e suspiros do Brazil á sentidissima morte da senbora D. Maria II, rainha de Portugal, dedicados ao seu augusto irmão, o Sr. D. Pedro II, Imperador do Brazil. Rio de Janeiro, 1854, in-S° - Contém varias poesias, começando por um soneto, como dedi- catória. - O Sete de Setembro e a Independencia do Brazil: poema heroico dedicado aos brazileiros. Rio de Janeiro, 1861, 51 pags. in-4° -E' em tres cantos e em oitavas. - Oração sagrada que em acção de graças pelo feliz restabele- cimento de S. M. Imperial o Sr. D. Pedro II, recitou, etc. Rio de Ja- neiro, 1833, 12 pags. in-4°. Manoel Alves Tojal -Filho de Francisco Alves Tojal e dona Maria Angélica do Sacramento, nascido em Alagôas, falleceu no Paraguay a 21 de julho de 1867. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, foi, durante o curso, interno de clinica medica da MA 11 mesma faculdade e interno do hospital da Misericórdia. Era membro da Academia imperial de medicina e escreveu : - Do ar atmospherico, sua composição e modo de analysar. Da temperatura animal no estado pathologico e physiologico. Quaes os casos que reclamam a operação da catarata e qual o melhor methodo de a praticar; Diagnostico das fracturas : these apresentada á facul- dade de medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1857, in-4° gr. - Breves considerações sobre o cholera em Paris em 1865-1866, lidas á Academia imperial de medicina em sessão de 26 de novembro de 1866 - Nos Annaes da Academia, tomo 33°, pag. 347. - Diagnostico e tratamento das fracturas - Idem, tomo 27°, pag. 167. Mlanoel cie A-Hdríide dle Figueiredo - Filho do governador da capitania do Espirito Santo Antonio Mendes de Figuei- redo e dona Maria Coelho, e natural da dita capitania, falleceu em Lisboa a 4 de julho de 1735 com 70 annos de idade. Foi insigne pro- fessor de calligraphia nesta cidade, tendo por discípulos gs filhos dos homens nobres do logar, e escreveu : - Nova escola para aprender a ler, escrever e contar, offerecida á augusta magestade o senhor D. João V, etc. Lisboa., ( 1722), XX1V-156* pags. in-fol. com o retrato do autor e 46 estampas gravadas a buril - Houve segunda edição sem data. O livro foi muito elogiado, até pelos que publicaram igual trabalho. Contêm elle diversos abecedarios do lettras de diversos caracteres, ornadas de mimosos labyrinthos e até formadas de troncos de arvores engenhosamente combinados. Manoel André da lioclia - Filho de Manoel André da Rocha e nascido no Rio Grande do Norte a 20 de março de 1860, é bacharel em direito pela faculdade do Recife. Seguiu a carreira da ma- gistratura e , já juiz de direito, escreveu : - Casamento civil. Recapitulação em ordem alphabetica do decreto n. 181 de 24 de janeiro de 1890 e das demais disposições que se segui- ram; acompanhada do texto da legislação em vigor e do formulário annotado de alguns actos relativos ao casamento civil. Rio de Janeiro, 1890, in-4°. Frei Manoel Angelo de Almeida - Natural da Bahia e nascido em 1697, sendo carmelita professo no convento da ci- dade de S. Salvador, onde leccionou sciencias severas, foi eleito para o capitulo geral, celebrado em Roma em 1725 e pelo geral foi-lhe con- 12 MA ferido o gráo de doutor em theologia. Serviu o cargo de secretario da provinda e depois o de provincial. Era reputado como grande orador sagrado; mas de seus sermões apenas publicou : - Sermão de acção de graças a N. S. da Victoria em satisfação de um voto, que lhe fez por um beneficio alcançado pela dita senhora, na sua santa igreja da Victoria da cidade de Eivas. Madrid, 173.3. - Sermão nas exequias do Exm. Revm. Sr. D. José Fialho, bispo que foi de Pernambuco, arcebispo da Bahia e bispo da Guarda ; cele- bradas com toda magnificência na igreja de Olinda. Lisboa, 1742. - Reclamação moral na occasião da rogativa que fez a venerável ordem terceira do Carmo da Bahia por occasião da grande secca que sentiu a mesma cidade desde 1734 até 1735. Lisboa, 1736. Manoel Antonio A-íFouso cios lieis - Filho de Manoel de Oliveira Reis e natural do Rio Grande do Sul, ahi fal- leceu a 2 de maio de 1898, doutor em medicina pela faculdade da Bahia, tendo na do Rio de Janeiro começado o respectivo curso. Exercia o cargo de chefe de saude do porto e escreveu: - Feridas penetrantes do abdómen e seu tratamento: these apre- sentada á Faculdade de Medicina da Bahia, etc. Bahia, 1886, in-4°. - A tuberculose e os meios de combatel-a. Rio Grande do Sul, 1897, in-8° - O autor tinha outros trabalhos a publicar, como se conclue da seguinte declaração do editor: «Si nos sahirmos sem prejuízo deste pequeno ensaio, editaremos novos opusculos sobre a syphilis, a anemia, a escrófula, o rachitismo, as moléstias in- fecciosas, etc., em preparo nas mãos do mesmo autor.» - Palestra hygienica : serie de artigos publicados no Diário do Rio Grande do Sul. Na cidade de seu nascimento fundou e redigiu: - O Rio Grande do Sul. Manoel A^ntonio de Almeida - Filho de Manoel de Almeida e dona Josephina Maria de Almeida, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 17 de novembro de 1830 e falleceu no nau- frágio do vapor Hermes, nas pedras dos mares de Macahé, a 28 de novembro de 1861. Privado dos bens da fortuna, quiz de- dicar-se á arte de desenho e fez neste sentido alguns estudos; mas abandonou-os para estudar medicina na faculdade da corte, na qual recebeu o gráo de doutor em 1855. Exerceu um logar na secretaria dos negocios da fazenda, depois o de administrador da typographia nacional e o de director da opera nacional. Tão habil prosador quanto poeta distincto, dotado de talento robusto, teria MA 13 enriquecido nossa litteratura, si a morte não nol-o roubasse tão cedo. Era membro da sociedade Propagadora das bellas artes. Foi um dos últimos redactores do Correio Mercantil da côrte e escreveu: - These apresentada á faculdade de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1855, in-4° - Trata: l.° A moléstia vulgarmente chamada opilação será a chlorose ? Suas causas e tratamento ? 2.° Da cicuta considerada pharmacologica e therapeuticamente. 3.° Será mais conveniente que o escrivão, ou que o proprio medico escreva seu relatorio sobre corpo de delicto ou outro qualquer assumpto medico-legal ? Quaes as regras que devem presidir á confecção de um relatorio ? - Gondicar ou o amor de christão por Luiz Friedel; tra- duzido do francez - Na Tribuna Catholica, tomo 2o, 1851, ns. 25 a 27, 29 a 32, 34 a 38, 40, 41, 47 e 48. O traductor começava o curso medico. - Memórias de um sargento de milícias por um brazileiro. Rio de Janeiro, 1854-1855, 2 vols. in-8° - Teve 2a edição em 1862 na Bibliotheca brazileira de Q. Bocayuva; 3a em 1876, precedida de uma noticia do autor e da obra por F. L. Bethencourt da Silva, e 4a em 1898 pela casa Domingos de Magalhães. E' um dos mais bellos livros, que eu conheço, escriptos na lingua portugueza. - O rei dos mendigos: romance historico de Paulo Feval; traduzido. Rio de Janeiro, 1861, 6 vols. in-8°. - Dous amores: drama lyrico em tres actos: poesia (imi- tação do italiano de Piave) pelo doutor Manoel Antonio de Al- meida; musica da Condessa Raphaela de Rozwadowski. Rio de Janeiro, 1861, 60 pags. in-12° - Foi escripto no empenho de des- envolver o amor pela opera nacional. Collaborou nos Harpejos poéticos, no Guaracinga e no Guaraciaba, e também no Correio Mercantil, onde escreveu de 1854 a 1856 vários trabalhos importantes na secção intitu- lada Revista bibliographica, e na secção denominada Paginas menores os seguintes: - A philosophia da voz: O nome; O rio; As flores e os perfumes ; As muletas de Xisto V ; Uma historia triste - e também as poesias: Notas sem eco ; Amor de criança, de que são estes versos: Aquelle amor foi a crença Mais doce de minha vida... Tive outras depois... Nenhuma Chorarei de ver perdida, Emquanto dure a lembrança D'aquelle amor de criança. 14 MA Manoel Autonio Alvares de Azevedo - Filho do doutor Ignacio Manoel Alvares de Azevedo e dona Maria Luiza Silveira da Motta Azevedo ( que foi nascida em Goyaz e não em Portugal como se lé no Diccionario Encyclopedico da lingua por- tugueza e ultimamente no Jornal da Bahia de 25 de abril de 1894), nasceu na cidade de S. Paulo a 12 de setembro de 1831 e falleceu na côrte a 25 do abril de 1852. Bacharel em lettras pelo collegio de Pedro II, matriculou-se na faculdade de direito de sua pro- víncia, onde apenas concluiu o quarto anno do curso com admiravel intelligencia. Cultivando a litteratura com o mais fervoroso ardor, conhecendo os melhores livros, quer antigos, quer modernos e sempre perseguido por uma idéa triste - de que morreria no quinto anno do curso - foi com eífeito affectado de uma tuberculose que em menos de dous mezes o levou ao tumulo, antes de receber o gráo académico. Como Junqueira Freire, teve em criança uma moléstia gravíssima, que deixou-lhe na physionomia o stigma do soffrimento ; como Jun- queira Freire demonstrou notável desenvolvimento do espirito, ao passo que o physico enfraquecia ; como Junqueira Freire foi poeta inspirado; seguiu a escola de Byron, de H. Heine e de Musset ; suas obras, porém, só foram publicadas depois de sua morte em varias edições, que são: - Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo. Rio de Janeiro, 1853-1855, 2 vols., 47-206 e 363 pags. in-8° - Consta o primeiro volume de duas partes : Lyra dos vinte annos e Poesias diversas, precedidas de uma noticia do autor pelo doutor Domingos Jacy Monteiro ; o segundo de escriptos em prosa e a poesia Pedro Ivo, quo foi reimpressa no Archivo Pittoresco de Portugal, tomo 2o e em outros periódicos do Brazil. Pelas relações de amizade e também de aílinidade com a família do autor se prestara o doutor Jacy Mon- teiro a coordenar e publicar essas obras. Em 1861, porém, o pae de Alvares de Azevedo vendeu ao editor Garnier o direito de pro- priedade das mesmas obras com as copias de outras que o doutor Jacy Monteiro reservara para rever e dar em nova edição. O mesmo editor com isto publicou: - Obras, etc. precedidas de um discurso biographico e aceres- centadas de notas pelo Sr. doutor Jacy Monteiro, edição accrescen- tada com as obras inéditas e com um appcndice, contendo discursos, poesias e artigos feitos por occasião da morte do autor. Paris, 1862, 3 vols., 335, 370 e 329 pags. in-8° - O primeiro volume tem por titulo Poesias, o segundo de Prosa e o terceiro de Obras inéditas, contendo: Lyra dos vinte annos ( continuação ), o Poema do frade e MA 15 Appendice. A revisão foi má, e os erros abundam. Demais o doutor Jacy não chegara a rever e corrigir a parte inédita ; mas apenas os ar- tigos, poesias e discursos por occasião da morte do autor. A aecei- tação desta nova edição foi tal, que ella esgotou-se logo, e Garnier mandou reimprimil-a em Paris, em tres volumes, mas em formato menor. Foi esta a terceira edição; houve quarta sob o titulo geral de «Brasilia, Bibliotheca nacional dos melhores autores, an- tigos e modernos», isto é: - Obras, eic. precedidas de um juizo critico dos escriptores na- cionaes e estrangeiros e de uma noticia sobre o autor e suas obras por J. Norberto de Souza e Silva. Quarta edição, inteira- mento reformada, augmontada e ornada com o retrato do autor. Rio de Janeiro, 1873, 3 vols., 370, 356 e 418 pags. in-8° - O que o editor fez foi dar melhor classificação ás obras, dando no Io vol., depois da introducção e peças elegiacas sobre o poeta, suas poesias diversas e o poema do frade; no 2o, A Lyra dos vinte annos, que sahiu dividida na edição precedente; no 3o, Obras em prosa. - Discurso recitado no dia 11 de agosto de 1849 na sessão aca- démica commemoradora do anniversario da creação dos cursos ju- rídicos do Brazil. Rio de Janeiro, 1849, 10 pags. in-4°. - A noite na taverna: contos fantásticos, acompanhados da biogra- phia do autor por J. M. de Macedo. Lisboa, 1878, Vl-86 pags. in-S°. - O Conde Lopo : poema inédito. Rio de Janeiro, 1887 - Neste auno vi annunciar-se pelo livreiro Serafim J. Alves que ia entrar no prelo uma edição especial da Noite na taverna, já publicada nas obras de Alvares de Azevedo, assim como: - D. Diniz ou a Bengaleida: poema. - Os jesuítas de casaca e estola: versos - Alvares de Azevedo fez parte da redacção dos - Ensaios Litterarios, jornal académico de S. Paulo, de 1848 a 1850. Manoel A.ntonio Alvares <le Azevedo, 2o - Conhecido por Alvares de Azevedo Sobrinho e filho do dr. Joaquim Ignacio Alvares de Azevedo e dona Maria Luiza Carneiro de Azevedo, nasceu na cidade do Rio de'Janeiro a 25 de julho de 1870, e é actual- mente offlcial da secretaria do senado federal. Cultiva a poesia e escreveu: - Vigília das armas : poesias. Rio de Janeiro, 1889, in-8°. - Boas festas: poesias. Ouro-Preto, 1894, 96 pags. in-8° - Este livro está em segunda edição. E' uma collecção de poesias, das 16 MA quaes algumas já tinham sido antes publicadas. Ha algumas avulsas, como: - Versos a um pae - No Almanak da Gazeta de Noticias para 1897, pags. 87 e seg. - O novo governo da Republica. Noticia sobre o presidente Dr. Prudente José de Moraes Barros e do vice-presidente Dr. Manoel Victorino Pereira. Rio de Janeiro - Foi escripto em collaboração com Feliciano J. Neves Gonzaga. - Revista de costumes da terra da goyabada. Campos, 1896, in-8° - Teve segunda edição em Campos, 1897. Esta revista foi escripta em collaboração com Azevedo Cruz e representada cincoenta vezes no theatro S. Salvador, de Campos. Alvares de Azevedo collaboroude 1889 a 1892 para os periódicos Novidades, Cidade do Rio e O Paiz e redigiu como chefe: - A Republica. Campos, 1892 - Foi redactor dos debates da Ga- mara em 1893 e fez parte da redacção da - Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro, 1897. Manoel Antonio liraume - Filho de João Antonio Braume e nascido no Rio de Janeiro peloanno de 1854, bacharel em di- reito pela faculdade de S. Paulo, seguiu a carreira da magistratura e, sendo juiz de direito, escreveu: - Provimento geral, lido pelo juiz de direito, etc., em 10 de julho de 1895 por occasião de encerrar a audiência geral de correição. Rio de Janeiro (?) 1895, 38 pags in-8° - O autor depois de historiar os trabalhos de sua comarca e as occurrencias mais notáveis, expõe vicios e irregularidades que encontrou nos serviços de sua jurisdicção e instrue os serventuários acerca dos mesmos serviços. Manoel Akiitonio Correia da Caniara -Filho do marechal Bento Correia da Gamara, ainda vivia em 1848. Seguiu a carreira de seu pae, na qual subiu a coronel, serviu no exercito, fez a campanha da Rússia, percorreu quasi toda a Asia e esteve no Para- guay, onde cultivou a amizade do presidente Francia. Escreveu: - Correspondência turca, interceptada a um emissário secreto da Sublime Porta, residente na côrte do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1822, 88 pags. in-4° - Esta publicação foi feita em fasciculos, que o autor promettia continuar ; mas ficou no 4o, datado de 26 de maio. Manoel A.iiton.io Duarte <le Azevedo - Filho do dr. Manoel Duarte Moreira, e irmão do dr. Manoel Duarte Moreira de MA 17 Azevedo, de quem occupar-me-hei neste volume, nasceu em Itaborahy, Rio de Janeiro, a 16 de janeiro de 1831. Bacharel pelo collegio Pedro II e doutor em direito pela faculdade de S. Paulo, é professor jubilado desta faculdade, agraciado com o titulo de conselho do Im- perador d. Pedro II, eximio advogado, gran-cruz da ordem de SanfAnna, de primeira classe da Rússia e da ordem da Conceição de Villa Viçosa, de Portugal. Exerceu cargo de magistratura, presidiu as províncias do Piauhy e do Ceará, e fez parte do gabinete de 7 de março de 1871, organisado pelo Visconde do Rio Branco, occupando a prin- cipio a pasta da marinha e depois da justiça. Distincto jurisconsulto, oradorje poeta, collaborou parca vários periódicos litterarios desde es- tudante, e depois para folhas políticas, como o Diário de S. Paulo e a Situação. Escreveu: - Dissertação e theses, etc., para obter o gráo de doutor. S. Paulo, 1859, in-4°-Nunca as pude ver. - Theses que para o concurso a uma cadeira vaga da faculdade de S. Paulo, apresentou, etc. S. Paulo, 1862, in-4°. - Dissertação que para o concurso a uma cadeira vaga da faculdade de S. Paulo apresentou, etc. S. Paulo. 1862, 28 pags. in-4° - O ponto é: No casamento por dote e arrhas, sem mais declaração a respeito dos bens, communicam-se ;os adquiridos? - Memória histórica dos acontecimentos notáveis da faculdade de direito de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1865, in-4° gr. - Discurso recitado no dia 11 de agosto de 1849 na sessão aca- démica, commemorativa da creação dos cursos jurídicos do Brazil. Rio de Janeiro, 1849, 10 pags. in-4°. - Banco de credito predial urbano. Considerações geraes sobre o credito real pelo presidente do mesmo. Rio de Janeiro, 1892,35 pags. in-4°. - Discurso com que o dr. etc., presidente do instituto jurídico de 3. Paulo, abriu a sessão de installação do mesmo instituto no dia 11 de agosto de 1864, anniversario da installação dos cursos jurídicos. S. Paulo, 1865, 10 pags. in-4°. - Orçamento do ministério da Justiça. Discurso proferido na sessão de 8 de agosto de 1874 (na camara dos deputados). Rio de Ja- neiro, 1874, 50 pags. in-4°. Versa sobre assumptos da pasta da fazenda, que o autor administrava. - Como estes ha publicados outros discursos d'este autor. - Elemento servil: discurso proferido na camara dos deputados, etc. - No livro « Discussão da reforma do estado servil, etc. », parte Ia, 18 MA pag. 81. Como ministro de estado escreveu relatórios e trabalhos de que citarei: - Decreto n. 4720, de 22 de abril de 1871, alterando o regula- mento da Escola de Marinha. Rio de Janeiro, 1871, in-8°. - Decreto n. 2432, de 6 de agosto de 1873, creando mais sete re- lações no Império e regulamentos expedidos para sua execução. Rio de Janeiro, 1874, in-8n. - Decreto n. 5737, de 2 de setembro de 1874, alterando o regu- amento das custas judiciarias. Rio de Janeiro, 1874, in-8°. - Regulamento dos tribunaes do commercio. Rio de Janeiro 1875, in-8° -Tenho á vista suas poesias: - Maria, Sonhos : dous sonetos - no Brazil Contemporâneo, de 2 de outubro de 1887. Manoel Antonio Farinha, Conde de Souzel- Offlcial general da armada, falleceu a 27 de maio de 1842 nesta cidade. Já dirigia a pasta dos negocios da marinha desde 22 de abril de 1821, quando foi organisado o primeiro ministério brazileiro, formado por José Bonifácio a 16 de janeiro de 1822 e continuou neste cargo. Escreveu: - Instrucções relativas ao codigo penal e do processo para a ma- rinha militar do Império do Brazil. Rio de Janeiro, 1836, 119pags. in-4° -Assignam também este trabalho Miguel José de Oliveira Pinto e Fran- cisco Bibiano de Castro, fazendo parte com o Conde de Souzel da commissão militar, nomeada a 3 de dezembro de 1833. Antes escreveu com os mesmos: - Trabalhos relativos ás ordenanças á marinha militar do Império do Brazil, apresentados a 23 de junho de 1834. Manoel yVntonio 3?ei'reira Académico - Na- tural da cidade de Valença, província da Bahia, falleceu no Rio de Ja- neiro, só, abandonado e pobre n'uma casa, onde se achava soffrendo de uma entero-colite e onde um vizinho caridoso, que ia diariamente prestar-lhe alguns soccorros, encontrou-o já morto a 22 de maio de 1889. Era presbytero secular ecapellão do exercito, tendo estudado com muitos sacrifícios no seminário de S. Paulo, e tendo antes disto feito parte do curso de direito. Escreveu: - Ondulações sonoras sem introducção, nem recommendação al- guma: poesias. Rio de Janeiro (?), 1887. - Sermão da Resurreição, prégado, etc. Bahia, 1872. - Refutação das doutrinas positivistas de M. Gulhin : traducção. MA 19 Manoel Antonio Ferreira da Silva - Ignoro o logar de seu nascimento e o mais que lhe dizrepeito. Sei apenas que escreveu: - Bosquejos poéticos ou collecção de poesias sobre vários assumptos. Rio de Janeiro, 1846, X1I-219 pags. in-8°. Manoel Antonio da Fonseca Costa, Marquez da Gavea - Filho do tenente-coronel Manoel Antonio da Fonseca Costa, nasceu no Rio de Janeiro a 24 de abril de 1803 e falleceu a 13 de junho de 1890, marechal do exercito e conselheiro de guerra. Era agraciado com as honras de fidalgo cavalleiro da casa imperial, gentil-homem da imperial camara, gran-cruz da ordem de S. Bento de Aviz e da do Cruzeiro, commendador da de Christo e da ordem portugueza da Con- ceição de Villa-Viçosa e condecorado com a medalha da divisão coope- radora da Boa-Ordem. Escreveu: - Projecto de regulamento para a disciplina e serviço interno dos corpos de cavallaria do Império do Brazil em quartéis fixos. Rio de Janeiro, 1874, in-4°. Manoel Antonio Leite Durães - Vivia em 1866 em Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro, donde o supponho natural, ahi exercia o cargo de substituto da subdelegacia de policia. Escreveu : - Carlos : drama original em quatro actos. Angra dos Reis, 1865, 116 pags. in-8° - Este drama foi representado pela primeira vez no Gymnasio angrense. Manoel Aaitonio Lopes Coellio - Vivia na villa de Itaguahy, província do Rio de Janeiro, e onde estabelecera sua re- sidência em 1806, sendo capitão de milícias e depois major da guarda nacional, negociante e lavrador. Serviu também cargos de eleição po- pular, como o de presidente da camara municipal, e era juiz de paz quando escreveu: - Exposição dos acontecimentos que tiveram logar na villa de Itaguahy sob o partido republiqueiro. Rio de Janeiro, 1838, 64 pags. in-8°. Manoel A.ntonio Major - Filho do cidadão porluguez Miguel Manoel Antonio Major, nasceu na cidade do Rio de Janeiro e falleceu pelo anno de 1874 com 35 annos de idade pouco mais ou menos. Escreveu: - Cosmo litterario. Rio de Janeiro, 1864, in-fol. peq.-E' uma publicação periódica de que, parece-me, só sahiram dezoito numeros^ 20 MA Teve também parte na redacção da - Leitura para todos : publicação mensal. Rio de Janeiro, 1869, in-8° - Teve, como o precedente, pouca vida, e foi escripta também por Pires de Almeida, Leitão Júnior e outros. - Uma physionomia de artista : Furtado Coelho. Rio de Janeiro, 18**. - Jose de Alencar : traços biographicos e critica - No Guarany, folha illustrada e litteraria. Rio de Janeiro, 1871, ns. 5 e 10. Manoel Antonio Marques de Faria - Filho de Francisco Manoel de Faria, nasceu na Bahia a 21 de janeiro de 1835 e falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 23 de janeiro de 1893, doutor em medicina pela faculdade de sua patria e clinico homoeopatha nesta cidade. Escreveu: - A syphilis será sempre a mesma em todos os seus períodos e em suas diversas manifestações ? Herança. Apreciação dos meios em- pregados na cura dos polypos dos orgãos sexuaes da mulher. Como re- conhecer-se si uma criança nasceu viva ? These apresentada â facul- dade de medicina da Bahia para obter o gcáo de doutor, etc. Bahia, 1857, in-4° gr. - Systema de Hahnemann. Rio de Janeiro, 1870, in-4°. - Medicina therapeutica homoeopathica. Rio de Janeiro.... Manoel Antonio Martins Pereira - Natural, segundo penso, de Pernambuco; faltam-me noticias a seu respeito. Escreveu: - Breve noticia chorographica do império do Brazil em 1854. Per- nambuco, 1855, in-8°. Manoel Antonio <le Mattos - Faltam-me noticias a seu respeito. Só sei que escreveu: - Encyclopedia das artes: collecção de 1.318 processos industriaes, formulas e receitas de facil applicação para uso dos artistas e das fa- mílias, compilados, etc. Obra revista por um chimico da capital. Bahia... Manoel Antonio de Oliveira, - Nascido no Rio Grande do Norte pelo anno de 1827, ahi falleceu, em Apodi, em feve- reiro de 1885, sendo bacharel em direito pela ^faculdade de Olinda. Escreveu: - Memória ou noticia histórica da creação da villa de Apodi na província do Rio Grande do Norte - Não me consta que fosse impressa, MA 21 mas o autographo de 13 fls. in-fol. existe na Bibliotheca nacional da capital federal. Manoel Antonio da Paixão - Presbytero secular e bacharel em cânones pela universidade de Coimbra - eis o que apenas pude saber a seu respeito. Escreveu: - Oração fúnebre por occasião das solemnidades que os portu- guezes estabelecidos no Maranhão andaram preparando para fazer as exequias de sua defunta rainha, a Senhora D. Maria II. S. Luiz, 1854, 16 pags. in-4°. Manoel Antonio Pereira-Só o conheço pelo Se- guinte trabalho que escreveu: - 0 braço de Deus: romance original brazileiro. Rio de Ja- neiro, 1869, ín-8°. Manoel Antonio Pimenta Bueno - Filho do Marquez de S. Vicente, doutor José Antonio Pimenta Bueno, já con- templado neste livro, nasceu em S. Paulo a 17 de abril de 1828. E' commendador da ordem da Rosa, da de Christo e da ordem portugueza da Conceição de Villa-Viçosa, fidalgo da real casa de S. M. Fidelíssima e, dedicando-se ao commercio, foi gerente da « Amason Steam Navega- tion » e fez parte da commissão administrativa da massa fallida do Barão de Mauá & Comp. Escreveu: - Industrie extractiva. A borracha: considerações. Rio de Ja- neiro, 1882,22pags.in-fol. - Emreferenciaaestetrabalho foi publicado no Pará um opusculo com o titulo « Breves reflexões do Diário do Grão-Para às considerações do Sr. commendador M. A. Pimenta Bueno sobre a industria da borracha». Pará, 1882. - Questão Mauá & Comp. Documentos e artigos que elucidam a matéria. Pará, 1875, 52 pags. in-4°. - Copia do requerimento apresentado ao Governo Imperial pela Companhia « Amason Steam Navegation » e do offlcio dirigido á presi- dência do Pará pelo gerente da mesma companhia. Rio de Janeiro, 1877, in-4°. Manoel A.ntonio Rodrigru.es Torres - Filho do senador Joaquim José Rodrigues Torres, Visconde de Itaborahy e da Viscondessa do mesmo titulo, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 13 de junho de 1846 e falleceu a 4 de abril de 1886. Bacharel em lettras pelo collegio Pedro II e bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela 22 MA faculdade do Recife, foi por muitas vezes eleito deputado á assembléa de sua província natal, foi ahi fazendeiro e escreveu: - A administração conservadora e o manifesto de 16 de abril de 1878. Rio de Janeiro, 1878, 163 pags. in-8°. - Discurso pronunciado na sessão de 31 de outubro de 1849 ( na assembléa provincial) na segunda discussão do orçamento provincial. Rio de Janeiro, 1879, in-4°. - Relatorio apresentado á assembléa geral dos accionistas do banco predial no dia 30 de abril de 1877. Rio de Janeiro, 1877, 20 pags. in-fol. - Era o autor presidente do banco, e, como este, ha outros tra- balhos seus. Manoel Antonio dos Santos Ribeiro - Natural do Espirito Santo, ahi falleceu em outubro de 1870. Era presbytero secular e vigário de Nova Almeida e foi muitas vezes deputado pro- vincial. E'o autor da - Noticia histórica da villa de Nova Almeida, que em 1883 foi publicada por Eduardo de Mello Coutinho Mercier, qne lhe addicionou alguns documentos extrahidos da camara municipal desta villa, e antes publicada por seu tio José Maria Mercier que foi fâmulo do autor. ( Veja-se no supplemento do 4o volume deste livro, pag. 525 e também 0 vol. 2o, pag. 253.) Manoel Antonio da Silva, Io - Presbytero se- cular, falleceu no Rio de Janeiro, conego da capella imperial. Escreveu: - Sermão em acção de graças pela reintegração da antiga dy- nastia dos Bourbons no throno da França e suas prosperas conse- quências, prégado na villa de Paraty em 3 de junho de 1814. Rio de Janeiro, 1815, 16 pags. in-4°. - AS. A, Imperial, a Princeza D. Francisca Carolina e ao Principe de Joinville por occasião de seu consorcio e próxima partida, Rio de Janeiro, 1843, in-8° --Creio que são delle os - Bosquejos poéticos; collecção de poesias sobre diversos as" gumptos. Rio de Janeiro. Manoel Antonio da Silva, 2° - Portuguez de nascimento e brazileiro pela constituição do Império, falleceu na cidade da Bahia, em avançada idade, pelo meiado do século actual, sendo coronel do estado-maior de primeira classe, official da ordem do Cruzeiro e cavalleiro dá ordem da Rosa. Serviu MA 23 como major no corpo de milícias de Santo Amaro na Bahia e ulti- mamente como commandante superior da guarda nacional da capital. Escreveu: - A restauração da Bahia em 1625, ou a expulsão dos hollan- dezes: drama offerecido ao illm. sr. tenente-coronel Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva, administrador do theatro publico da Bahia, para ser representado no mesmo theatro no dia 2 de julho de 1837. Bahia, 1837, 55 pags. in-8° - Ha ahi como personagens alguns vultos da epoca, como D. Francisco de Moura Rolim, pernambucano e general do exercito restaurador ; João Quif, general hollandez ; Henrique Moniz Barreto, alferes septuagenário; Francisco Padilha, capitão e sua mulher, D. Marianna Padilha, da Bahia, etc. Manoel Antonio <la Silva, Serva - Natural da Bahia e ahi fallecido no meio do presente século, foi proprietário de uma officina typographica, onde muito bons livros deu á estampa. Foi antes disto professor de primeiras lettras no seminário de S. [Joaquim dessa província e escreveu: - Gazeta da Bahia. Bahia, 1830 a 1836, in-fol. - E' uma folha que teve vários collaboradores. - Exposição das razões que reclamam o tratado de commercio entre o Brazil e Portugal, seguida de varias peças concernentes ao mesmo objecto, offerecidas ã illustrissima associação do com- mercio desta capital da Bahia pelo editor, etc. Bahia, 1843, 59 pags, in-4°. Manoel Antonio Vital d.e Oliveira - Filho de Antonio Vital de Oliveira e dona Joanna Florinda Gusmão Lobo Vital, nasceu na cidade do Recife a 28 de setembro de 1828, segundo seus assentamentos de praça, e falleceu no combate de Curupaity, na cam- panha do Paraguay, a 2 de fevereiro de 1867, sendo seus ossos tras- ladados para sua província. Fez o curso da academia de marinha que concluiu em 1845 ; fez diversas viagens transatlanticas e exerceu varias commissões scientidcas, como a de reconhecer e estimar o computo dos prejuízos que tiveram os proprietários e interessados nos cascos, apparelhos e carregamento dos navios aprezados pelo almirante inglez Warren a titulo de represália, e determinar os pontos de taes aprezamentos para saber-se si o foram nas aguas do Império. Era ca- pitão de fragata da armada, official da ordem da Rosa, cavalleiro da de S. Bento de Aviz e de Christo, commendador da mesma ordem de Portugal, cavalleiro da ordem franceza da Legião de Honra, e da 24 MA ordem italiana de S. Mauricio e S. Lazaro, e socio do Instituto histo- rico e geographico brazil eiro. Escreveu: - Descripção costa do Brazil, de Pitimbú a S. Bento e de todas as barras, portos e rios do littoral da província de Pernambuco, seguida de um roteiro para se demandar nas mesmas barras, acompanhando a planta geral das costas. Recife, 1855, 81 pags, in-8°. - Roteiro da costa do Brazil, do rio Mossoró ao rio S. Francisco do Norte. Rio de Janeiro, 1864, 290 pags. in-8' - Foi concluída a pu- blicação depois de sua morte. - Exame do mappa do Amazonas, levantado pela commissão de demarcação de limites com o Perú. Pará, 1865, in-4° gr.- E' também assignado por G. S. de CapanemaeH. L. dos Santos Verneck -Ha varias plantas e cartas deste autor, como: - Carta reduzida das Rocas, levantada em 1858. Lith. do Archivo militar. -• Reconhecimento da'pedra do Hermes na enseada de Macahé, etc, 1862. Lith. do Instituto artístico. - Reconhecimento da barra e porto de Cabo Frio. 1862. Lith. do Instituto artístico. - Cartas da costa do Brazil entre o rio Mossoró e o S. Francisco do norte, levantadas por ordem do governo imperial, etc. nos annos de 1857-1859. Rio de Janeiro. Lith. de Ed. Rensburg, 1862 - São cinco cartas e foram tão apreciados seus trabalhos, que foram copiados, alguns, pelo celebre mr. E. Muchez e reproduzidos em Pariz e na In- glaterra. Manoel Antonio Xavier - Faltam-me noticias a seu respeito; sei apenas que vivia no Maranhão pela época da indepen- dência do Brazil e que escreveu : - Memória sobre o decadente estado da lavoura e commercio da província do Maranhão e outros ramos públicos, obstando a prospe- ridade e augmento, de que ésusceptivel, escripta em 1822 - O original manuscripto foi offerecido ao Instituto historico por ura socio desta corporação em 1867. Manoel Aplirodisio da Silva - Filho do José Joaquim da Silva o nascido em Santa Catharina pelo anno de 1845, falleceu em Porto Alegre a 23 de abril de 1891 no cargo de lente sub- stituto da escola militar. Com o curso de engenharia militar, servindo na arma do infantaria, foi transferido para o corpo de estado- MA 25 maior de Ia classe. Também serviu no corpo policial da côrte, Escreveu : - Compendio de orthographia. Porto Alegre, 1885, in-8°. Manoel Anrão de Oliveira Campos - Filho do capitão José Matheus Coimbra Campos e dona Francisca Joaquina de Oliveira Campos, nasceu em Afogados de Ingazeira, estado de Pernam- buco, a 11 de janeiro de 1873. Intelligencia robusta, ainda muito joven dedicou-se ás lettras, já em seu gabinete, já em associações especiaes, como o Grémio Tobias Barreto de que foi presidente e outros do paiz e ao mesmo tempo ao jornalismo, em que fundou e redigiu : - Jornal do Domingo. Recife, 1893 - Redigiu com outros : - A Vanguarda. Recife, 1895 - Esta e o precedente são perió- dicos litterarios. - Diário de Pernambuco. Recife, 1895 - Escreveu : - Intimas ( poesias ). Recife, 1892 - Foi sua estréa na litte- ratura. - Notas pessimistas. Recife, 1894 - Em collaboração com E. P. Santos. - Discurso pronunciado na inauguração do Núcleo dramatico per- nambucano, no theatro Santa Isabel. - A adultera: romance filiado á escola naturalista. Bahia, 1897 - Terminando este livro, diz o autor : « Este romance que foi es- cripto ha quatro annos, é o primeiro de uma trilogia, a qual, só po- derá ser bem comprehendida depois de serem publicados o Sonho e Anjo e Martyr. » - Magdà ( romance ). Recife, 1898, 294 pags. in-8°. Manoel de Araújo Castro Ramalho - Filho de Hippolito de Araújo Castro Ramalho e dona Leonidia Joaquina da Silva Araújo, nasceu na cidade de Jaguarão, Rio Grande do Sul, a 31 de agosto de 1832. Pharmaceutico pela faculdade de medicina do Rio de Janeiro, estabeleceu-se na província de seu nascimento com bem montada pharmacia e laboratorio chimico ; na instituição, porém, da Inspectoria geral de hygiene entrou para esta repartição, onde serviu muitos annos e por ultimo estabeleceu pharmacia em Paquetá. Collaborou desde sua formatura para vários jornaes do Rio Grande do Sul, com artigos sobre sciencias e lettras que eram assignados com os pseudonymos Nemo e Philotechnista, ou com as lettras C R. São de taes artigos a : 26 MA - Revista scientifica; serie - publicada na Reforma, de Porto- Alegre, começando a 16 de junho de 1859. Fundou e redigiu: - Gazeta Rio Grandense: publicação mensal, destinada ás artes, sciencia, industria, agricultura e commercio. Propriedade e redacção do pharmaceutico, etc. Porto-Alegre, 1872-1873, in-4° - Sahiu o pri- meiro numero em dezembro de 1872 e no anno seguinte mais dous, de 40 paginas cada um. - O Oceanogazeta semanal, propriedade e redacção, etc. Porto- Alegre, 1883-1884, in-fol. do cinco columnas. Escreveu mais : - Synopses de zoologia ou estudo geral dos animaes com appli- cação á medicina, á pharmacia e á agricultura. Primeira parte. Porto Alegre, 1882, XV-695 pags., in-8n - E' aparte descriptiva e que constitue um repertório variadíssimo de noções sobre o reino animal. - Tratado de agricultura de Columella : traducção - Foi publi- cado no jornal O Oceano e creio que separadamente. Em 1888 tinha Ra- malho entre mãos um trabalho com o titulo : - Tratado de Pharmacia - que não foi publicado. Manoel <lo Araújo da Cunha Alvarenga - Filho do doutor Francisco de Paula Alvarenga, nasceu em Minas Geraes em 1850 e falleceu no Rio de Janeiro a 4 de dezembro de 1888. Doutor em medicina pela faculdade desta cidade, exercia a clinica na cidade do Pomba, onde exerceu cargos de eleição e de confiança do governo, como o de supplente de juiz municipal e o de vereador e presidente da camara municipal. Escreveu : - Apoplexia cerebral; Atmosphera ; Diagnostico differencial dos tumores do-escroto; Vaccinação e revaccinação : these apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1873, 84 pags. in-4° - O dr. Alvarenga tinha a publicar : - Estudos àcerca da morphèa - aos quaes se dera, colligindo muitos dados e observações. E' provável que sejam publicados por alguém da familia do autor. Manoel de Araújo Porto Alegares Barão de Santo Angelo - Chamado antes da independencia do Brazil Manoel Josê de Araújo, nasceu na cidade do Rio Pardo, província do Rio Grande do Sul, a 29 de novembro de 1806 e falleceu a 29 de dezembro de 1879 em Lisboa, onde servia o cargo de cônsul geral do Império, sendo grande dignitário da ordem da Rosa, cavalleiro da de Christo, commendador da ordem hespanhola de Carlos III; professor jubilado de architectura da escola militar; ex-professor de pintura histórica da Academia de MA 27 bellas-artes e seu director e reformador; soeio honorário do Instituto historico e geographico brazileiro, onde exerceu cargos importantes, como o de orador por espaço de quatorze annos; membro do antigo Instituto historico da Bahia, do Instituto historico da França, da so- ciedade das Bellas-artes e bellas lettras, e da Sociedade polytechnica de Paris, do Instituto nacional de Washington, da Academia real das sciencias e da Academia de bellas-artes de Lisboa, da Arcadia de Roma e de varias associações litterarias do Brazil. Muito joven, estudando preparatórios em sua provincia, demonstrou sua inclinação pelas sciencias naturaes e tanto que organisou para si um estreito gabinete de historia natural. Em 1826, vindo para a côrte, decidido a matricular- se na Academia militar, como esta estivesse em ferias, frequentou a Academia de bellas-artes com applicação tal, que na primeira expo- sição obteve prémios de pintura e de architectura e, assim começando, tornou-se, na carreira que abraçou, um vulto venerando. Foi em 1831 á França, com seu mestre Debret, aperfeiçoar seus estudos, viajando até 1837 pela Bélgica, Italia, Suissa, Inglaterra e Portugal, a prin- cipio soffrendo privações, que foram minoradas com o auxilio prestado por um amigo e depois com uma subvenção concedida pelo governo imperial. Foi um dos fundadores do Conservatorio dramatico e da Academia da opera lyrica e exerceu o cargo de cônsul geral do Brazil na Prussia desde 1859, antes de exercer esse cargo em Portugal, Cultivou com esmero a poesia e manejava a penna na prosa com a mesma elegancia e mestria com que empunhava o pincel de artista. Escreveu : - Canto genethliaco ao faustíssimo dia 23 de fevereiro de 1845. Rio de Janeiro, 1845, in-4° - E' consagrado ao nascimento do principa D. Affonso. - A destruição das florestas: braziliana em tres cantos. Rio de Janeiro, 1846, in-8° - 2a edição na Bibliotheca brazileira, 1862. - O corcovado: braziliana. Rio de Janeiro, 1847, 48 pags. in-8°. São composições admiráveis que exaltam o duplo talento do pintor e do poeta, como disse o conselheiro Olegario. - Brasilianas: poesias. Vienna, 1863, in-8°. - Colombo: poema. Rio de Janeiro, 1866, 2 vols. in-8° - Foram publicados alguns cantos no Guanabara em 1851 e na Revista Brasileira, mas então não estava o poemi concluído. Muitos consideram ser esta a melhor obra do autor. - A noite de 8. João: Opera lyrica, posta em musica pelo maestro Giovani - Creio que não foi publicada. 28 MA - 0 prestigio da lei: drama lyrico em tres actos. Rio de Janeiro, 1859, 84 pags. in-12° - Foi posto em musica pelo maestro Francisco Manoel da Silva. - Angélica e Firmino; drama em quatro actos. Rio de Janeiro, 1848, in 8o. - A estatua amazonica: comedia archeologica, dedicada ao Illm. Sr. Manoel Ferreira Lagos, em 1848. Rio de Janeiro, 1851, 86 pags. in-4° com uma est. - O autor ridicularisa o procedimento ingrato de certos viajantes europeus que em paga de finezas e favores dos brazi- leiros, sahem do Brazil deprimindo-os e escrevendo um amontoado de falsidades, como fez o Conde Castelnau que levou para a França uma pedra mal lavrada que encontrou no Rio Negro, e expoz no Louvre, dando-lhe o titulo de estatua do tempo das Amazonas brazileiras ! - O espião de Bonaparte: comedia, inédita. - O sapateiro politicão: comedia, inédita. - Dinheiro é saude : comedia, inédita. - Discurso recitado pelo orador do Instituto historico e geogra- phico brazileiro no enterro do conselheiro José Joaquim da Rocha. Rio de Janeiro, 1848, 7 pags. in-8°. - Estatutos do Atheneo artistico. Rio de Janeiro, 1859, 12 pags. in-4°- Assigna-os como presidente, seguindo-o outros. - Discurso proferido por parte do Instituto historico ã beira do tumulo do senador Francisco de Paula e Souza - Na Revista do Instituto, tomo 15°, pags. 239 a 241. - Discurso proferido por occasião de dar-se á sepultura o cadaver do padre mestre Fr. Francisco de Monte-Alverne - Idem, tomo 21°, pags. 499 a 501. - Estudos sobre o Brazil Meridional, considerado em suas relações physicas, acompanhados de um bosquejo sobre a colonisação e livre emigração por Waldemar Schutz. Leipzig, 1865. - Relatorio sobre as bellas-artes - Acha-se annexo ao « Relatorio sobre a exposição universal de 1867 pelo secretario da commissão braizleira Julio Constancio de Villeneuve », Paris, 1868. (Veja-se este autor.) - Relatorio da commissão que representou o império do Brazil na exposição universal de Vienna d'Austria em 1873. Rio de Janeiro, 1874, 41 pags. in-4°. - Informações sobre a posição commercial dos productos do Brazil em Portugal - Vem no livro «Informações sobre a posição dos pro- ductos do Brazil nas praças estrangeiras». Rio de Janeiro, 1875, de pags. 109 a 162, com varias tabellas. MA. 29 - Os voluntários da patria: drama em tres actos. Lisboa, 1877, in-8° - Foi sua ultima obrae é pouco conhecida. Porto Alegre redigiu as seguintes revistas: - Nitheroy : revista brazileira. Sciencias, lettras e artes. Paris, 1836, in-8° - De seus escriptos nesta revista, em que teve por com- panheiros Domingos José Gonçalves de Magalhães, Francisco de Salles Torres Homem e Eugênio Monglave, citarei: - Idéa sobre a musica - no n. Io, pags. 160 a 183. E - Contornos de Nápoles: fragmentos das notas[de viagem de um artista - no n. 2o, pags. 161 a 215, sendo prosa até a pag. 186 e dahi em deante o poema « A voz da natureza ». - A Lanterna Magica: periodico plastico-philosophico. Rio de Janeiro, 1844-1845, in-4°. - Guanabara : revista mensal, artística, scientifica e litteraria, redigida por uma associação de litteratos. Rio de Janeiro, 1849-1856, 3 vols. in-4° - Foram seus companheiros de redacção Antonio Gonçalves Dias e Joaquim Manoel de Macedo. Entre seus trabalhos nesta revista estão : - Academia de bellas-artes. A exposição publica de 1849 - No tomo Io, pags. 69 a 77. - O Marquez de Maricá - No mesmo tomo, pags. 316 a 319- Col laborou em muitas revistas de sciencias e lettras, das quaes mencio- narei os seguintes escriptos : - A igreja da Santa Cruz dos Militares - No Ostensor, tomo 1°, Rio de Janeiro, 1845-1846, pags. 241 e segs. - Epithalamio, offerecido ao meu prezado amigo Domingos José Gonçalves de Magalhães no dia de seu casamento com a Illma. Sra. D. Januaria Pinto Ribeiro de Magalhães a 16 de outubro de 1847 - Na Chronica Litteraria, n. 10, 1848, pags. 75 a 78. - Festas imperiaes- á chegada de S. M. a Imperatriz- Na Minerva Brazileira, tomo Io, pags. 23 a 26. - Fragmentos de viagem de um artista brazileiro - Architectura - Idem, pags.71 a 76. - Exposição publica. Academia de bellas-artes. - Idem, pags. 116 a 121, 148 a 154 e 308 a 311. - Braziliana, dedicada ao Illm. Sr. Ignacio Dias Paes Leme - Idem, pags. 301 a 305, reproduzida em folhinhas de Eduardo e Henrique Laemmert ( Folhinha patriótica brazileira para 1852), com a data de Fazenda de S. Pedro, na Serra de Sant'Anna, 30 de janeiro de 1844. - Braziliana ao consorcio da sereníssima princeza imperial, a senhora D. Januaria, etc. - Idem, tomo 2°, pags. 433 e 434. 30 MA - O Voador: braziliana a Bartholomeu Lourenço de Gusmão - Idem, pags. 656 a 659. - Uma palavra acerca do artigo do Sr. Chavagnes, intitulado «OBrazil em 1844»- Idem, pags. 711 a 719. - A igreja parochial de N. S. da Candelaria - Idem, tomo 3°, pags. 29 a 31 e 60 a 62 com uma estampa. - A estatua equestre do Sr. D. Pedro I - Na Revista Brasileira, tomo 2°, 1859, pags. 37 e segs. com uma estampa. - O giquitibà da serra de Santa Braziliana- Idem, tomo Io, pags. 407 a 417. - A musica sagrada no Brazil - No íris, tomo Io, pags. 47 e seguintes. - Cartas sobre a Italia- Na Nova Minerva, tomo Io, serie 2", pags. 138 e seguintes. - Biographia de Luiz Pedreira do Couto Ferraz. Biographia de Francisco de Lima e Silva - Na Galeria dos brazileiros illustres, tomo Io. - Memória sobre a antiga escola de pintura fluminense - Na Revista Trimensal do Instituto, tomo 3o, pags. 547 a 557 da 2a edição. - Discurso recitado na sessão commemorativa da perda do príncipe imperial D. Affonso - Idem, tomo 11°, e também na «Oblação do Instituto historico e geographico brazileiro á memória de seu presidente honorário, o Sr. D. Affonso, etc. », pags. 7 a 12. - Iconographia brazileira- Idem, tomo 19°, pags. 349 a 354. - Apontamentos sobre a vida e obras do padre José Maurício Nunes Garcia e de Valentim da Fonseca e Silva - Idem, tomo 19°, pags. 354 a 378. - Ha ainda nesta revista muitos discursos e biographias, como ha vários trabalhos em outras. Quanto a seus quadros, citarei apenas: - (8. M. I. o Sr. D. Pedro I, dando o decreto de reforma ao director da escola de medicina a 9 de setembro de 1826- Ao redor do príncipe estão retratados o ministro do império, Visconde de S. Leopoldo e os professores da escola. Está na faculdade de medicina esse quadro, que basta para justificar a fama de seu autor. Manoel Armindo Cordeiro Guaraná - Filho de Theodoro Cordeiro Guaraná e dona Andrelina Moniz de Menezes Guaraná, nasceu na cidade de S. Christovão, Sergipe, a 4 de agosto de 1848. Bacharel em direito pela faculdade do Recife, exerceu em sua patria os cargos de promotor publico, procurador flscal do thesouro provincial, juiz de direito, chefe do policia, e juiz dos casamentos. Foi MA 31 secretario do governo nas antigas províncias do Piauby e Ceará e naquella foi depois juiz do direito. Na primeira organisação judiciaria do estado do Espirito Santo occupou uma cadeira de desembargador da extincta relação e boje em disponibilidade, advoga na capital federal. Foi deputado provincial por Sergipe em um biennio ; é sociodo Instituto archeologico e geographico pernambucano e condecorado com o busto do Libertador Simão Bolívar da Venezuela. E' o auxiliar, que tenho encontrado, na elaboração do - Diccionario bibliograpbico brazileiro - A elle devo o melhora- mento que apresenta este livro do 3o vol. em deante. No jornalismo collaborou na Imprensa, do Piauhy, no Cearense, do Ceará e bem assim no Liberdade e no Jornal de Sergipe, subscrevendo muitos dos seus escriptos, com o pseudonymo de Harmodius. Redigiu: - O Democrata. Aracaju, 1881-1882- Escreveu: - Vocabulário geographico dos nomes indígenas do estado de Sergipe com as suas explicações etymologicas - Este trabalho se acha inédito; seu autor, porém, me permittiu que o visse. - Memorial. Acção de indemnisação. Razões íinaes, etc. Rio de Janeiro, 1893, 38 pags. in-4°. - Appellxção commercial n. 986. Dissolução e liquidação de firma. Petição e razões dos appellados, etc. Rio de Janeiro, 1895, 27 pags. in-4°. Manoel <le Arruda Camara - Filho de Francisco de Arruda Gamara e dona Maria Saraiva da Silva, nasceu em 1752 na villa de Pombal, hoje da provincia da Parahyba e então da capitania de Pernambuco, e em Pernambuco falleceu em 1810. Religioso carme- litano, professo em 1783 com o nome de frei Manoel do Coração de Jesus, depois de cursar as aulas de sua ordem, foi com a necessária licença a Portugal e matriculou-se no curso de medicina da Universidade de Coimbra, o qual foi obrigado a interromper em meio com as per- seguições, que soffriam os estudantes considerados como sympathicos ás doutrinas da revolução franceza, e então foi concluir o dito curso em Montpellier, onde recebeu o grão de doutor. Obtendo da curia romana o breve de secularisação e voltando ao Brazil, foi nomeado em sua pas- sagem por Portugal para acompanhar como naturalista o Dr. José Bonifácio de Andrada e Silva em sua excursão scientiflca pela Europa< ao que recusou-se. Deu-se em Pernambuco ao exercício da medicina, e exerceu commissões do governo, quer nessa provincia, quer na da Bahia como grande naturalista que era, adoecendo de grave enfermidade de que morreu nas investigações a que se dava por logares paludosos. Como botânico pensa Warnhagem que elle disputou a palma a frei 32 MA José Mariano da Conceição Velloso, seu amigo, e Saint-Hilaire per- petuou seu nome, creando o generó Arrudea na familia das guttiferas. Era membro da academia das sciencias de Lisboa, da de Montpellier, e da sociedade de agricultura de Paris, e escreveu: - Aviso ao lavradores sobre a supposta fermentação de qualquer qualidade de grãos ou pevides para augmento da colheita. Lisboa, 1792, 29 pags. in-4°. - Memória sobre a cultura dos algodoeiros e sobre o methodo de escolher e ensaccar o algodão, em que se propoem alguns planos novos para seu melhoramento. Lisboa, 1799, 91 pags. in-4°, com estampas e um mappa - Foi escripta em 1797, esahiu depois, em 1813, em vários numeros do Patriota. - Memória sobre o algodão de Pernambuco. Lisboa, 1810, in-4°. - Memória sobre as plantas de que se pôde fazer a baunilha no Brazil- Nas Memórias da Academia real das sciencias de Lisboa, vol. 4% 1814, pags. 83 a 93. - Discurso sobre a utilidade da instituição de jardins nas prin- cipaos provincias do Brazil, oílerecido ao príncipe regente, etc. Rio de Janeiro, 1810, 52 pags. in-8° - Foi depois publicado no Auxiliador da Industria Nacional, 1840. - Dissertação sobre as plantas do Brazil que podem dar linhos, proprios para muitos usos da sociedade e supprir a falta de canhamo, etc. Rio de Janeiro, 1810, 49 pags. in-8°- Reproduzido na dita re- vista, 1841. Ha alguns escriptos botânicos de Arruda Gamara no Archivo Medico Brasileiro e diz Pereira da Costa no Diccionario biographico de pernambucanos illustres que elle deixou inéditos: - Flora pernambucana, com estampas - Dessa obra confessa A. de Almeida Pinto haver-se utilisado quando escreveu seu diccionario de bo- tânica. E' uma obra de utilidade immensa, e lamentavelmente perdida com a morte do autor. Era ella enriquecida de desenhos coloridos, devidos ao pincel do infeliz padre João Ribeiro de Mello Montenegro. - Tratado de agricultura. - Traducção da obra de Lavoisier. - Tratado de lógica. - Insectologia ou collecção de desenhos de insectos - Finalmente na exposição de historia patria de 1880, viram-se delle: - Album de estampas com 119 folhas representando plantas, pin- tadas a aquarella, algumas desenhadas a lapis, e a maior parte de- senhada a nankim por Arruda Gamara, frei José da Costa Azevedo, e principalmente pelo padre João Ribeiro Montenegro. Sem data e sem MA 33 texto - E essas estampas eram para uma obra, inédita de Ar- ruda Gamara, a Flora sem duvida. Pertence o Album ao Museu Nacional. - Estampas (82) representando assumptos de historia natural ( pela maior parte insectos, peixes e passaros): desenhos orginaes a lapis, nankim e aquarella por Arruda Gamara. Da Bibliotheca Nacional. Sem data. Manoel Ayres do Casal - A naturalidade deste autor não está quanto a mim, provada, e por isso não devo omittir seu nome neste livro. Uns o consideram nascido em Portugal e até na villa do Pedregão, em 1754 ; outros como Pereira da Silva, que o inclue nos seus « varões illustres do Brazil » o julgam brazileiro, e até ha quem com o Dr. Mello Moraes Io, lhe dê por berço a villa, hoje cidade da Cachoeira, na Bahia. O que é certo é que elle falleceu em Portugal, para onde foi do Brazil com D. João VI em 1821, dando-se seu fallecimento, pouco depois dessa epoca, e depois de longos sof- frimentos de affecções nervosas. Presbytero secular do grão priorado do Grato, estudou com decidido afan as cousas do Brazil e es- creveu : - Corographi c- brasílica ou relação historico-geographica do reino do Brazil, composta por um presbytero secular do Grão-Priorado do Grato, e dedicada a S. M. Fidelíssima, etc. Rio de Janeiro, MDCCCXVII. Com licença e privilegio real, dous tomos, 432 e483 pags. in-4° - Esta obra em que o autor demonstra os conhecimentos que tinha da vasta região de que se occupa, foi escripta no Rio de Janeiro e sabe-se que elle em Lisboa aperfeiçoou-a e fez-lhe accrescimos para dar segunda edição depois de novos estudos e de algumas despezas. E com effeito, depois de sua morte, fizeram-se algumas edições, sendo uma de 1833 e outra de 1845 com uma planta da provincia do Rio de Janeiro, ambas do Rio de Janeiro. Nenhuma dessas ultimas edições, porém, contém accrescimos e rectificações que o autor tinha a dar na segunda edição que projectava fazer, as quaes desappareceram depois de seu fallecimento. No catalogo da bibliotheca da escola polytechnica vejo mencionada esta obra impressa em 1830. Delia finalmente publicou-se: - Introducção da geographia brasílica, da parte que trata da Bahia composta por um presbytero, etc. e mandado imprimir para in- trucção da mocidade bahiense por um professor da mesma. Bahia, 1826 in-4.° ( Veja-se Ignacio Aprigio da Fonseca Galvão. ) - Notice sur les capitainies de Pará et Solimões au Bresil - Nos Nouveaux Annales des Voyages, tomo 9o, 1821. w trT «a 34 MA Manoel Balihazar Pereira Diég^ues - Filho de Manoel Balthazar Pereira Diégues e nascido em Alagoas a 29 de outubro de 1855, é bacharel em direito pela faculdade do Recife, advo- gado e director litterario do collegio Bom Jesus, de Maceió. Escreveu: - Liberdade de ensino-, conferencia feita na noite de 6 de agosto de 1882. Maceió, 1882, 8 pags. in-fol. de duas columnas. - A descoberta da America: conferencia, etc. Maceió, 1883. - A descoberta do Brazil: conferencia, etc. Maceió, 1883. - Proposições da lingua portugueza. ( Orações ) Maceió.... - Manoel Barboza de Araújo- Filho de José Vicente de Araújo, nasceu na cidade da Estancia, em Sergipe, no anno de 1832, e falleceu em Pernambuco a 21 de setembro de 1894, bacharel em direito pela faculdade do Recife. Nesta cidade dirigiu um collegio de educação e antes de estudar direito tinha sido professor em sua patria. Escreveu: - Elementos de grammatica da lingua latina. Recife... Manoel de Barros Barreto - Filho do com- mendador Ignacio de Barros Barreto e dona Anna Maria Cavalcanti de Albuquerque Barreto, e irmão do conselheiro Francisco do Rego Barros Barreto e do Dr. Ignacio de Barros Barreto, mencionados neste livro, nasceu em Pernambuco e ahi falleceu. Engenheiro pela escola de « arts et manufactures » de Paris, serviu em sua província vários cargos e escreveu: -Memória sobre o melhoramento do porto de Pernambuco. Recife, 1865, 30 pags. in-8° - Seguem a este trabalho : - Projecto da doca do porto de Pernambuco. Recife, 1865. - Planta da cidade do Recife. Recife, 1865 - Ha trabalhos em cargos que exerceu, como o - Relatorio da estrada de ferro do Recife a S. Francisco na pro- víncia de Pernambuco. Rio de Janeiro, 1875, in-fol. Manoel Benicio F*ontenelli - Filho de Felippe Benicio Fontenellie dona Anna Alves Fontenelli, nasceu na cidade do Brejo, no Maranhão, a 25de dezembro de 1828 e falleceu a 6 de julho de 1895 na cidade de S. José d'Alem Parahyba, em Minas Geraes. Começou seus estudos no seminário deS. Luiz e dahi, com a intenção de estudar lambem direito, passou-se para o seminário de Olinda ; mas não se conformando « sua humildade perante Deus com a exageração da doutrina Catholica da infallibilidade do papa », deixou este seminário, MA 35 dedicando-se sómente á faculdade de direito, onde recebeu o grau de bacharel em 1849. Nunca pretendeu logares da magistratura ; repre- sentou sua provincia natal na camara dos deputados; foi sómente advogado, um distincto e honesto advogado e também poeta. Escreveu: - Satanopolis: poema. Rio de Janeiro, 1877, 322 pags. in-8°. - O porvir: poema. Rio de Janeiro, 1877, in-8°. - Scenas de sangue: poemeto a propositodo assassinato e suicidio dados na praça do mercado de Nitheroy a 31 de outubro. Rio de Janeiro, 1884, in-8n peq. - Com Ricardo Barboza: - Recreios poéticos. Rio de Janeiro, 1855. in-4° - O dia do Supremo Juizo. O consummatum est : odes- não sei onde foram publicadas; sei, porém, que com ellas o autor revela seus sentimentos religiosos e patenteia a verdade, a santidade, a bel- leza, a efflcacia, a utilidade do christianismo e esses grandes principios de ordem que, como ensina a religião, constituem para o homem a ver- dadeira necessidade de seu espirito, a unica esperança de sua vida mundana. Fontenelli deixou inéditos: - O poema da tarde. - Boa noite: poema. - Promethêo: poema. - Lido: poema dramatico. - Carmes: collecção de poesias - Occupava-se, finalmente, quando falleceu, com a traducção da Iliada e de outras obras de Horacio e de Lamartine. Manoel Barnabé Monteiro Baéna - Filho do tenente-coronel Antonio Ladislau Monteiro Baéna, nasceu na cidade de Belém, capital do Pará, e ahi, depois de alguns estudos de humanidades, dedicou-se ao funccionalismo publico, aposentando-se, depois da procla- mação da Republica, no logar de director geral da secretaria do go- verno. E' socio do Instituto historico e geographico brazileiro e escreveu: - índice alphabetica da legislação provincial do Pará de 1854 até 1880, comprehendendo os actos e decisões do governo da provincia até 1879 inclusive. Pará, 1880. - Índice alph ibetico da legislação da provincia do Pará de 1880 a 14 de novembro de 1889. Bolem, 1896. - índice alphabetico da legislação do estado do Pará desde 15 de novembro de 1889 até 1893. Pará, 1894. - Informações sobre as comarcas da provincia do Pará, organisadas em virtude de aviso-circular do Ministério da Justiça de 20 de se- tembro de 1883. Pará, 1885. 36 31^ - Relalorio apresentado ao governador do estado do Pará pelo secretario, etc. Belém, 1896 - Este relatorio serviu de base á men- sagem que o mesmo governador dirigiu ao Congresso estadual. - ReDção dos governadores, dos capitães-generaes e juntas governativas de 1804 a 1824, inclusive a junta revolucionaria republi- cana de 30 de abril deste anno - Inédita. - Rcltção dos presidentes do Pará de 1824 até 1889 - Inédita. - Relação dos governadores do Pará no domínio da Republica - Inédita. Manoel Uazilio Furtado - Natural de Minas Geraes, doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro e auxiliar do Museu do Rio de Janeiro. Escreveu: - These apresentada e sustentada perante a faculdade de medicina do Rio de Janeiro para obter o grau de doutor em medicina. Rio de Janeiro, 1857, in-4° - Não pude ainda vel-a. - Itinerário da freguezia do Senhor Bom Jesus de Itabapoana á gruta das Minas do Castello, na província do Espirito Santo. Manoel Bernardos Pereira da Veiga, Barão de Jacutinga, filho do Io cirurgião da armada Felix Bernardes Pereira da Veiga e dona Izabel Joaquina Rosa, nasceu no Rio de Janeiro a 25 de dezembro de 1766 e falleceu a 13 de dezembro de 1837, bacharel em philosophia e doutor em medicina pela universidade de Coimbra, me- dico da real camara e physico-mór da casa da rainha d. Maria Ia, do conselho do rei d. João VI, e commendador da ordem de Christo. Foi encarregado e desempenhou varias commissões e escreveu varias - Memórias sobre a organisação de hospitaes, sobre os progressos da agricultura, etc.-'das quaes não posso por agora dar noticia. Manoel Bernardino Bolívar - Filho de Manoel Bernardino dos Santos e dona Maria Joaquina do Sacramento, nasceu na cidade da Cachoeira, província da Bahia, em 1829 e falleceu a 14 de junho de 1895. Doutor em medicina pela faculdade desta província, serviu no corpo de saude do exercito desde 30 de janeiro de 1855 até o começo da guerra do Paraguay, pedindo e obtendo sua reforma no posto de segundo cirurgião. Escreveu: - Discursos no solemne acto do encerramento do curso de ana- tomia geral e descriptiva, recitados e dedicados ao professor da respe- ctiva cadeira por Francisco Rodrigues da Silva e Manoel Bernardino Bolívar. Bahia, 1850, 9 pags. in-4°. MA 37 - A lei da prancha e da chibata perante a medicina, these apre- sentada á faculdade de medicina da Bahia,*1853, in-49. - Homenagem necrologica em o dia 24 de setembro de 1859, an- niversario do lamentável passamento do Sr. D. Pedro I, fundador do Império do Brazil, por occasião da missa fúnebre que na egreja de S. Francisco mandou solemnemente celebrar pela memória do mesmo augusto senhor a sociedade Vinte e Quatro de setembro. Bahia, 1859, 23 pags. in-4° - Publicou muitas poesias em revistas, como: - A tristeza delia ; O trahido ; Canto ao Dous de Julho; A pureza delia; O ramilhete - Nos Cantos Brazileiros, Bahia, 1850, pags. 64 a 67, 89 a 94, 132 a 137, 264 e 274 a 276 - A cruz, a coruja e a sepultura - No Almanak do Dr. Cesar Marques, tomo 2°, 1862, pags. 62 a 67. Manoel Bonifácio da Costa - Filho de Victorio José da Costa, nasceu na capital da Bahia a 7 de outubro de 1848 e é doutor em medicina pela faculdade dessa capital. Habilitado peio con- selho de instrucção publica, leccionou philosophia e rhetorica durante o curso medico, depois de doutorado, leccionou como professor livre na faculdade de medicina anatomia e operações dentarias,duas matérias da secção cirúrgica a que sempre se dedicou. Mais tarde, abandonando o magistério, tornou-se especialista de odontologia, moléstias da boca, garganta e ouvidos e offereceu-se àquella faculdade para ahi montar, a expensass uas, um modesto gabinete de odontologia, onde désse um curso gratuito dessa especialidade, sendo finalmente convidado e passando a reger a cadeira de clinica odontologica, creada nas faculdades me- dicas da Republica em 1890. Escreveu: - Considerações etiologicas sobre a febre amarella ; Do chloral e do chloroformio nos seus effeitos therapeuticos ; Composição chimica do ar atmospherico; Da operação^cesariana: these, etc. para obter o grau de doutorem medicina. Bahia, 1879, 87 pags. in-4° gr. - Estudo da dentição, seu desenvolvimento em relação âs diversas idades. Bahia; 1887. - Unido dentaria', revista especial de cirurgia, prothese dentaria e moléstias da boca. Bahia, 1883. - Da belladona e hydrolato de louro-cereja nas affecções do la- rynge: trabalho apresentado e lido no congresso de medicina e cirurgia da Bahia. Manoel Borg-es Pereii-ade <Jéa- Natural da Bahia, vivia no século 17°. Era reconhecido e reputado corno muito douto em 38 MA historia, quer sagrada, [quer profana. Cultivou também a poesia e escreveu: - Exposição do Anjo do Apocalypse - Inédita, na bibliotheca real de Lisboa. O que mais constitue o mérito desta obra é achar-se ella comprehendida no 4o tomo do Summario da bibliotheca luzitana de Bento Farinha, tomo que comprehende apenas as obras selectas. Nella procura o autor demonstrar que o verdadeiro encoberto é el-rei D. João V. Manoel Botelho de Oliveira - Filho do capitão de infantaria Antonio Alvares de Oliveira, nasceu na Bahia em 1636 e falleceu a 5 de janeiro de 1711. Era fidalgo da casa real, formado em jurisprudência na universidade de Coimbra, sendo contemporâneo do celebre Gregorio de Mattos, e capitão-mór de ordenanças. Dedicou-se á advocacia, adquirindo nessa profissão uma bella nomeada e foi ve- reador da camara. Distincto litterato e poeta, notável talento, co- nhecia varias linguas e escreveu: - Musica do Parnaso, dividida em quatro córos de rimas, por- tuguezas, castelhanas, italianas e latinas com seu descante comico, reduzido em duas comedias. Lisboa, 1705, 352 pags. in-8° - Nessa grande collecção de poesias ha muitas descripções de cousas do paiz, e particularmente da Bahia, algumas lindissimas, sendo por isso consi- derado por Fernandes Pinheiro o patriarcha da poesia brazileira. De- mais, seus versos] não se resentem tanto do gongorismo dominante nos poetas da época; são em linguagem pura, classica, harmoniosa. As duas comedias que se acham neste livro são : - Hay amigo para amigo - e - Amor, enganos e zelos - Ha algumas composições suas em col- lecções, como: - Sobre os males originados pelo ouro : canção - no Mosaico poético de Emilio Adet e J. Norberto, pags. 17 e 18. A esta seguem-se outras composições de Botelho de Oliveira, sendo a ultima a ode : - A ilha de Maré - também publicada na Revista do Instituto historico e geographico da Bahia, tomo Io, 1894, pags. 139 a 147. Manoel Braz Martins Moscoso - Natural da Bahia e nascido nos últimos annos do século 18°, foi proprietário e morador na ilha de Itaparica, deu-se ao cultivo das lettras e escreveu: - A pesei das baleias na ilha de Itaparica, 1845 - Este interes- sante trabalho, em que se dá noticia do modo por que se faz a pesca MA 39 da baleia e dos grandes perigos, a que se expõem os pescadores deste cetáceo, foi publicado no Mosaico, periodico da sociedade Instru- ctiva da Bahia, volume 2°, pags. 203 e 243. Manoel Bnarque de Macedo - Filho de Manoel Buarque de Macedo Lima e dona Lourença Buarque de Macedo Lima, nasceu na cidade do Recife a 1 de março de 1837 e falleceu a 29 de agosto de 1881 em S. João d'El-rei, Minas Geraes, quando como ministro da agricultura ia com o Imperador assistir á inauguração da estrada de ferro do Oeste nesta provi ncia, sendo acommettido de uma congestão pulmonar, consecutiva a um resfriamento que teve na ves- pera da viagem. Era bacharel em mathematicas pela escola central e doutor em sciencias jurídicas e administrativas pela universidade de Bruxellas, do conselho de sua magestade o Imperador, membro e vice-presidente do Instituto polytechnico brazileiro, membro do Instituto dos engenheiros civis de Londres, commendador da ordem da Rosa, da ordem franceza da Legião de honra, da ordem romana de S. Mauricio eS. Lazaro e da ordem portugueza da Conceição de Villa Viçosa, e deputado por sua província. Serviu após sua formatura como addido de Ia classe à legação imperial da França ; foi engenheiro ajudante da estrada de ferro D. Pedro II; engenheiro fiscal da do Recife ã S. Francisco, de 1860 a 1873 e desta data em diante, chefe da directoria das obras publicas da respectiva secretaria de estado. O Im- perador assistiu seus últimos momentos, e, tomado de justo pezar, dis- pensou todos os festejos que estavam preparados e recolheu-se ao pa- lacio onde estava hospedado, sem receber nesse dia nem as pessoas que iam comprimental-o. Macedo escreveu: - Relatorio da commissão nomeada para examinar os trabalhos e serviços dos esgotos da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1875, 20 pags. in-8° - Assigam também o Barão de Lavradio, e o enge- nheiro A. P. de Mello Barreto. - Relatorio sobre o abastecimento d'agua ácidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1875, 33 pags. in-8° - Assigna também o Dr. A. de Paula Freitas. - Exposição das obras publicas, em 1875. Rio de Janeiro, 1876. - O império do Brazil na exposição universal de 1876 em Phy- ladelphia. Rio de Janeiro, 1876. - O Ministério da agricultura, cõmmercio e obras publicas e o abastecimento d'agua ã cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1877, 159 pags. in-8°. 40 MA - Auxilio á lavoura: discurso pronunciado na sessão da camara dos deputados em 27 de agosto de 1879. Rio de Janeiro, 1879, in-4°. - Acta da sessão de inauguração da exposição de Pernambuco de 1872 e catalogo dos productos expostos. Pernambuco, 1872, 12 pags. in- 8o e mais 56 pags. do catalogo - Era o Dr. Macedo secretario da commissão. - Relatorio da commissão directora da exposição provincial de Pernambuco de 1872. Pernambuco, 1873, 62 pags. in-81'- Seguem-se tabellas demonstrativas e a proposta para a distribuição dos pré- mios, etc. - Parecer do chefe da directoria das obras publicas sobre as pro- postas apresentadas para a construcção das obras do prolongamento da estrada de ferro de Pernambuco - Na Revista do Instituto polyte- chnico brazileiro, tomo 8o, 1877, pags. 153 a 257. Manoel Caetano <lc Almeida eAlbuquerque - Filho do tenente-coronel Francisco Antonio de Almeida e dona Josephina Francisca de Mello e Albuquerque e pae de Francisco de Paula de Almeida e Albuquerque, commemorado neste livro, nasceu na cidade do Recifeja 11 de novembro de 1753 e falleceu a 11 |de ja- neiro de 1834. Preparado com os estudos possíveis naquella epoca em sua patria, foi capitão do regimento miliciano dos nobres e nomeado successor de seu pae no offlcio de escrivão dos defuntos e ausentes, capellas e resíduos, offlcio que mais tarde passou a ser vitalício. Foi um dos mais exaltados patriotas de 1817, por cujo motivo esteve preso até 1821, sendo destituído do seu offlcio. Cultivou com esmero a poesia e a musica e escreveu: - Poesias: collecção de sonetos, decimas, lyras, odes, epitalamios e um dithyrambo - que o autor tinha prompto para publicar ; mas ficaram inéditos e até se teem perdido. Poucas de taes poesias foram colleccionadas pelo commendador Antonio Joaquim de Mello e fazem parte do Io volume de suas « Biographias de alguns poetas e homens iIlustres de Pernambuco » ( Vêde este autor ). São duas lyras, quatro sonetos, uma anacreôntica e duas decimas. - Dithyrambo em dialogo de Io e 2o tenor ao Marquez de Inham- bupe, escripto em 1788 - 0 commendador Mello possuiu uma copia que perdeu ecita delle alguns versos. Possuiu também copiadas seguintes obras: - Tragédia em verso e sobre o assassínio do administrador do vinculo do Monteiro, Francisco Coelho Valcaçar, escriptaem 1813. 0 autor para não ficar patente o facto que commemora nessa tragédia MA 41 amplia e disfarça a verdade histórica com verosimilhanças poéticas, nomes e local suppostos. - A justiça da ilha dos Lagartos', farça- delia existem varias copias, assim como da Oração universal do christianismo- que o autor escreveu antes de espirar eé a seguinte decima: Dae-me, Deus ! fé, esperança, Caridade e humildade, Nas penas conformidade, Contricção, perseverança, Si tanto meu rogo alcança E na vossa graça existo, O que supplico, além disto E' para os filhos de Adão Graça egual, pois todos são Meus irmãos em Jesus Christo. No catalogo da exposição de geographia sul-americana, realisada pela sociedade de Geographia do Rio de Janeiro em 1889, vejo com o nome de Manoel Caetano de Almeida Albuquerque a seguinte obra que não me parece deste autor: - Breve noticia dos estabelecimentos diamantinos de Serro-Frio, actual estado de suaadministração e melhoramentos de que é suscepti- vel. Rio de Janeiro, 1825, 13 pags. in- foi. Manoel Caetano de Gouveia - Filho de Manoel Caetano de Gouveia e nascido noCaarã em 1824, falleceu a 26 de junho de 1852. Era doutor em mathematicas pela antiga academia militar, Io tenente deengenheiros e cavalleiro da ordem de Christo, tendo estu- dado humanidades no collegio cios nobres, em Portugal, e gosando da estima, quer de seus mestres, quer de seus condiscípulos. Escreveu: - O valo,- d'agua considerada motor: these para doutorado em ma- thematicas. Rio de Janeiro, 1848, VI-27 pags. in-4° - Li que deixara alguns trabalhes inéditos e que redigira: - A Epoca, Ceará (?) 18.. - Nunca vi essa publicação. Manoel Caetano Soares - Nascido em Portugal, falleceu brazileiro na cidade do Recife a 10 de março de 1857, sendo bacharel em direito pela universidade de Coimbra e exercendo a ad- vocacia naquella'cidade. Escreveu: - Repertório jurídico. Pernambuco, 1855, Io volume - Não mo consta que continuasse a publicação deste livro, talvez por causa do subsequente fallecimento do autor. 42 MA Mano©! Caetano Vellozo - Natural da provincia da Parahyba, onde falleceu, era presbytero do habito de S. Pedro, e professor de rhetorica. Escreveu: - Licções de rhetorica recopiladas dos originaes de J. F. Perrarde E. Ponelle, vertidas do francez. Parahyba, 1849. in-8°. Manoel de Campos Silvr* - Brazileiro, não sei si nato ou naturalisado, vivia em fins de 1826 e escreveu: - Descrípção do rio Paraná - Foi publicada na Revista do Instituto historico, tomo 2o, 1840, pags. 306 a 313 e consta de cinco capítulos que são: Descripção do rio - Povoações, rios e pontos mais conhecidos da margem Occidental do dito rio-Povoações rios e pontos mais conhecidos na margem oriental do dito rio. Passos do Paraná na margem oriental para a Occidental - Reflexões sobre a navegação deste rio e o melhor meio de ser occupado pelas forças navaes de S. M. I. para proteger qualquer expedição commercial. Manoel Cândido da Rocha Andrade-Filho de Euzebio Francisco de Andrade e dona Anna Joaquina de Andrade, e pae do dr. Euzebio Francisco de Andrade, mencionado neste livro ; nasceu na capital do Rio Grande do Sul a 11 de março de 1835 e fal- leceu na cidade de Maceió a 15 de outubro de 1895. Agrimensor pela antiga escola central, tendo servido na armada, de que pediu demissão, achando-se no posto de segundo tenente, exerceu muitas e importantes commissões de engenharia no Maranhão, Pará, Amazonas e Alagoas principalmente, onde residiu muitos annos. Era membro do Instituto archeologico e geographico alagoano, fundador do extincto Lyceu de artes e offlcios, etc. Escreveu: - Almanak do estado de Alagoas para o anno de 1896. Maceió, 1895 - Este livro contém, além de muitas informações uteis, uma noticia geographica da antiga provincia, hoje estado de Alagoas. Manoel do Canto e Castro Mascarenhas Valdez - Filho do vice-almirante Francisco José do Canto e Castro Mascarenhas e nascido na cidade do Rio de Janeiro a 18 de abril de 1819; ainda na infancia foi com sua familia para Portugal, onde cursou o collegio dos nobres, e serviu no funccionalismo publico, exercendo o logar de offlcial do Tribunal de contas, etc. Era fidalgo cavalleiro da casa real e escreveu : - Diccionario hespanol português, Lisboa, 1864-1866, 3 vols. in-4°. MAL 43 - Arte orthographica da lingua portugueza, etc., com uma carta do Conselheiro D. José de Lacerda. Lisboa, 1875, 144 pags. in-8°. - Projectos financeiros : serie de artigos publicados no Jornal do Commercio de Lisboa em agosto de 1868. Manoel Cardoso <la Costa Lolbo - Filho de Ignacio Antonio da Costa Lobo e nascido em S. Christovão, Sergipe, a 26 de setembro de 1836, falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 10 de ou- tubro de 1890, doutor em medicina pela faculdade da Bahia, cirurgião- mór de brigada do corpo de saude de exercito, cavalleiro das ordens de S. Bento de Aviz e de Christo, offlcial da ordem da Rosa, condecorado com as medalhas da campanha de Paysandú e da campanha do Pa- raguay, membro honorário da academia nacional de medicina, etc. Havia chegado de Matto-Grosso doente pouco antes de fallecer. Escreveu : - Ha na doutrina allopathica algum systema de medicação que possa apoiar a doutrina homoeopathica ? Será o carnicão nos furunculos e antrazes tecido cellular gangrenado ou, antes, o producto de uma se- creção pseudo-membranosa ? Descripção, acção physiologica e therapeu- tica da belladona. Qual o meio mais profícuo e certo para distinguir uma mancha espermatica de outra que com ella tenha semelhança : these apresentada, etc., para receber o grau de doutor em medicina. Bahia, 1861, 54 pags. in-4° grande. - Da hematocele vaginal e seu tratamento : memória apresentada á Academia imperial de medicina - Nos Annaes brazilienses de medicina, vol. 46°, 1880-1881, pags. 116 e seguintes. - Da electrolise nos estreitamentos da urethra: parecer sobre uma memória do Dr. H. Monat - Idem, vol. 48°, 1882-1883, pags. 175 e seguintes. - Hérnias: parecer sobre os trabalhos doDr. Thyri sobre as hér- nias- Idem, pags. 189 e seguintes. - Quinina em injecções hypodermicas nas febres paludosas : parecer sobre a memória do Dr. Aureliano Garcia sobre o bromhydrato de quinina - Idem, pags. 354 e segs. Ainda nesta revista ha trabalhos seus, como: - Historia da medicina. Progressos da medicina hespanhola no sé- culo XVI - No mesmo volume. Manoel Carigé Baraúna, Io-Natural da Bahia e parente do immortal frei Bastos, commemorado neste livro ( veja-se 44 frei Francisco Xavier de Santa Rita Bastos Baraúna), nasceu no ultimo quartel de século 18° e falleceu pelo meiado do seguinte. Foi agricultor na cidade de Nazareth, de sua província natal, offlcial da guarda nacional e desvelado cultor da poesia. Não fez collecção de suas com- posições ; publicou apenas : - A noite do Castello : poema. Bahia, 18.. -Nunca pude vel-o. - O atheu : ode - No Crepúsculo, periodico instructivo e moral da sociedade Instituto littorario da Bahia, tomo Io, pag. 82. - As delicias de um pae - Idem, tomo 2o, pag. 27. - Sapho : cantata - Idem, no mesmo tomo, pag. 103. Me consta que publicou um drama e outros trabalhos. Manoel Carigé Baraúna, 2° - Filho do precedente o tio de dona Maria Augusta daSilva Guimarães,de que adiante tratarei, nasceu na capital da Bahia pelo anno de 1823 e, sendo doutor em me- dicina pela faculdade dessa cidade, falleceu poucos annos depois de formado, aspirando os vapores de um café envenenado que examinava na cidade de Nazareth, da então província de seu nascimento. Foi distincto cultor das lettras amenas, mas não chegou a colleccionar seus escriptos. Consta-me que tratava disso para dal-os á publicidade quando o surprehendeu a morte. São de sua penna : - Considerações sobre a prenhez extra-uterina : these apresentada e publicamente sustentada perante a faculdade de medicina da Bahia a 26 de novembro de 1845. Bahia, 1845, in-4° gr. - De seus trabalhos publicados em revistas citarei: - Parto prematuro artificial - No Crepúsculo, tomo 2°, 1846, pags. 113 a 115. - Breve noticia sobre a vida de Nazareth - Na Revista Americana, Bahia, tomo Io, 1848, pags. 420 e seguintes. - Eugenia: novella bahiana - No Crepúsculo, tomo 3o, 1846, pags. 10 e 28. - Julia: novella bahiana - Na mesma revista e no mesmo tomo, pags. 47, 60 e 75. - Habitação do campo. A piassaveira. A esperança. A velhice. Im- piedade - Idem-, tomo 1°, pag. 13, e tomo 2o, pags. 17, 37, 53 e 100. São trabalhos em prosa. - O mal-me-quer. Gratidão filial. A saudade. O suicídio. A sole- dade (improviso). A innocencia (aLelia). O inverno. Saudado e homenagem á memória do brazileiro honrado, o eximio patriota, o pro- fundo litterato A. C. R, de Audrada Machado e Silva. O desterrado. 31A 45 Patria : poesias - Idem, tomo Io, pags. 11, 131 e 178 ; tomo 2o, pags. 40, 122, 134, 147 e 170; tomo 3o, pags. 19 e 56. - Amor, desprezo e desengano. Meu amor. A mulher. A volúvel: poesias - No Athenêo, Bahia, 1849, pags. 28, 69, 191 e 192. Manoel Carneiro de Almeida Albuquerque - Filho do senador Francisco de Paula de Almeida Albuquerque e nascido em Pernambuco, apenas o conheço pelo seguinte trabalho seu, que depois de sua morte foi publicado por seu pae: - Esboço historico politico das principaes divisões da Europa, ex- traindo por F. de P. de A. A. sobre os primeiros apontamentos de seu filho Mauoel Carneiro de Almeida e Albuquerque. Barid, 1854, XI-262 pags. in-8°. Manoel Carneiro de Campos - Natural da Bahia. Nada mais pude saber a seu respeito sinão que escreveu, ha mais de cincoenta.annos : - Plano sobre o meio de restabelecer o credito do papel em cir- culação e facilitar ao Governo o pagamento da divida ao Banco, offere- cido á Assembléa geral legislativa. Rio de Janeiro, 1831 - Não o vi im- presso; mas o original de 27 fls. ou 54 pags. in-fol., pertencente a dona Joanna T. de Carvalho, esteve na exposição de historia do Brazil de 1880. Manoel Cítrueivo da Iloclia -Filho do major Ni- colau Carneiro da Rocha e dona Anna Soares Carneiro da Rocha, nasceu na cidade da Bahia a 25 de março de 1833 e falleceu no Rio de Janeiro a 10 de julho de 1894, vice-almirante reformado da armada, ciliciai da ordem da Rcsa, cavalleiro da do Cruzeiro e da de S. Bento de Aviz, condecorado com as medalhas da esquadra em operações no Rio da Prata em 1852, da campanha do Paraguay, de Mérito, etc. Foi um dos fundadores, a 23 de fevereiro de 1881, do directorio militar composto de ofílciaes damarinha e do exercito com o fim de se unirem, tanto na côrte como nas províncias, para elegerem deputados que possam no parlamento oppor-se a medidas que iam sendo abraçadas com tendencia a anniquilar as duas classes. Escreveu : - Arsenaes de marinha do Brazil. Rio de Janeiro, 1881 -Neste livro, com o estudo dos arsenaes do Império, se apontam seus defeitos, alguns dos quaes pelo deputado José Ferreira Cantão, referindo-se com elogio ao mesmo livro, foram trazidos á discussão no parlamento nacional, discutindo-se o orçamento da marinha em sessão de 21 de 46 MA abril de 1882- Teve segunda edição na Bahia, 1882, feita pelos em- pregados do arsenal de marinha desta cidade, e também no periodico O Cruzeiro. - Projecto de regulamento geral para o serviço de praticagem dos portos e rios navegáveis do Império, apresentado ao Conselho Naval pelo membro eífectivo, etc. - Não o vi impresso. Manoel de Carvalho Paes de Andrade, Io - Filho de Manoel de Carvalho Paes de Andrade e dona Catharina Eugenia Ferreira Maciel Gouvin, nasceu em Pernambuco, entre os annos de 1774 e 1778, a 21 de dezembro, e falleceu no Rio de Janeiro a 18 de junho de 1855, sendo senador pela provincia da Parahyba e coronel de legião da guarda nacional. Foi o presidente do novo conselho, eleito pelo povo pernambucano depois que a junta do Governo retirou-se do poder em dezembro de 1823, persistindo na presidência ainda depois da nomeação imperial de Francisco Paes Barreto, e foi quem nesse cargo, a 2 de julho de 1824, proclamou a Confederação do Equador. Noticia completa de sua vida encontra-se no Diccionario de pernam- bucanos celebres de F. A. Pereira da Costa. Escreveu : - Analyse do projecto do governo para as provincias confederadas eque as deve reger em nome da soberania nacional das mesmas pro- vincias. Rio de Janeiro, 1824,8 pags. in-fol.-Parece-me que ha delle um - Projecto de Constituição para as provincias confederadas. Manoel <le Carvalho Paes do Andrade, 2n- Neto do precedente e filho de João de Carvalho Paes de Andrade, nasceu em Pernambuco e ahi falleceu muito moço, a 1 de novembro de 1867, sendo escrivão do juizo do commercio do Recife. Foi habil poeta e escreveu: - Flores singelas: primeiros cantos. Pernambuco, 1861, XXX- 174 pags. in-8°-Precede o livro um juizo critico pelo dr. Antonio Rangel Torres Bandeira, e outro pelo dr. Manoel Pereira de Moraes Pinheiro. Vejo annunciado deste autor: - Flores pallidas: segundos cantos. Pernambuco, 1865, in-8°- No fim do volume se encontra um juizo critico de Tobias Barreto. Manoel Carvallio Pereira <le Sá- Natural do Rio de Janeiro, nascido no primeiro quartel do século actual e lia muitos annos fallecido, exerceu a homoeopathia, foi á Europa, demo- rando-se mais em Londres, de onde regressou á patria graduado doutor em medicina. Era membro do real Collegio de medicina dessa cidade, MA 47 da sociedade Auxiliadora da industria nacional do Rio de Janeiro, e escreveu: - Memória sobre a prenhez e considerações geraes sobre a mulher pejada e o recem-nascido. Rio de Janeiro, 1854, 56 pags. in-8°. - Considerações sobre o cholera-morbus, oíferecidas ao Illm. Sr. dr. José Pereira Rego. Rio de Janeiro, 1855, 60 pags. in-8a peq. Manoel Cavalcante Ferreira <le Mello - Filho de Manoel Cavalcanti Ferreira de Mello e dona Maria Josepha de Cavalcanti Mello, nasceu na comarca de Guarabira, do actual estado da Parahyba, a 5 de fevereiro de 1861 e é bacharel em direito pela faculdade do Recife. Antes de sua formatura exerceu em sua província o cargo de promotor publico, e depois os de juiz municipal, secretario do governo, chefe de policia e lente de mathematica e algebra do lyceu parahybano. Em 1890, nomeado juiz de direito desse estado, foi aproveitado na organisação judiciaria do estado do Rio de Janeiro, cabendo-lhe por nomeação a comarca de Mangaratiba ; mas, dissolvida pósteriormente a magistratura, de que fazia parte, foi posto em disponi- bilidade e em seguida aposentado pelo decreto de 25 de julho de 1895, passando a ser advogado e jornalista na capital federal. Escreveu: - Galanteios de um baile. Contos litterarios. Recife, 1880, in-8°. - Discursos proferidos pelo orador do Instituto Litterario Olin- dense, publicado pelos collegas de anno. Recife, 1880, 60 pags. in-4°. - Reforma dos generaes ou inconstitucionalidade do decreto de 7 de abril de 1892. Rio de Janeiro, 1892, in-8°. - Justiça federal. Commentario acompanhado do formurlario á lei n. 221, de 20 de setembro de 1894. Rio de Janeiro, 1895, in-8°. - Lesões de direitos individuaes. Acções de nullidade no direito seccional. Rio de Janeiro, 1895, 55 pags. in-8° - São allegações íinaes na acção de nullidade proposta no juizo seccional contra a União Federal em favor do capitão de fragata Lima Barros, capitão-tenente Sidney Schiefler e outros - Como jornalista collaborou na Gazeta da Parahyba e redigiu: - O Liberal Parahybano: Parahyba... - Estado da Parahyba. Parahyba, 1889... - Cidade do Rio ( secção jurídica ). Rio de Janeiro, 1891. - Rio de Janeiro (jornal de feição monarchista). Rio de Janeiro, 1895. Deste ultimo foi redactor e proprietário. Manoel Clementino Carneiro da Cunha - Natural da antiga província da Parahyba e nascido pelo anno de 1825, 48 MA sendo bacharel em direito pela faculdade de Olinda, exerceu cargos de magistratura, aposentando-se no de juiz de direito ; administrou a pro- víncia do Amazonas e a de Pernambuco, por onde foi eleito deputado á assembléa geral e falleceu a 5 de fevereiro de 1890, Além de - Relatórios - nos cargos de administração e outros trabalhos de que não posso agora dar noticia, escreveu: - Reflexões sobre o fundamento da divisão do poder legislativo em duas camaras - Foram publicadas, quando o autor cursava a facul- dade de direito, no Polimttico, periodico do Instituto litterario olin- dense, 1846, vol. 1°, ns. 1 e 2, abrangendo nove columnas in-fol. Manoel Clementino <le Oliveira Escorei- Filho de José Bernardes de Oliveira e nascido em Pernambuco a 11 de novembro de 1875, sendo doutor em direito pela faculdade do Recife, e professor na mesma faculdade, d'ahi se passou para a de S. Paulo, onde é um dos mais distinctos lentes. Escreveu: - Codigo pentl brasileiro, contendo leis, decretos, decisões dos tribunaes, avisos do governo, calculo das penas, figurados todos os casos e um indice alphabetico. 2a -edição. S. 'Paulo, 1893, XXVIII-287 pags. in-4° - Redigiu ainda estudante, com seu collega Henrique Capitulino Pereira de Mello ( veja-se este nome ): - O Ensaio: periodico scientifico e litterario. Recife, 1875-1876, in-4° - e escreveu a - Carta-prefacio do opusculo « O fuzilado de 1824, Fr. Joaquim do Amor Divino Caneca, do mesmo seu collega ». Manoel Coellxo <le Almeida - Filho de Custodio José Coelho de Almeida e natural do Rio de Janeiro, é bacharel em direito, formado em 1865 pela faculdade de S. Paulo e deu-se ã advo- cacia. Escreveu: - O homem e a vida - E' um trahalho philosophico, em cstylo attrahente, romântico, em vários capitulos. Foi publicado em sete nu- meros da revista a Lux. Manoel Coellio Cintra- Natural de Pernambuco e of- ficial da marinha brazileira, foi reformado muito meço no posto de segundo-tenente e ainda vivia em 1860. Escreveu: - Arte de navegar ou taboas de longitude para corrigir os efleitos da paralaxe e refraeção nas distancias observadas entre o sol e a lua por Isaac C. Hearte. Traduzido do inglez em linguagem vulgar, etc. Rio de Janeiro, 1836, 39 pags. in-4°- Foi um dos redactores do ATA. 49 - A Carr.tnca : periodico moral-satyrico-comico. Recife, 1845-1847, in-4°. Manoel Coei lio da Roelm - Natural do Rio Grande do Sul, é todo dedicado á litteratura. Não obtive resposta de uma cir- cular que lhe dirigi, pedindo apontamentos para esta noticia- o que, ha annos já não fazia, para não mais ferira modéstia dos escriptores brazileiros. Dou, pois, noticia só dos seus trabalhos que conheço: - As memórias de Judas por F. Petrucelli de la Gattina, vertidas para a lingua portugueza. Rio de Janeiro, 1886, 451 pags. in-8° - Este romance, escripto por um dos chefes do radicalismo italiano, foi publicado em França e na lingua fianceza, porque não foi permittida sua publicação na Italia. - Metaphysica do amor: Esboço sobre as mulheres ; Pensamentos e fragmentos, de Arthur Schopenhaucr. Traducção. Rio de Ja- neiro, 1887, 74 pags. in-8°-Segunda edição, revista e accrescentada com um appendice sobre a pederastia, do mesmo autor. Rio de Janeiro, 1891. - As mentiras convenciona.es da nossa civilisação por Max Nordau, obra traduzida. Rio de Janeiro, 1887, 383 pags. in-8° - Segunda edição, 1889, 492 pags. in-8° com 3 de notas. - Classificação das sciencias poi' Herbert Spencer, traducção. Rio de Janeiro, 1889, 120 pags. in-8°. - Lei e cansa do progresso. A utilidade do anthropomorphismo por Herbert Spencer. Traducção. Rio de Janeiro, 102 pags. in-8°. - Moléstia do secnlo, por Max Nordau, traducção. Rio de Janeiro, 2 vols. in-8°. - Paradoxos de Max Nordau. Traducção. Rio de Janeiro, 1896, 264 pags. in-8°- Houve uma edição anterior. - Paradoxo da egzioldade, por Paulo Lafflte. Traducção. Rio de Janeiro, in-8°. - Comedia do sentimentalismo: romance por Max Nordau. Rio de Janeiro, 183 pags. in-8°. - A capellinha : costumes campestres, por Alphonse Daudet. Tra- ducção. Rio de Janeiro, 1896,408 pags. i n-8o - Foi publicada esta traducção em S. Paulo no mesmo anno. - O homem conforme a sciencia. Para onde vamos ? pelo Dr. Luiz Buchner. Traducção. Rio de Janeiro, in-8°. - Fragmentos de philosophia positiva, por E. Littré. Lógica de A. Bain. Traducção. Rio de Janeiro, in-8°. 50 MA - Vade-mecum dos guarda-livros e negociantes, contendo um tratado de escripturação mercantil por systema moderno e do simples comprehensão; arithmetica commercial com modelos e cálculos sim- plificados; tabel las de câmbios e divisores fixos, etc. Contém também uma parte pratica com informações de uso diário na vida commercial. Obra compilada por M. C. da Rocha. Rio de Janeiro, 1894, in-8°. - Manual pratico de correspondência franceza e portugueza, con- tendo o modelo de correspondência sobre os mais variados assumptos commerciaes, circulares, pedidos de mercadoria e de dinheiro, avisos de remessa, etc. Rio de Janeiro. - Deve e haver: romance de Gustavo Freytag, traduzido da allemão. Rio de Janeiro, 1899, 3 vols. in-8n - E' um romance de costumes bur- guezes, cuja acção se passa na esphera commercial dos principaes per- sonagens. JMLanoel <Doi*nelio Moreira-Fillio de Joaquim Antonio Moreira, nasceu no Rio de Janeiro a 14 de fevereiro de 1853 e aqui falleceu a 26 de dezembro de 1888. Foi empregado na contadoria da marinha e escreveu: - A Craz do Picú: romance- Nos Ensaios litterarios, collecção de trabalhos da sociedade deste titulo. Rio de Janeiro, 1877, pags. 9 a 31. No jornal Tiradentes, que se publicava annualmente em commemoração do martyr mineiro, encontram-se trabalhos seus. Manoel Correia Garcia- Filho do negociante por- tuguez Manoel Correia Garcia e dona Leonor Joaquina Garcia e nascido na Bahia no anno de 1816, falleceu na mesma cidade a 24 de fevereiro de 1890, sendo doutor etn philosophia pela universidade de Tubin- guen, do reino de Wurtemberg, advogado na dita cidade, professor emerito da escola normal e commendador da ordem portugueza da Conceição da Vil la Viçosa por serviços gratuitos prestados como advo- gado á real sociedade portugueza Dezeseis de Setembro. Preparado com todos os estudos de humanidades e varias linguas, querendo o governo provincial estabelecer uma escola normal, foi escolhido, depois do re- spectivo concurso, para ir á Europa estudar os methodos de estabele- cimentos dessa ordem, sendo em sua volta um dos fundadores do da Bahia, onde foi lente por espaço de 21 annos. Representou a provincia emsuaassembléa nos biennios de 1870-1871 e 1876-1877; foi um dos socios fundadores do antigo Instituto historico da Bahia e eleito seu secre- MÁ 51 tarioa 3 de maio de 1856, e também socio instituidor da sociedade Phi- losophica. Escreveu: - Ideias de um monarchista constitucional. Bahia, 1851, 185 pags. in-4°- E' um trabalho de direito publico constitucional, em que o autor apresenta os males das revoluções tramadas pela impaciência dos que querem tudo atropellar para obter-se a maior somma de liberdade, e busca provar que o melhor governo é o monarchico constitucional re- presentativo. - A pena de morte : memória lida na sociedade Philosophiea da Bahia em sessão publica de agosto de 1842, quando ahi se discutia a these: « A socielade tem o direito de punir ?E'-lhe dado esse direito até o de servir-se da pena de morte, ou ella deve usar daquelles aconselhados por Mr. Lucas o outros philantropos ? » Bahia, 1864, 27 pags. in-8'- Foi antes publicada no periodico Commercio, da Bahia, de 28 de setembro de 1842 e agora publicada em opusculo « por ver ( diz o autor ) em 1863 no Diário da Bahia alguém annunciar-se como o primeiro que se oppuzera â pena de morte no Brazil ». Deste assumpto occupou-se ello em sua these inaugural para obter o grau de doutor em philosophia, sobre a - Philosophia do direito criminal- escripta em latim e que nunca pude ler, mas sei que ahi occupa-se da^pena de morte sob o ponto do vista inhumano, anti-christão, que não corrige, antes corrompe a socie- dade, decidindo-se pelas prisões penitenciarias. O dr. Corrêa Garcia collaborou desde 1842 até seu lallecimentopara varias folhas e revistas da Bahia ; redigiu o - Correio Mercantil: jornal político, commercial e litterario. Bahia, 1846 a 1849. in-fol.- Este jornal começou em 1838. Foi também chefe dos redactores do - Periodico do Instituto historico da Bahia. Bahia, 1863-1864, in-4°- O Io numero sahiu á luz a 1 de outubro daquelle anno, e ahi pu- blicou o dr. Garcia: - Discurso necrologico em honra do dr. Agrário de Souza Me- nezes- No numero 4, de pags. 51 a 60: - Memória sobre os germens de civilisação que deixaram os je* suitas no Brazil e especialmente na Bahia- No n. 6. Ha mais trabalhos seus que foram presentes ao mesmo Instituto, como: - A guerra da imlependencia, da Bahia- A primeira, parte foi lida, mas nunca publicada. Consta-me q te o autor preparava a segunda parte para imprimir toda a obra. - Discurso biographico recita lo na solemne ses ão ( do Instituto historico da Bahia ) em commemoração do sabio e virtuoso varão, o AI A 52 Exmo. e Revmo. Sr. Marquez de Santa Cruz, etc. - No livro « Dis- cursos biographicos recitados na sessão magna de 2 de abril de 1863 em commemoração do Exmo. e Revmo. Sr. D. Romualdo Antonio de Seixas, etc. Bahia, 1863, de pags. 5 a 36. Manoel Corrêa cie Lima- Natural da província da Parahyba, ahi falleceu a 16 de novembro de 1863. Bacharel em scien- cias sociaes e jurídicas pela faculdade de Olinda, seguiu a carreira da magistratura, sendo juiz de direito no Maranhão. Escreveu: - Provimentos proferidos em correição pelo juiz de direito da co- marca do Brejo no anno de 1860; mandados imprimir por R. Alves de Carvalho. Maranhão ( som data ), 59 pags. in-4°. MAnoel da Costa - Nascido em Abrantes, Portugal, pelo anno de 1775, veiu para o Rio de Janeiro em 1811, aqui adheriu á in- dependência e aqui falleceu cidadão brasileiro a 31 de agosto de 1823. Era pintor e architecto e escreveu: - Descripção das allegorias pintadas no tecto do real paço de Queluz, novamente reformado por Ordem do general em chefe do exer- cito francez na occasião em que esperava em Portugal o seu Impe- rador. Lisboa, 1808, 17 pags. in-4°. - Programma allegorico do quadro que vou expôr no tecto da sala de S. M. o nosso magnanimo Imperador, D. Pedro de Alcantara, defensor perpetuo deste grande império do Brasil, no paço desta ci- dade imperial do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1822, 2 fls. in-folio. Mitiioel dn Costa Honorato -■ Filho de Antonio Francisco Honorato e dona Rosa Eugenia Benedicto Franco, nasceu na cidade do Recife, capital de Pernambnco, a 1 de janeiro de 1838 e fal- leceu no Rio de Janeiro a 7 de agosto de 1891, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade daquella cidades conego honorário da cathedral e vigário da freguezia da Gloria desta cidade, protonotario ad instar participintium, prelado domestico de sua santidade, capellão capitão honorário do exercito, commendador da ordem de Christo de Por- tugal e da ordem do Santo Sepulchro, condecorado com a medalha da campanha do Paraguay, socio do Instituto historico e geographico brasi- leiro, do Instituto historico de Pernambuco, do de Alagoas, do de Goyana, etc. Desprotegido da fortuna, leccionava particularmente preparatórios, já em collegios, já em casas particulares, emquanto cursava as aulas da faculdade de direito, onde formou-se em 1863, e as do seminário epis- copal, recebendo ordens do presbyterato em 1864. Offererendo-se para MA 53 servir na campanha do Paraguay em princípios de 1865, e voltando ao Brasil, doente, ao cabo de dous annos, serviu no asylo dos inválidos da patria e depois na guarnição da côrte. Achava-se nesse serviço quando, em 1874, foi nomeado vigário da freguezia da Candelaria, de onde passou, em 1876, á da Gloria. Generoso e caritativo, deu disto muitas provas como na prestação de seus serviços gratuitos no hos- pital fundado em 1873 para tratamento da febre amarella no con- vento de Santo Antonio; no ofterecimento de sua côngrua em 1875 em beneficio da instrucção publica; no que fez em 1876 para leccionar doutrina christã gratuitamente nas escolas publicas da Gloria ; no que fez em 1877 da quantia de cem mil réis para as victimas da secca, abrindo ao mesmo tempo para esse fim uma subscripção que subiu a tres contos de réis, que enviou em varias parcellas ao bispo do Ceará e ao governador do bispado de Olinda. Frequentou, emfim, a tribuna sagrada; ®ra versado nas sciencias ecclesiasticas e em varias linguas. Escreveu: - A coroa seraphict. Pernambuco, 1856, in-8° - E' sua estréa quando contava apenas 18 annos. - Folhinhas catholicas, chronologicas e históricas para os annos de 1859 a 1865. Pernambuco, 7 volumes, 176, 128, 128, XX-246, XLVIII, 202 e 177 pags. in-16°. - Synopse de eloquência e poética nacional. Pernambuco, 1861, 128 pags. in-8* - Nova edição. Rio de Janeiro, 1870, 130 pags. in-8° com um quadro synthetico. Terceira edição addicionada com as noções de critica litteraria, extrahidas de vários autores, etc. Rio de Janeiro, 1876,268 pags. in-8°, e finalmente quarta edição com o titulo: - Compendio de rhetorica e eloquência nacional, consideravel- mente augmentado e adaptado ao programma do Imperial collegio Pedro II. Rio de Janeiro, 1879, in-8° - Foi adoptado para uso deste collegio por aviso de 22 de setembro desse anno. -< Maria Santíssima, a Heroina por excellencia, ou Novo mez ma- riano. Pernambuco, 1861, 128 pags. in-8° - Este livro foi approvado por todo episcopado brasileiro e teve mais tres edições no Rio de Ja- neiro, sendo a segunda de 1871, XVI-304 pags. com uma estampa; a terceira de 1879 e a ultima, consideravelmente correcta e augmentada, de 1890, com 486 pags. in-8J. - Diccionario topographico, estatístico e historico da província de Pernambuco. Recife, 1863, 194 pags. in-8°. - O clero brazileiro ( considerações históricas ). Pernambuco, 1863, in-8°. 54 MA - Nossa Senhora do Bom Conselho: memória histórica. Pernam- buco, 1864, 58 pags. in-16° - Esto livro foi distribuído gratuitamente no dia da missa nova do autor na solemni lade da mesma Senhora. - Defesa dos religiosos capuchinhos. Pernambuco, 1865 - Não posso garantir a veracidade do titulo deste ultimo trabalho e de outros, porque não pude vel-os ; guio-me por uma relação impressa das obras do autor. - Allocuçõo na tribuna sagrada, etc,, no dia 22 de junho de 1865, no aeto da bênção e entrega da bandeira ao 2° corpo de voluntários da patria de Pernambuco, ( Sem rosto e sem data, mas do Recife, 1865. ) 10 pags. in-12°. - Os capeilães do exercito brasileiro. Rio de Janeiro, 1867 - E' um dos escriptos que não pude ver. O Dr. Honorato sobre este as- sumpto escreveu mais: - Ligeiras considerações sobre a repartição ecclesiastica do exer- cito. Rio de Janeiro, 1872, 23 pags. in-4° - Este trabalho, apresentado ao governo o distribuído pelas repartições militares, serviu de base á reforma de 1874 ou ã creação do corpo ecclesiastico do exercito. - O Sr. Bispo de Pernambuco e o general Abreu Lima. Questão de sepultura ecclesiastica. Rio de Janeiro, 1869, in-8". - Descripção topographica da ilha do Bom Jesus e do asylo dos Inválidos da patria. Rio de Janeiro, 1869, 136 pags. in-4° gr. com o desenho do dito asylo - Em appendice a esta obra acham-se a A1 lo- cução já mencionada, de 22 de junho de 1865, e a que foi recitada na occasião em que benzeu a bandeira do Io batalhão de guardas na- cionaes, a 28 de setembro de 1865 - e êm seguida: - Esboço historico e topographico da cidade de Corrientes ( pro- víncia argentina), acompanhado da planta da mesma cidade. Rio de Janeiro, 1869, 45 pags. in-4° gr. - Foi oíTerecido o manuscripto ao Instituto historico. - A C ornara municipal do Recife e a questão dos toques de sino das igrejas. Rio de Janeiro, 1871, in 8o. - Defesa do Sr. Bispo do Rio do Janeiro na questão de suspensão de um padre de sua diccese. Rio de Janeiro, 1872. - O Sr. Bisp) do Rio Grande do Sul e a assembléa da mesma província. Rio de Janeiro, 1873, 75 pags. in-4n - Refere-se ao pedido que fez o bispo a essa assembléa de um auxilio pecuniário para manu- tenção do culto catholico e que foi negado. - O partido catholico. Rio de Janeiro, 1875. - Synopse da grammatica ingleza, extrahida de diversos autores. Rio de Janeiro, 1875, 80 pags. in-8° - Deste livro enviou o autor 500 MA 55 exemplares ao ministro do Império, 500 ás presidências de províncias e 800 ãs escolas publicas e particulares do município neutro. Pare- ce-me que ha uma edição de 1885. - Memória histórica da igreja matriz deN. S. da Candelaria desta corte. Rio de Janeiro, 1876, in-4° - Esta memória foi lida no Instituto historico em 1875 e foi também publicada na respectiva revista, tomo 39, pags. 5 a 96 da parte Ia. - Discurso pronunciado na augusta presença de S. M. o Impe- rador, na solennidade de disbribuição de premiós o collação do grão de bacharel em lettras no collegio de Pedro II a 21 de fevereiro de 1879. Rio de Janeiro, 1879, 11 pags. in-49. - These para o concurso ao logar de substituto da cadeira de rhe- torica, poética e litteratura nacional do Imperial collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1879, 97 pags. in-40 gr.-Occupa-se dos seguintes pontos: Poema epico; Colombo ; Os Tymbiras ; Poesias lyricas; Ber- nardo Guimarães ; Fagundes Varella. - O decreto de 7 de janeiro. Rio do Janeiro, 1890 - Refere-se á separação da igreja do estado. - A religião no exercito. Rio de Janeiro, 1890 - Refere-se á ne- cessidade e utilidade do culto religioso no exercito. Em apontamentos, que conservo, vejo que o Dr. Honorato oíTereceu ao governo imperial, em 1876, 200 exemplares de um: - Tr ttado de hygiene da escola- para serem distribuídos gra- tuitamente. Penso que o autor desse tratado é monsenhor Honorato. No Catalogo, finalmente, da livraria académica da casa Garraux, de S. Paulo, vejo á pag. 159 por M. da C. Honorato: - Honra -e trabalho ou 'Joanninha: livro de leitura corrente, especialmente destinado ás escolas primarias de meninas. Coimbra, in-12°. ZMíLnoel da Cunha de Azeredo Coutinlio Souza Chichorro - Natural do Rio de Janeiro e fallecido a 13 de abril de 1839, era bacharel em direito pela universidade de Coimbra, fidalgo cavalheiro da casa imperial, commendador da ordem de Christo, socio do Instituto historico egeographico brasileiro, etc. Foicc- ronel de cav aliaria miliciana, secretario do governo da capitania de S. Paulo, de onde passou ao cargo de juiz de íóra de Taubaté. Neste exercício, conseguindo o apoio das camaras de Taubaté e de Pinda- monhangaba, representou a D. Pedro I para que assumisse o poder 56 MA absoluto e chegou mesmo a proclamar esse regímen no termo de sua jurisdicção. Escreveu: - InformtçSo sobre os limites da província de S. Paulo com as suas limitrophes, dada ao Marquez de Alegrete, Luiz Telles da Silva, sendo governador e capitão-general da mesma província. S. Paulo, 145 pags. in-8° - Ha uma edição do Rio de Janeiro, 1846, in-8'. - Memória em que se mostra o estado economico, militar e po- lítico da capitania geral de S. Paulo, quando de seu governo tomou posse a 8 de dezembro de 1814 olllm. e Exm. Sr. D. Francisco de Assis Mascarenhas, Conde de Palma, etc. com annotações históricas e addita- mentos, pelos quaes se mostra em esboço o estado da mesma capitania no governo do sobredito Sr. Conde - Na Revista do Instituto tomo 36,1873, pags. 197 a 267 da parte Ia. E' seguida do mappa da nova navegação do rio Mogy-Guassú desde a freguezia do mesmo nome até o arraial de Anicuns, descoberto por João Caetano da Silva no anno de 1817. Mivnoel da Cnnlin Fig-iieiredo - Filho de José Bento da Cunha Figueiredo, Io (Visconde do Bom Conselho) e nascido em Pernambuco em 1836, falleceu na capital do Ceará a 26 de junho de 1872. Depois de ter servido o cargo de amanuense da secretaria da justiça matriculou-se no curso de direito da faculdade de S. Paulo, indo concluil-o na do Recife, onde recebeu o gráo de bacharel. No- meado juiz municipal da capital do Ceará e logo delegado de policia, incorreu no desagrado de certa influencia politica n'um processo por crime de injurias impressas, foi accusado e então escreveu: - O Bacharel Manoel da Cunha Figueiredo, juiz municipal e de orphãos do termo da Fortaleza ao publico. Ceará, 1864, 178 pags. in-4°. Manoel <lit Cimlia, Gfalvão - Nascido na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a 27 de setembro de 1822, falleceu em maio de 1872. Bacharel em lettras pela universidade de Paris, para onde seguira depois de fazer os estudos primários na Bahia, e doutor em mathomaticas pela antiga escola militar do Rio de Janeiro, sendo o primeiro que aqui sustentou these para obter essegráo, serviu no corpo de engenheiros até o posto de capitão e exerceu commissões civis como a de membro da commissão de engenheiros da côrte e a de engenheiro da camara municipal. Deixando o exercito, foi nomeado chefe da directoria das obras publicas e navegação, na creação da se- cretaria de estado dos negocios da agricultura, commercio e obras publicas, para a qual cooperou escrevendo em vários orgãos da im- MA 57 prensa diaria sobre sua necessidade, e administrou a provincia de Sergipe. Era do conselho de Sua Magestade o Imperador, commendador da ordem da Rosa, socio do Instituto Sergipano de agricultura, da So- ciedade auxiliadora da industria nacional e de outras, quer nacionaes, quer estrangeiras, e escreveu: - Dissertação sobre o systema planetário, apresentada á Escola militar do Rio de Janeiro e sustentada perante Sua Magestade o Impe- rador em 6 de abril de 1848. Rio de Janeiro, 1848, 32 pags. in-4° gr. com figuras. - Projecto de organisação de um ministério das obras publicas, apropriado para o Brasil, offerecido a Sua Magestade o Imperador em 1854 e collecção de artigos sustentando a necessidade da creação de se- melhante ministério. Rio de Janeiro, 1858, 172 pags. in-8n. - Apontamentos sobre os trabalhos de salubridade e utilidade pu- blica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1859, 216 pags. in-8° - Es- tuda-se ahi a distribuição das aguas, os serviços de esgoto, limpeza e calçamento da cidade, banhos públicos e muitos outros assumptos de hygiene publica e particular. - Viagem imperial n provincia de Sergipe em janeiro de 1860, mandada publicar peto doutor Manoel da Cunha Galvão, presidente da provincia. Bahia, 1860, 163 pags. in-4°. - Relatorio apresentado ao Governo Imperial pelo director da di- rectoria das'obras publicas e navegação. Rio de Janeiro, 1863, in-4°, com mappa geographico. - Idèas nacionaes de economia política, em que se mostram as diffe- rentes industrias que havia no Brasil, avultando em grande escala a navegação de longo curso, a construcção naval, etc. Rio de Janeiro, 1865, 140 pags. in-8°. - Apontamentos sobre o melhoramento do porto de Pernambuco pelo conselheiro Manoel da Cunha Galvão e proposta para leval-o a effeito pelos Srs. Barão de Mauà, conselheiros Manoel da Cunha Galvão e doutor Joaquim Francisco Alves Branco Muniz Barreto. Rio de Ja- neiro, 1867, 40 pags. in-fol. com um mappa. - Melhoramento do porto de Pernambuco. Rio de Janeiro, 1868, 55 pags. in-fol.- E' assignado pelos mesmos. - Melhoramento dos portos do Brasil. Rio de Janeiro, 1869, 213 pags. in-8". - Apontamentos sobre telegraphos. Rio de Janeiro, 1869, 15pags. in-4°, de 2 columnas. - Noticia sobre as estradas de ferro do Brasil. Rio de Janeiro, 1869, 478 pags. in-8°. 58 MA - Officios sobre a bitola estreita nas estradas de ferro. Rio do Ja- neiro, 1871, 21 pags. in-4°. - Relatorio apresentado pelo conselheiro, etc. sobre os trabalhos de sua commissão a Londres. Rio de Janeiro, 1871, in-4®. - Proposta dos Srs. Barão de Mauá, conselheiro Manoel Galvão e J, F. A. B. Muniz Barreto para o melhoramento do porto de Pernam- buco e estabelecimento das docas. Pernambuco, 1871, in-40. - Parecer da secção de agricultura da Sociedade auxiliadora da industria nacional sobro o projecto e instrucções acerca da aequisição de sementes e plantas. Rio de Janeiro, 1863 -• Assigna-o também A. F. Collin e F. L. C. Burlamaqui. Ha mais dous relatórios, apresentados á assemblóa provincial de Sergipe em 1859 e 1860. Manoel Cvirvello de Mendonça- Filho do Antonio Curvello do Mendonça e dona Barbara Muniz Telles de Menezes, nasceu em Sergipe a 29 de julho de 1870 e é bacharel em direito pela faculdade do Recife, forma lo em 1892. Fixando residência na Capital Federal, foi nomeado chefe de secção da intendência municipal e logo depois, na installação do Instituto commercial, lente de direito mercantil e eco- nomia política, accumulando o cargo de director do mesmo instituto. Nesta capital foi correspondente de algumas folhas de Sergipe e quando estudante collaborou em outras, como o Laranjeirense e o Republicano, de 1888 a 1889. Fez parte da redacção, per essa época, do Brasileiro, e do Incentivo, periódicos de pequeno formato, de Aracajú, e dos se- guintes: - Era Nova: orgão catholico. Recife, 1890-1892. - O Progresso Eductdor: revista de ensino. Rio de Janeiro, 1894. - Revista do Instituto didactico. Rio de Janeiro, 1895-1896 - E' uma revista redigida pelos professores desse instituto. Escreveu: - Sergipe republicano: estudo critico e historico. Rio de Janeiro, 1896, XX-179 pags. in-8° peq. Diz o autor na capa deste livro que tem a publicar: - Estudos históricos elitterarios. - A instrucção no Brazil. Manoel Dendê Bus- Natural da Bahia. Ignoro a época do seu nascimento e o seu obito, que foi na capital antes de 1850. Era presbytoro secular, conego e vigário da fregueziada Conceição da Praia, cavalleiro da ordem do Christo e condecorádo com a medalha da cam- panha da independencia do Brazil, para a qual cooperou efflcazmente, sendo um dos membros eleitos na Cachoeira a 6 do setembro de 1822 MA 59 para o governo provisorio da Bahia e expulsão das forças luzitanas commandadas pelo general Madeira. Usou até então do nome de Ma- noel José de Freitas e foi professor de lógica e das linguas latina, fran- ceza e ingleza. Escreveu: - Nova grammatica portugueza, dedicada ã felicidade o augmento da nação portugueza, selecta dos melhores autores. Rio de Janeiro, 1810, in-4° - Houve outra edição de Liverpool, 1812, in-8". Nos Annaes da Imprensa Nacional do Rio de Janeiro do 1808 a 1822 não vejo, en* tretanto, mencionado este livro, mas só o - Compendio de grammatica ingleza e portugueza para uso da mocidade adiantada nas primeiras lettras. Rio de Janeiro, 1820, 110 pags. in-4°. - Leitura instructiva e recreativa ou idêas sentimentaes sobre a faculdade do entendimento, chamada gosto, etc., extrahida livremente do inglez. Liverpool, 1813, 81 pags. in-8°. Fr. Manoel cio Desterro - Nasceu na cidade da Bahia em 1652 e, sendo religioso franciscano, falleceu no convento de Macacú» provincia do Rio de Janeiro, a 26 de maio de 1706. Foi lenle de theo- ogia e custodio da provincia seraphica da Immaculada Conceição. Varão Irespeitado, tanto por suas virtudes, como por sua illustração, notável philosopho e orador sagrado, a seus sermões tecem elogios Barbosa Ma- chado e Frei Apollinario da Conceição. Aquelle e também Martinho Affonso de Mendonça, em seu Summario da bibliotheca luzitana, asse- veram que escreveu: - Tratado de philosophia ecclesiastica. Dous vols. in-fol.