Ótâmrn/iteL DO CÁLCIO THESE DE DOUTORAMENTO Approvada com distincção BAHIA—1911 OFFICINAS DA EMPREZA ”A BAHIA” *^er-=' 27 — Praça Castro Alves — 27 BAHIA —1911 FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA THESE Apresentada á Faculdade dè Medicina da Bahia em 31 de outubro de 1911 e defendida em 22 de dezembro do mesmo anno por Euvaldo Diniz Iraplvis, bacharel em sciencias e letras, natural da Bahia, afim de obter o gráo de doutor em medicina, sendo approvada com distincção (gráo 10). DISSERTAÇÃO Cadeira de Chimica Medica DO CÁLCIO PROPOSIÇÕES Três sobre cada uma das cadeiras do curso de sciencias medicas e cirúrgicas BAHIA—1911 FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA MATÉRIAS— DRS. PROFESSORES ORDINÁRIOS E EXTRAORDINÁRIOS Pliyáica medica—Pedco da Luz Caccaòcoòa, João Mactinò da Silva; Cliimica medica—Joòé Olympio de Azevedo, Pedco Luiz Celeòtino; Hiátozia natuzal medica e paiaáitologia— Manoel Auguòto Picajá da Silva, Egaò Moniz Baccetto de Atagão; Anatomia deácziptiva—Joòé Cacnéico de Campoò, Joòé Affonòo de Càcvalhcr; Anatomia miczoácopica—Antonio Pacifico Peceica, Adciano doò Reiò Gocditho; Anatomia medico-cizuzgica, com opetaçõeá e appazelhoá—Foctunato Auguòto da Silva Junioc, Eduacdo Diniz Gonçalveò; Phyóiologia—Manoel Joòé de Acaujo, Joaquim ClimeFio Dantaò Bião; Miczobiologia—Auguòto Cezac Vianna, Auguòto do Couto Maia; Phazmacologia—Antonio Victocio de Acaujo Falcão, Fcanciòco da Luz Caccaòcoòa; Ttiezapeutica— Joòé Eduacdo Fceice de Carvalho Filho, Fcedecieo de Caòtco Rebello Koch; Anatomia e liiátologiapathologicaá—Guilhecme Peceica Rebello, Julio Secgio Palma; Pathologia gçzal—Gonçalo Mòniz Sodcé de Acagão’ Antonio do Peado Valladaeeò; Hygiene—Luiz Anòelmo da Fonòeca, Joòé de Aguiae Coòta Pinto; Medicina legal e toxicologia— Joòitxo Coeeêa Cotiaò, Oòcae Fceice de Caèvalho; Clinica medica —Aniòio Ciecundeò de Carvalho, Fcanciòco Beaulio Peceica, João Ameeico Gaecez Feóeò, Clementino da Rocha Fraga; Clinica cizuzgica•—Antonio Pacheco Mendeò, Beaz Heemenegitdo do Amaeal, Caeloò Feeitaò, Caio Octavio Feeeeiea de Mouca; Clinica obátetzica—Climeeio Caedoòo de. Oliveiea, Menandeo doò Reiò Meieelleò Filho; Clinica oplitalmologica—Fcanciòco doò Santoò Peceica, Clodoaldo de Andeade; Clinica gynecologica — Joòé Adeodato de Souza; Clinica pediatzicg medica e hygiene infantil—Feedeeico de Caòtco Rebello; Clinica pediatzica cizuz- gica e oztliopedia—Alfeedo Feeeeiea de Magalhãeò; Clinica áyphiligzaphica e dezmatologica—Alexandee Evangèliòta de Caòtco Ceequeiea, Albino Aethue da Silva Leitão; Clinica páycliia- tzica e de moleátiaá nezQOàaá—Luiz- Pinto de Carvalho, Macio Cacvalho da Silva Leal; Clinica otozhinolazyngologica—Eduacdo Rodcigueò de Mocaeò; Pathologia medica—Aucelio Rodcigueò Vianna; Pathologia cituzgica — Antonino Baptiòta doò Anjoò; Chimica analytica e induãtzial—Antonio do Amacal Moniz. Pcofeòòoceò em diòponibilidade: Dcò. João E. de Caòtco Cec- queica, Sebaòtião Cacdoòo, Joòé .Rodcigueò da Coòta Docia e Deocleciano Ramoô. Nota—A faculdade não approva nem reprova as opiniões emittidas nesla these. gl MEUS |aes A vós, Pae amoroso e bom, meu orgulho, meu mestre, meu amigo... A vós, Mãe santa e carinhosa, minha adoração, minlia alegria... O MEU AMOR E GRATIDÃO. MEUS |hMAOS Queridas e meigas amizades de sempre... 0 MEU GRANDE AFFECTO. ÍM EIS ET AMICIS Eu quero a sciencia acima dc todos os preconceitos, acima dc todas as rotinas, acima de todos os interesses, acima de todas as fra- quezas ; eu quero a grandeza moral a que temos direito; eu quero a rei- vindicação completado nossos brios de homens e de filhos de um paiz livre; eu aspiro como tudo o que existe no universo, estas perfeições que se chamam ideaes, porém que o exforço humano tem realizado e ha de ir realizando, quero-as para mim, para minha época, para minha patria ! Dr. Manoel Victorino. DISSERTAÇÃO Cadeira de Chimiea Medica 00 CÁLCIO CAPITULO UNICO § I — C AIl LCIO. — Metal diatomico Ca”. Ionte eletropositivo (cathionte) de dupla carga, cal- cionte Ca-j—p. Symbolo Ca (do latim calcium). Pesoatomico 40,1. Equivalente electrochimico 20.77X10-3 (cm relação ao da prata 0,0011183 —Hollard). Hislorico: Foi isolado, em 1808, por I-Iumphry Davy na Inglaterra e por Berzclius e Potin na França; ha sido estudado por Mathiesscn (1855), Liès-Bodart c Jobin (1858), Caron (1860), Moissan (1895), etc. PREPARAÇÃO.—Obtem-òe o cálcio peloó óeguinteó proceóóoó : De Matthieôôen: electrolyóe do chloreto de cálcio fundido, em cadinho de porcelana ; De Lièá-Bodazt e Jobin: reducção do iodeto de cálcio pelo óodio, em cadinho de ferro ; De Cazon: diòtillação da liga calciozinco, ante- doemente obtida, em cadinho de carvão; De Moiááan (mod. do proc. Lièò-Bodaet): eeducção do iodeto de cálcio pelo óodio em exceóóo, com pudficação, retirando o óodio pelo álcool e obtendo o cálcio em eótado ceyótallino. Qualquer preparação do cálcio deve óer reali- zada ao abrigo do oxygeniò, do hydrogenio ou do azoto (Moióóan). 2 PROPRIEDADES.— São principaeò aò òe- guinteò: Organolepticas: Corpo òotido, maiò molle que o zinco e maiò duro que o eòtanho, de cor ama- rella pallida, brilhante naò òuperficieò recenteò . (impuro); ou pulverulento, de cor branca argen- tina e de óuperficie brilhante (Moióòan). Physicas: Denòidade= i.58 (Bunóen) ou= i.85 (Moióòan), riòca o chumbo, não é òenòivelmente vo- látil, é cryòtalliòavel em palhetaò hexagonaeò, apre- òenta um eòpectro caracteriòtico, com doiò grupoò de raiaòintenòaò, no alaranjado e no verde. Chimicas: E’ metal alcalinoterreo, diatomico Ga R 2; Hydroxyda-òe quando expoòto ao ar húmido, , com embaceamento de òuaò òuperficieò brilhanteò; conòetva-òe por muito tempo no ar òecco, acinzen- tando-òe ligeiramente; Aquecido ao ar ou em atmoòphera de oxy- genio, a 3oo°, arde com chamma alva de brilho intenòo e offuòcante, dando oxydo de cálcio CaO, que funde e em parte òe volatiliza; (Projectando li- malha de cálcio numa chamma, o phenomeno é brilhante); Combina-òe ao hydrogenio, em temperatura rubra, dando hydreto de cálcio G a PP;—aoò me- talloideò monoatomicoò, chloro, bromo, iódo, fluot, lentamente a frio, com incandeòcencia pelo aque- cimento prévio, dando oò òaeò halógenoò CaCl2, CaBr2, Ca I2, Ca Fl2; Decompõe a agua, á temperatura ordinaria, vi- vamente, com deòprendimento de hydrogenio e formação de hydrato: Ca+2H20= Ca (OH)2+ H2; 3 Contrae combinação com o enxofre, o phoó- phoro, o aróenico, o antimonio, o òilicio, o carbono, fornecendooô reópectivoó compoótoò;—como azoto, ao vermelho óombrio, incandeòcentemente, dando azoteto de cálcio Ca3 Az2;—com o gaz ammoniaco, ao vermelho, dando hydreto e azoteto de cálcio;— com a ammonia liquida, a—40o, dando o calcio- ammonio, óolido, de reflexos motdotéó; Reage com oò acidoò: lentamente com o azo- tico fumegante, immediatamente com o óulfurico, violentamente com o chlorhydtico, produzindo óaeó; Reduz quer compoótoò oxygenadoó: anhydri- doó phoóphorico, borico, óilicico, carbonoóo, car- bónico, oxydoó de potaóóio, de óodio, de lithio (Moióòan); quer hydrogenadoó: acetyteno, zinco ethyla (Wanklyn); Une-óe a vários metaeó, formando ligaó, e ao mercúrio, originando um amalgama branco. EXISTÊNCIA NATURAL.—O cálcio metal- lico não exióte tal qual na natureza; em multiplaó combinaçõeó eópatha-óe abundantemente portodoó oó reinoò naturaeó. Genese. O ether imponderável, intangível, im- palpável,-energia primeira de todaó aó coióaó,-ori- ginou a nebuloóa ponderável, tangível, palpavel,— reunião primeira da matéria, noò ionteó que òe mo- vimentavam tão rapidamente, com deóprendimento tamanho de calor, que aó combinaçõeó óe faziam impoóóiveió. Pouco a pouco eóóa velocidade óe foi diminuindo, a temperatura foi baixando, té que oó ionteó óe foram agrupando, neutralióando, a pri- meira molécula óe conótituiu, outraó óe óuccede- 4 ram, em compatibilidade com o meio, ainda pouco coheóaó, inótaveió, conòtantemente dióóociaveió. Appareceram, gradatim, aó condenóaçõeó, que, por um movimento de concentração, formaram um núcleo incandeócente, o qual, no óeu gyro pelo eópaço, conduzia como cauda immenòa a parte não condenòada danebuloòa. (Nebuloòa de núcleo lu- minoòo ou incandeócente como oó cometaò). O núcleo incandeócente maió ou menoó allon- gado, no òeu movimento de rotação, gradualmente foi augmentandoj pela alteração de maió moleculaó, conótituindo-óe novoó corpoó, emquanto tomava a forma eópheroidal, com uma atmoóphera gazoóa que o continha quaói concentricamente. (Aótro em ignição como o óol). O eópheroide paótoóo, no movimento óobre óeu eixo, attrahindo para óeu centro de gravidade maió moleculaó gazoóaó, tranóformou-óe, por um ligeiro achatamento em óeuó póloó, no eltipóoide que óe óolidificou pouco a pouco. Eótava conóti- tuido o planeta, em reófriamento e «onde a vida or- gânica óe manifeótou progreóóivamente». Segundo a theoria chimica da formação da terra eótabelecida pelo engenheiro Henri Leni- cque, vejamoó, maió ou menoó em óynopóe, oó phenomenoó que óe óuccederam em noóóo planeta, deísde a condenóação de óua nebuloòa, eópecial- mente com relação ao cálcio, que tão importanteó intervençõeó nelleó teve. Na nebuloòa que óe nucleava aó primeiraó combinaçõeó formadaó foram compoótoó binarioó conótituidoó óucceóóivamente, na ordem de óuaó denóidadeó, peloó metaeó peóadoó com oó metal- 5 loideò não comburenteò. Depoiò vieram aò doò metaeò iníermedioò, oò alcalino-terreoò, entre oò quaeò eòtá o cálcio, para finalmente chegarem aò doò metaeò alcalinoò, oò maiò leveò. O núcleo paòtoòo incandeòcente compunha-òe, eòchematicamente, do centro para a peripheria, de: òulfetoò, phoòphetoò e aròenietoò metallicoó; car- bonetoò e òulfetoò doò metaeò como o ferro e òeuò analogoò; carbonetoò de diveròoò metaeò òuperòa- turadoò de carbono; carbonetoò e òilicetoò doò me- taeò alcalino-terreoò (cálcio, magneòio e alumínio); carbonetoò e òilicetoò doò metaeò alcalinoò (po- taòòio eòodio). Eòta eòphera fluida, incandeòcente, era cercada por uma atmoòphera gazoòa lumincòa, «como aò nuvenò que ãpparecem luminoòaò acima daò gtandeò cidadeò durante a noite», compoòta de uma primeira camada de vaporeò doò corpoò provenienteò daò combinaçõeò do hydrogenio com oò metalloideò comburenteò: o oxygenio aòòim como o chloro e òeuò analogoò, òeja a agua e oò acidoò chlorhydtico, iodhydrico, bromhydrico e jluorhy- drico,—òem contacto com a eòphera incandeòcente (eòtado eòpheroidal doò liquidoò),—e òuperior- mente de azoto e oxygenio livreò. —Pelo reòfriamento, pouco a pouco, o núcleo incandeòcente chegou à temperatura òufficiente para pérmittir a condenòação da parte inferior da atmoòphera. Aò chuvaò d’agua acidulada (H Cl, II Br, III, H Fl), caindo òobre a zona òuperficial do núcleo, decompuzeram oò compoòtoò alcalinoò, com impetuoòidade que repercutiu e meòmo in- tereòòou a camada doò carbonetoò c òilicetoò alca- lino-terreoò. Oò acidoò chlorhydrico, bromhydrico 6 e iodhydrico formaram chloretoò, brometoò, iode- toò de potaòòio' e de òodio. O acido fluorhydrico tranòfonnou-òe em hydroftuo-òilicico, que vae ter interferencia com a diòòolução e cryòtalliòação da òilica e doò òilicatoò. A agua: peloòeu oxygenio vae cooperar na for- mação doò òilicatoò de potaòòio, de òodio e de alu- mínio; pelo seu hydrogenio origina hydrocarbone- tcò, em diveròoò gráoò de carbonetação, maò todoò gazoòoò, pela temperatura elevada reòultante da acção chimica muitiòòima violenta. Oò òilicatoò cobriram, paòòo a paòòo, oò car- bonetoò e òilicetoò òubjacenteò, òupptimindo-lheò a acção d’agua. Oò hydrocarbonetoò, elevando-òe na atmo- òphera, chegaram á camada de oxygenio, onde òe inflammaram, conòtituindo uma photoeòphera lu- minoòa, pairando òobre uma atmoòphera òombria, cheia de hydrocarbonetoò que òubiam para quei- mar, e acido carbonico que deòcia para a terra, vindo augmentar a camada não comburente. (Aò- pecto do òol). Naò depreòòõeò da òuperficie da terra .depo- òitaram-òe oò primeiroò lençoeò d’agua òalgada, oò primeiroò mareò. Em òeguida ao reòfriamento, aò maòòaò grani- ticaò òoffreram phenomenoò de retrahimento, com formação de muitaò fiòòuraò por onde a agua pene- trava, indo atacar aò camadaò profundaò doò òili- cetoò e carbonetoò, com reacçõeò analogaò àò pri- meiraò, produzindo levantamentoò doò granitoò e doò gneiòò e eòcoamento daò rochaò porphyricaò fundidaò ao calor daò reacçõeò. 7 —Depoiò a calma òeeòtabeleceu gradualmente; . o reòfriamento continuou, e o vapor d’agua con- denòou-òe para diluir a òalòugem doò mateò naò parteò baixaò e para formar oò lagoò d’agua doce naò parteò altaò doò continenteò graniticoò ou por- phyricoò emeròoò. A atmoòphera continha acido carbonico em predominância òobre oò outro.ò gazeò, oxygenio e azoto. Manifeótou-òe então a vida, n’agua reòfriada, «milhareò de òeculoò anteò de poder maríifeòtar-òe no ar». Oò primeiroò òereò, vegetaeò e animaeò, foram aquaticoò. No primeiro periodo da vida aquatica (anteò da erupção calcea), oò organiòmoò vivoò que povoaram aò aguaò eram completamente molleò; depoiò appareceram oò pebceò cartila- ginoòoò. A terra, reòfriando-òe òempre, experimentava phenomenoò de contracção e de retracção, que abriam paòòagenò à agua òuperficial, a qual aòòim penetrava naò camadaò ainda virgenò de òeu con- tacto. A primeira deòòaò, então, foi a doò carbonetoò alcalino-terreoò (cálcio, magneòio, aluminio, com predominância do cálcio) òeguida da doò carbo- netoò, òuperòaturadoò de carbono, de metaeò di- veròoò (ferro, etc.). A terra era como «o reòervatorio de tampada de acetyleno»: continha, òob o envolucro de rochaò òilicatadaò òolidaò, reòervaò conòideraveiò de car- boneto de cálcio, provavelmente maiò rico em carbono que o obtido actualmente pela induò- tria. Ao pôr-òe a agua em contacto com o carbo- neto d3 cálcio, originou-òe um hydrocarboneto 8 (acetyleno) ao meómo tempo que o cálcio òe oxy- dava, dando cal cauòtica. Se a fenda por onde a agua penetcava era muito larga, e principalmente òe exiòtia outro orifício de eòcapamento, a reacção ôe paòòava com calma relativa: a erupção do gaz elava-òe lenta- mente, o eòcoamento do leite de cal maiò ou menoò paòtoòo fazia-òe intermittentemente. Se eram fiòòuraò eòtreitaò aò paòòágenò abertas áò aguaò, então oò gazeò, tendo grandeò difficul- elaeleò para òe eòcaparem, produziam ten.sõe.s inte- rioreó incommenòuraveiò, que levantavam uma parte ela croãta terreòtre, provocando deòlocaçõeò de toela eòpecie e em diveróoó òentidoò. O acetyleno aòóim deóprendido inflammava-ãe chegando áò regiõeò comburenteò ela atmdòphera, injlammação expontânea facilmente explicável pela preóença ele algumaò pârcellaò ele hydrogenio phoòphorado em meio ao hyelrogenio carbonetado. A cal, òaindo intermittentemente, eòpalhava-òe em lençol òobre aò encoòtaò ela fenda ele eòcoa- mento, tendendo a occupar aò dèpreòòôeò exiòtenteò noòterrenoò ciòcumviòinhoò. Ha duaò ciecumòtan- ciaò adifferençar ahi: a erupção dava-òe em terreno emeròo, ou òob a agua. Na primeira, a cal derramaria a cada erupção diòtendia-òe em camada paòtoòa, que logo òoffria a acção da atmoòphera ele acielo carbonico, peo- duzindo em òua òuperficie uma pellicula ele carbo- nato ele cálcio, a qual não ôó demorava o ataque a toda amaòòa, reòguatdanelo aò camadaò profundaò, como impedia a adhereneia ela cal lançada pela erupção òeguinte. Formatam-òe por eòte moelo aò 9 camadaò eòtcatificadaò do calcaceo oxfocdiano. E como ainda òe paòòavam no òolo numecoòaò convulòõeò, eòòaò camadaò de calcaceo incomple- tamente cacbonatadaò, poctanto ainda plaòticaò, òoffcecam encceòpamentoò, fcanzidoò maiò ou menoò òinuoòoò. Na òegunda ciccumòtancia, o leite de cal che- gando n’agua coma paca o fundo, deòtcuindo em òua paòòagem toda a vida ocganica, vegetal e animal; cacbonatava-òe maiò ou menoò completa- mente áò cuòtaò do acido cacbonico diòòolvido nagua, o calcaceo diòòolvendo-òe em pade na meòma agua, que o eòpalhava poc todaò aò com- municaçõeò, e òedimentando-òe, em pocção pcin- cipal, embaixo do vulcão calcico. Conòtituicam-òe camadaò òedimentaceò de calcaceo. Daò ecupçõeò calceaò ceòultacam, poiò, duaò eòpecieò de calcaceoò: uma em camadaò eòtcatifi- cadaò òupecpoòtaò, no òolo emecòo; outca em depo- òitoò òedimentaceò, no fundo d'agua. Só então, apcoveitando-òe do calcaceo diòòol- vido n’agua, oò molluòcoò focmacam òuaò cacapaçaò e oò peixeò oòòificacam òuaò cadilagenò. Oò phoòphatoò que eòteò neceòòitacam paca òeu eòqueleto pcoviecam daò aguaò calceaò tam- bém, pela combinação ahi do acido phoòphocico cahido com aò chuvaò e ceòultante da queima do hydcogenio phoòphocado gazoòo, pcoveniente eòte da decompoòição doò phoòphatoò alcalinoò pela agua. Também com eòteò immenòoò phenomenoò atmoòphecicoò fizecam-òe combinaçõeò do azoto com o hydcogenio e o oxygenio, iòto é, òucgicam t.