bnvULDADE DE MEDICINADA BAHIA Dos prolapsos pite e seu tratamento mefcHiwpo These de DoutoraMto Luiz de Oliv^a Gentil 1909 ICHJESE FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA THESE APRESENTADA Á Faculdade de Medicina da Bahia Em 31 de Outubro de 1909 FU RH SER DEFEHDIDfl FOR Luiz de Oliveira Gentil Pharmaceutlco pela mesma Faculdade AFIM DE OBTER O GRAU DE DOUTOR KM MKDICINA DISSERTAÇÃO (CADEIRA DE CLINICA CIRÚRGICA) Dís prolapsos geHtaes e seu tratamento nitdice-cicur^o PROPOSIÇÕES Tres sobre cada uma das cadeiras do curso de Sciencias medico-cirurgicas BAHIA Litho-Typographia Almeida 57- Rua da Alfandega~37 1909 FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Director=Dr. Augusto Cezar Vianna Vice-Director-Dr. Manoel José de Araújo LEHTES Os Illms. Srs. Drs.: Matérias que Lbccionam; 1.* SECÇÃO José Carneiro de Campos Anatomia descriptiva Carlos Freits Anatomia medico-cirurgica 2? SECÇÃO Antonio Pacifico Pereira Histologia Augusto Cezar Vianna Bacteriologia Guilherme Pereira Rebello Anatomia e Physiologia pathologicas. 3.a SECÇÃO Manoel José de Araújo Physiologia José Eduardo Freire de Carvalho Therapeutica 4.s SECÇÃO Luiz Anselmo da Fonseca Hygiene Josino Correia Cotias Medicina legal e Toxicologia 5? SECÇÃO Antonio B. dos Anjos Pathologia Cirúrgica Antonio Pacheco Mendes Clinica cirúrgica-1." cadeira Braz Hermenegildo do Amaral " " 2.a " Fortunato Augusto da Silva Operações e apparelhos. «/-SECÇÃO Aurélio Rodrigues Vianna Pathologia medica Joao Américo Garcez Fróes Clinica propedêutica Anisio Circundes de Carvalho Clinica medica-1.a cadeira Francisco Braulio Pereira " " .a " 7? SECÇÃO José Rodrigues da Costa Doria Historia natural medica Antonio Victorio de Araújo Falcao... Matéria Medica, Pharmacologia e Arte de formular JoséOlympio de Azevedo Chlmica medica S.a SECÇÃO Deocleciano Ramos Obstetrícia Climerio Cardozo de Oliveira Clinica obstétrica e gynecologica 9,a SECÇÃO Frederico de Castro Rebello Clinica pediátrica 10? SECÇÃO Francisco dos Santos Pereira Clinica ophtalmologica ll.a SECÇÃO Alexandre E. de Castro Cerqueira... Clinica dermatológica e syphili- graphica 12.a SECCÃ Luiz Pinto de Carvalho . Clinica psychiatrica e de moléstias nervosas João E. de Castro Cerqueira I „„ ... Sebastião Cardoso fEm disponibilidade SUESTIT'JTCS Os Drs. José Affonso de Carvalho., la Sec. Gonçalo Moniz S. de aragão | „ Julio Serçio Palma C Pedro Luiz Celestino 3a " Oscar Freire de Carvalho... 4a " 5a " 6'a " Os Drs: Pedro da Luz carrascosa... ) José Julio de calasans | ° José Adeodato de Souza é» " Alfredo F. de Magalhães... 9a " clodoaldoF.de Andrade 10a- " Albino Arthur Leitão 11a- " Mario Leal 12a " Secretario-Dr. Meuandro dos Reis Meirelles Sub-Secretario-Dr. Mallieus Vaz de Oliveira A Faculdade não approva nem reprova as opiniões exaradas nas neses pelos seus auctores. ÇPqoemio Eis a nossa these! E' tarefa bem ardua para quem começa!... e mui pezado é, pois, o tributo que nos impõem!! Quizemos escrever uma these mais completa e per- feita, mas não o conseguimos fazer pela excassez e exi- guidade dos elementos que dispúnhamos nesse tão pe- queno lapso de tempo que succedeu a parca enfermidade que nos massacrou no leito! A confecção deste trabalho que de nós exigem, por- tanto, satisfaz, unicamente, um principio de obediência a Lei, afim de recebermos, ao adeus saúdoso da despe- dida, a laurel glorificadora do nosso tirocinio académico. Se fôra uma these puramente litteraria, talvez que nos custasse menos esforços, talvez que nos sahisse mais suave, porém... s cientifica? ! depende, como sabeis, de muita experimentação e talento! « Um campo, diz um grande philosopho, para ser conservado, é necessário que se o conheça bem, e essa questão, a mais importante, o seu elemento primordial por excellencia, não pode ser obra de um dia!...» Quanto aprendemos, quanto meditámos e soffremos na conquista d'esta solução, luctandosó, paladinamente e sempre firmes e destemidos, com os únicos recursos que nos fornecia o estudo-a nossa fanal pujante! II A' medida que avançamos para o nosso ideal, com essa methamorphose da organisação, novas ideias vão nas- cendo umas após outras, como intenso lusco tusco, em verdadeira scintillação de estrellas. O cerebro se illumina, sorri a alma como á Deus o sol, e esta doce alegria - aura fagueira dos nossos primeiros sonhos, desperta em b coração do moço, como o perfume da flor' Depois... cresce, avolumando se o campo de observa- ção, como se caminhássemos para as raias doiradas do infinito... cujos limites traçados pelo cháos da igno- rância, vão pouco á pouco se apagando e desappa- recem!... O organismo vem a ser o proprio theatro da vida! Desde que nascemos, que lutamos, e lutamos comnosco mesmos batemos todas as cousas do exterior e até contra as misérias extranhas, em soccorro da nossa pro. pria individualidade! Trabalhamos para vencer! Trabalhamos para viver! E a despeito dos innovadores e espiritos systema- tisados, não temos a pretensão de nos julgarmos, de maneira alguma em evidencia, e se desejamos aprender, todavia não acreditamos poder encerrar, comnosco, o circulo completo da sciencia! Escolhendo para o sacer- III docio da nossa profissão -a cirurgia que, entretanto, por si só, constitue tão vasto ramo d'esta monumental Encyclopedia, não auguramos, senão aprender, repitimos, procurando a elevação moral do nosso nome, desprendidos de qualquer vaidade exibicionista. A nossa these não é uma innovação scientifica, bem sabemos, embora o assumpto ainda não tenha sido escripto entre nós, mas exprime a condensação de alguns esforços, representa o nosso saevo-conducto - pergaminho sagrado que nos confere o previlegio de diffundirmos, pela humanidade inteira, estes dulcidos ensinamentos de caridade e amor, tão sabiamente ministrados neste Augusto e Venerando Templo. O assumpto da nossa these é bem conhecido de todos vós e o que fazemos de novo, não é mais do que apre- sentar os roagnificos processos de dous grandes scientistas -Bouilly e Guenard, os quaes muito successo teem alcançado no velho mundo. Eis, pois, o que podemos fazer. O dulor. DI0^e^TjiÇHO (cadeira de CLINICA CIRÚRGICA ) Bos prolapsos genitaes e seu tratamento medico-cirurgico PE(OPO£lÇÕ€:£ Tres sobre cada uma das cadeiras do curso de sciencias medico-cirurgicas S U M M U L A I-Considerações anatonio clinicas sobre os prolapsos genitaes. II-Tratamento em geral. III-Escolha do processo cirúrgico. IV-Preparação da doente e cuidados pre-operatorios. V-Cuidados post-operatorios. CONSIBERJ.ÇÕÊS MATOMO-CimiCK conôidetaçõeó anatomo-clinicaó que oca vamoô narrar, embota em traçoó latgoó, ôão de maxima importância para a noòóa Theóe. A óua relação com o aòóumpto eócolhido é tão intima e perfeita que não podetiamoó, abóolutamente, dellaó pteócindit. Dá-óe o nome de ptolapóo genital a uma moleôtia, ou anteó, uma enfermidade conótituida pelo relaxamento ptogteôôivo daó patedeó va- ginaeó, que por fim óe deóentolam completamente para fóta da vulva, acarretando comôigo a queda do globo uterino. Glinicamente o ptolapóo é caracterióado por um tumor que óe aóôeôta entre oó gtandeó labioó da vulva, formado pelaô patedeó deólocadaó da vagina óó, ou d'ella invaginando o útero. O ptolapôo genital é, na maioria doó caòoò, uma enfermidade compatível com a vida. 2 No começo não óe revela phenomeno algum apreciável, e áó vezeó, é por acaóo ou quando se pratica um exame neceóóitado por uma cauóa muito diveróa, que o medico deócobre a leóão. Naó formaó maió adiantadaó, porém, ella óe manifeóta por óymptomaó maió ou menoó cara- cterióadoó, conforme a intenóidade da affecção e o temperamento do individuo, podendo em algunó, chegar a embaraçoó gtaveó e compro- mettedoreó para o óeu eótado geral. Hacaóoó, entretanto, em que meómo no periodo maió adiantado da moleótia, o doente vem a óer dcópertado da óua enfermidade por incommodoó muito ligeiroó, como óejam-peóo no hypogaótrio, óimpleó rachialgia e doreó muito vagaó na região inguino-abdominal, eótando aó leóõeó, como deixei tranóparecer, já baótante adiantadaó. Nem óempre podemoó avaliar a importância de um prolapóo genital, pela óimpleó inópecção clinica, poróerem aó óuaó leóõeó e óymptoma- íologia muito variaveió. Em regra, oó óymptomaóque óe apreóentam óão nulloó ou pouco accentuadoó no começo da mo- leótia. Neóta primeira phaóe, vê-óe, collocada a mulher na poóição do eópeculo-a vulva ligeira- mente aberta e entre oópequenoó labioó, na parte antero-óuperior d^lla, uma óaliencia mucoóa arredondada e maió ou mencó proeminente. A etiologia deóta enfermidade é de valor relativamente inóignificante, comparada com a óua pathologia propriamente dita. Em geral, é o enfraquecimento de algum ou 3 doa varioó elementoó do apparelho vagino-peri- neal que produz o prolapóo da vagina, da bexiga, da parede anterior do recto, do inteótino e do utero-affecçõeó eataó áa quaea damoa aó deai- gnaçõeó de colpocelea, cyatocele, rectocele, enterocele e prolapóo uterino. O deólocamento deatea orgãoó parece, a pri- meira vióta, uma affecção banal e óem importân- cia alguma pathologica. Tal, porém, não acontece, e eótudando-óe bem eóta queótão, obóerva-óe juatamente o contrario. Deade a natureza do prolapóo da vagina até o alongamento do collo a divergência de opinião' é tão grande, que neceóóatio óe faz definirmoa, de modo claro e preciao, todoó eótea eótadoó motbidoo. Em referencia aoo pequenoó ptolapaoa, ióto é, á colpocele complicada de cyatocele e recloccic, adiantamoa que, óegundo algunó auloteó, a hérnia daa viócetaó circumviainhaó á vagina não deve ter a deóignação de prolapóo que, para eTe^ e principalmente Columbat, não é outra couaa óenão o reviramento da mucoóa cauóado pul i infiltração da textura celluloóa que une eMa membrana áó partea óubjacenteó. Lembram a conaequencia doa tumorea do ovário e daa vatiaó annexitea, para juatificar o óeu modo de penóar, reconhecendo e.nbora que o peao do utero gravido e dealocado pode fazer óaliencia na vulva de uma porção do conducto va- ginal óem que ióto conótitua um prolapao genital. O profeaaor Columbat, de certo, não ccnhccia 4 bem a razão de ôer deótaô enfermidadeô e por iôto confundiu-aó tanto, á ponto de expreóôar-ôe da forma que acima alludimoô. O que elle quiz explicar, e não o fez ôcientifi- camente, foram eôteô eòtadoô tranóitorioô de ôim- pleô recalcamento que produzem apenaô uma exuberância do rebordo vaginal, couôa que aliáô não tem relação abôolutamente alguma com o noôôo thema. O profeôôor Columbat tinha um exemplo fri- óante na pôeudo-cyôtocele daô multiparaô, ôe comprehendeôóe melhor eôta queôtão. O prolapôo é, poiô, ôem controverôiaô, uma hérnia especial doô orgãoô genitaeô. Agora, ôurge uma outra contenda ôobre a pathogenia d'eôôa enfermidade. Refutando a opinião de claôôicoô antigoô, diz Gaillard Thomaô, que a parede anterior da vagina e:tá tão intimamente adherente á baôe da bexiga e da parte anterior do museau de lanche, e por intermédio doô ligamentoô ôacro- uterinoô. tão fixada ao recto que não ôabe ôe o prolapôo da vagina pode exiôtir ôó, ôem ôer accompanhado de cyôtocele, rectocele ou pro- lapôo uterino. Indubitavelmente a colpocele pode exiôtir ôó, ôem o cortejo d^eôôaô outraô affecçõeô, porém iôto c rariôôimo que aconteça e, podemoô dizer, ella não é maiô do que um caóo pro-forma. Diz o pr< feôôor Lutaud nunca ter viôto pro- lapôo da parede anterior da vagina ôem deóloca- mento da bexiga, não obótante obóervar muitoó 5 caóoó de prolapóo da parede poóterior, óem o deólocamento do teclo. Trelat aóóegura que eóteó deólocamentoó óão tão intímamente óolidaríoó que, a óer verdade que elleó poóóam exiótír ióoladamenle, é a titulo de excepção, porque o tnaió daó vezeó elleó óe óuccedem. Com eóteó ultimoó enôinamentoô preótamoó, poió, o noóóo apoio pleno e incondicional a bella doutrina de Gaillard. Eócudadoó em a anatomia topographíca da região não tenhamoó receio algum de óoccumbirmoó em erro. Baóta para a confirmação do que vimoó de faltar, obóervar-óe quanto a parede anterior da vagina contribue para a gravitação do utero, da bexiga, ínteótinoó, etc; quanto á parede poó- terior que, embora não óeja de tal maneira ligada ao recto, adhere comtudo a elle e muito óolidamente ao nível do fundo do cul-de-sac poóterior, e ainda maió, quanto no óepto peri- toneal, um pouco acima da vulva e ao nível do bordo óuperior do corpo do perineo, aó fibraó muóculareó da vagina óe confundem com aó do ramo ióchio-pubiano, dando ao cylindro vaginal tão apertado ahi pelo pubo-coccygiano o óeu verdadeiro eóphincter muócular. Eóta diópoóição anatómica poderia por ói óó fazer triumphar a opinião de Gaillard. Como óe vê o noóóo incendido enthuóiaómo por eóóa brilhante doutrina não óe fundamenta em uma opinião leviana ou àbótracta, ella é mui bem juó- tificada pelo óeu proprio valor. E não é tudo. 6 ainda. Do Seu Seio floresce um corollario magni- fico que explica de modo peremptório, claro e evidente, porque é excepcionalmente rara a colpocele simples sem o deslocamento de uma ou das diveróaó visceras precitadas e também por- que, desde que isto se dá, o prolapso se main- festa, somente, sobre a parede posterior. Hart, fazendo o estudo das hérnias em geral, in- cluiu os deslocamentos vagino-uterinoS. Peccou, não ha negar, porque entre as verdadeiras hérnias e estos deslocamentos genitaes a dif^e- rença é grande. Nas hérnias abdominaes, taes como a dos in- testinos, as epiploicaS, etc. os orgãos impellidoS para o exterior pela pressão intra-abdominal São essencialmente moveis, emquanto que os pro- lapsos genitaes podem conservar pontos estáveis ao nivel de suas adherencias profundas, sof- frendo deformações múltiplas, conforme se explica o alongamento do collo do utero, etc. O prolapso é, não ha duvida nenhuma, uma hérnia, porém de natureza toda particular aos orgãos genitaes, devido á atrepsia geral dos tecidos e especialmente á atonia do apparelho contensor do utero, (Gaillard). Trelat, accorde com o professor Pozzi,.consi- dera synonimias de prolapso as designações hys- TEROPTOSE, PR0C1DENC1A, ABAIXAMENTO, DESCIDA, queda e precipitação do utero, termos estes que, segundo elles, exprimem muito bem o facto pathologico. Esta classificação tão abstracta e confusa 7 precióa de óer reparada e por ióóo, a conteó- tamoó formalmente, baóeadoó naó juótaó ponde- raçõeó de Guenard. Aó deóignaçõeó-deócida, abaixamento, queda e precipitação-óão de certo eótadoó diótinctoó que repreóentam aó diveróaó phaóeó da evolução da enfermidade. Deve-óe ter muito intereóóe em diótinguir actualmente eótaó minude.nciaó, maximé, óe óe quizcr óer precióo naó indicaçõeó e julgar pre- viamente oó reóultadoó operatorioó. Oó prolapóoó devem óer claóóificadoó em ca- thegoriaó e grauó. A óua divióão, claóóica aliáó, não era, todavia, dotada de muita clareza e precióão, carecendo algo de poóitivo, porque óe apoiava apenaó óobre phenomenoó anatomo- clinicoó muito inótaveió e apparenteó. Neceóóitavamoó, poió, da pelvimetria e da hyótero-pelvimetria que agora completam aó inótrucçõeó precióaó, com aó quaeó organióamoó hoje um eótudo maió racional e perfeito. A hyótero pelvimetria noó enóina o grau de alon- gamento do collo, a pelvimetria a porção do abaixamento do ulero, conóiderando a diótancia que óepara do estreito inferior da bacia - s orificio inferior do collo do utero, independente de alongamento cervical. Sabemoó que o eótreito de que óe falia é repre- óentado por uma linha imaginaria que óe eó- tende do bordo inferior da 4a vertebra óagrada, e correóponde ao meio deóta linha, maió ou menoó. Eóta diótancia é calculada pela per- 8 pendiculat fitada do orifício inferior do cotio para baixo óobte o eótreito inferior, e mede not_ malmente 2 cm. A hyótero pelvimetria também conóióte na ava- liação de uma perpendicular ao eótreito inferior, porém aqui eóta perpendicular é repreóentada pelo utero em ptolapóo ou óimpleómente o coito conóideravelmente alongado. A óua avaliação faz-óe pelo toque e pela hyóteromettia propriamente dita. O toque neceóóita de óet duplo, porque o dedo introduzido no recto não reconhece a extremidade inferior do collo óenão pelo dedo da outra mão, que indica a óua poóição. A hyóteromettia é muito maió óimpleó, e óe obtem pele via vaginal e do óeguinte modo: intro- duz-óe o hyóterometro, óeguindo aó boaó pte- óctipçõeó da technica, até o fundo da cavidade uterina e da profundidade accuóada, óubtrae-óe a extenóão normal,^cuja media é 6 cm. naó nullipataó e 7 cm. naó multiparaó, óendo o exceóóo deóóeó numetoó o valor ou o grau do alongamento hypertrophico. Uma vez óabidaó aó dimenóõeó da cavidade uteúna noó óeuó treó óe^mentoó, e obóetvadaó aó ptecauçõeó aóepticaó, daó quaeó nunca óe deve prescindir, a hyóteromettia é uma exploração abóolutamente inoffenóiva. Naó mulheteó netvoóaó eóta pequena operação provoca, áó vezeó, uma dor muito viva no mo- mento em que o hyóterometro attinge o ióthmo, e também uma óenóação, um tanto penoóa, togo 9 que o instrumento bate no fundo da cavidade uterina. Na pelvimetria o orifício inferior do cotio pode ser supra ou subjacente ao estreito inferior da bacia, conforme o grau do prolapso uterino. Nos casos recentes a diminuição da distancia que Separa normalmente a extremidade inferior do collo do orificio inferior da bacia indica o estado dos pequenos prolapsos; a distancia da séde normal da extremidade inferior do collo ao estreito, sommada com a do estreito até a posição pathologica do collo, dá-nos o grau de descida do utero nos casos de grandes pro- lapsos. Como Se vê, estes elementos São indispensá- veis para se fazer não só uma apreciação completa e perfeita da forma e intensidade do prolapso genital, como tornar evidentes as lesões que, por ventura, possa acarretar esta enfermidade. Chamamos clinicamente prolapso completo e incompleto, conforme a importância da lesão. Quer Desormeaux que admitíamos apenas duas ordens de prolapsos para exprimir todo o qua- dro pathologico da moléstia, conforme o utero está ainda occuito na vagina, ou já se acha fóra delia, condições estas que não exprimem nitida- mente a nossa questão. Por isso julgamos a classificação de Beguel e West a mais racional e com oleia. 10 Eóta comprehende 4 cathegoriaó, a óaber: colpoceles simples, sem violação do perineo, colpoceles com violação do apparelho perineai, prolapso uterino, sem alongamento hypertro- phico do coito do utero e prolapso da vagina e do utero com alongamento cervical. Conóideramoó aó duaó primeiraó cathegoriaó no grupo doó prolapóoó pequenoó ou incom- pletoó, aó duaó ultimaó em o doó prolapóoó gran- deó ou completoó. PROLAPOS PEQUENOS OU INCOMPLETOS (Prolapsos vaginaes) COLPOCELE Da primeira calhegoria temoó a procidencia da vagina que pode conótituir por ói óó uma leóão ióolada e permanente, ou óer o começo de um ptolapóo genital em evolução, ao qual óe dá o nome de colpocele. A colpocele, reóultante da flaccidez e mobili- dade conóideraveió daó paredeó da vagina, pode óer parcial ou total. Neótaó affecçõeó é a parede anterior a que deóce maió facilmente. A colpocele é muitaó vezeó uma eópecie de óub-involução vaginal e em geral é óeguida da queda da bexiga. A colpocele poóterior é formada pela queda da parede vaginal poóterior óó, ou. complicada da queda da parede anterior do recto. Maó de 11 ordinário a procidencia é daó duaó paredeó óimultaneamente, com preponderância da ante- rior. Eóta colpocele dupla ou total apreóenta-óe anatomicamente como uma dupla óaliencia da mucoóa vaginal em forma de 8, occulta noó pequenoó labioó da vulva e comprehendendo um deólióamento maió ou menoó completo daó paredeó deóte conducto genital. A óua óuperficie, ora conóerva aó dobraó tranóveróaeó da mucoóa, ora deixa que eôtaó óe apaguem por inftammação, tornando-óe oó óeuó tecidoó conóideravelmente eópeóóadoó. Neóóa figura 8 notamoó que a óaliencia óu- pctior repreóenta uma colpocele complicada de cyótocele, a inferior e' formada de uma óimpleó colpocele, ou delia complicada de rectocele. Na progreóóão de um prolapóo genital a col- pocele anterior é a primeira que apparece, maó o deólióamento da parede veóico-vaginal, porque eóta adhere muito intimamente á bexiga, arrasta comóigo a parte correópondente delia e eóte primeiro grau do prolapóo conótitue o que óe chama uma cyótocele. CYSTOCELE Eóta affecção pode exiótir óó, conótitui ido toda a leóão, o que é muito conótante noó prolapóoó vaginaeó, como deixamoó dito. A cyótocele, com tudo, não é apparenle óenão em periodo adiantado da colpocele, 12 No co neço ella não é viôivel ôenão na poóição de pé, ôendo clinicamente feito o óeu exame na poóição gynecologica e com auxilio do eópeculo. Maió tarde, porém, coma evolução da enfer- midade ella ôe caracteriôa pela apparição de um tumor arredondado, de óuperficie lióa e bri- lhante, coloração roóea, elaôtico e fluctuante, ôituado na parte ôuperior da entrada da vagina e logo abaixo do meato urinário. Depoió elle ôe alonga no ôentido vertical, prolongando-ôe algumaó vezeó até a vulva. Eôte tumor é molle, muito facilmente redu- ctivel e por completo indolente. O ôeu volume varia conforme o momento em que o exame é praticado. De ordinário obóerva-óe naó multiparaô um ligeiro grau de cyótocele quando a bexiga eôtá cheia ôem que ióto, entretanto, conôtitua uma verdadeira condição pathologica: apenaô a pa- rede anterior excede a poôterior com integridade do perineo. E' raro a cyótocele ultrapaóóar o tamanho de um ovo de «Jallinha, comtudo ella augmenta um pouco no eôtado de replexão da bexiga, voltando depoiô da micção ao ôeu volume primitivo. A cyótocele é em óyntheóe a hérnia da bexiga, que aôóim caluda toma a forma de bióacco com a parte ôuperior mantida na óua loja pelo oura- qtte o l:g imentoô ôuôpenóoreô deôte reóervatorio, emquanto que a inferior (o fundo) ôe precipita para baixo, formando uma boba dilatada e irre- gular. Naó colpcceleó, ou melhor, noó prolapóoô 13 genitaes a bexiga é quasi sempre arrastada para baixo e profundamente deformada em bisacco. De ordinário a sua porção hetniada é inferior ao canal da urethra cujo esphincter fica na parte mediana do reservatório. Desta disposição pathologica da bexiga é que òe originam as perturbações urinarias tão frequentes nesta en- fermidade. Em todo o quadro symplomatologico dos prolapsos genitaes são de facto as perturbações da urinação um dos signaes mais frequentes e importantes. Ella se manifesta ás vezes numa simples c^stocele, sob a forma de pollakiuria, passa depois a intermittencia e por fim á retenção. A pollakiuria constitue paca a mulher uma enfermidade martyrisadora e se observa fre- quentemente pela pressão do utero sobre a bexiga. Segundo Gomar, principia este phenomeno morbido por uma vontade frequente de urinar, que depois toma o caracter de incontinência, principalmente quando o doente se acha de pé, ou quando faz um esforço qualquer, como o tossir, rir, etc. Esta incontinência faz suspeitar-se de uma fistula vesico-vaginal, como aconteceu com uma doente de Gerard Marchand na qual, em virtude de não se terem revelado logo os outros signaes do prolapso, assim foi considerada a sua moléstia. 