- que nunca foram publicados e conservam-se na livraria do convento do Rio de Janeiro. - Sermões vários - também inéditos, na mesma livraria. ^ríiiioel Dias <le Pina - Si não é natural do Maranhão» ahi residiu. Só o conheço pelo seu - Facílimo methodo theorico e pratico dojcgoda espada, ensinado em poucis lições. Maranhão, 1842,61 pags. in-8\ Manoel Dias de Toledo- Filho do capitão André Dias de Aguiar e dona Genoveva da Luz Cardoso, nasceu em Arari- Uguaba, hoje cidade de Porto-Feliz, da provincia de S. Paulo, a 23 de abril de 1802 e falleceu a 3 de março de 1874, sendo doutor em direito Pela faculdade de S. Paulo, lente jubilado da mesma faculdade, director ^a casa de cor recção da capital da provincia, do conselho do Imperador, 60 MA official da ordem da Rosa, etc. Em 1833, apoz a recepção dográode doutor, foi nomeado lente substituto, pouco depois lente cathedratico de direito eclesiástico, mais tarde transferido para a cadeira de direito criminal. Foi deputado áassembléa provincial em varias legis- laturas e á geral na terceira, assim como na quarta em substituição ao Marquez de Mont'Alegre, por ser este escolhido senador do Império, e na legislatura dissolvida de 1842. Presidiu a província de Minas Geraes em 1836 e antes disto fez parte do conselho do governo de S. Paulo. Escreveu: - Theses para receber o gráo de doutor em direito. S. Paulo, 1833. - Elementos do processo civil, precedidos de instrucções para os juizes municipaes, com annotações remissivas o explicativas acompa- nhadas da legislação brasileira novíssima sobre a matéria. S. Paulo, 1850, 129 pags. in-8° - Este trabalho foi feito pelo general José Arouche de Toledo Rendon, director da academia de S. Paulo desde a fundação desta em 1828 até 1833; as annotações e publicações são do conselheiro Toledo. ( Veja-se aquelle nome. ) - Lições academicas sobre artigos do Codigo Criminal, dedicadas em tributo de alta consideração e particular affecto ao sabio preceptor o Ulmo, e Exmo. Sr. Dr. João José Ferreira de Aguiar, por Manoel J inuario Bezerra Montenegro. Recife, 1860,460 pags. in-8° - Parece a quem ler esse titulo que a obra é de Montenegro. Este apenas fez uma compilação. Na 2a edição a que Montenegro ajunta algumas dispo- sições legislativas e decisões do governo, é que se declara o autor. Esta edição tem por titulo: Lições académicas, etc. conforme foram explicadas na faculdade de direito de S. Paulo pelo conselheiro dr. Manoel Dias de Toledo, segunda edição mais correcta com alterações e modificações, pelo bacharel, etc. Rio de Janeiro, 1878, 692 pags. in-8" - Ha ainda do conselheiro Toledo trabalhos de menor folego, como o - Discurso recitado no dia 6 de novembro de 1828 antes de fazer o acto de seu primeiro anno jurídico - o qual se acha publicado na Aurora Fluminense n. 125, de 3 de dezembro do dito anno, e também diversos - Relatórios como director da Penitenciaria de S. Paulo - nos quaes encontram-se considerações sobre diversos systemas e regimens de prisão. No de 1871, por exemplo, o autor contesta que o systema de Auburn tenha produzido a regeneração dos pacientes, bem que nos brasileiros principalmente se observem submissão á autoridade, paciência e resignação no cumprimento da pena. MA. 61 Manoel Domingos de Carvalho - Natural da Bahia e ahi professor do gymnasio da capital. Nada mais posso dizer a seu respeito, senão que escreveu: - Elementos de grammatica para uso dos alumnos do Gymnasio bahiano. Bahia, 1863, 46 pags. in-8°. Manoel Duarte Moreira cie Azevedo -Filho do doutor Manoel Duarte Moreira e dona Maria Dulce Cherubina de Azevedo, e irmão de Manoel Antonio Duarte de Azevedo, de quem occupei-me ha pouco, nasceu na villa de Itaborahy do Rio de Janeiro, a 7 de julho de 1832. Bacharel em lettras pelo collegio Pedro II e doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, exerceu commis- sões e cargos do dominio da medicina, como o de medico adjunto do corpo policial da côrte gratuitamente até junho de 1863, época em que foi nomeado professor de historia antiga e moderna daquelle collegio, mediante o respectivo concurso, passando depois a professor de historia universal do internato do mesmo collegio. E' membro do Instituto his- tórico e geographico brasileiro, do Instituto archeologico e geogra- phico pernambucano, do Instituto historico de Goyanna, do Instituto académico, do Retiro litterario e da sociedade Propagadora das bellas- artes do Rio de Janeiro. Fez parte do Conselho director da instrucção primaria e secundaria do município neutro e escreveu: - Da respiração nos vegetaes e de sua influencia na atmosphera; Virus e peçonhas ; Das lesões das funcções digestivas determinadas por gestação; Raiva ou hydrophobia : these apresentada á Faculdade de medicina do Rio de Janeiro e sustentada em 26 de novembro de 1858. Rio de Janeiro, 1858, in-4° grande. - Romances de Moreira de Azevedo: A arca da familia. Amor de mãe. Por um triz. Rio de Janeiro, 1860, 84 pigs. in-8a. - Honra e ciume: romance. Rio de Janeiro 1860, 93 pags. in-8°. - Magdalena: romance publicado na Marmota e nas Folhinhas de A. Gonçalves Guimarães, 1860 - Nestas folhinhas publicou ainda: - O senhor meu tio: comedia em um acto. - Pequeno panorama ou descripção dos principaes edifícios do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1861-1867, 5 vols. 330, 386, 338, 332 e 273 pags. in-8°. - Compendio de historia- antiga. Rio de Janeiro, 1864, 147 pags. in-4° - Este compendio tem varias edições com augmento; a quinta é de 1883, IV-299 pags in-8°, - Ensaios biographicos: Rio de Janeiro, 1861, 67 pag. in-4° - São 15 esboços de brasileiros illustres. 62 MA. - Lourenço de Mendonça: episolio dos tempos coloniaes. Rio de Janeiro, 1868, 255 pags. in-8°. - Mosaico brasileiro o i collecção de ditos, respostas, pensamentos, epigrammas, poesias, anecdotas, curiosidades e factos históricos de bra- sileiros celebres. Paris, 1869, VI-209 pags. in-8°. - Os Francezes no Rio de Janeiro: romance historico. Rio de Ja- neiro, 1870, 190 pags. in-8°. - Rio da Prata e Paraguay: Quadros guerreiros. Rio de Janeiro, 1871, VIll-200 pags. in-8a - Refere-se. o au'or a factos gloriosos para os brasileiros nas duas campanhas, de 1851 contra o dictador Rosas e de 1865 contra o déspota do Paraguay. - Criminosos celebres: episodios históricos. Rio de Janeiro, 1872, 261 pags. in-8° - Refere-se o autor aos criminosos Pedro Hespanhol, Vasco de Moraes e aos saltealores da ilha da Caqueirada. - Curiosidades: noticias e variedades históricas brasileiras. Rio de Janeiro, 1873, 214 pags. in-8°. - Homens do passado: chronica dos séculos XVIII e XIX. Rio de Janeiro, 1875, 227 pags. in-81. - O Rio de Janeiro, sua historia, monumentos, homens notáveis, usos e curiosidades. Rio de Janeiro, 1877, 2 vols. in-8n. - Apontamentos históricos. Rio de Janeiro, 1881, 464 pags. in 8". - Os partidos politicos no Brasil. Noticia histórica escripta em ho- menagem á Exposição de historia do Brasil em 1881,67 pags. in-4° gr, (autographo ) - Nãd vi impresso esse trabalho. - Historia patria. O Brasil de 1831 a 1840. Rio de Janeiro, 1884, 434 pags. in-8° com os retratos de Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, Marquez de Caravellas, Marquez de Monte-Alegre, João Braulio Muniz, Francisco de Lima e Silva, Diogo Antonio Feijó c Marquez de Olinla. - Musa popultr. Rio de Janeiro, 1884, 48 pags. in-16° - E' uma collecção de cantigas do povo. - Rio da Prata e Paraguay : quulros guerreiros. Rio de Janeiro, 1890, in-8°- Contém a descripção das principaes batalhas feridas pelo exercito brasileiro desde Monte-Caseros até Aquidaban. - No tempo do rei : conto historico. Rio de Janeiro, 1899, 196 pags. in-8° - Em revistas tem eseriptos, como: - Origem e desenvolvimento da imprensa no Rio de Janeiro - Na Revista do Instituto historico, to no 28°, parlo 2a, pags. 169 a 224. - Os tumulos de um cl mstro - Idem, tomo 29\ pags. 255 a 308. - A Faculdade de medicina do Rio de Janeiro - Idem, tomo 30°, pags. 397 a 418. - O dia 9 de janeiro de 1822 - Hem, tomo 31°, pag. 33. MÁ 63 - A Constituição do Brasil: noticia histórica - Idem, tomo 32°, pags. 71 a 112. - 0 combate da ilha do Cabrita - Idem, tomo 33°, pags. 5 a 20. - Sedição militar na ilha das Cobras em 1831 - Idem, tomo 34°, pags. 276 a 292. - Os tiros no theatro: motim popular no Rio de Janeiro - Idem, tomo 36°, pags. 349 a 358. - Sedição militar de julho de 1831 no Rio de Janeiro - Idem, temo 37°, pags. 179 a 190. - Motim político a 3 de abril de 1832 no Rio de Janeiro - Idem, no mesmo tomo, pags. 367 a 381. - Motim político de 17 de abril de 1832 - Idem, tomo 38°, pags. 127 a 141. - Motim político de dezembro de 1833 - Idem, tomo 39', pags. 25 a 49. - O dia 30 de julho de 1832 - Idem, tomo 41°, pags. 227 a 235. - Declaração da maioridade do Imperador em 1840 - Idem, tomo 42, pags. 5 a 37. - Sabinada da Bahia - Idem, tomo 47°, pags. 283 a 304. Em re- sposta a este trabalho escreveu o autor deste livro uma memória pu- blicada na Revista do Instituto, tomo 48°, pag. 243, outro no tomo 50°, pag. 177 e uma terceira no tomo 60°, pag. 46, todas na 2a parte da Re- vistado Instituto, como são os trabalhos do dr. Moreira de Azevedo. - Belém: topographia patria - Na Primavera, tomo 1°, pags. 17 e seguintes. - N. Luiz: topographia patria - Idem, pags. 25 e seguintes. - A revolução de Pernambuco em 1817 e a província de Alagoas: memória offerecida ao Instituto alagoano - creio que publicada em sua Revista. O dr. Moreira de Azevedo, finalmente, collaborou para pe- riódicos como a Patria, a Marmota, o Espelho, o Conservador e o Jornal das Famílias e foi o colleccionador das poesias de Paula Brito, publicando: - Poesias de Francisco de Paula Brito, colleccionadas p.do dr. Mo- reira de Azevedo, com a biographia do autor, pelo mesmo doutor escripta. Rio de Janeiro, 1863, 37-212 pags. in-8°. Manoel Ernesto <le Campos Porto-Filho do Manoel Jcsó do Campos Porto e nascido no Rio de Janeiro a 8 de julho de 1856, foi um dos mais esforçados batalhadores pela emancipação do elemento escravo, pertencendo a varias associações para esse fim, como o Club Abolicionista da escravidão, de que foi secretario, e o Club Abo- 64 MA licionista do Riachuelo, de que foi presidente. Dedicou-se também á historia patria e foi redactor do Diário do Congresso. Escreveu: - Legislação civil. Rio de Janeiro, 1888 - E' uma compilação de tudo quanto ha relativamente á extincção do elemento servil desde a fundação do Império, estendendo seus estudos aos Estados Unidos, á Portugal e á Hespanha. - Historia dos dez dias - E' umx historia de tudo quanto se publicou relativamente á lei de 13 de maio de 1886, no noite e sul do Império e nas Republicas do Prata. O manuscripto foi prefaciado pelo dr. Affonso Celso Filho, e entregue ao conselheiro João Alfredo, ministro do Império. - Apontamentos para a Republica dos Estados Unidos do Brasil. Riode Janeiro, 1890, 1020 pags. in-8°, com duas gravuras: a da bandeira e a das armas da Republica - E' um livro onde o historiador futuro poderá encontrar valiosos subsídios acerca dos acontecimentos desse periodo. - Histórico e indice alphabetico dos oradores - Nos Annaes do Senado, volume de 5 de junho a 15 de julho de 1891. E' um excel- lente trabalho. Míiiioel Ernesto <le Souza França - Nascido na Bahia a 30 de junho de 1831, ahi falleceu na cidade de Santo Amaro a 24 de dezembro de 1879, sendo capitão de fragata da armada, refor- mado, cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz e da do Cruzeiro e condecorado com a medalha da campanha do Paraguay. Fez o curso da academia de marinha com praça de aspirante em fevereiro de 1844 e representou sua província na decima sexta legislatura geral. Escreveu: - Relatorio sobre a navegação dos rios Jequitinhonha, Pardo, Puxim, Una e de Contas - publicado com o Relatorio do presidente da Bahia, dr. Manoel Pinto de Souza Dantas. Bahia, 1866. - Carta da costa do Brazil entre os parallelos 15° e 16°, compre- hendendo uma parte da província da Bahia, etc. Bahia, Lith. Jourdan, 1866. 0m,386 X 0m,636. - Esboço de uma parte do rio Paraguay, comprehendendo as for- tificações de Curupaity e Humaytá, com o movimento da esquadra bra- sileira no dia 12 de agosto de 1867. Traçado por indicios á vista e por informações do pratico Etchbarne, etc. 0m,4898 x 0m,661 - O original, a aquarella, pertencia ao Imperador D. Pedro II, e esteve na exposição de historia patria de 1880. MA 65 Manoel Euf rasio de A levedo Nlttrqties - Filho do tenente-coronel Jo quim Roberto da Silva Marques e dona Maria Candida de Azevedo M irques, nasceu em S. Paulo e ahi falleceu a 29 de agosto de 1882. Era major reformado da guarda nacional e escrivão do juizo de orphãosda capital de S. Paulo. Escreveu: - Apontamentos históricos, geographicos, biographicos, estatís- ticos e noticiosos da província de S. Paulo, seguidos da chronologia dos acontecimentos mais notáveis desde a fundação da capitania do S. Vicente até o anno de 1876. Rio de Janeiro, 1879, 2 vols. de 222- 298 pags. in-fol. de duas columnas. Este livro foi pelo autor offerecido em manuscripto ao Imperador e por S. M. offerecido ao In- stituto histórico e geographico brasileiro, que o mandou imprimir, dando metade da edição ã viuva do autor. - Um punhado de noticias - No Almanak de S. Paulo, anno Io, 1876, pags. 114 a 123. - Glossário de palavras indígenas- Idem, anno 2o, em 1877, pags. 57 a 61. Manoel Eufrasio Correia - Filho do tenente-coronel Manoel Francisco Cor) eia e dona Maria de Assumpção Correia, nasceu na cidade de Paranaguá da antiga comarca de Curytiba, de S. Paulo, depois província e hoje estado do Paraná, a 16 de agosto de 1839, e falleceu em Pernambuco, no cargo de presidente desta província, a 4 de fevereiro de 1888. Bicharei em direito pela faculdade de S. Paulo, tendo feito os tres primeiros annos do curso na do Recife, foi nomeado em 1871 e serviu o caigo de chefe de policia de Santa Catharina, ad- vogou muitos annos em Curytiba e foi em varias legislaturas deputado, tanto á assemblea provmcial como â geral. Escreveu: - Discursos proferidos na ultima sessão da 15a legislatura da assemblea provincial do Paraná. Curytiba, 1879, in-4°. - Cast,mento cioil : artigos publicados na Gazeta Paranaense. Curytiba, 1884 , 71 pags. in-4°. - Justificação da ; dministração conservadora: artigos publicados na Gazeta Paranaense. Curytiba, 1884, in-4°. Mstnoel Eu.8titciu.io Barlbosit de Oliveieu - Nasceu pelo anuo de 1821 na cidade da Bahia, em cuja faculdade recebeu em 1845 o grâo de doutor em medicina e falleceu poucos annos depois de sua formatura. Escreveu: - Proposições sobre differentes ramos da sciencia medica: these apresentada e publicamente sustentada, etc. Bahia, 1845, in-4°. 66 MA - Thereza: drama em cinco actos. Traducção do original francez de Alexandre Dumas. Bahia, 1848, in-8°. Manoel Evaristo Cardoso - Não pude obter no- ticias a seu respeito, nem quanto á sua naturalidade: é brasileiro e escreveu: - O poema do amor em sete cantos. Rio de Janeiro, 1878, 225 pags. in-8° - Os cantos teem por titulo: l.° Amor e perdição. 2.° Mãe e filho. 3.° Mãe e pae. 4.° O casamento. õ.° A desposada. 6.° Espinhos e flores. 7.o Illusões e realidades. Manoel Felicinno Pereirade Carvalho - Filho do major José Pereira de Carvalho e dona Thereza Nepomucena de Carvalho, nascido no Rio de Janeiro a 9 de junho de 1806, aqui falleceu a 11 de novembro do 1867, em consequência de moléstias adquiridas na campanha do Paraguay, de onde voltara gravemente doente a 6 de agosto deste anno e onde confirmou, dirigindo o serviço de saude mi- litar, o conceito que já gozava, de ser o Velpeau brasileiro. Formado pela antiga escola medico-cirurgica, doutor em medicina e professor da Faculdade de medicina desde abril de 1833, só interrompendo o ma- gistério para servir nessa campanha e exercer o cargo de inspector geral dos hospitaes militares da província do Rio Grande do Sul, de 1842 a 1845, por occasião da fatal guerra civil. Póde-se dizer que foi um brasileiro que só viveu para sua patria e que pela patria morreu. Foi o primeiro operador que no Império, a 18 de fevereiro de 1848, fez a applicação do novo apparelho do celebre Soubeiran, com o fim de poupar dores á seus operados, e tratava, antes de ir para o Paraguay, da instituição de um moate-pio medico brasileiro. Ainda estudante foi cirurgião da brigada de artilharia montada e do corpo de veteranos, cargo de que pediu exoneração em 1838. Era brigadeiro graduado, cirurgião-mór do exercito e chefe do corpo de saude, do conselho de S. M. o Imperador, primeiro cirurgião do hospital da Misericórdia, membro titular da imperial Academia de medicina, grande dignitário da ordem da Rosa, cavalleiro da de S. Bento de Aviz e da de Christo, etc. Sua vasta clinica e os trabalhos dos cargos que desempenhou não lhe deixavam espaço para escrever; delle ha apenas alguns escriptos em revistas, e - Theses (parao doutorado e para concurso) - as quaes nunca pude ver e MA 67 - Lição oral de clinica externa, publicada pelos alumnos de cli- nica externa. Rio de Janeiro, 1835,35 pags. in-4° - Daquelles escriptos mencionarei: - Apontamentos offerecidos á imperial Academia de medicina para a organisação dos Estatutos de uma sociedade constituída por médicos, cirurgiões e pharmaceuticos residentes no municipio da côrte, 1849 - Na Gazeta dos Hospitaes, tomo Io, 1850-1851, pigs. 124 e segs. - Projecto de resposta á Consulta do Governo acerca da origem das enfermidades que affligem os aprendizes menores do Arsenal de guerra - Nos Annaes Brasilienses de medicina, 1851-1852, pag. 206. Com os drs. De-Simoni, F. de P. Menezes e J. A. de Moura. - Discursos ( dous ) recitados na imperial Academia de medicina, como presidente da mesma academia, nas sessões anniversarias, etc. - Na Revista da Academia, tomos 25°, pag. 78, e 26°, pags. 67, 84 e segs. - Discursos ( dous) sobre a observação do sr. dr. Carron de Villard, relativa a um caso de estreitamento do intestino recto por elle ope- rado, sendo a operação seguida de morte - Idem, 1858*1859, em seguida â observação, pag. 107. - Carta respondendo aos drs. V. C. de F. Saboia e F. J. T. da Costa, que se declararam em divergência acerca do procedimento do cirurgião em um caso de ferida consideravelmente contusa e do cura- tivo das feridas confusas, expostos pelo dr. M. Feliciano, etc.- Na Gazeta Medica do Rio de Janeiro, 1864, pags. 6e segs. O escripto do dr. Saboia vem nos Annaes Brasilienses deste anno, pag. 204. Muitos e importantes casos da clinica do dr. M. Feliciano foram publicados por seus discípulos e admiradores, desde as - Operações praticadas no hospital da S. C. da Misericórdia nos tres primeiros mezes de 1836- os quaes se acham na Revista Medica Fluminense, tomo 2o, pags. 226 a 237, 270 a 276, 301 a 316 e 330 a 337. Manoel Feliciano Rilbeiro Díniz - Irmão de Prospero Ribeiro Diniz, de quem occupar-me-hei, nasceu na capital da Bahia, e ahi falleceu em 1843, tres annos depois de chegado da Europa, doutor em medicina pela faculdade de Montpellier. Era bibliothecario da Faculdade de medicina de sua patria e falleceu quasi sem ter tempo de colleccionar uma enorme livraria que trouxe da Europa, de obras raras e, portanto, sem ter tempo de dar a lume suas obras, pois as tinha inéditas, tanto em prosa como em verso. Suas poesias dariam bem dous grossos volumes in-8°. Ainda mancebo, na Bahia, eu as vi, enchendo um sacco, de que era depositário o dr. Francisco MuniZ 68 MA Barreto de Aragão, e delias foram publicadas no periodico Mosaico da Bahia: - A impostura-, satyra, precedida de uma dedicatória em verso ao dr. Silvestre Pinheiro Ferreira. Paris, outubro de 1834 - No Musaico, da Bahia, tomo 2o, 1845, pags. 82, 98, 115, 126 e segs. Compõe-se de 684 versos octosyllabos rimados com muitas notas. Nesta satyra o autor fustiga todas as classes sociaes, começando pelos governos e pela religião, com as seguintes estrophes: Vejo Reis, Príncipes vejo Que se dizem paes do povo, Cada dia p'ra vexai-o Forjando um capricho novo. Do grande fazem pequeno, O que é vil nobre nomeam, Na terra, já viciosa, Inda mais vícios semeam E dizem que o mando delles Tom no céo origem pura. O que é isto, meus amigos, Se isto não ê Impostura? Philangio brada que o povo Deve só livre reinar ; Sceptro, coroas não póde Nem pintados aturar. Clama iguaes todos, requer Livre toda a opinião. Eis do mando, arte ou acaso, Lhe mette a vara na mão, E aos que não pensam com elle Dá morte ou masmorra dura. A quantos Neros não prestas De Bruto a masc'ra, Impostura ? No occulto confissionario Repimpado na cadeira, Frei Melindre ouve as fraquezas De dona Herminia Cidreira ; Enxuga o rosto a intervallos MA 69 Em perfumada cambraia 0 fradepio, e o rabo do olho Voltando ao lado da saia Tira a caixa, onde da sua Salomite brilha a alvura ; E dá conselhos austeros... Até ali, Impostura!!! - Chata-Karparam : idylio sanskripto, traduzido em francez por M. de Chezy, do francez em prosa portugueza pelo dr. José da Fon- seca, e desta paraphraseado ou ampliado em versos, etc. Em Paris, 1832 - No mesmo tomo, pags. 211, 222 e seguintes. Na citada revista pu- blicou o dr. Diniz mais dous sonetos e dous opigrammas aos Políticos de botica. Manoel FernandeM da Cunha Graça - Filho de José Fernandes e doua Francisca Fernandos, nasceu na freguezia da Graça, districto de Braga, em Portugal, a 6 de fevereiro de 1824. Estudou no seminário de Braga com a intenção de ordenar-se presby- tero e receber as ordens menores ; mas, faltando-lhe a edade para receber as outras, veio para o Brasil, onde decticou-se ao magistério, leccionando latim e outras matérias particularmente e naturalisou-se brasileiro. Dirigiu do 1849 a 1877 o Lyceu commercial, fundado por Jorge Gracie em 1845 e descansa hoje das lides a que se entregara, mas sempre na convivência dos livros, que elle chama seus melhores amigos. Escreveu: - Compendio do graminatica latina. Rio de Janeiro, 1847, in-8° - Teve segunda edição em 1864 com notáveis melhoramentos. - Elementos de grammatica portugueza, colligidos para uso de seus alumnos. Rio de Janeiro, 1857, in-8°. Manoel Fernandes Machado - Filho de João Fer- nandes Machado e dona Fausta Carolina de Vasconcellos, nasceu na (idade do Rio de Janeiro a 21 de agosto de 1852. Depois de estudar em collegios desta cidade, prestando na instrucção publica alguns exames e de cursar o primeiro anno do Instituto commercial, passou a servir no eunccionalismo publico da repartição da guerra, começando pelo logar de amanuense do commando geral de artilharia, exercendo actual- mente o de primeiro offlcial da secretaria de estado. Exerce também ha cerca de vinte annos as funcções de escripturario do Lyceu de 70 MA artes e offlcios, e é capitão honorário do exercito. Cultiva as lettras amenas e escreveu: - Não posso viver assim: comedia em um acto. Rio de Janeiro, 1870, 16 pags. in-8°. - Ciúmes de um velho: comedia em um acto. Rio de Janeiro, 1885, 19 pags. in-8°. - Pallidas flores: poesias. Rio de Janeiro, 44 pags. in-8°. Tem collaborado para alguns periódicos desta capital e de S. Paulo com excellentes artigos, quer em prosa, quer em verso, usando em alguns do pseudonymo de Alipio Moreno. Destes trabalhos, que poderiam dar dous bons volumes, citarei: - Luctas d'alma: poemeto. - Rusgas de um Ambrosio: conto. - Orlando: conto - Sei que tem trabalhos inéditos, como este: - Chá sem assucar: intervallo comico - Tem ainda trabalhos pu- blicados em revistas, como: - A perjura: poesia. - O calouro: poema satyrico de costumes. Manoel Ferraz de Campos Salles - Filho de Francisco de Paula Salles e dona Anna Candida Salles, nasceu na ci" dade de Campinas, em S. Paulo, a 13 de fevereiro de 1841. Bacharel em direito pela faculdade deste estado, foi durante a Monarchia depu- tado provincial em varias legislaturas, revelando suas ideias repu- blicanas com toda franqueza e, proclamada a Republica, foi o primeiro cidadão que dirigiu a pasta dos negocios da justiça e o segundo presi- dente civil dos Estados Unidos do Brazil. Já tendo feito uma viagem á Europa antes do novo regimen, fez segunda depois de sua eleição a este cargo, relacionando-se ali com vários chefes de estado. Gambetta brasileiro, como o chamou um seu admirador, em vista de sua eloquência e suas ideias democráticas, foi sempre dedicado ao jorna- lismo e redigiu: - A Razão: orgão académico. S. Paulo, 1862 - Teve por compa- nheiros nessa folha os bacharéis Francisco de Paula Belfort Duarte e Quirino dos Santos e outros. Collaborou para outros da imprensa periódica, como a Gazeta de Campinas e a Província de S. Paulo e escreveu: - O espirito de iniciativa em Campinas - no Almanak de S. Paulo de 1879, pags.l a 12. - Discurso proferido na discussão do projecto de orçamento em sessão de 11 de junho de 1885. S. Paulo, 1885. MA 71 - Homen 'gem a Francisco Quirino dos Santos. Apontamentos bio- graphicos com prefacio, etc. Campinas, 1887, 40 pags. in-4°, com o retrato do biographado. - Discurso proferido na sessão de 24 de janeiro sobre o emprego da força publica na apprehensão de escravos fugidos - No livro « Os deputados republicanos na Assembléa provincial de S. Paulo na sessão de 1888 », pags. 71 a 110. - Discurso respondendo ao Sr. Antonio Prado, na sessão de 31 de janeiro - Idem, pags. 113 a 154. - Discurso sobre politica em geral, na sessão de 27 de fevereiro - Idem, pags. 333 a 380. - Discurso na discussão sobre orçamento, politica geral, na sessão de 24 de fevereiro - Idem, pags. 271 a 330. - Discurso sobre o mesmo assumpto, na sessão de 27 de fevereiro - Idem, pags. 333 a 380. Neste discurso responde o autor aos depu- tados liberaes e aos conservadores. Ha ainda outros discursos seus. - Cirtas da Europa. Rio de Janeiro, 1894, 287 pags. in-12° - Foram antes publicados em S. Paulo. E' um importante trabalho escripto depois de sua primeira viagem á Europa. - Casamento civil. Registro civil. Rio de Janeiro, 1890, 42-5-30 pags. in-8n- E' a lei em vigor sobre o casamento civil, que elaborou quando ministro da justiça. - Codigo civil dos Estados Unidos do Brasil, promulgado por de- creto n. 847, de 11 de outubro de 1890. Rio de Janeiro, 1891, 78 pags. in-8°. - Manifesto lido no banquete politico realisado no dia 31 de ou- tubro no salão do theatro S. José, etc. S. Paulo, 1898, 37 pags in-12°. - Manifesto inaugural de etc. presidente eleito para o quatriennio de 1898 a 1902, 15 de novembro de 1898. Rio de Janeiro, 1898,23 pags. in-4°. Manoel Ferreira <le Araújo Guimarães - Filho de Manoel Ferreira de Araújo e dona Maria do Coração de Jesus, nasceu na cidade da Bahia a 5 de março de 1777 e fhlleceu a 24 de outubro de 1838 em consequência des offrimentos oriundos da condem- nação de seu filho, o major Innocencio Eustachio Ferreira de Araújo, por comprometter-se na revolução de 7 de novembro de 1837. Habili- tando-se em Lisboa para cursar mathematicas na Universidade de Coimbra, o exame de latim, feito perante a commissão geral do exame e censura de livros, foi tal, que uma cadeira dessa lingua lhe foi offere- cida. Não podendo entrar na Universidade por falta de meios, fez o curso da academia de marinha, onde teve logo um logar de lente substituto; 72 MA regeu varias cadeiras e obteve depois o titulo de professor honorário. Veiu para a Bahia em 1805, acompanhando o Conde da Ponto, com quem morou. Sendo Io tenente da armada, passou-so para a côrte, e aqui por influencia do Conde de Linhares foi transferido para o corpo do engenheiros como capitão e nomeado lente de nossa academia de marinha, da qual por certos desgostos pediu e obteve transferencia para a academia militar em sua fundação no anno de 1812. Subiu successivamente aos postos superiores até o de brigadeiro, em que re- íormou-se em 1830 e, sendo dispensado ao mesmo tempo dos cargos, que exercia, de deputado das juntas da academia militar e de director da imprensa régia, estabeleceu sua residência na província de seu nasci- mento, e ainda ahi foi nomeado e occupou, a instancias do governo provincial, em 1834, o logar de lente da cadeira de geometria e mecâ- nica applicada ás artes, annexa ao arsenal de marinha. Acompanhou D. Pedro á Bahia em 1826 ; foi um dos brasileiros que mais fizeram pela independencia do paiz; foi por esta província eleito deputado á cons- tituinte brasileira, e á assembléa provincial na primeira legislatura. Cultivou também a poesia; era commendador da ordem de S. Bento de Aviz, e cavalleiro da do Cruzeiro em sua instituição. Escreveu: - Curso elementar e completo de mathematicas puras, ordenado por La-Caille, augmentado por Marie e illustrado por Theveneau, traduzido do francez. Lisboa, 1800, in-4°, com 12 ests.- Esta obra foi pelo traductor enviada, quando ia elle cursar o segundo anno da aca- demia de marinha, ao ministro D. Rodrigo de Souza Coutinho, que a mandou á academia para que informasse acerca de seu merecimento, da utilidade de sua applicação em vulgar, e foi ella approvada com elogio. - Explicição da formação e uso das taboas logarithmicas pelo abbade Marie, traduzida em portuguez. Lisboa, 1800, in-8°. - Tratado elementar da analyse mathematica por J. A. J. Cousin; traduzido do francez. Lisboa, 1802, in-4°. - Elementos de geometria por A. M. Legendre, traduzidos do francez e dedicados ao Principe regente, etc. Rio de Janeiro, 1809, 370 pags. in-8° com 13 ests.- Foi feita a traducção para a academia de marinha do Rio de Janeiro. - Elementos de algebra por Eduardo Euler, por ordem de sua alteza real o Principe regente, etc. postos em linguagem para uso dos alumnos da academia militar desta côrte. Tomo primeiro. Rio de Janeiro, 1809, 372 pags. in-8° - Não consta que sahisse á lume outro tomo. - Tratado de trigonometria. por A. M. Legendre. Rio de Ja- neiro, 1809, 123 pags. in-81' com 1 estampa. MA 73 - Variação dos triângulos esphericos para uso da academia real militar. Rio de Janeiro, 1812, 12 pags. in-8°. - Complemento dos elementos de algebra de Lacroix, postos em linguagem para uso dos alumnos da real academia militar desta côrte. Rio de Janeiro, 1813, 380 pags. in-8°- Na prefacção do traductor de- clara-se que este livro vem substituir o 2o tomo dos Elementos de algebra de Euler para a analyse indeterminada, cujas theorias se acham no Io tomo desta obra. - Elementos de astronomia para uso dos alumnos da academia real militar, ordenados, etc. Rio de Janeiro, 1814, 278 pags. com 4 es- tampas. - Elementos de geodesia para uso dos discípulos da academia real militar desta côrte, ordenados, etc. Rio de Janeiro, 1815, 301 pags. in-8° com 6 estampas. - Tratado elementar de trigonometria rectilinea e espherica e da applicação da algebra á geometria por Lacroix: traducção portugueza. Rio de Janeiro, 1821, in-8°. - Geometria e mecanica dos offleios e das bellas-artes: curso normal para uso dos artistas e obreiros, dos contra-mestres e mestres de offleinas e fabricas, pelo Barão Carlos Dupin, traduzido do francez. Bahia, 1835, in-8° - Foi traduzido para a aula annexa ao arsenal de marinha da Bahia e, muito tempo depois da morte do traductor, era o compendio ahi seguido. - Discurso recitado na abertura solemne da aula de geometria e mecanica applicada ás artes, a 2 de fevereiro de 1835, perante o presi- dente e mais autoridades da província. Bahia, 1835, in-8°. - Narração da solenne abertura da imperial academia militar, em presença de Suas Magestades Imperiaes, no dia 9 de março de 1825. Rio de Janeiro, 1825, 16 pags. in-4° - Contém também um discurso do dr. A. J. do Amaral. - Um cidadão do Rio de Janeiro á divisão auxiliadora do exercito de Portugal, em que se refutam as gratuitas accusações do chamado Manifesto da mesma divisão. Rio de Janeiro, 1822 - E' um avulso que produziu grande sensação contra os portuguezes, e diz-se que o com- mandante da divisão, o general George de Avilez, dera ordem para que assassinassem o autor. - A calumnia desmascarada. Rio de Janeiro, 1825, in-fol.-E' uma justificação por accusarem-no de ser elle o autor de uma publi- cação feita no Espectador de 25 de outubro. 74 MA - Defesa de seu filho, o major Innocencio Eustachio Ferreira do Araújo perante o conselho de guerra, etc. Bahia, 1838-E' um dis- curso em que vê-se erudição, jurisprudência, estylo ameno, nobreza de sentimentos; é o coração que se derrama em affectos ; é um pae advo- gado que desafia a sensibilidade de homens e de juizes ; é o homem en- canecido no serviço do paiz que appella para seu passado e para seu nome presente afim de dispôr em pró do caro filho a benevolencia geral. Defesa brilhante que arrancou lagrimas a todos que a ou- viram. Do tribunal sahiu elle doente e nunca mais teve saude desde que soube da condemnação do filho. - Epitalamio aos desposorios do Exmo. Sr. D. Fernando Antonio de Almeida. Lisboa, 1805, in-8°. - Ode pela restauração do Porto, offerecida a Sua Alteza Real. Rio de Janeiro, 1809, 7 pags. in-4°. - Testemunho de saudade pela lamentável morte do Illm. Exm. Sr. Conde da Ponte, do conselho de S. A. R. etc. Rio de Janeiro, 1809, 44 pags. in-4° - Em verso. - Epicedio ao Illm. Exm. Sr. D. Rodrigo de Souza Coutinho, Conde de Linhares, etc. Rio de Janeiro, 1812, 8 pags. in-4°-Teve outra edição em Lisboa no mesmo anno, e fui também publicado no In- vestigador portuguez, tomo 4o, pags. 54 e segs. e ainda no Musaico poético, pags. 48 e seguintes. - Prospecto do Patriota. Rio de Janeiro, 1812, 2 pags in-fol.- Re- fere-se ao primeiro jornal litterario do Rio de Janeiro, que elle fundou e redigiu. Deixou, em summa, Araújo Guimarães a Gazeta do Rio de Janeiro, escrevendo: - Defesa do coronel Manoel Ferreira de Araújo Guimarães contra as accusações que na Gazeta n. 76 se publicaram. Rio de Janeiro, 1821, 8 pags. in-fol.- E então fundou e redigiu: - O Espelho. Rio de Janeiro 1821-1823, in-fol. de 2 cols.- Tinha por fim bater os luzitanos e o fez por forma tal, que o padre Ignacio José de Macedo disse na Edade de Ouro que essa folha fazia mais damno aos luzitanos, do que um exercito de dez mil homens. Co- meçou a redigir depois - O Diário do Senado. Rio de Janeiro, 1826 -mas deixou-o depois de alguns numeros sem receber remuneração alguma, por se lhe querer taxar o trabalho, facto que causou, como disse o Visconde de Cayrú, o silencio da confusão. - O Patriota : jornal litterario, politico, mercantil, etc. Rio de Ja- neiro, 1813-1814, 3 vols. in-8° - Ahi escreveram muitos e distinctos MA 75 litteratosda época. De sua penna ha poesias assignadas por Elmano Bahiense e artigos em prosa, como o - Exime de algumas passagens de um moderno viajante do Brasil e refutação de seus erros mais grosseiros, por um brazileiro- No tomo 2o, n. 3, pags. 68 a 78, e n. 6, pags. 66 a 77. Findou o jornal com o - Índice geral do Patriota Rio de Janeiro, 1819, 13 pags. in-8° - E ao mesmo tempo que fundava esta revista, assumia a redacção da - Gazeta do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1808 a 1822, in-4° a principio, e depois in-fol. peq.-Foi também a primeira folha desse genero no Rio de Janeiro, cujo primeiro numero sahiu a 10 de se- tembro de 1808 e publicava-se duas vezes por semana. Seu primeiro redactor foi frei Tiburcio José da Rocha, offlcial da Secretaria dos-es- trangeiros, que occupou o cargo até 1812. Araújo Guimarães, redi- gindo a dahi em diante com diversos melhoramentos, foi obrigado a deixal-a em 1821, visto que era uma folha offlcial, por causa dos mo- vimentos políticos desse anno. Manoel Ferreira cia Gamara Sittenconx^t e Sá - Nascido em Itacambirussú, comarca do Serro Frio, em Minas Geraes, no anno de 1762, falleceu na Bahia a 13 de dezembro de 1835, sendo bacharel em leis e em philosophia, formado nas respe- clivas faculdades da universidade de Coimbra, senador do Império por sua provincia, membro da Academia real das sciencias de Lisboa, da de Stockolmo e da de historia natural de Edimburgo, da sociedade Auxiliadora da industria nacional do Rio de Janeiro e presidente da Sociedade de agricultura, commercio e industria da Bahia. Frequen- tando aquellas faculdades ao mesmo tempo que José Bonifácio e tendo apresentado á academia de Lisboa uma memória que foi muito applaudida, partiu de Portugal com o fim de visitar as sociedades scientiíicas e os homens illustres da Europa e também de estudar as minas dos diversos paizes. Começou essa commissão pela França, onde esteve dous annos e frequentou a chimica deFourcroy ; passou a Frey- berg, onde assistiu o curso mineralógico de Werner, e percorreu suc- cessivamente, se illustrando, a Allemanha, a Bohemia, a Hungria, Suécia e Noruega, e depois a. Escossia, a Irlanda, a Inglaterra, e dahi em diante só se occupou da sciencia, e prestou serviços á sua patria, que podem ver-se na noticia que delle publicou o dr. Sigaud no tomo 4o da Revista do Instituto historico, pag. 515. Foi intendente geral das minas de diamante em sua patria e inspector das minas do Tijuco, Villa Rica e outras; foi deputado á constituinte brasileira e, dissolvida 76 MA esta, senador. Escreveu varias memórias que foram publicadas pela Academia das sciencias de Lisboa, como: - Observações feitas por ordem da real Academia de Lisboa acerca do carvão de pedra da freguezia da Carvoeira. Setembro, 1798 - Nas Memórias Económicas, tomo 2o, pags. 285 a 294. Foi o seu primeiro trabalho apresentado. - Ensaio de descripção physica e economica da comarca de Ilhêos, na America. Lisboa, 1789 in-4° - Sahiu também nas Memórias Eco- nómicas, tomo Io, pags. 304 a 350. - Dissertação sobre as plantas do Brazil que podem dar linho. Lisboa, 1810, in-4°. - Memória mineralógica do terreno mineiro da comarca de Sabará - Manuscripto offerecido ao Instituto historico pelo dr. Jeronymo Máximo Nogueira Penido. - Memória de observações physico-economicas acerca da extracção do ouro das minas do Brazil - Inédita. Talvez seja o - Tratado de mineralogia no Brazil - que se diz ter ficado, como outros trabalhos, inéditos e em poder da familia do autor. Finalmente, sabe-se que elle publicou na Allemanha uma - Memória sobre as minas de chumbo e de prata e sobre a fundição de ferro por meio de diminuta porção de combustível e por um novo processo - escripta em francez. Ha ainda de sua penna: - Resposta dada á Gamara da cidade da Bahia, a qual consultou a Manoel Ferreira da Gamara sobre differentes quesitos que lhe foram feitos por parte do Governador em consequência de ordem que para isso tivera de S. A. R. no anno de 1807 - Está em manuscripto no archivo da Secretaria dos negocios exteriores. - Sociedade de agricultura, commercio e industria da província da Bahia. Ia sessão a 10 de março de 1832. Discursos do presidente Manoel Ferreira da Gamara Bittencourt e Sá e do secretario, etc. Manoel Ferreira Freire - Portuguez por nasci- mento, falleceu na capital do Maranhão, cidadão brasileiro, por haver adherido á constituição do Império. Era professor particular da lingua portugueza e da latina e também poeta. Escreveu: - Cartas de Calypso, Telemaco, Eucharis e Mentor, escriptas ori- ginalmente sobre o romance historicodo Arcebispo Fenelon. Maranhão, 1847, in-8°- São em verso. - O cântico das aves : poema em dous cantos. S. Luiz, 1855, 56 pags. in-8°- Depois do poema, que é em verso hendecasyllabo, se- guem-se outras poesias. MA 77 Manoel Ferreira Garcia Redondo - Filho de Manoel Ferreira de Souza Redondo e dona Francisca Carolina Garcia Redondo, nasceu da cidade do Rio de Janeiro a 7 de janeiro de 1854. Engenheiro e bacharel em sciencias physicas e mathomaticas pela es- cola polytechnica, frequentou antes a universidade de Coimbra por algum tempo, sendo companheiro dos notáveis poetas e litteratos portuguezes e brasileiros João Penha, Gonçalves Crespo, Bernardino Machado, Guerra Junqueiro, Cândido de Figueiredo e outros. Em fins de 1878, nomeado engenheiro fiscal das obras da alfandega de Santos, passou-se para esta cidade, onde residiu até 1884, passando dahi a re- sidir na capital de S. Paulo. Sua vida tem sido desde seus primeiros estudos, uma dedicação firme e perseverante ás lettras e ao jorna- lismo. E' assim que em Portugal, cursando humanidades, collaborou no « Novo almanak luzo-brasileiro de lembranças» e fundou: O Peregrino: periodico litterario. Coimbra 1870- Neste periodico, que á principio foi quinzenal e depois semanal, teve por companheiros de redacção Augusto Bittencourt e Sérgio de Castro. No Rio de Janeiro, para onde regressou em 1872, collaborou na Republica em sua primeira phase, quando redigida por Salvador de Mendonça, e na segunda phase em 1878 ; na Idèa, periodico litterario ( 1873 ); no Mosquito, sema- nário humorístico ( 1878 ) ; no Jornal do Commercio, onde escreveu folhetins do genero dos de França Júnior ( 1877 e 1878 ) ; no Repórter, onde também publicou folhetins semanaes e outros trabalhos e na Re- vista de Engenharia. Fundou com seus collegas da escola polyte- chnica Augusto Fomm e Francisco Picanço da Costa: - O Echo Académico : publicação academico-litteraria. Rio de Janeiro, 1872, in-fol., e o - Centro Académico. Rio de Janeiro, 1872, in-fol.- Na cidade de Santos collaborou no Diário de Santos e redigiu: - A Evolução: semanario que fundou com outros, e o - Diário do Commercio. Santos, 1884, in-fol.- Esta folha foi fundada por Sérgio Pimenta o ahi publicou elle muitos trabalhos sei* entificos e litterarios. Na Capital deS. Paulo collaborou no Diário Po- pular, para o qual dirigiu do Santos artigos sob o pseudonymo de Cabrion e Pipelet e onde sustentou uma polemica sobre o caes de Santos ; no Correio Paulistano ; no Estado de S. Paulo que redigiu durante a revolta de 6 de setembro de 1893, combatendo contra ella ; collaborou finalmente com mais ou menos assiduidade desde 1887 no Correio Pau- listano, e no Correio Mercantil, onde publicou artigos scientificos e litte- rarios e de interesse local; na Gazeta de Noticias, na Semana ( 1893-1894), obtendo ahi o premiode prosa com o conto O caso do abbade; na Revista MA 78 Litteraria de S. Paulo, ua Gazeta de Campinis, no Correio Amparaense, no Pão, do Ceará, e n'O Paiz, do Rio de Janeiro, para o qual dirigiu desde 1894 semanalmente a Chronica Paulistana, e redigiu o citado Correio Paulistano de 1895 em diante. Escreveu os seguintes trabalhos: - O desfecho de uni desafio. Rio de Janeiro, 1877, in-8°- E' assi- gnado por « um plebeu ». - Breve noticia sobre a fabrica de productos cerâmicos de Santa Cruz, sita na ilha do Governador. Rio de Janeiro, 1880, 29 pags. in-8° - Foi antes publicada na Revista de Engenhiria. - Arminhos: contos ligeiros. Santos, 1882, 208 pags. in-8° peq.- Compõe-se de oito romancetes, publicados antes no Diário de Santos. - O attentado da rua S. Leopoldo. Cartas ao Diário de Santos por Garcia Redondo, João Guerra, Carlos Affonseca e Paula e Silva. Santos, 1882, 266 pags. in-8° pe 9.- Foi publicado antes com o titulo « Um crime ? ». E' um romance no genero da Croix, de Bernis. - Mario: drama levado á scena em 7 de dezembro de 1882 por occasião da estréa da Companhia Recreio Dramatico e inauguração do theatro Guarany em Santos - Nunca o vi publicado, assim como os dous seguintes: - O dedo de Deus : comedia em dous actos, representada no theatro particular de Friburgo em 1883. - O urso branco: comedia em um acto, escripta em 1884-Não sei onde foi representada. - Relatorio sobre o caes de Santos, apresentado ao governo da província de S. Paulo para justificar o seu projecto de caes para o porto desta cidade em novembro de 1884, e acceito pelo mesmo governo em 1885 - E' um trabalho de mais de 300 paginas. - Geometria para operários -E' um trabalho volumoso, escripto em 1879. - Descripção do municipio de Santos, comarca do mesmo nome- Também não vi impresso, vi apenas o autographo de 12 pags. in-fol. na exposição de historia patria de 1880, e escripto em resposta ao questionário da Bibliotheca nacional do Rio de Janeiro. - Caes de S '.ntos : artigos publicados no Diário do Commercio de Santos. Santos, 1881, duas series: a primeira de 21 pags. in-fol. de duas columnas, e a segunda de 18 pags. in-4° grande. - Ferro-vit Pinhalense. Estudos definitivos do Espirito-Santo do Pinhal e Mogy-Guassú. Relatorio apresentado aos concessionários. S. Paulo, 1887, 71 pags. in-4°, com a planta dos Estudos da linha, escala de 1:20,000. MA 79 - Companhia Carris de Ferro de SanfAnna. Incorporadores, etc. Estudos definitivos, S. Paulo, 1888, 23 pags. in-4°. - Esgotos da cidade de Santos. Memória descriptiva do projecto organisado pelos engenheiros, etc. e apresentada ao concessionário Sil- vino Alves Corrêa. S. Paulo, 1889, 25 pags. in-4°. - Compmhia Cantareira de esgotos. Esclarecimentos e informações fornecidos ao Exm. Presidente da Provincia, General Couto de Ma- galhães, pelo engenheiro fiscal. S. Paulo, 1889, 45 pags. in-4°. - Em prol da lavoura, serie de artigos publicados n'O Paiz e re- produzidos no Correio de S. Paulo. S. Paulo, 1895, 45 pags. in-4° - Houve segunda edição augmentada com artigos do dr. Luiz Pe- reira Barreto e outros sobre o emprego dos adubos chimicos, feita pelo governo de S. Paulo para distribuição gratuita. S. Paulo. 1895,82 pags. in-4°. - Perfil biographico do Dr. Bernardino de Campos por um con- temporâneo. S. Paulo, 1895, 118 pags. in-8°, com o retrato do biogra- phado. - Caricias : viagem pelo terreno da ternura. Botanica amorosa. Rio de Janeiro, 1895, 244 pags. in-8°, com o retrato do autor. - A choupana de rosas. S. Paulo, 1897, 200 pags. in-8°. - Botanica elementar, illustrada com 348 estampas, intercaladas no texto, obra approvada em primeira edição pelo conselho superior da instrucção de S. Paulo. S. Paulo, 1898, III-4-389 pags. in-8°- E' es- cripta com Rodolpho Theophilo ( veja-se este nome ). Tem a publicar: - Uma revolução agricola: traduzida de Emilio Goutier. - Novos contos. - Bom humor e vida airada. Paginas alegres. - Historias para crianças. Manoel Ferreira Lagos - Nascido na cidade do Rio de Janeiro no anuo de 1816, falleceu a 23 de outubro de 1871. Tendo feito todo o curso medico nesta cidade com distincção, não quiz, entre- tanto, sustentar these para receber o gráo de doutor, quando possuia luzes e facilidade para compôr qualquer trabalho pira esse fim. Era primeiro oíUcial da Secretaria de estado dos negocios estrangeiros, di- rector da secção zoologica do Museu nacional, dignitário da ordem da Rosa, cavalleiro da de Christo, da ordem portugueza de S. Thiago, da ordem franceza de Legião de Honra e da imperial ordem turca de Med- jidié da 3a classe, odicial da Instrucção publica da França, membro do Instituto historico e geographico brasileiro, onde occupou o cargo de se- cretario perpetuo e, pela reforma dos estatutos acabando a perpetui- 80 MA dade desse cargo, foi oleito seu 3o vice-presidente. Foi commissario bra- sileiro na primeira exposição universal de Paris, e fez parte da com- missão scientifica de exploração ao norte do Império como chefe da secção de zoologia. Severo cumpridor do dever, misturava com seu des- empenho- como disse o dr. J. M. de Macedo- o atticismo de seu espirito sempre em irupções de epigrammas que faziam rir a todos o de que elle era o primeiro a rir, principalmente quando a si proprio não poupava. Escreveu: - Memória sobre o descobrimento da America no século X por Carlos Christiano Rafn, secretario da sociedade real dos antiquários do norte, traduzida em pojduguez. Rio de Janeiro, 1840, in-8° - Nada pôde melhor comprovar o mérito desta obra do que a traducção que teve em varias linguas, sendo em inglez por Bartletten, em New-York; em allemão por Stralsund ; em francez por Xavier Marmier ; em hol- landez por Montanus Hettema; em italiano por Jacomo Graberg; em polaco por J. K. Trojanski. - Analyse da viagem de Castelnau pelo interior do Brasil- Esta obra foi lida no Instituto historico em todas as sessões de 1855 e al- gumas de 1856. « O Sr. Lagos-disse o autor do relatorio dos tra- balhos sociaes apresentado na sessão solemne de 1855 - não se con- tentou com um simples e breve juizo, contrario ou laudativo ao mérito da obra sujeita à sua fina e profunda critica, não: acompanha passo a passo o viajante francez através de nossas provincias por elle visitadas, dá-lhe a mão sempre que o vê tropeçar e isso acontece muitas vezes; a,ponta-lhe um a um os erros numerosos que commette ; marca-lhe os factos que inventa ; prova-lhe o conhecimento antigo que temos de al- gumas de suas pretendidas descobertas, vinga-nos da maledicência e com um sopro vigoroso de potente lógica desfaz as creações imaginarias que o Conde de Castelnau quer fazer correr mundo com foros de rea- lidade. Faz mais ainda: logo que depara com uma falsa apreciação do caracter, da indole dos brasileiros, fere-o com um epigramma pene- trante e adequado e appellando para os viajantes e historiadores es- trangeiros que teem escripto àcerca do Brasil, compara a observação maligna com o juizo imparcial e generoso de grandes homens, como o respeitável Humboldt, Saint-Hilaire, Ferdinand Denis e alguns outros que nos fazemj ustiça ; emfim, com indizivel graça chamando também a contas a cohorte de improvisadores de viagens e dos Chavagnes de todos os tempos, mostra, desfilando em extravagante revista, a mul- tidão de absurdos, de incongruências e contradicções e não poucas vezes de immerecidas injurias, com que desfiguram e calumniam o MA 81 Brasil homens quo escondem o que vêem, que improvisam o que não existe e que escrevem, invocando a musa da mentira». - Elogio historico do padre-mestre frei José Mariano da Conceição Velloso - Na revista do Instituto, tomo 2o, 1840, pags. 596 a 614 da 2a edição. - Trabalhos da commissão seientiflea de exploração. Introducção 1 a III partes. Rio de Janeiro, 3 vols. in-4°, com estampas - E' de sua penna a parte zoologica. Veja-se Francisco Freire Allemão e Guilherme Schúch de Capanoma. Lagos, voltando dessa commissão, leu um longo trabalho perante o Instituto, constante de - Observações, de costumes, de preconceitos, de usos, de festas po- pulares, e até de palavras especialíssimas e de significação exclusiva da população menos civilisada do Ceará - e, creio, tudo perdeu-se para o Instituto, ao menos, porque o autor não entregou o volumoso manuscripto depois da leitura. Manoel Ferreira de Lemos - Natural da Bahia, ê nascido provavelmente no século do descobrimento do Brazil, foi al- feres de mar e guerra e ainda vivia em 1625, quando escreveu: - Brasilida-. poema da restauração da Bahia em 1625 - Este poema nunca foi impresso, nem sei onde existe actualmente. Delle dão noticia Bento Farinha no seu Summario da bibliotheca portugueza e José Carlos Pinto de Souza na sua Bibliotheca histórica de Portugal e do Ultramar, edição de 1801, e também o autor da Bibliographia bra- sílica publicada na Folhinha biographica brasileira de Laemmert para 1863. Manocl Ferreira Nloutinlio - Natural da antiga província, hoje estado deMatto Grosso, è autor dos seguintes trabalhos: - Noticia sobre a província de Matto Grosso, seguida de um Ro- teiro de sua viagem, da Capital á S. Paulo. S. Paulo, 1869, 362 pags. in-4° com estampas e com o retrato do^autor. E' offerecido este livro a seu irmão Antonio Ferreira Moutinho. - Itinerário da viagem de Cuyabá á S. Paulo. S. Paulo, 1869, 85 pags. in-4°. Nlanoel Ferreira Neves - Natural da Bahia e dis- tincto poeta quo vivia no meiado do século 18°. Não posso dar mais noticia a seu respeito, senão que escreveu: - Compendio do peregrino na America, em que se trata de vários discursos espirituosos e moraes, com muitas advertências e do- 82 MA cumentos, contra os abusos qu e se acham introduzidos na milícia diabólica do Estado do Brasil. Offerecido a N. S. da Victoria, Rainha do mundo. Lisboa, 1760, in-4°. Manoel FerreiraNobre-Filho de Manoel Ferreira Nobre e nascido na província do Rio Grande do Norte, falleceu no principio do anno de 1889. Pertencia á familia do vigário de Pombal na província da Parahyba, o padre José Ferreira Nobre, um dos sacer- dotes compromettidos na revolução de 1817 ; exercia um emprego no funccionalismo publico, e escreveu: - Breve noticia sobre a província do Rio Grande do Norte ; baseada em leis, informações e factos consignados na historia antiga e moderna. Victoria, 1877, 208 pags. in-4°. Manoel Fig^ieiroa de Faria - Filho de Manoel Figueirôa e dona Thereza Figueirôa de Faria, nasceu em Pernambuco em dezembro de 1801 e falleceu a 1 de agosto de 1866, major reformado de milicias, commendador da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo, membro fundador do Instituto archeologico pernambucano e de outras associações de lettras. Orphão de pae e sem fortuna, entrou para o se- minário de Olinda e deixando-o por falta de recursos, entrou para o commercio como caixeiro, obteve ser proprietário de uma pequena casa commercial, e depois da typographia do Diário de Pernambuco em 1830. Desde essa época dedicou-se todo ao jornalismo e por occasião de commoções políticas e em quadras afflictivas surgia sempre como um genio bemfazejo. Escreveu: - Ensaios estatísticos da mortalidade das quatro freguezias do Recife de 1 de março de 1851 a 1 de março de 1855. Recife, 1856, in-8°. - Mappa estatístico do cholera-morbus na freguezia do Páo-d'Alho, de 18 de janeiro a 30 de abril de 1856. Recife, 1856- Figueirôa de Faria foi um dos decanos da imprensa pernambucana e o fundador do - Diário de Pernambuco. Pernambuco, 1828 -Esta folha ainda se publica sob a redacção de outros. Manoel Florencio do Espirito Santo- Natural da Bahia, ahi falleceu a 18 de julho de 1896. Dedicando-se ao magis- tério da instrucção primaria, foi professor da freguezia da rua do Passo, na capital, e jubilando-se, fundou o collegio Florencio, Escreveu: - Grammatica da lingua portugueza. Bahia - Compendio do systema métrico. Bahia*.... MA 83 Manoel Florencio Pereira - Natural da província, hoje estado da Bahia, presbytero secular, foi lente do seminário archi- episcopal e escreveu: - Compendio de theologia dogmatica, organisaio das Instituições theologicas do padre Domingos Schram, vertido para o vulgar e man- dado imprimir para uso do seminário archiepiscopal desta província da Bahia. Bahia, 1847, in-4°. Manoel da Fonseca - Natural de S. Paulo, viveu alóm do meiado do século 18°. Jesuita, fez no Brasil os estudos e recebeu ordens'de presbytero. Escreveu: - Vida do venerando padre Belchior de Pontes, da companhia de Jesus da província do Brasil. Lisboa, 1752, 290 pags. in-4° - Este livro tem maior valor pelas noticias históricas e políticas que contém, sendo talvez por isso que foi ordenada a sua suppressão por edital da mesa censória de 10 de junho de 1761. De taes noticias se publicaram: - Levantamento em Minas Geraes no anno de 1708. Relação do levantamento que houve em Minas Geraes no anno de 1720, gover- nando o Conde de Assumar, d. Pedro de Almeida, capítulos 33 e 38 - Na Revista do Instituto historico e geographico brasileiro, tomo 3o, 1841, pags. 261 a 281. Houve outro padre e escriptor de igual nome, portuguez, que viveu um século antes. Manoel da Fonseca Medeiros - Natural de Per- nambuco e ahi negociante ou empregado no commercio, escreveu: - Noções de partidas dobradas. Recife. 1864, in-8°. Manoel Francisco AJipio - Nasceu na cidade de Campos no actual estado do Rio de Janeiro, onde foi agricultor, e fal- leceu em Cordeiros, no mesmo estado, a 13 de fevereiro de 1899. Poeta e jornalista, era também engenheiro pratico, tendo trabalhado na explo- ração da estrada de ferro de Carangola e escreveu: - Azul e sombras: versos. Rio de Janeiro, 1884 - Ardente abolicionista, destinou o producto deste seu trabalho ã emancipação dos escravos. Foi um dos redactores do - Voto Livre. Cantagallo - e collaborou nas seguintes folhas: Ga* zeta de Fribwrgo, Gazeta de Cordeiros e Sentinella, orgão republicano de Friburgo. >ia,noel Francisco cio Bem - Natural de Piratinim, província do Rio Grande do Sul, teve a grande desventura de cegar 84 MA ao sahir das faxas infantis, « ainda quando - como elle muito bem o diz - seus olhos de creança não podiam vero que avistavam». Poeta e poeta de inspiração, publicou uma collecção de suas poesias com o titulo: - Lyra da noite. Pelotas, 1874 - Ha segunda edição deste livro, feito também em Pelotas, com um prefacio do distincto jornalista rio- grandense Ignacio Ferreira de Vasconcellos. VEíiiioel Francisco Correia - Filho do commendador Manoel Francisco Ccrreia edona Francisca Pereira Correia, nasceu a 1 de novembro de 1831 na cidade de Paranaguá, então pertencente a S. Paulo e hoje ao Paraná, é bacharel em lettras pelo antigo collegio Pedro II e bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo; agraciado com o titulo de conselho do Imperador D. Pedro II, grã-cruz da ordem da Conceição da Vil la Viçosa e da de Christo de Portugal, da ordem de Carlos III da Hespanha, da ordem da Coroa de Ferro da Áustria e da de SanfAnna da Rússia ;socio do Instituto historico e geographico brasileiro, fundador da Sociedade de geographia do Rio.de Janeiro, etc. Desde sua formatura exerceu sempre empregos e cargos de confiança do governo, começando pelo de 2o offlcial da secretaria da fazenda, d'ahi passando logo a Io offlcial e neste cargo transferido para a secretaria do Império, depois á da Justiça. Foi secretario do governo do Rio de Janeiro ; offlcial de gabinete de mais de um ministro de estado ; presi- dente de provincia, conselheiro de estado extraordinário, deputado e senador pela província do Paraná e ministro dos negocios estrangeiros no gabinete de 7 de março de 1871. Durante o governo do marechal Floriano serviu o cargo de chefe da directoria geral do tribunal de contas, em que foi aposentado. Como chefe da directoria geral de estatística, dirigiu o primeiro recenseamento da população do Império. São de sua iniciativa as conferencias populares da escola da Gloria, installaias a 23 de novembro de 1873, a Associação promotora da instrucção de meninos, installada a 1 de janeiro de 1874, a pri- meira escola normal da capital do Império, a 25 de março deste anno, etc. Escreveu, além de outros trabalhos offlciaes: - Compilação e annotaç w das consultas do conselho de Estado, referentes aos negocios ecclesiasticos, etc. Rio de Janeiro, 1869, in-4°. - Relatorio e trabalhos estatisticos apresentados ao Illm. e Exm. Sr. Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, ministro e secretario de estado dos negocios do Império, pelodirector geral, etc. Rio de Ja- neiro, 1874, in-4'. 85 - Missão do general Bartholomeu Mitre, enviado extraordinário e ministro plenipotenciário da Republica Argentina: Discurso pronun- ciado, etc., na sessão de 12 de agosto de 1873. Rio de Janeiro, 1873, 93 pags. in-8° - Sobre este assumpto escreveu ainda: - Missão especial do general argentino D. Bartholomeu Mitre ao Brasil em 1872. Negociação confidencial - Na Revista do Instituto historico, tomo 60, parte 1°, pags. 1 a 74. E' um trabalho lido em sessão do Instituto. - Discurso proferido ao inaugurar a escola na praça D. Pedro 1. Rio de Janeiro, 1882, in-8°. - Rehtorio da Associação humanitaria paranaense, apresentado á assembléa geral dos associados. Rio de Janeiro, 1887, in-8°. - Discurso proferido na solemnidade da collação do grão de bacha- réis em sciencias jurídicas e sociaes em 26 de janeiro de 1896 na Fa- culdade livre do Rio de Janeiro, 1896, in-8°. - Memória apresentada ao Instituto historico e geographico brasi- leiro em 10 de outubro de 1890 para ser lida depois da morte do Im- perador, o Sr. D. Pedro II - Na Revista do Instituto, tomo 55 parte2a, pags. 71 a 93. « O que constitue o singular merecimento desta memória ( diz a commissão que a reviu ) são as notas feitas pelo fal- lecido Imperador, o Sr. D. Pedro II, a diversos trechos do livro de E. Pressensé Les Origines. Depois foi traduzida em francez pelo Dr. J. Galdino Pimentel com o fim de ser apresentada ao Instituto de França de que D. Pedro era socio. - Saque de Assumpção e Luque, attribuido ao exercito brazileiro. Refutação - Na dita Revista, tomo 59, parte Ia, pags. 369 a 393. - Conferencias, e outros trabalhos. Rio de Janeiro, 1885, XX-330 pags. in-4° com o retrato do autor - Algumas dessas conferencias foram publicadas antes em opusculo. - Trabalhos do conselheiro Manoel Francisco Correia, I Rio de Ja- neiro, 1897, 107 pags. in-8° - Depois de um discurso na sessão do Instituto de 4 de março de 1892 em commemoração ao fallecimento do Imperador D. Pedro II e de um trabalho com o titulo A Família impe- ri d, se acha sua memória « Trucidação do Barão do Serro Azul com mais cinco companheiros de martyrio no historico kilometro 65 da es- trada de ferro de Paranaguá á Corityba ». - Trabalhos do Conselheiro, etc. 23 vol. Rio de Janeiro, 1899, 186 pags. in-8°-Foram publicados no quinto anniversario da truci- dação de seu irmão no governo dos dous chefes militares Ewerton Quadros e Pires Ferreira e no ultimo capitulo se acham documentos 86 MA que provam a injustiça do monstruoso attentado - Tenho noticia do seguinte trabalho seu, creio que do tempo de estudante: - A praia da Gloria. S. Paulo... Manoel Francisco Dias da Silva - Filho de Manoel Francisco Dias da Silva e dona Ignacia Gertrudes de Oliveira e Silva,'nasceu em Nitheroy a 28 de janeiro de 1840. Completou sua pri- meira instrucção aos 9 annos de idade, encetou a carreira commercial como caixeiro em estabelecimento de seu pae, e depois noutros estabe. lecimentos da corte, percorrendo algumas províncias do Império e também dando-se ã leitura de livros bons, principalmente de assumptos agricolas. Depois, obtendo carta de professor primário, fundou um internato que foi obrigado a transferir ao cabo de seis annos por mo- léstia grave, e a deixar a côrte, para ser professor em Angra dos Reis. Voltando depois a esta capital, fundou a importante typographia Carioca e dedicou-se todo ás lettras, fundando o Instituto polymatico brazileiro e concorrendo para a fundação de outros estabelecimentos iguaes ; mas enfermidade cruel ainda veio feril-o fatalmente, roubando-lhe a vista e,como si não fosse bastante tão grande infortúnio, elle viu em poucos momentos sua typographia reduzida a cinzas por fatal incêndio, e des- apparecer tudo quanto possuia, o fructo de afanoso trabalho. Tanta adversidade, porém, parece que lhe dava força, não sòmente para re- sistir a tão dolorosos golpes, mas para emprehender e levar ao termino tantos e tão variados trabalhos que deu á luz, faltando-lhe a luz para isso. Admira tanta força de vontade, tanta actividade num cego ! Bem disse o Jornal do Commercio: « Este extraordinário cego é o typo dos homens, que aíHigidos por tão cruel enfermidade, continuam uteis a si e á sociedade.» Foi o fundador do Instituto polymatico brazileiro, de que foi secretario perpetuo, e pertence a varias associações litte- rarias. Escreveu: - O Club Godipan:comediaem 1 acto. Rio de Janeiro, 1868, in-4°. - O emprezario ambulante: scena cómica. Rio de Janeiro, 1872, in-8° - Faz parte da collecção do theatro moderno luzo-brasileiro. - O amante das harmonias: scena cómica. Rio de Janeiro, 1872, in-8° - Idem. - A noite de natal: drama de costumes portuguezes em quatro actos. Rio de Janeiro, 1874, in-8°. - Flor do martyrio: romance. Rio de Janeiro, 1881, in-8°. - Contos ao luar. Rio de Janeiro, in-8°. - A lei de Deus: lendas baseadas pelo decálogo. Rio de Janeiro ( sem data), 300 pags. in-8° com gravuras - Este livro teve seis edições MA 87 e foi approvado pelos bispos do Ceará, Maranhão e Cuyabá e adoptado pelo conselho da instrucção publica do Rio de Janeiro e do Paraná para uso de suas escolas. - Expositor português ou rudimentos de ensino da lingua materna, adaptado á instrucção primaria do Brasil. Rio de Janeiro - Teve varias edições, sendo a quarta de 200 pags. com 50 gravuras. Foi adoptada pelo conselho de instrucção publica de Pernambuco, etc. - Encyclopedia popular de leituras uteis para o povo e escolas pri- marias. Rio de Janeiro, in-8°, com gravuras - Teve outras edições e a terceira, sem data, tem 202 pags. - Syllabario illustrado. Rio de Janeiro - Este livrinho foi adop- tado em grande parte do Império. - O viticultor brasileiro : cultura da videira e o fabrico de vinho no Brasil, precedido de um vocabulário technico e ornado de 26 gra- vuras. Rio de Janeiro, 1888, 224 pags. in-4°. - Registro civil. Regulamento do registro civil de nascimentos, casamentos e obitos, precedido de um indice remissivo e annotado, etc. Rio de Janeiro, 1888, 46 pags. in-4°. - Guia do cidadão brasileiro. A lei e regulamento do recruta- mento para o serviço militar no Brasil; precedido do historico de sua origem e discussão, do juizo da imprensa fluminense e annotado, etc. Rio de Janeiro ( sem data ), 68 pags. in-8°. -Novo diccionario humorístico de homonymosda lingua portugueza. - Diccionario biographico de brasileiros illustres nas lettras, artes, politica, philantropia, guerra, diplomacia, industria, sciencias e cari- dade, de 1500 até os nossos dias, etc. Rio de Janeiro, 1871, 192 pags. e mais quatro de indice. - Galeria de brasileiros illustres. Resumo biographico de brasi- leiros illustres nas artes e lettras, commercio e industria, philantro- pia e caridade. Primeira parte. Rio de Janeiro, 1877, in-8°. - Gabinete de Sete de março. O Sr. Conselheiro Junqueira : perfil biographico, etc. Rio de Janeiro, 1875, 16 pags. in-4° com retrato. - Gabinete de Sete de março. O Conselheiro J. F. da Costa Pereira: perfil biographico, etc. Rio de Janeiro, 1875, 14 pags. in-4°, com re- trato. - Gabinete de Sete de março. O Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira : perfil historico e biographico. Rio de Janeiro, 1876,32 pags. in-4°com retrato. - Perfil biographico do Dr. Laurindo - No livro que publicou com o titulo «Poesias do Dr. Laurindo ». Rio de Janeiro, 1877, de pags. 3 a 17. 88 AI A - Pantheon Nacional. Saldanha Marinho : esboço biographico. Rio de Janeiro, 1878, 224 pags. in-4°, com retrato. - Peregrino de Menezes : perfil biographico. Rio de Janeiro, 1885, 31 pags. in-8'. - Almanah popular do Rio de Janeiro, para 1878. Rio de Janeiro, 1878, 185-32-14-50 pags. in-8° e mais XI de indice- Pelo menos foi pu- blicado mais um anno, em 1879. - índice Commercial do Almanak popular. Relação nominal das casas commerciaes, advogados, médicos e mais habitantes da Côrte. Rio de Janeiro, 1878, 289 pags. in-8°. - Historia chorographica do Brasil, precedida de um resumo geographico da America. Rio de Janeiro, 1883, in-80^- Esta edição foi apenas de 500 exemplares. Houve segunda edição correcta e augmen- tada no mesmo logar e anno. Dias da Silva, emfim, publicou algumas poesias, collaborou para alguns jornaes do Rio de Janeiro, e redigiu : - Jornal do Agricultor. Princípios práticos de economia rural. Publicação mensal. Rio de Janeiro 1879 a 1889 iu-4° de duas columnas. Esta publicação sustentou-se por espaço de 10 annos e foi onde Dias da Silva mais demonstrou sua admiravel actividade. Acompanhou esta publicação o - Almanah do «Jornal do Agricultor ». Rio de Janeiro... Manoel Francisco Ferreira Corrêa - Filho do doutor Francisco Ferreira Corrêa e nascido a 25 de outubro de 1862 no Paraná, é bacharel em sciencias physicas e mathematicas pela escola polytechnica e escreveu: - Noticia sobre o estado do Paraná, publicada por ordem do governo doestado para a exposição universal colombiana de Chicago. Curitiba, 1893,61 pags. in-4% com algumas tabellas e um mappa da zona colonisada. - Mappa do estado do Paraná. Rio de Janeiro, 1897. Msiuoel Fi*: incise o dn Silveira Freitas- Fal- tam-me uoticias a seu respeito, constando-me apenas que é natural do Rio de Janairo. Escreveu: - Pio IX. Rio de Janeiro, 1870, in-8a. - Revelações. Rio de Janeiro, 1870, 97 pags. in-4°, sem folha de rosto - São também offerecidas a Pio IX. Manoel Freire A.llemtío- Filho de João Freire Allemão e dona Feliciana Angélica do Espirito Santo e irmão do dr. Francisco MA 89 Freire Allemão, de quem me occupei neste livro, nasceu no Rio de Ja- neiro, foi aqui graduado doutor em medicina e falleceu a 14 de maio de 1863. Escreveu: - A contractibilidade organica e a contractibilidade do tecido, mani- festada no utero durante a gestação, serão uma e a mesma cousa ou propriedades differentes ? Estudo das doutrinas physiologicas sobre o movimento ; Do mercúrio e suas preparações em relação ás escolas an- tigas e modernas ; Medicação contra-estimulante: these apresentada, etc. e sustentada em 27 de novembro de 1856. Rio de Janeiro, 1856, in-4° gr. - Escreveu com o dito seu irmão : - Trabalhos da Commissão scientiflca de exploração. Rio de Ja- neiro, 3 vols. in-4° com estampas. (Francisco Freire Allemão. ) - Noticia sobre as moléstias endemicas do Crato (Cearei) extra- hida de apontamentos inéditos - No Progresso Medico, tomo 1°, pags. 247 e seguintes. - Clima e moléstias endemicas de Ipiabas: noticia extrahida de apontamentos inéditos -Idem, pags.189 e seguintes. - Matéria medica brasileira - Na G tzeta Medica do Rio de Ja- neiro, 1862 e 1863. Manoel de Freitas Magalhães - Filho de João do Freitas Magalhães e dona Anna da Encarnação Magalhães, nasceu na capitania, depois província e hoje estado do Espirito Santo, no anno de 1787 e falleceu conego a 15 de outubro de 1843 nesta capital, vindo da villa de Itaborahy, província do Rio de Janeiro, de cuja igreja era parocho collado. Presbytero do habito de S. Pedro, pronunciou-se calorosamente pela independencia do Brasil, mas na maçonaria, que nessa época occupava-se de política, foi um defensor dos portuguezes liberaes que haviam procurado o Brasil. Representou a província do Rio de Janeiro em sua primeira legislatura provincial e sua província natal na 5a legislatura geral, tendo o seu supplente um voto apenas, supplente este, o conselheiro J. Lopes da Silva Couto, que se recusou a tomar assento depois de seu fallecimento. Foi um sacerdote de exces- siva caridade e escreveu: - Sonetos feitos e recitados nas noites de 22, 23 e 24 de setembro na respeitável presença de SS. AA. RR. Rio de Janeiro, 1822, 9 pags. in-4°. - Oração quo a pedido do Reverendo Vigário Francisco Xavier Pina fez no dia 26 de outubro de 1828 na junta parochial de S. João de Itaborahy. Rio do Janeiro, 1828, J4 pags, in-4% 90 MA - Oração que na solemne acção de graças, que rendeu ao Altís- simo a venerável ordem 3a de N. S. da Conceição e Boa Morte pelo restabelecimento de S. M. o Sr. D. Pedro I, celebrada no dia 24 de janeiro de 1830, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1830, 23 pags. in-4°. - Brasileiros! (Proclamação.) Rio de Janeiro, 1831, 1 fl. in-4°. Manoel da Gama Uobo - Natural da província, hoje estado do Pará, nasceu pelo anno de 1835, e falleceu a 7 de junho de 1883 a bordo do paquete Orenoque na altura de Corunha, em viagem para o Brasil, sendo seu cadaver conduzido para Lisboa, onde foi sepul- tado. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, começando na da Bahia o respectivo curso, serviu no corpo de saude da armada algum tempo e partiu depois para a Europa afim de consagrar-se á ophthalmologia, especialidade que até então não havia sido exercida por brasileiro algum, e de que o Brasil só tivera, por pouco tempo, o oculista francez Carron du Villard. Praticando com os primeiros especialistas da Europa, principalmente da Allemanha e vindo estabe- lecer-se no Rio de Janeiro, em pouco tempo obteve a mais elevada e merecida reputação pela habilidade com que praticava as mais deli- cadas operações desse ramo da cirurgia. Em 1872 voltou á Europa e ahi, na Allemanha principalmente, além de continuar a fazer estudos sobre ophthalmologia, entregou-se a pacientes trabalhos de histologia sob a direcção dos professores Wirchow e Stricker. Usou da palavra no congresso celebrado em Londres nos dias 1, 2 e 3 de agosto desse anno e perante as maiores notabilidades de medicina e cirurgia pro- nunciou-se dando noticia de descobertas na ophthalmologia por seu sabio mestre Helmholtz. Na Europa emflm e na America do Norte foi elevado á altura de celebridade europea. Applicou-se também ao es- tudo da febre amarella, que foi o objecto que o preoccupou muito n'uma viagem feita ultimamente aos Estados Unidos. Era membro titular da Imperial Academia de medicina do Rio de Janeiro e de outras asso- ciações scientiflcas estrangeiras e escreveu: - Morte real ouapparente: enterramentos precipitados. Das boubas, causas, signaes, diagnostico, prognostico e tratamento; males secundá- rios que delias se derivam. Tétanos traumáticos. Elephantiasis do es- croto: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1858, in-4°. - Lições sobre ophthalmologia, professadas em Berlim na clinica de Von Graefe pelo Sr. Schweigger, traduzidas, etc. Rio de Janeiro, 1858, 124 pags. in-4°, com 4 estampas. - Lições de Welis sobre as moléstias internas do olho, como vistas pelo ophthalmoscopio, traduzidas, etc. RiodeJaneiro, 1876,77 pags. in-8°. MA 91 - Etudes sur la fièvre jaune de 1873 et 1874. Rio de Janeiro, 1876, 31 pags. in-4° com 1 est. - Esta obra foi também publicada em inglez e elogiada não só no Império como foi pelo dr. J. Baptista de Lacerda, como na Europa e nos Estados unidos, da America do Norte, sendo considerada um valioso contingente para o estudo dessa affecção. - The Swamps and the Yellow Feoer, with médium, minimum and maximum Thermometric, Barometric, and Hygrometric and dire- ction of wends of the city of Rio de Janeiro during 26 years. New- York, 1881, 58 pags. in-8° com duas estampas. - Thermometria, hygrometria e barometria e estudos sobre a febre amareila desde 1851 até 1876 - Original in-fol. na Bib. Na- cional. Em revistas medicas ha grande numero de trabalhos deste autor, dos quaes mencionarei: - Ophthalmia dos recem-nascidos -- Na Gazeta Medica, do Rio de Janeiro, 1862, pags. 137 e segs. - Factos clínicos de moléstias dos olhos- Idem, 1862 e 1863.. - Paralysia de 3o par ; acção physiologica do grande e pequeno obliquo - Idem, 1863, pag. 206 e segs. - Memória sobre a hygiene de alguns vasos de guerra brasileiros, estacionados no Rio da Prata, e moléstias ahi observadas - Idem, 1864, pags. 110 e 125. - Memória sobre a amaurose julgada pela oculistica moderna - Nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo 15°, 1863-1864, pags. 299 e segs. - Observações sobre alguns pontos de oculistica, lidas, etc.- Idem, no mesmo tomo, pags. 139 e segs. - Da ophthalmià catarrhal, desenvolvida no arsenal de guerra da côrte - Idem, tomo 16% 1864-1865, pags. 37 e segs. - Da iridesis - Idem no mesmo tomo, pag. 67 e segs. - Observação sobre um caso de iritis syphilitica - Idem, pags. 80 e segs. - Da synchisis brilhante ou crystaes de cholesterina - Idem, idem pags. 93 e segs. - Da ophthalmia brasiliana - Idem, tomo 17°, 1865-1866, pags. 16 e segs. - O iodureto de potássio produzirá metastase para a iris e cho- roide? Consideração, etc.- Idem, idem, pags. 50 e seguintes. - Do iodureto de potássio nas affecções oculares, quando ligadas á syphilis terciaria - Idem, idem, pags. 55 e seguintes. - Observação de um caso de iridectomia e iridesis - Idem, pags. 103 e seguintes. 92 MA - Do emprego da iridesis na catarata central e nas opacidades da cornea : communicação, etc.- Idem, pags. 196 e seguintes. - Da fistula da cornea, complicada de amollecimento do globo ocular e conservação da vista - Idem, pags. 201 e seguintes. - Da ophthalmia purulenta dos recem-nascidos e seu tratamento - Idem, pags. 259 e seguintes. - Da corelysia - Idem, pags. 441 e seguintes. - Observações de casos de ophthalmia - Idem, tomo 18°, 1866- 1867, pags. 101 o soguintes. - Observações sobre casos de fistula da cornea - Idem, pags. 471 e seguintes. - Observação acerca de um tumor laerimal, complicado com carie da apophyse montante do maxillar superior - Idem, tomo 19', 1867- 1868, pags. 277 o seguintes. - Fibroma extra-muscular da cavidade orbitaria esquerda, núcleo osseo, exorbitismo, perda da vista. Extirpação do tumor, vista recupe- rada - Idem, tomo 21°, 1869-1870, pags. 175 e seguintes. - Liberdade dos estudos. Liberdade do ensino - Idem, tomo 27% 1875-1876, pags. I e 33. - Como são q como deveriam ser os estudos medico-cirúrgicos no Brasil - Idem, pags. 37 e seguintes. - A medicina no Rio de Janeiro - Idem, pags. 121, 185 e se- guintes. - Estudos sobre a ophthalmometria - Na Revista Medica do Rio de Janeiro, 1873, tomo 1% ns. 1, 2 e 3 - Nunca me constou que odr. Gama Lobo fosse poeta ; vejo, porém, num catalogo de livros de Garnier um livro com o titulo : - Diversas poesias. Rio de Janeiro - Talvez sejam composições dos tempos de estudante. Manoel Godofredo de A-lencasti-o ^Lutra,n - Filho do conselheiro Pedro Autran da Matta Albuquerque de quem terei de tratar, e dona Julia Carolina de Alencastro Autran, nasceu na cidade do Recife, capital de Pernambuco, a 3 de janeiro de 1818. Ba- charel em direito pela faculdade desta cidade, formado em 1869, foi logo nomeado supplente do juízo de orphãos e depois exerceu vários cargos, como o de secretario do governo, lento de rhetorica 'e poética, e director da instrucção publica na província do Espirito Santo, juiz municipal e de orphãos em Itaguahy, província do Rio de Janeiro, juiz de direito do Monte Alegro, no Para, juiz de casamentos no Es' pirito Santo e actualmente exerço a advocacia na capital federal. MA 93 Deu-se desde estudante ao cultivo das lettias amenas e, depois de graduado em direito, com actividade excessiva ao estudo da jurispru- dência, não só escrevendo trabalhos só de sua lavra, como revendo, corrigindo e augmentando de accordo com as reformas e estudos pos- teriores grande numero de trabalhos de jurisconsultos e de publicistas brasileiros. Deu-se também ao jornalismo, collaborando para o Diário dePernambuco, o Espirito-Santense, o Paiz, do Maranhão, o Jornal, do Ceará, e redigiu: - O Monf Alegrense, Mont'Alegre, 1883, in-fol. - Ahi, além de artigos de interesse geral, ha muitos de litteratura de sua lavra. Escreveu: - 5. Vicente de Paula-, poemeto em verso solto dedicado a seu pae. Recife, 1866, 12 pags. in-4n. - A Marselheza: traducção, verso a verso, com uma noticia sobre Rouget de L'lsle. Recife, 1868, 16 pags. in-4°. - O escravo: poesia recitada n'um saráo litterario musical - No opusculo «Deus, patria e liberdade», de Misael Ferreira Penna. - Cintos ephemeros: poesias de 1866-1869. Recife, 1871, 80 pags. in-4°. - A lei judiciaria de 20 de setembro de 1871, regulada, conve- nientemente annotada e seguida do um indice alphabetico e expli- cativo. Rio de Janeiro, 18'8, 152 pags. in-4p. - Di fiança criminal ou compilação das leis, decretos e avisos a respeito, em fórma de tratado simples e methodico para facilidade do estudo, seguida de um novo formulário. Rio de Janeiro, 1879, 96 pags. in-4°. - Do habeas-corpus e seu recurso ou compilação das disposições legaes, decisões do governo a respeito, etc. Rio de Janeiro, 1879, 109 pags. in-4". - Novo regulamento para a cobrança do imposto do sello, a que se refere o decreto n. 7540, de 15de outubro de 1879, annotadoe precedido do um summario remissivo ao dito regulamento. Rio de Janeiro, 1880, 68 pags. in-4°. - Consultor civil ou formulário de todas as acções civis de Carlos Antonio Cordeiro, contendo em appendice muitas notas correspondentes a cada um de seus paragraphos, com o novo formulário de acções summarias e summarissimas e execuções respoctivas, segundo a no- víssima reforma judiciaria. Rio de Janeiro, 1880, 540 pags. in-4° e mais 128 de appendice. 94 MA - Consultor commercial [ou formulário das acções commerciaes, contendo em appendice muitas notas de accordo com a reforma e leis posterior mente promulgadas. Rio de Janeiro, 1880, 452 pags. in-4° e mais 68 do appendice. - Consultor criminal ou formulário das acções crimes, contendo em appendice muitas notas a respeito, e bem assim um formulário de inquéritos policiaes e do processo de execuções de sentenças criminaes. Rio de Janeiro, 1880, 524 pags. in-4° e mais 67 de appendice. - Consultor orphanologico, contendo em appendice muitas notas, as convenções consulares em vigor e os regulamentos para a arreca- dação de bens de defuntos e ausentes, vagos, do evento, e para a arrecadação do imposto de transmissão de propriedade, convenien- temente annotados. Rio de Janeiro, 1880, 228 pags. in-4° e mais 167 de appendice. - Codigo do processo criminal de primeira instancia, convenien- temente annotado com as leis e decisões vigentes, promulgadas até o presente e seguido da lei de 3 de dezembro de 1841 e do regulamento n. 120, de 31 dejaneirode 1842. Rio de Janeiro, 1881, 445-VIIpags. in-4°. - Director dos juizes de paz do Dr. Carlos Antonio Cordeiro, con- tendo em appendice muitas notas a respeito da nova lei da locação de serviços, annotada. Rio de Janeiro, 1881, 375 pags. in-4°e mais 60 de appendice. - Manual do Cidadão: Constituição politica do Império do Brasil, seguida do acto addicional, da lei de sua interpretação e das outras que lhe são referentes, e commentada para uso das faculdades de direito e instrucção popular. Rio de Janeiro, 1881, 314 pags. in-8°. - Direito publico, positivo e brasileiro, do conselheiro Dr. Pedro Autran daMatta Albuquerque, melhorado pelo autor e annotado para uso das escolas de instrucção primaria. Rio de Janeiro, 1882, 154 pags. in-8°. - Repertório da legislação servil de Vidal, seguida da lei e regu- lamentos respectivos, convenientemente annotado com formulário. Rio de Janeiro, 1883, 2 tomos com 372 pags. in-8°. - Codigo das leis e regulamentos orphanologicos, de Suzano, me- lhorado, annotado e posto de accordo com a legislação vigente. Rio de Janeiro, 1884, 247 pags. in-4°. - Curso de direito hypothecario brasileiro ou compilação do que mais convém saber-se sobre tão importante matéria, seguido de modelos para requerimentos, etc. pelo Dr. Joaquim J. P. da Silva Ramos, re- MA 95 vista, corrigida e melhorada sobre a segunda edição do Dr. Macedo Soares. Rio de Janeiro, 1885, 312 pags. in-4°. - Lei da reforma eleitoral do Império do Brasil, com as instrucções e actos expedidos pelo governo para sua execução, etc. acompanhada do formulário para os actos do alistamento dos eleitores e de grande cópia de circulares e avisos dos ministérios da justiça, império, esclare- cendo o resolvendo pontos duvidosos. Quinta edição completamente al- terada e muito melhorada. Rio de Janeiro, 1887,2vols. in-4° com muitas tabellas - Comprehende o Io volume desta obra o decreto n. 3029 de 9 de janeiro de 1881, reformando a legislação eleitoral; idem n. 8213 de 13 de agosto de 1881, regulando a execução da lei eleitoral ; idem ns. 8100 a 8119, de 21 de maio de 1881, creando os districtos eleitoraes e em appendice o decreto n. 3122, de 7 de outubro de 1882, alterando algumas disposições da lei eleitoral. O 2o volume comprehende um completo formulário para o processo das eleições em geral e para os actos do alistamento dos eleitores, seguido de decisões do governo a respeito da lei eleitoral e seu regulamento, assim como vários modelos e tabellas. - Do registro civil de nascimentos, casamentos e obitos, segundo o regulamento mandado observar pelo decreto de 7 de março de 1888. Rio de Janeiro, 1888. - Manual do direito civil para uso do povo por L. M. Vidal. Se- gunda edição correcta e augmentada. Rio de Janeiro, 1888, in-8°. - Novo roteiro dos orphãos ou guia pratico do processo orphano- logico no Brasil,fundamentada sua legislação respectiva e iIlustrada pela lição dos praxistas, contendo muitas disposições novas e arestos dos tribunaes até o presente, com o formulário de todos os processos. Segunda edição, augmentada, corrigida, annotada, etc. Rio de Janeiro (sem data). - Roteiro dos delegados e subdelegados de policia, ou collecção dos actos, attribuições e deveres destas autoridades, fundamentado na legislação competente e na pratica estabelecida, composto para uso dos mesmos juizes, por J. M. Pereira de Vasconcellos. Sétima edição novamente revista e accrescentada sobre a quarta, do bacharel Miguel Thomaz Pessoa. Rio de Janeiro, in-8°. -• Roteiro dos offlciaes de justiça ou manual de suas attribuições e deveres, com formulário para todos os actos judiciários que tem de executar. Rio de Janeiro, 1890, in-8Q. - Novíssimo assessor forense. IV. Novo roteiro dos orphãos por um juiz de direito. 2a edição. Rio de Janeiro ( sem data ), in-8°. 96 31A - Mtnual de justiça federal ou compilação das leis de sua orga- nisação e das que lhe são referentes, annotadas, etc. Rio de Janeiro, 1892, 242 pags. in-8'. - Bancos e sociedades anonymas ou consolidação das leis e regu- lamentos respectivos segundo o decreto n. 434, de 4 dejulhode 1891, con- venientemente annotado, etc. 4a edição correcta e annotada. Rio de Janeiro, 1892, 216 pags. in-8°. - Constituição da Republica dos Estados Unidos do Brasil, anno- tada para uso das faculdades de direito e escolas normaes, etc. Rio de Janeiro, 1892, in-8". - Do casamento civil segundo o decreto n. 181, de 24 de janeiro de 1890, annotado, e seguido do respectivo formulário, etc. Rio de Janeiro, 1892, in-8° - Teve segunda edição em 1894. Neste livro se encontram todas as disposiçõesUegaes e judiciarias sobre esse acto, e seus effeitos jurídicos. Um excellente formulário o torna ainda mais pratico. - Guia eleitoral, contendo na sua integra a lei n. 35 de 27 de janeiro de 1892, convenientemente annotada e seguida de formulários para todos os actos do alistamento e das eleições. Rio de Janeiro, 1892, in-8°. - Codigo penal dos Estados Unidos do Brasil, annotado segundo a legislição vigente para uso dos juizes e jurados, com a graduação das penas. Rio de Janeiro, 1892, in-8° - Ha segunda edição corrigida. - Das fallencias e seu processo segundo o decreto n. 917, de ou- tubro de 1890, annotado de accordo com a legislação vigente. Rio de Janeiro, 1892, in 8° - Ha segunda edição, correcta e augmentada, de 1895. AJCíxnoel Gomes Alvares - Nascido na cidade da Bahia, como parece, nos últimos annos do século 17°, cultivou as lettras e tinha bastante conhecimento di lingua castelhana, como demonstrou nas seguintes obras de sua penna: - Nova philosophi i da natureza do homem, não conhecida nem alcançada dos grandes philosophos antigos, a qual melhora a vida e saude humana; composta por dona Oliva Sabuco de Nantes Barreira e traduzida do castelhano em portuguez. Lisboa, 1734, XXIV-510 pags. in-4°. - Enganos de mulheres e desenganos de homens; divididos em quatro discursos históricos, politicos e moraes, por D. Miguel de Côrte Real. Traduzidos e dedicados ao illustrissimo arcebispo da Bahia, MA 97 D. Luiz Alvares de Figueiredo. Lisboa, 17...- Barbosa Machado teve comsigoo original, Manoel Gomes <le Oliveira - Sei apenas que nasceu no Brasil e que apresentou ao Governo, ainda na monarchia: - Os Burgos agrícolas. Rio de Janeiro, 1886 -E' um opusculo em que se apresentam as bases e o plano de um projecto de immigração, de que o autor occupou-se na imprensa da côrte. Manoel Gonçalves da Costa - Natural de S. João da Barra, Rio de Janeiro, e poeta - escreveu: - Minhas filhas : poesias. Rio de Janeiro, 1883, in-8° - Nunca vi este livro. Manoel ISilaiMo 1*1 res Ferrão - Filho do tabellião José Pires Garcia, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 13 de janeiro de 1829, e falleceu a 29 de setembro de 1885. Tendo feito o curso de Pharmacia e obtendo carta pela faculdade da côrte em 1848, foi encarre- gado de organisar o serviço pharmaceutico da santa casa de Miseri- córdia e estabeleceu-se depois, fundando uma pharmacia de sociedade com um irmão seu, renunciando por isso um emprego que obtivera no thesouro, a qual, porém, deixou pouco tempo depois para substituir o tabellião Fialho em seu impedimento. Cinco annos mais tarde, em 1856, exerceu as funcções de gerente da companhia da estrada de ferro de Mauá á Petropolis, logar que também deixou para servir o de confe- rente da alfandega. Finalmente, resignou este logar por ter pedido e ser nomeado serventuário dos officios de escrivão de orphãos e de tabel- lião de notas, os quaes exerceu até 1877, data em que obteve ser substi- tuído durante sua vida por se achar impossibilitado, por moléstia, de continuar em exercício. Era cavalleiro da ordem da Rosa, cultivou a litteratura amena, sendo dotado de palavra fluente e castigada - e es- creveu : - Guia pratica ou formulário do tabellião de notas no Brasil. Rio de Janeiro, 1870, 369 pags. in-8°. - Coração c genio. Lição conjugal em tres actos : drama original de costumes brasileiros. Rio de Janeiro, 28-106 pags. in-8°. Na intro- ducção ao leitor é que está a data de 1876 - P. Ferrão foi um dos re- dactores da - Revista Pharmaceutica .-jornal da sociedade Pharmaceutica bra- sileira. Rio de Janeiro, 1851 a 1857, 5 vols. in-4°- Com os drs. Joaquim Marcos de Almeida Rego, Esequiel Corrêa dos Santos, Fran- 98 MA cisco L. de Oiiveira Araújo e Ernesto Frederico dos Santos. E dentre so trabalhos, que ahi publicou, merece especial menção o seguinte: - Considerações acerca do perigo resultante da posse e uso abu- sivo de algumas formulas magistraes, antigas, sem a sancção do me- dico - No vol. Io, pags. 60 e segs. E deixou inéditos: - Mentor testamentario - livro de mérito, segundo ouvi de pessoa competente. - Poesias varias. 1 vol. Manoel Homem da Silveira IUspinola - Na- tural do Maranhão, segundo me consta, escreveu: - Thereza de Neubourg e Carlos Servilio: novella histórica. Ma- ranhão, 1866, in-8°. Em seguida e no mesmo volume: - Paulo e Cincinato. Maranhão, 1866, in-8° peq. Manoel Ignacio <le Andrade Souto Maior I*into Coelho, Barão e depois Marquez de Itanhaem -Filho do brigadeiro Ignacio de Andrada Souto Maior Rendon e dona An- tonia Joaquina de Atahyde Portugal, nasceu na freguezia de Mara- picú, província do Rio de Janeiro, a 5 de maio de 1782 e falleceu a 17 de agosto de 1867, sendo senador pela província de Minas, gentil- homem da imperial camara, grã-cruz da ordem de Christo, da ordem franceza da Legião de honra, da ordem napolitana de S. Januario, da ordem sarda de S. Maurício eS. Lazaro. Coube-lhe a honra de servir de alferes-mór na coroação e sagração do primeiro Imperador, e no ju- ramento da constituição política do Império ; mais tarde honra maior lhe coube: a de representar o rei d. Fernando, de Portugal, no bapti- sado da princeza imperial, dona Isabel, em 1846, e em 1833 foi no. meado pela regencia tutor do Imperador d. Pedro II ede suas augustas irmãs em substituição a José Bonifácio de Andrada e Silva. Esse hon- roso cargo obrigou-o a escrever alguns trabalhos, como: - Contas dadas á assemblèa legislativa pelo Marquez de Itanhaem, encarregado da tutela de S. M. I. e de suas augustas irmãs; prece- didas de um relatorio explicativo. 1834. Rio de Janeiro, 1834, 43 pags. in-fol. com 13 mappas. - Reflexões para servirem de esclarecimento ao parecer da illustre commissão de contas, oíferecidas á camara dos senhores deputados. Rio de Janeiro, 1835, 12 pags. in-fol. - Contas dadas á assemblèa legislativa ; precedidas de relatórios explicativos dos annos financeiros da casa imperial. 1834 a 1840, Rio de Janeiro, 1835-1840, in-fol. MA 99 Manoel Ig-nacio Bricio - Natural do Ceará, falleceu a 17 de novembro do 1877, sendo coronel do esta lo-maior de primeira classe, bacharel em mathematicas, cavai leiro da ordem de S. Bento de Aviz e da de Christo. Fez o curso da academia de marinha e serviu na armada desde 1830, data de sua prdmoção a guarda-marinha, até 25 de junho de 1847, data de sua passagem para o exercito. Foi muitos annos director do arsenal de guerra de Pernambuco e depois director das obras militares nessa província; serviu também no Rio Grande do Sul, no Maranhão, no Pará e no Amazonas como commandante das armas. Escreveu: - Analyse do julgamento do sr. inspector da thesouraria de fazenda do Maranhão, Francisco Emigdio Soares. Maranhão, 1845,97 pags. in-8° - Trata-se de factos relativos á apprehensão do brigue- escuna Fere-fogo, sen lo o autor Io tenente da armada e commandante do brigue-escuna Nictheroy. Manoel I^nacio <Ie Carvalho Mendonça - Filho do doutor Manoel Ignac;o de Carvalho Mendonça, de Pernam- buco, nasceu em Santa Luzia, Minas Geraes, a 2 de dezembro de 1859. Depois de ter cursado a escola do minas até o terceiro anno em que deixou-a por lhe ser prejudicial á saude o clima de Ouro Preto, encetou o curso de direito da faculdade de S. Paulo, onde recebeu o grão de bacharel em 1881. Em segui la entrou na carreira da magistratura como juiz municipal do Rio Bonito, termo do Rio de Janeiro, foi depois advogado em Cantagallo, e hoje é juiz seccional no estado do Parana. Escreveu: - Carita S. M. o Sr. D. Pedro II por Santerre. S. Paulo, 1879, 30 pags. in-8°. - Esboço de philosophia positivista: serie de artigos publicados na Tribuna Liberal de S. Paulo. S. Paulo, 1880. - Promptuario das leis federaes, contendo toda a legislação da Re- publica dos Estados-Unidos do Brasil, desde 15 de novembro de 1889. Curityba, 1890, in-8° - E' apenas o Io volume. - O poder judiciário no Brasil. A necessidale pratica, de nossa posição judiciaria. Curityba, 1899, in-8°. - A intervenção e a doutrina Monroe. Curityba, 1896, in-S0 - E' um opusculo em que o autor trata de provar a legitimidade do prin- cipio do Monroe - Consta que tom inéditos: - S. Paulo, fundador do catholicismo- livro em que se propõe mostrar que não foi Jesus Christo o fundador do catholicismo. 100 MA - Estudo sobre a arte em geral e apreciação de alguns poetas an- tigos sob o ponto de vista da doutrina positivista - Quando estudante fez parte da redacção das revistas: - A Republica-, orgão do Club republicano académico. S. Paulo, 1879, in-fol.- Esta folha começou antes sob a redacção dodr. Manhães de Campos e outros e viveu até 1881. - A União Académica-, periodico quinzenal. S. Paulo, 1879, in-fol. .peq. Manoel Ignacio da Silva Alvarenga- Filho de Ignacio da Silva Alvarenga, nasceu não em Villa Rica, hoje Ouro-Preto, como querem uns, mas em S. João d'El-rei, Minas Geraes, de 1749 e falleceu no Rio de Janeiro a 1 de novembro de 1814, sem duvida com muito menos idade, do que a que deu-lhe o conego J. da Cunha Bar- bosa quando disse que elle tinha vivido perto de oitenta annos. Formado em direito pela universidade de Coimbra, esteve algum tempo em Lisboa, onde foi muito obsequiado e gozou da estima das pessoas gradas pelas suas bellas qualidades. Voltando á patria com a patente de capitão-mór de milicias dos homens pardos de sua comarca, ahi esta- beleceu-se como advogado e ao mesmo tempo ensinando gratuitamente rhetorica a seus jovens patricios. Pouco tempo depois estabeleceu sua residência no Rio de Janeiro por ter sido nomeado professor régio do rhetorica e poética nesta cidade, on.le deixou discípulos, como Rodovalho, Monte Alverne, S. Carlos, o citado Cunha Barbosa e outros que certamente honraram o mestre. Associado a seu conterrâneo e.amigo José Bazilio da Gama que acabava de chegar de Portugal, com o apoio do bispo d. José Castello-Branco o a protecção do vice-rei d. Luiz de Vasconcellos que o prezava e convidava-o para seus sarâos, fundou uma sociedade litteraria, modelada pela Arcadia de Roma, á que se agruparam as mais brilhantes intelligencias da época e essa sociedade prometi ia bellos fructos quando, sendo Luiz de Vasconcellos substituido no governo pelo famigerado Conde de Rezende, um dos mais ferozes per- seguidores das lettras brazileiras, mandou dissolver a academia e prender seus mais notáveis membros e Alvarenga gemeu mais de dous annos nos cárceres da ilha das Cobras, sem lhe formarem culpa por falta de base para isso e tendo por seu severo juiz o desembargador portuguez A. Diniz da Cruz e Silva, o celebre autor do Hyssopo. Re- cobrando afinal a liberdade, e restituído á sua cadeira de rhetorica, de tal fôrma se achava aggravada sua saudepom os horrores da prisão, que a sua vida foi de então em deante um encadeamento de dores ; o homem que attrahia pelos seus discursos facetos, eruditos, e por suas M k 101 excellentes poesias, ferteis de imaginação e do colorido pátrio, ou pelo desembaraço e gosto, com qne no circulo de amigos tangia uma rabeca, exercício a que se dera desde criança, guiado por seu pai que era mu» sico, nada mais foi do que sombria e taciturna figura do soffrimento. Foi um dos primeiros poetas do Brasil e exerceu: - O desertor das lettras: poema heroi-comico. Coimbra, 1774, 71 pags. in-8°- Houve outra edição sem declaração do logar e data. E' um poema em cinco cantos, em verso hendecasyllabo solto, em honra do Marquez de Pombal por occasião da reforma da universidade de Coim- bra e mandado imprimir pelo Marquez contra a vontade do autor porque este não o tinha ainda de todo corrigido. - No dia da collocação da estatua equestre d'el-rei nosso senhor, d. José I: ode (sem declaração do logar e data, parecendo-me ser de Lisboa, 1775), 7 pags. in-4° - Foi reimpressa no Patriota, tomo 2o, n. 3. - Ao sempre augusto e fidelíssimo rei de Portugal, o sr. d. José I, no dia da collocação de sua real estatua equestre: epistola (sem asde- clarações de logar e data), mas de Lisboa, 1775,6 pags. in-4° - Foi reim- pressa no Parnaso Brasileiro de Januario da Cunha Barbosa, fascículo 2o. - O desertor das lettras: poema heroi-comico (sem logar, nem data ) mas do Rio de Janeiro, 16-pags. in-12. - Poema erotico. Lisboa, 1799, in-8°. - O templo de Neptuno: poesia por Alcindo Palmireno, arcade ultramarino. Lisboa, 1777, 7 pags. in-4° - E' feita pela acclamação da rainha d. Maria I ao throno de Portugal e foi reproduzida no mesmo Parnaso Brasileiro, fascículo 3° o na Collecção das poesias in- éditas dos melhores autores portuguezes, tomo Io. Lisboa, 1809. - Apotheose poética do Illm' e Exm> Sr. Luiz de Vasconcellos e Souza: canção offerecida no dia 10 de outubro de 1785. Lisboa, 1785, 9 pags. in-8"-Acha-se também noutras collecções e no Patriota, tomo 2o, n.2. - Glaura: poema erotico. 1798, 248 pags. in-8° - Teve segunda edição em Lisboa, 1801. Nas bellas poesias deste livro acham-se deli- cadas imagens da patria do autor. - As artes: poema que a sociedade Litteraria do Rio de Janeiro consagrou aos annos de S. M. F. a senhora d. Maria I. Lisboa, 1821, 13 pags. in-8J- Antes publicado no Patriota, tomo Io, n. 6 e na citada Collecção de poesias inéditas, etc., tomo 2°; depois no Mosaico poético, poesias brasileiras, etc. Rio de Janeiro, 1844. - Odes de Anachreonte: traducção - Inéditas. Esta obra foi a ultima do poeta; delia se occupava elle nos últimos dias de vida, e se diz que desapparecera no dia de seu enterro o manuscripto prompto para ser daio ã luz. 102 MA - Obras poéticas de Manoel Ignacio da Silva Alvarenga (Alcino Palmireno ), colligidas, annotadas e precedidas de juízos críticos dos es- criptores nacionaes e estrangeiros e de uma noticia sobre o autor e suas obras e acompanhadas de documentos históricos por J. Norberto de Souza e Silva. Pariz, 1864, 2 tomos, 347 e 315 pags. in-80- Tiveram ainda uma edição com o titulo: - Obras completas do Manoel Ignacio da Silva Alvarenga, etc.- Além destas poesias, outras devem ter escapado ao incansável cultor das lettras, colleccionador das obras poéticas de Alvarenga, e mencio- narei as seguintes, publicadas em collecções ou revistas, embora estejam comprehendidas no presente volume. - Satyra aos vicios - No Patriota, tomo 1°, n. 4, pags. 11 e seguintes. - Aos felicíssimos annos da sereníssima senhora d. Carlota Joa- quina, princesa do Brasil (imitação da ode 12a de Horacio): ode - Idem, tomo 2°, m 1, pags. 38 a 40. - Canção aos annos da fidelíssima rainha, a senhora d. Maria 1 em 1797 - Idem, n. 3, pags. 52 e seguintes. - O canto dos pastores: eglega. Lisbóa, 1780, 7 pags. in-4°- Idem n. 5, pags. 43 a 47. - Ao Governador de Minas Geraes: oitavas - No Jornal Poético, de Lisboa, 1812. - A gruta americana- E' uma poesia dirigida do Brasil a José Basilio da Gama em Lisboa. No Parnas) Brasileiro, fascículo Io,pags. 22 e seguintes; no Musaico poético, poesias brasileiras, etc. publicadas sob os auspícios de uma sociedade no Rio de Janeiro, 1844; na Revista trimensal do Instituto, tomo 3o, pags. 344 a 346. - Epistola sobre o poema «Declamação tragica» de José Basilio da Gama. Theseu e Ariadne: heroide ( Duas poesias).- No citado Par- naso, fasciculo 2o, pags. 9 e 12. - Ode recitada em 1788 na presença do vice-rei Luiz de Vascon- cellos e Ode á mocidade portugueza por occasião da reforma da Uni- versidade de Coimbra em 1772 - Idem, fasciculo 4o, pags. 18 e28. Esta segunda vem também no Parnaso Brasileiro de J. M. P. da Silva, tomo 1°, pags. 136a 139. Nosdous Parnasos citados em summase acham poesias de Alvarenga, assim como no Florilégio, de Varnhagem, tomo Io, pags. 302 a 338, etc. Manoel Ignacio Lacerda de Azevedo- Inten- dente do municipio do Rio Grande do Sul e natural deste estado, escreveu: - A lei do orçamento do municipio do Rio Grande: analyse dos orçamentos estadoaes de 1896 a 1897. Rio Grande, 1899. 103 MA Manoel Ignacio Soares - Nascido na cidade da Bahia, ahi ordenou-se presbytero secular, foi conego e vigário collado da villa de S. Filippe. Foi também deputado provincial no regimen monar- chico e estimado orador sagrado, escrevendo vários panegyricos e sermões, de que citarei: - Sermão da dominga do advento, prégado na cathedral da Bahia. Bahia, 1856. - Oração fúnebre do arcebispo D. Manoel Joaquim da Silveira, por occasião das exequias, mandadas celebrar pelo vigário capitular Mon- senhor Carlos Amour no primeiro anniversario do fallecimento do mesmo arcebispo. Bahia, 1875. - Sermão no solemne Te-Rewn por occasião das festas do dia 2 de julho, commemorativas da entrada do exercito pacificador na Bahia em 1823. Bahia, 1880 -Creio que nestas festas foi mais de uma vez orador. Manoel Ignacio Soares Lislboa - Vivia no Rio de Janeiro na primeira metade do século actual, possuindo conhe- cimentos variados sem, comtudo, ser graduado em faculdade alguma. Consta-me que deu-se ao commercio e que exerceu por algum tempo o logar de thesoureiro do almoxarifado da casa imperial ou cousa se- melhante. Escreveu: - Elementos de geographia astronómica, politica e physica. Rio de Janeiro, 1830, 65 pags. in-8° e um mappa. - Satyras de Horacio: traducção. Rio de Janeiro, 1834, 112 pags. in-8° - Nunca vi taes obras e penso que esta traducção é em prosa. Manuel Ildefonso de Souza Lima - Filho de Luiz Correia Lima, foi nascido no Piauhy a 3 de outubro de 1832 e falleeeu na cidade do Santo Amaro, na Bahia, a 19 de janeiro de 1897. Sendo bacharel pela faculdade do Recife, seguiu a carreira da magis- tratura e como juiz de direito, escreveu: - Refutação ao Manifesto do dr. Gabriel Luiz Pereira, ex-gover- nador do Piauhy, pelo juiz de direito, etc. Rio de Janeiro ( ? ), 1892. Manoel Jacintho Nogueira cia Oama, Marquez de Baependy - Filho do Nicolau Antonio Nogueira e dona Anna Joa- quina de Almeida Gama, nasceu em S. João d'El-Rei, provincia de Minas Geraes, a 8 de setembro de 1765 e falleeeu no Rio de Janeiro a 15 de fevereiro de 1847, sendo bacharel em mathematicas pela uni- versidade de Coimbra ; marechal de campo reformado ; do conselho 104 MA do Imperador e fidalgo cavai loiro do sua imperial casa ; conse- lheiro do estado; senador do Império ; grã-cruz da ordem da Rosa, dignatario da do Cruzeiro e commendador da de S. Bento de Aviz. Depois de concluído o curso do mathematicas, sendo pre- miado em todos os exames e lutando coin penosas difflculdades, cursou os dous primeiros annos da faculdade de medicina, não conti- nuando por ser nomeado em novembro de 1791 lento substituto do mathematicas da real academia de marinha de Lisboa, onde leccionou até 1801. Promovido a Io tenente de marinha em 1793, cinco annos depois era capitão de fragata, sendo transferido para o corpo de engenheiros em 1803. Foi deputado á constituinte brasileira pelo Rio de Janeiro, depois senador por sua província occupando no senado a cadeira da presidência em 1838. Fez parte do gabinete de 17 de junho de 1823, occupando a pasta dá fazenda, e retirando-se em novembro por causa da dissolução da assembléa, occupou a mesma pasta no de 21 de janeiro de 1826 e ainda no de janeiro de 1826 a janeiro de 1827, e ainda no gabinete de 5 de abril de 1831 que retirou-se com a abdicação do primeiro Imperador, a quem foi muito dedicado. Até essa época exerceu varias commissões e cargos impor- tantes, como se póde ver no Anno biographico do dr. J. M. de Ma- cedo, e na Biographia escripta pelo dr. Justiniano J. da Rocha em 1851. Escreveu: - Memória sobre o loureiro cinamomo, vulgo canelleira dè Ceylão. Lisboa, 1797, 38 pags. in-8° com uma est. - Theoria das funcções analyticas que contém os princípios do calculo differencial por Mr. LaGrange. Traduzido. Lisboa, 1798, in-4". - Reflexões sobre a metaphysica do calculo infinitesimal, por Carnot, traduzidas do francez. Lisboa, 1798, in-4° com uma est. - Ensaio sobre a theoria das correntes o rios, que contém os meios mais simples de obstai' aos seus estragos, de estreitar o seu leito e facilitar a sua navegação, etc., por Favre; seguido das indagações da mais vantajosa coustrucção dos diques por Mrs. Bossuet e Vialet, e terminado pelo tratado pratico da medida das aguas correntes e uso da taboa parabólica do P. Regi. Lisboa, 1800, in-4° com 16 ests. - Memória sobre a absoluta necessidade que ha de nitreiras na- cionaes para a independência e defesa dos estados, com a descripção da origem, estado e vantagem da real nitreira artificial de Braço de Prata. Lisboa, 1803, 73 pags. in-4d. - Cultura da granza ou ruiva dos tintureiros, por ordem de Sua Alteza Real, o Príncipe regente, nosso senhor, extrahida dos melhores escriptos que se tem publicado. Lisboa, 1803, 44 pags. in-8°. 31A 105 - Reflexões sobre a necessidade e meios de se fazer a divida pu- blica, por um cidadão constitucional. Rio de Janeiro, 1822, 28 pags. in-4°. - Continuação das meditações do cidadão constitucional a bem de sua patria, servindo de additamento as Reflexões publicadas sobre a ne- cessidade e meios de se pagar a divida publica. Rio de Janeiro, 1822, 22 pags. in-4°. - Exposição sobre o estado da fazenda publica. Rio de Janeiro' 1823, 1 folh. peq. 82 pags. in-fol. - Relatorio dos trabalhos do conselho da sociedade Defensora da Independencia Nacional da villa de Valença, desde sua installação publica no dia 17 de novembro de 1831, até o dia 15 de agosto corrente de 1832. Rio de Janeiro, 1832, 22 pags. in-8u. Nogueira da Gama foi um dos assignatarios do - Projecto de constituição para o Império do Brasil; organisado no conselho de estado sobre as bases apresentadas por S. M. I. o Sr. D. Pedro I. Rio de Janeiro, 1823, 46 pags. in-8° - Houve varias edi- ções. Manoel Jncintlxo Pinheiro - Nascido no estado do Rio de Janeiro a 30 de outubro de 1853, com praça de aspirante a guarda- marinha em 1871, fez o curso da escola naval e é capitão de fragata da armada. Escreveu : - Narrativis brasileiras. Rio de Janeiro, 1884, in-8° - Foi publi- cado este trabalho sob o pseudonymo de Galpe. Manoel Jacintho de Sampaio e Mello - Na- tural da Bahia e nascido em 1774, bacharel em direito pela univer- sidade de Coimbra, demorou-se depois de sua formatura por alguns annos em Poitugal e foi professor regio de philosophia na cidade de Lamego. De volta á patria, dedicou-se á lavoura, sendo proprietário de engenho no termo da villa, hoje cidade da Cachoeira. Escreveu : - Novo methodo de fazer o assucar ou reforma geral e economica dos engenhos do Brasil, em utilidade particular e publica. Bahia, 1816, 104 pags. in-4° com seis ests. Manoel Jacome Bezerra <lo Menezes - Na- tural dc Pernambuco, vivia no primeiro trimestre do século actual. Era presbytero do habito de S. Pedro e publicou : - A gratidão pernambucana ao seu bemfeitor, o Exm. e Revm. Sr. D. José Joaquim da Cunha de Azevedo Coutinho, bispo de Eivas MA 106 em outro tempo de Pernambuco, etc. O. C. D. os socios da Academia pernambucana e os alumnos do seminário olindense. Lisboa, 215 pags. in-4° - Contém o livro poesias em portuguez e em latim e escriptos em prosa de varias pessoas, em cujo numero entra o autor da publicação. Manoel Januario Bezerra Monteneg^ro - Filho do capitão Manoel Januario Bezerra e natural da cidade de Ma- ceió, capital de Alagoas, é bacharel em direito pela faculdade do Re- cife, tendo feito parte do curso na de S. Paulo. Seguiu a carreira da magistratura e escreveu: - Exposição que o estudante Manoel Januario Bezerra Monto- negro faz sobre seu acto do 3o anno, prestado na faculdale de direito da imperial cidade de S. Paulo. Maceió, 1859. - Lições académicas sobre artigos do Codigo criminal, dedicadas em tributo de alta consideração e particular affecto, ao 111"°. e Exm0. Sr. Conselheiro João José Ferreira de Aguiar. Recife, 1860, 400 pags. in-8u - E' uma compilação das lições do professor da faculdade de S. Paulo, conselheiro Manoel Dias de Toledo, ( veja-se este nome ) como confessa o compilador no frontispicio da segunda edição que deu no Rio de Janeiro, 1878, 692 pags. in-8° com o accrescimo de algumas dispo- sições legislativas e decisões do governo. - Refutação da pastoral do Bispo de Pernambuco sobre a excom- munhão imposta aos maçons. Recife, 1873, 80 pags. in-8°. - Crime de injurias. Estudo analytico, theorico, comparativo e pra- tico dos arts. 236 e 239 do Codigo criminal. Recife, 1875, in-8". Manoel Jeronimo Ferreira - Natural da Bahia, ahi nasceu em 1808 e falleceu a 20 de novembro de 1887. Irmão da ce- lebre dona Anna Nery, a mãe dos brazileiros na guerra do Paraguay e do coronel Joaquim Mauricio Ferreira, commandante de um bata- lhão patriótico na mesma guerra, militou nesta campanha, com- mandando um batalhão, também de patriotas voluntários; militou' na sua mocidade, na campanha da Independoncia da Bahia; foi presi- dente da sociedade dos veteranos dessa campanha, e escreveu: - Discurso proferido no salão da Praça doCommercio no dia 23 de novembro de 1874, por occasião da inauguração do monumento comme- morativo dos triumphos das armas brasileiras na campanha do Para- guay pelo tenente-coronel, etc. Bahia, 1875, 11 pags. in-8°. Manoel Jesuino IPerreira- Filho de João Gonsalves Ferreira e dona Francisca Barbosa Ferreira, nasceu na cidade da MA 107 Bahia a 3 de janeiro de 1833 e falleceu no Rio de Janeiro, a 4 de ou- tubro de 1884. Formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife em 1854, serviu em sua província os cargos de promotor publico e delegado de policia nos tres ahnos d'ahi deeorridcs, dando-se além disso ao jornalismo. Transferindo sua residência parti a côrte, foi nomeado official da secretaria da Justiça, de onde passou em 1861 para a do Império como chefe de secção interino dos negocios ecclesiasticos, passando depois a sub-director e mais tarde a director. Durante seu exercício na secretaria do Império foi á Bahia revestido do cargo de secretario do governo, e antes de fallecer íbi á Europa em busca de allivio a soffrimentos physicos, de que nunca se restabeleceu completa- mente. Era socio do Instituto historico e geographico brasileiro e escreveu: - Regimento de custas judiciarias, approvado pelo decreto n. 1569 de 3 de março de 1855, augmentado com as decisões do governo. Rio de Janeiro, 1864, 120 pags. in-S*. - Promptuario eleitoral: compilação alphabetica e chronologica das leis, decretos e avisos sobre matéria de eleições, comprehcndendo as disposições desle a constituição do Império até o presente. Rio de Janeiro, 1866, VII-520 pags. in-8° - Houve segunda edição em 1870. - A Provinda da Bahia: apontamentos. Publicação official. Rio de Janeiro, 1875, 136 pags. in-4° - Este trabalho figurou na exposição de Philadelphia, e deu a seu autor ingresso no Instituto historico. - Templo de Guido, de Montesquieu, traduzido em verso por- tuguez. Bahh, 1873, 45 pags in-8° com uma estampa. - Construcção de docas e outros melhoramentos no porto da Bahia, Rio de Janeiro, 1871, 109 pags. in-4° -E' escripto com seu irmão Francisco Ignacio Feri eira. - Conferencias liderarias. Discurso proferido na reunião de 12 de abril de 1874. Primeira conferencia. Rio de Janeiro, 1874, 14 pags. in-4°. - Questão anglo-brasileira: drama - nunca o vi. - Antes quebrar que torcer: drama original brasileiro em tres actos. Rio do Janeiro, 1863, 132 pags in-4°. - O bispo martyr: poesia - no livro « Festa litteraria » por occa- sião de fundar-se no Rio de Janeiro a Associação dos homens de lettras do Brasil. Rio de Janeiro, 1883, pags. 57 a 70. - A didna comedia: poema de Dante, traduzido em verso por- tuguez- Inédita. Vi vários trechos desta traducção em verso hende- casyllabo solto, de muita belleza e naturalidade. O autor deixou ainda trabalhos inéditos, de que mostrou-me um 108 MA - Poema consagrado à memória de sua filha, finada na primavera da vida ; um volume de - Versos - que elle tencionava dar á estampa por occasião do anniversirio natalício de sua esposa, a quem são offerecidos - e muitos apontamentos para o - Diccionario historico e geographico da província da Bahia que elle tencionava escrever. De suas poesias, entretanto, foram publi- cadas algumas, avulsas, e me consta que também o foram dous li- vrinhos de leitura para uso de seus filhos, os quaes não pude ver. No jornalismo ha o - Diário da Bahia. Bahia, 1855-1857, in-fol.