—3 10 o acido azotico e a ammonia, que ociginacam poc óua vez novoó compoòtoò. Aó aguaó, óacudidaó pelaó convulóõeò do óolo teccaqueo, cobciam oca eóta oca aquella pacte (épocaó de immecóão e emecòão doó continenteó), levando-lheó oó elementoò fectilióanteó que conti- nham. Natecca aóóim adubada, e com o caloc ainda elevado que ceinava, bcotou uma vegetação intenóa, deóenvolvendo-óe no ac óeeeo, húmido e caccegado de anhydcido cacbonicõ, que focnecia em pcofuóão aoó vegetaeó o cacbono de que neceóòitavam òuaò cellulaò. Deótaò maneicaò foi o acgcadativamente deòem- bacaçado do acido cacbonico: de um lado pela cal, que lhe aboocveu gcandeó quantidadeó; do outco pelaó cellulaò vegetaeó, que fixacam o cacbono, dando á atmoópheca o oxygenio puco. «Chegou o momento em que a compoóição do ac atmoóphecico óe tocnou analoga á do ac ceópi- cavel actual: a vida animal aecea foi poóóivel; appa- ceceu óob aó focmaó que, pactindo doó amphibioó- ceptilianoó, tecminam no homem, óeguindo uma pcogceóóão de que hoje faltam poucoó tecmoó. «Foi à appacição da cal que óe deveu o pcimeico pcogceóóo na vida ocganica; foi a cal que, tcanófoc- mando-óe em calcaceo, deu aoó óeceó vivoó pcimei- camente óuaó cacapaçaó, depoió óeuó eóqueletoó, intecno e extecno; foi a cal que abóocveu o gcande exceóóo de acido cacbonico da atmoópheca paca dac-ihe uma compoóição pecmittindo a vida aoó vegetaeó, oó quaeó tecminacam a pucificação do ac e conóinticam a vida animal aecea. «Eóta enocme quantidade de cal, continha o 11 dr. Lenicque, não póde provir da deócalcificação daò rochaò primitivaò, veiu daò camadaò maiò pro- fundaò e òua geneòe é explicada por minha theoria, aòòim como aò conòequenciaò de òua vida. «Naò primeiraò erupçõeò calcicaò, aò torrenteò de cal apenaò encontraram organiòmoò molleò ou cartilaginoòoò: não encerram foòòeiò, viòto como a cal deòtruiu aò materiaò organicaò molleò que englobou. «Porém, como o meòmo phenomeno de eru- pçõeò calcicaò òe reproduziu em variaò épocaò geologicaò poòterioreò, encontraram ellaò na terra e naò aguaò òêreò organiòadoò òuperioreò aoò orga- niòmoò primitivoò e foi aòòim que òe conòtituiram oò foòòeiò diveròoò daò differenteò rochaò cal- careaò.» Aòòim òe formaram oò calcareoò carapaceoò: a cal deòtruia aò parteò molleò e cartilaginoòaò doò animaeò, òoldando aò carapaçaò doò molluòcoò e oò oòòoò e denteò doò peixeò, doò amphibioò e doò > vertebradoò. —Oò marmoreò devem a òua formação a uma chegada de agua quente òuperòaturadã de acido carbonico, òob preòòão, òobre uma rocha calcarea. Atraveòòando tentamente a rocha, a agua òuperòa- tura-òe de carbonato de cálcio, diòòolvido no eòtado de bicarbonato, aòòim como diòòolve certoò òaeò metallicoò, como oòeòquicarbonato de ferro. Depoiò vae perdendo, lentamente também, o exceòòo de acido carbonico, emquanto o calcareo cryòtalliòa em maòòa òolida e compacta e em òeguida ao reòfria- mento lento d’agua em que eòtá diòòolvido. Aò diveròaò coloraçõeò do mármore òão devidaò 12 a oxydoò metallicoò, provenienteò doò carbonatoò metallicoò anteriormente diòòolvidoò n’agua mãe de cryòtallização; oò veioò òão produzidoò peloò movimentoò lentoò doò liquidoò que, durante o reòfriamento, òobem ou deòcem na maòòa, pelaò differençaò de denòidade que ceóultam do ceófcia- mento. A divecòidade de conòiótencia doò vadoò caebo- natoò de cálcio ccyòtallizadoò é conòequente unica- mente daò condiçõeò diffecenteò de tempecatuca, pceòòão e ceòfdamento que acompanharam a cryò- tallização. —Conhecida fica, pela theoria de Henri Leni- cque, de cujaò palavraò noò valêmoò, para perfeita comprehenóão, em algumaò daò linhaò atraz,—a geneòe do cálcio e daò principaeò rochaò de òeuò compoòtoò, no planeta que habitamoò. APPLICAÇÕES.—O metal cálcio tem limi- tado emprego chimico. ,~.Í PROPRIEDADES PHYSIOLOGICAS importância biologica. Reòalta dia a dia a importância do cálcio noò phenomenoò da vida, em complexidade de acçõeò que òe valoriòam de modo evidente e òe vão parecendo meòrno eòpecificaò. Não é de muito que data o conhecimento da interferencia doò òaeò mineraeò naò manifeòtaçõeò vitaeò, e de menoò é o do papel que entre elleò eòtá conferido aoò do cálcio, julgadoò até bem pouco de valor chimico òecundario, como òimpleò factoreò de òupporte. 13 Oò eòtudoò que óe realizam no campo ainda muito virgem, e como tal riquiòòimo de havereò, da chimica biologica, hão trazido á luz daò verdadeò adquiridaò, pelo caminho cedo da experimentação, algumaò contdbuiçõeò valioòaò ao perfeito conhe- cimento daò acçõeò doò ionteò inorganicoò na economia. São elleò conòtituinteò indiópenòaveiò não òó doò elementoò cellulareò como doò humoreò do oc- ganiòmo, fazendo òua intervenção no metaboliòmo ora pelaò variaçõcò phyòicaò levadaò aoò plaòmaò, ora pelaò operaçõeò chimiçaò que occaòionam, garantindo a vitalidade, expreòòão òuperior do chimiòmo intimo da cellula, unidade vital. cyclo vital. O cálcio, exiòtente na òuperficie da terra òob aò formaò de carbonatoò, de phoòphatoò, de òulfatoò, de azotatoò, de fluoretoò, de chloretoò, etc., quer em eòtado òolido quer diòòolvido n’agua, —é abòorvido e aòòimilado peloò vegetaeò, que o incorporam a òeuò elementoò cellulareò ou o diòperòam por òeuò liquidoò phyòiologicoò ou plaòmaò, ligando-o em combinaçõeò organicaò complexaò ou conòervando-o no eòtado primeiro da offerta. Oò òêreò vegetaeò òatiòfazem, poiò, òeu deòejo de cálcio extrahindo eòte elemento biody- namico de òeuò compoòtoò inorganicoò ou mineraeò naturaeò. Fixam o cálcio eòpecialmente noò tecidoò celluloòicoò; é a baòe maiò particularmente abun- dante daò parteò folliaceaò (A. Gautier). Concen- tram-no naò òementeò, fazendo emigrar para ellaò oò phoòphatoò da haòte e daò folhaò (Iòidore Pierre), provavelmente indiòpenòaveiò á conòervação da eòpecie (Gaube). 14 Oó animaeò óuppcem òua neceòòidade de cálcio noò alimentoò, mocmente oò vegetaeó, e ahi em união com aò mateciaò pcoteicaò (oó phoòphatoò), e também n’agua potável, em combinaçõeó òalinaò (cacbonatoò). Depoiò de apcoveitacem-no conveni- entemente, abandonam-no ao òolo, òob aò fócmaò meòmaò que òecvicam áò plantaò (phoòphatoò, òul- fatoò, cacbonatoò, etc.). ORIGENS E ABSORPSÃO PELO ORGANISMO. O OCg a- niòmo humano, como todo ocganiòmo vivo, tem neceòòidade, paca òeu deòenvolvimento e òua con' ôecvação, individual e da eòpecie, de nutcic-òe, neòta nutcição incluindo aò òubòtanciaò minecaeò (expò. de Liebig, de Focòtec e outcoò), dentce aò quaeò figuca em pcimeico plano o cálcio, de abòo- luta indiòpenòabilidade. Eòte òe offecece como alimento á economia òob vaciaò focmaò. Oò vegetaeó òão òeu pceòtimoòo poctadoc, em òuppoòtaò combinaçõeó complexaò e inòtaveiò com aò òubòtanciaò ocganicaò, contendo eòpecialmente phoòphatoò. Oò alimentoò animaeò também noò dão um pouco do cálcio de que cacecêmoò, não òó em com- binaçõeò ocganicaò como em òaeò òoluveiò. Ainda a agua que bebemoò é um intcoductoc do cálcio em noòòo ocganiòmo, pelaò combinaçõeó minecaeò que encecca commumente: bicacbonatoò, fluocetoò, òulfatoò. E’ paca o ocganiòmo jovem que òe faz maioc a pceciòão de cálcio, poc iòòo que é eòte collabocadoc na edificação òomatica, poc uma alta poccella, e, podemoò dizec, no mecaniòmo phyòiologico, poc 1 ô modo que òe não conhece bem, maò que òe vae vedficando de muita relevância. Ao recemnaòcido fornce o leite toda a cação calcea, com oò o,g>-243 que contém poc ioo pacteò de òubòtancia òecca (Bunge). A quantidade de cálcio utilizada pela cciança é bem grande, como òe pode julgac pelo facto de que o òeu eòqueleto, durante o primeiro anno, augmenta cerca de um kilograrnma, portanto que ella fixa por òernana, durante eòòe tempo, cinco a òeiò gcammaò de phoòphato de cálcio. O adoleòcente, ainda em pleno deòenvolvi- mento e não maiò em regimen lácteo, encontra o cálcio ncò alimentoò organicoò, vegetaeò e animaeò e também n’agua potável. O Dr. G. Bunge, verifi- cando que eòte elemento era o componente mineral que noò alimentoò exiòtia em menor quantidade comparativamente ao leite, eòtabeleceu que « a cal é, poiò, a unica òubòtancia inorgânica que noò deve pceoccupat na eòcolha doò alimentoò da criança». No quadro que organiòou òobce o valor em òaeò mi- necaeò doò alimentoò, relacionadoò á cal, figura eòta, para ioo parteò de òubòtancia òecca, em: carne de boi 0,029, trigo o,o65, batataò 0,100, clara do ovo 0,13o, ervilhaò 0,137, leite de mulher 0,245, gemma do ovo o,38o, leite de vacca 1,51. E com- menta: «Uma alimentação compoòta excluòiva- mente de pão e carne não fornece provavelmente á criança a quantidade de cal òufficiente á formação de òeu eòqueleto. «Aò legumiòoòaò contem-na maiò; porém o unico alimento cujo valor em cal equivale ao do leite é a gemma do ovo. Dever-òe-ápoiò dal-a áò criançaò noò caòoò em que o leite falte ou não òeja òupportado ». 10 O adulto, completo em deòenvolvimento, òup- pre-òe noò alimentoò organicoò, talvez melhor do que noò óaeò contidoò n’agua, por encontral-o em condiçõeò de maiò facil aproveitamento,-—do cálcio preciòo á reparação daò perdaò catabolicaò e ao deòempenho de certaò funcçõeó. São accordeò oò autoreò em acceitar combina- çõeò organicaò do cálcio, embora não òe aò conheça bem. Julga-òe exiòtam na aòòociação, na união de óaeò calceoò áò materiaò proteicaò; talvez meòmo verdadeiraò combinaçõeò. Aòòim òetiam eòtaò aò aproveitadaò pelo orga- niòmo em òua calcigenia, por iòòo que preferimoò e valemo-noò em noòòa nutrição daò òubòtanciaò de maiò facil adaptação, de maiò prompta aòòimila- ção, já prediòpoòtaò a òer uòadaò, ou melhor òendo menoò trabalhoòaò no preparo que devem òoffrer para òervir á economia. Tem-òe diòcutido òe oò òaeò calceoò contidoò n’agua potável participam ou não de noòòa nutri- ção, iòto é òe o noòòo organiòmo delleò òe utiliza na òatiòfação de òuaò neceòòidadeò em cálcio. Se algunò têm negado o valor nutriente doò òaeò calceoò d’agua, outroò hão levado ao exagero o papel que de facto repreòentam na nutrição mi- neral do organiòmo. Diveròaò experienciaò effectuaram-òe e inferi- ram-òevariaò deducçõeò òobre o aòòumpto. Aò experienciaò de Choòòat, de Bouòòingault, de Kemmerick, de Foròter e outroò, demonòtraram que oò òaeò contidoò n’agua òão perfeitamente ab- òorvidoò e aòòimiladoò. Choòòat tendo nutrido pomboò com trigo eò- 17 colhido contendo cálcio em quantidade inóuffi- ciente para a oóóificação, obóervou que depoió de algum tempo deóte regímen oó pomboó bebiam maió agua do que anteriormente; do que con- cluiu que oó pomboó procuravam aóóim comple- tar, áó cuótaó doó óaeó dióóolvidoó n'agua, o cálcio que lheó faltava noó*alimentoó. Não óe lheó dando cálcio, óeuó oóóoó permaneciam frageió, óeuó eó- queletoó óe não formavam bem. Bouóóingault tomou treó bacorinhoó, da meó- ma barriga equaói do meómo peóo; óacrificou. doió, doóando a cal do eóqueleto; nutriu o terceiro com batataó, de valor em cálcio anteriormente conhe- cido, e com agua. No fim de noventa e treó diaó óacri- ficou-o também, analyóando a cal contida no eó- queleto. Pelaó cifraó daó analyóeó achou que eóte neceóóitara paraóeu creócimento, no praóo em que óobreviveu aoó irmãoó, de 140 grammaó de cal. Conóiderando que na alimentação óolida que recebera, o terceiro bacorinho levára apenaó 98 grammaó de cal, Bouóóingault concluiu que aó 42 grammaó excedenteó tinham óido fornecidaó peloó óaeó calceoó d’agua de beber. Para contraprova, verificara que a agua forne- cida continha 180 grammaó de cal, quantidade que addicionada á doó alimentoó óolidoó (98 gró.) per- fazia o total de 278 grammaó. Por outro lado doóou a cal contida 11a totalidade doó excrementoó e da urina em 116 grammaó, porção que óommada á en- contrada no eóqueleto (de 140 gró.) dá o total de *156 grammaó. Aó 22 grammaó reótanteó cotreópondiam á cal fixada naó parteó molleó do animal—muóculoó, 18 glandulaó, maóóa cerebral, tegumentoó, etc.—de nova formação. Kemmerick, em experienciaó no homem e em cãeò, demonótrou também que o cálcio é abóorvido meémo quando fornecido óob a fórma de óaeó inor- ganicoó, peloó alimentoó (phoóphatoó contidoó no reòiduo da incineração do caldo de carne) e pela agua de beber. J. Foróter, por óuaó experienciaó em ratoó, pomboó e cãeó, provou a neceóóidade doó elemen- toó mineraeó na alimentação, chegando á verifi- cação de que oó animaeò privadoá de materiaò mineraeó óe comportam quaói como quando óub- mettidoó á abòtinencia abóoluta de alimentoó. Não ha que duvidar, deante de tão conclu- denteó experienciaó, que oó óaeó mineraeó de cálcio, como oó exiótentró n’agua potável, inter- vêm de modo manifeóto e bemfazejo na nutrição de noóóo organiómo. Menoó intereóóante que aquellaó não é a inter- pretação dada pelo profeóóot A. Gautier daó ra- çõeó alimentareó relativamente ao cálcio d'1 agua de beber. Eócreveu: «... e não óe duvide que a agua de noóóaó bebidaó participa ainda á conótituição e á forma- ção de noóóoó tecidoó, por óeuó óaeó mineraeó, pelo menoó em certaó condiçõeó no adulto, em todoó oó caóoó no curóo do petiodo de deóenvolvimento doó jovenó animaeó. «Com effeito um homem, do naócimento aoó dezoite ou vinte annoó, conótróe óeu eóqueleto. Si óe leva em conta que oó oóóoó freócoó contêm 36 p. ioo de cal e que oó materiaeó mineraeó do 10 eóqueleto e doó tecidoó molleó do adulto peóam ceccade 3ooo gcammaó, vê-òe que um homem feito armazena no mínimo 1080 gcammaó de cal em dez- oito annoò, óeja em medida o gr. i5o de cal poc dia. «Não étudo; a cciança e o adoleòeente perdem em media pelaò urinaó daó vinte e quatro hocaó o gr. 310 de cal e regei tam ainda o gr. 440 com óeuó excrementoò. Aó neceóóidadeó diaciaó em cal òerão conòequentemente: CaO Paca a formação do eóqueleto.... o. 15o Pecdida pelaó urinaó o.3io « « fezeó 0.440 Seja o.goo «Oca, o adoleòeente cecebe diaciamente poc óua alimentação media: CaO Poc 260 gcó. de carne fceóca 0.080- « 420 gcó. de pão o.25o « 60 gcó. de legumeó óeccoó... o. 135 « 25o gcó. de legumeó fceócoó.. o.3oo Seja 0.765 «E’ obeigado, poctanto, a empceótac d’agua c óupplemento decai que lhe falta, óejam pelo menoí o gc. 135 poc dia. Maó em muitoó caóoó a caçãc alimentac é inóufficiente e aó dadivaó de cal mah fcacaó do que indicamoó aqui! «Conòequentemente, eótá vióto, tanto rriaió pee mente ainda a neceóóidade de encontcac n’agui potável a óupplencia de cal indiópenóavel. «No cucóo do peciodo de cceócimento da vid; humana, a agua pacece contcibuic, poió, em peefa so z eco déficit òenòivel doó alimentoó em cálcio, e pco vavelmente também em outcoó elemèntoò mine ca eó maió cacoó (Fe, Fl, Si, Aó). «Paca o adulto, aó neceóóidadeó do eóqueleto óão attenuadaò, deóde que não cceòce maió. Te- cemoó então: CaO Paca cepacac aó pecdaó diaciaó de cal pelaó ucinaó o.3io —A cal pecdida pelaó mateciaó fe- caeó.. o.65o a 0.600 Seja 0.910 «Neóte caóo a alimentação nocmat (não com- pcehendendo a agua) focnece poc dia, viu-óe maió acima, a quantidade de cal óufficiente. Pocém óe ella vem a empobcecec-óe, o pcopcio adulto é obci- gado a buócac pacte da cal de que cacece em óua agua de bebec». E’ poctanto indiócutivel o papel doó óaeó cal- ceoó d'agua na nutcição humana. Faça-óe pouca a óua abóocpção, óe oó alimentoó ocganicoó nol-oó dão baótanteó, ou óe tocne muita, óe outcaó fonteó gottejam ou óe extinguem,—a óua impoctancia mantem-óe óempce elevada e evidente. —Quanto á abóocpção do cálcio não exiótem dadoó pecfeitoó e concludenteó, emboca algumaó obóecvaçõeó e expecienciaó hajam que eóclacecem um tanto o aóóumpto. Relativamente a local, accedita-óe que ella óe paóóa no eótomago (onde deve óec diminuta) e mocmente no duodeno, óegundo Focótec, Voit, Raudnitz, Stokvió. Em celação a focma, tem-óe que ella óe faz eó- SI pecialmente, algunò òcientiòtaò julgam meòmo, òem razão, que excluòivamente, naò eombinaçõeò organicaò doò alimentoò vegetaeò e animaeó. Em- bota òeja eòta a forma maió peculiar ao organiómo e como tal deva óet a melhor aproveitada, òabe-òe que não é unica. Oò òaeò inorganicoò, em particular oò diòòol- vidoò n’agua, paòòam também á corrente òangui- nea. Já deòcrevemoò experienciaò que iòto provam. Se Hoppe-Seyler tinha que «é a cal contida em noòòoò alimentoò que fornece o cálcio a todoò oò noòòoò orgamò, a todo noòòo òyòtema oòòeo», Riòetl conòtatava que «a alimentação permane- cendo a meòma, a quantidade de cálcio contida na urina augmentava òob a influencia da adminiòtra- ção de carbonato de cálcio», tendo òua experiencia, feita no homem òão, verificada no laboratorio de pathologia, no homem doente e confirmada peloò reòultadoò que Rudell obteve identicoò na criança de peito. no òeu methodo therapeutico de tecal- cificação, aconòelhava o emprego doò òaeò inòo- luveiò, carbonato de cálcio e phoòphato tricalcico, com oò quaeò obtinha melhoreò reòultadoò (exce- pção feita do bicarbonato daò aguaò mineraeò). E oò eòtudoò que determinou indicaram que oò òaeò òoluveiò òe òão abòorvidoò com facilidade também òão eliminadoò rapidamente e de modo quaòi in- tegral (talvez pela muita diffuòibilidade), emquanto que oò inòoluveiò òe fixam melhor no organiómo. A opinião de Rudell, admittindo excluòi- vamente o chloreto como forma de abòorpção do 33 cálcio, pela acção do acido chlorhydrico do eóto- mago, não pode óer acceita como definitiva. Aó experiénciaó de Arthuó fizeram ver que o óucco gaótrico impuro deve eóóencialmente òua acidez a compoótoó chloricoó organicoó acidoó, com certaó propriedadeó doó acidoó mineraeó livreó, particularmente do acido chlorhydrico livre (en- contrado no óucco gaótrico puro). Ióto leva a crêr que não é o acido chlorhydrico do eótomago o prin- cipal tranóformador doó óaeó de cálcio inóoluveió, embora óe tenha que oó meioó acidoó (HC1) faci- litam-lheó a óolução. Oó trabalhoó de Vaudin, provando o papel doó hydratoó de carbono na utilióação doó óaeó inóo- luveió pelo organiómo, e comprovadoó em relação aoóóaeó terreoó (mióturadoó ao amylo e óubmettidoó á acção da óaliva)—levaram a admitttr uma combi- nação organica do cálcio com um hydrato de carbono, no curóo da hydrolyóe daó materiaó amy- laceaó. Herzfeld eótudou a combinação definida do cálcio com a maltoóe, óoluvel em preóença dum exceóóo de maltoóe, e goóandò da propriedade particularmente intereóóante de dar carbonato de cálcio quando óubmettida á acção do acido carbó- nico. Tem-óe aóóim que o cálcio é abóorvido no eó- tado de combinação organica, dióóociavel na corrente óanguinea pelo acido carbonico, com formação de carbonato de cálcio, que óe dióóolve no exceóóo acido (bicarbonato). Para o óangue têm paóóagem talvez, afóra oó compoótoó organicoó, o chloreto, o bicarbonato, o phoóphato acido, o chlorydrophoóphato, o ftuo- phoóphato. 