FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA THESE APRESENTADA Á Faculdade de Medicina da Bahia EM 2 DE SETEMBRO DE 1902 PARA SER DEFENDIDA POR leite lelloso ( Natural de Sergipe ) 9 1 * AFIM DE OBTER O GRÁO DE BOlPfOR ♦ E]YE JVIEDieijiJÍ «- DISSERTACAO Da influencia Denaflca da erysipela na syphilis (Cadeira de Clínica Dermatológica e Syphiligraphica) PROPOSIÇÕES Tres sobre cada uma das cadeiras do curso de sciencias medicas e cirúrgicas BAÍI1A IMPRENSA POPULAR Rua do Coberto Grande, 48 1902 FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Dirhctor — Dr. ALFREDO BRITTO Vicr-Dirkctor — Dr. ALEXANDRE E. DE CASTRO CERQUE1RA I.eiiio» calliedraHi1»» 1. Secção Os Drs. Matérias que leccionam José Carneiro de Campos . . Anatomia descriptiva. Carlos Freitas . . Anatomia medico-cirurgica. 2. Secção Antonio Pacifico Pereira ITistologia Augusto Cézar Viauna Bacteriologia Guilherme Pereira Reliello .... . . Anatomia ephysiologia patliologicas. 3. Secção Manoel José de Araújo . . Physiologia José Eduardo Freire de Carvalho Filho. . . Therapeutica. 4. Secção Raymundo Nina Rodrigues Medicina legal e toxicologia. Joaquim M. dos Santos Hygiene. 5. Secção I. V. de A. Gouveia Pathologia cirúrgica. Fortunato A. da Silva Júnior Operações e appareihos. Antonio Pacheco Mendes Clinica cirúrgica — 1. cadeira. Manoel Victorino Pereira » > —2. » 6. Secção Aurélio R. Vianna Pathologia medica. Alfredo Thomé de Britto Clinica propedêutica. Anísio Circundes de Carvalho » medica —1. cadeira. Francisco Braulio Pereira * » —2. > 7. Secção Antonio Victorio de Araiyo Falcão Mat. med., pliarm.e arte de formular. José Rodrigues da Costa Dorea Historia natural medica José Olympio de Azevedo Cliimica medica. 8. Secção Deocleciano Ramos Ohstetricia. Cliinerio Cardoso de Oliveira Clinica obstétrica e gyuecologicn 9. Secção Frederico de Castro Rehello » pediátrica. 10. Secção Francisco dos Santos Pereira » ophtalinologica. 11. Secção Alexandre E. de Castro Cerqneira » dermatológica e syphiligraphica 12. Secção J oão Tillemont Fontes » psychiatriea e de mol. nervosas Luiz Anselmo da Fonseca í João E. de Castro Cerqueira ) Em disponibilidade Sebastião Cardoso ( I.Clllei miliaíitulo» Os Drs. Manoel d 'Assis Souza ... 1. Secção. Gonçalo Muniz S. de Aragão 2. » Pedro Luiz Celestino ... 3. * Josino Cotias 4. > B. az Herinenegildo do Amaral. 5. » 6. > Os Drs. Pedro da Luz Carrascosa . . 7. Secção. 8. » Alfredo de Magalhães ... 9. » Clodoaldo de Andrade ... 10. » Carlos Ferreira Santos . . . 11. » Juliano Moreira 12. » Shcrhtario — Dr. MENANDRO DOS REIS MEIRELLES Sun-Secretario — Dr. MATHEUS YAZ DE OLIVEIRA A Faculdade não approva nem reprova as opiniões omittidas nas theses que lho são aprosentudas. PROLOGO « A d extremos morbos extrema remedia, » Por mais um acto de obediência ao formalismo, que antes fura um certificado de actos de Moral ede Civismo, cumpre- nos o dever de fazer e de susteniar uma these. A exemplo do Marquez de Valdegamas, que no seu discurso de admissão na Academia Hespanhola fez o panegyfcico da Bibiia, para que a mageslade do assumpto tizesse esquecer o orador, eu deveria escolher um thema que pela sua vasti- dão e brilhantismo facilitasse-nos o cumprimento desse dever; ao contrario, augmenlamos a ditTiculdade da nossa posição com a escolha de um assumpto pobre. A natureza, pródiga para outros, foi avara para nós, des- pindo-nos até da vaidade pretenciosa dos moços; de sorte que este trabalho, que não é original, como não são em geral os d’cstas especie, só tem o merecimento de attestar o apro- veitamento, que haurimos das lecções do notável Mestre da II Cadeira de Clinica Dermathologica e Syphiligraphica d esta Faculdade, Dr. Alexandre Cerqueira, cujos talentos são incontestáveis. Além d’e'ta ralio materuv, o intuito de ser util. registrando ousei vdvuês ue \aio; lem 'otenn i nou-nos na escolha, sentindo não ter podido despresar o vêso de procurar colheita na abnndante messe estrangeira, a despeito de se diser não ter valor o que éde lavra nacional, muito embora seu eleva- do alcance. Justificada a nossa preferencia passemos a outras consi- derações. Estamos na epocha em que nada se respeita ; até as cans dos velhos não merecem acatamento. III Domina-te e serás grande, era maxima de grande peso nos tempos, que já vão longe; mas nós, a Mocidade, não nos dominamos, porque a paixão e o odio nos arrastam, o vicio nos incita para toda a especie de desregramentos. Hoje, entre nós, reina a hypocrisia, prima a helleza da forma