- Esta folha, fun- dada e redigida por M. Jesuino eseu cunhado o doutor Demetrio Cyriaco Tourinho, passou em 1858 a ser redigida pelo dr. José Joaquim Lan- dulpho da Rocha Medrado; em 1860 tornou ao citado doutor Demetrio ; em 1868 a uma sociedade anonyma do partido liberal, etc.- Manoel Jesuino redigiu ainda o - Diário official. Rio de Janeiro, 1866. Manoel de Jesus Hortenciano Xavier - Na- tural de Minas Geraes, me parece, e talvez o mesmo padre Manoel Xavier de quem occupar-me-hei adiante, ahi vivia na época de nossa independencia e depois. Era poeta e escreveu: - A' plausível entrada de suas Magestades Imperiaes na leal cidade de Marianna no dia 20 de fevereiro de 1831 -E' uma composição em verso heroico, que vem na Revist t do Instituto Historico, tomo 59°, parte Ia, pags. 365 a 369, na «Viagem de D. Pedro I a Minas Geraes em 1830 e 1831». Manoel Joaquim de Nascido, segundo consta, no Brazil, foi militar e, tendo a patente de capitão, exercia o cargo de ajudante da praça de Macapá, na margem esquerda do rio Amazonas, hoje villa da comarca de Santarém, no Pará - e escreveu: - Diario-roteiro da diligencia de que foi encarregado em 1791 pelo governador e capitão-general do Estado - Sahiu publicado na Revista do Instituto, tomo 11°, pags. 366 a 400. - Diario-roteiro do arraiando Pesqueiro de Araguary até o rio Oyapok - Idem, tomo 12°, pags. 96 a 105. E' o resultado de outra diligencia ordenada em 1794. Manoel Joaquim <le Almeida Coellio - Nascido na cidade do Desterro, capital de Santa Catharina, na mesma cidado MA 109 falleceu, tendo exercido os cargos de membro substituto do conselho director da instrucção publica, de secretario da camara municipal e deputado á assembléa provincial. Era também major da guarda na- cional - e escreveu: - Memórias históricas da provincia de Santa Catharina. Santa Ca- tharina, 1856, 224 pags. in-4° - Teve segunda edição no mesmo logar em 1877. - Descripção succinta de algumas madeiras mais conhecidas no mercado da cidade do Desterro. Santa Catharina, 1849, in-12° - E' oíferecido a Clemente Antonio Gonçalves, presidente da camara muni- cipal. - Memória histórica do extincto regimento de infantaria de linha da provincia de Santa Catharina. Desterro, 1853, in-4® - Foi também publicada no Auxiliador da Industria Nacional, vol. de 1851-1852, 56 pogs. in-4° com duas plantas: a da povoaçção de S. Francisco de Borja em 1816 e a da povoação de S. Carlos em 1818. - Biographia dos Srs. coronel Fernando da Gama Lobo Coelho e seu filho o brigadeiro José da Gama Lobo d'Eça. Rio de Janeiro, 1859, in-4°. 31ítnoel Joaquim do Amaral Giavgel - Nascido a 8 de setembro de 1797 na cidade de S. Paulo, ahi falleceu a 15 de novembro de 1864, sendo presbytero secular, doutor em direito, pro- fessor jubilado e director da faculdade dessa província, do conselho do sua magestade o Imperador, commondador da ordem de Christo e socio do Instituto historico e geographico brasileiro. Ordenado em 1807 com dispensa da autoridade da igreja, por não ter completado a idade legal, foi em 1820 nomeado lente da cadeira de historia ecclesiastica, servindo ao mesmo tempo de substituto da do exegetica, e no anno seguinte exami- nador synodal do bispado. Foi um dos primeiros matriculados na fun- dação daquella faculdade, recebendo o gráo de bacharel em 1832 e o de doutor no anno seguinte; mas antes de obter este gráo foi nomeado a 1 de fevereiro de 1833 lente substituto interino e apenas obtido, fez-se effectiva a mesma nomeação a 7 de outubro, passando logo depois de tres mezes, em janeiro de 1834, a lente cathedratico de direito natural e das gentes, que leccionou até sua aposentadoria em 1858, tendo ser- vido o cargo de director, primeiramente por interinidade, depois eífo* ctivamente de 1857 até sua morte. Foi um dos paulistas que mais se distinguiram, promovendo a independencia de sua patria, creando assim desaffeições, sendo por isso comprehendido em devassas. Foi deputado á terceira e á quinta legislaturas geraes, collaborando para o projecto 110 MA do codigo commercial. Na quali lade de 1" vico-presidente, administrou mais de uma vez sua província natal. Também soffreu desgostos por acompanhar seu conterrâneo e amigo o padre Feijó na sustentação da abolição do celibato clerical, esquivando-se, por causa disso, por muito tempo das funcções ecclesiastic is. Foi tão grande na tribuna sa- grada clerical como na profana - e escreveu: - Analyse da resposta do Exm. Arcebispo da Bahia sobre a questão da dispensa do celibato clerical pedida pelo conselho geral de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1834, 41 pags. in-8". Essa obra foi contestada pelo co- nogo LuizGonçalves dos Santos (veja-se este autor) com o seu «Exame orthodoxo que convence de má fé, de erro e de scisma a Analyse da Resposta do Exm. e Rvm. Sr. arcebispo da Bahia. Rio de Janeiro, 1835 » e então publicou o doutor Amaral Gurgel as - Reflexões sobre a Analyse da refut-.ção do Exm. Sr. Arcebispo da Bahia, feita a respeito da questão da dispensa do celibato.... pe- dida pelo conselho geral de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1837, 53 pags. in-8° - Entendia o conselho que a assembléa geral e o proprio bispo de S. Paulo podiam abrogar a lei do celibato no caso de recusa do papa. - Memória apologética endereçada a Sua Magestade o Imperador. Rio de Janeiro, 1824, in-fol.- Acha-se também no livro do conselheiro Olegario Herculano de Aquino e Castro ( veja-se este nome) « O conse- lheiro Manoel Joaquim do Amaral Gurgel: elogio historico, Rio de Janeiro, 1871 », pags. 59 a 66. - Noticia biographica do general José Arouche de Toledo Rendon, S. Paulo, 1843 - Foi publicada também na Revista do Instituto, tomo 5°, pags. 522 a 256. - Cithecismo historico da doutrina christã, do abbade Fleu^y, traducção. S. Paulo, 1840, 51 pags. in-8°. - Cathecismo de Bossuet: traducção ollerecida para uso das es- colas primarias á Assembléa provincial de S. Paulo - Foi publicado a expensas da província. - Eliezer e Naphtaly. poema sentimental de Florian, traducção. Rio de Janeiro, 1833, 48 pags. in-8°. - Sonho, de Marco Aurélio: traducção - No jornal Academia, S. Paulo, 1856. - Oração fúnebre por occasião das exequias feitas ao Revm. Sr. qadre Diogo Antonio Feijõ na egreja do Convento do Carmo, em S. Paulo, a 15 de novembro de 1843. S. Paulo, 1813, 12 pags.in-8o - Foi recitado pelo padre Pedro Gomes de Camargo, mas me affirma pessoa competente que é do padre Amaral Gurgtl. MA 111 - Biographia do padre Guilherme Pompeu de Almeida -.in- édita. Ha ainda vários sermões seus que nunca foram publicados e rela- tórios de abertura da Assembléa provincial, como vice-presidente da província. Na imprensa redigiu: - O Observador. S. Paulo, 1840-1843, in-fol. Manoel Joaquim de Bulhões Dias - Nasceu em Angra dos Reis, província do Rio de Janeiro, a 6 de fevereiro de 1828, e ahi falleceu a 19 de novembro de 1859, advogado provi- sionado pela relação da côrte, tenente-coronel commandante do 29° ba- talhão da guarda nacional, e cavalleiro da ordem de Christo. Era muito applicado ás lettras, zeloso de seus devores e activo. Escreveu: - A guarda nacional ou repertório explicativo e remissivo, por ordem alphabetica, da legislação actualmente em vigor, concernente á guarda nacional do império do Brasil. Rio de Janeiro, 1859, 348 pags. in-8° - Este livro, além de tudo quanto se refere ao assumpto, contém um appendice com 19 modelos de todas as actas, relações, listas, mappas, etc., conforme a lei e os regulamentos posteriores. Teve se- gunda edição, posthuma, em 1863, accrescentada por um official da guarda nacional. Manoel Joaquim Cavalcante de Albu- querque - Filho de Manoel Joaquim Cavalcante e nascido no actual estado do Ceará pelo anno do 1845, falleceu a 3 de abril de 1892 na villa de Inhamuns do mesmo estado. Graduado bacharel em direito pela faculdade do Recife, exerceu cargos de magistratura e sendo juiz municipal e de orphãos, escreveu: - O Bacharel Manoel Joaquim Cavalcante de Albuquerque, juiz municipal e de orphãos do termo de S. Bernardo das Russas, á S. M. Imperial, á seus collegas.e ao publico. Fortaleza, 1879,63 pags. in-8° - Trata o autor da perseguição política, de que foi victima. Manoel Joaquim Fe mandes Barros - Filho de José Fernandes Chaves e dona Thereza de Jesus Barros Leite, nasceu na actual cidade do Penedo, província de Alagoas, a 17 de março de 1802 e falleceu na Bahia, victima do traiçoeiro punhal de miserável sicário, a 2 de outubro de 1840, sendo doutor em sciencias physicas pela faculdade de Pariz, doutor em medicina pela universi- dade de Stra burgo, bacharel em lettras, bacharel em sciencias o licen- ciado pela academia de Montpellier, socio da sociedade Philomatica de Pariz, da sociedade Philotechnica de Castelnaudary, da sociedade 112 MA das sciencias, agricultura e artes dos departamentos do Baixo-Rheno, da sociedade de Historia natural de Montpellier, da sociedade Au- xiliadora da industria nacional e da sociedade de Instrucção elementar do Rio de Janeiro. Presidiu a província de Sergipe como seu vice-presi- dente e representou sua província natal na terceira legislatura geral. Em Montpellier conquistou a amizade do sabio Barrue), director dos trabalhos chimicos da universidade, que encarregou-o das mais difflceis operações physicas e chimicas, que elle desempenhou com pasmo geral. Trabalhou no laboratorio de Gay-Lussac com applauso dos mais entendidos e já vantajosamente conhecido, foi escolhido para membro da commissão de lentes, organisada de ordem do governo francez, para analysar as minas da Alta-Gasconha o as do Palatinado, sendo depois elogiado pelo mesmo governo. No tratado de chímica do professor Orfila se acha seu nome citado como autoridade na matéria, como foi também citado por outros sábios. Percorreu os principa.es paizes da Europa e escreveu varias memórias sobre vários ramos da historia natural e outros trabalhos, pela maior parte ainda inéditos, de que sinto não dar completa noticia. Além dos dous inéditos seguintes escreveu: - Cours complet de physique - Prompto para entrar no prelo, foi guardado para ser ampliado com notas relativas ao Brasil, e effecti- vamente escreveu o autor depois: - Supplemeni à première partie de mon Cours de physique, in-fol. - De Vanalyse comparativo des os de diverses classes d'animaux: these presentée et publiquement soutenue á la faculté des Sciences á Paris ( Université de France ), le 5 fevrier 1827, et precedée d'une es- quisse de 1'histoirc de la chimio et do quelques considerations sur 1'utilité de cette Science en general et pour le Brésil en particulier. Paris, 1827, in-4». - Dissertation sur la meteorologie: these presentée et publique- ment soutenue, etc. le 12 fevrier 1827. Paris, 1827, in-4°. - De Vaction de Vair sur 1'homme: dissertation presentée et soutenue à la Faculté de medécine de Strasburg le jeudi 28 aoíit 1825 á midi pour obtenir lo grade de docteur en medécine. Strasbourg, 1828, in-4°. - Estatutos da sociedade de Instrucção elementar. Rio de Janeiro, 1831. - Falia com que abriu a 2a sessão ordinaria da legistatura pro« vincial de Sergipe, como vice-presidente da província. S. Christovão, 1836. MA 113 - Memória sobre a mina de carvão de pedra de Camaragibe, nas Alagoas. Alagoas, 1840 - Na exposição de historia patria de 1881 foram apresentados pelo dr. Martinho de Freitas os seguintes inéditos do dr. Barros : - Discurso sobre a utilidade da chimica, sua influencia sobre a civilisação, etc. - Memória sobre a extracção da platina, de que occupou-se na Europa. - Apontamentos de lições de physica cm Montpellier e na Sor- bona, comprehendendo 41 lições. - Lições de algebra. - Sciencias em geral, arvore de todos os conhecimentos humanos - E' um plano de trabalho. - Travauoc chimigues que j'aurai á faire lorsque j'aurai temps. - Trabalhos diversos de chimica o physica a fazer no Brazil. - Chimica applicada ao commercio. Experiências a fazer - As tres ultimas indicações são apenas de notas que aqui dou para de- monstrar quanto se applicava o autor âs sciencias naturaes. Manoel Joaquim Fernandes Eiras - Filho de José Fernandes Eiras e natural da cidade do Recife, capital da pro- víncia de Pernambuco, onde nasceu a 14 de abril de 1828, falleceu no Rio de Janeiro a 29 de julho de 1889. Doutor em medicina pela fa- culdade desta cidade, aqui estabeleceu-se, fundando uma casa de saude que dirigiu por espaço de quasi trinta annos. Dedicou-se ultimamente com a maior applicação ao estudo das moléstias mentaes e exerceu cargos de eleição popular, como o de vereador da camara municipal. Escreveu: - Da medicina legal relativamente á gravidez q ao parto ; Da cir- culação do sangue no homem ; O darthro roedor será de uma natureza sui generis ou será uma degeneração syphilitica carcinomatosa ? these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1850, 49 pags. in-4° gr. - Melhoramento do actual matadouro, projecto do actual mata- douro. Rio de Janeiro, 1872, in-8°. - Uma viagem a Poços de Caídas: reflexões e notas. Rio de Ja- neiro, 1884, 58 pags. in-8°. , Manoel Joaquim Henriques <1© Paiva - Nas- cido em Castello Branco, Portugal, a 23 de dezembro de 1752, falleceu na Bahia a 10 de março de 1829 no goso dos direitos de cidadão brasi- leiro pela constituição do império, sendo professor de matéria medica e 114 MA Pharmacia da academia medico cirurgi'a desta província. Era doutor em medicina pela universidade de Coimbra, medico da real camara, sócio da Academia das sociencias de Stockolmo, da Academia de medi- cina de Madrid, da sociedade Economica de Harlem e de outras, tendo-o sido também da Academia real das sciencias de Lisboa, da qual re- tirou-se em 1787 por desgostos que o feriram nessa corporação. Servia os cargos de lente da faculdade de philosophia naquella universidade, leccionando depois na cadeira de pharmacia em Lisboa ; de deputado da junta do proto-medicato ; de censor regio da mesa do desembargo do paço e de medico da real camara, quando, por parecer affeiçoado ao governo francez por oceasião da invasão de sua pitria pelas forças do general Junot, foi preso, exautorado de todos os cargos e respe- ctivas honras por sentença de 24 de março de 1809 e coudamnado a de- gredo no ultramar. Por decreto, porém, de 6 de fevereiro de 1818 foi reintegrado nas honras de que o destituirá a dita sentença e em 1820 removido para o collegio medico-cirurgico da Bahia, onde tinha esta- belecido sua residência. Foi um dos mais illustrados médicos de sua epoca. Escreveu: - Dissertatio medica de actione vesicantium in corpus Wivum in aphorismcs digesta, etc. Appendix de usu vesicalorum, Madrid, 1776, in-8°. - Directorio para saber o modo e o tempo de administrar o alka- lino volátil fluido nas asphyxias ou mortes apparentes, nos afogados, nas apoplexias, nas mordeduras deviboras, de lacraus e outros insectos, etc. Lisboa, 1782, in-8>. - Elementos de chimica e pharmacia relativamente á medicina, ás artes e ao commercio. Lisboa, 1786, in-8" - Diz-se que esta obra foi originalmente escripta em latim e depois traduzida em portuguez por outra pessoa. Não me parece crivei a segunda parte. - Pharmacopèa lisbonense ou collecção dos simplices, preparações e composições mais efllcazes e de maior uso. Lisboa, 1785, in-8° - Se- gunda edição mais augmentada e corrigida. Lisboa, 1802, in-8°. - Methodo novo e facil de applicar o mercúrio nas enfermidades venereas com uma hypothese nova da acção do mesmo mercúrio nas vias salivares pelo dr. José Jacob Plenck, traduzido do latim em por- tuguez. Lisboa, 1785, in-8°. - Instituições de cirurgia theorica e pratica que comprehendem aphysiologia e apathologia geral e particular, extrahidas do Compendio das instituições de cirurgia e de ou tras obras do dr. José Jacob Plenck, e notavelmente accrescentadas. Lisboa, 1786, 2 tomos in-8'' - Segunda edição, Lisboa, 1804, 2 tomos de 362 e 324 pags. in-8°. MA 115 - Doutrina das enfermidades venereas do dr. José Jacob Plenck, traduzida do latim em portuguez, illustrada e accrescentada com notas e a relação dos principies methodos de curar as doenças venereas, recopilada das observações feitas e publicadas por ordem do ministério de França acerca dos vários methodos de administrar o mercúrio por mr. Horne e com as cautelas que se devem usar na administração de mercúrio pelo dr. Duncan, traduzidas do francez e inglez. Lisboa, 1786, in-8°-Segunda edição, 1805, XXIV, 268 pags. - Aviso ao povo sobre as asphyxias ou mortes apparentes e sobre os soccorros que convém aos afogados, ás crianços recem-nascidas com apparencia de mortas e aos suífocados por uma paixão vehemente d'alma, pelo frio ou pelo calor excessivo, pelo fumo do carvão e pelos vapores corruptos dos cemitérios, poços, cloaca', canos, prisões, etc. Lisboa, 1786, in-8". - Divisão methodica dos animaes mamaes conforme a distribuição de Scopoli. Lisboa, 1786, in-fol. - Divisão methodica dos animaes mamaes conforme o methodo de Linneu. Lisboa, 1786, in-fol. - Diiisão methodica dos quadrúpedes conforme o methodo de mr. Brisson. Lisboa, 1786, in-fol. - Divisão methodica das aves conforme o methodo de Scopoli. Lisboa, 1786, in-fol. - Divisão methodica das aves conforme o methodo de mr. Brisson. Lisboa, 1786, in-fol. - Divisão methodica das aves conforme o methodo de Linneu. Lisboa, 1786, in-fol. - Divisão methodict dosamphibios conformo o methodo do Scopoli e Linneu. Lisboa, 1786, in-fol. - Divisão methodica dos peixes conforme o metholo do Scopoli. Lisboa, 1786, in-fol. - Divisão methodica dos peixes conforme o methodo de Gouan. Lisboa, 1786, in-ful. - Aviso ao povo ou signaes e symptomas das pessoas envenenadas com venenos corrosivos, como seneca, solimão, vordete, cobre, chumbo, etc. e dos meios de as soccorrer. Lisboa, 1787, in-8'. - Aviso ao povo ou summario dos preceitos mais importantes, con- cernentes à' criação das crianças, de differentes profissões e oldicios, aos alimentos e bebidas, ao ar, ao exercício, ao somno, aos vesti Jos, á intemperança, á limpeza, ao contagio, ás paixões, etc. Lisboa, 1787, 88 pags. in-8°. 116 MA - Aviso ao povo ácerca de sua saude por mr. Tissot, traduzido em portuguez e accrescentado com notas, illustrações eum tratado das enfermidades mais frequentes de que não tratou mr. Tissot na referida obra. Lisboa, 1786, 3 tomos in-8°-Segunda edição, 1796 ; terceira, 1816, todas de Lisboa, in-8°. O tomo 3o é original. - Memória chiniico-agronomica sobre quaes são os meios mais convenientes de supprir a falta de estrumes nos logares onde é diíllcil havel-os, etc.- Acha-se nas Memórias de agricultura, premiadas pela Academia real das sciencias de Lisboa em 1787, tomo Io. - Medicina domestica ou tratado de prevenir e curar as enfermi- dades com o regimento e medicamentos simples, escripto em inglez pelo dr. Guilherme Buchan, traduzido em portuguez com varias notas e observações concernentes ao clima de Portugal e do Brasil, como receituário correspondente e um appendice sobre os hospitaes navaes, etc. Lisboa, 1788, 4 tomos in-8° - Houve mais tres edições até 1841, todas em 4 tomos. - Observações praticas sobre a tisica pulmonar, escriptas em inglez pelo dr. Samuel Foart Simmons, traduzidas em latim pelo dr. Van- Zandiche, e em portuguez accrescentadas com notas e observações, etc. Lisboa, 1789, in-8°. - Methodo de restituir a vida ás pessoas apparentemente mortas por afogamento ou suffocação, recommendado pela sociedade huma- nitaria de Londres, e descripção e figura do respirador de Mudge com a maneira de usar delle, etc. Lisboa, 1790, in-8° - E' uma traducção. - Memórias de historia natural, de chimica, agricultura, artes e medicina, lidas na Academia real das sciencias. Tomo Io. Lisboa, 1790, 366 pags. in-4° com o retrato e relação das obras do autor no fim. Contém o livro dezeseis memórias. Não consta que se publicasse outro tomo. - Methodo seguro e facil de curar o gallico por J. J. Gardone, traduzido em vulgar para servir de supplemento ao Aviso ao povo, do dr. Tissot e á Doutrina das enfermidades venereas, do dr. Plenck. Lisboa, 1791, 79 pags. in-8°. - Curso de medicina theorica e pratica, destinado para os ci- rurgiões que andam embarcados ou que não estudaram nas universi- dades. Lisboa, 1792, in-8n - E' o tomo Io e unico publicado, contendo um tratado de physiologia. - Exposição dos meios chimicos de purificar o ar das embarcações, isto é, de destruir as partículas malignas que resistem aos meios me- cânicos e de conhecer a existência das partículas malignas na atmo- sphera. Lisboa, 1798, in-81'. MA 117 - Chave da pratica medico-browniana ou conhecimento do estado esthenicoe asthenico predominante nas enfermidades, pelo dr. Weikard, trasladado em italiano pelo dr. Luis Frank, em hespanhol com um compendio de theoria browniana pelo dr. d. Vicente Mitjavilla e Fi- sonel, e em linguagem com algumas notas. Lisboa, 1800 a 1807, 4 tomos in-8°. - Divisão das enfermidades, feita segundo os principios do systema de Brown, ou nosologia browniana pelo dr, V. L. Brera, trasladada em hespanhol com um discurso preliminar sobre a nosologia, pelo dr. V. Mitjavilla e Fisonel, e em portuguez com algumas notas, etc. Lisboa, 1800, in-8°. - Memória em que se prova que as feridas de pelouro ou de armas de fogo são por si innocentes e simples a sua cura ; por d. Paulo An- tonio Ibarrola; tirada do castelhano em linguagem e augmentada com algumas notas, etc. Lisboa, 1800, in-8°. - Novo, facil e simples methodo de curar as feridas de pelouro, etc. Lisboa, 1801, in-8°. - Philosophia chimica ou verdades fundamentaes da chimica mo- derna, dispostas em ordem por A. F. Fourcroy, tiradas do francez em linguagem e accrescentadas de notas e de axiomas apanhados dos úl- timos descobrimentos. Lisboa, 1801 - Segunda edição, Rio de Janeiro, 1816, 238 pags. in-4". Creio que é esta edição que Innocencio dá, por equivoco, como feita em Lisboa em 1816, bem que haja alguma modi- ficação no titulo. - Preservativo d ts bexigas e de seus terriveis estragos ou historia da origem e descobrimento da vaccina e de seus effeitos ou symptomas e do methodo do fazer a vaccinação, etc. Lisboa, 1801, in-8" com estampas - Segunda edição, Lisboa, 1806, 44 pags. com estampas. - Tratado historico e pratico das chagas, precedido de um ensaio sobre a direcção e cura cirúrgica da inílammação,suppuração egangrena, por Benjamin Bell, traduzido da quarta edição ingleza e augmentado com muitas notas e illustrações. Lisboa, 1802. - Compendio das enfermidades venereas, pelo dr. J. F. Fritz, traduzido e accrescentado com notas, etc. Lisboa, 1802. - Noticii dos mappas synopticos de chimica para servirem de re- sumo ás lições dadas sobre esta sciencia nas escolas de Pariz, por A. F. Fourcroy, verti las em linguagem e [accrescentadas, etc. Lisboa, 1802. - Reflexões sobre a communicação das enfermidades contagiosas por mar e sobre as quarentenas que se fazem em alguns paizes. Lisboa, 1803, in-8°. 118 MA. - Bosquejo sobre a physiologia ou sciencia dos phenomenos do corpo humano no estado de saude. Lisboa, 1803, in-8n. - Pharmacopea nival ou collecção dos medicamentos simples e compostos que cumpre haver nas boticas dos navios, etc. Lisboa, 1807, in-8°. - Ensaio sobre a nova doutrina de Brown em fôrma de carta por M, Rizo, de Constantinopla, vertido em linguagem. Lisboa, 1807, in-8°. - Fundamentos botânicos de Carlos Linneu, que expõem em fôrma de aphorismos a theoria da sciencia botanica, vertidos do latim em portuguez, illustrados e augmentados. Lisboa, 1807. - Da febre e sua cura em geral ou novo e seguro methodo de curar facilmente per meio dos ácidos mineraes todas as especies de febres, pelo dr. Reich, traduzido do allemão em francez pelo dr. Marc e do francez para o portuguez com annotações' etc. Bahia, 1814, 130 p»gs. in-8°. - Memória sobre a encephalocelle. Bahia, 1815, in-8°. - Memória sobre a excellencia, virtudes e uso medicinal da ver- dadeira agua de Inglaterra da invenção do dr. J. de Castro Soares, actualmente preparada por José Joaquim de Castro. Bahia, 1814, in-8° -Segunda edição, Lisboa, 1816, 59 pags. - Prospecto de um systema de medicina simplicíssimo ou illus- tração e confirmação da nova doutrina medica de Brown, pelo dr. Weikard, traduzido do allemão em italiano pelo dr. J. Frank. Te- ceira impressão com os accrescimos da segunda allemã e com as novas annotações do dr. Frank, tirada na linguagem desta nova impressão e ampliada com outras annotações, por, etc. Bahia, 1816, 3 vols. in-8°. - Manual de medicina e cirurgia pratica, funlado sobre o sys- tema de Brown, pelo dr. Weikard, traducção livre da 2a edição allemã em italiano pelo dr. Brera e tirada em linguagem com an- notações. Lisboa, 1818, 4 tomos in-8'. - Diccionario de botanica. Bahia, 1819. - Os últimos momentos de Maria Thereza, imperatriz de Allemanha, traduzidos do francez. Lisboa, 1785, in-8° -Ha provavelmente outros escriptos de que não tenho noticia; ha .vários de penna alheia, publi- cados com annotações, ou accrescimos pelo dr. Henrique de Paiva e escriptos de sua penna inelitos, como - Extracto e traducções de medicina, chi mica e pharmacia. - Catalogo das plantas medicinaes brasileiras com breves des- cripções das mesmas e seus usos médicos. - Alguns rudimentos de um dispensatorio brasileiro. M A 119 - Exir tetos de diversos autores, de uma historia natural brasi- leira - Estes escriptos foram offerecidos ao Instituto historico pelo dr. Emilio Maia, e pelo Instituto offerecidos â sociedade pharma- ceutica a 6 de março de 1856. O dr. Henrique de Paiva era finab mente o principal redactor do - Jornal Encyclopedico - pelo anno de 1788 e seguintes. Manoel Joaquim Machado - Nascido em Minas Geraes a 2 de dezembro de 1863, ahi começou o curso do seminário episcopal com o fim de seguir o estado ecclesiastico, mas depois veio para o Rio de Janeiro e matriculou-se na escola militar. Tem o curso de artilharia e é capitão de cavallaria, tendo sido um dos implicados nos movimentos de 1893. Foi governador do Santa Catharina e escreveu: - Manifesto ou exposição histórica do governo de Santa Catharina desde 1891 até 1894. Desterro, 1897 ; são noticias de factos anteriores e do tempo da revolta. Manoel Joaquim da 31ãc dos Homens - Por- tuguez de nascimento, vivia no Rio de Janeiro e continuou, sem que se ausentasse do Brasil, por occasião da independencia. Innocencio da Silva, dando noticia da primeira das obras abaixo mencionadas, o suppõe brasileiro. Sendo religioso da ordem dos menores observantes da pro- vincia do Algarve, foi obrigado, em consequência da guerra da Penín- sula, a emigrar para a Inglaterra. Depois de passar ahi muitos trabalhos, veio para o Rio de Janeiro, e aqui, carecendo dos meios de subsistência e sabendo que na capitania do Ceará faltavam bons ecclesiasticos, resolveu ir a essa capitania, onde foi encarregado da missão de uma aldeia de indios, miserável, paupérrima, que todos evitavam e que, sob sua administração, veio a florescer ao cabo de tres annos e até a despertar a cobiça de quem procurou substituil-o com o fito de aproveitar-se dos trabalhos dos indios. Então retirou-se para o Rio de Janeiro e escreveu: - Academia philosophica das artes e das sciencias que ensina os princípios dos conhecimentos humanos ou as noções geraes de todas as artes, de todas as sciencias'e todos os offlcios uteis ao bem commum da sociedade. Para fazer conhecer á mocidade o mundo que habitam, a terra que os sustenta, as artes que soccorrem as suas necessidades, os offlcios dos diversos estados que podem abraçar, em uma palavra, para fazer o homem cidadão e bom vassallo, etc. etc. Rio de Janeiro, 1817, 5 tomos de 387, 360, 350, 360 e 240 pags. in-8®. 120 MA. - O camponez da provincia da Estremadura, servo do pae de fa- mília, chamando os convidados para a celebração das bodas do cordeiro e do sacrifício perpetuo no fim do mundo e no principio da eternidade. Rio do Janeiro, 182.3, XXVI-481 pags. in-8°. - Ensaio político, historico e chronologico para servir de intro- ducção ao Melhoramento dos estados do reino unido de Portugal, do Brasil e Algarves, oíferecido ao muito alto, ao muito poderoso e soberano rei,osr. d. João VI. Anno de 1816 - O manuscripto de 214 pags. in-fol. pertence ao Instituto historico; mas delle foram publicados na Revista, tomo 19°, pags. 477 a 508, extractos de immediato interesse á historia do Brasil. Esta obra não foi impressa por lhe ser negada a licença cm 1816. Manoel Joaquim Marreiros -Doutor em medicina, vivia no Rio de Janeiro do século 18° ao 19°, e é mencionado na parte da these do dr. F. J. de Canto e Mello Castro Mascarenhas «Ensaio de bibliographia medica do Rio de Janeiro, anterior á fundação da escola de Medicina » como brasileiro. Escreveu: - Programma que em 1798 a camarado Rio de Janeiro apresentou a vários médicos, relativo á salubridade da cidade. Resposta que ao mesmo programma deu, etc.-O dr. Canto e Mello refere-se a obras impressas, mas nunca vi este trabalho impresso. Manoel Joaquim de Menezes-Filho do primeiro tenente da armada Antonio Rodrigo de Menezes e dona Violante Es- colástica de Menezes, nasceu no Rio de Janeiro a 8 de dezembro de 1789 e falleceu a 5 de maio de 1872, sendo formado pela antiga escola medico- cirurgica dessa cidade, tenente-coronel cirurgião-mór reformado do corpo de saude do exercito, offlcial da ordem da Rosa, cavalleiro das de Christo, do Cruzeiro o de S. Bento de Aviz e condecorado com a medalha da divisão cooperadora da Boa Ordem. Ainda estudante, não havendo naquella escola lentes substitutos e, portanto, examinadores, e man- dando o governo que fossem para este fim escolhidos tres alumnos de maior applicação, foi elle nomeado examinador com seus collegas Do- mingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto e Francisco Gomes da Silva. Serviu no exercito, começando por ajudante de cirurgia do 2o regimento de infantaria de linha em 1803 ; foi encarregado de enfermarias e hos- pitaos em Pernambuco em 1817 e 1824, e nas campanhas do Sul desta epoca em diante, e fez parte do club secreto em que se resolveram o prepararam-se medidas tendentes à independencia do Brasil, ao qual MA 121 também pertencia o principo d. Pedro, depois primeiro imperador do Brasil. Escreveu: - Esboço historico da maçonaria no Brasil, seguido do Manifesto do G. O. do Brasil a todos os GG. '. 00. •. LL. •. RR. •. e MM. •. de todo mundo, por J. B. de An Irada, etc. Rio de Janeiro, 1848, 20 pags. in-8°. - Exposição histórica da maçonaria no Brasil, particular- mente na província do Rio de Janeiro, em relação com a indepen- dência e integridade' do Império. Rio de Janeiro, 1857, 67 pags. n-8°. - Memória acercados successospolíticos occorridosem Pernambuco de 1817 a 1824 - Foi pelo autor entregue ao fallecido dr. Mello Moraes para fazer parte da chorographia histórica do Brasil. - Memória sobre as campanhas do sul de 1824 a 1829 - Ficou incompleta e inédita. Manoel Joaquim de Miranda Rego - Filho do capitão de milícias José Joaquim do Rego e dona Anna Joaquina de Miranda, nasceu no Rio de Janeiro a 27 de agosto de 1811 e fallereu em Pariz a 2 de abril de 1853, sendo monsenhor da santa Basílica e ca' marista secreto do papa Gregorio XVI, doutor em theologia pela uni- versidade de Sapiência, vigário collado da freguezia de SanfAnna da corte, e cavalleiro da ordem de Christo. Começando seus estudos no seminário de S. José, foi concluil-os na congregação de S. Vicente de Paula em Caraça, á qual tiliou-se, sendo ordenado pelo bispo de Ane- muria. Foi reitor do seminário de Congonhas, om Minas Geraes, e lente de philosophia do seminário de Jacuecanga, em Angra dos Reis, por pouco tempo por secularisar~se logo. Além de sua - These para obter o grau de doutor, a qual foi geralmente elo- giada pelos theologos de Roma e até pelo santo padre, que concedeu-lhe as honras mencionadas, escreveu : - Lições elementares de lógica e metaphysica, oíferecidas a S. M. I. o Sr. D. Pedro II. Rio de Janeiro, 1839, 82 pags. in-4°. - Noticia histórica da vida de santa Presciliana, virgem martyr. Rio de Janeiro, 1816, in-12°. - A religião : periolico religioso e político (na parte em que a política e as instituições patrias tiverem relação com a religião, com a moral e com o christianismo). Redactores: monsenhor Dr. Manoel Joaquim de Miranda Rego e o reverendo Dr. Patricio Moniz. Rio de 122 MA Janeiro, 1848-1850,3 vols. in-4°-Neste periodico se acham vários trabalhos seus, como: - Discurso que fez nas eleições parochiaes de SanPAnna no dia 6 de agosto de 1850 - No tomo 2n, n. 6. - As philosophias modernas - No tomo 3o, ns. 4 e 5. Manoel Joaquim <lo Nascimento Silva - Filho de Leonidio Felix da Silva e dona Barbara Carolina de Souza e Silva, é natural do Rio de Janeiro e nasci lo a 10 de fevereiro de 1837. Entrou muito meço para a secretaria de estado dos negocios da guerra com o logar de amanuense e abi serviu sempre, sendo actualmente chefe de secção e tenente-coronel honorário. E' um empregado distinctissimo, ofllcial da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo. Escreveu : - Synopses da legislação brasileira, cujo conhecimento interessa aos empregados do Ministério da Guerra, compilada da legislação im- pressa, do expediente dos diversos ministérios, das ordens do dia do exercito e das differentes obras publicadas no Brasil e em Portugal até 1874. Rio de Janeiro, 1874-1875, 2 vols. de 665 e 566 pags. in-4° - Teve segunda edição, abrangendo datas até 1878. Rio.de Janeiro, 1879, tres vols. de 472, 438 e 472 pags. in-4° - Esta publicação con- tinuou, sahindo o 6° volume relativamente a 1891-1896. Rio de Janeiro, 1879. - Synopse da legislação brasileira, etc, de 1879-1884. Rio de Ja- neiro, 1885, in-4° -Esta publicação continuou, sahindo o 6" volume re- lativamente a 1891-1896. Rio de Janeiro, 1879. - Consultas do Conselho de Estado sobre negocios relativos ao Ministério da Guerra, de 1842 a 1866. Rio de Janeiro, 1884, in-40 - Esta obra foi começada pelo Dr. Cândido Pereira Monteiro (veja-se este nome). - Consultas do Conselho de Elstado sobre negocios relativos ao Ministério da Guerra, colligidas e annotadas, etc, e publicadas por ordem do governo. 1867-1872. Rio de Janeiro, 1885,583 pags. in-4°. - Consultas do Conselho de Estado sobre negocios relativos ao Ministério da Guerra, etc. 1873-1877-Rio de Janeiro, 1887, 539 pags. in-4° - Consultas do Conselho de Estado sobre negocios relativos ao Ministério da Guerra, etc. 1878-1886. Rio de Janeiro, 1887, 582 pags, in-4°. Manoel Joaquim Pardal - Falleceu, sendo officiaj u perior do corpo de engenheiros, pelo meiado do presente século ou 51 A 123 pouco antes. Serviu muitos annos o cargo de engenheiro inspector da fabrica de polvora e escreveu : - Exposição sobre as duas fabricas de polvora nacionaes : a que se extinguiu, ha pouco, na Lagôa de Rodrigo de Freitas e a que se está acabando abaixo da serra da Estrella. Rio de Janeiro, 1833, in-4° - Arites levantou o - Esboço do projecto da nova fabrica de polvora no terreno esco- lhido e examinado nas fazendas da Cordoaria o Mandioca, abaixo da serra da Estrella, attendeudo a todas as particularidades com que se devem estabelecer semelhantes fabricas, 1829 -Acha-se no Archivo militar. Manoel Joaquim Pinto Pacea - Natural da Bahia, em cuja capital falleceu a 27 de agosto de 1864, sendo brigadeiro reformado do exercito, olHcial da ordem do Cruzeiro, cavaileiro das ordens da Rosa e de S. Bento de Aviz e condecorado com a medalha da campanha da independencia, na Bahia; foi em varias legislaturas deputado á assembléa geral e escreveu : - Correspondência official do quartel-mestre general, pelo tenente- coronel Manoel Joaquim Pinto Pacca no acampamento de Pirajá durante o ataque da cidale pelas tropas da legalidade nos memoráveis dias 13, 14, 15 e 16 de março de 1838. Bahia, 1838, 28 pags. in-4° - Refere-se aos últimos dias da revolução de 7 de novembro, a Sabinada. - Expisição - que offerece á consideração da assembléa geral. Rio de Janeiro, 1856, 14 pags. iu-4°. - Mátto Grosso por Curitiba e Tibagy. Itinerário da viagem que fez ao Baixo Paraguay por ordem do Exm. Sr, Marquez de Caxias, etc., acompanhado das observações que lhe são concernentes - Na Revista do Instituto histórico, tomo 28, 1865, parte Ia, pags. 32 e seguintes. Manoel Joaquim Rálbeiro, Io - Natural da Bahia, formado em direito pela universida le de Coimbra, seguiu a carreira da magistratura até o cargo de ouvidor e foi o primeiro membro da junta a que o governador e capitão-general de Matto Grosso, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, entregou o governo da mesma capitania a 15 de agosto de 1803. Escreveu: - Reflexões sobre os estabelecimentos litterarios das universidades com applicação especial ao novo império brasiliense. Londres, 1822, 32 pags. in-4° - Foi feita esta publicação sob o pseudonymo de George Dieckson. 124 MA Manoel Joíiqiiim Ribeiro, 2o - Nascido em Minas Geraes no século XVIII, e por isso mencionado por Warnhagem no seu Florilégio da poesia brasileira, ahi falleceu depois da independencia. Era presbytero secular, professor jubilado de philosophia na dita pro- víncia o cavalleiro da ordem de Christo. Era orador sagrado e também poeta e escreveu: - Obras poéticas que debaixo dos auspícios do Illm. e Exm. Sr. 'Bernardo José do Lorena, Conde de Sarzedas, ex-governador da capi- taniade Minas Geraes, manda ao publico, etc. Lisboa, 1805, 109 pags» in-8°. - Obras poéticas que debaixo dos auspícios da Illma. e Exma. Sra. D. Maria Magdalena Leite de Oliveira, manda ao publico, etc. Tomo 2o, Lisboa, 1806, 141 pags. in-8°. - Oração que na igreja de N. S. do Carmo de Vi 11a Rica aos 23 de setembro do corrente anno de 1822, presente o collegio eleitoral e numeroso concurso da nobreza e povo, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1822, 10 pags. in-40. -- Oração que no solemne applauso consagrado pelo senado de Vi 1 la Rica á acclamação de Sua Magestade Imperial e Constitucional o Sr. D. Pedro de Alcantara recitou no templo de N. S. do Carmo. Rio de Janeiro, 1823, 14 pags. in-4° - Ha avulsas algumas poesias deste autor, como: - Ode pindarica aos annos do Illm. e Exm. Sr. D. Francisco de Assis Mascarenhas, Conde da Palma, etc. - No Patrioti, do Rio de Ja- neiro, tomo 2o, 1813, n. 6, pags. 13 a 18. - Ode pindarica a Sua Alteza Real, etc.- I lem, tomo 3n, 1814, n. 1. - A' feliz e venturosa chegada de Suas Magestades Imperiaes ã esta imperial cidade de Ouro Preto em o sempre memorável dia 22 de fevereiro de 1831: Ode - Na viagem do Imperador D. Pe lro I á Minas Geraes em 1830 e 1831. Acha-se na Reviste do Instituto historico, tomo 59% parte Ia, pags. 371 a 373. Manoel Joaquim Saraiva - Filho de Antonio Joaquim Saraiva e dona Maria Joaquina Saraiva, nasceu na cidade da Bahia a 4 de novembro de 1840 e ahi falleceu a 22 de janeiro de 1899. Doutor em medicina pela faculdade desta cidade, era lente cathedratico da mesma faculdade, primeiro cirurgião reformado do corpo de saude da ar- mada, offlcial da ordem da Rosa, cavalleiro da do Cruzeiro e da do Christo, condecorado com a medalha da campanha do Paraguay, a medalha eommemorativa do forçamento de Humaytá, a medalha do MA 125 Riachuelo, o a do governo argentino pela acção de 25 de maio. Escreveu: - Como obra o sulfato de quinino nas febres intermittentes ; Effeitos da privação dos sentimentos do amor e da amizade ; Haverá casos, em que o medico possa afflrmar que houve envenenamento pelo arsénico a despeito da existência natural daquelle corpo na terra que cerca o cadaver antes da exhumação ? Tratamento dos kistos do ovário-, these que sustentou para obter o grau de doutor em medicina. Bahia, 1864, in-4°. - Quaes são os melhores meios therapeuticos de combater o beri- béri: these de concurso a um dos logares de oppositor á secção de sciencias medicas, etc. Bahia, 1871, 3 fls., 41 pags. in-4°. - Qual o papel que representam as diversas substancias alimen- tares nos phenomenos intimos da nutrição: these apresentada, em con- curso á um logar de oppositor da secção medica. Bahia, 1872, in-4° gr. - Pirexias: these de concurso á cadeira de pathologia geral, etc. Bahia, 1874, 10 fls., 72 pags., 10 fls. in-4° gr. com uma estampa. - Discurso proferido por occasião de tomar posse da cadeira de hygiene da faculdade de medicina da Bahia. Bahia, 1883, 20 pags. in-8°. - Memória histórica dos acontecimentos notáveis, occorridos na faculdade de medicina da Bahia noanno de 1885. Bahia, 1886,49 pags. in-4°. - Memória apresentada ao 3o Congresso de medicina e cirurgia sobre esgotos na capital da Bahia. Bahia, 1890, in-4° - Collaborou na Gazeta Medica da Bahia, escrevendo: - Observações sobre algumas fôrmas de moléstias palustres - No vol. de 1868-1869, pags. 147 e seguintes. - Ensaio de estudos - No dito vol., pag. 200 e no seguinte, pags. 4, 28 e seguintes. - Breves considerações sobre a dysenteria, assentadas sobre alguns factos clinicos observados no hospital de marinha da Bahia - No vol. 4o, 1869-1870, pags. 172 e seguintes. - A reforma da instrucção publica e a Gazeta Medica da Bahia - No vol. XXIII, 1891-1892, pags. 166 e seguintes. - Esgotos na capital da Bahia: memória apresentada ao Congresso medico brasileiro - No dito vol., pag. 214 e no de 1892-1893, pags. 295 e seguintes. - Projecto de regulamento dos serviços de hygiene e assistência publica para o estado da Bahia - Neste vol., pags. 504 e seguintes. 126 MA Manoel Joaquim da Silva, - Filho do Joaquim Le- andro da Silva o don i Bernardina Antonia de Senm, nasceu em Angra dos Reis ( província do Rio de Janeiro ) a 6 de janeiro de 1818 e falleceu em Rezende a 19 de outubro de 1888. Doutor em medicina pela facul- dade da côrte, foi o primeiro director do lyceu da cidade de Angra dos Reis ; foi secretario do governo e deputado provincial, e também depu- tado geral. Depois de exercer a clinica, dedicou-se exclusivamente ã javoura. Escreveu: - Bosquejo sobre o génio medico - philosophico de Hippocrates: these apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro afim de obter o grau de doutor. Rio de Janeiro, 1840, in-4°. - O Fluminense. Nitheroy, 1848-1849, in foi.- E' uma p iblicação periódica que nada tem com a do mesmo titulo, de 1864. Mais tarde escreveu para o Correio Mercantil ao lado de Joaquim Francisco, José de Assis, Paranhos, Octaviano e outros. Manoel Joaquim da SilvaBraga- N iscido em S. Paulo em 1858, ahi fallec3u em 1888. Sei apenas que foi estudante do curso annexo á faculdade de direito de sua província, hoje estado, eximio poeta repentista e também jornalista. De suas composições apenas sei que se publicaram: - Poisias de Manoel Joaquim da Silva Braga. S. Paulo, 1889 - E' uma collecção feita e publicada depois de sua morte por seu amigo o dr/Eduardo Chaves. Na imprensa lutou muito em favor da abolição do elemento escravo, collaborou pira vários jornaes e redigiu: - O Discípulo: jornal académico. S. Paulo. - A Onda. S. Paulo. - A Reacção. S. Paulo. - O Trabalho. S. Paulo. - A Lacta, S. Paulo. - Sonhos da mocidade: poesias. S. Paulo, 1879, in-8°. Manoel Joaquim da Silva Guimarães», Io - Filho do alferes Manoel Joaquim da Silva Guimarães, nasceu na Bahia a 12 de fevereiro de 1826 e falleceu no Rio de Janeiro a 28 de agosto de 1876. Presbytero secular e capellão da repartição ecclesiastica do exercito desde 1853, achava-se em exercício no Rio de Janeiro quando, -•segundo me foi afflrmado por pessoa muito competente, foi nomeado conego da capella imperial um distincto sicerdote de Minas Geraes de egual nome que solicitara esse titulo, e que teve de perdel-o, porque quando procurou-o, já estava passado ao capellão militar - facto este, JVEA. 127 que levou-o a assignar-se Manoel da Silva Guim irão > Araxá ( veja-se este nome). Escreveu: - Oração fúnebre do Exm. e Revm. Sr. D. Manoel do Monte Rodrigues de Araújo, etc. por occasião das exequias que houve na capella imperial, mandadas fazer pelo Illm. e Revm. cabido dasantacathedral e referida capella com assistência de SS. MM. Imperiaes. Rio de Janeiro, 1863, 19 pags. in-8°. 31:111001 Joaquim da Silva Gi-uimavães, 2° - Veja-se Manoel da Silva Guimarães Araxá. Manoel Joaquim da Silva Porto - Natural pro- vavelmente da cidade do seu appellido, diz Innocencio da Silva, e que pelos annos de 1816 e seguintes se achava no Rio de Janeiro, trafi- cando no commercio de lettras. Embora fosse mais tarde para Portugal, como parece, adheriu eaté cantou a independencia do Brasil. Em 1822 ora elle estabelecido no Rio de Janeiro com uma offlcina typographica, associado a Felisardo Joaquim da Silva Moraes. Escreveu: - Phedra : tragédia de Racine, traduzida verso a verso. Rio do Janeiro, 1816,74 pags. in-8° - Segunda edição, mais correcta, offe- recida ao Sr. José de Carvalho Ribeiro. Rio de Janeiro, 1821, 91 pags. in-4°. - Elogio dirigido â amizade e esplendida companhia que se junta no engenho de Salvaterra. Rio de Janeiro, 1816, 7 pags. in-4°- Sahiu depois publicado no Investigador Portuguez, tomo 16°, pags. 434 a 438. - Elogio por occasião do faustoso e glorioso successo das armas portuguezas contra os insurgentes de Pernambuco, composto e offe- recido ao muito alto e muito poderoso senhor D. João VI; etc. Rio de Janeiro, 1817, 7 pags. in-4° - Sahiu também no dito periodico, tomo 21°. - Hymnos constituciona.es. Rio de Janeiro, 1821,8 pags. in-4° - São quatro hymnos á constituição portugueza, assignados por iniciaes do autor, de Estanislau Cardoso e José Pedro Fernandes. - Independencia ou morrer (hymno). Rio de Janeiro, 1822, 1 íl. in-fol.- Começa assim: A's armas, Brasilea gente ! Bradaram honra e dever. E voss i divisa seja Independencia ou morrer. 128 MA - Elogios para recitar-se no theatro de S. João no anniversario da acclamação e da independencia do Brasil. Rio de Janeiro, 1823, in-8°. - Gastronomia ou os prazeres da mesa: poema em quatro cantos, composto em francez por mr. Berchaux e traduzido em verso por- tuguez. Coimbra, 1842, 164 pags. in-S0. - Encyclopedi' industrial ou arte de ganhar a vida, escripta em francez por mr. Mossé e traduzida em portuguez, etc. Porto, 1812. - Methodo facil de escripturar os livros por partidas simplices e dobradas, comprehcndendo a maneira de fazer a escripturação por meio de um só registro, por M. Edmond Legrange; traduzido em portuguez, adaptado ao systema métrico decimal de pesos e medidas, e seguido de um Appendice comprehendendo: Correspondência de pesos e medidas métricas ; valor e denominação das moedas estrangeiras e suas re- ducções aos diíferentes câmbios, etc. Olferecido aos portuguezes e aos brasileiros que se dedicam ao commercio. 4a edição. Creio que todas as edições são do Rio de Janeiro. Uma que vi e que não tinha data, era do Rio de Janeiro, de XI-267 pags. in-8°. D. Mitnoel Joaquim da Silveira, Conde de S. Sal vador e 18' Arcebispo da Bahia - Filho de Antonio Joaquim da Sil- veira e dona Maria Rosa da Conceição, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 11 de abril de 1807 e falleceu na Bahiaa 23 de junho de 1874. Muito pobre, occupava na camara ecclesiastica modestissimo emprego que lhe dava o necessário para estudar, até que recebeu as ordens de presbytero, e então foi nomeado lente de theologia e depois reitor do seminário episcopal, onde realizou algumas reformas; foi examinador synodal, conego da capella imperial, secretario do cabido e inspector da mesma capella, onde também promoveu grandes melhoramentos, e foi o capellão da esquadra mandada pelo governo imperial, á receber sua magestade a Imperatriz, em Nápoles, d'onde, com licença da mesma senhora*, foi á Roma. Facto notável: reconhecido como um dos orna- mentos do clero brasileiro, quer por sua illustração, quer por suas vir- tudes, apresentou-se à dous concursos para vigararias: a primeira vez para a freguezia da Candelaria em 1834, a segunda para a de Santa Rita em 1836, sem que obtivesse a nomeação desejada; entretanto sem o es- perar, por decreto de 15 de maio de 1851 ó nomeado bispo do Maranhão e nessa diocese foi surprehendido com o decreto de 5 de janeiro de 1861, elegendo-o arcebispo da Bahia, em substituição a d. Romualdo, o Marquez de Santa Cruz, de quem foi digno successor. Teve a honra de ser o ministro celebrante dos consorcios das duas princezas, dona Isabel 129 e dona Leopoldina, sando para esse fim nomeado vice-capellão-mór. Era do conselho do Imperador D. Pedro II commendador da ordem de Cbristo, offlcial da do Cruzeiro, socio do antigo Instituto historico da Bahia e do Instituto historico e geographico brazileiro e escreveu: - Bulias pontifícias, cartas regias, alvarás e provisões episcopaes, por que foi erecta a santa egreja cathedral, e capella imperial do Rio de Janeiro e se lhe concederam os privilégios de que goza. Colligidas do mandado do lllm. e Rvm. cabido pelo seu secretario, etc.- e dadas á luz, pelo rev. conego Januario da Cunha Barboza. Rio de Janeiro, 1844, 111 pags. in-4°. - Oração recitada na abertura das aulas do seminário episcopal de S. José do Rio de Janeiro no dia 8 de março de 1841. Rio de Janeiro, 1841, 24 pags. in-4°. - Itinerário da viagem que fez â Nápoles na qualidade de capellão da camara de S. M. a Imperatriz a bordo da fragata Constituição - Na Minerva Brasileira, tomo Io, 1843, pags. 99 a 102, 103 a 168, 204 a 208, 231 a 238, e 263 a 267. - Representação dirigida á Sua Magestade o Imperador ácerca do projecto do governo sobre o casamento civil. S. Luiz, 1859, in-8°. - Carta pastoral saudando e dirigindo algumas exhortações aos seus diocesanos. Rio de Janeiro, 1852,65 pags. in-4°. - Carta pastoral annunciando o novo jubilêo concedido pelo santo padre, Pio IX, pelas lettras encyclicas de 21 de novembro de 1851. Maranhão, 1851, 2a in-8°. - Carta pastoral recommendando aos Srs. parochos a execução da Instrucção pastoral do Exm. o Rvm. bispo do Rio de Janeiro, etc., de janeiro de 1844, contendo as principaes regras, que elles devem guardar antes e na occasião de solemnisar os matrimónios. Maranhão, 1853, ,in-8°. - Carta pastoral annunciando o jubilêo concedido pelo SS. P. Pio IXpelas lettras encyclicas de Io de agosto de 1854. 4a Maranhão, 1855, in-8°. - Carta pastoral, ordenando que se façam preces publicas afim de que mereçamos alcançar de Deus o livrar-nos dos flagellos da peste e epidemia que ainda reinam e dos que nos ameçam. 5a Maranhão, 1855, in-4®. - Carta pastoral ordenando que se façam preces publicas nos dias 4, 5 e 6 do inez de janeiro do anno de 1857, para que Deus se compadeça de nós e nos dê um inverno regular e uma boa colheita e por sua mi- sericórdia nos conceda paz e concordia e a remissão de nossos peccados, etc. Maranhão, 1857, in-4°. 130 MA - Carta pastoral dando conhecimento á diocese das lettras apostó- licas de sua santidade o papa Pio IX sobre a definição dogmatica da Immaculada Conceição da Purissima Virgem Maria, Mãe de Deus. 7a Maranhão, 1857, in-4% - Carta pastoral dando conhecimento á diocese da allocução de sua santidade o papa Pio IX no consultorio secreto de 26 de setembro de 1859 e mandando fazer novamente preces, afim de obter de Deus o beneficio da paz, 10a Maranhão, 1860, in-8° - São todas estas pastoraes escriptas como bispo do Maranhão. As que se seguem são escriptas no arcebispado da Bahia: - Carta pastoral dirigindo algumas exhortações aos seus diocesanos, Bahia, 1862, 111 pags. in-4°. - Carta psatoral premunindo os seus diocesanos contra as muti- lações e adulterações da Biblia, traduzida em portuguez pelo padre João Pereira A. de Almeida, contra os folhetos e livrinhos contra a religião, que com a mesma Biblia se tem [ espalhado nesta cidade, e contra alguns erros que se 'tem publicado no paiz. Bahia, 1862, 78 pags. in-8°. - Carta pastoral annunciando ojubilêo concedido pela sua santidade o papa Pio IX pelas lettras encyclicas de 8 de dezembro de 1864. Bahia, 1865, 57 pags. in-8°. - Carta pastoral premunindo seus diocesanos contra os erros per- niciosos do spiritismo. Bahia, 1867, 25 pags. in-8°. - Carta pastoral mandando fazer as preces recommendadas pelo nosso santissimo padre Pio IX em sua encyclica de 17 de outubro de 1867. Bahia, 1868, 19 pags. in-8'. - Carta pastoral annunciando a indulgência plenaria em fórma de jubilêo, concedida pelo nosso santissimo padre Pio IX pelas lettras apostólicas de 11 de abril de 1869 por occasião do Concilio ecumenico. Bahia, 1869, 25 pags. in-8°. - Carta pastoral publicando o breve de sua santidade o papa Pio IX, de 28 de maio de 1873. Bahia, 1873, 17 pags. in-8°. - Pastoraes do.,. Arcebispo da Bahia e do... Bispo do Pará, con- domnando os erros da maçonaria. Bahia, 1873, 55 pags. in-8°- Ha, além das designadas, outras pastoraes que não pude ver. - Discurso abrindo a sessão especial (do Instituto historico da Bahia) de 22 de novembro de 1863, em commemoraçãodo Exm. e Revm. Sr. Conde de Irajá, bispo do Rio de Janeiro, e do Dr. Agrário de Souza Menezes -No Periodico do Instituto historico da Bahia, Rio de Janeiro, de 1864. MA 131 Manoel Joaquim de Siqueira Rego - Natural do Rio de Janeiro e irmão, talvez, do antigo tachygrapho João Baptista de Siqueira Rego, fallecido na província de Alagoas, era estudante de pre- paratórios do collegio do padre MarcellinoPinto Ribeiro Duarte, quando escreveu: - Descripção biographo-necrologica do patriota Manoel de Aguiar Brandão, offerecida ao patriotismo dos heroicos fluminenses, etc. Rio de Janeiro, 1831, 14 pags. in-4°. Manoel Joaquim de Souza Brito - Filho do doutor Manoel Joaquim de Souza Brito e dona Justina Maria de Magalhães Brito, nasceu na cidade da Bahia a 26 de outubro de 1860. Tendo feito o curso de humanidades no collegio Pedro II, fez depois o da faculdade de medicina, em que doutorou-se em 1888 ; mas, tendo decidida vocação para as sciencias mathematicas desde seus primeiros annos, occupou-se em leccionar em collegios e casas particulares. Em 1891 entrou em concurso para a cadeira de arithmetica e algebra do Lyceu provincial, sendo classificado em primeiro logar e nomeado lente. Neste lyceu, que com o advento da Republica, passou a chamar-se Instituto ofRcial de ensino secundário, e, na ultima reforma da instrucção secundaria, Gymnasio da Bahia, leccionou elle, além das matérias de sua cadeira, physica e chimica interinamente por dous annos, linguistica, gram- matica geral e comparada por espaço de seis mezes e por ultimo passou para a cadeira de calculo, geometria descriptiva e analytica. E' socio fundador do Instituto geographico da Bahia e escreveu: - Segredo profissional: these apresentada, etc. para obter o grau de doutor em medicina. Bahia, 1888, in-4° grande. - Genese primitiva e elementar do numero: these apresentada e sustentada no Lyceu provincial para o concurso á cadeira de arithe- metica o algebra. Bahia, 1891,50 pags. in-4°. - Castro Alves. Bahia, 50 pags. in-8°. - A bicharia : scena cómica por Zé da Venta, offerecida ao distincto amador J. de Castro. Bahia, 1898, 4 pags. in-8°. - O trabalho: poesia recitada por A. Freire no Polytheama Bahiano ao terminar o festival infantil em beneficio do Lyceu Salesiano do Sal- vador a 7 de julho de 1898. Bahia, 1898, 1 fl. in-fol. de 2 columnas. - Ao bi-centenario do Padre Antonio Vieira: poesia-- No livro « Homenagem do Instituto geographico e historico bahiano » ao grande e famoso orador, etc., pags. 197 a 200. O dr. S. Brito tem publicado poesias e artigos litterarios no Correio de Noticias, no Trabalho, no Jornal de Noticias, Diário de Noticias, Bahia e outros jornaes e pe- 132 MA riodicos litterarios da Bahia, com o pseudonymo de Bento Murila. Destes trabalhos citarei: - Cantarolando: secção diaria humoristica de trezentas poesias, no Republicano - e - Anthologia bahiana : estudo bibliographico de poetas bahianos desde o século 17° até o presente na Renascença e na Revista do Ins- tituto geographico e historico bahiano- Tem redigido com outros o Republicano, jornal político, o Livro, jornal litterario, e a - Renascença: revista litteraria. Bahia, 1894-1895, in-íl. de 8 pags. e duas columnas, sahindo o primeiro numero a 27 de setembro daquelle anno, e o ultimo a 30 de setembro deste - Para o theatro tem escripto varias obras, principalmente no genero comico, como - Treze de Maio: drama em tres actos. - A Baroneza e o Capitão Dynamite: dialogo comico. - Rabugens de vovô: comedia em um acto. - Travessuras de Juca: comedia em um acto. - Estudantes em ferias: comedia em um acto. - A noite de S. João: comedia em tres actos - Estão inéditas estas composições, mas jà levadas á scena na Bahia. Tem, finalmente, alguns contos, inéditos e publicados, como - O tio Joaquim : conto, que ganhou o primeiro prémio no concurso do Pantheon. Manoel Joaquim 'Valltxdão- Filho de José Gonçalves Valladão e dona Dina Emilia Valladão, nasceu na cidade do Rio de Ja- neiro a 28 de março de 1860 e aqui, depois de estudar preparatórios no mosteiro de S. Bento, dedicou-se ao commercio. Escreveu: - Sonhos de louco : drama em tres actos. Rio de Janeiro - Foi edi- tado pelo Club do Riachuelo, onde foi levado á scena varias vezes. - O pai da escrava : comedia-drama em um acto. Rio de Janeiro, 1881, 29 pags. in-I2°. - O modelo vivo fdrama em cinco actos. Rio de Janeiro, 188..', 100 pags. in-8° - E' escripto com João Ferreira Marques. - O Senhor Páo Brazil, corretor de namorados: comedia em dous actos. 1880 - Foi representada no Rio de Janeiro. - Pinto Leitão & Comp.: comedia em um acto - Idem. - A fidalguia na côrte: romance. - A nobreza envergonhadt. 1878. - Gravetos realistas : contos. Rio de Janeiro, 31 pags. in-8° - Colla- borou para algumas folhas desta cidade e redigiu: - O Ver galho: Rio de Janeiro. MA 133 - Tic-tac - São, esta e a precedente, duas publicações ephe- meras. Manoel Jorge Domingues da Silva - Não o conheço; só sei que foi estudante, mas não sei de que instituto ou fa- culdade. Escreveu: - As tribulações de um estudante, scena cómica. Rio de Janeiro, 1884. Afanoel Jor^e Rodrigues-E' o mesmo Jorge Ro- drigues, mencionado no volume 4°, pag. 264, cujo artigo contém in- exactidões e sahiu incompleto.- Filho do conselheiro Antonio Joaquim Rodrigues e dona Rita da Costa Rodrigues, nasceu na Victoria, capital do Espirito Santo, a 29 de maio de 1862 e falleceu na mesma cidade a 19 de agosto de 1886. Aos 14 annos revelou-se poeta inspirado e mavioso e deu-se logo á imprensa, publicando seus primeiros versos em uma folha que redigiu com outro em Taubaté. Com um irmão seu fundou um collegio de educação em S. José do Rio Preto, municipio de Juiz de Fóra, mas em consequência de grave moléstia de sua esposa, foi obrigado a abandonal-o, passando á cidade de S. João d'El-Rei, e ahi deu-se ainda ao magistério, leccionando inglez. Sempre nas lides do jornalismo e todo entregue á estudos aturados de gabinete, contrahiu uma tuber- culose que o levou á provincia, hoje estado do Espirito Santo, onde fal- leceu. Além de grande numero de poesias, que publicou em periódicos, assim como contos, romancetos e phantasias, escreveu: - Fugitivas: poesias. S. João d'El-Rei, 1883, in-8°. - Manhãs de estio: poesias. Victoria, 1886, in-8°- E'seu se- gundo livro de versos. As ultimas provas foram corrigidas com a ar- dente febre da traiçoeira moléstia que levou ao tumulo o autor. De- pois de uma folha que redigiu com Servulo Gonçalves, onde publicou seus primeiros versos, redigiu: - Gazeta de Taubaté. Taubaté, 188... in-fol. peq. - Pharol. Juiz de Fóra, 188... in-fol.- Esta folha viveu muitos annos e conceituada. Creio que Jorge Rodrigues substituiu na re- dacção G. C. Dupin. - Gazeta de Juiz de Fóra. Juiz de Fóra, 188... in-fol. - O Arauto de Minas. Hebdomadario politico, instructivo e noti- cioso. S. João d'El-Rei, 188... in-fol.- Foi também rodactor desta folha Severiano Nunes Cardoso de Rezende. - O Domingo: jornal litterario. S. João d'El-Rei, 1886, in-4° - Esta revista foi fundada em collaboração com J. Braga. Jorge Ro- MA 134 drigues foi collaborador de outros jornaes de Taubaté, e também do Domingo, periodico de Portugal. Nos seus últimos dias de vida, na ci- dade da Victoria, onde fôra procurar allivio â moléstia, escrevia elle para o Espirito Santense e para a Provinda. Manoel José Alves Barbosa - Natural da Bahia e nascido a 10 de dezembro de 1845, é contra-almirante da armada, ca- valleiro das ordens do Cruzeiro, de Christo, da Rosa e de S. Bento de Aviz, e condecorado com as medalhas da campanha de Paysandú, do combate de Riachuelo e da campanha do Paraguay. Com praça de aspirante a guarda-marinha fez o curso da respectiva escola e depois de bons serviços no corpo da armada, passou a 26 de abril de 1890 para o corpo de engenheiros navaes, do qual foi nomeado chefe e in- spector geral. Occupou o posto de ministro da marinha no primeiro go- verno civil da Republica, e escreveu: - Relitorio descriptivo da cidade de Corumbá depois de evacuada esta cidade pelas forças paraguayas em janeiro de 1869 - Não o vi impresso, mas delle dá noticia o capitão-tenente Garcez Palha, que o considera um trabalho excellente e minucioso, nas suas Ephemerides navaes, pag. 19. - Plano de reforma da administração naval. Rio de Janeiro, 1897, 62 pags. in-4°- Vem annexo ao Relatorio por este offlcial apresentado ao presidente da Republica, dr. Prudente de Moraes. Manoel José de Arau j o - Filho de Antonio José de Araújo Lima e nascido na Bahia a 15 de abril de 1851, é doutor em medicina pela faculdade desse estado, da qual é lente de physiologia, e escreveu: - Theoria dos ruidos do coração; Tétano traumáticoe seu trata- mento; Diagnostico differencial entre a febre amarella e a febre biliosa dos paizes quentes; Pôde considerar-se herdeiro legitimo o filho de uma viuva, nascido dez mezes depois da morte do marido? these apresentada, etc. para obter o grau de doutor em medicina. Bahia, 1872, 52 pags. in-4° gr. - Condições pathogenicas da ataxia locomotriz progressiva, dia- gnostico e tratamento: these do concurso para um logar de substituto da secção de sciencias medicas. Bahia, 1882, 14-85-12 pags. in-4°. Manoel José d. o Bomfim - Filho de Paulino José do Bomfim e nascido em Aracajú, capital de Sergipe, a 8 de agosto de 1868, é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, tendo MA 135 começado o curso na Bahia, e director do extincto Pedagogium, Es- creveu : - Das nephrites: lhese apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro para obter o grau de doutor. Rio de Janeiro, 1890, in-4°. - Pratica^ da lingua portugueza. Livro de composição para o curso completo das escolas primarias, approvadoe adoptado pelo con- selho superior da instrucção publica da capital federal. Rio de Janeiro, 1899, V-356 pags. in-8°. ( Veja-se Olavo dos] Guimarães Bilac. ) « Os autores assentaram o plano de uma serie de 9 livros de edu- cação litteraria- tresde elocução e vocabulário, tres de leitura e tres de composição, dividindo cada matéria em tres cursos -• elementar, medio e complementar. O volume que tenho presente comprehende, como já se viu, o curso complementar de composição. » O dr. Bomfim foi um dos redactores da revista mensal: - O Pedagogium, Riojde Janeiro, 1897. Sahiram apenas 5 numeros, de julho a novembro. Manoel José de Campos Porto- Filho do nego- ciante da praça do Rio de Janeiro Manoel José de Campos Porto e pai do dr. Manoel Ernesto de Campos Porto, já mencionado neste livro, nasceu nesta cidade a 2 de junho de 1830, e muito moço entrou para a secretaria de estado dos negocios do Império, hoje dos negocios do in- terior, onde serve ainda. E' commendador da ordem de Christo, official da ordem da Rosa e escreveu: - Repertório da legislação ecclesiastica desde 1500 até 1874. Rio- de Janeiro, 1875, in-8°. - Repertório da legislação sobre a instrucção publica no Brasil - Este trabalho está inédito, mas annunciada já sua publicação. Manoel José Cardoso - Filho de Manoel José Cardoso, bacharel em leis e também em cânones pela «niversidade de Coimbra, sendo advogado nos auditórios da côrte, foi nomeado em 1829 juiz de fóra da Fortaleza, capital do actual estado do Ceará. Escreveu: - A' Sua Magestade o Imperador em applauso a seu venturoso natal 0. D. C., etc. Rio de Janeiro, 1829, in-4° - E' umacollecção de sonetos. De seus trabalhos na advocacia nota-se: - Defesa apresentada no conselho de guerra a que respondeu Joaquim Manoel de Oliveira Figueiredo. Rio de Janeiro, 1830. MA 136 Manoel José Chorem-Filho de José Cherém e dona Rosa Maria de Avellar, nasceu no Rio de Janeiro a 16 de junho de 1729, cursou as aulas de jurisprudência cesarea da universidade de Coimbra, cultivou a poesia e escreveu, além de outros trabalhos talvez: - Oblação métricaà preclarissima senhora d. Michaella Venancia de Castro, sendo dignamente eleita abbadessa do convento de Casta- nheiro, Coimbra. 1753, in-4a. - Tributo delphico aos felicíssimos desposorios do doutor Antonio Lopes da Costa, meritissimo conselheiro ultramarino. Coimbra ( sem data), in-4°. Manoel José Estrelln - Natural da Bahia e nascido no ultimo quartel do século 18°, ahi falleceu em avançada idade. An- tigo cirurgião do hospital da Misericórdia, quando o cirurgião-mór do reino, dr. José Correia Picanço ( vide este autor), teve ordem de es- colher quem ensinasse no dito hospital, especialmente cirurgia e obste- trícia, foi elle escolhido para isso com seu collega José Soares de Castro. Nesse exercicio lutaram os dous cirurgiões com muitos em- baraços, até que pela carta régia de 29 de dezembro de 1815 creou-se o collegio medico-cirurgico, que começou a funccionar no anno se- guinte, com cinco cadeiras. Escreveu : - Experiências physiologicas sobre a vida e sobre a morte, por Bichat. Traduzido da 3 a edição de 1805. Bahia, 1816, ifl-8°. Manoel José da Lapa Trancoso - Filho de Manoel José da Lapa Trancoso e nascido na pro vincia do Rio de Janeiro, falleceu na cidade de S. Paulo a 17 de abril de 1894. Era bacharel em direito pela faculdade dessa cidade e leccionou philosophia, rhetorica e depois historia do Brazil no curso annexo ã mesma faculdade. Escreveu : - Reminiscências da vida académica. S. Paulo, 1881, in-8°. - Pontos de philosophia organisados segundo o actual programma de exames das faculdades do Império. S. Paulo, 1879, in-8°. Manoel José de Medeiros - Não sei si foi brasileiro nato ou por adherir á constituição do Império ; viveu no Maranhão e ahi e escreveu : ; , - Lei de substituição da moeda de cobre. Carestia de generos alimen- tícios. Plano proposto para a fundação de uma associação com o fim de remediar esses males. Maranhão, 1838-1842,27 publicações in-fol. for- mando um volume. MA 137 Manoel José cie Menezes Prado - Filho de Fran- cisco de Barros Prado e dona Maria Feliciana de Menezes Serra, nasceu no municipio do Rosário do Cattete, em Sergipe, a 6 de fevereiro de 1844 e fàlleceu no Rio de Janeiro a 1 de março de 1897. Bacharel em di- reito pela faculdade do Recife, representou em tres legislaturas a provincia, hoje estado de seu nascimento, e depois na primeira legisla- tura ordinaria do regimen republicano. Presidiu as provincias do Espirito Santo e do Piauhy e depois de exercer o cargo de secretario da Associação promotora da instrucção com séde nesta capital, passou a ser seu presidente desde 1893 até seu fallecimento. Escreveu : - Orçamento da agricultura : discurso proferido na sessão de 22 de junho de 1871. Rio de Janeiro, 1871,21 pags. in-4°. - Creação de um banco da lavoura : discurso pronunciado na sessão de 20 de dezembro de 1872. Rio de Janeiro, 1872,15 pags. in-8°. - Relatorio apresentado na installação da Assembléa provincial do Espirito Santo na sessão de 15 de outubro de 1876. Victoria, 1876, in-4°. - Relatorio com que o presidente da provincia do Piauhy passou a administração ao dr. Antonio Jansen de Mattos Pereira no dia 7 de novembro de 1886. Theresina, 1886, in-4°. - Relatorio lido na assembléa geral da Associação promotora da instrucção a 24 de dezembro de 1873 - Acha-se publicado no livro das actas das sessões da Associação promotora da instrucção. Rio de Janeiro, 1894, pags. 129 e seguintes. Manoel José de Oliveira,, Io- Official do corpo de engenheiros, fàlleceu depois de 1840 no posto de tenente-coronel, tendo exercido no Rio de Janeiro varias commissões e exercido cargos, como o de director do ensino mutuo. Escreveu: - Exposição da planta da Casa de correcção, extrahida dos de- senhos e reflexões publicados em 1826 pela commissão (la Sociedade ingleza para melhoramento das prisões correccionaes e apropriada ao terreno em que se está construindo na provincia do Rio de Janeiro, pela Commissão inspectora do andamento e melhor direcção dos tra- balhos. Rio de Janeiro, 1834, 11 pags. in-4° - Assignada também por Thomé Joaquim Torres e Estevão Alves de Magalhães. Vi delle pu- blicados: - Discursos maçonicos ( tres) e orações fúnebres ( duas ) reci- tados em lojas maçónicas. Rio de Janeiro. 138 MA Manoel José <le Oliveira, 2o - Filho do tenente- coronel Manoel José de Oliveira, a quem acabo do referir-me, nasceu no Rio de Janeiro a 27 de agosto de 1828 e falleceu a 26 de novembro de 1883. Era bacharel em lettras polo collegio Pedro II, doutor em medi- cina pela faculdade desta cidade, cirurgião-mór do divisão do corpo de saude do exercito e mombro titular da imperial Academia de medicina. Serviu na campanha contra o governo do Paraguay e tão importantes foram seus serviços que, marchando para essa campanha no posto de primeiro cirurgião, capitão, foi logo nomeado cirurgião-mór de brigada em commissão, e obteve successivamente, o offlcialato, a commenda e a dignitaria da ordem da Rosa, além do habito da ordem do Cruzeiro e da medalha dessa campanha. Era também condecorado com a medalha da companha de Paysandú, e cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz. Escreveu: - Que phenomenos se passam no pericarpo na época da dissemi- nação % Que acções, tanto chimicas, como vitaes, teem logar durante a germinação de uma semente ? Da pelvimetria. Do estanho, seus ef- feitos physiologicos e therapeuticos; these apresentada á Faculdado de medicina. Rio de Janeiro, 1852, in-4° gr. - Contribuições para o estudo das moléstias da guarnição da Côrte: memória apresentada e lida perante a Academia imperial de medicina. Rio de Janeiro. 1883, 77 pags. in-8° - Acha-se também este trabalho nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo 35°, pags. 35 a 110. - Hospitaes militares - publicados nos mesmos Annaes, tomo 39®, pags. 5 a 28, depois da morte do autor. - Apontamentos para o estudo das moléstias infecciosas, sob o ponto de vista fermentativo e parasitario -Idem, tomo 32°, pags. 215 e segs. - Nesta revista deu o autor á publicidade outros casos notáveis de sua clinica. Manoel José <le Oliveira Basto - Brasileiro, como se declara elle, e natural, aoque parece, do Pará. Escreveu: - Roteiro da cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Parã pelo rio Tocantins acima até Porto Real do Pontal, da capitania de Goyaz, etc. Rio de Janeiro, 1811, 19 pags. in-8° gr. - Foi feito este roteiro de fevereiro a março de 1810 até o Rio de Janeiro. - Roteiro das capitanias do Pará, Maranhão, Piauhy, Pernam- bucoe Bahia pelos seus caminhos e rios centraes, 1819 - Acha-se na Re- vista do Instituto, tomo 1°, pags. 527 a 539. MA 139 Manoel José Pereira, Io- Não tenho noticias suas. Conheço-o apenas como autor de um trabalho, istoé: - Viagem á província do Espirito Santo - que foi mencionado pelo dr. Cândido Mendes de Almeida como uma das obras que o auxiliaram no seu grande Atlas do Império do Brasil, publicado em 1868. Manoel José Pereira, 2o - Filho de Manoel José Pereira e dona Anna Maria de Jesus, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 19 de novembro de 1839. Com praça no exercito em 1856, serviu na arma de artilharia e é general de divisão reformado depois dos mais relevantes serviços, quer na paz, quer na guerra, pelos quaes, além de honrosos elogios que constam de sua brilhante fé de officio, é official da ordem da Rosa e da de S. Bento de Aviz, cavalleiro da ordem do Cruzeiro, condecorado com a medalha da campanha contra o Paraguay e com a medalha de mérito á bravura militar. E' bacharel em sciencias physicas e mathematicas e engenheiro geographo pela escola central. Escreveu: - Plano de defesa do território da província de Matto Grosso com as sondagens do rio Paraguay. Rio de Janeiro, 1883. - Projecto sobre penitenciarias militares. Rio de Janeiro, 1885 - Estes trabalhos, parece-me, não foram publicados, mas se conservam no archivo da secretaria dos negocios da guerra. Manoel José Pereira Frazão- Filho de Poluceno Antonio Pereira e dona Maria Angélica de Gusmão,'nasceu no Rio de Janeiro a 13 de junho de 1836, e é professor de mathematicas e philo- sophia racional e moral, approvado pelo conselho directorda instrucção publica e professor jubilado da instrucção primaria depois de 32 annos de magistério. Com destino ao estado ecclesiastico, fez o curso do se- minário de S. José, sendo ordenado in minoribus. Faltando-lhe dous annos para completar a ordenação, estudou na antiga escola militar o curso de mathematicas puras, inclusive, e calculo differenciale integral, e também sciencias naturaes. Com taes habilitações leccionou em vários collegios varias matérias até que em 1863 entrou para o magistério primário. Na proclamação da republica achava-se elle com assento no Conselho da instrucção publica, de onde sahiu para ir á Europa estudar a organisação do ensino publico. Escreveu: -» Noções de geographia do Brasil para uso da mocidade brasi- leira. Rio de Janeiro, 1883, 198 pags, in-8°. 140 MA - Instrucção publica. Manifesto dos professores públicos da in- strucção primaria. Rio de Janeiro, 1871, 21 pags. in-8" - Versa sobre melhoramentos da classe. - Organisação das bibliothecas e museus escolares e pedagógicos. Caixas económicas escolares. 14 pags. in-fol.- No livro «Actas e pa- receres do Congresso de instrucção do Rio de Janeiro». Rio de Janeiro, 1884. - Memória sobre os exercícios de analyse do Sr. Cyrillo Diler- mando da Silveira - No periodico A Escola de 23 de junho de 1878. - Cartas do professor da roça: artigos relativos á instrucção publica da côrte, publicados no Constitucional de março e abril de 1863. Rio de Janeiro, 1864, 44 pags. in-8°. - Educação cívica; conferencia feita na Escola normal superior de Saint Cloud a 27 de maio de 1892- Esta conferencia foi escripta em francez, traduzida em portuguez e publicada na Gazeta de Noticias do Rio de Janeiro, começando a 18 de julho de 1892. - O ensino primário na Italia, Suissa, Bélgica e França. Relatorio apresentado á Directoria geral da instrucção publica primaria da Capital Federal. Rio de Janeiro, 1892. - Uma lagrima de saudade á memória do inspector geral da in- strucção publica da côrte o conselheiro Euzebio de Queiroz Coutinho Mattoso da Camara: discurso pronunciado, etc., pelo orador por parte dos professores públicos da instrucção primaria por occasião da missa, etc. Rio de Janeiro, 1871, 13 pags. in-8°. - Collecção de provérbios da lingua portugueza, approvala pelo conselho de instrucção publica da côrte para uso das escolas primarias. Rio de Janeiro... - Rudimentos de arithmetica. Taboada -Já tem oito edições, sendo a ultima de 1890. Rio de Janeiro. - Postillas de arithmetica approvadas pelo conselho de instrucção publica. Rio de Janeiro, 1863, in-8° - Este livro, reduzido a compendio para uso dos seus discípulos e approvado pelo conselho superior de instrucção publica da côrte, tevejsegunda edição em 1865, e terceira em 1869, com 130 pags. in-8°. - Postillas de grammatica portugueza. Rio de Janeiro, 1874, 103 pags. in-8°. Manoel José Pereira cia Silva Vellio- Na- tural de Abrantes, Portugal, onde nasceu em março de 1801, e brasi- leiro pela constituição do Império, faileceu no Rio de Janeiro em 1861 ou 1862. Habil tachygrapho, não só exerceu sua arte desde a assembléa MA 141 constituinte em 1823, como leccionou-a particularmente e foi encar- regado da aula de tachygraphia de Taylor. Escreveu: - Appendice à tachygraphia de Taylor ou novo systema de aprender esta arte sem mestre, com applicação das vogaes na escripta e de outros melhoramentos. Rio de Janeiro, 1844,82 pags. in-8° com duas estampas. - Systema do ensino da arte de tachygraphia extrahido do Appen- dice e seguido na aula de M. J. P. S. Rio de Janeiro, 1850, 8 pags. in-8°. - Nova tachygraphia dedicada ao Illm. e Exm. Sr. monsenhor José Antonio Marinho. Rio de Janeiro ( sem data ), 48 pags. in-4°. - Diálogos tachygraphicos ou systema de escrever tão depressa como se falia. Lisboa, reimpresso na Typ. Imperial ( mas no Rio de Janeiro, Typ. Laemmert), 1857, 62 pags. in-8° com uma estampa. - Nova tachygraphia ou a arte de Taylor simplificada e ampliada com os signaes das vogaes, oíferecida á mocidade brasileira. Segunda edição correcta e augmentada para aprender-se sem mestre. Primeira parte. Rio de Janeiro, 1857, 104 pags. in-8° com duas estampas - Oc- corre que, apezar da declaração de ser primeira parte, aqui se acham as quatro partes de que se compõe a obra. - Complemento á segunda edição da Nova tachygraphia. Rio de Janeiro, 1858, 32 pags . in-8° com uma estampa - Ainda sobre o es- tado da tachygraphia no Brasil, escreveu elle um artigo na Revista Popular do Rio de Janeiro. Manoel José I?ii'es da Silva Pontes - Natural de Minas Geraes, e ahi proprietário de uma fazenda no termo da antiga villa de Santa Barbara, ahi falleceu em 1850 com avançada idade. Naturalista e litterato, serviu muitos annos o cargo de guarda-mór das minas e outros, como o de presidente da provincia do Espirito Santo, para que foi nomeado por carta de 25 de setembro de 1832, demorando- se nesse exercício até 5 de maio de 1835. Foi deputado á segunda le- gislatura da assembléa provincial mineira, sociodo Instituto historico e geographico brasileiro e deixou inéditos vários trabalhos ethnographicos e outros publicados na Revista do mesmo Instituto, tomos Io e 6o, sendo o mais importante de seus escriptos os seguintes: - Historia do Brasil de Roberto Southey, traduzido do inglez - E'trabalho diverso do que escreveu depois o dr. Luiz Joaquim do Oliveira Castro - de quem já occupei-me. - Memórias históricas da provincia de Minas Geraes, desde seu descobrimento até a chegada da côrte portugueza ao Rio de Janeiro 142 MA - Um amigo ou parente do autor, o Sr. Cesario Augusto da Gama, se propunha a publicar esta obra em 1851, mas não me consta que o fizesse. - Extractos de uma viagem á província do Espirito Santo - Na Revista do Instituto historico e geographico brasileiro, tomo Io, pags. 345 e seguintes. - Collecção de memórias archivadas pela Camara da villa de Sabará - Idem, tomo 6o, pags. 269 a 291. - Selecção de provisões, ordens e instrucções da junta militar da conquista e civilisação dos indios da província de Minas Geraes - O manuscripto in-fol. datado de 1825, se acha na bibliotheca do Gabi- nete portuguez de leitura. - Collecção de memórias archivadas pela camara da villa de Sa- bará, compilada, etc. - Na mesma Revista, tomo 6o, pags. 269 a 291. - Dos algodões, do fumo, batata ingleza e amendoim (vide a R. do Inst. Io, 6°). Manoel «Tose Kibeiro da Cunha - Filho de Ma- noel José Ribeiro da Cunha e nascido no Maranhão, a 18 de fevereiro de 1850, fez todo o curso medico e recebeu o grau de doutor pela facul- dade de medicina da Bahia, tendo sido sempre um distincto alumno dessa faculdade. Foi deputado geral pelo Maranhão, e escreveu: - Calor animal: Qual o melhor tratamento da hypoemia intertro- pacil? Espasmos traumáticos e tétanos ; póde ser considerado legitimo o filho de uma viuva, nascido dez mezes depois da morte de seu marido ? these inaugural, apresentada, etc. Bahia, 1874, 72 pags. in-4° gr. > - Observações de clinica sobre a pathologia do beriberi, por Antonio José Pereira da Silva Araújo e Manoel José Ribeiro da Cunha, estu- dantes do 6o anno de medicina. Bahia, 1874, XVI - 204 pags. in-4°. - Natureza e pathogenia do beriberi. Maranhão. 1874, in-4° - Foi publicado na Revista que se segue, em resposta ao Dr. Pedro Francisco da Costa Alvarenga, redactor da Gazeta Medica de Lisboa: - Movimento Medico: publicação mensal sob sua direcção. Anno 1°, 1876, in-4° - Esta publicação não passou do 3o folheto ou 3o numero. - Nota sobre a esclerose diffusa dos centros nervosos. S. Luiz, 1882, 52 pags. in-8". Manoel José <la Silva Bastos - Natural da cidade do Rio Grando do Sul, nasceu a 12 de abril de 1825 e falleceu a 15 de MA 143 novembro de 1861. Fallecendo no vigor da mocidade, offerece-nos uma prova de quanto os naturaes do Estado sul-rio-grandense teem notável tendencia para a litteratura dramatica. De suas composições tenho noticia das seguintes: - O castello de Oppheim ou o tribunal secreto: drama. Rio Grande. - O testamento falso: drama. - O louco do Ceará: drama. - Os brilhantes de minha mulher: drama. - O bravo de Caceres: drama. - A madrasta: drama. - Os homens de honra: drama. - Os dous gemeos: comedia. - Quem porfia mata caça: comedia. - O soldado Martinho: comedia - O meu iIlustrado e obsequioso informante não me diz si estes trabalhos foram publicados. Sei que o primeiro foi, porque o vejo mencionado entre os livros da bibliotheca do gabinete de leitura da cidade do Rio Grande do Sul. Tenho informa- ção de que é deste autor: - A condessa de Azola: drama em cinco actos e oito quadros. Manoel José da Silva Guaiialbara - Professor publico da instrucção primaria na cidade de Petropolis, hoje capital do estado do Rio de Janeiro, escreveu: - Lições das cousas. Rio de Janeiro, 1881, in-8° - E' um livro didactico. Manoel José <le Siqueira Mendes - Filho do major Francisco José de Siqueira Mendes e dona Maria do Carmo Brito Mendes, nasceu na cidade Cametà, Pará, a 6 de setembro de 1825 e falleceu na capital do Ceará a 5 de maio de 1892, quando ahi buscava allivio a soffrimentos physicos. Presbytero secular, ordenado pelo bispo D. José Affonso de Moraes Torres, foi logo nomeado seu secretario e pouco depois conego da Sé paraense. Foi lente de latim do Lyceu de Belem, lente de theologia do seminário episcopal e fundou o collegio Santa Cruz, que passou a ser collegio paraense, na capital, e em Cametá outro collegio com aquelle titulo. Foi deputado provincial por varias vezes, deputado geral e senador do Império e administrou sua provincia por tres vezes, como vice-presidente. A principio militou sob as fileiras do partido liberal, sustentando como influencia legitima o conselheiro Bernardo de Souza Franco em sua candidatura á camara vitalícia; de- 144 MA pois, passando para as fileiras contrarias, foi delias chefe e contrahiu inimigos que jamais deixaram de aggredil-o. Escreveu: - Questão de tribunos e nacionalidades: collecção de artigos pu- blicados, etc. Pará, 1875, 34 pags. de duas cols. in-4°. - Discurso proferido na sessão (da assembléa geral) de 22 de agosto de 1877, sustentando a prorogação do contracto sobre a nave- gação do rio Amazonas e seus affluentes. Rio de Janeiro, 1877, 31 pags. in-8°. - Refutação da contestação feita pelo bacharel Demetrio Bezerra da Rocha Moraes á eleição do conego Manoel José de Siqueira Mendes Rio de Janeiro, 1885, 60 pags. in-8° pequeno. Manoel José Soares - Natural de Minas Geraes, e nas- cido a 1 de março de 1829, falleceu na cidade do Rio de Janeiro, a 12 de setembro de 1893, victima de um accesso de loucura que o levou ao suicídio, sendo negociante nesta cidade, director do Banco do commercio, membro do conselho fiscal da companhia de saneamento do Rio de Janeiro e commendador da ordem da Rosa. Depois de haver repre- sentado Minas Geraes na 18a e na 19a legislaturas geraes, foi pelaCorôa escolhido senador do Império em 1888, militando sempre no partido conservador. Escreveu: - Banco do Commercio, sua iniciação, fundação e installação, e narração das principaes occurrencias. Outubro, 10-1875. Rio de Janeiro, 1875, 93 pags. in-4° - Teve segunda edição no mesmo anno na typo- graphia de Nunes Pinto & Companhia. - Discurso pronunciado na Camara dos senhores deputados na sessão de 14 de setembro de 1882. Rio de Janeiro, 1882, 55 pags. in-12» - Versa sobre assumptos do ministério da agricultura. Manoel J osé de Souza França - Natural de Santa Catharina, falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 8 de fevereiro de 1856. Formado em direito e advogado nesta cidade, foi deputado pelo Rio de Janeiro á constituinte brasileira, á primeira legislatura e em outras ; foi ministro da justiça no primeiro gabinete depois da abdicação de D. Pedro I, de 7 de abril de 1831, e antes no de 19 de março ; pre- sidiu a província do Rio de Janeiro, de 22 de agosto de 1840 a 1 de dezembro do anno seguinte. Escreveu: - Retrospecto dos erros da administração do Brasil desde sua con- ducta como causa principal do atrazo de sua prosperidade política, por um brasileiro. Nitheroy, 1848, in-8°. 145 Manuel Justiniano cie Seixas - Sobrinho do arce- bispo d. Romualdo A. de Seixas e nascido no Pará, sendo presbytero secular e vigário de Andirá, no actual estado do Amazonas, foi nomeado professor e regeu a cadeira de lingua indígena, creada pelo bispo d. José Affonso de Moraes Torres. Faliava correctamente essa lingua e escreveu: - Vocabulário da lingua indígena geral para uso do Seminário episcopal doPará, offerecido e dedicado ao Exm. e Revm. Sr. D. José Aífonso de Moraes Torres, bispo da diocese paraense, etc. Pará, 1853, XVI, 68 pags.in-80. - Compendio de doutrina christã em lingua tupi - O capitulo preliminar deste livro foi pelo conego Francisco Bernardino de Souza reproduzido na sua obra « Commissão do Madeira, Pará e Amazonas », parte 2a, pag. 92 e segs. Manuei Juvenal - Natural de S. Paulo. Nada mais sei a seu respeito, senão que redigiu um periodico com o titulo: - Astrea. S. Paulo, 1886 (?) e escreveu: - Posturas municip tes da Capital para os serviços de amas de leite ede criados. S. Paulo, 1886, in-8n. Manuel Laclislau Aranha Dantas - Filho de Policarpo José de Santa Rita Dantas e dona Maria Roza Aranha Dantas, nasceu na cidade de S. Christovão, provincia de Sergipe, a 27 de junho de 1810 e falleceu na Bahia a 4 de novembro de 1875, sendo professor jubilado da faculdade de medicina desta provincia depois de mais de quarenta annos de exercido, do conselho de sua mages- tade o Imperador, membro honorário da imperial Academia de medi- cina, socio do Instituto historico e geographico brasileiro e do antigo Instituto historico da Bahia, commendador da ordem da Roza e da de Christo. Formado em cirurgia pela antiga escola-cirurgica no anno de 1832, e nomeado no anno seguinte lente substituto dessa escola, foi-lhe conferido em 1835 o gráo de doutor em virtude de resolução da assembléa legislativa, que mandou conferir esse titulo aos lentes que o não tivessem. No mesmo anno em que entrou para o magis- tério havia elle obtido por concurso a nomeação de professor de phi- losophia da capital de Sergipe, e já na velhice foi um dos lentes da faculdade de medicina que ofTerecen-se para servir na campanha do Paragnay, naufragando em sua ida para essa campanha na praia de Santa Rosa, do estado Oriental do Uruguay ; voltou, porém, ao império depois dos combates de Curuzú e Curupaity, por dissabores que cau- 146 MA sou-lhe o commandante das forças brasileiras em Montevideo, para onde havia sido removido na qualidade de primeiro medico do nosso hospital, nesta cidade estabelecido. Foi membro do conselho da in- strucção publica, membro e presidente da commissão de hygiene pu- blica, notável philologo, e escreveu: - As feridas envenenadas-, these apresentada e sustentada, etc. por occasião do concurso para a cadeira de pathologia externa. Bahia, 1837, 18 pags. in-4° gr.-Foi seu competidor o dr. Francisco Sabino Alvares da Rocha Vieira, o vulto ma>s notável da revolução de 7 de novembro deste anno. ( Vide este nome. ) - Curso de pathologia externa professado na faculdade de medi- cina da Bahia no anno do 1847. Bahia, 1847, 455 pags. in-8°- O autor tinha prompta a entrar no prélo uma segunda edição deste livro, com muito accrescimo, quando falleceu. - Memória histórica dos acontecimentos notáveis do anno de 1855 apresentada á faculdade de medicina da Bahia no dia Io de março de 1856, etc. Bahia, 1856, 16 pags. in-4°. - Epidemia de cholera-morbus. Instrucções sanitarias popu- lares para o caso de manifestar-se aquella epidemia entre nós. Bahia, 1855, 8 pags. in-4" - Assignam também os drs. Malaquias Alvares dos Santos e Felisberto A. da S. Horta. - Conselhos aos proprietários de fazend-as ruraesfpara o trata- mento do cholera-morbus ). Bahia, 1855, 8 pags. in-8° -Idem. - Relatorio da commissão de hygiene publica da província da Bahia sobre o estado sanitario da província no anno de 1855. Bahia, 1856, in-8'. - Discurso proferido, etc., supprindo as vezes do vice director depois da collação do grão de doutor em medicina em 30 de novembro de 1872 - Na Gazeta Medica da Bahia, tomo 6o, pags. 119 e seguintes. - Discurso proferido, etc. a 6 de dezembro de 1873 na faculdade de medicina por occasião de conferir o gráo de doutor em medicina aos que então terminaram o seu curso medico - Na dita Revista, tomo 7o, pags. 129 e seguintes - Tem ainda trabalhos em revistas, como: - O veneno das cobras - No Crepúsculo, da Bahia, tomo 3o, 1816-1847, pags. 38 e seguintes. Manuel Lilbei*ato Bittencourt - Nascido a 30 de outubro do 1869 em Santa Catharina, e tendo feito o curso da escola mi- litar do Rio do Janeiro, serviu na arma de artilharia do exercito MA 147 sendo 2o tenente, e dahi passou para o Io batalhão de engenheiros. Escreveu: - Tratado mathemuico, theorico, pratico, philosophico e histó- rico com um juízo critico do illustrado lente Dr. Licinio Cardoso - O Dr. Licinio, bem que note alguns senões, reconhece sua grande utili- dade no estudo a que é destinado o livro. - Lições de geometria algébrica, redigida por Samuel de Oli- veira ( veja-se este autor) e Liberato Bittencourt, de accordo com as notas tomadas na primeira cadeira do primeiro anno do curso superior de guerra. Rio de Janeiro, 1892 - Sahiu em fascículos de 32 pags. in-4° - Foi um dos redactores da revista - O Soldado: revista militar scientifica e litteraria da Escola militar da Capital Federal. Rio de Janeiro, 1894, m-4°. Manuel Lima de Aimujo - Natural da província, hoje estado do Ceará, ahi falleceu com 54 annos de idade, sendo presbytero secular e vigário collado da freguezia de S. Pedro de Ibiapina e penso que dedicou-se também ao magistério. Escreveu: - Instrucção moral da infancia, dedicada á mocidade saboeirense pelo... ex-vigario da freguezia do Saboeiro, de Nossa Senhora da Pu- rificação. Fortaleza, 1886, 146 pags. in-8°. Manuel Lobo de Miranda Henriques - Filho do sargento-mór Antonio Borges da Fonseca, naseeu na antiga prow vincia da Parahyba, e falleceu a 25 de abril de 1856 no Recife. Como um dos compromettidos na revolução de 1817 foi preso e remettido para os cárceres da Bahia. Restituído á patria e á familia em 1821, regres- sou para a Parahyba, que administrou por duas vezes como vice-pre- sidente, sendo eleito em 1842 deputado á assembléa geral pela mesma província. Tendo-se retirado em 1841 para Pernambuco, ahi occupou o lugar de contador da contadoria de marinha, passando por extincção deste a ser addido á thesouraria de fazenda. Presidiu as provincias do Rio Grande do Norte e Alagôas. Eleitos em 1838 os deputados por sua província, escreveu: - Representação que á camara dos senhores deputados dirigem Manoel Lobo de Miranda Henriques, Frederico de Almeida e Albu- querque e Antonio Borges da Fonseca, deputados eleitos pela província da Parahyba. Rio de Janeiro, 1838, 12 pags. in-4°. Manuel Lopes <le Carvalho Ramos - Filho de Antonio Lopes de Carvalho Sobrinho e nascido na cidade da Ca- 148 MÁ choeira, Bahia, a 10 de agosto de 1865, é bacharel em direito pela fa- culdade do Recife e distincto poeta. Tem exercido desde o regimen imperial cargos de magistratura na província, hoje estado de Goyaz, em cuja capital é juiz do direito. Escreveu: - Flores poéticas Recife, 1883, 100 pags. in-8° - São seus primeiros escriptos de estudante. - Alvares de Azevedo: drama. Recife, 1884, in-8° - Foi repre- sentado na capital de Pernambuco. - Goyania: poema epico. Goyaz, 1886,.in*8°- Este poema tem por assumpto o descobrimento de Goyaz; contém oito mil versos divididos em vinte cantos em oitava rithmados, foi pelo autor doado por escri- ptura publica áquelle estado e por ordem do governo foi dado á publicação. E' seu principal protogonista o celebre Anhanguera, ou Bartholomeu Bueno da Silva. - Os Génios-, poema. Goyaz, 1896, in-8° - O autor faz o elogio dos génios nas sciencias, na litteratura e nas artes e, na intruducção, refere-se ao materialismo, que, negando systematicamente a exis- tência de Deus, conduz o homem ao egoismo, ao desalento, á mais acerba desesperança e não poucas vezes ao suicídio. Tem inéditos: - Epopèa brasilia: poema sobre a guerra do Brazil contra o Pa- raguay. - Os réprobos-, poema em tercetos. Manuel Lopes Machado - Natural de Pernambuco e ahi fallecido, foi um homem de grande intelligencia, bem que de rudimentar instrucção. Escreveu: - O 14 de abril de 1832 em Pernambuco - Refere-se este escri- pto ao movimento revolucionário, que se denominou Abrilada. Foi publicado na Revista do Instituto archeologico e geographico pernambucano, e creio que em volume. Manuel Lopes Pecegueiro - Nascido na cidade de Campos, Rio de Janeiro, pelo anno de 1803, falleceu em Paquetâ, a 30 de outubro de 1888. Assentou praça no exercito a 19 de julho de 1822 e íbi promovido ao primeiro posto de official de infantaria, em cuja arma serviu sempre até 12 de outubro de 1875. Era brigadeiro re- formado por decreto de 4 de maio de 1870, oíTicial da ordem da Rosa, cavalleiro da de S. Bentó de Aviz e da de Christo, condecorado com a medalha da divisão cooperadora da boa ordem em Pernambuco em 1824, com a medalha da campanha do Uruguay de 1851 a 1852, MA 149 com a da campanha de Paysandú e a da campanha do Paraguay, sendo as tres ultimas com passador de ouro. Escreveu: - Combate de 2 de novembro de 1866. Rio de Janeiro, 1870, 77 pags. in-8% com vários documentos. Mianuel Luiz Alvares de Oai'vallio - Natural da cidade da Bahia, doutor em medicina pela universidade de Coimbra, medico da real camara e do conselho de dom João IV, veio para o Brazil em 1807 com a real familia e aqui foi nomeado, a 28 de feve- reiro de 1812, director dos estudos médicos e cirúrgicos da corte e es- tado do Brasil com as honras de physico-mór do reino. Apresentou ao governo um plano de estudos de cirurgia que foi approvado por decreto de 1 de abril de 1813, e mais tarde foi nomeado lente substi- tuto das cadeiras de cirurgia da academia do Rio de Janeiro, pare- cendo-me que falleceu antes de 1825, por não achar-se seu nome no Almanak deste anno. Caracter nobre, probo e ao mesmo tempo al- tivo e franco, nunca recebeu ordenado dos cargos que exerceu e diz-se que uma vez o príncipe sentindo fortes dores de dente, elle depois de lhe examinar a bocca, assim fallou-lhe: Vossa alteza se des- cuida ás vezes de limpar os dentes, o é disso que provêm as dores que sente. Escreveu: - Plmo dos estudos de cirurgia. Rio de Janeiro, 1813, 6 pags. in-fol.-E' precedido do decreto mandando servir de estatutos ao curso de cirurgia do hospital da Misericórdia desta cidade, o qual fica elevado a cinco annos do frequência. - Bibliotheca escolhida e rasoada da matéria medica ou repertório dogmático dos melhores remedios que a experiencia clinica tem confir- mado - Não sei si foi publicado; é porém certo que o autor oífereceu o authographo á bibliotheca publica da Bahia, assim como o da - Summa da excellente obra medica intitulada « Medicinm praxse systema ». Xabnuel Luiz de Azevedo Araújo - Filho de Antonio de Araújo Pimenta e dona Ignez de Azevedo Araújo, nasceu na cidade de Estancia, Sergipe, a 24 de novembro de 1838 e falleceu em Aracaju a 21 de outubro de 1883, affectado de alienação mental resultante de haver perdido um filho asphixiado por submersão. Ba- charel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, foi promotor publico e juiz municipal em Itabaiana; advogou em Laran- jeiras e, passando á capital de Sergipe, foi director da bibliotheca da assembléa, e do asylo das orphans de N. S. da Pureza; director do 150 31A curso nocturno e ahi professor gratuito de historia do Brasil ; director geral da instrucção publica e deputado provincial em varias legis- laturas. Transferindo sua residência para a Bahia, estabeleceu-se como advogado ; serviu o cargo de ofhcial-maior da secretaria da assembléa, e foi encarregado pelo presidente da provincia de rever o regulamento da instrucção publica em commissão com os drs. Luiz Alvares dos Santos e Pedro Brandão. Foi socio fundador e presidente da sociedade Propagadora da instrucção, de Sergipe ; socio e também fundador da sociedade emancipadora Vinte e cinco de março. Deu-se ao jornalismo, e nelle fundou e redigiu: - O Conservador : orgão do partido conservador. Aracajú, 1868- 1869, in-fol.- Esta folha continuou sob a redacção dos bacharéis José L. Coelho e Campos, A. Dias de Pinna Júnior e B. Pinto Lobão. - Jornal de Aracaju. Aracajú, 1870 a 1874, in-fol.- Escreveu: - O Clero e o Sr. deputado Pedro Luiz na camara temporária. Maceió, 1864, 39 pags. de duas columnas in-4° - Este trabalho é da- tado de Itabaiana 16 de julho deste anno e offerecido ao arcebispo dom Manoel da Silveira. - Discurso proferido perante a associação Propagadora da in- strucção. Aracajú, 1872 - Neste discurso se encontram muitas conside- rações sobre organisaçãoda instrucção publica no Brasil. - Reforma da instrucção publica. Aracajú, 1872 -Foi escripto por autorisação do governo provincial. Essa reforma crêa a escola normal e o Athenêo sergipano. Foi a reforma do regulamento feito pelo doutor Guilherme Pereira Rebello. Ha deste autor varias - Conferencias - publicadas em folhas do dia. Tem alguns dis- cursos proferidos na assembléa provincial, publicados em opusculos. E deixou inéditos: - Analyse do Codigo criminal brasileiro, comparado com os das nações cultas. - Instrucção publica - Diz-me pessoa, que o viu, que é um tra- balho de muito mérito. Manuel Luiz Fernandes da Rocha - Nascido no Rio de Janeiro em 1815, ahi falleceu a 11 de janeiro de 1861. Era segundo escripturario da directoria geral de contabilidade do the- souro nacional em 1859, como consta do Almanak administrativo, mercantil e industrial de Eduardo e Henrique Laemmert. Escreveu: - Esperança ou uma historia de todos os dias: romance ofTorecido a Eduardo Villas-Boas. Rio de Janeiro, 1854, in-8°. MA 151 - Isbella: romance original brasileiro. Rio de Janeiro, 1870, in-81'. - Augusto e Olympia: romance original brasileiro. Rio de Janeiro, 1863, 72 pags. XIII, in-8> - Confissões de uma freira: manuscripto achado. Rio de Janeiro, 1870, 57 pags. in-4°. Manuel Luiz da Veiga - Não sei onde nasceu ; mas sei que viveu em Portugal, esteve na Inglaterra ; que em 1809 veio para o Brasil e aqui falleceu cidadão brasileiro, em Pernambuco, de- pois da independencia. Quanto âo mais,sei que era versado no direito mercantil e no que diz respeito ao commercio, como demonstrou nas obras que escreveu e que passo a expôr: - Escola mercantil sobre o commercio, assim antigo, como moderno entre as nações mercantis dos velhos continentes. Lisboa, 1803, XVI- 506 pags. in-4°- Este livro teve segunda edição correcta eaugmentada em Lisboa, 1819, seguindo-se a ella por causa de muitos erros que con- tinha, a - Carta instructiva, que o autor da Escola mercantil escreveu de Pernambuco ao editor da mesma obra, residente em Lisboa. Lisboa, 1820, 8 pags. in-4°. - Reflexões criticas sobre a obra de José da Silva Lisboa, intitu- lada « Principies de direito mercantil», feitas por um homem da mesma profissão... Lisboa, 1803,24 pags. in-4° - Penso que esta publicação continuou. - Analyse dos factos praticados na Inglaterra, relativa ás proprie- dades portuguezas de negociantes residentes em Portugal e no Brasil. Londres, 1808, III-44 pags. in-4°. - Novo methodo para as partidas dobradas para uso daquelles que não tiverem frequentado a aula do Commercio. Lisboa, XVI-109- 110 pags. in-4° - Sei que Manuel Luiz da Veiga publicou mais: - Systema de educação..... - Retrato da formosura Manuel de Macedo, Io - Filho do desembargador Cosme Rangel e dona Joanna Cavalcanti, nasceu em Olinda, Pernambuco, no anno de 1603 e falleceu em um naufragio nos mares de Angola no anno de 1645. Dominicano professo no convento de S. Domingos de Lisboa, da ordem dos prégadores, ahi fez seus estudos, recebeu ordens de presbytero e depois foi graduado doutor em theologia. Foi capellão e prégador da Duqueza do Mantua, d. Margarida d'Áustria e soffreu perseguições e até um exiliopara as índias, de Lisboa onde se achava, 152 MA quando foi Portugal libertado do dominio da Hespanha, por causa de suas relações com altos personagens e ministros hespanhóes ; mas, sendo reconhecido innocente e chamado a Lisboa, morreu em sua volta, como ficou dito, longe da patria, quando ia gosar da liberdade. Foi distincto prégadoreescreveu varias obras, mas sé consta que publicasse: - Política religiosa y carta de un padre á un hijo. Saragoça 1633 -Esta obra foi traduzida em portuguez por frei Manuel de Lima da ordem de Santo Agostinho. São instrucções de religião de um pai a um filho, preparando-o para o estado ecclesiastico. Mtinuel <le Macedo, 2o - ou Manuel <le Ma- cedo I?ei'eirít de Vttscoiicellos - Filho de Manuel Fer- reira de Sande e dona Maria Jacintha de Macedo e Vasconcellos, nasceu na nova Colonia do Sacramento a 5 de maio de 1726 e falleceuem extrema pobreza em Portugal a 14 de novembro de 1790, segundo Bal- thasar Lisboa. Entrando para a congregação do oratorio de S. Filippe Nery em Lisboa a 2 de fevereiro de 1747, ahi recebeu ordens sacras, fez seus estudos e leccionou humanidades no real hospício de N. S. das Necessidades, atlrahindo seus ouvintes por tal fôrma que o proprio rei foi mais de uma vez ouvil-o. Daquella congregação sahiu em 1760, quando foram perseguidos alguns padres por cahirem no desagrado do Marquez de Pombal. Na tribuna sagrada era o que se devia esperar: seus sermões eram escutados com geral applauso, e o rei d. José, que fôra seu amigo, dizia delle: «O padre Macedo é muito feio ; mas no púlpito até me parece bonito. » Cultivou também a poesia, e escreveu: - Elogio do padre Francisco Pedroso, da congregação do Oratorio deS. Filippe Nery. Lisboa, 1752, in-4°. - Elogio de João Pereira, presbytero da congregação do Oratorio de S. Filippe Nery. Lisboa, 1755, 21 pags. in-4°. - Elogio fúnebre que nas exequias consagradas pelos irmãos da irmandade doSS. Sacramento da freguezia da Pena, á memória de Fernando Martins Freire de Andrade e Castro, recitou no dia 24 de julho de 1771. Lisboa, 1771, 21 pags. in-4°. - Oração gratulatoria, pela continuação da vida do 111"° e Exmo Sr. Conde de Ociras. Lisboa, 1769, 33 pags. in-8\ - Collocando-se a estatua equestre do augustissimo rei D. José, o Magnanimo, no dia felicíssimo de saus annos: ode. ( Lisboa 1775 ) 3 pags. in-fol. - Paneggrico que ao muito alto, muito poderoso rei fidelíssimo, Sr. D. Pedro III, consagra no dia de seus annos, etc. Lisboa, 1777, 16 pags. in-4°. MA 153 - Orações sacras, dedicadas ao muito excellente príncipe, o sr.d. Francisco de Lemos Faria, bispo-conde de Arganil. Lisboa, 1785, 1787, 1788, 3 tomos 237, 210, 316 pags. in-8a - Nessa collecção se acha o panegyrico precedente e o elogio fúnebre. - Sermão verdadeiro no desaggravo do Sacramento, prégado na presença de suas magestades e altezas na real capellade N. S. d'Ajuda em 1779. Dado á luz por Simão Torrisão Coelho. Lisboa, 1791, 20 pags. in-8° - De suas poesias foram publicadas tres, a saber: - Ode a cantora italiana Zamperini ; Satyra em resposta ao Dr. Domingos Monteiro ; Epistola ao Dr. Antonio Diniz da Costa e Silva - Foram impressos no tomo 4o das poesias do mesmo Diniz, sendo a ultima seguida da resposta deste, e mais tarde no Ramalhete de Por^ tugal, pags. 315, 321 e 346. Manuel Machado de Oliveira - Filho de outro de igual nome, nasceu no Rio de Janeiro a 20 de março de 1862, é enge- nheiro civil, fundador e director do Externato polytechnico, do collegio João de Deus e escreveu: - Exercidos de algebra superior. Rio de Janeiro, 1886. Fr. Manuel da, Madre de Deus - Nascido na ci- dade da Bahia no anno de 1724, vivia em 1761, sendo religioso fran- ciscano, professo no convento de Iguassú, em Pernambuco, a 5 de maio de 1745. Neste convento fez seus primeiros estudos, sendo pro- hibido por moléstia de dar-se a outros, superiores. Cultivou a poesia e escreveu: - Summa triunfal da nova e grande celebridade do glorioso e in- victo martyr, o beato Gonçalo Garcia, pelos homens pardos de Per- nambuco, dedicado ao Sr. capitão José Rebello de Vasconcellos pelo seu autor Soterio da Silva Ribeiro, com uma collecção de vários folguedos e danças e a oração panegyrica que recitou o padre Frei Antonio de Santa Maria Jaboatão na igreja do Sacramento de Pernambuco no dia 1 de maio de 1745. Lisboa, 1753, XIIl-164 pags. in-4°. Lisboa, 1753, in-4° -Publicado sob o pseudonymo de Soterio da Silva Ribeiro. - Commento aos Emblemas ou Emprezas de Alciato, ornado de todo genero de erudição poética, histórica e ainda sagrada sobre os assumptos das mesmas emprezas - Inédito, in-fol. I?v. Manuel da Madre de Deus Bulhões - Filho do capitão Manuel da Costa Campos e dona Maria do Bulhões, nasceu na cidade da Bahia a 6 de novembro de 1663 e falleceu no 154 VIA anno de 1738, carmelita professo no convento desta cidade a 8 do setembro de 1689, depois de ter sido alferes de infantaria. Foi fidalgo cavalleiro da casa real, mestre em artes, doutor em theologia, examinador synodal do arcebispado e lente jubilado de theologia sagrada. Foi em sua ordem prior e definidor geral, e representou-a no capitulo celebrado em Roma em 1695. Foi orador applaudido e es- creveu: - Sermão fúnebre nas exequias de Roque da Costa Barreto, go- vernador* que foi do Brasil. Lisboa, 1699, 22 pags. in-40. - Sermão da Soledade de Nossa Senhora, prégado na Sé da Bahia a 25 de março de 1701. Lisboa, 1702, in-4°. - Sermão da Soledade, prêgado na cathedral da Bahia em 13 de abril de 1702. Lisboa, 1703, in-4°. - Sermão da Soledade, prégado na Sé da Bahia no anno de 1708, Lisboa, 1709, in-4°. - Sermão de Nossa Senhora da Ajuda, prégado na sua igreja na cidade da Bahia. Lisboa, 1704, in-4°. - Sermão em acção de graças pela saude d'el-rei, nosso senhor, prégado na Sé da Bahia, em 24 de maio de 1705. Lisboa, 1706, 22 pags. in-4°. - Sermão do primeiro Synodo diocesano que se celebrou no Brasil pelo illustrissimo Sr. d. Sebastião Monteiro, arcebispo da Bahia, a 12 de junho de 1707. Lisboa 1709, in-4°. - Sermão de Santa Thereza, prégado no Convento do Carmo da Bahia. Lisboa, 1711, in-4°. - Sermão de S. Felix Cantalicio no hospício de N. S. da Piedade dos Capuchinhos da Bahia. Lisboa, 1717, in-4°. - Sermão do Príncipe Apostolo S. Pedro na abertura de seu novo templo na cidade da Bahia. Lisboa, 1717, in-4°. - Sermão na festividade de Nossa Senhora da Barroquinha. Lisboa, 1728, in-4°. - Oração concionatoria nas exequias da I Ilustríssima Sra. dona Ma- rianna de Alencastro, mãi do Exm. Sr. Vasco Fernandes Cezar de Menezes, Conde de Sabugosa e capitão general do Estado do Brasil. Lisboa, 1732, in-4°. - Sermões em varias solemnidades de Maria Santíssima, mãi de Deus e Senhora nossa, prégados na cidade da Bahia. Lisboa Occi- dental, 1737, 427 pags. in-4®. - Sermões vários, oíTerecidos ao Illustrissimo e Reverendíssimo Sr. d. José Fialho, Bispo de Pernambuco. Lisboa Occidental, 1739, 388 pags. in-4°- Este livro foi publicado com a declaração de MA 155 tomo 2o, assim como o precedente com a de tomo Io, mas sob mesmo titulo de Sermões vários. Manuel <le Magnlliães Couto - Filho de João de Magalhães Couto e dona Genoveva Maria de Magalhães, nasceu a 23 de agosto de 1839 na cidade de Bananal em S. Paulo. Formado em direito na escola de Pariz, tendo antes frequentado, a faculdade de sua província, cujo curso interrompeu, voltou ao Brasil em 1863, fixando a sua residência nesta capital, onde se tem dedicado exclusivamente ao magistério; foi director do Instituto dos surdos-mudos e nelle professor de arithmetica e algebra, professor de francez da escola industrial da sociedade Auxiliadora da industria nacional, professor livre de ensino primário e secundário ; lente substituto de francez no collegio Pedro II, nomeado depois cathedratico do internato, já então denominado Gymnasio nacional. Escreveu: - Lições de arithmetica organisadas para os alumnos do Instituto dos surdos-mudos. Rio de Janeiro, 1869, in-12°. - Diccionario francez grammatical, inédito - O autor, sei, projecta uma viagem á Europa, com o principal fim de ahi dal-o á pu- blicidade. Manuel Maria Bahiana - Natural da província, hoje estado da Bahia e filho de um abastado fazendeiro da mesma província, engenheiro formado não sei por que academia, exerceu algumas com- missões de sua profissão e escreveu: - Memória justificativa do projecto de estrada de ferro da Bahia a Sergipe desde a povoação do Timbó até a cidade de Propriá, á margem do rio de S. Francisco. Rio de Janeiro, 1882, in-4° - Creio que houve uma edição de 1888. Acompanha este livro a - Carta da província de Sergipe, mostrando o caminho de ferro projectado por M. M. Bahiana. Rio de Janeiro, lith. de Moreira, Maximino & Comp. 1882. Manuel Maria <le Carvalho - Filho de José Maria de Carvalho, nasceu em Pernambuco a 7 de julho de 1849, é engenheiro geographo e sendo ajudante da Inspectoria geral de terras e colonisação do Rio Grande do Sul escreveu: - Relatorio sobre o serviço de immigração e colonisação da pro- víncia do Rio Grande do Sul, apresentado á S. Ex. o Sr. Conselheiro Antonio da Silva Prado, etc. Rio de Janeiro, 1886. 