23 Abóotvido o cálcio, eil-ona torrente circulatória deóejoóo- de preótar á economia óeuò óetviçoó de valor. preparo e distribuição pelo organismo. Na qua- lidade em que é abóotvido, o cálcio óetá aóói- milado pelaó cellulaó do organiòmo? E’ queótão que eópeta de futuraó expetimen- taçõeó, no difficilimo te treno da chimica biologica, a teóolução inóophiómavet doó factoó. Quét noó parecer que o noóóo organiòmo não òe vale daò óubòtanciaò alimentareò tal qual ellaò òão abóorvidaò. Si ha um preparo que chamaremoò exterior, funcção do apparelho digeótivo, e deóti- nado a tornar abóorviveió oó alimentoò ingeridoò, —crêmoò haja outro preparo que diremoô interior, funcção do apparelho endoctinico, e reòervado a tornar aòòimilaveiò oó alimentoó abóorvidoó. Aóóim conóidetando teriamoò que o cálcio, abóorvido provavelmente depoió de influenciado pe]oó óuccoó digeótivoó (acido chlorhydrico no eótomago) ou peloó productoó da acçâo déóteó óobre oó alimentoó (hydratoó de carbono, maltoóe) e eópalhado na torrente circulatória, óoffte daó glandulaó endoctinicaó, pelaó acçõeó que deóco- nhecemoó por ora, a modificação que o torna apto á nutrição do organiòmo. Eótá óendo levantado, peloó modernoó eótudoó de phyóiologia, o véo que encobre o trabalho daó chamadaó glandulaó de óecreção interna, glandulaó vaóculazeá óanguineaó, orgamó todaó de um appa- relho eópecial, o endoctinico, cuja funcção é dirigir a nutrição geral, pela interferencia mui particular no chimiómo doó elementoó cellulareó. 34 Eòtabelecem-òe deóte modo aò coordenaçõeò chimicaò do organiòmo, garantidoraò, por òua vez, da coordenação vital. Starling, com muitoò outroò, acredita na exiò- tencia de òubòtanciaò eòpeciaeò, capazeò de reagir por òuaò propriedadeò chimicaò òobre aò materiaò conòtitutivaò doò elementoò anatomicoò, provocan- do-lheò o funccionamento. Chamou-aò hotmonoô (excitadoreò), por eòtar òeu caracter eòpecial, òua eòpecificidade deacção, dellaò, emòerem excitanteò directoò de funcçõeò. Pode-òe acceitar que eòtaò òubòtanciaò maiò não òejam que oò materiaeò de nutrição de noòòo organiòmo, em condiçõeò chimicaò de perfeita actividade: combinando-òe para aò conòtrucçõeò organicaò (morphogenia), reagindo-òe para aò ma- nifeòtaçõeò funccionaeò (energetica). Seriam maiò hazmoáonoá (adaptadoreò, reguladoreò), viòto òer- virem á harmonia da vida, pela contribuição á perfectibitidade doò orgamò e á regularidade daò funcçõeò. Oò orgamò endocrinicoò òerão talvez verda- deiroò geradoreò electricoò a carregar poòitiva ou negativamente, ou cubaò de electrolyòe a diòòociar para o anodio ou o cathodio—como òolicitaòòe o organiòmo, na execução deòte ou daquelle acto, oò granuloò colloidaeò daò materiaò proteicaò ou oò ionteò doò òaeò, todoò oò quaeò, como cargaò de òignal poòitivo ou negativo, têm determinadaò acçõeò em face doò elementoò cellulareò, que outraò cargaò repreoentam. O phenomeno geral da nutrição — mecaniòmo caracteriòtico da vida — comprehenderia oò òe- S5 guinteò actoò, de integração e deòintegração. em òeu cycto completo : Ingeòtão Excreção Digeòtão Secreção Abòorpção Selecção Circulação Harmoòonização Circulação Aòòimilaçâo ou anaboliòmo Deòaòòimilação ou cataboliómo Nutrição ou metaboliómo O cálcio diòtribue-òe pelo organiòmo, em eòtado aòòimilavel—iontizado, hormoòonizado ou harmoòonizado,—áò cuòtaò do endocriniòmo. A eòpecialiòação de funcçõeò é conóequencia daò differenciaçõeò cellulareô doò orgamò e, aóòim, deve encarregar-óe cada qual daò glandulaò endo- crinicaò de preparar ou adaptar determinadoò cor- poò, com deòtino a finò também determinadoò. Ha certamente orgamò prepoòtoò á harmoòo- nização do cálcio de que o organiòmo neceòòita para òeu metaboliómo. Dentre elteò òobreòahem, como primeiroò que foram conòtatadoò e têm òido melhor eòtudadoò, oò thyreoideoò, noò quaeò òe reconhecem eòtreitaò relaçõeò com oò movimento ò do cálcio. Entretanto òe peloò dadoò colhidoò na clinica e naò pathologia e phyòiologia experimen- taeò, dá-òe o papel de regulador calceo do orga- niòmo áò glandulaò thyreoideaò—ainda diòcutivel 3G óe á thyreoide, óe áó parathyreoideó, ou òe a todaò, —nada óe pode affiançar quanto a óerem o unico calciregulador e como obram intimamente. Moraczewóki, Mac-Callum, Parhon e Papi- nian, Gauthier, Sabbatani, Bayon, Loeb, Lévi e Rothóchild, Silveótri e Toóati e maió autoreó, unò em óuaó experienciaó diveróamente realióadaó, ou- troó em obóervaçõeó cuidadaó, determinaram a fun- cção doó orgamó thyreoideoó na fixação do catcio peto organiómo. Noó animaeó thyreoidectomiòadoò óurgem em- baraçoó trophicoó manifeòtoò, eópeciatmente com enfraquecimento ou parada do creócimento, pela pouca ou nenhuma deóenvoltura do eóqueleto, de- vido á falta de cálcio não aóóimilavel; netteó o óan- gue diminue a coagutabilidade, aó fracturaó oóóeaó não conóolidam ou o fazem difficilmente, óobre- vêm embaraçoó nervoóoó, etc. Naó criançaó ou noó jovenó, aóóim como noó adultoó, em que atteraçõeó da glandula thyreoidea exiótem, manifeótam-óe aó óyndromeó de atro- phiómo, de dyótrophia ou de hypotrophia (Variot): rachitiómo, mixedema, infantiliómo, oóteomalacia, etc., caracterióadaó por uma falta calcea do orga- niómo, falta eóta que não óó interfere com a oóóifi- cação e o creócimento do eóqueleto, maó também óe faz óentir em outroó terrenoó organicoó, mor- mente o óanguineo (hemophilia, purpura, etc.), o nervoóo e o mental (tetania, eópaómophilia, epile- póia, etc.). Pela diminuição ou óuppreóóão funccional thyreoidea, inótalla-óe o déficit calceo pela inhar- moóonização ou inaóóimilação do catcio. Conóequentemente a auôencia deóte elemento no organiómo pode ter duaó origenó: uma é a óua óuppreóóão noò alimentoó e decorrentamente ne- nhuma abóorpção, ouapenaó, em caóoó éópeciaeó, a inexiótencia deòta; outra é a falta de cálcio hat- moóonizado, pela abolição daó funcçõeò endocri- nicaó. Juótificam-óe, com eòta maneira de conóiderar, oó reóultadoó obtidoò com aopotherapia thyreoidea em certoó caóoó, com o tratamento calcificante em outroó. Maò... òea thyreoide tem como funcção nor- mal a fixação regular do cálcio, também pode por hyperfunccionamento occaóionar uma eliminação exagerada deóte elemento, no penóar de algunò autoreô. Aóóim Scordo eFranchini encontraram-na na ôyndrome de Baòedow, conóiderada como re- óultante de uma hyperthyreoidia; Sinheur obóet- vou-a no hyperthyreoidiómo therapeutico e Schiff no experimental. —E1 queòtão controveróa óe de facto ha uma «diótincção abóoluta entre a thyreoide e aó para- thyreoideò, que teriam funcçõeò differenteó» (G. Vaóóale, G. Mouóóu), ou óe, como é maió admióóivel, exióte uma «aóóociação funccional» entre eótaó glandulaó (Gley). Tem-óe dado á glandula ou corpo thyreoideo uma intervenção no trophiòmo geral; a óua extirpação óeria inoffenóiva noó adultoó, pa- raria o deóenvolvimento (Hofmeióter, Eióelóberg), eótábeleceria o cretiniómo (Mouóóu) noó animaeó jovenó. A’ó glandulaó parathyreoideaó tem-óe attri- buido uma intervenção naó funcçõeò nervoóaó; a óua ablação (aóóim como a thyreo-parathyreoide- 88 ctomia) produziria accidenteò agudoò, a tetania, convulòõeò, aò maiò daò vezeò òeguidaò de morte (Vaòòale, Generali, Mouòòu). Embora òe não conheça a natureza da aòòo- ciação exiòtente entre todaò aò glandulaò thyreoi- deaò, admitte-óe-a porvarioò factoò (eòpecialmente pela òupplencia). Quanto a òuaó retaçõeò com a harmoòonização do cálcio, comquanto não eòta- belecidaò definitivamente, parece que óão getaeò. Aò experienciaò de J. Léopold e A. V.-Reuòò, em tatoò pacathyceoidectomiòadoò, indicacam: a diminuição da quantidade total de cálcio do oega- niòmo; a diminuição do cálcio doò oòòoò e o au- gmento do daò padeò molleò, noò jovenò; nenhuma diminuição noò adultoò. A intervenção daò patathyreoideò no metabo- liòmo do cálcio é egualmente admittida por Mac- Callum (de Baltimore). —Se oò orgamò thyreoideoò (talvez oò noduloò thymicoò parathyreoideoò?) tem a funcção calcire- guladora, também deòta participa, òe não é orgam unico em òeu tempo, a glandula thymica, exiò- tente durante todo o período de noòòa evolução morphogenica e eòpecialmente activa noò verdeò annoò. O thymo, além do òeu papel apregoado de or- gam leucopoietico, é glandula endocrinica cui- dando da nutrição geral, petoò corpuòculoò de Haòòall (Ver Eccke). Já aò experimentaçõeò de Friedleben, Thiroloix e Bernard, Tarulli e Lo Mo- naco, Ablouò e Béllard, Camia, Glika, Ventra e Angiolella, etc. haviam indicado noò animaeò thy- mectomiòadoò um enfraquecimento docreòcimento, 30 uma fraca reòiòtencia á fadiga, uma tendencia áò hemorrhagiaò, embaraçoò trophicoò, uma cachexia òemelhante, porém maiò attenuada, á da thyreoi dectomia, e áò vezeò convulòõeò e morte; maò de ordinário melhorando no fim de certo tempo (òup- plencia funccional). Trabalhoò poòterioreò de Baòch moòtraram que a extirpação do thymo retardava a oòòificação e o creòcimento, òendo que a cal eliminada era em maior quantidade (em face daò teòtemunhaò), facto eòte que vem em apoio ao noòòo modo de penòar òobre a funcção daò' glandulaò endocrinicaò: a har- moòonização daò òubòtanciaò abòorvidaò. Aò gtef- feó peritóneaò impediam, òegundo Baòch, eòòa eli- minação anormal. Lucien e Pariòot também obòervaram a retar- dação do creòcimento e tanto maiò manifeòta e peròiòtente quanto oò animaeò thymectomiòadoò eram maiò jovenò. Conòiderando que o thymo, como a thyreoide, ai hypophyòe e oò orgamò genitaeò, com todoò oò quaeò guarda relaçõeò, é uma glandula de acção morphogenica, e reparando que òua actividade òe faz du rante oò primeiroò annoò da vida, quando aò neceòòidadeò calceaò òão maioteò, é de crer 11a òua grande interferencia nacalcigenia do organiòmo. —Oò orgamò genitaeò, teòtiouloò e ovarioò, pela òecreção interna- de òuaò glandulaò interòticiaeò, intervêm no trophiòmo orgânico, eòpecialmente na inòtallação doò caractereò òexuaeò òecundarioò: « a evolução do tracto genital e daò'glandulaò anne- xaò, a do eòqueleto, em parte pelo menoò, e daò phaneraò, e a da inòtincto òexual». 30 Terão elles intervenção directa noò movimentoò do cálcio? Não se Sabe bem; as experiencias óão confusas. Julga-Se-oS com influencia Sobre o des- envolvimento do tecido osseo inversa, pelo menos sob o ponto de vista dos resultados, á exercida pela thyreoide,—com relação antagonista (Curatulo e Perruiti, Gomes, Senator, Parhon e Papinian, etc): Os animaes castrados tem um crescimento prolon- gado (pela persistência das cartilagens de conju- gação), um alongamento dos ossos (Selhein, Brian, Pirche). Outros autores não reconhecem este antago- nismo (Neumann e VaS, Magnus-Levy); acceitam Synergia funccional (Charrin e Jardry, Renon e A. Delitle). Parhon e Papinian acham uma razão biotogica no exagero da eliminação do acido phosphorico e do cálcio Sob a influencia da opotherapia ovariana. A mulher que aleita ou a mulher gravida tem Seu organismo adaptado de modo tal que dá, por Seu leite ou por Seu Sangue, o acido phosphorico e o cálcio necessários á edificação do esqueleto de Seu filho. Quando elta Se encontra num desses estados, Seu organismo dispõe duma quantidade maior destas substancias, exceSSo que poderá pre- judicar Seu regular funccionamenta. Para prevenir tal accumulo, o ovário teria a funeção reguladora de eliminar o excesso de acido phosphorico e de cálcio do organismo. O estudo das trocas nutritivas dos doentes de oSteomalacia, affecção em que os ossos se empo- brecem em phoSphato de cálcio (J. Galimard e P. Koenig), fornece alguns dados interessantes Sobre o assumpto. 31 Já Litzmann, Bilroth e outroó haviam conóta- tado uma maior eliminação de cálcio, o que foi comprovado por Bar, no periodo de plena evolução da óyndrome, aóóim como por Goldehvvait, Painter e Oógoot. Bar notou também que noó eóteomala- cicoó em via de cura não havia eliminação calcea exceóóiva, facto que fora obòervado anteriormente por Neumann, no periodo de reparação oóóea. A caótração tem óido o melhor tratamento da oòteomalacia (Fehling), quer dizer a caótração pro- duz a retenção do cálcio—do phoòphato de cálcio —que conóolida o eóqueleto e cura o doente. Reóta apurar pela experimentação, penóa Ma- gnuó-Levy, óe o ovário normal goóa do meòmo papel do ovário doente óobre oó movimentoó do phoòphato de cálcio. E reóta apurar também, accreócentamoó nóó, o que corre por conta daó gtandulaó genitaeó e o que pertence de direito áó thyreoideaó, dadaó aó muitaó relaçõeó entre ellaó exiótenteó com eótreiteza. A opinião de Hoenicke faz da oòteomalacia «a expreóóão de uma doença da glandula thyreoidea», e a de outroó « a expreóóão de uma hyperovarite». Doljan acha que «a óecreção interna do teóticulo incita.a óecreção thyreoidea»; Apert acredita no contrario. Não ha accordo no conhecimento daó relaçõeó poóóiveió entre eóóaó gtandulaó. —Pelaó difficuldadeó no eótudo experimental, a hypophyóe tem pouco conhecidaó óuaó funcçõeó, que óe crê morphogenicaó, julgando-óe, aóóim, de certa relação óua com o cálcio (pelo lobulo ante- rior ou epithelial). Raymond cita um caóo de infantiliómo por tumor liypophyóario. oo Na acromegalia, òyndrome dyótrophica que parece reóultar de alteraçõeó da glandula pituitária (P. Marie) eque óeria, na opinião de algunó auto- reó (Tamburini, Benda, Schupfer, Agoótini, Gubler, Pirrone e Narboutte, etc.) um hypetfuncciona- mento (quando outroó penóam na peróiótencia do thymo, Klebò)—tem-óe notado uma retenção do cálcio (Moraczewóki, Tanzk e Vaó*, Audenino, Fcanchini). Entretanto ha caóo.6 curadoò com o. extracto de hypophyóe (Bab, Latzko, Biedl). Padòot tem a aceomegalia com.3 de origem genito-thyreo-hypophyòaria, como uma òyndrome pluriglandular. Nada ha difinitivamente apurado. (Talvez a hypophyóe tenha a óeu cargo a harmo- óonização do phoóphoro). —Segundo Queót a adrenalina, óubótancia con- óiderada como principio activo daó capóulaó óupra- renaeó (Takamine, Aldrich), teria uma acção favo- recedora óobre a eliminação do cálcio (e do azoto). Morlat obóervou um caóo de infantiliómo, com òyndrome de Addióon, por inòufficiencia òuprare- nal. Grego relaciona o rachitiómo a leòõeó daó capóulaó óuprarenaeó, pelo facto doó bonó reóut- tadoó que colheu com o emprego da adrenalina neóóa óydrome. Seria precióo verificar óe em taeó-- caóoó não haviam aóóociaçõeó polyglandulareó. Sergent penóa que a adrenalina em dóóeó minimaó parece goóar de propriedadeó muito im- . portanteó de recalcificação. E’ queótão talvez de dóóe, de hypo, ortho ou hyperfunccionamento. trazendo eótaó ou aquellaó conóequenciaó óobre tal ou qual metaboliómo. —Facil não é differençar nitidamente aó glan- - 3Í3 dulaó endoctinicaó no que dizem, çeópeito á hac- moóonização do cálcio, como em qualquer de óuaó outcaó attcibuiçõeó. Não òó ellaó guardam entre òi intímaó relaçõeó, de óynecgia funccional ou não,—-óe influenciam recipcocamente de modo óubtil maó firme, como peçaó que óe engrenam em um óõ appacelho; também òe aóóociam quaói óempce na apceóentação de óyndcomeó complexaó,—óyndcomeó pluriglan- dulateó, onde impoóóivel é diagnoóticac o ocgam ceóponóavel, á evidencia. acções no organismo. O cálcio hacmoóonizado contcibue paca a noóóa vida por acçõeó morpho- genicaò e funccionaeò que dividiremoó: I— Acçõeó mocphogenicaó : 1— Compoóição daó cellulaò, 2— Impregnação doó tecidoó; II— Acçõeó funccionaeò : i —N utciente; 2— Co-diaótaóica : a) na geneóe da thcypóina, b) na geneóe da thcombina; 3— Coaguladoca: a) na caóeo-coagulação; 4— Antitoxica: a) no chímiómo acidogecadoc, b) no trabalho cardiaco, c) no trabalho cerebral, d) naó intoxicaçõeó : 5— Outraó acçõeó : a) oómoreguladora, b) antihemolytica, c) nephroactivante. 34 E’ facto que aô materiaô inorganicaô ôào conôtituinteô cellulareô indiôpenôaveiô, deôempe nhando não òó um evidente papel plaôtico, como também acçõeô funccionaeô de apreço. A neceôôidade alimentar em ôaeò minetaeô é uma lei de biologia geral. O cálcio tem,em face doô elementoô cellulareô eôôa dupla repreôentação. I Acçõeá mozphogenicaá. A impodancia do cálcio como conòtituinte plaòtico é vulgadòada poc toda a economia e conhecida por: todoò oò ôci- entiótaó. 1. Na compoóição daá cellulaô encontra-ôe o cálcio como elemento conótante doó nucleoò. Aòòim a óubótancia cinzenta do cerebro, rica em nucleoò, contem maiò cálcio que a òubòtancia branca, pobre em nucleoò (Lambling'). O protoplaòma pode apreòentar enclaveò con- òtituidoò por phoòphato ou carbonato de cálcio (Branca). Aò formaò òob que exiòte naò cellulaô, na economia animal, eôcapam, de certo modo e até certo ponto, á chimica hodierna. Imaginam-ôe , combinaçõeô que pouco exprimem. Attendendo a que o cálcio é um factor de ôolidez organica, podemoô bem admittir que o calcionte ôeja o neutraliôador doô granuloô col- loidaeô de certaô ôubôtanciaô proteicaò, eôpecial- mente do núcleo (chromatina, linina). 2. Na impregnação doó tecidos acha-ôe o cálcio como agente indiôpenòavel ao toniômo, á reôiôtencia, á ôolidez doô meômoô. Domina noô tecidoô de ôuôtentação : oôôeo, 35 conjurtctivo, cartilaginoóo; exióte, porém, em quaói todoó: conjunctivoó, muóculareó, nervoóo, epithe- iiaeò, em quantidade variavel e óob formaó diveróaó e multiplaó. O tecido oóóeo é a óuamaió alta repreóentação. E1 a grande impregnação de óaeó calceoó na óub- ótancia collagena, a oóóeina (6o a 70 p. 100) que lhe dá a caracteriòtica. Na oóóificação enchondral aphaòe de calcificação é determinada pela incruòtação de òaeò calceoó noó óeptoó muitióóimo afinadoó que óeparam aó capóulaó cartilaginoóaó ; aó finaó gra- nulaçõeò, de c a 3 mictoná, apparecem primeira- mente no rebordo daó capóulaó, ganhando, gra- datim, toda a eópeóóuta doó óeptoó, conótituindo a zona calcificada (Teótut). Quanto ao proceóóo intimo da calcificação, diz-óe que óeria ajudado pela decompoóição in áitu daó lecithinaó. Segundo a theoria de Schimie- deberg o acido chondroitino-óulfurico parece óer o agente activo da calcificação, talvez com o concuróo daó lecithinaó (Hugounenq). Na oóóificação endoconjunctiva ou fibroóa a calcificação óe faz por proceóóo idêntico. Conóidera-óe indiócutivel a neceóóidade do cálcio á firmeza doó tecidoó, deóde que a óua auóencia provoca uma inóufficiencia tecidular, com atoniómo, com cedencia, com fragilidade. —Segundo Armand Gautier, o cálcio encon- tra-óe na economia: i.