com a negrura da alma ; o espirito vencido pelo corpo, a matéria matando o ideal; o bruto vence o homem, que é a intelligencia, tudo alfim degenera. Este que se diz campeão da liberdade humana nas suas sublimes manifestações, procura opprimir a d'aquelle que se manifestou contrario a seu modo de ver, esquecido talvez, do preceito, de infinita justiça, da igualdade humana e da grande lecção « Pero si muove » de Galileo. E’ Mobiére criticando aMoJdere ; é a pratica.franca da IV doutrina dos Phariscus; faze o que eu digo e não o que eu faeo; quando a primeira de Iodas as lecções é a do exemplo. E tudo islo nos faz exclamar, como Alexandre Herculano: «Orgulho humano, o que és tu inais, estúpido, cruel ou ridículo ? ! » Estude-se a genese de todos os factos, que se ha de recon- hecer que irelles cooperou grandemente este factor de todos os vícios, o orgulho. Só resta-nos uma esperança; é que a força irresistível do tempo, cooperando para o restabelecimento da ordem moral, venha repor em seo pedestal a Moral, glorificada pela verda- deira seiencia, que os filhos de Esculápio devem acurada- mente cultivar, servindo a Humanidade. Sirvam estas ideas n’este prologo, incidental e proposital- mente expendidas, de meo protesto de resistência aos tristes acontecimentos desdobrados o anno findo no seio d’esta Eschola e de rasào do meo ostrocismo no seio da communhào Académica, a que pertenço. Bahia 1902. DA INFLUENCIA BENEFICA DA ERYSIPELA NA SYPHIL1S OBSERVAÇÕES l.a F. S. sol lei ro, 28 annos, côr parda, operário, na lurai d'este Estada, morador na freguesia dos Mares, enlrou para a enfermaria de S. Joaquim, Hospital Santa Isabel, em 3 de Maio de 1901. Esle indivíduo era de constituição boa; tinha lido um cancro syphilitico acompanhado de adenite inguinal, e quando entrou para a enfermaria, oito meses depois do cancro, accusava o seguinte; syphi- lide papuio-pustulosa no tronco e nos membros, dores á pressão no eslerno e na cristã da tibia; os glanglios cervreaes estavam engorgitados e os da verilha formavam sobre a pelle umapleiade caracte- ristica de pequenos tumores do volumo de lima 2 ervilha, moveis, duros, indolentes, independentes uns dos outros, a pleiade de fíicord. Este doente submetlido á medicação especifica, apresentava melhoras muito pouco pronunciadas, quando uma tarde foi accommeltido decephalalgia, frios, vomitos e febre a 39 graos, e no dia seguinte apresentava na còxa direita uma placa de côr verme- lha carregada, lusidia, saliente, dolorosa; tinha-se declarado francamente uma erysipela. Suspendeo-se togo a medicação especifica; a febre persislio durante seis dias com uma ligeira remissão matinal; o doente tinha insomnia, anorexia, agita- ção ; depois deo-se a defervescencia e o doente entrou em convalescença. Mas um facto tinha-se tornado digno de nota, foi a melhora considerável e rapida da manifestação syphil ilica. Na verdade, as aureolas peri-crostosas apagaram- se, as crostas destacaram-se sobre os seus bordos e cahiram deixando em seu lugar uma superfície maculosa apresentando uma colloraçào pigmentada pardacenta. 3 N’esle estado o doente retirou-se do Hospital em 28 de Maio do mesmo anno, sendo-lhe recommen- dado, que continuasse no uso da medicação especi- fica, que linha sido interrompida. Tive occasião de o ver casualmenle cerca de um mez depois e somente apresentava na pelle cicatrizes superficiaes, pouco apparenles. 2." J. F. S., sol lei ro, 2o annos, pardo, roceiro, natural d’este Estado, morador em Olaria, estava recolhido ao Hospital Santa Isabel. Este indivíduo, além de uma febre palustre, disse ler tido um cancro duro na face interna do prepucio, acompanhado oito dias depois de adenite inguinal, que não suppurou e que tinha ficado estacionaria depois da cicatrisação do cancro. Quando o examinei, em 18 de Setembro, apre- sentava na face, no tronco e nos membros, syphi- lide papulo-escamosa, a adenopathia primitiva era a séde de um impulso novo, os ganglios do pescoço, 4 da axilla e do concavo poplitêo estavam engorgi- tados. A adenopalhia linha os caracteres seguintes: aphlegmasica, fria, indolente, dura, poly-ganglionar, de ganglios moveis, independentes e pequenos. Estava sendo-lhe applicada a medicação mercu- rial e reconslituinle. Tres dias depois de o ter examinado, queixou-se de mal estar, frios, febre, ceplralalgia : a lingua era sabuiTOsa, o doente linha nauseas. Suspendco-se a medicação; dois dias depois declarou-se uma erysipela phlyclenoide na face. A epiderme da face foi levantada por vesículas, phlyctenas cheias de serosidade; o doente accusava febre alta, anorexia, constipação; as minas eram raras, a cephalalgia violenta; linha agitação e deli rio. No fim de oito dias lodos estes symplomas melho- raram, a temperatura desceo á normal, as phlycte- nas romperam-se, cobriram-se de crostas amarel- ladas e espessas, a pelle descamou-se e o doente sentio-se melhor do que antes da erysipela. 