156 Manuel Maria <lo Moraes Valle - Filho do bri- gadeiro Manoel Joaquim do Valle o dona Maria José de Moraes Valle, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 24 de novembro de 1824 e falleceu a 15 de maio de 1886. Doutor em medicina pela faculdade dessa cidade, foi nomeado substituto da secção medica a 4 de junho de 1852, lente cathedratico de pharmacia a 8 de junho do mesmo anno, transferido em 1859 para a cadeira de chimica mineral e mineralogia e jubilado em 1883, tendo exercido por vezes o cargo de director da mesma faculdade. Era do conselho do Imperador, commendador da ordem de Christo, membro honorário da Academia imperial de me- dicina, presidente honorário do Instituto pharmaceutico e socio da sociedade Auxiliadora da industria nacional. Escreveu: - Algumas considerações sobre a mendicidade no Rio de Janeiro: these apresentada ã faculdade de medicina do Rio de Janeiro, e susten- tada em 7 de dezembro de 1816. Rio de Janeiro,* 1846, 38 pags. in-4°. - Elementos de philosophia: compendio apropriado á nova fórma de exames da Escola de medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1851, 2 vols., 221-183 pags. in-8° - Contém o Io psychologia e lógica, o 2o theodicêa moral e historia da philosophia. - Philosophia popular de Victor Cousin, seguida da primeira parte da Profissão de fé do vigário saboyano, de Rousseau: traducção. Rio de Janeiro, 1849, 96 pags. in-12°. - Algumas considerações sobre a estructura, irritabilidade e principio activo dos nervos encephalo-rachidianos em geral e sobre as funeções do nervo espinhal ou accessorio de Willis: these, etc. por occasião do concurso ao lugar vago de lente substituto da secção de sciencias medicas. Rio de Janeiro, 1852, 59 pags. in-4°. - Considerações geraes sobre pharmacia thcorico-pratica: opusculo oíferecido e dedicado a Sua Magestade o Imperador e destinado a servir de guia aos alumnos de pharmacia na primeira parte do respectivo curso. Rio de Janeiro, 1856, 263 pags. in-4°. - Fascículo de direcções indispensáveis para os exercícios práticos do estudante de, chimica mineral. Rio de Janeiro, 186.Segunda edição, revista e augmentada. Rio de Janeiro, 1867, 72 pags. in-8°. - Noções elementares de chimica medica, apresentadas em har- monia com as doutrinas chimicas modernas o redigidas de modo a poderem servir aos alumnos de chimica mineral das faculdades de me- dicina do Império. Rio de Janeiro, 1873, dous vols. in-4° com figuras intercalladas no texto. - Noções de chimica geral, destinadas a servir de prolegomenos ao estudo da chimica especial. Rio de Janeiro, 1881, 236 pags. in-4°. MA 157 - Breve instrucção para a analyse qualitativa das substancias mi- neraes e para a pesquiza dos venenos mais communs e o exame medico- legal do sangue, pelos drs. Moraes Valle e Borges da Costa. Rio de Janeiro, 1882, 208 pags. in-8°. - Discurso pronunciado no acto solemne da collação do gráo de doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro perante Suas Magestades Imperiaes, no dia 29 de dezembro de 1880. Rio de Janeiro, 1880, 11 pags. in-8° - Ha outros discursos seus e artigos em revistas, como: - Umt explicação di vida : sua idéa philosophica - Foi publi- cada na Voz da Juvmtude, Rio de Janeiro, e reproduzida no Athenêo, da Bahia, pags. 181 a 183. Manuel Maria IPires Caídas - Filho de Firmino Pires Caídas e nascido na cidade da Bahia a 22 de outubro de 1818, sendo doutor em medicina pela faculdade deste estado e muito distincto operador, apresentou-se em concurso a um lugar de oppositor da secção cirúrgica e escreveu: - Considerações medico-legaes sobre o aborto: these apresentada e sustentada, etc., aos 24 de novembro de 1840. Bahia, 1840, VIII-28 pags. in-4° gr. - O que è que caracterisa a diathese purulenta e que theoria poderá melhor explical-a: these para o concurso de oppositor da secção cirúrgica da faculdade de medicina da Bahia, etc. Bahia, 1856, in-4°gr. - Publicou vários trabalhos na Gazeta Medica da Bahia, como - Elephancia do escroto: operação - no tomo Io, 1866-1867, pags. 208, 245 e seguintes. - Hospital de caridade: serviço de clinica cirúrgica a cargo do Dr. M. M. Pires Caídas -Idem, pxgs. 153, 177, 185 e 198. - Breves consideraçõ;s sobre o tratamento das coarctações ure- thraes e particularmente sobre a urethrotomia urethral - Idem, 1868- 1869, pags. 37 a 49. - Extracção de um calculo vesical volumoso pela talha prerectal - Idem, idem, pags. 253 a 265. - Anus genital congénito: operação aos 7 mezes de idade, tomo 15°, 1881-1882, pags. 445 e seguintes. - Talha hypogastrica por um calculo volumoso, morte - No vol. 9°, anno de 1887, pags. 262 e segs. - Cathetcrismo retrogrado da talha hypogastrica em um caso de estreitamento urethral impenetrável. Operação praticada com re- sultado satisíactorio - Idem, vol. de 1894-1895, pags. 193 e seguintes. 158 MA Manuel Marques Brandão - Natural da Bahia, vivia no principio do século XIX. Presbytero secular o conego da sé metropolitana, foi ahi provisor e vigário capitular. Foi um sacerdote illustrado e deixou inéditos vários trabalhos de valor sobre - Lireito ecclcsiastico brasileiro - segundo o autor da Biographia brasileira que se acha annexa á Folhinha biographica brasileira de Laemmert para 1863. Manuel Martins Bonilha - Filho do tenente refor- mado de milicias Manuel Martins Bonilha e dona Maria Dias do Amaral, nasceu na cidade de Porto Feliz, S. Paulo, pelo anno de 1820 e falleceu a 7 de abril de 1899 na cidade de Porto-Alegre, Rio Grande do Sul. Doutorem medicina pela universidade de Giessen, Grão-Ducado de Hesse, visitou vários estados da Europa, alguns lugares da África e percorreu quasi todos os estados da America. Prestou serviços na cam- panha contra o Paraguay como chefe do serviço de saude das forças do Estado Oriental do Uruguay, era condecorado com a medalha comme- morativa deste estado, e cavalleiro da ordem da Rosa. Escreveu: - Apreciações geraes sobre o estado moral e material da força naval brasileira no Rio da Prata e mappa estatístico dos doentes tratados na casa de saude da marinha brasileira em Montevidéo, etc. Montevidéo, 1864, 70 pags. in-8°. - Apuntes sobre un caso clinico de obliteracion vaginal, causada por cicatrizacion viciosa de los grandes lábios y no obstante este obstáculo hubo concepcion. Chile, 1873, in-8°. - Discursa historico sobre el primier grito de la independencia en México. Hermoselo, 1881, 8 pags. in-4°. - A febre amarella em Santos- e na Limeira. S. Paulo, 1892, in-8°. - Genealogia dos Martins Bonilha, Toledo Piza e Amaral Gurgel. Rio de Janeiro, 1893, 57 pags. in-8°. - A America Meridional e Septentrional - E' uma obra inédita em 8 volumes, diz o autor. O autor veio em 1892 a S. Paulo pedir ao congresso desse estado a subvenção precisa para publical-a e não a obteve. Apenas publicou - Prefacio da America Meridional e Septentrional. Rio de Ja_ neiro, 1892. Manuel Martins <la (Josta Cruz - Filho do dr. Custodio José da Costa Cruz e nascido em Minas Geraes pelo anno de MA 159 1870, é bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, e escreveu : - Sonetos e Quadras: S. Paulo, 1888, 59 pags. in-8" peq. - Cursava o autor o primeiro anno de direito. - Noções sobre a hypotheca, comprehendendo a hypotheca sobre immoveis sob o regímen Torrens. S. Paulo, 1892, in-8° - Era ainda o autor estudante, e dividiu o seu trabalho em tres partes, afim de faci- litar a sua accessibilidade e tornal-o de facil pratica : na primeira fez um esboço a largos traços do direito pignoraticio. A segunda parte que é a mais interessante e importante dó seu trabalho, occupa-se não só do historico desse direito entre nós, desde os tempos mais remotos, como da sua phase actual, e das condições em que elle estã instituído entre nós. A terceira parte compõe-se das leis que regem a matéria. Manuel Martins cio Couto Reis-Natural de Santos, S. Paulo, e oriundo de nobre família, falleceu depois de 1825, porque no Almanak deste anno ainda vem seu nome. Com o curso de mathema- ticas serviu no presidio de Iguatemy em 1774 e em todas as campanhas do Rio Grande do Sul até o posto de coronel. Por determinação do go- vernador Conde de Rezende examinou a fazenda de Santa Cruz e todos os estabelecimentos, informando acerca de seu adiantamento ou atrasos, sendo depois administrador dessa fazenda - Foi membro do Conselho da procuradoria da provincia em 1822, e deputado por S. Paulo na constituinte brasileira, como supplente do deputado Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. Falleceu tenente-general e escreveu: - Memórias de Santa Cruz : seu estabelecimento e economia primi- tiva ; seus successos mais notáveis, continuados do tempo da extincção dos denominados jesuítas, seus fundadores, até o anno de 1804 - Sahiu publicado na RevisLa do Instituto, tomo 5°, pags. 154 a 199, da 2a edição. A bibliotheca nacional possue uma cópia de 66 fls. com duas cartas geographicas. - Memória acerca dos meios de facilitar e ampliar a civilisação dos indígenas que habitam as margens do rio Parahyba do Sul e seus confluentes, e do expediente mais racional para tentar o [estabele- cimento de uma navegação pelo mesmo rio e do modo mais proprio de arranjar serrarias, córte e fabrico de madeiras a coberto da invasão dos indígenas - O original de 12 fls. existe na bibliotheca nacional, datado da Fazenda de Santa Cruz, 10 de fevereiro de 1799. - Informação acerca dos brejos de S. João Grande edeS. João Pequeno da real fazenda de Santa Cruz - O archivo militar possue duas cópias, uma de 3 fls. e outra de 5 pags* in-fol., assim como al- gumas cartas topographicas inéditas do mesmo autor. 160 AFA Manuel Martins Torres - Filho de Antonio Martins Torres, nasceu na antiga província do Rio de Janeiro, fez o curso da faculdade de direito de S. Paulo e, tendo seguido a carreira da ma- gistratura, apo^entou-se como juiz de direito. No regimen republicano tem sido vice-presidente de seu estado, presidente da camara muni- cipal de Nitheroy, deputado estadual mais de uma vez, cargo que também exerceu no regimen monarchico. Escreveu: - Regulamento do sello e imposto de transmissão de propriedade, completamente annotado - Rio de Janeiro. - Reforma hypothecaria .• Lei n. 1237, de 24 de outubro de 1864, e decreto n. 3453, de 26 de abril de 1865, annotados, etc. Rio de Janeiro, 1876, 424 pags. in-8°. Manuel cia Matta l.oito de ALranjo - Filho de João Evangelista Leite de Araújo e natural do Rio de Janeiro, falleceu na cidade de S. Paulo a 3 de julho de 1892, doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, formado em 1873. Escreveu, segundo me informam, diversos trabalhos; só conheço, porém: - Da vaccinação e revaccinação; Hygrometria ; Acupressura; Da dôr: theso apresentada â faculdade de medicina do Rio de Janeiro, 1873, 123 pags. e 2 fls. in-4° gr. Manuel Maurício Rebouças - Filho de Gaspar Pereira Rebouças e dona Rita Basilia dos Santos e irmão de Antonio Pereira Rebouças Io, nasceu na villa de Maragogipe, província da Bahia, em 1799 e falleceu a 19 de maio de 1866, sendo professor jubi- lado da faculdade de medicina, do conselho de Sua Magestade o Impe- rador, membro do Instituto historico e geographico brasileiro, cavalleiro da ordem do Cruzeiro, condecorado com a medalha da campanha da Independencia, etc. Apenas tendo estudado latim, muito criança, por obediência a seu pai, entrou como escrevente para o cartorio de um notário publico, e nesse exercido continuou muitos annos, cpiando, sendo já escrevente juramentado, rompeu nessa província, em fevereiro de 1822, a guerra gloriosa da independencia a que seguiu-se a solem - nissima acclamação na villa da Cachoeira a 25 de junho deste anno, e, depois de muitas pelejas, a expulsão da tropa luzitana que guarnecia a Bahia, a 2 de julho de 1823. Pronunciado o movimento político, Rebouças, seu citado irmão e muitos outros jovens patriotas fizeram-se logo soldados voluntários. Assistiu a muitos combates, como o da abor- dagem de uma canhoneira luzitana, realizado debaixo de vivo fogo e em desesperada luta, nas trevas da noite e terminando ao romper do MA 161 dia seguinte com a rendição da canhoneira, do seu commandante e dos que ainda viviam. Incumbiu-se de emprezas as mais ousadas, como a de ir, commandando uma flotilha de frágeis canoas e atravessando debaixo de metralha d) vários navios do inimigo, arrecadar grande quantidade de barris de polvora ingleza, guardados na ilha adjacente â Barra Falsa. ( Veja-se o Anuo biographico do dr. Macedo, tomo 2°, pags. 239 a 244.) Finda a luta, apresentou-se candidato a um logar de ustiça e não obtendo a carta de provimento, resolveu ir á Europa, estudar medicina. E, fazendo os mais estupendos esforços, porque lhe faltavam os meios pecuniários e até os preparatórios necessários, foi á França e dahi regressou, poucos annos depois, bacharel em lettras bacharel em sciencias e doutor em medicina ! Em 1832, com a reforma dos estudos médicos e creação das escolas de medicina, foi nomeado lente de botanica e de elementos de zoologia da escola da Bahia por concurrencia a essa cadeira. Escreveu: - Dissertation sur les inhumations en générale, leurs resultais facheux lorsqu'on les pratique dans les eglises et dans 1'enceinte des villes, et des moyens de remédier par les cemitières extra-murs; thése presentée et soutenue à la, Faculté de Medecine de Paris, etc. Pariz, 1831, 92 pags. in-4° - Esta dissertação foi pelo autor traduzida em portuguez e publicada na Bahia, onde se faziam os enterramentos nas igrejas. - Da choler >-morbus. Bahia, 1833, in-8° - E' um trabalho com o fim de demonstrar a probabilidade de transmittir-se ao Brasil a cho- lera-morbus, vinda da Europa, através do Atlântico. - Tratado sobre a educação domestica e publica em harmonia com a ordem do desenvolvimento orgânico dos sexos desde a gestação até a emancipação civil e política. Bahia, 1859, 348 pags. in-8°. - Estudo dos meios mais consentâneos a prevenir nos sertões da Bahia o flagello das seccas e por causa delias a repetição dos estragos que os devastavam. Bahia, 1860, in-8° - Ha alguns artigos seus em revistas, como: - Animação ao talento - No Crepuwulo, periodico litterario da Bahia, tomo Io, 1845, pags. 144 a 147. - Sobre a epidemia reinante ( denominada polha em 1847 ) - No Ar- chivo Medico Brasileiro, tomo 3°, pags. 13õa 137 e antes disso no Guay- curu, da Bahia, 1817 - Hi, finalmente uma volumosa obra, cujo as- sumpto ignoro, escripta pelo conselheiro Rebouças durante a moléstia de que succumbiu, obra que foi sujeita á apreciação do Dr. Francisco de Paula Cândido, quando se suppunha o autor soíTrendo das faculdades mentaes, e a respeito da qual disse o mesmo doutor que « a lêra coma 162 MA mais viva satisfação por não encontrar nella razões para suspeitar a alienação mental de seu autor ». Supponho que Paula Cândido, amigo e condiscípulo de Rebouças, levou essa obra para França para imprimil-a, e foi perdida com sua morte em Pariz em 1865. Manuel Mendes da Cunha Azevedo - Filho de José Manoel Mendes de Azevedo e dona Maria Placida da Conceição Mendes, nasceu em Pernambuco a 2 de dezembro de 1797 e falleceu a 13 de julho de 1858. Doutor em direito e em cânones pela universidade de Bolonha, voltando á patria foi nomeado guarda-mór da alfandega do Recife, e não acceitando a nomeação, serviu varies cargos de magis- tratura, começando pelo de juiz municipal e de orphãos da comarca do Rio Formoso em 1835, aposentando-se com as honras de desembar- gador em 1853. Começou o curso de direito na universidade de Coimbra, onde não o continuou por fechar-se essa universidade em conse- quência das commoções politicas de então. Foi deputado por sua pro- víncia á 5a, 6a e 7a legislaturas e adquiriu a reputação de grande orador, como já tinha a de grande jurisconsulto; mas sem pretenções, sem vaidade, sem ambições, renunciou não só honras, mas também com- missões elevadas, como a de presidente do Maranhão ea de ministro da justiça no gabinete organisado pelo Marquez do Paraná ; apenas já nos últimos annos de sua vida, em 1855, deu-se ao alto magistério como lente cathedratico da faculdade de direito do Recife. Foi, me parece, o primeiro brasileiro honrado pela Santa Sé com o titulo de prégador evangélico por tratar em luminosos discursos da rehabilitação dos con- ventos e dos direitos dos frades. Escreveu: - Conducta dos governos da Europa nas suas relações exteriores, fazendo applicação particular á actual questão portugueza, etc. Rio de Janeiro, 1834, 50 pags. in-8°. - Ruões de appellução interposta pelo Dr. Filippe Lopes Netto da decisão do jury para a relação do districto, com observações sobre o accordão que confirmou a decisão appellada. Rio de Janeiro, 1850,in-8°. - O codigo penal do Império do Brasil com observações sobre alguns de seus artigos. Recife, 1851, in-8°. - Observiçòes sobre vários artigos do Codigo do processo criminal e outros da lei de 3 de dezembro de 1841. Pernambuco, 1852, 326 pags. jn-8°. - Discurso que por occasião da abertura da cadeira de direito ro- mano da Faculdade de Direito desta cidade recitou, etc. Pernambuco, 1855,16 pags. in-8° - Segundo afflrma Pereira da Costa em seu Diccio- nario biographico de Pernambucanos celebres, escrevia o Dr. Cunha MA 163 Azevedo, quando o surprehendeu a morte, uma obra que vinha reformar as instituições de Waldeck, que serviam de compendio âs faculdades de direito, obra que se compunha de dous volumes em portuguez e em latim. Deixou também algumas poesias. Manuel Mendes Pereira de Yasconcellos - Presbytero secular e vigário collado da freguezia de Catas Altas, do actual estado de Minas Geraes, de onde o supponho natural. Escreveu: - Noções uteis do fabricante de vinho. Rio de Janeiro, 1884 - O autor depois de tratar do fabrico do vinho e de vários processos para isso, indicando as differenças que taes processos trazem ao vinho, pre- vine o fabricante acerca de algumas praticas que estragam essa bebida. Manuel Menelio Finto - Filho de Antonio Domingos Pinto, natural de Pernambuco e nascido pelo anno de 1853, é bacharel em direito pela faculdade do Recife e escreveu: - Lourdes por Emilio Zola. Versão brasileira... dous volumes in-8°. Manuel Messias <le ILeão - Filho de Miguel José Bernardino Leão, nasceu na Bahia a 25 de dezembro de 1799 e fal- leceu no Rio de Janeiro a 11 de junho de 1878, sendo ministro do su- premo tribunal de justiça, fidalgo cavalleiro da casa imperial, com- mendador da ordem da Rosa e da de Christo. Tomou assento na 3a legislatura, de 1834 a 1837, como deputado por Alagoas, supplente do deputado Antonio Pinto Chichorro da Gama, também eleito por Minas Geraes; escreveu: - Projecto de lei para o melhoramento do meio circulante no Brasil: exposto, desenvolvido e offerecido aos proprietários de terras e classes industriaes. Rio de Janeiro, 1834, 24 pags. in-8°. Frei Manuel cio Monte Carmello - Nasceu, si me não engano, em Pernambuco pelo meiado do século XVIII e alli recebeu o habito da ordem dos carmelitas; foi em 1782 lente de philosophia e de theologia na dita ordem, presidente das conferencias dos casos de consciência, definidor, procurador provincial e pro- curador geral na corte portugueza. Segundo assevera Balthazar da Silva Lisboa em seus Annaes do Rio de Janeiro, tomo 7o, pag. 190, escreveu: - Taboas impressas como diccionario de contas feitas para se achar com facilidade os resultados pedidos de quaesquer numeros quo 164 MA não se topam nas taboas logarithmas - Nunca vi, nem ouvi mais fallar-se nessa obra. - Paraphrases e traducções de diversos hymnos e psalmos - Não conheço igualmente essa obra que, affirma o mesmo autor, é escripta com muito gosto e erudição. Ha deste autor um - Soneto dedicado ao bispo de Pernambuco, d. Fr. Diogo de Jesus Jardim e um - Cântico dedicado a Nossa Senhora da Penha. D. Manuel <lo Monte Rodrigues de A.raujo, Conde de Irajà e 9o Bispo do Rio de Janeiro - Filho de João Ro- drigues de Araújo e dona Calharina Ferreira de Araújo, nasceu em Pernambuco a 17 de março de 1796 e falleceu no Rio de Janeiro a 11 de junho de 1863, prelado assistente do solio pontifício; capellão-môr e do conselho de Sua Magestade o Imperador ; membro da Academia das sciencias e artes de Roma, da sociedade dos Antiquários do norte, do Instituto historico e geographico brasileiro, do Instituto historico da Bahia, e de outras associações scientiíicas nacionaes e estrangeiras, grande dignitário da ordem da Rosa, commendador da de Christo e grã-cruz das ordens de S. Januario e de Francisco I de Nápoles. Ordenado presbytero secular, leccionou theologia no seminário epis- copal de Olinda e, quando se abriram as faculdades de direito, foi um dos primeiros matriculados na de sua província, que o elegeu deputado á 3a legislatura, sendo depois pelo Rio de Janeiro eleito á 6a legisla- tura. Apresentado bispo do Rio de Janeiro a 10 de fevereiro de 1839 e confirmado a 13 de dezembro do dito anuo, foi quem sagrou e deu as bênçãos nupciaes ao Imperador D. Pedro II e quem baptisou os filhos do mesmo soberano. Como disse F. M. Raposo de Almeida, «era uma tríplice gloria: para a igreja, para o Brazil e para as lettras; era padre de vocição, cidadão virtuoso, politico sin- cero, sabio illustre, prelado exemplar, christão severo comsigo e indulgente com os outros ». Das raras virtudes do que foi dotado, a caridade era a que elle mais praticava: muitas famílias recebiam delle uma mesada e muitos jovens recebiam delle o auxilio pecuniário para se instruírem; seu palacio era o refugio da indigência. Por occasião da epidemia da febre amarella de 1850 e da epidemia do cholera-morbus de 1855, sahia muitas vezes a animar os pobres, le- vando-lhes o obulo da caridade, e na segunda destas epidemias chegou a esmolar pelo commercio da côrte para a pobreza! Escreveu: - Compendio de theologia moral para uso do seminário de Olinda. Pernambuco, 1837, dous tomos de 407-468 pãgs. in-8° - Teve esta 31 Jk 165 obra segunda e terceira edições no Brasil e mais duas em Portugal, a saber: segunda edição, revista, correcta e augmentada pelo autor, actual bispo do Rio de Janeiro. Accresceram nesta edição a liturgia de cada um dos sacramentos, um appendice sobre o estudo religioso, varias decisões pontifícias recentes sobre a usura, e uma tabella ou indice razoado de todas as matérias contidas no compendio. Rio de Janeiro, 1816-1847, tres tomos de 306, 307 e 286 pags. in-8°. Ter- ceira edição, revista, correcta e additada pelo autor. Rio de Janeiro, 1843, tres tomos de 381 pags. e mais 33 das definições contidas no volume; 376 pags. e mais 35 do catalogo, 236 e mais 33 do catalogo e 107 do indice razoado. A quarta e quinta edições ou primeira e se- gunda de Portugal, são ambas do Porto: aquella de 1853 ou 1854 e esta de 1858 em dous tomos e, si mo não engano, já vi uma terceira edição em dous vols. também do Porto, 1863, melhorada e reformada por Antonio Roberto Jorge. A não haver, portanto, equivoco de mi- nha parte, teve esta obra seis edições. Desde sua primeira publi- cação foi ella adoptada em todos os seminários do Império e geral- mente elogiada, e com effeito, sendo o autor considerado por muitos homens doutos como eximio theologo, si não estava ella na mesma plana dos tratados de theologia de Gousset e de Perrone, é sem du- vida o que havia de mais conformidade com os nossos costumes. O autor, entretanto, instruira-se, como todos os padres da época, nas theologias de Lugdenense e Montpellier, eivadas de jansenismo, que entre as heresias condemnadas é considerado um veneno subtil que invade, sem sentir-se, a doutrina. Resultou disto que, sendo a primeira edição de seu compendio examinada em Roma, nelle descobriram-se erros de doutrina jansenista, e então, segundo se disse, foi o represen- tante da côrte de Roma no Brasil incumbido pelo Papa de fazer-lhe sentir os erros em que cahira, e elle docil como era, justificando-se, os corrigiu nas edições successivas. Por decreto da Congregação do Indice de 20 de junho de 1869 foi este livro condemnado, assim como os - Elementos de direito ecclesiastico publico e particular em relação á disciplina geral da igreja e com applicação aos usos da igreja do Brasil. Rio de Janeiro, 1857, 1858 e 1859, tres tomos, 534, 586 e 271 pags. in-8" - O tomo Io está sob o titulo Das pessoas ecclesiasticas ; o 2o Das cousas ecclesiasticas ; o 3o Dos juizes ecclesiasticos, etc. - Memória sobre o direito de primazia do soberano pontífice ro- mano quanto á confirmação e instituição canónica de todos os bispos, traduzida do francez. Rio de Janeiro, 1837, in-8° - Este escripto, pu- blicado sob o anonymo, me afflrmam ser de sua penna. 166 MA - Opusculo sobre a questão que tivera o Exm. arcebispo da Bahia metropolitano do Brasil, D. Romualdo Antonio de Seixas, com o bispo capellão-mór do Rio de Janeiro a respeito do ministro, a quem com- petia fazer a cerimonia da bênção e coroação de S. M. o Imperador do Brasil. Rio de Janeiro, 1841, 108 pags. in-4° - O Imperador resolveu a questão em favor do arcebispo, primaz do Império, e comquanto os dous contendores estivessem convencidos de seu direito, nem aquelle demonstrou o menor signal de orgulho pela preferencia, nem este o menor resaibo de desgosto, e antes offereceu-se logo para assistir á cerimonia. É que os combatentes eram dous ministros ricos de saber e de virtudes, dous ministros do Deus de paz, de amor. - Carta p tstoral saudando e dirigindo algumas admoestações aos seus diocesanos. Rio de Janeiro, 1840, 83 pags. in-8°. - Pastoral estabelecendo as regras que se devem guardar acerca da exposição do SS. Sacramento. Rio de Janeiro, 1840, 15 pags. in-8°. - Sobre a chrisma. Rio de Janeiro, 1842, 8 pags. in-8° - E' uma circular aos parochos da diocese. - Carta pastoral recommendando a obra da propagação da fé. Rio de Janeiro, 1843, 27 pags. in-8°. - InstrucçSo p tstoral contendo as principaes regras que os RR. parochos devem guardar antes e na occasião de solemnisar os matri- mónios. Rio de Janeiro, 1844, 45 pags. in-8°. - Carta pastoral declarando pertencer ao bispado do Rio de Ja- neiro o sertão deCarangola nafreguezia de Santo Antonio dosGuarulhos no municipio de Campos. Rio de Janeiro, 1845, 14 pags. in-8°. - Carta pastoral contendo providencias acerca do estado da igreja do Rio Grande do Sul depois da pacificação desta provincia ( n. 21 ). Rio de Janeiro, 1845, 49 pags. in-8°. - Mandamento por occasião e em reparação do desacato feito á Imagem de Jesus morto na igreja da Cruz desta côrte, no dia 29 de julho do corrente anno. Rio de Janeiro, 1845, iu-8° - Esta pastoral foi logo reproduzida num opusculo que foi publicado sobre a triste occurrencia, o qual teve tres edições successivas sob o titulo : « O cas- tigo de Deus no anno de 1845 », com uma estampa. A terceira edição é de 1846. - Carta pastoral annunciando a presença do sagrado corpo da virgem e martyr Santa Presciliana nesta côrte, vindo de Roma (n. 27). Rio de Janeiro, 1846, 18 pags. in-8°. - Carta pastoral por occasião de um sermão prégado em Petro- polis no dia da festa do apostolo S. Pedro em 29 de junho deste anno. MA 167 Trata da tolerância christã ( n. 28 ). Rio de Janeiro, 1846, 22 pags. in-8°. - Mandamento publicando o jubileu por occasião do exaltamento do SS. P. Pio IX (n. 30 ). Rio de Janeiro, 1847, 21 pags. in-8°. - Carta pastoral avisando os RR. parochos e prégadores desta capital para combaterem em suas prégações o suicídio, combatendo as falsas doutrinas que em geral produzem este crime. Rio de Janeiro, 1849, 13 pags. in-8°. - Mandamento publicando um jubileu extraordinário, concedido pelo SS. P. Pio IX. Rio de Janeiro, 1852, 16 pags. in-8°. - Carta pastoral recommendando a observância do domingo e de outros dias de guarda nesta diocese ( n. 38 ). Rio de Janeiro, 1852, 15 pags. in-8°. - Carta pastoral publicando uma indulgência plenaria em fôrma de jubileu por occasião da definição do dogma da Conceição Imma- culada da Santíssima Virgem Maria. Rio de Janeiro, 1856, 16 pags. in-8° - Como se evidencia da numeração de algumas pastoraes, existem muitas outras. Não dou noticia, senão de um terço, quando muito, delias. Na Tribuna Catholica, revista de religião, redigida pelo conego J. C. Fernandes Pinheiro, ha vários escriptos do Conde delrajá, como o - Mandamento, publicando o jubileu do anno santo ( 1850 ) ns. 3, 4 e 5. Manuel de Moraes - Filho de Francisco Velho e dona Anna de Moraes, nasceu na vil la, hoje cidade de S. Paulo, a 4 de de- zembro de 1586 e falleceu em Lisboa em 1651. Tomando a roupeta dos jesuítas, fez na companhia seus estudos e recebeu as ordens sacras ; mas, deixando o Brasil, foi á Europa, e em Amsterdam abjurou a re- ligião catholica para abraçar o calvinismo e, tomado de violenta pai- xão, casou-se com uma hollandeza. Chegada essa noticia ao tribunal da inquisição de Lisboa, foi relaxado em estatua no auto de fé de 16 de abril de 1642. Tres anuos depois, saudades da patria o levaram a voltar ao Brasil ; mas em sua passagem por Portugal foi preso e re- mettido aos cárceres daquelle tribunal, de onde só obteve liberdade depois de mostrar-se arrependido de seus erros e abjurar a seita que seguia. Não chegou, porém, a ver sua patria, morreu quando á ella voltava com maior cabedal de conhecimentos adquiridos na Europa. Escreveu: - Prognostico y respuesta a una pergunta de un cabalero muy ilustre sobre las cosas de Portugal. Liedem, 1641, in-4°- E' dedicado 168 MA a Tristão de Mendonça Furtado, embaixador de el-rei D. João IV de Portugal nos estados da Hollanda, e em favor da acclamação do mesmo rei, e foi contestado por D. João de Caranuelo. Ahise intitula o padre Moraes theologo historico da illustrissima companhia das índias Orientaes. - Memórias históricas sobre Portugal e o Brazil- Consta-me apenas que essa obra foi publicada em Amsterdam e que ahi escreveu também uma excellente - Historia da America - que nunca foi publicada, mas foi vista por João de Laet, que muito a elogia, e confessa ter delia extrahido para seu Novus orbis noticias bastante importantes, que também dá em sua Historia da índia Occidental. - Dictionarium nominum et vorborum lingum brasiliensis maxime communis-Vem na «Historia rerum naturalis Brasilioe » por Marc- gravio. Na edição, porém, de 1648 não vem por ordem alphabetica, como a edição de 1658 - Houve, me parece, maisdous padres com o nome de Manoel de Moraes: um, que em 1558 escreveu sobre a Índia Portu- gueza; outro, que esteve em Pernambuco durante o domínio hollandez e justamente quando esse a quem me refiro achava-se em Amsterdam ou nas masmorras do santo offlcio. Manuel d.a Motta Monteiro Lopes - Filho de Jeronymo Monteiro Lopes e nascido em Pernambuco a 11 de janeiro de 1867, é bacharel em direito pela faculdade do Recife, formado em 1889 e advogado na cidade do Rio de Janeiro. Escreveu: - A dama de sangue: romance. Recife, 1890, dous vols. in-8° - Fez-se a publicação em fascículos. Ma-miel do Nascimento Castro e Silva - Filho do capitão-mór José de Castro e Silva e dona Joanna Maria Bezerra, nasceu em Aracaty, província do Ceará, a 25 de dezembro de 1788 e falleceu na côrte a23 de outubro de 184(5. Com dezenove annos de idade era solicitador dos feitos e execução da fazenda na vil la hoje cidade de seu nascimento e depois exerceu successivamente os cargos de tabel- lião do publico, judicial e notas e escrivão do crime e civel na villa do Crato ; escrivão da camara, orphãos e almotaceria de Aracaty ; inspector do algodão na capital de sua província ; ofHcial-maior e secre- tario interino do governador Manoel Ignacio de Sampúo ; membro da commissão consultiva junto ao governo, etc. Foi presidente da província do Rio Grande do Norte, deputado âs cortes portuguezas em 1821 ; deputado á assembléa geral nas quatro primeiras legislaturas de 1826 MV 169 a 1841 ; ministro da fazenda desde 7 de outubro de 1834 até 16 de maio de 1837, e era senador do Império, membro do Instituto historico e geographico brasileiro e da Sociedade auxiliadora da in- dustria nacional, e cavalleiro das ordens da Rosa, do Cruzeiro e de Christo. Escreveu: - Guia do novo manual dos collectores e dos collectados. Rio de Janeiro, 429 pags. in-8°. - Preciso dos successos que occasionaram o grande acontecimento do faustoso dia 7 de abril, etc. Rio de Janeiro, 1831, 3 pags. in-fol. ( Veja-se José Martiniano de Alencar, Io.) - Manifesto que ao respeitável publico ofterece o cx-presidente da província do Rio Grande do Norte e deputado pela província do Ceara, etc. em abono de sua bem provada conducta e para conheci- mento da calumniosa couta que delle deu o ex-goveruador pela lei Antonio da Rocha Bezerra. Rio de Janeiro, 1826,27 pags. in-fol. pequeno. - Exposição ao respeitável publico. Rio de Janeiro, 1827, 21 pags. in-fol. - Refutação de um artigo inserto na Astrèa n. 96, de 10 de fe- vereiro de 1827. Rio de Janeiro, 1827, 4 pags. in-fol.-Estes tres escriptos versam sobre política, e sobre o mesmo assumpto publi- cou-se: - Reflexões sobre dous impressos que deu á luz o ex-presidente da província do Rio Grande do Norte, deputado do Ceará, Manoel do Nascimento Castro o Silva, em abono de sua illibada conducta contra o calumniador Antonio da Rocha Bezerra. Reimpresso na typ. nac. do Ceará, 1828, in-fol. Aí:umel do Naseimento da Fonseca Galvão - Filho do brigadeiro José Antonio da Fonseca Galvão e donaMarianna Clementina de Vasconcellos Galvão e irmão do Visconde de Mara- cajá ( veja-se Ruflno Ené^s Gustavo Galvão), nasceu em Sergipe e bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, seguiu a carreira da magistratura. Sendo desembargador da relação de Pernambuco, con- tinuou no regimen republicano a servir na mesma relação, hoje Supe- rior tribunal de justiça, de que é presidente. Foi deputado por Santa Catharina e administrou Sergipe. Escreveu: - Notas geographicas o históricas sobre a Laguna desde sua fun- dação até 1750. Desterro, 1881, 56 pags. in-4°- Houve segunda edição em 1884, também no Desterro. Além deste trabalho tem escripto vários relatórios. 170 MA Mí ninei «lo Nascimento Machado Portei lo, Io - Filho de Joaquim Machado Portella e dona JoannaJoaquina Machado Pires Ferreira, nasceu em Pernambuco a 25 de dezembro de 1833 e fal- leceu no Rio de Janeiro a 9 de dezembro de 1895, doutor pela facul- dade do Recife, professor jubilado da mesma faculdade, lente e director da faculdade livre de sciencias jurídicas e sociaes do Rio de Janeiro, agraciado com o titulo de conselho do Imperador D. Pedro II, membro e presidente do Instituto da ordem dos advogados brasileiros, com- mendador da ordem da Rosa e da de Christo, tanto do Brasil como de Portugal, e offlcial da ordem da Corôa da Italia. Foi por vezes deputado provincial, deputado geral na decima oitava, decima nona e vigésima legislaturas e foi votado em primeiro logar numa lista tríplice para senador. Exerceu o cargo de ministro do Império no gabinete de 20 de agosto de 1885, administrou sua província natal por mais de uma vez como seu primeiro vice-presidente e administrou depois as de Minas Geraes e da Bahia. Militando sempre no tempo do Império sob a ban- deira do partido conservador, depois da proclamação da Republica reti- rou-se da política para dedicar-se á advocacia e ao magistério sómente. O dr. Machado Portella, finalmente, pertencia a varias associações, como o Instituto arclieologico pernambucano, a Sociedade propagadora da Instrucção, de que foi presidente, a Sociedade auxiliadora da agri- cultura, de que também foi presidente, a imperial Sociedade dos ar- tistas mecânicos e liberaes, de que foi director, e outras. Escreveu: - Dissertação e theses, etc. para obter o gráo de doutor em di- reito. Pernambuco, 1856, in-4°. - Dissertação e theses, etc. para o concurso ao logar de lente sub- stituto, etc. Pernambuco, 1857, in-4°- Não pude ver esse trabalho, nem o precedente. - Faculdade de direito do Recife. Memória historica-academica do anno de 1869, lida perante a congregação. Rio de Janeiro, 1870, in-4°. - Discurso proferido na abertura da Exposição de productos agrí- colas a 2 de dezembro de 1873 - Na Exposição dos productos naturaes agrícolas, promovida pela Sociedade patriótica Doze de setembro. Re- cife, 1877, de pags. 5 a 20. - Exposição provincial de Pernambuco, inaugurada em 4 de julho de 1875 na cidade do Recife. Recife, 1878, 64 pags. in-8° - Contém o opusculo discursos do conselheiro Portella como presidente da com- missão directora, relatórios e actos por elle assignados, etc. - Eleição de Pernambuco : exposição que sobre o processo eleitoral da província de Pernambuco apresentou á primeira commissão de in- quérito. Rio de Janeiro, 1878, 44 pags. in-8°. MA 171 - Eleições de Pernambuco: discursos proferidos na Camara dos deputados. Rio de Janeiro, 1879, 146 pags. in-8°. - Primeiro districto de Pernambuco. Debate oral perante a pri- meira commissão de inquérito. Rio de Janeiro, 1885, 94 pags. in-8* pequeno. - Orçamento do Império; discursos pronunciados no Senado. Rio de Janeiro, 1887 - Era o autor então ministro do Império. Manuel do NascinientoMacliado Portella, £3° - Filho do precedente, nasceu em Pernambuco a 24 de dezembro de 1850 e falleceu no Rio de Janeiro a 20 de dezembro de 1894, bacharel em direito pela faculdade do Recife e em seguida doutor. Foi lente cathe- dratico da mesma faculdade, tendo-se apresentado quatro vezes para lente substituto e tendo nessa faculdade aberto um curso das matérias do primeiro anuo. Foi em 1893 designado pela congregação dos lentes para a commissão encarregada de estudar e dar parecer acerca do pro- jecto do codigo civil do dr. Antonio Coelho Rodrigues. Advogou na cidade do Recife, era socio do Instituto archeologico e geographico pernambucano, da Sociedade propagadorti da instrucção publica, do Lyceu de Artes e Officios e escreveu: - Dissertação e theses que apresenta á Faculdade de direito do Re- cife a fim de obter o grão de doutor. Recife, 1885, in-4° - Nunca pude ver este escripto, nem os seguintes: - Dissertação e theses que apresenta á Faculdade de direito do Re- cife em concurso a uma cadeira de lente substituto. Recife. - A lei que regula a successão do estrangeiro. Recife. - A legislação hypothecaria e operações de credito. Recife. Manuel Nogrueira Viotti - Filho de Domingos No- gueira Viotti e nascido na cidade da Campanha, em Minas Geraes, é bacharel em direito pela Faculdade de S. Paulo, e ahi advogado. Es- creveu : - Floraes: poesias. Rio de Janeiro, 1893, in-8° - E'o redactor chefe e fundador do - Archivo Illustrado. S. Paulo, 1899. Manuel Nunes Aí fonso de Brito - Filho de Ma- nuel Nunes de Figueiredo e dona Luiza Francisca de Brito, nasceu na Bahia a 27 de agosto de 1834, ahi fez o curso da Faculdade de medicina 172 MA e recebeu o gráo de doutor em 1858, e em agosto de 18*30 falleceu na ilha da Madeira. Escreveu: - Regras praticas sobre o emprego da anesthesia na therapeutica cirúrgica ; Que circumstancias concorrem para o apparecimento da febre amarella na Bahia em certa e determinada época do anno ? A albuminúria que apparece durante a prenhez, dependerá da mesma causa, que a que sobrevem na escarlatina e na cholera-morbus? Como reconhecer-se que houve aborto em um caso medico-legal ? These apresentada, etc. para obter o gráo de doutor em medicina. Bahia, 1858, VI-34 pags. in-4' gr. - Discurso recitado no acto do doutoramento em nome dos collegas doutorandos de 1858 na Faculdade de medicina da Bahia. Bahia, 1858, 12 pags. in-8". Manuel Odorico Mendes - Filho do capitão-mór Fran- cisco Raymuudo da Cunha e dona Maria Raymunda Correia de Faria, nasceu na cidade de S. Luiz do Maranhão a 24 de janeiro de 1799 e faleceu em Londres, num vagão de caminho de ferro, com um accesso de asthma complicado do lesão cardíaca a 17 do agosto de 1864. Com o desígnio de formar-se em medicina dirigiu-se a Coimbra, onde fez todo o curso de philosophia, interrompendo seus estudos e voltando á patria em 1824 com a noticia dos acontjcimentos aqui realizados. Dedicou-se então á política e foi eleito deputado pelo Maranhão nas duas primeiras legislaturas, sendo seu nome, em vista da attitude que tomara na ca- mara, lembrado em 1831 pelos directores da situação para fazer parte da regencia do Império, e foi depois, pela província de Minas, eleito deputado á 6a legislatura, finda a qual retirou-se da política e estabe- leceu residência na Europa. Serviu o cargo de inspector da thesouraria provincial do Rio de Janeiro, cargo em que foi aposentado, e foi um grande patriota sem outras ambições além das que fossem pelo bem da patria e dotado de excessiva modéstia. Com Evaristo da Veiga foi fun- dador e o presidente da sociedade Defensora da liberdade e indepen- dência nacional, fundada a 19 de maio de 1831, da qual aquelle foi o secretario. Era versado na língua grega e em outras o notável poeta, sendo para lammtar-se que se entregasse quasi exclusivamente a traducções, bem que de primores, traducções-molelos, só para poetas de sua ordem,e abandonasse as próprias inspirações. Era commendador da ordem de Christo ; membro do Instituto histórico e geographico brasileiro, da sociedade Amante da instrucção, da de Instrucção ele- mentar e da Academia de bellas artes do Rio de Janeiro, da Academia ma 173 real das sciencias de Lisboa o, em tempo de estudante, da sociedade dos Amigos das lettras de Coimbra. Escreveu: - Merope: tragédia de Voltaire, traduzida em portuguez. Rio de Janeiro, 1831, 86 pags. in-8°. - Tancredo: tragédia de Voltaire, traduzida em portuguez. Rio de Janeiro, 1838, 185 pags. in-8° com o texto ao lado. - Eneida brasileira ou traducção poética da epopéa de Virgilio Maro. Pariz, 1854, 392 pags. in-8° com annotações. - Virgilio brasileiro ou traducção do poeta latino. Pariz, 1858, 800 pags. in-8° - Contêm este livro a obra precedente em segunda edição correcta e aperfeiçoada e com desenvolvidas annotações, sendo prece- dida da Bucólica e das Georgicas, quer estas, quer aquella, seguidas de notas. Esta traducção das obras do poeta latino é geralmente reconhe- cida como a primeira na lingua vernacula. - Ilíada-, poema de Homero, em verso portuguez. Rio de Janeiro, 1871, 312 pags. in-8° - E' uma publicação posthuma, e consta-me que Odorico Mendes também deixou inédita: - Odyssèa: poema de Homero, traducção cm verso portuguez - Suas producções poéticas originaes foram raras. Delias conheço: - Hymno á tarde. Rio de Janeiro, 1832 - Foi sua estréa esse «canto admiravel, cheio de doçura, de enlevo, de suave melancolia ede verdade que terá de atravessar os séculos, conservado pelo mais puro gosto». Vem reproduzido na Minerva. Brasileira,, tomo Io, pag. 367; no Parnaso Brasileiro, de J. M. Pereira da Silva, tomo 2o, pags. 214 a 226, com o canto O meu retiro, as duas odes A um preso e A morte e um soneto; no Parnaso Maranhense, pags. 210 a 216, com uma ode e um soneto, etc. Outras poesias, emfim, se acham em collecções ou em revistas. Em prosa publicou os dous escriptos seguintes: - Opusculo acerca do Palmeirim de Ingláterra, deseu autor, no qual se prova haver sido a referida obra composta originalmente em por- tuguez. Lisboa, 1860, 79 pags. in-8' - E' um trabalho acurado e ju- dicioso, de gloria para a litteratura portugueza, e que não foi contes- tado. - Falia na sessão de 7 de abril por occasião do requerimento do Sr. Carneiro da Cunha para que a reunião dos representantes da nação proclamasse ao povo, mostrando as razões, em que se estriba a mudança politica, tão felizmente operada. Rio de Janeiro, 1831, I fl. in-fol.- No jornalismo collaborou para varias folhas e redigiu: - O Argos da Lei. Maranhão, 1825 - Começou a 2 de janeiro. - O Constitucional. Maranhão, 1830-1835-Com F. Sotero dos Reis. 174 MA - O Homem e a America: jornal da sociedade Defensora e inde- pendência nacional. Rio de Janeiro, 1831, in-fol peq.- E' um jornal de propaganda com o espirito de liberdade justa, legal e adversa ãs violências, ás sedições e ao despotismo militar. - A Liga Americana: jornal politico. Rio de Janeiro, 1839-1840, in-fol. - Com Aureliano de Souza Oliveira Coutinho. Manuel de Oliveira Lima - Filho de Luiz de Oliveira Lima e dona Maria Benedicta de Miranda Lima, nasceu na cidade do Recife em 25 de dezembro de 1867. Fez toda a sua educação litteraria em Lisboa, onde completou o curso superior de lettras em 1887, tendo obtido distincção nas* cadeiras de litteratura antiga e litteratura mo- derna. De 1884 a 1885 seguiu também o curso de diplomacia na torre do Tombo, fiu lo o qual dedicou-se ao jornalismo e viagens. Em 1890 foi nomeado segundo secretario da legação do Brasil em Lisboa, sendo depois transferido para Berlim ; é membro correspondente do Instituto archeologico e geographico de Pernambuco, membro da Academia brasileira, secretario da sociedade de Beneflcencia brasileira em Por- tugal e condecorado pelo governo portuguez com o habito de S. Thiago. Redigiu: - O Correio do Brasil-, revista mensal, política e litteraria. Lisboa, 1886- 1887 - Collaborou em jornaes portuguezes, como o Repórter em 1885 e na Revista de Portugal, onde publicou : - Evolução da litteratura brasileira - no vol. Io, de 27 pags.- Collaborou também no Jornal do Recife, onde publicou : - Impressões de viagem - Nos ns. 262 e segs. dé 1887, n. 10 e outros de 1888 e n. 7 de 1889. - Ethnographia brasileira - Nos ns. 193, 198, 242 e 287 de 1887, e escreveu : - Sete annos de Republica no Brasil. Leipzig, 1895 - A pro- posito deste trabalho publicou o escriptor Moleiros e Albuquerque outro com igual titulo na Revista Brasileira do Rio de Janeiro, 1896. - Pernambuco, seu desenvolvimento historico. Pariz, 1892 - Foi escripto em Lisboa, mas publicado em Pariz por occasião de uma viagem do autor a esta capital. Teve nova edição em Leipzig, 1894, VIII-329 pags. in-8°. O professor Ferreira Deusdado, de Lisboa, fez um elogio a esta obra, que foi transcripto no Jornal do Recife, de 22 de janeiro de 1895, e em data de 27 de novembro de 1894 foi publicado um outro elogio, que termina com estas palavras : «Exhumandodo cemiterio do passado, liei, a origem de sua patria, estudou-a, corpo- MÁ 175 risou-a e apresentou-a á luz da publicidade, mostrando a influencia dos séculos, da raça e do caracter sobre o seu desenvolvimento. E' uma obra indispensável a todo brasileiro e muito principalmente a todo o per- nambucano. Seria de muita vantagem para o nosso educamento intel- lectual e civico que a instrucção publica examinasse o trabalho de Oli- veira Lima para adoptal-o em suas escolas. » - Bechford - Na Revista Brasileira de 15 de novembro de 1859. - Memórias de Barras - Idem, de 1 de dezembro de 1855. - Antonio José, o Judeu - ledm, de fevereiro de 1895. - A sociedade nos Estados Unidos - Idem, vol. 10° de 1897. - O catholicismo nos Estados Unidos - Na mesma Revista, vo- lume de 1899 - Tenho lembrança de ter visto, não me^lembro onde, o trabalho seu: - A litteratura nos tempos coloniaes. Mítimel de Oliveira Paiva - Nascido na cidade da Fortaleza, capital do Ceará, a 12 de julho de 1861, ahi falleceu a 29 de setembro de 1892. Depois de ter estudado no seminário do Crato, em sua provincia, matriculou-se na Escola Militar do Rio de Janeiro, cujo curso foi obrigado a deixar sendo dispensado do serviço militar por causa de soffrimentos physicos. Voltando ao Ceará em 1883, de- dicou-se á imprensa e muito particularmente á causa da abolição do elemento escravo, sendo, com a proclamação da Republica, nomeado secretario do governo do estado de seu nascimento, e depois, com a reforma da secretaria, primeiro official. Escreveu : - Tal filha, tal esposo : romancete - Na Cruzada, jornal] dos moços da Escola militar. - Zabelinha ou Tacha Maldita: poemeto de propaganda abolicio- nista oíferecido á memória de Luiz Gama. Ceará, 1883, 40 pags. in-8°. - Vinte e cinco de março. Fortaleza, 1884, 25 pags. in-8°- E' um pamphleto impresso por conta de 20 republicanos, dividido em duas partes, o sonho e a visão, em versos alexandrinos, tendo por assumpto a emancipação da escravidão e os festejos desse dia. - A afilhada : romance - publicado em folhetim no Liber- tador. O autor ia edital-o com alguns retoques em volume, quando falleceu. - Sons de viola : sonetos - publicados no Libertador. São pe- quenos quadros da vida bucólica. Neste jornal publicou ainda va- 176 3IA. rios artigos em prosa sob o pseudonymo de Gil Bert. E de collabo- ração com João Lopes e Antonio Martins escreveu : - A semana por Pery & Comp : chronica dos sabbados - Com os dous citados, e com Juvenal Galleno, José Carlos, Virgílio Brigido e outros fundou e redigiu : - A Quinzena : Fortaleza, 1888 - E' a melhore mais duradoura revista que teve o Ceará. Nella escreveu Oliveira Paiva : - A corda sensível - O velho vôvô - O ar do vento - Ave Maria - A paixão - De preto e de vermelho - A melhor cartada, etc. - D. Guidinha do Poço: romance - publicado na Revista Bra- sileira, tomo 17°, Rio de Janeiro, 1899. Mitimel de Oliveira Ramos - Ignoro as particula- ridades que lhe são relativas, parecendo-me que é negociante. Escreveu : - Solução à crise financeira. Rio de Janeiro, 1898 - Para a solução da crise financeira considera o autor necessária a estabilidade da moeda e indiea o novo systema de transaeções sob a base do ouro. Manuel Olympio Rodrigues da Co«tn - Na- tural da Bahia e formado pelo internato normal dessa província, fal- leceu na Capital Federal a 12 de junho de 1891, exercendo o eargo de professor de portuguez, arithmetica e geographia, que occupava, havia quasi vinte annos, do Gymnasio nacional, antigo collegio Pedro II. Vocação decidida pelo magistério, antes de vir para o Rio de Janeiro foi em sua província professor livro de varias matérias e professor do Gymnasio bahiano. Também foi um dos professores da Escola normal da côrte, installada no edifício do Conservatorio do musica a 25 de março de 1874. Escreveu: - Grammatica portuguez t. destinada ao primeiro anno do imperial Collegio Pedro II, apresentada ao conselho director da instrucção publica e adoptada nas escolas publicas pelo Governo imperial. Rio de Janeiro... - Ha segunda edição, feita por Seraphim Alves, sem data, e terceira feita cm 1887. - Noções de arithmetica e do systema métrico decimal para uso das escolas: compendio composto por animação e sob as vistas do Exm. Sr. commendador AbilioCesar Borges o mandado imprimir pelo mesmo para fazer parte de uma collêcção de livros escolares, approvad > e adop- tada pelo Governo imperial para o collegio Pedro II o para as aulas pu- blicas do município neutro, etc. Rio de Janeiro...- Ha segunda edição de 1877; terceira, feita em Antuérpia, sem data e quarta posthuma, feita em 1895, revista pelo Dr. J. Abílio Borges. MA 177 - Conferencia pedagógica feita em sessão da Sociedade Atheneo pedagógico. Rio de Janeiro, sem data, 24 pags. in-4°. - Classificação das escolas primarias e disciplinas que devem ser ensinadas. Material escolar, 10 pags. in-fol .- Vem no livro «Actas e pareceres do Congresso de instrucção do Rio de Janeiro, 1884 ». - Escolas ambulantes - Na Escola, 1878, pags. 139 e 371. Manuel IMtclieco Ijcão - Ignoro sua naturalidade ; só me consta que foi brazileiro e nasceu pelo ultimo quartel do século 18°, e que escreveu : - Instrucções ou condições que se podem adoptar nos contractos de seguro para uso e instrucção dos que se destinarem ás praticas do commercio exportativo. Oíferecidas ao principe nosso senhor. Lisboa, 1814, 69 pags. in-8° - Este livro teve segunda edição no Rio de Janeiro, 1815, VIII-74 pags. in-8n augmentado com um tratado sobre as avarias. Manuel Pacheco da Silva - Filho do doutor Manuel Pacheco da Silva e natural do Rio de Janeiro, dedicou-se desde muito joven ao magistério, leccionou inglez no Lyceu de artes e oflicios, e foi nomeado depois do respectivo concurso lente de portuguez e historia litteraria do imperial Collegio Pedro II, hoje Gymnasio nacional. Es- creveu: - Novo methodo facil e pratico para aprender a lingua ingleza por Graesser segundo os principios de F. Ahn, modificado e adaptado â lingua portugueza Rio de Janeiro - Teve segunda edição correcta e ampliada com as regras de orthographia da lingua ingleza. Rio de Janeiro, 1876, in-8°. Houve outra edição. - Estudo da lingua vernacula. Phonologia. Rio de Janeiro, 1877, in-8". - Grammatica litteraria da lingua portugueza. Rio de Janeiro, 1878 - Com uma introducção sobre a origem, formação e desenvolvi- mento da mesma lingua. Esta grammatica teve segunda edição com mais um volume que se achava inédito. Rio de Janeiro, 1883. - Diccionario etymologico da lingua portugueza - Foi annunciado, em 1877 a 400 réis cada um fascículo de 32 paginas, logo que houvesse assignatura com que fazer-se a impressão. - Noções de grammatica portugueza. Rio de Janeiro, 1887 - A publicação foi feita em fascículos e em collaboração com o professor Lameira de Andrade. Teve segunda edição completamente refundida em 1894. Na primeira o livro foiescripto em fórma de pontos, conforme 178 MA os programmas de exames. Na segunda sob a fôrma moderna, baseada na historia e na comparação, e accrescentada da syntaxe. - Noções de analyse grammatical, phonetica, etymologica e syn- taxica. Rio de Janeiro - E' escripto com o professor Boscoli e teve mais de uma edição. - Diccionario grammatical, contendo em resumo todas as matérias referentes ao estudo comparativo da lingua portugueza, por João Ri- beiro. Segunda edição revista e augmentada de novos artigos. Rio de Janeiro. - O collegio Pedro II, seu passado, presente e futuro. Rio de Ja- neiro, 1880, in-8°. - Syntaxe. Estudo a fundo da physiologia e genese da lingua. Rio de Janeiro - Nunca vi este livro. - Promptuario do escriptor portuguez... Manuel Paulino <le Assumpção - Deu-se ao ma- gistério da instrucção primaria no Rio de Janeiro, é professor aposentado de calligraphia e desenho da escola normal e escreveu: - Lições á infancia, baseadas nos princípios physiologicos da lin- guagem articulada para aprender a ler sem solettrar. Rio de Janeiro, 1882, 80 pags. in-8° pequeno. - Lições & infancia: novo methodo de leitura, etc., approvado pelo conselho de instrucção publica de Pernambuco. Rio de Janeiro - Teve segunda edição em 1888, 75 pags. in-8° peq. e teve approvação da inspectoria da instrucção publica da província do Rio de Janeiro. .Manuel Paulo de Afello Barreto - Doutor em sciencias politicas e administrativas e socio correspondente da sociedade de geographia de Bordeaux, moço fidalgo com exercício da casa do Imperador D. Pedro II e offlcial da ordem da Rosa, sendo primeiro oíiicial da secretaria do senado durante a monarchia, serviu de director geral da mesma secretaria. Escreveu: - Voyages et etudes. Les Blancs du Bresil: La colonisation par Ia race blanche; les forets vierges et le Farwest, religion, politique, progrès et avenir de ce pays, etc., precedé d'une lettre a Mr. Emile de Lavaleye. Rio de Janeiro, 1881, 152 pags. in-8°. Manuel Pedro Monteiro Tapajoz -Filho do coronel Francisco Antonio Monteiro Tapajoz, e irmão do dr. Torquato Xavier Monteiro Tapajoz, de quem adiante occupar-me-hei, nasceu no MA 179 actual estado do Amazonas a 21 de abril de 1857, é engenhairo pela escola polytechnica, e escreveu: - A fronteira do sul do Amazonas. Questão de limites clara e me- thodicamente exposta sobre o litígio entre os estados do Amazonas e de Matto Grosso. Rio de Janeiro, 1898, in-4° - « E' um esplendido estudo geographico, em que o autor confirma, respondendo ao dr. Luiz Adolpho Corrêa, da Costa, tudo quanto escreveu seu finado irmão o distincto publicista e geographo dr. Torquato Tapajós, sobre a Ama- zónia». E' a reimpressão de uma serie de artigos antes publicados no Jornal do Commercio. Manuel Pedro Soares - Presbytero secular, si não nasceu no Maranhão, ahi vivia em 1841 e era estimado orador sagrado. Escreveu: - Oração gratulatoria, recitada no dia 14 de setembro de 1841 na cathedral de S. Luiz do Maranhão no solemne Te-Deum que fez celebrar o dr. João de Miranda, presidente desta província, por motivo da coroação e sagração de S. M. I. o Sr. d. Pedro II. Maranhão, 1841, 15 pags. in-4°. Mantiel Peixoto cie Lacerda Werneck -Filho do Barão do Paty do Alferes e da Baroneza do mesmo titulo, nasceu na freguezia deste nome, provinda do Rio de Janeiro, a 17 de junho de 1830 e falleceu a 22 de março de 1898, recolhido á vida privada desde a inauguração da republica. Bacharel em direito pela faculdade do Recife, dotado de talento brilhante, de uma familia nobre e abastada, occupou saliente posição na politica da provinda, sem cousa alguma ambicionar, mas recusando a presidência de tres das mais importantes províncias, e a pasta dos negocios da agricultura; foi eleito deputado provincial em muitas legislaturas e á geral uma vez. Quando foi le- vantada a grave questão da libertação, escreveu sobre os - Interesses da lavoura: serie de artigos no Jornal do Commercio - São artigos brilhantes que causaram sensação. Neste jornal escreveu ainda sobre - Emigração chineza, alimentação publica, imposto territorial, industria pastoril, commercio de leite na Capital Federal. Escreveu mais: - Questão gravet artigos a proposito do Sr. deputado Joaquim Nabuco, fixando prazo fatal á existência do elemento servil, publicados no Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 1880, in-8°-Neste trabalho assigna-se o autor O Vassourense. 180 MA - Discurso pronunciado na sessão de 17 de setembro de 1887. Rio de Janeiro, 1887, in-8° - Foi pronunciado na assembléageral. Manuel Pereira Bastos - Filho de Manuel Pereira Bastos, nasceu no Rio Grande do Sul a 6 de abril de 1832, dedicou-so ao commercio e teve casa de leilões no Rio de Janeiro. Cultivou a litteratura, principalmento a dramatica, para que os rio-grandenses do Sul têm decidida propensão, e escreveu: - Aida: drama - Nunca pude vel-o. - 0 nobre e o plebeu-, drama em tres actos. Rio de Janeiro, 1852, 66 pags. in-8'- Teve segunla edição mais tarde, e ainda terceira. - A Condessa de Azola: drama em cinco actos e oito quadros. Rio de Janeiro, 1853, 146 pags. in-8°. - As chinelis de uma cantora: comedia. Imitação do « Coucher d'une Etoile » de Gozlan. Rio de Janeiro, 1881. - Bases organicas de um Instituto maçonico para os orphãos e filhos de mações, desvalidos. Offerecidas a todas as LL.*. do Circulo do Gr.*. Or.'. do Brazil. Rio de Janeiro, 1857, 13 pags. in-8°. - Discurso maçonico que por occasião da posse dos Digns.*. Off. *. da Aug. '. c Resp. •. L. •. Cap.•. Caridade recitou no Io dia do mez do Nisan do anno da Ven.*. L.*. 5857 ( 21 de março, éra vulgar ). Rio de Janeiro, 1857, 16 pags. in-8°. - Discurso maçonico, offerecido á Aug. •. e Res. •. L. •. Cap. •. Ca- ridade e recitado no acto da posse da mesma Aug. •. L. •. a 7 do mez de Nizan, etc. Rio de Janeiro, 1858, 23 pags. in-81. - Discurso maçonico recitado no acto da posso da regularisação do Cap. •. Esperança em 14 do 3° anno da Ven. •. L. •. etc. Rio de Ja- neiro, 1859, 12 pags. in-8°. Manuel Pereira <3toin.es Nogueira -Presbytero secular, conego e vigário de Baependy, escreveu: - Oração fúnebre do Sr. Bispo de Marianna, D. Antonio Maria Corrêa de Sá e Benevides, pronunciada na matriz de Baependy em 19 de agosto, etc. - Só vi súa publicação no Jornal do Commercio de 8 de outubro de 1896. Manuel Pereira de Moraes Pinlxeiro - Filho de Vicente de Araújo Pinheiro e dona Catharina Pereira de Moraes, nasceu na comarca de Jaboatão, província de Pernambuco, a 18 de se- tembro de 1832 e íàlleceu a 16 de julho de 1881. Bacharel em scien- cias sociaes e juridicas pela faculdade do Recife, dedicou-se á advo- MA 181 cacia ; foi nomeado lente de geographiae historia do Gymnasio pernam- bucano, tendo-se apresentado para isso a dous concursos e foi eleito deputado á assembléa provincial na legislatura que terminou no anno de seu fallecimento. Era cavalleiro da ordem da Rosa, socio corre- spondente do Instituto archeologico e geographico, e honorário do Ga- binete portuguez de Pernambuco. Escreveu: - Elementos de geographia universal, geral do Brazil e especial de Pernambuco, para a infancia escolar da provincia de Pernam- buco, de conformidade com o programma da lei n. 1143, art. 33, § 7o, que rege a instrucção da provincia. Recife, 1875, 173 pags. in-12° - No fim do livro acha-se uma allocução do professor de geographia do gymnasio, por occasião do encerramento de sua aula a 31 de outubro de 1874 e deste livro houve mais edições, sendo a ultima de 1878 com 106 pags. in-8°. - M emento de cosmographia. Recife... - Nunca vi este trabalho; a elle, porém, se refere o dr. Francisco Jacintho de Sampaio, dando noticia do autor. - O atlas elementar de geographia do Sr. professor J. E. da Silva Lisboa. Pernambuco, 1877. - Plano de organisação do estudo theorico e pratico de agricul- tura na provincia de Pernambuco: projecto apresentado á Assembléa provincial na sessão de 17 de março de 1880 e sustentado na sessão de 13 de abril, etc. Recife, 1880, 54 pags. in-8°. - Discurso lido em commemoração ao assentamento da primeira pedra do Hospicio dos alienados de Pernambuco - Na collecção de discursos e poesias recitados por occasião, etc. Recife, 1875, pags. 29 e segs. O citado dr. F. J. Sampaio diz que elle deixou inéditos: - Compendio de geographia da provincia de Pernambuco e - Compendio para o ensino de geographia - Ainda estudante da Faculdade de direito escreveu: - Tatuyra, Alfredo e contos populares. Pernambuco, 1857, 120 pags. in-8". E a pedido do dr. Nascimento Feitosa fez parte da redacção do jornal - O Liberal: jornal politico e litterario. Pernambuco - Esta folha começou a publicar-se em 1845; para sua collaboração entrara Moraes Pinheiro em 1856 e depois para a redacção. Manuel I*ex*eira Pinto Bravo - Filho de Manuel Pereira Bravo e dona Marcelina Pinto Bravo, nasceu na villa do Porto das Caixas, no estado do Rio de Janeiro, a 18 de janeiro de 1849 e fal- leceu no Rio de Janeiro a 2 de abril de 1895, sendo contra-almirante 182 MA reformado, membro do conselho naval, socio do Instituto historico egeo- graphico brasileiro, oíhcial da ordem da Rosa, cavalleiro da de Christo e da de S. Bento de Aviz e condecorado com a medalha da campanha do Paraguay. Foi para esta campanha, logo que deixou os bancos da Escola de marinha ; depois, em 1873, foi instructor de hydrographia dos guardas-marinha em viagem de instrucção, regendo a cadeira de historia e tactica naval, foi commandante da Escola de aprendizes-ma- rinheiros do Ceará e da de Parnahyba. Escreveu: - Curso de historia naval. Primeira parte: historia da marinha militar. Rio de Janeiro, 1878, XI-404 pags. in-8°. - Curso de historia naval. Segunda parte: historia da navegação. Rio de Janeiro, 1884, 404 pags. in-8°. - Serviço e disciplina dos navios de guerra. Traduzido de F. A. Roe. Rio de Janeiro, 1878, in-8°, com um prologo do traductor. Manuel Pereira Reis - Nascido na Bahia a 12 de no- vembro de 1837, é doutor em mathematicas, capitão de fragata ho- norário da armada por ser professor de topographia e hydrographia da Escola naval, lente de trigonometria espherica e astronomia da Escola polytechnica, chefe da commissão astronómica do ministério da agri- cultura, etc. Um dos mais notáveis engenheiros do Brasil, tem ainda exercido outros cargos, como o de astronomo do imperial observatorio, membro do Instituto polytechnico brasileiro, etc. De seus trabalhos escriptos apenas conheço: - lheoria completa dos cometas ; Soluções singulares das equações a duas variaveis ; Superfícies aplaneticas - these apresentada ã Escola polytechnica, etc. Rio de Janeiro, 1881, in-4°. - Imperial observatorio. Commissão astronómica do Ministério da agricultura. Primeira operação. Determinação das diferenças de la- titude e longitude entre o imperial Observatorio astronomico do Rio de Janeiro, etc., pelo astronomo do imperial Observatorio e chefe da com- missão astronómica do Ministério da agricultura. Rio de Janeiro, 1877, 110 pags. in-4°. - O cèo na latitude de 23 grãos sul. Mappa circular rotatorio. Rio de Janeiro. Lith. de Paulo Robin & Comp., 1887. Manuel Pereira cia Silva - Filho do coronel Ray- mundo Peieira da Silva, nasceu a 16 de agosto de 1816 na cidade de Oeiras, no Piauhy, onde falleceu em novembro de 1855, sendo bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela Faculdade de S. Paulo, formado em 1842 e tendo começado o curso em Olinda. Pessoa de toda compe- MA 183 tencia me informa ser de sua penna, com a collaboração de Francisco Ignacio de Carvalho Moreira, depois Barão do Penedo, a obra raríssima abaixo mencionada: - A cameleidaon a congregação dos lentes de Olinda: poema heroi- comico-satyrico. Obra posthuma do Delai-Lama do Japão. S. Paulo, 1839, 35 pags. in-12° - E' offerecido ao padre Miguel do Sacramento Lopes Gama ( veja-se este nome ), que tinha sido director interino da faculdade e é um dos mais feridos pela satyra. Manuel Pessoa da Silva - Da família do brigadeiro José Eloy Pessoa da Silva, já mencionado neste livro, nasceu a 19 de março de 1819, na cidade da Bahia, onde falleceu ainda moço. Desde muito joven entrou para o funccionalismo publico de sua pro- víncia com a nomeação de amanuense da thesouraria e pouco depois com a de offlcial dessa repartição. Serviu depois o cargo de secretario da repartição de engenheiros e antes de tudo isso, por occasião da re- volução de 7 de novembro de 1837, fez parte de um dos corpos orga- nisados no Reconcavo pelo governo provisorio para restabelecimento da ordem publica, tendo o posto de alferes. Foi socio da Sociedade phi- losophica e de outras na dita província ; redigiu ou collaborou para varias folhas políticas como o Cascavel e o Sargento, pequeno periodico de opposiçãoao presidente Francisco Gonçalves Martins, depois Barão e Visconde de S. Lourenço, e escreveu, além de muitas e bellissimas poesias patrióticas por occasião de festejos nacionaes ou por outros motivos, muitas sob a inspiração do momento, o seguinte: - O vinte nove de setembro ou a escapúla do diabo: poema-heroi- comico-satyro. Bahia, 1849, 81 pags. in-8° com o retrato do autor - Tem o poema por assumpto a política inaugurada nesta data pela ascenção ao poder, em 1848, do partido conservador, a que o autor era adverso e por causa de certas allusões, como na descripção da viagem que fez da Bahia um conego casado, chamado conego Castanha, acom- panhando a familia do presidente nomeado para suffocar a revolução praieira, o conego J. Cajueiro de Campos, que com effeito para ahi seguira com a familia do dr. Manuel Vieira Tosta, depois Barão, Vis- conde e Marquez de Muritiba, tentou contra o autor um processo crime, que não foi avante. - A caridade: poema heroico em seis cantos. Bahia, 1855, 219 pags. in-4°. - O Marquez de Paraná : poema ( em dez cantos ). Bahia, 1859, 260 pags. in-8° gr. e mais 18 pags. de frontispicio, dedicatória ao Imperador D. Pedro II, etc. 184 M4 - Lyra e fel. O banco e os ratos. O Soares no dique: poema sa- tyrico. Bahia, 1869, 167 pags. in-8° gr. - R)fere-se esse poema a um roubo em certo banco da província e a factos subsequentes. - Rimas innocentes. Bahia, 186..., in-8°. - Discurso que recitou por ordem do presidente da Sociedade phi- losophica - No volume « Honras e saudades á cara memória do eximio, sabio bahiano Francisco Agostinho Gomes, etc. »( Vide Ernesto Frederico Pires de Figueiredo Camargo). - - Elegia ao infausto e saudosissimo passamento da senhora prin- ceza D. Leopoldina, Duqueza de Saxe, occorrido prematuramente em Vienna d'Áustria; offerecida a seus inconsoláveis e saudosissimos paes, etc. Bahia, 1871, 12 pags. in-4°. - A laurea do tumulo: poesia ao finado Dr. Guilherme Pereira Rebello. Bahia, 1874, in-4°. Manuel Pinto Lemos - Ignoro as circumstancias pes- soaes que lhe são relativas. Fazia, talvez, parte da Camara municipal de Campos quando escreveu: - Descripção feita das exequias maudadas celebrar no dia 3 de abril na matriz da villa de Campos pela Camara da dita villa em suffragio da alma da Ia Imperatriz. Rio de Janeiro, 1827, in-folio. Manuel Pinto Neves - Não o conheço. Sei apenas que é poeta pelo seguinte livro que escreveu: - Rosas do ermo: poesias. S. João da Barra, 1887, in-8n. Manuel l?into Rilbeiro Pereira de Sampaio - Nascido na capital do Espirito Santo o fallecido no Rio de Janeiro a 27 de setembro de 1857, era forma lo em direito pela Universidade do Coimbra, foi ministro do Supremo tribunal de justiça e deputado pelo Espirito Santo na Assemblêa constituinte de 1823. Escreveu: - Verdades sem rebuço. Rio de Janeiro, 1822, 21 pags. in-4°. Versa este trabalho sobre acontecimentos políticos da epoca e tem a data de 10 de março de 1822. Manuel .Vinto da Ttoelxa-Filho de Manuel Pinto da Rocha e dona Carolina da Costa Rocha, e nascido na Bahia a 5 de fevereiro de 1863, ahi falleceu a 17 de outubro de 1893. Fez o curso da Escola naval, com praça de aspirante a guarda-marinha em 1882 185 e tinha o posto de primeiro tenente na época de seu fallecimento. Era poeta e escreveu: - Flores avulsas: poesias. Rio de Janeiro, 1882. Manuel JF*into Torres Neves - Filho de outro de igual nome, nasceu no Rio de Janeiro a 30 de agosto de 1852, é enge- nheiro civil, e sendo inspector geral da companhia de vias ferroas e fluviaes, escreveu: - De Mitto Grosso ao littoral de S. Paulo. 1895, 61 pags. in-8° com um mappa. Manuel <le Queiroz Mattoso Uilbeivo - Filho do senador Euzebio de Queiroz Coutinho Mattoso da Camara, nascido no Rio de Janeiro pelo anno de 1840, é bacharel em lettras pelo antigo collegio Pedro II, bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, se- nador federal e vice-presidente do senado, tendo sido antes deputado provincial pelo Rio de Janeiro ; escreveu: - Apontamentos sobre a vida do conselheiro Euzebio de Queiroz Coutinho Mattoso da Camara. Rio de Janeiro, 1885, 76 pags. in-4°. Manuel Ramos da Costa - Filho do Manuel Ramos da Costa e dona Josephina Ramos da Costa, nasceu na cidade do Rio do Janeiro a 9 de setembro de 1849 e falleceu a 11 de junho de 1872. Aos oito annos de idade começou sua desventura, porque viu-se orphão de pae e de mãe. Amparado, porém, por uma alma generosa que a elle e a dous irmãos seus tratava como a filhos, estudou humanidades e, se- guindo para S. Paulo, matriculou-se no primeiro anno do curso jurídico em 1871, mas no fim desse anno voltando á corte, foi acommettido de uma tuberculose que deu-lhe cabo da existência. Dedicado ás lettras, deixou escriptos que foram publicados pelo professor José de Abreu Amaral e são: - Oscíllações: poesias. Rio de Janeiro, 1873, in-8° - Até a pag. 123 deste volume só poesias se acham, que Amaral declara « dar ao publico e á posteridade taes quaes lh'as entregara o autor». D'ahi em diante se acham: - A noite de S. João ; A praia ; Em sonhos: romancete em tres partes, assim intituladas. - Romance de um escravo. S. Paulo, 1871. - Deus e Angela. S. Paulo, 1871. - Visio. S. Paulo, 1871. - Dous crepúsculos, 186 Mixnuel <lo Rogo Barros de Souza Leão - Filho do Manuel do Rego Barros e dona Anna Frederica Cavalcanti do Rego Barros, nasceu em Pernambuco a 7 de junho de 1840, e ahi fal- leceu, no Recife, a 31 de julho de 1882. Foi bacharel em direito pela Fa- culdade desta cidade, doutorem ambos os direitos pela universidade de lena, fidalgo cavalleiro da casa imperial, cavalleiro da ordem da Rosa e da ordem do Santo Sepulchro de Jerusalém. Foi também deputado provincial em varias legislaturas, presidiu as províncias do Piauhy e de Santa Catharina. Escreveu: - Elementos de geographia, compilados de diversos autores. Recife, 1858-1859, dous vols. in-8° - O segundo volume trata da geographia astronómica como se declara no fim, onde ha algumas paginas em ad- ditamento ao primeiro. Frequentava o autor então a Faculdade do Recife. - Genealogia da familia Souza Leão por ***. Recife, 1881, 54 pags. in-8°. D. Manuel <Io Rego Medeiros, 18° Bispo de Olinda - Filho de Manuel do Rego Medeiros e dona Marianna do Rego da Luz e irmão do dr. Antonio Manuel de Medeiros, já mencionado neste livro, nasceu em Aracaty, provincia do Ceará, a 21 de setembro de 1830 e falleceu em Maceió a 16 de setembro de 1866. Ordenado presbytero secular em junho de 1853 em Olinda, onde estudara os preparatórios para o estado ecclesiastico, foi instado pelo bispo d. João da Purifi- cação Marques Perdigão para ahi regei' uma cadeira no seminário, mas voltou á sua provincia em 1854, serviu algum tempo como capellão do exercito ; leccionou humanidades na cidade da Fortaleza, e foi um dos fundadores do collegio dos orphãos, depois entregue e mantido pela provincia, sendo elle lente de doutrina christã. Foi depois secretario do bispo do Pará, d. Antonio de Macedo Costa ; d'ahi passou â França onde fez alguns estudos no seminário de S. Sulpicio ; visitou em se- guida quasi toda a Europa, a Asia e parte da África e, voltando de Je- rusalém, fixou sua residência em Roma e recebeu na academia de sa- piência o gráo de doutor em ambos os direitos. Dispunha-se a partir, como missionário para o Japão, quando foi surprehendido pelo decreto de 5 de abril de 1865, nomeando-o bispo de Olinda, honra que só acceitou por instancias de Pio IX, que o tinha em grande estima. Sagrado em Roma a 12 de novembro, entrou em sua diocese a 12 de janeiro do anno seguinte de 1866. Foi de um desinteresse e de uma caridade ex- cessiva ; tudo o que ganhava repartia pelos pobres ; grave, mas de caracter expansivo e alegre, demonstrava particular predilecção pelas MA 187 crianças. Conhecia varias linguas e também artes liberaes, como a musica e o desenho. Escreveu: - Impressões de viagem aos Santos logares - Foram escriptas em França e publicadas em jornaes francezes. Nunca pude vel-as. No curto periodo de oito mezes de sua administração episcopal só me consta que publicasse: - Carta pastoral ao cabido, clero e ao povo de sua diocese para saudal-os, avisal-os de sua preconisação e inteiral-os do dia em que conta consagrar-se e de sua próxima partida para o meio delles. Recife, 1865, 14 pags. in-4°. - Carta pastoral que dirige ao clero e aos fieis de sua diocese no dia de sua posse solemne, etc. Recife, 1866, 60 pags. in-4°. Manuel Ribeiro de Almeida-Filho do importante fazendeiro Manuel Ribeiro de Almeida, nasceu em Maricá, no actual es- tado do Rio de Janeiro, fez parte do curso jurídico de S. Paulo, e exer- cia o cargo de chefe de secção da secretaria da instrucção publica do dito estado, então província. Escreveu: - Syllabario ou primeiro livro de leitura, premiado pelo Governo imperial, etc. Rio de Janeiro, 1883 - Sahiu a decima terceira edição em 1893. - Liberdade do ensino. Rio de Janeiro, 1868, 17 pags. in-8°. - Escola Normal primaria. Rio de Janeiro, 1869, 94 pags. in-8°. - Compendio de systema métrico decimal de pesos e medidas, para uso das escolas. Rio de Janeiro. Fez-se terceira edição em 1883 e quarta no anno seguinte. - Curso elementar de arithmetíca e de calculo mental, para uso das escolas. Rio de Janeiro, 1880, in-8°. - Curso elementar da língua portugu^za. Parte Ia. Curso prepa- ratório. Livro do professor. Rio de Janeiro, 1882, in-8° - E' um curso original que se recommenda pela facilidade do ensino, dando poucas regras e muitos exercícios práticos. Manuel Ribeiro da Silva, Lisboa - Natural da Bahia, falleceu ferido por misero assassino a 11 de abril de 1838 na pro- víncia do Rio Grande do Norte, onde se achava administrando a mesma província. Já havia presidido antes a província de Sergipe e era formado em direito pela Academia de Olinda em 1833. Escreveu: - Memória sobre a reforma que convém applicar ao jury do Brasil. Bahia, 1836, in-4°. 188 MA Manuel Rodrigues de Azevedo - Conhecido por Manuel Cabra e nascido em Pernambuco pelo anno de 1700, ahi falleceu na cidade do Recife. Na idade de 14 annos, perdendo seu pae, que era sapateiro, e sendo obrigado a sustentar sua mãe e duas irmãs, abraçou a profissão paterna. Fazia versos com muita facilidade e era, por isso, convidado para jantares, festas e reuniões, mesmo de familias da melhor sociedade. Algumas de suas poesias foram publicadas; outras ficaram inéditas. A pedido do presidente de Pernambuco escreveu: - Sonetos (quatro) - que foram impressos e affixados no cata- falco levantado por occasião das exequias da primeira Imperatriz do Brazil, d. Leopoldina, em 1827. Dous destes sonetos se acham nas « Ex- cavações », de Francisco Pacifico do Amaral. ( Veja-se este nome. ) Manuel RocLiúgxies Carneiro - Nascido no Rio de Janeiro a 15 de dezembro de 1845, apenas collaborou para algumas publicações periódicas desta cidade, como - 0 Heraclito: jornal sisudo e semanal. Rio de Janeiro, 1867. - 0 Mosquito: semanario illustrado. Rio de Janeiro, 1869. - Gazeta de Noticias. Rio de Janeiro, 1875. - Diário Popular. Rio de Janeiro, 1877. - A Folha Nova. Rio de Janeiro, 1882, - Escreveu: - Cinco semanas em balão por Julio Verne. Traducção. Rio de Janeiro, 1873, 284 pags. in-8°. Manuel Rodrigues Corrêa de Lacerda, - Filho de Manuel Rodrigues de Lacerda e dona Isabel Dias de Almeida, nasceu em Olinda, Pernambuco, no anno de 1719. Sendo mestre em artes, doutor em direito canonico e em theologia pela Universidade de Coimbra, exerceu o cargo de secretario do Bispo de Leiria, d. Álvaro de Abranches. A applicação ás sciencias severas não impediu-lhe a cul- tura das lettras amenas, sendo muito perito na poesia - diz Barbosa Machado - em que com elegancia summa e admiravel enthusiasmo compoz: - Genethliaco ou natalício augurado da senhora D. Maria do Carmo e Noronha, filha primogénita do senhor D. Álvaro de Noronha, etc. Lisboa, 1741, in-4° - Consta de 74 oitavas. Manuel Rodrigues da Costa - Nascido pelo anno do 1754, na freguezia de Carijós, comarca de S. João d'El-Rei, em Minas Geraes,falleceu em Barbacena em avançada idade, a 19 de janeiro do 1840, sendo presbytoro secular, conego da capella imperial, socio do MA 189 Instituto historico e geographico brasileiro, cavalleiro da ordem do Cruzeiro e da de Christo. Comprommettido na conspiração mineira de 1789, valeu-lhe seu estado sacerdotal para não soffrer pena maior do que a de ser mandado para Lisboa em 1792, estar preso na fortaleza de S. João da Barra quatro annos e só obter liberdade ao cabo de dez. Em Lisboa oceupou-se do estudo de fabricas e industrias, e no Brasil não só estabeleceu uma fabrica de tecidos, como também fez plantações de vinhas e oliveiras, emprezas que abortaram á falta do auxilio do go- verno, tendo igual sorte um projecto que apresentou ao Conde de Li- nhares para melhoramento de estradas, navegação de rios e povoação dos sertões de Minas. Foi deputado á Constituinte brasileira e á pri- meira legislatura, não acceitando o segundo mandado por causa de seu estado valetudinário. Teve entretanto a honrii de hospedar em 1830 o primeiro Imperador e sua augusta esposa em uma fazenda que possuia em sua província natal. Escreveu: - A Sua Alteza o Príncipe regente constitucional, defensor per- petuo do Brasil. Rio de Janeiro, 1822, 16 pags. in-4°, versa sobre assumptos da epoca. - Oração em acção de graças pelo feliz e desejado nascimento de S. A. I. Sr. D. Pedro de Alcantara, recitada na matriz da villa de Barbacena no dia 22 de janeiro deste anno. Rio do Janeiro, 1826, 16 pags. in-8°. - Memória sobre a catechese dos indios, composta e dirigida ao Illm. e Revm. Sr. Io secretario do Instituto historico e geographico brasileiro, 14 pags. in-fol. Inédita. - Memória acerca das ruínas que se dizem existir entre os sertões da Bahia- Foi também enviada ao Instituto, lida na sessão de 3 de maio e deliberada na seguinte sessão de 21 de maio de 1841 sua publi- cação na Revista Trimensal. - Tratado da cultura do pecegueiro. Lisboa, 1801, V1I-13Ô pags. in-8° com 16 estampas. Vlíximd Rodrigues Gameiro I^essoir, Visconde de Itabaiana - Natural de Portugal e brasileiro pela constituição do Im- pério, falleeeu a 22 de janeiro de 1846, sendo ministro plenipotenciário do Brasil junto á côrte do rei das Duas Sicilias, grã-cruz da ordem do Cruzeiro e commendador da de Christo. Subiu à cupola da grandeza por seu merecimento e era o decano dos diplomatas brasileiros, sendo nomeado em 1822 por José Bonifácio nosso ministro plenipotenciário na França. Contribuiu muito com sua prudência, perspicácia e tino para 190 MA firmar no throno de Portugal a senhora D. Maria II, e reconhecendo isso, a mesma senhora concedeu-lhe uma pensão annual. Escreveu: - Exposição fiel sobre a negociação do empréstimo que o Império do Brasil ha contrahido em Londres e sobre as vantagens delle resul- tantes. Londres, 1827, 90 pags. in-4°. - Resposta dada ao relatorio da commissão creada pela lei de 4 de dezembro de 1830, offerecida à assembléa legislativa do Brasil. Rio de Janeiro, 1832, 124 pags. in-8° seguidas de vários documentos. Manuel Rodrigues Jardim-Natural de Villa-Boa, hoje cidade de Goyaz e capital da provincia deste nome, falleceu no anno de 1835. Era presbytero secular; foi eleito deputado ás côrtes por- tuguezas em 1821 pela provincia de Minas, sem teralli tomado assento, e por sua provincia natal, de que foi procurador geral, além de repre- sental-a como supplentenas duas ultimas sessões da segunda legislatura brasileira, e foi eleito deputado á terceira, que não concluiu. Escreveu: - Oração fúnebre que, por occasião das exequias celebradas em memória da Illma. e Exma. Sra. Condessa deObiduS, D. Helena Maria Josepha Xavier de Lima, em Villà Rica, no dia 10 de março de 1814, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1814, 18 pags. in-4°. - Oração que na solemne acção de graças pelo faustoso nascimento da princeza imperial, a senhora D. Francisca, no dia 28 de agosto de 1824, recitou, etc. Ouro-Preto, 1824, 10 pags. in-4°. Manuel Rodrigues Leite Oiticica -• Filho de Ma- nuel Rodrigues da Costa e dona Rosa Maria Leite Sampaio, nasceu a 8 dedezembro de 1822 na villa de Anadia, província de Alagoas, e falleceu numa fazenda, que possuía na mesma provincia, a 18 de maio de 1884. Era doutor em medicinapela faculdade do Rio de Janeiro, commendador da ordem da Rosa. Escreveu: - Dissertação inaugural sobre o regimen alimentar do homem no estado de saude, que foi apresentada, etc. e sustentada em 12 de de- zembro de 1844. Rio de Janeiro, 1844, 40 pags. in-4°. - Cultura da canna e fabrico do assucar: relatorio apresentado á presidência da provincia de Alagoas. Maceió, 1856, in-4°. Mímuel Rodrigues de Alassena - Natural de Ca« taguazes, Minas Geraes. Escreveu: - Philologia'. serie de escriptos publicados no Cruzeiro em 1881 - 0 13°, que tem por titulo « Emprego do pronome reflexivo se com verbos adjectivos », vem no numero 297, de 27 de outubro de 1881. MA 191 Manuel Rodrigues Netto - Natural de Olinda, pro- vincia de Pernambuco, onde vivia no primeiro quartel do século 18°, era presbytero secular, e muito estimado por seu saber e virtudes. In- dignado com a rebellião dos Mascates, de 1710, e mais ainda com os sa- crílegos atrevimentos, como diz o padre J. Dias Martins, com que o traidor Camarão e sua ca fila ameaçavam o bispo D. Manuel Alves da Costa, seu amigo, offereceu-se para lhes intimar a sentença de excom- munhão contra elles fulminada pelo dito bispo e para isso foi até Ipo- juca e publicou-a, apezar de ameaçado de morte pelas avançadas de Ca- marão. Consta ser de sua penna: - Guerra civil ou sedição de Pernambuco. Exemplo memorável aos vindouros. Primeira parte, 128 pags. in-8° - Foi impressa sob esse titulo na Revista do Instituto historico e geographico do Brasil, 3a serie, n. 9, 1 de fevereiro de 1853, e constitue o Io numero da mesma revista de 1853. Só trata da rebellião dos Mascates. Manuel Rodrigues de Oliveira, Io - Natural de Portugal, falleceu brasileiro, pela independencia do Império, a 25 de outubro de 1826, no Maranhão, onde se estabelecera em 1804. Era bacharel em medicina pela universidade de Coimbra e mui distincto clinico, tendo aqui exercido os cargos de commissario delegado do physico-mór e o de cirurgião-mór do reino. Escreveu: - Folha medicinal do Maranhão. Maranhão, 1822 - Sahio o Io numero a 11 de março, promettendo o dr. Oliveira « definir e de- screver cada uma das principaes moléstias desta provincia, que mais a affligiam e despovoavam, e indicar o methodo curativo » e nada disso fez até o dia 10 de junho, em que sahio o ultimo numero, 14°. Em critica a esta publicação redigiu o padre José Gonçalves Ferreira da CruzTesinho ( veja-se este nome ) a Palmatória semanal. Manuel Rodrigues de Oliveira, 2o - Natural da Bahia, major da guarda nacional. Escreveu: - Novos indícios da existência de uma antiga povoação aban- donada no interior da província da Bahia: noticia communicada ao Instituto historico, etc. - Se acha na Revista Trimensal, tomo 10°, pags. 363 a 373. - Memória sobre objectos encontrados que corroboram a suppo- sição da existência de uma antiga povoação abandonada no interior da província da Bahia - Foi oílerecido o manuscripto ao Instituto historico a 20 de setembro de 1848. 192 MA Manuel Rodrigues Passos - Natural de Pernam- buco e guarda da bibliotheca provincial; nesse exercicio escreveu: - Catalogo dos livros pertencentes á bibliotheca da província de Pernambuco, coordenado, etc. Recife, 1854, 109 pags. in-4°. Manuel Rodrigues Peixoto - Filho do coronel Germano Rodrigues Peixoto e dona Maria Joseplia da Silva Peixoto, nasceu em Campos, actual estado do Rio de Janeiro, a 1 de agosto de 1843. Bacharel em direito pela Faculdade de S. Paulo, advogou na cidade de seu nascimento, foi deputado provincial em varias legis- laturas e deputado geral pelo Rio de Janeiro em uma legislatura. Collaborou para o Monitor Campista e outras folhas. Escreveu: - Colonisação. Rio de Janeiro, 1886, 40 pags. in-8° - E' uma collecção de escriptos que publicou no Monitor Campista e que foram reproduzidos na Gtzeta de Noticias. Neste trabalho o autor condemna a colonisação asiatica e considera a nacional, por ora, irrealizável no Brasil, parecendo-lhe superior a indigena. - A crise do assucar e a transformação do trabalho. Rio de Ja- neiro, 1885, in-8n. - A lavoura em Campos e a baixa do assucar. Campos, 1874, 48 pags. in-8°. - A questão religiosa e a maxima de Cavour - Nunca vi este trabalho, nem o que se segue. - A republica ou a monarchia por Eigoesto. - Discursos pronunciados ms sessões de 18 de abril, 2 de agosto, 11 e 15 de setembro de 1882. Rio de Janeiro, 1882, 75 pags. in-8°. Versam sobre o lyceu de Campos, a escola agricola, o porto de S. João da Barra e sobre o orçamento da receita. - Orçamento do Ministério da agricultura: discurso pronunciado na sessão de 9 de maio de 1884. Rio de Janeiro, 1884, in-8°. - A interpellação ao Sr. ministro da Agricultura: discurso pro- ferido na sessão de 22 de maio de 1888. Rio de Janeiro, 1888, in-8°. - Discursos parlamentares, proferidos na sessão do corrente anno. Rio de Janeiro, 1888, in-8° - O dr. Rodrigues Peixoto collaborou no Monitor Campista q na Lux, onde publicou poeúas, como - Itaperuna: recordação de um amigo: poesia traduzida do francez, ollerocida ao dr. Francisco Portella por A. Brethel. E re- digiu: - O Futuro', orgão do partido liberal. Campos. MA 193 Manuel Rosentino cie Souza - Filho de José Gomes de Souza e dona Justina de Souza, nasceu na cidade de Itaparica, Bahia, a 30 de agosto de 1864 e alli falleceu a 3 de outubro de 1897. Depois de alguns estudos de preparatórios dedicou-se á carreira com- mercial e foi socio e orador do Club caixeirense da Bahia ; no governo, porém, do doutor Virgilio Damasio foi nomeado offlcial da secretaria da camara dos deputados, logar que exerceu com proficiência até a epoca do seu fallecimento. Foi desvelado cultor das musas e tambem jornalista, collaborando no Jornal de Noticias, no Diário de Noticias e Gazeta cie Noticias da Bahia, e depois na redacçãodos seguintes jornaes: - Diário do Povo. Bahia... - Republica Federal. Bahia...- Escreveu: - Sonetos e sonatas: versos ( 1885-1887 ). Bahia, 1887, 156 pags. in-8° - São 59 composições. - Lyra bohemia: secção humorística da Gazeta de Noticias - Com pseudonymo de Fanfistu, publicou elle uma serie de poesias, em que revelou-se o mais engraçado humorista de seu tempo na Bahia. Ha em vários jornaes poesias suas, tanto originaes como traduzidas ou paraphraseadas do francez. Destas é muito celebre o - Coup de tampon, de Coupée, que elle publicou com o titulo de choque dos trens - Vi publicado na Bahia depois de sua morte: - Contrastes - na Reviste Popular da Bahia, anno Io, n. 3. E' uma poesia que deixa conhecer o talento robusto, e estro sublime do autor. Deixou inédito um livro de versos sem titulo. Manuel Salbino Baptista- Nascido a 30 de dezembro de 1868 na serra Teixeira, estado da Parahyba, era offlcial da secre- taria do interior do Ceará, em cuja capital falleceu a 16 de agosto de 1899. Membro da sociedade litteraria Padaria espiritual da Forta- leza, era dado á poesia e á imprensa, havendo collaborado assiduamente nosjornaes do Pai^ b Ceará. Escreveu: - Flocos: versos. Ceará, 1894. - Vagas: versos. Ceará, 1896 - Redigiu: - Província do Pará: diário. Belém, 1899. Manuel Said. Adi Ida - Nascido na cidade de Petropolis a 21 de outubro de 1861, é professor por concurso da cadeira de allemão do Gymnasio nacional e da Escola militar. Em 1895 foi á Europa, commissionado pelo governo, para estudar a organisação do 194 MA ensino secundário e particularmente o das linguas vivas, em que é assaz versado. Escreveu: - Nova grammatica allemã. Rio de Janeiro, 1894, in-8°. - Primeiras noções de grammatica franceza pelo Dr. Carlos Plo- etz, vertidas do allemão e adaptadas á lingua portugueza. Rio de Ja- neiro, 1894, in-80 - Ha segunda edição de 1896. - Primeiras noções sobre as scieucias naturaes de Th. Wuxley, traduzidas e adaptadas ao portuguez. Rio de Janeiro, in-8°. - Methodologia e ensino - Na Revista do Pedagogium de maio de 1896. - Relatorio apresentado ao Ministério da justiça e negocios in- teriores sobre o ensino secundário na Europa. Rio de Janeiro, 1896, in-8®. - Ensino moderno das linguas vivas. The english estudent ( o es- tudante de inglez ). Methodo pratico, natural do estudo da lingua ingleza, com a iniciação no conhecimento dos usos, costumes e historia dos paizes onde se falia o inglez, pelo professor Emilio Hansknecht, director da XII escola de Berlim, obra traduzida e adaptada ao portuguez. Rio de Janeiro, 1898, in-8°. - Nova selecta franceza do Dr. Carlos Kúhn, com 35 illustrações, uma cartada França, uma vista e uma planta de Paris, acompanhados de notas explicativas, etc. Rio de Janeiro, 1899. - Verbos sem sujeito - Na Revista Brasileira. - A accentuação - Idem. - A collocação dos pronomes pessoaes na linguagem corrente - Idem. - Questões orthogra] hicas - Idem. Este autor tem outros artigos de critica litteraria e de linguística no Novidades e no Jornal do Brasil. D. Fr. Manuel cie Santa Catliariua, Bispo de S. Paulo deLoanda- Filho do Antonio Cavalcante de Albuquerque e dona Isabel de Góes, nasceu cm Olinda entre os dous últimos quartéis do século 17°, segundo parece, e falleceu em S. Paulo de Loanda em 1737. Carmelita professo no convento de Olinda, gozando de distincta reputação, tanto por suas virtudes, como por sua erudição nas cousas sigradas, foi nomeado provisor do bispado de Pernambuco e como tal regendo o mesmo bispado por occasião da guerra dos mascates, co- operou efficazmente para o restabelecimento da ordem, quer na tribuna quer nas providencias que tomou, sendo que n'uma grande solemnidade feita á Nossa Senhora do O', invocada pelo povo para afastar da patria os males que a opprimiam, prégou verdadeiramente inspirado em todas MA. 195 as novenas. Soffreu dos revoltosos calumnias de que afinal triumphou. Deixando o bispado com a volta do respectivo prelado, foi a Portugal, onde exerceu o cargo de examinador synodal da diocese de Angra ; depois o de provisor da de Angola e Congo, e fiualmente foi nomeado bispo de Angola a 20 de maio de 1720, sagrado a 14 de julho do mesmo annoo fazendo em seguida sua entrada solemne na cidade epis- copal de S. Paulo de Loanda. De seus sermões e de outros escriptos apenas posso citar: - Suave harmonia sobre as cinco vozes ou palavras de Nossa Se- nhora- Desta obra, que nunca foi impressa, faz menção frei Manuel de Sá nas Memórias históricas dos escriptores carmelitas da provincia de Portugal, cap. 72, pag. 368. - Informações sobre as missões do Congo - Acha-se na Historia do Congo, do Visconde de Paiva Manso. Foi escripta essa obra em vista de uma queixa formulada pelos capuchinhos contra os padres de taes missões, que são pelo autor defendidos energica e vigorosamente. E' um trabalho de folego, extenso. Fr. Manuel cie Santa Catlxarina Furtado - Filho de Francisco Gonçalves Furtado e dona Emilia Laura Furtado, nasceu em Jequié, termo de Taperoá, na provincia da Bahia, a 30 de setembro de 1835 e falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 9 de abril de 1896. Monge benedictino, professo no mosteiro de S. Sebastião da cidade da Bahia a 5 de outubro de 1851, tendo estado sete mezes como pupillo até completar a idade precisa para a profissão, passou ao mos- teiro de Nossa Senhora de Monte Serrate do Rio de Janeiro, onde fez o curso de humanidades e o de theologia, e ordenou-se em 1858. Na instituição do externato gratuito deste mosteiro foi nomeado lente de latira, cargo que desempenhou durante 36 annos. Foi ahi sub-prior e mordomo ; depois abbade em S. Paulo e por ultimo abbade no Rio de Janeiro. Erudição profunda nas lettras sagradas, probidade e lha- neza em todos os actos, physionomia sympathica, trato ameno e bon- dade excessiva, angariava a estima, o respeito e a admiração dos que o conheciam. Era o primeiro orador sagrado da Capital Federal e talvez do Brasil. Deixou inéditos seus - Sermões e orações ( poroceasião de festividades religiosas, fúne- bres, etc. )-Vi, ha muito, autographos que impressos não dariam menos de cinco bons volumes. Só sei que se publicaram: - Oração fúnebre nas solemnes exequias do papa Pio IX, cele- bradas no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1878 - Foi publicada no Apostolo, 196 MA - Oração fúnebre nas exequias de D. Pedro V, rei de Portugal, celebradas na igreja de S. Francisco de Paula - Publicada no Diário do Rio de Janeiro pela Sociedade portugueza de beneficencia, que conferiu ao autor o titulo de socio bemfeitor. - Oração fúnebre nas solemnes exequias celebradas pela Asso- ciação catholicaem memória do arcebispo da Bahia, D. Manuel Joaquim da Silveira, Conde de S. Salvador, em 1874 - Não sei onde foi publi- cada; só sei que foi muito applaudida por toda corporação e por nota- bilidades litterarias, e que valeu-lho o titulo de prégador imperial. Fr. Manuel <le Santa Maria Itaparica - Nascido na villa de Itaparica da província da Bahia, no anno de 1704, falleceu, segundo calculo, depois de 1768. Professou no convento de Iguarassú da ordem seraphica de S. Francisco, com 16 annos de idade, a 2 de julho de 1720, fez nessa ordem todos os seus estudos e exerceu o ministério da predica, segundo se exprimiu Jaboatão no seu Orbe seraphico, «ajustado ás regras da arte o leis do Evangelho». Foi destro cultivador das llores do Parnaso, diz ainda este autor, e « dos fructos de seu trabalho se poderiam ter colhido alguns volumes si assim como se acham por particulares mãos se ajuntassem em um corpo ». De suas obras se conhecem: - Eustachidas: poema sacro tragi-comico - em que se contém a vida de Santo Eustachio, martyr, chamado antes Plácido, e de sua mulher e filhos, por um anonymo, natural da ilha de Itaparica, termo da cidade da Bahia ; dado á luz por um devoto do mesmo Santo, ( sem logar e anno da publicação, que foi em Lisboa pelo anno de 1769 ) 132 pags. in-4° - Este poema foi attribuido, como o suppoz á principio o Visconde de Porto Seguro e com elle J. M. da Costa e Silva, ao padre Francisco de Souza, de quem fiz menção neste livro. Com a publicação, porém, da parte segunda do Orbe seraphico ficou demonstrado quem era seu autor. E' um livro de grande mérito na opinião de homens iIlustres que o leram, e consta de seis cantos em oitava rima, dos quaes foram alguns trechos reproduzidos no Florilégio da poesia brasileira, tomo 1°, pags. 151 a 181, e é nesta transcripção à pag. 152, que aquelle Visconde diz ser o Eus- tachidas do padre Francisco de Souza ; mas logo na introducção, escripta e impressa depois, declara elle ter certeza de que seu verdadeiro autor era frei Santa Maria Itaparica. - Descripção da ilha de Itaparica: conto heroico, extrahido do poema sacro Eustachidas. Bahia, 1811, in-8° - Foi editor deste poema o coronel Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva, já por mim MA 197 commemorado neste diccionario e, como vê-se, foi antes publicado com o precedente em Lisboa. - Epigramma latino á morte do fidelíssimo rei D. João V -Acha-se na « Relação panegyrica das exequias, etc. » - Canção fúnebre á morte d'el-rei D. João V - Idem e no Mo- saicopoetico de Emilio Adet e J. Norberto, pag. 26. - Sobre as vozes tristes dos sinos. Ao fúnebre estrondo da arti- lharia. A' sentida morte d'el-Rei: sonetos - Idem, tres sonetos. - Manifesto das grandes festas que se fizeram na Capital da Para- hyba aos faustíssimos casamentos dos Príncipes de Portugal o Cas- tella, dedicado, etc.: canto heroico e panegyrico em oitavas - Acha- va-se prompto a entrar no prelo em 1768. D. Manuel <los Santos Pereira - Filho do Manuel dos Santos Pereira e dona Maria Luiza dos Santos Pereira, nasceu na cidade de Santo Amaro, Bahia, a 12 de março de 1827. Com o curso respectivo do seminário archiepiscopal, recebeu as ordens de presbytero em 1853 e desde então dedicou-se todo á religião. Foi visitador do ar- cebispado em 1856, e depois professor de latim do seminário ; conego, primeiramente honorário e mais tarde prebendado, examinador sy- nodal, vigário geral, desembargador da relação ecclesiastica, prelado domestico do pontiflce Pio IX, arcediago e depois chantre da cathedral de sua provincia, e de 1879 a 1891, occupou por mais de uma vez, o cargo de vigário capitular. Preconisado bispo de Eucarpia na Phrygia e auxiliar do arcebispo d. Antonio de Macedo Costa pelo Papa Leão XIII em 1890, foi, no mesmo anno, sagrado e em 1893 preconisado bispo de Olinda, recebendo as bulias de confirmação e tomando posse por procuração, a 20 de dezembro do mesmo anno. E' prelado assistente ao solio pontifício e conde romano. Sinto não ter podido até agora obter uma nota de seus trabalhos, mas apenas dos seguintes: - Carta de monsenhor, vigário capitular da Archidiocese da Bahia aos reverendissimos parochos da mesma Archidiocese sobre a restau- ração de alguns pontos da disciplina ecclesiastica. Bahia, 1880, lôpags. in-4°. - Carta pastoral sobre a restauração dos estudos ecclesiasticos nesta Archidiocese. Bahia, 1880, 16 pags. in-4°. - Mandamento do monsenhor, etc., para a quaresma do corrente anno de 1881. Bahia, 1881, 35 pags. in-4°. - Carta pastoral ao clero e fieis da Archidiocese da Bahia, com- municando as occurrencias dadas e que foi acceita pelo Pontiflce a re- 198 MA nuncia pedida pelo arcebispo Conde de Monte Paschoal, e aconselhando firmeza na fé catholica. Bahia, 1890, in-4°. - Leituras religiosas. Revista catholica e semanal. Bahia, 1899. Mrxiniel <la Silva Capistrano - Natural da Bahia. Nada sei a seu respeito, senão que escreveu: - Exposição das occurrencias havidas na eleição do juizes de paz e vereadores do termo de Itapicurú de Cima a 27 de fevereiro do cor- rente anno. Bahia, 1870, 36 pags. in-4°. Manuel <la Silva Guimarães Araxá - Filho de João Joaquim da Silva Guimarães, 3° deste livro, e irmão do Bernardo José da Silva Guimarães e de Joaquim Caetano da Silva Guimarães, também neste livro contemplados, nasceu na cidade de Ouro Preto em 1821 e fallecm no Rio de Janeiro a 12 de julho de 1870, gozando de geral estima, presbytero secular tendo por algum tempo parochiado a freguezia de Santo Angelo, no Rio Grande do Sul. Chamava-se Manuel Joaquim da Silva Guimarães e sendo nomeado conego da Capella imperial, quando se achava no Rio de Janeiro um capellão do exercito com egual nome, este apressou-se em tirar o respectivo titulo, facto que levou o agraciado a assignar-se como acima se acha. Foi deputado a decima legislatura da assembléa provincial mineira e escreveu gande numero de - Poesias - que nunca foram colleccionadas, só se conhecendo: - O Ipè, rei das florestas: poesia - publicada nas Harmonias brasileiras do dr. Antonio Joaquim de Macedo Soares, pags. 27 a 33, - Saudades de minha aldeia: idyllio«encantador em versos primo- rosos, sufficientes para dar-lhe reputação de poeta » na expressão do erudito autordas Ephemerides mineiras. Ha muitos annos tratou-se da publicação das obras poéticas do padre Guimarães Araxá, das de seu pai e de seu irmão Bernardo, mas ainda não se realizou isso. Manuel da Silva Mafra - Filho do commendador Marcos Antonio da Silva Mafra e dona Maria Rita da Conceição Mafra, nasceu -na capital de Santa Catharina a 12 de outubro do 1831, Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, depois de feito o seu quatriennio de magistratura em sua província, alli occupou os cargos de director da instrucção publica e do delegado da extincta repartição das torras publicas e colonisação, sendo por diversas vezes eleito deputado provincial. Nomeado juiz de direito, exerceu este cargo successivamente em Pernambuco, Paraná, onde MA 199 também foi chefe de policia, Minas e Nictheroy, e dahi foi removido para a vara da provedoria nesta capitai, em cujo cargo se achava, quando foi proclamada a republica. Creado o tribunal civil e criminal no districto federal, foi um dos magistrados aproveitados para consti- tuil-o, conforme a lei da sua organisação, sendo eleito por seus collegas presidente do mesmo tribunal, e como juiz delle aposentou-se. Pre- sidiu a província do Espirito Santo, e nas legislaturas de 1881 a 1884 e de 1885, representou, como deputado geral, a sua província natal, tendo sido ministro da justiça no gabinete de 21 de janeiro de 1882. E' ad- vogado e escreveu: - Jurisprudência dos Tribunaes, compilada dos accordãos dos tribunaes superiores, publicados desde 1841. Rio de Janeiro, 1868, 3 vols. in-8°. - Novo Formulário dos termos dos prccessos, de inquérito policial, do formação de culpa e julgamento perante o jury, conforme a re- forma judiciaria feita pela lei n. 2033, de 20 de setembro de 1871 e re- spectivo regulamento, e annotado com as decisões dos tribunaes, etc. Rio de Janeiro, 1877, in-4°. - Repertório ou índice Alphabetico da lei de alistamento militar, annotado. Rio de Janeiro, 1875, in-8®. - Promptuario das Leis de Manumissão ou índice Alphabetico das Disposições da lei n. 2040, de 28 de setembro de 1871, Regulamentos ns. 4835, de 1 de dezembro de 1872, 4860, do 8 de março de 1872, 6341, de 20 de setembro de 1876, annotados com avisos do Ministério da Agricultura, Commercio e Obras Publicas e com a jurisprudência do Conselho de Estado, das Relações e Supremo Tribunal de Justiça. Rio de Janeiro, 1877, in-8'. - Repertório ou índice Alphabetico da nova organisação da jus- tiça do Districto Federal ( Dec. n. 1030, de 14 de novembro de 1890) ex- pondo o systema da organisação, a nomenclatura dos novos juizes e tribunaes e as respectivas competências. Rio de Janeiro, 1891,in-4°. - Discursos pronunciados nas sessões de 31 de março e 4 de maio de 1882, como deputado e ministro, no Senado e na. Gamara. Rio de Janeiro, 1882, in-8°. - Discurso proferido na sessão de 1 de setembro de 1884 pelo de- putado, etc. Rio de Janeiro, 1884, in-8° - O autor, encarregado pelo estadode SantaCatharina de estudara questão de limites como estado do Paraná, escreveu e acha-se no prélo da Imprensa nacional: - Exposição historico-juridica por parte de Santa Catharina sobre a questão de limites com o estado do Paraná, submettida, por accordo de ambos os estados,âdecisão arbitrai. In-8° -- Deste trabalho, 200 MLA. é parte a publicação feita no Jornal do Commercio de 12 de agosto de 1899, sob o titulo «Um capitulo de historia patria( 1534 a 1765 ). Creação das Capitanias do Rio de Janeiro, Minas Geraes, S. Paulo, Santa Catharina, Matto Grosso e Rio Grande do Sul». Manuel da Silva Pereira - Natural da Bahia, onde nasceu, segundo calculo, pelo anno de 1816, foi major do corpo de enge- nheiros, reformado por decreto de 26 de setembro de 1866, e falleceuna capital de sua província a 14 de agosto de 1868. Fez o curso completo da antiga academia militar e serviu sempre no mencionado corpo desde 1839, data de sua promoção a segundo-tenente, em 2 de dezembro. Foi um militar brioso e intelligente, e desempenhou varias commissões do governo imperial com honra e zelo. Escreveu: - Elementos de arithmetica. Bahia, 1852, 385 pags. in-8n- Teve segunda edição na Bahia em 1861, e creio que outra. - Elementos de geographia e astronomia: compendio oíferecido e dedicado ao Illm. Sr. Dr. Abilio Cezar Borges. Bahia, 1860, VIII-228 pags. in-8°. - Elementos de algebra. Bahia, 1868, in-8°. - O espiritismo-, carta dirigida ao Sr. Luiz Olympio Telles de Me- neses, em resposta á que o dito senhor dirigiu ao Exm. e Revm. Ar- cebispo da Bahia, D. Manuel Joaquim da Silveira. Bahia, 1867, in-4"- ( Veja-se aquelle nome e Juliano José de Miranda ). - Planta da ponte que se ha de edificar sobre o rio Jaguaripe afim de comMiunicar a cidade de Nazareth com a povoação da Conceição, Bahia, 19 de abril de 1851 - O original está no Archivo militar. - Desenho linear ou noções de geometria: compendio apropriado ás escolas primarias e approvado pelo Conselho superior de instrucção publica da Bahia. Bahia - Ha deste livro mais de uma edição e com accrescimos. Creio ser uma delias, a seguinte: - Noções de geometria para comprehensão do desenho linear: compendio apropriado ãs aulas primarias, etc. especialmente offere- eido ao Illm. Sr. Dr. Abilio Cezar Borges. Bahia, 1862, 42 pags. in-12°. - Relatorio sobre a navegabilidade do rio Paraguassú ( província da Bahia ). Bahia.... in-8°. Manuel <la Silva Romão - Filho de José da Silva Romão e dona Gertrudes Zeferina Romão, e nascido a 8 de setembro de 1831, na Bahia, falleceu na freguezia de Mendes, província do Rio de Janeiro, no annode 1878 ou 1879. Doutor em medicina e socio do Con- MA 201 servatorio dramatico daquella provincia, entrou para o corpo de saude da armada no anno immediato á sua formatura, 1860 ; foi transferido para o do exercito a seu pedido, e militou na campanha do Paraguay, sendo reformado no posto que tinha, de 2o cirurgião tenente em 1867. Escreveu: - Tartaroemetico-. emprego, effeitos physiologicos etherapeuticos; Terminações da inflammação ; Existirão prodromos de moléstias? Po- der-se~ha em geral ou excepcionalmente afilrmar que houve estupro ? these apresentada, etc. Bahia, 1859, in-4°. - Opusculo sobre a moral com relação aos conhecimentos médicos instructivo e distractivo. Rio de Janeiro, 1873, 38pags. in-8°. Manuel da Silva Rosa - Natural do Rio de Janeiro e fallecido a 15 de maio de 1793, era presbytero secular, amigo e muito estimado do bispo d. Antonio do Desterro e musico distincto. Era notável por seu espirito ascético e só o padre José Mauricio, que surgiu após elle, lhe fazia frente ; fóra este não teve competidor em sua época. Compoz muitas - Operas sagradas- altamente apreciadas por to los os artistas e amadores da musica do sanctuario, algumas das quaes, parece-me, ainda hoje se executam. Entre suas composições, nota-se a celebre - Musica da paixão de Jesus Christo - executada pela primeira vez na capella real do Rio de Janeiro, e depois no convento de Santo Antonio. Manuel da Silveira. Rodrigues - Vivia no Rio de Janeiro em 1833 e era doutor em medicina, medico da imperial ca- mara e lente do 4o anno da antiga Academia medico-cirurgica. Es- creveu: - Memória sobre as aguas hydro-sulfuradas, quentes ou não; sobre a agua virtuosa ou acidula da provincia de Minas Geraes, in- cluídos seus usos médicos, externos ou internos. Rio de Janeiro, 1833, 23 pags. in-4° - Foi reimpressa no Archivo medico brasileiro, tomo 4°, 1847-1848. Manuel Soares dia Silva Rezerra - Filho do tenente-coronel Antonio Bezerra de Menezes e dona Fabiana de Jesus Maria Bezerra e irmão do doutor Adolpho Bezerra de Menezes, já men- cionado neste livro, nasceu no Riacho do Sangue (Ceará) em agosto de 1810 e falleceu na cidade da Fortaleza a 29 de novembro de 1888, bacharel em direito pela faculdade do Recife e cavalleiro da ordem de 202 MA Christo. Foi deputado provincial e geral pelo Ceará, deu-se ao magis- tério, foi membro do Conselho da instrucção publica e escreveu: - Compendio de grammatica philosophica do lyccu provincial. Ceará, 1861, IV-128 pags. in-8°. - Compendio de grammatica da lingua nacional. Fortaleza, 1877, 80 pags. in-8°. Maimel <Io Souza Gfirrciít - Filho de José de Souza Garcia, nasceu na cidade do Recife, capital de Pernambuco, a 8 do março de 1829 e bacharel em direito pela faculdade de Olinda, foi pro- motor publico no Recife, secretario da policia no Ceará e depois do proclamada a Republica, foi nomeado desembargador da Relação desse estado. Escreveu: - O triumpho das armas brasileiras: poesias. Ceará, 1870, in-4° - São escriptas por occasião da guerra com o Paraguay. Msiimel de Souza - Filho do doutor An- tonio de Souza Magalhães e dona Maria José de Jesus, nasceu na cidade de Olinda, em Pernambuco, sendo baptisado a 19 de novembro de 1744 e falleceu a II de novembro de 1800. Presbytero secular, orde- nado em 1778, depois de haver se dedicado ao magistério como pro- fessor de latim, desde 1768, foi noméado capellão do presidio de Fernando de Noronha, em outubro de 1780. Foi pregador muito applaudido em sua época e cultivou as lettras amenas, com particula- ridade a poesia. De suas obras nada foi publicado em sua vida ; depois, porém, publfcaram.