° Sob a forma organica de lecithinaó, de iecithalbuminaó, etc., ou óob formaó maió com- plexaó ainda e taeó que é impoóóivel teconhecel-o anteó da molécula organica que o contém óer deótc uida ; se 2. Sob a fornia òemi-ocganica, unido áò albu- rninaò e òubòtanciaò complexaò doò tecidoò, òob a focma de albuminatoò diòòociaveiò gcaçaò á acção doò acidoò fcacoò e á dyalyòe; 3. Sob a focma de òaeò minecaeò, ouocganicoò, òoluveiò ou inòoluveiò (òulfatoò, lactatoò, phoò- phatoò, etc.), pecmittindo a cicculação e a excceção deòtaò combinaçõeò metallicaò. II Acçõeó fanccionaeô. O cálcio tem na econo- mia funcçõeò de impoctancia vital manifeòta, algu- maò dellaò lhe òendo eòpecificaò, ao que òe deduz de cuidadaò expecimentaçõeò. E òe neòtaò a òua pceòença é inòubótituivel, logicamente òe depce- hende o quanto de ceie vante tem paca nóò a con- òecvação da taca calcea na medida que òe faz con- veniente, òem exceòòoò nem minguaò. i. A acção nutriente do cálcio, bem eviden- ciada pelo vulto que toma na conòtituição do eò- queleto, faz-òe doò pcimeicoò diaò de noòòa exiò- tencia até oò ultimoò, ou melhoc vem deòde a cel- lula que multiplicando noò geca (como pceciòo á mocphogenia) até a cellula que pacalyòando noò extingue (como pacticipante no metaboliòmo). O ocganiòmo neceòòita do cálcio em òuaò ca- çõeò alimentaceò de cceòcimento e de conòecvação. Ao adulto em pecfeito eòtado de equilibcio nu- tritivo baòta focnecec, na cação de conòecvação, a quantidade de cálcio compenòadoca áò pecdaò que òoffce diariamente pelaò ucinaò e pelaò fézeò (òeja ogc. 910—Gautiec). Secá baòtante paca oò tcabalboò daò funcçõeò, glandulaceò, etc., e paca compenòa- ção aoò gaòtoò doò tecidoò. A1 cciança ou ao joven em pleno deòenvolvi- 37 mento, edificando novoò tecidoò e formando maiò humoreò, e em franca actividade funccional, faz-òe preciòo dar, naò raçõeò de creòcimento, prin- cipal, e de entretenimento,—a porção de cálcio neceòóaria áò novaò formaçõeò e reparadora daò perdaò naturaeò (òeja ogr.900 Gautier). Tetn-òe que a ração calcea total é proporcionalmente òuperior á do adulto e iòto tanto maiò deve òer quanto maiò joven for o òer. Deòde a vida uterina o organiòmo aproveita o cálcio, recebendo-o ahi do òangue materno atravez da placenta, que é rica em phoòphato de cálcio. Durante a vida fétal formam-òe depoòitoò de òaeò calceoò (provavelmente no figado), verda- deiraò reòervaò de que o organiòmo òe vae òer- vindo á preciòão. Aò pequizaò de Kruger indicaram-lhe que o figado do recemnaòcido contem cálcio em quan- tidade muito maior que o do animal adulto. Eòtudando oò envolucroò do ovo doò rumi- nanteò, A. Daòtre encontrou placaò choriaeò conòti- tuidaò por òaeò calceoò identicoò aoò doò oòòoò, com excepçáo de carbonato de cálcio, exiòtente em fraca proporção, obòervando que ellaò òe atrophiam e deòapparecem á medida que òe vae dando a oòòificação do eòqueleto. Quanto á exiòtencia do carbonato de cálcio em menor quantidade, ahi, já Milne-Edwardò fizera notar que eòte compoòto parece deòempenhar òecundario papel na formação doò oòòoò, porquanto exiòte em fraca proporção noò individuoò jovenò e naò parteò oòòeaò de nova formação, tornando-òe maiò abundante com oò progreòòoò da edade. 38 Eóte phenomeno de reóerva de cálcio no em- bryão póde óer relacionado ao facto que óe obóetva noó caranguejoó por occaóião da muda: Neóta época òão encontradoó, a principio naò paredeó, depoió na cavidade do eótomago, maóóaó duraó, impropriamente chamadaò «olhoó de caranguejo», de natureza calcarea (carbonato e phoòphato), e que deóapparecem rapidamente, á medida que a nova carapaça óe conóolida e calcifica (apud E. Glev). O cálcio com que o feto nada tem que fazer a principio, torna-óe-lhe de muita carência no fim da geótação, quando òão adquiridoò oó 8/10 de cálcio que elle conterá ao naócimento (Bar). Segundo o quadro de Michel e Perret, da com- poóição relacionada a ioo parteó de féto freóco, a quantidade de' cal é a óeguinte, naó diveróaò edadeó: 3 a 4 mezeó—0,46b; 5mezeó—0,597; 5 me- zeó—0,790; 6 mezeó—o,85o; 7 mezeó—0,840; a termo — 1,393. - Segundo Hugounenq a conótituição de 100 parteó de cinza do corpo do recemnaócido é a óe- guinte, em cal: 4 a 4 1/2 mezeó—32,6o; 4 r/2 a 5 me-" zeó—38,21; 5 a 5 1/2 mezeó—32,5o; 6 mezeó—36,6o; 6 1/2 mezeó—34,13. Ao naócimento, óegundo Bar, o féto contem 1 gr.4ode cal por 100 parteó de tecido. A maior chamada de cálcio noó ultimoó mezeó da geótação eótá em relação, certamente, com oó proceóóoó activoó de oóóificação que óe fazem então noó oóóoó do craneo, naó coótellaó, etc. A utilióação do cálcio pelo organiómo tem pe- riodoó de incremento, em correópondencia com aó modificaçõeó por elle apreóentadaó. 39 Evidentemente são impoctantes as pcecisões calceas noò pcimeicoS annos da existência, paca o desenvolvimento do esqueleto, a focmação dos denteò, etc. E’ o leite nessa época a pcincipal fonte de cálcio. Paca um augmento de 3o gcammas poc dia a cciança (de i5 dias)devecá cecebec ogc. 420 de cal, Seja 800 gcammas de leite (Michel e Peccet), ou 1.680 gcammas (o,25 de CaO poc litco—PagéS), ou 1,11 o gcammas (o,3g de CaO poc litco—Blaubecg). A inStallação da pubecdade deve também ce- quecec um maioc movimento de cálcio. No estado adulto, como já vimos, attenua-Se a cacencia calcea do ocganismo, poc isso que está completa a evolução mocphologica; quéc-se ape- nas o cálcio .exigido pelo metabolismo; não mais Se edifica, cepacam-Se apenas as pecdas. —Como se vê o cálcio é elemento indispen- sável á nutcição. De facto áquelles aos quaes sua falta Se faz Sentic têm diminuída, democada ou quasi pacalySada a vitalidade. Atcophiam-Se, dege- necam, modificam-Se de cocpo e de espicito em ce- lação ao gecal dos homens. Os infantis, os myxedematosos, os ccetinos, etc. sêces todos tacados, não são consequentes da ausência de cálcio na evolução individual? Seja factoc pcincipal ou não, nesses dyStco- phismos tem elle cesponsabilidade evidenciada. Sécia longo, e aqui impcopcio, discutic este assum- pto, tão inteceSSante quão contcovecSo e confundido. Hodiecnamente, conhecendo-Se do papel nu- tcitivo do cálcio, já Se busca tel-o e dál-o sufficien- temente, nos alimentos ocganicos e n’agua dç bebec. 40 Tem-òe notado que naò regiõeò em que òe uòa deaguaò «duraò», catregadaó deòulfato de cálcio, ou de aguaó muito calcareaò,—aò criançaò têm o deòenvolvimento phyòico perfeito, òeuò denteò em bom eòtado; oò adultoò goòam òaúde. O contrario òe cbòerva noò logareò providoò d’agua liypo ou acalceaò. O cálcio é neceòòario pata o cceòcimento, o denòenvolvimento, a multiplicação doò pequenoò òêteò, demonòtratam aò expedenciaò de Pouchet e Chabcy, e provavelmente para o de todo proto- plaòma vivo. E’ indiócutivel o papel nutriente do cálcio. 2. A acção codiaátaáica do cálcio eòtà demon- òtradaem face de certaò prodiaòtaòeò (proenzymaò, zymogenioò, profermentoò, prozyma3eò ou diaòta- òeò inactivaò), daò quaeò é collaborador impreò- cindivel para a tranòformação em diaótaòeò activaò (enzymaò, diaòtaòeò, zymaòeò, fermentoò òoluveiò). De facto a òua preòença ao lado deòtaò òubòtan- ciaò fal-aò paòòar ao eòtado de plena actividáde funccional, por uma influencia que quando não eòpecifica pelo menoò peculiar lhe é, poiò que outroò quaeòquer agenteò não no provocam, do meòmo modo que é nulla ou adventícia ao contacto de outraò prodiaòtaòeò. O cálcio é a complementar mineral thermo- labil, a complementar activa e o zymogenio a complementar organica thermoeòfabil, a comple- mentar activante, de cuja conjugação reòulta o agente diaòtaòico, na concepção de G. Bertrand. São variaò aò explicaçõeò architectadaò de referencia á funcção doò ionteò mineraeò naò acçõeò 41 diaòtaòicaò, julgándo-òe meòmo lheò caiba o prin- cipal papel. O apurado, porém, éa indiòpenòabi- lidade, a neceòòidade ou a extrema utilidade delleò no meio em que aó zymaòeò tem de agir. a). O cálcio é o agente que opera a activação do thrypòinogenio (prothrypòina), proenzyma òe- cretada pelo pancreaò e originadora da thrypòina, diaòtaòe hydratante encarregada da digeòtão no inteòtino daò òubòtanciaò proteicaò (proieolyòe). Thrypòinogenio+calcio=thrypòina. O òucco pancreàtico puro, obtido por fiòtula do canal de Wirzung e pteòervado de qualquer contacto com o òucco ou a mucoòa inteòtinal, é completamente inactivo óobre aò òubòtanciaò pro- teicaò. Se ao òucco inactivo ajuntam-òe in vitzo òaeò òoluveiò de cálcio manifeòta-òe a òua acção proteo- lytica. Explica-òe o phenomeno dizendo: o òucco puro contém o thrypòinogenio que com o cálcio òe tranòmuda em thrypòina, agente da degração albu- minoòica. Demonòtrou-o Delezenne, por òuaò m uitaò expetienciaò, achando que o cálcio goòa de um papel de todo eòpecifico, conòiderando-òe que não pode òer òubòtituido peloò metaeò viòinhoò (ionteò de dupla carga poòitiva)—baryo, eòtroncio, magne- òio, que parecem ter apenaò uma acção favorece- dora indirecta. Entretanto, aò injecçõeò de pilocarpina, de phyòoòtigmina, de albumoòeòou repetidaò de òecre- tina produzem um òucco pancreatico activo deòde logo (Wertheimer, L. Camuò e E. Gley). Commen- tando o facto, penòa Lambling que eòta Eanòfot- mação intra-pancreatica do thrypòinogenio em m I i 42 thrypóina talvez provenha de algum proceóóo auto- lytico fornecendo acidoó aminadoó (que na opinião de Wohlgemuth óão activadoreó) ou a algum outro phenomeno favorecendo a acção do cálcio óobre o óucco. Eóta ultima óuppoóição ó a maió acceitavel. Conótata-óe que o óucco pancreatico inactivo não contem talcio em quantidade doóavel, emquanto que o óucco activo obtido com a pilocarpina encerra até ogr.119 por j 00 (Pozeróki). O «óucco de pilo- carpina» a que óe tenha juntado oxalato alcalino é tanto menoó activo quanto melhor hajaóido a preci- pitação do cálcio; tem a óua acção conóideravel- mente retardada ou completamente impedida; a óua actividade proteolytica parece bem na razão directa de óeu conteúdo em cálcio (L. Camuó e E. Gley). No «óucco de óecretina» em que Pozeróki não conóeguiu doóar o cálcio, Delezenne pôl-o á moótra pela analyóe eópectral, em quantidade infi- niteóimal. Eóóa meóma explicação óerve para conteótar o valor do acido óalicylico em engendrar thrypóina, eótabelecido por Arthuó. A maceração do tecido pancreatico no óotuto deóóe acido e carbonato de óodio thymolióado pode não fazer máió do que libertar o cálcio que em combinaçõeó diveróaó ahi exióte. Seria precióo comprovar eóóa acção óobre o óucco puro. (In vitzo o acido óalicylico entrava a acção proteolytica da thrypóina—A. Chaóóevant.) E pelo meómo mal peccam aó acçõeó thrypói- nogeneaó doó leucocytoó, doóganglioó lymphaticoó, etc.,aóóim como o ganho de actividade doó extractoó depancreaó com o tempo e outraó cauóaó alteranteó. 43 Notaram Delezenne e E. Zurtz que uma vez produzida a activação do óucco pancreatico, o cálcio póde òer eliminado por dialyóe ou precipitação, òem que eóóe perca óuaó prppriedadeó proteolyticaò. E1 fácil explicar eóta eliminação óem óuópender a acção diaótaóica : a diminuta parcella de thrypóina que iniciou a proteolyòe é baótantepara terminal-a, òem novoò reforçoó, certamente oò impedidoò de chegar. Admitte-óe ainda que a tranòformação do thry- pòinogenio em thrypóina òeja effectuada pela cinaòe ou enterocinaòe de Pawlow, diaótaáe do óucco enterico (Hamburger e Hekma). Dar-óe-á íóto de facto? Àffirmam oó autoreó em geral. Penóemoó, porém, que a cinaóe tem propri- dadeó que a affaótam de certo modo daó diaótaóeó comrnunó (óolubilidade no álcool a 90o, deótruição a 67°-7o°), que por óeu papel activodiaótaóico, de «fermento de fermento» na expreóóão de Pawlow, acceito por Starling e Baylióó, óeria exquióita em óeu funccionamento,—que deve óer empregada em proporção definida, com o thrypóinogenio, para que exerça óua acção, como óuótentam Hamburger e Hekma, Conheim e outroó,—para duvidar de óeu caracter zymaóico, conóequentemente de óua indi- vidudualidade. Lembtemo-noó, outroóim, da explicação de Naunyn para a formação doó calculoó biliareó (com a choleóterina e a cal fornecidaó pelaó cellulaó deócamadaó e decompoótaó), do facto de óer noó elementoó cellulareó em óuópenóão no óucco inteó- tinal queóe encontra o cálcio (Pozeróki),da opinião de Delezenne da origem da cinaóe noó leucocytoó 44 daò placaó de Peyec,—paca deóconfiac da preóença do calcionte no óucco enterico. E tenhamoó aóóim que aó pcetendidaó exió- tencia e propriedade da cinaòe óeciam apenaó aó ceaeó pceóença e acção do cálcio. Conóideca Pozeróki, poc tec encontcado focte podec cinaóico na pacte liquida doó óuccoó inteó- tinaeó centcifugadoó, óem cálcio doóavel, — que é bem poóóivel contenha ella, em óua origem, cecta quantidade de cálcio inóoluvel que a centcifugação elimina, porém que aó óuaó obóecvaçõeó não pec- mitticam evidenciac. E é bem juóto acceditac na exiótencía do calci- onte em todoó oó meioó que activem o thcypóino- genio, que contenham thcypóina. b). O cálcio é o agente que opeca a activãção do thcombinogenio (pcothcombina, pcofecmento da fibcina, pcofibcinofecmento, pcoplaómaóe, pco- thcombaóe), pcoenzyma exiótente no plaóma óan- guineo, óeccetada peloó leucocytoó e ociginadoca da thcombina (fermento da fibcina, fibcinofecmento, plaómaóe, thcombaóe), diaótaóe hydcatante encac- cegada do deódobcamento do fibcinogenio (óub- ótancia pcoteica) em fibcinoglobulina de Ham- macóten óoluvel no óôco (ou em outco termo não determinado, óe é que a fibcinoglobulina pceexióte) e em fibcina pcecipitavel, que conótitue o coagulo do óangue. Thcombinogenio + cálcio — tcombina (Fibconogenio + thcombina — fibcino- globulina + fibcina). Todoó eóteó actoó entram no phenomeno da coagulação óanguinea, onde, como eótá vióto, a intervenção do cálcio é mediata, pcecucóora. 45 Focam Acthuó e C. Pagéó oò demonótcadoceó de que o cálcio é condição eóóencial, neceóóacia da coagulação do óangue. Aó óuaó expecienciaó óão decióivaó: O óangue não coagula expontaneamente quando óe lhe pcecipita o cálcio que contem (eótá vióto que anteó da coagulação). Com effeito o óangue addicio- nado de i p. iooo de oxalato alcalino (que pcecipita oxalato de cálcio) é incoagulavel. Juntando-óe ao óangue aóóim deócalcificado e não coagulavel tca- çoó de óaeó de cálcio óoluvel (Ca Cl2), lógo elle óe coagula expontaneamente, como o ceticado doó vaóoó natucaeó. Podendo-óe objectac, pelo facto de 'óec pcecióo um exceóóo de oxalato paca pcecipitac oó óaeó de cálcio, que o óangue deócalcificado é também oxa- latado e que o cecalcificado é deóoxalatado,—cum- pcia demonótcac que apenaó o cálcio intecvem na coagulação. Foi o que fisecam: Juntando ao óangue oxalatado (i p. iooo) e magneóiado (2 p. iooo)tcaçoó de óaeó de cálcio óolu- veió, inóufficienteó paca pcecipitac o exceóóo de oxalato (em pceóença do chloceto de magneóio tca- çoó de óaeó de cálcio não pcecipitam o oxalato),— conótata-óe a coagulação expontânea do óangue. (O exceóóo de oxalato não impede a coagulação). Dialyóando óangue oxalatado (1 p. 1000) em pceóença d’agua chlocetada óodica (6 p. 1000) ceno- vada fcequentemente, até completo expucgo do exceóóo de oxalato,—tem-óe óangue deócalcificado e deóoxalatado não coagulavel expontaneamente, maó coagulando muito bem deóde óe lhe addicione 46 um pouco de cálcio, em òaeò òoluveiò. (A falta de oxalato não inflúe na coagulação). Conòequentemente o òangue deòcalcificado não òe coagula excluòivamente por eòte motivo: não con- ter cálcio. Maò... o phenomeno da coagulação òanguinea é complexo; quando, em que phaóe, como nelle intervem o cálcio? Demonótraram Pekelharing e Hammaròten, eòte em probanteó expetienciaò, que o cálcio tem interferencia, não no acto meòmo da coagulação, como primitivamente haviam penòado Arthuò e C. Pagéò, admittindo o coagulo de fibrina como uma combinação calcea. nem na tranòformação do fibri- nogenio em fibrina, maò òim na phaóe precuróora, como neceóóario á tranòformação da prothrombina em thrombina, diremoò na thrombinogeneóe. E aóòim parece óer: Oó óolutoó de fibtinogenio e de thrombina, exemptoó amboó de óaeò de cálcio (precipitadoó meòmo pelo oxalato), dão por òua miòtura um coa- gulo de fibrina. O òangue oxalatado a que òe junta òôro oxalatado (que contém thrombina), dá um coagulo typico de fibrina. (O cálcio não é preciòo, poiò, nem ao deòdobramento do fibrinogenio em fibrina, nem á precipitação deòta). Gentrifugando o òangue oxalatado á òahida doò vaòoò, obtem-òe um plaòma oxalatado não coagu- lavel expontaneamente (o que prova a inexiòtencia de thrombina, poiò òe eòta houveòòe produziria o deòdobramento do fibrinogenio, òeja a coagulação da fibrina, a que nada embáraça o oxalato, como òe viu), maò òe coagulando pela juncção de òaeò 47 de cálcio Solúveis. Conclue-se que o plaòma contém uma substancia capaz de se transformar em fer- mento da fibrina sob a influencia do cálcio, isto é um profermento da fibrina. O cálcio só íntervem, portanto, na transforma- ção do thrombinogenio em thrombina, na thrombi- nogenese. —Ha òubótanciaó outras que possam cooperar na formação da plasmase? No organismo, ao que parece, ha delias, que accelecam a coagulação: os extractos de orgams estão no caso, influenciando em traços (Éxps. de Delezenne com o sangue de paSSaro). O facto é indiscutivel; requer, emtanto, uma explicação Satisfactoria. Os extractos de orgams não contém thrombina formada, pois não coagulam um Soluto de fibri- nogenio. Não ageriam elles pelo cálcio que provavel- mente contêm, sob forma menos conhecida? E’ probalidade que requer demonstração. Estudos modernos de Fuld e Spiro, de Mora- witz, de Nolf indicam outros agentes, denomina- dos diversamente, como factores da coagulação Sanguinea, ao lado dos saes de cálcio. A noção da prothrombina é substituida por uma noção mais complexa: a thrombina provem do thrombogenio, colloide presente em todos os plasmas e de formação no figado (como o fibtino- genio), pela influencia da thrombocinaSe (Morawitz) ou thromozymo (Nolf), colloide fornecido pelos leucocytos e plaquêtaS do Sangue. Existem assim no pl-aSma tres colloides: o fi- brinogenio, o thrombogenio e o thrombozymo, em 48 equilíbrio ao contacto daó paredeó doó vaóoó, equi- líbrio inótavel que é coto peloó agenteó thrombo- plaóticoó (contacto do vídeo, corpoó extranhoó, col- loideó doó extractoó de tecidoó, etc.), oó colloideó dando productoó de addição, doó quaeó uma parte óe precipitaóob a forma de fibrína, ióto é unindo-óe num complexo inóoluvel, a fibrína, neóta união fazendo-óe peêcióoó os óaeó de cálcio óoluveió (theoria de Nolp. O calcionte não teria acção codiaótaóica, maó . óim coaguladora; a coagulação do óangue não óeeia maió um phenomeno catalytico, uma acção diaó- taóica, óim uma precipitação colloidal, um pheno- meno electrolytico. Eótak explicação de'Nolf, erguida óobre aó mo- dernaó idéaó biologicaó, é de facto poóóivel de acceitação, neceóóitando, porém, maió eóclaceci- mentoó para a óua perfeita comprehenóibilidade, e comprovação cuidadoóa. Como intervem o calcionte duplamente poói- tivo? Qual o colloide de carga negativa que elle precipita? Quaeó oó colloideó ou micellaódeóignal contrario que óe precipitam reciprocamente, for- mando o complexo colloidal? Oó treó colloideó óerão todoó neutralióadoó pelo ionte cálcio, como óe percebe? Ha de facto oó treó colloideó? São queótõeó a verificar, com oó cuidadoó que exige a procura da verdade, eópecialmente em eó- tudoó tão difficeió, como o da chimica biologica. 