14 Logo que eóta leóão óe acha baótante adian- tada, a retenóão óe dá pela perda da contracti- bilidade da bexiga. Acontece que aô doenteô ôão obrigadaô a óe inclinarem para diante, comprimindo com aô mãoó a cyôtocele, quando querem urinar, afim de eôvaôial-a do ôeu conteúdo; dahi reôulta que o liquido, não podendo ôer expellido á diôtancia, como no eôtado normal, eôcorre'ôobre o tumor, irritando a mucoôa vaginal, que por fim óe ulcera e pode gangrenar neôôaó mulhereó pouco aóóeiadaô que não ôe preoccupam abôolutamente com a aôepóia, indiôpenóavel n'eóta ordem de enfermidadeó. E1 ôobretudo aqui que óe encontra a cystalgia, aô cystites purulentas com todoó oó ôeuó cara- ctereó e aô vezeô complicadaô de leôõeô outraó aôcendentcô para o lado doó ureterioó, baóóineteô, rinó, etc. Também não é raro ver-óe depoóita- rem-ôe no fundo deóte reôervatorio concrecçõeó calculoôaô diverôaó formadaô peloô reôiduoó da urina, que ahi ficam accumuladoô. Oô ureterioó, também ôeriamente comprometti- doô noó grandeô prolapóoó, ôão eótiradoó e alon- gadoó, apreóentando áô vezeô uretero-pyeliteô> etc., etc. Noó prolapóoó em começo, quando ainda não ha óenão uma pequena cyatocele apparente, eóta affecção pode óer confundida com uma urethro- cele; maó um exame attento e ôobretudo auxi- liado pelo toque vaginal e a óondagem da bexiga, eótabelece o diagnoôtico exacto. 15 Não conótitue ióto difficuldade alguma de diagnoótico uma vez que façamoó a óondagem da urethra porque o diagnoótico de uma cyó- tocele óe reóume em que uma óonda introduzida pela urethra eóvaóia o tumor do óeu conteúdo, òq inclina para baixo e é logo óentida atravéz da parede vaginal prolabada. Enóina o profeóóor Duplay que, para 'óe deó- fazer alguma duvida, que por acaóo óurja no diagnoótico diferencial deótaó duaó afecçõeó, baóta calcar a hérnia porque, óendo uma cyóto- cele, a urina é em continente expellida pelo meato. Ainda maió, introduzindo a óonda ou o catheter, o bico de qualquer deóteó douó inótrumentoó, óente-óe atravez daó paredeó do tumor, no caóo de uma cyótocele, e ao contrario, perder-óe-á no orifício de entrada da urethro- cele, óe não óe trata daquella afecção. O óeu volume é diminuído pela replexão da bexiga ou pelo dedo, recalcando-a. A urethrocele é menor que a cyótocele, não excede o tamanho de uma noz e o tumor tem a cor arrocheada, deitando óangue pela incióão. Algumaó vezeó a cyótocele é a unica leóão a obóervarmoó na doente, maó é commum e meómo muito conótante com a deócida da parede anterior da vagina dár-óe a queda da parede poóterior deóte conducto e com eóta a deócida da parede anterior do recto, complicando a afecção de rectocele. 16 RECTOCELE A rectocele, também chamada elytocele, éum tumor que apreóenta todoó oó caractereó doó tecidoó deóta região. Tem muita óemelhança com a cyótocele, algumaó vezeó, maó a óua forma própria é diferente, apreóentando-óe como uma dobra tranóveróal e exuberante da mucoóa da parede poóterior da vagina. E' egualmente molle, maó pode tornar-óe irreductivel pelo accumulo de materiaó fecaeó, na ampoula rectal e oferecer embaraçoó para o diagnoótico. A rectocele pode exiótir óó e conótituir toda a moleótia, como dióóemoó da cyótocele. lóto po- rém é rarióóimo e em regra a cyótocele a precede de algum tempo, coexiótindo depoió eótaó duaó affecçõeó. No primeiro gráo óó óe obóetva uma óimpleó dobra que apenaó paóóa do orificio da vagina e deóaparece durante o decúbito; a um gráo maió avançado conótitue-óe um tumor do volume de um ovo, molle e reductivel, porém que óe torna duro e deóegual óe ha materiaó fecaeó no recto. Accumulando-óe no diverticulo rectal eóóaó materiaó endurecem, irritam aó parteó, e óua preóença determina tenesmo, hemorrhoidas e algumaó vezeó rectites com eócoamento. Muito frequentemente na rectocele o doente é acomettido de conótipação, que óe torna áó vezeó muito rebelde e pertinaz. A defecação é por ióóo difficil e doloroóa, e eóte embaraço conótitue o ponto de partida 17 de deóordenó muito graveó no funccionamento do apparelho digeótivo. Aóóim como para a cyótocele, o óeu exame no decúbito doróal não òetve para a formação do diagnoótico, paóóa muitaó vezeó deópercebida; pela toóóe ou outro eóforço qualquer que óe mande o doente fazer é que ella pode então óer obóervada. Eóte diagnoótico deve óer feito pelo toque rectal, introduzindo o dedo meio incurvado no recto e, com a polpa voltada para a parede vagi- nal, percorrer uma boba circumócripta que cor- reóponde ao tumor rectal, ou ainda pela evacuação daó fezeó com aó lavagenó inteótinaeó. Final- mente e conforme óe vê o diagnoótico é muito óimpleó, poóitivo e claro não havendo confuóão alguma com affecçõeó outraó. ENTEROCELE Sabemoó que a bexiga e o recto não óão incondicionalmente arraótadoó na queda daó paredeó vaginaeó, oó cul-dê-sacs peritoneaeó podem óer abaixadoó para a vulva, vindo áó vezeó alojadaó nelleó anóaó inteótinaeó, que conótituem uma hérnia deóteó diverticuloó. Facto paradoxal, parece eóteó cul~de-sacs dilatadoó e abaixadoó poderem recalcar para baixo e para diante a mucoóa vaginal, óem arraótar também a bexiga ou o recto. A' hérnia produzida pelo cul-de-sac anterior chamamoó enterocele anterior, aóóim como cha- 18 mamoó enterocele poóterior a que é formada pelo cul-de-sac de Douglas, na porção poóterior e óupetiot da vagina, pelaó meómaó tazõeó expoótaó. Embota eótaó leóõeó, tão bem eótudadaó por Bteióky e Etheridge e conóidetadaó caóoó ex- cepcionaeó, pertençam propriamente ao eótudo daó hetniaó, taeó aó obóetvaçõeó de Rutter, Betatd, Betget e outroó, devemoó mencional-aó aqui, lembrando que ellaó eótabelecem aó vezeó confuóão de diagnoótico, o que tem grande importância para o tratamento cirúrgico deótaó ajfecçõeó. Por eóta razão é que em pteóença de um ptolapóo utero-vaginal deve-óe óempte recorrer ao toque rectal e ao catheteriómo, para óe óabet óe exióte ao meómo tempo enterocele, por óet o eótado deóteó cul-de-sacs do peritoneo impoó- óivel de óe apreciar pela inópecção óimpleó. O borbulhamento produzido pelaó tentativaó de reducção é que noó permitte deócobtit a pteóença de anóaó inteótinaeó, para diante ou para traz doó tecidoó ptolabadoó. Alem dióto a enterocele é óempte maócatada pela cyótocele ou rectocele, conforme ella é anterior ou poóterior, e neóóeó caóoó, abtindo-óe o tumor, penetra-óe directamente na cavidade peritoneal por um doó cul-de-sacs petineo cheio de anóaó inteótinaeó. Quando óe dá uma enterocele, ótiópeila-óe logo de uma fixação muito grande do útero, ao lado também de uma ftaccidez conóidetavel da óetoóa, 19 ou óegundo Freund, á peróiótencia de uni eótado fetal, porque noó caóoó de feto aó dobraó do pe- ritoneo deócem muito. Eótaó enteroceleó que óão taraó, como já tivemoó occaóião de dizer, não óe encontrí m quando ha hypertrophia óupra-vaginal do cotio, porque o peritoneo fica maió affaótado da vagina do que no eótado normal. Logo que a enterocele recto-vaginal óe apre- óenta na uulva, obóerva-óe um tumor óonoro a percuóóão, reductivel com borbulhamento cara- cteriótico e algumaó vezeó animado de movi- mentoó periótalticoó, não óendo de extranhar que óobrevenham ainda embaraçoó digeótivoó, vo- mitoó e conótipação. A enterocele não é um accidente grave, a não óer que óobrevenha durante o trabalho do parlo, quando o eótrangulamento pode óer faial. Maó, o inteótino, uma vez deólocado, baótam algumaó manobraó bem executadaó, porque de ordinário óempre volta á cavidade abdominal. Por ióóo o clinico não deve nunca preócendir de um exame completo e minucioóo para o óeu diagnoótico. Não é que óe receie o não deócobri- mento de qualquer d'eóóaó affecçõeó anterior- mente ciladaó, maó limitara leóão, precióando a óua opinião a fim de não óe eótabelecer confuóão alguma o que óetia decepção baótante vexatória tratando-óe principalmente de uma intervenção cirúrgica. Também não é difficil confundir-óe um kyóto volumoóo da vagina com qualquer d'eóóeó prolapóoó, não obótante notar-óe, logo 20 que é ferida a noóóa attenção, o tumor indolente, arredondado, Uóo, algumaó vezeó pediculióado de coablencia molle, elaótica e fluctuante pelo toque vaginal e rectal combinadoó. O prolapóoó de toda a circumferencia do cylindro vaginal é também chamado inveróão vaginal, tem a conformação de um tumor cylin- drico ou arredondado, petiforme e óaliente entre oó gtandeó labioó, no centro do qual óe encontra uma depreóóão maia ou menoó profunda por onde óe alcança o orificio do collo uterino. Como já dióóe a óua configuração é maió ou menoó de um 8, dependendo o óeu volume em parte do eópeó- óamento da mucoóa que depoió com o tempo óe modifica; a óuperficie expoóta ao ar e attritoó exteriareó, óe epldermióa, edemacia e expeóóa algumaó vezeó a ponto de óe parecer com'uma elephantiaóe. Pode eócoriar-óe, fiótulando-óe. PROLAPSOS GRANDES OU COMPLETOS Prolapsos da vagina e do utero (sem alongamento cervical) Em geral a queda da vagina produza queda do utero, óalvo, quando adherenciaó perltoneaeó pathologicaó fixam eóte corpo na óua óede nor- mal, tomando-o reóló tente ao peóo e áó tracçõeó repetldaó da vagina prolabada. A não óer a exiótencia de uma anteflexão que prenda o fundo do utero naó aponevroóeó pel- v'amó, ou uma retroflexão no cul-de-sac de 21 Douglas, baôhi que o apparelho de óuótentação do utero eóteja relaxado ou traumatióado, para que a acção vulnerante óe exerça óobre eôteó tecidoó aóóim compromettidoó na óua tonicidade phyôiologica. Em regra o utero arraótado pelo volume daó paredeô vaginaeó hypertrophiadaó e congeótaô cede ao peóo da òua maóôa, deôcendo progreó- ôívamente para o orifício vulvar aóôim dilatado, que o vence, ao meomo tempo que ao reóto do cylindro vaginal completamente revirado. No começo não ha ôenão um óimpleó abaixamento do orgão, que ôe conhece pelo toque vaginal, maó eóte abaixamento progride lenta e gradativa- mente, enchendo durante algum tempo a porção vaginal que peróióte ainda na òua integridade normal. Finalmente o utero e a vagina cahem por completo, dando-óe como que uma luxação uterina. O utero, uma vez em prolapóo propriamente dito, diótinguiremoô treó gráuô que deócrevem muito bem todo o óeu quadro pathologico: z.°-O utero é ainda contido completamente na cavidade vaginal. 2.°-O collo já é apparente e se manifesta o semi-prolapso. g-Ha sahida completa do orgão. A óua ôymptomatologia é muito varíavel e podemoó dizer que cada prolapóo tem a ôua modalidade particular. Eóta importante affecção, produz-óe, umaó vezeó de maneira bruôca, 22 inótantanea e pela violência do choque acompa- nhada de doreó muito vivaó que podem ir até a óyncope; outraó, porém, apreóenta-óe com oó óignaeó caracterióticoó de uma peritonite. São excepcionaeó eóteó caóoó agúdoó, e de ordinário o prolapóo uterino é uma enfermidade chronica que óe manifeóta em tempo maio ou menoó longo, podendo durar até muitoó annoó. O quadro óymptomatologico comprehende óignaeó phyóicoó que óão do dominio da ana- tomia pathologica, phenomenoó funccionaeó, geraeó e dyótrophicoó, doó quaeó fallaremoó aqui ligeiramente. Oó phenomenoó funccionaeó óão no começo vagoó e diócretoó, o doente quei- xa-óe de peóo, contracção no baixo ventre e dor na região lombar. Na eótação de pé tem uma óenóação de corpo extranho, (de alguma coióa que lhe emerge da bacia), embaraçando, óobremodo, a marcha que por ióóo óe torna tão caracteriótica neóta en- fermidade. E1 no periodo maió adiantado, digo, naóformaó maió complexaó, que aó infelizeó portadoraó deóta enfermidade óoffrem horroroóamente, têm doteó crucianteó locaeó e compromettido o funcciona- mento de orgãoó importanteó da economia, além de perturbaçõeó trophicaó muito graveó. Clinicamente obóervamoó que, entre aó óa- lienciaó vaginaeó anterior e poóterior appa- rece o collo do utero, que monta óobre o orifício vulvar, revelando a óua preóença pelo aópecto 23 roóeo pallido delle e o orifício do focinho de tenca. O prolapóo completo oferece á vulva um aópecto inteiramente caracteriótico: entre oò grandeó labioó percebe-óe duaó boóóaó óepara- daó por um óulco tranóveróal, a de cima maior, formada por uma cyótocele óe alonga no óentido vertical, a outra collocada tranóveróalmente, cor- reóponde a rectocele, e o óulco repreóenta a entrada da vagina, ponto no qual óe deve intro- duzir o índex para tocar eóte canal. Algumaó vezeó, pelo toque vaginal, nota-óe que o utero é deólocado e deócido, porque o dedo encontra o focinho de tenca muito perto do orifício vulvar e no entanto trata-óe apenaó de um alongamento do collo. Deve-óe applicar então a hyótero-pelvimetria, maó áó vezeó baóta que a mulher faça um peque- nino eóforço para que o collo appareça, com a óua forma pathologica caracteriótica, formando o núcleo deóte duplo tumor. E' a forma typica do prolapóo uterino. O tumor é exterior, de volume comparável com o de uma cabeça de feto, arredondado, peti- forme, cuja extremidade livre é inferior. Conótituido pela mucoóa vaginal invertida como dedo de luva, rugoóa, óecca, apreóenta algumaó dobraó tranóveróaeó, maió ou menoó diótendidaó, óegundo o grau e o volume da cyó- tocele que elle occulta; Immediatamente para traz vê-óe o collo, mui- taó vezeó pequeno, pouco diótincto, cujoó labioó 24 ôão apagadoô, graçaô á diôtenóão daó parteô vióinhaó. O orifício cervical nem óempre occupa exa- ctamente o polo inferior do tumor, ora eôlá para diante, ora para traz, óegundo o grau de abaixamento de cada uma daó paredeô vaginaeó. Noó grandeó tumoreó prolabadoó a palpação permitte diócernir a forma do utero; toda a porção vaginal, e meómo a cyôtocele, dão a óen- óação de uma maóóa molle, pouco elaótica, óalvo o caóo de repleção da bexiga que, produz á preô- óão um ruido de borbulhamento, quando exióte um pouco de enterocele. O diagnoótico do prolapóo uterino é muito facil maó, como nem óempre o grau de abaixa- mento do utero correópondè ao daó paredeó vaginaeó, não baóta a óimpleó inópecção da vulva, devendo-óe fazer um exame minucioóo da vagina, da bexiga pelo catheteriómo e do recto pelo toque, exame eóte que moótra com maió ou menoó precióão o grau de deólocamento de cada uma deóóaó vióceraó. Não e' abóolutamente raro encontrar-óe eóte orgão deólocado, havendo apenaó uma cyôtocele ou uma rectocele ainda mal caracterióada. De outraó vezeó o deólióamento da vagina dá logar a deóvioó uterinoó e a cyôtocele aóóim pro- nunciada faz deólocar o corpo uterino para diante, provocando uma verdadeira anteveróão; do meómo modo a rectocele exerce ao nivel daó ínóerçõeó da vagina óobre o collo tracçõeó maió ou menoó forteó que tem por effeito baócular o 25 fundo do orgão para traz do que reóulta a pro- ducção de uma retroveróão. Quanto á poóição do utero, é ainda pelo exame mixto que óe pode revelar alguma couóa. Com a palpação, o toque vaginal e rectal e o cathe- teriómo podemoó óempre conhecer a natureza do deólocamento genital. Na anteveróão o collo levado para traz e para cima é um pouco maió afaótado da parte ante- rior do orificio da vagina do que no eótado normal; por ióto é que por traz do collo não òe pode chegar até a face anterior do corpo; por diante, ao contrario, diminuído o cul-de-sac anterior, óente-óe a face poóterior do collo em extenóão maior que de ordinário e áó vezeó meómo com- pletamente. O toque rectal determina o grau de compreóóão exercida pelo collo uterino óobre o recto e permitte notar-óe óe eóte corpo eótá na óua poóição normal ou exióte na parte poóterior do utero algum tumor que occaóione o deóvio. Na retroveróão, pelo toque nota-óe a auóencia do collo, no cul-de-sac poóterior, que óe acha contra a parede poóterior da vagina e óeu orificio óituado por traz da óymphyóe pubiana. Pelo toque rectal, óente-óe o fundo arredon- dado do utero que faz óaliencia neóte canal, e aóóociando a eóte o toque vaginal, com a extre- midade do dedo podemoó algumaó vezeó cir- cumócrever a maóóa uterina e até meómo recalcar o orgão. 26 Não óe pode perceber o collo com o eópeculo óenão depoió de ter abaixado o utero e meómo aóóim eóte não é examinado óenão em parte. O catheteriómo é que deixa obóervar-óe o utero, fazendo-o baócular para noó certificarmoó que não exióte nenhuma adherencia, porque eóteó deóvioó podem (meómo na anteveróão) óer pro- vocadoó por um corpo fibroóo qualquer, ou por um phlégmão retro-uterino. lóto tem grande importância no diagnoótico, porque, óe de algum modo interviermoó em tempo, poderemoó evitar a hecatombe do globo uterino, uma vez que óomoó avióadoó de que a queda da vagina dá togar a deóvioó deóte orgão. Quanto áó anteflexõeó e rectroflexõeó diremoó apenaó algumaó palavraó, no que eótaó affecçõeó noó poóóam intereóóar. O toque vaginal enóina qual a direcção do collo. Quando exióte anteflexão, no cul-de-sac anterior encontra-óe uma óaliencia arredon- dada e dura, formada pelo fundo do corpo uterino que óe dobra para diante; óe ha retro- flexão, o dedo introduzido na vagina, em togar de encontrar o collo e óeu orifício inferior, vae de encontro á face poóterior do utero cahido para traz na cavidade de Douglaó que ao meómo tempo deprime o abdómen acima da óymphyóe do pubió. Nota-óe a auóencia do fundo uterino atraz deóta meóma óymphyóe, e a queda do utero que faz baócular o focinho de tenca para traz e para cima, em óentido contrario. 27 Se ha rectroflexão, a direcção do collo é nor- mal, maô encontra-ôe o cul-de-sac poôterior occupado por umaôaliencia arredondada, dura, doloroôa á preôôão conôtituida pelo fundo do utero. Quando a reflexão é completa apaga o cul-de-sac poôterior, e noô caôoô rariôôimoô em que ôe encontra concommitantemente a vaginal retroflexão e a ante flexão - o toque rectal e vaginal noô revela oô ôi^naeô caracteriôlicoô. Sabemoô que a gravidez durante 00 ptimeiroô mezeô, pode dar a ôenôação de um utero em retroflexão e trazer difficuldadeô para o dia- gnoôtico, razão pela qual, neôtaô circumôtanciaô, recorremoô á propedêutica obôtetrica. Finalmente é peloô proceôôoô ptopedeulicoô já enumeradoô que nóô conôeguimoô diôtinguir o prolapôo uterino de outraô affecçõeô, taeô como a inverôão uterina, certoô polypoô do utero e oô kyôtoô vaginaeô e uterinoó. A dijferença entre eóteó eôtaloô pathologicoó é friôante, fallecendo portanto aqui a neceôôidade de maiô uma expli- cação. PROLAPSO COMPLETO DA VAGINA E DO (ITERO (com alongamento hypertrophico) Eôta forma de prolapôo devemoô á Huguier que a deôcobriu em 1860. Maô eôte notável ôcientiôta exagerou tanto o valor da ôua deôco- berta, a ponto de dizer que o prolapôo propria- mente dito ôe conôtituia unicamente do alonga- mento hypertrophico do collo, 0 qual poderia 28 chegar a vulva e meimo sahir dblla, emquanlo o corpo uterino ficava na sua séde normal. Os prolapsos sem alongamento eram para elle falsos prolapsos, até que Depaul surgiu a com- bater com muito brilho e successo esta sua theoria. Depaul provou que a hypertrophia do collo é ordinariamente secundaria e devida ás tracções exercidas pela vagina que desce na evolução do prolapso genital. Estudou muito bem a pathogenia desta affecção e delle se conclue que das tres porções do collo é a supra-vaginal que apresenta as modificações mais interessantes. Umas vezes é alongada, espichada, adelgaçada a ponto de ser reduzida a um cordão vasio, outras, ao contrario, se acha espessada e hyper- trophiada. Esta ultima é aquella á qual Huguier deu o seu nome, errando por tornar extensiva á sua des- coberta a forma do alongamento mechanico, admittindo que elle tivesse em parte razão, porque esta ultima forma era até então des- conhecida. Não é exacto, comprehende -se, o que elle dizia, porque na immensa maioria dos casos o alonga- mento hypertrophico da porção supra-vaginal do collo é secundaria e devida ás traeções exer- cidas pela vagina prolabada sobre este segmento do utero. A lesão pode ser primitiva ou conse- cutiva e, segundo o professor Bouilly, é este o caso typico mais ordinário do prolapso antigo. 