-se: - Tres cânticos á N. S. da Penha ; um hymno á N. S. do Carmo; quatro sonetos, duas glosas e dezesete decimas, oíTerecidas ao gover- nador D. Thomaz José de Mello - nas « Biographias de alguns poetas e homens illustres de Pernambuco » por Antonio Joaquim de Mello, Pernambuco, 1856 e 1859, 2 vols. Um dos cânticos á N. S. da Penha, composto quando o autor tinha apenas 18 annos de idade, ainda hoje é cantado nas novenas que em honra da Virgem celebram-se em Pernam- buco e, referindo-se a esses verses, nota o citado A. J. de Mello a elevação dos pensamentos, a gravidade, a doçura e harmonia de todas as expressões. - Soneto ao natalício da rainha D. Maria I - na «Memória his- tórica o biographica do clero Pernambucano » pelo padre Lino de Monte Carmello. Recife, 1857. Sabe-se que o padre Magalhães escreveu: - O monte de mirra- obra que se achara na offleina de Galhardo, em Lisboa, para ser impressa, segundo declara o autor em seu testa- MA 203 mento, feito dous dias antes de fallecer, assim como que entregara ao palre Manuel José de Góes, para dar-se ao prelo em Lisboa, úma: - TraducçSo das Noites Clementinas - cujo fim sejgnora. Manuel cio Souza e Silva- Nascido em Portugal e brasileiro por adherir á independencia, ou nascido em Santa Catharina, viveu muitos annos e falleceu com avançada idade na cidade do Des- terro, antiga capital daquella província, hoje estado. Foi poeta, mas de suas composições só conheço: - Ao muito alto e muito poderoso Sr. D. Pedro II, Imperador do Brasil. Santa Catharina, 1845. Manuel Tavares da Silva - Nasceu na villa de Gui- marães, no Maranhão, a 22 de julho de 1829, e é presbytero secular, bacharel em theologia pela universidade de Coimbra, lente de theo- logia dogmatica do seminário de sua patria, examinador synodal, co- nego magistral e arcediago 3a Sé maranhense. Escreveu: - Manual ecclesiastico ou collecção de formulas para qualquer pessoa, ecclesiastica ou secular, poder regular-se nos negocios que tiver a tratar no fôro gracioso ou livre e contencioso da egreja, acom- panhado de cadastros dos diversos processos, regulamentos, portarias de faculdades, regimento de custas para o fôro gracioso da egreja, ta- bellas dos emolumentos parochiaes, e nota dos documentos e outros papeis sujeitos ao sello nacional, e seguida de uma synopse chronologica dos alvarás, leis, decretos, assentos, provisões, resoluções e avisos do Governo, tendentos a ampliar e regular o direito ecclesiastico da egreja brasileira, assim como algumas bulias e varias disposições da Santa Sé, que, lhe sendo peculiares, constituem as suas liberdades, etc. S. Luiz, 1860, 517 pags. in-4° - Este livro teve segunda edição correcta e augmentada, S. Luiz, 1870, XI-491 pags. in-4°. - Pirecer sobre o projecto de lei da Camara dos Deputados, que re- voga o art. 2o e seus paragraphos, do decreto n. 1911 de 20 de março de 1853, emittido em virtude do offlcio circular de 1 de outubro de 1866, expedido pelolllm. e Exm. Sr. Bispo diocesano, D. Frei Luiz da Conceição Saraiva. S. Luiz, 1867, 20 pags. in-8'. - Oração recitada nas exequias do S. M. F. d. Maria II, Rainha de Portugal, que, na egreja cathedral fizeram celebrar os Illms. Srs. vice-consul da nação portugueza e mais portuguezes residentes nesta cidade. Ponta Delgada, 1854, 16 pags. in-4° - Foi antes publicado no livro « Exequias, que pela infausta e sentida morte do S. M. F., a 204 MA senhora D. Maria II, fizeram celebrar os portuguezes residentes na ci- dade do Maranhão. Maranhão, 1854, 40 pags. in-8rt. - Oração fúnebre recitada no dia 1 de junho de 1858 por occasião das solemnes exequias, que em suffragio da alma do fallecido presi- dente desta provincia, o Exm. Dr. Eduardo Olympio Machado, mandou celebrar a Provincia agradecida- Vem no livro « Descripção das ex- equias que o vice-presidente da provincia, dr. João Pedro Dias Vieira, mandou celebrar, etc. » - Sermão recitado no dia 8 de dezembro de 1858 perante o Exm. e Revm. Sr. D. Manuel Joaquim da Silveira, por occasião da proclamação do dogma da Immaculada Conceição nesta diocese. S. Luiz, 1857, 18 pags. in-4° - O conego Tavares da Silva redigiu: - O Christianismo : semanario religioso. Maranhão, 1854-1855, in-fl. - com frei Vicente de Jesus. Tem publicado diversos escriptos em revistas scientificas, alguns dos quaes tem sido reproduzidos na Europa, tem ainda publicado outros trabalhos e sermões, e tem outros inéditos. Manuel Tavares <le Siqueira e Sá - Natural» segundo me consta, de Minas Geraes, formando-se em direito na uni- versidade de Coimbra, entrou na carreira da magistratura com o cargo de juiz de fóra na villa do Redondo, em Portugal, e dabi passou ao Brasil como ouvidor da comarca de Paranaguá. Foi em 1752 um dos fundadores e secretários da Academia dos selectos do Rio de Janeiro, e escreveu: - Júbilos da America na gloriosa exaltação do lllm. e Exm. Sr. Gomes Freire de Andrade, do Conselho de Sua Magestade, governador e capitão general das capitanias do Rio de Janeiro, Minas Geraes e S. Paulo, ao posto e emprego de mestre de campo-general e primeiro commissario da commissão de demarcação dos domínios meridionaes americanos, entre as duas coroas fidelíssima ecatholica: collecção das obras da Academia dos selectos que na cidade do Rio de Janeiro se ce- lebrou em obséquio e applauso do dito Exm. heróe, dedicada e offe- recidaao Sr. José Antonio Freire de Andrade. Lisboa, 1754, 443 pags. in-4° - Compõe-se o livro de trabalhos em prosa e em verso. Manuel Telles Pereira <la Rosa - Natural da província de Alagoas, onde falleceu, era capitão-mór de milícias e gozava de notável influencia. Escreveu : - Explicação analytica de um artigo inserto no Diário de 1 de abril de 1824 pelo p. Francisco Muniz Tavares, enviado em commissão á MA 205 provincia das Alagoas. Rio de Janeiro, 1826, 7 pags. in-fol.- Versa sobre questões politicas. Manuel Telles da Silva Lolbo - Natural da Bahia, falleceu em Coroatá, Maranhão, a 1 de fevereiro de 1855. Sendo coronel de milicias, reformado por decreto imperial no posto de brigadeiro, por outro decreto de 11 de julho de 1841, assignado por José Cle- mente Pereira, foi cassado o de sua reforma com a promoção. Foi quem substituiu o presidente desta provincia ( vide Manuel Ignacio dos Santos Freire e Bruce ) deposto por lord Cochrane a 25 de de- zembro de 1824 ; representou-a na primeira legislatura ordinaria e escreveu : - A calumnia desmascarada. Rio de Janeiro, 1828,9 pags. [in-fol. - E' uma defesa por accusações que lhe foram feitas pelo presidente do Maranhão, Pedro José da Costa Barros. Vltimiel Theodoro de Araújo Azainlbiija - Filho do capitão Manuel de Araújo Gomes e dona Anna Felicia de Figuei- redo Araújo, nasceu no Rio de Janeiro a 4 de junho de 1780 e falleceu a 27 de julho de 1859. Serviu no exercito desde a idade do 14 annos, até o posto de coronel, cooperou para a independencia e acclamação do primeiro Imperador, á frente do regimento que commandava na cidade do Rio de Janeiro, e prestou ainda outros serviços ao paiz, como o de presidente da provincia de S. Paulo. Era cavalleiro da ordem de Christo, e viveu muitos annos em Pariz, sendo sua casa o ponto de reunião dos brasileiros. Escreveu : - Memória sobre o matadouro. Rio de Janeiro, 1830. - Memória sobre mercados públicos. Rio de Janeiro, 1830. - Memória sobre |a limpeza da ^cidade. Rio de Janeiro, 1830- Foram offèrecidas estas tres memórias á Gamara municipal, que as acceitou com agrado e agradeceu. Creio, porém, que se conservam inéditas. Manuel Thomaz Alves íÇo^ueii'» - Natural do Rio de Janeiro, bacharel pelo collegio Pedro II, doutorem philo- sophia, formado na Allemanha, polyglotta, leccionou naquelle collegio allemão e grego, sendo hoje lente jubilado e residente na Europa. Escreveu : - Bemerhunger iiber die letzten Ereignisse in den La Plata St >aten, etc. Rio de Janeiro, 1865, in-4°. 206 MA - De Americanarum gentium origine illustranda commentarium scripsit, etc. Rio de Janeiro, 1865, 10 pags. in-4°. - Considerações sobre os acontecimentos do Rio da Prata. Rio de Janeiro, 1865, in-S1* - E* escripto em allemão. - O governo e o povo : factos economicos da actualidade, por Bois- guillebert ( seu pseudonymo). Rio de Janeiro, 1877, 66 pags. in-8°. - Alei do orçamento eestudo do direito financeiro. Rio de Janeiro, 1878, 53 pags. in-8° - com o mesmo pseudonymo. - Compendio de historia moderna. Rio de Janeiro, 1868, in-8°. - Compendio degeographia e corographia do Brasil, acompanhado de tres mappas e de um indice alphabetico. Leipzig, 1889, VI11-234 pags. in-8°. - Noções de corographia do Brasil. Leipzig, 1873. iu-8° - E' um'a traducção para o allemão, do livro dodr. J. M. de Macedo. - Reminiscências da campanha de 1827 contra Buenos-Ayres, pelo coronel A. A. F. Sewelok, traduzidos do allemão - Na Revista Tri- mensál do Instituto historico, tomo 34°, 1874, pags. 399 a 462. - A guerra da tríplice alliança (Império do Brasil, Republica Ar- gentina e Republica Oriental do Uruguay ) contra o governo do Pa- raguay ( 1864-1870) com cartas e planos traduzidos do allemão, por Manoel Thomaz Alves Nogueira e annotados por José Maria da Silva Paranhos. Rio de Janeiro, 1875-1876, 2 vols. de 571 e 664 pags. in-4°. - Grécia-Allemanha: Homero - Missiva litteraria, endereçada ao illustre latinista brasileiro, dr. Lucindo Pereira Passos. Rio de Ja- neiro, 1871, in-8°. - Organisação do ensino secundário para o sexo feminino. 8 pags. in-fol. - No livro «Notas e pareceres do Congresso de instrucção ». Rio de Janeiro, 1884. - Conspiração do Tiradentes : episodio da moderna historia bra- sileira. Rio de Janeiro, 1867, in-8° - Este trabalho também foi publi- cado na lingua allemã. Manuel Thomaz l?into Pacca- Natural da Bahia, nasceu a 7 de março de 1831 e falleceu a 17 de novembro de 1876, nesta capital. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife, escreveu: - A providencia; drama em cinco actos. S. Paulo, 1869, in-8°. Manuel <le "Valladíto Pimentel, Barão de Petro- polis - Nascido a 4 de março de 1802, em Macacú, no Rio de Janeiro, MA 207 aqui falleceu a 30 de novembro de 1882, formado em medicina pela antiga escola medico-cirurgica; professor jubilado da faculdade de medicina e seu director; grande do Império ; offlcial-mór da casa im- perial ; medico honorário do Imperador d. Pedro II e especial da Prin- ceza D. Izabel; membro da Academia imperial, hoje Academia nacional de medicina, do Instituto historico e geographico brasileiroe de outras associações scientificas ; commcndador da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo, etc. Destinado por seus pais para o estado clerical, ti- veram elles do ceder á vontade de seu filho, que nenhuma vocação tinha para esse estado. Antes, porém, de estudar medicina, começou o curso de mathematicas na antiga escola militar. Distincta notabilida'de medica, o crealor, na phrase do orador do Instituto historico, de nossa clinica que elle soube elevar pelo ensino, pela pratica, pela consulta, pelos conselhos, pelas admiráveis curas, pela myriade, emfim, de modos de que dispõe uma profissão tão importante, quando é servida por uma intelligencia brilhante e solidos estudos, poderia ter-nos .deixado valiosissimos trabalhos, mas só escreveu: - These sobre a origem, natureza e desenvolvimento dos tu- bérculos pulmonares, apresentada etc. ao concurso á cadeira do clinica medica. Rio de Janeiro, 1833, in-4° gr. - Memória histórica dos acontecimentos notáveis de 1855 a 1856, apresentada á congregação dos lentes da Faculdade de Medicina. Rio de Janeiro, 1856, in-4° gr. - Observação sobre um caso de perfuração ulccrosa de uma das valvulas sigmoideas eda origem da aorta nojponto correspondente, com derramamento na cavidade do pericárdio; apresentada e lida na So- ciedade de Medicina desta côrte na sessão de agosto de 1833, acom- panhando a peça pathologica respectiva - Na Revista Medica Flu- minense, tomo Io, n. 3, pag. 27, e n. 4, pags. 19 e segs. - Relatorio sobre a memória do Sr. Saulnier de Pierre-Levée, acerca das febres de Matto-Grosso. Lido em 26 de abril de 1834 - Na dita Revista e no mesmo tomo, n. 5, pags. 14 e segs. - Relação dos doentes tratados no hospital de N. S. do Livra- mento, segundo os sexos, idades, nacionalidades, profissões e marcha da epidemia (de febre amarella ) nos mezes de março, abril e maio do corrente anno ( 1850) -Nos Annaes Brasilienses de Medicina, vol. de 1850-1851, pags. 80 e 104 e segs. Conclue com a descripção dos cara- cteres anatómicos e nosologicos, a natureza e tratamento dessa epidemia. - Carta relativa ás febres da villa de Macacú - Sei deste trabalho por ler o « Parecer da commissão de salubridade geral sobre a Carta do Sr. Manoel do Valladão Pimentel, relativa ás febres da villa de Macacú, 208 MA remettido ao Governo em 13 do corrente ( 1832). Publicado no Semanario de Saúde publica, tomo Io, pags. 152 e segs. Manuel Vaz I*into - Natural, segundo penso, do Rio Grande do Sul, escreveu: - Apreciação de um discurso do Sr. Dr. Bittencourt, proferido na Assembléa Provincial do Rio Grande do Sul, a 27 de dezembro de 1866. Rio Grande, 1867, 15 pags. in-8° - E' uma analyse do discurso do deputado José Bernardino da Cunha Bittencourt acerca de um manda- mento do bispo diocesano, expedido para a cidade do Rio Pardo, sobre enterramentos. Manuel de Vasconcellos de Souza Bahiana - Natural da Bahia, cavalleiro da ordem do Cruzeiro, socio e fun- dador da sociedade de agricultura, commercio e industria, da mesma provincia, era ahi proprietário de um engenho de assucar na comarca de Santo Amaro. Escreveu: - Memória acerca do novo systema de manufacturar o assucar em caldeiras quadradas, offerecida á sociedade de agricultura, com- mercio e industria, da provincia da Bahia, etc. Bahia, 1834,12 pags. in-4°, com 2 est.- Foi impressa por deliberação dessa sociedade e reproduzida no Auxiliador da Industria. Manuel Victoriíio Pereira-Filho do eximio artista marceneiro Victorino José Pereira, nascau na cidade da Bahia a 30 de janeiro de 1853, deu-se â profissão de seu pai, mas pouco depois, sentindo inclinação para as lettras, abandonou essa profissão e seguiu o curso de medicina, em que foi graduado em 1876, sendo no anno se- guinte nomeado lente substituto da faculdade da Bahia e pouco depois lente cathedratico, dando-se por occasião desse concurso um facto virgem na faculdade: um voto de louvor, assignado por toda a congre- gação e lavrado na acta dos trabalhos, em attenção ao valor das provas exhibidas. Foi o representante de sua província ao congresso politico celebrado na corte em 1888 ; foi o primeiro governador da Bahia, depois deacclamada a Republica ; eleito senador federal em 1892, pela renuncia do senador Saraiva, e vice-presidente da Republica na eleição do primeiro governo civil. Fez, depois de entrar para o corpo docente da faculdade de medicina, uma viagem á Europa, onde visitou os mais notáveis cursos médicos de Vienna, Berlim, Londres, Italia, Suissa e França. Escreveu: - Moléstias parasitarias mais frequentes nos climas intertropicaes j Diagnostico e tratamento do beriberi; Do galvanoplastico e suas ap- MA 209 plicações; Da especie humana: these para o doutoramento em medicina. Bahia, 1876, 13 fls. 468 pags. in-4° gr. - Álcoois polyatomicos: these de concurso á uma das vagas de- lente substituto da secção de sciencias accessorias. Bahia, 1877, 3 lis. 276 pags. in-4°, gr. - Discurso proferido no acto de tomar posse da segunda cadeira de clinica cirúrgica, na Faculdade de Medicina da Bahia. Bahia, 1883, 15 pags. in-4°. - Discurso lido na inauguração do gabinete de anatomia e phy- siologia pathologica e do horto botânico da Faculdade de Medicina da Bahia. Bahia, 1882, in-4°. - Discurso proferido no acto da collação do gráo aos douto- randos, em 1884, 20 pags. in-4° - Estes tres discursos foram também publicados na Gazeta Medica. - Discurso proferido na inauguração do monumento Paterson em 13 de dezembro de 1886. Bahia, 1887, in-4°- Se acha com mais dous discursos, dos drs. Silva Lima e A. Pacifico Pereira. - Saneamento do Rio de Janeiro: relatorio apresentado ao Prefeito municipal pelos Drs. Manuel Victorino Pereira e Nuno de Andrade, presidente e relator da commissão, etc. Rio de Janeiro, 1896, in-4°. - O Instituto Benjamim Constant ; breve noticia, etc. Rio de Ja- neiro, 1896, in-4°. - Relatorio do Presidente do Senado Federal para ser apresen- tado na sessão ordinaria de 1895. Rio de Janeiro, 1895, in-fol. com Annexos - Na Gazeta Medica ha ainda muitos trabalhos seus, como: - Choreomania: parecer da commissão medica, nomeada pela Ga- mara Municipal, acerca da moléstia que ultimamente appareceu em Itapagipe e que se tem propagado por toda a cidade - No volume de 1882-1883, pags. 445 o segs. E' escripto com outros. - Algumas palavras proferidas junto á sepultura do conselheiro Antonio Januario de Faria - 1883-1884, pags. 155 e seguintes. - Hggiene das escolas - 1890, 4a serie, vol. 7°, pags. 293 e seguintes. - Discurso pronunciado por occasião da manifestação feita ao conselheiro Aranha Dantas - 1873-1874, pags. 308 e segs. - A filaria de Medina, transportada para a America pelos negros africanos. Provas de sua indemicidade na província da Bahia e de sua introducção no corpo humano pelo estomago - Finalmente re- digiu, ainda estudante: - O Norte Académico', periodico da faculdade de medicina da Bahia. Publicação quinzenal, Bahia, 1875, ns. 1 a 4, 68 pags. in-4°. 210 MA Manuel Vieira da Fonseca - Filho de Manuel Vieira da Fonseca e dona Rosa Laura Vieira, nasceu na então villa de Maricá, provincia, hoje estado do Rio de Janeiro, no anno de 1832. Doutor em medicina pela faculdade da côrte, estabeleceu residência em Nitheroy e escreveu: - Tratar da amputação em geral e especialmente das vantagens e inconvenientes dos methodos operatcrios, por que póde ser prati- cada ; Elephantiasis dos arabes, suas causas e seu tratamento; De- terminar si uma ferida foi feita durante a vida ou depois da morte, mostrando a importância desta questão. Qual deve ser o procedimento do medico no exame medico-legal das feridas: these para o doutorado em medicina, apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1855, X-40 pags. in- 4o, gr. - Manual do banhista ou estudo sobre os banhos de mar. Rio de Janeiro, 1876, 42 pags. in-4°fc- Este livro encerra preceitos hy- gienicos e cautelas relativamente aos banhos de mar. - Relatorio apresentado á Gamara Municipal de Passos (Minas Geraes) sobre uma nova fonte de aguas mineraes.Rio de Janeiro, 1876, 18 pags. in-4°. - Estudo sobre a agua potável e economica, com applicação á capital da provincia do Rio de Janeiro. Nitheroy, 1881, 32 pags. in-4° - Este trabalho, que é offerecido ao conselheiro Pedro Luiz Pereira de Souza, divide-se em duas parles: na Ia, se trata da agua, seus ca- racteres physicos, suas propriedades chimicas, matérias que contém a agua, classificação, de agua potável, agua da chuva, de neve e gelo, dos rios, de fontes, dos diflerentes poços, dos lagos, de cisternas e de tanques, processos analy ticos da agua, etc.; na 2a parte se faz o estudo necessário à applicação das aguas á Nitheroy. Manuel Vieira Tosta, Marquez de Muritiba- Flhode Manuel Vieira Tosta e dona Joanna Maria da Natividade Tosta, nasceu na Cachoeira, Bahia, a 12 de julho de 1807 e falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 22 de fevereiro de 1896. Bacharel em direito pela facul- dade de S. Paulo, exerceu cargos de magistratura, foi deputado e se- nador do Império pela provincia de seu nascimento, administrou as pro- víncias de Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Sul, foi ministro da marinha em mais de um gabinete, da justiça e da guerra, membro do conselho de estado, do conselho do Imperador d. Pedro II, grande do Império, dignitário das ordens do Cruzeiro e da Rosa e commendador da ordem de Christo. Foi um dos caracteres mais probos de sua época MA 211 e escreveu muitos trabalhos em vários orgãos da imprensa política, muitos relatórios e outros trabalhos na vida administrativa, como os dous seguintes: - Proposta da repartição dos negocios da Marinha, apresentada á Assembléa geral na Ia sessão da oitava legislatura pelo ministro, etc. Rio de Janeiro, 1850, in-4°. - Proposta da repartição dos negocios da Marinha, apresentada á Assembléa geral na 2a sessão da oitava legislatura pelo ministro, etc. Rio de Janeiro, 1850, etc. - De trabalhos de outro genero conheço: - Promoção de tenentes e capitães de infantaria e cavallaria do exercito. Razões de recurso para o conselho de estado. Secção de guerra e marinha. Relator o conselheiro Visconde de Muritiba. Recorrente Sérgio Tertuliano Castello Branco. Rio de Janeiro, 1880, 7 pags. in-4°. - Parecer sobre o projecto de Ordenança geral da armada, tra- balho autographo dos mais importantes, com que concordou inteira- mento o Visconde de Abaeté - Na sua longa vida parlamentar produziu importantes discursos, sendo dignos de menção os - Discursos pronunciados nas sessões de 1, 5, 19 e 22 de fevereiro de 1850, relativos à sua administração presidencial em Pernambuco. Manuel Xiavier - Nascido em Minas Geraes, ainda no século passado, viveu e falleceu na cidade de Tamanduá. Presbytero secular e distincto poeta « era um espirito superior, talhado para illustrar com as fulgurações diamantinas de seu estro poético, potente e vigoroso, a nossa pobre e malfadada litteratura, podendo fechar com o padre Silvestre de Carvalho, do saudosa memória, e com o padre Corrêa de Almeida o glorioso triângulo da satyra provinciana» disse o distincto mineiro, dr. Ernesto Corrêa. O seu forte era a satyra, a maxima, o pensamento, continúa este. Vi- brava com pulso rijo e vigoroso a satyra, com a energia aspérrima do látego de Juvenal e enfronhava a maxima e o pensamento n'uma simples quadrinha com tanta habilidade, que taes producções po- deriam ser subscriptas por La-Rochefoucauld ou pelo Visconde de Araxà. Nada publicou em sua vida; deixou inéditas grande cópia de - Poesias - que, segundo diz o citado dr. Ernesto Corrêa, « quando a critica recolher os documentos para traçar a historia da poesia nacional, ha de por certo enthesourar, como gemmas ines- 212 MA timaveis.» A' noticia que o dr. Ernesto Corrêa dá deste poeta, segue-se: - Carla ao cidadão Luiz José de Cerqueira, escrivão de orphãos de Tamanduá - São quatro oitavas glozadas, a que se seguem: - Perguntas - ou as seguintes quadras Borboleta, por que pousas, Aqui, ali, acolá ? -Para mostrar que no mundo Em nada constância ha. Mariposa, por que causa To queimas na luzem vão?,.. - Para mostrar quanto é forte A cegueira da paixão. Mareellino Antonio^Dutra - Nascido nafreguezia, depois villa, do Ribeirão, da provincia de Santa Catharina, a 24 de junho de 1808, falleceu a 13 de julho de 1864, na cidade do Desterro, onde exercia o cargo de promotor publico e era professor jubilado da instrucção primaria. Foi deputado provincial em varias legislaturas, e um dos fundadores da sociedade Litteraria, installada em setembro de 1862. Publicou muitas poesias no íris, periodico de freligião, bellas-artes, etc., do Rio de Janeiro, em 1849, usando do pseudonymo de Inhato-mirim e também em vários jornaes, como o Correio Catharinense e o Mensageiro, de 1852 a 1857, e mais - A assembléa das aves: poemeto em quatro cantos, dedicado aos verdadeiros amigos do Exm. Sr. conselheiro Jeronymo Francisco Coelho. Rio de Janeiro, 1847, in-8°. Marcellino Antonio de Mello Albuquerque - Natural da Bahia e doutor em medicina pela facul- dade desta cidade, ahi falleceu a 27 de janeiro de 1864. Foi um habil clinico e um dos installadores da Academia de sciencias me- dicas d© sua patria. Escreveu: - These apresentada, etc., para obter o gráo de doutor em medicina. Bahia, in-4° - Nunca pude ver este trabalho. Foi col* laborador do Archivo Medico Brasileiro e entre vários trabalhos ahi publicou: - Parecer sobre o assacú, apresentado e approvado pela Aca- demia de sciencias medicas da Bahia, aóompanhado de diversos MA 213 documentos, provando que o assacú é um meio que offerece es- peranças de vir a ser vantajoso na cura da morphéa, assim como em muitas enfermidades, por contagio.-No tomo 4°, 1847-1848, pags. 274 a 279, deixando de ser publicados os documentos por serem muito extensos, como declara a redacção desta revista. - Qual a razão do progresso da phthisica na Bahia-Idem, idem, pags 263 e seguintes. - A Academia de sciencias medicas da Bahia - Idem, idem, pags. 189 e seguintes. Marceilino Aug usto Lima Barata - Nascido na cidade de Alcantara, do Maranhão, a 2 de junho de 1849, falleceu na cidade de Soure, do Pará, a 14 de janeiro de 1897. Entrando para o corpo de fazenda da armada a 23 de maio de 1874 e deixando a vida do mar, entrou como chefe de secção para a secretaria do governo do Pará e exerceu ainda nessa província o cargo de director de uma co- lonia. Esteve algum tempo no Paraguay e ahi cultivou a língua gua- rany por fórma tal, que não só a foliava perfeitamente, como nella compoz muitas poesias. Foi poeta e também jornalista, redigindo - A Espertnça: periodico litterario. Maranhão, 18... - Diário de Noticias, Belém, 18... - Terminou esta publicação em dezembro de 1894, e tanto delia, como da precedente, foi Barata redactor e também proprietário. • Mai-celliiio cia Gama Coellio - Filho do doutor Ja- cintho José Coelho e dona Engracia Carolina Coelho, e irmão do doutor Erico Marinho da Gama Coelho, mencionado no 2o volume deste livro, nasceu em Cabo Frio, na então província do Rio de Janeiro, a G de abril de 1853. Bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, foi eleito deputado provincial nos biennios de 1882 a 1885 ; no regimen republicano foi eleito deputado á constituinte do estado de seu nascimento, e á seguinte legislatura, deixando o logar por haver sido nomeado procu- rador geral do mesmo estado, cargo de que, pouco depois, passou a uma commissão de que o encarregou o governador, de consolidar a legislação do Estado. Foi advogado em S. Fidelis e exerce esta profissão actual- mente ( 1899 ) na capital federal. Escreveu: - Consolidação das leis do processo criminal do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1895, in-8° - E' um trabalho de mérito pela concisão, pela ordem com que se tratam os differentes assumptos e pelo nexo logico desses assumptos. Divide-se em 10 títulos, que são subdivididos em capítulos e títulos. 214 MA - Consolidação das leis do processo civil do estado do Rio de Ja- neiro. Rio de Janeiro, 1895, dous vols. in-8° - Como no precedente trabalho, o autor observou os princípios que regem a matéria, a systematisação de toda a doutrina e de todos os preceitos, o espirito de methodo, tudo de accordo com a legislação moderna, etc. A matéria do 2o volume é toda commentada, sendo reproduzidas as opiniões auto- risadas de A. Teixeira de Freitas e de outros. - Additamentos à Consolidação das leis do processo civil do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1897, in-8° - Estes additamentos são reclamados pela promulgação da lei n.287, de 14 de março de 1896, que alterou em diversos pontos a lei n. 42 A, de 7 de março de 1893 em que se baseava a Consolidação, etc. - Novos additivos á Consolidação das leis do processo do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1899, in-8°. - Projecto de Codigo de policia municipal da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1898, in-8° - Neste trabalho o autor repro- duz em notas toda a legislação de 1838 a 1898. Tem inéditos: - Justiça federal - O governo da União em 1897, de posse deste trabalho, modelou 'por elle o decreto de 5 de novembro de 1898. - Do Habeas-corpus no Brasil. Sua definição. Origem da expres- são, da ordem e da instituição. Sua historia na Inglaterra. O bill de Carlos II. O Judiciary Act. Disposições dos Estados Unidos da America. No Brasil, disposições, seu processo, jurisprudência dos tribunaes no Brasil, na Inglaterra e na America do Norte. Marcellino Lopes <le Souza - Filho do tenente-co- ronel Evaristo Antonio Lopes de Souza e dona Mathilde Izabel Lopes de Souza, nasceu em Belém, capital do Pará, a 4 de julho de 1857 e falleceu no hospício dos alienados do Rio de Janeiro a 27 de outubro de 1886. Depois de concluir o segundo anuo de direito da faculdade do Recife, foi passar as ferias com sua familia, no Pará, e ahi, visitando a sepultura de sua mãi, foi subitamente acommettido de uma alienação mental. Cultivou a poesia, mas deixou inéditas suas composições, exceptuando as publicadas na Aurora Littoraria, na Republica das Lettras e outros periódicos do Pará. Delias posso mencionar - Meditação - publicada na Provinda do Pará. - Ainda virgem -prostituta e já cadaver - Idem. - Um soneto - Idem. MA 215 Miax-celliiio Pacheco do Amaral - Natural de Pernambuco, ahi falleceu, presbytero secular e conego penitenciário da Sé de Olinda. Foi um sacerdote illustrado e virtuoso, e escreveu: - Compendio de theologia moral, elaborado sobre o plano do Rev. Padre Gury. Recife, 1888-1890, 3 vols. in-8° gr. Marcellino Pinto liiDcivo Duarte - Filho de Marcellino Pinto Ribeiro Pereira e nascido na villa da Serra, província do Espirito Santo, falleceua7 de junho de 1860 em avançada idade, na cidade de Nitheroy, sendo presbytero secular, vigário collado da fre- guezia de S. Lourenço desta cidade, e cavalleiro da ordem da Rosa e dadeChristo. Foi deputado por sua província na quarta legislatura geral e em varias legislaturas provinciaes e exerceu o magistério como lente de latim da villa da Victoria, hoje capital do Espirito Santo, por nomeação de 9 de dezembro de 1815. Cultivou também a poesia, e es- creveu : - Desag gravo ou justificação política que perante os bons cidadãos e verdadeiros constitucionaes da villa da Victoria contra o pseudo-con- stitucional partido de poucos facciosos faz, etc. Rio de Janeiro, 1822. - Elementos de grammatica philosophica latina: compendio no- víssimo que, segundo os verdadeiros princípios da grammatica universal, compoz para uso de seus alumnos. Rio de Janeiro, 1828, in-8°. - Oração sagrada que por occasião do solemne Te-Deum, offe- recido, em acção de graças á recordação da feliz independencia do Brasil, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1830, 12 pags. in-4°. - Oração sagrada por occasião do solemne Te-Deum que o leal e heroico povo do Rio de Janeiro fez cantar na igreja matriz de Santa Anna em a tarde de 16 de janeiro de 1830, em acção de graças pela instalação da primeira camara municipal electiva. Rio de Janeiro, 1830, 12 pags. in-4°. - Oração eucharistica que no solemne Te-Deum em acção de graças pelo faustoso reconhecimento da maioridade de sua magestade imperial o senhor D. Pedro II e sua gloriosa exaltação ao throno do Brasil, re- citou na egrejamatriz da cidade de Nitheroy no dia 16 de agosto de 1840, Rio de Janeiro, 1840, 15 pags. in-8°. - Acta de 27 do outubro de 1828 do collegio eleitoral da cidade da Victoria e sua analyse. Victoria, 1829, 5 pags. in-4°. - Derrota de uma viagem feita para o Rio de Janeiro em 1817 - Publicada no Jardim Poético de J. M. Pereira de Vasconcellos, tomo Io, pags. 39 a 63. E' em verso. 216 MA - Ode a seus bons patrícios e amigos por occasião de sua chegada á cidade da Victoria, em 1850 - Idem, pags. 95 a 98. Na serie ou tomo 2° acham-se ainda estas poesias : Ode a D. João VI; Retrato ; Lyras ( duas ); Epistolas ( duas ); Glozas - 0 padre Ribeiro foi um político exaltado, sendo por isso perseguido. Collaborou nas folhas da época que pugnavam pelo partido Caramurú, e escreveu uma comedia contra o conego Januario da Cunha Barboza, assim como alguns avulsos contra os membros do partido contrario. Marcello Lobato de Oastro - Natural do Pará, falleceu em 1879 ou 1880, doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro. Escreveu: - Do emprego dos meios anesthesicos na pratica dos partos ; De- terminar si um recem-nascido é ou não viável, tanto no caso de ser natural, como de ser monstruosa sua organisação; Da placenta im- plantada no col lodo utero ; Elephantiasis dos Gregos, suas causas e tratamento: these apresentada ã faculdade de medicina do Rio de Ja- neiro, etc. Rio de Janeiro, 1855, 39 pags. in-4° gr. - Relatório acerca do estado sanitario da villa de Barcellos e Moura, acompanhado de breves reflexões sobre o caracter e causas das febres ahi reinantes, seu tratamento e medidas hygienicas, para subir â pre- sença do II lm0 e Exni0Sr. Dr. Manuel Gomes Corrêa de Miranda, Io vice-presidente do Amasonas, etc. Rio de Janeiro, 1856, 12 pags. in-4°. Marciano Gonçalves da Rocha - Filho de Mar- ciano Gonçalves da Rocha e nascido em Pernambuco a 27 de setembro de 1842, é bacharel em direito pela faculdade do Recife e advogado, tendo antes servido na magistratura. Cultiva a poesia e escreveu: - Cantos da alvorada: poesias. Pernambuco, 1869, 285 pags. in-8° - Divide-se o volume em tres partes: Miragens, Cânticos, Poema. - Naya. Poema dramatico. Recife.... Marciitno Henrique de Araújo - Natural de Minas Geraes e tenente da guarda nacional, escreveu: - Descripção do município e cidade de Itapecirica, província de Minas Geraes - Este trabalho se acha manuscripto na Bibliotheca Na- cional, a que foi enviado pela Çamara Municipal dessa cidade em res- posta ao Questionário da mesma Bibliotheca para a exposição de historia, de 1881. MA 217 Mareio Filaph.ia.no Nery - Filho do major Silverio José Nery e nascido no Amazonas, é doutor em medicina pela facul- dade do Rio de Janeiro, forma lo em 1890, e da qual ê lente substituto. Escreveu: - Da influencia exercida pel is moléstias do apparelho circulatório quanto ao desenvolvimento das moléstias mentaes e destas sobre aquellas: these apresentada, etc. para obter o grão de doutor em me- dicina. Rio de Janeiro, 1890, in-4°. - Contribuição para o estudo da therapeutica do beriberi. Rio de Janeiro, 1899, in-8°. - Incubos e succubos - Na Revista Brasileira de 1895, tomo 6o, pags. 155 a 161. - A extenuação nervosa - Idem, de 1897, tomo 9°, pags. 304 a 312. - Os raios X na medicina - Idem, idem, idem, pags. 151 a 158. - Villegiatura - Idem de 1898, tomo 13°, pags. 66 a 71. Marcionillo Olegario Rodrigues Vaz -- Na- tural da Bahia e nascido a 24 de janeiro de 1854, é Io tenente com- missario da armada. Servindo o cargo de secretario da capitania do porto do Maranhão, escreveu: - Narcia: tributo de saudade, etc. S. Luiz, 1882, in-8°. Marcolino de Moura e Albuquerque - Nascido ni Bahia a 21 de novembro de 1838 e bacharel em direito pela facul- dade do Recife, representou sua então provincia, quer na assembléa provincial, quer na geral mais de uma vez, e exerceu o cargo de in- spector geral da inspectoria de terras e colonisação. Prestou relevantes serviços na campanha contra o Paraguay pelos quaes obteve as honras de coronel do exercito e a nomeação para um logar de tabellião de notas desta capital; foi membro da sociedade contra a escravidão, e é commendador da ordem da Rosa. Escreveu: - Elemento servil: discursos pronunciados na camara dos depu- tados nas sessões de 4 de setembro e 12 de novembro de 1880. Bahia, 1881, 45 pags. in-8°. Marcolino Rodrigues da Costa-Filho do tenente* coronel Antonio Rodrigues da Costa, nasceu a 14 de dezembro de 1819 no Rio de Janeiro e ahi falleceu a 16 de agosto de 1887, major refor- mado do corpo de engenheiros, bacharel em mathematicas e cavalleiro da ordem de S, Bento de Aviz. Offlcial de merecimento, foi chefe do 218 MA segundo districto das obras publicas da província do Rio de Janeiro, serviu algum tempo junto ao ministério da agricultura, desempenhou outras commissões, e escreveu: - Planta da Fazenda do Crystal, antiga propriedade de Antonio José da Silva Guimarães, nos arrabaldes da cidade de Porto Alegre, confeccionada por ordem de S. Ex. o Sr. General Conde de Caxias,etc., para esclarecimento da compra que se pretende fazer de uma parte delia para estabelecimento de um collegio de educação. Levantada e desenhada, etc. em 1845, 0m,416x0'",563 - O original a aquarella per- tencia ao Imperador d. Pedro II. - Commissão de exploração. Interesses materiaes das comarcas do Sul. Planta dos rios Cachoeira, Sant'Anna, Fundão, Almada, Itaype e Lagôa, levantada pelo 1° tenente do corpo de engenheiros, etc. 1852 -Debaixo do mesmo titulo de commissão exploradora publicou-se mais: - Planta da villa de Ilhéos, levantada, etc., 1852. - Planta da cidade de Nazareth, levantada, etc., 1852. - Planta da cidade de Valença, levantada, etc., 1852. - Planta da villa de Olivença, levantada, etc., 1852. - Planta da villa de S. Josédo Rio de Contas, levantada,etc., 1852. - Planta da imperial villa da Victoria, levantada, etc., 1852. - Planta da villa de Belmonte, levantada, etc., 1852. Mtiroos A.iitonio <le Araújo e Abreu, Barão de Itajubá - Filho do Visconde de igual titulo e de uma dama de Hamburgo, nasceu na Allemanha, onde seu pae estava servindo como diplomata, e falleceu em Berlim a 3 de novembro de 1897, sendo ministro do Brazil junto á côrte do Imperador Guilherme II. Muito moço, em 1866, fui admittido a servir na secretaria dos negocios estran- geiros, entrando neste mesmo anno para a diplomacia como addido ã nossa legação na Rússia, de onde foi removido para a França e promo- vido a outros logares, até que em 1890 foi classificado como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário de Ia classe. Trabalhador infatigável e instruído, fallava perfeitamente o portuguez, o francez, o allemão e o inglez; era moço fidalgo, do conselho do Imperador d. Pedro II, grã-cruz da ordem da Rosa, commendador da Legião de Honra de França, offlcial da ordem da Casa Ernestina de Saxe e de D. Pedro de Oldemburgo, cavalleiro da ordem da Aguia Vermelha da Prussia e do Danebrog da Dinamarca. Escreveu: - Congrés intemationale de la protection de 1'enfance. Documents relatifs au Brésil, présentés au Congrès par M. le chevalier d'Araújo, MA 219 chargé d'aílaires du Brésil, délégué du gouvernement impérial. Pariz, 1883, 51 pags. in-4°. Marcos A.iitonio Bricio, Barão de Jaguarary - Nascido na capital do Maranhão a 24 de dezembro de 1800, e pae de Manuel Ignacio Bricio, de quem já me occupei, viveu muitos annos no Pará, onde falleceu a 11 de agosto de 1871, sendo brigadeiro reformado do exercito, commendador da ordem de Aviz e da ordem militar napolitana de S. Jorge, oflicial da ordem da Rosa e cavalleiro da do Cruzeiro. Já reformado, serviu muito tempo como presidente do conselho administrativo para o fornecimento de viveres ao arsenal de guerra do Pará e foi ahi commandante superior da guarda nacional da capital. Foi um dos membros do governo provisorio, organisado no Ceará a 3 de novembro de 1821, deputado á primeira legislatura geral dessa provincia e depois pelo Pará. Escreveu: - Relatorio da commissão da exposição agrícola e industrial da provincia do Grão-Pará no anno de 1861. Pará, 1861, 7'9 pags. in-8° - Assignam também os outros membros da commissão, em seguida a elle, que era presidente delia. Marcos A.ntonio de Macedo - Filho de Antonio de Macedo Pimentel, nasceu na vilia de Jaicós, comarca de Oeiras e pro- víncia do Piauhy, no meio de uma tribu de indios semi-selvagens a 18 de junho de 1808 e falleceu a 15 de dezembro de 1872 em Stuttgard, capital de Wurtemberg. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela academia de Olinda, foi á França com o flm de engajar uma companhia de operários mecânicos e ahi applicou-se ao estudo das sciencias natu- raes, da chimica principalmente, sob a direcção de Dumas e Pouillet. Voltando á patria, exerceu cargos de magistratura até o de juiz de di- reito, em que se aposentou ; presidiu sua província natal; representou-a na sétima legislatura geral e foi por varias vezes deputado á assembléa do Ceará. Encarregado pelo governo dessa provincia de explorar suas flo- restas virgens e formar uma collecção mineralógica e zoologica, adoeceu gravemente, obtendo por isso uma modesta pensão e, tornando á Eu- ropa em busca de remedio para seus soffrimentos, fez excursões scienti- ficas por vários paizes, visitou por duas vezes o Oriente, desceu o Danúbio até o mar Negro e subiu o Nilo até aNubia, occupando-se com mais de- dicação de investigações ethnologicas. Exerceu a advocacia no Ceará e foi um dos col labor adores do grande Diccionario de Larousse. Escreveu: - Pelerinage aux Lieux-saints, suivi d'une excursion dans la Basse-Egypte, en Syrie et à Constantinople. Paris, 1867, in-8°. 220 M.A - Notice sur le palmier Carnahube. Paris, 1867, 46 pags. in-8°. - O enigma commercial do café de Moka, patenteado na exposição de Pariz de 1867: Considerações sobre"esse ramo importante da agri- cultura brasileira, seguidas de um artigo sobre o tabaco da Bahia, por Francisco A. de Warnhagem. Rio de Janeiro, 1868, 48 pags. in-8°. - Observações sobre as seccas do Ceará e meios de augmentar o volume das aguas nas correntes do Cariry. Stuttgard, 1871, 104 pags. in-8°, com um mappa-Ha segunda edição, do Rio de Janeiro, 1878, 78 pags. in-8° com um mappa topographico. Nesta obra, pela qual se aprecia a cópia de conhecimentos do autor, faz esta allusão a outros trabalhos seus, inéditos. - Mappa topographico da comarca do Crato, provincia do Ceará, indicando a possibilidade de um canal, tirado do rio S. Francisco no logar da Boa Vista, para communicar com o rio Jaguaribe pelo riacho dos Porcos e rio Salgado, e figurando a planta de uma entrada para o Icó e a tapagem do boqueirão no rio Salgado. Rio de Janeiro, Lith. do Archivo militar, 1848 -Este mappa serviu para a carta topographica do Ceará levantada em 1866 por A. J. Brazil. Acerca do Ceará ha em revistas outros escriptos seus, como: - Descripção dos terrenos carboníferos da comarca do Crato. 1855 - Nos trabalhos da Sociedade Vellosiana, pags. 23 a 27, no Diário de Pernambuco e na Revista trimensal do Instituto do Ceará, tomo 13°, 1899, pags. 107 a 113. Marcos Antonio Monteiro-Natural de Minas Geraes, vivia na época da independencia do Brasil, sendo presbytero secular e vigário capitular da diocese de Marianna. Escreveu: - Tabellada povoação geral, nascidos, e mortos no'bispado de Ma- rianna, etc. 1818- Este trabalho se conserva inédito, in-fol. na Biblio- theca fluminense. Presumo ser este autor o senador por Minas padre Marcos Antonio Monteiro de Barros, fallecido a 16 de dezembro de 1852. Marcos Antonio Portugal- Nascido em Lisboa a 24 de março de 1762, fallecou no Rio de Janeiro, cidadão brasileiro por ter adherido á independencia do Brasil, a 17 de fevereiro de 1830, exer- cendo o cargo de director do theatro S. João. Distincto musico, foi em 1784 a Madrid com o cantor italiano Borzelli; d'ahi passou á Italia, tornando a Lisboa em 1790. Desejando, porém, mais aperfei- çoar-se em sua arte, em 1792 tornou á Italia, onde se cantaram varias operas suas com geral applauso ; dahi foi á Allemanha e flnalmente veiu para o Rio de Janeiro em 1811, onde com o grande musico bra- MA 221 sileiro padre José Maurício, fez o encanto da côrte de d. João VI, como já havia feito em varias cidades da Europa, com admiração dos pro- fessores. Em sua patria de nascimento foi director da musica da ca- pella real e da grande orcheslrti do theatro S. Carlos e foi mestre dos príncipes filhos de d. João VI. Sinto não poder dar uma noticia com- pleta de suas producções sacras e profanas. Um escriptor que delle se occupou dá-lhe apenas: - Operas sacras - oito. - Operas burlescas - seis. - Farças em um acto - sete. Ha, porém, delle muitas outras composições. Sei que escreveu: - Zaira. - II trionfo de Clelia. - Zolema e Selino. - Merope. - Fernando in Messico. - II Duca des Foix. - Ginevra de Scozzia- E que se publicaram no Rio de Janeiro: - Augurio de felicitá, serenata per muzica da eseguier nel real palazzo del Rio di Gianeiro per celebrare 1' augustissimo sposalizio del sereníssimo signore d. Pietro de Alcantara, príncipe reali di tre regni uniti, de Portugal, Brasile, Algarve, Duca de Braganza, con la serenís- sima signora d. Carolina Giuzeppa Leopoldina, Archiduchessa d'Aus- tria, ora principessa reale, etc. Rio de Gianeiro, 1817, 2 fls., 40 pags. in-8° - A musica e a poesia são de Marcos, sendo de Metastasio a maior parte dos versos. - Hymno da independencia. Poesia de Evaristo Xavier da Veiga. Nova edição. Rio de Janeiro, 1877 - com uma noticia histórica. No catalogo das musicas da capella imperial, examinadas e colleccionadas por J. J. Maciel, acham-se delle: - Missas - dez. - Hymnos - seis. - Matinas - sete. - Psalmos - trinta. - Cânticos - tres, sommando tudo 56 peças. - Zaira. Marcos Antonio <lc Souza, 14° Bispo do Maranhão - Nasceu na cidade da Bahia a 10 de fevereiro de 1771 e falleceu no Ma- ranhão a 29 de novembro de 1842, sendo do conselho de sua magestade o Imperador, commendador da ordem de Christo e dignitário da ordem da Rosa. Presbytero secular e vigário em sua provincia, foi deputado 222 MA á assemblêa constituinte portugueza em 1821 e na legislatura brasi- leira de 1826 a 1829. Foi vigário da freguezia da Victoria na capital da Bahia, por muitos annos examinador synodal e secretario do governo provincial. Na constituinte portugueza defendeu com todo vigor os in- teresses da egreja e do estado, e a liberdade da imprensa religiosa e tra- balhou para que fosse sustentado o fôro ecclesiastico, smdo exaltado partidário da independencia do Brasil. Foi o primeiro bispo de nomeação do fundador da monarchia brasileira. Eleito bispo do Maranhão a 12de outubro de 1826 e confirmado a 25 de junho de 1827, íoi no Rio de Janeiro sagrado a 28 de outubro deste anno. Em sua diocese, que foi por elle dotada de vários melhoramentos, foi por vezes eleito deputado provin- cial, occupando a cadeira da presidência da assemblêa. De uma caridade excessiva, ia muitas vezes procurar a indigência, onde sabia que a en- contraria, e levar com a esmola o conforto do espirito ; e não menos vezes, ouvindo á noite o toque dos sinos para levar-se o Viatico a mori- bundo, ia elle mesmo leval-o, deixando a esmola si o doente era pobre. Antes de morrer mandou repartir pelos indigentes, a quem sempre soccorreu, a quantia de cinco mil cruzados. Fallava e escrevia perfei- tamente em latim e escreveu vários sermões, que penso terem ficado inéditos, sendo desse numero o - Sermão das exequias do papa Leão XII, pregado em presença de s. m. o senhor d. Pedro 1 e de toda sua côrte no Rio de Janeiro - São mais de sua penna: - D. Marcos Antonio de Sousa, bispo do Maranhão, etc. A todo venerável clero secular e caríssimos diocesanos saude, paz e bênção. Rio de Janeiro, 1827,20 pags. in-4° - E' datado de 8 de dezembro. - Memória sobre a capitania de Sergipe, sua fundação, população, productos e melhoramentos de que é capaz. Anno de 1808. Aracajú, 1878, 53 pags. in-4° - E' uma publicação posthuma, feita por A. J. F. de Barros. Marcos de Castro - ( Pseudonymo de Alberto Ferreira Ramos, ) filho de Antonio Ferreira Ramos e dona Carolina Silveira Ramos, nasceu a 14 de novembro de 1871 na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. Aos 13 annos de idade partiu a para Suissa, onde fez os seus primeiros estudos, e tendo voltado para o Brasil, formou-se em sciencias juridicas e sociaes pela faculdade de S. Paulo. Desde os bancos académicos escreve para a imprensa, faz parte da redacção do Jornal do Commercio desta capital, e escreveu: - Poemas do mar do Norte de H. Heine: traducção em prosa ri- mada. Rio de Janeiro, 1895 -Uma prova do mérito deste trabalho MA 223 consiste no juizo lisonjeiro que na imprensa do dia escreveu o dr. Eu- napio Deiró sobre elle. Teve 2a edição em 1896, estando ambas esgotadas. - Versos prohibidos. Rio de Janeiro, 1898, 76 pags. in-16°. Marcos Xeville - Francez por nascimento, mas cidadão brasileiro, falleceu no Rio de Janeiro a 5 de novembro de 1889. Pres- bytero secular, ordenado nesta diocese, e capellão de N. S. da Cande- laria, foi professor de inglez na escola naval desde 1 de julho de 1858; leccionou esta lingua muitos annos na escola normal e foi mestre de sua alteza a Princeza Imperial e de sua augusta irmã a Duqueza de Saxe. Escreveu: - Selected Passages of prose and Poetry. Rio de Janeiro, 1884, in-8°. - Selected passages of prose and poetry from Lingard, Macauly, Daniel Foe and Milton, designed asa text-bork for theexaminations in english, before the boards of public instruction in the brasilian empire. 4th. edition augmented and corrected by M. Neville. Rio de Janeiro, 1882, in-8° - Teve parte na redacção da - Opinião Liberal. Rio de Janeiro, 1866 a 1870, in-fol.- Com José Leandro de Godoy Vasconcellos. Marcos de Oliveira Arruda - Filho de Marcos de Oliveira Arruda e nascido em S. Paulo a 15 de novembro de 1844, é doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro e serviu mnito tempo o cargo de inspector de hygiene publica no estado de seu nascimento. Escreveu : - Da thisica pulmonar tuberculosa, seu tratamento prophylatico e medicamentoso e causas de sua frequência no Rio de Janeiro; Signaes tirados do habito externo; Morte real e morte apparente; Tracheo- tomia: these, etc. sustentada a 3 de dezembro de 1866, 5 Í1S.-60 pags. in-4° gr. - Memorial das necessidades hygienicas da província de S. Paulo, apresentado á Exma. Assembléa provincial para ser convertido em projecto de lei e sustentado em defesa dos reaes interesses da saude publica da mesma província. S. Paulo, 1888, 25 pags. in-4°. - Inspectoria de hygiene de S. Paulo. S. Paulo, 1888, in-8°. Marcos Pereira de Salles - Natural da província do Pará, ahi falleceu a 6 de novembro de 1860, sendo doutor em sciencias physicas e mathematicas pala antiga academia militar e cavalleiro da ordem da Rosa. Com praça no exercito, serviu no corpo de engenheiros até o posto de major, no qual reformou-se em 1857 ; depois exerceu no MA 224 Pará o cargo de delegado do inspector geral da medição de terras pu- blicas. Escreveu além de sua these inaugural: - Descripção e roteiro da viagem do vapor Marajó desde a capital do Pará até a cidade da Barra, capital da província do Amazonas. Rio de Janeiro, 1853, in-4° - Acompanha o Relatorio do ministro do im- pério, conselheiro Francisco Gonçalves Martins, depois Barão e Visconde de S. Lourenço. A Ia parte tem 27 pags. seguidas de 3 mappas demonstrativos; a 2a, ou o Roteiro, 18 pags. de numeração separada. D. Maria Anielia cie Queiroz - Natural de Per- nambuco, de intelligencia brilhante e cultivada, tomou parte muito activa na propaganda em favor da abolição do elemento servil e se occupou de assumptos tendentes ao engrandecimento de sua patria em conferencias publicas em vários pontos do estado de seu nascimento. Collaborou para vários orgãos da imprensa do dia, principalmente para o Diário de Pernambuco. Escreveu : - Conferencias feitas por occasião da propaganda abolicionista. Recife, 1885 - Além destas só tenho noticia da - Conferencia celebrada na cidade da Victoria do estado de Per- nambuco, em 23 de março deste anno ( 1890 ) e diversos juizos da im- prensa. Recife, 1890 - Uma folha de Pernambuco assim se exprime, noticiando esta conferencia : « Da leitura do dito opusculo facil é col- ligir que a Sra. Queiroz aos dotes de oradora reune uma mentalidade vigorosa e bem cultivada. Os parallelos históricos, a comparação de systemas politicos de governo, analyses de theorias philosophicas e abstrusas, tudo se enfeixa na breve allocução a que nos referimos n'um desdobrar de imagens bellissimas e moldada em linguagem tersa e cor. recta. Ao contemplar a ingente campanha iniciada pela Exma. Sra. D. Maria Amélia de Queiroz, pois a presente conferencia forma parte de uma serie que a talentosa brasileira realizou em diversas cidades de Pernambuco, onde teve o berço, sente-se quão grandioso papel está ainda reservado entre nós á mulher que souber vencer os prejuízos populares e constituir-se elemento de ensino salutar e de propaganda tanto mais efficaz quanto aos predicados do espirito allia os encantos naturaes do seu sexo. » IZ>. Maria Angélica Rilbeiro-Nascida na cidade de Paraty, provincia do Rio de Janeiro, a 5 de dezembro de 1829 e fal- lecida a 9 de abril de 1880, foi casada com o pintor scenographo João MA 225 Caetano Ribeiro, socia honoraria da sociedade Ensaios litterarios e es- criptora dramatica. Escreveu: - Cancros sociaes : drama original em cinco actos. Rio de Janeiro, 1866, XVI-123pags. in-8°- Foi representado em 1865 no theatro Gym- nasio dramatico peia companhia de L. C. Furtado Coelho, com applauso. - Resurreição do primo Basilio: comedia por um calouro. Rio de Janeiro, 1878. - Um dia de opulência : comedia em dous actos - Foi publicada no livro Ensaios litterarios, collecção de trabalhos da sociedade deste titulo. Rio de Janeiro, 1877, pags. 174 a 221. - Gabriella : drama em quatro actos, representado no mencionado theatro pela companhia de J. P. do Amaral em 1868 - Inédito. - Opinião publica : drama em cinco actos, representado no theatro S. Luiz pela companhia de Emilia Adelaide em 1879 - Idem. Sou in- formado por pessoa de particular amizade de D. Maria Ribeiro que de sua penna ainda existem inéditos : - Os anjos do sacrifício : drama em cinco actos. - As proezas do Firmino : comedia em tres actos. - A cesta da tia Pulcheriat comedia. - Ouro, sciencia, poesia e arte : comedia. - Deus, patria e honra : drama em estylo quinhentista referente à epoca de D. Sancho I. D. Maria ALug^ista Lopes de Sá - Faltam-me no- ticias a seu respeito, só sei que muito joven escreveu : - A familia africana ou a escrava convertida : romance traduzido do francez. Rio de Janeiro, 1852, in-8°. 1>. Maria A.ug-iista cia Silva Guimarães - Filha do doutor José da Silva Gomes e dona Maria Augusta Carigé Go- mes e sobrinha do doutor Manoel Carigé Baraúna, de quem occupei-me neste volume, nasceu na cidade de Nazareth, da Bahia, a 4 de janeiro de 1851, e falleceu a 1 de janeiro de 1873, sendo casada com o doutor hoje também fallecido João Baptista Guimarães Cerne, a 22 de fevereiro de 1872, e portanto sem ter gozado um anno as delicias do consorcio. Era versada nas línguas ingleza e franceza, na geographia, na historia, e em mathematicas, e cultivou a poesia, o desenho de paizagem e a musica, tocando admiravelmente piano. Suas poesias foram publicadas depois de sua morte com o titulo: - Musa dos vinte annos: poesias, etc. Bahia, 1896, 11-168 pags. in-8° peq. - Estas poesias são colleccionadas por um irmão da autora, 226 MA o qual declara que são producções dos dezoito anno e que são publi- cadas « sem a menor alteração e como ella as escreveu » , em grande parte de improviso ; são precedidas de noticias biographicas da joven poetiza por seu primo Eduardo Carigê. A primeira estrophe da poesia intitulada - O que serei A' Guimarães Cerne, pags. 41 e 42-d. Maria Augusta compoz, lendo o livro Favos e travos, do que foi depois seu noivo e seu esposo. Fechando o livro, ella fixou a vista no espaço, suspirou melancolicamente e disse: i « Sim, dou-te o paraiso... nos meus sonhos De louca phantasia ; Dou-te os risos de amor, dou-te o perfume Que min'alma inebria; Serei a flor que amenise os teus espinhos, Serei tua Maria.» Estrophe a que juntou mais tarde outras, dando-lhe titulo, dedi- catória e uma epigraphe de Garrett. D. Maria Barbara Xavier - Natural de Minas Geraes, onde foi casada com Antonio Xavier da Silva, falleceu em Ouro-Preto a 26 de dezembro de 1860, victima de profunda saudade, motivada pela morte de um filhinho. Entre varias poesias que deixou inéditas, segundo uma noticia do Sr. Horacio de Carvalho no Diário Popular, acha-se: - Filho !... soneto allusivo ao golpe que lhe dera a morte, como foi publicado com aquella noticia e reproduzido n'O Paiz da côrte de 22 de agosto de 1886. Cada verso deste soneto transpira sentimento e dôr em toda sua sublimidade e como só pôde experimental-os o co- ração da mulher que é mãe. Oxalá que ainda sejam dados á luz os versos de dona Maria Barbara. D. Maria Benedicta Camavau de Boi'niami - Filha de Patrício Augusto da Gamara Lima e dona Maria Luiza Bormann do Lima, nasceu em Porto-Alegre a 25 de novembro de 1853, foi casada com o doutor José Bernardino Bormann, seu tio, de quem já occupei-me, e falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 23 de julho de 1895. Dedicou-se ás lettras, começando aos quatorze annos a escrever trabalhos que inutilisou depois por lhe parecer que nenhum mérito tinham. Collaborou para vários periódicos, como MA 227 - O Sorriso: jornal scientifico, litterario e recreativo. Rio de Janeiro 1880-1881, in-4°; O Cruzeiro, 1882; & Gazeta da Tarde, 1883-1884 e outros, usando do pseudonymo de Delia. Escreveu em volume: - Aurelia : romance original. Rio de Janeiro, 1883, 89 pags. in-8° - Foi publicado com o pseudonymo, de que usou sempre, de Delia, primeiramente na Gazeta da Tarde. - Uma victima-, Duas irmãs; Magdalena: romances. Rio de Ja- neiro, 1884, 372 pags. in-8° - O primeiro destes romances vae até a pag. 145; o segundo segue dahi até a pag. 236 e o terceiro até o fim do livro. O romance Uma victima foi antes publicado na referida Gazeta, onde também a autora deu á estampa vários contos e folhetins. Ma- gdalena teve sua primeira edição em 1880 no periodico hebdomadario Sorriso. - Lesbia: romance. Rio de Janeiro, 1890, in-8°. - Celeste: scenas da vida fluminense. Rio de Janeiro, 1893, in-8°. - Angelina: romance. Rio de Janeiro, 1894, in-8°. - A estatua de neve : romance - publicado n'O Paiz em dezembro de 1890. I). Maria líeuedlicta de Oliveira Bavlbosa - Nascida na Republica Argentina, foi brasileira por casar-se com o te- nente-coronel reformado do exercito, commendador José Thomaz de Oli- veira Barbosa, que serviu depois o cargo de adjunto da Directoria de numismática, e artes liberaes do Musêo nacional, e por muito tempo o de oíRcial-maior do Archivo publico. Cultivou as lettras e es- creveu: - Zaira Americana. Mostra as immensas vantagens que a socie- dade inteira obtem na illustração, virtudes e perfeita educação da mulher, como mãe e esposa do homem. Esta obra encerra bellezas que a farão apreciar por todos aquelles que se dedicam ao culto das lettras ; nella acha-se uma collecção de preciosos pensamentos e algumas in- spirações poéticas da autora. Rio de Janeiro, 1852, 315 pags. in-8°- E' esta a transcripção fiel do frontispício do livro. D. Maria Bezerra - Natural de Pernambuco e mimosa cultora das musas, tem escripto muitos trabalhos, de que pu- blicou: - Flores das selvas: poesias com uma carta prefacio de Manoel Aarão. Recife, 1896, iu-8°. 228 MA D. Maria Caiiclida cio Figueiredo Santos - Natural de Pernambuco e professora de calligraphia e desenho da es- cola normal do Recife, cultivou também a poesia e escreveu : - Elementos de calligraphia. Recife, 1893, in-8J - Este trabalho foi apresentulo ao Conselho litterario e pelo mesmo Conselho appro- vado em conferencia de 17 de agosto de 1892. Suas - Poesias - se acham publicadas em jornaes de Pernambuco, e inéditas. Nunca fez delias collecção. D. Maria do Carmo de Mel lo Itego - Natural do Rio Grande do Sul e esposa do general de divisão do exercito Fran- cisco Raphael de Mello Rego, escreveu : - Lembranças de Matto Grosso. Rio de Janeiro, 1897, in-8° - E' um livro em que a autora descreve uma viagem que fez a Matto Grosso. - Guião. Rio de Janeiro (?) - Nunca o vi, mais è « a curta historia de Guido, uma creança genial; é a historia do pequeno ex-selvagem Piududo, que encontrou nova mãe amantíssima e apaixonada ; é uma interessante historia narrada por aquella senhora, o que forma o li- vrinho que nos foi remettido e perante o qual emmudecemos para ex- ternar juizo critico, porque não se critica uma obra que é a revelação da tristeza infinda de quem vive ainda governada pelo pedaço da pró- pria alma que se volatilisou e pertence á vida do subjectivismo ! » Apreciando essas paginas de dor, diz o Sr. V. de Taunay: « Para que palavrando recommendações a cousas singelas e pungentes ? Como analysar, aliás, e encarecer sentimento tão profundo e tão bellamente expresso no desalinho da dor ? » D. Maria do Carmo Seno de Andrade - Nascida em Silveiras, S. Paulo, depois de 1850, dotada de intelligencia bri- lhante, mas modesta, tendo respirado o ar da vida entre as flores do campo e haurindo-lhes nos cálices mimosos a natureza, tornou-se inspirada poetisa e escreveu : - O Canto do Cysne : poesias. Rio de Janeiro, 1880, 80 pags. in-8% com o retrato da autora, precedendo-o uma introducção por Olympio Catão - A primeira composição deste livro termina assim : Si em trevas, errante, de cardos cercada, Recordo-me o nada que sou, que serei, Meus louros cabellos arranco no anceio E versos odeio que ha pouco adorei... Si vago nos campos aos beijos da brisa, MA 229 Si eu fora poetisa, murmuro gemendo, Que cândidos lyrios, que poética relva, Meu Deus ! nesta selva se goza morrendo !... Que aguardo na terra ? Jamais inspirada A idéa cançada deixou de lutar... Seria nas vagas ditosa uma ondina Si Sapho divina pudesse imitar. D. Maria Oarolina Bittencourt Ribeiro - Filha de João Caetano Ribeiro e dona Maria Angélica Ribeiro, de quem fiz menção neste livro, nasceu no Rio de Janeiro a 4 de fevereiro de 1859, e escreveu : - Trabalhos em prosa - na America. Rio de Janeiro, 1879. - Trabalhos em prosa e em verso - No Atirador Franco. Rio de Janeiro, 1881 - Possuía uma nota destes trabalhos extrahida das duas revistas, e perdi-a. D. Maria Clara Vilhena da Cunha- E' uma dis- tincta poetisa brasileira, que esteve de passeio na Capital Federal com seu pae em setembro de 1890. Escreveu: - Pyrilampos: poesias. Rio de Janeiro, 1890, in-8° - Em se- guida, no mesmo volume, se encontra: - Rumorejos: poesias de D. Presciliana Duarte, sua amiga e patrícia. Este livro é prefaciado por outra senhora também poetisa. D. Maria Clemência cia Silveira Sampaio - Natural da Bahia, vivia pela epoca de nossa independencia : ê só o que sei a seu respeito. E' talvez filha do marechal de campo Antonio Manoel da Silveira Sampaio, já mencionado no Io tomo deste livro. Escreveu : - Versos heroicos que pelo motivo da gloriosa acclamação do pri- meiro Imperador Constitucional do Brasil compoz, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1823, 8 pags. in-4° - Não vi esses versos. - Poesi.i autographa - Na relação dos manuscriptos e impressos offerecidos pelo official da bibliotheca publica da Bahia João de Brito e re- mettida, etc., para a exposição da historia patria da bibliotheca da Côrte. D. Maria Dias da Silva - Não a conheço. Pelo appel- lido, parece da familia do illustrado e operoso litterato cego Manoel Francisco Dias da Silva. Escreveu: - Thesouro da mãe de familia. Rio de Janeiro, 1889 - E'uma collecção de conselhos, e de receitas compiladas de vários autores, de utilidade para as mães de familia. 230 MA D. Maria Dulce - Não a conheço senão pela seguinte publicação de sua penna: - Historietas para as crianças - Foram publicadas em folhetins da Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro, 1881, in-8°. I). Maria Eliza <le Eacerda Valente Moniz <le Aragão - Filha do capitão Antonio dos Santos Valente e dona Eliza Augusta de Lacerda Valente, e casada com o doutor Egas Moniz Barreto de Aragão, de quem occupar-me-hei, nasceu na cidade da Bahia a 17 de dezembro de 1874. Espirito artístico superior, educada em Lisboa, onde residiu desde 1879 a 1891, tendo ahi feito todos os prepa- ratórios eprestando exames na escola Maria Piae no Lycêo central dessa cidade, fez o curso completo de piano, musica e harmonia no real Con- servatório onde obteve nove distincções, além das do curso de prepara torios. E', talvez, a primeira pianista brasileira. As summidades artísticas, que a teem ouvido na Bahia e no Rio de Janeiro, tecem-lhe os mais enthusiasticos elogios. Tenho á vista as palavras que a ella dirigiu oeximio violinista e regente portuguez, Moreira de Sá: « Uma das me lhores, recordações que levo da Bahia foi o prazer de ouvir a Exma. Sra. D. Maria Eliza de Lacerda Valente Com quanto tivesse o gosto de a ouvir só no 5o nocturno de Chopin e na Campanella de Liszto, estas duas peças tão diversas de caracter foram sufflcientes para aqui- latar as suas esplendidas qualidades de pianista: som macio, plástico, elástico e vibrante, mecanismo seguro, preciso e de grande nitidez, notável maleabilidade e sobretudo penetrante intuição artística, eis, o mais concisamente possível, a impressão que me ficou e que me per- suade que esta senhora possue um espirito superior.» Escreveu: - Elude sur la musique au Brèsil - Na Revue Internationale de Paris, vol. 14°. - Chopin e sua musica: serie de artigos - na Revista Popular, publicação mensal. Bahia, 1897 a 1898, começando no n. 2 pag. 19. - Esboço critico sobre a partitura Alphion do professor Domenech, director do Conservatório de musica da Bahia - Na chronica artística do Diário de Noticias da Bahia, em agosto de 1898. - Polemica cri tico-musical: serie de artigos publicados no Diário da Bahia em junho de 1898-0 contendor era um maestro estrangeiro que sahiu vencido e esses artigos attrahiram a attenção do publico. Entre suas composições musicaes se acham: - Zepha : polka. - Elza e Almerinda: valsa. - Esther: valsa. MA 231 - Folha de Álbum. - Rèverie. - Romance sem palavras. - BarcaroUa. D. Maria Elixa de Miranda Chaves - Filha de Francisco de Paula de Miranda Chaves e sobrinha do doutor João An- tunes de Azevedo Chaves, mencionado neste livro, nasceu na cidade da Bahia pelo anno de 1830, foi casada com o doutor Polycarpo Araponga e falleceu no Rio Grande do Sul. Mimosa poetiza, nunca colleccionou seus versos ; publicou em revistas alguns como o - Soneto - de que o terceiro e ultimo verso dos tercetos inspiraram vários poetas para glozarem outros sonetos. Eis os tercetos: Mas inda nesse estado, em que lutando Vivo contra o furor de iníqua sorte, Hei-de, martyr de amor, morrer te amando, Embora em prémio desse amor tão forte Me vão sensivelmente definhando O pranto, a queixa, a solidão e a morte. D. Maria Emilia Leal - Não obtive noticia acerca desta escriptora, mas só dos dous trabalhos seguintes: - Pequena historia sagrada para a infancia por J. L. C. Renaudin, premiada para a instrucção elementar. Traducção. Rio de Janeiro - Sei que teve mais duas edições, ornadas com gravuras. - Rudimentos de historia universal. Traducção. Rio de Janeiro. r>. Maria Feliciana de Oliveira - Não posso dar noticia sua ; só sei que é brasileira e que escreveu: - Martha: ensaio de novella positivista com um prefacio de José Feliciano. Rio de Janeiro, 1899. D. Mfiria Felippa 3Iaxima da França - Não a conheço senão pelo seguinte trabalho que escreveu, pelo qual a au- tora demonstra ter tomado parte na política da época: - Memória offerecida ás senhoras brasileiras. Rio de Janeiro, 1826, 4 pags. in-fol.- E' contra José de Araújo Roso, o primeiro presidente que teve o Pará. ( Veja-se este nome.) 232 MA 13. 31aria Firmina dos Reis - Filha de João Pedro Esteves e dona Leonor Felippa dos Reis, nasceu na cidade de S. Luiz do Maranhão a 11 de outubro de 1825. Dedicando-se ao magistério, regou a cadeira de primeiras lettras de S. José de Guimarães desde agosto de 1847 até março de 1881, quando foi aposentada. Em 1880 fundou uma aula mixta em Maçarico, termo de Guimarães, cujo ensino era gratuito para quasi todos os alumnos, e por isso foi a professora obrigada a suspendel-a depois de dous annos e meio. Cultivou a poesia, e tanto em verso, como em prosa escreveu algumas obras, de que as mais conhecidas são: - Cantos â beira-mar: poesias. S. Luiz - Ursula'. romance. S. Luiz.... - A escrava : romance. S. Luiz.... D. Maria Francisca Pedreira Ferreira - Filha do doutor Manuel Jesuino Ferreira, já commemorado neste livro e dona Umbelina Corrêa Pedreira Ferreira, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 23 de janeiro de 1858 e escreveu aos 14 annos de idade: - Deveres dos meninos por Th. Barrau. Traducção, dedicada ao Exm. Sr. Conselheiro Luiz Antonio Pereira Franco. Bahia, 1873, in-8° - Este livro foi publicado sob o cryptonymo Uma joven flumi- nense e foi incluido no catalogo dos bons livros, que a província da Bahia distribuía gratuita mente aos alumnos de suas escolas. D. Maria Ouilliermiiia Loureiro de An- drade - Natural de Minas Geraes e illustrada educadora, fundou ha muitos annos um collegio para meninas, que dirige, e onde não so- mente se ensinam as matérias da instrucção primaria, como também varias linguas, disciplinares da instrucção superior. Este collegio funccionou na rua do Riachuelo e hoje está na do Cattete. Es- creveu: - Resumo da historia do Brasil para uso das escolas primarias. Boston, 1888, 231 pags. in-8n com 22 estampas coloridas - Ha outras edições, sendo uma de 1895. Este livro é modelado pelo do professor W. Pockels, não só com a noticia dos factos, como também com a dos vultos que nelles figuram. O. 31aria Helena Camara cie A.n<lraclc l?into - Natural do Rio de Jaueiro e casada com o conselheiro MA 233 Eduardo de Andrade Pinto, já fallecido, teve uma educação aprimo- rada, cultivou a poesia e escreveu: - Violetas. Rio de Janeiro, 1887, in-8° - E' um livro de poesias, com um prefacio pelo conselheiro F. Octaviano d' A. Rosa. D. Maria José <le ^Vudvtide - Filha de Joaquim José de Andrade e dona Clara do Espirito Santo Andrade, nasceu na cidade de Campos, do actual estado do Rio de Janeiro, a 10 de ou- tubro de 1835, e nesta cidade dirige, ha muitos annos, um collegio de educação primaria e secundaria. Desde muito joven applicou-se á escripturação mercantil e ao estudo de varias linguas para auxiliar seu pae que era negociante. Cultivou também as lettras amenas, e collaborando para vários periódicos, publicou muitas - Poesias e folhetins, originaes e traduzidos - nos quaes assi- gnava-se ordinariamente com o pseudonymo arca.lico de Leucata Olympia. D. Maria Josepha Barreto - Nascida em Viamão, província do Rio Grande do Sul, ahi casou-se, sendo o seu marido carcereiro da cadeia de Porto Alegre. Poetiza e repentista muito feliz, recitando uma poesia no theatro, em certo espectaculo, a essa poesia, que era improvisada, seguiu-se uma luta de versos também improvisados entre a autora e outro poeta, como diz o doutor Cesar Marques em seu Almanak de 1867. Escreveu muitos - Elogios dramáticos e poesias varias - que nunca foram publi- cadas, e entre estas a seguinte: - Aos 55 annos do Sr. D. João VI: soneto - Foi publicado no dito Almanak, pag. 41. IX Maria Josephina Matliilde DuvocIict - Nascida na França a 9 de janeiro de 1808, falleceu no Rio de Janeiro a 25 de dezembro de 1893, parteira pela faculdade de medicina desta cidade, parteira da finada imperatriz D. Thereza Christina e da princeza, também finada, D. Leopoldina, membro da Academia im- perial de medicina e da associação Promotora da instrucçãó. Exerceu por dilatados annos sua profissão com honra e desvelo e praticou sempre a caridade como recommenda o Evangelho, sem ostentação, sem que a mão que dá seja vista pela outra mão. Escreveu: - Idêas a condemnar a respeito da emancipação. Rio de Janeiro, 1871, 21 pags. in-4°. 234 MA. - Considerações sobre a clinica obstétrica. Rio de Janeiro, 1877, in-4°. - O centeio e a ergotina. Rio de Janeiro.... - Reflexões sobre a eclampsia e as convulsões dos recem-nascidos. Rio de Janeiro, 1883, 65 pags. in-4° - Collaborou activamente nos Annaes da Academia imperial de medicina, publicando entre muitos trabalhos os seguintes: - Resumo estatístico da clinica de partos de Mm® Durocher desde o mez de novembro de 1834 até novembro de 1848 - No vol. de 1847- 1848, pag. 270 e seguintes. - Deve ou não haver parteiras ? - No vol. de 1870-1871, pags. 256, 289, 329 e seguintes. - Do emprego do centeio espigado nos partos - Idem, pag. 93. - Medicina legal à vol d'oiseau em relação aos corpos de delicto - No dito vol. pags. 107 a 120. - Do emprego abusivo do chloroformio nos partos physiologicos - No vol. de 1877-1878, pags. 142 e seguintes. - Acção abortiva do sulphato de quinino - No vol. de 1873-1874, pags. 428-452. - Um caso de contracções tetanicas do utero do 7o para o 8° mez de gravidez - No vol. de 1881-1882, pags. 63 e seguintes. - Considerações sobre os abcessos que atacam o systema mus- cular durante o puerperio - No vol. de 1883-1884, pags. 251 e se- guintes. 1). Maria, Jucá Moreira Lima - Filha de Antonio Scipião da Silva Jucá de quem me occupei no vol. Io, e dona Anna Maria Guerra Jucá, nasceu em Maceió, capital de Alagoas, no anno de 1867 e ahi falleceu a 3 de abril de 1895, casada, ainda não havia dous annos, com o engenheiro Enéas Moreira da Silva Lima. Tendo estudado, tanto no lycêo, como na escola normal dessa cidade, onde fez brilhantes exames, revelou gosto pelo estudo, conhecimento de obras modernas sobre diversas matérias e até aptidão para as ma- thematicas. Foi poetisa de um lyrismo encantador. Talento inve- jável, deixou dous volumes de composições suas, manuscriptos, que seu marido em viagem para o Maranhão levou com a idéa de dar ahi á publicidade o que julgasse melhor, mas um delles foi perdido num caixão de livros que por descuido deixou a bordo e nunca foi MA 235 encontrado. Muitos trabalhos seus, porém, querem prosa, querem verso, foram publicados na imprensa de Maceió, dos quaes são: - As flores d'alma. A meu prezado pae, achando-se na cidade do Pão de Assucar - No Gutemberg, 1886. E' uma poesia que ter- mina patenteando as tres flores de sua alma, assim: A primeira é de alvura não sonhada... Tudo que é santo abriga, immaculada, Sua corolla immensa. Quando transborda o calix da amargura, Minh'alma n'uma prece se depura, Cresce a rosa da Crença. Quando por mim em lagrimas banhada De minha mãe a face descorada Eu cinjo ao coração, Divina, casta, cérula, amorosa, Nasce em meu seio a flor mais odorosa, A flor da Gratidão. E quando as illusões são dissipadas E as rosas dos amores desfolhadas Em triste soledade, Consoladora, olente, doce e calma Inda uma flor deabrocha na minh'alma, O lyrio da Saudade ! - Carlota Corday: soneto - Também no Gutemberg, 1889 - D. Maria Jucá deixou flnalmente diversas traducções de Victor Hugo e outras do írancez, que revelam seu apurado gosto e perfeito conhe- cimento desta lingua. D. Maria Luiza Duarte - Filha do capitão José Vieira Sampaio e dona Capitulina Clotildes Alves Vieira, nasceu na villa da Palmeira dos índios, Alagoas, a 15 de abril de 1863, e é casada com João Francisco Duarte, mencionado no 3o tomo deste livro, tendo-o sido em primeiras núpcias com Antonio de Almeida Romariz, de quem enviuvou com 20 annos de idade. Cursou varias aulas no lycêo de Maceió, em que obteve distincta approvação, com o intuito de matricular-se em uma das faculdades do paiz, o que não realizou 236 MA por circumstancias imprevistas. Ferida por dolorosos golpes e des- protegida da fortuna, fundou um collegio para menina«, o Athenêo alagoano, no qual ensinou, não só lettras e artes, como o que con- cerne á educação domestica. Fundou e redigiu: - Revista Alagoana. Maceió, 1887 - E' uma gazeta litteraria e scientifica, de senhoras, dedicada particularmente á mulher bra- sileira, sua emancipação, futuro, etc. Só viveu seis mezes. Escreveu depois: - Almanah litterario alagoano das senhoras. Maceió, 1888, in-8* - Não sei si foi publicado mais de um anno. O que sei é que é a primeira producção deste genero por senhora brasileira. 1). Maria Luiza de Oliveira Arruda - Nascida em Bananal, Rio de Janeiro, a 6 de março de 1864 e casada com seu primo o Dr. João Braz de Oliveira Arruda mencionado no vol. 3o, teve uma educação esmerada, sendo versada em varias línguas e toca pri- morosamente piano. Alma compassiva e caridosa, promoveu, ella só, com grande esforço um concerto musical em Barra Mansa em beneficio do hospital de caridade. Tem algumas traducções inéditas e também composições musicaes. Escreveu: - A Rabbiatta por Paulo Heyse: traducção do allemão. Bananal, 1880, in-8°. 13. Maria Simões - Natural do Pará, e joven cultora da poesia. De suas numerosas composições publicou: - Lyrios d'alma: versos. Belém, 1893, in-8° - São 58 composições prefaciadas pelo poetada « Musa americana », Juvenal Tavares. Sobre este livro escreveu o erudito Dr. Eunapio Deiróno folhetim do Jornal do Commercio de 15 de junho de 1897. Mavia.uo <le Azevedo Itapura - Filho do capitão de mar e guerra Antonio Mariano de Azevedo, já mencionado neste jivro, e dona Rosalina do Vai de Azevedo, nasceu a 22 de setembro de 1864 em S. Paulo, na colonia militar de Itapura, fundada por seu pae, e falleceu nesta capital a 17 de fevereiro de 1889, sendo segundo tenente da armada. Concluindo em 1885 o curso da escola naval, foi em viagem de instrucção aos Estados-Unidos e em sua volta fez parte da força naval estacionada em Montevidéo, onde por occasião do incên- dio de um navio austríaco, soccorrendo'a tripolação desse navio, por- MÁ 237 tou-se de modo a merecer elogios da imprensa platina e do governo imperial a medalha humanitaria. Escreveu: - A batalha natal do Riachuelo. Rio de Janeiro, 1885 - Era o autor estudante quando publicou esta obra. - Apontamentos e impressões de viagem de um guarda-marinha. Rio de Janeiro, 1888 - Refere-se a viagem aos Estados-Unidos. - Ephemerides navaes - E' um volume inédito, de muito mereci- mento, segundo me afflrma pessoa competente. Mariano Henrique <le Araújo - Natural da pro- vinda, hoje estado de Minas Geraes, é sómente o que sei a seu respeito. Escreveu: - Memórias sobre o município de Tamanduá, provinda de Minas Geraes, organisadas e descriptas, etc., e olferecidas á bibliotheca na- cional para figurar na sua exposição de historia e geographia do Brasil. S. João d'El-Rei, 1881, 16 pags. in-4°. Mariano José cio Amaral - Natural da Bahia, e pae do desembargador Joaquim José do Amaral, falleceu no Rio de Janeiro peloannode 1835. Era bacharel em philosophia e em medicina pela uni- versidade de Coimbra, medico da imperial camara, lente do collegio medico-cirurgico, depois academia medico-cirurgica desta cidade, etc. Escreveu: - Discurso por occasião da primeira abertura da cadeira de ma- téria medica e medicina pratica da academia medico-cirurgica desta corte, feito e recitado, etc. em o dia 20 de junho de 1821. Rio de Janeiro, 1821, 12 pags. in-4°. Mariano José Caibrai - Penso que é natural do Ma- ranhão. Teve a idéa de instituir no Rio de Janeiro uma publicação com o titulo de Bibliotheca romantica, constando, como esse titulo indica, de romances, originaes ou traduzidos e escreveu: - Os ciúmes de uma rainha: romance por D. Torquato Tarrago, traducção. Rio de Janeiro, 1872, in-8° - Foi publicado este romance em nove fasciculos que fazem parte da collecção da Bibliotheca roman- tica . - Valereuse: romance por Julio Sandeau. Traducção. Rio de Ja- neiro, 1861, in-8°. - A maçonaria e o jesuitismo. Publicação de um maçon catholico, apostolico romano, da Loja Silentio, do valle dos Benedictinos. Rio de Janeiro, 1872, 135 pags. in-8°. 238 MA Mariano José Pereira <la Fonseca, Marquez de Maricá-Filho de Domingos Pereira da Fonseca e dona Thereza Maria de Jesus, nasceu no Rio de Janeiro a 18 de maio de 1773 e falleceu a 16 de setembro de 1848, senador pela província do Rio de Janeiro, conse- lheiro de estado, do conselho de sua magestade o Imperador, grã-cruz da ordem do Cruzeiro, cavalleiroda de Christo, socio do Instituto histó- rico e geographico brasileiro e bacharel em mathematicas o em philo- sophia pela universidade de Coimbra. Apenas formado em Coimbra, em 1793, a dolorosa noticia da morte de seu pae, que era negociante, trouxe-o ao Brasil, onde o aguardavam novos desgostos. Abraçando a profissão dc seu pae, entrou para a academia scientifica, fundada por Manuel Ignacio da Silva Alvarenga sob os auspícios do governador Marquez de Lavradio, e por esse crime, quando o famigerado Conde de Rezende dissolveu violentamente a academia, foi preso e esteve dous annos, sete rnezes e quinze dias encarcerado por ordem deste déspota. Occupou logares importantes, de 1802 a 1822, como os de membro da junta do commercio, censor regio da imprensa, administrador thesoureiro da fabrica de polvora, creada a 8 de maio de 1808 na Lagôa de Rodrigo de Freitas, c um dos administradores da imprensa régia, creada na mesma data. Foi um dos collaboradores da Constituição do Império de accordo com as bases dadas por D. Pedro I; ministro da fazenda desde a dis- solução da constituinte, novembro de 1823, até 23 de novembro de 1825. e um dos membros com que foi inaugurado o senado. Foi grande philo- sopho, profundo moralista e também poeta. Escreveu: - Maximas, pensamentos e reflexões do Marquez de Maricá, etc. Rio de Janeiro, 1837, 1839 e 1841, in-8° - E' uma publicação feita em tres partes, distribuída gratuitamente e geralmente applaudida pela imprensa que considerou o autor um outro La Rochefoucauld. Fez-se depois uma edição com o titulo de Collecção completa das maximas, etc., no Rio de Janeiro, 1843, com o retrato e fac-simile do Marquez. - Novas reflexões, maximas e pensamentos do Marquez de Maricá. Rio de Janeiro, 1844, 133 pags. in-8°. - Novas maximas, pensamentos e reflexões, etc. Rio de Janeiro, 1846, 128 pags. in-8°. - Ultimas maximas,pensamentos e reflexões, etc. Rio de Janeiro, 1849, 56 pags. in-8°- Estas ultimas, publicadas depois da morte do autor, são uma reproducção do periodico íris, tomo Io, redigido pelo conse- lheiro Castilho, a quem as havia o autor dado. Todas as producções mencionadas sahiram a lume ainda com o titulo: - Collecção completa das maximas, pensamentos e reflexões do Marquez de Maricá: edição revista e emendada pelo autor, augmeutada MA 239 com as maximas, pensamentos e reflexões publicadas em 1844 e 1846 e com as ultimas maximas, pensamentos e reflexões. Rio de Janeiro, 1850, in-8° - No anno de 1860, foi em Paris feita uma edição em tudo seme- lhante a esta, mais nitida, com o retrato e fic-simile do autor, termi- nando com o epitaphio por elle escripto para sua sepultura, nesta qua- drinha: Aqui jaz o corpo apenas Do Marquez de Maricá Quem quizer saber-lhe a alma Em seus livros achará. Finalmente em 1896 fez-se a ultima publicação deste livro, no Rio de Janeiro, com 404 pags. in-8\ com o retrato efac-simile. Neste fac-simile leem-se as seguintes maximas: « A herança dos sábios tom mais ex- tensão e perpetuidade do que a dos ricos; comprehende o genero humano e alcança a mais remota posteridade. » « O nosso espirito não se retira inteiramente deste mundo, quando deixamos nelle o fructo de nossos pensamentos e cogitações. » - As maximas do Marquez de Maricá são adoptadas pelo governo para as versões francezas, inglezas e allemãs nos exames de preparatórios. O Marquez emflm col- laborou no - Projecto de Constituição para o Império do Brasil, organisado pelo Conselho de Estado, sob as bases apresentadas por S. M. o Impe- rador o Sr. D. Pedro I. Rio de Janeiro, 1823, 46 pags. in-4" - (Ve- ja-se Clemente Ferreira França. ) De suas composições poéticas nunca se fez collecção ; ha algumas postas em musica pelo padre José Maurício Nunes Garcia, de quem já occupei-me. Mariano Procopio Ferreira Lage - Natural de Barbacena, província de Minas Geraes, e fallecido a 14 de fevereiro de 1872, foi negociante na côrte e proprietário rural em sua provincia, que o elegeu deputado á 11a legislatura de 1861 a 1863 e á 14a de 1869 a 1872. Foi director presidente da Companhia União e Industria, e depois director da estrada de ferro D. Pedro II e a elle se deve o es- tabelecimento da primeira escola agricola em Juiz de Fôra. Era digni- tário da ordem da Rosa, commendador da de Christo e official da ordem francezada Legião de Honra, membro da sociedade Auxiliadora da industria nacional, etc. Escreveu: - Animaes domésticos : Relatorio da exposição universal de 1867 - Acha-se no Relatorio redigido pelo secretario da exposição bra- sileira, Julio Constancio de Villeneuve. Paris, 1868, 240 MV - Prolongamento da estrada de ferro D. Pedro II. Informações prestadas á assembléa geral legislativa. Rio de Janeiro, 1870, 102 pags. in-4°. - Relatorio apresentado á assembléa geral da Companhia União e Industria em 23 de junho de 1864. Rio de Janeiro, 1864, in-4° - Era o autor o director gerente da companhia. - Estrada de ferro de D. Pedro II. Relatorio do anno de 1870 apresentado ao Illm. Exm. Sr... Ministro e Secretario de Estado dos Negocies da Agricultura, Commercio e Obras publicas. Rio de Janeiro, 1871, in-fol. Mariano <le Santa Roxa de Lima - Filho do Barão de Itaparica, Antonio Teixeira de Freitas, e da Baroneza do mesmo titulo, dona Roza de Lima Teixeira, nasceu na cidade da Bahia no anno de 1824 e falleceu no de 1853. Chamado antes Mariano Tei- xeira de Freitas, foi por seu irmão mais velho e seu tutor ( a quem não convinha entregar-lhe a legitima de seus paes, já fallecidos), constrangido a tomar o habito dos benedictinos e professar no mosteiro daquella cidado. Sem vocação alguma para esse estado, pediu e obteve breve de secularisação, e recebeu então as ordens do presby- terato. Foi irmão dodistincto advogado, de quem fiz menção, Augusto Teixeira de Freitas, Io o, como este, talento robusto e de uma acti- vidade excessiva. Alma compassiva, bemfazeja, nobre, nunca negou-se a beneficio algum e muitas vezes via-se sem um real na algibeira. O arcebispo D. Romualdo dedicou-lhe affectuosa estima e contribuiu para que elle alcançasse aquella graça do summo pontífice. Eleito, depois do respectivo concurso, vigário da igreja de S. José da Barra de Sento Sê, nos sertões de sua província natal, morreu repentina- mente, constando que fôra envenenado. Escreveu muitos sermões ou antes improvisava-os, mas não consta que publicasse algum. No mesmo dia de sua primeira missa, n'uma festividade celebrada no convento da Lapa, da Bahia, prégou no Te-Deum á tarde com geral applauso. São de sua penna: - O genio do Christianismo por Chateaubriand: traducção. Parto Ia, Bahia, 1845, in-8° - Não continuou. - As sombras de Descartes, Cousin, Kant e Jouffroy: traducção. Bahia, 1846, in-8°. - Ensaio sobre a constituição divina da egreja, offerecido aos christãos, como preservativo nas actuaes circumstancias por um vigário geral: traduzido do fraucez. Bahia, 1847, in-8°. MA 241 - Espirito da biblia ou moral universal christã pelo abbade A. Martini: traducção. Bahia, 1847, in-8'. - O amante assassino : romance. Bahia, 1846, in-8° - Este ro- mance a proposito do assassinato da infeliz Julia Fetal por J. E. da Silva Lisboa publicou-se sob o anonymo. - Ensaio da historia do christianismo. Mudanças trazidas pelo chris- tianismo na sorte e condição da mulher - No Mostico, periodico mensal da sociedade Instructiva da Bahia, tomo 2o, pags. 170 e 248 e segs. Neste periodico ha mais de sua penna: - O suicídio - No mesmo tomo, pags. 107 a 110. - Os tumulos- No mesmo tomo, pags. 255 a 257. - Moral religiosa: A esperança: traducção - Idem, pags. 268 a 269. - Rienzi: historia da idade média 1309 - Idem pags. 276 a 279. - Escolhei amigos -Idem, pags. 283 a 285. - A ordem benedictina - Idem, tomo 3o, pags. 5 a 8 - Só foi publicado o primeiro capitulo, ficando os demais inéditos, por ser suspenso este periodico. - O chamado do céo: romancete veridico - No Athenêo, periodico scientifico e litterario dos estudantes da Faculdade de medicina da Bahia, 1849, pags. 29 a 31. - O legado da hora extrema: romancete - Idem, pags. 188 a 191. - Amores de uma creatura sem dentes - Idem, pags. 229 a 231. - As lagrimas- Na Revista Universal Brasileira: Rio de Janeiro, 1848 - Só foi publicada a primeira parte ou os dous primeiros capítulos, por ser suspenso este periodico. - Os últimos momentos do soldado catholico - Na Tribuna Ca- tholica do Rio de Janeiro, n. 24. - A imprensa catholica no Brasil - Na Religião, periodico religioso e político do Rio de Janeiro, tomo Io, 1848. - A força da oração: facto historico - Idem, tomo 3o, 1850. - A confissão- Os amores da mulher -A irmã de caridade-O enterro de uma donzella christã - A mulher perante a antiguidade - Historia moderna da Igreja - Pio Nono e Napoleão (traducção) - Na Chronica Litteraria, Rio de Janeiro, 1848-1850, pags. 97, 113, 137, 161, 173 e 180 e segs. O padre Mariano escreveu ainda na imprensa do dia da Bahia e redigiu: - O Romancista: periodico de instrucção e recreio para as senhoras bahianas. Bahia, 1846, in-8° - Sahia em livretes, de que apenas foram publicados 24, todos da penna de seu redactor. MA 242 - O Noticiador catholico: periodico consagrado aos interesses da religião sob os auspícios do Arcebispo D. Romualdo. Bahia, 1848-1850, in-fol.- Este periodico se publicava uma vez por semana e quasi todos os numeros eram da penna de seu redactor, que escrevia com a maior facilidade e sem fazer correcções. O padre Mariano traduziu para o portuguez um ^livro grosso sobre clinica homoeopathica, que foi publicado na Bahia com o nome de um homopatha francez. Quem escreve estas linhas o viu muitas vezes nesse trabalho em agra- davel palestra, alegre, sem consultar o diccionario, sem descuido algum. Mario de Ártagão - Pseudonymo de Antonio da Costa Corrêa Leite, filho de Antonio da Costa Corrêa Leite, e nascido na cidade do Rio Grande do Sul a 16 de dezembro de 1866, co- meçou sua educação na Allemanha, mas não pôde concluil-a, porque seu pae, ao cabo de tres annos, o fez voltar á patria para empregal-o no commercio. Não houve razões, nem supplicas á que seu pae cedesse para dispensal-o da vida commercial, e por isso deixou elle as van- tagens, que lhe proporcionava a enorme fortuna paterna, para viver do seu trabalho. Esteve em Pernambuco, depois nó Rio de Janeiro e d'aqui voltou ao Rio Grande, só dedicando-se ã imprensa, ás lettras, pugnando, ainda depois da proclamação da republica, pelas idéas da monarchia. Achando-se no Rio de Janeiro por o ocasião da mudança do regimen politico, fiel ás suas crenças, não quiz collaborar em di- versas folhas, para que foi convidado, quando tolas, com excepção da Tribuna Liberal, destruída pelos partidários do governo provisorio, tinham em massa adherido à Republica. E' membro da Academia litteraria de França e de outras associações de lettras, collaborou na Tribuna Liberal citada, com o bacharel Carlos de Laet, em 1890, e depois no Correio Mercantil de Pelotas, e no Echo do Sul, jornal que foi suspenso a 1 de abril de 1894 e para cuja redacção foi por vezes convidado. Redigiu o - Rio Grande do Sul ( orgam sem política,), 1891 - Para chefe da redacção desse jornal foi elle convidado per seus proprietários, mas deixou-o logo, porque estes queriam, contra sua consciência, que elle defendesse a attitu le da autoridade policial que desacatara a um seu collega. Fundou e redigiu: - A Actualidade (jornal monarchico), Rio Grande, 1892-1893 - Começou a 1 de setembro de 1892 e terminou a 24 de setembro de 1893, quando os successos políticos desse estado lhe ameaçavam a liberdade, MV 243 obrigando-o a refugiar-se durante oito mezes no Consulado ínglez. Mario d'Artagão é inspirado poeta e escreveu: - As infernaes: poesias. Recife, 1888, in-fol.- Foi este livro que abriu-lhe as portas da Academia litteraria de França. - Psalterio ; poesias. Rio Grande, 1894, in-8°- Deste mimoso livro destaca-se a bella poesia « Buena Dicha», que é uma amarga allusão ao facto de ser sua carreira cortada pela inflexibilidade paterna. Em 1895 tinha elle a publicar : - Crepe : poema sociologico. - Darwinismo e Deísmo - obra, cujo titulo indica o elevado assumpto de que se trata. Mario Cockrane de Alencar-Filho do doutor José Martiniano de Alencar , o segundo deste nome commemorado neste livro, nasceu no Rio de Janeiro, a 30 do janeiro de 1872, é bacharel em lettras pelo collegio Pedro II e em sciencias sociaes pela faculdade livre desta capital, offlcial da secretaria da justiça e negocios inte- riores. E' poeta e escreveu: - Lagrimas. Rio de Janeiro, 1888 - são os primeiros versos do autor, que, joven e dotado dc talento, como demonstram esses versos correctos e graciosos, preferiu a rotina antiga dos poetas chorões, quando deveria rir e folgar. ZMíifio de I.avizzari - Pseudonymo de Francisco Muniz Barreto de Aragão, filho do commendador Egas Moniz Bar- reto de Aragão e dona Maria Luiza Gade de Massarellos Moniz de Aragão, nasceu na cidade da Bahia a 18 de junho de 1846. Fez sua edu- cação litteraria na Allemanha, onde teve como professor de preparató- rios o celebre Fernando Kock, professor contractado de hebraico e lín- guas do Imperador d. Pedro II Ahi graduado doutor em direito pela universidade de Heidelberg, voltou á Bahia, foi deputado provincial e collaborou com muitos contos humorísticos e vários trabalhos no Diário de Noticias, no Diário da Bahia e no Jornal de Noticias. Collaborou na revista litteraria Renascença e no Monitor, onde escreveu por muitos annos a - Correspondência de Berlim - Escreveu mais: - De re fenebri: (these para o doutorado em direito ). Heidelberg, 1867, 64 pags. in-4° - Em latim. - Das Verfassung - Wesen in Brasilien. Bahia, 1873, 80 pags. in-8"- Em allemão. A' este trabalho, que é offerecido ao Barão de Cotegipe, foi o autor levado pelo modo injusto e altamente extranhave 244 MA por que o Brasil tem sido sempre aquilatado na Europa pela ignorância de uns, pela má vontade ou má fé de outros, e pelo afinco com que nos últimos annos alguns indivíduos teem procurado rebaixal-o diante do mundo civilisado. - Desabafos humorísticos. O Sr. Jucundino: conto offerecido ao corpo académico de sua terra. Bahia, 1889, in-8°- Seguem mais cinco contos, a saber - II Que Santo Antonio ! - III Frei Presciliano. - IV O Conego Ru fino. - N As decepções do Sr. Almeida. - VI A' braços com uma rainha - Tem trabalhos em revistas, como - A mulher através do século: resumo de uma conferencia espe- cialmente escripta para a Renascença-Na Renascença, revista lit- teraria da Bahia, ns. 5, 6 e 7. Martini Aífonso Barboza da Silva - Bacharel em sciencias physicas e mathematicas pela universidade de Pariz. Es- creveu: - Chave da chimica ou novo methodo para estudar esta sciencia. Rio de Janeiro (?) in-8°. AI; ti* tini Francisco Ribeiro de Andrada, Io - Filho do coronel Bonifácio José de Andrada e dona Maria Barbara da Silva, e irmão de Antonio Carlos e de José Bonifácio de Andrada e Silva, já mencionados neste livro, nasceu em Santos no anno de 1775 e falleeeu a 23 de fevereiro de 1844. Era formado em mathematica pela universidade de Coimbra. Tendo acompanhado em 1820 aquelle seu irmão ( que no anno antecedente voltara de Portugal) a uma excursão montanistica por parte da província de S. Paulo para determinar seus terrenos auríferos; serviu em 1821, como secretario do governo provisorio, de queelle era vice-presidente; occupou a pasta da fazenda no primeiro ministério do primeiro reinado, do qual foi o dito seu irmão o organisador; foi, como elle, eleito deputado â constituinte brazileira, bem que por outra província, a do Rio de Janeiro ; foi com elle depor- tado para Europa em 1823. Voltando do exilioem 1828, foi ainda preso na ilha das Cobras e, sahindo da prisão, neste mesmo anno foi eleito por Minas Geraes deputado á 2" legislatura, e mais tarde por S. Paulo á 4a legislatura. Occupou também a pasta da fazenda no primeiro mi- nistério do segundo reinado, de 24 de julho de 1840. Era do conselho de sua magestade o Imperador, membro do Instituto historico e geo- M A. 245 graphico brasileiro, cavalleiro da ordem de Christo, homem de reco- nhecida probidade e de costumes severos. Escreveu: - Manual de mineralogia ou esboço do reino mineral, disposto se- gundo a analyse de mr. Forbern Bergman, etc. ; traduzido por Martim Francisco Ribeiro de Andrada e publicado por frei José Mariano da Conceição Vellozo. Lisboa. 1799-1800, 2 tomos in-4°. - Tratado sobre o canhamo, composto em francez por mr. Morcan- dier, traduzido em portuguez, etc. Lisboa, 1799, 97 pags. in-8°. - Diário de uma viagem mineralógica pela provincia de S. Paulo no anno de 1805 - Na Revista do Instituto, tomo 9% 1847, pags. 527 a 548 e antes na Gazeta Official deste anno, não sendo concluido porque « o restante do Diário ou foi distrahido ou consumido» como diz aredacção desta folha. Difficilmente poude a mesma redacção coordenar esse tra- balho, escripto em fragmentos de papel e com a lettra já gasta pelo tempo, constando de notas que o autor fazia no decurso da viagem, sem as ter corrigido. Não se deve, portanto, procurar nesse trabalho mérito litterario, pois que seu mérito está na perspicácia e na exa- ctidão das observações. - Amerique meridionais. Voyage mineralogique dans la province de Saint Paul, du Bresil - Duas partes n'um vol. in-8° - Extraindo do Journal des Voyages, 1827, e reimpresso no Bulletin des Sciences natu. relles, 1829, e por ultimo em appendice á traducção feita por José Bonifácio da « geologia elementar applicada á agricultura, com um diccionario dos termos geologicos » de Nereo Boubéa, em 1846. (Veja se José Bonifácio de Andrada e Silva, Io. ) A viagem de que se trata é de 1820 pelos dous irmãos e o escripto é feito por ambos. - Jornaes das viagens pela capitania de S. Paulo, de Martim Francisco Ribeiro de Andrada, estipendiado como inspector das minas e mattas e naturalista da mesma capitania em 1803 e 1804-E' uma cópia do original que possuia o Visconde de Porto Seguro. Está inédito no Instituto historico. - Falia que dirigiu aos negociantes e capitalistas desta praça, re- lativa ao empréstimo de quatrocentos contos de réis para urgências do Estado do Rio de Janeiro ( 1822 ), 2 fls. in-fol.- Seguem-se as Con- dições do empréstimo. - Discurso pronunciado depois do Relatorio do.... ministro da justiça ( na Camara dos deputados ). Rio de Janeiro, 1832, in-4°. - Discurso pronunciado na Camara dos deputados na sessão de 12 de maio de 1832. Rio de Janeiro, 1832, in-4n. 246 MA - Resposta dada em sessão de 15 de maio por occasião de um pa- recer da mesa, e discurso pronunciado no mesmo dia, discutindo o voto de graças. Rio de Janeiro, 1832, in-4°. - Discurso pronunciado na camara dos deputados na sessão de 17 de maio, continuando a discussão do voto de graças. Rio de Janeiro, 1832, in-4°. - Discurso pronunciado na camara dos deputados na sessão de 19 de maio. Rio de Janeiro, 1832, in-4°. - Refutação da defesa do sr. Joaquim Estanislau Barboza. Rio de Janeiro, 1829 - E' um opusculo anonymo, attribuido a este autor e também a seus irmãos. - Memória sobre a estatística ou analyse dos verdadeiros prin- cípios desta sciencia, e sua applicação á riqueza, forças e poder do Brazil - O manuscripto de 85 fols. pertence ao Instituto historico. - Cartas Andradinas. Nos Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro, vol. XIV, pags. 51 á 69. 1890. Martim Francisco Rilbeiro <le Andrada, 2o - Filho do precedente e duna Gabriella Frederica de Andrada e irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva, 2o, nasceu em Mucidan, arra- balde de Bordeaux, na França, durante o exilio de seu pae, a 10 de junho de 1825 e falleceu em S. Paulo a 2 de março de 1886. Formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade dessa cidade em 1845, recebeu o gráo de doutor em 1856, foi nomeado lente substituto da dita faculdade em 1854 e mai« tarde cathedratico. Foi deputado por varias vezes desde 1848 á assembléa da província de S. Paulo que elle representou na camara temporária na 9a legislatura como sup- plente, e como deputado eleito nas 11a, 12a, 13a legislaturas e nas da ultima situação liberal de 1878 em diante; entrou numa lista sextupla para senador do Império; fez parte do gabinete de 3 de agosto de 1866, occupando primeiramente a pasta dos negocios estrangeiros, e depois a da justiça, e foi, depois disto, nomeado membro do conselho de estado. Era do conselho de sua magestade o Imperador, grande lit- terato e escreveu muitas poesias em tempos de estudante e ainda depois de formado; mas quebrou as cordas de sua lyra, entrando para o corpo docente da faculdade de direito. Dessa época em diante deu-se á po- lítica e ao jornalismo. Publicou: - Lagrimas e sorrisos: poesias. S. Paulo, 1847, in-8°-Foi tão pequena a edição deste livro, que, segundo me consta, o autor não possuia um exemplar delia. MA. 247 - Januario Garcia, o sete orelhas : drama em tres actos e cinco quadros. S. Paulo, 1849, in-4°. - Discurso proferido na assembléa legislativa provincial na sessão do dia 20 de março de 1865 por occasião da discussão do projecto de força policial. S. Paulo, 1865, 40 pags. in-8° - Quanto ã imprensa periódica, collaborou em diversas folhas de S. Paulo e redigiu: - O Nacional: periodico político. S. Paulo. , - Imprensa Paulista. S. Paulo. Martim Francisco Kibeiro de Andrada, 3» - Filho do precedente e dona Anna Bemvinda Bueno de Andrada» nasceu na cidade de S. Paulo a 11 de fevereiro de 1853. Logo depois de formado em direito em 1875, dedicou-se á advocacia na cidade da Li- meira ; foi deputado provincial em 1877 e por duas vezes eleito á assembléa geral; esteve na presidência do Espirito Santo em 1882, sendo em seguida condecorado com a commenda da Rosa, que delicada- mente recusou. Em 1885 desligou-se do partido liberal a que per- tencia ; fez a propaganda da separação de S. Paulo, escrevendo no Diário Popular cerca de tresentos artigos sobre este assumpto. A re- publica o encontrou advogando em Santos, sendo seu nome o mais votado da lista de senadores para a constituinte do estado de S. Paulo. Occupou depois o logar de secretario da fazenda do estado e foi um dos presos durante a revolução contra o governo do marechal Flo- riano. Escreveu: - Os precursores da Independencia. Io volume. S. Paulo, 1874, 137 pags. in-8° - Não continuou a publicação. - Discurso pronunciado na Assembléa provincial de S. Paulo por occasião da discussão da fixação de força publica e do orçamento pro- vincial. S. Paulo, 1879, 65 pags. in-8°. - Propaganda separatista. S. Paulo independente. S. Paulo, 1887. - Carta-careta. S. Paulo, 1888- Não vi este trabalho, mas sei que é um escripto político, agradabilíssimo, de provocar e entreter o riso com aguçadas pilhérias, de que o autor se revelou de uma fertili- dade admiravel. - Discurso pronunciado em Santos em 14 de maio de 1889 por occasião da sessão inaugural da Associação protectora da infância des- valida. Santos, 1889, in-8° - Collaborou no Correio Paulistano e Diário Popular de S. Paulo ; na Cidade do Rio, Correio da Tarde e Gazeta da Tarde do Rio de Janeiro e redigiu: - Imprensa Académica. S. Paulo, 1871, MA. 248 - Crença: orgão republicano (de que foi redactor chefe ). S. Paulo, 1873. - O Provinciano. S. Paulo - Com seu irmão Bueno de Andrada e Theophilo Dias. Martim Gonçalves Gomide - Natural da província, hoje estado de S. Paulo, em cuja faculdade recebeu em 1834 o grão de bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, falleceu, tendo sido official da secretaria da thesouraria de S. Paulo, juiz municipal, advogado, depu- tado provincial, promotor publico da comarca de Campinas e também da de Mogy-mirim, em cujo exercício escreveu: - Discurso de abertura da primeira sessão do jury na villa de Mogy-mirim. S. Paulo, 1836, 7 pags. in-4°. Mnvtinlio Alvares <la Silva Campos - Filho do coronel Martinho Alvares da Silva o dona Isabel Jacintha de Oliveira Campos, nasceu a 21 de novembro de 1816 em Pitanguy, província de Minas Geraes, e íalleceu em Caxambú a 29 de março de 1887. Doutor em medicina pela faculdade da Còrte, do conselho de sua magestade o Imperador, official da ordem da Rosa, conselheiro de estado e caval- leiro da de Christo, foi por varias vezes deputado, quer pelo Rio de Ja- neiro, de que foi presidente, quer por sua província e escolhido senador em 1882, sendo neste mesmo anno incumbido de organisar o gabinete de 21 de janeiro, encarregando-se da pasta da fazenda. Escreveu: - Observações de tétanos precedidas de considerações sobre esta moléstia : these que foi sustentada em 20 de dezembro de 1838. Rio de Janeiro, 1838, 87 pags. in-4°. - Creação da província de S. Francisco: discursos proferidos na camara dos Srs. deputados nas sessões de 10, 20 e 29 de maio de 1873. Rio de Janeiro, 1873, VII-55 pags. in-4° - Ha ainda relatórios seus, como - Relatorio apresentado á Assembléa legislativa provincial do Rio de Janeiro na 2a sessão da 23a legislatura em 8 de agosto de 1881 pelo presidente, etc. Rio de Janeiro, 1881, in-4°. - Exposição com que passou a administração (da província do Rio de Janeiro) ao Io vice-presidente a 13 de dezembro de 1881. Rio de Janeiro, 1882, in-4° - e discursos, como o - Discurso pronunciado na sessão de 24 de janeiro de 1882 na ca- mara dos deputados. Rio de Janeiro, 1882, 23 pags. in-12°. MA 249 Mart inho Avelino da Silva Prado - Filho do doutor Martinho da Silva Prado e nascido em S. Paulo, é bacharel em sciencias sociaes e jurídicas, formado em 1866 pela faculdade de sua província e ahi foi muitas vezes deputado provincial, militando nas fileiras do partido republicano. Escreveu na imprensa diaria, política, vários trabalhos, e além disso discursos parlamentares de que conheço: - Projecto sobre immigração: discurso (justificando o mesmo pro- jecto ) na sessão da Assembléa provincial de S. Paulo de 17 de janeiro de 1888 - No livro « Os deputados republicanos na Assembléa pro- vincial de S. Paulo », sessão de 1888, pags. 15 a 33. - Projecto sobre immigração: discurso ( defendendo o mesmo projecto) na sessão de 19 de janeiro de 1888 - Idem, pags. 37 a 68. - Convocação de uma constituinte: discurso pronunciado na sessão de 8 de maio de 1888, justificando um requerimento sobre a convocação de uma constituinte - Idem, pags. 489 a 530. Martinlxo Carlos de Arruda Botellio - Filho do Conde do Pinhal, e nascido em S. Paulo, ahi cursou a faculdade de direito, completando depois sua educação em viagens que emprehendeu; é um fino sportman, residente actualmente em Pariz, onde fundou e redigiu a - Revista Moderna. Pariz, 1897-1899 - E' uma esplendida publi- cação que está no terceiro anno ( 1899) e de cuja redacção fazem parte pennas da ordem da de Eça de Queiroz. Martinho Cesar da Silveira Garcez - Filho do desembargador Manoel de Freitas Garcez e dona Clara Julia da Silveira Garcez, nasceu em Larangeiras, Sergipe, a 30 de novembro de 1850. Bacharel em direito pela faculdade do Recife, foi logo nomeado pro- motor publico em sua patria e deputado provincial em varias legis- laturas ; foi juiz municipal do Lagarto e depois sendo removido para Juiz de Fóra, em Minas Geraes, concluido o quatriennio, abandonou a magistratura e deu-se á advocacia ; eleito governador do estado de seu nascimento, tomou posse do cargo a 26 de outubro de 1896. Redigiu; - A Cidade do Rio. Rio de Janeiro, 1891 - Fundou e redigiu: - Correio da Tarde. Rio de Janeiro, 1894-1895 - e escreveu : - Nullidades dos actos jurídicos. Rio de Janeiro, 1896, 278 pags. in-8° - Este livro obteve o prémio do Instituto da ordem dos advogados brazileiros e mereceu da imprensa os maiores e bem merecidos en- cómios. 250 VIA - Mensagem dirigida à Assembléa legislativa (de Sergipe) pelo presidente do estado. Aracaju, 1897, in-4°. Martinho de Freitas Guimarães - Natural de Marianna, Minas Geraes, e nascido pelo meiado do século 18°, foi pres- bytero secular, vigário do Inficcionado, grande orador sagrado e dis- tincto poeta. Compromettendo-se na conspiração mineira de Tiradentes, nada soffreu, porque logrou illudir a policia em suas perseguições. Deixou inéditas: - Poesias diversas, que não se sabe onde param, assim como - Orações sagradas e sermões que prégou em festividades. Martinho de Freitas Vieira de Mello-Filho de João da Rocha Vieira de Mello, nasceu em Sergipe a 1 de abril de 1844 e falleceu na capital federal a 23 de abril de 1897, bacharel em direito pela faculdade do Recife e sub-director dos correios, servindo o cargo de director geral. Serviu o cargo de juiz municipal em Campos, Valença e nesta capital e depois advogou na cidade da Parahyba e representou sua província na decima quinta legislatura geral. Pro- nunciou-se com fervor pela abolição do elemento escravo e para isto fundou e redigiu: - O Tempo. Valença, 187*, in-fol.- Este periódico pouca duração teve por causa da forte opposição que lhe fizeram os fazendeiros do logar. Nelle publicou: - Educação dos ingénuos-, serie de artigos de propaganda - No serviço postal deixou vários e importantes trabalhos como o - Regulamento dos correios, approvado pelo governo federal em 1891. Rio de Janeiro, 1891- Penso que é a melhor e a mais completa lei postal de nossa legislação. Martinlio de Mesquita - Filho de Gaspar Dias de Mesquita e irmão de Salvador de Mesquita, de quem farei menção no logar competente, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1G33 e fez seus estudos em Roma, onde recebeu, na academia de sapiência, o grão de doutor in utroque jure, e onde morou com o cardeal Antonio Barberini, a cuja amizade e favores mostrou-se sempre reconhecido. Foi também particular amigo do padre Antonio Vieira. Cultivou também a poesia - e escreveu : - Centuvirale propugnaculum conclusionum canonico-civilium sub auspiciis eminentissimi et reverendissimi principis Antonii Barberini, Episcopis Tusculanis S. R. E. Cardinalis camerarii, magni Francise MA 251 elyemosinarii, utriusque regii ordinis commendatoris, carminibus erectum. Romse, 1662, 100 pags. in-fol.-Em verso heroico. - Tela gratiarum, sive eminentissimi principis Antonii Barberini. S. R. E. cardinalis vita heroico metro. Rom®, 1665, in-4°. - Estreum fulmen in Batavorum ciassem a Jove Gallico Ludo- vico XIV, Galliarum rege invictivissimo juculatum. Tanti fulminis administro illustrissimo et excellentissi mo comité Joanne de Estrees ejusdem regis in toto occidentale oceano pro Architalasso ad insulam Tabaco in America Meridionale, etc, heroico reditum carmine. Rom®, 1667, in-fol. - Relatione delFAmbasciata extraordinária d'obedienza inviata del sereníssimo príncipe sucessore, governatore e regente di regni di Portugallo e degli Algarbi etc. a la sanitâ de nostro signori, papa Cle- mente X, prestata del illustrissimo et excellentissimo signore d. Fran- cesco dl Souza, etc. Roma, 1670, in-4° - Ha ainda de sua penna a - Vida do venerável padre Antonio da Conceição, conego da congregação do Evangelista - que nunca foi publicada e a - Elegia em applauso do sermão das Chagas de S. Francisco. Lisboa, 1673, in-4° - Diz Barbosa Machado que consta de 27 disticos e sahiu no principio deste sermão, sem dizer de quem é o sermão. O nome de Martinho de Mesquita, diz ainda o grande bibliographo, foi por d. Francisco Manuel incluido no prologo de suas obras classicas entre os homens iIlustres da côrte de Roma. Mar tinlxo Rodrigues de Souza - Filho de Ignacio Rodrigues de Souza, nasceu na antiga província do Ceará. Depois de exercer o magistério na cidade da Fortaleza, e em seguida ter um es- criptorio de advocacia, de ter sido deputado provincial em varias le- gislaturas e ter estudado o primeiro anno de direito na faculdade do Recife, sendo eleito deputado á constituinte da Republica, fez o curso da faculdade livre de direito do Rio de Janeiro, onde recebeu o gráo de bacharel em 1894. Escreveu : - Assemblét provincial do Ceará. Discurso proferido na sessão de 6 de setembro de 1882, 30 pags. de duas columnas ln-4° - Foi um dos redactores do periodico - O Norte-, diário da tarde, político. Fortaleza, 1891-1893, in-fol. ( Veja-se Justiniano Serpa ). Martiniano Mendes Pereira - Filho de Vicente da Silva Pereira e dona Anna Raymunda Furtado de Mendonça Pereira, nasceu no município de Anajatuba, comarca de Itapicurú-mirim do 252 MA Maranhão, a 16 de outubro de 1836, o falleceu na cidade do Rio de Ja- neiro a 29 de setembro de 1898. Bacharel em direito pela faculdade do Recife, formado em 1859, exerceu o cargo de promotor publico em varias comarcas de sua província, até que em 1874 foi nomeado juiz de direito de Jaicós na do Piauhy. Neste logar, porém, foi victima de ca- lumnias e injustiças taes que foi declarado avulso, e ainda depois, em 1881, aposentado, quando em exercício na comarca do Brejo de Ana- purús, do Maranhão. Era ofilcial da ordem da Rosa, e escreveu: - Nheengatu-. collecção de artigos sobre a lingua tupi e dos pri- mitivos povos do Brasil, publicados no Diário do Maranhão - E' um estudo comparativo. - Grammatica luso-latina ( etymologia ) comparada com a de outras linguas. Maranhão, 1886. - Cartas á S. M. o Imperador do Brasil, o Sr. D. Pedro II, sobre a reorganisação judiciaria por Numa. Ia serie. Maranhão, 1879» 138 pags. in-4°. - A Lei: revista de legislação brasileira. Maranhão, 1880, in-4° gr.