3. A acção coaguladota do cálcio é conhecida principalmente em relação ao caóeogenio do leite. Aó materiaó proteicaó óendo conóideradaó como colloideó naturaeó, repreóentam granuloó de 49 cargaó electricaó com determinado óignal, óuóee- ptiveió de óer neutralióadoó peloó ionteó de cargaó com óignal contrario, poòitivo ou negativo, produ- zindo precipitação ou coagulação. E1 uma acção do ionte o papel do cálcio como agente de coagulação, indicam oó trabalhoó de L. Sabbatani, quer do leite quer, como óe buóca demonótrar, do óangue e da lympha. Aóóim oó óaeó que, óem precipitar o cálcio, formam com eóte elemento moleculaó maió dióóociaveió e conóequen- temente diminuem a concentração do calcionte (e de que é typo o citrato trióodico), produzem a in- coagulabilidade deóteó liquidoó. O calcionte é o agente precipitante de coUoi- deó (negativoó), aoó quaeó adhere em combinaçõeá de adáozpção ou meómo óe combina chimicamente, talvez em parte. a). O cálcio é o agente da precipitação em caóéo (coalho ou coagulo do leite) do caóeo- genio (óubótancia caóeógena, paracaóeina), colloide libertado da caóeina (óubótancia albuminoide do leite) pela acção da caóeaóe (chymoóina, labfet- mento ou lab, fermento do coalho ou coalho), diaótaóe reóultante da activação da procaóeaóe (prochymoóina, etc.), proenzyma óecretada pela mucoóa gaótrica, — pelo acido chlorhydrico do eótomago (Bang, Hammaróten, em opinião contra- ria a Pawlow e outroó, que admittem identidade da pepóina e da chymoóina). Gaóeogenioq-calcio=caóéo (Phenomeno da coagulação) (Caóeina-|-caóeaòe=proteoóe do lactoóôroq-ca- òeogenio:—Phenomeno da caóeificação). 50 A neceòòidade da preòença doò óaeò de cálcio na coagulação do caòeogenio em caòéo foi de- monòtrada eópecialmente pelo A trabalhoò de Ham- maròten e de Arthuò e C. Pagéò. Deòcalcificando e leite (que contem òempte chloreto de cálcio) pela juncção de oxalato alcalino a i p. iooo (que precipita oxalato de cálcio), ellenão coagula quando òe lhe addiciona caòeaòe; perma- nece liquido. Se a eòte leite deita-òe um traço de òal de cal- cio (CaCl2 a i p. iooo) a coagulação òe manifeòta; forma-òe o caòéo. (Um decimo-milleòimo deCaCl2 torna a precipitação do caòéo duaò vezeò maiò rapida—Duclaux.) E1 preciòo, porém, provar que o cálcio é factor apenaò no phenomeno da coagulação, òem intervir na caòeifiçação propriamente dita ou caòeogeneòe. Recorra-òe ao artificio: O leite òimpleòmente oxalatado não precipita pela ebullição nem pela juncção de chloreto de cálcio. (Não contém a òubòtancia coagulavel). O leite oxalatado e também caòeaòado (òub- mettido algum tempo, a 40.°, ao labfermento), con- trariamente ao que òe paòòa com o leite natural ou o deòcalcificado, precipita pelo calor ou pelo chlo- retode cálcio. (Contém a òubòtancia coagulavel). Interpreta-òe o facto: Õ cálcio (como o calor) precipita no leite uma òubòtancia que tem òua apparição conòequente á acção da caòeaòe. Ou òeja, recapitulando: O leite contém uma òubòtancia pro- teica, a caòeina (impropriamente chamada caòeino- genio), que a diaòtaòe caòeaòica deòdobra com pro- ducção de caòeogenio, colloide que o calcionte pre- cipita, coagula. 51 — Eòtudada ao ultramiccoòcopio, a coagulação é caracteriòada pela concentração, em varioò pon- toò, do.s granuloò coUoidaeò que compõem a ca- òeina liquida. Entre e.steò amontoado,s deòappare' cem qò granuloò. A coagulação dum colloide é, com effeito, òempte precedida por um augmento de volume doò granuloò, pela reunião de muitoò delleò, pheno- meno que òe acompanha de vatiaçõeò na viòcoòi- dade, na conductibilidade, etc. do liquido. 4. A acção antitoxica do calcionte em noòòo crganiòmo òe faz por maiò de um modo, contri- buindo indiòcutivelmente á conòervação da norma- lidade phyòiologica. Pertencem a Jacqueò Loeb aò ptimeiraò expe- rienciaò no óentido de determinar aò influenciaò doò ionteò em que oò òaeò òe diòòociam (electro- lytoò) òobre oò colloideò cellulareò. Em òuaò peò- c[iiizaò indica o illuòtre experimentaliòta a acção antitoxica do cálcio, moòtrando que oò ovoò de Fiiiidiilná lietezjclitiiá (teleoòteano marinho), oò quaeò morrem todoò em um òoluto de òat marinho iòotonico com a agua do mar (5/8 de moleculaò gram- maò por litro), deòenvolvem-òe maiò ou menoò bem quando òe junta ao òoluto um pouco de òal de cal- cio (ou de outro metal bi, tri ou tetravalente, em doòeò differenteò). Eòta òuppreòòão da toxidez do òal marinho puro dá-òe não por que o metal intro- duzido no òoluto vá agir como alimento neceòòario ao deòenvolvimento- do embrvão (o qual òe faz bem n’agua diòtillada) maò òim por uma acção antagó- nica ao òo.dio. Naò experimentaçõeò com o Gainmatuá pulex 52 arthropodo cTagua dôce), que vive muito*bem num òoluto contendo uma miòtura doó diveròoò òaeò d’agua do mar(NaCl, KCt, CaCl2, MgSO'1 e MgCl2b viu-òe que òupprimindo òucceòòivamente um, dépoiò 2, 3 e afinal 4 deòòeò òaeò, começando pelo ultimo, òe obtinham liquidoò cuja toxidez para eòòe organiòmo ia creòcendo, o òoluto puro de NaCl óendo o maiò toxico (W. Oòtwald). Deduz-òe que ha, portanto, no protoplaòma deòòeò organiòmoò certo eòtado ou certaò funcçõeò que òão conòer- vadaò tão bem pela preòença òimultanea dum con- juncto determinado de òaeò como pela agua doce (Lambling). Parece, aòòim, que oò ionteó, por óuaô reci- procaó influiçõeò, garantem a eótabilidade doò meioó organicoò, num efféito óynergico, numa acção òimultanea òobte oò colloideò cellulareò. E’ o repartimento proporcional doò ionteò que regula oò phenomenoò phyòicoò conòtanteò entre oò elementoò vivoò e oò plaòmaò que oò banham: marca a diffuòibilidade, dirige aò trocaò oòmoticaò, orienta a conductibilidade electrica, etc. E aòòim oò ionteò também regularizam, pela òua valência, iòto é pelo òignal e grandeza da carga electrica, aò trocaò chimicaò, nutritivaò entre aò celtulaò e oò humoreò; agem òobre toda a vida cellular. Se eòòa proporção òe altera, òe o equilíbrio electrolytico ou iontico òe rompe, manifeòtam-òe phenomenoò de intoxicação, reòultanteò da acção deòte ou daquelle ionte que òe concentra pelo deòapparecimento de um ou maiò antagoniòtaò. Coube a Maillard a demonòtração de quanto influe a diòòociação iontica naò acçõeò toxicaò: A 53 toxidez do óulfato de cobre paca com o Penicil- lium glaucum fmuccedinea) e pertencente ao ionte cobre, abaixa-óe (medida pela diminuição do peão de planta produzida) quando ao óoluto óe accreó- centa outro óulfato (de Na, de K ou de Am), iòtó é òe diminue o cathionte Cu pelo augmento doó ani- onteó SO (a influencia de Na, K ou Am òendo nulla). O calcionte é um factor conótante no equili- brio electrolytico doó meioó, um antitoxico natural do organiómo, conóequentemente - adjuvando a proóecução vital daó cellulaó. a). No chimiómo acidogezadoz, aóóim denomi- nando oó proceóóoó chimicoó que originam ou dió- óociam anionteó acidoó,—julgampó tenha o cal- cionte papel relevante, imaginando meómo óeja eóte eópecifico, particular em determinadaó fun- cçõeó organicaó (cerebral, cardiomuócular). Oó productoó acidoó da deóaóóimilação doó te* cidoó em parte encontram no cálcio o neutralióa- dor que oó affaóta, com óuaó acçõeó irritanteó ou prejudiciaeó, doó indivfduoó cellulareó, conduzin- do-oó aoó orgamó óetectoreó e áó viaó elimina- toriaó. Eótudando oó effeitoó da pãrathyreoidectomia, Louió Morei chegou á concluóão de que a acidoóe é a conóequencia, a terminação em todoó oó caóoó, com ou óem tetania. Como explical-a ? Achamoó que óe pode dar á falta de cálcio har- moóonizado uma parte bem importante de teópon- •óabilidade. O autor notou uma excreóóão exage- rada de cálcio, o que prova a nenhuma utilização deóte elemento, ióto é óua eliminação como fora 54 abòosvido, óem òes aòòimilado, pos não tes .-sido hasmoòonizado. O cálcio c o fixados c comboiados, em boa paste, doò acidoò seòultanteò daò degsadaçõeò psôteicaò, emfim do cataboliòmo facido phoòpho- sico, acidoò òulfoconjugadoò, oxalico, etc.). b). No tzabalHo cardíaco o cálcio intesvem' de modo psecioòo, como eòtá apusado peloò tsabalhoò de vasioò expesimentaliòtaò (Wowell e Eaton, Lan- gendosf, Hueck, Ringes, Loepes e Bovesi, Gau- tselet, Buóquet e Pachon). O cosação, como oò muòculoò em gesal (expò. de Loeb), não pode pseòcindis de cálcio no òeu funccionamento. Eôse elemento goóa de papel con- òidesavel 11a actividade do muòculo casdiaco. Com o liquido de Ringes-Locke, que contem cálcio (CaCl2) o cosação iòolado funcciona pesfei- mente; conóegue-òe méômo voltal-o a tsabalhas ho- saò depoiò, o do homem (Kuliabko). Não acontece o meómo com o òôso òanguineo deòembasaçado doò òaeò de cálcio (pos um oxalato alcalino). Maò, seótituindo-òe ao òôso deòcalcifi- cado 0 cálcio que lhe falta, também òe lheò seòti- tue a psopsiedade de entsetes aò contsacçõeò nosmaeò do cosação. Loepes e Bovesi, em óuaò expesienciaò, vesi- ficasam que oò òaeò de cálcio (CaCl2 em ingeòtõeò intenòivaò) elevam a pseòòão òanguinea e enfsa- quecem oò batimentoò casdiacoò, notando, demaiò, quedetesminamhypestsophiaònotaveiò do cosaçã-o, fixando-òe neòte muòçulo em maios psoposção do que noò pesiphesicoò. O augmento da cal alimentas acasseta um accseòcimo do cálcio casdiaco, e,' cos- 55 reòpondentemente, a diminuição uma diminuição pacallela. Verificando a acção do ionte cálcio introdu- zido por electrolyòe òobre o coração, J. Gautrelet obòervou que ha um augmento de amplitude, áó cuòtaò do rythmo; de 56 contracçqeò por minuto paòòa gradualmente em duaò horaò a 28, maò tendo dobrado a altura da contracção; depoió de cinco horaò (òalvo algumaò irregularidadeò no começo), òempre o rythmo regular e amplo ainda 28 contra- cçõeò energicaò. O calcionte, portanto, reforça a contracção òanguinea. Buòquet e Pachon tiveram de òeuò eòtudoò aò òeguinteò concluòõeò definitivaò: A addição de cálcio aoò òolutoò iòotonicoò de òaeò de òodio con- fere-lheò a faculdade de manter o funccionamento do apparelho cardio-inhibitor, que por òi òó eòòeò òupprimem,—em circulação artificial atravez do coração; Para obter eòte reòultado baòtam dóòeò infimaò de cálcio ajuntadaò a um òoluto de òal de òodio; O papel do cálcio na manutenção da excitabi- lidade normal e do funccionamento do apparelho nervoòo inhibitor cardiaco—é eòpecifico. De um modo geral, o cálcio pode òer conòide- rado como exercendo òobre o coração uma acção òyòtolica. O coração da ran iòolado òubmettido á influ- encia do òangue carregado de chloreto de cálcio pára em òyòtole (Pauluòòen e Stokviò). —Como òe dá a interferencia intima do cálcio no trabalho cardiaco? Apenaò òerá pela òua collaboração no equi- 56 libtio electtolytico, como antagonista do natrionte? Talvez não. Embora muito pouco Se Saiba dos resultados chimicos da actividade cardiaca, conhece-Se que o coração, como todo musculo que trabalha, constan- temente está acido, exigindo Sempre prompta eliminação, sem o que Se intoxica. Temos que a funcção do calcionte no trabalho cardiaco. bem pode Ser de antiacido, de neutra- lisador dos aniontes ácidos. A opinião de Sabbatani, aliás contestada, considerando os SaeS de cálcio como moderadores da contractibilidade e da irritabilidade muscular, talvez exprima a acção benigna, regularisadora a que o calcionte deve ter na sua intervenção normal, physiologica. c). No trabalho cerebral é ineStimaveRo valor do cálcio, ahi elemento de ordem e de cordura aSSegurador dum funccionamento pacifico e regular, Sem irritações nem desvarios. Os estudos de Loeb, Sabbatani, Roncoroni, Regoli, Netter, Mac-CaUum, RoSenstern e outros, demonstram que o cálcio é um agente moderador da excitabilidade cerebral. Os trabalhos geraes de JacqueS Loeb estabe- leceram que o cálcio determina a diminuição da excitabilidade dos nervos, dos musculos e mesmo dos organismos unicellulares. Kuliabko poude restabelecer e entreter a actr vidade do systema nervoso por circulação artificial do liquido de Ringer-Locke, na cabeça isolada de diversos peixes. As expetienciaS de Sabbatani, Roncoroni e 57 Regoti pmeçam em evidencia a influencia mode- cadoca doò òaéò de cálcio, (applicadoò dicecta- mente, em pequena quantidade) òobce a excitabi- lidade do coctex cecebcal. A pathogenia mental tem fornecido bonò elementoò da acçào òedativa do caícionte, que a expecimentação vae conficmando. Admittem muitoò autoceò que o déficit no movimento calceo ó a cau.sa de eòtadoò eòpa- modicoò: convulòõeò, lacyngite eòtciduloòa, eòpaò- mo da glotte, e mocmente eclampòia, tetania e epilepòia. Nettec, que obteve a cuca pcompta em tceó caòoò de tetania com o tcatamento excluóivo peloò óaeò de cálcio, faz notac em apoio a óeu modo de penòac: «A tetania appacece na joven idade; noò adultoò deòenvolve-ôe no cucóo da lactação, em ôeguida a diacchéaò abundanteó ou apóò cectaò intoxicaçõeò. Algumaò daò condiçõeò etiologicaò eótão em celação manifeóta com um empobceci- mento do òangue e doò tecidoò em cálcio. «Eòte é evidente na lactação, aò gcandeò expo- liaçõeò em conòequencia a diacchéaò, no peciodo do cceòcimento daò cceançaò, quando o cálcio é chamado paca o tecido oòòeo. A coexiòtencia claòòica da tetania e do cachitiòmo evóca igual- mente a idéa duma inòufficiencia calcea.» Odo e Sacleò encontcacam na ucina duma cciança tetanica um exageco da eliminação de cálcio.- Analyòandõ oò cecebcoò de ccia-nçaò òuccum- bidaò á tetania, Queòt encontcou uma diminuição de cálcio, emquanto que o valoc em òodio, elemento T.—15 58 antagoniòta, eòtava augmentado. Eòtaò analyòeò tiveram como termo de comparação aò realizadaò em cerebroò normaeò de ctiançaò da meòma edade e natureza. A experimentação confirma oò factoò clinicoò. No animal tetaniòado pela thyreoparathyreoi- dectomia, a applicação de chloreto de òodio provoca e amplifica aò manifeòtaçõeò tetanicaò, emquanto que a de chloreto de cálcio aò retarda e acalma fParhon e Urechia, Arthuò e Schafer- mann): Antagoniòmo do òodio e do cálcio. Oò reòultadoò obtidoò com a opotherapia thyreoidea (Jung,' Lévy-Dorm, Oppenheim, Abt, Romanow, Biedl, etc.) também militam a favor da etiologia deòcalcea da tetania. O tratamento calci- ficante com pleno òucceòòo também juòtifica eòta origem da òyndrome. A utilidade do cálcio na tetania experimental é acceita geralmente. Entretanto Stõltzner, apezar de conòiderar que o cálcio dado em pequena dóòe é excitante, emquanto que adminiòtrado em grande quanti- dade é um inhibitor — incrimina ao exceòòo de cálcio (dado no leite de vacca) a tetania daò criançaò. Suaò concluòõeò têm òido conteòtadaò por varioò autoreò (Netter, Rieòel, Roòenòtern). A reòpeito Netter eòcreveu: «Loeb e òeuò diòci- puloò moòtraram que a acção moderadora do cálcio òó apparece por uma concentração deter- minada, da meòma maneira que òua influencia òobre a coagulação do òangue, do leite, e daò diveròaò diaòtaòeò. Se é paòòado o limite optimo, ha uma acção oppoòta, o phenomeno de reveròi- 59 bilidade. Oò doenteò de Stoltzner tinham já muito cálcio, o leite de vacca encerrando cinco vezeò maiò cálcio do que o da mulher. Em tal caòo, uma nova introducção de cálcio não podia deixar de óer prejudicial, accentuando maiò ainda a ruptura do equilibrio». A acceitabilidade deòta explicação deve òer um tanto generoòa; anteò increpar a obòervação de Stoltzner como excepção (ou talvez de anaphylaxia ao cálcio). —A epilepòia é conòiderada por Silveòtri como uma conóequencia do embaraço no metaboliòmo do cálcio. Attendendo que naò epilepticaò oó acceóôoò ôão maiò numeroòoò durante o catamenio, pergun- tam Parhon e Urechia òe tal não òeria devido ao facto do organiòmo perder, neòta época, talvez por influencia da òecreção interna do ovário, maior quantidade de cálcio. Na experimentação phyòiologica tem òe viòto que uma diminuição do cálcio do cerebro, provo- cada pela injecção de òubòtanciaò deòcalcificanteò, pode produzir acceòòoò de epilepòia. (Apud E. Cdey). São muito òatiòfactorioò oò reòultadoò colhidoò com oò tratamentoò thyreoideo e calceo (brometo) na epilepòia. •—Silveòtri emittiu a idéa de que certoò acci- denteò do puerperio, a eclampòia, etc., reòultam do empobrecimento em cálcio. Em recenteò conòideraçõeò òobre a pathogenia da eclampòia, a qual ainda eòtá por