29 Huguier, repito, tinha de algum modo razão ainda maió porque, noó caóoó de alongamento por hypertrophia primitiva, óão oó póeudo prola- póoó caracterióadoó por uma metrite parenchy- matoóa ou uma hypertrophia óimpleó por óuperactividade nutritiva deóta zona do collo. Eóte alongamento não podendo deóenvolver-óe livremente para o lado do abdómen evolue para a vuval, affrontando com elle óuaó inóeróõeó vagi- naeó, do que provém a invetóão da parle óuperior deóte conducto. Accreócentamoó maió que eóta leóão pode eótabelecer-óe a todo o collo, meómo ao focinho de tença que toma formaó bizarraó, taeó óão oó colloó tapiroideó, em badallo de óino, etc. Depoió da brilhante defeza de Depaul, óabe- moó então que o alongamento do collo é em regra uma leóão òecundaria, embora poóóa ma- ni|eótar-óe de começo com eóta forma primitiva. E1 difficil precióar-lhe a natureza, maó todoó oó caóoó até hoje conhecidoó por Olivier, Pil- laet e outroó têm óido de metriteó parenchy- matoóaó ou óimpleó hyperplaóiaó inflammato- riaó, etc. O alongamento hypertrophico pode dar-óe noó diveróoó ôegmentoó do collo e, óegundo Schroeder, o aópecto da leóão caracterióa a porção affectada. No óegmento intra-vaginal o collo pode óe deóenvolver e alongar-óe neóte cylindro, óem comprometter oó cul-de-sacs va- ginaeó, e então a leóão é ióolada conótituindo um falóo prolapóo; no óegmento medio aó leóõeó 30 variam, conforme a extendão da enfermidade, ajjectando dedte modo o cul-de-sac anterior dó, ou od doid ao medmo tempo, dem ledõed outrad muito accentuadad e o coito pode der alongado com ou dem hypertrophia. Com a hypertrophia o tumor toma o adpecto vermelho-violáceo da congedtão paddiva, o collo é edpeddado e cylindroide, exidte cydtocele con- siderável ou inverdão muitad vezed total da vagina anterior e o cul-de-sac podterior é ordinaria- mente intacto. No degmento dupra-vaginal od doid cuL-de- sacs dedcem por egual, a vagina é completamente invertida, o collo que occupa a parte anterior do tumor é muito alongado, porém ád vezed pe- queno dem hypertrophia verdadeira. E1 quando a colpocele entra no deu grau maid accentuado tendo a bexiga em bidacco e uma rectocele condideravelmente grande. O collo muito hypertrophiado, apredenta-de dob a forma de uma madda arredondada, daliente, com um orificio cervical arredondado e cercado de uma grande exhuberancia avermelhada e livida. Pela palpação dente-de no meio do tumor uma edpecie de cylindro eladtico e perdidtente, que de continua com o corpo do utero fixado muitad vezed na bacia, por traz do pubid. Comtudo, além da palpação, para prevenir um inducceddo no diagnodtico, convém, como é de rigor, praticar o catheteridmo do utero prola- bado, para fazet-de o diagnodtico do alongamento 31 hypertrophico, e neóta ultima hypotheóe veri- fica-óe então que a cavidade uterina, augmen- tada naó óuaô dimenóõeó, conta 12 a i5 cmó. de diâmetro vertical. Tendo feito o diagnoôtico daô colpoceleó, incluóive a entcrocele, depoió meómo do exame caracteriótico do prolapóo uterino completo com alongamento, vamoó agora tratar da variedade maió complexa e adiantada do prolapôo genital. Neóta, o collo forma um eixo maiô ou menoó expeôóo e rigido, dando a mão que palpa o tumor a óenóaçãc de uma corda ou um cylindro elaôtico e reóiôtente que ôe continua para dentro com o corpo do utero, collocado para traz do pubió. E1 verdade que o catheteriômo deôte orgão fornece-noô aô inôtrucçõeô precióaó no caôo de alongamento no qual o hyóterometro vae a grande profundidade, medindo 10 a 15 e meómo 20 cmó., maó quanto á forma do tumor óabemoó que além deôtaó hypertrophiaô, o collo póde apreóentar complicaçõeó outraó muito vatiaveió e conótanteó. Algumaô vezeó apreóenta-óe corroído e recor- tado, tomando inòenóivelmentea mucoóa vaginal oô caractereó da pelle. A óua mucoóa é óempre congeótae inflammada, ou porque provenha ióto de alguma endometrite ou proceóóoó outroô inflammatorioó (quando o tumor óe acha ainda encoberto pela vagina), ou porque expoóto áó influenciaó atmoóphericaó e 32 atrictoó mechanicoó óeja aggtavado de ulcera- çõeó, abceóóoó gangrena, etc. Noô prolapóoó antigoô notamoó frequente- mente deóóaó ultimad complicaçõeó, o que acha- moô muito natural deóde que a óuperficie do tumor não é outra couóa óenão a fnucoôa vaginal, muito delicada e ôenóivel, revirada como um dedo de luva óobre ella meôma, por uma eópecie de invaginação analoga a que óe produz no prolapôo rectal. Na peòquióa do diagnoótico, de tudo é neceó- óario óaber-óe, e não é demaóiada exigencia inquerir do eótado do utero, daó leóõeó doó óeuó ligamentoô e alteraçõeó do perineo, a não óer que o tumor óejade todo herniado quando a palpação auxiliada pelo catheteriómo veóical e pelo toque rectal, baóta para dar uma noção exacta do conteúdo do prolapóo. Eóte methodo é de muito alcance e grande utilidade clinica. Ora, fazendo a exploração do eótado do utero podemoó avaliar por eóóa pal- pação bimanual bem executada óe o utero eótá ou não hypertrophiado, eótudal-o meómo deóde o fundo ate o collo, apreciando a óua forma, óituação, direcção, etc. A palpação, dizemoó maió uma vez, é o pro- ceóóo maiô evidente, poóitívo e que noó dá ôenóacçõeó precióaô e inótrucçõeó magiótraeô da leóão conótituida. Concluindo eóta óemeiotica obòervamoó o óeguinte: i.° tudo que pertence a procidencia vaginal é molaóóo, cuja tenóâo e elaóticidade 33 augmentam na cystocele principalmente com a replexão da bexiga; 2® que a enterocele per- cebe-se pelo borbulhamento e consistência pas- tosa do tumor; 3.° no caso de se tratar de uma queda do utero sem hypertrophia cervical, po- der-se-á pegar o proprio collo uterino e estudar os seus differenteó segmentos; 4? que a forma typica do prolapso com hypertrophia consecu- tiva ou primitiva do collo bem depressa se percebe por este segmento do utero bastante alterado no centro do tumor. Para terminar resta faltarmos do estado do utero, dos ligamentos proprios deste orgão e finalmente do perineo. O utero nesses casos é consideravelmente com- promettido naestructura e trama intima dos seus tecidos, apresenta-se sempre augmentado de volume e peso, hypertrophiado no seu conjun- cto; o focinho de tenca é volumoso, infiltrado e coberto de ulcerações, ás vezes em consequên- cia dos attritos constantes e repetidos que òoffte o orgão deslocado e exposto ás influencias atmosphericas. Este alongamento hypertrophico dá ao utero a forma cylindroide regular com um collo de volume variavel, medindo todo o orgão i5 á 20, ou mais centimetros de extensão. A séde da lesão é propriamente o collo que apresenta o tecido muscular liso muito hypertrophiado com infiltração do tecido conjunctivo frouxo. Os vasos 34 utetinoô e uteto-ovarianoô ôão dilatadoô, fle- xuoôoô, extaôicoô e apreôentam ôuaô tunicaô eôpeôôaô e eôcletoôadaô. Notam-ôe endoat- teriteô e periarteriteô. Oô lymphaticoô ôão também muito dilatadoô, aô veiaô em ôeioô ittegulateô de patedeô expeôôadaô, formam extaôeô venoôaô e oô ganglioô ôe acham inflam- madoó e infartoô. Além deôtaô alteraçõeô o útero pode apreôentar leôõeô de endometrite e metrite patenchyma- toôa. O ôeu apparelho de ôuôpenóão éóempre alte- rado noó prolapôoô completoó: oô ligamentoô latgoô alongadoô, diôtendidoô e adelgaçadoô, arraôtam oô annexoô, áô vezeô inflammadoô; oô ligamentoô tedondoô apezat de reôiôtenteô, ôof- ftem a meôma ôorte doô ligamentoô latgoô; finalmente oô utero-ôagradoô ficam, potôuavez tão defotmadoô que parecem duaô fitaô. O ôoalho pélvico, que é o apparelho de ôuô- tentação do utero é ôempre adelgaçado e enfra- quecido no prolapôo. Ora ôe apreôenta eôpeôôo, e a vulva ligeiramente dilatada, embota a ruptura ôeja baôtante conôidetavel (Duplay e Juteaux); ora ôem ruptura apparente é adelgaçado e exuberante para baixo, devido á ruptura muô- culat interôticial que maôcata aôôim o petineo reduzido á mucoôa e pelle. Na maioria doô caôoô a ruptura verdadeira do petineo é baôtante conôidetavel e complica ôeriamente a pathologia do prolapôo. Ella im- 35 porta não ôomente noô tecidoô proprioô do perineo como também noô profundoô, como o muôculo levantador do anuô, aô aponevro- ôeô, etc. Oô corpoô muôculareô ôão pallidoô, delgado^ e atrophiadoô, parecendo iôto devido áô leôõeô nervoóaó evaôculareô produzidaô pela diôtenôão naturalmente conôideravel deôôeô meômoô ele- mentoô, factor primordial na producção doó prolapóoó genitaeò. No peritoneo pelviano, 00 ciu-de-sacs ôão abaixadoô na deôcida do utero, tornando-ôe maiô profundoó, maiô frouxoô e deôlizam óobre 00 planoô àubjacenteô. O tecido cellular é deôtrophiado e óe acha em completa dióóociaçãq. TRATAMENTO DOS PROLAPSOS V A GIN A E S O tratamento dòó prolapóoô genitaeô é hoje perfeitamente comprehendido e muito ôatiô- fazem já oô reôultadoó brilhanteó que obóer- vamoó diariamente na clinica. Gynecologiótaó eminenteó e autorióadoó pela experimentação e talento, fazem conhecer-óe pelo univeróo inteiro oó principioô eóóenciaeó deóóaô intervençõeó naó ôuaó obraó didacticaó, óabiaó memoriaó, e communicaçõeô primoroóamente illuótradaó e inôtruidoraó. Felizmente approximamo-noô á paóôoó largoô do noóóo idealióado zenith. Hegar, Kaltenbach, Pozzi, Richelot e outroó, muito ôe têm empenha- do para que o tratamento do prolapôo genital ôeja hoje uma realidade. Aô communicaçõeô de Quenú á Sociedade de Cirurgia de Parió em 1893 e aó memoriaó de Bouilly ao Congreôóo de Cirurgia em 1896, foram doiô legadoó precioóoó para o mundo ócientifico. Entretanto, a cura doó prolapóoô genitaeô é 38 para a humanidade e a Sciencia, contrariada muitas vezes, por circumstancias varias e im- previstas que só á Natureza compete incrimi- nat-se, apezar dos inúmeros recursos da sua vasta therapeutica. Para saber-se, o que Se deve fazer em cada caso é indispensável que se conheça, como pre- liminares, a pathogenia da affecção, a constitui- ção organica do doente, tendo em muita conta, o seu estado geral, os phenomenos mechanicos e dystrophicos e a sua symptomatologia, e dahi, pois, se collige que, para intervir num caso de prolapso, seja elle qual for, deve-se proceder com muito raciocinio e critério. Nem sempre Se pode intervir com o fim de curar, ou porque a occasião não o permitia, pelas condicções mórbidas do orgão affectado, ou porque o estado de sensibilidade ou depau- peramento orgânico sejam contra indicações naturaes, ou finalmente porque, lesões outras de orgãos importantes da economia, attestem a im- possibilidade de se poder submetter o doente á qualquer dos processos considerados de esco- lha. A cura de um prolapso genital, por mais simples que pareça, não estáexempta de perigos, em razão da longa duração da intervenção e da notável quantidade de sangue que ella faz perder a um doente, muitas vezes já bastante enfraque- cido. Isto é mais grave ainda, quando se tem de praticar a amputação elevada do collo a qual provoca um escoamento abundante de sangue, 39 apezar doó meioó empregadoó paca o eôtabele- cimento da hemoótaóia preventiva. Como em toda intervenção grave, a prudência ordena que ôe óejaôempre muito cauteloóo, não óo quanto ao reóultado definitivo da operação, como ainda pela óaúde e a própria vida do doente. Entretanto, não ôe deve óer demaôiado timido, e uma vez que não haja contra indicação real, deve-óe pôr em pratica a operação que julgar maió accertada, porque, eóta óendo bem execu- tada, não terá inôucceôóo, óenão excepcional- mente e neôteó caóoó o cirurgião óaberá cercar- óe de todaô aó garantiaô neceóóariaò. A precipitação no exame da affecção pode conduzir o cirurgião á uma decepção compro- mettedora para a ôua reputação e muitaó vezeó para o eótado de ôatíde do doente, aggravando ôobremodo, a ôua enfermidade. Nunca ôe deve eôquecer eôteó preceítoô pri- mordiaeô da technica. O cirurgião não deve intervir quando reconheça que daôua intervenção não advem reparação alguma para o mal ou, pelo menoô, a melhora do eótado da affecção. Depoiô deótaó ligeiraó conôideraçõeó que aca- bamoô de fazer e procurando coordenar todoô oò meioó e proceóôoó que conhecemoó para o trata- mento deóóaó affecçõeó, dividimoô eóta impor- tante queótão em treó claôóeó bem diôtinctaô a óaber: Tratamento preventivo ou prophytá- tico, tratamento palliativo ou medico e trata- mento curativo ou cirúrgico. 40 TRATAMENTO PREVENTIVO OU PR0PHYLAT1C0 E' muito óimpleó e quaói óe prende inteira- mente á therapeutica obótetrica. Deve-óe im- pedir que aó recempatidaó comettam impruden ciaó, fazendo que ellaó guardem o leito durante o tempo óufficiente, obrigando-aó meómo a óe conóervarem em repouóo abóoluto, pelo menoó noó primeiroó diaó que óe óeguem ao parto, e depoió que não óe dêm á trabalhoó fatiganteó e óe entreguem áó occupaçõeó mundanaó, anteó da involução completa doó orgãoó genitaeó. Eótaó recommendaçõeó óervem expecialmente áó mulhereó prediópoótaó, áquellaó em que no- tamoó uma certa tendencia ao relaxamento doó tecidoó fibroóoó, áó que óoffrem de dilatação gaótrica, enteroptoóe, nephroptoóe, etc., óym- ptomaó eóteó de neuro-arthritiómo typico, como diz Richelot. A proph)laxia depende também doó cuidadoó que óe deve ter durante o parto, naó applicaçõeó groóóeiraó do fórceps, aó quaeó tantaó vezeó dão lugar á rupturaó conóideraveió do perineo. Quando ióto acontece a reparação daó rupturaó e deformidadeó perineaeó deve óer immediata, o eótabelecimento de cuidadoó appropriadoó post- partum impõe-óe formalmente afim de óe obter, pela hygiene e uma therapeutica eópecial a invo- lução natural e completa do utero e tecidoó peri- uterinoó. Muito a propoóito da etiologia eóóen- cialmente obótetrica do prolapóo, lembramoó quanto vale o perineo na eótatica do cylindro 41 vaginal, fazendo comprehender-óe que eóte con- ducto, principal óuótentaculo do utero, óoffre um relaxamento progreóóivo durante a gravidez que o arraóta conóequentemente para o orifício vul- var. Um emagrecimento óubito, e todaó aó mo- leótiaó debilitanteó e conóumptivaó favorecem também poderoóamente a queda da vagina e do utero, diminuindo a reóiótencia doó ligamentoó largoó. Pode-óe dizer o meómo daó profióóõeó penoóaó, daquellaó que dependem de eóforçoó continuoó e prolongadoó, aó quaeó tèm effeito directo óobre o augmento da preóóão intra- abdominal, e óob a influencia d^óta, o fecho inteótinal peóando continuamente óobre o utero e óeuó annexoó, acaba por vencer a reóiótencia delleó. O que óe deduz d'eóte enunciado é que^eóóaó pobreó mulhereó devem procurar evitar oó eóforçoó exageradoó, meómo aquellaó que óão apparentemente forteó, bem como aó grandeó quedaó e pancadaó na bacia e o exceóóo daó contracçõeó na defecacção, na toóóe etc., etc. TRATAMENTO MEDICO OU PALLIÂTIVO Conóióte na reducção do deólocamento e em- prego doó peó.arioó e hyóterophoroó. Para a collocação do apparelho de eócolha devemoó previamente fazer a reducção daóparteó prolabadaó. Noó caóoó óimpleó a reducção é muito facíl, maó áó vezeó, o tumor eótá tão con- geóto, volumoóo e edemaciado ou adherente ao 42 peritoneo que embaraça sobremodo de se fazes operação. Trata-se primeiramente de dimi- nuir o engorgitamento do tumor e quando adherencias peritoneas, destruil-as'. Se ha oede- ma ou infla mmação começa-se por manter o do- ente em repouso horisontal, administrando-lhe banhos quentes, injecções mornas e prolongadas; applica-se sobre o cotio tampões glycerinados ou pratica-se, como excellente a massagem. Tendo o tecido recuperado a sua tonicidade normal, procede-se, depois de esvasiar previamente a bexiga e o recto, á reducção do utero, com o doente na posição dorso-sagrada, ligeiramente em declive ou na posição geno-peitoral que facilita bastante a operação. Não se deve em- pregar força na reducção, e proceder sempre com brandura e paciência. Para alguns cirurgiões americanos, como Skone e outros, basta manter os doentes na posição genu-peitoral durante 10 á i5 minutos, diversas vezes por dia e isto durante mezes, o que tem feito com resultado nos casos simples. O tumor uma vez reduzido, é necessário mantel-o em posição por meio de um apparelho especial, porque, algumas vezes elle é tão inco- ercível que se reproduz depois, expontaneamente cu sob a influencia de um esforço qualquer. Os meios empregados para manter a re- ducção dos prolapsos são diversos. Tem-se tecommendado alternativamente as in- jecções adstringentes, as injecções sub-cutaneas de ergotina, o tampão parcial ou total da vagina, a massagem, etc. 43 Sieliôki. Fellner, Braun von-Fernwald, e ou- troó maôóagiótaô imaginaram que o prolapôo poderia ôer curado pela maôôagem applicada methodicamente; maô Richelot, Barozzi e todoô pó gynecologiôtaó modernoó não acceitam tal ingenuidade e óabemoó todoô que ellapode entre- tanto deócongeôtionar o tumor, facilitando a óua teducção. Frihche tem conôéguido noô caôoô recenteó fazer com a maóôagem deóapparecer o cedema e a hypertrophia e deôte modo reduzir o utero já conóiderado irreductivel pelo óeu volume. Se a mulher, diz elle, ôabe evitar aô imprudenciaó e exceóôoô invectivadoó, pode curar-ôe de uma ma- neira duradoura e baôtante ôatiôfactoria óob a fluência deóta therapeutica. A maóóagem é hoje indicada, unicamente para diôpertar a tenacidade e a contractibilidade doó tecidoó pehàanoô, eô- pecialmente doó levantadoreô do anus, embora affirme M. Stroynowôki ler regiótrado caôoô de cura pelo methodo de Brandt. O prolapôo completo complica-ôe muitaô vezeô de oedema, eócoriaçõeó. pequenaó ulceraçõeô, algumaô muito doloroóaó que ôe aóóeôtam no (/<?- cmho de tença) ou naó paredeô vaginaeó expeô- óadaó, muito infiltradaô, apreóentando áô vezeó placaô de eôphacela óupetficiaeô; leôõeó to- daô que devem óer tratadaó e curadaô anteó da applicação do peóôario ou do hyóterophoro. A recediva deóteó accidenteô que muitaô vezeó ôão o ponto de partida de complicaçõeó outraó muito ôeriaô, taeó como eryóipella, abceóôOó, gan- 44 geena circumscripta com perfuração da bexiga, do que se pre vine a essas mulheres, recommen- dando-lhes observarem o asseio mais rigoroso e melhodico. Para isto, prescrevem-se lavagens, duas xezes por dia com solução emmoliente (a althéa), lubrificação de todo o tumor prolabado com vasilina cocainisada, etc. Os pessarios e hystecophoros são apparelhos de contensão destinados a manter no logar pro- prio os orgãos depois da sua teducção. Muitas vezes o cirurgião aconselha o uso de um pessa- rio proviscrio, esperando apenas, o momento favoravel para intervir de uma maneira mais radical; outras porém, o doente é condemnado a usar este incommodo apparelho toda a sua vida, ou porque elle repilla os meios sangrentos, ou porque a intervenção cirúrgica seja para o cirurgião, contraindicada de uma maneira formal. O uso do pessario é um meio verdadeiramente palliativo, precário, que produz ao doente um allivio muitas vezes iliusorio. 'Kreisky diz ter obtido bons resultados com os pessarios ovifor- mes que podem ser adaptados, perfeitamente, nas mulheres velhas de vagina estreita. O pessario não deve ser prescripto, em con- clusão, senão como palliativo temporário, até que se possa intervir cirurgicamente, mas ha casos, entretanto, em que o unico recurso con- siste no emprego de meios contensivos, porque a operação oferece gravidade particular, sendo 45 for mal mente contra indicada pelo que já dió- óemoó anteriormente. Dá-óe o meómo no caóo doó prolapóoó muito grandeó, abóolutamente irreductiveió, coincidindo algumas vezeó com uma eventracção ou hérnia doó outroó orgãoó. Meómo aóôim para que o peóóario poóóa con- ôervar-óe no lugar e ter alguma utilidade para o doente, é precbo: i.° Que a óolidez do perineo não óeja muito compromettida; 2.° que a vulva não eóteja muito dilatada; 3.* que aó paredeó va- ginaeô não ôejam relaxadaô em exceòòo, poiô que é óobre ellaô que o apparelho deve tomar o óeu ponto de apoio. Por ióóo é que o uóo do peóóario, logo no inicio da leôão, pode óer grande palliativo para o enfermo e retardar por longo tempo a evolução quaói fatal do prolapôo. Todavia eóte é óempre ficticio e de pouca duração, porque á medida que a leóão progride e aó paredeó da vagina óe relaxam, faz-óe precióo dar ao apparelho dimen- óõeô cada vez maioreô, e chega finalmente o mo- mento em que elle é inóufficiente para manter o utero reduzido. Naó formaó graveó o utero perde o óeu lugar no ventre, oô peóôarioó ordinarioô não tem utilidade, abóolutamente alguma óobre elle, e o tumor utero-vaginal óae instantaneamente, impellindo o apparelho diante d'elle. Empre- gam-óe então os pessarios de pé ou hystero- phoros e as faixas hypogastricas. Xestes caóoó, não é baôtante evitar a óahida do utero, é ainda neceóóario diminuir a preóôão intra-abdominal e impedir que amaôóa inteòtinal 46 peóe óobre eóte orgão, o que óe conóegue recom- mendando áó doenteó o uóo permanente de uma cinta bem feita ou, o que vale maió ainda, a faixa de crepon Velpeau, a qual enrola-óe bem aper- tada em volta do abdómen. Oó hyóterophoroó contêm uma cupula na qual repouóa o collo do utero, e eóta é preóa, por uma haóte rigida, á uma cinta abdominal. A contenóão para eóte apparelho é perfeitamente mantida, maó infeliz- mente nem todaó aó mulhereó óe accomodam com inótrumentoó tão complicadoó que fatigam-naó tanto, á ponto de cauóar leóõeó ulceroóaó do collo. Maó, de uma maneira geral, e uma vez que óejam convenitemente applicadoó, oó hyóte- rophoroó óervem com algum reóultado. Quanto ao modelo á adoptar, a eócolha depende do grau do prolapóo e da conformação da vagina, da vulva, etc. Oó peóóarioó maió uóadoó óão oó de Dumontpallier, de Hudge, o de Schultze e o de ar de Garriel. TRATAMENTO CIRÚRGICO OU CURATIVO. E' o methodo nacional e completo. A óua applicação depende como já tivemoó occaóião de dizer, do critério do cirurgião. A maneira de agir e o proceóóo á empregar óão variaveió, óubóiótindo todavia, inmmutaveió oó principioó geraeó, quaeóquer que elleó óeiam. No capitulo óeguinte deóte trabalho - «a eó- , colha do proceóóo» - fazemoó ligeira critica de todoó oó proceóóoó actualmente empregadoó. 