- Sei que deixou inéditos: - Os patifes da política: romance. - Filhos sem mãi: romance. Martinus Hoyer -- Nascido em 1825 na Dinamarca e filho de pais dinamarquezes, veio com 7 annos de idade para o Maranhão, e ahi falleceu brasileiro naturalisado em 1881. Vindo para a companhia de uma tia, casada com o desembargador Sabino e senhora de grande illustração, com ella aprendeu varias matérias de humanidades e a fallar quatro linguas, continuando depois por gosto e com excessivos esforços a estudar outras matérias e a applicar-se ás lettras, sendo animado pelo distincto litterato maranhense João Francisco Lisboa, seu amigo, que lhe reconhecera seu raro talento e grande inclinação ao estudo. Applicou-se á vida mercantil como guarda-livros e estreou como escriptor publicando em jornaes de sua época vários - Trabalhos economicos - em artigos que depois compendiou dando-os á publicidade em volume especial. Escreveu ainda: - Estudo sobre as instituições de credito real. Maranhão, 1853, in-8°. - O imposto considerado ã luz dos princípios economicos. Ma- ranhão, 1876, in-8°. - Estudos de economia política. Maranhão, 1877, in-8°. MA. 253 - Democracia e socialismo: estudo politico e economico. Maranhão, 1879, in-8°. - L'impot. Paris, 1880, in-8°. D. Mary Card - Creio que é um pseudonymo. A unica no- ticia que delia tenho é a de ser uma escriptora brasileira. Só a conheço pelo seguinte trabalho seu: - A belleza, sua conservação, prescripções aconselhadas, seguidas das formulas mais adequadas. Rio de Janeiro, 1895, in-8°. Matlieus Alves <le Andrade - Filho de Francisco Alves de Andrade e dona Joanna Maria de Andrade, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 27 de julho de 1832 efalleeeu a 3 de julho de 1871, golpeando a artéria carotida com um instrumento de sua profissão por julgar ferida sua vasta, justa e brilhante reputação scientifica. Acha- vam-se vagas duas cadeiras na faculdade de medicina da côrte: a de partos, já destinada a um moço que tinha muita protecção, e a de clinica cirúrgica, em que ninguém competiria com M. de Andrade. Indo esta primeiro a concurso e apresentando-se a esse concurso um candidato que iria também ao outro, e então seria com certeza o es- colhido, era preciso que este fosse o escolhido na de cirurgia e então foi posta em pratica a traição mais vil por um lente, em quem M. de Andrade tinha a mais plena confiança e que poude illudir a boa fé do moço sincero e leal. Era doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, e nella oppositor da secção cirúrgica, e doutor em cirurgia pela faculdade de Pariz ; era um dos mais distinctos operadores desta capital, uma das glorias da cirurgia brasileira, e foi um dos médicos que no começo da campanha contra o Paraguay para lá seguiram, graduado com as honras de cirurgião-mór de brigada. Sua morte foi geralmente sentida nesta capita], e os estudantes de medicina acompa- nharam a pé o fúnebre sahimento até o largo da Lapa, tomaram luto por quinze dias e mandaram celebrar uma missa com libera-me no trigésimo dia. Morreu quando, segundo escreveu uma habil penna, « vida folgada, alegre e tranquilla passava na capital do Império no seio de sua familia que tanto o idolatrava e de uma selecta reunião de amigos esclarecidos que tanto o prezavam, no goso de uma repu- tação extensa, e de uma nomeada brilhante, bem joven ainda, apon- tado como uma das glorias da cirurgia brasileira1». Escreveu: - Dos caracteres physicos e chimicos das principaes preparações de ferro, empregadas na medicina; Das membranas; Da acupunctura 254 MA o seus effeitos : these apresentada ã faculdade de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1854, in-4°. - Essai sur le traitement des fistules vesico-vaginales par le pro- cedé americaine, modifié par M. Bozeman : these pour le doctorat en chirurgie, etc. Pariz, 1860, 64 pags. in-4° com estampas no texto - Sobre este ponto escreveu ainda : - Algumas palavras sobre a cura das fistulas vesico-vaginaes pela operação americana, seguida de uma observação, etc. -Na Gazeta Me- dica do Rio de Janeiro, 1862, pags. 44 e seguintes. - Dos polypos naso-pharyngianos : these, etc. para o concurso a um logar de oppositor da secção cirúrgica. Rio de Janeiro, 1861, in-4°. - Das hérnias estranguladas : these, etc. para o concurso á cadeira de clinica cirúrgica. Rio de Janeiro, 1871, in-4° - Esta these foi a causa da morte do dr. Matheus de Andrade. Alguém tinha o máximo in- teresse de collocar na cadeira de clinica cirúrgica o competidor deste para arredal-o de outra que ia a concurso e devia ser dada como he- rança ; mas sua alta influencia era impotente para isso, porque Matheus de Andrade, além de ser uma notabilidade, tinha serviços de campanha. Então procura-o, e por todos os modos o persuade a não se occupar com o concurso e principalmente com a these. Bastava-lhe ler e escrever o que sobre o assumpto acabava de ser escripto por autor estrangeiro; fornece-lhe o escripto e também ao competidor que, como se devia es- perar, denunciou um plagio da parte de quem - sabem-no todos - po- deria escrever, não sómente these, mas tratados sobre sciencias cirúr- gicas. - Gazeta Medica do Rio de Janeiro. Redactores os drs. Matheus de Andrade, Pinheiro Guimarães, Souza Costa e Torres Homem. Rio de Janeiro, 1862-1864, in-4°. Matlieus da Cunha - Natural do Rio Grande do Sul, bacharel em lettras pelo collegio Pedro II e bacharel em sciencias physicas e mathematicas pela Escola central, foi conferente da alfan- dega do Rio de Janeiro, e escreveu: - Industria agricola. Relatorio da Exposição de 1861 - Acha-se no relatorio geral desta exposição, publicado pelo secretario da com- missão, dr. Antonio José de Souza Rego. Rio de Janeiro. ( Veja-se este nome .) - Catalogo da segunda exposição nacional de 1866. Rio de Janeiro, 1866, 721 pags. in-4°, com o dr. Raphael Archanjo Galvão Filho. MA 255 Fi*. Matheus da Encarnação Pina - Filho de Domingos Alvares Pina e dona Francisca Fernandes, nasceu na ci- dade do Rio de Janeiro a 23 de agosto de 1687 onde, poucos dias de- pois, foi baptisado na freguezia da Candelaria. Monge benedictino, cuja cogula recebeu a 3 de março de 1703 no mosteiro da mesma cidade, ahi leccionou sciencias e exerceu o cargo de abbade por duas vezes, sendo também eleito abbade geral do Brasil. Foi grande theologo e grande orador evangélico. Escreveu: - Defensio purissimae et integerrimse doctrinse Sanctae Matris Ecclesiae per sanctissimum dominum nostrum Clementem, Deo provi- dente, papam XI, divinitus inspiratse in constitutione Unigenitus ad- versus errores Paschasii Quesnel ab eodem sanctissimo domino dam- natos, in cujus constitutionis defensionem propositiones Quesnel in proprio sensu ab auctore intento explicantur: earundem proposi- tionum errores deteguntur, eorumque fundamenta refelluntur et ca- tholica doctrina supremi oraculi ecclesiae militantis in terris pro- pugnantur. Olisipone, 1729 ; in-fol. - Sermão do seraphico patriarcha S. Francisco, prégado na tarde do dia em que se celebrou o seu transito da igreja militante para a igreja triumphante e seus religiosos o trasladaram do convento da Ba- hia da igreja velha para a nova do mesmo convento, em 4 de outubro de 1713. Lisboa, 1715, in-4°. - Sermão nas exequias de M. R. P. frei José da Natividade, monge de S. Bento na provincia do Brasil, etc.; prégado em 10 de abril de 1714. Lisboa, 1719, in-4°. - Sermão do grande propheta e mais que grande patriarcha 8anto Elias no seu convento do Carmo do Rio de Janeiro no anno de 1719. Lisboa, 1721, in-4°. - Sermão em as exequias do Illm. e Revm. Sr. d. Francisco de S. Jeronymo, depois de geral duas vezes da sagrada congregação do Evangelista, digníssimo bispo do Rio de Janeiro aos 13 de março de 1721. Lisboa, 1722, in-4°. - Sermão nas exequias d'el-Rei fidelíssimo, D. João V, que o se- nado da camara da cidade do Rio de Janeiro fez celebrar na sé da mesma cidade em 12 de fevereiro de 1751. Lisboa, 1751. - Viridario evangélico em que as flores das virtudes se illustram com discursos moraes e os fructos da santidade se exornam com pane, gyricos em vários sermões. Partes Ia, 2a e 3a. Lisboa, 1730, 1735, 1747, tres vols. -■ Theologia dogmatica e escholastica - Inédita. 256 MA MixtJicus <le - Não o conheço; mas con- templo-o neste livro porque soube que era brasileiro. Escreveu: - O Senhor Thomaz e a Senhora Monica: comedia em um acto. Rio do Janeiro, 1876, in-811. - Papae, Mamãe, Nené: romance de Gustavo Dros, traduzido da 75a edição franceza. Rio de Janeiro, 1876, in-8°. - O romance da Duqueza: historia parisiense por Arsene Hous- saye. Rio de Janeiro. Matheus Valente <lo Couto - Filho de Antonio Diniz do Couto Valente e dona Margarida Josepha da Fonseca, nasceu na praça de Macapá na embocadura do Amazonas, então capitania, e depois provincia do Pará, a 19 de novembro de 1770 e falleceu a 3 de dezembro de 1848 em Lisboa, onde se achava por occasião da independencia do Brasil e continuou em serviço doxreino. Era doutor em medicina e ba- charel em mathematicas pela universidade de Coimbra, cavalleiro fidalgo da casa real, conselheiro de estado, coronel do corpo de enge- nheiros, lente jubilado da academia de marinha, director do laboratorio da mesma academia, censor da mesa do desembargo do paço para a censura de livros, commendador da ordem de S. Bento de Aviz, membro da academia real das sciencias, da sociedade real marítima, militar e geographica e da sociedade de sciencias medicas de Lisboa. Com alguns estudos de humanidades, em virtude de uma ordem do intendente geral de policia da côrte e do reino, Diogo Ignacio de Pina Manique, e em attenção á falta de médicos na capitania do Pará, para que fossem mandados a Portugal para estudar medicina a expensas do estado dous moços do mais reconhecido talento e de boa conducta, foi elle um dos escolhidos e partiu para Coimbra, matriculando-se no curso medico. O mesmo intendente, tendo noticia de seu genio mathematico, mandou propor-lhe si queria, sem abandonar esse curso, graduar-se na facul- dade de mathematicas, que lhe ministraria os meios. Elle acceitou o offerecimento e assim recebeu o primeiro grào em 1795 e o segundo em 1796. Sem pedil-o, foi logo nomeado segundo tenente da armada, onde teve mais tarde uma promoção e passou para o corpo de engenheiros; obteve a graduação de partidista do observatorio real da marinha, de que foi mais tarde director; matriculou-se na aula de architectura naval, e foi nomeado lente substituto da academia de marinha e depois cathedratico e exerceu muitas e honrosas commissões com geral ap- plauso. Reformado, finalmente, no posto de coronel de engenheiros, foi deputado geral, conselheiro de estado, membro da academia real das MA 257 sciencias de Lisboa, membro da sociedade de sciencias medicas, etc. Es- creveu : - Tratado de trigonometria rectilinea e espherica. Lisboa, 1803, in-4» - Segunda edição, 1819; terceira edição, 1825, 50 pags. in-4° com uma estampa. Este livro serviu por muitos annos de compendio na aca- demia de marinha e também na polytechnica. - Princípios de optica, applicados ã construcção dos instrumentos astronomicos para uso dos alumnos que frequentam o observatorio da marinha. Lisboa, 1836, 108 pags. in-4° com 6 ests. - Astronomia spherica e nautica. Lisboa, 1839, 365 pags. in-4° com 7 ests.-Esta e a obra precedente foram impressas pela Academia real das sciencias e também serviram de compendio na escola polytechnica e na escola naval. - Breve exposição do systema métrico decimal. Lisboa, 1820, in-8° - Foi escripta com approvação da commissão dos pesos e medidas, de que o autor fazia parte e publicada sob o anonymo. - Explicação e uso das taboas comprehendidas na Collecção das taboadas perpetuas astronómicas para uso da navegação portugueza, mandadas compilar pela real Academia das sciencias de Lisboa. Lisboa.... in-8° - Também sob o anonymo. - Instrucções e regras praticas, derivadas da theoria da con- strucção naval, relativas á construcção, carregação e manobra do navio - Nas Memórias da Academia real das sciencias, tomo 3o, parte 2a. Foi escripto quando o autor frequentou a aula de astronomia naval e serviu depois de compendio na Academia dos guardas-ma- rinha. - Cálculos das notações (2a parte) - Nas mesmas Memórias, e no dito tomo e parte. A Ia parte é de outra penna. - Breve ensaio sobre a deducção philosophica das operações al- gébricas - Idem. - Memória em solução ao programma: « Comparação das for- mulas tanto finitas, como de variações finitas e infinitesimas dos tri- ângulos esphericos e rectilineos, afim de mostrar até que gráo de appro- ximação se podem uns tomar pelos outros, por meio do exame analytico dos erros que resultam da approximação. »- Idem. Esta memória foi apresentada muito antes do prazo marcado para o concurso pela Aca- demia real das sciencias, á qual acabava o autor de ser admittido, e foi-lhe dado o prémio offerecido, uma medalha de ouro. - Memória em solução ao programma: « Mostrar, tanto pelo cal- culo, como pela observação, a influencia do erro, que póde resultar nos ângulos horários do sol e da lua, de se não atlender á figura da 258 MA terra » -Nas ditas Memórias, tomo 8a, parte Ia, pags. 213 a 222. Foi também apresentada antes do prazo marcado. - Resposta ou parecer sobre a arqueação dos navios - Nas ditas Memórias, tomo 1° e parte 2a, da segunda serie, pags. 1 a 13. - Memória sobre os princípios em que se deve fundar qualquer melhodo de calcular a longitude geographica de um logar - Idem, tomo 2°, parte Ia da mesma serie, pags. 301 a 316. Estava a memória no prélo, quando o autor íalleceu. - Principios de balística em que se trata do movimento dos pro- jectis r.o vacuo -Este e os seguintes escriptos ficaram inéditos em poder do dr. Antonio Diniz do Couto Valente, filho do autor. - Como se tem resolvido o problema que diz respeito á pressão que um fluido excita sobre as paredes de um vaso, quando corre pelo interior delle. - Additamentos ãs Lições elementares de astronomia, geometria e physica do abbade La Caille, impressas em 1761. - Resolução do problema da doutrina exposti no § 34 do Calculo diílerencial de Bezout, que é o seguinte: « Dada a equação de uma curva, achar-lhe as asymptotas reclilineas. » - Memória sobre as primeiras noções de geometria e sobre alguns piincipios adoptados nus Demonstrações desta sciencia -Foi lida na sessão da Academia real das sciencias de 11 de julho de 1814. - Analyse critica de alguns Tratados de trigonometria spherica. Anno de 1815. - Exposição do melhodo dirccto das íluxõeS. - Memória em que se pretende achar uma formula geral de que se possa deduzir, como um caso particular, a formula geral do tri- nomio. - Princípios de stenographia plana e orthogonal. - Algumas reflexões cá Memória dosr. F. de B. Garção Stookler, relativa ao desenvolvimento das funcçõesem serie. - Algumas reflexões sobre a Geometria de Carnot, impressa em Pariz em 1803. - Algumas reflexões a respeito de certas Memórias que veem nos Annaes de Malhematica ( de Gergoune). - Memória sobre a approximação das formulas de precessão dos equinócios, em que se pretende esclarecer uma questão problemática suscitada por mr. Delambre, sobre o desprezo que se faz (nas for- mulas de precessão annua) dos termos provenientes da variação da obliquidade da ecliptica - O autor faz ver por uma analyse ou calculo astronomico que o celebre astronomo não avaliou bem a variação da MA 259 obliquidade da ecliptica quando asseverou que devia entrar na for- mula da precessão annua de uma estrella em ascensão recta e decli- nação, etc. Sujeita ao juízo da sociedade real de astronomia de Londres e, por esta sociedade, enviada á uma commissão para dar seu parecer, a commissão limitou-se a ler em resumo a memória em uma reunião do conselho. A sociedade exigiu então uma investigação mais ampla, e a commissão, passados mezes, leu n'outra reunião o mesmo resumo. Este resumo acha-se impresso no Royal Astronomical Society, vol. 4o, novembro de 1836. - Notas á segunda parte do livro Arte de navegar, em que se ensinam as regras praticas e os modos de cartear e de gra- duar a balestilha por via de numeros, e muitos problemas uteis á navegação; e Roteiro das viagens e costas marítimas de Guiné, Angola, Brasil, índias e ilhas occidentaes e orientaes, novamente emendada, e accrescentadas muitas derrotas. Por Manoel Pimentel. Lisboa, 1819. Ha ainda trabalhos seus, sendo alguns por con- cluir-se, vários pareceres sobre consultas do governo, escriptos phi- losophicos, sobre litteratura, e também algumas poesias, de que dá noticia Francisco Recreio no« Elogio necrologico, que em sessão litte- raria de 9 de maio de 1849 pronunciou na Academia real das sciencias de Lisboa». Lisboa, 1849, in-8°. Matliias Ayres Ramos da Silva d*Eça -Filho de José Ramos da Silva e dona Catharina d'Horta, nasceu na capi- tania, depois província e hoje estado de S. Paulo, a 27 de março de 1705. Sendo mestre em artes pela universidade de Coimbra e tendo ahi fre- quentado o curso de jurisprudência cesarea, foi á França, onde formou-se em direito civil e canonico e fez estudos de mathematicas e sciencias phy- sicas. Conhecia o hebraico e outras linguas ; era cavalleiro professo da ordem de Christo, e provedor da Casa da moeda de Lisboa. Escreveu: - Reflexões sobre a vaidade dos homens ou discursos moraes sobre os effeitos da vaidade. Lisboa, 1752, in-4o - Houve mais edições em Lisboa, isto é: a segunda em 1761, a terceira em 1778 e a quarta, correcta e augmentada com uma carta do mesmo autor sobre a for- tuna, em 1786, com 369 pags. in-8°. - Philosophia nacionalis et via ad Campum Sophise, seu phisiae subterraneae, manusc. in-4». - Lettres Bohemienses. Amsterdam, 1759. - Discours panegyriques sur la vie et actions do Joseph Ramos da Silva - Creio que nunca foi impresso. 260 MA -■ Problema de architectura civil, a saber: Porque os editicios an- tigos teem mais duração o resistem mais ao tremor de terra do que os modernos. Lisboa, 1770, duas partes, 250 e 391 pags. in-8° - Houv® outra edição de 1777-1778. São ambas posthumas. Mathias José dos Santos Carvalho -Natural da Bahia e nascido a 24 de fevereiro de 1851, dedicou-se ao commercio e á poesia, condemnando em suas producções a religião catholica, a instituição de irmãs da Caridade, e a monarchia. Foi socio e vice-pre- sidente da sociedade Ensaios litterarios. Escreveu: - Nodoa fatal. Rio de Janeiro, 1872, lôpags. in-8° - Refere-se á escravidão, então tolerada no Brasil. - Irmãs de caridade. Rio de Janeiro, 1880, in-8° - E' contra as Irmãs de caridade. - Linha recta. Rio de Janeiro, 1883, in-8° - E' uma collecção de poesias. O jornal, dando delias noticias, diz perfeitamente bem, que estes versos « são como a trombeta do juizo final, chamando a contas Deus, a Monarchia, as Irmãs de Caridade, a mesma Morte: Con- demnamos-te, ó ave de rapina. Si é facil condemnar á morte, outro tanto não se dirá da execução da sentença. » - Rhythmos 1875-1880. Rio de Janeiro (sem data ) in-8° - Contém seis poesias. - Trovas modernas. Rio de Janeiro, 1884, in-12. - Riel-. poema americano. Rio de Janeiro, 1886, in-8° - Este poe- ma é o primeiro de uma serie que o autor diz ter para publicar. Além disto tem elle publicado poesias em varias folhas e revistas do Rio de Janeiro, como o Estandarte, onde publicou: a Escola republi- cana e os Nihilistas ; o Combate, onde publicou: Ode á D. Maria Ri- beiro; A Gazeta do Norte, onde deu á lume Rebate, collecção de so- netos; o Diário do Rio de Janeiro, onde deu â estampa: Voltaire, poesia por occasião do centenário do poeta, e - O Atirador Franco. Rio de Janeiro, 1881, in-fol. peq. de duas columnas, de que foi um dos redactores, e onde publicou: -- John Brown: poesia que occupa tres columnas. Matliias José Teixeira - Professor de musica vocal do collegio do Pedro II e da escola industrial para ensino gratuito, para adultos, nacionaes e estrangeiros, cavalleiro da ordem da Rosa, etc. Escreveu: - Elementos de musica. Rio do Janeiro, 18.. MA 261 - Compendio elementar de musica. Rio de Janeiro, 1882 - Este compendio é extrahido da obra precedente para mais facilidade do ensino da matéria. E' dividido em pequenas lições com exercicio de escripta musical. - Compendio elementar de musica para as classes numerosas do Collegio de Pedro II, do asylo das orphãs da imperial sociedade Amante da instrucção e das aulas primarias. Rio de Janeiro, 1889. Matlxias Moreira Sampaio - Filho de Francisco Moreira Sampaio, que foi avô do doutor Francisco Moreira Sampaio, já mencionado neste livro, nasceu na cidade da Bahia em 1816 e falleceu a 25 de janeiro de 1875, doutor em medicina e lente cathedratico de obstetrícia na faculdade da mesma cidade. Era agraciado com o titulo de conselho do Imperador D. Pedro II e escreveu: - These sobre as feridas por arma de fogo, apresentada e sus- tentada perante a faculdade de medicina da Bahia em 12 de dezembro de 1838, in-4°, gr. - Lesões organicas das artérias: these apresentada, etc., por oc- casião do concurso para o logar de substituto da secção cirúrgica. Bahia, 1843, in-4°, gr. - Discurso recitado na aula de partos em o dia 22 de março de 1855. Bahia, 1855, in-4°. - Memória histórica dos acontecimentos notáveis do anno de 1867, apresentada ã faculdade de medicina da Bahia em 2 de março de 1868. ( Sem declaração do logar e sem data.) 30 pags. in-fol. - Caso de distocia : monstruosidade por inclusão - Na Gazeta Medica da Bahia, 1871-1872, pag. 62, com uma estampa. Maurício da Costa Campos - Sei apenas que em 1802 era capitão de fragata e servia em Gôa, e que depois passou a servir no Brasil, aqui continuando até depois da independencia, como se demonstra pelo seguinte trabalho que escreveu: - Vocabulário marujo ou conhecimento de todos os cabos neces- sários ao navio, de seu poliame e de todos os termos marujaes e de alguns de construcção naval e artilheria. Rio de Janeiro, 1823, 107 pags. in-4°. Manricio GiTteelio Cardoso- Filho de Bricio Car- doso, e nascido a 9 de agosto de 1872 na província, hoje estado de Sergipe, é académico de direito, tendo sido antes alumno da escola militar do Ceará, e depois advogado provisionado e um dos redactores do periodico 262 MA - A Republica. Fortaleza - 0 primeiro numero sahiu a 9 do abril de 1892, sendo orgão da sociedade « Ceará libertador». Es- ereveu: - A bordo do cruzador Nictheroy-Não vi este trabalho, mas sei que é uma historia dos factos occorridos na esquadra do governo do marechal Floriano, a quem o autor servia. Maurício <le Queiroz - Natural de Pernambuco, me parece, ahi escreveu: - Janota: sortes e versos. Recife, 1899,in-8°. Max Fleiuss- Filho de Henrique Fleiuss, fundador da an- tiga Semana lllustrada, e dona Maria Carolina Ribeiro Fleiuss, nasceu a 2 de outubro de 1868 na cidade do Rio de Janeiro. Ahi fez todo o curso do humanidades e tendo frequentado a academia de S. Paulo até o terceiro anno, não completou o seu tirocinio académico por doente; foi empregado do correio de S. Paulo e é actualmente segando cili- ciai da Directoria geral dos correios. De 1896 a 1898 foi redactor dos debates do Senado e quando residiu em S. Paulo foi um dos redactores da Provinda de S. Paulo sob a direcção do dr. Rangel Pestana e col- laborou no Correio Paulistano e no Nacional de Santos. Escreveu: -n- Ferias : anthologia. Rio de Janeiro, 1897, in-8° - Este livro foi adoptado em quasi todos os estados. - Elementos de historia contemporânea - No prélo. Editores Laemmert & Comp. Redigiu mais: - A semana: revista. Rio de Janeiro, 1893 a 1895 - Foi com Valentim Magalhães um dos directores e proprietários. Presentemente (1899) redige: - Rua do Ouvidor. Rio de Janeiro, 1898 - E' uma folha hebdoma- daria de propriedade de Serpa Júnior. Tenho noticia de que este autor está a concluir a - Historia da America latina. Maximiano A.ntonio de Lemos - Natural da pro- vinda de Minas Geraes, onde nasceu a 10 de janeiro de 1886, e fal- lecido no Rio de Janeiro a 12 de agosto de 1886, era doutor em medi- cina pela faculdade desta cidade, cavalleiro da ordem da Rosa, socio do Instituto historico e geographico brasileiro, do Instituto homoeopathico, da sociedade Gallicana de Paris, etc. Foi lente da antiga escola ho- MA 263 moeopathica do Rio de Janeiro e serviu como addido d) primeira classe da legação brasileira em França. Escreveu: - Considerações geraes sobre o rkeumatismo articular agudo, e de sua coincidência com a ondocardite o pericardite: these que foi apresen- tada á faculdade do medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1838, 20 pags. in-4°. - 0 medico das creanças ou conselhos ás mães sobre a hygiene e tratamento homceopathico de seus filhos pelos drs. Américo Hipolyto Ewerton de Almeida (vejvso este nome) e Maximiano Autonio de Lemos. Rio de Janeiro, 1860, 524 pags. in-12°. Maximiano A.ntonio dix Silva Leite - Nascido no ultimo quartel do século 18°, falleceu no Rio de Janeiro a 29 do agosto de 1844. Estudou na antiga academia militar e, sendo capitão do 3o batalhão da brigada de marinha, foi nomeado lente de mathe- maticas da academia de marinha a 16 de dezembro de 1822. Mais tarde, a 26 de abril de 1824, foi transferido para a cadeira de arti- lharia, sendo jubilado a 18 de janeiro de 1844. Escreveu : - Arte de balistica naval, demonstrada e outros conhecimentos sobre a artilharia e mais armas em uso a bordo dos navios de guerra: compendio para a academia dos guardas-marinha. Rio de Janeiro, 1840, in-8°. - Memória sobre o cometa visto em março de 1843 do Rio de Ja- neiro, dirigida ao Instituto historico e geographico brasileiro - Na Revista do mesmo Instituto, tomo 5% pags. 219 a 226. Afixximia.no Lopes Machado-Filho do Manoel Lopes Machado, nasceu a 7 do agosto de 1821 na provincia, hoje estado da Parahyba, e falleceu no Recife a 11 de fevereiro de 1895. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela academia de Olinda, foi sempre de uma actividade excessiva e estudioso; advogava na edade avançada, como nos annos da mocidade; era socio do Instituto archeologico per- nambucano, representou Pernambuco na sua ass mbléa provincial, e escreveu: - A Parahyba e o Atlas do dr. Candi lo Mendes do Almeida. Pernambuco, 1871, 63 pags. in-S0 com uma carta, isto é: - Carta geographica da provincia da Parahyba do Norte. Lith. de 0 . e U. Peregrino, 1871,0ra,169x0m, 414. - 0 Fogueie. Pernambuco... - E' uma publicação periódica, cujo titulo deixa ver o que era ella. Vi um numero, em que conservo a 264 MA lembrança de ter lido, como epigraphe, estes dous versos de outra folha de Pernambuco: Não tenhas, minha musa, medo delles, Vae tocando de rijo, fogo nelles ! Ma>ximiaiio Marques de Carvalho - Filho do Josó Marques de Carvalho e dona Francisca Antonia de Oliveira, nasceu em Campos, actual estado do Rio de Janeiro, a 27 de janeiro de 1820 e falleceu em Lisboa a 4 de agosto de 1896. Cursou humanidades no seminário de S. José, onde como lente cathedratico de philosophia, depois da jubilação do grande frei Francisco de Monte Alverne, lec- cionou por espaço de 28 annos, e doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, foi á Europa com o fim de aperfeiçoar seus conhe- cimentos médicos e philosophicos. Abraçando o systema homceopathico, foi director da escola homoeopathica desta cidade e, com o auxilio de alguns cavalheiros, o fundador da enfermaria de N. S. da Conceição. Era cavalheiro da ordem da Rosa, socio do Instituto historico e geo- graphico brasileiro, do Instituto hannemaniano do Brasil, da sociedade Auxiliadora da industria nacional, etc. Escreveu: - Dos primeiros ensaios da intelligencia humana: these apre- sentada à secretaria de estado dos negocios do Império em um con- curso publico de philosophia racional e moral no dia 9 de julho de 1846. Rio de Janeiro, 1846, 12 pags. in-4°. - Considerações sobre a phtisica e o methodo mais conveniente de a tratar : these apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro a 9 de dezembro de 1846. Rio de Janeiro, 1846, 32 pags. in-4°. - Relatorio apresentado ao conselho de saude dos exercitos sobre o serviço medico-cirurgico nos hospitaes da Criméa durante a cam- panha do Oriente de 1854 a 1856. Paris, 1856. - Tratamento homceopathico da cholera-morbus. Clinica da enfer- maria de N. S. da Conceição. Rio de Janeiro, 1856, 99 pags. in-4°. - Quelques considerations sur la fièvre jaune, moyens prophila- tiques de cette maladie, etc. Paris, 1857, 12 pags. in-4°. - Manu d de symptomatologia e therapeutica homoeopathica, tra- duzido de Jahr, annotado, augmentado e dedicado ao Illm. e Exm. Sr. Marechal Duque de Saldanha. Rio de Janeiro, 1859, 544 pags. in-8° e mais 28 de uma introducção sobre a homoeopathia no Brasil. - Viagem de um medico com algumas reflexões philosophicas: serie de cartas escriptas em Paris, publicadas no Jornal do Commercio MA 265 do Rio de Janeiro desde julho de 1856 até outubro de 1857 e con- tinuadas de julho de 1859 até maio de 1860. - Memória sobre o fluido electrico-dynamico, applicado ás cidades para as fazer saudaveis e florescentes. Rio de Janeiro, 1874, 25 pags. in-4°. - Apreciações das causas pbysicas das seccas do"Cearâ e outras províncias limitrophes. Rio de Janeiro, 1877, 12 pags. in-4°. - Pathogenia da febre amarella e a inoculação prophilatica-ma- ximiana. ( Sem folha de rosto, mas do Rio de Janeiro, 1884. ) 31 pags. in-4°. - Terremotos no Rio de Janeiro. Conductores rlectro-telluricos, deduzidos dos para-raios de Franklin. ( Sem folha de rosto, mas do Rio de Janeiro, 1886.) 11 pags. in-4° - O dr. Maximiano redigiu: - Jornal da Academia medico-homoeopathica do Brasil. Rio de Janeiro, 1848-1849, 2 vols. in-4°. Foi um dos redactores do - Brasil', jornal scientiíico, litterario e artístico. Rio de Janeiro, 1864-1866, in foi. - E ha trabalhos seus em revistas, como - Ba propagação e cultura do chá na província de S. Paulo - No Auxiliador da Industria Nacional n. 4, de setembro de 1849. - Considerações geraes sobre a industria fabril e manufactureira no Brasil - Inéditas. O autographo, de 39 fls., pertence ao Instituto historico. Maximiano de Souza Bueno - Filho de An- selmo Bueno Freire, nasceu no Rio de Janeiro pelo anno de 1840, e ahi falleceu a 16 de fevereiro de 1882, sendo formado em direito pela faculdade de S. Paulo em 1862 e advogado em Itapemirim no Es« pirito-Santo. Escreveu: - Estudos históricos - Foram publicados nos Ensaios litterarios do Culto á sciencia. - Guia dos officiaes de justiça pelo bacharel, etc., com modelos de certidões, intimações, penhoras, etc. Rio de Janeiro, 1870, in-8°. Maximino de A.raiijo Maciel - Filho de João Paulo dos Santos e dona Maria Clara Santos de Araújo Maciel, nasceu na villa do Rozario, Sergipe, a 20 de abril de 1865. Com os preparatórios feitos no Athenêo sergipense e tendo frequentado a faculdade de S. Paulo, matriculou-se e recebeu o grão de bacharel em sciencias jurídicas e sociaes em uma das faculdades livres do Rio de Janeiro. E' professor do collegio militar, tem sido por varias MA 266 vezes examinador da Instrucção publica e cursa actualmente o quarto anno da faculdade de medicina. Escreveu: - Grammatica analytica. Rio de Janeiro, 1887, in-8". - Philologia portugueza. Rio de Janeiro, 1889, in-8°. - Grammatica descriptiva baseada nas doutrinas modernas, sa- tisfazendo as condições do programma do preparatórios: obra adoptada no Gymnasio nacional, Escola militar, Collegio militar, Escola naval, etc. Rio de Janeiro, 1896, in-8°. - Synthese da lingua portugueza - Na Revista pedagógica. - Theorii da palavra eis - Na dita Revista. Tem ainda alguns artigos nos jornaes desta capital, referentes á philologia e collaborou no Dia e no Debite sob o pseudonymo de Horatius Flaccus. Máximo Inuoceucio Furtado cie Mendonça - Chefe aposentado do laboratorio chimico da casa da moela e nascido no Rio de Janeiro, é offlcial da ordem da Rosa. Escreveu: - Ensaios de ouro e de prata, com um appendice sobre ensaios de nickel. Rio de Janeiro, 1890. - Aguas potáveis para o abastecimento da cidade do Rio de Ja- neiro. Rio de Janeiro, 1877. - Technologia da OíTicina de fundição; vocabulário technico da casa da moeda ; regras de liga. Rio de Janeiro, 1892. Melcliiov Carneiro cie Mendonça Franco - Natural da província de Minas Geraes, que representou na undé- cima legislatura de 1861 a 1864, foi cônsul do Brasil em Liverpool e antes disto na Republica Oriental do Uruguay e falleceu em Paris a 19 de abril de 1875. Escreveu: - Cabras do Cachemira, Angora e Alpaca e seus congeneres. Rio de Janeiro, 1874, in-4° - 0 Governo imperial, apreciando este trabalho, mandou-o publicar no Diário Oficial e tirar certo numero de exemplares para o autor. - Informação sobre a posição commercial dos productos do Brasil em Liverpool - Se acha no livro « Informações sobre a posição com- mercial dos productos do Brasil nas praças estrangeiras. Rio de Janeiro, 1875 », pags. 94 a 106. Metliodio Romano cie Albuquerque Mn- rnnlxão - Natural de Pernambuco, cultivou a poesia e escreveu: - Episodios da revolução de 1817. Os patriotas : poema dra- mático. Pernambuco, 1854. ME 267 Meton da Franca Alencar - Filho de Antonio da Franca Alencar e dona Praxedes da Franca Alencar, nasceu na capital do Ceara a 7 de setembro de 1813 e ahi falleceu a 21 de fevereiro de 1893. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, foi cirurgião do exercito contra o governo do Paraguay o condecorado com a me- dalha commemorativa desta campanha, deputado por sua provincia á decima oitava legislatura geral. Era medico da Santa Casa da Mi- sericórdia da Fortaleza e socio, desde estudante de medicina, de al- gumas associações de lettras e de beneficencia. Escreveu: -Dos ferimentos da urethra ; Em que consiste aaffecção conhecida com o nome de tumor branco e em que condições se deve praticar a amputação ; Da indicação e contra-indicação da digitalis no tratamento das moléstias do apparelho respiratório e circulatório; Do crime de abandono e exposição do feto : these apresentada, etc. Rio de Janeiro 1870, 4 fls., 47 pags. in-4° gr. - Cardio-therapia. Fortaleza, 1889, 100 pags. in-8°. - A menor das enfermarias de cirurgia do hospital da Santa Casa da Misericórdia desta capital ou a enfermaria S. João de Deus, por um irmão. Fortaleza, 1891, 59 pags. in-8° - E' uma noticia histórica, hy- gienica e de casos clínicos. Tem em revista trabalhos como - Effeito abortivo da herva de Santa Maria, Mastruz. - Superfetação ; sua possibilidade: memória - Nos Annaes da academia de medicina, 1889, n. de julho a setembro, pags. 83 a 102. Mig-uel Alves Feitoza -• Nascido no estado de Alagoas, reside ha annos no de S. Paulo, em cuja capital dirige, segundo sou informado, um estabelecimento de instrucção particular. Escreveu: - Os tres estadas: esboço positivista. Rio de Janeiro, 1878, in-8°. - Grammatíca das escolas, dedicada á província de S. Paulo, sobre o plano do Pierre Larousse. Campinas, 1882 - Esta grammatica teve duas edições. - A volta da exposição: notas e impressões. Campinas, 1886, 123 pags. in-8°. Miguel Antonio Ileredia <le Sá - Filho de Antonio Lino Heredia e dona Maria do Carmo Moreira de Sà, nasceu a 4 de março de 1823 na cidade do Rio de Janeiro e falleceu em Campos a 10 de de- zembro do 1879, doutor em medicina pela faculdade daquella cidade. Foi lente de rhetorica e poética do lyceu de Campos, e abi chefe politico, jornalista e clinico popular, tendo sido eleito deputado provincial em mais de uma legislatura. Em sua clinica salvou muitos doentes de 268 MI hydrophobia com um curativo que empregavam os antigos gregos. Es- creveu: - Algumas reflexões sobre a copula, onanismo e prostituição do Rio de Janeiro: these apresentada e sustentada, etc., a 19 de dezembro de 1845. Rio de Janeiro, 1845, 24 pags. in-4°. - Gazeta de Campos. Annos I a IV. Campos, 1872-1875, 4 vols. in-íol. - Alvorada Campista. Campos Miguel Antonio da Silva - Filho de Miguel Antonio da Silva e nascido no Rio de Janeiro a 4 de agosto de 1832, falleceu a 30 de maio de 1879. Era doutor em mathematicas pela antiga aca- demia militar, lente cathedratico do segundo anno do curso de sciencias naturaes na Escola polytechnica ; do conselho de sua magestade o Im- perador ; commendador da ordem da Rosa, cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz, da de Christo e da ordem austriaca de Francisco José ; socio do Instituto historico e geographico brasileiro, do imperial Instituto de agricultura, do Instituto brasileiro de sciencias naturaes, do Instituto polytechnico brasileiro, do Club polytechnico de que também era presidente, do asylo da velhice desvalida, etc.- Serviu no corpo de engenheiros, tendo assentado praça em março de 1848, quando entrou na academia ; foi á Europa mais de uma vez em commissão do governo imperial, como a de engenheiro dos telegraphos electricos da linha de Petropolis, á disposição do Ministério da justiça em 1859 e depois do Ministério da agricultura, commercio e obras publicas. Es- creveu, além detheses de mathematicas que não pude ver: - Breves estudos sobre optica com especial menção dos mais im- portantes trabalhos que estabeleceram a opto-chimica. Prodromos de um melhor considerado estudo sobre photologia. Rio de Janeiro, 1863, 147 pags. in-4° com 1 est. - Memória sobre os balões aerostaticos. Rio de Janeiro, 1586- Sahiu na Bibliotheca brasileira, tomo 1, 1865, pags. 216 a 224, com modificação de titulo. - Tentativa de organisação de uma carta geologica do Brasil: memória. Rio de Janeiro, 1866 - Idem, pags. 336 a 355, etc. - Historia natural popular dos animaes, precedida das indispen- sáveis noções de physiologia e de anatomia dos differentes grupos zoo- logicos. Rio de Janeiro, 1867, in-8° - E' um grosso volume, em que também collaborou o Dr. A. de Paula Freitas. MI 269 - Transmissão telonamyca : memória lida no instituto polytech- nico brasileiro, na sessão de 22 de outubrode 1867. Rio de Janeiro, 1867, 7 pags. in-fol. com est. - O meteorographo do padre Sacchi, director do observatorio as- tronomico de Roma: memória lida na sessão de 19 de novembro de 1867. Rio de Janeiro, 1867, 9 pags. in-fol. - Productos mineraes e metallurgicos : relatorio da exposição uni* versai de 1867 - Annexo ao relatorio sobre a dita exposição pelo se- cretario da commissão brasileira, Julio Constancio de Villeneuve. Paris, 1868, 2 vols. in-8°. - Moléstia da canna de assucar : pareceres da commissão especial ( do Instituto fluminense de agricultura ), 1870. Rio de Janeiro, 1870, 15 pags. in-8° - São tres pareceres, dous do Visconde de Barbacena e um do Dr. Pedro Gordilho Paes Leme. - Serie de artigos e fragmentos de uma excursão archeologica pela Grã-Bretanha em 1869 - Creio que, depois de publicados na Ga- zeta de Noticias, da côrte, o foram em volume especial em 1872. - Estudos sobre a exposição nacional de 1873. Rio de Janeiro, 1873, 32 pags. in-8°. - Ligeiras considerações sobre a exposição nacional de 1873. Rio de Janeiro, 1873, 50 pags. in-8°. - Memória sobre o sisinometro. Rio de Janeiro, 1873, 11 pags. in-8° com est. - Agricultura', estudos agricolas. Rio de Janeiro, 1877, 32 pags. in-8°- Devia continuar a publicação. - Conferencia publica, feita no paço da Camara Municipal da ci- dade de S. Paulo na noite de 10 de julho de 1877, por occasião da inau- guração da estrada de forro S. Paulo e Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1877, 13 pags. in-8°. - Diagramma ou córte ideal figurativo da crosta terrestre com indicação graphica de todos os terrenos e effeitos plutonicos, neptu- nianos e de origem organica quo contribuíram para o relevo actual da superfície da terra (texto e mappa) - Esta obra estava em 1876 prompta para entrar no prélo. O dr. Silva, em sessão do Instituto his. torico, de 21 de julho deste anno, communicando que tencionava im- primil-a na Europa, para onde estava de partida, pediu primeiro ao Instituto para offerecer-lhe a mesma obra, que disse elle destinar para uso dos alumnos da Escola polytechnica. O dr. Silva redigiu: - Revista agricola do Imperial instituto fluminense de agricultura, publicada trimensalmente. Rio de Janeiro, 1869 a 1879 - A publicação estava no 10° vol. e continuou sob a redacção do dr. Nicolau J. Moreira. 1ME 270 Miguel Archanjo Galvão - Filho do alferes José Lopes Galvão e dona Josepha Maria de Jesus Galvão, nasceu na villa de Goyaninha, Rio Grande do Norte, a 17 de fevereiro de 1821. Entrou para o funccionalismo da fazenda de sua província em 1841 e dahi passou mais tarde a contador da thesouraria de Sergipe. Passando em 1849 para o Rio Grande do Sul, serviu o cargo de escrivão da alfandega da cidade do Rio Grande, depois os de secretario e deputado da junta do commercio, e o de chefe de secção da thesouraria geral. Removido para o thesouro nacional como primeiro offlcial, foi depois chefe de secção, contador, inspector da caixa da amortisação e por ultimo di- rector do tribunal de contas em que se aposentou. Na campanha do Paraguay organisou e dirigiu a repartição fiscal e pagadoria da marinha, encarregado de quanto se referia ao pagamento e fiscalisação das despezas, supprimento de fundos e remessa de material para os navios da esquadra, hospitaes e mais estabelecimentos da armada em operação, sendo condecorado com a respectiva medalha com passador de ouro. Foi do antigo Instituto litterario da Bahia, da sociedade Au- xiliadora da industria nacional, da sociedade Auxiliadora das artes e da Propagadora das bellas-artes e é do Instituto historico e geographico brasileiro. Escreveu : - Dizima da chancellaria : Reflexões sobre a historia e legis- lação desta renda e sua arrecadação até 1855-1856 e legislação que regula a sua applicação e percepção. Rio de Janeiro, 1858,51 pags. in-4°. - Delação dos cidadãos que tomaram parte no governo do Brasil no periodo de março de 1808 a 15 de novembro de 1889. Rio de Janeiro, 1894, 149 pags. in-4°gr.- E' dividido este livro em duas partes : Go- verno central e Governo nas províncias. Mig-tiel Archaujo Uns de Albuquerque - Filho de João Lins de Albuquerque e dona Geracina Galvão Lins de Albuquerque, nasceu na cidade do Natal, Rio Grande do Norte, a 12 de julho de 1847 e falleceu na do Rio de Janeiro a 24 de setembro de 1886. Matriculando-se na escola militar, abandonou pouco depois a carreira das armas, para dedicar-se ao jornalismo, collaborando para alguns pe- riódicos litterarios e com mais assiduidade para o Mequetrefe. Cultivou a poesia e escreveu : - Filhas das sombras : poesias. Rio de Janeiro, 1873, 126 pags. in-8° - Deixou inédita uma collecção de - Poesias diversas - que foram confiadas a um amigo que pro- mettia dal-as á publicidade, o que não realisou. MI 271 Miguel A-rolianjo Ribeiro de Castro Ca- margo - Nascido em S. Paulo, a 26 de janeiro de 1801, falleceu a 7 de julho de 1872, sendo presbytero secular, bacharel e doutor em di- reito pela faculdade da província, hoje estado, de seu nascimento, e ca- valleiro da ordem da Rosa. Em 1834, anno de seu doutorado, foi no- meado inspector de fazenda da dita provincia, depois advogou em Itú e mais tarde em Campinas. Escreveu : - Dissertação e theses para obter o grão de doutor, etc. S. Paulo, 1834, in-4° - Nunca as vi. - Deus, meu consolo : Devoções catholicas e Manual de missa para a mocidade de ambos os sexos, por Christovam Schimid, vigário capitular da Sé episcopal de Ausburgo. Traduzido do allemão. Rio de Janeiro, 1860, in-8°. Miguel Archanj o de Sant' Anna - Filho do capitão João José de SanPAnna e_dona Luiza da Costa Sant'Anna e irmão do dr. João José de Sant'Anna, de quem fiz monção no tomo 3a, nasceu na cidade do Paracatú, Minas Geraes, a 9 de dezembro de 1853. Doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, estabeleceu-se na cidade de Barra Mansa, onde exerceu cargos de confiança do governo, foi de- legado de hygiene e cirurgião da guarda nacional. Fez depois uma ex- cursão pela Europa, visitando os primeiros estabelecimentos médicos da França e da Áustria, e fazendo em Vienna com os professores Po- litzer, Byng e Schnitzler, cuja amizade o estima cultivou, o curso de moléstias da garganta, do nariz e ouvidos, especialidade a que se de- dicou, tornando ao Brasil, e em que prima. E' membro da Academia nacional de medicina e escreveu: - Do diagnostico diíferencial das moléstias agudas da medulla es- pinhal ; Hygrometria ; Do trombo vulgo-vaginal ; Do jaborandy, sua acção physiologica e therapeutica : these apresentada, etc. e sustentada na presença de S. M. o Imperador, obtendo a nota de approvado com distineção. Rio de Janeiro, 1877, 125 pags. in-40 gr. - Tratamento e genese dos vomitos durante a gravidez : memória apresentada á Academia imperial de medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, X-35 pags. in-4° - Sahiu ainda nos Annaes da mesma Academia, tomo 34, 1882-1883, pags. 114 a 142. - Relatorio apresentado ao inspectordo hygiene da província do Rio de Janeiro, 1886 -Foi publicado como annexo ao relatorio do inspector geral de hygiene. MI 272 - A epidemia de febre amarella em Barra Mansa, em 1886. Com- municação feita á Academia imperial de medicina do Rio de Janeiro - Nos referidos Annaes, 1888-1889, pags. 107 a 116. - Notas sobre a propagação da febre amarella - Idem, tomo 63, 1899, pags. 108 eseguintes. Miguel Augusto de Oliveira - Filho de Francisco Antonio de Oliveira, depois Barão de Beberibe, e nascido na provincia de Pernambuco. Escreveu : - Arte de fumar, ou o cachimbo, ou o charuto : poema em tres cantos de Barthelemy, traduzido em versos portuguezes. Sèvres, 1845, 86 pags. in-8°. Miguel de Azevedo Freixo - Natural do Maranhão, falleceu a 18 de fevereiro de 1889 na cidade do Rio de Janeiro. Era primeiro escripturario do Thesouro nacional, servindo o cargo de es- crivão da thesouraria geral, capitão honorário do exercito, cavalleiro da ordem de Christo e condecorado com a medalha da campanha do Paraguay. Exerceu varias commissões de fazenda, sendo uma delias a que consta do seguinte livro, que escreveu : - Relatorio sobre a tomada de contas das despezas feitas com as victimas da secca da provincia do Ceará, apresentado a S. Ex. o Sr. conselheiro José Antonio Saraiva, etc. Rio de Janeiro, 1884, 152 pags. in-8° gr. - E' um trabalho, acompanhado de documentos que com- provam as grandes e deploráveis depredações que em tão calamitosa crise se deram. Miguel Bernardo Vieira de Amorim - Filho do doutor José dos Anjos Vieira de Amorim, e nascido em Pernambuco a 21 de outubro de 1839, graduou-se bacharel em direito pela faculdade de sua provincia, que representou na assembléa provincial; seguiu a carreira da magistratura, aposeutando-se no cargo de juiz de direito, e escreveu : - Esboço biographico do Dr. José dos Anjos Vieira de Amorim, advogado da cidade do Recife, por seu filho, o bacharel Miguel Ber- nardo Vieira de Amorim. Recife, 1878,22 pags. in-8°. - Compilação das leis provinciaes do Espirito Santo. Victoria, 1883 - Deste trabalho, que abrange as datas de 1835 a 1883, foi o autor encarregado pelo governo da provincia, quando ahi exercia o cargo de juiz de direito. MI 273 Miguel Calmon Menezes de Macedo - Filho de Joaquim Teixeira de Macedo, Io, e dona Francisca de Assis Me- nezes de Macedo, nasceu a 29 de maio de 1829 ua cidade do Rio de Janeiro. Entrando para o funccionalismo publico em 1848 como pra- ticante da Alfandega desta cidade, chegou gradual mente a chefe de secção, logar em que se aposentou depois de quarenta annos de serviços; foi presidente da reunião dos expositores nacionaes, the- soureiro do Banco dos operários e socio da sociedade Auxiliadora da industria nacional. Escreveu : - Parecer da Secção de colonisação e estatistica da sociedade Au- xiliadora, etc., sobre a questão : « Si convém ao Brazil a importação de colonos chins.» Rio de Janeiro, 1870, 15 pags. m-8° - Assignam-o também Ignacio da Cunha Gajvão eoutros. - Parecer da secção, etc., sobre a questão : «Quaes os meios apro- priados e convenientes para obter o grande desideratum social da ex- tincção da escravatura entre nós.» Rio de Janeiro, 1871, 11 pags. in-80 - com os mesmos acima. - Sociedade Auxiliadora da industria nacional. Discurso pronun- ciado na sessão de 30 de dezembro de 1870 ( Questão dos chins ). Rio de Janeiro, 1871, 13 pags. in-8n. - Origem da Companhia de Jesus ( Excerpto do Papa-Negro ) - No Boletim do Grande Oriente do Brazil, n. 10 do 17° anno, pags. 375 a 379, e n. 12, pags. 402 a 409. - Suspensão da Companhia de Jesus ( Excerpto do Papa-Negro por Ernesto Bensabat ) - No mesmo Boletim, n. 1, do 18° anno, pags. 5 a 8, e em outros numeros. - Relatorio, como membro de uma das commissões para informar quaes os inconvenientes a evitar-se e medidas a adoptar-se na Con- solidação das leis das alfandegas do Império. Rio de Janeiro, junho de 1874. Miguel Calmou du JPin e Almeida, Marquez de Abrantes - Filho de José Gabriel Calmon e Almeida e dona Maria Germana de Souza Magalhães, nasceu na villa, hoje cidade de Santo Amaro, na Bahia, a 22 de dezembro de 1796 e falleceu no Rio de Janeiro a 5 de outubro de 1865, sendo bacharel em leis pela uni- versidade de Coimbra ; veador do sua magestade a Imperatriz ; do con- selho de sua magestade o Imperador ; conselheiro de estado ; senador pela provincia do Ceará ; commendador da ordem de Christo; grande di- gnitário da ordem da Rosa ; grã-cruz da ordem do Cruzeiro, da ordem belga de S. Leopoldo, da ordem constantiniana das Duas Sicilias, da MI 274 ordena italiana de S. Maurício e S. Lazaro, da ordem hespanhola de Carlos III eda ordem portugueza da Conceição de Villa Viçosa; membro honorário da Academia imperial de bellas-artes ; socio do Instituto bis»; torico e geographico brasileiro e do antigo Instituto historico bahiano ; socio fundador da Academia de musica e opera nacional ; presidente da sociedade Auxiliadora da industria nacional e do Instituto flu- minense de agricultura; provedor da Santa casa de Misericórdia, etc. Formado em 1821, recusou um cargo de magistratura em Por- tugal e chegando á patria, quando a capital da Bahia se achava occupada pelas forças luzitanas em armas, dirigiu-se para o Reconcavo e fez part e do conselho interino do governo que proclamava a indepen- dência. Representou esta província na constituinte brasileira e nas quatro primeiras legislaturas até ser eleito senador; occupou a pasta da fazenda nos gabinetes de 20 de novembro de 1827, de 19 de se- tembro de 1837 e de 23 de março de 1841 a janeiro de 1843 ; occupou a pasta de estrangeiros no gabinete de 4 de dezembro de 1829 e no de 30 de maio de 186?, sustentando com dignidade e energia os direitos e a honra do Brasil perante a ousadia do ministro inglez Christie. Desempenhou alta missão diplomática junto aos governos da Ingla- terra e da França em 1844, já tendo antes feito duas viagens ã Europa. Foi um dos maiores oradores do Brasil; possuia todos os dotes: « fi- gura sympathica, nobreza de gestos, voz agradavel e insinuante, dicção apurada, fluência, graça, atticismo e delicadeza no discurso. Si não dominava o auditorio pela maior força da dialectica, continha-o suspenso pelo encanto de sua palavra facil, sonora e elegante», pelo que dava-lhe a imprensa o appellido de canario. Escreveu: - Relatório dos trabalhos do conselho interino do governo da pro- víncia da Bahia em prol da regencia e império do Sr. D. Pedro e da independencia politica do Brasil. Bahia, 1823, 24 pags. in-4n. - Resposta justificada á declaração franca que fez o general La- batut de sua conducta emquanto commandou o exercito imperial e pacificador da província da Bahia. Bahia, 1824, 58 pags. in-8° com um mappa. - Cartas políticas de Americus, Londres, 1825, 2 vols. in-8° - Innocencio da Silva diz que estas cartas, publicadas antes no Padre Amaro, ou sovella politica, jornal redigido por Joaquim Ferreira de Freitas, eram attribuidas a José Joaquim Ferreira de Moura, e também por outros a Miguel Calmon. Eu, porém, inclino-me a acreditar que sejam da penna deste, porque Calmon, logo que fn dissolvida a nossa Constituinte, partiu para a Europa e esteve com Joaquim Ferreira de Freitas em Londres, onde se publicava o Pa lre Amaro desde 1820. Em MI 275 1825, quando foi eleito deputado á primeira legislatura, ainda se achava elle na Europa. Demais, Ferreira de Freitas era muito dedicado a D. Pedro I, que até dinheiro deu-lhe por vezes, e Miguel Calmon era igualmente dedicado ao principe e tanto que, sabendo na Europa, onde se achava em nova excursão, dos tristes acontecimentos de 1831, voltou logo ao Império e nas tumultuosas sessões de 1832 e 1833 fez parte da opposição e bateu brilhantemente a situação com sua palavra elo- quente. A assignatura de Americus parece também indicar escriptor brasileiro, ou da America. - Ens aio sobre o fabrico do assucar, oíferecido á Sociedade de agricultura, commercioe industria da província da Bahia. Bahia, 1834, in-8°. - Memória sobre a cultura do tabaco, offerecida â Sociedade de agricultura, commercio e industria da Bahia. Bahia, 1835, 41 pags. in-8°. - Memória sobre o estabelecimento de uma companhia de colo- nisação nesta província. Bahia, 1835, in-8°. - Documentos com que instruiu o seu Relatorio o Ministro da Fa- zenda, etc., na sessão de 1828. Rio de Janeiro, 1828, in-4°. - Memória sobre os meios de promover a colonisação do Brasil. Berlim, 1846, 64 pags. in-8°. - A missão especial do Visconde de Abrantes, de outubro de 1844 a outubro de 1846. Rio de Janeiro, 1853, 2 vols. 333 e 488 pags. in-8° - A missão tinha por objecto na côrte de Berlim a negociação de um tratado de commercio, vários estudos relativos ao systema de adminis- tração, a instrucção publica, a organisação militar e outros na Prussia e em outros estados da Europa; e perante as côrtes de Londres e de Paris, a política ambiciosa do dictador Rosas relativamente ás republicas do Prata e do Paraguay. - Terras devolutas e colonisação: discurso proferido na sessão do Senado de 3 de agosto de 1850, etc.- No Auxiliador da Industria Nacional, 1850, pags. 81 a 104. - Qual a origem da cultura e commercio do anil entre nós e quaes as causas do seu progresso ou da sua decadência: programnaa desenvolvido na sessão do Instituto historico de 21 de novembro de 1851 -Na Revista Trimensal, tomo 15°, 1852. pags. 42 a 60. - Discurso recitado pelo Sob.'. G.'. M.*. G.*. Com.*, da Ord. •. Maç.•. no Brasil, na sessão do G. •. O.•. em o dia 16 do mez de abril de 1861. Rio de Janeiro, 1861, 4 pags. in-4°. - Estatutos do imperial Instituto fluminense de agricultura. Rio de Janeiro, 1860, 12 pags. in-4°. As=igna-os como presidente do In- MI 276 stituto, seguindo-o outros. Ha do Marquez de Abrantes vários rela- tórios apresentados á assembléa legislativa como ministro de estado e relativamente a um delles: - Falias sustentando o orçamento do Ministério a seu cargo (da Fazenda) nas sessões da camara dos Srs. deputados de 21 e 28 de agosto do corrente anno. Rio de Janeiro, 1829, 39 pags. in-4°. Miguel Calmou du Pin e Almeida, 2o - Filho de Manoel Bernardo Calmon e sobrinho do precedente, nasceu na Bahia no anno de 1842 efalleceu no Rio Grande do Sul a 30 de dezembro de 1886, bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo e membro da sociedade Auxiliadora da industria nacional. Seguiu a carreira da magistratura, onde exercia o cargo de desembargador, e presidiu a província do Ceará. Escreveu: - Colonisação chineza : discurso pronunciado na sociedade Auxi- liadora da industria nacional na sessão de 30 de dezembro de 1870. Rio de Janeiro, 1871,23 pags. in-4°. - Provimento geral do encerramento da correição feita pelo juiz de direito da camara de Guaratinguetá em 1880. Rio de Janeiro, 1881, 58 pags. in-8'. - Relatorio com que passou a administração da província do Ceará ao Sr. desembargador Joaquim da Costi Barradas. Fortaleza, 1880, in-4°. Miguel Calmou du E*in Lislbott - Filho do major reformado João Antonio Lisboa e dona Anna Joaquina du Pin Calmon, parente e afilhado de Miguel C ilmon du Pin e Almeida, Io, nasceu a 24 de junho de 1842 em Linhares, estado do Espirito Santo. Capitão re- formado e coronel honorário do exercito, é condecorado com as medalhas da campanha do Paraguay, do combate naval de Riachuelo, a argentina dos vencedores em Corrientes, a oriental e argentina do Paraguay; cavalleiro de S. Bento de Aviz, de Christo e da Rosa. Foi empregado na secção do material do 3o districto e actualmente na repartição do estado-maior do exercito. Escreveu: - Memórias da campanha do Paraguay. Rio de Janeiro, 1884-1885 - Fez esta publicação por fasciculos, que formam o primeiro volume da obra, estando ainda inédito o restante. Pará, 1888, 143 pags. com 4 estampas. Miguel Calogeras - Filho de João Baptista Calogeras e pae de João Pandiá Calogeras, dos quaes já occupei-me neste livro, e MI 277 nascido no actual estado do Rio de Janeiro, fez estudos mathematicos e tem servido na directoria de companhias de transporte, como a com- panhia Ferro-carril Carioca e Rio de Janeiro, e a Companhia Estrada de Ferro Macahé e Campos ; escreveu: - Refutação ao memorando do Dr. Bezerra de Menezes e ana- lyse das contas de encampação da Estrada de ferro Macahé e Campos. Rio de Janeiro, 1878, 227 pags. in-4° - Com o dr. Miguel da Silva Vieira Braga, presidente da directoria. Migriel Cardoso - Filho de Tristão Cardoso Nunes e dona Salvelina Maximila Cardoso Nunes, e nascido na cidade do Serro, em Minas Geraes, a 12 de abril de 1850, é professor de musica da escola Normal e do Instituto Benjamin Constant do Rio de Janeiro. Es- creveu : - Grammatica musical. Rio de Janeiro, 1886, in-8n - Foi ad- optada pelo Conselho superior da Instrucção publica de Minas Geraes e desta capital. - Compendio musical. Rio de Janeiro, 1887, in-8°. - Divisão rythmada, methodo pratico para leitura musical. Rio de Janeiro, 1890, in-8°. - Methodologia elementar do musica. Rio de Janeiro, 1895, in-8° - Divide-se o livro em duas partes: na primeira se trata circumstancia- damente da theoria da musica; na segunda, do systema por que deve ser encetado o estudo da musica, servindo de base para a justa orien- tação dos tempos simples e compostos, assim como para a orientação dos intervallos naturaes. Mig^uel Evis^enio da Silva Mascarenhas -Na tural de Sabará, província de Minas Geraes, ahi falleceu, ainda moço, depois de soffrer tres annos de alienação mental. Foi presbytero se- cular, distincto prégador e poeta. Quando estudante, taes foram sua in- telligencia eapplicação, que o iutendente geral do ouro, João Fernandes Vianna, tomou-o sob sua protecção e em sua casa adquiriu elle completo conhecimento em bellas-lettras latinas, portuguezas, francezas e italia- nas. Deixou muitas tralucções em verso de poetas latinos, assim como de Corneile, Racine, Voltaire, Ariosto, Tasso e Metastasio, as quaes inutilisou, segundo diz-se, em sua loucura. De seus escriptos só co- nheço: - Sequencia da missa de defuntos, paraphraseada - Acha-se no Parnaso brasileiro, do conego Januario da Cunha Barbosa, n. 7, pags. 56 a 63, em vinte decimas rimadas. Tenho também noticia do seu MT 278 - Sermão por occasião do nascimento do príncipe d. Antonio, nas grandes festas que se celebraram em Sabará, etc. - Não sei si foi publicado ; só sei que grangeou-lhe a reputação de grande orador. Mig^uel Fernandes Vieii'ír - Filho de Francisco Fer. nandes Vieira, depois Visconde do Icó, nasceu no Ceará a 13 de janeiro de 1816 e falleceu no Rio de Janeiro a 6 de agosto de 1862. Sendo ba' charel em sciencias sociaes e jurídicas formado pela academia de Olindaem 1837, seguiu a carreira da magistratura, foi por varias vezes deputado por sua província e, eleito depois senador, havia tomado posse de sua cadeira a 31 de maio do mesmo anno em que falleceu. Foi fundador do - Pedro II. Ceará, 1841, in-fol.- Esta folha começou como orgão do partido dos caranguejos, depois partido conservador, em opposição ao Vinte e Tres de Julho, orgão do partido dos chimangos, depois par- tido liberal e viveu até a republica. Fernandes Vieira foi um dos au- tores do - Manifesto que os deputados eleitos pela província do Ceará fazem aos habitantes desta província por occasião da injusta decisão que os expelliu da representação nacional. Rio de Janeiro, 1845, 173 pags. in-12°. ( Veja-se André Bastos de Oliveira.) iWíig-iiel <le Frias Vasconcellos - Filho do tenente- coronel Joaquim de Frias Vasconcellos, nasceu no Rio de Janeiro a 15 de outubro de 1805 o falleceu a 25 de maio de 1859, brigadeiro do exer- cito, presidente da commissãode melhoramentos do material do exer- cito, commendador da ordem da Rosa, cavalleiro da do Cruzeiro e con- decorado com a medalha de ouro da campanha oriental do Uruguay de 1851. Com praça em 1823, em 1828 era major graduado do corpo de engenheiros, e major effectivo no anno seguinte. Cursou a academia militar com distincção tal, que dentro em poucos annos serviu como lente na mesma academia. A elle coube a missão de ir ao paço de S. Christovão em nome do povo e da tropa, reunidos no campo da Ac- clamação a 7 de abril de 1831, pedir ao Imperador, d. Pedro I, a rein- tegração do ministério demittido, tendo de sua magestade a resposta digna do grande soberano: que abdicava a corôa e sahiria do Império. Compromettendo-se no movimento político de 3 de abril de 1832 como um dos mais exiltados do partido que tinha esse titulo, foi obrigado a emigrar para os Estados Unidos onde esteve dousannos. Foi depois dí- MI 279 rector do arsenal de guerra da côrte, director das obras militares e inspector das obras publicas. Escreveu: - Memória sobre o gaz illuminante, extrahidodo carvão de pedra e matérias gordurosas. Rio de Janeiro, 1847, 26 pags. in-8° com plantas e mappas demonstrativos. - Regimento interno provisorio para a directoria da companhia edificadora Doze de agosto e regulamento para a companhia de ope- rários, organisados pelo presidente da mesma companhia, etc. Rio de Janeiro, 1857, 23 pags. in-4°. - Relação das madeiras (brasileiras) de construcção de obra branca - O original com sua assignatura, in-fol., está no Archivo militar. - Planta chorographica do logar de Caídas do Sul do rio Cubatão e seus arredores. Lithographada no Archivo militar, 1843. Ora,342-f- +Om, 287. - Mappa topographico da villa de S. Gabriel com seus arredores e fortificações traçadas pelo major, etc., sendo a fortificação pelo mesmo projectada e começada em 1843. Idem. Miguel Iguacio dos Santos Freire e Bruce - De origem escosseza, era porém natural do Maranhão, tendo sido educado na Inglaterra. Achando-se no cargo de presidente da junta provisória administrativa da sua província, ahi deu o juramento do projecto de constituição brasileira a 14 de maio de 1824 ; soffreu, porém, neste cargo accusações e foi deposto pelo almirante Cochrane a 25 de dezembro deste anno e enviado com outros a 4 de janeiro seguinte para o Rio de Janeiro, onde se justificou. Falleceu pelo anno de 1834 e es-- creveu: - Defesa de Miguel Ignacio dos Santos Freire e Bruce, que foi presidente de duas juntas provisórias independentes na provincia do Maranhão e presidente da mesma provincia. Maranhão, 1826, 60 pags. in-fol.- A accusação de que Bruce defendeu-se e foi absolvido pelo tri- bunal da casa de supplicação, o denuncia de tentar o estabelecimento do governo republicano no Maranhão. Podem ser consultados sobre isso os trabalhos do catalogo da exposição de historia patria do Rio de Janeiro, de ns. 7239 a 7262, e particularrnente os de Domingos Cada- villa Velloso Cascavel, seu principal perseguidor. Miguel JRibeiro <le Carvalho - Filho de Miguel Joaquim Ribeiro de Carvalho, nasceu no Rio de Janeiro a 7 de fevereiro de 1849. Bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela fa- culdade de S. Paulo* tendo cursado na do Recife os tres primeiros 280 MI annos, foi juiz municipal do termo de Cantagallo, secretario interino do governo do estado do Rio de Janeiro em 1891 e vice-presidente do mesmo estado, onde é chefe politico. E' socio do Instituto historico e geographico brasileiro. Escreveu : - Organisaçâo republicana do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1899. M.iJosé Corrêa - Filho de Miguel José Corrêa e natural do Paraná, onde applicou-se a negocios forenses, escreveu: - Assessor portátil, ou arte de requerer em juizo. Curitiba - Contém uma collecção de formulas para requerer em juizo sobre va- riados assumptos. Miguel José Rodrigues Vieii-a - Nascido em Sa- maiões, termo da villa de Chaves, em Portugal, a 12 de julho de 1820, na idade de 18 annos veiu para o Brasil que adoptou por patria, tendo aqui feito alguns estudos e dedicando-se á carreira commercial. Es- creveu : - O guarda- livros brasileiro ou arte de escripturação mercantil, apropriada ao commercio do Brasil. Rio de Janeiro, 1856, 4 opusculos ou 4 partes, de 96, 40, 13e36 pags. in-fol.-Na primeira parte trata-se do livro Borrador ; na segunda do Diário, com um modelo de escriptu- ração ; na terceira do Recopilador; na quarta do Razão. Migruel Lemos - Filho do primeiro tenente da armada Miguel Carlos Corrêa Lemos, nasceu em Nitheroy a 25 de novembro de 1854. Todo dedicado ás doutrinas de Augusto Comte, sô para ellas vive, abandonando cargos, como o de secretario da bibliotheca nacional. Matriculou-se em 1876 na escola central com seu amigo e companheiro de propaganda positivista Raymundo Teixeira Mendes (vide este nome) e com este abandonou a escola depois de alguns mezes. Escreveu: - Geometria analytica de Augusto Comte. Traducção portugueza de Miguel Lemos e Raymundo Teixeira Mendes. Rio de Janeiro, 1875. - Luiz de Camões. Apreciação positivista em lingua franceza, do papel historico de Portugal e da vida e obras do poeta. Pariz, 1880, 283 pags. in-12°. - Augusto Comte e o positivismo. Historia da vida e da doutrina do positivismo. Rio de Janeiro, 1881. - O fundador da religião da umanidade. Conferencia realisada em commemoração do 24° anniversario de Augusto Comte. Rio de Janeiro» 1881. Ml 281 - Relator io annual enviado ao director supremo do positivismo em Pariz por Miguel Lemos, director provisorio e presidente perpetuo da sociedade positivista do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1882, 164 pags. in-8°. - Terceiro centenário de Santa Thereza. Commemoração summaria de sua vida e méritos. Rio de Janeiro, 1882, in-8°. - A direcção do positivismo no Brasil. Carta ao dr. Joaquim Ri- beiro de Mendonça em resposta a uns artigos publicados em um jornal de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1884, 4 pags. in-4°. - O positivismo e a escravidão moderna: trechos extrahidos das obras de Augusto Comte, seguidos de documentos positivistas relativos á questão da escravidão no Brasil o precedidos de uma introducção por M. Lemos. Rio de Janeiro, 1884, 16 pags. in-8°. - O projecto de casamento civil. Carta á S. Ex. o Sr. Ministro do Império. Rio de Janeiro, 1884, 15 pags. in-8° -2a edição, 1887. - Positivismo et Lafittisme : réponse á la protestation Lafittiene contre la circulaire collective du centre positiviste bresilien. Rio de Ja- neiro, 1884, 156 pags. in-8°. - O Kilendario positivista, seguido da bibliotheca positivista e precedido de indicações geraes sobre o positivismo, escripto em inglez por Henry Edgar e traduzido, etc. Rio de Janeiro, 1885, 91 pags. in-12®. - Lettre à Mr. le Dr. Audiffrant. Rio de Janeiro, 1886. - L'apostolai positiviste au Bresil. Rapport pour 1'année 1884,1885, 1886, 1887. Rio de Janeiro, 1885 a 1888, 4 opusculos. - Centro positivista. A liberdade espiritual e o exercício da medi- cina. Rio de Janeiro, 1887. - A obrigatoriedade e o novo projecto de reforma de instrucção publica. Rio de Janeiro, 1887 - com Raymundo T. Mendes. - A Uberdade espiritual e a organisação do trabalho. Rio de Ja. neiro, 1888 - com Raymundo T. Mendes. - Catecismo positivista de Augusto Comte, traduzido, etc. Rio de Janeiro, 1888, in-8°. - Ortografia positivista: nota avulsa á tradussão do Catecismo positivista de Augusto Conte. Rio de Janeiro, 1888, 15-47 pags. in-8°. - A repressão legal da ociosidade. Rio de Janeiro, 1888. - Religião da umanidade. O apostolado positivista no Brasil. Nova circular dirigida aos cooperadores do subsidio positivista brasileiro. Anno de 1889. Rio de Janeiro, 1891, 90 pags. incluídas as dos Annexos. - Rectification necessaire, concernant Tapplication actuelle du precepte qui prescrit aux prétres positi vistes de renoncer á tout heri- tage, etc. Rio de Janeiro, 1890, MI 282 - Exame do projecto de constituição, apresentado pelo Governo. Programma das conferencias realisadas por R. Teixeira Mendes. Rio de Janeiro, 1890. - Representação enviada ao congresso nacional, propondo modi- ficações ao projecto de constituição, apresentado pelo congresso, etc. Rio de Janeiro, 1890. - Le positivisme et 1'EcoledeLe Flay. L'article « Auguste Comte» de la Grande Encyclopedie. Rio de Janeiro, 1891. - Apostolado positivista. Os cemitérios serão focos de infecção ? Resumo da questão sob o ponto hygienico pelo dr. J. F. Robinet. Traducção. Rio de Janeiro, 1893, 15 pags. in-8\ - Bases de uma constituição política, dictatorial federal para a Republica brasileira. Rio de Janeiro, séde da associação positivista (sem data). 17 pags. in-12°. - A política positiva e a grande naturalisação. Rio de Ja- neiro, 1889, in-8°. - Modificação ao projecto de Constituição. Rio de Janeiro, 1890, in-8°. - Ódios académicos. Apreciação do artigo do Sr. Bertrand, pu- blicado na Revista dos Dous Mundos contra Augusto Comte. Rio de Janeiro 1897. - Noticia sobre a vida e os escriptos de Daniel Encontre por Juielerat. Traducção. Rio de Janeiro, 1898, in-12°. - Epitome da vida e dos escriptos de Augusto Comte por J. Lon- champs. Rio de Janeiro, 1898, in-12° - Quando matriculou-se na es- cola central escreveu com R. Teixeira Mendes: - Chronica do Império: revista quinzenal por Fabricio e Etho- philo. Rio de Janeiro, 1876, in-8° peq.-Sahiram apenas quatro nu- meros. São trabalhos apaixonados contra a igreja e o throno, etc. Mig^uel Lino cie Moraes - Militar, era em 1825 ma. rechal de campo do exercito brasileiro e em 1828, presidindo a pro- víncia de Goyaz, escreveu: - Noticia circumstanciada da fabrica de fiação e tecelagem da cidade de Goyaz, estabelecida pela provisão da Junta do Commercio de 25 de julho de 1818 - E' um offlcio datado de 27 de julho de 1828, de 8 pags., pertencente á bibliotheca nacional e que esteve na expo. sição de historia de 1880, acompanhado de vários documentos, a saber: Inventario das pessoas e utensílios da fabrica de fiação e tece- lagem ; Relação dos materiaes que vieram da Côrte para a construcção da fabrica, etc.; Despeza que se tem feito com a fabrica desde 4 de ja- MI 283 neiro de 1819 até 31 de maio de 1828 ; Deliberação da Junta da fazenda publica de Goyaz de 21 de junho de 1828. Mig^uel Luiz Teixeii'a - Filho de Simão de Abreu Teixeira e dona Antonia Luiza de Barros, nasceu ,na freguezia de S. Gonçalo da villa, hoje cidade da Cachoeira, província da Bahia, a 8 de setembro de 1716. Bacharel e mestre em artes pelo collegio dos jesuitas da Bahia, foi ordenado presbytero secular e depois, passando-se para Coimbra, ahi fez o curso de direito canonico em que foi graduado doutor. Foi provisor e vigário geral do Algarve; distincto pregador e poeta. Aos dezoito annos de idade, segundo affirma Barbosa Machado, escreveu o seguinte poema latino, distribuído em doze livros: - O triumpho de Christo, senhor nosso, alcançado do peccado e da morte - Este poema è ornado com sentenças dos santos padres e noticias da historia sagrada e profana. Escreveu depois: - Patriarchon metricum, cui argumentum suspeditat aurea fe- licitas, prestantíssima magnificentia et pietas óptima serenissimi, au- gustissimi domini Joannis V., regis Lusitanise et Algarbiorum, etc. Conimbricre, 1747, in-4° - Consta de 214 dísticos latinos, terminando por uma ode saphica, tendo ás margens sabias annotações. - Illustrissimo et sapientíssimo domino D. Michaeli Lucio de Portugali magnas canonum theses propugnanti: poema. Conimbricre, 1747, in-foL-Comtém 14 dísticos latinos, terminando por um epi- gramma ao Conde de Vimioso, padrinho do auto de doutoramento de seu irmão D. Miguel Lucio de Portugal. - Oração fúnebre nas exequias que á magestade fidelíssima do muito alto e poderoso rei e senhor D. João V celebrou a cathedral de Faro em 29 de agosto de 1750. Lisboa, 1751, in-4°. - Poema, elegíaco e pathetico á Paixão de Christo e á Soledade de sua mãe santíssima - Inédito. Miguel Maria «Tardiiii - Filho de João Gonçalves Jardim e dona Agueda Victorina Jardim, nasceu a 2 de dezembro de 1841 na ilha Graciosa do Archipelago dos Açores. Começou na ilha Ter- ceira sua educação litteraria, que não chegou a concluir, porque teve de vir em 1856 para o Brasil, onde á força de acurado estudo e muita perseverança conseguiu entrar para o magistério, já naturalisado ci- dadão brasileiro. Depois de ter occupado o modesto logar de carteiro do correio geral desta capital, fez o curso completo da escola normal da província do Rio de Janeiro, foi nomeado professor effectivo, e como tal prestou serviços á instrucção publica, jubilando-se em 188], quando MI 284 regia a cadeira primaria de S. Domingos, em Nitheroy. Desta época em deante collaborou para o Fluminense de Nitheroy e para O Pais, onde por muito tempo deu conta dos trabalhos da Assembléa legis- lativa na secção sob a epigraphe « Assembléa Fluminense », até a transferencia desta corporação para Petropolis. E' livreiro em Ni- theroy e escreveu: - Taboada métrica, adoptadapela instrucção publica da Bahia. 1869, Foi o seu primeiro trabalho e está na 6a edição. - Arithmetica elementar. 1871, in-16° A. E' dos seus trabalhos o mais procurado, tendo chegado já á 12a edição. - Tabella métrica commercial. 1874 - Publicada em cartões grandes para escriptorios e casas de negocio. - Cathecismo escolar. 1878, in-16°. Está na 3a edição, esgotada. - Exercidos de contar. Lisboa, 1879, in-16°. - Cathecismo da doutrina çhristã. Rio de Janeiro, 1880, Ia edição in-16°, adaptado ás escolas normaes. - Arithmetica elementar ( 1° anno ), in-16°. - Arithmetica elementar ( 2° anno ). Rio de Janeiro, 1899.- Estes dous livrinhos representam o desdobramento da primeira arithmetica do autor. Mig-uel Mfiria Lislboa, Barão de Japurá - Filho do conselheiro José Antonio Lisboa, de quem já me occupei, e nascido- na cidade do Rio de Janeiro a 22 de maio de 1809, falleceu a 8 de abril de 1881 em Lisboa no exercício do cargo de ministro plenipotenciário nesta côrte, sendo mestre em artes pela universidade de Edimburgo ; do conselho de sua magestade o Imperador ; veador de sua magestade a Imperatriz ; membro do Instituto historico e geographico brasileiro, da Academia archeologica da Bélgica, da real Academia hespanhola, da Associação dos artistas de Coimbra, da Associação de geographia e da Sociedade dos architectos de Lisboa ; grande dignitário da ordem da Rosa ; commendador da de Christo ; grã-cruz da ordem portugueza de Christo e da ordem da Conceição da Villa Viçosa e grã-cruz da ordem Ernestina do ducado da Saxonia. Entrou na carreira diplomática aos dezoito annos de idade, em 1828, como addido á legação de Londres e d'ahi passou successivamente a secretario de legação em 1831 ; a encar- regado de negocios interino em 1835 ; a egual cargo no Chile em 1838 e na Venezuela em 1842, sendo exonerado em 1847 para servir na secretaria dos negocios estrangeiros ; a ministro residente na Bolí- via em 1851, indo d'ahi em missão especial á Venezuela, Equador e Nova Granada ; a ministro plenipotenciário no Perú em 1855, nos Estados- MI 285 Unidos em 1859, na Bélgica em 1865 e em Portugal, donde não sahiu mais, em 1869. Escreveu: - Romances históricos ( em verso ) por um brasileiro. Pariz, 1843, 132 pags. in-8° - São quatro: Egas Mouiz, Juizo de Salomão, Batalha de Guararapes, Ypiranga. D'elles ha nova ediçãoj correcta, augmen- tada e seguida de algumas poesias soltas. Bruxellas, 1866, com o re- trato do Imperador, a quem é offerecida. - Relação de uma viagem á Venezuela, Nova Granada e Equador. Bruxellas, 1866, 389 pags. in-8°, com varias estampas e mappas geo- graphicos - 0 autor offereceu esta obra ao Instituto historico, mas não foi impressa em sua Revista, porque além de ser muito extensa e exigir lithographia ou gravura dos mappas e estampas, não tinha relação, sinão indirecta, com a historia e geographia do Brasil. O Instituto historico possue o autographo de 180 fls. - Congrès archeologique International, organisé par 1'academie d'archéologie de Belgique de concert avec la societé française d'ar- cheologie. Ouverture le 25 aôut 1867. Anvers, 1869 - Foi escripta por occasião de seu autor representar o governo imperial nesse con- gresso. - Traducção do capitulo undécimo da vida política de mr. Jorge Canning, composta pelo seu secretario particular Augusto Granville Stappletton - Publicada na Revista do Instituto historico, tomo 23°' pags. 241 a 343, sendo do Birão de Cayrú as Notas de pags. 331 em diante. - Memória sobre os limites entre o Império e a Guyana franceza. Lisboa, 1849 - A bibliotheca nacional possue uma cópia de 59 fls. com tres mappas geographicos, feitos á bico de penna, um dos quaes tem este titulo: - Guyane Française 0m,230x0m,351. E' o terceiro. - Resposta do sr. dr. Ramon Aczarate a Miguel Maria Lisboa, encarregado de negocios do Brazil no Chile, relativa á navegação por barcos a vapor nos rios Ucayale, Apurimac e Beni ; traduzida do hespanhol. ( Vide Diogo Soares da Silva de Bivar.) Miguel Maria, de Noronha F1 ei tal - Irmão do dr. José Maria de Noronha Feital, de quem já occupei-mejnasceu no Rio de Janeiro em 1824 e falleceu em Paquetá a 6 de setembro de 1885. Ba- charel em sciencias physicas e mathematicas pela antiga Academia mi- litar, serviu na arma de artilharia até o posto de primeiro tenente, em que reformou-se ; deu-se depois ao magistério livre de linguas e scien- MI 286 cias; foi deputado à assembléa provincial e cavalleiro da ordem da Rosa. Escreveu: - Poesia. O. D. C. á Aug. *. e Resp. •. Loj.*. Segredo e Amizade por occasião de celebrar-se a posse de suas dignidades em 31 de julho de 1847. ( Sem rosto, mas do Rio de Janeiro, 1847) 3 pags. in-4° gr. Miguel Martins dia Silva - Natural de S. Paulo e vigário de Guaratinguetá, foi um dos sacerdotes brasileiros mais eru- ditos em sciencias theologicas, assumpto, cm cuja conversação seduzia, arrebatava. Só sei que escreveu: - A confissão : artigos publicados no Monitor Paulisti em 1880 e depois em opusculo. MiguelNoel Nascentes Burnier - Filho de M guel Noel Burnier, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 9 de julho de 1848 e falleceu a 29 de julho de 1884, bacharel em sciencias pbysicas e mathematicas e engenheiro civil pela escola polytechnica, onde fo sempre um dos primeiros estudantes. Serviu como engenheiro auxi- liar do prolongamento da estrada de ferro D. Pedro II; fez parte do congresso das estradas de ferro do Brasil, occupando-se particular- mente das questões relativas ás tarifas das vias ferreas, zonas privi- legiadas e garantia de juros, e exercia, havia seis mezes apenas, o cargo de director d'aquella estrada quando falleceu. Escreveu: - Prolongamento da estrada de ferro D. Pedro II. Os trabalhos de Carandaliy e Itabira e o dr. José Eubank da Camara. Rio de Janeiro, 1882 in-8° - E' uma reproducção de escriptos publicados no Jornal do Commercio. Miguel cie Oliveira Couto - Filho de Francisco de Oliveira Couto e dona Maria Rosa do Espirito Santo, nasceu a 1 de maio de 1864 no Rio de Janeiro ; é doutor em medicina e lente sub- stituto da faculdade em que se graduou, a do Rio de Janeiro, membro da Academia nacional de medicina, da Sociedade de medicina e cirurgia e medico do hospital de Misericórdia. Escreveu: - Da etiologia parasitaria em relação ás moléstias infecciosas Proposições (tres sobre cada uma das cadeiras da faculdade ): thes apresentada á Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 30 de se- tembro de 1885 para ser sustentada, etc. Rio, 1885, 88 pags. in-8°. - Dos espasmos nas affecções dos centros nervosos: these de cons curso, etc. Rio de Janeiro, 1898, in-4°. MT 287 - Da gangrena na febre amarella. Rio de Janeiro, 1896, 24 pngs. in-8°. - O pneumogastrico na influenza. Rio de Janeiro, 1898, in-8°. - Contribuição para o estudo das desordens funccionaes do pneu- mogastrico na influenza.- Nos Annaes Brasilienses da Academia de Medicina, tomo 63, 1898, pags. 31 á 83. áliguel Pereira de Oliveiva Meirelles - Filho do coronel Pedro Maria Xavier de Oliveira Meirelles e dona Rita Candida Barreto Meirelles, nasceu na cidade de Pelotas, provincia do Rio Grande do Sul, a 3 de setembro de 1830 e falleceu a 11 de dezembro de 1872. Cultivou a litteratura dramatica com vantagem e escreveu: - A mulher do artista: drama - Ignoro si foi impresso porque o cavalheiro que deu-me estas indicações, nada disse-me a esse respeito. - A baroneza da Tijuca: drama - Idem. - Um homem do século: drama - Idem. - Sem titulo: drama -Idem. Miguel RiUeiro Lisboa - Filho do Barão de Japurá, Miguel Maria Lisboa, da quem acabo do occupar-me, e da Baroneza do mesmo titulo, dona Maria Isabel de Andrade Lisboa, nasceu no Rio de Janeiro a 11 de julho de 1847. Fidalgo cavalleiro da casa imperial, com o curso da Escola naval,serviu na marinha, militando em toda campanha do Paraguay e exercendo commissões importantes, como a de membro da directoria de artilheria, reformou-se tendo o pstoode capitão de fragata, mas com as honras de capitão de mar o guerra. Membro do Instituto polytechnico, de que foi secretario, cavalleiro da ordem da Rosa e da do Cruzeiro, condecorado com a medalha da ren- dição de Uruguayana, com a da passagem de Humaytá eada campanha citada; escreveu: - Viagens pelo Amazonas - Foram publicadas: na Revista do Instituto polytechnico, tomo 8o, pags. 137 e seguintes e depois em vo- lume especial. - O aproveitament) do lixo da cidade do Rio de Janeiro na agri- cultura e n'outras industrias. Rio de Janeiro, 1889 - O autor desen- volveu antes este assumpto perante o Instituto polytechnico. Mig^uel do Sacramento Lopes Gama- Filho do dr. João Lopes Cardoso Machado, de quem já me occupei, e dona Auna Bernarda do Sacramento Lopes Gama e irmão de Caetano Maria Lopes Gama, também commemorado neste livro, nasceu no Recife MI 288 a 29 de setembro de 1791 e ahi falleceu a 9 de dezembro de 1852. Monge benedictino do mosteiro de Olinda, concluindo o noviciado no mosteiro da Bahia, onde recebeu ordens sacras e leccionou como lente substituto, voltou depois á provincia natal, em cujo seminário leccionou rhetorica, passando depois a leccionar essa matéria no collegio das artes, sendo jubilado em 1839. Neste anno, tendo de sobrecarregar-so de sua familia, pediu e obteve breve de secularisação. Nomeado depois vice-director da faculdade de direito de Olinda, foi professor de elo- quência nacional e litteratura no lyceu do Recife, passando mais tarde para a cadeira de lingua nacional e por ultimo para a de rhetorica, em que era eximio. Foi director do mesmo lyceu e director geral dos estudos; representou a provincia de Alagoas na sexta legislatura, tendo sido deputado á assembléa de Pernambuco por varias vezes. Grande philosopho e moralista, distincto orador sagrado, pos- suindo todos os dotes da tribuna, era conego honorário e prégador da capella imperial, commendador da ordem de Christo, e membro do In- stituto historicoe geographico brasileiro. Escreveu: - Oração que no dia 8 de dezembro de 1822, da acclamação do sr. d. Pedro I, Imperador do Brasil, na matriz do Corpo Santo recitou, etc. Rio de Janeiro, 1823, 14 pags. in-4°. - Memória sobre quaes são os meios de fundar a moral de um povo, traduzida do francez, do Conde de Destutt de Tracy. Pernambuco, 1831. - A Columneida: poema heroi-comico em quatro cantos. Pernam- buco, 1832 -E' de assumpto político, e em allusão ao partido da Co- lumna. Em resposta escreveu o padre José Marinho Falcão Padilha o poema Migueleidt, que nunca foi impresso e consta que seu autor quei- mara antes de morrer. Da Columneida faz menção o dr. J. Franklin da S. Tavoranoescripto «Obras de frei Canect », na Revista Brasileira, tomo 8% 1881, pag. 471. - Princípios geraes de economia política e industrial em fórma de conversações, por P. H. Suzanne. Traducção. Pernambuco, 1837. - Refutação completa da pestilencial doutrina do interesse, pro- palada por Hobbes, Holbach, Helvecio, Diderot, J. Beutham e outros philosophos sensualistas e materialistas, ou introducção aos princípios de direito político de Honorio Torombert. Traducção. Pernambuco, 1837. -'A religião christã demonstrada pela conversão e apostolado de S. Paulo por Lyttleton. Traducção. Pernambuco, 1839. - Novo curso de philosophia redigido segundo o novo programma para o bacharel em lettras. Traducção do francez, de E. Geruzez. Per- nambuco, 1840 - E' segunda edição. MI 289 - A pharpeleida ou principio, meio e fim das filhas de Jerusalem, com seus visos do poema. Pernambuco, 1841-Foi publicada sob o anonymo. - Codigo Criminal, pratico da semi-republica de Passamão,na Ocea- nia, organisado segundo os princípios do projecto da Constituição re- publico-demagogica do dr. Marche-marche. Pernambuco, 1841 - Também sob o anonymo. - Lições de eloquência nacional. Rio de Janeiro, 1846, 2vols. in-8° - Segunda edição, Pernambuco, 1851; terceira, Rio de Janeiro, 1864, todas em 2 vols. Foi compendio de sua aula. - Observações criticas sobreo romance do sr. Eugênio Sue o « Judeu Errante». Pernambuco, 1850,94 pags. in-8°. - Uma lição académica sobre a pena de morte, ditada na univer- sidade de Piza a 16 de março de 1836 pelo famoso professor Carmignani. Traduzido do original italiano, etc. Pernambuco, 1850, 95 pags. in-8°. - Dos deveres dos homens: discurso dirigido a um mancebo. Tra- duzido do italiano, de Silvio Pellico. Pernambuco, 1852. - Economia da vida humana por Roberto Dodsley. Traducção. Recife, 1862 - E' segunda edição posthuma. - Selecta classica para leitura e analyse grammatical nas escolas do instrucção elementar e para analyse oratoria e poética nas aulas de rhetorica ( Segunda edição posthuma ). Pernambuco, 1866 - Houve mais edições, sendo uma delias a seguinte: - Selecta classica: obra approvada pelogoverno da província para leitura, etc, ordenada pelo padre Miguel do S. Lopes Gama, expur- gada e accrescentada pelo padre Ignacio Francisco dos Santos, e nesta quinta edição, annotada por H. C. Taylor, professor da escola normal. Recife, 1879, 448 pags. in-8° -Lopes Gama redigiu: - Diário do Governo. Pernambuco, 1823 - 1825 - Nomeado pela junta provisória da província em 1823 director deste jornal, e para director da typographia nacional em 1824, pediu no anno seguinte exoneração deste cargo. - O Carapuceiro: periodico sempre moral e sò per accidens polí- tico. Pernambuco, 1832 (7 de abril) a 1847, in-4° de duas columnas. Publicava-se duas vezes por semana com a seguinte epigraphe: «Hunc servare modum nostri novere libelli Parcere personis, dicere de vitiis. » Marçal, liv. 10, Ep. 33, seguida da traducção em verso: « Guardarei nesta folha as regras boas, Que é dos vicios faltar, não das pessoas. » 290 MI Toda esta folha, quasi, é da pennade seu redactor ; só per accidens algum artigo era publicado de outra penna. Muitos artigos foram re- produzidos em outros jornaes e revistas do Império, tão applaudidos eram elles. Para dar uma ideia de seu estylo vou citar ao acaso um trecho da primeira pagina do primeiro numero de 1837, relativo ás modasdas senhoras: « Asmangas dos vestidos que até agora levavam quasi tanto panno como o proprio vestido e tinham o molde de um esto- mago de boi, as mangas dos vestidos que eram umas vassouras varre- doras c chupadoras de quanto molho vinha á mesa, hoje ( bem hajam os caprichos da moda)passaram ao extremo opposto. Hoje são justas ao braço como as jaquetas ; mas, como assim só ficariam mui decompostas as taes mangas ealém disso serauma intriga para as senhoras que tem bracinhos de lagartixa, deram em as enfeitar de tal arte, que parecem velas de baptisado rico, que vão cheias de matames, estofados, crespos, etc. » Ha muitos escriptos de Lopes Gama, em prosa e em verso, em vá- rios jornaes, como: - Litteratura: serie de artigos - publicados no Diário de Per- nambuco de 8 de junho a 17 de setembro de 1836. - Traducção da 7a meditação de Lamartine « Bonaparte ». No mesmo jornal de 11 de outubro de 1841. - O philosopho provinciano na côrte á seu compadre na província: ( serie dos artigos)-Na Marmota Fluminense, 1852. Trata-se dos usos, costumes, civilisação, litteratura, etc., do Rio de Janeiro. Nesta folha publicou um trabalho em prosa com o titulo « A mulher e o seu caracter » e varias poesias sob o pseudonymo O Solitário. - O mal considerável da maior parte dos romances: ( artigos) - No Correio Mercantil do Rio de Janeiro, 1859, de 12 de janeiro até fevereiro. Ha ainda muitos trabalhos deste autor, como se vê destas linhas do erudito conego Lino de Monte-Carmello dando o devidoapreço aos seus escriptos: « O periodico Carapuceiro, a Gazeta Constitucional, as Observações sobre o romance Judêo errante, suas producções poé- ticas ao Divino e entre estas - a Supplica perante a imagem de Jesus- Christo, o cântico ao coração de Maria e^outras, perpetuam sua gloria.» Ifr. Migruel <le S. Francisco - Natural da cidade do Rio de Janeiro e nascido, parece-me, entre os dous últimos quartéis do século 17°, foi religioso da ordem seraficados franciscanos, professo no convento da dita cidade, onde por duas vezes foi provincial. Viajou 311 291 pela Hespanha e Portugal e veiu a fallecer em sua patria no anuo de 1734. Escreveu: - Relação dos santuários e imagens de Maria Santíssima de todo bispado do Rio de Janeiro - Inédita. Fr. Agostinho de Santa Maria no seu Santuario Mariano refere-se varias vezes a esta obra, princi- palmente no tomo 10°, pags. 78 e 231. Miguel da Silva Pereira - Filho de Virgílio da Silva Pereira, nasceu em S. Paulo a 2 de julho de 1871, é bacharel em lettras pelo Gymnasio nacional, doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, formado em 1896, assistente da cadeira de clinica propedêutica na mesma faculdade e medico da Associação dos empre- gados muncipaes. Escreveu: - Hematologia tropical, ensaio clinico: these apresentada ã facul- dade de medicina do Rio de Janeiro a 1 de outubro de 1896 para ser sustentada, etc. Rio de Janeiro, 1896, 135 pags. in-4°. - Questão scientifica a proposito da anemia tropical. Rio de Ja- neiro...- com o dr. Almeida de Magalhães. A este proposito publica uma folha desta capital:«Em 1890 o dr. Miguel Pereira publicou um ensaio clinico, intitulado Hematologia Tropical. O trabalho foi ge- ralmente louvado pelo pequeníssimo numero dos que se podem entre nós considerar competentes em questões d'essa natureza experimental. O dr. Álvaro Paulino entendeu, no emtanto, fazer alguns reparos, al- gumas contestações. Pelo autor, então ausente, respondeu o dr. Almeida Magalhães. E entre elle e o redactor das Conversas Medicas travou-se uma polemica scientiflca. Ao publicar agora em volume os artigos d'aquella secção, o dr. Álvaro Paulino reproduziu apenas os seus, sem dar igualmente o do seu contradictor. E' contra isto que protestam os drs. Magalhães e Miguel Pereira, que no folheto, que acabam de fazer sahir, reproduzem a seguir tanto os artigos seus, como os do dr. Álvaro Paulino. » - Sobre um caso indiagnosticavel. Aneurisma sacciforme da porção descendente do arco aortico: communicação feita á Academia nacional de medicina na sessão de 1 de setembro de 1898. - Memória sobre um caso de paralysia labio-glosso-laryngea. RiOj de Janeiro, 1899-Este trabalho foi publicado antes no Brasil Medico. Miguel de Souza Uorges Leal Castello Branco - Filho do coronel Livio Lopes Castello Branco e Silva, um dos chefes da revolução dos Balaios, de dezembro de 1838, de quem 292 MI já me occupei, e dona Barbara Maria de Josus Castello Branco, nasceu a 15 de junho de 1836 na villa de Santo Antonio de Campo Maior, no Piauhy, e na cidade de Theresina falleceu a. 22 de abril de 1887, pri- vado da vista e até dos movimentos, em estado martyrisante e penoso. Já em sua adolescência incommodos de saude o privaram de proseguir nos estudos que encetara em Pernambuco. Serviu no funccionalismo publico e fundou o collegio Nossa Senhora das Dores. Espirito inves- tigador e tenaz, deu-se ao estudo da historia e da vida dos filhos mais illustres de sua patria. Escreveu: - Apontamentos hiographicos de alguns piauhyenses illustres e de outras pessoas notáveis que occuparam cargos de importância na província do Piauhy. Ia serie. Theresina, 1878, 174 pags. in-8°. - Apontamentos para a synopse da província do Piauhy. There- sina. - Guia dos argumentadores nas escolas primarias ou nova ta- boada para os meninos que frequentam as escolas de primeiras lettras: producção de um piauhyense. Nova edição correcta e augmentada. Theresina, 32 pags. in-8°. Manual do Guarda nacional, contendo a lei de 10 de setembro de 1873 e o regulamento de 21 de março de 1874. Theresina. - Novíssima reforma eleitoral. Decreto n. 3029 de 9 de janeiro de 1881. Theresina, 50 pags. in-8°. - A reparação de uma clamorosa injustiça. A demissão e rein- tegração do procurador fiscal do thesouro provincial do Piauhy, Miguel de Souza Borges Leal Castello Branco. Theresina, 1883, 28 pags. im80. - Almanah piauhyense para o anno de 1879, contendo um formu- lário para os processos que devem correr perante os juizes de paz. Theresina, in-8°. - Almanah piauhyense para o anno de 1880 contendo as attri- buições para a boa. execução da lei hypothecaria e respectivo regula- mento e um grande numero de documentos históricos relativos á pro- víncia do Piauhy. Theresina, in-8°. - Almanah piauhyense para o anno de 1881, contendo o novo systema métrico decimal e muitos apontamentos para a chronica piau- hyense. Theresina, in-8°. - Almanah piauhyense para o anno de 1883, contendo, além de Outras publicações, a descripção da oidade de Theresina, a relação no» MI 293 minai do eleitorado do Piauhy, continuação da chronica piauhyense, etc. Theresina, in-8°-Castello Branco redigiu: - Revista Mensal: publicação dedicada ao commercioda província do Piahuy. Theresina, 1874-1879, in-4°. Mig*uel de Souza Mello e Alvim - Filho de An- tonio de Souza Mello e Alvim, senhor dos morgados de Maia, Cadaval e Painho e dona Maria Barbara da Silva nasceu em Portugal a 9 de março de 1784 e falleceu cidadão brasileiro pela constituição do Império a 8 de outubro de 1866. Em Portugal fez o curso da academia de marinha e serviu na armada até 1807, anno em que veiu para o Brasil. Reformado no elevado posto de chefe de esquadra, prestou ainda muitos e relevantes serviços á patria adoptiva, tendo sido ministro da marinha em 1828 e presidente de Santa Catharina e S. Paulo. Tinha profundos conhecimentos das sciencias mathematicas e da historia, era versado em varias línguas; cultivou a poesia desde muito joven ; era conselheiro de estado, grande dignitário da ordem da Rosa, commen- dador da de S. Bento de Aviz e das ordens portuguezas da Conceição de Villa-Viçosa, e de SantTago da Torre e Espada ; socio do Instituto historico e geographico brasileiro, etc. Deixou grande somma de - Poesias inéditas, de que sua familia é depositaria, e publicada, talvez somente a - Ode pindarica aos faustíssimos recentes successos de Portugal, offerecida ao príncipe regente, etc. Rio de Janeiro, 1811, 8 pags. in-4° - A dedicatória é datada da Bahia 11 de julho de 1811. Mig-viel cie Teive e A.rg-ollo - Filho do tenente- coronel Miguel de Teive e Argollo, um dos bravos que combateram contra as forças do general Madeira nos campos do Pira já para nossa independencia, e dona Maria Murta de Argollo Pina e Mello, e des- cendente da nobilíssima e antiga família Arguello, da Hespanha, nasceu na cidade da Bahia a 10 de maio de 1851. Engenheiro civil pelo In- stituto polytechnico Rensselaer, do estado de New York, onde obteve honras e demonstrações de apreço, de volta ao Brasil tem sido encar- regado de numerosas e importantes commissões de engenharia, desde a estrada de ferro Sorocabana de S. Paulo, do norte ao sul do Brasil, mere- cendo em taes serviços applausos e elogios do proprio governo do es- tado. E' engenheiro director da estrada de ferro do S. Francisco, co- ronel honorário do exercito, commandante superior da guarda nacional, commendador da ordem da Rosa, membro da sociedade Americana de engenheiros civis, do Instituto de engenheiros de Londres, da Asso- 294 MI ciação de Graduados do Instituto polytechnico Rensselaer, do club de engenharia do Rio de Janeiro, do Instituto polytechnico da Bahia, do Instituto geographico e historico eda Associação commercial da mesma cidade. Escreveu-: - Formulário do engenheiro: resumo dos principaes conheci- mentos do engenheiro architecto e mechanico, etc. Rio de Janeiro, 1875, 232 pags. in-8° -em fórma de carteira. São conhecimentos extra- hidos dos melhores autores, como Weisbach, Rankine, Regnault, Lavoisier, Hodkinson, etc., e compendiados pela experiencia do autor, segundo as applicaçôes especiaes em nosso paiz. - Viação ferrea do Norte de Minas. Rio de Janeiro, 1878,39 pags. in-4°. - Caderneta de campo. Rio de Janeiro, 1878, in-8° - E' um tra- balho instructivo sobre ferro-vias. - Memória descriptiva sobre a estrada de ferro Bahia e Minas. Rio de Janeiro, 1883, 207 pags. in-8°. - Informação sobre o arrendamento das estradas de ferro, per- tencentes á União. Resposta ã consulta que lhe foi dirigida, etc. Bahia, 1896, 96 pags. in-8° - E' um luminoso trabalho apresentado ao go- verno federal contra o arrendamento de taes vias de communicação e transportes. - Refutação feita em artigos publicados no Jornal do Commercio de 15, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 27 de dezembro de 1885 e de 5 e 6 de janeiro de 1886, do parecer do engenheiro chefe do prolonga- mento da estrada de ferro D. Pedro II sobre a reducção da bitola deste prolongamento. Bahia, 1889, 98 pags. in-8°. - Relatorio do anno de 1891 do prolongamento da estrada de ferro da Bahia. Bahia, 1892, 105 pags. in-4°. - Regulamento interno e instrucções para os empregados da es- trada de ferro da Bahia ao S. Francisco. Bahia, 1893, 450 pags. iu-8°. - Instrucções regulamentares e tarifas do prolongamento da estrada de ferro da Bahia. 25 pags. in-8°. - Resposta ao questionário da 5a secção do Congresso internacional dos caminhos de ferro. Rio de Janeiro, 1896, 70 pags. in-8®. - Estrada de ferro de S. Francisco. Relatorio do anno de 1897, apresentado ao Exm. Sr. Ministro da Industria, Viação e Obras Pu- blicas, publicado com o art. 128 do regulamento approvado pelo decreto n. 2334 de 31 de agosto de 1896. Bahia, 1898, 178 pags. e um appendice de XXIX pags. in-fol. e muitos mappas. - Estrada de ferro de S. Francisco. Relatorio do anno de 1898, apresentado, etc. Bahia, 1899, 158 pags. in-4°. MI 295 - Planta cadastral da cidade do Rio de Janeiro até os limites da demarcação feita em 1880 sob a direcção da commissão nomeada em 12 de novembro de 1878 pelo Ministério da Fazenda. - Mtppa do Estado da Bahia. IVXig-uel Teixeira da Silva Sarmento - Nascido na capital do Espirito Santo e ahi professor jubilado da instrucção pri- maria, foi deputado provincial, e falleceu a 21 de abril do 1892. Es- creveu: - Compendio do systema métrico. Victoria, 186*. - Licções de orthographia nacional. Victoria, 1871. ZMig^uel Tliomaz Pessôa - Nascido na província do Espirito Santo em 1846, falleceu a 19 de dezembro de 1876 em Itajahy, província de Santa Catharina, onde exercia o cargo de juiz municipal, sendo bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de São Paulo. Foi um talento robusto e tinha uma memória tão admiravel, que repetia paginas inteiras de qualquer livro que uma vez houvesse lido e citava leis, decretos, avisos e factos escriptos indicando os nu- meros, datas, capitulos, artigos, paragraphos e paginas respectivas. Escreveu: - Manual do elemento servil, contendo a legislação respectiva, numerosas notas e formulários para as causas de liberdade, de verifi- cação do abandono do escravo, o processo do arbitramento, etc. Rio de Janeiro, 1875, 474 pags. in-8°. - Biographia de José Marcellino Pereira de Vasconcellos. Rio de Janeiro, 43 pags. in-8°- E' uma reproducção do Espirito Santense de janeiro deste anno. Das obras do fecundo J. M. Pereira de Vascon- cellos fez o dr. Pessôa algumas edições posthumas, sendo: - Novo, guia theorica e pratica dos juizes municipaes e de orphãos ou compendio, etc., de J. M. P. de Vasconcellos ; 3' edição, melhorada e consideravelmente augmentada de conformidade com a novíssima legislação, por Miguel Thomaz Pessôa. Rio de Janeiro, 2 tomos n'um vol. de 983 pags. in-8°. - Roteiro dos delegados e subdelegados de policia, etc., por J. M. P. de Vasconcellos, 5a edição, novamente revista e accrescentada sobre a quarta por Miguel Thomaz Pessôa. Rio de Janeiro, in-8°. - Codigo criminal do Império do Brasil, annotado, etc., 3a edição revista, annotada e augmentada com a legislação respectiva até o pre- sente pelo bacharel Miguel Thomaz Pessôa. Rio de Janeiro, 202 pags. in-8° - Este livro foi em 1847 publicado por Josino do Nascimento e 296 MI Silva ; foi dada a 2a edição em 1857 com accrescimo por J. Marceilino Pereira de Vasconcellos ; depois, nova edição augmentada e com o cal- culo das penas em todos os grãos em 1862 com 384 pags. in-8". Por- tanto a edição de Miguel Pessoa vem a ser a 4a ( Veja-se Josino do Nascimento e Silva). O major Basilio de Carvalho Daemon na sua His- toria chronologica da província do Espirito Santo, pag. 438, diz que 0 dr. Pessoa escreveu mais obras, como: - Roteiro das relações - Formulário dos trabalhos das juntas parochiaes e municipaes - que é provavelmente uma edição posthuma do citado Pereira de Vascon- cellos. Diz mais que elle tinha um trabalho intitulado Codigo civil; que collaborou no Repertório das leis e regulamentos provinciaes, de que este autor foi encarregado pela presidência do Espirito Santo e que emflm, tinha bastante adiantados os apontamentos da Historia da pro- víncia, os quaes não sabe como foram parar ás mãos do dr. Cezar Marques que faz delia menção em seu Diccionario historico e geogra- phico do Espirito Santo. Miguel Vieivíi Ferreira - Filho do tenente-coronel Fernando Luiz Ferreira e irmão de Luiz Vieira Ferreira, jã mencionados neste livro, nasceu na cidade de S. Luiz, capital do Maranhão, a 10 de dezembro de 1837 e falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 20 de se- tembro de 1895, doutor em sciencias physicas e mathematicas pela es- cola central, coronel honorário do exercito e pastor da egreja evan- gélica brasileira. Com praça no exercito e sendo segundo tenente do corpo do engenheiros, sorviu no laboratorio astronomico da côrte e na commissão de limites com o Perú, e deixando a carreira militar foi pro- prietário e dirigiu na província de seu nascimento a fabrica a vapor do tijolos de Itapecurahiba, que pouco depois deixou por não ser feliz nesta emproza. Fez parte de algumas associações de sciencias e lettras, foi um dos signatários do manifesto republicano de 1870 e escreveu: - Ensaios sobre a philosophia natural ou estudos cosmologicos. Rio de Janeiro, 1861, 83 pags. in-8' com uma estampa. - Dados os movimentos de Júpiter e de Saturno ou de outro qual- quer systema dual de planetas, ou a Terra e seu satellite, determinar a curva que é o logar geométrico dos pontos egualmente attrahidos dos dous planetas e discutira natureza desta curva. Imaginando depois um ponto material sujeito, ir descrevel-a e determinar as circumstancias de seu movimento. Examinar quaes as vantagens ou inconvenientes chimicos de Gerhardt sobre o systema ordinariamente seguido: theso MI 297 apresentada ao Conselho de instrucção da Escola Central, etc. Rio de Janeiro, 1862, in-4°. - A questão anglo-brasileira. Opusculo, etc. Rio de Janeiro, 1863, 58 pags. in-8a - Refere-se á Questão Christie. - Companhia de navegação a vapor do Maranhão. Honra ao tra- balho ! Maranhão, 1865, 1 íl. in-fol.-Era o autor nessa occasião o gerente da companhia. - Reflexões acerca do progresso material da provincia do Mara- nhão. Maranhão, 1866, 140 pags. in-4° - Divide-se o livro em duas partes: na primeira se fazem considerações sobre o trabalho e difficul- dades que se oppoem á industria ; na segunda sobre o que se tem feito para promover nosso progresso material. - A passagem do rio Paraná. A commissão de engenheiros do primeiro corpo do exercito na campanha do Paraguay. - Manifesto republicano de 1870, seguido de alguns aponta- mentos. - Escola do povo. Cursos livres. Conferencias feitas pelo dr. etc. Rio de Janeiro, 1873, 2 partes ou volumes - Na primeira se acha o dis- curso pronunciado na abertura da escola do povo. - Estudo sobre a exposição nacional de 1873. Rio de Janeiro, 1873, 32 pags. in-12°. - Lo futuro dos povos catholicos no Brasil. Estudo de economia social por Emilio Laveleye, traduzido do francez, etc. Rio de Janeiro, 1875, 53 pags. in-4°. - Profissão de fé dos velhos catholicos na Allemanha, elucidada na carta pastoral. Vertida em portuguez, etc. Rio de Janeiro, in-4°. - Discurso proferido a 20 de janeiro de 1890, por occasião da reunião de maranhenses convocados, etc. para tratarem de interesses do Estado do Maranhão. ( Rio de Janeiro, 1890 ) 8 pags. in-8°. - Liberdade de consciência e o Christo no jury. Querella contra o juiz promotor que funccionara na 4a sessão ordinaria do jury desta capital. Rio de Janeiro, 1891. - Liberdade de consciência. O Christo no jury. Rio de Janeiro, 1891 - Neste opusculo e no precedente, o autor como pastor da egreja evangélica brasileira requisita que seja retirada da sala do jury a imagem de Christo crucificado, que ahi sempre existiu. Ainda sobre este assumpto publicou vários artigos no Jornal do Commercio. Com effeito, tudo se poz em pratica para conseguir esse resultado, até o acto de vandalismo contra a imagem de Christo na Intendência mu- nicipal em março de 1891, facto que foi censurado por toda população desta capital sem distineção de crenças. 298 MT - Diccionario geographico elementar, contendo explicações sobro todos os logares mencionados no Novo Testamento por B. O. Cooper. Vertido para o portuguez, etc. Rio de Janeiro. O dr. Vieira Ferreira escreveu em revistas alguns trabalhos como: - Lavoura do Maranhão - Na Revista Popular. Rio de Janeiro, tomo 12°, 1861, pags. 140 e segs.- Redigiu com seu pae e com seus irmãos Luiz e Joaquim Vieira Ferreira: - O Artista : jornal dedicado á industria e principalmente ás artes. Maranhão, 1867-1868, in-fol.- Foi um dos redactores do - Liberal. Maranhão, 1868, como dr. Antonio Jansen de Mattos Pereira - O Io numero sahiu a I de setembro - Redigiu mais: - A Republica. Propriedade do Club republicano. Rio de Janeiro, 1870-1874, 8 vols. in-fol. - Terminou esta publicação a 15 de feve- reiro deste ultimo anno. Misael Ferreira Penna - Nasceu em Minas Geraes pelo anno de 1850 e falleceu no Rio de Janeiro a 18 de outubro de 1881, estrangulando-se com um baraço de corda presa a uma trave do quarto de banho da casa em que residia, por haver desapparecido o caixa de seu estabelecimento commercial, levando avultadas sommas, e em consequência disto ter de sobrevir uma fallencia deshonesta, á qual preferia a morte, como lê-se n'uma carta que elle deixara á Po- licia. Bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, foi deputado á assembléa provincial do Espirito Santo nas duas legislaturas de 1872 a 1875. Nesta província fez sua primeira educação litteraria e esteve na casa commercial de seu pae antes de seguir o curso e depois serviu cargos de magistratura, sendo mais tarde advogado nos auditórios da côrte. Escreveu : - O presente c o futuro da província do Espirito Santo: conferencia celebrada no edifício das escolas da Gloria, do Rio de Janeiro, em o dia 12 de novembro de 1874. Rio de Janeiro, 1875, 24 pags. in-8°. - Historia da província do Espirito Santo. Rio de Janeiro, 1878, 140 pags. in-83 e mais 73 de um appendice - Esta obra, que é offe- recida ao Imperador, divide-se em duas partes : a primeira compre- hende a época dos donatários, de 1534 a 1718; a segunda a dos capi- tães-móres e governadores, de 1718 a 1822. O Appendice contém documentos históricos. - Promptuario alphabetico da reforma judiciaria, organisado com todos os avisos do governo, leis respectivas e formulários das acções MU 299 cíveis dessa reforma. Rio de Janeiro, 1880, in-S0 - Divide-se em duas partes : expositiva e pratica. - O quadro negro... Rio de Janeiro (?)... - Não pude ver este trabalho. Sei, entretanto, que é um opusculo de critica e que em res- posta escreveu Francisco Rodrigues Barcellos Freire um poema com o titulo Quadro escuro. Collaborou no periodico « A Academia de 8. Paulo, orgão dos estudantes de S. Paulo» e no Estandarte, do Espirito Santo, com artigos de jurisprudência e economia política. Misael da Silveira Amaral - Filho de Caetano da Silveira Amaral, nasceu na antiga província de Alagôas a 16 de de- zembro de 1819; era bacharel em sciencias jurídicas e sociaes e tendo seguido a magistratura, falleceu no Rio Grande do Sul pelo anno de 1875. Cursava o 4o anno jurídico no Recife, quando escreveu: - Sepultura ecclesiastica: serie de artigos - publicados na Opi- nião Nacional de Pernambuco a proposito de ser negada ao general Jasé Ignacio de Abreu e Lima sepultura em terreno sagrado. Sahiu o primeiro artigo em 14 de abril e o ultimo a 28 de maio de 1869. - A inquisição - Na mesma folha, ns. do 21 a 28 de julho de 1869. Modesto de Faria Bello - Nascido na cidade de For- miga, em Minas Geraes, a 4 de agosto de 1834, formou-se em enge- nharia civil na antiga escola central do Rio de Janeiro, foi deputado provincial e engenheiro da província. Escreveu : - Quadro das distancias entre as sédes dos municipios de Minas- Geraes. Ouro Preto, 1864, 36 pags. in-fol. Modesto de Paiva - Natural de Minas Geraes, creio que de S. João d'El-Rei, onde reside, é poeta e escreveu : - Noites de insomnia : poesias. Rio de Janeiro, 1892, in-8° - E' precedido este livro de uma noticia biographica do autor por Lafay- ette de Toledo. Mucio Franklin. - Natural da Bahia - E' somente o que sei a seu respeito. Applica-se ao estudo das fontes da riqueza de sua patria e escreveu : - Breves considerações sobre ocommercio e a industria do Brasil. Bahia, 1879, in-4°. 300 MU Mucio Scoevola Lopes Teixeira - Filho do te- nente-coronel da engenheiros Manoel Lopes Teixeira e dona Maria José de Sampaio Ribeiro Teixeira, nasceu a 13 de setembro de 1858 em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Distincto litterato, inspirado poeta e antigo jornalista, bastante tem contribuído para o enriqueci- mento das lettras brasileiras com a publicação de trabalhos de subido valor, muitos dos quaes com tres e quatro edições já esgotadas. Algumas de suas obras foram vertidas para o francez, castelhano', inglez e italiano e actualmente a casa Garnier está fazendo em Pariz uma edição com- pleta dos seus livros. Como funccionario publico, foi secretario da presidência do Espirito-Santo em 1880 e, annos depois, cônsul geral do Brasil nos Estados-Unidos de Venezuela, cargo que abandonou assim que teve noticia da proclamação do actual regimen político; pois, embora om todos os seus trabalhos litterarios tivesse cantado o ideal republicano, era amigo particular do Imperador Pedro II, em cujo pa- lacio residira, como hospede, de 1885 a 1888, querendo por este modo dar um publico testemunho de gratidão ao seu desventurado protector. Regressando ao Brasil em 1890, foi eleito presidente do Banco Brasi- leiro, permaneceu no Rio Grande do Sul durante toda a revolução federalista, transferindo sua residência para a Bahia em 1896, onde foi director da redacção dos debates da assembléa estadoal. Em fins de 1899 voltou de novo para o Rio de Janeiro, de cuja imprensa continúa a ser um dos mais esforçados lutadores. E' condecorado com diversas ordens nacionaes e estrangeiras, commendador da ordem do Libertador Simão Bolívar, membro de vários institutos scientificos e litterarios de differentes paizes e socio titular do Lyceu de artes e oíHcios do Rio de Janeiro. Escreveu: - Vozes tremulas: versos dos quinze annos. Porto Alegre, 1873, 212 pags. - Violetas: poesias lyricas. Porto Alegre, 1875, 200 pags. in-8° - Teve segunda edição em 1876. - Sombras e clarões ; versos dos vinte annos. Porto Alegre, 1877, 293 pags. in-8®. - Flor de um dia: drama em verso, traduzido de Camprodom, em tres actos e um prologo. Rio de Janeiro, 1879. - O inferno político : poema em sete cantos. Rio de Janeiro, 1880. - Novos ideaes : poesias. Rio de Janeiro, 1880, 310 pags. in-8°. Tem segunda edição de 1891, 1 vol. de 439 pags., e terceira do mesmo anno, todas esgotadas. - Cerebro e coração: poema em doze cantos. Rio de Janeiro, 1880, in-8°. MU 301 - Fausto e Mvrgarida, imitação de Gcethe : poema dramatico em 14 scenas. Porto Alegre, 1878. Teve segunda edição em 1881 ; terceira em 1883 e quarta em 1891, todas do Rio de Janeiro. - Calabar : poema brazileiro, publicado na Revista do Parthenon Litterario. Rio de Janeiro, 188*. - O que se ndo pôde dizer: drama em tres actos de Echegaray, traduzido, etc.