determinar definitivamente, Bar, admittindo que eòòa òyndro- me repreòenta uma toxemia, faz ver que, «entre 60 tanto, poc motivo de cectoó factoó de eclampóia obóecvadoó noó myxedematoóoó (Hecgott, Jeande- liòe, Fcuhinóholz) óe pode acceitac a poóóibilidade, em cectaó mulheceó, dum hypofunccionamento daó glandulaó thyceoideaó e pacathyceoideaó, podendo favocecec a appacição de acceóóoó eclamplicoó.» A manifeótação de acceóóoó eclampticoó não óecia pcovocada pela chamada ucgente de cálcio paca o ocganiómo fetal? E1 bem pcovavel. Sabe-óe que a eclampóia óe moótca gecal- mente ducante oó douó ultimoó mezeó da gcavidez (25 p. 100) ou ducante o pacto (5o p. 100—Fabce), juótamente aó épocaó em que o feto acmazena maioc quantidade de cálcio, deófalcando o ocga- niómo matecno. A falta calcea pecmitte a inótallação da toxemia gecat, além de acaccetac outcoó maleó. O tcatamento pcophylactico da eclampóia pela dieta tactea, já eótabelecido poc Tacniec, que dizia: «Toda mulhec em cegimen lácteo deóde uma óe- mana eótá a abcigo da eclampóia», pode tec óua juótificativa na maioc dadiva de cálcio que óe faz ao ocganiómo. —Naó ccióeó de doençaó mentaeó ha fce- quentemente um exageco da eliminação calcea. O cegimen lácteo é o de eócolha em muitaó daó moleó- tiaó mentaeó. —Como explicac a acção modecadoca, anti- toxica do cálcio em face doó elementoó do tecido nobce? Só o deóiquilibcio electcolytico, não é de juóti- ficativa gecal. Conóidecando que o tcabalho cecebcal ocigina 61 acidoò (principalmente'oò da deò integração daò íecithinaò, glycerophoòphodco, etc..), oò quaeò óão irdtanteò daò cellulaô nervoòaò, e que o au- gttiento da eliminação de acido phoòphorico e de cal eòtá ligado á activtdade cerebral,—podemoò penòar que a funcção do calcionte é de neutrali- òador doò anionteò acidoò do cataboliòmo cerebral. d). Naò intoxicaçõeó de variaò eòpecieò, micro bianaò. alcaloideaò, etc., o cálcio parece figurar como um agente da defeza natural do ocganiòmo. Oò bonò effeitoò doò òaeò de cálcio no trata- - mento da pneumonia, admittidoò por L. Bruton, Bar, Ewart (que com elle viòavam o augmento da coagulabilidade òanguinea) e outroò òcientiòtaò, òào explicadoò por Netter como devidoò ao reòta- belecimento do equilibrio entre oò ionteò metal- licoò, notando-òe que no primeiro periodo da mo- leòtia ha uma retenção de chloreto de òodio. Entretanto eòòa acção parece òer maiò directa- mente antitoxica. O cálcio, conforme penòa Crombie, neutrali- " òaria o veneno do pneumococco, a pneumotoxina, como o faz a antipneumotoxina preòente no òangue doò convaleòcenteò ou doò immuniòadoò. A pneu- motoxina é uma òubòtancia decompoòição próxima daò albumoòeò e peptonaò, òobre aò quaeò, como demonòtrou Peckelharing, o chloreto de cálcio tem acção neutraliòadora. —E1 na tuberculoòe, a peáte branca, que, pen- òamoò, creòce de importância o papel antitoxico do calcionte. A calcificação ou cretificação, conhece-òe de Oí3 longo tempo, é uma forma da cura natural da tuberculoòe. A indicação doò òaeò calceoò no tratamento da tuberculoòe, embora feita de larga data, e reco- nhecida de utilidade, maiò ou menoò indirec la- mente (phoòphatoò e hypophoòphito de cálcio), tem encontrado òua completa divulgação no me- thodo de Ferrier, da calcificação intenòiva, com o qual òão obtidoò bonò reòultadoò (Sergent, Rénon, Letulle, etc.). Por outro lado, noò individuoò deòcalcificadoò a tuberculoòe, como todaò aò infecçõeò, evolúe rapidamente. Aò obòervaçõeò de Ferrier e Lecreux indicam que a tuberculoòe é maiò frequente naò zonaò de òolo granítico e de aguaò pouco calcareaò. Renon cita o facto curioòo e de enòinamento, que a conòtrucção de caieiraò no cantão de Yonne (França), até então infectado de tuberculoòe, òeguiu-òe de uma diminuição doò obitoò por eòòa terrivel bacilloòe. E o que a obòervação e oò factoò clinicoò têm indicado, a experimentação confirma. Oò trabalhoò de Charrin e de Ferrier moò- traram que oò animaeò em.regímen cálcio re.>iòtem muito bem á infecção tuberculoòica, emquanto que oò deòcalcificadoò (pelaò injecçõeò acidaò) òuccum- bem brevemente. ô E’ bem de crer que o calcionte, além de òua acção nutriente geral, tenha na tuberculoòe a de neutraliòador daò toxinaò bacillareòr o mal peior da moleòtia. Não òeria a calcificação doò tubecculoò a pre- 63 cipitação in locu deSSaS toxinas?' Se assim for. teremos no cálcio uma dupla vantagem: neutra- lisar as toxinas, impedindo-lheò, pelo precitado formado, a disseminação pela economia; e ainda resguardar o organismo de novaò porções de toxinas geradas pelos baçillos até o momento de Se extinguirem no cárcere calceo. —As toxinaò diphterica e tetânica òão acarre- tadas de Seus solutos pelo phosphato de cálcio. —Netter verificou que o cálcio tem acção antitoxica em face de diversos alcaloides. —Qual a explicação a formular sobre a acção an titoxica do cálcio? PodemóS considerar o calcionte como um anticorpo mineral: o organismo tem-no disposto a neutralisar ou precipitar certos antigenios (toxinas microbianas), por uma acção chimica directa. (Figuraria uma antitoxina). 5. As outzaó acçõeô que o cálcio tem na eco- nomia representam valor não menor nos Serviços que prestam á hygidez do organismo. São varias, umas mais ou menos apuradas, outras vislum- bradas ou previstas, todas, porém, indicando a muita importância do cálcio na economia. a). A acção oá mo reguladora do cálcio, evi- denciada por diversos autores, tem SenSivel inter- venção physiologica, considerando-se quão a vida doS elementos cellulares está ligada ás propri- edades do meio liquido, do meio interior (Cl. Bernard) em que Se acham. Os estudos modernos estabelecem uma rela- ção estreita entre a tensão oSmotica e a distri- buição dos iontes nos liquidos. E’ o numero de 64 ionteò, daò catgaò de grandeza e óignal divetòoò que oò plãòmaò contêm a variante daò preòòoeò e propriedadeò outraò que interferem com o tra- balho phyòiologico daò cellulaò. A regularidade da tenòão oòmotica é conòe- quencia do equilibrio iontico. Para ella contribúe o calcionte. Provaram Netter, Geconi, Spada.ro, Loeb, etc. que oò ionteò calceoò podem neutraliòar a influen- cia doò ionteò òodicoò (acção antagónica) na preòòão oòmotica doò plaòmaò. Com a dieta hypocalcea a preòòão oòmotica do òangue é de 0,46 e 0,49; com a dieta hypercalcea a preòòão é de o,56 e o,58. Oò muòculoò collocadoò num òoluto equimo- lecular de chloreto de òodio ou de potaòòio augmentam de peòo, abòorverido agua (6 e q5 p. 100); perdem ao contrario 20 p. 100 no òoluto de chloreto de cálcio. Oò muòculoò comportam-òe do meòmo modo que oò òabõeò: o òabão de potaòòa abòorve o máximo d’agua, é molle e deliqueòcente; o de òoda abòorve bem a agua; o de cal é inòoluvel e não pode òer empregado na lavagem (Loeb). Deòde que a tara calcea é alterada mani- feòtam-òe também alteraçõeò organicaò pelo deòe- quilibrio oòmotico doò meioò. Aòòim oò eczemaò e outraò dermatoòeò pru- rigin.oòaò, a urticaria, etc. parecem eòtar depen- denteò de variaçõeò oòmoticáò do òangue pela falta de calcionteò. Noò individuoò hypothyrêoideoò òurgem eòtaò - affecçõeò, em cuja cura oò òaeò de cálcio ou a opotherapia correòpondente contam victoria (Pa- thon e Urechia, Lévi e Rothòchild, Netter, etc.) 65 São interessantes e illustrativas aó observa- ções de Paramore e RoSS de casos de urticaria curados promptamente pelos SaeS calceos, noS quaes a ingestão de descalcificantes (acido citrico ou citrato de potássio) provocava o reappareci- mento da moléstia, que para logo cedia nova- mente com o tratamento calceo (lactato de cálcio). Netter acha que o cálcio agiria subtrahindo a agua extravasada nas placas de urticaria. b). A acção antiheinolytica do cálcio foi demon- strada especialmente por Vincent e Dopter, em cuidadas experimentações. Estes autores constataram que no homem co- mo in eitzo o chloreto de cálcio tem a propriedade de inhibir a hemolySe em certos indivíduos palu- dicos predispostos á hemoglobinhemia e á hemo- globinutia, e também a hemolySe produzida por certas substancias medicamentosas (quinina, anti- pyrina, pyrogallol, silicatos, Sulfeto de carbono, etc.) e por certos venenos como de cobra e de Bem- gare. O calcionte talvez se fixe nos globulos San- guineos, protegendo-os contra a acção da sensibi- lisadora e da alexina. As experienciaS de Vincent e Dopter confir- mam as de Nolf Sobre o poder dos SaeS de me- taes álcalinoterreos em se oppôrem á acção das alexinas. —Henri Iscovesco observou que oò SaeS de cálcio podem diminuir e mesmo Supprimir o po- der hemolysante do Soro dos brighticos. O calcionte, em certas proporções óptimas, augmenta a resistência globular e diminue, sup- T.—17 66 prime meòmo o poder hemolyóante de outraó óubótanciaó. c). A acção nephzoactivante do cálcio foi eó- tabelecida por Henry Lamy e André Mayer, que de óuaó experimentaçõeó tiraram aó óeguinteó con- cluóõeó: Sob a acção de forteó doóeó de cálcio (azotato) a óecreção de urina diminue um pouco, diminui- ção que é correlata a um enfraquecimento conói- deravel do curóo do óangue no rim; Sob a acção de fracaó doóeó aòecreção ea con- centração da urina augmentam um pouco, por óu- peractividade daó cellulaó renaeó. A utilióaçao doó óaeó de cálcio naò affecçõèó renaeó é degrande proveito. Já Stromeyer, Kuchenmeióter, Baudon, Whri- ght e Roóó indicavam, maió ou menoó empirica- mente, porém com convicção noó bonó reóultadoó que a obóervação lheó garantia, oó óaeó de cálcio naó nephriteó e hematuriaó. Aò experienciaó de Teióòier, Cade e Roubier, Bonnamour, Imberd e Jourdan, Porgeó e Pribram, Turminia, Moncany, G. Vitry, etc. confirmam a acção diurética do cálcio. E’ conhecido o valor doó diureticoó dioòmoticoó relativamente á ôolubitidade doó óaeó calceoó que formam oó anionteó reópectivoó (Cuóhnhy, Wallace); oó óaeó cujoó anionteó dão com o calcionte com- poótoó óoluveió óão diureticoó; oó que originam compoótoó inóoluveió óão purgativoó (de abóorpção difficil e diffuóibilidade lenta). Oó purgativoó agindo por intermédio do óyótema neuro-muócular, diminuem a concentração doó 67 calcionteò livreò no organiòmo. Pelo contrario, òua acção póde òer inhibida peloò òaeò de cálcio. Oò enòinamentoò empidcoò concordam com aò inducçõoò recenteò da biologia. —O leite, remedio e alimento de ineòtimavel valor naò affecçõeò renaeò com embaraçoò geraeò da tenòão oómotica, deòempenhatia, aòòim, em pre- sença da economia, o tdplice papel que oò òaeò de cálcio lhe conferem: oòmotegulador, nephro- activante, antihemolytico. —Pela impodancia do cálcio na coagulação òanguinea, deduz-òe a òua acção antihemoethà- gica. Eòta também ceòulta da influencia doò òaeò de cálcio òobce aò pacedeò vaòculaceò, que òoffrem uma eòpecie de condenòação (Januòchke). Ainda o cálcio tem o podec de neutcatiòae a acção de cedaò òubòtanciaò que augmentama per- meabilidade daò paredeò vaòculareò permittindo oò exòudatoò, como a toxina da diphteda e a thio- òinamina (R. Chiad). Presença no organismo. Exiòte o cálcio em quaòi todoò oò tecidoò, orgamò e liquidoò . do orga- niòmo, em combinaçõeò diveròaò e em quantidade vadavel. O tecido maóculaz contém: em mil padeò de cinzaò 2 gcammaò de cal (Champion e Pellet); em mil padeò de carne freòca, noò mammiferoò em geral, ogr.9 a o, 18 de cal (Gautier). O tecido caztilaginoóo contém: em cem padeò de cinzaò çgr.88 de phoòphato de cálcio (von Bibra). Aò cinzaò daò cartilagenò augmentam com n edade: aò duma criança de òeiò mezeò dão 2,24 08 poc cem, de tceò annoò 3, aoò vinte e cinco annoò 4, aoò quaeenta annoò 6 poc cem de mateeiaò teccoòaò. O tecido oóóeo contém: em cem pacteò de cinzaò 38gcò.6 (Heintz) ou 40,1 (Zaleòki) ou 51,31 (Gabciel) de cal no homem adulto; 37,7 na cciança de qua- toeze diaò, 38, o na de òeiò annoò (Recklinghau- òen). Seja 83,89 a 85,9° de phoòphato de cálcio Ca3(PO'<)2,—9,06 a 11,00 de cacbonato de cálcio Ca CO3,—0,06 a 3,20 de fluoceto de cálcio CaFl2 poc cem (Gabciel). Eiò aò analyòeò daò vaciedadeò de oòòo (apud Gautiec): SAES OSSOS LONGOS SUBSTANCIA COMPACTA ossos CHA- TOS OSSOS GUR- TOS SUBSTANCIA ESPONJOSA V. Bibra Frcriclis Heinlz Carnot V. Bibra V. Bibra V. Bibra Frcriclis Ca3 (PO5)2 l 60.1 87.15 l ( i \ 59.6 58.7 58.4 < 56.3 42.8 50.2 Ga Fl2.... ) 1 3.5 0.35 1 1 1 1 Ca CO3... 7.8 10.1 6 4 10.18 8.0 6.1 19.13 11.7 Ca Cl2.... 0.25 O phoòphato de cálcio fócma de 84 a 87 poc cem do peòo doò pcincipioò minecaeò do oòòo; eòtá unido em fcaca pcopocção ao cacbonato, ao chlo- ceto e ao fluoceto de cálcio. Não òe tendo em conta o fluoc nem o chloco que ceunidoò não paòòam de um a 1,7 poc cem de peòo daò cinzaò, o ceòto doò elementoò da tecca oòòea cocceòponde á foemula ouCa20P2Oi8P2GO3+3aq. iòto éa uma combinação de òeiò moleculaò de phoò- phato tcicalcico com duaò moleculaò de cacbonato 69 de cálcio e tceó moleculaó d’agua (Aeby).—Oó óaeó calceoó figuram em 22,85 por cem de oóóo bruto. Oó denteò contêm, óegundo aó analyóeó de von Bibra: SAES Na dentina No esmalte No cimento Ca:i (PO*)3 G6.72 89.82 58.73 Ca CO3 3.36 ■4.37 7.22 Ca Fl2 traços traços traços Hoppe-Seylec dá paca o eómalte-phoóphatoó e carbonato de cálcio 75,94 a 82,40, chloceto de cálcio o,c3 na criança; phoóphatoò e carbonato de cálcio 96,0 no adulto. Fcémy dá paca o cimento—phoó- phatoò de cálcio 60,7, carbonato de cálcio 2,9. O cezebto contem por mil pacteó dc óubótancia fceóca de o,oo5a 0,02 de cálcio (GeogheganJ. O liquido cephalozachidiaho contém 0,10 dc phoóphatoò tccceoó (Robin, Macchand). Oó ollioó contêm: phoóphatoò de cálcio (c de magneóio) 0,47 no humor aquoóo, o, 13 no corpo vitceo-; chio reto e putroó óacó dc cálcio 0,11 no humor aquoóo, 0,13 no corpo vitceo (Lohméyec); traçoó de phoóphato tricalceo na retina. O figado contém de cal em mil parteó de tecido 3,6i no homem, o,33 na criança (Oidtmann). O baço contém 7,3o a 7,48 de cal por mil (Oidtmann). Oó cabelloá contêm, óegundo Baudcimond, em cem parteó de cinzaó: 70 SAES Negros Vermelhos Loiros Brancos Ga SO4. ■ » y> )) 13.58 Ca GO3 4.62 4.03 9.96 16.18 Ca3 (PO4)2 15.0 t 10.30 9.62 20.53 A áaliva contém: em mil parteò da total o,o3 de cal (Jacubowitòch); em cem parteò de cinzaô 5,o 11 de cal (Hammerbacher). A òaliva ôubmaxillar encerra em mil parteò o,i5 de carbonato de cálcio e o,ii3 de phoôphato acido de cálcio (Herter). O áucco gaótzico contém em mil parteò 0,06 de chloreto de cálcio, o, 125 de phoôphato de cálcio (de magneôio e de ferro—Sehmidt). O áucco panczeatico contém em mil parteò o,53 de phoôphatoò terreoò naô fiôtulaô recenteô, 0,08 naò fiôtulaô antigaô; ou o,32,— o, i de cal (e de magneôio—Sehmidt, Kroger). A bilió contém em mil parteò i ,8 a 2,8 de phoô- phato de cálcio (e de magneôio) e 0,2 a 0,4 de ôulfato de cálcio (Frerichô). O leite contém: em mil cc. 0,2 (C. Pagéô) ou 0,342 .(Bunge) de cal; naô cinzaô i3 a 17 (Camerer e Soldner) ou 15,6 (Bunge) de cai por cem, ôendo 2,5o fSchwentz) a 3,g5 de phoôphato de cálcio e traçoô de fluoreto de cálcio (Filhol e Joly). Tem-ôe aòôignalado também o citrato de cálcio (2, í 33 no de vacca—Soldner). O eápezma contém em cem parteò de cinza 22,40 de cal (B. Slowtzoff). 71 O ôcingue contém noò 8 por mil de materiaò mineraeò 0,114 de phoòphato de cálcio; em'media o,35 de phoòphatoò terreoò (e outroò òaeò inòo- luveiò). O globulo branco ou leucocyto tem cálcio em òua compoòiçáo chimica, aòòim como o globulo vermelho, hemacia ou erythrocyto. Aò cinzaò de cem parteó de globuloò humidoò encerram 0,09 no homem, 0,218 (com o de magneòio) na mulher, ou o,oy3 de phoòphato de cálcio, em geral (Schmidt). Aò cinzaò de mil parteò de plaòma contém 0,298 de phoòphato de cálcio. O òôro em mil parteò encerra o, 126 a 0,163 de cal (Schmidt). A Ivmpha contém em mil parteò 0,132 de cal, unida aoò acidoò phoòphorico e carbonico (Henòen e Dahnhardt). O óiut contém 0,39 de phoòphatoò terreoò (Schõttin). A atina contém: em i5oo grammaò 0,26, òeja em litro 0,15 de cálcio (Hugounenq); em mil grammaò o,3i, òeja em 2 j. horaò 0,4 de phoòphato de cálcio (Gautier). —O eòtudo analytico doò tecidoò, orgamò e •plaòmaò organicoò, pela difficuldade que comporta, é incompleto e falho/ Não extranha faltem notaò e dadoò completoò a reòpeito o cálcio, que por todoò elleò òe eòpalha, porém que por muitoò delleò reòta deòconhecido. Eliminação do organismo: Depoiò de haver òervido á economia por òuaò diveròaò acçõeò, o cálcio é òeleccionado da corrente òanguinea peloò 72 orgarnò eliminadoreò e com oò liquidoò de òecceção deòteò excretado do organiòmo. A via maiò importante de excreção do cálcio é o inteòtino. Oò tcabalhoò de Foròter e Bijl, procurando qual o conteúdo em cálcio naò diveròaò parteò do tra- cto inteòtinal, indicaram que a parte inferior do inteòtino é maiò rica em cálcio que a òuperioc, facto que demonòtra òer a via inteòtinal a de eli- minação deòòe elemento. Também urina òerve á eliminação do cálcio, maò o faz em muito menor porção que aò fezeò. A quantidade de cálcio eliminada varia com a recebida noò alimentoò. A preòença de muitoò phoòphatoò noò alimen- toò conduz maiò cálcio para aò fézeò e menoò paca a urina. Pelo contrario, eòòe elemento diminue pela intcóducção no organiòmo ou pela producção noò tecidoò, de muitoò acidoò. O regímen animal augmenta a quantidade do cálcio urinário áò cuòtaò dacalcio fecal, emquanto que o regimen vegetal produz effeito inveròo. Eiò algumaò provaò éòtabelecidaò por Mag nuò-Levy: Sabe-òe que o regimem animal é productor de acidoò e que o regimen vegetariano traz muito aci- do phoòphorico. Correlativamente òe obòervamaò òeguinteò diò- tribuiçoeò da cal no carnívoro, no homem omní- voro e no herbívoro; òobre ioo parteò de cal in- geridaò encontra-òe: 73 NA URINA NAS FEZES No cão (nutrido de carne)... 27 73 No homem .. 