5 A syphilide papulo-escamosa tinha melhorado consideravelmente, sendo que durante a erysipela as papulas começaram a deprimir-se, diminuíram de volume, atrophiaram-se e passaram ao estado de maculas. Esle doenle retirou-se do Hospital, a seo pedido, em 15 de Outubro. 3.8 ( De Charles Mauriac ). No mez de Agosto de 1872 recebi em meo serviço no Hospital de Midi, M. R., de idade de 27 annos, que estava aceoinmettído de accidenles syphiliticos, bem que não tivesse recentemente, dizia, cancro algum nas partes genitaes ou nas outras partes do corpo. Tinha contrahido um em 1867, que não tinha sido complicado de bubões nem seguido de acciden- tes constitucionaes. Os accidentes dos quaes estava actualmente accom- mettido tinham começado em 12 de Junho de 1872 6 por um atordoamento, pertubações geraes, febres e dores violentas nas pernas. Tinha sido obrigado a guardar o leito durante vinte dias. Entrementes tinham sobrevindo os phenomenos proprios á syphilis: roseola maculosa no tronco e na face papulas desseminadas, dores de garganta, alopecia. Quando este doente entrou em meo serviço, as manifestações cutaneas tinham quasi desappareeido. Mas existia nos lábios e na bocca uma erupção exlremamente confluente de placas mucosas, cujo começo remontava a dois meses. Nenhum tratamento especifico linha sido seguido. Estas placas mucosas estavam em plena actividade e tinham determinado no tecido cellular sub-cula- neo e suh-mucoso dos lábios uma especie de edema duro, plástico, acompanhado d’uina enorme tume- facção indolente. A angina syphilitica era muito intensa e nume- rosas placas mucosas cobriam os pilares das amy- gdalas. 7 Uma primeira caulerisação energica das placas mucosas lahiaes foi feita em 3 de Agosto. Renovou-se a cante ri sacão em 8. Para a noite uma febre declarou-se e no dia seguinte toda a face era invadida por uma erysipela, acompanhada de uma inchação muito volumosa das faces, dos lábios, do nariz e das pálpebras. Suspen- deo-se todo tratamento. A febre persistio com intensidade e sem interrupção durante cinco ou seis dias, depois a defervescencia se produsio regu- termente, e a resolução da tumefacção erysipelatosa se fez com rapidez; a convalescença foi franca e a saude do doente foi muito melhor do que anteri- ormente. Mas o que ha de curioso n’esle facto é que a ery- sipela levou comsigo e fez desapparecer, como por encanto, no espaço de quatro ou cinco dias, todas as placas mucosas dos lábios e do isthmo da gar- ganta. Muito mais, a hypertrophia hyperplasiea dos lábios diminuio e fundio-se sensivelmente; a coloração se esclareceo e as maculas e as papulas deprimidas que estavam, é verdade, em via dedecres- 8 cimento havia alguns dias, não apresentaram logo mais do que manchas imperceptiveis. Ainda que houvesse uma melhora prodigiosa- mente rapida e uma limpesa quasi completa de todos os accidentes syphiliticos cutâneos e mucosos, o tratamento especifico foi recomeçado em 19 de Agosto. Mas o doente senlio-se tão hem que não qniz ficar no Hospital e para o fim do mezsahio. Perdio-o de vista e eu o lamento, porque seria curioso saber quanto tempo teria durado a cura e se as manifestações ulteriores da moléstia tinham sido retardadas e allenuadas, ou apressadas e aggravadas pela febre erysipelatosa. Das observares precedentes decorre a conclusão seguinte; que justifica por sua vez o desenvolvi- mento da nossa dissertação sobre a influencia beneíica da erysipela na syphilis: Em casos de syphilis _em plena actividade uma 9 infecçâo erysipelatosa, longe de aggravar o estado do doente, o melhora consideravelmente. Ésla influencia explica-se pelo conjuncto das diversas causas que passaremos a examinar deta- lhada mente. Quando o slreplocoecus de Fehleisen penetra no dernia e, achando meio propicio ao seo desenvolvi- mento, ahi prolifera e indireclamente por meio de suas loxinas fere de morte uma massa mais ou menos considerável de tecido, os phagocytos correm a defender o ponto lesado. Devido á acção das toxinas segregadas pelos microbios, agindo direetamente sobre os leucocytos porcbimiotaxia