- Na Gazeta Universal de 12 de outubro de 1884 em diante. - Prismas e 'Vibrações : versos. Rio de Janeiro, 1882, in-8°. - Hugonianas : collecção de poesias de Victor Hugo, traduzidas por vários autores nacionaes e precedidas da biographia do mestre, por, etc. Rio de Janeiro, 1885, in-8°. Neste mesmo anno foi tirada segunda edição. - Poesias e Poemas. Rio de Janeiro, 1888, 256 pags. in-8° com o retrato do autor. Teve segunda edição neste mesmo anno. - O tribuno-rei: poema heroi-comico - E' uma satyra contra alto personagem do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1880. Teve se- gunda edição em 1881 de Pelotas e terceira em 1883 também de Porto Alegre. - O Girafa : satyra. Porto-Alegre, 1895; I vol. de 120 pags. - Dous edifícios: poesia. Rio de Janeiro, 1886, in-8° - E' oífere- cida ao seu amigo Bethencourt da Silva. - João Caetano : poesia expressamente escripta para ser recitada pela eximia actriz brasileira D. Clementina Julieta dos Santos no grande festival á memória do actor brasileiro. Rio de Janeiro, 1885, 7 pags. in-8°. - Contos em cantos : lendas e poemas. Porto-Alegre, 1889. - Intermédio lyrico : poema de H. Heine, publicado na Gazeta da Noite. Rio de Janeiro, 1879. - Os Minuanos: poema selvagem. Pelotas, 1882. - Hymno da pacificação do Rio Grande do Sul. Ao benemerito general Galvão de Queiroz - No Jornal do Brasil de 25 de dezembro de 1895, posto em musica peloDr. Cardoso de Menezes. - Poetas do Brasil. Por to-Alegre, 1895. São seis volumes, dos quaes apenas está publicado este primeiro. - A revolução do Rio Grande do Sul. Porto-Alegre, 1895. - Memórias do passado : paginas intimas. Victoria, 1881. - A canoa da escravidão: satyra politica. Rio de Janeiro. Teve quatro edições, todas de 1883. - O sobrinho pelo tio: comedia em tres actos, publicada em folhetins no Rio Grandense. Porto-Alegre, 1878. 302 MU - Uma paixão: drama em cinco actos. Victoria, 1882. - 0 Farrapo: drama historico em cinco actos, levado á scena no theatro S. Pedro de Por to-Alegre em 1876. - 0 filho do banqueiro: drama em cinco actos, representado no theatro S. Pedro de Por to-Alegre em 1876. - Un ano en Venezuela: prosa. Caracas, 1889, 1 vol. de 562 pags. - Semblanzas Venezolancts. Caracas, 1889, 1 vol. de 126 pags. - La administracion del doctor Juan Pablo Rojas Paul. Caracas, 1889, 1 vol. de 120 pags. - Brasilenas y Lusitanas: poesias. Caracas, 1889, 1 vol. de 280 pags. - Celajes : poesias. Caracas, 1889, 1 vol. de 498 pags. - Montalvo: drama em tres actos representado no theatro Poly- theama da Bahia em 1898. - Rimas de Montalvo: versos humorísticos. Bahia, 1897,1 vol. de 150 pags. - Chimica conjugal: comedia em verso. Bahia, 1897. - Trophèos: poesias. No prélo. - Caprichos de mulher: poema chinez. No prélo. - Brazas e cinzas: últimos versos. Inédito. - Vera-Cruz: poema da descoberta do Brasil. Inédito - Como jornalista escreveu folhetins no - Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 1880-1882. Fundou e re- digiu: - Revista Litteraria. Rio de Janeiro, 1884. - Revista do Novo Mundo. Rio de Janeiro, 1890-1891. Redigiu: - Cruzeiro. Rio de Janeiro, 1882-1883. - Família Maçónica. Porto-Alegre, 1894-1895. - Mercantil. Porto-Alegre. 1895. - Bahia. Bahia, 1896. -■ Cidade do Bem: revista de sciencia, lettras e artes, orgão da Villa Operaria de Luiz Tarquinio. Bahia, 1899. NA 303 N INa/boi* Carneiro Bezerra Cavalcante - Filho de José Joaquim Bezerra Cavalcante e irmão do antigo deputado pelo Rio Grande do Norte, o doutor Amaro Carneiro Bezerra Caval- cante, e nascido em Pernambuco a 22 de agosto de 1827, falleceu a 15 de setembro de 1883, sendo bacharel em sciencias sociaes e juridicas, formado em 1852 pela academia de Olinda, advogado no fôro do Re- cife, etc. Escreveu: - A regeneração e a reforma. Recife, 1866, 117 pags. in-4°. - Direito eleitoral moderno. Systema proporcional, sua applicação por grãos e reivindicação de sua autoria.Pernambuco, 1872, 198 pags. in-4° - Creio que é a mesma obra de que apenas tenho noticia por um amigo que já é dos mortos, isto é : - Systema proporcional por grãos sobre a eleição. Recife, 1872 - Sobre esse assumpto fez o autor constante estudo, dirigindo ao senado na legislatura de 1880 em fórma de petição um projecto de reforma eleitoral e publicando mais : - Reforma eleitoral : serie de artigos - que foram publicados na Gazeta de Noticias em 1880, nos quaes se propõe que as minorias tenham assento na representação nacional. IJ. Nai'ciza A-inaliti de Campo* - Filha de Joa- quim Jayme de Campos e dona Narciza Ignacia de Campos, nasceu na cidade de S. João da Barra, Rio de Janeiro, a 3 de abril de 1852. Fez sua educação litteraria com seu pae, que se dera ao magistério por occasião de sahir de Minas Geraes, sua patria, em consequência de po- lítica. Intelligencia brilhante, deu-se desde sua infancia ao cultivo das lettras e particularmente da poesia. E' socia honoraria da antiga sociedade Ensaios litterarios, cuja directoria lhe offereceu um livro em branco para que dona Narciza ahi escrevesse uma poesia sua e occupa uma cadeira de instrucção primaria nesta capital. Es- creveu : - Nebulosas. Rio de Janeiro, 1872, in-8° - E' um volume de versos, em que transparece e se admira, não só a delicadeza do senti- mento, como também o genio, o gosto com que cultiva a poesia. O jornal Novo Mundo, dando deste livro noticia no tomo 3o, pag. 92, faz menção das composições de titulos Amarguras, Sadness e Itatyaia. 304 NA. - A' sociedade Ensaios litterarios. Rio de Janeiro, 1874 - E' a poesia que foi escripta no livro a que me referi. - O romance da mulher que amou, pela princeza de..., commen- tado por Arsêne Houssaye: versão, etc. Rio de Janeiro, 1877, 239 pags. in-8''. - Nelumbia-. lenda asiatica - No periodico a Luz, de Campos, 1874. - Miragem : poesia de oitenta versos octosyllabos - No Echo Americano de 29 de março de 1872, pag. 405. - A mulher do século XIX ( trabalho em prosa ) - No Democra- thema commemorativo do Lyceu de artes e oílicios. Rio de Janeiro, 1882, pags. 31 a 35. D. Na-rcisa Villar - Sinto não poder dar noticias suas, porque só a conheço pelo seu trabalho, que nunca vi: - Legenda do tempo colonial pela independencia do Ypiranga. Rio de Janeiro, 1859, in-8°. ZNai*ciso Figrueras ou Narciso Antonio Fi- gueras Grivbíil - Filho do Antonio Figueras e dona Claudina Figueras, nasceu em Gerona, na Hespanha, a 27 de outubro de 1854, é cidadão brasileiro naturalisado em 1883. Bacharel em bellas lettras e professor do calligraphia da escola Normal desta capital. Foi director e fundador do Io collegio modelo - Instituto artistico - e professor de outros estabelecimentos. Escreveu: - Tratado theorico-pratico de calligraphia moderna. Rio de Ja- neiro 1898.- Este trabalho foi recebido pela imprensa com os mais lisongeiros conceitos. O Jornal do Bradl de 7 de março de 1898, tra- tando minuciosamente deste livro, aílirma que sobre o assumpto é a obra mais completa, que atê hoje se tem publicado. - Resumo pedagógico elementar do tratado theorico-pratico de calligraphia moderna. Rio de Janeiro, 1898, in-4°. - Desenho linear de figura e calligraphia. Rio de Janeiro - Este ultimo tem sido publicado em cadernos que attingem ao numero de 611.000 exemplares em nove edições ! Nai'ciso José da Costa - Filho do cirurgião-mór Joaquim José da Costa, não sei onde nasceu, nem tenho a seu respeito outra noticia, senão que foi poeta. De suas poesias só conheço as que se seguem, publicadas no « Mosaico poético, poesias brasileiras, antigas NJE 305 e modernas, acompanhadas de notas, etc. » por Emílio Adet e Joaquim Norberto : - Aos manes de meu pai, o Sr. cirurgião-mór Joaquim José da Costa - pag. 58. - A' Sr'. D. Francisca Luiza Soares : ode - pags. 131 o 132. - A minha estrella: ode - pags. 145 e 146. - Ao meu amigo, o Sr. Luiz Ferreira de Abreu: ode - pags. 161 e 162. Nelson Coellio de Senna - Filho do cirurgião-mór, major Cândido José de Senna e nascido na cidade do Serro, Minas Geraes, a 11 de outubro de 1876, é graduado pela escola normal de Diamantina, bacharel em direito pela faculdade livre de Ouro-Preto, professor do gymnasio mineiro, e advogado. Desde muito joven deu-se aos estudos da historia patria, assignando-se na imprensa do dia com o pseu lonymo de Pelayo Serrano e escreveu: - Memória histórica e descriptiva da cidade e município do Serro. Ouro-Preto, 1895, in-8° - Termina este trabalho com uma re- lação dos homens mais notáveis deste município. - Paginas timidas : contos e narrativas. Ouro-Preto, 1896, 170 pags. in-8,, - Destes escriptos alguns foram publicados em S. Paulo. - Ephemerides mineiras - Foram publicadas no jornal Estado de Minas, de janeiro de 1896 em diante e na Revista do Archivo Publico Mineiro de 1898. - Discurso pronunciado na festa civica de 7 de setembro. Ouro- Preto, 1896, in-8" - Contava o autor 17 annos quando fundou e redigiu: - O Aprendiz. Diamantina, 1893 - Depois fundou e redigiu: - A Academia. Ouro Preto, 1897 - Collaborou no Archivo Publico Mineiro e em varias folhas. jXelson <le Vasconcellos e A-lmeida,- Nascido no Piauliy a 19 de setembro de 1862, é primeiro tenente da armada, bacharel em sciencias physicas e mathematicas, engenheiro civil e geo- grapho, lente da escola naval e, como tal, capitão-tenente honorário e professor do collegio militar. Fez o curso de marinha que concluiu em 1881, sendo então promovido a guarda-marinha. Fui eleito deputado ao congresso constituinte pelo Piauhy, e escreveu : - A nova capital da Republica dos Estados Unidos do Brasil : memória apresentada ao poder executivo da União. Rio de Janeiro, 306 NE 1891 - E' um trabalho methodico e importante, em que o autor estuda o logar que deve ser escolhido para a nova capital ; a sua zona interior e o que a constitue ; a zona do norte ; as desvantagens da parte sul do planalto central ; o que deve ter em vista a commissão nomeada para estudar o local, correspondendo a escolha a todos os requisitos exigidos ; as condições hygienicas do local ; os meios práticos de levar a eífeito o commettimento; o que seja preciso fazer o estado para obter o au- xilio da iniciativa particular. Ha ainda deste autor : - These para o concurso á cadeira de lente - que nunca vi. Nestor A-ugristo Moroeiues líorlba - Filho do capitão Vicente Antonio Rodrigues Borba e dona Joanna Hilaria Moro- cines Borba, nasceu pelo anuo de 1846 na capital do Paraná, onde falleceu em novembro do 1877. Capitão honorário do exercito, fez a campanha do Paraguay até o combate de 24 de maio, no qual foi gra- vemente ferido, tendo sido mais de uma vez promovido por actos de bravura. Era agrimensor e por ultimo 2o tabellião de notas de Curi- tiba. Como touriste fez uma viagem de exploração ao salto do Gahyra ou Sete Quedas e escreveu: - A Província do Paraná. Caminhos de ferro para Matto-Grosso e Bolivia. Salto do Gahyra. Rio de Janeiro, 1876, in-4° - Contém: « Observações de traçados» por Francisco Antonio Monteiro Tourinho ; «Caminhos de ferro interoceanicos pela província do Paraná. Si- nopse» pelo engenheiro André Rebouças ; « Descripção da viagem ás Sete quedas » pelo capitão Nestor Borba ; e « Excursão ao Salto do Gahyra », pelo engenheiro André Rebouças. - Excursão ao Salto do Gahyra ou Sete quedas. Rio de Janeiro, 1877, 54 pags. in-8°. Gestor Fereira de Castro - Filho de Felippe Pereira de Castro, nasceu na cidade de Antonina, estado do Paraná, a 18 de maio de 1866. Tem occupado nesse estado diversos cargos do funccio- nalismo publico e é jornalista. Escreveu: - Brindes : collecção de contos anteriormcnte publicados em di- versos jornaes. Curitiba, 1899, in-8° - Redige a - Gazeta do Paraná. Curitiba, 1898. Nestor Victor cios Santos - Filho de Joaquim Mo- reira dos Santos e dona Maria Francisca Mendonça dos Santos, nasceu a 12 de abril de 1868 na cidade de Paranaguá, estado do Paraná. Feita a sua educação na cidade natal, cedo entregou-se ás lides das INI 307 lettras, escrevendo para a imprensa, quer em prosa, quer em verso. E' vice-Jirector do internato do Gymnasio nacional, primeiro secre- tario do Centro Paranaense nesta capital, e escreveu: - Signos : contos. Rio de Janeiro, 1897 - « São trechos enfeixados de arte escripta, desuniformes no assumpto, e uniformes na especie », diz a Gazeta de Noticias, annunciando o livro. - Amigos : romance. Rio de Janeiro, 1898 - Foi publicado no Debate e me consta que terá de sahir em livro. - Cruz c Souza : monographia. Rio de Janeiro, 1899 - E' um estudo sobre o poeta catharinense João da Cruz e Souza, prematu- ramente roubado ás lettras patrias. Redigiu : - Diário do Paraná. Curitiba, 1890- Collabora nas revistas Vera-Cruz, Rio de Janeiro, 1899 e Pallium, Curitiba, 1899. Nicodemos Jobim - Natural da província, hoje estado de Alagoas, deu-se ao magistério e foi socio do oxtincto Instituto ar- cheologico e geographico alagoano ; escreveu : - Apontamentos históricos da freguezia do Limoeiro : memória olTerecida ao Instituto archeologico e geographico alagoano em 1881. - Historia da Anadia. Maceió, 1882. Nieolau Badariotti - Italiano de nascimento, si não é brasileiro por naturalisação, fez parte da expedição que explorou as riquezas naturaes do norte de Matto Grosso, empreza de que encar- regou-se o Banco Rio o Matto Grosso e escreveu : - Exploração de Matto Grosso, S. Paulo, 1899 - O autor demonstra que colheu as mais numerosas informações e na sua obra, além de muitos factos que refere, vem interessantes descripções, nas tres partes em que se divide o livro. « Ao autor mereceu especial attenção a tribu dos Parecis, de cuja lingua, costumes, vestuários, idéas, tradições re- ligiosas e industriaes dá detalhada noticia. Ha além disso no trabalho quadros demonstrativos da differença entre as principaes linguas in- dígenas da America Meridional, especialmente do Brasil, e um esboço geographico dessa viagem de exploração. E' um curioso trabalho, digno de ser apreciado e que mostra a importância di região explorada. Xicolim A.ntonio Nogueira Valle <lu Gama, Visconde de Nogueira da Gama - Filho do coronel José Ignacio No- gueira da Gama e dona Francisca Maria Valle de Abreu e Mello, nasceu em Minas Geraes a 13 de setembro de 1802 e falleceu na cidade de Na- zareth, Bahia, a 18 de outubro de 1897. Era cavalleiro fidalgo da M 308 casa imperial, gentil-homem, mordomo, guarda-joias e porteiro da extincta camara imperial, do conselho do Imperador d. Pedro II, ca- valleiro da ordem de Christo e official da ordem da Rosa, grã-cruz das ordens de N. S. da Conceição de Villa Viçosa de Portugal, de Sant'Anna da Rússia, e de Francisco José da Áustria; membro do Instituto historico e geographico brasileiro, do imperial Instituto de agricultura, da as- sociação brasileira de Acclimação, etc. Dedicação sincera a d. Pedro II, agilidade e vigor pouco communs em sua idade avançada, com a quéda desse soberano foi que começou a decahir, a envelhecer. Escreveu: - Genealogia das famílias Botelho, Arruda, Sampaio, Horta, Paes Leme, Gama e Villas-Boas até seus actuaes descendentes, conforme a nobiliarchia do Conde D. Pedro, a nobiliarchia portugueza do desem- bargador Villas-Boas, as Memórias d'El-Rei D. João I por José Soares da Silva, as Memórias dos grandes de Portugal por D. Antonio de Souza, a Historia insulana por Antonio Cordeiro, as Memórias de Fr. Gaspar da Madre de Deus, as Memórias de Pedro Taques de Almeida Paes Leme, e diversos outros documentos antigos e posteriores, noticias de alguns descendentes dessas famílias. Rio de J.meiro, 1859, 188 pags. in-4° - E' uma obra rara por ter sido muito limitada a edição, com a qual des- pendeu o autor alguns contos de réis. - Minha, memórias. Rio de Janeiro, 1893, 196 pags. in-80. A icolau Janies TToIlstaclins-Natural da Suécia, mas cidadão brasileiro, falleceu de avançada edadeni cidade do Rio de Janeiro a 20 de outubro de 1890. Bacharel em leltras, professor de varias sciencias pelo conselho superior da instrucção publica de Lisboa e pela directoria geral da instrucção primaria e secundaria da côrte, no Brasil, aqui dirigiu, ha muitos annos, um collegio e deu-se ao magistério. Era cavalleiro da ordem de Christo por estes serviços e escreveu: - Methodo OlIendorfT; systema pratica e theorico de aprender a ler, escrever e fallar com toda a perfeição a lingua em cincoenta lições, conforme o methodo de OllendoríT. Rio de Janeiro - Este livro teve varias edições de que só vi a terceira, cuidadosamente revista, muito melhorada e consideravelmente augmentada. Fr. Nicolau <le Jesus Maria, José - Filho de Francisco Paes Sarmento e dona Maria Francisca Coelho e nascido no Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, falleceu a 1 de maio de 1734 no convento dos carmelitas do Recife, para onde se recolhera e pro- fessou. de idade provecta, em 1724. Chamando-se Nicolau Paes Sar- mento, foi presbytero secular, doutor em cânones pela universidade 2X1 309 do Coimbra e o primeiro deão da sé do Olinda, tondo servido os cargos de provisor, vigário geral e visitador do bispado. Contristado pelas injurias atiradas pelos mascates na campanha de 1712 contra seu prelado, formou com outros collegas seus um batalhão contra os ditos mascates, do qual foi elle coronel commandante. Com este batalhão e com as me lidas que propoz e foram executadas, obrou por tal forma e por tal forma constituiu-se o terror de seus adversários, que, perdida a causa que abraçara, foi alvo de todas as perseguições e calumnias, como Se póde ver no Diccionario de pernambucanos illustres e na Memória histórica do clero pernambucano de Monte Carmello Luna. Desta cam. panha deixou : - Historia da guerra dos mascates, 1 volume - Neste livro acha-se appenso um vigoroso manifesto do autor ; não foi, porém, continuada a historia. ISTicoIau Joaquim Moreira -Filho de Nicolau Joaquim Moreira e dona Carlota Maria Gonçalves Moreira e mscido na cidade do Rio de Janeiro a 10 de jmeiro de 1824, ahi falleceu a 12 de se- tembro de 1894, doutor em medicina pela faculdade desta cidade ; agraciado com o titulo do conselho do Imperador ; commendador da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo ; socio, presidente e re- dactor da Revista da sociedade auxiliadora da industria nacional ; socio do Instituto historico e geographico brasileiro, da Academia nacional de medicina, da sociedade pharmaceutica brasileira, do Atheneu medico, da sociedade de geographia, do instituto fluminense de agricultura, da sociedade de acclimação, do comicio agrícola da Italia, da sociedade de scieucias naturaes do México, etc. Exerceu vários cargos, como o de cirurgião do hospital militar ; membro da commissão brasileira na exposição internacional de Philadelphia de 1876; director da secção de botanica e sub-director do museu nacional; director do jardim botânico o presidente da intendência da capital federal. Escreveu: - Breves considerações sobre a febre escarlatina: these apresentada etc. e sustentada em 4 de dezembro de 1847. Rio de Janeiro, 1847, 31 pags. in-4° grande. - Manutl do tratamento dos porcos, publicado por ordem da socie- dade Auxiliadora da industria nacional. Extrahido dos melhores au- tores. Rio de Janeiro, 1860, 40 pags. in-4°. - Mmual do pastor ou instrucção pratica para criação e tratamento da raça merino, com a exposição de suas enfermidades; estudo sobre a lã, etc., por Daniel Paes Menloza: obra posthuma, publicada por Pedro Lastarria & Comp» Traduzida por ordem e a expensas da sociedad® 310 N1 Auxiliadora da industria nacional do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro 186G, 141 pags. in-8J com estampas. - A moral é a base da verdadeira civilisação ; alterações patho lógicas provenientes da falta de desenvolvimento do elemento moral: discurso que na sessão solemne da Academia imperial de medicina foi pronunciado perante S. M. o Imperador. Rio de Janeiro, 1861, 2 fls., 31 pags. in-4°. - Diccionario das plantas mediciuaes brasileiras, contendo o nome da planta, seu genero, especie, familia e o botânico que a classificou; o logar onde é mais commum, as virtudes que se lhe attribuem e as classes o formas de sua applicação. Rio de Janeiro, 1862, 144 pags. in-4°. - Supplemento ao.Diccionario das plantas medicinaes brasileiras. Rio de Janeiro, 1871, 3 fls. 57 pags. in-4°. - Rapidas considerações sobre o maravilhoso, o charlatanismo e o exercic'0 illegal da medicina e da Pharmacia. Discurso que em sessão solemne da Academia imperial de medicina em 30 de junho de 1862, foi pronunciado perante S. M. o Imperador. Rio de Janeiro, 1862, 16 pags. in-8°. - Elogio historie') de Antonio Américo de Urzêdo, pronunciado per- ante S. M. o Imperador na sessão solemne da Academia imperial de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1863, 19 pags. in-4°. - Elogio historico do Conselheiro dr. Francisco de Paula Cândido, pronunciado perante S. M. o Imperador na sessão solemne da Academia, etc. Rio de Janeiro,' 1864, 24 pags. in-4°. - Elogios históricos dos académicos Joaquim Vieira da Silva e Souza, Ezequiel Correia dos Santos, Francisco José Teixeira da Costa e José Maria Chaves, pronunciados perante S. M. o Imperador na sessão so- lemne da Academia, etc. Rio de Janeiro, 1865, 18 pags. in-4° - Estes e os dous Elogios precedentes pronunciou o autor como orador da Aca- demia imperial de medicina. - Elogio historico pronunciado por occasião da inauguração do busto do Conselheiro Frederico Leopoldo Cesar Burlamaque, etc. Rio de Ja- neiro, 1866, 24 pags. in-4°. - Relatorio da commissão especial, nomeada pela Academia imperial de medicina para interpor sou parecer sobre a memória do dr. José Luix da Costa: O que soja a saude ? O que seja a moléstia ? Rio de Janeiro, 1866, 38 pags. in-8° - Foi o relator. - Relatorio medico-legal - Exame de sanidade, feito pelos peritos da justiça na pessoa do dr. José Mariano daSilva em 13 de abril NI 311 de 1867, 15 pags. in-4° - E' assignado também pelos drs. João Ba- ptista dos Santos e Agostinho José de Souza Lima. - Considerações geraes sobre o suicidio: discurso pronunciado na sessão solemne da Academia imperial de medicina, celebrada no paço da cidade, etc. Rio de Janeiro, 1867, 15 pags. in-4° - Com titulo igual já havia o autor publicado uma memória nos Annacs Brasilienses de Medicina, 1860-1861, paginas. 30 a 54. - Manual de chimica agricola, publicado a expensas da sociedade Auxiliadora da industria nacional. Rio de Janeiro, 1867, XIV-271 pags. in-4°. - Discurso pronunciado em nome da Academia imperial de medi- cina na sessão anniversaria do Instituto dos bacharéis em lettras, em 2 de julho de 1868. Rio de Janeiro, 1868, 10 pags. in-4°. - Duas palavras sobre a educação moral da mulher : discurso pronunciado perante S. M. o Imperador na sessão solemne da Aca- demia imperial de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1868, 14 pags. in-4°- Sahiu antes nos Annaes Brasilienses de Medicina, 1852-1853, pag. 96. - Questão ethnica anthropologica. O cruzamento das raças acarreta a degradação intellectual e moral do producto hybrido resultante ? Resumo da memória apresentada á Academia imperial de medicina e relatorio. Rio de Janeiro, 1868, 31 pags. in-4° - Sahiu na mesma re- vista, 1853-1854, pags. 353, 382 e 395. - Efficacia da vtccina : resposta a seus detractores. Rio de Ja- neiro, 1869, 21 pags. in-4° - E também na Gazeta Medica do Rio de Janeiro, 1862, pags. 112, 124 e 137. - A soberania do povo e o direito divino. Rio do Janeiro, 1869, in-4°. - Questão : Convirá ao Brasil a importação de colonos chins ? Discurso pronunciado na sessão da sociedade Auxiliadora da industria nacional dê 12 de agosto de 1870. Rio de Janeiro, 1870, 32 pags. in-8° - E' contra a importação. - Questão : Convirá ao Brasil a importação de colonos chins ? Dis- curso pronunciado na sessão de 17 de novembro de 1870, discutindo o parecer da secção de colonisação e estatistica. Rio de Janeiro, 1870, 52 pags. in-8°. - Vocabulário das arvores brasileiras que podem fornecer madeira para construcções civis, navaes e marceneria, seguido de um indice botânico de algumas plantas do Paraguay. Rio de Janeiro, 1870,63 pags. in-4°. 312 NI - Algumas ideias sobre a relação entre as epidemias e as epizootias: memória lida perante a Academia imperial de medicina. Rio de Ja- neiro, 1871, 16 pags. in-4°. - Considerações sobre a industria agricola no Chile. Rio de Janeiro, 1872, in-8°. - Noticia sobre a agricultura no Brasil. Rio de Janeiro, 1873, 53 pa?s. in-4° - Foi escripta a convite da commissão da Exposição na- cional de 1872. - Breves considerações sobiea historia e cultura do cafeeiro e con- sumo de seu producto. Rio de Janeiro, 1873, 107 pags. in-4°, a que se se- guem 66 tabellas. - Indicações agrícolas para os emigrantes que sedirigiremao Brasil, traduzidas para o inglez, publicadas e distribuídas gratuitamente. Rio de Janeiro, 1875, 123 pags. in-4ú com o retrato do autor. - Relatorio sobre a immigração nos Estados Unidos da America, apresentado ao Exm. Sr. Ministro da agricultura, commercio e obras publicas, etc. Rio de Janeiro, 1877, 166 pags. in-4° com 14 estampas - Era o autor membro da commissão brasileira da exposição interna- cional de Philadelphia. - Descripção do asylo agricola da fazenda do Macuco. Rio de Ja- neiro, 1884, 7 pags. in-8° - O Dr. Nicolau Moreira tem ainda outros escriptos em avulso e nos Annaet Brasi/ienses de Medicina, e ainda mais no - Auxiliador dt Industria Nacional : periodico da sociedade Au- xiliadora da industria nacional, que se publicou no Rio de Janeiro de 1833 a 1894 e de que foi elle o redactor de muitos annos, até seu falle- cimento. Píicolitu Midosi - Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 1838, aqui falleceu a 1 de setembro de 1889, sendo sub-director da terceira directoria da secretaria do Império, coinmendador da ordem da Rosa, cavalleiro da de S. Gregorio Magno de Roma, oílicial da aca- demia de França e condecorado com a medalha de 3a classe do busto de Simão Bolivar. Foi o fundador e director da - Revista Brasileira. Rio de Janeiro, 1879 a 1881, 10 tomos in-4n, de 624, 522, 544, 437, 523, 503, 474, 530, 526 e 496 pags. - Começou a publicação a 1 de junho daquelle anno e terminou a 15 de dezembro deste, sendo feita a 1 e 15 de cada mez. Foi uma das mais interessantes revistas da capital do Império e da America do Sul. jXI 313 Nicolau Pereira <le Campos Vei*gueiro, Io - Nascido em Valporto, termo da cidade de Bragança, em Portugal, a 20 de dezembro de 1778, falleceu no Rio de Janeiro a 17 de setembro de 1839. Bacharel em leis pela Universidade de Coimbra, veio logo para o Brasil, sua patria adoptiva, em 1805 e como advogado estabe- leceu-se em S. Paulo, retirando-se mais tarde para uma fazenda sua (Ibicaba) onde iniciou o trabalho livre pelo colono europeu. Repre- sentou esta província nas cortes portuguezas em 1822, na constituinte bra-ileira em 1823, e na primeira legislatura, e-foi eleito senador por Minas Geraes em 1828. Occupou a pasta do Império e interinamente a da Fazenda em 1832, e a da Justiça em 1847 ; foi um dos membros da rogencia provisória depois da abdicação de D. Pedro I; dirigiu o curso de direito de S. Paulo de 1837 a 1842, tendo sido um dos membros do primeiro governo dessa província. Foi um dos mais esforçados obreiros da independencia do Império, tendo nas cortes portuguezas, - como membro da commissão política do Brasil, apresentado seu voto em separado, que foi tenazmente combatido e considerado como a procla- mação mais ener^ica dessa independencia e tendo depois recusado sua assignatura â constituição portugueza. Accusado como um dos chefes da revolução de 1842, foi pelo Senado julgada improcedente a accusação. Era do conselho de sua magestade o Imperador, gentil-homem hono- rário da imperial camara ; grã-cruz da ordem do Cruzeiro, membro do Instituto historico e geographico brasileiro e escreveu: - Memória histórica sobre a fundação da fabrica de ferro de São João de Ipanema na província de S. Paulo. Lisboa, 1822, 148 pags. in-4°. em duas numerações - Houve nova edição em Lisboa, 1858, feita pelo bacharel Frederico Augusto Pereira de Moraes, sob o titulo de Subsídios para a historia do Ipanema, sendo a memória e seu appendice seguidos de um Additamento, contendo mappas o documentos inéditos em dous volumes. - Resposta dada ao Senado pelo senador, etc., sobre a pronuncia de cabeça do robellião, contra elle proferida pelo chefe de policia da província de S. Paulo, J. A. G. do Menezes, no processo de revolta a 17 de maio de 1842. Rio de Janeiro, 1843, 37 pags. in-8°. rÇicolau Pereira cie Campos Vergueiro, 2o - Neto do precedente e filho de Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e dona Agueda de Faro Vergueiro, nasceu- em S. Paulo. Doutor cm medicina pela Universidade de Berlim, frequentou na Allemanha os 314 XI cursos de Von-Langembeck, Traub e os especiaes de Stock, Sorhotten, Schmitzlen e outros, antes de voltar á patria. Escreveu: - Applicaçlto de inhalações como therapeutica nas anginas diphte- ricas e croup depois de praticada a tracheotomia: these, etc,, para obter o grão de doutor em medicina. Berlim, 1875, in-4° - Esta these foi muito elogiada por uma revista medica allemã, a Medicinesch conter Blal, - Das operações dos polypos laryngeanos: these apresentada á Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro para verificação de seu titulo. Rio de Janeiro, 1876, in-4° - Foi approvada com distincção por esta faculdade. Nicoltiix Tfcodri^aefy dos Santos França T^eite, Io - Filho do capitão João Rolrigues dos Santos França e Leite e dona Izabel Maria e Leite, nascido a 7 de abril de 1803 no Piancó, província da Parahyba, falleceu no Rio de Janeiro a 6 de julho de 1867. Doutor em sciencias sociaes e jurídicas pela Aca- demia de Olinda, foi sempre um dos mais leaes e desinteressados membros do partido liberal, cujas reuniões se faziam muitas vezes na chacara da Floresta, de sua propriedade, na rua da Ajuda, e onde, além de outras combinações políticas, formou-se o plano, que não foi realizado, do golpe de Estado de 23 de julho de 1832. De- putado por sua província á legislafura dissolvida de 1842, foi a 3 de julho deste anno um dos seis deportados para Portugal, por causa dos movimentos políticos de S. Paulo e Minas Geraes ; mas, voltando ao Império, foi ainda eleito deputado á sexta e sétima legislaturas. Dedicou-se a emprezas uteis e particularmente á colonisação, per- dendo parte de sua fortuna em uma colonia que fundou na província do Espirito Santo, e passando ahi pela dôr de ver um filho assassi- nado pelos indios. Era membro do Instituto historico e geographico brasileiro e escreveu: - Formulário para uso dos juízes de paz do Império do Brasil. Rio de Janeiro, 1834, in-8°. - Circular dirigida ao corpo eleitoral do 3o districto da província do Rio de Janeiro. Nitheroy, 1863, 14 pags. in-8°. - Considerações políticas sobre a constituição do Império do Brasil. Rio de Janeiro, 1872, 310 pags. in-81 - E' umal publicação posthuma feita por seu filho, da qual o Imperador D. Pedro II possuia o original. IXI 315 Nicolau Rodrigues cios Santos França, JLeite, 2o - Filho do precedente, nasceu na cidade do Rio de Ja- neiro no anno de 1837 e falleceu em S. Paulo a 21 de maio de 1885. Engenheiro formado pela antiga escola Central, exerceu varias com missõss na província do Ceará e na de S. Paulo, onde serviu o cargo de engenheiro fiscal da estrada de ferro Sorocabana. Foi um dos fundadores e presidente do Instituto polytechnico desta ultima pro- víncia e escreveu: - Da mulher. S. Paulo, 1873 - Nunca vi este livro. - Conferencia sobre a educação publica. S. Paulo, 1874, in-8° peq. - Conferencia sobre o progresso material na provincia de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1874. - Da educação. S. Paulo, - 1880, dous vols. in-8° peq.- Este livro foi publicado sob o titulo « Bibliotheca util » e o autor, antes de entrar no estudo da educação publica, foz o historico de varias phases da evolução por que passou a humanidade procurando provar certas asserções relativas a educação, concluindo, como positivista que era, que o positivismo é o mais sublime systema philosophico mo- derno. 0 Dr. França Leite foi constante collaborador da Revista do Instituto Polytechnico de S. Paulo. No 2° volume publicou elle: - 0 progresso intellectual da provincia de S. Paulo, pags. 11 a 19. - Parecer sobre os planos de esgoto da cidade de S. Paulo, pags. 31 a 46. - Memória descriptiva da estrada de ferro de Santos a Jundiahy, pags. 55 a 63. TXieoIan Vergueiro ILecoq - Engenheiro civil pela universidade de Gand e nascido, me parece, no Rio de Janeiro, escreveu; - Estrada de ferro de Carolina á Bwra do Corda, estado do Ma- ranhão. Relatorio dos estudos preliminares, apresentado ao Ulmo. Sr. Henry Airlic, gerente da projectada empreza. S. Luiz do Maranhão, 1890,21 pags. in-8". 13. INisia Floresta 13 vasi leira, Augusta- Filha de Dionysio Gonçalves Pinto e irmã do bachaiel Joaquim Pinto Brasil, já fallecido, nasceu na Floresta, povoação da provinda do Rio Grande do Norte, a 12 de outubro de 1810 e falleceu a 20 de maio de 1885 em Ruão, cidade da França onde residia ultimamente. Cultivando com es- mero as lettras, desde muito moça deu-se ao exercicio de educadora de NI 316 meninas, tanto no Brasil, como em Portugal, deixando discipulas que lhe fazem honra. Desde 1854 habitava a Europa, onde tinha visitado vários paizes. Escreveu: - Direito das mulheres e injustiça dos homens, por Miss Godwin ; traduzido do francez. Recife, 1832, in-8n- Segunda edição, Porto- Alegre, 1833. - Conselhos a minha filha. Rio de Janeiro, 1842, 32 pags. in-8° - Teve segunda edição no Rio de Janeiro, 1845, 39 pags. in-8°, accrescen- tada de quarenta pensamentos em verso e mais as seguintes em ita- liano e em francez: - Consigli a mia figlia. Firenzi, 1858, 56 pags. in-8a - Os dous jornaes italianos, VEtà Presente, de Veneza, de 14 de agosto, e Vim. parziale Fiorentino, de Florença, de 26 de outubro do mesmo anno, occupam-se deste livro, elogiando até a pericia da autora na lingua, para que a vertera, e o bispo de Mandovi mandou reimprimir essa tra- ducção em 1859 para uso das escoPs. A edição franceza é: - Conseils à ma filie, traduits de 1'italien par B. D. B. Florence, 1859, 51 pags. in 8°. - Daciz ou ajovencompleta: historieta oílerecida a suas educandas. Rio de Janeiro, 1847, 15 pags. in-8°. - A lagrimi de um Cahetè, por Tellezilla. Rio de Janeiro, 1849, 39 pags. in-8° - São poesias por occasião da revolução em Per- nambuco. - Dedicação de uma amiga ( romance histérico) por B. A. Ni- theroy, 1850, 2 tomos de 158 e 160 pags. in-8°. - Opusculo humanitário por B. A. Rio de Janeiro, 1853, 168 pags. in-12° - E' uma reproducção do periodico O Liberal, de artigos desti- nados á educação do sexo feminino. - Itineraire d'un voyage on Allemagne por Mme. Floresta A. Brasileira. Paris, 1857, 215 pags. in-8° - Dirigindo-se á seu irmão diz a autora neste livro: « Ce pays du sentiment et de philosophie mérito d'ètre parcouru et analysé par toi, ó mon cher Bresil. Viens y un joui' avec toute cette richesse dhntelligence que ta modéstia voile dans une société, oú le pedantismo et les zeros sans merite réel savent mieux, que les genies, se faire jour.» - Scintille d'un anima braziliana, di Floresta Augusta Brasileira. Firenzi, 1859, 85 pags. in-8°. - Trois ans en Ilalie. Paris, 18 ** NU 317 - Le Bresil. Paris, 1871 in-4°. A autora publicou outros volumes, de que não posso actualmente dar noticia, e em revistas, além de poesias sob diversas assignaturas ou sob o anonymo, publicou: - Paginas de uma vida obscura ; Um passeio ao aqueducto da Carioca ; o Pranto filial -no Brasil Illnstrado, revista do Rio de Janeiro, 1854. Deixou inéditas as: - Inspirações maternas: poesias. - Memórias de minba vida. - Viagens na Italia, Sicilia e Grécia: 1858-1859. Nivaldo Teixeira Braga - Irmão de João Evangelista e de Libero Teixeira Braga, neste livro já mencionados, nasceu na pro- víncia, hoje estado do Paraná, onde dedicou-se ao magistério, fundando um collegio na cidade de Curitiba. Deu-se também á imprensa, mas acha-se hoje impossibilitado de cultivar seu talento, em consequência do moléstia que o privou da razão. Escreveu: - Diccion trio geographico, historico, biographico e descriptivo do Paraná. Este trabalho ainda se conserva inédito por causa do estado do seu autor, que redigiu: - Revista do Paraná: periodico litterario. Curitiba, 1887- Sahiu o primeiro numero em outubro e seus eseriptos são firmados com o pseu- donymo de Jacaná. Nolasco Ferreira - Natural da Bahia, onle vivia no século decimo oitavo. Escreveu: - Parnaso americano - A nota que guardava sobre este autor está incompleta. Nella, porém, vejo «Vide Annos académicos de P. Povoas, 1870, pag. 38 ». Nominato José <Ie Souza Lima - Natural de Minas Geraes e bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, é ne- gociante commissario de café na cidade do Rio de Janeiro. Escreveu: - Memorial sobre a industria, data e criação das ovelhas no Brasil. Rio de Janeiro, 1892. Nano Alvares Pereira e Souza,- Nascido no Ma- ranhão a 12 de agosto de 183ô, estudou na antiga escola militar, hoje escola central do Rio de Janeiro, ena de applicação e serviu como offi- cial na arma de artilharia, depois engenheiro civil, foi chefe de secção da secretaria dos negocios da agricultura, commercío e obras publicas e exerceu commissões, como a de chefe da fiscalisação da companhia 318 ^ÍU de esgotos. Distincto litterato, applicou-se á educação da mocidade o escreveu: - O menino endiabrado. Rio de Janeiro, 1870, in-16° - Constituo o primeiro volume da Bibliotheca infantil. - Folhas soltas; Rio de Janeiro, 1860, 128 pags. in-12a, precedido de um juizo critico pelo dr, A. Cândido Tavares Bastos, e contém 19 escriptos em prosa - Nunca os vi; mas, segundo li no Diccionario bi- bliographico portuguez, «pelas ideias e sentimentos e pelo colorido do estylo e da dicção correspondem a outros tantos pequenos contos lyricos e elegíacos ». - Primeiro livro da infancia ou exercícios de leitura e lições de moral para uso das escolas primarias, pelo Conselheiro De Lapallisse. Traducção seguida de um compendio de civilidade. Rio de Janeiro, 1875, in-8° - E' precedido de um Syllabario ou compendio de leitura ele- mentar, que lhe serve de introducção, pelo dr. José Maria Velho da Silva. - Primeiro livro da adolescência ou compendio de leitura e li- ções de moral para uso das escolas primarias, pelo conselheiro De La- pallisse, seguido da « Sciencia do bom homem Ricardo». Traducção. Rio de Janeiro, 1878, in-8® - E' um complemento do precedente. - Arithmetica de Vovô, ou historia de dous meninos vendedores de maçãs, por João Macé. Editores: Nuno Alvares e Ernesto Possolo. Rio de Janeiro, 1874, in-8° - O facto de ser a intelligencia das creanças violentada para comprehender as regras abstractas de arithmetica para depois resolver problemas, levou o autor acrear um modo de ensinar arithmetica por meio de conversação sobre objecto agradavel. - Contos de Christovão Schmid, proprios para creanças: cem contos traduzidos, etc. Rio de Janeiro. 1873, in-8' - Já vi oitava edição. - Instrucção e recreio, compendio de conhecimentos uteis, con- tendo noções claras e concisas sobre assumptos que todos devem saber, tratando dos sentidos e da percepção dos objectos da astronomia, da terra, geographia physica, dos elementos líquidos e fluidos, da physica, geologia, etc. Rio de Janeiro, 1881, in-8° com muitas estampas no texto. - Compendio dos conhecimentos uteis por Boichat, traduzidos, etc. Rio de Janeiro, 1881, in-8° - E' um livro semelhante ao precedente pelos assumptos de que trata. - A mulher forte, conferencias dedicadas ás senhoras porLandriot, arcebispo de Reims, traducção. Rio do Janeiro, in-8°. Foi publicada em uma revista ou collecção. - O que custam as mulheres: romance traduzido. Rio de Janeiro, 1880, in-8°. NU 319 - Historia de um bocadinho de pão, por Macé. Rio de Janeiro, 1873, in-8°. - Os servidores do estomago, continuação da Historia de um boca- dinho de pão. Traducção da decima edição, franceza. Rio de Janeiro, 1878, in-8°. TÇniio Ferreira de Andrade - Filho de Camillo Ferreira de Andrade, natural do Rio de Janeiro e nascido a 27 de julho de 1851, é doutor em medicina pela faculdade desta cidade, professor da mesma faculdade, do conselho do Imperador d. Pedro II, inspector geral da saúde dos portos, membro da academia imperial, hoje aca- demia nacional de medicina, etc. Escreveu: - Do diagnostico e tratamento das nevroses em geral ; Chloral ; Polypos naso-pharingeanos ; Ataxia muscular progressiva: these apre- sentada á Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1875, 4 íls. 154 pags. in-4° gr. - Physiologia dos epithelios : these apresentada á Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro para o concurso a um logar de substituto da secção medica. Rio de Janeiro, 1877, 2 íls. 76 pags. in-4° gr. - Memória histórica dos acontecimentos mais notáveis, occor- ridos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1879 - Bem que approvada pela congregação, esta memória não foi publicada. -< Faculdade de medicina do Rio de Janeiro: Sessão solemne de 30 de novembro de 1881. Discurso proferido em nome da congregação na augusta presença de S. M. o Imperador. Rio de Janeiro, 188?, 45 pags. in-8°. - Da nahtreza e do diagnostico da alienação mental - Nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo 31°, 1879-1880, pags. 136,311 e 488, e tomo 32°, 1880-1881, pags. 18, 141 e 255. Collaborando na Revista Medica, escreveu entre outros artigos: - Das condições pathologicas da anuria e do valor de seus Symptomas na prognose das febres graves - Idem, 1877, pags. 17, 33, 49, 72 e 81. - Das allucinações. 1877, pags. 59, 67, 89 e 103. Xuno Marques Pereira - Nasceu em Cayrú, hoje villa da província da Bahia, em 1652 e falleceu em Lisboa a 9 de de. zembro de 1718. Era presbytero do habito de S. Pedro, distincto theologo e muito versado nas sciencias philosophicas. Escreveu: - Compendio narrativo do peregrino da America, em que se tratam vários discursos espirituaes e moraes com muitas advertências e do- 320 cumentos contra os abusos que se acham introduzidos pela milícia diabólica no estado do Brasil. Lisboa, 1718 - Nunca vi essa edição, mas dá noticia delia o dr. J. M. de Macedo no seu anno biographico, tomo 3°, pag. 521. Houve outras edições depois da morte do autor, sendo uma de 1728, de XLVI-475 pags. in-4'; outra de 1760, também in-4° c, segundo informaram-me, houve uma. que deve ser a segunda, de 1724, Este livro é offerecido a Nossa Senhora da Victoria, rainha do mundo, etc., e nelle se acham noticias muito curiosas e importantes do Brasil. o Octacilio Aristides Camará - Filho do capitão de artilharia do exercito Francisco José Camará e dona Maria Roberta Camará, nasceu na cidade da Bahia a 18 de julho de 1837 e falleceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, a 20 de janeiro de 1892. Doutor em medi- cina pela faculdade de sua província natal, serviu durante cercado dezannos no corpo de saude da armada, do qual obteve depois demissão, estabelecendo-se na província do Rio Grande do Sul. Viajou por grande parte da Europa, era versado em varias línguas européas, como a íran- ceza, italiana, allemã, ingleza e hespanlv lae, dotado de genio muscal- sem ter tido nunca mestre, tocava piano desde estudante e ordinaria- mente íó executava pjças de sua composição, que são em grande nu- imro. Vi-o executar algumas peçes ao piano e ao mesmo tempo no harmonium, senindc-se de cada uma das mãos ] ara cada um desses instrumentos com admira vel destreza. Escreveu: - Qual o melhor meio de cura da phtisica pulmonar ; Elheres, s ia acção physic 1 )g;ca e therapmtica ; A[ rcchção dos meios operatorios empregados na cura dos cal u!o> urinários ; Como estabelecer viveiros para certas e-p^es de puxjs ; these apresenta la, et?., afim de obter o grão d? doutor em medicina. Bahia, 1858,in-4'. - Valor estratégico da cidade de Pelotas ; novo plano geral de defesa da província do R;o Grande do Sul ; vantagens agricolc-com- merciaes que delle resultam. Pelotas, 1887 - De suas composições musicaes estão publicadas algumas, como: - Pateada no alpendre : quadrilha de contradansas - E' sua pri- meira compo-ição do tempo de estudante. Cada contradansa tem um titulo adequado á musica, que é extraordinariamente expressiva. - Saudades do Paraguassà: polka - Consta-me que ha um tra- balho deste autor, oíferecido ao Visconde de Porto-Alegre por occasião da victoria das armas brasileiras contra a republica do Paraguay. oc 321 Octaviano ElsseSiu - Natural de Goyaz, seguiu o func- cionalismo publico na repartição de fazenda, foi inspector da thesou- raria de Sergipe, e se aposentou como chefe de secção da alfandega. Quando esteve na thesouraria de S. Paulo, frequentou a faculdade de direito, mas não continuou o curso. Escreveu: - O auxiliar da tarifa das Alfândegas. Rio de Janeiro 1894, in-8° - E' uma compilação das disposições esparsas relatívamente ás tarifas e á arrecadação de impostos. Octnviano Hudson - Filho do antigo presidente da junta de corretores da cidade do Rio de Janeiro, George Hudson, nasceu nesta cidade a 6 de junho de 1837 e falleceu a 12 de fevereiro de 1886. No- ticiando a morte desso homem, que entrou na vida social pela modesta posição de typographo na typographia nacional e relacionou-se depois com homens dos mais alto collocados na côrto, disse O Pais de 13 de fevereiro de 1886 : « Foi compositor typographo, foi pedagogo, foi poeta, foi político, foi jornalista, trabalhando sempre em humilde esphera, mas sempre impulsrdo pela febre da propaganda em favor de tudo que lhe parecia nobre e generoso.» Foi no irresistível impulso dessa febre que elle chegou-se aos primeiros vultos do Rio de Janeiro. Para a in- fância desvalida elle não pedia só ; esmolava. Escreveu: - Pedro Américo. Descripção do quadro da batalha do Campo Grande. Rio de Janeiro, 1871, 16 pags. in-8°. - Molhado de leitura offerecido á infancia e ao povo. Ia edição, 500 exemplares, mandado imprimir por conta de uma subscripção po- pular, promovida na província do S. Paulo. Distribuição gratuita. São Paulo, 1875, in-12° - Seguiram-se outras edições, como - Methodo Hudson, offerecido á infancia e ao povo. Rio de Ja- neiro, 1876, 40 pags. in-8'- Livro para as escolas da instrucção pri- maria, foi acolhido com applauso tal, que no mesmo armo fizeram-se mais duas edições. A primeira edição foi feita á expensas do grande Oriente-unido do Brasil ; as outras por algumas lojas maçónicas e por cavalheiros amigos das lettras, sendo gratuitamente distribuídos quinze mil exemplares. - Peregrinas: poesias comum juizo critico por Fagundes Va- rolla. Rio de Janeiro, 1882 -E' de sua penna a - Muza do povo - Com este titulo publicou diariamente, por es- paço de alguns annos, no Jom tl do Commercio da côrte, uma composição poetico-satyrica, mas sempre sob um ponto de vista proveitoso. oc 322 Octaviano Moniz Barreto-Filho de Luiz Caetano Moniz Barreto e dona Anna Rita de Menezes Barbalho Moniz Barreto, nasceu na província, hoje estado da Bahia, por cuja faculdade de me- dicina ó graduado doutor. Exerce o cargo de secretario do interior, justiça e instrucção da Bahia, e escreveu: - Valor diagnostico dos signaes fornecidos pela auscultação: these apresentada e sustentada, etc. para receber o gráo de doutor em medi- cina. Bahia, 1883,46 pags. in-4°. - Manifesto lido perante o Conselho municipal de Santo Amaro, Estado da Bahia. Bahia, 1891 [- E' sustentando adiffusão da instrucção como o meio mais efflcaz de engrandecimento dos Estados, começando pelo ensino primário obrigatorio. Octaviano <ie Toledo - Filho do capitão Antonio Au- gusto de Toledo, e irmão de Lafayette de Toledo, de quem já me occupei, nasceu a 20 de dezembro de 1863 em Araxá, Minas Geraes, e ahi falleceu a 23 de setembro de 1894. Dedicou-se ao commercio e também ás lettras, collaborando para vários periódicos de Minas e foi socio do Instituto historico e geographico brazileiro. Escreveu: - Noticia histórica e geographica do Araxá. Octavio Esteves Ottoni - Filho do doutor Manuel Esteves Ottoni, nasceu na colonia do Mucury, Minas Geraes, pelo anno de 1855 e falleceu na cidade do Rio de Janeiro a 7 de julho de 1894, doutor em medicina*pela faculdade desta cidade, deputado ao con- gresso mineiro, de que foi presidente, e eleito deputado ao congresso federal. Escreveu: - Diagnostico differencial das affecções coxo-femuraes ; Entosoa- rios do homem ; Alterações pathologicas da placenta ; Do jaborandy; sua acção physiologica e therapeutica: these apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro, etc., para otber o gráo de doutor em medicina. Rio de Janeiro, 1878, in-4° gr. - O assassinato do Dr. Manoel Esteves Ottoni: memória por seu filho, etc. Rio de Janeiro, 1876, 24 pags. in-4°. Octavio Mendes - Filho de Manuel Francisco Mendes, nasceu em Campinas, S. Paulo, e na faculdade deste estado bacha- relou-se em direito em 1889. Foi juiz em Sorocaba de 1892 a 1894, estabeleceu-se depois como advogado e é deputado ao congresso paulista. Escreveu: - Da tentativa por Puglia: traducção. S. Paulo ( 'O. 013 323 - Legitima defesa por Fior^tti: traducção. S. Paulo, 1891, in-8°. - Nova escola penal por Lioy: traducção. S. Paulo ( ? ). - Prolegomenos ao estudo do direito repressivo por F. Puglia: traducção. S. Paulo, 1891, in-8°. - Reforma da administração local: discurso pronunciado na ca- mara dos deputados na sessão de 7 de julho de 1897. S. Paulo, 1897, in-8°. D. Odilia Mar qu.es da Silva - Nascida no Rio Grande do Sul, cultivou as lettras, e escreveu : - Discurso pronunciado na sessão fúnebre, celebrada em honra à memória do sempre lembrado Visconde do Rio Branco no dia 30 de novembro de 1880 no templo da benemerita loja União Constante - Foi publicado no periodico 0 Artista de 17 de dezembro de 1880. Odorico Octavio Odilon - Filho de dona Rosa Maria do Nascimento, nasceu na Bahia, onde se formou em medicina em 1862, já então lente de geographia e socio do primitivo lustituto historico da Bahia. Dedicou-se sempre ao magistério, é poeta, socio fundador do novo Instituto geographico e historico da Bahia, e escreveu: - Qual a medicação que mais convém na febre typhica ? Qual o melhor apparelho nas fracturas do femur ? Haverá classificação de ferimentos que possa casar convenientemente a lei com os factos ? These apresentada ã Faculdade de Medicina da Bahia, etc. Bahia, 1862, in-4° gr. - Elementos de geographia moderna ; 3a edição. Bahia, 1895, 117 pags., in-8°. Olavo Freire da Silva- Filho de Feliciano Freire da Silva e dona Julia Malheiros Freire, nasceu no Rio de Janeiro a 10 de maio de 1869. Fez o curso de humanidades no collegio Menezes Vieira e foi sempre dedicado amigo desse grande educador da mocidade ; foi es • tu Jante da escola polytechnica até o segundo anno, professor da escola normal desta capital em 1889 e de 1890 em diante, da casa de S. José e conservador do extincto Pedagogium. Escreveu: - Af ethodo para o ensino de desenho elementar, destinado â primeira classe das escolas primarias de accordo com o respectivo programma offl- cial. Rio de Janeiro, 1892, in-8°-Compõe-se de sete fasciculos e é um tra- balho adaptado á infancia, precedido de uma explicação aos professores - Ha deste livro uma 2a edição de 1896. 324 OL - NoçSes elementares de geometria pratica, escriptas de accordo com o programma das escolas publicas da capital federal. Rio de Ja- neiro, 1895, in-83 - Este livro tem um prefacio do dr. Menezes Vieira e foi approvado e premiado pelo Conselho de instrucção publica. Jã houve delle 2a edição. - Curso de calligraphia. Rio de Janeiro, 1896, in-8° - E' em seis fascículos e destinado ás classes primarias de Io e 2o grãos. - Chorographia do Brasil ( curso superior ). Antigamente publi- cada com o titulo de Geographia das Provindas do Brasil, contendo uma carta geographica de cada Estado do Brasil desenhada por Olavo Freire, texto pelo dr. Moreira Pinto, obra premiada pelo jury da ex- posição pedagógica, 4a edição, muito augmentada. Adoptada na escola normal da capital federal, no gymnasio nacional, na escola normal do estado do Rio de Janeiro, na de S. Paulo, etc. 1 grande volume. - Annuario do ensino. Io anno. Paris, 1 vol.- Com o dr. Me- nezes Vieira. De mappas tem: - Mappa dos districtos escolares urbanos da capital federal. Rio de Janeiro, 1893-Foi mandado para a exposição de Chicago. - Mappa do Brasil. Paris, 1894, 1 fl. - Mappa do districto federal. Paris, 1894, 1 fl. - Planispherio. Paris, 1894, 1 fl. - Mappa geral de todos os Pedagogiums do mundo - Acha-se no Pedagogium, desta capital. Olavode Fi'eitas Martins - Oriundo de família pobre, nasceu a 18 de junho de 1874 na villa de S. Francisco de Sergipe do Conde, da Bahia. Applicado desde tenra idade ao estudo de nossa his- toria e litteratura, estabeleceu na capital da Bahia uma pequena livra- ria, donde, a par do desejo de instruir-so, pudesse ao mesmo tempo tirar os meios para sua subsistência. Foi depois agente de varias companhias da sua província e do Rio de Janeiro e um dos fundadores do Instituto geographico o historico da Bahia, em cuja capital falleceu a 11 de outubro de 1897. Escreveu: - Apontamentos sobre Frei Henrique de Coimbra, o virtuoso fran- ciscano que celebrou a primeira missa no Brasil - Este trabalho foi publicado em fevereiro de 1896 no Correio de Noticias da Bahia, e transcripto na Revista do Instituto Geographico e Historico da Bahia em dezembro de 1896. - Quadro dos Bispos e Arcebispos da Archidiocese da Bahia. Bahia, outubro de 1894. OL 325 - Biographia de todos os Bispos do Brasil - obra inédita quasi con- cluída, quando o autor falleceu e da qual já tem sido publicadas al- gumas biographias. Olavo dos Guimarães Bilac - Filho do doutor Braz Martins dos Guimarães Bilac e nascido no Rio de Janeiro a 16 de de- zembro de 1865, fez o curso da faculdade de medicina desta cidade até o quinto anno; abandonando esta faculdade, matriculou-se na de di- reito de S.Paulo, que também abandonou. Victima do estado de sitio, esteve preso durante cinco mezes na fortaleza da Lage por ocçasião da revolta contra o governo do marechal Floriano Peixoto. Foi offlcial- maior da secretaria do interior do estado do Rio de Janeiro no governo do dr. Portella e é membro da Academia de lettras. Talento robusto, é tão distincto poeta, como prosador, tem collaborado para muitos pe- riódicos e revistas e redigiu: - O Combate. Rio de Janeiro, 1892 - É uma folha contraria á administração do presidente da Republica. Teve por companheiro Pardal Mallet. - A Cigarra: jornal illustrado. Rio de Janeiro, 1895, in-fol. peq. - A Bruxa: jornal illustrado. Rio de Janeiro, 1898- Escreveu: - Poesias. S. Paulo, 1888, 250 pags. in-8". - Chronicas e novellas. 1893-1894. Rio de Janeiro, 1894, 300 pags. in-8° - São quatorze composições. - A terra fluminense por Olavo Bilac e Coelho Netto - Sujeita ao juizo do Conselho da instrucção publica do estado do Rio 'de Janeiro, e por elle approvado, foi determinada sua publicação em fevereiro de 1898. - Sagres: poemeto recitado na sessão magna da grande Commissão portugueza do Centenário da índia no Gabinete portuguez de leitura a 20 de maio de 1898. - Pratica da lingua portugueza: livro de composição para o curso complementar das escolas primarias; approvado e adoptado pelo con- selho superior da instrucção publica da capital federal. Rio de Janeiro, 1899, V-356 pags. in-8° - São dous volumes: o segundo intitula-se Livro de leitura. Olavo José Rodrigues r*imenta - Natural da Bahia e nascido pelo anno de 1810, ahi falleceu, sendo escrivão priva- tivo do juizo do commercio. Foi pai do doutor Altino Rodrigues Pi- OL 326 menta, mencionado neste livro e também fallecido na Bahia, occupando o cargo de juiz de orphãos, a 29 de agosto de 1891. Escreveu: - Guia marítima, accommodada ao Codigo commercial brasileiro. Bahia, 1870, in-4°. - Appendice da Guia marítima, accommodada ao Codigo com- mercial brasileiro. Bahia, 1871, in-4°. - O noivado de stngue: drama. Bahia, 1846, in-8®. Ole^ario Herculano de Aquino e Castro - Filho do major Thomaz de Aquino e Castro, nasceu na cidade de São Paulo a 30 de março de 1828. Bacharel e depois doutor em direito pela faculdade dessa província, hoje estado, seguiu a carreira da magistra- tura, occupando diversos cargos desde o de promotor publico em 1849 até o de ministro do Supremo tribunal de justiça em 1880. Nomeado para o Supremo Tribunal Federal, por occasiãoda installação do mesmo tribunal, foi delle vice-presidente no regimen da Republica e é hoje presidente. Representou sua província na assembléa geral em duas legislaturas e presidiu a de Minas Geraes. Agraciado com o titulo de conselho do Imperador d. Pedro II, foi conselheiro de estado extraor- dinário, veador de S. M. a Imperatriz e gentil-homem da imperial camara. E' grã-cruz da ordem de Christo do Brasil e da de N. S. da Conceição de Villa Viçosa de Portugal, socio benemerito e presidente do Instituto historico e geographico brasileiro, socio da sociedade de Geographia do Rio de Janeiro, do Athenêo de Lima, do Instituto geographico argentino e de outras associações de lettras. Escreveur - These para o gráo de doutor em direito, etc. S. Paulo, 1849. - Regulamento para as cadeias e casas de prisão da província de Goyaz. Goyaz, 185G. - Formulário sobre a marcha dos processos policiaes. Goyaz, 1857- Segunda edição, S. Paulo, 1857, 20 pags. in-8°. - Praticadas correições: commentario ao regulamento de 2 de outubro de 1851. Rio de Janeiro, 1802, 561 pags. in-811. - Elogio historico do Conselheiro Manoel Joaquim do Amaral Gur- gel, e noticia dos successos políticos relativos á proclamação da inde- pendência. Rio de Janeiro, 1871, 164 pags. in-8°. - Parecer sobre negocios da Santa Casa da Misericórdia de São Paulo. S. Paulo, 1874. - Fallenciàs de sociedades anonymas. Rio de Janeiro, 1878. - Discurso proferido na Camara dos deputados por occasião de ser discutido o voto de graças. Rio de Janeiro, 1879, 81 pags. in-8®. OL 327 - Discurso proferido na sessão magna do Instituto historico e geo- graphico brasileiro, contendo o elogio de 17 socios fallecidos no anno de 1880. Rio de Janeiro, 1881, 15 pags. in-8°. - Reforma judiciaria. Projectos e exposição dos motivos. Rio de Janeiro, 1873, 78 pags. in-8°. - Relatorio com que foi passada a administração da provincia de Minas Geraes ao vice-presidente a 13 de abril de 1885. Ouro Preto, 1885, 56 pags. in-4°. - Programma para o desenvolvimento da parte do projecto do Codigo civil brasileiro, relativa ao direito das cousas. Rio de Janeiro, 1888. - Discurso proferido a 31 de outubro de 1889 na sessão solemne do Instituto historico e geographico brasileiro em honra da offlcialidade do encouraçado chileno Almirante Cochrane. Rio de Janeiro, 1889, 27 pags. in-8°. - Discurso proferido a 4 de março de 1892 perante o Instituto his- torico na sessão commemorativa do fallecimento do Sr. d. Pedro II. Rio de Janeiro, 1892, 19 pags. in-8°. - Discurso proferido como presidente do Instituto historico na sessão magna anniversaria de 1892. Rio de Janeiro, 1893, 10 pags. in-8u. - O Instituto historico e geographico brasileiro desde a sua fun- dação até hoje : memória apresentada ao Sr. Ministro da Justiça e negocios interiores pelo presidente, etc. Rio de Janeiro, 1897, 33 pags. in-4° - No Catalogo da exposição de trabalhos jurídicos, realizada pelo Instituto da ordem dos advogados brasileiros a 7 de setembro de 1894 faz-se menção, sob o nome deste autor, do seguinte - Projecto do Codigo civil e noticia dos trabalhos da Commissão nomeada pelo Governo a II de julho de 1889, etc. - Ha deste autor diversos trabalhos juridicos e litterarios, publicados nas revistas O DG reito, de cuja redacção faz parte desde 1873, Gazeta Jurídica, Revista trimensal do Instituto historico e vários artigos sobre política, admi- nistração, etc., em jornaes. Oliverio <1© Deus Vieira - Filho do tenente-coronel Joaquim Pedro Vieira e dona Ubaldina da Fontoura Vieira, nasceu na cidade de S. Gabriel, Rio Grande do Sul, a 15 de outubro de 1861. Como praça de voluntário no exercito, começou a servir no segundo regimento de civallaria com dezeseis annos de edade, sendo hoje te- nente desta arma. De grande applicação ãs lettras, muito cedo começou a escrever e publicar trabalhos de valor, como: - O militar arregimentado. Rio de Janeiro, 1886, 450 pags. in-8°. 328 OL - O apontador militar. Rio Grande do Sul, 1888, 317 pags. in-8° - Estas duas obras foram publicadas sendo o autor cadete. - Supplemento do Militar arregimentado. Rio de Janeiro, 1890, 2 vols. de 1.445 pags.-Contém esta obra tudo quanto ha occorrido, modificando, alterando, ou accrescentando a legislação, ordens e in- strucções technicas relativas ao serviço de guerra. - O exame pratico: collecção e indicação das instrucções e regula- mentos, etc. necessários para resolver-se as questões constantes do programma para os exames geraes dos ofllciaes, ofllciaes inferiores e cadetes das armas de infanteria, cavallariae artilheria, organisado pela Congregação da Escola militar da capital federal para os postos de alferes e 2° tenente, capitão o majorem geral, de accordo coma lei n. 39 A, de 30 de janeiro de 1892, artigo XXV, que exige para as promo- ções dos ofllciaes do exercito, emquanto não for decretada uma lei geral de promoções, os exames práticos de que tratam os arts. 28 e 29 ( pag. XXVI )do regulamento de 23 de março de 1851. Rio de Janeiro, 1895, 4 vols. in-4°, a saber: Io vol. Exame pratico para o posto de alferes de infanteria e cavai- laria. XXXVI - 519 pags. 2o vol. Exame pratico para 2o tenente da arma de artilheria- Numeração seguida até a pag. 989. 3a parte. Exame pratico para o posto de capitão em geral- Idem até pag. 1461. 4a parte. Exame pratico para o posto de major em geral- Idem até a pag. 2177, Olivio de Barro» - Pseudonymo de Affonso Arinos de Mello Franco, filho do dr. Virgilio Martins de Mello Franco, na- tural de Minas Geraes e bacharel em sciencias jurídicas e sociaes pela faculdade de S. Paulo, onde se graduou em 18S9, desde muito moço dedicou-se á imprensa e é distincto advogado. Escreveu: - Os Jagunços : novella sertaneja, escripta expressamente para o Commercio de S. Paulo e publicada por esta folha. S. Paulo, 1897, 2 vols. in-8° com o retrato de Antouio Conselheiro. - Sertão: livro de contos. Rio de Janeiro, 1898, in-8n. Olympio <le JLx^aiijo - Natural de Minas Geraes, é apenas o que sei a seu respeito. Escreveu: - Aquarellas: contos. Rio de Janeiro, 1893, 235 pags. in-8° - E' uma sorie de contos singelos, como singela é a vida da roça, escriptos ' com naturalidade e graça. OL 329 Olympio <le lístx^celios - Li que fallecera em Bru- xellas a 28 do agosto do 1883, atirando-se n'um canal em momento de loucura. Era poeta, litterato e escreveu: - Peregrinos: versos. Rio de Janeiro, 1874, 90 pags. iil-4°. - Jutrez: drama historico com um prologo, cinco actos e tres quadros, acompanhado de notas sobre a revolução mexicana. Rio de Janeiro, 1877, in-4°. Olympio Bonald da Cunlia - Filho do capitão Raymundo da Cunha Pedrosa e dona Maria José dos Pra- zeres Pedrosa, nasceu na província da Parahyba a 7 de julho de 1867 e bacharel em direito pela faculdade do Recife, seguiu a carreira da ma- gistratura, onde occupa um logar^dejuiz de direito. Cultiva com esmero a'poesia e tem de suas producções muitas já publicadas em periódicos e revistas. Colleccionadas publicou: - Crepusculares: poesias. Recife, 1886, - com um prefacio do dr. Alcedo de Marrocos e uma carta do dr. Tobias Barreto, que aprecia e applaude a estrèa do joven poeta. Entre as poesias deste livro são notáveis as queteem por titulo: Minha mãe, O camponês e Fervet opus. Olympio Catíio - Professor pela Escola normal de S. Paulo. Sei que cultivou a poesia e que publicou algumas compo- sições deste genero. Escreveu: - O negro-, drama em um prologo, tres actos e um epilogo. Rio de Janeiro, sem data, 101 pags. in-8°. - Reforma da instrucção publica no Estado de S. Paulo, Rio de Janeiro, 1891, in-8° - Foi um dos redactores da - Gazeta de Lorena: Lorena, 188*, in-fol, peq. Olympio Enzelbio de Arroxellas Galvão- Filho de José Bernardo de Arroxellas Galvão e nascido a 28 de janeiro de 1842 na cidade de Maceió, capital de Alagoas, ahi falleceu a 4 de março de 1882 no exercício do cargo de juiz de direito da comarca de Porto Calvo, da mesma província, que representou na 15a legislatura geral. Era bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife esocio fundador do Instituto archeologico e geographico ala- goano. Escreveu: - Compilação das leis provinciaes das Alagoas de 1835 a 1872, com- prehendendo os actos administrativos e legislação subsidiaria e seguida de um repertório alphabetico das matérias contidas na Compilação. Maceió, 1870 a 1874, 7 vols. in-4°- O 6° vol. desta obra é datado de OL 330 1872, e o ultimo é um Appendice. No Io teve o dr. Arroxellas Galvão a cooperação do empregado da secretaria do governo Tiburcio Vale- riano de Araújo. - Assembléa legislativa provincial das Alagoas, contendo os nomes dos deputados das dezoito legislaturas de 1835 a 1871, as mesas e os trabalhos ou occurrencias principaes de cada assembléa, com as datas de suas installações, adiamentos e prorogações e nomes dos pre- sidentes que as installaram. Maceió, 1871, in-4n. - Viagem do dr. José Bento da Cunha Figueiredo Júnior, pre- sidente das Alagoas, pelo rio S. Francisco até o porto de Piranhas. Maceió, 1869, 9 pags. in-4°obl. com vistas photographadas - E' es- cripto como dr. J. A. de Magalhães Bastos. - Viagem do dr. José Bento da Cunha Figueiredo Júnior, etc. á ci- dade de S. Miguel e villa de Cururipe. Maceió, 1869, 3 pags. in-4° obl. com vistas photographicas. - Viagem do dr. José Bento da Cunha Figueiredo ás comarcas de Camaragibe e Porto-Calvo. Maceió, 1869, 17 pags. in-4° com vistas photographicas. - Viagem do rio S. Francisco. Visita do dr. José Bento da Cunha Figueiredo ás comarcas de Penedo e Matta-Grande de 11 a 28 de julho de 1869. Maceió, 1869, 11 pags. in-4° obl. com vistas photo- graphicas. - Visita do dr. José Bento da Cunha Figueiredo ás comarcas da Im- peratriz, Anadia e Atalaia. Maceió, 1870, 6 pags. in-4° obl. com vistas photographicas. - Poç de Arch.'. recitada na Aug.'. Loj.'. Cap.'. Virtude e Bondade ao Ord.'. de Maceió em Sess.'. Mag.\ de Inic.'. do Neoph.*. E. H. G. a 27 de outubro de 1869, E. V. Maceió, 1869, 21 pags. in-4°. - Quadros administrativos da proviucia das Alagôas- Inéditos, de 7 íls. offerecidos ao Instituto historico- O autor foi um dos reda- ctores da - Revista do Instituto archeologico e geographico alagoano. Maceió, 1870-1884, in-8° - Até este anno esta publicação formou dous volumes, e da penna do dr. Arroxellas Galvão distinguem-se: - Memória sobre os conselhos geraes da província das Alagôas. 1829 a 1833. Apontamentos - No tomo 2o, pags. 73 a 82 e 105 a 122. - Succinta exposição do município e villa de Porto Calvo - No tomo 2o, pags. 173 a 186 e 215 a 232. Não sei si é trabalho diverso da - Memória descriptiva e histórica do município de Porto-Calvo, organisada por incumbência da camara municipal da referida cidade - O original de 86 pags. in-fol. pertence á Bíbliotheca nacional da côrte, OL 331 a quem foi offerecido como resposta ao questionário por oocasião da exposição de historia patria de 1880. - Memorial alagoano, contendo as ephemerides da provincia das Alagoas, de 1633 a 1880, coordenado, etc.- Foi seu ultimo trabalho, tra- balho de grande merecimento, doado ao Instituto alagoano. Ha ainda escriptos de Arroxellas Galvão, como: - Alagòas: Limites, figura, extensão, clima e fundação das Ala- goas. Riqueza mineralógica das Alagoas. Aldeia de indios nas Alagoas. Producções vegetaes nas Alagoas. Engenhos e fabrico de assucar nas Alagoas. Páo brazil. O presidente Silva Neves. Curiosidades e cele- bridades históricas. Poço da Caldeira. Ainda o poço da Caldeira. Pal- meiras. Batalha e cerco do Porto Calvo. Naufragio e martyrio do Iobispo do Brasil. Calabar ( 1632 a 1635 )-No Almanak de lem- branças brasileiras do dr. Cesar A. Marques para 1867, pags. 12 a 14, 39 a 41, 56 a 58, 62 e 63, 74 a 76, 121a 123, 150 e 160, 182 a 184, 211 a 213, 243 a 245, 249 a 262, 273 a 275, 287 a 289, 314 a 316 e 353 a 356 - Redigiu ainda: - O Mercantil. Maceió, 1862. Olympio Galvão - Não conheço este autor, mas apenas seu trabalho: - O Guilherme, conto. Rio de Janeiro, 1895 - E' uma edição feita para brinde aos assignantes da Revista Moderna. Olympio OiíFen.ig' de Niemeyer - Filho do co- ronel de engenheiros Conrado Jacob de Niemeyer Io, e irmão de Con- rado Jacob de Niemeyer 2o, ambos mencionados neste livro, e dona Olympia Giffenig de Niemeyer, nasceu a 7 de março de 1844 na cidade da Bahia e é bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo e doutor em sciencias pela universidade de Leipzig. Exerceu cargos de magistratura no Espirito Santo e Minas Geraes; foi director geral de instrucção publica no Espirito Santo, secretario da policia em S. Paulo e secre- tario do goyerno no Amazonas. E' lente cathedratico da faculdade livre de direito do Rio de Janeiro e advogado. Escreveu: - Lógica jurídica. Original francez. Paris, 1875, in-8° - J. B. Duvergier considerou este trabalho «obra de um espirito recto e firme, de um legista iniciado nos arcanos da sciencia ». - Estudos criminaes sobre o direito policial. Rio de Janeiro, 1876 - Este trabalho é dividido em duas partes: primeira, Crimes policiaes; segunda, Processo policial. 332 OL -- Da influencia do direito romano em matéria de usufcucto nas legislações sul-americanas. (Em allemãoj Vienna d'Áustria, 1878, in-8°. - A analyse infinitesimal, no seu methodo, apreciavcl â demon- stração da existência de Deus : desenvolvimento da doutrina de Santo Anselmo. Rio de Janeiro, 1890, in-8°. - As corporações de mão-morta e o imposto predial excepcional. Rio de Janeiro, 1896. - Protesto apresentado a 6 de setembro de 1873 e neste mesmo dia remettido á commissão de obras publicas da camara dos deputados sobre o arrazamento do morro do Castello, com a collaboração do marechal Conrado Jacob de Niemeyer. - Domínio dos religiosos benedictinos e posse da ilha do Gover- nador. Rio de Janeiro, 1899, in-8°. Olympio José Chavantes - Filho do commendador Anacleto José Chavantes e dona Maria Pastora Alves Chavantes, nasceu na cidade de Laranjeiras, Sergipe, a 4 de maio de 1838, e falleceu na capital federal a 20 de setembro de 1897. Com praça de aspirante fez o curso da escola naval e serviu na armada até o posto de Io te- nente, em que foi reformado em 1868. Professor de apparelhos e ma- nobras desta escola, com as honras de capitão de fragata, e por decreto do governo provisorio da Republica com as de capitão de mar e guerra, foi jubilado em 1890. Era cavalleiro da ordem da Rosa e tinha a medalha do Riachuelo, e da campanha do Paraguay, quer do Brasil, quer da Republica Argentina, e a Cruz do Mérito naval da Hespanha, Escreveu: - Compendio de apparelhos dos navios para uso dos alumnos da Es- cola de Marinha, publicado e adoptado pelo governo imperial, e illustra- do com 263 estampas intercaladas no texto. Rio de Janeiro, 1881, in-8°, Olyinpio ILeite Chermont - Filho da Antonio La- cerda Chermont e dona Catharina Leite de Miranda, é natural do Pará, tem o curso de engenharia feito em Paris, é engenheiro municipal e ajudante da commissão de saneamento da capital desse estado e es- creveu: - Casas para proletários: breve estudo pelo dr., etc. Pará, 1899 - E' um trabalho de mérito pela importância do assumpto e pelos conhecimentos que o autor revelou. - A cremação : estudo offerecido ao Exm. senador Antonio José de Lemos, intendente municipal, e dr. Henrique Américo de Santa Rosa, (H. 333 chefe da commissão do saneamento de Belém - N'A Provinda do Pará de 21 de dezembro de 1899 a 22 de janeiro de 1900. Olympio de Niemeyer - Filho do marechal Conrado Jacob de Niemeyer, 2°, e dona Maria Luiza Menna Barreto de Nie- meyer, nasceu na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, pelo anno de 1859, é offlcial da Directoria geral de instrucção na capital federal e quando esteve no Amazonas escreveu: - Os Índios Chrichanâs. Rio de Janeiro, 1885 - E' uma collecção de artigos publicados sobre o congraçamento dessa tribu que habita as margens do Jauapery no Amazonas, congraçamento alcançado pelo naturalista brasileiro João Barbosa Rodrigues ( veja-se este nome) - O autor se pronuncia contra as violências infligidas na catechese dos índios. Olympio Pereira cia, Matta - Natural da Bahia; escreveu: - Noticia biographica de músicos e pintores nacionaes do principio do século. Bahia Olympio l*iiilieivo da Silva, - Segundo me parece, é natural da cidade de Rezende, estado do Rio de Janeiro, e ahi resi- dente; escreveu: - Pela lavoura. Rezende, 1898, in-8° - E'uma reproducção de artigos que publicara antes no Tymburibá da cidade de Rezende e que continuaram a sahir em 1899 n'O Domingo da mesma cidade. Olyntlto José Alciríi -Filho de José Bento Moira de Vasconcellos, nasceu na província da Parahyba a 7 de junho de 1829. Bacharel em direito pela faculdade do Recife, seguiu a carreira da ma- gistratura, onde, sendo juiz de direito, foi declarado avulso. Em 1861 foi chefe de policia do Pará e administrou essa província como vice-pre- sidente. Depois, em 1863, administrou o Rio Grande do Norte, onde re- side. Escreveu: - Castalia brasileira : poesias selectas de autores brasileiros, an- tigos e modernos. Pernambuco, 1850, in-8° - Cursava então o autor o quinto anno de direito. Sei que o dr. Olyntho escreveu ainda: - Questão grave. Pará, 1861 - E' um opusculo em que o autor analysa um aviso do governo, referente a um acto seu. - Sobre a magistratura - Mais de um opusculo. - Sobre a agricultura - Idem. Nunca pude ver esses trabalhos. 334 OL Olyntlio Rodrigues Dantas - Filho de Geminiano Rodrigues Dantas, nasceu na cidade de Itabaiana, em Sergipe, a 23 de agosto de 1861. Feito o curso de humanidades no Athenêo sergipense, cursou a faculdade de medicina da Bahia, vindo concluir esse curso e receber o gráo de doutor na do Rio de Janeiro. Exerceu depois o ma- gistério, leccionando naquelle Athenêo, clinicou em Aracajú e em Santos, cidade de S. Paulo, e foi em Sergipe um dos propagandistas do systema republicano no jornal O Republicano, de Laranjeiras, trans- ferido depois para a capital. Escreveu: - Da influencia que exercem as moléstias do coração sobre o ti- gado e reciprocamente deste orgão sobre o centro circulatório: these apresentada á faculdade de medicina, etc. Rio de Janeiro, 1885, 59 pags. in-4°. - Febre amarella - No Brasil Medico, 1894, pags. 193 a 201. - Febre amarella, typhica ou malaria ?- Idem, idem, pags. 241 a 247 - Este trabalho foi também publicado em opusculo. - Traços epidemiologicos da febre amarella . Rio de Janeiro, 1898 - E' este livro o resultado de suas observações na epidemia de 1895 em Santos. A primeira parte do livro é uma investigação da genese das epidemias dessa febre em Santos. Dahi passa o autor a estudar a evolução annual desse mal na capital federal e em Santos, apresen- tando copiosos dados estatísticos, quer com relação ao desenvolvimento da febre, quer com relação aos casos particularisados. OvL:iii<lo da Fonseca limitei - Filho de Feliciano da Fonseca Rangel e nascido em Cordeiros, município de Nitheroy, a 29 de fevereiro de 1868, é pharmaceutico pela faculdade de medicina do Rio de Janeiro, membro titular da Academia nacional de medicina, membro da sociedade de medicina e cirurgia da mesma cidade e da sociedade de igual titulo de Nitheroy. Escreveu: - A noz de kola na therapeutica: memória apresentada á Aca- demia nacional de medicina. Rio de Janeiro, 1895, in-8° - Foi publi- cada no mesmo anno nos Annaes desta academia. - Gaiacol crystallisado: communicação feita á Academia nacional de medicina - publicada nos respectivos boletins. - Phosphatos alcoolicos de sodio e potássio: communicação, etc.- Nos mesmos boletins. - Uso da kola fresca e secca: communicação, etc.- Nos Annaes da Academia, 1897. OR 335 - Do uso do arsénico, como preventivo da febre amarella - publi- cado na parte editorial do Jornal do Commercio e da Gazeta de Noticias, em fevereiro de 1892. Este autor tem a publicar: - Estudo historico, composição chimica, acção physiologica e the- rapeutica da cascara sagrada. Orlando Martins Teixeira - Filho do doutor José Martins Teixeira e dona Joanna Viegas Teixeira, nasceu em S. João da Boa Vista, S. Paulo, a 27 de agosto de 1875. Foi empregado da Prefei- tura municipal e é guarda-livros. Poeta e jornalista, tem collaborado paradiversos jornaes desta capital, foi secretario da Gazeta da Tarde, e habil comediographo; escreveu: - Pão-pão, queijo-queijo : comedia-revista em 3 actos e 12 quadros com Demetrio de Toledo, representada no theatro Lucinda a 28 de janeiro de 1896. - 0 serralho de Nabor : opereta buífa em 3 actos e 5 quadros, com Eduardo Victorino e Demetrio de Toledo, representada no theatro Va- riedades em 1898. - A boceta de Fulgurina: magica em 3 actos e 16 quadros, com Eduardo Victorino. - O herdeiro do throno : opereta buffa de Valabrègues. Traducção com Arthur de Azevedo, representada no theatro Recreio Dramatico. - Os tres padres: traducção em portuguez de um quadro da tra- gédia Torquemada de Victor Hugo, repertório do actor Dias Braga. - A borboleta de ouro: magica em 3 actos e 17 quadros, com Mo- reira Sampaio, representada no theatro Apollo. - A bexigosa: drama em 5 actos. Traducção. - Gigolette: drama em um prologo e 5 actos. Traducção, represen. tado no theatro Apollo. - Esther : libretto para uma opera do maestro Assis Pacheco. - Bèbè-Lidu: comedia de costumes, original, em 3 actos, escripta para ser representada no theatro Lucinda. - Diplomacia : alta comedia em 1 acto, representada em beneficio da viuva Fabregas. - ?...: comedia em 1 acto, original, representada no theatro SanfAnna. - A família Fourchambauldt: comedia em 5 actos. Traducção, re- presentada nos Estados. - O deputado de Bombignac: comedia em 3 actos, idem, idem. - 118, rua Pigale: comedia em 3 actos, idem, idem. - Fechado aos domingos: sainete em 1 acto, original, idem. 336 os - Diabos te levem : comedia em 1 acto, idem, idem - Tom escripto grande numero de monologos e cmçonetas, bem como: - Contra as creanças: monologo, etc. Orozimbo Alves Branco Moniz Ihirreto - Filho de AntonioMoniz Alves Branco e dona Carlota Josephina Alves Branco Moniz Barreto e nascido na cidade do Rio de Janeiro a 19 de abril de 1831, é capitão-tenente reformado da armada, e official da ordem da Rosa. Escreveu: - Biographia do sr. Almirante Jeronymo Francisco Gonçalves, assignalando os feitos militares que na guerra do Paraguay prestou este illustre militar, sem esquecer os bons serviços que na paz deu ao seu paiz. Rio de Janeiro, 1897, in-8° com o retrato do biographado. Oscar Axlolplio de Bulliões Ri beiço - Filho do "commondador Francisco Manoel de Bulhões Ribeiro e dona Maria Candida Cardoso de Bulhões Ribeiro, nasceu no Rio de Janeiro em 1845 e falleceu a 1 de novembro de 1898, bacharel em lettras pelo antigo collegio Pedro II, doutor em medicina pela faculdade do Rio do Janeiro, lente da mesma faculdade, e membrc da Academia nacional de medicina. Ainda estudante de medicina prestou serviços ao Brasil, como cirurgião na esquadra em operações, pelo que obteve as honras de primeiro cirurgião, e apenas doutorado foi á Europa aperfeiçoar seus estudos cirúrgicos, seguindo em Vicnna a clinica do distincto professor Billorth, e em Berlim acompanhando a clinica dos professores Bardeleben e Lamgemdek, visitando por ultimo os principaes hospitaes de Londres, do Paris o da Italia. Foz parto da commissao brasileira na exposição de Vienna d'Austria, de 1873. Era oílicial da ordem da Rosa, cavalleiro da imperial ordem austríaca de Francisco José, con- decorado com a medalha da campanha do Paraguay, membro de varias associações de lettras e sciencias e socio fundador do Instituto dos bacharéis em lettras. Escreveu: - Urethrotomia; Diagnostico diíferencial das moléstias do coração ; Qual o melhor meio de tratamento para a cura radical das hydrocolles ; Meteorologia; Magnetismo terrestre: these apresentada, etc. e susten- tada em 30 de novembro de 1870. Rio do Janeiro, de 1870, 3 fls.,-44 pags. in-41 grande. - Dos differentes methodos e processos que tendem a diminuir o dominio do bisturi: these de concurso a um logar de substituto da secção cirúrgica. Rio de Janeiro, 1881, 107 pags. in-4°. os 337 - Relatorio sobre os apparelhos e instrumentos cirúrgicos, que haviam figurado na Exposição universal de Vienna em 1873 - Este trabalho foi publicado no Diário Official por ordem do governo. - Organisação do serviço sanitario em tempo de guerra. Rela- torio que apresentou ao então ministro e secretario de estado dos negocios da guerra. Conselheiro J. J. de Oliveira Junqueira, por quem foi incumbido do estudo do mesmo serviço, etc. - Este trabalho é acompanhado de bellas estampas photographicas. - Assumptos de interesse nacional. A Cruz Vermelha e as estradas de ferro do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1888. - Relatorio sobre a questão medico-legal Castro Malta, etc.- Ve- ja-se Cândido Barata Ribeiro. - Serviços sanittrios no Estado de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1898. - Um novo urethrotomo. Rio de Janeiro, 1895, 12 pags. in-8° com uma estampa. - Uma modificação no revulsor Le Fort - No Brazil Medico, 1887, tomo 4°, serie Ia, pags. 11 e seguintes. - Serviço medico no tempo de guerra; ambulancia e transporte de feridos - No Brazil Medico, 1890, em vários numeros. Nesta revista publicou ainda outros escriptos. - Cheiloplastica por transplantação, rhinoplastica pelo methodo indiano e uranoplastica pelo processo de Langembeck, praticadas no mesmo indivíduo e reclamadas por extensas perdas de substancia, pro- venientes de causas traumaticas. Resultado completo - No Archivo de medicina, cirurgia e pharmacia do Rio de Janeiro, 1880, n. 2, pag. 1 com tres gravuras. - Frequência dos cálculos vesicaes no Brasil ; resultados operados polo professor, etc. Rio de Janeiro, 1888, in-8°. Oscar <FAlva- Pseudonymo do Antonio dos Reis Car- valho, filho de Vicente Ferreira de Carvalho e dona Lihania dos Reis Carvalho, nasceu a 10 de abril de 1874 na capital do Maranhão. Fez os seus estudos preparatórios no seminário e lyceu daquella cidade e antes de terminal-os foi nomeado praticante da thesouraria de fa- zenda da referida provincia, sendo hoje terceiro escripturario da Alfân- dega da capital federal; dedica-se também ao ensino particular das mathematicas e frequenta a Escola polytechnica. Poeta e jornalista, os 338 tem collaborado para revistas e jornaes do Maranhão e do Rio de Janeiro e escreveu: - Prelúdios-, livro de versos, em grande parte já publicados nos jornaes sob o mencionado pseudonyino. Inédito. - Atravez da sciencia: serie de artigos - no Debate. Rio de Ja- neiro, 1898. - Senhora-, drama extrahido do romance de José de Alencar, do mesmo titulo, de collaboração com Marinho Aranha - Não está im- presso, mas já foi representado a 26 de março de 1896 no theatro São Luiz da capital do Maranhão - Fundou com outros a - Philomathia: revista litteraria, scientiflca e philosophica. Mara- nhão, 1895-1896, in-81' gr., de 3 cols. e 8 pags.- Tem ainda inéditos: - Ensaios scientiflcos: dissertação sobre mathematica elementar, physica e chimica. Estão em grande parte publicados em jornaes. - Polygraphia-, artigos de critica, também publicados em jornaes. - O calculo arithmetico de Pierre Lalitte: traducção autorisada pelo autor. Oscar de Araújo - Filho de Antonio d'Arvile Araújo e dona EI vira Ribeiro de Araújo, nasceu no Rio de Janeiro a 28 de março de 1860. Tendo-se habilitado para cursar a escola polytechnica do Rio de Janeiro, resolveu depois estudar medicina em Paris, onde fez parte do curso ao mesmo tempo que mantinha uma aula gratuita de mathematicas. E' socio do Instituto internacional de sociologia em Paris, onde reside, e onde foi externo dos hospitaes e secretario da le- gação brasileira. Como jornalista collaborou no Brèsil e Revista Occi- dental de^Paris, foi correspondente do Século e do Diário de Noticias de Lisboa e, depois da proclamação da Republica no Brasil veio ao Rio de Janeiro como correspondente do Temps. Escreveu: - Vidèe républicaine au Brésil. Paris, 1893, 153 pags. in-8°. - Le Mouvement social au Brésil de 1890 a 1896. Paris, 1896, in-8 - E' a continuação da obra precedente. - Le Fondateur de la République Brésilienne. Paris, 189*. - Un apôtre de la République au Brésil. Paris, 189*. - Considerações geraes sobre os cemitérios do Rio de Janeiro. Paris, ( sem data ) in-8°. Oscar AXaliba, <la Moita Amaral - Filho de Fran- cisco José Vaz do Amaral e nascido em S. Paulo, falleceu a 21 de janeiro de 1894, estudante do terceiro anno da faculdade de direito. Talento brilhante, collaborou para vários periódicos com artigos, quer em prosa, os 339 quer em verso. Nunca fez collecção de seus versos. Sei que tinha entre mãos, quando falleceu, um - Romance de costumes brasileiros - onde, diz pessoa competente que o viu, se aprecia o espirito observador do autor, seu coração emi- nentemente philanthropico e a naturalidade da narração. Oscar Frauklin Lteidnei* do Amaral - Filho do Barão e Baroneza de Ganindé, nasceu a 7 de agosto de 1864 no Ceará. Bacharel em lettras pelo antigo collegio Pedro II, fez o curso de me- dicina até o quarto anno, muito joven entrou para a imprenstt e cul- tivou a poesia. Abraçando a carreira diplomática, foi secretario da legação brasileira em diversos paizes da America, tendo sido removido neste mesmo caracter era 1897 dos Estados Unidos para Paris, onde falleceu a 29 de setembro de 1899. Collaborou em diversos jornaes desta capital, entre os quaes o Diário de Noticias, fallava varias linguas vivas, e escreveu: - Helena: versos. Rio de Janeiro, 1882, in-8° - Foi o seu livro de estréa, publicado aos 17 annos, que teve segunda edição em 1884. - Horacio: poema. Rio de Janeiro, 1883, in-8°. - Norival: poema. Rio de Janeiro, 1883, in-8*. Oscar da Gama - Natural de Minas Geraes, cultiva a poesia e escreveu: - Luares: versos. Juiz de Fora, 1892 - Este volume é prefaciado por Augusto de Lima e nitidamente impresso. Oscar Leal - Filho do commendador Jacintho Leal do Vasconcellos, e nascido no Rio de Janeiro em 1862, começou sua edu- cação litteraria em Portugal, patria de seu pae, num collegio em Funchal, vindo depois para o Brasil. Desde 1881 se dedicou á viagens e tem visitado quasi todo o Brasil, as republicas da Bolivia, do Para- guay, do Uruguay e Argentina, bem como o norte da Europa e algu- mas regiões africanas. E' formado em cirurgia dentaria, tem feito parte da redacção de algumas revistas portuguezas, pertence a varias socie- dades scientiflcas e redigiu: - A Madrugada: revista noticiosa, critica, litteraria, biographica e bibliographica. Lisboa, 1894-1896, in-fol. de 3 columnas - Escreveu: - Viagem ás terras goyanas: Brasil central. Desenhos do autor. Lisboa, 1892, 255 pags. com uma carta do sul de Goyãz e varias es- tampas . os 340 - Viagem ao centro do Brasil com um prefacio por L. Carqueja, com estampas. - Viagem á um paiz de selvagens. Lisboa, 1895-E' uma descripção de usos o costumes de localidades que percorreu e episodios de suas viagens pelo Tocantins, com desenhos e gravuras. - Do Tejo a Paris. Lisboa, 1894- São descri pções, e impressões de uma viagem da capital portugueza á da França. - O Amazonas: conferencia realisada na sociedade de Geographia do Lisboa. Lisboa 1894- Ahi descreve o autor as bellezas naturaes e costumes do Amazonas ; dá noticias do Pará e da vida dos indigenas, particularmente dos Cocamás, apresentando collares, contas, pennas e outros objectos que os indigenas trocam por productos europeus, assim como pulseiras, turbantes e outros objectos com que se ataviam. - Mulher galante: romance. Lisbôa, 1899. - Brasileiros celebres. Esboço biographico do padre Ulysses de Pennaforte. Lisboa, 1895- E' o primeiro de uma serie de perfis biogra- phicos que tinha a publicar. - O Manoel de Soiza: historia ligeira. Lisboa, 1898, in-8° - Neste livro encontro noticias das seguintes obras deste autor, antes publicadas: - Flores de abril: versos. - A filha do miserável: novella. - Palomita: opereta. - Um conto do sertão. - A questão do abbade. Discursos. - Contos do meu tempo, com estampas. - Flores de maio: versos feitos à la Diable. - As regiões do terra e agua: Conferencia feita na Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro em 21 de outubro de 1892- Na Revista da mesma Sociedade, tomo IX. - A linguagem dos Cocamás. Apontamentos grammaticaes. - O parteiro : novella naturalista.- Já em segunda edição. - Zeliv. amores de uma brasileira: romance reproduzido em fo- lhetins no Diário do Maranhão, etc. - Um marinheiro do soculo XV: romance historico, escripto de collaboração com Cyriaco de Nobrega. Oscar de Macedo Soares - Filho do doutor Antonio Joaquim do Macedo Soares, de quem já tratei, e nascido em Saqua- rema, no actual estado do Rio de Janeiro, a 15 de setembro de 1863, é bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo. Apenas formado em direito, foi promotor publico em Itá, e depois secretario da presi- os 341 dencia de Alagoas, e sendo em seguida nomeado para igual cargo no Ceará, renunciou-o, estabelecendo-se então como advogado na ci- dade do Rio de Janeiro. E' distincto jornalista desde estudante, e por causa de forte opposição ao governo do dr. Francisco Portella, quando redigia o Rio de Janeiro, foi perseguido horrivelmente, esca- pando de ser morto por uma bala que varou-lhe o chapéo de um a outro lado. Desta tentativa fez-se inquérito, mas o delegado de policia, dr. Barros Barreto, mandou archival-o, deixando impunes os autores do attentado. Foi deputado ao Congresso constituinte e ainda depois pelo Rio de Janeiro, e escreveu: - Manual do curador geral dos orphãos ou consolidação de todas as leis, decretos, avisos, regulamentos e mais disposições do processo, relativas áquelles funccionarios. Rio de Janeiro, 1890, in-8°. - Casamento civil. Commentario e annotações ao decreto n. 181, de 14 de janeiro de 1890. Rio de Janeiro, 1890, in-8°. - Do casamento civil segundo a legislação brasileira. Rio de Ja- neiro, 1896, in-8° - O autor compendiou toda nossa legislação sobre o assumpto, annotando cada ura de seus artigos - Teve segunda edição refundida com as resoluções e decretos regulamentares expe- didos depois da lei do casamento, etc. - O Consultor civil. Rio de Janeiro, 1897, in-8° - O autor adaptou este livro ao novo direito substitutivo e processual e em appendice offerece as principaes leis da Republica que mais substan- cialmente alteraram a legislação anterior. - Consultor Commercial acerca de todas as acções commerciaes com os modelos de todas as petições, despachos, termos, contas, allegações, embargos, sentenças, todos os termos do processo pelo dr. Carlos Antonio Cordeiro. Nova edição refundida de accordo com a legislação promulgada depois de 15 de novembro de 1889, con- tendo o processo das fallencias segundo o decreto de outubro de 1890, etc. Rio de Janeiro, 1897, in-8° - Jornalista por indole, collaborou parta vários jornaes e revistas, foi correspondente de outros, e redigiu: - O Nove de Setembro. S. Paulo. - A Ordem. S. Paulo. - O Constitucional. S. Paulo. - Revista Académica. S. Paulo. - Correio Paulistano: orgão do partido conservador. S. Paulo. - Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1890 - Foi nesta folha, de que era redactor e proprietário de sociedade com Fonseca Portella, que elle, por oppôr-se á administração do dr. F. Portella, adquiriu muitos odios e escapou milagrosamente de ser morto. 342 os Oscar Nerval <le Gouvêa - Filho do doutor João Joaquim de Gouvêaedona Maria Augusta de Gouvêa, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 15 de setembro de 1856. Bacharel em sciencias physicas e mathematicas e engenheiro civil pela escola polytechnica, doutor pela mesma escola, doutor em medicina pela faculdade desta cidade, e ainda bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela facul- dade livre de sciencias sociaes e juridicas, obtendo em taes cursos, si não em todas as matérias, em quasi todas, approvação com dis- tincção, é lente substituto desta faculdade, de direito, lente do Gym- nasio nacional, lente da escola polytechnica, professor do Gymnasio Brasileiro, estabelecimento por elle fundado em 1898 com outros profes- sores de escolas superiores, dando á instrucção secundaria modelo para o sexo feminino e ainda exerce com solicitude, com caridade evangélica, a clinica pelo systema de Hahnemann. Exerceu ainda vários cargos, como o de membro do Conselho da instrucção publica municipal, de delegado da escola de minas de Ouro Preto ao conselho superior da instrucção publica, onde defendeu as prerogativas das escolas livres, etc. Intelligencia robusta e cultivada, e actividade excessiva, é um dos brasileiros mais illustrados que conheço, e um cidadão util á seu paiz. Escreveu: - Familia das euphorbiaceas: these de concurso á cadeira de his- toria natural do Collegio Pedro II. Rio de Janeiro, 1878 - Tendo por competidores dous distinetos médicos que prestaram serviços na campanha do Paraguay, foi por isso preterido por elles. - Rochas plutonicas do Brasil: these apresentada em concurso da escola polytechnica á secção de botanica, zoologia, mineralogia e geologia. Rio de Janeiro, 1880, in-4° - O autor foi classificado em primeiro logar e proposto pela congregação para lente de mine- ralogia e geologia. - Classificações em zoologia: these de concurso â vaga de sub- stituto de physica, chimica e historia natural do Collegio Pedro II. Rio de Janeiro, 1882, in-4°. - Dupla refraeção: these de concurso para o logar de lente de physica e chimica do Internato do Gymnasio Nacional. Rio de Janeiro, 1883, in-4°. - Receptibilidade mórbida: these apresentada e sustentada per- ante a Faculdade de medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1889, in-4° - Em proposições, nesta these sob o titulo « Classificação de mineraes » apresenta o autor um trabalho todo original. - Nosso meio economico. Rio de Janeiro, 1898, in-8°- E' um trabalho em que o autor apresenta medidas de reconstituição eco- os 343 nomica. O dr. Nerval de Gouvêa, tem, finalmente, prompto á entrar no prelo: - Lições de physica, de chimica, de mineralogia e de geologia. Oscar Paranhos Pederneiras - Filho do doutor Manoel Velloso Paranhos Pederneiras e dona Isabel Paranhos Pe- derneiras, nasceu na província, hoje estado do Rio Grande do Sul, a 12 de junho de 1860 e falleceu no Rio de Janeiro a 26 de agosto de 1890, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade deS. Paulo eum dos redactores do Jornal do Commercio, trabalhando ao lado de seu pae. Foi poeta e comediographo muito applaudido e, antes de entrar para a redacção da citada folha, collaborou para a Folha Nova e para o Diário de Noticias. Escreveu: - Historiophobia. Lições de historia universal por Carlos d'Este. Rio de Janeiro, 1880,in-4°-E' uma satyra em verso, allusiva a pessoas e a factos contemporâneos. - A corte em ceroulas-, scenas alegres. Rio de Janeiro, 1883, 118 pags. in-8°- São escriptos á imitação dos folhetins de França Júnior a quem o autor, ás vezes, na opinião de Valentim Magalhães, leva vantagem. - Saudação ao publico: poesia escripta para ser recitada pelo actor Dias Braga no centenário da revista O Bendegó- Na publicação O Bendegó, jornal commemorativo, etc. Rio de Janeiro, 1889. - Brasileiros e Chilenos-, paginas da historia antiga, média e con- temporânea de Justo Abel Rozales. Versão - No livro « Chile e Brazil sessão do Instituto historico e geographico brasileiro » Rio de Janeiro, 1889, pags. 95 a 210 - E' uma reproducção do Jornal do Commercio, de junho e julho deste anno. - Martyr: romance de A. D'Ennery: traducção. Rio de Janeiro, 1886. - Cargas sem consignação. Io volume. Rio de Janeiro, 1890 - São biographias instantanoas dos artistas mais notáveis do Rio de Janeiro em espirituosos versos. O 2o volume achava-se prompto para entrar no prélo, quando falleceu o autor. De suas composições para theatro, quasi todas inéditas, citarei: - O Zè Caiporat peça cómica dos successos do Rio de Janeiro em 1886, em um prologo e tres actos, divididos em oito quadros e apotheose, representado pela primeira vez com grande successo no theatro Prín- cipe Imperial a 29 de janeiro de 1887. Rio de Janeiro, 1887, 132 pags. in-8°. 344 os - Lucas: scena cómica. Rio de Janeiro, 1888, in-8°- Foi repre- sentada muitas vozes no theatro Recreio dramatico pelo actor Castro. - Boulevard da imprensa- E' uma de suas operas de cstréa que elle escrevia nos bonds, nos cafés, em palestras, etc. - O chapèo alto-, comedia de Julio de Gastines, traduzida para o portuguez. Rio de Janeiro, 1886, 1 vol. - O chapèo alto: peça em tres actos de Vital Aza, accommodada aos costumes burlescos - Representada no theatro Variedades em junho de 1888. - O Bendegó: opera escripta com Figueiredo Coimbra -Foi le- vada á scena no Rio de Janeiro. - Da noite para o dia ( De la noche a la mànana ): sonho comico lyrico em dous actos e onze quadros, traduzido do hespanhol - Re- presentado pela primeira vez a 5 de fevereiro de 1890 no theatro Recreio dramatico, com musica de Cueva e Valverde e outros. - Vírgolina: revista de semestre, escripta com Figueiredo Coimbra - Pederneiras tencionava publicar em volume, quando falleceu: - O fi ucto prohibido : vaudeville em tres actos - Representado pela primeira vez e depois da morte do autor, a 11 de agosto de 1891, no theatro Variedades. - Cocard e Bicoquet: comedia em tres actos de Hyppolito Raymond e Bucheron, traduzida para o portuguez - Foi levada á scena em re- cita de estréa no theatro Recreio dramatico a 25 de junho do 1888. Oscar Varady-Filho do douto? Carlos Varady e dona Carolina Varady, nasceu no Rio do Janeiro a 25 de novembro de 1861 e é bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, formado em 1883. Entrando logo nas lides da política, onde figurou com brilho, foi deputado ã assembléa provincial em varias legislaturas; afastando-se temporariamente da actividade política, entregou-se com dedicação ã lavoura e á industria. E' advogado nesta capital e escreveu: - Questões Agrícolas. Orçamento provincial. Colonisação e im- migração chineza: discurso pronunciado na Assembléa, etc. em 27 de novembro de 1888, 45 pags. in-16°. - Questões agrícolas. Immigração chineza ( 3a discussão do orça- mento). Discurso pronunciado, etc., na sessão de 23 de janeiro de 1888. Rio de Janeiro, 1888, 73 pags. in-16° - Alguns de seus discursos parlamentares foram publicados pela sociedade de immigração. Osvaldo Gonçalves Cruz - Filho do doutor Bento Gonçalves Cruz, nasceu no estado de S. Paulo e formou-se em os 345 medicina em 1892 na faculdade do Rio de Janeiro; é director do labora- torio de microbiologia e anatomia pathologica da Policlínica e depois de ter completado seus estudos médicos na Europa, foi eleito membro da Academia nacional de medicina. Escreveu: - A vehiculação microbiana pelas aguas: these dividida em tres partes: I Agua e os microbios. II Prophylaxia contra a infecção pelas aguas. III Exposição dos processos empregados na realisação das expe- riências: these para obter o grão de doutor, com tres proposições sobre cada cadeira. Rio de Janeiro, 1891, 152 pags. in-8° - Entre os variog trabalhos de sua lavra, feitos em laboratorios da Europa, figuram: - La recherche du sperme par la réaction de Florence... - E'tudes sur la recherche de l'empoisonnement par le gaz d'éclairage.... - Estudes toxicologiques sur la ricine... - Les alterations histologiques dans l'empoisonnement par la ricine. - Gabinete de microscopia e microbiologia clinicas do dr. etc. Rio de Janeiro, 1900, 19 pags. in-16° -E' uma noticia do gabinete montado pelo autor. Osav£|1<1o de Menezes ou Dionisio .losé Os- •vvald. de Menezes - Filho de Fernando José do Menezes e dona Feliciana Perpetua da Costa Menezes, nasceu a 9 de outubro do 1864 no logar Cova da Onça da província do Rio de Janeiro. Pharma- ceutico pela faculdade de medicina desta capital, estabeleceu-se na es- tação do Engenho de Dentro, onde gosa de geral estima, e se tem dedi- cado ao estudo da botanica. Muitos preparados homoeopathicos tem elle realisado em seu laboratorio, como a aurantina odorata, o aquaticum sativum, a globiflora rubra, e outros, todos de plantas indígenas. Fundou em 1892 o lyceu popular de Inhaúma de que é diçector, foi collaborador d'O Paiz, do Terceiro Districto e de outros periódicos, e escreveu: - Pobresinhas: poesias lyricas. Rio de Janeiro, 1889, 127 pags. in-8°. - Embrulhadas: comedia em quatro actos. 1893. - À vingança do filho: drama em cinco actos e seis quadros. 1896. - Apanhados: comedia de costumes, em prosa e verso, em tres actos. 1897. - A cosinheira Maria: comedia em um acto. 1897 - Estas peças não estão impressas, mas já foram representadas em theatros particulares» merecendo applausos, principalmente a primeira, Embrulhadas. - Perseguição e justiça: romance - Inédito. 346 <>T Otto E. U. Wuclierer - Oriundo de paes allemães e hollandezes, nasceu na cidade do Porto a 7 de julho de 1820 e falleceu na Bahia a 7 de maio de 1873. Doutor em medicina pela universidade de Tubingue no reino de Wurtemberg, foi algum tempo facultativo do hospital de S. Bartholomeu em Londres, d'onde passou á Lisboa e de Lisboa á Bahia, onde firmou sua residência em 1847 ; naturalisou-se cidadão brasileiro e exerceu a clinica com lisonjeira nomeada até seu fallecimento, e também com affectuosa estima de tola a corporação melica. Foi do Instituto historico da Bahia e de outras associações de lettras. Escreveu: - Noções rudimentaes de physica em perguntas e respostas. Bahia, 1849, 103 pags. in-8°-Collaborou na Gazeta Medica desta cidade, e nesta revista publicou: - Sobre a moléstia vulgarmente denominada oppilação ou cansaço - No tomo Io, 1866-1867, pags. 27, 39, 52, 63 e seguintes. - Sobre o modo de conhecer as cobras venenosas - No mesmo tomo, pags. 193 e segs. com uma estampa. Esta memória foi traduzida e publicada na Europa. - Sobre as causas da crescida frequência da tisica no Brazil e especialmente na Bahia - No tomo 2°, pags. 265 e 3° pags. 28 e segs. Esta memória foi traduzida em francez pelo dr. Mericourt e publicada nos Archives de Medecine Navale, tomo 10° e também na Gazette Medictle de Paris, tomo 24°. - Anchylostomos duodenaes - No tomo 2o, pags. 150 e 229 e no 3o, pags. 98, 170, 182 e 198 e seguintes. - Sobre a hematúria no Brazil - No tomo 4o, pags. 39, 49, 61, 73 e 85, e6", pags. 453 e segs. Foi traduzida pelo citado dr. Mericourt e inserta nos citados Archives, tomo 13, com excepção da ultima parte. - Sobre a chlorose das mulheres- no tomo 6o, pags. 137 e segs.- Sobre esta aílecção, publicou depois um trabalho na Gazette Medicale de Paris. - Estudo do homem - No Mosaico da Bahia, tomo Io, n. 3, de setembro de 1845, pags. 45 a 48. - Algumas observações sobre a fauna brasileira - Na Revista do extincto Instituto historico da Bahia, em vários numeros de 1863 e 1864. Otto Fenselau - Nascido em Gumbinnen, cidade da Prussia, vindo para o Brasil em 1879, naturalisou-se brasileiro em 1883 e esta- beleceu-se em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, como chi- mico industrial, Cultoi' da poesia e littorato, tem traduzido para o ov 347 portuguez diversos trabalhos em prosa e em verso, e escripto outros em allemão, e tem collaborado para vários jornaes. Conheço da sua penna: - Grusse aus Sudbrasilien ( Saudades do Sul Brasil) Berlin, 1889, in-8°. - Herman Wagner. Porto Alegre, 1887, in-8°- Teve duas edições. Ovidio Porreira da Silva - Filho de Ovidio Fer- reira da Silva e nascido em Pernambuco a 8 de agosto de 1866, é ba- charel em direito pela faculdade do Recife, advogado na capital do Pará e escreveu: - Escravonetas: poesias. Belem, 1898, in-8° - Foi redactor secre- tario do periodico - O Pará. Belem, 1899. Ovidio da Gama I^olbo - Filho do coronel João Ba- ptista Pereira Lobo e dona Maria Thomazia Nunes da Gama Lobo, nasceu na cidade do Recife a 29 de setembro de 1836, e falleceu na capital do Maranhão a 19 de setembro de 1871, bacharel em direito pela faculdade daquella cidade, formado em 1858. Nomeado poucos dias depois de sua formatura, promotor publico do Recife, interinamente, passou em ja- neiro do anuo seguinte a delegado de policia, cargo que também deiXou ao cabo de poucos dias por haver sido nomeado secretario do Governo do Ceará. Dahi foi removido a 27 de agosto do mesmo anno, 1859, para igual cargo no Maranhão, onde conservou-se até sua morte, ge- ralmente sentida, principalmente pelos empregados da secretaria do Governo, que já lhe tendo feito a offerta de um retrato a oleo, pe- diram permissão a sua familia para fazerem o funeral. Foi nesta pro- vincia quem mais excitou pela imprensa o patriótico enthusiasmo em desaffronta da honra na guerra cruenta do Paraguay e o principal fundador da associação emancipadora Vinte e Oito de Julho. Collaborou desde estudante em vários periódicos, como a Aurora Pernambucana, O Progresso, folha catholica, O Atheneo pernambucano e o Ensaio philosophico, á cuja associação pertencia; redigiu outros, como o - O Publicador Maranhense: jornal do commercio, administração, lavoura e industria - que antes delis era publicado e continuou depois de sua morte ; e escreveu: - O somno por A. Charma: traducção. Pernambuco, 1854, in-8°. - Metaphysica da sciencia das leis penaes por Luiz Zuppeta: tra- ducção. Recife, 1856 - São duas publicações do tempo de estudante. - Os jesuítas perante a historia. Maranhão, 1860, 280 pags. in-8°. 348 ov - índice abphabctico das leis, decretos, avisos e consultas do Con- selho de Estado sobre as assembléas provinciaes. Maranhão, 1861, in-8°. - índice alphabetico das leis, decretos e avisos relativos á incom- patibilidade na accumulação de cargos e empregos públicos. Maranhão, 1862, 95 pags. in-8°. - Direitos e deveres dos estrangeiros no Brasil. Maranhão, 1861, in-8° -O autor põe os estrangeiros, que procuram o Brasil, ao facto de todas as regalias que elles vem encontrar e também dos deveres a que ficam sujeitos pela legislação do paiz. - Discurso pronunciado por occasião da collação do gráo de ba- charel em direito - Na Aurora Pernambucana de 15 de novembro de 1858. Ovídio João Paulo de A.ndi*ade - Natural de Minas Geraes, commendador da ordem da Rosa, foi deputado á assem- bléa de sua província, onde exerceu cargos de confiança, presidiu a província do Maranhão de 1883 e 1884 e escreveu: - Arithmetica elementar para uso das escolas do primeiro gráo e adoptada pela inspectoria geral de instrucção publica de Minas Geraes, 2a edição. Rio de Janeiro, 1880, in-8° - Só vi esta edição, feita por Se- rafim Josê Alves, a qual contêm as primeiras noções de arithmetica até fraeções, numeros complexos e systema métrico. Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva - Natural da então villada Parnahyba, da capitania, depois província e hoje estado doPiauhy e nascido no ultimo quartel do século XVIII, falleceu desem- bargador aposentado da relação do Rio de Janeiro a 11 de janeiro de 1852, na villa, hoje cidade do Pirahy. Sendo estudante da universidade de Coimbra, fez parte do batalhão académico, formado por occasião de ser Portugal invadido pelas forças francezas, e sendo bacharel em leis, formado em 1811, e oppositor aos logares de lettras, foi nomeado juiz de fóra de Marianna e exerceu outros cargos, e por fim a advocacia. Cultivou a poesia e escreveu: - Poemas que ao Illm. Sr. Manoel Paes de Aragão Trigoso, vice- reitor da universidade de Coimbra, d. o. c.,etc. Coimbra, 1808, 208 pags. in-8° - Contém este livro 65 sonetos, 13 odes, 6 anacreônticas e duas epistolas e outras poesias e trechos descriptivos. Creio que houve outra edição em Lisboa, ov 349 - Ode pindarica e congratulatoria ao Principe, à Patria e á Aca- demia pela restauração do governo legitimo. Coimbra, 1808, 14 pags. in-8°. - Considerações sobre a legislação civil e criminal do Império do Brasil, causas motrizes de sua má administração e meios adequados a sanal-a, seguidos de um novo projecto de administração da justiça cri- minal e civil, e finalmente do Codigo do processo com a compendiação das datas de todas as leis, resoluções, decretos, avisos e portarias que lhe dizem respeito e que se teem publicado depois de sua apparição e adornado de notas, etc. Rio de Janeiro, 1837, 2 tomos in-4°- Este livro é ofierecido á assembléa geral legislativa. - Defesa de João Guilherme Ractclif, 10 fis. in-fol.- E' o original e se acha no Summario á que mandou proceder o desembargador e cor- regedor do crime da Côrte, em observância ao decreto de 10 de fevereiro de 1824, summario que foi apresentado na exposição de historia de 1880 por dona Joanna F. de Carvalho. O processo com a defesa foi publicado em 1872 por um illustre brasileiro, que se occultou sob o pseudonymo de Esquirôs e foi reeditado em 1889 no Rio de Janeiro. - A's saudosas cinzas do sr. João do Canto Mello, Visconde de Castro... elegia oílerecida á sua... prezada filha, a sra. Marqueza de Santos. Rio de Janeiro, 1826, in-folio. - O Amigo do Rei e da Nação. Rio de Janeiro, 1821 - E' uma pu- blicação periódica, política, que pouco viveu. - O pranto americano que a S. A. R. o Principe regente em honra das caríssimas e nunca bem pranteadas cinzas do sereníssimo sr. in- fante d. Pedro Carlos de Bourbon, almirante general junto á real pessoa, consagra, etc. Rio de Janeiro, 1812, 13 pags. in-12° - E' uma composição poética em que são interlocutores Jove, a Noite e o rio Ama- zonas. - Narração das marchas feitas pelo corpo militar académico desde 21 de março, em que sahiu de Coimbra, até 12 de maio, sua entrada no Porto. Coimbra, 1809, 25 pags. in-4°. - O patriotismo académico, consagrado ao illm. eexm. sr. d. João de Almeida de Mello e Castro, quinto Conde das Galveas, etc. Rio de Janeiro, 1812, 183 pags. in-4° - E' o trabalho precedente muito am- pliado com os feitos do corpo militar académico, etc. - Heroides de Olympia e Herculano, jovens brasileiros, ou o fri- umpho conjugal. Rio de Janeiro, 1840, in-8'1. - Ao grande e heroico Sete de Abril de 1831,hymno offerecido aos brasileiros por um patrício nato. Rio de Janeiro, 1831, l fl. in-folio. 