47 Parece-nos que o methodo excellente de Fri- tsch corresponde á todas as indicações opera- tórias, porque é o mais empregado, sofrendo embora, algumas variantes nos detalhes da technica de Bouilly, Pozzi, Chaput, Quenú, Follet, Routier, e Pierre Delbet. De todos estes, é o methodo de Bouilly o que julgamos melhor, pelo seu fundo essencialmente pratico e ele gante, baseado em 38 excellentes observações todas inneditas e pessoaes. O tratamento cirúrgico applicado aos grandes prolapsos, era puramente symptomatico, ha poucos annos ainda, porque repousava exclusiva- mente sobre os elementos exagerados da affec- ção, como a cystocele,la rectocele, o alongamento hypertrophico do collo e o enfraquecimento perineal. A queda e a amplitude da vagina não eram tratadas com o rigor necessário e a colpo- perineotrhophia era reservada aos casos clinica- mente manifestos de prolapso vaginal posterior e de enfraquecimento perineal. Mas, pouco á pouco, os recursos augmentaram, se completa- ram e aperfeiçoaram-se depois. As etapas de cada evolução destas foram, como Sempre costu- mam ser, muito fáceis de se seguir e o dia veio, em que se adquirio o perfeito conhecimento da causa, e ella por sua vez, tomando o seu caracter definitivo, fez espargir mais uma luz no espaço incommensuravel da sciencia. Não ha muito tempo que foram perfeitamente conhecidos estes princípios geraes que con- sistem, não somente na pratica da colpor- 48 thaphia anterior e da colpo-perineorraphia, maô ainda na daó reôóecçõeô vaginaeó extenóaó' combinadaó á amputação elevada do collo ou da hyóterectomia. Pela hiótoria, percorrendo aó obáervaçõeó e peôquizaó feitaó neóteó longoó annoó, vê-ôe que, até 1891, a amputoção, alta ou baixa do collo uterino, combinada o maió daó vezeó á colpo-perimorrhaphia, é feita, noó caôoó de grandeó prolapóoó genitaeó, acompanhada de alongamento hypertrophico do collo, com ou óem ruptura perineal. No tratamento cirúrgico podem óer claóóifica- do^ da maneira ôeguinte, os differenteó methodoó que têm óido empregadoó: i.° Operações plasticas; 2? Hysteropexias ou constituição de um ponto de apoio para 0 útero do lado da vagina, da vulva e do perineo; 3P Levantamento do titero pelo inctirtamento dos ligamentos largos e redondos; 4P Opera- ções plasticas do collo; 5.* Hysterectomias. Eótaó operaçõeó óão empregadàó ordinaria- mente de conjuncto, e óegundo o modo de penóar do noóóo grande meótre Richelot, toda a inter- venção cirúrgica applicada á um doó prolapàoó genitaeô, deve comprehender duo.5 actoó bem diótinctoó: Um fundamental e outro comple- mentar. Empregadaó ôóó, eóiaó operaçõeó tão conhe- cidaó hoje, não valem nada, porque não mantêm por ôi a reducção do.utero, e a recediva é fatal. ESCOLHA DO PROCESSO (Operações plasticas applicadas aos pequenos prolapsos) Todo o prolapdo genital, quaedquer que dejam od deud caractered anatomo-clinicod e em qualquer dad duad modalidadeó pathologicad, precida de der operado, á não der em cadod excepcionaeó em que o cirurgião não poderá intervir, taed dão ad contra-indicaçõed formaed e poditivad que de apredentam. Uma vez decidida á operação, elle empregará o proceddo que lhe parecer maid appropriado ao cado, afim de curar definitivamente o deu doente ou allivial-o. o melhor que podda, dedda encom- moda enfermidade, (de por ventura, od recurdod da dciencia já não dão dufficiented para entreter uma cura definitiva). Por iddo é que de deve intervir cedo e opportunamente, porque dedte modo, dempre de terá occadião de tratar conve- nientemente edta enfermidade. Eid ahi maid um ponto, em que tão intimamente, de relacionam edted edtudod vadtod e complicadod dad herniad em geral. 50 Como principio, deve-se ter em mente, que não ha uma só forma de prolapso e por conseguinte, não podemos ter um unico processo de trata- mento. Além das suas formas typicas, formas anatomo-clinicas mais communs, ha uma im- mensidade de variantes intermediárias, ás quaes temos de adaptar variantes das operações classicas. E' sempre na combinação, maia ou menos complexa, desóes varioó processos, que vamos encontrar o remedio effícaz para a affecção que procuramos combater. A formula da intervenção está, pois, á juizo do cirurgião, qualquer dos processos pode dar muito bom resultado, uma vez que elle seja applicado convenientemente e executada com intelligencia a sua technica. E' por isso que o cirurgião deve ser sempre muito minucioso e preciso, áfim de assegurar bem o resultado de seu trabalho e a sua reputação profissional. Ora sendo o prolapso genital uma eventração pel- viana-uma hérnia portanto, devemos ter em vista, como principio fundamental, a sua redu- cção definitiva. Esta operação, porém, obtida pela simples reducção manual, não impede que a eventuação se reproduza em mais ou menos tempo, con- sistindo esta intervenção em simples tratamento palliativo. A operação deve ser radical, isto é, dirigir-se, não somente ao sacco herniario, á ptose da bexiga, do utero, e do recto, mas fazer, principalmente, a refecção do soalho va- gino-perineal, isto é, do apparelho de fixação 51 c ôuótentação doó orgãoó genitaeô. Conside- rando eóte aclo operatorio, devemos, agir con- forme elle de prenda ao ôoalho vagino-perineal dó, ou também aoô orgãoó que peóam dobre elle. E' a causa da ptose que devemod ded- truir. Quando edta interedda o doalho vagino- perineal dó, o acto operatorio difere ainda, ôegundo ella compromette o perineo dó, ád pateded vaginaed, ou ád duad concommitante- mente. No primeiro caso o noddo trabalho detá reparar ou antes, construir um perineo novo, alto, espesso e resistente que é o objecto da colpoperineorraphia. No segundo caso procede-Se ao levantamento dos orgãod pro.labadoó. Aqui a . indicação de badeia em reduzir a amplitude exagerada dad pareded da vagina e de transformar a cavidade vaginal em um espaço virtual, tal qual se apresenta normalmente, com as suas pareded anterior e podterior judtapoôtad. E1 com este fim que de praticam ad colporrha- phiad que comprehendem a receóôão da parte exuberante da vagina, ôeguida da óutura doA bordoô da ôuperficie avivada. No terceiro caóo, faz-ôe ajuncção deôtaó duaô operaçõeó, a colporthaphia e a colpo-perineor- taphia. A colpo-perineorraphia é a que goóa principal papel e trata directamente da colpo- cele poóterior. A colporraphia tem a propriedade de levan- tar a bexiga e ôe oppôr á volta da cyótocele pelo encurtamento do eôpaço que ôepara o 52 utero do pubió, óendo o fundo da bexiga recal- cado pela face anterior do utero para a óua óéde normal. E um doó meio de fixação para o utero, e a sua vantagem com relação á eóte orgão, embora não óeja tão grande, todavia compenóa baótante, approximando o utero do pubió,-deó- locando-o deóte modo em maóóa, para fixal o em antevcróâo. Eóta óituação é precióamente a que melhor convém, porque não favorece em nada, a tendencia á recidiva e deóta óorte o orgão é completamente óubtrahido ao peóo da maóóa intestinal. Não insistimos óobre esta conse- quencia, particularmente feliz, da receóóão va- ginal anterior na cura doó prolapsos, consi- derando como radical e definitiva aquella que óe faz directamente óobre oó orgãoó que sustem e fixam o apparelho genital. E1, pois, o fecha- mento da vagina pelo adossamento daó paredes anterior e poóterior que se cppõe á deócida do utero. A forma daó incióõeó naó recessões não deixa de ter a importância que alguns lhe querem negar e nisto discordamos do illustre Pro feóóor Pozzi que é dessa ultima opinião. E1 muito rácional e todoó comprehendem perfeitamente que não só aó dimensões da receóóão. como também a forma destas, não podem deixar de ter alguma influencia no reóultado da interven- ção; porque a figura á traçar, deve eótar maió ou menoó em relação com a diótenção da vagina. Pozzi prefere a incisão triangular, Bouilly a quadrangular, Hegar a ovalar e a elyptica. 53 Oca, é logico que, havendo uma grande deópro- porção no relaxamento daó paredeó vaginaeó, a forma da incióão ha de influir fatalmente na repa- ração deóteó tecidoó deóigualmente deformadoó. Não òq pode óer óyóthematico em cirurgia. O cirurgião nem óempre deve empregar oò proceóóoó claóóicoó, taeó como elleó óão indi- cadoó, e óim com aó modificaçõeó que lheó pareçam neceóóariaó. Tendo em vióta a neceóóidade de reóóecat muito, a forma triangular de Pozzi e a qua- drangular de Bouilly, óão excellenteó e preen- chem perfeitamente a condicção primordial daó colporrhaphiaó; maó em uma colpocele pequena, a forma ovalar ou elyptica de Hegar deve óet a preferida. O que óe deduz dahi, é que a forma do retalho é também da reóponóabilidade de quem opera. Comprehende-óe que nem óempre o cirurgião pode empregar oó proceóóoó cirurgicoó, taeó como elleó óão theoricamente eótudadoó, maó delleó óervem óe óempre, para norma do óeu trabalho. Diz Barozzi, que a forma do retalho não tem, é verdade, grande importância, porém que óe deve óubtrahir francamente, tudo que é exhu- berancia da vagina e accreócenta: «nunca óe óacrifica de maió a parede vaginal relaxada». Não óomoó tão liberaeó neóte ponto, embora óaibamoó que, com a colporrhaphia não pode- moó óer conóervadoreó. Somoó excluóiviótaó neóta queótão, não noó importando o que bem diz a norma da cirurgia moderna. 54 Sejamos aqui essencialmente precisos, como o são todos os scientistas inglezes: não ressecando da vagina, senão aquillo que se deve ressecar. Baseados nestes principios dos quaes não nos devemos desviar uma linha sequer, dois pro- cessos são excellentes, o de Hegar e o de Bouilly que, por si só, satisfazem perfeitamente a cura dos prolapsos simples, não complicados de deslocamento uterino ou de alongamento h)per- trophico do collo. Em geral emprega-se a colporrhaphia ante- rior nos casos de cystocele e a colporrhaphia posterior nas rectoceles: operações estas que devem sempre auxiliar a colpo-perineorrha- phia. Todavia a colpocele posterior não exige a restauração do perineo propriamente dito, e a intervenção pode consistir simplesmente na refecção da parede vaginal posterior pro- labada. Nas colpoceles simples, isto e', nas formas cysto-vaginaes, a colporrhaphia por si só, basta muitas vezes; a operação pode consistir na re- fecção da parede vaginal anterior prolabada, o que convém perfeitamente para a reducção da cystocele, ou na da parede vaginal posterior, para os casos de rectocele. Qualquer, pore'm, destas operações não tem influencia, absoluta- mente alguma, sobre o relaxamento da parede opposta. NoS casos de colpocele total é preciso asso- ciarmos os dois processos para se obter uma cura completa, fazendo o que se chama uma 55 dupla-colporrhaphia. A colporrhaphia poóterior é a intervenção maió directa e efficaz. A dupla colpectomia é, ainda maió, a parte primordial na reparação da deformidade, porque é ella que deprime o ponto verdadeiramente exhuberante da vagina e repreóenta ahi a operação funda- mental. Se, porém, a intervenção óe applica áó recto- celeó complicadaó de um certo gráo de enfra- quecimento perineal ou meómo de verdadeira ruptura, recorre-óe á colpo-perineorrhaphia. E1 a unica operação capaz de, por ói óó, óer óufficiente para a cura difinitiva deóóaó defor- midadeó genitaeó. Aó perineorrhaphiaó óão, pelo óeu methodo racional e intelligentemente pratico, operaçõeó muito benignaó e de efficacia comprovada dia- riamente na Clinica. São muitoó oó proceóóoó conhecidoó deóte genero de operaçõó plaóticaó, maó aqui, óó fazemoó menóão doó principaeó, cuja utilidade pômoó, deóde já em evidencia. Todoó elleó, como óabemoó, partem de douó methodoó: o de avivamento e o de deódobra- mento. No primeiro claóóificaremoó o proceóóo de Hegar, Bouilly e o novo proceóóo de Emmet. No óegundo, temoó o proceóóo de Dolerió, o de Lawóon-Tait, o de Pozzi, que é uma modificação d'eóte ultimo e finalmente, a myorrhaphia doó levantadoreó do anuó. O «proceóóo de Heger tem hoje uma excellente modificação de Richelot que o doptou de uma 56 pratica muito maió expedita e conótitue um proceóóo novo que tem dado óempre oô me- Ihoreó reóultadoó. Nóó o recommendamoó pela grande óimplicidade e rapidez da óua technica que permitte executar-óe aó colporrhaphiaó maió complicadaó, obtendo-óe óempre oó me- Ihoreó reóultadoó operatoriaó. O óeu auctor tem feito cerca de quatrocentaó deótaó operaçõeó com douó caóoó apenaó de deceóóo. Barozzi é um grande enthuóiaóta d^óta ope- ração que também lhe tem gtangeado muito exito. No methodo de avivamento incluimoó o maravilhoóo proceóóo de Bouilly, juótamente aquelle que óatiófaz aó noóóaó indicaçõeó e todaó aó exi^enciaó da technica moderna. Precióo na excióão do retalho perineal, elle faz perder relativamente pouco óangue ao doente e ainda maió a óua óimplicidade e rapidez na execução óão outraó tantaó razõeó em óeu favor. Fallamoó ainda do proceóóo de Emmet que tem óido applicado na America do Norte, noó caóoó de relaxamento do orifício vulvar, e que apezar daó diveróaó modificaçõeó que tem óoffrido não preenche, entretanto, o deóejo daquelleó cirurgiõeó. Abramoó aqui, um parentheóe para ajuizar- moó da queótão á reópeito daó vantagenó do avivamento óobre o methodo de deódobramento perineal. Diz Lagrave que, de uma maneira 57 geral prefere-óe para aó reótauraçõeó vaginaeó oò meioó que não óupprimem tecidoó áquelleó que excióam e reóóecam uma parte da parede da vagina. Theoricamente não deixa de ter razão eóte notável ócientióta, porque em lugar de óe fazer o fechamento da vulva e a obturação da columna poóterior pela excióão da mucoóa, parece me- lhor óuópender no máximo eóóa porção de tecido exuberante óobre o óeu confluente poóterior no perineo, cuja deformidade é a queótão principal. Pozzi aconóelha que óe eócolha entre a perine- orraphia de Dolerió e a de Emmet, porém Lagra- ve diz queóe faça o deódobramenlo á uma gran- de altura, juntando a ella a óutura doô levantado- reó do anuó porque aóóim óe obterá, não óomente uma vulva óufficiente, maó ainda um perineo eópeóóo, e óobre a columna poóterior da vagina, um plano inclinado formado pela óutura daó mucoóaó vaginaeó anterior e poóterior o qual é repreóentado pela cicatriz encontrada na abobada vaginal, em via de reconótituição: Sutura eóta que forma uma barra fixa a qual contem o utero em poóição. Eóte proceóóo óó teria utilidade noó caóoó em que a vulva baótante aberta, eótiveóóe em concomitância com o relamento do peri- neo, maó óem deólocamento abóolutamente algum. Para oó grandeó prolapóoó a óua efficacia é muito juótamente conteótada porque dimi- nuiria a extenóão da parede vaginal poóterior, 58 oppondo-óe deóte modo á óuópenóão do orgão prolabado. Por egualdade de circumótanciaó eóta operação não pode óer auxiliada pela de Alexander, áó vezeó neceóóaria. Finalmente elle não eôtreita a vagina verdadeiramente, como fazem oó proceóóoó de avivamento e apenaó diminue o orificio vulvar. Em óyntheóe, a eócolha do ptoceóóo é uma queótão excluóiva de raciocinio e qualquer delleó pode óatiófazer perfeitamente uma cura definitiva. Uma vez provada a óuperioridade do melhodo de avivamento julgamoó-noó diópenóadoó da dióóertação doó proceóóoó de deódobramento por não trazer vantagem alguma que intereóóe a noóóa theóe. Para terminar não deixamoó abafar o noóóo enthuóiaómo peloó proceóóoó de Hegar e de Bouilly, óendo que eóte ultimo é o melhor e o que maió óe adapta áó outraó operaçõeó com- plementareó, quaeóquet que ellaó óejam, garan- tindo óempre facilidade na technica e muito exito. Operações de fixação applicadas aos grandes prolapsos Noó grandeó prolapóoó a intervenóão conóióte em praticar-óe a hyóterectomia quando óe trata de um útero atrophiado e óenil, fazendo por aóóim dizer parte do óacco herniario, ou em praticar a amputação do coito que reóulta no levantamento da abobada vaginal a qual óerá fixada ao nivel da óuperficie de óecção do orgão. Maó juótamente, neóteó caóoó em que óe offerece 59 a eócolha entre a amputação alta do collo e a hyóterectomia, qual deótaó operaçõeó devemoó eócolher? A hyóterectomia não óe faz óenão em ultimo recuróo, como proceóóo unico de trata- mento, maó a amputação do collo, deve óer óempre preferida noó outroó caóoó como por exemplo neóóeó prolapóoó cyóto-genitaeó heper- trophicoó, noó prolapóoó completoó com alon- gamento do collo uterino, etc. Quando óe trata de uma mulher moça, maximé, ainda na edade cathameneal, deve-óe fazer de preferencia a hyóterectomia parcial á total, meómo noó prolapóoó inveteradoó. Quando porém, a mulher é avançada em idade, depoió da meno-pauóa, e da qual óe poóóa deó- prezar o acto da procreação, pode-óe fazer a hyóterectomia. Se exiótem leóõeó uterinaó cujo prognoótico pareça óombrio, deve-óe então fazer a ablação completa do utero, como óe dá noó caóoó de epithelioma, fibromaó, metrorrhagiaó peróiótenteó em edade avançada (cujo trata- mento doloroóo e prolongado não ojferece van- tagem alguma num orgão tornado inútil, já pela moleótia, já pela edade avançada da doente). Todavia aó metriteó totaeó e meómo aó do collo devem óer tratadaó pela amputação alta, que é a óua melhor lherapeutica. Não obótante ióto, circumótanciaó outraó poem em óerioó embaraçoó a reóolução do operador. Se, por exemplo óe tratar de uma mulher ainda moça, cuja edade é uma condição imperioóa para a conóervação do orgão da procreação admit- 60 tindo-se a hypothese de unia hypertrophia do collo e sobretudo com abaixamento do útero é o bastante para o cirurgião intervir. E1 preferivel conservar um utero pouco abaixado, qualquer que seja o alongamento hypertrophico do collo á subtrahir aquelle cujo collo é muito pouco alongado porém que é de todo precipitado. E1 evidente que no primeiro caso a conservação do utero, será nrcessaria para a fixação da vagina, como ponto de apoio, mas no segundo, pelo con- trario, ella concorrerá bastante para a descida da vagina pelo peso da sua massa, sem sus- tentação própria. E1 nestes casos que á hystero- pelvimetria nos presta tão relevantes serviços. Parece á alguns menos escrupulosos, um pe- dantismo, medir-se, não somente o grau de alongamento hypertrophico do collo, mas ainda o de abaixamento do utero. A sua importância tem sido comprovada innu- meras vezes pelos mais abalisados no assumpto. O seu valor é de tal ordem que nos serve, até para a formação do prognostico. Tem-se obser- vado que quanto maior é o alongamento hyper- trophico, menor é o abaixamento do utero e o resultado da intervenção gosa portanto de muito mais probabilidades favoráveis. E1 considerado indicação para á hysterectomia todo o abaixamento superior á 10 cms., quer o utero esteja atrophiado ou alongado na sua po- sição cervical, e da mesma maneira indicação para a amputação elevada do collo, os abaixa- mentos até 10 cmó., attingido ou não de alonga- 61 mento cervical hypertrophico. No primeiro caso os ligamentos não têm acção na sustentação do orgão, no segundo porém, ainda se acham re- sistentes, mas já em relaxamento progressivo. Sabemos que a extremidade inferior do collo está normalmente situada á cerca de 2 cmô. ácima do estreito inferior da bacia e qualquer differença por mais insignificante que seja pode ser um signal importante para orientar o cirurgião. Todavia se necessário se faz a amputação do utero, a mulher sendo ainda moça, podemos applicar o processo de Markwald ou a ampu- tação sub-vaginal bi-conica, mas se a mulher é velha ou uma multipara edosa, a amputação alta ou super-vaginal é indicada, sobretudo se exis- tem lesões ulcerosas no focinho de tenca. Este processo poderia substituir vantajosa- mente á hysterectomia vaginal por ser mais benigna que a a extirpação total do utero, porque não se lesa absolutamente o peritoneo, podendo adoptar-Se o processo de Schroeder que o seu autor empregava de preferencia no tratamento do cancro cervical, ou o que Bouilly adoptou, associando-o, ás largas colporrhaphias. A amputação baixa do collo na parte sub-va- ginal ou no focinho de tenca é necessária todas as vezes que esta porção do collo é hypertro- phiada, tal é 0 caso em particular de certas hypertrophias congénitas. Pode-se sempre nas amputações bi-conicas desta porção do collo que é situada abaixo dos 62 cul-de-óacó da vagina, refazer um orifício bem ceveótido de mucoóa e não óuóceptivel de óe eótreitar. Eóta operaçãoé muito applicavel naó mulhereó novaó. A amputação alta do collo ou da óua por- ção profunda, deve óer reóervada aoó caóoó em que exióte um alongamento hypertrophico no- tável deóta porção óupra-vaginal, obóervado pela palpação bimanual e pelo catheteriómo, porque em óemelhante caóo a columna cervical óupra- vaginal tem áó vezeó uma extenóão de 5 á 10 cmó. que conótilue um obótaculo invencível á reducção durável. O collo deve, poió, ócr reóôecado, aóóim como a porção exhuberante da vagina e para ióto temoó a trachelectomia e a colpectomía qua óão operaçõeó preliminareó indiópenóaveió na fixação do utero e na refecção do perineo. Deve-óe óempre, como deixamoó dito ante- riormente, dar preferencia á amputação elevada do collo óobre a hyóterectomia, quando a mu- lher tenha ultrapaóóado á menopauóa, porque então o eótreítamento e meómo a obliteração do orifício cervical que óuccedem muitaó vezeó á dióóecção elevada do collo, não oferecem pe- rigo. Não acontece, porem o meómo com aó mu- Ihereó que ainda óe acham na edade cathame- neal, naó quaeó a retenção do fluxo menótrual é para receiar muito. Neótaó condiçõeó a hyó- terectomía pode óer applicada em combinação com a colpectomía e por eótaó conóideraçõeó ainda óe eócolhe com maió vantagenó a vaginal do que a abdominal e porque também a ope- 63 taçâo pode facilmente fazer-óe em um óõ tempo. A amputação do collo não deve óer empre- gada óempre á titulo de operação preliminar, todaó aó vezeó que ha alongamento hypertro- phico do collo; ella não tem por fim óomente diminuir o peóo do orgão á óuótentar, e óeu emprego é óobretudo reclamado pela neceóói- dade evidente de reótituir ao utero, aó óuaó dimenóõeó normaeó, compativeió com uma boa reducção. Pouco importa que o alongamento anormal do utero óeja reóultante de um alongamento mechanico ou de um proceóóo pathologico, por- que em pratica, óeja qual for o alongamento, a indicação formal da amputação do collo não óe faz demorar. Convém que óe prefira óempre que óeja poóóivel a amputação alta deóóa parte cervical, á hyóterectomia, convindo que eóta operação é muito maió grave e complicada que aquella. Além do que é um perigo operar-óe por eóte meio uma mulher que pode diócre- tamente óoffrer de alguma leóão pulmonar ou cardiaca, tendo já acontecido morrer a doente durante a operação em conóequencia do cho- que operatorio; ainda meómo que ella óeja applicada juótamente não paóóa um tempo complementar da operação, tão pouco excede em vantagem alguma á amputação do collo, exigindo além de tudo ióto uma colpectomia concommitante e depoió uma colpo-perine- orrhaphia. Com effeito o ponto capital do 64 tratamento de todo o prolapóo genital é o re- forçamento do óoalho vagino-petineal, que man- tém o utero na óua óéde normal depoió de correcta a deformidade pathologica. Neótaó circumótanciaó o meómo reóultado po- demoó obter e com maioreó vantagenó, prati- cando apenaó uma amputação|muito alta do collo, porque eóta operação óe conóegue fazer metho- dicamente, evitando a abertura da cavidade peritoneal. Depoió que Bouilly modificou tão intelligentemente o proceóóo de Schroder, eóta operação tornou-óe muito corrente e preferida á todaó aó outraó. E' eóta que nóó eócolhemoó, bem orientadoó e inótruidoó noó óeuó excellenteó principioó pelo Dr. Guenard habil e jovem ócientióta. A hyóterectomia óó poróijá óe faz reópeitada, apezar doó recuróoó da aóepóia e por ióóoóõ deve óer applicada naó formaó muito graveó de prola- póoó caracterióadoó pela irreductibilidade com- pleta doó orgãoó herniadoó que óó podem óer operadoó por eóte genero de operaçõeó. Entretanto o profeóóor Pozzi tem executado diveróaó hyóterectomiaó vaginaeó com reóultado compenóadoreó. De facto ella tem a óua utilidade inconteótavel, e uma vez que não haja contra-indicação para a óua applicação e óe eóta operação é julgada neceóóaria á critério do cirurgião a óua appli- cação óerá poóitiva, porque óe óubtrae um orgão tornado inútil, e incompatível com a própria vida do doente. 