18,43 60,82 No herbívoro 4,5 94,110 De qualquer modo òempre a urina contém menoò cal que aò fézeò. A cal injectada naò veiaò ou òob a pelle eli- mina-òe igualmente em maior parte pelaò fézeò e a cal abóorvida no eò to mago ou no inteòtino òupe- rior tem a meòma òorte; é em parte rejeitada de novo naò fézeò pelamucoòa do groòòo inteòtino. Eiò porque é impoòòivel doòar exactamente, meòmo com um tubo digeòtivo intacto, qual a fracção de cal ingerida que foi abóorvida. O jejum traz naturalmente uma diminuição do cálcio noò excrementoò, por iòòo que deòapparece o cálcio da rqção alimentat. A cal urinaria, ao con- trario do que quando no período alimentar, au- gmenta, provindo, então, òegundo I. Munk e outroò da fuòão do tecido oòòeo. —A urina nychtemeral contém ogr.2 a ogr.3 de cal, a media de ogr.26 (homem de 66 kilogram- maò), o que dá por litro ogr. 17 (Hugounenq). —Naò fézeò aò iogtò.95 p. 1000 de materiaò mineraeò òão quaòi conòtituidaò por òaeòde cálcio, phoòphatoò eòpecialmente, carbonatoò, etc. 74 § II —SiVES DE CiiLCIO.—A tjui daremos, mais ou menos resumidamente, as proprie- dades physiologieas e as utilidades medicas e hygienicas dos compostos de cálcio mais importantes. FLUORETO DE CÁLCIO CaFl2 Physiologia. Otigeni: Provém de noóóa alimen- tação hydrica e vegetariana. Exióte n’agua potavei em traçoò e em aguaó mineraeò; também em certoó vegetaeó (grammineaó, equióetaceaó). A óua abóorpção faz-óe no eótado de combi- naçõeó organicaó vegetaeó, ou no de fluophoóphato, óegundo autoreó (Pagèó). Acção: Embora óeja, óob o ponto de vióta phyóioiogico, o maió importante doó óaeó de óeu género, o fluo reto de cálcio, corpo biodynamico, não tem bem eótudado o óeu papel na economia. Segundo A. Brióóemoret é eóte importante, parti- cularmente no deóenvolvimento doó. oóóoó e doó denteó. Parece a Gaube (du Geró) que o CaFl2 funcciona como antidoto em relação a certaó óubótanciaó produzidaó pelo organiómo. Quando óeabóorve um ftuoreto alcalino (Na, K), logo o organiómo o decompõe, indo unir-óe o ionte jluor ao cálcio. Se em pequena dóóe, depoóita-óe em parte no organiómo, como CaFl2; óe a proporção é elevada, produz a morte doó elementoó cellulareó, vióto como o cálcio, óob a forma de cofermento, é indiópenóavel á vida. 75 Sabendo-óe que o muôculo cardiaco tem neceò- ôidade do cálcio para o óeu normal funccionamento, cpmprehende-òe a parada do coração pela acção doò íiuoretoó (Expó. de Buòquet e Pachon na ran). Preóença: Oò oòóoò e oò denteo óão oó pontoó principaeó de eótada do CaFl2, que, emtanto, pode óer encontrado em outroò orgamó e liquidoò orga- nicoò—no cerebro, no leite, no óangue(Tammann). Repreòenta o termo eòtavel, irreveròivel da preóença do ionte flúor na economia. —Naò oòòadaò foòòeiò a óua quantidade au- gmenta com a antiguidade do oòòo (Carnot). Utilidade—Em medicina tem òido empregado como antiòeptico geral e maió particularmente na tuberculoóe (acção antitoxica). E’ vantajoóo o óeu uòo therapeutico com o fim de conòervar oò denteò (Denigéò), contra a carie dentaria e de ajudar a con- òolidação daò fracturaò oòòeaò (Brióóemoret). CH LO RETO DE CÁLCIO CaCb Physiologia. Otigem: Penetra no organiòmo com oó alimentoò e aò bebidaò. Aò aguaô potaveiò, de fonte ou de rio, certaò aguaò mineraeò (a agua do mar), algunò vegetaeò encerram CaCl2. E1 queòtão controveròa òe eòta òeria a unica fórma de abòorpção do cálcio(Rúdel) ou não, como é maiò provável. Admitte-òe óua preóença como eminentemente favoravel á formação doo carbonatoò e phoòphatoò calceoò òoluveiò (chlorophoòphatoò, etc.) e de óaeò duptoó outroò òoluveió (pela dupla decompoòição com compoòtoó de Na e de K—(Gaube). 76 Açção: Poderiamoò reproduzir aqui tudo que eòcrevemoò no § I òobre aò acçõeò do cálcio. O CaCl2 participa de todaò. —Em dóòe elevada o CaCl2 é irritante do eòto- mago, «age como veneno muòcular» fRabuteau) e produz a morte, òe não òabendo ao certo òe pela acção exercida òobre oò centroò nervoòoò (Stokviò). Pteáença: Não é fixa nem frequente na eco- nomia. Foi aòòignalado no òucco gaòtrico (Bracon- not). Admitte-óe-o no tecido oòòeo. A urina elimina-o (G. Sée). Utilidade. Em medicina o CaCl2 cryòtalliòado (6FFO), conóiderado o maiò activo doò óaeò de cálcio (Plicque). tem multiplaó e importanteò applicaçõeô. Dióòe Sydney Ringer: «Highly valuable medicinal óubótanceò whicli may with advantage be more extenòively uóed». O CaCl- é indicado: Como nutriente, no rachitiòmo, em todoò oò eòtadoò de hypo ou de deòcatcificação; e antitoxico, na tuberculoòe e eòpeciatmente naò formaò eòcro- fuloòaò (Crighton, Davieò); Como tonicardiaco e antitoxico, na pneumonia (Crombie, Lauder Bruton: —- «A integridade do coração é um elemento eòòencial na pneumonia»). Como òedativo e antitoxico, no eòpaòmo da glotte, na laryngite eòtriduloôa, naò convulòõeò, noò tremoreò, na polypnéa, na tetania daò criançaò, contra a eòpaòmophilia (Loeb, Netter, Mac-Callum, Voetlin, Roòenòtern); Como oòmoregulador, na urticaria, no pru- rido (Savell), na pneumonia (Netter), naò exòudaçõeò e tranòudaçõeò, edemaò, etc.; noò accidenteò daò 77 injecçõeò de òôro phyòiologico (Couòin, Netter) ou de òôro diphterico (Gewid); Como antihemolytico, na febre bilioòa hemo- globinurica (Vincent); Como nephroactivante e oòmoregulador, em quaòi todaò aò albuminuriaò e nephriteò (Wright e Roòò,Iòcoveòco, Lamy e Mayer, Bonnamoup Imbert e Jourdan, G. Vitry. L. Rénon, Sartadon, etc.); Como hemoòtatico e coagulador: naòhemorrha- giaò de toda eòpecie (Wright, Bryant), nahemoptiòe, na epiòtaxe rebelde, na purpura, na hematemeòe, na enterorrhagia typhica, naò perdaò hemor- rhoidaeò (J. Boaò), na melena (Legge), na hema- turia, na menorrhagia ; contra a hemophilia, preventivamente naò peòòôaò que vão òoffrer ope- raçõeò (Lauder Bruton); Como activocoagulador, juntando-òe ao leite quando mal digerido (G. Sée, Kemperer); Como òaponificante, na dyòpepòia pelo uòo de gotduraô (G. Sée), etc. CHORETO DE CAL CaCBO physiologia. Acção: Fornecendo com faci- lidade acido hypochloroòo, chloro e oxygenio, o CaCBO age como oxydante energico. Faz-òe irri- tante doò tecidoò vivoò. A òua ingeòtão provoca violenta gaótrite, podendo produzir a morte. Irrita aò viaò reòpira- toria peloò gazeò que deòprende (chloro, ete.). Tem acção cauótica òobre a pelle. Funcciona como antizymotico e antiòeptico. Seu òoluto a i/io é de effeito equivalente ao de 78 òublimado a i/ioo (Chamberland e Fernbach). Miquel conòidera-o de fraco poder. utilidade. Em medicina ha tido indicaçõeó : como antídoto chimico no envenenamento pelo acido ptuòòicoou cyanhydrico, pelo gaz óulfhydrico ou peloò òulfetoó alcalinoò; como antiòeptico e deòodoriòante no tratamento de ulceraò e gran- grenaò. Foi recommendado por Calmette contra a mordedura de cobraò, em lavagem e injecção òub- cutanea (a titulo de i/36). Em hvgiene uòa-òe-o 11a deòinfecção de certoò objectoò, de caòaò. caAetnaó, hoópitaeò, priòõeó, de exgottoó, etc. Prefere-òe o óoluto a 1/10 da òolução mãe de ioogrammaó para 1200 de H20, de maxirna acção, com particularidade a quente (Chamberland e Fernbach). E’ deòodoriòante util naó latrinaó. Faz parte da miótura antiòeptica de Lépine. Apeòar do real poder deòinfectante de ãeuò óolutoó quenteò, o CaCPO eótá maiò ou menoò abandonado por òua difficil conòervação e óeuò inconvenienteò. —Utiliòa-o ainda a hygiene na purificação daó aguaò(ogr. i5 por litro), acceitandoa indicação de Traube (1894), embora òem larga mano, reco- nhecendo deóvantagenò em 6eu emprego e òua lenta e incompleta acção òobre oò germenò pathógenoò (Rabò).- Melhoreò reóultadoò têm óido obtidoò com a miótura de chioreto do cal e perchloreto de ferro, denominada fettochloto (Duyk) e que produz acido hypochloroòo, peroxydo de ferro, um ferrato, etc. 79 BROMETO DE CÁLCIO Ca Bv physiologia. Acção: GoSa das propriedades dos ionteS seus componentes. A’ acção òedativa do calcionte Sobre oò centros nervosos vem juntar-Se idêntica do ionte bromo. A sua grande diffusibilidade deixa pensar que Seja absorvido Sem decompor-Se. A eliminação do bromionte dá-se pela urina e pela óaliva. Seria maiò activo que o brometo de potássio, na opinião de W. Hammond. Utilidade. Em medicina é empregado: como analgésico, noò phenomenos dolorosos do esto- mago; como Sedativo ou calmante, na epilepsia, no délitium tzemenó, na inòomnia especialmente a devida á óuzmenage intellectual; como reconsti- tuinte, no rachitiómo, etc. IODETO DE CÁLCIO CaP Physiologia. Acção: Sendo muito diffusivel e facilmente dissociãvel em Seus ionteS, deve exercer Sobre a economia a dupla acção de seus constitu- intes. E’ excitante do metabolismo orgânico. Utilidade. Em medicina é pouco empregado, devido a sua alterabilidade; tem sido indicado como Succedaneo do iodeto de potássio e como excitante geral da nutrição, no rachitiómo e na tuberculose, com vantagens. PROTOXYDCf DE CÁLCIO CaO Physiologia. Acção: A cal viva tem uma acção caustica, destruidora Sobre oS tecidos do organismo. Applicada Sobre a pelle produz quei- * 80 madura e finalmente eócara molle, por óua avi- dez hydroxyda deóhydratando oò tecidoó, por óua propriedade óaponificadora dióóolvendo aó gor- duraó, por óua acção cauótica deótruindo a ma- tecia albuminoide doó elementoó cellulareó. -—Indiquemoó aqui a acção do ionte cálcio libertado pela electrolyóe de óeuó óaeó, óobre o tegumento externo, óegundo a obóervação de Steph. Leduc: A introducção não é doloroóa. A óuperficie torna-óe muito branca, como óe oó tecidoó eóti- veóóem completamente impregnadoó de carbonato, de óulfato e de phoóphato de cálcio. No dia óe- guinte eóta óuperficie apparece negra, ecchymo- tica; no terceiro dia manifeóta-óe um entumeóci- mento cdematoóo elaótico; no quarto dia o edema augmenta em eópeóóura e óua óuperficie ecchymo- tica, anegrada, forma o vertice d’um cone trun- cado de 8 aio m.m. de altura, conótituido pelo edema elaótico. Eóte edema endurece, a eócara deótaca peloó bordoó, depoió cae, deixando uma ulcera óeroóa óobre uma baóe endurecida, lembrando um can- cro óyphilitico; a ulcera aprofunda-óe, formando uma cratera cónica, cujo vertice penetra por um pequeno orificio em larga cavidade for- mada por um deócollamento circular profundo do tecido cellular óubcutaneo. Só quinze diaó depoió da introducção começa a reparação, e óó apóó um mez óe tem uma cicatriz, óobre baóe muitióóimo endurecida, analoga à dum cancro óyphilitico. Eótaó leóõeó, conclue, tão caracterióticaó e óempre identicaó, óão certamente a conóequencia, pela 81 introducção do ionte cálcio na profundidade doó tecidoò, da formação, com oó ionteó catbonicoò, phoóphoricoó, óulfuricoó, etc. doó tecidoó,—de óaeó inóoluveió de cálcio.—Todoó oó radicaeó acidoó que com oó metaeó alcalinoterreoó dão precipi- tadoó inóoluveió óão cauóticoó em certa dóóe; po- rém aó leóõeó produzidaó diffetem de um a outro ionte. A do acido óulfurico é negra, brilhante, polida, pouco profunda, e no fim de treó óemanaó deócama. Utilidade. Em medicina óe não faz uóo thera- peutico da cal viva, que é preterida pela extincta. Antigamente óe utilióouda reacção energica d’agua óobre a cal viva para obtenção de banhoó de vapor, no rheumatiómo chronico, na óciatica, etc. (Trouó- óeau e Pidoux). Em liygiene aproveita-óe de CaO para a deó- truiçâo doó cadavereó humanoó. Eóíe proceóóo muito hygienico tem a vantagem de exigir pouco terreno para oó cemiíerioó, poió no fim de um anno oó tumuloó podem óervir novamente. (Ex. em Napoleó). Pode-óe também aproveital-a noó campoó de batalha. E’ ainda a CaO indicada na deótruição doó animaeó fallecidoó de moleótiaó contagioóaó, car- búnculo, morrno, tuberculoóe, etc. PROTOHYDRATO DE CÁLCIO Ca (OH)* Physiologi \. Acção: A cal extincta óolida poóóue a propriedade cauótica, eócharotica da cal viva, reduzida muito de intenóidade. O leite de cal também é de fraco poder cauó- tico. A agua de cal obra como alcalino. rr 0.1 82 —A acção antiòeptica ou deòinfectante da cal tem òido comprovada peloò trabalhoò de varioò òcientiòtaò (Libotiuò, Kitaòato, Uffelmann, Pfuhl, Richard e Chantemeòòe). E’ realmente muito efficaz, deòde haja em quantidade òufficiente para elevar a certo gráo a alcalinidade do meio onde exiòtam microbioò (Arnould). O leite de cal (encerrando 20 de cal por cem d’agua, 11 °/0 em peòo) é maiò activo que a cal cauótica (Pfuhl). Eliminação: Abel e Muirhead encontraram na urina de peòòoaò tendo abòorvido forteò doòeò de Ca fOHf grande quantidade de carbamato de cal- cio. O acido carbamico decompõe rapidamente em acido carbonico e ammoniaco (CO. Az H2.0H= COfAz PP); aóòim a urina òe torna fortemente ammoniacal, e foi juótamente eóte phenomeno que levou oò autoreó a inòtituirem procuras precióaó. Parece a Stokviò que o cálcio circulando no òangue; deòde o momento em que òeja exceòòivo, òe com- bina ao acido carbamico, e o organiòmo procura deòembataçar-òe, òob a forma de carbamato de cálcio, de òeu excedente em cal. Utilidade. Em medicina foi empregado como cauòtico ou eòcharotico, coparticipando da «paòta de Vienna», do «cauòtico de Fithoò», doò «póò doò irmãoò Mahon». Uòa-òe em eòtado òabonoòo, com o oleo de oliveira—«linimento oleocalcareo» motte), ou com o oleo de linhaça—«carron oil» doò inglezeò, no tratamento daò queimaduraò, daò può- tulaò variolicaò, daò deònudaçõeò da derma, fun- ccionando como protectivo por òua tranòformação ao ar em carbonato de cálcio, que precipita em camada tenue. 83 A «agua de cal» é indicada: como antiacido, na hyperchlorhydria; como antióeptico e adótrin- gente, naó diarrhéaó, naó enteriteó, em certaó fe- breó typhoideó, attribuindo-óe-lhe também uma acção óobre aó ulceraó inteótinaeó (Stokvió e um •effeito òecundado, o de premunir oò perigoó da hemorrhagiainteótinal(L. Bruton); como antitoxico, na diphteda, admittindo Kuchenmeióter e Biener a propriedade de dióóolver aò fatóaò membtanaò e Henning a acção antiòeptica; como diucetico e litholytico, na diatheóe ucica (Whytt, Stahl); como antióeptico e pcotectivo, extemamente, na óacna, na tinha, naó ulcetaò, naò queimadutaó. Dudtey Kennacd obteve ceóuttado óucpcehen- dente com a agua de cal pez oò no tratamento de vetrugaó multiplaó (verruca plana). O «óucrato ou óaccharato de cal», òotuto maió rico em cal do que a agua de cal quaói quatorze vezeó, é muito vantajoóo naó diarrhéaó infantió. A agua ou o óucrato, mióturadoó ao leite, augmentam-lhe a tolerância, facilitando-lhe a di- geótão, por ióóo que o impedem de precipitar no eótomago em grandeó coaguloó. Em hvgiene emprega-óe o «leite de cal» freó- camente preparado como deóinfectante doó maió energicoó. E1 muito efficaz na deóinfecção daó fézeó, principalmente daó doó dyóentericoó, doó chole- ricoó, doó typhoóoó. O óeu poder microbicida juótifica o emprego que tem na hygiene daó latrinaó, daó foóóaó fixaó, etc. Também óe coótuma pulverióar a cal óobre aó immundicieó e aó terraó daó grandeó excavaçõeó, como medida prophylactica. 84 Não é menoò util o òeu emprego na caiação ou pintura a cal daò paredeò, muroò, etc. daò habi- taçõeò, conòiderando algunò òcientiòtaò haja quaòi completa eòteriliòação doò meòmoó (Cromberg, La paòòet), emquanto outroò indicam a reòiòtencia do bacillo da tuberculoòe e doò micobrioò eòporuladoò (Jáger, Gaixâ). Maiò ahi não é òomente como micro- bicida que òe faz a acção hygienica da cal, òenão também como inòectifera, na deòtruição doò inòectoò paraòitaò (pulgaò, pecòevejoò, etc.), de papel importante na tranòmiòòibilidade de moleòtiaò contagioòaò, e tão frequenteò naò habitaçõeò pouco cuidadaò. Como medida hygienica de muito pro- veito, oò quarteiò, aò priòõeò, oò hoòpitaeò, oò aòyloò, oò collegioò, aò caòaò pobreò devem òer caiadaò frequentemente. —A cal òó (preconiòada por Frankland) ou aòòociada a òaeò (òulfato de alumínio ou de ferro, etc.), é uòada em variaò cidadeò na depuração daò aguaò, embora não òeja doò melhoreò meioò. PEROXYDO DE CÁLCIO CaO2 physiologia. Acção i Cedendo peroxydo de hydrogenio em ] eòtado naòcente, conòtitue-òe o peroxydo de cálcio hydratado (Ca02.H2O) anti- òeptico de eòtimavel valor. O òeu poder bactericida é conòiderado òuperior ao da agua oxygenada do Commercio e ao da cal. utilidade. Em hygiene aproveita-òe da activi- dade deòinfectante do Ca02.H20 na depuração daò aguaò pelo proceòòo de Freyòòinge-Roche, ao bicalcito, pó que tem como agente eòòe compoòto. 