350 T»A Faciíico d.a Fonseca - E' como assigna os seus tra- balhos, mas se chama José Pacifico da Fonseca, filho de Joaquim Donato da Fonseca e dona Graciana Florisbella Duarte da Fonseca, nascido a 27 de agosto de 1856 na cidade de Ubá, antiga província de Minas Geraes. Foi professor, por concurso, de latim e francez na cidade do seu nasci- mento, director de vários eollegios em Minas e do Anglo-Brasileiro nesta capital, onde por diversas vezes examinou na instrucção publica. Lecciona as mesmas disciplinas no lyceu de Campos, é vice-director do mesmo lyceu e da escola normal ; é socio benemerito, professor e membro do conselho da associação dos empregados do commercio de Campos. Escreveu: - Novo methodo da syntaxologia franceza em recopilação syno- ptica, resumida. Campos, 1892, 46 pags. in-8°- E' dividido em dez licções e contém novidades que não se notam nos livros recommen- dados pelo conselho da instrucção publica. Tem publicado vários tra- balhos em prosa e verso em jornaes de Minas, Campos e desta capital, e é um dos redactores do - Diário do Commercio. Campos, 1899. I*amplxilo Manuel Freire <le Cax^vixllxo- Filho de Pamphilo Manuel Freire de Carvalho e dona Josepha Maria Freire de Carvalho, nasceu na Bahia a 15 de março de 1835 e falleceu na cidade de Itaqui no Rio Grande do Sul, a 28 de junho de 1881, sendo doutor em medicina pela faculdade de sui patria, cirurgião de di- visão, capitão-tenente da armada, cavalleiro das ordens da Rosa, de Christo e de S. Bento de Aviz ; condecorado com a medalha da campanha oriental de 1865 e com a da campanha do Paraguay. Co- meçou a servir no corpo de saude do exercito, de que passou para o da armada. Escreveu: - Quaes são as principaes causas da frequência da tisica entre nós ? Deve ser banida dos recursos da arte a operação cesariana ? Qual das theorias da digestão a que parece mais razoavel e em que razões se baseará este juizo ? Dado o cada ver de um recem-nascido, dizer si nasceu vivo ou morto: these apresentada a 13 de abril de 1856, etc. Bahia, 1856, in-4° gr. - Breves considerações sobre a hygiene dos hospitaes, apresentadas pelo cirurgião de divisão da armada, etc. Rio de Janeiro, 1880, 142 pags. PA 351 in-4°, com estampas - Este livro é oíferecido aos conselheiros José Ferreira de Moura, Eduardo de Andrade Pinto e Luiz Antonio Pereira Franco. - Quaes causas de salubridade ou insalubridade dos navios encouraçados ( resposta a um quesito do chefe de saude da armada para se estabelecer um parallelo entre estes navios e os de madeira ) - No livro « Historia medico-cirurgica da esquadra brasileira nas cam. panhas do Uruguay e Paraguay», de 1864-1869, pags. 477 a 484. Pascoal Bernardino Lopes do Mattos - Vivia na época da independencia do Império na provincia de Minas Geraes, sendo presbytero secular e lente de grammatica latina na ci- dade de Marianna. Escreveu: - Oração académica que no dia da abertura de sua aula, na cidade de Marianna, em presença das principaes pessoas delia recitou, etc. Rio de Janeiro, 1821, II pags. in-4° - O autor usa da orthographia phonica, escrevendo orasão e ainda assim diz no fim deste escripto: A ortografia aqui seguida não foi com a eizasão d'o manuscrito em razão da falta de tipo competente. » Patrício Antonio cie Sepulveda Bverard - Filho de Raymundo Máximo de Miranda Everard, nasceu a 23 de julho de 1802 em Lisboa e falleceu a 22 de abril de 1876 no Rio de Ja- neiro, sendo offlcial general do exercito, reformado no posto de briga- deiro graduado a 21 de abril de 1871, official da ordem da Rosa, caval- leiro da de Aviz ecommendador da de Christo. Fez todo o curso da an- tiga escola militar e serviu sempre no imperial corpo de engenheiros de que foi commandante geral interinamente, tendo num só anno as duas primeiras promoções: a de segundo tenente a 6 de fevereiro e de primeiro tenente a 4 de junho de 1828. Grande parte da sua carreira militar foi feita em Santa Catharina, onde exerceu varias commissões de sua especialidade, das quaes deixou muitos - Relatórios, orçamentos, plantas e desenhos-Foi por muitosannos director das obras militares da côrte e fortalezas, e escreveu: - Illusão e desengano', maximas e pensamentos de um velho de Santa Cruz. Rio de Janeiro, 1859, 133 pags. in-fol. - Memória descriptiva das fortificações da provincia de Santa Ca- tharina, 1841 - O autographo de 4 fols. in-fol. acha-se no archivo militar. - Memória descriptiva de todos os proprios nacionaes do ministério da guerra, na provincia do Rio Grande e o estado em que se achavam 352 PA em novembro de 1855- O autographo de 8 íls. in-fol. acha-se no mesmo archivo. Ha do general Everard varias cartas, como: - Carta da província de Matto-Grosso e parte das confrontantes e estados limitrophes, começada a construir pelo tenente-coronel Chris- tiano Pereira de Azeredo Coutinho e capitão Umbelino Alberto do Campo Limpo, continuada, augmentada e concluida pelo coronel Pa- trício Antonio de Sepulveda Everard, major Vicente Antonio de Oli- veira e capitão José Joaquim de Lima e Silva. Lith. do archivo militar, 0m,773X0m,604. T*atricio Muniz - Filho de Francisco João Muniz e nascido na cidade do Funchal, na ilha da Madeira, a 2 de abril de 1820, falleceu cidadão brasileiro no Rio de Janeiro depois do anno de 1871. Vindo para o Brasil com sua família na idade de oito annos, aqui começou sua educação litteraria, que foi concluir na Europa, graduando-se bacharel em direito pela faculdade de Paris e doutor em theologia pela universidade de Roma, onde foi ordenado presbytero secular. Foi vigário de N. S. da Conceição de Angra dos Reis, no actual estado do Rio de Janeiro, professor de historia sagrada no seminário de S. José da antiga côrte, arcade romano com o nome de Clomenis Messeide, membro do Instituto episcopal religioso, da socie- dade Ensaio philosophico do Rio de Janeiro, etc. Escreveu: - Meditações nocturnas: poesias offerecidas por amor de Nosso Senhor Jesus Christo á sociedade de Instrucção gratuita. Rio de Ja- neiro, 1838, in-8°. - Composições poéticas offerecidas à meu muito querido pai Francisco João Muniz. Rio de Janeiro, 1839, 96 pags. in-8°. - Chronicas religiosas - no Íris, periodico de religião, bellas- artes, sciencias, lettras, historia, poesias, romances e variedades, etc. - Redigido por José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha. Rio de Janeiro, 1848-1849. - Theoria da afHrmação pura. Rio de Janeiro, 1863, in-8°. - Reflexões sobre a carta do Sr. Alexandre Herculano. Rio de Janeiro, 1866, 70 pags. in-8° - Refere-se a carta sobre o casamento civil, publicada no Jornal do Commercio de Lisboa de 1 de dezembro de 1865 e no anno seguinte em avulso, dando motivo a vários opusculos, memórias e artigos em jornaes. ( Veja-se Innocencio da Silva, tomo 9°, pag. 182. ) - Exéquias do Sr. D. Miguel de Bragança no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1857, in-8°. T*A. 353 - Sermões (tres) prégados na festa de Sant'Anna em sua egreja, nos annos de 1848, 1849 e 1850 - São sermões que fornecem um corpo de doutrina catholica a respeito da mulher nas diversas posições sociaes. - Sermão sobre a piedade de Nossa Senhora, prégado na egreja de Santa Cruz dos Militares do Rio de Janeiro em presença de SS. MM. II. Rio de Janeiro, 1860, 26 pags. in-8°. - Oração fúnebre de S. M. F. el-Rei D. Pedro V. recitada nas exequias que fizeram celebrar os portuguezes da freguezia do SanPAnna do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1862, 21 pags. in-8° - Redigiu: - A Religião : periodico religioso e político. Rio de Janeiro, 1848- 1851, 3 volumes in-4°- Este periodico, redigiu com o padre dr. Manuel Joaquim de Miranda Rego e depois: - A Tribuna catholica. Rio de Janeiro, 1851-1853 - Foi prin- cipal redactor deste periodico o conego Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro, de quem já occupei-me. Fr. Batricio de Santa Maria - Filho do cirur- gião-mór Francisco Lourenço Rodrigues e dona Maria Alvares e irmão de Bartholomeu Lourenço de Gusmão, o voador, de Alexandre de Gusmão, do padre Ignacio Rodrigues e de frei João Alvares de Santa Maria, mencionados neste livro, nasceu em Santos, no anno de 1690 e falleceu depois do meiado do século 18°. Muito joven, vestiu o burel de S. Francisco, em cuja ordem professou e recebeu as sagradas ordens. Estudou o curso de theologia, em que formou-se, na facul- dade de Pisa; dahi passou á Asia, por onde viajou, visitando também Jerusalém. Além de diversas - Obras de controvérsia religiosa, que deixou inedictas e se es- traviaram provavelmente, escreveu: - Mel de petraSS. Sepulchri Domini Nostri, etc. Lisboa, 1742. - Elenchus ceremoniarum terrae sanctre, in quo non solum Ritus toti ecclesise communes enucleantur, imo et particulares, qui san- ctuariorum gratia per frates minores peraguntur. Olysipone, 1757, in-4°. faixlino <le Almeida Brito - Filho de Paulino de Almeida, nasceu na então província do Amazonas a 9 de abril de 1859, e formado em direito pela faculdade do Recife, exerce o magistério 354 publico na capital do Parã, como lente da escola normal, e é advogado. Escreveu: - Noites em claro. Pará, 1888, in-8°- Sob o titulo de Tentativas litterarias publicou mais os dous seguintes trabalhos: - O homem das serenatas: romance. - Por causa de uma loucura: romance - Nunca os vi. - Grammatica primaria. Pará, 1899 - Foi mandada adoptar nas escolas da instrucção publica do estado - Redige : - O Anjo do larx revista. Belém, 1899 - com dona Esmeralda Cervantes. Paulino Oil da Costa Brandão- Filho de Manuel Balbino da Costa Brandão e nascido na Bahia pelo anno de 1850, ahi falleceu na cidade da Cachoeira a 18 de junho de 1881. Era doutor em medicina pela faculdade de sua província e escreveu: - Da influencia da syphilis sobre a marcha da prenhez; Morte súbita durante o parto e immediatamente depois delle ; Do emprego das preparações narcóticas na clinica das moléstias syphiliticas ; Como reconhecer-se que houve aborto em um caso medico-legal ? these que sustenta, etc. para doutorar-se em medicina... Bahia, 1872, in-40 gr. - Foi um dos redactores do - Horisonte: periodico republicano. Bahia, 1872 - Publicou em jornaes e deixou inéditas muitas - Poesias- ricas de inspirações. I*:iulin.o José Soares de Souza, 1" - Visconde de Uruguay - Filho do physico-mór dr. José Antonio Soares de Souza e dona Antonia Magdalena Soares de Souza, nasceu em Paris a 4 de outubro de 1807 e falleceu no Rio de Janeiro a 15 de julho de 1866. Do Maranhão, onde fez sua primeira educação, foi á Coimbra, em cuja universidade cursou as aulas de direito, atéjo quarto anno sómente, por se fechar a universidade em consequência da revolução miguelista. Vindo então cursar o quinto anno e formando-se em S. Paulo, entrou na carreira da magistratura com o logar de juiz municipal dessa ci- dade, donde passou á côrte como juiz de direito. Foi deputado pelo Rio de Janeiro em varias legislaturas, desde 1837, senador do Império em 1849; ministro de estado por cinco vezes, occupando em dous ga- binetes a pasta da justiça e nos outros a de estrangeiros ; encarregado de missão especial na França, relativamente á questão de limites com a Guyana e estreou na politica do paiz, administrando esta província em 1836. Era grande do Império; do conselho de sua magestade o 355 Imperador ; conselheiro de estado ; socio do Instituto historico e geo- graphico e da sociedade Auxiliadora da industria nacional, do Instituto historico do Rio da Prata, da Academia britannica de sciencias, artes e industria, da academia tiberina de Roma, da sociedade zoologica de acclimação de Pariz e da sociedade Animadora das sciencias, lettras e artes de Dunkerque ; official da ordem do Cruzeiro, grã-cruz da ordem da Rosa, da ordem napolitana de S. Januario, da ordem portugueza de Christo, da ordem austríaca da Corôa de Ferro e da ordem dina- marqueza de Danebrog. Escreveu: - Codigo do processo criminal de primeira instancia para o Im- pério do Brazil com annotações, nas quaes se notam os artigos que foram revogados, ampliados ou alterados; seguido da disposição pro- visória acerca da administração da justiça civil e da lei de 13 de dezembro de 1841, que reforma o mesmo codigo. Rio de Janeiro, 1842, in-8°. - Projecto do Codigo criminal por uma commissão composta do Visconde do Uruguay, João P. dos Santos Barretto e M. Felisardo de Souza e Mello. Rio de Janeiro, 1861, in-4°. - Administração local. Projecto apresentado á camara dos Srs. deputados na sessão de 19 de julho de 1869 pelo ministro do Império. Rio de Janeiro, 1869, in-8°. - Tratado jurídico das pessoas honradas, escripto segundo a legis- lação vigente á morte de el-rei d. João VI. Lisboa, 1851, in-8°. - Ensaio sobre o direito administrativo com referencia ao estado e instituições peculiares do Brasil. Rio de Janeiro, 1862, 2 vols. in-8°. - Estudos práticos sobre a administração das províncias do Brasil. Rio de Janeiro, 1865, 2 vols. in-8° - O autor tencionava continuar a escrever sobre esse assumpto quando falleceu. - Discursos proferidos na camara dos srs. deputados nas sessões de 23 de janeiro e 7 de fevereiro de 1843. Rio de Janeiro, 1843, 54 pags. in-8°. - Tres discursos do ministro dos negocios estrangeiros. Rio da Janeiro, 1852, 108 pags. in-4° - Foram proferidos, um na camara dos deputados e dous no senado. - Resposta ao Marquez de Olinda sobre um projecto para melhor organisar as administrações provinciaes. Rio de Janeiro, 1858, in-4°. - Limites com a Guyana franceza: protocollo sobre a respectiva negociação em 1856-Foi impresso em annexo ao relatorio do mi- nistério dos estrangeiros, de 1857. Representava o Visconde de Uruguay o Brasil, e mr. U. de Butenval a França. 356 1'A. - Relatorio do presidente da província do Rio de Janeiro na aber- tura da 2a sessão da 2a legislatura da assembléa provincial, acompanhado do orçamento para a receita e despeza de 1839 a 1840. 2a edição. Nitheroy, 1851, in-8°. - Relatorio da repartição dos negocios da justiça, apresentado á assembléa geral legislativa, etc. Rio de Janeiro, 1841 e 1843, 2 vols. in-8°. - Relatorio da repartição dos negocios estrangeiros, apresentado, etc. Rio de Janeiro, 1850 a 1853, 4 vols. in-4°. Paulino José Soares <le Souza, 2d - Filho do pre- cedente e nascido em Itaborahy, Rio de Janeiro, a 21 de abril de 1834 o bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, fez uma excursão por Pariz e Londres accompanhando seu pai na missão de que era este encarregado. Foi deputado provincial e geral em varias legislaturas do Império e por ultimo senador e occupou no gabinete de 16 de julho de 1868 a pasta dos negocios do Império. Era do conselho do Imperador D. Pedro II, membro do conselho de estado, cavalleiro da ordem turca do Medjidié. Actualmenie é director da companhia brasileira Torrens e provedor da santa casa da Misericórdia. Escreveu, além do relatorio da pasta que occupou: - Questão bancaria: discurso proferido na camara dos Srs. de- putados na sessão de 2 de julho de 1859. Rio de Janeiro, 1859, 12 pags. in-4°. - Proposta do governo para operações de credito e emissão do papel-moeda: discursos proferidos na camara dos deputados. Rio de Janeiro, 1867, 32 pags., in-fol. de duas columnas. - A proposta do governo relativa ao elemento servil: discurso proferido na sessão de 23 de agosto de 1871. Rio de Janeiro, 1871, 62 pags. in-8°. - Discussão do orçamento do ministério do Império: discursos proferidos no senado nas sessões de 26, 29 e 31 de agosto e 1 de se- tembro de 1870. Rio de Janeiro, 1870, in-fol. - Interpretação do acto addicional e parecer das commissões re- unidas das asseinbléas provinciaese de constituição e poderes da camara dos Srs. deputados, apresentado em sesáão de 19 de setembro de 1870 sobre o projecto de lei de interpretação do acto addlcibnal, oíferecido pelo etc., ministro do Império. Rio de Janeiro* 1870, in-8°. - Reforma eleitoral: projecto apresentado à camara dos Srs. dê- putados na sessão de 22 de julho de 1870. Rio de Janeiro, 1870, in-4°. PA 357 - Instrucção publica: projecto apresentado á camara dos Srs. de- putados em sessão de 6 de agosto de 1870. Rio de Janeiro, 1870,24 pags. in-4°. - Discursos que em defesa das prerogativas da camara dos de- putados proferiu nas sessões de 4 e 7 de agosto de 1873. Rio de Ja- neiro, 1873. - Administração local: projecto apresentado á camara dos depu- tados em 1869 pelo ministro do Império, etc. Rio de Janeiro, 1887 - E' uma segunda edição da proposta do projecto, com vários projectos apresentados ao parlamento, em appendice. Pitnlino Martins Pacheco - Filho de João Raphael Leite Pacheco e dona Eulalia Martins Pacheco, nasceu no Rio de Janeiro a 2 de agosto de 1844. Começando sua educação litteraria na academia de marinha e tendo feito parte do curso da escola, polytechnica, serviu na secretaria de estado dos negocios da fazenda ; mas, com tendencia para o magistério e exercendo-o particularmente, foi pro- fessor por concurso de calligraphia e desenho linear do Instituto com- mercial, donde passou, por extincção deste, para a escola normal em sua creação. Restabelecendo-se no regimen republicano aquelle insti- tuto, tornou á sua antiga cadeira em que se conserva. Foi também professor de desenho do antigo collegio Pedro II, hoje gymnasio nacional. Foi um dos fundadores da escola normal livre, etc. Escreveu: - Elementos de desenho linear, organisados sob os trabalhos dos melhores autores. Rio de Janeiro, 1881, in-8° - Este livro teve segunda edição no anno seguinte, de 1882, e foi adoptado pelos primeiros col- legios e estabelecimentos de instrucção. - Desenho linear com applicação á industria e á architectura. Rio de Janeiro, 1881, in-8°. - Album calligraphico. Rio de Janeiro, 1887, in-8° - Teve se- gunda edição em 1888. - Algumas lições de calligraphia, dadas aos alumnos da escola normal. Rio de Janeiro (sem data), in-4°. - Breve noticia sobre a escola normal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1895, 30 pags. in-4° - Servia então o autor como secretario da mesma escola. Faulino JNogrueira Horgfes da Fonseca - Filho de Francisco Xavier Nogueira e nascido na cidade da Fortaleza, ca- pital do Ceará, a 27 de fevereiro de 1841, fazendo o curso de direito da faculdade do Recife, ahi recebeu o gráo de bacharel em 1862, foi 358 promotor publico, mas, dedicando-se ao magistério, foi por longos annos lente do lycêo litterario de sua província. Administrou essa provincia como seu vice-presidente, foi deputado provincial em vários biennios c geral na decima quinta legislatura. E' socio do Instituto historico e geographico brasileiro, socio e fundador do Instituto historico do Ceará, etc. Escreveu vários trabalhos, dos quaes só posso dar: - Presidentes do Ceará desde a independencia do Império - Na Constituição, folha política, commercial e noticiosa do Ceará, 1883- 1884 - Na Revista do Instituto historico e geographico brasileiro e na Revista de Instituto historico do Ceará, tomo 4°, pag. 43 e tomos seguintes. 0 dr. G. Studart na sua historia do Ceará, publicada em 1884, chama de parcial o dr. Paulino Nogueira por só achar «phrases encomiásticas, palavras de elogio para os presidentes do credo conser- vador e azedume para os seus adversários » e então faz algumas rectiflcações a esse trabalho. - Vocabulário indígena em uso no Ceará - Foi offerecido ao Instituto historico o manuscripto de 413 pags. como titulo á sua admissão no Instituto com a - Execução de Pinto Madeira perante a historia - Foi publicada na Revista trimensal do Instituto, tomo 50°, pags. 125 a 212. A.ntonio <Io Aralle- Filho de Luiz Antonio do Valle Quaresma e dona Maria Lourença Coitinho do Valle, nasceu na província de S. Paulo a 25 de janeiro de 1824 e falleceu a 9 de outubro de 1886, sendo bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de sua província, formado em 1848, graduado doutor em 1860 e lente de rhetorica do curso annexo á mesma faculdade, no qual também lec- cionou mathematicas. Cultivou as lettras amenas e compoz vários dramas e muitas poesias de que nunca publicou collecção, apezar de reunil-as em 1852 á instancia de alguns amigos para dal-as ao prélo. Além de um - Compendio de rhetorica - que escreveu e nunca foi impresso, e de outras obras, talvez, ha delle o seguinte: - Theses para obter o gráo de doutor. S. Paulo, 1860, 10 pags. in-8°. - Dissertação para obter o gráo de doutor. S. Paulo, 1860, 14 pags. in-8°- 0 ponto é este: A divisão das pessoas em nobres de diversas jerarchias e plebeos, consagrada pelo direito civil portuguez, das Or- denações, subsiste entre nós ? No caso afflrmativo, quaes as leis que a adoptaram ? E as isenções e privilégios, [de que gosam os nobres, são I'A 359 justificadas pela publica utilidade e conciliáveis com o art. 179, §§ 13 e 16 da constituição do Império ? - Amador Bueno: drama historico - Não foi publicado ; sei que foi a estréa do dr. Valle nesse genero de litteratura, em 1842, escripto muito antes de F. A. de Varnhagem escrever seu drama épico, his- torico-americano com o mesmo titulo, publicado em Lisboa em 1847. - Caetaninho ou o tempo colonial: drama historico-brasileiro em tres actos. S. Paulo, 1849, 87 pags. in-8°- Foi antes representado, a 2 de outubro de 1848, no theatro dessa cidade. - O capitão Leme ou a palavra de honra: drama em tres actos. S. Paulo, 1851, 88 pags. in-8°. - Ensaios dramáticos: Caetaninho ou o tempo colonial; o Capitão Leme ou a palavra de honra; As Feiras de Pilatos. S. Paulo.... - O mundo á parte : drama em tres actos. S. Paulo, 1858, VIII~ 75 pags. in-8°. - Historia da Independencia. As testemunhas do Ypiranga. São Paulo, 1854, 7 pags. in-8°. - Legenda do Ypiranga. fragmento historico. S. Paulo, 1874, in-8°. - Saudades e consolações : poesias de Paulo Antonio de Valle, e Balthazar da Silva Carneiro. Santos, 1861, in-4°. - Pa^n tso académico paulistano: collecção e producções de aca- démicos da Academia de S. Paulo desde sua fundação até o presente. Parte Ia. S. Paulo, 1881, in-4° - São poesias de académicos com as noticias biographicas dos autores, e introducção pelo dr. Couto de Ma- galhães. Este, em sua Revista da Academia, impressa em S. Paulo, 1859, dá o fragmento de uma poesia do dr. Paulo do Valle e menciona outra poesia deste, isto é: - A Ave-Maria na Parnahyba, pags. 293 a 296 - O dr. Paulo Valle, finalmente, se occupava desde 1862 de um trabalho de folego que nos teria legado, si a morte o não roubasse tão ceJo; é esse trabalho a - Historia do Ypiranga ou historia política de 1822-1823 - de que publicou em periódicos alguns trechos. Collaborou finalmente para vários jornaes e redigiu: - O Meteoro. S. Paulo I*au.Io Cavalcante Pessoa de Lacerda - Filho de Carlos Ribeiro Pereira de Lacerda e dona Joaquina Cavalcante 360 PA Pessoa de Lacerda, nasceu no actual estado da Parahyba, a 24 de agosto de 1854, é doutor em medicina pela faculdade da Bahia, medico legista da policia da capital federal e capitão honorário do exercito. Fez o curso medico na Bahia até o quarto anno e veio concluil-o no Rio de Janeiro, sendo da turma de doutorandos que daqui foi á Bahia receber o gráo em 1880. Escreveu: - Das casas de expostos. Haverá conveniência em manter-se o uso das rodas ? Valor da docimasia pulmonar nas investigações medico-legaes. Placenta, seu desenvolvimento. Febre amarella : these apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro, defendida e approvada com distincção em 10 de janeiro de 1880 perante a faculdade de medicina da Bahia. Rio de Janeiro, 1879, 109 pags. in-4°. - Projecto de constituição para o Estado da Parahyba do Norte. S. Paulo, 1890, in-8° - Na introducção do livro, o autor mostra-se contrario ao governo dictatorial e pugna pela necessidade urgente de um governo constituído pela sancção das urnas populares. - Confetti políticos. S. Paulo, 1895, in-8° - Refere-se o autor á ipolitica do Brasil a partir do dia 15 de novembro de 1889 e faz apre- ciações sobre alguns factos. - Relatorio da commissão geographica e geologica do estado de S. Paulo. Ensaio para uma synonymia dos nomes populares das plantas ndigenas deste estado por Alberto Lofgren - Nunca vi este escripto. Na imprensa periódica redigiu : - O Monitor. Parahyba - Jornal da Parahyba. Parahyba.... Pilulo Cirno Maia - Natural do Rio de Janeiro e nascido a 28 de janeiro de 1880, é engenheiro, professor da escola polytechnica e escreveu: - Estradas de ferro, obras de arte e orçamentos. Rio de Janeiro, 1898 - Contém este livro grande numero de importantes plantas e traçados e um vocabulário completo dos termos technicos usados em estereotomia. Paulo Eiró - Nascido pelo anno de 1838 em Santo Amaro, pequena povoação nos suburbios da capital de S. Paulo, falleceu no hospício de alienados de sua provincia, em maio de 1871. Depois de ter frequentado a faculdade de direito de S. Paulo até o segundo anno, entrou para o seminário episcopal, onde permaneceu alguns mezes, 361 apenas, por causa da affecção mental, de que veio a fallecer. Escreveu: - Sangue limpo-, drama. S. Paulo, 1855 - Este desventurado moço foi poeta de bella inspiração; mas suas poesias ficaram esparsas e quasi todas inéditas. Delias vi as seguintes: - Indianna. A' minha afilhada-, soneto- Louco -Estancias à minha mãe - Derradeiro voto-, soneto -A barra de Santos - Beijo de mãe -•' A' uma creança - Volta á Deus - O Peregrino Estas composições estão publicadas nos Almanaks de S. Paulo de J. M. Lisboa, até o anno de 1881, mas as duas ultimas no Almanak popular brasileiro de Pelotas para 1900. Creio que ellas fazem parte dos tres livros de poesias inéditas sob as epigraphes: - Primícias poéticas. - Tetéas. - Lyra e mocidade. Paulo Egrydio do Oliveira Carvalho - Nas- cido em S. Paulo a 22 de setembro de 1844 e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade dessa província, formado em 1865, é advogado e foi eleito senador estadoal em 1898. Escreveu: - Banco de credito real de S. Paulo, S. Paulo 1898, in-80- E' uma segunda edição de uma serie de artigos com este titulo publicados no Correio Paulistano. - Do estudo da sociologia como base do estudo de direito. Rio de Janeiro, 1898, in-8°. - Do conceito scientiíico das leis sociologicas. S. Paulo, 1898, 238 pags. in-8° - E' um trabalho sobre sociologia que assaz se recom- menda, não só por sua nova systematisação, como também pela pessoa que o escreveu. Ferrand - Nascido na França a 15 do agosto de 1855, falleceu a 18 de julho de 1895, brasileiro, casado com uma senhora de distincta familia de Ouro Preto e conceituado professor da escola de Minas desta cidade. Era formado em sciencias physicas e mathematicas e escreveu: - L'Or a Minas Geraes. Ouro Preto (?) dous volumes - Não vi esta obra; dá noticia delia o autor das Ephemerides mineiras, accres- centando que ha deste autor acerca de - Mineralogia, explorações industriaes, e outros assumptos pe- culiares a seus estudos profissionaes, trabalhos publicados em livros, opusculos e revistas scientiflcas pacionaes e estrangeiras. 362 PA bailio José <le Mello <le Azevedo e Tirito - Natural da Bahia e nascido no anno de 1779, falleceu no Rio de Ja- neiro a 25 de setembro de 1848. Era bacharel em direito pela uni- versidade de Coimbra, senador do Império pela provincia do Rio Grande do Norte por escolha de 13 de setembro de 1845, veador de sua magestade a Imperatriz e commendador da ordem de Christo. Foi o vice-presidente da primeira junta provisória do governo de sua provincia na eleição de 10 de fevereiro de 1821 ; administrou depois a mesma provincia e representou-a na 3a legislatura geral de 1834 a 1837. Foi poeta applaudido e elogiado por vultos da altura de Filinto Elysio, mas de excessiva modéstia. Delle disse o doutor Macedo: « In- telligencia feliz e brilhante, homem de merecimento distincto, litterato e poeta estimado pelos seus contemporâneos, applaudido e altamente elogiado por elles, com lisonjeiro e animador horisonte aberto em su- perior gráo administrativo e na mais elevada posição, no senado do Império, ou por desidia reprehensivel, ou por modéstia excessiva, ou por systema adoptado de abstenção e de concentrada vida que foi no- civa á gloria da patria - fraca e incompletissima lembrança deixou de seu nome que direitos tinha a perpetuar-se esplendido. Foi no seu tempo grande homem que condemnou-se a affigurar-se pequeno na memória dos povos». Do pouco, que publicou, mencionarei: - Elogio poético ao ill.mo e ex.rao sr. Conde dos Arcos - Acha-se na « Relação das festas que ao iH.m° e ex.m°. sr. d. Marcos de Noronha e Brito, Conde dos Arcos, etc. deram os subscriptores da praça do com- mercio aos 6 de setembro de 1817 ». Bahia, 1817, 64 pags. in-4°. - Epithalamio seguido de tres elogios. Rio de Janeiro, 1844, 51 pags. in-8° - No epithalamio celebra o autor o consorcio do Impe- rador d. Pedro II, e nos elogios os anniversarios de seus augustos pa avô. - Epistola - No Paraiso luzitano tomo 5o. - Ode Saphica, escripta em 1797 - No Guanabara, tomo Io, n. 1, dezembro de 1849, pag. 35. - Epistola. OJcirio- No Parnaso brasileiro de J. M. Pereira da Silva, tomo 2°, 1845, pags. 227 a 236. - Gloza ao mote dado por d. Pedro I : « Em linda marinha concha Vai Neptuno mui taful De calças pretas estreitas E sobrecasaca azul». I?A. 363 Vi publicadas as quatro decimas desta gloza, ou nos Clássicos e ro- mânticos de F. Muniz Barreto, ou num volume do doutor Bonifácio de Abreu. Quer este, quer aquelle glozaram o mesmo mote. - Carta de um membro dei patriótica junta do governo provisorio da província da Bahia, com um appendice. Lisboa, 1822, 76 pags. in-4°. - Requerimento que ã augusta assembléa geral legislativa do Império do Brasil levou, queixando-se do procedimento arbitrário e illegal, havido com elle no collegio eleitoral desta cidade ( Bahia ) e que serve de justificação de seu comportamento civico que seus emulos pretendem manchar. Bahia, 1828, 50 pags. in-4° - Foi publi- cado por um sobrinho do autor. José Miguel <le Brito - Creio que nasceu em Santa Catharina, só ofconheço pelo^seguinte trabalho seu: - Memória política sobre a capitania de Santa Catharina, escripta no Rio de Janeiro no anno de 1816. Lisboa, 1829, in-4°. Paulo José Pereira - Filho de Cândido Pereira do Nascimento, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 22 de novembro de 1822. Com praça no exercito em 1842 e reformado no posto de co- ronel do corpo de engenheiros em 1878, falleceu no Rio de Janeiro a 6 de maio de 1893. Servia como offlcial technicona repartição do quartel- mestre general e era cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz e con- decorado com a medalha da campanha do Paraguay. Escreveu: - Immigração e colonisação: Proposta apresentada ao governo imperial para a incorporação da imperial companhia colonisadora Pedro II. Rio de Janeiro, 1872, 48 pags. in-4° - Precede este trabalho o contracto celebrado entre o governo imperial e o bacharel Bento José da Costa paraintroducção e estabelecimento, no norte do Império, de immigrantes e colonos europeus, extrahido do Diário do Rio de Janeiro n. 319, de 20 de novembro de 1871. - Fortificação e quartel de Caçapava. Noticia ou exposição do major, etc. em 1852. Porto Alegre, 31 de [março de 1852.- O auto- grapho de 9 folhs. in-fol. pertence ao Archivo militar. - Elementos de historia militar do Brasil, colligidos pelo tenente- coronel, etc.- O autographo de 8 quadernos in-fol. pertence ao Insti- tuto historico e geographico brasileiro. Paulo Marques cie Oliveira, - Filho de Paulo Marques de Oliveira e dona Antonia Bernardina de Oliveira, nasceu na cidade de Pelotas, do Rio Grande do Sul, a 13 de outubro de 1857 364 1*^ e falleceu no Rio de Janeiro em 1884, com 27 apnos incompletos. xMuito joven, entregou-se ao cojnmercio das muzas, publicando varias poesias que eram lijlas com applausos, dedicou-se com ardor ás lettras e es- creveu : - Aliysa : romance. Rio de Janeiro, 1880, in-8°. - Verdadeiros mysterios do Rio de Janeiro: romance brasileiro. Rio de Janeiro, 1880, in-8°. - Venus ou o dinheiro : romance brasileiro. Pelotas, 1885, 175 pags. in-8° - Foi publicado antes, em vida do autor, no Onze de Julho de Pelotas, em folhetim nos mezes de setembro, outubro e novembro de 1881, e agora é precedido de uma noticia do mesmo autor, escripta por Francisco de Paula Pires, de quem já fiz menção, e de um juizo critico pelo jornalista Albino Costa, publicado no Jornal daquella cidade por occasião de uma polemica relativa ao mérito do romance. - A canalha : romance - Ficou inédito na bibliotheca publica de Pelotas á que o autor o doara para dal-o á publicidade com todo o pro- ducto da venda. - Por causa de um chapèo de sol : comedia levada á scena no theatro de Pelotas, a 17 de dezembro de 1881 - Não me consta que fosse publicada, assim como outras peças para theatro que, segundo estou informado, escreveu no Rio de Janeiro e apresentou ao Conser- vatório dramatico. Fez parte da redacção dos seguintes periódicos : - Tribuna Litteraria. Pelotas... - Revista da Sociedade Phenix Litteraria. Rio de Janeiro, 1878 - 1879, in-4°. - Tribuna do Commercio : orgão da colonia portugueza no Brasil. Rio de Janeiro, 1880, in-fol. Faulo T*into Autp Rangel - Filho de José An- tonio Marques, nasceu a 12 de setembro de 1844 na então província de S. Paulo. Com praça em 1864, fez o curso das armas de arti- lharia e infantaria e reformou-se em 1885 no posto de capitão, tendo feito a campanha do Paraguay. E' cavalleiro da ordem da Rosa e condecorado com a medalha de prata - Constância e Valor - conce- dida aos que combateram em Matto Grosso e com a argentina da mesma campanha. Escreveu: - Considerações sobre a organisação da arma de infantaria em batalhões de oito e mais companhias e corpos de quatro. S. Paulo' 1881, in-8° - E'escripto com A. G. da Silva Bueno. I»A. 365 Paulo Porto-A-lés^re - Filho de Manuel de Araújo Porto-Alegre, Barão de Santo Angelo, de quem já me occupei, nascido no Rio de Janeiro a 24 de julho de 1842, começou sua educação litte- raria no collegio Pedro II, de onde passou á faculdade de philosophia da universidade de Berlim, ahi frequentando os cursos de sciencias naturaes dos mais notáveis professores; matriculou-se depois na universidade de Heídelberg, onde praticou a endiometria e outros estudos chimicos sob a direcção e como auxiliar dos trabalhos no laboratorio do eminente chimico e physico Roberto Bunsén. Nomeado em 1877 vice-consul do Brasil em Lisboa, em 1879 passou a occupar d logar de cônsul por enfermidade e subsequente fallecimento do encar- regado do consulado geral. E' membro honorário do circulo consular da Bélgica, da academia africana de Turim, da academia das sciencias de Lisboa e de outras associações de sciencias e lettras, e escreveu: - Do acido carbonico, sua influencia e applicações nas artes, na industria e na sciencia - Este traoalho serviu-lhe de titulo para ser membro da academia das sciencias de Lisboa. - Monographia do café: historia, cultura e producção. Lisboa, 1867, in-8° - E' [offerecido ao Imperador d. Pedro II. Tenho aponta- mentos de ser este livro publicado em Lisboa, 1879, 541 pags. in-81' e é desta data o exemplar do Senado. ; , -Docimasia pratica, originalmente escripta em allemão e hoje traduzida para o portuguez. - Guia para a analyse mineral quantitativa. - Manual de siderotechnia. i - A siderotechnia na exposição universal de 1867, em Pariz. - O cacaueiro, sua origem e cultura no Brasil, colonias europeas e continente americano - Estas obras tinha o autor promptas para publicar, ha annos ; não as vi porém impressas. I*aulo Salles - E' um brasileiro de quem não pude obter noticia alguma. Sei apenas que, de caracter pouco expansivo, reser- vado, viveu algum tempo no Rio de Janeiro, pelo menos em quanto publicou algumas obras, na casa Garnier. Escreveu : - A cultura das abelhas: tratado praticoe completo de agricultura, contendo regras e conselhos sobre todos os conhecimentos necessários ã cultura das abelhas, seu tratamento, aproveitamento do mel, da cera, etc. Rio de Janeiro, 1886, in-8°. - Manual do gallinheiro : arte de melhorar e tratar das gallinhas e mais aves domesticas, contendo regras e conselhos sobre o cruzamento das raças, e descripção, construcção e hygiene do gallinheiro, moléstias 366 PA e seu tratamento, etc. Rio de Janeiro, 1887, in-8° com gravuras e um tratado sobre os pombos. - Tratado completo sobre o porco, sua origem e utilidade, raças, criação e engorda pelos systemas modernos, e seu tratamento; se- guido da criação dos coelhos edos differentes modos de accommodar a carne aos paladares mais delicados e de noticias sobre a anta, a ca- pivara, a paca, a cotia e o porquinho da índia ; acompanhado do charqueteiro nacional ou arte de fazer numerosos preparados e con" servas da carne de porco, taes como o presunto, salsichas, murcella, lingua e queixo de porco, salames, etc. Rio de Janeiro, 1887, in-8°. - O jardineiro brasileiro : livro proprio para as pessoas que qui- zerem ter noções de-agricultura. Rio de Janeiro... com gravuras - Esse livro teve sexta edição em 1895, 397 pags. in-8°. - Cozinheiro nacional. Pariz ( sem data, mas de 1899), 498 pags. in-8°. Quinta edição melhorada. - Doceiro nacional. Pariz (sem data, mas de 1899), 339 pags. in-8°. Sétima edição melhorada e ornada com numerosas estampas. Fr. Paulo de Santa Calh-iiriíia-Filho de dom Felippe de Moura e dona Genebra Cavalcante, nasceu em Olinda no anno de 1609 e falleceu a 3 de fevereiro de 1693. Chamado no sé- culo Paulo de Moura, casou-se na idade de 20 annos com sua prima dona Brites de Mello, que falleceu dous annos depois, deixando uma filha que foi bisavó do Marquez de Pombal. Ao golpe profundíssimo que soffreu o esposo, procurou elle allivio na religião do Calvario, professando na ordem Seraphica de S. Francisco a 19 de fevereiro de 1632. Em Lisboa, para onde se havia retirado, foi pouco depois eleito guardião e em 1662 provincial. Foi um sacerdote de raras virtudes e de seus sermões só publicou: - Sermão das chagas de Christo, prégado no mosteiro de Lorvão a 23 de outubro de 1661. Coimbra, 1662, in-4° - Este sermão foi de novo impresso em Coimbra, 1671. T*a,vilo Theotonio Alíirques - Filho de Procopio Theo- tonio Marques, nasceu na Bahia a 10 de janeiro de 1845 e ahi falleceu na cidade da Cachoeira a 23 de março de 1880. Doutor em medicina pela faculdade da então província de seu nascimento, foi assiduo col- laborador da imprensa académica de seu tempo e escreveu: - Os Epicurianos ou a ultima noite. Bahia, 1869, in-8° - Era o autor estudante. I*E 367 - Influencia, do celibato sobre a saude do homem ; Vinhos medi- cinaes; Asphyxia dos recem-nascidos, suas causas, fôrmas, diagnostico e tratamento; Acclimação: these apresentada, etc., para obter o grão de doutor em medicina. Bahia. 1870, in-4° gr. Fausilippo da Fonseca - E' um autor novo que não conheço, senão pela noticia, que li na imprensa do dia, da seguinte obra sua: - Contos para crianças. Rio de Janeiro, 1900 - E' seu segundo ensaio, diz essa imprensa. I>. Pedro I do Brasil e IV de Portugal e antes disto Duque de Bragança - Filho do rei d. João VI, de Portugal, e da rainha dona Cario ta Joaquina, nasceu no paço de Queluz, em Lisboa, a 12 de outubro de 1798, e ahi falleceu a 24 de setembro de 1834, no mesmo paço e no mesmo aposento. Vindo para o Brasil em 1807 com toda a real familia portugueza por causa dos movimentos politicos da Europa e regressando sua familia, aqui ficou como regente, sempre lutando pelo engrandecimento do Brasil que elle amava como sua patria. Já fazia parte da conspiração de Gonçalves Ledo, J. da Cunha Barbosa e outros para nossa independencia em vista dos decretos das cortes portuguezas, absurdos, retrógrados e affrontosos para os brasileiros e da insolência e audacia da divisão auxiliadora sob o com- inando de Jorge de Avillez e da do general Madeira na Bahia, quando foi a S. Paulo com o fim de acalmar manifestações contrarias á sua acclamação de defensor perpetuo do Brasil, feita pelo senado da Camara do Rio de Janeiro. Alli na margem do Ypiranga, a 7 de abril de 1822, recebeu novos despachos de Portugal; parando os leu e tão vehcmente- mente impressionado ficou, que, levantando o braço direito e tirando o chapéo, soltou com o mais energico enthusiasmo o brado « Indepen- dência ou morte» que do Amazonas ao Prata repercutiu. Acclamado a 12 de outubro Imperador constitucional e defensor perpetuo do Brasil, foi solemnemente sagrado e coroado a 1 de dezembro do mesmo anno, sendo installada a assembléa constituinte a 3 de maio do anno seguinte. Desde esse momento, si ainda mais era possivel, elle dedicou-se á sua patria adoptiva. Já na regencia lutou com sérios embaraços e os venceu. E' assim que, achando-se em lastimoso estado o thesouro e o banco do Brasil, elle reduziu sua mesada a pouco mais de um conto de réis, dimi- nuiu quatrocentos contos nas despezas da ucharia e cedeu o paço da cidade para as secretarias dos ministérios e para varias repartições que funccionavam em casas alugadas. Muito mais avançou o Brasil nos dez 368 pe annosde seu reinado, do que nos tres séculos anteriores. E' possível que d. Pedro I tivesse erros, mas tinha também grandes virtudes. Para dissolução da constituinte e do primeiro ministério, cujo mi- nistro da guerra n'um de seus primeiros actos offendera a susceptibi- lidade nacional, favorecendo no exercito o elemento portuguez, elle teve de certo razão. A creação do conselho de estado após aquella dis- solução, prova que o Imperador não queria o poder absoluto. Sua ab- dicação ao throno do Brasil, porque se recusava elle a reintegrar um ministério demittido, declarando ser isso contra sua honra e contra a constituição e concluindo «antes abdicar, antes a morte», foi ainda um acto que revela seu amor ao Brasil, porque isso traria a guerra civil, o derramamento de sangue brasileiro. Essa abdicação elle es- creveu chorando, e chorando disse ao mensageiro: «Aqui tem a minha abdicação, estimo que sejam felizes. Eu me retiro para a Europa e deixo um paiz que tanto amei e ainda amo.» Nomeando tutor para seus filhos, sahiu do Rio de Janeiro a 13 de abril de 1831. Permitta-se-me reproduzir aqui estas palavras do senador J. E. de Faria Lobato por essa occasião: « Com um fico pelo Brasil perdeu elle uma boa parte de seu património, deu-nos uma independencia que não custou derramamento de sangue, nem os maiores sacrifícios, deu- nos uma constituição a mais liberal e uma dynastia da mais pura raça do mundo. Com um vou elle ainda assignala o seu amor verdadeira- mente paternal para o Brasil, porque outra não é a causa que move este príncipe magnanimo a abandonar a ultima parte de seu património, senão o não empregar medidas de repressão e derramar o sangue de seus súbditos. Senhores, ó mister corrermos á náo, onde se acha o sr. d. Pedro I e lhe pedirmos respeitosamente que revogue a sua resolução de abandonar o Brasil. » Em Portugal fez d. Pedro prodígios de valor. Em combate contra seu irmão d. Miguel, regenerou a monarchia, outorgando aos por- tuguezes uma constituição livre e collocou no throno sua filha d. Maria da Gloria, em quem já havia abdicado a corôa depois de acclamado rei por morte de seu pae, e de conceler amnistia plena a todos os crimes políticos. D. Pedro não tinha, é certo, a illustração compatível com a sua elevada posição, porque sua educação litteraria foi descurada de seu pae e dos ministros ; mas tinha discernimento reílectido e tino admi- nistrativo, foi leal e generoso, humano e compassivo, altivo e corajoso e cultivou a musica, o que ó uma prova de bom coração. Escreveu um grande numero de proclamações e manifestos, de que citarei alguns: - Habitantes do Brasil ( proclamação do príncipe regente). Rio de Janeiro, 1821, 1 fl. iu-folio. im: 369 - D. Pedro aos fluminenses (idem). Rio de Janeiro, 1821, 1 fl. in folio. - Amigos Bahianos (idem). Rio de Janeiro, 1822, 1 fl, in-folio. - Ao exercito brasileiro (idem ). Rio de Janeiro, 1 fl. in-fol.- Co- meça assim: «Soldados! uma nova expelição de soldados luzitanos acaba de chegar á Bahia. » - Brasileiros e amigos ! (idem ). Rio de Janeiro, 1822, 1 fl. in-folio - Começa assim: « Nossa Patria está ameaçada por facções. » - O Príncipe regente do reino do Brasil á divisão auxiliadora de Portugal: proclamação. Rio de Janeiro, 1822, in-folio. - Aos habitantes do Rio de Janeiro (idem ). Rio de Janeiro, 1822, in-folio. - Soldados de todo exercito (idem ). Rio de Janeiro, 1822, in-folio. - Aos habitantes e tropas da capital e províncias do Brasil em 17 de janeiro de 1822. Rio de Janeiro, 1822, in-folio. - Habitantes do Brasil: proclamação. Rio de Janeiro, 1822, in- folio - Começa assim: «O governo constitucional que se não guia pela opinião publica ou que a ignora, torna-se o flagello da humanidade.» - Aos portuguezes: proclamação. Rio de Janeiro, 1822, in-folio. - Aos brasileiros fóra da patria. Rio de Janeiro, 1823, in-folio. - Proclamação (de 10 de junho de 1824 ). Rio de Janeiro, 1824, m-folio. - Proclamação exhortando os brasileiros á defesa da patria contra os ataques de Portugal. Rio de Janeiro, 1824, in-folio. - Proclamação lida no campo de SanfAnna no dia 6 de abril de 1831 - Não a vi impressa, mas vi o seu original no Instituto historico. - Proclamação de 8 de setembro de 1822. Rio de Janeiro, 1822, in-folio. - Manifesto de S. A. R., o príncipe regente constitucional e de- fensor perpetuo do reino do Brasil aos povos deste reino. Rio de Ja- neiro, 1822, 4 pags. in-fol. de duas columnas. -. Manifesto do príncipe regente do Brasil aos governos e nações amigas (de 6 de agosto de 1822). Rio de Janeiro, 1822,8 pags. in-folio - Foi também escripto em francez e publicado no Rio de Janeiro no mesmo anno. - Manifesto de S. M. o Imperador aos brasileiros (de 16 de no- vembro de 1823 ). Rio de Janeiro, 1823, 2 pags. in-8°. - Illustres e dignos procuradores. Rio de Janeiro, 1822, in-fol.- E' a declaração de que Sua Magestade ficaria no Brasil. - Falia de S. M. I. aos soldados do exercito pela entrega das bandeiras. Rio de Janeiro, 1822, in-folio. 370 T*E - Cartas e mais peças oflficiaes, dirigidas a S. M. o Sr. D. João VI pelo principo real, etc., Lisboa, 1822, dous opusculos de 17 e 24 pags. in-8° - O primeiro foi dirigido ás Cortes em sessão de 28 de setembro deste anno. Além destas estiveram na Exposição de historia patria de 1880 as tres seguintes publicações: - Cartas o documentos dirigidos a S. M. o Sr. D. João VI pelo príncipe real, etc. com as datas de 19 e 22 de junho deste anno e que foram presentes ãs Cortes da nação portugueza em 26 de agosto. Lisboa, 1822, 56 pags. in-4°. - Cartas e mais peças oíficiaes, dirigidas a S. M. o Sr. D. João VI pelo principe real e juntamente os offlcios que o general commandante da força expedicionária, existente no Rio de Janeiro, tinha dirigido ao Governo. Lisboa, 1822, 72 pags. in-4® - As cartas de D. Pedro I a D. João VI tiveram segunda edição, precedendo a «Correspondência oíHcial das províncias do Brasil durante a legislatura das côrtes con- stituintes de Portugal nos annos de 1821-1822. Segunda edição. Lisboa, 1872, in-8°. - Correspondance de D. Pedro, Premier Empereur, etc. durant les troubles du Bresil, traduite sur les lettres originales, precedêe de Ia vie de cet Empereur et suivie de piòces justificativos par Eugene de Monglave. Paris, 1827, in-4°. - Resposta de S. M. ao discurso congratulatorio da deputação da Assembléa geral constituinte e legislativa no muito glorioso anniver- sario da independencia do Brasil. Rio de Janeiro, 1823, in-folio. - Carta constitucional da monarchia portugueza, decretada e dada pelo rei de Portugal e Algarves, D. Pedro, Imperador do Brasil, aos 29 de abril de 1826. Rio de Janeiro, 1826, in-8°. - Ultimo balanço ou budget do Sr. D. Pedro de Alcantara, ex- Imperador do Brasil, dirigido á Illma. Regencia( 10 de abril de 1831), 7 pags. in-8° - Foi escripto e dirigido da não Warspite. - Testamento de S. M. o Sr. D. Pedro, Duque de Bragança, acompanhado de diversos documentos. Rio de Janeiro, 1836, 16 pags. in-8°. - Carta posthuma de D. Pedro, Duque de Bragança, aos brasileiros remettida pelo Dr. T... Rio de Janeiro, 1835, 14 pags. in-4° - Foi remettida pelo Dr. João Fernandes Tavares, de quemme occupei. Esta carta tem por pigraphe eo verso de Virgílio « Est dulce, moriens reminiscitur Argos» assim paraphraseado: « E no lance da morte in la conserva A lembrança da patria que amou tanto. » T»E 371 Estacaria foi reproduzida na Revista Popular, tomo 16°, pags. 193 a 200 e parece-me que teve outra edição. D. Pedro I nunca se teve em conta de poeta, porém escreveu algumas poesias, e de improviso, das quaes citarei: - Soneto escripto no Rio Grande do Sul, ao receber a noticia do fallecimento de sua esposa a Imperatriz D. Maria Leopoldina, a II de dezembro de 1826. O Marquez de Quixeramobim possuia delle o original do punho de D. Pedro. Só o vi publicado no « Almanak de lembranças brasileiras » do Dr. C. A. Marques, S. Luiz, 1861, pag. 65. Começa assim: Deus eterno porque me arrebataste A minha muito amada Imperatriz ? Tua diviia bondade assim o quiz... E assim meu coração dilaceraste. Ahi aprecia-se ao menos o sentimentalismo e o espirito religioso, hoje banidos da poesia moderna, e entende-se o autor, ao contrario de alguns poetas da geração actual, que só elles entendem o que escrevem. - Colcheia improvisada no dia 7 de setembro de 1822, depois do brado «Independencia ou morte », servindo-lhe este de mote - Acha-se na Memória sobre a declaração da independencia pelo major F. do C. Castro e Mello, no Elogio historico do conselheiro Manoel Joaquim do Amaral Gurgel pelo conselheiro O. H. dquino e Castro, etc. - Traducção do drama Guilherme Tell, feita por D. Pedro I, - cujo autographo ou pelo monos fragmentos a Bibliotheca nacional possue, offerecido pelo dr. Pardal Mallot, que também lhe offereceu o seguinte livro, por onde se apreciam o caractor e os serviços do fun- dador da independencia e da monarchia brasileira: - Pedro I e suas gloriosas acções, tanto nos dous primeiros annos do seu regimen no Brasil, como no acto da sua abdicação, e depois delia, ou Memórias para servirem á historia do mesmo Império, onde se mostram por factos, documentos o escriptos tanto nacionaes como es- trangeiros, não só os relevantes serviços que o mesmo senhor prestou á favor da independencia, liberdade e prosperidade deste paiz nos referidos dous annos, como a magnanimidade, desinteresse, heroismo e coragem que Sua Mxgestade Imperial tem desenvolvido depois da sua abdicação. Por... Original, sem data, in-fol. de 124-117 pags. Não sei quem foi o autor deste trabalho ; só sei que era brasileiro. APPENDICE M Malvino da Silva Ateis, pag. 4 - Nasceu na cidade de Campos, do Rio de Janeiro, a 19 de março de 1842, e escreveu mais: - Considerações políticas. Circular e manifesto-agradecimento, dirigidos ao corpo eleitoral da côrte e província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1887, in-80 - Refere-se á apresentação de seu nome para deputado á camara legislativa. - Agonia do povo e funeraes da Republica - serie de artigos publicados no Jornal do Commercio de outubro a novembro de 1899, sendo o ultimo a 14 deste mez. Procura o autor demonstrar o regresso e abatimento do Brasil depois da queda da monarchia. Este trabalho foi publicado depois em opusculo. * Manfredo Alves de Lima - Presbytero secular e conego da Sé da Bahia, donde o supponho natural, é membro do Instituto geographico e historico deste estado e escreveu, além de outros trabalhos talvez: - O catholicismo victorioso nos fins do século XIX ; beatificação do venerável irmão Diogo de Cadix. Bahia, 1895. * Maneio Caetano Rilbeiro - Natural do Parà, pres- bytero secular e doutor em theologia, parochiuu mais de uma freguezia no estado de seu nascimento, onde é actualmente conego e cura da ca- 374 APPEND1CE thedral. Foi deputado á assembléa geral na ultima legislatura do Império, e escreveu vários sermões, de que sô vi: - Oração fúnebre, nas solemnes exequias de S. M. o Imperador do Brazil, celebradas na igreja-matriz de SanfAnna. Belém, 1892, in-8° - Escreveu mais. - Serie de artigos com referencia ao livro « Crenças e opiniões » dodr, Lauro Sodré, Belém, 1898. Manuel Álvaro cie Souza Sá Vianna, pag. 6 - Iniciou sua vida publica como advogado em S. Paulo onde exerceu também o logar de promotor de capellas e resíduos; foi secretario do governo da antiga província de Santa Catharina, director geral da instrucção publica, reitor do Instituto litterario e normal, e neste in- stituto professor de philosophia; foi juiz municipal em Minas Geraes; vindo para o Rio de Janeiro estabeleceu-se como advogado, foi dele- gado de policia por duas vezes; é professor cathedratico de fallencias da faculdade livre de sciencias jurídicas e sociaes, membro honorário da Associação dos advogados de Lisboa e correspondente do Instituto dos advogados de S. Paulo - Sua obra «Instituto da ordem dos advo- gados brasileiros. Cincoonta annos de existência» mereceu elogios do dr. Alexandre Corsi, professor da universidade de Piza, do dr. B. Lo- rena, professor da universidade de Buenos-Ayres e de Eugênio Pin- cherli, jurisconsulto e advogado em Verona. Manuel Alves de JLi*aujo, pag. 7 - Filho de Hyp- polito José Alves, nasceu a 19 de março de 1836 na cidade de Mor- retes, do Paraná. Foi ministro da agricultura no gabinete de 21 de janeiro de 1882 e o penúltimo presidente da monarchia em Pernambuco. Manuel Alves Branco, Visconde de Caravellas, pag. 7 - Na exposição de historia patria de 1881 foi apresentado deste autor um volume com o titulo: - CoUecção de poesias minhas, escriptas em 1827 - inéditas e enviadas da Bahia pelo seu presidente. Manuel Antonio Ferreira Académico, pag. 18 - FaJleceu a 25 de maio de 1889 no Rio de Janeiro. APPENDICE 375 Manuel de A.raujo I*orto-rYlcg"i*e, Barão de Santo Angelo, pag. 26 - Ainda ha escriptos seus, como: - Relator io sobre a inseripção da Gavea, mandada examinar pelo Instituto historico e geographico brasileiro - Na Revista deste In- stituto, tomo Io, pags. 98 a 103 com uma folha do desenho da mesma inscripção. Este trabalho é também assignado pelo conego Januario da Cunha Barbosa e (como testemunha) por José Rodrigues Monteiro. - Canto genethliaco ao faustíssimo dia 23 de fevereiro de 1845, dedicado a Sua Magestade Imperial o Sr. D. Pedro II - Na Minerva Brasileira, volume 3o, pags. 141 a 150. - O caçador: brasiliana dedicada ao Ulm. Sr. Santiago Nunes Ribeiro - Na mesma Revista, volume 1°, pags, 333 e segs. * Manuel Augusto cie Alvarenga- Filho de Thomè de Alvarenga e nascido^m S. Paulo, bacharelem direito pela faculdade deste estado, ahi exerce a advocacia e escreveu: - Consolidação da lei das hypothecas. S, Paulo, 1899, in-8° gr.- E' proprietário e um dos redactores da - Revista Jurídica: revista mensal de legislação, doutrina e jurisprudência do Estado de S. Paulo- Começou a publicação em janeiro de 1895. * Manuel lienicio - Filho do tenente-coronel Laudelino Manuel de Azevedo, nasceu na villa de Vertentes de Taquaretinga, Pernambuco, a 23 de agosto de 1861. Matriculando-se no primeiro anno da faculdade de direito de sua provincia, deixou este curso para encetar o da escola militar do Rio de Janeiro. Não proseguindo também nesta escola, foi professor na provincia, hoje estado do Rio de Janeiro, onde é actualmente tabellião de notas. Esteve no Sul durante a revolta da esquadra contra o governo do marechal Floriano, como em- pregado do periodico O Tempo, e depois em Canudos como correspon- dente do Jornal do Commercio nos movimentos contra Antonio Con- selheiro e sua gente. Escreveu: - Scena de sangue: poemeto a proposito do assassinato e suicídio, dados na praça do mercado de Nitheroy a 21 de outubro. Rio de Janeiro, 1884, in-8° - Tem a assignatura também de Ricardo Barbosa. - O rei dos jagunços: chronica de costumes e de guerra. Rio de Janeiro, 1899, in-8° - Refere-se o autor aos notáveis acontecimentos, de que foram theatro os sertões da Bahia em 1897, ali onde o celebre fanatico Antonio Conselheiro, acompanhado de numeroso bando de 376 APPENDICE valentes [sertanejos, oífereceu tenaz resistência contra as forças do governo da Republica. - Origem da designação de alguns vocábulos e Jogares de Ni- theroy - No Fluminense em outubro de 1899. - Jornais ni theroyenses- No Fluminense de 29 de outubro e de 3 do dezembro de 1899. E' a enumeração dos jornaes publicados em Nitheroy desde 1829 a 1892 - Sei que este autor escreveu mais: - Os aventureiros: drama. - O bicho: comedia - não vi estes dois trabalhos. Manuel lienicio Fontenelle, pag. 34 - O livro Scena de sangue, escripto com Ricardo Barbosa, não pertence a esto autor, mas ao precedente. * Manuel UernaiMlo Calmou du l?in o A.1- meida - Filho do contra-almirante Antonio Calmon du Pin e Al- meida e dona Maria dos Prazeres de Góes Calmon, nasceu na capital da Bahia a 5 de junho de 1876 e ahi falleceu a 28 de novembro de 1897, tendo concluido o curso medico e em vesperas de receber o gráo de doutor pela faculdade da mesma capital. Dotado de bella intelligencia, foi um dos mais distinctos alumnos desta faculdade, onde serviu o cargo de interno de clinica medica desde o seu quarto anno do curso. Tinha escripto para sua these inaugural um excellente estudo de criminologia social, que foi depois publicado com o titulo - Degenerados criminosos: Bahia, 1898, 130 pags. in-4° - se- guidas de um indico bibliographico e de um quadro estatístico da Peni- tenciaria da Bahia, de 1861 a 1897. Este trabalho é dividido em quatro capitules, a saber: I O conceito da degeneração ; II As causas da dege- neração na Bahia; III A degeneração e a criminalidade ; IV As prisões na Bahia. Durante o anno de 1896 collaborou no periodico A Bahia, onde publicou, entre outros trabalhos, os seguintes estudos criticos: - Litteratura franceza. - Paulo Bourget. - Catule Mendes. - Emilio Zola - todos com o pseudonymo de Nip. * Manuel Buarque de Macedo, 2" - Filho de Ma- nuel Buarque de Macedo, de quem me occupei neste volume, nasceu a 19 de abril de 1863 em Pernambuco, é engenheiro civil pela escola polytechnica e escreveu: -Navegação nacional. Rio de Janeiro, 1895, in-8°. APPENDICE 377 Manuel Carigré Baraúna, pag. 44 - Falleceu a 9 de fevereiro de 1851. Manuel de Carvalho Paes de Andrade, 2o, pag. 46 - Escrivão do commercio no Recife, foi deputado provincial, condecorado com o habito da Rosa, e falleceu ainda moço em Caruaru, Pernambuco, em novembro de 1869, e não em 1867. Manuel Carvalho Pereira de Sá, pag. 46 - Fal- leceu a 23 de julho de 1861 na cidade de Arêas em S. Paulo. Manuel Coelho da Rocha, pag. 49 - Filho de Manoel Coelho da Rocha o dona Joanna Baptista da Rocha, nasceu, não no Rio Grande do Sul, mas no Rio de Janeiro a 30 de março de 1824 e aqui falleceu a 27 de julho de 1899. Serviu como guarda-livros na cidade de seu nascimento, depois na provincia do Rio Grande do Sul, onde também exerceu um logar na alfandega, e foi professor publico de inglez. Por flm, tornando ao Rio de Janeiro, exerceu aquella pro- fissão em vários estabelecimentos bancarios e associações anonymas. Escreveu, além das obras mencionadas: - Degeneração de Max Nordau (traducção), Io livro contendo: Io, Crepúsculo dos povos ; 2o, Symptomas; 3o, Diagnostico ; 4o, Etio- logia. - Degeneração de Max Nordau (traducção), 2o,livro: O Mysticismo, comprehendendo: Io, Psychologia do mysticismo; 2o, Os Prera- phaelitas. Ha mais 3o e 4o livros da Degeneração, publicados em vo- lumes especiaes. - Manual de pyrotechnia moderna, ou arte de fazer todas as sortes de fogos de artifícios, por F. di Maio ; ornado com 115 figuras. Tralucção, etc. Segunda edição, augmentada com muitas receitas novas de fogos japonezes e processos de fabricar balões ou machinas, etc. Rio de Janeiro, 1897, in-8°. - Prestidigitação moderna: collecção de sortes de physica diver- tida, sortes de escamotagem, sortes de cartas, magia branca, expe- riencia do espiritismo simulado, etc. Traducção e compilação, etc., com estampas. Rio de Janeiro, 1899, in-8°. - Degeneração de Max Nordau (traducção ), 5o livro: O Egotismo, comprehendendo: 1°, Psychologia do Egotismo; 2o, Parnasianos e dia. bolicos; 3o, Decadentes e Estheticos. Rio de Janeiro, 1900. E' sua ultima obra, que sahiu à lume depois de sua morte. 378 APPENDICE Cumpre rectiflcar uma de suas obras, isto é: - O homem conforme asciencia: traducção de Luiz Biichner, etc. E' em tres volumes: Io, Donde vimos? 2o, O que somos? 3o, Para onde vamos? Rio de Janeiro, 1899 - Finalmente, seu livro « Mentiras con- vencionaes » teve oito edições. Manuel da Cunha Galvão, pag. 56 - Falleceu no Rio de Janeiro a 27 de março de 1872. * Manuel Dantas - Filho de José Corrêa Dantas e dona Maria Rosa Dantas, nasceu na cidade de S. Christovam, antiga capital do Sergipe, a 15 de abril de 1852, o falleceu na Bahia a 26 de janeiro de 1893. Doutor em medicina pela faculdade desse estado, serviu al- gum tempo no corpo de saude do exercito c depois foi nomeado lente de clinica propedêutica da mesma faculdade. Estabelecido o regimen re- publicano, foi eleito deputado á Constituinte bahiana e escreveu: - Do emprego das emissões sanguíneas nas pneumonias. Theoria da osteogenia e da regeneração do osso: Das observações thermo- metricas no estudo da thisica pulmonar. Como reconhecer-se que houve aborto num caso medico-legal ? these, etc., para receber o gráo de doutor em medicina. Bahia, 1873, 28 pags. in-4°. Ainda estudante fundou e redigiu: - Ensaios: revista quinzenal. Bahia, 1870. Sahiu o primeiro numero em abril deste anno, tendo por companheiros na redacção Fre- derico Silva, Alfredo Pompilio e Paula Guimarães. Manuel Dias de Toledo, pag. 59 - Falleceu a 6 de março de 1874, e não a 3. * Manuel Esperidião da Costa Marques - E' natural da antiga província, hoje estado de Matto Grosso, que elle representou na assembléa geral na ultima legislatura da Monarchia. Formado em mathematicas o engenheiro em serviço no actual estado de Matto Grosso. Escreveu: - Relatorio sobre vias de communicação na região Occidental de Matto-Grosso, e exploração dos rios Jaurú, Aguapehy, Guaporé e Alegre. Manuel Eastaquio Barbosa de Oliveira, pag. 65 - Falleceu a 2 de setembro de 1861 na capital da Bahia. APPEND1CE 379 Manuel Feliciano Pereira <Ie Carvalho, pag. 66 - Foi o primeiro medico que no Rio de Janeiro fez applicação do novo agente descoberto pelo chimico Soubeiran, o chloroformio. A elle coube a gloria de haver por aquelle meio poupado dôres aos en- fermos submettidos a graves operações cirúrgicas. Ainda ha trabalhos seus em revistas, como: -- Duas palavras em resposta aos artigos da Gazeta dos Tribunaes sob a rubrica « Nova forma de apreciar os ferimentos do peito com offensa duvidosa das entranhas»- No Archivo Medico Brasileiro, tomo 3o, 1846-1847, pags. 71 e segs.- Foi com outros collegas da escola de medicina da côrte autor das - Emendas o projecto de Estatutos para a Escola de Medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1837, in-8°. * Manuel Felix <lc Alvarenga e Silva - Nas- cido em Itajubâ, Minas Geraes, a 5 de janeiro de 1825, falleceu em Casa- Branca, S. Paulo, a 7 de março de 1888. Exerceu alguns cargos pu- bilcosem sua provinda, como o de tabellião interino deltajubá e também de promotor publico do Batataes em S. Paulo. Escreveu: - Cabo Verde. S. Paulo, 1879, 22 pags. in-8°. - Cidade de Casa Branca: manifesto. S. Paulo, 1883, 4 pags. in-4° gr. - A Misericórdia de Casa-Branca. S. Paulo.... 17 pags. in-8°- Foi proprietário e redactor do periodico - O Município: orgão dedicado aos interessés deste municipio. Casa-Branca, 1882-1887 - Sahiu o primeiro numero a 28 de maio d'aquelle anno e o ultimo em junho deste. Manuel Ferreira Garcia Redondo, pag. 77 - Escreveu ultimamente: - Moléstias e bichos: comedia em umacto, representada pela pri- meira vez por amadores no palco do club « Commercio», de S. Paulo, no sarau musical e artístico, promovido pelo autor e realisado na noite de 26 de janeiro de 1899. S. Paulo, 1899, 62 pags. in-8° peq. Manuel Ferreii-a Uag-os, pag. 79 - Este autor deixou mais de trezentos manuscriptos inéditos que foram comprados á sua viuva em março de 1873. Manuel Ferreira Nolbre, pag. 82 - Filho do tenente do exercito Manoel Ferreira Nobre e dona Ignacia de Almeida Nobre» 380 APPENDICE nasceu na capital do Rio Grande do Norte em 1833, e falleceu na ci- dade de S. José de Mipibú do mesmo estado. Ahi foi oíflcial-maior da secretaria do governo, bibliothecario da bibliotheca publica e deputado provincial, tendo seguido em 1867 ou 1868 para a guerra do Paraguay •omo odlcial de um batalhão de voluntários. Redigiu e collaborou para diversos jornaes politicos e litterarios e consta que deixou vários tra- balhos inéditos. Manuel Francisco A.lipio, pig. 83- Era agrimensor titulado. Este autor é o mesmo Francisco Alipio, mencionado no vol. segundo, pag. 386. Manuel Francisco Correia, pag. 84 - A praia da Gloria-, romance, foi com effeito escripto para uma revista litteraria, quando o autor cursava a faculdade deS. Paulo, sendo depois ahi publi- cado em volume e creio que teve ainda uma edição no Rio de Janeiro. Escreveu mais:. - Occupação da ilha da Trindade pela Inglaterra, e restituição ao Brasil: leitura feita em sessão do Instituto historico e geogra- phico brasileiro. Na Revista do Instituto, volume 59, parte 2a, pags. 5 a 25. Manuel Vrancisco Dias da Silva, pag. 86 - Es- capou-me a menção do seguinte trabalho seu: - Curso de economia domestica: thesouro da mãi de familia ou conselhos e receitas uteis na vida domestica. Rio de Janeiro.... Mmiuel da Gania Lobo, pag. 90 - Além do que ficou mencionado, escreveu: - Ophthalmia brasiliana - Nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo XXX, pags. 16 e seguintes. - Parecer sobre a memória do dr. Atalibade Gomensoro relativa- mente á operação da catarata pelo novo processo Graefe, da catarata - Idem, tomo XXXIV, pags. 178 e seguintes. - Moléstias internas do globo do olho, vistas pelo ophthalmoscopio - Idem, tomo XXXIX, pag. 473 e tomo XL, pags. 35, 108, 244 e seguintes. * Manuel Gomes de Mattos - Filho de Francisco Gomes de Mattos e nascido no Ceará a 8 de março de 1841, é bacha- APPENDICE 381 rei em direito pela faculdade do Recife, formado em 1862, deputado federal por Pernambuco â quarta legislatura, ex-senador estadoal e escreveu: - Discurso pronunciado no segundo congresso agricola, etc. Per- nambuco, 1884, 14 pags. in-8°. Manuel Ig-nacio Bricio, pag. 99 - Filho de Marcos Antonio Bricio, depois Barão de Jaguarary, a quem já me re- feri neste volume, e dona Maria Quiteria Bricio, nasceu na cidade da Fortaleza, capital do Ceará, a 8 de fevereiro de 1814. Manuel Ignacio de Lacerda Azevedo, pag. 102 - Seu nome é Manuel Ignacio de Lacerda Werneck e devia ser collocado antes do precedente. Filho de José Ignacio de Souza Werneck, e nascido no Paty do Alferes, Rio de Janeiro, a 15 de agosto de 1853, depois de cursar humanidades no Brasil e em L;sboa, fazia o curso de engenharia civil na universidade de Gand, Bélgica, e não concluindo por'molestia, foi engenheiro geographo pela escola polytechnica do Rio de Janeiro. Foi engenheiro da estrada de ferro de Porto-Alegre á Uruguayana, e foi intendente municipal na cidade do Rio Grande do Sul, onde falleceu a 9 de outubro de 1899. Manuel Jesuino Ferreira, pag. 106- De sua tra- ducção da Divina comedia, que não chegou a ser publicada, sahiram fragmentos na Revista Brasileira, primeiro anno, tomo Io, pags. 445 a 452. Aos seus trabalhos accrescente-se: - A Virgindade á noiva: traducção de um soneto de Tommazo Crudeli - Na Revistt Brasileira, terceiro anno, tomo X, 1881, pag. 169. Este soneto é precedido do original de T. Crudeli e de outras traducções por Antonio Pitanga, J. P. Xavier Pinheiro, Manuel Benicio Fontenelle e J. P. Machado Portella. Manuel Joaquim Marreiros, pag. 120-Conheça mais o seguinte trabalho seu: - Moléstias o epidemias do Rio do Janeiro, 1798- Nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo XIV, pags. 97 e seguintes. * Manuel José da Costa, Barão das Mercês- Filho de Bento José da Costa, nasceu em Pernambuco, onde falleceu, sendo chefe político, agricultor adiantado, commendador das ordens de Christo 382 APPENDICE e Rosa. Fez a sua educação na Europa e fallava o francez e o ioglez^ Escreveu: - Eleição daíreguezia da Ipojuca. Pernambuco, 1863, 53 pags. in-8°. * Manuel José Gômes de ITreitas - Filho de José de Freitas S. Thiago e dona Ignacia Gomes de Freitas, nasceu a 23 de abril de 1811 no município de Piratinim, antiga província do Rio Grande do Sul, eahi falleceu a 12 de maio de 1884. De limitada in- strucção, mas dotado de intelligencia, exerceu no logar do seu nasci- mento diversos cargos de eleição popular, foi deputado provincial, vi- ce-presidente da província, offlcial da ordem da Rosa, socio eíTectivo da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional e membro correspondente do Instituto Historico da Província de S. Pedro. Nos últimos annos de sua existência foi atacado de uma amaurose, que o privou comple- tamente da vista. Escreveu: - Apontamentos dos factos directos ou relativos da historia do Brasil. - Lista de batalhas desde 758 annos antes de Jesus-Christo. Estes dous trabalhos foram publicados em folhetins no Diário do Rio Grande por um seu amigo. Deixou inéditos: - Bosquejo das Nações e personagens notáveis da historia uni- versal e patria cm ordem alphabetica, comprehendendo as províncias do Brasil. Seis volumes. - Apontamentos históricos e geographicos da provinda do Rio Grande do Sul. Manuel Ladislau Aranha Dantas, pag. 145 - Animando seus discípulos, collaborou para revistas académicas, como o Crepúsculo, onde escreveu: - Necessidade dos exercícios religiosos para desenvolver e para firmar o sentimento religioso: traducção de Devay-No volume Io, 1845, pags. 33 a 37. - O suicídio - Na mesma revista e no mesmo volume, pags. 172 a 175. E também para o Musaico com a - Lição de pathologia externa, feita na Faculdade de Medicina da Bahia no dia 25 de junho de 1845, etc.- No tomo Io, pags. 3 a 6. Manuel Lopes <le Carvalho Ramos, pag. 147 - 0 seu poema Goyania, apezar de estar escripto na capa «Goyaz. 1896 », foi impresso neste mesmo anno, e não em 1889, na cidade do Porto, como se verifica na segunda folha e na ultima do mesmo livro. APPENDÍCE 383 Manuel de Magalhães Couto, pag. 155- Falleceu nesta capital a 23 de março de 1900. * Manuel Martins Gomes - Nascido no actual estado de Alagôas o fazendo seus estudos de humanidades na cidade da Bahia e na do Recife, dedicou-se ao magistério e collaborou assiduamente no periodico - O Orbe. Maceió, in-fol.- Esta publicação começou a 12 de maio de 1879 e nella publicou não só artigos políticos, como poesias. - Vozes d'alma: versos. Maceió, 1887, in-8°. * Manuel de Meirelles Pereira Guedes - Nas* eido em Villa-Rica, capital de Minas Geraes, a 8 de outubro de 1739, falleceu em Eivas, Portugal. Sendo eremita calçado da ordem dos gra- cianos, passou depois a presbytero secular e foi professor de historia ecclesiastica do seminário episcopal de Eivas. Escreveu: - Oração deliberativa, que recitou na abertura das lições de his- toria ecclesiastica no collegio episcopal de Eivas. Lisboa, 1787, 46 pags. in-8°. - Oração deliberativa recitada no collegio episcopal de Eivas. Lisboa, 1788, in-8°. Manuel de Oliveira Lima, pag. 174 - Primeiro se* cretario da legação brasileira em Washington, foi removido para Londres, onde presentemente se acha. Escreveu mais: - Nos Estados-Uniãos, impressões politicas e sociaes. Leipzig, 1899 524pags. in-8°- E' um livro composto em sua maior parte de trabalhos neditos, contendo entretanto alguns artigos já publicados na Revista Brasileira, aos quaes nos referimos. Nelle, o autor annuncia como concluidos mais dois trabalhos seus sob os titulóte: - Manual dos Estados'Uni dos do Brasil. - Elogio historico de Francisco Adolpho Warnhagem, para ser lido na Academia Brasileira. Manuel I?ítclieco da Silva, pag. 177 - Nascido no anno de 1843, falleceu a 27 de fevereiro de 1900 nesta capital. Bacharel em bellas lettras, foi offlcial da secretaria do antigo Ministério de es- trangeiros. Poucos conheciam, como elle, a lingua portugueza, e além da sua Grammatica histórica da lingua portugueza ( e não Grammatica litteraria como foi impresso ) recebida com applausos pelos mais emi- 384 APPENDICE nentes lexicographos de Portugal, e dos outros trabalhos já mencionados, escreveu ainda em revistas os seguintes: - A proposito de algumas theses aventuradas peloSr. Th. Braga nas suas « Producções litterarias » - Na Revista Brasileira, tomo Io, pags. 116 a 124 e tomo 2o ( primeiro anno ), pags. 497 a 513. - Gwerzion Breiz Izel - Na dita Revista, tomo3o ( primeiro anno ), pags. 154 a 159. - O dialecto brasileiro - Idem, tomo 5o ( segundo anno ), pags. 487 a 495. Deixou inéditos: - Semantica. - Diccionario analogico. - Diccionario ctymologico da lingua portugueza. Manuel Paulo de Mello Barreto, pag. 178- Sob o pseudonymo de Elmano Elmo, escreveu mais: - A Grécia Heroica: Rio de Janeiro, 1899-Este autor es- creveu de Vassouras, promettendo remetter informações mais completas a seu respeito, que infelizmente não recebi. Vá por sua conta, pois, qualquer inexactidão que porventura possa ser encontrada na noticia que dei sobre sua pessoa. Manuel Pedro Soares, pag. 179 -Nascido na cidade de Alcantara, no Maranhão, conego prebendado, chantre da cathedral desde 1841 e lente de theologia moral no seminário da capital de sua provinda. Creio que foi este autor que falleceu em Pernambuco, em abril de 1871. * Manuel Pereira Teixeira - Não o conheço. Me pa- rece que foi cirurgião, sendo certo que foi socio effectivo da antiga sociedade de Medicina de Pernambuco e que viveu nesta província no primeiro quartel do século 19° e que escreveu: - Memória sobre as causas prováveis da frequência da hydrocele nesta cidade ( do Recife ), modo de as remir ou minorar, e melhor fórma de curar a dita enfermidade ; contendo a historiada moléstia na mesma cidade desde trinta annos a esta parte - Foi publicada nos Annaes de Medicina Pernambucanos, e depois no Archivo Medico Bra- sileiro, tomo 4o, 1847-1848, pags. 178 a 183. Manxiel Rilieiro <le Almeida, pag. 187- Nasceu a 21 de fevereiro de 1830, na fazenda do Lagarto, municipio de Maricá, na APPENDICE 385 província, hoje estado do Rio de Janeiro, e falleceu em Nitheroy a 13 de dezembro de 1892. Bacharel em lettras pelo antigo collegio Pedro II, cursou a faculdade de direito de S. Paulo até o quarto anno, foi de- putado em diversas legislaturas á assembléa da província do Rio de Janeiro e ahi exerceu o cargo de director da Instrucção publica, em que foi aposentado depois de proclamada a Republiça. O seu Syllabario teve vigésima terceira edição em 1898, e o Compendio de systema métrico decimal teve sexta edição em 1895. * Manuel Rodrigues da Silva - Nascido na Bahia pelo anno de 1800 e ahi fallecido, foi pae do dr. Francisco Rodrigues da Silva, commemorado neste livro, pharmaceutico pela escola de me- dicina de sua provincia e preparador de chimica medica. Èmcommissão com os drs. Eduardo Ferreira França e Ignacio Moreira do Passo, escreveu: - Parecer da commissão que, em virtude da lei provincial da Assombléa da Bahia, fora nomeada para examinar as aguas mineraes da cidade de Itapicurú, comarca da mesma provincia, e resultado por ella apresentado ao Exm. Sr. Presidente depois das indagações feitas nas fontes thermaes. Bahia, 1843 - Este trabalho foi também publicado no Archivo Medico Brasileiro, tomo 2o, pags. 124, 145 e seguintes. Tem trabalhos em revistas, como - Os melhores desinfectantes - Nos Annaes Brasilienses de Me- dicina, tomo IX, pags. 9 e seguintes. D. Manuel dos Santos Pereira- Bispo de Olinda, pag. 197, Falleceu na capital da Bahia a 25 de abril de 1900.- Sua ultima pastoral na diocese de Olinda é a seguinte: - Carta pastoral a proposito da solemne homenagem a Jesus Christo, nosso redemptor e a seu vigário na terra, no fim do século XIX começo do século XX. Recife, 1900. * Manuel Segundo Wanderley - Filho do dr. Luiz Carlos Lins Wanderley, de quem já me occupei, e dona Francisca Carolina Lins Wanderley, é natural do Rio Grande do Norte e nas- cido pelo annode 1864, formado em medicina pela faculdade da Bahia. Poeta e jornalista desde os tempos acidemicos, dedica-se ao ma- gistério e á clinica na capital do seu estado. Escreveu: - Febres perniciosas e tres proposições sobre cada uma cadeira do curso medico: these apresentada á faculdade de medicina da Bahia para ser sustentada, etc. Bahia, 1885, 65 pags. in-8°. 386 APPENDICE - Cartas do Bessa a seu primo Piroca II. Bahia, 1883, in-8a. - E' uma collecção de folhetins publicados na Gazela da Tarde da Bahia. - Alberto ou a gloria do artista: drama representado a 20 de novembro de 1899 no theatro da sociedade dramatica «Segundo Wanderley » na capital do Rio Grande do Norte - E' collaborador da - A Republica: orgão do partido republicano federal. Natal, 1899. * Manuel <la Silva Rosa, 2o - Filho de Manuel da Silva Rosa e nascido a 10 de junho de 1840, na cidade de S. Christovam, an- tiga capital de Sergipe. Com praça no exercito, em 1858, fez a cam- panha do Paraguay e foi reformado no posto de general de Brigada em 1891. E' official da ordem de S. Bento de Aviz, condecorado com a medalha de mérito militar e as medalhas commemorativas da citada campanha, quer do Brasil, quer da Argentina. Proclamada a republica, foi eleito senador federal por seu estado. Escreveu: - Compendio elementar do systema métrico decimal, compilado etc. S. Paulo, 1882, 25 pags. in-8°, com oito tabellas comparativas. Manuel doValladão Pimentel, pag. 206 - Conheço maisos seguintes trabalhos seus: - Febre amarella no Rio de Janeiro- Nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo XVIII, pags. 80, 104, 135 e seguintes - Parecer sobre a memória do dr. Marinho sobre o hospital militar - Na mesma revista, tomo XIX, pags. 101 e seguintes. Mareio Filaplxiano àVery, pag. 217 - Nasceu a 10 de março de 1865. Escreveu mais: - Suggestão curativa: com odr. Henrique de Sã. Rio de Janeiro, 1900. 13. Maria Josepliina Matliil<le Durocher, pag. 233 - Constante collaboradora dos Annaes Br tsilienses de Me- dicina, ahi publicou mais: - Inspccção das amas de leite - No tomo XXX, pags. 205 e seguintes. - O centeio espigado e a ergotina - No tomo XXXI, pags. 48, 104 e seguintes. - Acf«o abortiva do sulphatode quinino - No tomo XXXIX, pags. 428, 452 e seguintes. APPEND1CE 387 - Abcesso do systema vrsmlar no estado puerperal.-No tomo XLIX, pags. 227 e seguintes. - Chloral- No tomo XXVII, pags. 19, 72 e seguintes. - Resumo estatístico da clinica de partos de Mme. Durocher desde o mez de novembro de 1834 até novembro de 1848-Archivo Medico Brasileiro, tomo 4°, 1834-1848, pags. 270 a 273. * Mário Franco Vaz - Filho do dr. Tito Rodrigues Vaz e dona Mathilde Eugenia Franco Vaz, nasceu na capital da Bahia a 6 de março de 1879. Tendo frequentado o Collegio Militar durante tres annos, ahi fez os exames finaes de algumas matérias com a idéa de frequentar a Escola Polytechnica, o que não realizou por lhe faltarem os recursos. Por esta circumstancia, aproveitando sua pronunciada vocação para a imprensa, muito moço resolveu abraçar esta carreira, sendo actualmente um dos reporters do Jornal do Commercio. Suas poesias teem sido publicadas n'O Debate, Gazeti de Noticias e NO Paiz desta capital, no Diário da Bahia e Jornal da Noticias da Bahia. Era sua uma chronica que sahia ás segundas-feiras na Gazeta de Noticias, com o titulo Bilhetes, em forma epistolar, assignada- França Valle. Tem publicado também alguns contos humorísticos com o pseudonymo de Frota Velasco. Fundou e redigiu: - A Mocidade: pequeno hebdomadario. Rio de Janeiro, 1895. Fo- ram apenas publicados seis numeros deste jornalzinho. Redigiu: - A Tribuna: folha de propriedade de Alcmdo Guanabara. Rio de Janeiro, 1899. Escreveu: - Sede de ouro: romancete. Bahia, 1898-0 proprio autor reconhece que este seu ensaio litterario representa um producto infantil, eseripto sem a precisa meditação. - Sonetistas brasileiros: serie de artigos n'O Paiz de 1899 - Estes artigos mereceram lisonjeiras referencias de pessoas competentes no assumpto. * Mario Pinto <le Souza - Filho de Fernando Aleixo Pinto de Souza e dona Eulina Sayão Vellozo Pinto de Souza, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, a 12 de agosto do 1882. Tendo frequentado o Gymnasio nacional até o quinto anno, completou os seus estudos pre- paratórios na instrucção publica e hoje cursa a faculdade livre de sci- encias juridicas e sociaes do Rio de Janeiro. Escreveu: - íntimos-, versos. Rio de Janeiro, 1889, 136 pags. in-12. - Heroicos e Alexandrinos: versos. Inéditos. 388 APPENDICE * Matlieus da Cunha Telles - Filho de João da Cunha Telles e dona Maria Firmina da Cunha Telles, nasceu a 23 de janeiro de 1864, na cidade do Rio de Janeiro. Depois de feitos seus es- tudos regulares, entrou para a imprensa como typographo, logar que deixou para ser ajudante do inspector das mattas marítimas nesta ca- pital. Escreveu: - Caras conhecidas ( biographias rapidas ). Rio de Janeiro, 1889, 62 pags. in-8® peq. - Quinquilharias; verso e prosa. Jundiahy ( S. Paulo ) 1897, 176 pags. in-8° - Neste livro o autor acompanha o sou nome do pseudo- nymo M. Pellado, de que usa na imprensa. Collaborou no - Município de Jundiahy. Jundiahy, 1898-1899. Alatliias José dos Santos Carval lio, pag. 260 - Além dos trabalhos mencionados publicou ainda em revistas varias poesias, como - Tira-dentes (21 de abril): poesia - Na Revista Brasileira, anno terceiro, tomo decimo, pags. 74 a 78. - Reflexões-, poesia - Na mesma Revista e no mesmo tomo, pags. 393 a 399. Nesta revista se acha também sua poesia John Brown, anno segundo, tomo sétimo, pags. 393 a 399. Maxiiiiiano Antonio da Silva I^oite, pag. 263 - Escreveu ainda o seguinte trabalho e talvez outros: - Memória sobre o eclypse do sol, de 15 de março de 1839 - Foi publicada na Revista do Instituto historico e geographico brasileiro, tomo Io, 1839, pags. 68 e segs. Miguel Antonio da Silvtx, pag. 268 - Entre suas obras, deixei de incluir: - Chave da chimica ou novo methodo para aprender esta sciencia. Rio de Janeiro, in-8° Miguel Calmou du r*in e Almeida Io, Marquez de Abrantes, pag. 273 - Foi também socio da Sociedade litteraria do Rio de Janeiro, para cuja organisação foi um dos autores dos - Estatutos da. Sociedade litteraria do Rio do Janeiro - 0 Instituto historico e geographico brasileiro possue o autographo relativo a este trabalho, assignado por outros socios, como o doutor Emilio Joaquim da Silva Maia, Pedro de Alcantara Bellegarde, o bispo de Anemuria, APPENDICE 389 Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, depois Visconde de Jequitinhonha, Joaquim Gonçalves Ledo, Visconde de S. Leopoldo, Diogo Soares da Silva de Bivar e outros. Mig^uel de Frias Vaseoncellos. pag. 278 - Tem ainda trabalhos escriptos em cargos de administração que occupou e dentre elles: - Falia dirigida á Assembléa legislativa da província do Pará na segunda sessão da undécima legislatura peloExm. Sr., etc., em 1 de outubro de 1859. Pará, 1859, in-4°. * Fr. Alienei de S. Carlos - Natural da Bahia e re- ligioso franciscano, professo no convento de sua província, só sei pelo almanak de 1872 que era elle então examinador synodal da diocese, e commissario da Ordem terceira de S. Francisco. Distincto orador sa- grado, delle apenas conheço o seguinte: - Sermão do Senhor Bom Jesus da Porta, prégado no convento das Ursulinas de N. S. das Mercês a 2 de maio de 1880. * Miguel Couto dos Santos - Escriptor que não co- nheço, mas sómente o seguinte trabalho seu entre os livros da biblio- theca do Imperador d. Pedro II, enviados para a bibliotheca do In- stituto historico: - Informações apresentadas ao jury da Exposição nacional. Rio de Janeiro, 1886, in-8°. Mig-uel Lemos, pag. 280- A seus escriptos accrescem: - Primeiros ensaios positivistas: A philosophia do desespero. As tres philosophias. Augusto Comte e o positivismo. Rio de Janeiro, in-8\ - Appello aos conservadores por Augusto Conte: traducção. Rio de Janeiro, 1900.-O vernáculo é escripto num mixto de ortographia etymologica e phonetica. Misael Ferreira Penna, pag. 298 - Filho do major Misael Ferreira de Paiva e dona Mathilde Carolina de Jesus, nasceu a 23 de março de 1848, em S. Antonio do Amparo, Minas-Geraes, e falleceu a 19, e não a 18 de outubro de 1881. Foi promotor publico na Victoria e juiz municipal no Cachoeiro do Itapemirim. O seu ul- timo trabalho não se intitula Quadro Negro, mas - O Livro Negro. Victoria, 1874, 32 pags. in-8° - O autor tomou 390 APPEND&E neste livro o pseudonymo de Philemon e publicou a primeira série sómente. * Moysés Marcondes <le Araújo - Natural do Paraná, graduou-se em medicina não sei em que faculdade ; talvez em Portugal, onde esteve algum tempo. Achando-se em Paris, em 1881, tomou parte no Congresso internacional de medicina, em Londres, como adjunto do dr. Barão de Thercsopolis. Escreveu: - Formulário therapeutico e magistral. Lisboa, 1888, in-8° - E' organisado por ordem alphabetica das moléstias. N * TN ti rei sá o «losé <Ie Moraes- Não pude obter noticias deste autor; só o conheço por este trabalb.o seu: - Flores históricas: diccionario das alluzões aos factos e aos ditos memoráveis que se encontram nos escriptores. Rio de Janeiro... * TVa^cizo <lo Prado Carvalho - Natural da Bahia e nascido a 21 de março de 1865, fez o curso da escola da marinha, é prmeiro tenente da armada e lente substituto da escola naval. Escreveu: - Penetração dos projectis em o meio resistente solido - Balistica e artilharia.- Manobra e evoluções navaes.- Machinas a vapor.- Historia naval e tactica.- Astronomia e navegação: these de concurso a um logar de lente de balistica e artilharia do curso de historia naval do Brasil. Rio de Janeiro, 1898, 99 pags. in-4° - O primeiro ponto é desenvolvido em dissertação com introducção, em quinze capítulos ; os outros são escriptos em proposições. Esperei até entrar no prélo este artigo, por noticia mais completa deste autor e de outros trabalhos, porque sei que hadelh vários escriptos na Revista Marítima. iXestor Augusto Morocines Borba, pag. 306 - Seu trabalho « Excursão ao Salto do Guayra ou Sete-quedas », teve segunda edição na Revistado Instituto historico e geographico brasileiro, tomo 61°, parte primeira, 1898, pags. 65 a 74, acompanhada de notas e considerações pelo engenheiro André Rebouças, desta á pag. 85. APPENDICE 391 * Nestor Dias- Autor de quem debalde procurei noticias; sei apenas que é brasileiro e que escreveu: - Apontamentos biographicos para a historia das campanhas do Uruguay e do Paraguay desde MDCCCLXIV. Rio de Janeiro, 1866, in-4°. Nestor Victor dos Santos, pag. 306 - Escreveu mais: - A' Cruz e Souza. Poemeto no ultimo anniversario de sua morte. Rio de Janeiro, 1900 - São cincoenta quadras em versos alexan- drinos. Seu romance Amigos publicado no Debate foi impresso em volume no Rio de Janeiro, 1900, in-8'. Nicolau Midosi, pag. 312 - Por engano foi mencionado este autor no terceiro vol. com o nome de Henrique Midosi. * Nilo Moreira Guerra- Filho do capitão de mar e guerra José Moreira Guerra e dona Maria da Gloria Guerra, nasceu a 28 de dezembro de 1873 na cidade do Aracajú, capital do estado de Ser- gipe. Encetou os seus estudos na Escola Militar, onde fez o curso de mathematica e astronomia, e o de agrimensura na Escola Polytechnica. Sendo praça de 1888, foi promovido em 1894 a alferes por serviços prestados â republica. Cursou a escola de Bellas-Artes, onde se aper- feiçoou em architectura e pintura. Em 1898 foi eleito deputado á assemblèa do seu estado. Estreou na imprensa como collaboralor do jornal 0 Rio Grande de Porto-Alegre em 1892, tendo em seguida col- laborado n'0 Paiz e Tribuna desta capital, no Diário de Noticias da Bahia, no Estado de Sergipe e Noticia de Aracajú. Escreveu: - Rabiscos-, cantos. Aracajú, 1898, 150 pags. in-8°peq. - Pelas Lettras-. serie de artigos sobre instrucção publica e im- prensa. N'O Estado de Sergipe. Aracajú, 1898. - Lição de honrai Carta Negra, Coração de soldado, Psychologia das mascaras: serie de artigos de estudos psychologicos. N'O Paiz. Rio de Janeiro, 1900.- Na primeira phase da Tribuna encontram-se vários contos do autor sob os titulos: Pedro Vaqueiro, Noviça, Ernesto, Tio Cheté. Nano Alvares Pereira e Souza, pag. 317- A' seus escriptos accresce: - Hygiene da habitação - Na Revista do3 Constructores, 1886, Anno 1° pag. 49 e seguintes. 392 APPENDICE * Nuno I^ossio - Só conheci com este nome o dr. Nuno Eugênio de Lossio e Seilbitz, ha poucos annos fallecido, de quem não supponho serem os trabalhos seguintes, mas de pessoa de sua familia natural do Rio de Janeiro. - Mãe e martyr ou os martyrios de uma esposa. Rio de Janeiro, in-80., com estampas. - Martyres do coração ou a prostituição no Rio de Janeiro: ro- mance historico. Rio de Janeiro, 1892, com estampas. o * Octacilio Aiireliano Cftme 11o cie AJlbu- querque- Filho de João Aureliano Camello de Albuquerque, nasceu a 21 de março de 1874, no estado da Parahyba, é estudante de medicina e interno de clinica propedêutica na faculdade do Rio de Janeiro. Escreveu: - Fim do mundo: drama de costumes nitheroyenses - Não sei si está impresso; sei porém,que foi levado em scena, em 1899, no theatro de Nitheroy. Octavio Esteves Ottoni, pag. 322 - Nasceu a 7 de março de 1856. * Ola-vo Kloy Pessoa da Silva, - Da família do co- ronel dr. José Eloy Pessoa da Silva e de Manuel Pessoa da Silva, men- cionados neste livro, e nascido na Bahia, escreveu: - Instrucções para o contador de gaz, vulgarmento reconhecido como regulador ou reg'stro. Bahia, 1880, in-8d. * Oscar Frederico de Souza - Filho de João Baptista Alves de Souza e dona Delmira de Souza, natural da cidade do Rio de Janeiro, e nascido a 6 de março de 1870, é doutor em medicina pela faculdade desta cidade e professor da mesma faculdade, Escreveu: APPENDICE 393 - Embryogenia geral dos vertebrados: these apresentada, etc. para obter o gráo de doutor em medicina. Rio de Janeiro, 1891, in-4°. - Factores da evolução: these de concurso parado logar de lente substituto da segunda secção da Faculdade de Medicina do Rio de Ja- neiro, etc. Rio de Janeiro, 1895, in-4° - O dr. Oscar de Souza colla- borou com vários trabalhos para o Annuario medico, redigido pelo dr. Carlos Costa. Oscar da Gama, pag. 339 - Oscar Nogueira da Gama, filho do major Ignacio Ernesto da Gama e dona Joanna Miranda da Gama, nasceu em Juiz de Fóra, Minas, a 22 de maio de 1870 e ahi fal- leceu a 24 de abril de 1900. Como jornalista, fez parte da redacção de vários jornaes que se editaram em Juiz de Fóra e collaborou em todos com phantasias lilterarias, chronicas, grande numero de poesias, ora firmadas por suas iniciaes, ora por pseudonymo. Collaborou egualmente n' O Paiz e na Semana em sua segunda phase e no Diário Mercantil de S. Paulo, de que foi também redactor em 1889. Além do seu livro de estréa « Luares » escreveu mais: - Juiz de Fóra fóra de juizo: revista representada com applauso em 1897. - Flora rubra: no prêlo. - Helianthost inédito. Ultimamente redigia com Corrêa de Azevedo a - Cigarra: Juiz de Fóra, 1900. * Oscar Ouanab:irão-Parece-me queê um pseudo- nymo de jornalista do Rio de Janeiro. Esperei ter noticias suas até entrar no prelo este artigo. Escreveu: - A opera « Fosca » de Carlos Gomes. Rio de Janeiro, 1880, 28 pags. in-4° de duas columnas- Este trabalho foi publicado antes em folhetins na Gazeta da Tarde e, como este, ha outros escriptos seus na imprensa do dia. * Oscar Guanabarino - Filho do Joaquim Norberto de Souza Silva, de quem jà me occupei, e dona Maria Thereza de Souza Silva, nasceu em Nitheroy a 29 de novembro de 1851. E' 394 AP PE ND ICE funccionario publico naquella cidade, professor de piano e jornalista. Escreveu: - O Professor de piano: Rio de Janeiro, 1881 - E' uma reunião de artigos escriptos para a Revista Musical, contendo conselhos de grande utilidade para os amadores da arte. Tem em elaboração o - biccionario encyclopedico musical - Este interessante trabalho já conta oitenta mil termos, comprehendendo todos os assumptos que se prendem aos princípios de musica ; a parte physiologica do larynge e do ouvido ; a biographia dos músicos brasileiros e artigos que se relacionam coma musica pbysicae physiologica. Tem sido collaborador do - O Paiz desde a sua fundação. Neste jornal é sua a parte rela- tiva ã critica sobre bellas-artes. Oscar de Macedo Soares, pag. 340 - Escreveu mais: - Consultor Criminal de Cordeiro: edição completamente refun- dida de accordo com a legislação promulgada depois de 15 de no- vembro de 1889. Rio Janeiro, 1900, 627 pags. Oswaldo Oonçalvcs Ci*u.z,pag. 344- Nasceu a 5 de agosto de 1872. *O8Avaldo Poggi tle Figueiredo - Filho do doutor João Francisco Poggi do Figueiredo e dona Amélia Duarte Poggi de Fi- gueiredo, nasceu a 3 de janeiro do 1875 na cidade da Victoria, capital do Espirito Santo. A sua educação litteraria foi feita nas diversas capitaes, em que seu pae tem exercido cargos de magistratura, e presentemente ( 1900) cursa o quinto anno da ficuldade de direito livre do Rio de Janeiro. Escreveu: - Rebentost versos. Porto-Alegre, 1899, 96 pags. in-12°. - Taça de fel: contos e novellas. Porto-Alegre, 1900, 106 pags. in-12°. Tem redigido : - Meteoro: jornal. Porto-Alegre, 1899. - Revista Académica: orgão dos estudantes da faculdade de di- reito. Rio de Janeiro, 1899 - Tem collaborado nos seguintes jornaes: Volcão: Manãos, 1892-1893 ; Gazeta da Tarde: Porto-Alegre 1894 ; Fluminense: Nitheroy, 1897-1898; Estado do Espirito Santo: Victoria, 1898-1899; Lettras e Artes: revista Porto-Alegre, 1899; Reforma: Porto- Alegre, 1899; Republica: Porto-Alegre, 1899. APPENDICE 395 Ovídio Ferreira da Silva, pag. 347 - E' membro da Mina Litteraria, sociedade de lettras do Pará, e deputado estadoal. Es- creveu mais: - Maria Luiza: romance. Pará, 1900. Psxulino <le Almeida Brito, pag. 353 - E' membro da Academia Paraense e professor interino de esthetica da musica do conservatorio Carlos Gomes, na capital do Pará. Escreveu mais: - O homem das serenatas', romance - Foi suaestrea na litteratura romantica. - Contos... - Cantos Amazonicosv poesias. Belém, 1900. JPauliiio José Soares de Souza Io, Visconde de Uruguay, pag. 354 - A terceira das obras mencionadas com o titulo «Administração local: Projecto apresentado ã Gamara dos senhores Deputados na sessão de 19 de julho do 1869 » não pertence a este autor, mas a seu filho, de igual nome, de quem me occupo em seguida e que também foi ministro de Estado e deu segunda edição dessa obra. * Paulo José Pereira <Ie Almeida Torres - Filho do conselheiro José Carlos Pereira de Almeida Torres, Visconde de Macahé e da Viscondessa do mesmo titulo, nasceu no Rio de Janeiro a 15 de maio de 1838, e bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de S. Paulo, dedicou-se ao funccionalismo publico da pro- víncia, onde foi procurador fiscal, director da fazenda e dirigiu a mesma província como seu primeiro vice-presidente. Exerce desde 1890 o cargo de offlcial do registro geral e das hypothecas do segundo districto da capital federal. Escreveu trabalhos no exercício de taes cargos, como: - Exposição, com que o Dr..Io vice-presidente da província do Rio de Janeiro passou a administração da província ao Exm, Sr. Dr, Ber- nardo Avelino Gavião Peixoto a 16 de março de 1882. Rio de Janeiro, 1882, in-4°. - Relatorio apresentado á Presidência da província do Rio de Ja- neiro pelo director da fazenda da mesma província, etc. Rio de Janeiro, 1885, in-4°. 396 APPENDICE I). Pedro I do Brasil e IV de Vortuííal, pag. 367 - Como jâ disse, cultivou a musica e deixou varias compo- sições, sendo uma destas o - Hymno á independencia do Brasil, posto em musica para canto o grande orchestra por D. Pedro I, - em um volume de encadernação rica - E' a primeira das peças da « Relação dos autographos e origi- naesdo Instituto historico e geographico brasileiro feita pelo Io secretario Dr. Manuel Duarte Moreira de Azevedo», publicada na Revista Tri- mensal do mesmo Instituto, tomo 47° parte 2a, pags. 505 a 552. 0 presente appendice foi muito mais extenso, do que os dos volumes precedentes em consequência de se haverem extraviado, por occasião da moléstia repentina e grave, de que fui aífectado, muitas notas e apontamentos que eu tinha sobre minha mesa de trabalho, para serem incluídos no logar competente, dos quaes parte perdeu-se e parte foi encontrada depois da composição dos respectivos artigos. RESPOSTA INDISPENSÁVEL Jâ no ultimo quartel da vida, curtindo dôres desde que, em outubro de 1898, fui affectado de moléstia gravíssima de que fui desenganado por cinco médicos, quasi sem vista e, por isso podendo, a custo compor apenas os artigos que me faltam para este livro, sou obrigado a responder á censuras, de que tenho noticia por amigos meus, feitas a esse livro, por um indivíduo emigrado lá do Amazonas ou do Pará para esta Capital, trazendo em sua bagagem enorme prôa de sabença, que valeu-lhe um bom emprego, e sempre enfesado, de ferula em punho, á laia de mestre-escola de aldeia, achando ruim tudo quanto não é por si ou pelos que o rodeiam escripto. Vou expôr cada uma censura de per si, e em seguida dar a respectiva resposta. Primeira censura: O sabio censor, querendo escrever a biographia de Antonio de Castro Alves e procurando para isso o meu humilde livro, achou que eu tinha sido deficiente na no- ticia, que dei do joven e laureado poeta bahiano. A isso respondo que meu livro não é biographico, mas bi- bliographico, e que nelle só dou noticias biographicas que bastem para que a todo tempo não se confunda o escriptor, de quem trato, com outro, que porventura appareça, de igual nome. Ver- 398 RESPOSTA INDISPENSÁVEL dade é que, sempre que posso, tratando de vultos notáveis me estendo mais na noticia delles, e isso fiz, referindo-me a esse poeta, que hoje, com os estudos que tenho feito, considero o primeiro poeta brazileiro do século XIX - com a devida venia do sabio censor. Portanto nem meu livro foi deficiente nesse artigo. Segunda censura: Disse o sabio censor que eu deixara de occupar-me de autores brazileiros, de que, entretanto, Innocencio da Silva se occupara em seu Diccionario. Confesso que desanimei completamente quando disto soube, senti-me abatido, porque li todo o trabalho do erudito e operoso bibliographo portuguez e estava convicto de não me haver es- capado autor algum, brazileiro, de que elle tivesse tratado. Depois, afinal, soube que o sabio censor se havia referido á algumas de milhares de theses inauguraes apresentadas ás Fa- culdades brazileiras, cujos autores nada mais escreveram. Si o sabio censor tivesse lido a introducção de meu livro, como lhe cumpria, para fazer uma critica leal ao meu humilde livro, teria lido no tomo i°, pagina XXII, linha 6, o seguinte: «Entre as (obras) que me pareceu que devia excluir, estão algumas de autores conhecidos: são, por exemplo, as theses inauguraes, de que só faço menção quando seu autor tiver publicado qualquer outro escripto, os relatórios, etc.» Assim resolvi, porque uma these inaugural é um trabalho obrigatorio, é uma prova do ultimo exame académico. Talvez o sabio censor nem calcule quantos volumes teria eu de escrever só com trabalhos desta ordem, e dando a biographia de cada um autor como entende elle que devo dar. Terceira censura: Alterei o titulo de algumas obras, diz o sabio censor. RESPOSTA INDISPENSÁVEL 399 Confesso com a franqueza e lealdade, que me são ha- bituaes, que alterei o titulo de algumas obras de modo a deixar patente o assumpto de que se trata, para facilidade de quem procure taes assumptos - e de outras obras, talvez, porque só por esta fórma poderia dar delias noticia. No pri- meiro caso estão as theses inauguraes académicas, em cujos titulos nunca se observou ordem ou regularidade. E' assim que uns as intitulam «These apresentada e sustentada per- ante a Faculdade, etc. », sem declarar para que fim, nem do que se trata; outros dão-lhe o titulo de «These apresentada à Faculdade, etc., pelo Dr.... » quando taes escriptos são apresentados só por estudantes que se propõem com ellas a obter o gráo de doutor, e assim com outras declarações, sem entretanto declararem sobre o que escrevem. Pareceu-me, pois, conveniente e mais acertado dar noticia destes trabalhos, come- çando pelos pontos de que tratam e, depois, o fim para que são apresentados. No segundo caso estão obras, muitas vezes de alto valor, que li, mas que não pude ver quando tive de noticial-as. Commigo mesmo deu-se este facto: Em 1861, exercendo eu os cargos de inspector de saude publica e de inspector de saude do porto em Alagôas, escrevi, por ordem do Presidente da pro- vinda, um trabalho habilitando a população a usar dos meios preventivos e curativos do cholera^norbzis, que então apparecera ao norte das Alagôas, trabalho que escrevi e foi distribuído por toda província, e de que não possuia eu um só exemplar. Não me lem- brava o titulo (ipsis verbis ) deste livro, e então, querendo delle dar noticia, escrevi: « Conselhos contra o cholera-morbus epidemico. Maceió, etc. » Pergunto eu aos homens sensatos : desde que dei um titulo do que continha o livro, não satisfiz o meu empenho? De- veria deixar de dar noticia do livro, neste caso? Penso que não. 400 R^SPjSTA indispensável Quarta censura: « Dei de outros autores brazileiros menor numero de obras, do que deu o citado bibliographo portuguez » - diz o sabio censor, citando para proval-o o nome do dr. Joa- quim Manoel de Macedo 1 Convido o leitor benevolo a compulsar aquelle diccionario e supplemento, e verá que ahi se mencionam trinta e quatro obras do dr. Macedo, ao passo que pelo meu livro são mencio- nadas sessenta e duas ! ! Isso não demonstra sómente o em- penho, a gana de achar defeitos no meu humilde livro, demonstra a facilidade, com que se falta â verdade manifesta. Dada essa explicação ás pessoas que porventura lerem meu livro, declaro que póde o meu sabio censor, d'ora em diante, escrever o que muito bem lhe aprouver ou mandar escrever contra meu livro e até mesmo contra mim, porque não lhe responderei mais. Tenho muita cousa importante, util de que minha idade e sobretudo a moléstia me inhibam de oc- cupar-me. Não foi essa, porém, a primeira accusação injusta que soffri. Por occasião de sahir á lume o segundo volume deste livro, que dei ao prélo quando já nem mais pensava nisto, como declaro na respectiva íntroducção, um indivíduo, a quem debalde me dirigi, pedindo para isso os apontamentos relativos á sua pessoa, censurou-me por não haver eu dado melhoramento algum á esse Volume e por ignorar o titulo de obras á que me referi, citando, como unica prova dessa ignorância, o facto de ser publicado com o titulo de Chapelada, em vez de Chapeleida, o poema heróe-comico-satyrico de Carlos Augusto de Sá. Esse critico, porém, tinha contas a ajustar comigo, porque, á falta de noti- cias biographicas a seu respeito, eu disse o que sabia, e entre isso, que havia tido uma loja de livros de sociedade com RESPOSTA INDISPENSÁVEL 401 outro á rua de S. José, onde eu mesmo lhe havia comprado um livro, e penso que isso o magcou. Comecei a escrever minha defesa ou resposta a essa censura; mas, lembrei-me que eu não tinha imprensa gratuita, como o meu censor que era então jornalista, nem podia despender dinheiro com polemicas, que talvez se seguissem, e então, como houvesse nesse dia sessão do Instituto historico e geographico brazileiro, a que já pertencia, e considerando essa a primeira associação de historia do Brasil, apresentei perante o mesmo Instituto minha justificação, depois de ler a accusação. A se- gunda accusação de ser publicado Chapelada em vez de Cha- peleida, provei com o autographo, que ainda possuia, marcado com as dedadas de tinta do compositor, que nada mais houvera do que um erro de composição, que me passara despercebido, como outros que passarão agora, que, além da moléstia de que soffro desde 1898, soffro de uma catarata, e as provas deste livro são corrigidas por uma filha minha. Nem eu podia ignorar o titulo desse poema, porque o pos- suia e possuo ainda; assim, como sabia a causa, por que foi elle escripto e ainda mais sabia que foi escripto em Nicteroy e em Nicteroy foi copiado por letra estranha e trazido por pessoa estranha á typographia da côrte, onde foi impresso. Ainda uma palavra ao meu indulgente leitor. Nunca, to- mando sobre meus hombros a empreza de escrever este livro, tive a pretenção de escrever um trabalho completo, porque tra- balho completo dessa ordem não é para ser feito por um homem só, por maior que seja o seu cabedal de conhecimentos, e por 402 RESPOSTA INDISPENSÁVEL mais vigorosa e robusta que seja sua saude, e nem é com uma só edição que se obterá. Nem meu sabio censor seria capaz de dal-o, com toda a sua próa de sabença. Medi bem minhas forças antes de escrever a bibliographia patria, sobre que o Brasil era talvez o unico paiz que - no seu estado de adianta- mento- ainda não possuia um livro; mas «além de que eu precisava de uma distracção séria, acurada, quando metti mãos á empreza, nutria a firme convicção de que, tratando de um livro, onde se registrassem as obras de tantos brazileiros illustres desde os tempos coloniaes até hoje, muitos dos quaes deixaram obras de alto valor sem que entretanto sejam seus nomes conhe- cidos ; de um livro, onde se puzessem em relêvo os méritos litterarios de brasileiros disrinctos nos diversos ramos dos co- nhecimentos humanos, nenhum brasileiro que preze as lettras deixaria de contribuir com seu obulo, com os esclarecimentos relativos a si ou a outros patrícios para um commettimento, que - si dá a quem o toma a gloria do trabalho, dá também ao paiz a gloria de perpetuar a memória de tantas illustrações já cahidas, ou que vão tombando na valia obscura do esquecimento, e aos estudiosos, a conveniência de acharem num só livro o que a custo poderão encontrar esparso. E foi nisso que en- ganei-me .» Vi-me no mais completo abandono dos homens que podiam e deveriam auxiliar-me nessa empreza e, o que é mais sensível, soffrendo injustiças, calumnias de indivíduos que não conheço e de quem aliás me occupei, honrando-os, sem que se dignassem de dar-me para isso qualquer noticia a seu respeito 1 Vi-me só e sómente, estudando dia e noite e escrevendo até o meu quarto volume, que foi quando, achei um auxiliar distincto e dedicado. RESPOSTA INDISPENSÁVEL 403 Não podia, portanto, escrevendo este livro, nutrir a idéa de merecer louvores de meus compatriotas ; só buscava a dis- tracção de que carecia então. Não podia, com o abandono e os desgostos que sobre mim pesavam, nutrir a idéa de dar á minha patria um livro, como o de Barboza Machado, de Bento Farinha e de Innocencio da Silva. Apezar, porém, desse aban- dono e dos desgostos que me acabrunhavam, eu vejo que, escrevendo só, ácerca de um paiz novo, vastíssimo, sem bi- bliographia, meu pobre livro vale alguma cousa. Ninguém mais do que eu reconhece a illustração, os es- forços que empregou Innocencio da Silva para dotar as lettras portuguezas de um livro como o seu Diccionario, mas - á parte a modéstia,- quando reflicto nas vantagens que teve o erudito e incansável bibliographo portuguez e reflicto nas condições em que me achei, desde que me aventurei a escrever a bibliographia brasileira, confesso que tenho orgulho do que escrevi. E' assim que o bibliographo portuguez escreveu sobre um paiz velho, muito menor que o Brasil, achando grande parte de sua bibliographia já escripta por hábeis pennas, como a dos escriptores a quem acabo de referir-me, o abbade Barboza Ma- chado e Bento Farinha - emquanto que eu escrevia sobre um paiz novo, vastíssimo, de cuja bibliographia nenhum filho seu ainda se havia occupado. O bibliographo portuguez occupou-se de autores portuguezes e de autores de todo mundo que publicaram trabalhos em portuguez ! emquanto que eu escrevi só e sómente de brazileiros, natos ou naturalisados. O bibliographo portuguez deu noticia de tudo quanto teve conhecimento, escripto na língua portugueza, mesmo sem de- claração do autor ou sem conhecel-o, assim como de muitas 404 RESPOSTA INDISPENSÁVEL memórias, manifestos, estatutos, de publicações avulsas, emfim sem autor e até de retratos, emquanto que eu só dei noticia de obras de que conhecia os autores; deixando de parte muitas obras, por não conhecer seus autores, e ainda muitas de que conhecia os autores, como Theses inauguraes, pelas razões dadas na introducção do primeiro volume. O bibliographo portuguez escreveu sempre auxiliado por muitos litteratos portuguezes de elevada posição e também por muitos brazileiros, tendo sempre correspondentes em todas as provincias brazileiras que lhe enviavam noticias e até livros que se publicavam no Brazil, 1 emquanto que eu tive a negação completa de qualquer auxilio ; tive o desprezo ( não tenho vergonha de dizel-o, porque isso me não humilha) dos homens de lettras, a quem me dirigi, como declaro na introducção do primeiro volume de meu livro, e ainda hoje não tenho em algum dos actuaes estados do Brazil uma pessoa que me com- munique a publicação de trabalhos litterarios; só tenho tido accusações injustas e até calumnias de indivíduos que nunca contribuíram com uma palavra para este livro, como o indivíduo a quem respondo. O bibliographo portuguez, segundo me affirma pessoa muito competente, teve durante seu excellente trabalho litterario dis- pensa da repartição á que pertencia, e um amanuense para auxilial-o, dado pelo seu Governo, - emquanto que eu, do meu segundo volume em diante, exercia, pela necessidade, um em- prego, de que me occupava durante todo dia, até em dias 1 O humilde autor destas linhas nada menos de dous amigos teve que lhe pediram aponta- mentos para o Diecionario de Innocencio da Silva, um da Bahia c outro do Rio de Janeiro, o distincto litterato Guilherme C. Bellcgardo, que não doixou-o sinão depois do levar-lhe sua (heso inaugural e um volume de seus estudos militares. RESPOSTA INDISPENSÁVEL 405 santificados, só tendo para esse trabalho as noites, impossi- bilitado de frequentar as bibliothecas desta cidade, das quaes muitas nem conheço e nesse emprego contrahi a moléstia de que estive a expirar e de que tornei-me invalidado para qualquer trabalho physico desde outubro de 1898. O bibliographo portuguez, segundo me consta, teve assi- gnantes para seu livro em todo o Brazil. Aqui na capital federal conheço mais homens que possuam esse livro, do que são os subscriptores que tenho ; emquanto que eu, em ultima analyse, nunca tive occasião de mandar, nem me foi pedido um unico volume de meu livro para as provincias ou estados do Ama- zonas, do Pará, do Maranhão, do Piauhy, do Rio Grande do Norte, da Parahyba, de Sergipe, do Espirito Santo, do Rio de Janeiro, do Paraná, de Goyaz e de Matto-Grosso ! ! E nessa desigualdade de condições em que me achei sempre, relativamente ao illustrado bibliographo portuguez, admira que meu pobre livro (não contando com o supplemento) não se conclua com menos volumes (sete) do que o do illustrado bibliographo portuguez.- Quanto ao supplemento, si tiver forças para fazel-o, creio que ainda não ficará deste bibliographo muito distante, porque só para o primeiro volume supplementar eu tenho em ordem, para entrar no prélo, matéria para um vo- lume mais grosso do que o primeiro dado. (Dr. Sacramento (Blake.