65 Tal é o caóo de um fibroma um cancro do utero prolabado, de uma leóão injlammatoria, de neo- formaçõeó peri-uterinaó ou meómo uterinaó re- calcando o orgão para baixo. Eóta operação imaginada e executada pela primeira vez por Muller e Wormóer, é uma eó- pecie de colporrhaphia dupla, realióada num óo tempo. Terminada a operação o utero deóa_ parece totalmente e a extremidade óuperior da vagina é fechada em cul-de-sac. Oó óeuó auctoreó reconhecendo maió tarde que a excluóão completa do orgão era diópenóavel, reformaram a óua technica, contentando-óe em afjrontar a maior parte doó bordoó do loóango, e óuturar oó retalhoó vaginaeó aoó bordoó do côto-uterino. Foi depoió então óubótituida a ablação total do orgão pela hyóterectomia parcial. A gynecologia contemporânea muito deve á Bouilly, pelo excellente proceóóo que elle legou áóciencia e que é hoje um methodo claóóico, óe poóóo aóóim dizer. O óeu trabalho é uma obra monumental, architectado deóde longoó annoó 7 o com muita experimentação. Bouilly para tornar maió facil a deóóecção do collo, faz a hemi óecção tranóveróal, de maneira á dividil-o em duaó metadeó que óe reóóecam óucceóóivamente. Eóta maneira de agir é excel- lente e foi logo adoptada por Pean, poió, inega- velmente eóte proceóóo é de muito melhor tech- nica que o antigo e eópecialmente appropiado para oó colloó volumoóoó. Maió tarde chegou a 66 occaóião de óe pronunciar óobte o aóóumpto o noôóo grande meótre Pozzi que finalmente o ado- ptou, embora ligeiramente alterado, á óua ma- neira. E1 aóóim que elle dá uma incióão mediana ou óagital, a qual abre o collo e permitte tomar óobre elle um ponto de apoio óolido com pinçaó que óe fazem collocar de baixo para cima pre- cióamente como faz Doyen. Salvo prediópoóição de certaó mulhereó áó ptoóeó do utero. e neóte caóo não óe pode reópon- óabilióar a intervenção já executada, uma vez que eóta foi mauiótralmente feita e óe obóervou todoó oó cuidadoó poót-operatorioó neceóóarioó. E' conveniente poió, deóta vez fixar bem o utero, fazendo maió uma operação comple- mentar, uma hyóteropexia qualquer, a opera- ção de Alexander ou outra que óe moótrar neceóóaria e óão por ióto baótante prudenteó algunó cirurgiõeó em executal-aó, óempre que óe trata de um caóo maió óerio, principalmente quando ha relaxamento pronunciado do perineo. A hyóteropexia abdominal ou gaótro-hyótero- pexia, ainda chamada ventro-fíxação, tem óido applicada com muito reóultado como operação complementar neóóaó intervençõeó, ao lado da amputação do collo e da colporrhaphia, tal é a eôtatiótica de Wyder e de Ido Schmit que accu- óam 8o % de óucceóóo. Applicada, óó como operação ióolada, apre- óenta conóequenciaó deóaótroóaó, porque ella não impede que a vagina flaccida e relaxada torne a cahir, arraótando o utero, além do peri- 67 toneo e da longa brida fibroóa, que deveriam mantel-o fixado á parede abdominal que lambem éarraótada pelo ôacco herniario. Não óe deve exigir da ventro- fixação maió do que ella noó pode dar e lambem nãoeóquecer que é a reparação do apparelho contenóivo do utero a parle funda- mental do tratamento; a óua coadjuvação, pore'm naó outraó operaçõeó dá óempre reóultado. No Rio de Janeiro ainda hoje tem grande applicação a hyôteropexia abdominal e no Re- cife, tivemoó occaóião de aóóiôtir uma operação deólaó na clinica do Hoópital Pedro Segundo, muito bem excutada pelo Dr. Vieira da Cunha. Eóte proficiente gynecologióta fez eôóa operação acompanhada da amputação alta do collo e da colpoperineotrhaphia com reóultado excellente. Fazem cinco annoó, e a operada òe acha muito ôatiófeila com o reóultado da intervenção. Não ha inconveniente algum, nada abóoluta- mente óe perde em fazer a venlrofixação do utero, meomo porque óob o ponto da vióta obóte- trico ella é bem applicada. O utero pode diótender-óe óufficientemente no curóo da gra- videz e ficar em condiçõeó de eótabílidade muito ptoximaó do eótado normal, o que não compro- mette o deóenvolvimento do feto nem tão pouco o mechaniómo do parto. Mulander em um eótudo muito minucioóo que fez óobre 86 operadaó por eóte proceóóo, demonótra que todaó tiveram prenhez e parto normal óem accidente algum. Tem-óe experimentado a óuópenóão do globo uterino por meio do levantamento doóóeuó liga- 68 montoô propripô, maô iôto não tem produzido efeito, porque elleô não ôào ôufficienteô para reagir ao peôo de todo o apparelao genital prola- bado. Além diôto oò reôultadoô afaôtadoô da ope- ração ôão chimericoô, porque uma nova diôtenôão deôôeô ligamentoô pode provocar fatalmente a recidiva da enfermidade, ôe não foram executa- daô aô operaçõeô fundamentaeô, provando iôto, portanto, que o incurtamento doô ligamentoô redondoô é uma operação nulla. Apezar da obôervação apreôentada por Bo- wreimauôe Jeôut, de 10 curaô, em 10 caôoô de encurtamento doô ligamentoô utero ôagradoô, eôta operação não tem feito ôucceôôo. E1 de extranhar que o Profeôôor Pozzi acon- ôelhe ainda hoje a operação de Alexander que não é maiô nem menoô do que o encurtamento doô ligamentôô redondoô, ôeduzido pelaô obôer- vaçõeô de Alexander, Schimit e Staudler. Ora eôta operação não deve ôer efjectuada nem meômo naô mulhereô magraô, como diz Pozzi, cuja parede abdominal não ôe acha ainda i. uito diôtendida; porque eôte encurtamento deôvia a baôe do utero da ôua poôição normal para a retroverôão que é uma daô ôuaô etapaô de progreôôão. Não convém eôte meio, por ôer de todo influ- tifero, havendo até opinião de algunô claôôicoô entre elleô Byfort, Demonet e Imback de que no eôtado pathologico eôteô ligamentoô ôe alteram, obôervando-ôe até caôoô de atrophia e de de- generação granula-gorduroôa deôteó ligamentoô. 69 Fica por conseguinte de pé a vantagem da ventrofixação sobre a de Alexander e a repulsa de Bouilly, por não se poder fazer com ella- certas operações ás vezes necessárias. Ultiniamente o Dr. Raymond Guenard julgando esta maneira de operar tão complicada e sujeita á confusão e embaraços muitos, imaginou sim- plifical-a pelo que emprehendeu o seu maravi- lhoso processo o qual obteve recentemente na Academia de cirurgia de Paris, (igo3) um successo colossal. Não podia ser melhor recebido o Seu precioso trabalho, pois Guenard comprehendia que era indispensável fixar o utero, prendel-o na sua loja, fosse qual fosse, o meio a empregar. Elle tinha forçosamente, de basear-se numa hysteropexia o que effectivamente é de grande vantagem, maximé se o utero se acha muito abaixado e Seu apparelho de sustentação tão relaxado que não prehencha a sua verdadeira funcção. O processo de Guenard consiste no seguinte: formar dous retalhos cervicaes direito e es- querdo, quer o collo Seja normal ou alongado, retalhos estes que devem ser bastante expessos e solidos, para assim não ficarem embaraçados na sua circulação e inervação. Estes retalhos são fixados aos arcos tendi- nosos da vagina, dos lados correspondentes, bem como ás partes fibrosas e musculosas que são as aponevroses do levantador, do obturador interno? estes proprios musculos e os tecidos circum- visinhos. Ora, uma vez suturados estes retalhos aos 70 arcoó tendinoóoó muito adherenteó ao eóquelelo da bacia e á eóteó tecidoô fíbro-muóculareó que conótituem a parte maíó óolida do perineo, po- demoó conóiderar bem óeguro o globo uterino e óem embaraço em qualquer daó ôuaó funcçÕeô. Maió uma vantagem deóte proceóóo é tratar directamente da retro-deôviação do orgão, amar- rando oô retalhoó do collo juótamente na altura normal deóte orgão. Podemoó applicar hoie, eóte proceóóo em todoó caóoó em que tenhamoó de conóervar o utero. Elle é particularmente indicado noó caóoó de alongamento hypertrophico, cujo collo duro e reóiótente poóóa dar bonó retalhoó para a óutura. Terminada a operação o utero apreóenta o óeu orifício inferior muito nítido e proximo do bordo inferior da óymphyóe. E franqueavel ao hyóterometro, introduzido na cavidade uterina, dirigindo-óe para traz e para cima, com a óua profundidade normal. No toque, a parede va- ginal anterior apreóenta óe diótendida, maóóiça e o dedo analyóa facilmente aó duaó azaó expeóóa que do collo óe dirigem para fora, até o nivel da fixação. O utero parece poió bifurcar-óe na óua parte inferior, apoiando-óe por doió péó naó regiõeó obturadoraó. O óeu autor apreóenta duaó obóer- vaçõeó com reóultadoó immediatoó magnificoó, óendo de eóperar que a recidiva não óe dê pela vantagem racionalmente óuperior aoó outroó proceóóoó de fixação. CUIDADOS PRE-OPERATORIOS A preparação do doente é a condicção sine qua non no tratamento cirúrgico dos prolapsos genitaes. Todo o doente precisa ser subinettido á cuidados específicos, adaptaveis ao caso, e qualquer que seja a operação á qual tenha de submetter-se, deve óer preparado conveniente- mente, desde algum tempo antes da intervenção. Estas considerações adquirem maior valor ainda quando tratamos dessas mulheres porta- doras de grandes prolapsos, nas quaes esta enfermidade já consideravelmente aggravada torna-as muito depauperadas de suas forças. Em geral, estas creaturas pouco instruídas e principalmente ás pusilânimes á dor, só recor- rem ao medico ou ao Hospital quando o seu mal já se acha seriamente aggravado e então, bastante martyrisadas são levadas á contingência forçada de procurar um remedio ou allivio para a sua moléstia. Na classe baixa, isto é, nessa gente do povo, como vulgarmente se diz, as mulheres não tendo principio algum de hygiene edo dever, permittem indifferentes até com a própria existência que a sua enfermidade progrida, cresça e se avolume 72 á ponto de tornal-aó maió tarde invalidas e des- graçadas. Essas infelizes creaturas preferem como irra- cionaes, passar soffrendo a vida inteira, morrer mesmo muitas vezes, á supportarem resignadas, uma operação simples, ou a serem medicadas convenientemente num hospital; como suicidas inconcientes despresam a própria caridade tor- nando-se, em breve tempo invalidas para sem- pre. A quantos de nós dóe, ver uma mulher que Soffre, porque não sabe que pode deixar de soffrer?! FanatiSada pelo empirismo, seduzida meómo pelo charlatanismo, custa-nos convencel-a que ella deve tratar-se bem e precisa recorrer ao hoópital.-Estas, maximé as mulheres que são internadas pela primeira vez nos hospitaes, ex- tranham consideravelmente a sua permanência alli, porque affeitas ao espaço livre do campo, passam á viver em uma atmosphera relativa- mente acanhada e ainda mais, atiradas de mo- mento em um meio de todo desconhecido para ellas. Sentem-se mal, e ás vezesbastante impres- sionadas com o seu infortúnio e o das suas novas companheiras de enfermaria, já pela sua repulsa ao hospital, já pelas razões presentes, tornan- do-se indispensável que ellas desde então se acclimatem ao meio, no qual são bruscamente introduzidas. Durante esse tempo procede-se ao exame da affecção que apresentam, ao da sua organisação geral, e julgado clinicamente o 73 caóo procura-óe deóde logo adminiótrar-lheó o tratamento eópecífico. Procura-óe curar a enforma, maó nem óempre a cura pode óer completa e definitiva, como já tivemoó occaóião de dizer, maó deve óer o melhor que óe poóóa fazer. E' a cura cirúrgica que é precióo tentar, maó eóta intervenção tem aó óuaó indicaçõeó propriaó daó quaeó noó não devemoó deóviar uma óó linha. Se o doente óe acha em eótado de'abatimento ou anemia, deve-óe óem perda de tempo repa- rar-lhe aó forçaó compromettidaó. De ordinário eóóaó pobreó mulhereó apre- óentam-óe fracaó e abatidaó, pelo que dá-óe-lheó uma alimentação óadia e nutridora. A doente é conóervada deitada no leito afim de melhorar da óua óaúde compromettida, faci- litando-óe deóte modo a deócongeótão e conóe- quentemente a reducção do utero herniado. Uma vez conóeguida eóta operação, empregamoó a technica recommendada no capitulo eópecial, devendo manter a contenóão do orgão ptoóado por meio de um tampão vaginal. Põe-óe em obóervação o trabalho normal doó orgãoó digeó- tivoó, o qual deve óer regularióado, peloó laxa- tivoó ou lavamentoó inteótinaeó. Pozzi aconóelha que óe eóteja óempre preve- nido do eótado geral do enfermo, e daó leóõeó que figuram a óua moleótia e daó ajfecçõeó que 74 podem existir concomitantemente nos outros orgãoó da economia, que áó vezeó constituem contra indicações formaes para uma intervenção cirúrgica. Diz Richelot e com muito fundamento, que observados estes conselhos, até as laparotomias podem Ser feitas Sem receio de insucceSSo. Codavilla annuncia, sem um só caso de recidiva e muito menos descesso, a cura em diversas lapa- rotomias, Sem alteração alguma no periodo de cicatrisaçãa da ferida. Os resultados devidos á asepsia São tão bri- lhantes e frequentes que levaram Barozzi a affirmar que não vê nas intervenções abdo- minaes o perigo que Se lhes quer emprestrar, uma vez que sejam tomadas todas as prescripções reclamadas pela Sciencia hodierna. Examinando o doente devemos ter em vista, como contra-indicações primarias o desfaleci- mento vital do orgão á operar e o máu estado geral do indivíduo. E1 prudente não deixar que passem despercebidas as cachexias e a chtoro- anemia que, embora não constituam contra indi- cação formal para uma intervenção, todavia fazem receiar-se de um accidente cirúrgico. A cicatrisação da ferida nestes indivíduos é quasi Sempre difícil e má, compromettendo o resultado da intervenção e algumas vezes á pró- pria vida do operado, 'porque como sabemos, estas operações são muito sangrentas, e esta perda considerável de sangue para uma doente qne já :se acha anemiada, pode trazer conse- quências fataes. 75 O estado de senilidade ou o de depaupera- mento geral da enferma, a obesidade, o emphy- sema, o diabetes, as lezões dos otgaos toraxicos. como as cardiopathias e as bronchites chronicas, as alterações do fígado, rins, etc., são contra indicações cirúrgicas,não esquecendo que certas affecções da pelle, lambem podem ser fataes para o operado, sobretudo, aquellas que pro- duzem coceiras, impossibilitam a doente de sonservar a immobilidade indispensável post- operatoria. Ainda concorrem para um desfecho fatal, nessas mulheres doentes, maximé em edade avançada, a anesthesia e o resfriamento pro- longados que se fazem nestas intervenções, perigos estes aos quaes não devemos, de maneira alguma, submetCl-as impunemente. Diz Championniére, que a hemorrhagia se- cundaria deve ser considerada como accidente cirúrgico, devendo para evital-a estar o operador prevenido das condições patho lógicas do útero. Como sabemos nos grandes prolapsos, o collo e o proprio utero se acham sempre ma is ou menos congestos, in|lammados e algumas vezes compromettídos de metrite parenchymatosa bastante accentuada, de varicocelles e lesões outras communs nestas formas inveteradas. Para evitar as hemorrhagias secundarias deve-se ter a precauçãs de fazer muito bem a ligadura doó tecidos interessados, afim de se poder garantir uma hemostose perfeita. Na cirurgia contempo- rânea é condição primordial poupar-se todas as forças do enfermo, procurando, como já tive 76 occaôião de dizer, que a quantidade de óangue á perder ôeja a menor poôôive!, afim de não ôe diminuir maiô a vitalidade doô lecidoô alteradoô. Antigamente eótaô operaçõeò de hyôterectomia eram quaôi ôempre ôeguida de accidenteô mul- tiploô, complicadoô de infecção, pela ignorân- cia deôôaò contra iindicaçõeô muitoó doenteô morriam na própria meza da operação. E' pelaó conôideraçõeô citadaó que muitoó cirurgiõeò conôervaram-óe ate' pouco tempo infenóoó á eótaô intervençõeó, e hoje ôufficientemente inôtruidoó, oô óeuó receioó foram pouco á pouco derruidoô. Reôolvido o cirurgião á intervir tem que óub- metter-ôe á preôcripçõeô outraó que ôe prendem excluôivamente ao doente, quer òe trate de uma laparatomia ou de uma intervenção pela via vaginal. Deve-ôe purgar o doente na ante-veópera da operação, adminiótrando-lhe na veópera algu- maó lavagenó, afim de completar-ôe a aôepcia, inteótinal, e algumaó horaó anteô da operação faz-óe a ultima lavagem. Da-ôe á doente 5 á ío centigró. de extracto thebaico que o doente tomará óob a forma de pilulaó naó 12 horaó que precederem o acto operatorio. Algunó cirurgiõeò não preòcrevem maióoopio. meómo que ôe trate de uma intervenção vagina, óalvo, noô caóoô em que a adminiótração deôte medicamento, ôe impõe de uma maneira formal. Não ôomoô deóla opinião, não obòtante pen- óatmoô que não ôe deve provocar a atonia do inteatino ôem neceôôidade abôoluta. Lembtamoô que muitaô vezeô ôomoô obtigadoó á ôolicilat 77 aô contracçõeô inteôtinaeô afim de combater-ôe o meteoriômo que ôe inôtalla depoiô de certaô colpo-hyôterectomiaô. Por iôto a não ôer uma indicação eôpecial, dizem aquelleô: para uma colporrhaphia aóôociada á um hyôterectomia ou meômo uma hyôterectomia baixa, não ôe deve dar eôte conôtipante áô mulheteô qne têm de ôe ôubmetter á uma operação noô orgãoô genitaeô intra-abdominaeô, ôenão quando ôe note ten- dência natural da doente á evacuar o ôau inteô- tino. Quanto á aôepôia, obôervamoô, o ôeguinte: a doente toma um banho de ôabão na veôpera, ou algumaô horaô anteô da operação. Não achando utilidade alguma noô banhoô gera- eô antiôepticoô de ôublimado etc, o que parece noô reportarmoô á idade media cirúrgica. Maô oô banhoô geraeô ôão algumaô fezeô contra indicadoô, e neôteô caôoô podemoô ôubmettel-aô á lavagem doô tegumentoô com o al-cool á 90, ôeguida de fricçõeô ôeccaô e quenteô. Durante aô quarenta e oito horaô que prece- dem a operação, o doente ficará em repouôo rtlativo, ôendo a ôua alimentação de facil digeôtão, taeô como: leite, coalhada, óvoô, cal- doô e ôopaô. A deôinfecção da vagina deve ôer começada douô ou treô diaô anteô da operação, conôiôtindo eôta em adminiôtrar-ôe injecçõeô fracamente antiôepticaô, como a ôolução aquoôa de per- manganato de patoôôio á 1/2000 duaô vezeô por dia, pela manhã e'á tarde. Depoiô de cada 78 irrigação, introduz-óe na cavidade vaginal, fi- cando ahi de permanência, uma grande mecha de gaze eóterilizada ou fracamente impregnada de óalol; o iodoformio deve óer banido por óer um irritante da mucoóa e ter o inconveniente de cheirar mal, Se a doente é também acomettida de metrile ou va^inite, deve-óe tratar eótaó affecçõeó anteó de óe proceder ao aóóeio real doó orgãoó genitaeó, não deve eóte óer executado, óenão quando a doente já eóteja óob o óomno aneótheóico. A raópagem da vulva, a lavagem de todaó aó dobraó vulvareó, do perineo, da face interna daó coxaó e daó dobraó genito-cruraeó devem óer feitaó convenientemente, óendo pru- dente que óe faça uóo de uma eócova macia para evitar a óangria d'eótaó mucoóaó. Em óeguida á aóepóia da vagina completa-óe a da vulva, do perineo e daó dobraó genito-cruraeó paóóando em todaó eótaó regiõeó baótante ether, álcool, permanganato e bióulfito. Cobre-óe o campo operatorio, de compreóóaó aóepticaó, incluóive o pubió, aó coxaó, aó pernaó, aóóim como o rebordo da meza óobre o qual repouóa o orgão á operar, não óe deixando á deócoberto, óenão a região vulvo-perineal. TECIINICA OPERATÓRIA A intervenção cirúrgica como já dissemos no terceiro capitulo, é o unico meio que dispomos para obter a cura radical do prolapso. Para im- pedira queda das paredes vaginaes, é preciso, diz o professor Richelot, estreitar o conducto e levantar a commissura da vulva, isto é, refazer o soalho perineal, porque todo o methodo que não se funda nestes princípios, não pode dar senão resultados precários. A colporrhaphia re- presenta o acto fundamental da intervenção di- rigida contra a queda do utero, que é o que estreita a vagina e restaura o perineo demolido. Todavia para augmentar as probabilidades de exito, e consolidara reducção do utero, é neces- sário associarmos á ressecção das paredes vagi- naes, a amputação alta do collo ou a extirpação total do utero, conforme a lesão, e fazer mais uma operação de fixação, isto é, uma hystero- pcxia qualquer, que constitue a parte com- plementar de que falia Richelot. Quanto a escolha á fazer entre os numerosos processos que conhecemos, a questão tem uma 80 importância sectindaria no ponto de vista do resultado definitivo, porque todas as technicas se rivalisam. Não obstante isto, entretanto, acon- selahmos o methodo do professor Hegar, o de Bouilly ou a hysteropexia obturadora do Dr. Guenard, cujos resultados, não sendo embora ainda bem firmados pela deficiência do tempo da sua descoberta, são todavia garantidores pela incontestável superioridade da technica- Seguindo pela ordem a classificação que ado- ptamos na divisão geral dos prolapsos, temos de fallar primeiramente sobre o tratamento dos pequenos prolapsos, formas muito raras, aliás, porque de ordinário elles se manifestam, já em estado bastante adiantado da affecção. Tratamento das colpoceles simples com ou sem ruptura vagino- perineal. (Processo de Hegar) Colporrhaphia anterior PRIMEIRO TEMPO O doente collocado na posição da talha, man- tem-se a parede vaginal anterior por meio de duas pinças-erinas, collocadas, uma por baixo do meato, e a outra um pouco acima do focinho de tenca. Estas duas pinças são confiadas á um ajudante o qual é encarregado de distender ou relaxar os tecidos, segundo as indicações do cirurgião. 