positiva, (Melchnikoff), elles atra- vessam a parede vascular por diapedese e, livres d’ora em dianie, emigram da rede sanguínea, para os espaços cellulares. «D’oulra parle as celiulas chatas que revestem os feixes fibrillares da trama do derma proliferam 10 c dão nascimento a elementos novos; as cellulas gordurosas regeneram-se e concorrem para a genese das cellulas, que vão engrossar o montão dos leucocytos migradores». Os phagocytos lançam-se sobre os microbios, os englobam e o seo protoplasma «segrega uma dias- tase, que alaca o protoplasma bacleriano, dis- solve-o», digere-o, realisando assim a desintegração dos microbios englobados. Depois d’esta lucla lilanica entre seres infinita- mente pequenos, os despojos do combale são rapi- damente reabsorvidos pelos vasos lymphalicos e venosos, como lambem foi rápido o aííluxo dos phagocytos e o começo de sua acção destruidora sobre os microbios. YVidal diz que os lymphalicos, em certos casos, podern mesmo em algumas horas desembaraçar os espaços conjunclivos dos elementos que os enchem e isto por meio de uma verdadeira drenagem. Oppondo-se esta vivacidade do processo anatomo- palhologico da erysipela á lentidão do processo syphilitico, é «provável que os productos accumu- 11 lodos pouco a pouco por esta e por ella mesma ela- borados, á vontade, na calma de uma acção mórbida chronica», achando-se repentinamente invadidos pela inundação leucocylica, percam toda a resis- tência e sejam levados pelos vasos lymphaticos e sanguíneos de envolta com os despojos da lucta que se travou no proprio campo de suas façanhas e que portanto sejam eliminados. Esta acção, verdadeira acção substitutiva, só pode, é verdade, explicar a melhora das lesões syphiliticas in loco, mas a influencia benefica da erysipela não se exerce sómente no iogar onde manifestou-se a placa erysipelatosa; ella se exerce sobre todas as lesões da syphilis, qualquer que seja sua distancia da séde do fóco erysipelatoso, diz Mauriac, embora as lesões mais próximas do fóco desappareçam mais rapidamente, e o proprio estado geral é lambem atlingido. As toxinas segregadas in loco pelo strepíococcus de Fehlelsen, loxinas, que, seja dito de passagem, 12 já foram isoladas porManfredi, Traversa e Roger, absorvidas pela via venosa elymphalica, intoxicam o organismo, produzindo os phenomenos geraes. Fournierdiz que a causa eííieienleda syphilisé um microbio e que «lodo o mundo admille-o theorica- mente », porem que resta descobril-o. Macé, tratando da influencia dos meios sobre as bactérias, aflirma que ellas «são submeltidas, do mesmo modo que os outros seres, á influencia dos m eios n os q u aes se a cha m e q u e segu n d o a co m posiçã o chimica, segundo o estado pbysico doestes meios, produzem-se, para uma especie dada, modificações nas propriedades e nas manifestações vilães.» E’ principio lheorico que o sangue é a fonle commum onde «as diversas manifestações da sypbi- Jis vão beber le conlage syphililico» ; é portanto no sangue que deve existir em maior quantidade o germen responsável pelas suas diversas manifes- tações. Ora, se a syphilisé uma moléstia microbiana, se as toxinas segregadas pelos slreptococcus de Fehlei- sen, absorvidas pelas vias venosa e lymphalica, 13 intoxicam o organismo e por meio do sangue põem-se em contacto direclo com o agente productor da syphilis, e se a condição do meio pode modificar as propriedades e as manifestações vilães dos micró- bios, é logico que a syphilis pode ser modificada beneficamenle pela erysipela. E real mente os microbios pathogenicos, além da propriedade de atacar as cellulas vegelaes e ani- maes, têm entre si certas relações biológicas; como seres vivos que são, entram em lucla pela vida; muitas vezes elles encontram-se ; algumas associam- se e combinam seus esforços na sua obra com mu m de destruição, outras portam-se com uma indepen- dência quasi absoluta e ainda outras se prejudicam reciproca meu te. Uma tal especie põde perfeitamente modificar as piopriedades e mesmo impedir o desenvolvimento de tal outra, e isto é o que chama-se antagonismo microbiano. Ninguém desconhece a acção perservadora da vaccina em relação á variola. Emmericb, Pawlowsky, Pavone, Buchner viram 14 cobaias injectadas com culluras de slreplococcus, pneumococcus, slaphylococcus aureus, mícrococcus prodigiosus, bacillus typhicusapresentarem-se refra- ctarios a inoculações carbunculosas virulentas. Este antagonismo póde perfeitamente existir entre os agentes produclores d’eslas duas entidades mórbidas de que tratamos. Esta causa porem não explica a influencia da ery- sipela nos casos de syphilis terciaria, cuja não contagiosidade e portanto a não existência de micró- bio parece comprovada pela experimentação e pela clinica; todavia pedimos venia para fazer com o Professor Fournier diversas objecções, que parece- nos devem ser levadas em conta e que enunciaremos pela seguinte fôrma, sem procurarmos com isto de modo algum sustentar a contagiosidade d’esie período da syphilis. 1." Sendo muito pouco numerosas as inoculações feitas com as suppurações lerciarias, não nos é permiltido tirar conclusões definitivas sobre a innocuidade das manifestações d'este periodo da syphilis. 15 2.8 As ulcerações terciárias se loca lisa ndo pouco commummenle nos orgãos genilaes e o contagio syphililico se exercendo, na razão de 90 a 93 por cento segundo as estatísticas de Fournier e cerca de 94 a 95 por cento segundo Mauriac, pelas relações sexuaes, é claro que o contagio pelas manifestações lei ciarias se dará muito difíioiImonte. 3.a iVestes últimos tempos tem-se citado casos de contagio por manifestações syphiliticas terciárias. Landouzy relatou no Congresso Internacional de Dermatologia e Syphiligraphia que se reunio no anuo de 1889 em Pariz, um caso de ulceração gom- mosa da glande em um indivíduo cuja infecção datava de cerca de vinte annos, produsindo a conta- minação syphilitica. Mauriac cita um caso de um homem que 9 annos e G mezes depois do accidente primitivo transmittio a syphilis a sua mulher. 4*.a As syphilis malignas precoces quanto a sua fórma não são senão typos de lesões terciárias. No emtanto ninguém seria capaz de crer que lesões onde a syphilis se apresenta com a maxima 16 malignidade não contenham o agente conlaminanle e portanto sejam innocuas. 5.a Ninguém póde dizei1 quando terminam as manifestações secundarias da svphiIis e quando começam as terciárias, e portanto poderia haver casos de contagiosidade pela svphilis lerciaria que fossem levados á conta da syphilis secundaria. Cumpre-nos lembrar que durante trinta annos diversos syphilographos, entre elles o grande Ri- co rd, sustentaram a não contagiosidade dos acci- denles secundários e que existem casos de não contagiosidade em pessoas injecladas com o sangue de indivíduos em plena syphilis secundaria. Ninguém ignora a memorável experiencia de trez médicos italianos, Bargione, Rosi e Passigli, que, injectados pelo Professor Pellizzari (de Florença) com o sangue de uma mulher em plena syphilis secundaria, os dois últimos d’estes médicos não foram contaminados. Resta-nos dizer que já se começa a estudar a acção de umas toxinas sobre as outras e que algumas 17 d’ellas destroem o poder toxico de outras e que por isso são chamadas anli-toxinas. Não será portanto para admirar se tTaqni a algum tempo procurar-se explicar a acção henefica da erysipela na syphiIis pela acção anlitoxica das toxinas elaboradas pelo germem responsável pela erysipela e n’esle caso cessará toda a disputa em relação á syphilis lerciarias. A elevação artificial da temperatura d’um animal previamenle inoculado com um microbio determi- nado augmenta sua resistência cá infecção. VValter diz que, submellendo-se, um coelho injec- tado pelo pneumococcus ao aquecimento, este coelho vive por ma is tempo do que os coelhos testemunhas ou mesmo resiste e sobrevive, affirmam Levy e Bichler. Hildebrandt assegura que elevando-se a 41° a temperatura d’um animal a invertina não o mata 18 em doses que em outras condições são mortacs para elie em algumas semanas. As experiencias deMaurel provam que os leuco- cylos attingem seo máximo de actividade entre 39° a 40° no homem. Mas a febre não consiste somente na elevação da temperatura; ella traz outras modificações para o organismo; elle combure maior quantidade de matéria e maior quantidade de produelos é elimi- nada pela urina e pelo suor e portanto o orga- nismo põde mais facilmente se desembaraçar de substancias que estejam nJelle accumuladas e que em outras condições seria mais diíficil de serem eliminadas. Assim a febre é um dos faclores que promovem a influencia beneíica da erysipela na syphilis. A erysipela não exerce sua acção proveitosa so- mente na syphilis, como também a syphilis não 19 é somonte influenciada beneíicamente pela ery- sipela. - Kaposi, Volkmann, Bazin viram casos de lupus allenuados pela erysipela, mas, affirmam ellesesta acção não é conslanle. Bazin assegura que «a erysipela é uma das com- plicações