81 SEGUNDO TEMPO : Faz-se com o bisturi uma incisão ovalar ou elyctica. Se a cystocele é pequena, basta que esta incisão interesse á mucosa somente, mas para os colpoceles muito grande, toda a espessura da parede vaginal poderá ser comprehendida no traçado da incisão. TERCEIRO TEMPO Com a ponta do bisturi o cirurgião disseca de cima para baixo e da peripheria para o centro, não esquecendo que esta dissecção é muito diffi- cil porque as duas paredes, vesical e vaginal, são mui solidamente unidas uma á outra por uma delgada camada de tecido cellular muito densa. Escolhe-se pois um bisturi convexo e bem pon- teagudo o qual, para evitar que se rompa a bexiga, mantem-se com o no voltado para o lado do retalho vaginal, cortando tanto quanto pos- sivel, á custa deste ultimo. Excepcionalmente, as duas paredes adherem muito fracamente, e se deixam então descolar com o dedo, com uma espatula ou mesmo por simples tracções exercidas sobre o retalho vaginal. QUARTO TEMPO Para a sutura pode-se empregar o catgut n. 2, sendo preciso enterrar a agulha cerca de 1 cm. do bordo da ferida para então realisar-se o adossamento dos bordos da incisão. Um só plano de suturas basta quasi sempre, todavia não é inútil reforçar-se o adossamento, por mais alguns pontos superficiaes. 82 QUINTO TEMPO Fazer uma grande injecção vaginal para eli- minar os coalhos, e na vagina collocar algumas dobras de gase cora ferripyrina. Applicar por fim ura penso de gase esterili- sado na vulva e um grande ttimpão de algodão hydrophylo, mantendo o todo com um longo apparelho em T, (Colporrhaphia posterior} SEXTO TEMPO A commissura posterior da vulva, alongada e relaxada, é distendida transversalmente pelos dedos de um ajudante; o cirurgião traça com o bisturi uma incisão curva no limite que separa a pelle da mucosa vaginal e a faz subir quanto julgar necessário á direita e á esquerda. SÉTIMO TEMPO O labio superior desta incisão é dissecado numa extensão de 1 á 2 cms. OITAVO TEMPO O cirurgião deixa o bisturi. Pega o retalho vaginal com uma pinça e se põe a desdobrar com o index direito o septo recto-vaginal até a visinhança do collo, descollando-o de baix.3 para cima á direita e á esquerda, com o dedo, apoiado sempre na parede vaginal que se le- vanta, afim de não ser lesado o recto. NONO TEMPO Terminado o desdobramento, corta-se com a tesoura em duas secções convergentes um longo retalho pouco mais ou menos triangular e de base perineal. 83 DECIMO TEMPO Reunem-se os dous lábios da ferida, de cima para baixo, por um surget ou pontos separados, sendo preciso ter-se o cuidado de carregar a agulha no tecido cellular perineal para não deixar espaços mortos e apanhar conveniente- mente os tecidos que devem constituir o novo perineo, UNDÉCIMO TEMPO Para fazer as suturas, deve-se empregar o catgut n. 3, embora muitos cirurgiões prefiram os fios de prata ou fios de bronze-aluminado. A seda é muito raramente empregada por causa da facilidade pela qual se infecta. Richelot não faz senão um só plano de sutura, porém outros recommendam a sutura continua de planos su- perpostos. Opinamos pela segunda, sendo que, para o plano profundo deve-se enterrar a agulha nos dous bordos livres da ferida com o catgut n. 3 ou 4, c para o superficial apenas o sufliciente, afim de assegurar o affrontamento exacto desses bordos e com o catgut n. 1. (Co Ipo-pe r ineo r r h ap h ia) DUODÉCIMO TEMPO Aqui a intervenção se applica nas rupturas complicadas de um certo gráu de enfraqueci- mento perineal, E' uma operação esta, muito simples pelo processo de Hegar e que se executa em dous tempos. DECIMO TERCEIRO TEMPO Junta se ao grande avivamento triangular da vagina um segundo avivamento também trian- 84 guiar e com as mesmas dimensões ou menor que o primeiro, tendo a ponta dirigida para o lado do anus e a base voltada para cima, a qual se confunde com a do triângulo vaginal. DECIMO QUARTO TEMPO Reunem-se os bordos e fecha-se a ferida por uma sutura em surget ou pontos separados, em um ou diversos planos de suturas superpostas. Os fios profundos devem caminhar sob toda a superfície do aviva mento. Tratamento dos grandes prolapsos com alongamento hypertrophico do collo do ntero e tendo ou não ruptura vagino-perineal PRIMEIRO TEMPO Corte do retalho vagino-vesical Distende-se o collo, puchando-o para baixo com uma pinça appropriada, e se pratica uma in- cisão transversal, semicircular que abrace a face terior do collo perto de orifício externo. Par- tindo das extremidades desta primeira incisão, praticam-se duas outras perpendiculares á pri- meira, subindo lateralmente, pelos bordos direito e esquerdo do utero. Uma pinça de Kocher é collocada de cada lado, do angulo inferior do retalho que servirá para distendel-a durante a dissecção. A incisão transversal semicircular anterior, deve ser feita perto do orifício externo para evitar-se o perigo de lesar a dobra vesical, 85 As incisões verticaes perpendiculares á pri- meira devem ser praticadas cuidadcsamente sobre os flancos do collo, imaginando-se um plano que o dividiria em duas metades simé- tricas. Estas voltam-se para cima até o nivel do vestibulo e parara na altura de uma linha que passa ácerca de dous centímetros abaixo do meato urethral. SEGUNDO TEMPO Dissecção do retalho vagino-vesical pre-uterino A ponta inferior do retalho distendida pelas pinças inferiores, deve ser isolada pela disse- cção á tesoura. Porque para cima se descolla facil- mente a bexiga, da face anterior do collo, recal- cando-a com o dedo ou uma compressa; dos lados porém, o retalho vaginal não pode ser isolado senão pela dissecção. Segundo a extensão do prolapso, este retalho mede de largura cerca de 4 á 5 cms., de altura 5 á 6 cms. e algumas vezes mais, comprehen- dendo a mucosa vaginal e a parte prolabada da bexiga que se desprende com um véu cahido. TERCEIRO TEMPO Isolamento da bexiga e secção do retalho vaginal Este retalho sendo bem distendido pelas pinças dos ângulos inferiores confiadas ao aju- dante, desloca-se-o da bexiga com a tesoura, tendo o cuidado de apoiar-se na face cruenta da mucosa vaginal. Esta dissecção não é entre- tanto tão difficil quanto se suppõe e deve ser 86 feita de maneira que o cul-de-sac vesical seja completamente isolado e o retalho e da mucosa vaginal completamente descollado na sua face profunda. Neste momento, o retalho é por completo desprendido de uma tesourada, dirigida trans- versalmente do angulo superior esquerdo ao direito. QUARTO TEMPO Secção do collo de baixo para cima e ampu- tação do seu retalho anterior Com uma tesoura apropriada, o collo descollado na sua face anterior, é dividido verticalmente de baixo para cima em dous hemicylindros, um an- terior e outro posterior. O hemicylindro anterior é amputado transver- salmente no mesmo nivel que o retalho vaginal, e a porção ressecada, mede em geral 4 á 5 cms. de extensão- Ornais das vezes um ou diversos ramos da artéria uterina são seccionados neste mo- mento nos bordos do collo, e por isso devemos ligal-as previa mente com catgut n. 1. E' com esta intenção que o collo é dividido em duas metades e cada uma amputada suecessiva- mente, de maneira a se realisar uma economia de sangue e não nos expormos, logo nos primeiros tempos, á abertura do cut-de-sac posterior que é um dos-accidentes mais frequentes da operação. QUINTO TEMPO Sutura da mucosa vaginal ao coto uterino A porção da bexiga denudada, é isolada e repu- diada para cima e para a face anterior do corpo 87 uterino. Faz-se em seguida a sutura da mucosa vaginal na face cruenta do coto uterino e este retalho é reconduzido por meio de pinças para diante do collo e fixado a elle por um surget com o catgut n. 2. Os resultados desta fixação são: l.° formar um plano rigido e resistente, distendido entre a sym- phose e o utero, por baixo do qual se acha fixada a bexiga; 2.° cobrir a face cruenta do coto uterino e embainhar a metade anterior do orifício externo. E' preciso, para bem se applicar a mucosa vaginal sobre a superfície cruenta, mantel-a á medida que se costura a mucosa, cora auxilio de uma pinça de dentes que se applica sobre a su- perfície de secção, recalcando-a para a cavidade uterina, como se quizesse fazei-a penetrar alli evitando deste modo a bexiga, ao passar a agulha pela mucosa vaginal ate o orifício uterino. Tudo deve ficar cuidadosamente hemostasia- do, suturado e limpo na metade anterior, para então passarmos ao SEXTO TEMPO Denudação e amputação do retalho posterior do collo Levanta-se o hemicylindro posterior do collo mantido por uma pinça para terminar a incisão curvelinea do comcçç, denuda-se a face posterior do collo e logo que se chega ao nível da secção anterior, amputa-se este hemicylindro posterior. O retalho subtrahido deve ter a mesma exten- ão que o outro, (4 á 6 cms.) A dissecção da face posterior do collo deve 88 ser feita com precaução, para não correr o peri- go de abrir o cul-de-sac peritoneal posterior, o que muitas vezes não pode ser evitado em razão do abaixamento deste cul- de-sac; basta, então, reparar immediatamente por meio de alguns pontos de catgut, este incidente que felizmente não compromette o resultado da operação. SÉTIMO TEMPO Sutura da mucosa vaginal ao coto uterino Cobre-se a superfície cruenta do collo com a mucosa vaginal posterior que se fixa por um surget passado da mesma maneira que na ante- rior fazendo-se necessário assegurar dos lados a coaptação da mucosa vaginal anterior á poste- rior com alguns pontos de suturas complemen- tares. O collo é pois amputado e coberto pelo resto da mucosa vaginal e se assegura das di- mensões do novo orifício externo pelo catheteris- mo da cavidade uterina, e depois por meio de um tampão montado, recalca-se o utero para cima. OITAVO TEMPO Da colpo-perineorrhaphia Na descripção que precede, a ressecção vagi- nal posterior, considerada um meio complemen- tar para reduzir a amplitude da vagina não é mencionada. Em certos casos, com effeito esta a mplitude é sufficientemente tratada pela resse- cção vaginal anterior, porém muitas vezes, esta se torna insufficiente, como por exemplo quan- do se trata desses grandes prolapsos que se apresentam no exterior com uma mucosa consi' FIG. 5-Esta figura eschematica permitte compre- hender-se perfeitamente a disposição das suturas. A mucosa vaginal anterior m v a é reunida ao re- talho cervical anterior Z, G A, pelos fios m v a; a mucosa vaginal posterior m v p é reunida ao retalho cervical Á C P, pelos fios m v p; á direita e á es- querda, as mucosas vaginaes anterior e posterior são reunidas por diversos fios, dos quaes o mais interno comprehende a face lateral correspondente do collo uterino. A' esquerda, na sutura, é collo- cado um dreno D. 89 deravel, e mesmo na ausência de prolapso vagi- nal posterior ou de rectocele. A ressecção vaginal posterior deve ser sempre praticada e por isso fa- zemos delia, propositalmente um tempo especial entre o quinto e sexto da technica (antes da am- putação do retalho posterior do collo.) A denudação preliminar deste retalho, cujas dimensões são prolongadas até a mucosa vagi- nal posterior, deve ser isolada sobretudo nos pontos lateraes da vagina, e variam segundo a technica. Grande prolapso genital-O utero é precipitado com ou sem ruptura vagiu o-perineal PRIMEIRO TEMPO Corte do retalho vagmo-vesical O collo sendo puxado para baixo por meio de uma pinça especial, pratica-se a incisão circular da mucosa vagino-cervical de um só golpe, sem franzido, levando successivamente o bisturi sobre as faces direita, anterior, esquerda e posterior do collo. Esta incisão deve ser mais ou menos aproxi- mada do orifício externo do collo, conforme a po- sição da dobra vesical do que nos asseguramos pela exploração interior da bexiga, que se faz com a sonda metallica, e pela distancia que a separa do orifício, que é pelo menos de um centimetro e meio. A dobra vesical é sempre muito alta e isto 90 concorre para e1la não ser interessada desde que se preste a devida attenção. A incisão circular ao nivel das faces lateraes do collo, faz-se abrindo-se perpendicularmente duas outras, sendo uma esquerda e uma direi- ta. Estas incisões se affastam para abraçar os flancos da cystocele que se mantêm áum centime- tro para dentro do sulco vagino-labial e termi- nam na borisontal que passa á um ou dois centi- metros abaixo do meato urethral. SEGUNDO TEMPO Dissecção do retalho vagino-vesical pre ute- rino e abertura do cut-de-sac anterior A technica é a* mesma que a indicada no tempo correspondente ao caso anterior. A dis- secção e o isolamento da bexiga e do utero são bastantes, quando attinjem a abertura do cut- de-sac peritoneal. Mas é preciso evitar a lesão deste orgão dos lados e suspender bem a inserção uterina de cada ligamento largo, preparando-se desta forma para o primeiro tempo da hysterectomia vaginal. TERCEIRO TEMPO Dissecção do retalho vagino rectal, retro-ute- rino c abertura do cul-de-sac posterior Emprega-se a mesma technica que no tempo precedente. Aqui o acto operatorio é ainda mais simples, porque a abertura do cul-de-sac perito- neal vagino-rectal é muito facil. O recto é repu- xado para traz e a base dos ligamentos largos facilmente desprendida, por meio de tres pinças 91 collócadas uma mediana c as outras lateral- mente para fixar a mucosa vaginal posterior.' QUARTO TEMPO Histerectomia vaginal o Praticar a hvsterectomia vaginal e ligar os ligamentos largos. A insersão uterina de cada ligamento largo é comprehendida numa ligadura de seda em cadeia. Esta ligadura com prebende conjunctamente todo o pavimento superior (trompa, ligamento redondo e a base do ligamento largo). Aconselhamos ligar desde o começo o liga- mento largo e sobretudo não deixar um pediculo muito estreito, reduzindo a base do ligamento á pequenas tesouradas. A hysterectomia deixa seccionar-se um grande numero de veias, e se não são todas ellas tomadas na ligadura, dar-se-a grande perda de sangue, tendo-se de ligal-as com difficul- dades. Os lios de seda são cortados curtos, afim de serem abandonados. Colloca-se, por fim, um tampão de algodão, montado no Douglas para manter as ansas intestinaes. QUINTO TEMPO Isolamento da bexiga e ressecção vaginal anterior E' preciso agir, como no terceiro tempo do caso anterior do qual já descrevemos a technica. 92 Fazer unia ressecção tão alta e larga, que fique apenas o tecido sufficiente para a restauração da vagina, fixando com tres pinças, uma mediana e duas lateraes o que fica da mucosa vaginal anterior. SEXTO TEMPO Recessão vaginal posterior Esta ressecção é quasi sempre necessária. Fazemos delia um tempo particular, pelas razões que expuzemos como princípios geraes. Ella deve ser estreita sobre a linha mediana, limitar-se, o mais possivel á mucosa vagino- cervical posterior, e ao contrario cortar, larga- mente as partes lateraes, se se quer reduzir a amplitude exaggerada da vagina. Tres pinças fixam a mucosa vaginal posterior, SÉTIMO TEMPO Sutura das duas mucosas vaginaes, anterior e posterior (colporrhaphia anterior} Feita esta sutura, com catgut em pontos se- parados ou surget, a qual deve ser transversal, comprehendendo não somente a.mucosa vaginal, mas ainda o peritoneo. E inútil praticar-se uma sutura em dous pla- nos separados (mucosa e serosa.) A cavidade vaginal é então fechada e se passa ao OITAVO TEMPO Colpo-perineorrhaph ia A extremidade da zona triangular avivada O encontra-se á cerca de um centrimetro da sutura precedente e os dous lados do triângulo, depois de abastados alguns centímetros desta sutura, FIG. 7-Procura do arco tendinoso do lado esquerdo. A mucosa vaginal é dissecada e em seguida levantada e man- tida por uma pinça P. para diante e para traz pelos afastadores E e F. O collo uterino é bastante puxado para baixo e para a esquerda por uma pinça tira-bala T. Vê-se o arco á direita da figura perto da extremidade vaginal do afastador E. Percebe-se a . bexiga na face profunda do retalho vagino-vesical pre-uterino. A cruz branca representa a zona perigosa (vasos uterinos e ureterios). 93 juntam óe immediatamente á ella, ao nivel do orifício vulvar, O retalho da mucoóa vaginal poóterior, con- óervada Intacta, apreóenta uma eótenóão vagi- nal, que depende da largura e altura do aviva- mento da colpo-perineorrhaphia o qual em geral é muito eótreito. Tratamento pela liysteropexia obturadora (processo do dr. guenard) O doente deve ôer poóto na meóa, collocado na poóição gynecologica, depoió de conveniente- mente raópado, óondado e óubmettido á aneó- teóia. O cirurgião começa fazendo deócer o globo uterino já regularmente dilatado, lavado cure- tado e completamente aóepciado. PRIMEIRO TEMPO Procura do arco tendinoso e collocaçào do fio E neceóóario reconhecer primeiramente pelo toque, atravez da mucoóa vaginal, a óituação e direcção do arco; em óeguida pôr o dedo óobre o ponto da fixação, tendo oó grandeó labioó affaó- tadoó por duaó pinçaó de Muóeux que prendem a óua face interna na altura da fixação. O collo uterino é mantido óufficientemento para o lado oppoóto por uma terceira pinça e deóta óorte a região óobre a qual o dedo age, ficará bem dió- tendida. Começa-óe com o bióturi, de traz para 94 adiante, deôde o cul-de-ôac lacerai, marcado pceciôamente por uma pinça, até o ramo ichio-pubiano, uma inciôão que inteceôôe a mucoôa e cruôe a direcção do arco ao nível da fixação. Neote ponto com auxilio da ôonda canulada ou do dedo, cortam-ôe eôôeô tecidoô, porém muito cauteloôamente para não romper aô veiaô que ahi abundam. Chega-ôe ao arco e áô inôerçõeô ôuperioreô do levantador do anuô, ôeparadoô do dedo apenaô pela delgada aponevroôe perineal ôuperior. Afjaôtam-ôe muito oô labioô da inciôão vaginal por meio de duaô pinçaô, para collocar no ponto proprio fio de ôeda de groôôura media, em- pregando niôto a agulha de Emmet, a de Bouilly ou a própria agulha de Guenard que elle conô- truíu eôpecialmente paca eôte fim. Na collocação do fio, a agulha deve tomar oô tecidoô, obliquamente com relação a ôua direc- ção, quer ôe trate do arco, daô inôerçõeô do levantador, ou doô feixeô do obturador interno, para que,a fixação ôe torne maiô ôolida. O fio collocado é mantido por uma pinça que depoiô ôe retira. Porque, apezar de todaô aô precauçõeô, o eô- coamento ôanguineo pode ôer abundante, é indicado támponar a ferida vaginal com uma pequena mecha de gaze que ôe retirará no momento propriamente dito, da fixação, FIG. 6-"Fixâção do utero ao arco tendinoso (eschema) P. púbis; B I P, ramo ischio-pubiano; O I, m. obturador interno; R, m. levantador do anus; A, arco tendinoso; m o, membrana obturadora. U, utero; c u, cavidade uterina; P C P e L, C G, retalhos cervicaes direito e esquerdo; m u mucosa uterina; V, vagina; m u, mucosa vaginal. a fixação do retalho cervical (direito ou esquerdo) ao arco; b,sutura das mucosas vaginal e uterina. 