mais communs da escrophula; longe de aggravar a moléstia, ella parece antes apressar sua solução favoravel. Já affirmaram que a evolução d’uma tuberculose pulmonar podia ser influenciada favoravelmente pela erysipela; Schoefer é d’esta opinião. São raros porém os que pretendem sustentar tal asserção e factos publicados por Comby em 1893 mostram ser antes nefasta esla influencia. Tem-se visto eczemas, certas ulceras phagede- nicas, cancroides curadas pela erysipela e sua acção curativa sobre os tumores malignos, laes como sar- comas e carcinomas, está hoje melhor demonstrada. Ricord, estudando sua acção sobre o cancro pha- gedenico, diz que considera a « erysipela, sinãocomo 20 o especifico, pelo menos como um poderoso adver- sário do phagedenismo». Assim, pois, confirmada a primeira parle de nosso asserto pela affirmação e pela observação de mestres, passaremos a provar a sua segunda parle, isto é, que a sypliilis não é sómenie influenciada bencficamenle pela erysipela. Mauriac diz que «em geral todos os eslados mór- bidos que se apoderam violenlamenle do organismo e põem em jogo suas synergias reaccionaes, fazem desapparccer com uma rapidez verdadeiramente maravilhosa os accidentessyphiliIicos mesmo graves, profundos e rebeldes á acção therapeulica ». Esle mesmo andor cita um caso de psoriases palmar syphilitieo dos dois lados e Jourjon um de ulcerações syphililicas nas nadegas e nas coxas curados pelo rheumatismo articular agudo. Goré affirma que um caso de psoriases syphilitieo foi curado pela variola, mas que o psoriases voltou depois da cura d’aquella moléstia. Jourjon e Garrigue dizem que se deve inocular á variola em casos de syphilides rebeldes e diz 21 Garrigue « n’isto estou de accôrdo com o meo sábio mestre o Professor Hardy». Diday menciona um caso de melhora de um doente attingidode syphilide escamosa e placas mucosas da lingua, devido a ataques de furunculos com febre: estes ataques repetiram-se oito vezes e em todas ellas os accidenles syphililicos melhoraram notável e ra pidamente. Bassereau, no seo « Tratado das affecções da pelle symptomalicas da syphilis», relata dois casos de erytliema syphililico, dos quaes um foi curado por uma febre phlegmonosa e o outro por uma pneu- monia sobrevindo no decimo dia do exanlheina. Garrigue observou que uma pneumonia fez desapparecer uma syphilide tuberculosa precoce. Do exposto conclue-se pela evidente procedência da segunda conclusão da nossa lhese. Em regra a acção bemfazeja da erysipeia na syphilis de que já nos occupamos, é constante; 22 cumtudo quando ella se desenvolve no curso de uma sypliilis maligna ou na pha.se cachelica da inoíeslia conslitucionaI, diz Mauriac que «é permiltido duvidar-se» d’esla acção. porque a erysipela, parti- cipando das más condições do organismo, revestiria fôrmas graves malignas e cachelicas, que. longe de melhorarem o estado do doente, precipitariam a terminação fatal aniquilando o pouco devida sã que restava ainda no organismo, além de que o proprio organismo «não poderia produsir uma som ma bastante grande de energias sãs » para reparar as desordens que se estavam dando em seo seio. Em apoio d’esla asserção elle diz que o Dr. Mar- telliére, em sua lhese sobre a angina syphilitiea, menciona um caso de morte em um indivíduo por- tador de ulceras syphitilicas do larynge, compli- cadas de angina erysi pela tosa, equeo Dr. Lance- reau, em sua obra sobre a svphilis, refere dois casos de erysipela morlaes em syphiliticos chegados ao periodo cacheiico. (3ai l igue observou um caso em que a erysipela, depois de ler produzido melhora rapida de todas 23 as ulcerações syphiliticas em um indivíduo cache- tico, fel-o succumbir devido ao estado de esgota- mento de seo organismo. Todavia em seo «Tratado das syphilides» o Dr. Gazenave diz ter observado um doente de syphi- lis em que a cachexia já estava estabelecida havia muito tempo e que poude supportar um ataque de cholerina e uma erysipela sem que a saude geral fosse compromellida. Todos estes fados não destroem a regra geral contida em nossa asserção, antes são excepções que a confirmam, e a observação do Dr. Gazenave pode-se considerar como uma doestas verdadeiras surpresas da natureza, cujos segredos excedem, ás vezes, as previsões da sciencia. A acçào curativa da erysipela na syphilis nâo é permanente, definitiva; isto é, depois da cura da erysipela as mesmas lesões da syphilis ou outras da mesma natureza tornam a se manifestar no orga- 24 nisrao em pontos differeutes ou nos mesmos onde se assestavam as lesões que a erysipela fez desappa- recer; ella é passageira, e só dura emquanlo o organismo está sol) a arção concomitante das duas alfecções. Mauriac assegura este lacto e com duas obser- vações confirma a sua asserção. E mais: a erysipela é uma moléstia recidivanle e, longe de conferir a iinmunidade, torna o orga- nismo apto a contrabil-a Iodas as vezes que uma causa qualquer venha estimular a virulência do germen que a produz, cuja persistência no orga- nismo no estado de virulência latente parece com- provada. Estas razões concorrem para não recommeti- da rmos a provocação da erysipela nos casos de syphilis, mesmo porque ninguém podei ia dosar, suspender ou « manter nos limites d’uma acção patbologica exclusivamente salutar», a influencia da erysipela. Nos casos em que set ia mais razoavel esta recom- mendação, traquelles em que a syphilis é compro- 25 metledora e rebelde á acção dos específicos e em que Garriguc e Jourjon recommendavam a inoculação da variola, ninguém poderá prever theoricamente o seo desenlace e portanto sómente a observação clinica apurada e cuidadosa poderá resolver esta questão. Sobre o modesto assumpto da nossa escolha temos perluslrado a serie de considerações sob os diversos pontos de vista, que as nossas poucas luzes sugge- riram, de accordo com a nossa capacidade intel- lectual, deixando os claros para serem mentalmente suppridos pela benevolencia dos doutos. PROPOSIÇÕES fres sobre cada uma das cadeiras do curso de sciencias mediGo=cirurgicas PROPOSIÇÕES I.4 Secção Anatomia Descriptiva I O apparelho cia respiração é constituído por or- gãos múltiplos, que concorrem todos para o grande phenomeno da hematose. II O volume de um doestes orgãos, os pulmões, varia conforme a idade, o sexo e o momento da respiração. III O volume dos pulmões está em relação direeta com a quantidade de ar que conteem. Anatomia Medico-Cihurgica i A aponevrose temporal tem a forma triangular. 30 II De simples que ella é quando se insere na linha curva temporal, desdobra-se em duas folhas em sua inserção na arcada zygomatica. JU Entre estas duas folhas existe um- intervallo quasi sempre cheio de gordura e de fôrma tri- angular. 2.a Secção Histologia 1 Os globulos vermelhos do sangue são muito elás- ticos. II Elles teem uma tendencia notável a se empilhar. UI A agoa pura descora as hemalias. 31 Bacteriologia I O gonococcus de Neisser ou micrococcus gonor- rlieoe é o germen productor da blennorragia e da opbtalmia blennorragica. lí Elle se córa facilmente pelas cores de anilina. III E se descora sempre pelo methodo de Oram. Anatomia e Physiologia Pathologicas I No pulmão adulto as lesões syphiliticas podem se apresentar sob dois typos diíTerentes: a sclerose e as gommas. II As lesões anatomo-pathologicas mais caracle- risticas da sclerose syphililica são as que se ob- servam no feto ou no recem-nascido syphi 1 itico hereditário. 32 III A pneumonia branca de Virchow se reconhece a olho nú pela coloração branca ou rozea salmon das parles doentes. 3.* Secção Physiologia I A troca dos gases entre o ar e o sangue se fax na cavidade pulmonar. lí O aclo respiratório comprehende duas phases: a inspiração e a expiração. III No movimento inspiratorio o thorax se dilata no sentido vertical, antero-poslerior e transversal. Therapfxtica I 0 creosote é facilmente absorvido pelas vias digestivas, pelo tecido cellular e pela pelle. 33 II A sua eliminação se faz pelos pulmões e pelos rins. III E’ muito empregado na tubeiculose pulmonar. 4.a Secção Medícina Legal I O aborto é esponlaneo ou provocado. II O aborto provocado não constitue sempre um acto delictuoso. III O medico legista póde determinar se o aborto foi provocado ou espontâneo. Hygiene I Para saber-se se uma agua é polavei é indispen- sável pralicar-se duas operações: a analyse ehimica e a analyse bacteriológica. 34 II A analyse bacteriológica comprehende duas ope- rações d ifíe rentes; a analyse bacteriológica quanti- tativa e a analyse bacteriológica qualitativa. III Para evitar-se as contaminações accidentaes as amostras dõagoa devem ser recolhidas com todas as precauções possíveis. 5." Secção Patiiologia Cirúrgica - I As queimaduras são lesões que resultam da acção do calor e dos cáusticos sobre os nossos tecidos II O seo prognostico varia segundo sua extensão e a importância dos orgãos atlingidos. 1JI O seo tratamento é relativo á profundidade das lesões. 