95 SEGUNDO TEMPO Talha e dissecção do retalho vagino-vesicai pre-uterino Eóte tempo operatorio, muito nóô o conhece- moó. Cada inciôão lateral da mucoôa vagino-cet- vical, deve juntar-óe á extremidade poôterior de cada uma daó inciôõeó praticadaó no tempo precedente. Na dbóecção do retalho vagino-veóical pre- uterino, óerá precbo ióolando-ôe bem 00 ladoô, procurar agir abaixo da baôe doô ligamentoa largoô, afim de poupar aó veiaô e os ureterioó. Comtudo neôte momento, a mucoóa por óimpleô tracção se òepara com facilidade doô tecidoó ôubjacenteó. Uma ou duaa pinçaò medianaô fixam o retalho e óerão mantidaó óuópenóaó por um ajudante. TERCEIRO TEMPO Talha e dissecção do retalho va gino-rectal recto-uterino E precióo evitar, tanto quanto poôôivel, de abrir o Douglaó, fixando o retalho por uma ou duaó pinçaó. QUARTO TEMPO Talha dos retalhos cervicaes Dob caôoó podem apreóentar-óe, conforme o collo é normal ou se acha alongado. Primeiro caso-O collo é dióprendido até o nivel do iòthmo, um pouco acima delle. E òeccionado á teóoura na linha mediana, de diante para traz, ficando maió longo o retalho poóterior. Obtemoó aóòim douó retalhoò, um 96 direito e outro eôquerdo, com 2 á 3 cmô. de ex- fenôão, ôendo o bordo anterior^maiô longo cerca de 1 cm. que o poôterior. Eôta diôpoôição tem por fim favorecer o deôlocamento do utero em totalidade ou na anteverôão. Procede-ôe ao aôôeío doô retalhoô, á maneira de Schroeder, porém de um Schroeder inverôa- mente orientado. Deôtaca-ôe de cada retalho a mucoôa uterina que ôe apreôenta, então, ôob a forma de douô pequenoô retalhoô ínternoô, mucocoô, em oppo- ôição aoô retalhoô externoô parenchymatoôoô, oô quaeôjôão applicadoô, um contra o outro, ôobre a linha mediana para fechar a cavidade uterina. Fixar eôteô retalhoô por uma pinça, e fazer a ablação da extremidade inferior do cotio cuja mucoôa é attingida, o maiô daô vezeô, de inflam- mação chronica. E' aôôim que, ôeja dito de paôôagem, oô re- talhoô cervicaeô deótinadoô á fixação, tornam-ôe deôembaraçadoô de todaô aô parteô doenteô. Segundo caso. - Trata-ôe como precedente- mente, ôendo porém a dimenôão doô retalhoô muito maior qualquer que elleôeja, porém, deve a}extremidade ôuperior de cada um delleô ficar ôituada ao nível do iôthmo, com a differença de um centímetro em favor do bordo anterior. QUINTO TEMPO Fixação ao arco Cada retalho é fixado ao arco ôeparadarnente e da maneira ôeguinte: Daô duaôpontaô do fio de ôeda, a ôuperior é paôôada por meio da agulha B'IG. 8-Fixação dos retalhos cervicaes parenchymatosos ao arco. Vê-se o duplo fio de seda de cada lado, os retalhos mucosos mantidos por uma pinça P, o retalho vagino-vesical pre-uterino V e a bexiga. 97 de Reverdin, perto do bordo anterior do retalho, e a inferior perto do bordo poótetior; eóóaó duaó pontaó apparecem então na face interna do retalho onde óão bem amarradaó, maó óem vio- lenciaó. Deve óe ter o cuidado de aó fazer óahir, perto doó bordoó do retalho, com a differença de de um centimetro, approximando-óe do ióthmo, em favor da ponta anterior que ficará maió perto delle que a poóterior. Eóta diópoóição, repetimoó, tem por fim deó- locar o utero em maóóa para adiante. O meómo proceóóo é applicado aoó colloó alongadoó pela hypertrophia. Noó douó caóoó, entretanto, é precióo fixar oò retalhoó cervicaeó bem diótendidoó, para o que baóta fazer eóóeó retalhoó um pouco curtoó. Fixa-óe logo um delleó, e na fixação do outro, reconduzir o utero para o meómo lado, cortando um pouco na face anterior do collo. Depoió da fixação, excióa-óe a parte exube- rante doó retalhoó. SEXTO TEMPO Isolamento da bexiga e ressecção vaginal anterior Eóte tempo operatorio já foi deócripto anteri- ormente e couóa alguma apreóenta de particular. SÉTIMO TEMPO Colporrhapia anterior Eóta colporrhaphia une a mucoóa vaginal anterior á mucoóa vaginal poótertor e eótaó duaó ultimaó á mucoóa uterina. 98 Ella é effectuada á catgut, em pontoó óepa- tadoó ou surget pela parte vagino-vaginal. Oó fioô devem comptehendet toda a eópeóóuta doó retalhoó. A óutura vagino-uterina pode óet anterior ou poóterior. Ella é jeita por meio de um ponto de catgut diópoóto em U; a parte media do U, atraveóóa oó douó retalhoó mucoóoó e aó duaó pontaó do fio óahem á pequena diótancia uma da outra, óob a trincheira vaginal. A parte exuberante doó retalhoó mucoóoó é excióa. OITAVO TEMPO CoLpo-perineorrhaphia Pode óer praticada ao meómo tempo ou em outra occaóião, A fixação é rapida, como em todaó aó inter- vençõeó neóteó caóoó. Para evitarmoó o eócoa- mento óanguineo que áó vezeó complica a opera- ção ou oó óeuó reóultadoó operatorioó, embora óe tenha feito uma hematoóe completa, é conveni' ente eótabelecer uma drenagem, une ou bilate tal ao nivel daó extremidadeó da óutura. Uma mecha uterina é muitaó vezeó neceó- óatia, óobretudo depoió da curetagem da cavi- dade. Penóo ordinário. Sonda de Petzer, petma- nnnfp. ÍA nu cnfhpfprÍAmíV (1) E' preferível sondar-se o doente de duas ou de trez em trez horas. Vide cuidados post-operatorios. DIG. 9-Colporrhaphia anterior após afixação. Disposição dos fios D C D e D C G. retalhos cervicaes parenchymatosos direito e esquerdo; m u e m u, retalhos mucosos; m v a e m v u mucosas vaginaes anterior e posterior. Em m v a e m v p, os pontos vagino-uterinos U. CUIDADOS POST-OPERATORIOS Para conôeguirmoó o noôóo ideal neótaó intervençõeô cirurgicaó, é neceóóatio que eótaô operaçõeô ôejam ôecundadaó de cuidadoô doó quaeò depende, em geral, a ôorte doò operadoô. Tudo tem por fim reforçar o perineo e eótrei- tar a vagina, preparando aóóim uma cicatriôa- ção boa e definitiva. Se, por ventura, eòtaô con- dicçõeó não forem prehenchidaó conveniente- mente, o reóultado óerá decerto compromettido. Terminada a operação e eóvaaiada a bexiga pelo catheteriómo, tranôporta-óe óuavemente a mulher para o ôeu leito, onde cila deve óer accomodada no decúbito doróal, com a cabeça baixa e aó côxaó em ligeira flexão, mantidaô approximadaô por meio de uma atadura que aó prende amarra óem violência. Durante aô 24 horaô que óe óeguem a inter- venção, não ôe consente que a operada faça in- geôtão de alimento ou bebida alguma. Acontece muitaô vezeó, pore'm quando a operação é feita ôob a acção do chloroformio, que aó operadaó ôejam acomettidaô de vomitoó tenazeó, 00 quaeô devem ôer combatidoó pela adminióhação de 100 pequenoô fragmentoô de gelo, uma tióana de champagne áó colherinhaó de meia em meia hora, ou a agua de Seltz gelada. Noó caóoô de vomitoó incoerciveiô accompanhadoô de ôoluço, deve-óe então, recorrer á poção de Riviére: FORMULA N, I Bicarbonato de potassa. 2 grs. Xarope de assucar 15 « Agua distillada 50 « FORMULA N. 2 Acido citrico 2 grs. Xarope de limão 15 « Agua diltillada 50 « Para tomar uma colher pequena de cada poção alternativamente, de 15 em 15 minutos. A ferida não deve ôer irritada pela urina, óendo por iôto conveniente ôervir a doente de uma ôonda permanente de Nelaton, afim de aôôegurar-lhe a vacuidade da bexiga. Guenatd aconôelha o emprego da ôonda de Petzer que é realmente magnifica, porque noô certifica óe a bexiga foi leóada na operação, óe quando a urina ou liquido injectado ôe apreôenta tincto de ôangue. Segundo a opinião de Richelot é maiô vantajoóa a óonda permanente, porque (diz elle,) não ôe faz a doente ôoffrer tanto na deôcoberta do orificio uretral, que é algutnaô vezeô muito trabalhoôa. Outroô cirutgiõeô adoptam o catheteriômo feito com toda a ôua technica, dizendo que feita a aôepcia da ôonda e de toda a vulva não podemoô ter oó accidenteô accuôadoô peloô primeitoó. 101 Mas, quer de uma, quer da outra maneira, é in- pensavel que estes cuidados persistam durante oò 5 dias seguintes á operação, não esquecendo de evitar também a defecação por igual lapso de tempo. Constipa-se a doente desde a vespera da intervenção e logo depois da ultima lavagem in- testinal, bastando para isto a adminislracção de duas pilulas de 0,02 á o.o5 centgrs. de extracto thebaico, por dia, afim de se impedir as evacu- ações prematuras. Observados estes cuidados indispensáveis, depois de uma technica bem com- prehendida pelo cirurgião, podemos contar com todas as probabilidades de exito na cura da nossa enferma segundo bem sabemos, o grau da lesão appresentada e o estado da sua organisação. Conhecemos uma ordem de accidentes cha- mados verdadeiramente cirúrgicos que são da exclusiva responsabilidade do operador, os qnaes podendo ser evitados concienciosamente, com- promettcm de certo, a reputação e o conceito do operador. Diz Championiére, que a hemorrhagia secundaria deve ser considerada um accidente da operação, e por isto o cirurgião deve estar sempre prevenido do estado dos vasos uterinos, afim de assegurar-se da hemostase definitiva. A hemostase pela forcipressure é um meio se- guro de evitar essas hemorrhagias secundarias e se usa hoje muito em França. A ferida das pa- redes do recto, apezar de uma boa suturaimmedi- ata pode trazer insuccesso completo na restaura- ção do perineo total ou parcial, como acontece nos casos de fistulas recto-vaginaes, ou recto-peri- 102 neaeó aó quaeó neceóóitam de uma óegunda ope- ração queáó vezeóóão maió graveó que a primeira. A óuppuração da óutura ainda neóteó caóoó, pode óer evitada, tomando-óe aó precauçõeó neceóóarioó contra a infecção. Sempre depoió de qualquer operação, faz-óe uma grande irrigação para limpar a vagina doó coalhoó e todo o óangue contido naó paredeó. Deitam-óe algumaó dodraó de gaóe eóterilióada, para impedir que aó óecreçõeó deóte conducto óe accumulem óobre a linha daó óuturaó, cobrindo-a de um grande tampão de algodão hydrophilo que óe mantém com um apparelho em T. E' conve- niente ainda, para livrarmoó aó óuturaó do contacto daó óecreçõeó óepticaó deóte conducto, óobretudo da urina, engordurar a mecha vaginal de vaóelina eóterilióada e então collocat a com- pteóóa de gaóe óobre ella. A operada deve conóervar-óe deitada no de cubito doróal noó primeiroó diaó, depoió poderá mudar de poóiçâo, porém de maneira a não movimentar aó pernaó e principalmente a bacia. O tepouóo e a immobilidade devem portanto óer rigoroóo durante oó 8 ou 10 diaó óubóe- quenteó á intervenção. Contra aó doreó a inóomnia, e a agitação admi- niótram-óe aó picadaó de morphina, de heroina ou dionina (0,01 centgró.) que óão óoberanaó neóteó caóoó e não trazem perigo algum para o doente, qual poderá uóal-aó francamente afim de óe conóervar em repouóo abóoluto. Toma-óe a temperatura da doente todoó oó 103 diaó, de manhã e á tarde e óe eóta é inferior á 36°, momentoó depoió da intervenção, ióto é, óe exióte chock'.-depreóóão com pulóo pequeno, extremidadeó friaó, etc., preócreve-óe uma in- jecção óub-cutanea de serum artificial (3oo á 5oo gró.), e depoió, alternativamente, injecçõeó de oleo camphorado, cafeína, ether, etc. Uóam-óe também muito aó botijas dagua e oó traveóóeiroó de areia, quenteó, que alliviam conóideravel- mente a doente. Até o 8.° dia, oó curativoó limitam-óe em mudar-óe aó compreóóaó da vulva, depoió de cada micção ou catheteriómo, etc. etc. A doente continuará á guardar a poóição ho_ rizontal, óem que, óob preteóto algum, lhe óeja permitido óentar-óe no leito anteó do tempo determinado. A óonda e oó pontoó ou fioó de prata óão retiradoó do 6.° para o 7.° dia da intervenção e o lavantamento daó mechaó fàz-óe no 8.° dia. Eóta ultima operação conóióte no óeguinte: A doente é cauteloóamente poóta atraveóóada no óeu leito, com aó côxaó ligeiramente affaótadaó por um ajudante. O cirurgião, retira óuavemente toda a gaze exiótente na vagina, peça por peça, ablação eóta que óe accompanha, áó vezeó, de uma dor muito viva e óeguida de corrimento óanguineo, inteiramente inóignificanteó. Diz Ri- chelot que não óe faça immediatamente depoió do levantamento da gaze, a injecçâo vaginal e óim 48 horaó depoió, tendo o cuidado de óer- vir-óe na primeira vez d^gua fervida que óe 104 injecta de vagar e óem preóóâo. Douó ou treó diaó depoió deóta primeira injecção fazer aó lava- genó de óublimado (á 1/4000), depoió que a ferida óe tenha retrahido óufficientemente e que aó adherenciaó já conóolidadaó, tenham formado uma trincheira entre a vagina e a cavidade peri- toneal. Pode-óe empregar em vez da óolução fraca de bichlorureto, a agua oxygenada muito, diluida (200/800). E' deóneceóóario lembrarmoó que depoió do 4.0 dia deve-óe preócrever á doente um purgativo (3o gró. de oleo de rhicino) e duaó horaó depoió um levantamento inteótinal de agua fervida addi- cionada de 4 colhereó maió ou menoó, de oleo de amendoaó doceó e 2 de glycerina, para lubri- ficar a mucoóa inteótinal e amollecet aó mate- tiaó fecaeó, já baótanteó endurecidaó pelo accu- mulo de tantoó diaó e deóte modo facilitar a óua eliminação. A partir deóte momentóf de- ve-óe obóervar a regularidade da defecação. Quando a intervenção cirúrgica importa em uma amputação do collo e depoió apparece eócoamento granuloóo ou hemorrhagico, aó inje- cçõeó óão dadaó continuamente, de manhã e á tarde com óolução óublimada á i/5ooo. Não óe deve fazer uóo daó valvulaó de Simó noó curativoó para a mudança do penóo ou oblação do dreno. A mudança do pení>o vaginal e perineal faz-óe conforme a operada, é ou não drenada, ióto é todoó oó diaó ou em diaó alternadoó. Eóta opera- ção faz-óe do modo óeguinte: introduz-óe na va- gina umateóoura ou uma pinça ao longo do index 105 inclinado que reconhece o tubo, prende-Se-o com este instrumento se consegue deste modo reti- ral-osem incidente algum. Não Se faz uso do espe- culo, porque este apparelho, meômo o mais deli- cado, desfaz todo o trabalho cirúrgico, disten- dendo as paredes vaginaes as quaes procuramos transformar em o espaço virtual que apresenta normalmente este conducto. Quanto á dieta, não se deve ser exagerado e consentir que a doente do 3.° para o 4.0 dia da operação tenha uma alimentação mais fortifi- cante, afim de consolidar-se mais rapidamente a sua cicatriz. Se sobrevêm complicações post-operatorias, (hematoma suppurado, etc, etc.), faz-se o trata- mento que a technica determina. Passados mais alguns dias, a doente poderá andar, sem entre- tanto abusar da marcha, e depois do 20o dia deixará definitivamente o leito Recommenda-se a operada que observe uma hygiene local e geral rigorosas e a suppressão dasrelações sexuaes durante ummez no minimo. Se bem que estas recommendações não sejam quasi sempre levadas na divida consideração, servem, entretanto para refreiar em parte essas pessoas pouco intelligentes ou aquellas em que a sua educação insufficiente torna-as muito in- génuas neste ponto. pwossçôss PROPOSIÇÕES CHIMICA MEDICA I O chlorureto mercurico (Hg Cl2) é conhecido desde muito tempo com o nome de sublimado corrosivo ou bichlorureto de mercúrio. II Sua densidade é de 5,4, funde-se á 265° e ferve á 295". E' muito solúvel no ether no álcool e muito pouco na agua. O gosto do sublimado e acre, metallico e mauseante* E' um veneno violento e um poderoso antiseptico. A solução aquosa possue ligeira reacção acida. O bi- chlorureto de mercúrio pode passar, muito facilmente, ao estado de calomelano ou mesmo de mercúrio me- tálico, agindo para isso todos os reductores. III O sublimado corrosivo é utilisado na preparação das peças anatómicas que as endurece rapidamente, destroe os insectos dos hervarios, e se emprega sobretudo nas desinfecções. Sua acção therapeutica é das mais importantes. O licor de Van-Swhiten é pres- cripto em pequenas doses, internamente, em lavagens e injecções antisepticas, misturado de 2 ou3 vezes seu volume dagua, e em collyrios, pomadas, banhos etc. HISTORIA NATURAL I A raça negra é a mais sujeita ao prolapso genital pela mulparidade notável que nella se observa não II só devido ao abuso das relações sexuaes de accordo com o seu temperamento assaz libidinoso, como pela predisposição profissional, nessas mulheres que tra- balham no campo, nas fabricas, etc. II Os paizes quentes têm a influencia debilitante do clima sobre os seus habitantes, predispondo-os pela anemia, constipações rebeldes, cachexias, etc, III Na raça branca, também concorrem para a produ- cção desta malfadada moléstia os excessos da vida elegante. Notamos: que a moda concorre sobejante- mente para isto, tal é o abuso do espartilho que comprime os orgãos abdominaes e os obriga a desce- rem para a abertura da bacia, exercendo uma pressão considerável sobre o utero, e os sapatos de salto alto, deslocando o centro de gravidade do corpo também facultam os desvios uterinos. HISTOLOGIA 1 O musculo uterino tem como elemento essencial as fibras musculares lisas que medem no orgão, quando o utero está no estado de vacuidade, 50 á 70 micras de extensão e dirigidas difTerentemente, segundo os pon- tos em que ellas são observadas. Estas fibras são protegidas por uma ganga conjunctiva e elastica, tanto mais desenvolvida, quanto mais se approxima da porção vaginal do collo. II A presençe do tecido elástico na túnica musculosa do utero merece menção especial, porque, segundo certos autores (Acconci, Duhrseu), este tecido teria grande importância na dilatação do collo uterino no III momento do parto. Os elementos elásticos apparecem e são sobretudo abundantes ábaixo da serosa e for' mam ahi uma rede bastante estreita que se prolonga por toda a espessura da túnica musculosa, sendo este reticulo elástico intra-muscular particularmente bem desenvolvido na porção cervical. III Como, depois do parto, a túnica musculosa readquire a sua constituição ordinaria? Pesquizas recentes em- prehendidas por Ssenger demonstraram que as fibras musculares não soffrem a degeneração granulo-gordu- rosa, como se pensava antigamente, e sim uma parte apenas da sua massa protoplasmica, é ferida dessa degeneração que deixa intacto o núcleo e a parte do protoplasma que o cerca. E' portanto á uma atrophia parcial dos elementos musculares, e não á sua destruição que é devida a volta da túnica musculosa ás suas dimensões normaes. ANATOMIA DESCRIPTIVA I Existem nas paredes lateraes da escavação pélvica dous arcos tendinosos: o arco muscular e o arco aponevrotico. Para traz, elles se inserem em com mu m na face interna da espinha shyatica, mas na parte media do seu trajecto, elles se fastam um do outro, continuando-se: o arco muscular para a arcada sub- pubiana, onde termina, e o arco aponevrotico para a face posterior do pubis á 3 centímetro de bordo superior e 8 cm. da symphyse. II O arco tendinoso que mais nos interessa é o apone- vrotico. E' este, que se precisa conhecer na operação de Guenard. Apresenta-se sob a forma de uma faixa muito clara, aguçada no seu bordo inferior e muito resistente. \ IV III Praticamente, a fixação tom lugar não somente no arco aponevrotico, mas ainda no arco muscular- porque no lugar proprio da fixação, a agulha o o tio pegam ao mesmo tempo os duos arcos, que são appro- ximados, e por isso não se faz distincção entre elles- PHYSIOLOGIA I O utero na posição normal é mantido pelos seus elementos de suspensão, de contensão e principal- mente pelo pavimento perineal. O relaxamento desses ligamentos tem grande importância na formação dos prolapsos, embora contra a opinião de Schultze. II Reconhecemos que depende da integridade do pe. rineo a condicção essencial para se manter o utero em posição, O apparelho de sustentação e contensão é constituído pelo pavimento pélvico e principalmente pelos musculos transverso e levantadores do anus, também fazendo parte delle, a vagina que lhe fornece uma verdadeira columna muscular. III Weickel, naestatica uterina, não dá valor somente ao papel dos musculos, o que é racional e, sim á todo o conjuncto de partos molles que constituem o cochinho perineal. ANATOMIA MEDICO-CIRÚRGICA I Explorando-se, atravez da mucosa vaginal as regiões obturadoras, nota-se perfeitamente, na maior parte dos casos, a situação dos arcos tendinosos da vagina ao nivel da parte media do seu trajecto. V Basta passar o dedo de cima para baixo para reco- nhecer-se: primeiramente uma saliência formada pela face posterior do ramo horizontal do pubis, depois uma gotteira aberta na correspondente á passagem dos dous obturadores, finalmente uma outra saliência que se dirige por baixo e para traz, em relação com a maior espessura da região obturadora, onde se acham os arcos tendinosos. III E' neste lugar que se passa o fio na hysteropexia obturadora de Guenard. A vantagem deste processo está em se poder fazer uma fixação longa, sem pe- rigo algum. Os vasos uterinos e os ureterios estão mais para traz, na distancia de 2 cms. aproximada- mente, ficando os vasos e nervos obturadores á 3 cms. ácima. ANATOMIA E PHYSIOLOGIA PATHOLOGICAS I E' a ruptura do perineo completa ou incompleta o mais importante na pathogenia dos deslocamentos uterinos, embora negem Harte Barbour. Ao lado das rupturas apparentes, existem rupturas musculares occultas, sem lesão vesivelda mucosa. A pelle mascára essas rupturas intersticiaes que importam em todos os musculos do perineo propriamente dito. II Quer a ruptura seja apparente ou occulta, o que resta do perineo, torna-se physiolocamente insufiicientc e se produz o relaxamento da vulva, lesão que Duplay e Chaput consideram etiologica das mais importantes. III Ella produz realmente uma fenda que permitte a entrada do ar na vagina, separa as suas paredes, VI neutralisando deste modo a acção do soalho pélvico neste conducto. BACTERIOLOGIA I Abandonado á sua evolução mórbida o prolapso genital torna-se pouco á pouco irreductivel, e o tumor assim exposto ás impurezas atmosphericas e acção irritante e sépticas das secreções vaginaes, é bem depressa aggravado de accidentes infectuosos muito sérios. Em geral são a gangrena e as ulcerações que favore- cem a formação de abcessos e lymphangites diffusas, capazes de comprometterem a vida da doente» Além disto os embaraços da micção accentuam-se - a bexiga que se esvasiava mal infecta-se, e esta infe- cção ganha os ureterios, bassinetes e rins propria- mente ditos, produzindo os accidentes mais temiveis. II Como sabemos, estabelecida a porta de entrada para os differentes micro-organismos que têm o seu habitat nas poeiras do solo e na própria vagina e uma vez inoculados no organismo, a sua virulência dependerá do estado das lesões, da resistência vital do individuo e mais ainda do valor da associação desses micro-orga- nismos, responsáveis portanto pelas infecções ordi- nárias, septicemias e suas consequências como a sup- puração sphacela, pyemias, etc. São os staphylococcus, streptococcus, pneumococcus gonococcus e còlibacillus os principaes desses germens. III Era geral é a falta de asepsia que dá logar á estás calamidades pathogenas observadas no curso da enfer- midade, e ás vezes como accidente cirúrgico, após a intervenção. Felizmente estes germens são muito VII sensíveis, á acção dos antisepticos usuaes, sendo des- truídos completamente quando a asepsia é bem admi- nistrada. São estas as substancias mais empregadas na pratica para a sua eliminação -a agua