35 Operações e Apparelhos I A laparotomia é a abertura do abdómen por meio de uma incisão. II Ella é completa ou incompleta. III A laparotomia completa é explorada, final e preliminar. Clixica Cirúrgica (l.a Cadeira) 1 A impossibilidade de descobrir a glande caracte- risa á pbimose. II Ella é quasi sempre congénita. II E pode consistir em uma simples atresia do orifício prepucial. 36 Clinica Cirúrgica (2.a Cadeira) I O mal de Poli. é uma aÍTecção mflammaloria do racliis. II O mal vertebral é uma moleslia especial á infân- cia e a adolescência. III A causa essencial sinão unica do mal vertebral é a presença de massas tuberculosas infiltradas ou enkysladas no corpo das verlebras. 6.a Secção Pathologia Medica I Moleslia do Cruvei!1 Ser, ulcera simples do estô- mago, ulcera perfuranle, ulcus rolundum, são diversas denominações da mesma entidade mórbida. Jl EI la se assesta de preferencia na parede poste- rior do eslomago. 37 Ill A hemorrhagia é uma de suas complicações mais terríveis. CLINICA PROPEDEUTICA I •A auscultação é um methodo de investigação de alto valor diagnostico nas affecçòes pulmonares. II Pôde ser praticada segundo dois melhodos: o mediato e o immediato. III Cada um d'estes melhodos tem vantagens e inconvenientes. Clinica Medica (1.- Cadeira) I A febre lyphica não tem um medicamento espe- cifico. II A balneotlieiapia lern um papel muito impor- tante no tratamento d’esla mofestía. 38 III Em climas como o nosso são preferíveis os banhos mornos aos frios. Clinica Medica (2." Cadeira) I Um dos aecidenles mais terríveis da dothienen- teiici é a perfuração inlestinal. II Além do processo lyphico ulceroso, de que a per- furação é o resullado, ha causas que parecem favo- recer esle accidentef III EIle se localisa quasi sempre no fim do ileon. 7.“ Secção Matéria Medica, Pharmacologia e Arte de Formular I Uma poção compõe-se sempre de ires parles 39 essenciaes, que são: a substancia activa ou basica, o vehiculo ou excipiente e o edulcoranle. II O edulcoranle é quasi sempre um xarope. III Uma poção póde ter além das parles essenciaes duas partes aceessorias, que são o adjuvante e o cor rectivo. Botaxica e Zoologia Medicas I A Cephadis Ipecacuanha é uma planta da tribu das Cafeaceas e da família das Rubiaceas. II Ella é originaria da America do Sul e particu- larmente do Brazil. III A parte da planta empregada em therapeulica é a raiz. 40 Chimíca Medica I Obtêm-se mais geralmente o biclilorureto de mer- cúrio aquecendo-se a banho d'arêa, uma mislura de- chlorurelo de sodio com bisulfalo de mercúrio. II O sublimado corrosivo póde lambem ser prepa- rado dirigindo-se uma corrente de cliloro sobre mercúrio aquecido. III O seo melhor antídoto é a clara do ovo. 8.a Scrção Obstethícia I O cordão umbilical é gordo ou magro segundo a quantidade de gelatina de Wharton. II São diversas as causas productoras das circulares do cordão. 41 111 Eslas podem em certos casos lornar-se um obstá- culo no parto. Clinica Obstétrica e Gynecologica í A intensidade da contracçâo uterina do trabalho do parto está as mais das vezes em relação directa com a dor. II As contracções volunlarias e reflexas dos mús- culos abdominaes não são um factor indispensável do parlo. m As contracções volunlarias dos musculos do esforço acceleram o phenomeno da expulsão. 0/ Secção Clin ÍCA Pedi at RICA I A syphilis congenila é a que o féto recebe direcla- mente de um dos seos progenitores ou de ambos. 42 II EI la póde ser ovular, sanguínea ou mixta. III Póde ser lambem embryonaria ou fetal. 10. Secção Clinica Ophtalmologica - i O augmenio uniforme do volume do tecido orbi- tario póde produsir a exophialmia. II A exophialmia póde também ser produsida pelo crescimento limitado sómente a uma parle do con- teúdo orbitai io. III E póde resultar d'uma reducção do volume da cavidade militaria. 11. Secção Clinica Dermatológica e Syphiligraphica I De Iodas as moleslias venereas a sypliilis é a menos venerea. 43 11 O commercio sexual é o principal meio de trans- missão da syphilis. ílí Na razão de 8 a 12 % o contagio pela syphilis se dá devido a causas estranhas ás relações sexunes. 12. Sícçsío Clinica Psychiatrica e de Moléstias Nervosas I A epilepsia bravais-jacksoniana póde se mani- festar no curso de uma moléstia dos centros ner- vosos. II Póde ser symptomalica de uma manifestação localisada da syphilis. III E póde também ser dependente de moléstias que não aíTeclam sinão indireclamente os centros ner- vosos. Secretaria da Faculdade de Medicina da fla/iia em 0 de Setembro de 1902. 0 Secretario, 'Dr. íMenandro dos Reis [Xfeirelles