oxygenada, o bichlorureto de mercúrio á 1/1000, o permanganato de potassa á 1/200, o bisulfito de soda á 1 200 e o pro- talgol á 4/000. PROPEDÊUTICA I O toque vaginal representa uma importância exce- pcional e deve dar ao cirurgião os signaes mais posi- tivos e evidentes na formação do diagnostico. O dedo introduzido na vagina faz perceber-se caracteres physicos distinctos de conformidade com o estado do collo uterino. II O collo, em estado normal, é situado no fundo da cavidade vaginal, occupando a sua parte media, e á 8 ou lOcms. ácima do annel vulvar. E'necessário, pois, procurar, se elle está no seu lugar, ou deslocado, e se o deslocamento é no sentido antero-posterior, lateral, ou vertical, isto é, para cima ou para baixo. Cada um destes deslocamentos tem a sua significação particular que muito interessa ao diagnostico dos prolapsos genitaes- III O collo é dirigido de cima para baixo, ligeiramente para diante e seu eixo se confunde com o da vagina. Todas as vezes qne o eixo cervical se desvia dessa posição, pode ser indicio de um deslocamento uterino primitivo ou secundário. A forma e volume do collo também devemos conhecer, porque estes caracteres representam as variações correspondentes aos diver- sos estados physiologicos ou pathologicos damulher, VIII bem como o augmento ou a pequenez do collo, a sua forma cylindrica ou hemispherica etc. O alongamento exagerado de todo o focinho de tenca ow de algum dos lábios, a forma do soalho, o exagero de todas as dimen- sões sem mudança de forma, são outros tantos signaes de grande valor semeiotico. Da consistência do collo, percebe se mais. o endure- cimento parcial ou total do orgão e o amollecimento ou friabilidade ao contacto, conforme o estado patholo- gico. PATHOLOGIA MEDICA I Conhecidas as contra indicações cirúrgicas para as grandes intervenções, não podemos deixar de lembrar a glycosuria e a albuminúria, como as mais temiveis nestes casos. O que mais importa no ponto de vista do diagnostico, é quasi exclusivamente a presença, na urina, de elementos constitutivos anormaes. Num grande numero de affecções os ele- mentos normaes da urina soffrem mudanças na quan- tidade e as vezes também nas suas relações mutuas, modificações estas que são mais ou menos importantes para o diagnostico. II No ponto de vista theorico, é de grande valor saber-se que a tara da uréa na urina se eleva na febre, baixa immediatamente antes da erise, para attingir depois d'ella, cifras extraordinariamente elevadas (elimi- nação da uréa post-critica); que a tara é considera- velmente augmentada no curso do diabetes, e ao con- trario, diminue na atrophia amarella agúda do fígado, á ponto de se encontrar apenas traços dessa subs- tancia. IX III Na pratica, porém, já não se observa assim e nota-se que o acido urico é eliminado em abundancia na leu- cemia e nos casos de insufíiciencia. MATÉRIA MEDICA, PIIARMACOLOGIA E ARTE DE FORMULAR I O opio, sueco expesso que se obtem por incisão das capsulas, ainda verdes, da Papaver somniferum, vem de Smyrna, Constantinopla, Egypto, Pérsia e índia. Sua qualidade varia conforme a procedência, sendo o de Smyrna o melhor, porque é o que contem mais prin- cipio activo (10 % de morphina.) Alem deste impor- tante alcaloide, o opio contém ainda-a codeína a narcotina, a narceina, a thebaína, a papaverina a apomorphina, etc. II A morphina é empregada de preferencia sob a forma de chlorydrato, na dose de 1 á 10 centgrs. por dia; em pilulas (de 11 centgrs.), xoropes (1 centigr. para20 grs.), suppositorios (1 centigr. p. 4) e em injecções sub-cutaneas (10 á 20 gottas de uma solução á 50). III O opio bruto emprega-se progressivamente de 5 á 30 centgrs. por dia, em pó ou em pilulas. e ainda em extracto gommoso ou thebáico, pó de Dower, tinctura thobáica, Laudanum de Sydenham ou de Rousseau e elixir paregorico. THERAPEUTICA 1 A chloroformisação faz parte da therapeutica nas grandes intervenções. Ochloroformio anesthesico deve X ser chimicamente puro. Na chloroformisação o indi viduo á anesthesiar deve estar em jejum, collocado na posição horisontal, com o ventre, o peito e o pes- coço livres, sem constricção alguma. II A administração deste anesthesico inspira certos cuidados os quaes devemos evitar, agindo com muita prudência. O chloroformisador deve tranquilisar seu doente, filiando lhe docemente e previnindo o das sensações que elle tem de experimentar. III aPelo methodo das gottas, 20 á 30 grs. bastam para produzir uma anesthesia completa durante 2 á 30 minutos. Na chloroformisação é preciso obser- var-se o estado da face e dos olhos, a respiração e o pulso do anesthesiado. CLINICA MEDICA (l.a CADEIRA) I O diabetes (contraindicação cirúrgica) divide-se em diabete assucarado e diabete insípido que é a po- lyuria simples, com azoturia ou phosphaturia. Esta terrível moléstia tem habitualmante um principio muito insidioso. II Acontece, muitas vezes, que os pequenos accidentes não são percebidos pelo doente, e então o medico ex- periente, pelo exame da urina annuncia a existência da glycosuria. As urinas diabéticas são descoradas, acidas e de uma densidade que attinge á 1030 e ás vezes, 1060 por causa do assucar que ellas contêm. A quantidade eliminada em 24 horas sobe á 60 grs. podendo chegar á 500 e mesmo exceder de 1000 grs-, nos casos extremamente graves. XI III As complicações que podem sobrevir no curso do diabetes são numerosas e variaveis, as quaes se acham reunidas em grupos, constituindo affecções cutaneas, perturbações digestivas, perturbações ocu- lares, paralysias, accidentes pulmonares dos quaes o mais terrivel e frequente é a tuberculose pulmonar. CLINICA MEDICA (1? CADEIRA) I A albuminúria (outra contra indicação cirúrgica de grande valor) é o symptoma principal da nephrite chronica. O mal de Brigth é constituído por essa albuminúria persistente, uma hydropsia de marcha especial e lesões renaes. II Além dessas nephrites systematisadas, existem nephrites diffusas, ou nephrites mixtas que são as mais frequentes (Dieulafoy), nas quaes a lesão attmge, ao mesmo tempo, ás cellulas epitheliaes, o tecido con junc- tivo, os glomerulos e vasos. Segundo a antiguidade dalesãoesua predominância epithelial ou conjunc- tiva, o rim apresenta-se grosso ou pequeno, liso ou granuloso (Jaccoud, Charcot, Cornil e Rendu). III A nephrite mixta, forma commum do mal de Bright explóde, ordinariamente, já no per iodo chronico, com symptomas pouco caracteristicos chamados pequenos accidentes do briglitismo. Depois, apresentam-se os grandes symptomas que são: a albuminúria, da qual já falíamos, os embaraços respiratórios a hypertrophia do coração, as perturbações visuaes, as hemorrhagias, as lesões do fígado, a acyte e as alterações da pelle, XII CLINICA PSYCHIATRICA E DE MOLÉSTIAS NERVOSAS I Do quadro symptomatologico dos prolapsos geni- taes são os embaraços do apparelho digestivo e dos seus annexos, os phenomenos que offerecem maior gravidade» Todo o tubo gastro intestinal funcciona mal, apparecem os vomitos, como se se tratasse de uma peritonite e finalmente todos os signaes de uma dyspepsia de origem neuromotora. II Os symptomas geraes são, sobretudo, de ordem reflexa, ligados ás vezes, á ptose generalisada que constitue o typo mais grave desta affe3ção. Apparecem a cephalalgia, as palpitações, tremores, crises nervo- sas e a insomnia. O doente, acobardado pela moléstia emagrece e soffre de uma irritabilidade tão grande, á ponto de se lhe alterar o caracter» Estes phenomenos podem aggravar se e attingir á grande hysteria. á neurasthenia e mesmo á epylepsia. III Estas moléstias são nevroses de symptomas variados que podem figurar isoladamente como est:gmas, ou reunidas em formas clinicas. CLINICA DERMATOLÓGICA E SYPHILIGRA- PHICA I A sarna é uma moléstia parasitaria cutanea produ- zida pelo acaros scabiens. A sarna do homem conhe- ce-se pelos sulcos cavados na derma onde vive o sarcopta. Este parasita ataca de preferencia as mãos, os pés, as partes genitaes, os glúteos, as axillas e o abdómen, respeitando entretanto, a face do indivíduo. XIII II Produz coceiras pertinazes e martyrisantes, eru- pções de pápulas, vesículas, pustulas e o impetigo. III Hoje nos paizes mais adeantados da Europa, não se empregam mais as classicas pomadas de enxofre, bal- samo do Perú, etc. e o seu tratamento radical é feito, em duas horas, pelos vapores de enxofre. CLINICA PEDIÁTRICA I Tem-se registrado casos de prolapso, nitidamente constituído, em creanças recemnascidas, taes são as observações de Hausen, Redoansky, Purefoy, Audrew e Burger. II Richelot fez notar que estes accidentes de que acabamos de fallar, parecem mais, um vicio de conformação dos orgãos genitaes, do que um pro- lapso. Procurando dar o devido valor á sua opinião, lembrou-se que os doentes citados tinham outras malformações, como iraperfuração do recto, spina- bifida, paresya dos membros inferiores, etc. III Segundo Trelat, pode-se ainda attribuir esta enfer- midade á uma insufficíencia congénita do apparelho de sustentação do utero conforme se explicam os prolapsos nas virgens. PATHOLOGIA CIRÚRGICA I Rutterdáuma importância capital á inclinação da bacia que na posição vertical, torna o estreito superior horizontal, o que exagera o esforço da pressão abdo- XIV minai sobreo perineo. Estas dimensões exageradas do diâmetro vertical da symphyse pubiana tem por effeito desviar para traz, a fenda genital, diminuindo assim a estensão e consequentemente a resistência do perineo. II A abertura vulvar que Duplay e Chapot consideram como importante, pode ser a consequência de uma ruptura perineal. III Barozzi leva mais adiante o phenomeno da predis- posição e diz que ella não depende somente dos partos repetidos, das rupturas do perineo e do augmento da pressão intra-abdominal, mas principalmente da diathese herniaria. OPERAÇÕES E APPARELHOS I A ligadura é uma hemostase definitiva. Dá-se a obliteração do vaso por meio de um fio constrictor reabsorvivel, ou não, o qual pode ser o (catgut), o metal, seda, etc. A ligadura pode ser immediata e isolada, quando applicada directamente sobre cada vaso; é a mais efficaz e tolerável. II . Quando se trata de artérias atheromatosas ou cal- cificada, deve-se ter o cuidado de evitar a ruptura do vaso, não se empregando fio muito grosso e aper tando cautelosamente o laço. III Nas suturas profundas emprega-se os fios de prata ou catgut, sendo que os de prata são preferidos nas colpo-perineorrhaphias. Os fios de seda são usado nas suturas superficiaes, exclusivamente, porque não são reabsorvidos e se infectam facilmente. XV CLINICA CIRÚRGICA (2a CADEIRA) I O canero do utero é frequente, nas multiparas, á partir de 40 annos. No começo é tão insidioso que mui- tas vezes e medico não é consultado senão quando as nodosidades do collo já estão ulceradas. II Os seus symptomas são dores lombares surdas, irre- gularidade menstrual e o escoamento vaginal. Mais tarde estes symptomas tomam caracteres especiaes: ha hemorrhagias extemporâneas e o escoamento tor- na-se abundante, fétido, irritante e de -consistência caracteristica. III A gravidade do seu prognostico é tão grahde, por- que a sua recediva após á operação é quasi sempre fatal. Usam-se as injecções quentes de ergotina, de morphina, como palliativo contra certos symptomas, mas a amputação supravaginal do collo. a hysterecto- mia abdominal, ou as duas ao mesmo tempo ÍBouilly) têm dado bons resultados. CLINICA CIRÚRGICA (Ia CADEIRA) I A metrite é uma inflammação chronica ou agúda do utero, que sempre começa pela mucosa (endometrite), Para invadir em seguida o parenchyma uterino (paren- chymatosa), lezòes estas que muitas vezes estendem-se ao corpo e ao collo [Bouilly] II Seu tratamento é geral ou local. No primeiro pres- creve-se muito repouso, a cinta abdominal, os lava- mentos laxativos, tonicos, a hydrotherapia e as aguas mineraes, segundo o estado constitucional do indi- víduo. XVI III O tratamento local nos casos simples consiste-nas irrigações vaginaes antisepticas e quentes, nos tam- pões glycerinados, em modificar ^mucosa uterina com ou sem dilatação do collo-, na cauterisação das paredes com tintura de iodo, nitrato de prata, etc. ou melhor que tudo isto, fazendo a curotagem que é o seu trata- mento racional (Bouilly) OBSTETRÍCIA I O parto é a causa mais frequente dos prolapsos genitaes. O trabalho obstétrico age de duas maneiras segundo Pozzi; II Ou pela distenção exagerada dos tecidos e orgãos cuja estructura e resistência são modificados. III Ou pelas rupturas e traumatismos, possiveis, nos partos expontâneos e mais frequentemente se elles são laboriosos e difficeis como as distocias, se neces- sitam operação de fórceps, versões, etc- * CLINICA OBSTÉTRICA E GYNECOLOGICA I Em clinica a involução uterina é uma questão de maxima importância na etiologia dos prolapsos ge- nitaes. II Temos visto diversos casos desta enfermidade cau- sados pelo embaraço da involução puerperal. III A infecção puerperal é quasi sempre o factor prin- cipal destes casos. XVII CLINICA OPHTALMOLOGICA I A ophtalmia purulenta do recemnascido é quasi sempre proveniente da passagem da cabeça do feto, pela vagina séptica de algum corrimento. II Para evitar este accidente de tão grande importância na clinica obstétrica, deve o parteiro fazer desappa- recer todo o corrimento durante a gravidez e fazer a asepsia indispensável da vagina, para que na sahida dofeto, não haja accidente algum a registrar. 111 Num caso de ophtalmia purulenta, deve-se tratar logo e convenientemente os olhos da creança, com um remedio especifico. Eis uma solução que é muito frequentemente indicada: R.~ Permanganato de potássio, 1 gram. Agua distillada, 1000 grams. Para lavagens. HYGIENE I A hygienc therapeutica, sabia e iiitelligentcinente instituída é indispensável no tratamento dos prolapsos genitaes, sobretudo quando os outros meios não possam ser applicados, II O indivíduo para viver com a sua enfermidade deve renunciar á vida activa, não se occupando de trabalhos penosos, sem abusar da marcha, da posição vertical e fazer frequentemente o asseio dos seus orgãos genitaes. XVIII III Ha mulheres que, graças á uma hygiene bem com- prehendida e apezar de soffrerem de um prolapso uterino completo, exercem as suas occupações ordiná- rias, algumas até fatigantes, sem aggravação da sua enfermidades. MEDICINA'LEGAL I O medico é responsável pelos prejuízos causados ás partes, no exercício da sua profissão e esta responsabi- lidade compreliende não só o facto^ como ainda todas as suas aggravantes. II Qualquer premeditação, a não observância da Lei, neglicencia, ou imprudência por elle cometi ida -é um delicto. III Todavia a responsabilidade medica, não pode ser reclamada com rigor, quando o accideute for motivado por causas imprevistas, como as anomalias diversas, as differenças individuaes de susceptibilidade com relação á anesthesia e á marcha differente dos resultados de uma operação, segundo ás cdades, os sexos e os indivíduos. ERRATA PG. LNS. EM vez DE: EEIA-SE: 3 7 a primeira vista á primeira vista 4 2 á ponto de a ponto de 4 17 Refutando, etc Refutando a opinião de clás- sicos antigos, diz Gaillard Thomas que a parede ante- rior da vagina é tão infima- mente adherente á base da bexiga e da parte anterior do focinho de tenca e, etc. 10 T. Prolapos pequenos. . . . prolapsos pequenos 14 3 Contractibilidade contractilidade 15 16 que se encontra .. que se encontram 15 15 basta calcar a hérnia, etc basta calcar a hérnia, porque, sendo uma cystocele, a urina é incontinente expellida, etc. 12 22 arrocheada arroxeada 17 29 arrastar arrastarem 19 10 Se apresenta na vulva, se apresenta na vulva, obser- va-se um tumor sonoro á percussão, etc. 19 22 prescendir prescindir 20 3 cosistir. consistir 20 4 O prolapsos o prolapso 24 28 O corpo uterino o corpo do utero. 26 9 flegmão fleugmão 32 1 atrictos attritos 32 28 sensacções sensações 33 18 volume e peso, hyper- trophiado volume, peso e hypertro- phiado 33 28 15 á 20 15 a 20 34 8 infartos infartados 34 29 á mucosa e pelle á mucosa e á pelle 35 2 perineo como etc perineo, e também nos pro- fundos, taes como, etc. 37 T, Prolapsos vaginaes.... prolapsos genitaes. 37 9 e instruidoras supprima-se 37 12 Zenith apogeu 38 30 tem de praticar pratica 39. 16 á uma decepção a uma decepção 39 27 para o tratamento no tratamento 41 5 Um emagrecimento su- bto supprima-se 41 13 , e sob a influencia... . , porque sob a influencia 41 18 procurar supprima-se 41 24 pesarios pessarios 42 2 de se fazer operação... de se fazer esta operação 42 19 durante 10 á 15 durante 10 a 15 43 14 invectivados prohibidos II PG. LNS. FM vez DE: i EIA-SE: 43 24 (focinho de tenca) focinho de tenca 43 2 / lesões todas . lesões estas 44 2 do que se previne das quaes se previne 44 29 mas ha cesos, Ha casos 46 4 a qual enrola-se a qual devé-se enrolar 46 10 se accomodam com ins- trumentos tão com- plicados se accomodam com estes instrumentos etc. 46 16 á adoptar a adoptar 47 10 inneditas inéditas 47 30 Não ha muito tempo que foram Não ha muito tempo foram 49 4 á não ser a não ser 51 9 concommitante concomitante 52 29 á traçar a traçar 52 8 que lhes pareçam que lhe pareçam 54 5 Uma linha sequer dois processos são excel- lentes, etc Uma linha sequer, reputamos dous processos excellentes- o de Hegar e o de Bouilly que, por si sós, etc. 55 13 difinitiva definitiva 55 26 de Hegar, Bouilly de Hegar o de Bouilly 55 28 que é uma modificação. - uma modificação 56 23 Falíamos do processo. . Falamos do processo 56 26 que tem soffrido pelas quaes tem passado 60 28 superior á 10 cms superior a 10 cms. 62 11 de 5 á 10 cms de 5 a 10 cms. 63 19 convindo que por ser esta operação muito 63 28 }ão pouco pois não a 63 31 concommitante concomitante 64 17 so por si ja se faz so por si se faz 64 26 De facto ella tem a sua utilidade. De facto ella tem utilidade. 64 28 e se esta e, sobretudo, se esta 65 1 de uma fibroma um cancro de um fibroma, etc. 66 12 e se observou e se observaram 69 3 de Bouilly, por não etc. de Bouilly, se justifica 70 10 processo em todos casos em todos os casos 70 18 E' franqueavel ao hys- terome, etc. E' franqueavel ao hystero- metro que na cavidade ute- rina dirige-se para traz e para cima em toda a sua pro- fundidade 71 5 á qual tenha de submet- ter-se supprima-se 71 22 ás pusilamines as pusilânimes 71 30 e do dever. supprima-^e 72 5 mas deve ser mas, entretanto, deve ser 72 7 mas esta intervenção.. e esta intervenção 72 18 compromettida etc. . . . alterada, mesmo, porque fa. cilita deste modo III PG. ENS. EM vez DE: EEIA-SE: 74 2 que ás vezes as quaesas vezes 75 32 como já tivemos occa- sião de dizer como já dissemos 76 12 pouco á pouco em absoluto 76 21 faz-se fazer 76 21 5 á 10 5 a 10 76 31 absoluta, bembramos que, etc absolta, e lembramos que 77 6 mesmo uma hysterecto- tomia mesmo a uma hysterectomia 77 31 de potessio á l[2000... de potássio a 1| 2000 78 9 não deve este ser convindo que isto não seja 80 6 cujos resultados não sendo embora etc. .. cujos resultados, se bem que não sejam ainda 80 29 São confiados á um. . são confiados a um 81 11 uma á outra uma a outra 82 4 gase esterelisado gase esterilisada. 82 15 1 á 2 cms 1 a 2 cms. 82 21 vaginal que se vaginal a qual se 85 7 acerca de cerca de 85 8 urethral uretral 85 11 dissecção á tesoura. Porque, etc dissecção á tesoura. Para cima se descolla. 85 17 4 á 5 cms, de altura 5 á 6 cms 4 a 5 cms, de altura 5 a 6 cms como um véu cahido 85 20 com um véu cahido. . . 86 15 4 á 5 cms 4 a 5 cms 86 19 ligai-as ligal-a 87 31 4 á 6 cms 4 a 6 cms 88 6 incidente accidente 88 15 da mucosa uterina e de- pois. . .' da mucosa uterina. Depois 90 5 e uma direita e outra direita 90 10 urethral uretral 90 10 e a base na base 91 23 de ligal-as com de ligal-as depois com 92 7 Fazemos delia e fazemos delia 93 8 O doente, etc A doente deve ser posta na mesa, collocada na posição gynecologica, depois de con- venientemente raspada, son- dada e sul mettida a anes- thesia 94 1 adiante diante 94 1 lareal lateral 94 15 no ponto proprio fio de seda no ponto proprio um fio de seda. 96 1 2 á 3 cmsa 2 a 3 cms 97 5 sem violências sem violência 99 16 amarra supprima-se 100 1 um tisana de uma tisana 100 3 a agua de Seltz da agua de Seltz IV PG. ENS. EM VEZ DE: EEIA-SE: 100 23 quando a urina ou li- quido rquanda a urina ou o liquido 101 19 concienciosamente ..conscienciosamente 102 24 ser rigoroso ser rigorosos 102 29 104 12 105 2 para o doente qual e duas horas depois um lavamento instrumento se con- segue para a doente a qual e duas horas depois deste, um lavamento instrumento e se consegue. 105 31 insuffiçiente mais rudimentar NAS PROPOSIÇÕES PG. ENS. EM VEZ DE EEIA-SE 1 17 Swhiten Switen 11 14 Sobre o utero, etc sobre o utero que deslocam o centro de gravidade do corpo e por isso também, etc. II 19 5 á 70 micras, etc 50 a 70 micras de extensão e são dirigidos, etc. II 25 a presence a presença III 21 shyatica sciatica IV 1 não somente não só IV 19 e, sim á todo aberta na correspondente e sim a todo V 4 aberta para fora e corres- pondentes IX 17 10 ái20 10 a 20 gottas de uma solução a 50 IX 18 5 á 30 centigrs 5 a 30 centigrs X 10 20 á 30 gras 20 a 30 grams XI 27 a acyte a ascite XII 13 de se lhe alterar del alterar-se-lhe XII 19 ou reunidal ou estar reunidas XII 21 acaros scabiens etc.... acarus scabiei. A sarna no homem XIII 17 paresya paresia XIII 19 á uma insufficiencia. ... a uma insufficiencia XIV 27 são usado são usados XV 21 lesões lezões XV 25 laxativos tonicos laxativos, os tonicos De certo deixamos escapar ainda muitas falhas que esperamos sejam relevadas, contando desde já com a indulgência do leitor. Secretaria da Faculdade de Medi- cina da Babia, 31 de Outubro de igog. O Secretario FO^andro dos ^eis ^eirelles