85 SULFETO DE CÁLCIO CaS physiologia. Abòozpção: Quando ingerido, é decomposto parcialmente no eòtomago, pela acção do acido chlorhydrico, com libertação de acido sulfhydrico e formação de chloreto de cálcio. O acido óulfhydrico assim produzido é expellido ou passa á corrente circulatória, no estado de Sulfhydrato alcalino, ahi se oxydando, para eliminar-se como sulfato pela urina. Outros ctêm que a absorpção se faz no estado mesmo de sulfeto, a decomposição Se realizando no Sangue, com desprendimento de hydrogénio Sulfurado (Ussher). Acção: Convém lembrar que os sulfetos alca- linos (em que Se desdobra o CaS) exercem uma acção depressiva sobre a pressão sanguínea, a respiração, finalmente Sobre uma Serie de centros nervosos, comprehendidos os motores (Pohl). Se o CaS tem a propriedade de libertar acido Sulfhydrico na torrente Sanguínea, a esse pertence a acção antíseptica que se reconhece naquelle. Utilidade. Em medicina tem sido preconisado internamente, como antiseptico, na diphteria (Fon- taine, Jaulmeó, Salivas, Abogado, etc.), na escarla- tina, no typho, no ôarampam, em casos de abcessos e tumores não operáveis (Ussher), etc. O «pó Sulfuroso de Pouillet» é uma mistura de monoSulfeto de cálcio com bicarbonato, sulfato e chloreto de sodio, empregado em Soluto como succedaneo das aguas sulfurosas. SULFHYDRATO DE CÁLCIO Ca(HS)» Physiologia. Acção: Desde que Se altera facil- 86 mente com producção de cal, poòòue propriedadeò cauòticaò e deòtruidoraò, eòpecialmente òobre oò pelloò e outraò phanetàò. Utilidade. Em medicina emprega-òe-o como depilatorio, na maòòa depilatoria de Martiuò e na Ruòma doò Orientaeò ou doò Turcoò, paòta obtida com o ouropimento (triòulfeto de aròenico) e o oxydo de cálcio (Aò2S3+3Ca0=Aò203+3CaS) e cujo emprego é perigoòo pela preòença do anhydtido aròenioòo. SULFETO DE CAL. Physiologia . Acção: Repreòentando o figado de enxofre calcareo uma miòtura de diveròoò compoòtoò òulfureoò do cálcio (monoòulfeto, poly- òulfeto, hypoòulfito e òulfato), não tem acção própria; participa daò propriedadeò de òeuò conòti- tuinteò, funccionando como irritante do tegumento externo, do qual òe torna eòtimulante, como anti- òeptico, como paraòiticida, etc. Utilidade. Em medicina tem òido empregado em pó, «pó de Pyhorel», no tratamento da òatna e outraò dermatoòeò, em loçõeò ou banhoò, e como epilatorio, em paòta (Boettcher). SULFITO DE CÁLCIO CaSO3 Physiologia. Acção: Sobre a acção phyòio- logica doò òulfitoò ha opiniõeò divergenteò, não òe conhecendo por certo qual òeja ella. A fraca òolubilidade do CaSO:! deixa penòar em òua pouca diffuòibilidade, extincta logo, demaiò, 87 pela tranòformação facil em òulfato ante oò agenteò oxydanteò (oxydaòeò). Oò òulfitoò puroò têm uma acção paralyòante òobre oò vaòoò, o coração e oò orgamò reòpira- tõrioò doò animaeò de òangue quente (Pfeiffer). A moderada acção antizymotica do CaSO:! cor- rerá por conta do calcionte ou òerá devida ao anionte òulfuroòo? Não eòtá apurado. Utilidade. Em medicina é indicado como antiòeptico naò pharyngiteò, amygdaliteò, tonòil- liteò e anginaò (Norbury) e internamente como prophylactico da influenza (Sinclair Cohill). Em hygiene o biòulfito de cálcio é empregado por Baòòenge para deòtruir o exceòòo de chloro no òeu proceòòo de purificação daò aguaò pelo chio- reto de cal. —-O hyposulfito de cálcio CaS203, de proprie- dadeò phyòiologicaò deòconhecidaò, foi indicado por Heròchel no tratamento da tuberculoòe. SULFATO DE CÁLCIO CaSO1 Physiologia. Oúgem: Talvez òubòtancia biody- namica, é CaSO1 retirado do òolo peloò vegetaeò, que o aproveitam, poòteriormente cedendo òeuò componenteò aoò òêreò animaeò. Aò aguaò de beber (naò quaeò òe pode admittir, contrariamente a Martel de ogr.oo3 a ogr.028 de òulfatoò por litro—Gautier) também noò apreòentam certa dóòe deòte òal, que algunò òcientiòtaò, emtanto, penòam òeja de todo rejeitado pelo orga- niòmo. Póde-òe acceitar que o CaSO1 é abòorvido em muito fracaò dóòeò. 88 Acção: Não òe òabe òe o CaSO’ tem acção manifeòta òobre a economia. Quanto a òe incriminar aô aguaò òelenitoòaò de fatigarem o eòtómago e também oò tinò pela elimi- nação continua de cálcio, não parece procedente, deante da indicação a dyòpepticòò e a nephreticoò de aguaò muito òulfatadaò catceaò (2gr.o Vittel). Pteóença: Foi indicada noò cabeltoò brancoò (Baudrimont), na biliò (Frerichò), etc. Entretanto «importa fazer obòervar que òe não pode concluir, pela preòença de òulfatoò naò cinzaò dum tecido, da preexiòtencia deòteò no tecido; porquanto a incineração daò materiaò organicaò òulfuradaò, em preòença de outroò òaeò como oò carbonatoò e oò chtoretoò, dá naòcimento a òulfatoò» (Engel e Moiteòòier). Eliminação: O CaSO’1 elimina-òe peta urina. Utilidade. Em medicina o gêòòo encontra grande emprego. Zdanowitòch apregoa o òeu valor abòorvente, deòodoriòante e antiòeptico no tratamento daò puòtutaò variolicaò, particularmente na variola confluente. Segundo Puòt o gêòòo póde òer perfeitamente utiliòado para oò penòoò òeccoò, naò feridaò recen- teò inacceòòiveiò á òutura, naò velhaò ulceraò òani- oòaò da perna, etc. A arte cirúrgica uòa-o na confecção de appare- Ihoò inamoviveiò (caòoò de fractura, de luxação, etc.) a arte orthopedica na obtenção de apparelhoò correctivoò (de deòvioò, etc.) ou no levantamento de moldeò (para appò. definitivoò); a arte dentaria 89 no preparo de poòitivoô paca peçaó pcotheticaó (chapaó dentaciaó, cocôaó, etc.). HYPOPHOSPHITO DE CÁLCIO Ca(H2P02)2 Physiologia. Acção: Tem variado em intec- pretaçõeó. Çhucchill, que o introduziu na therapeutica, acreditava, empiricamente, que elle cedia óeu oxy- genio e òeu phoóphoco ao organiòmo, do qual óe fazia um reparador. Rabuteau concluiu daó experienciaó que in- ótituira que parte do hypophoóphito abóorvido era oxydado no organiòmo, tranóformando-óe em phoó- phato, de relevante papel orgânico. Pacquelin e Joly, maió tarde Vermeulen e ultimamente Boddaert acharam que o Ca(H-P02)2 atraveóóa o organiò- mo òem òoffrer modificaçõeó, intacta e totalmente; porém emquanto Vermeulen lhe nega qualquer influencia óobre a economia, Boddaert admitte uma acção óobre aò trocaò organicaò. Não ha concluòão definitiva óobre o aóóumpto. Sabe-óe que o Ca(H2P02)2 é abóorvido rapida- mente; penóa-óe que em pequenaó dóóeó óeja oxydado com tranófocmação em phoóphato orgâ- nico {?); acredita-óe que augmenta a fixaxão daó materiaó azotadaó no organiòmo; conótata-óe a óua eliminação pela urina. Funcciona como excitante da nutrição geral, talvez por influencia de amboó oó óeuó ionteó. Em altaó ou continuadaó dóóeó exerce certa depreóóão óobre o óyótema nervoóo central, pro- voca um exceóóo de deóaóóimilação. 90 Utilidade. Em medicina teve largo emprego e goòa ainda de valor (G. Sée, Hayem), apeòar de ter a òua efficacia conteòtada (Quain). E1 como tonico geral na tubercnloòe, pulmonar e eòcrofuloòa, na neuraòthenia, no rachitiòmo, na anemia, na òyphi- tió, noò embaraçoò da nutrição, na pneumonia (L. Bruton) e oò catarrhoò daò viaò aéreaò òuperioreò, que òe o indica, em pó, xarope (de Churchitl, de Fellowó), emulòão (no oleo de figado de bacalháo), . de injecçõeó òubcutaneaò (Gammaò). PHOSPHATO MONOCALCICO Ca(H2PO')a Physiologia. Origem: Veja orthophoóphato tricalcico. Acção: Contendo ionteò phoòphoricoò incom- pletamente neutraliòadoò pelo calcionte, goòa o Ca(H2PO')2 de acção acida. Activa a digeòtão, tonifica o organiómo. Pzeáença : Exiòte naò cellulaó de reacção acida; entretanto a òua preòença na economia é tranòitoria. Eliminação: A urina normal, que é acida, contem Ca(H2PO’')2 em òolução; quando òe torna alcalina depoòita phoòphato bi ou tricalcico. E’ a forma òob que òe eliminam oò phoòphatoò de cálcio daò troçaò organicaò. Utilidade. Em medicina uòa-òe do phoòphato acido como recalcificante e tonico geral, 110 rachi- tiòmo, na tubercnloòe, na neuraòthenia, na chlo- roòe, etc. Foi indicado em applicaçõeò externaò (inje- cçóeò, tampõeò) na inftammação tuberculoòica fKoliòcher e Freund). 91 PHOSPH ATO BICALC ICO Ca2(H POOouCa H PO1 Physiologia. Origem: Veja octhophoóphato tcicalcico. Acção: E1 idêntica á do phoóphato tcicalcico. Caulet penóa que o CaHPO1, atcaveóóando o eóto- mago òem óec abóocvido, paóóa ao inteótino, onde óe precipita óob a forma de phoóphato inòoluvel e age como abóocvente. Pteóença: Ao invecòo de outcoó autoteò, que dão a ôupeemacia doô phoóphatoò da economia ao tcicalcico, Recklinghauòen e Wildt, Gaube, etc. conòidetam-na pertencente ao bicalcico Recklinghauòen e Wildt admittem que. òejaelle o phoóphato conótituinte doó oóóoó, do corpo e do cimento doó denteó. Gaube diz que o CaHPO1 é inconteótavelmente o maió eópalhado de todoó oó óaeó de cálcio no homemenoó animaeó. Achaque aó camadaó peri- phericaó doó oóóoó têm maió CaHPO1 que phoó- phato tcicalcico. Conóidera-o como o phoóphato daó trocaó organicaó. .—Forma áó vezeó na urina óedimentoó ou concreçõeó (Haóóal, Bence Joneó), conótituidoó por cryótaeó microócopicoó emroóêtaGa2(HP05/.4H20. Utilidade. Em medicina tem o phoóphato neutro aó meómaó applicaçõeó do phoóphato tri- calcico, ao qual é preferido por algunó therapeu- tiótaó (Cornelió). Chlorhydrophospi-iato de cálcio —(Dióóolução do CaHPO1 no acido chlorhydrico; contem chlo- reto de cálcio).—Forma eócolhida por algunó como de maió facil abóorpção e indicada noó meómoó caóoó que oó demaió phoóphatoó calcicoó. 92 Lactophosphato de cálcio—(Diòòolução do CaH PO! no acido láctico; encerra lactato de cálcio). —Forma preconiòada por certoò profiòòionaeò (Du- òartjcomo de melhor abòorpção e como reòtaurador ou analeptico. PHOSPHATO TRICALCICO Ca3(P01)2 Physiologia. Otigem: Oò phoòphatoò calceoò da economia provêm doò alimentoò (trigo, leite, ovoò, etc.), que oò offerecem em diveròaò combi- naçõeò. Oò vegetaeó abòocvem e incotpotam oò phoò- phatoò tetceoò do òolo, cedendo-oò aòòim aoò ani- maeò. Entretanto o phoòphato de cálcio não parece provir excluòivamente do exterior. Dizem Engel e Moiteòòier que elle tem origem também na reacção doò phoòphatoò alcatinoò ingeridoò na alimentação vegetariana, com o carbonato de cálcio exiòtente na economia. Aòòim oò herbivoroò, cuja alimen- tação contem eòpecialmente phoòphatoò alcatinoò, eliminam muito pouco deòteò phoòphatoò peta urina. Também noò jovenò animaeò aò cartilagenò e oò oòòoò contêm maiò carbonato de cálcio (Milne- Edwatdò), que pouco a pouco cede logar aoò phoò- phatoò de cálcio ( di e tricalcico ). —Tem òido muito diòcutido òe o Ca:i (PO1)2 em òubòtancia é ou não abòorvido, quaeò aò tranòfor- maçõeò que preciòa òoffrer, etc., òem que uma reòo- lução definitiva eòteja tomada. Admitte-òe que no eòtomago é elle tranòfor- mado em chtoreto de cálcio abòorvivel e em 93 phoophato bicalcico, que vae agir no inteOtino como aboorvente (Caulet). Tereg e Arnold, aOOim como outroO em con- trario a alguno (Chéry-Leotageo, Sanoon), crêm na aboorpção' de Ca3(POíJ2, por iooo que a oua maior preOença na alimentação doo animaeò (cãeO) faz augmentar a eliminação pela urina. Acção: O compoOto biodynamico Ca3(PO,)2deò- empenha no organiómo, ao lado do carbonato de cálcio, o importante papel de garantidor daò formaò e durezaó organicaò. Depo0ita.ndo-0e no cotado in- òoluvel oerve nao peçao de áuótentaculo do otga- niômo. —Sobre oó effeitoò produzidoó pelo CaYPO*)2 quando dado em òubotancia, eotão em deòaccordo oo phyòiotherapeutiotaò. Querem que a Oua interferencia òobre a nu- trição Oeja mediata, reoulte principalmente de Oua acção protectora oobre o inteotino, comportando- Oe como alcalino, neutraliòando ou abóorvendo oò acidoo anormaeò alligeradoO. Não é, porém, admio- oivel apenaó eote papel óecundariò. O Ca:! ( PO1)2 intervem francamente no metabo- liômo oeja qual fòr a forma de aboorpção, deode Oeja hatmoOonizado ouaooimilado pelo organiomo, onde então oO ionteO OeuO componentéO terão oo oeuo papeio’conhecidoO. Torna-Oe um reparador proveitoOo daO perdaO em cálcio e em phoOphoro. Pteáença: O Ga3(PO!)2 eOpalha-Oe abundante- mente pela economia; repreoenta cerca doo treo quartoO doo principioo mineraeO do organiomo; 94 todoó oó orgamó e liquidoò organicoó deixam-no naò cinzaó de óua incineração. Oó oóóoó e oó denteó, óeuó principaeó reóer- vatorioó, contem-no deôç a 6o e meómo 8o por ioo de matecia óecca (Heintz). Oó plaómaó e liquidoò (óangue, lympha, bilió, etc.) conduzem-no dióóolvido, em combinaçõeó or- ganicaó ou áó cuótaó do chloreto de óodio. No eótado pathologico o Ca3(POs/ é facto r de calcificação, aóóim como póde apreóentar-óe em concreçõeó ou calculoó (veóicaeó, etc.). Eliminação: Dá-óe pela via inteótinal eópeci almente e pela excreção urinaria [Ca (II2PO’)2]. Oó phoóphatoó de cálcio óeriam a forma de expulóão do anionte phoóphorico produzido em cedaó funcçõeó organicaó (cerebral, muócular, etc.). Utilidade. Em medicina o phoòphato baáico é de largo emprego: como abóorvente, naó diar- rhéaó (raópaó de veado no decocto branco de Syde- ntiam); como recalcificante e reconótituinte geral, norachitiómo e naoóteomalacia(Beneke), naófractu- raó oóóeaó (Goóóellin, Milne-Edwardó), na tuber- culoóe pulmonar, eócrofulaó, mal de Pott, etc. (Petit, Stove, Cailletat, Rivet, etc.), na neuraó- thenia, na anemia, etc. * GLYCEROPHOSPHATO DE CÁLCIO CaPO*. C3PL:(OH)2 Physiologia. Acção: E’ nutritiva e reconfor- tante, por excellencia do óyótema nervoóo. Activa aó trocaó organicaó e é em parte retido pelo organiómo, provavelmente para contribuir á formação da nucleina e da lecithina (de Stetla). 95 Acedera principalmente a.V trocaò azotadaò (A. . Robin). Utilidade. Em medicina tem òido preconi- óad.o como reconòtituinte energico do òyòtema ner- voòo (Paòqualiò, A. Robin, Porteò e Prunier, K. Bíilow, que o denominou neutoóina, etc.). E’ uma forma commoda para introduzir no organiómo o phoòphato de cálcio (Bardet). Preòcreve-òe-o na neuraòthenia, naò nevral- giaò, na phoóphaturia, noò acceòòoò epileptifor- meò e hyòteriformeò, noò caòoò de debilidade, etc. CARBONATO DE CÁLCIO CaCO3 Physiologia. Origem: A agua de beber e oò alimentoò Zão oò introductoreò no organiómo de CaCO3 [ou Ca(HC03)2], que também em parte ahi òe forma peta decompoòição doò òaeò de cálcio doò anionteò organicoó. Boaò aguaò potaveiò podem encerrar 200 a 25o milligrammaò de òaeò calcareoò. —Introduzido no eòtomago é o CaCO3 em parte tranòformado em chloreto de cálcio (ou meòmo em lactato), que paòòa á corrente òan- guinea. Quando em maior porção não òe diòòolve, e cobre a mucoòa do eòtomago duma camada imper- meável. Apeòar de conòiderado como o òal de cálcio de maiò difficil abòorpção (Raudinitz, Ríidell), é, entretanto, abòorvivel, provavelmente como bicar- bonato. Acção: Com o phoòphato, o é aòòegu- rador daò rijezaò organicaò, com oò òeuò depoòitoò inòoluveiò, aò òuaò incruòtaçõeò òolidificanteò. Parece que no organiómo tem funeção anti- 96 toxica; moòtra-òe naò manlfeòtaçõeò de deféza contra aò toxinaò e microbioò. —Quando ingerido tem a propriedade de neutralióar oò- acidoò formadoò no tracto gaòtroin- teòtinal; é antiacido de ineótimavel valor. Pzeóenca: E’ muitiòòimo eòpalhado. Exiòte em orgamò e liquidoò organicoò; oò oòòoò e oò denteò contem-no na proporção de io por 100 de òubòtancia òecca; a òaliva encerra-o diòòolvido áò cuòtaò do anhydrido carbonico, aòòim como a urina. —Na calcificação, proceòòo pathologico, aò granulaçõeò de CaCO:í òão elemento indiòpenòavel. Repreòentam concreçõeò calcareaò oò otolithoò, oò rhinolithoò, oò ptyolithoò. Também éo reòponòavel de òedimentoò urinarioò. Eliminação: Faz-òe pelaò fézeò e áò vezeò pela urina (bicarbonato). Utilidade. Em medicina a «cré preparada» ou «greda» é de uòo: como antiacido e abòorvente naò dyòpepòiaò, naò diarrhéaò, na gaòtroòuccorrhéa (Debove), etc.; como protectivo, aòòociado aoò corpoò graxoò, naò affecçõeò inflammatoriaò da peite, na eriòypela Duckworth); etc. Entra na preparação de póò dentifricioò. PE RM AN GA N AT O DE CÁLCIO CaMnaO» Physiologia. Acçãio: Goòa de propriedadeò deòinfectanteò. E’ reductor; funcciona como fonte de oxygenio naòcente. Utilidade. Em medicina o «acerdol» o-ti «monol» tem applicação por òeu poder antiòeptico, òuperiot ao doò outroò permanganatoò e ao do òublimado, 97 —em injeeçõeò vaginaeò, em lavagenò da ure- thra, etc. Preòta bonò òetviçoò na cholera, na gaòtro- enterite com intoxicação, naò affecçõeò chronicaò e òubagudaò do eòtomago e do inteòtino, no envene- namento pelo chumbo (Stephenô). Em chirurgia é aproveitado 11a deòiiifecção doò inòtrumentoò e daò mãoò do operador. Em hygiene óeu emprego é na purificação daò aguaò (Girard e Bordaò). LACTATO DE CÁLCIO Ca(C3H:i03> Physiologia. Acção: Neòte òal accentuam-òe bem algumaò propriedadeò do cálcio: augmenta a coagulabilidade do òangue de modo pecòiòtente; é nephroactivante e reconòtituinte de proveito. Utilidade. Em medicina tem applicação como antihemorrhagico, noò hemophilicoò, em caòoò de perdaò intenòaò e quando têm de òer òubmettidoò a operaçõeò, particularmente naò criançaò (Sirru- pòon); como diurético, etc. OUTROS SAES. Borato de cálcio.—Preconiòado como antidi- arrheico, excellente òobretudo naò criançaò ; como protectivo e antiòeptico naò queimaduraò, eczemaò, òuoreò fétidoò (Álvaro Alberto). Salicylato de cálcio.—Recommendado como protectivo do canal alimentar (Torjeòcu). Glyceroarseniato de cálcio. Azôitnol.—Empre- gado como antitubercutoòo (em injeeçõeò). PROPOSIÇOES Tres sobre cada uma das cadeiras do curso de sciencias medicas e cirúrgicas PROPOSIÇÕES CHIMICA MEDICA 1— O cálcio, elemento biodynamico, tem togar de importância no chimiómo biotogico. 2— O funccionamento vital é apenaò a conóe- quencia daó reacçõeó chimicaò paóóadaó noó elementoó cellulaceó. 3— Tendo a medicina por eócopo eótudac a vida e garantir-lhe a pecfectibilidade, e óendo a chimica a expceóóão delia, no metaboliómo da matecia que lhe é óubòtcactum—é pceciòo conhecec eóta paca bem compcehendec aquella. HISTORIA NATURAL MEDICA 1— O cálcio é buócado peloó òéceò vivoó, que delle neceòóitam como factoc vital. 2— Secve á edificação de òeuó eòqueletoô, interno ou externo; intervem no metaboliómo orgânico. 3— Encontra-óe-o òempre noó elementoó repro- ductoreó; o núcleo daó cellulaó retem-no com óolicitude; d’ahi reóalta óeu papel na phylogenia. MATÉRIA MEDICA, PHARMACOLOGIA E ARTE DE FORMULAR 1— O cálcio eótá para o ocganiómo naó ciccum- ótanciaó daó demaió óubótanciaó: não é de qualquer maneira que eóóe o recebe e oó óeuó favoreó. 2— Sabe-óe que o ocganiómo é exigente no T.—26 102 modo por que óe lhe offerece oó medicamentoó: tem preferenciaó, tem idioóyncraóiaó; óe tal lhe agrada e aproveita, outro exaópera-o ou lhe é indi- fferente. 3—E’ neceóóario, poió, eócolher oó compoótoó de calcío predilectoó da economia e dar-lheó feição apropriada e util. ANATOMIA DESCRIPTIVA 1— cálcio é collaborador por excellencia daò formaô e durêòaó organicaò. 2— A rijêòa da armadura oóòea do corpo humano, cuja fórma delia é conòequente, encon- tra-óe noò depoòitoò de cálcio que a repreòentam em quaói totalidade. 3— A poòição doò orgamò é também aóòegurada pela tonicidade e plaòticidade que o cálcio dá aoó tecidoó. HISTOLOGIA 1— O cálcio eòpalha-òè por quaói todoó oó tecidoó do organiómo, em combinaçõeó que variam, diveróificando de importância. 2— —Doó tecidoó óolidoó é o oóóeo que maió o contem, incruótado por completo. 3— -O óangue é o tecido liquido onde o cálcio óe banha, empreótando-lhe propriedadeó e divul- gando-óe por toda a economia. PHYSIOLOGIA 1— O cálcio conótitue elemento biodynamico de alto valor no metaboliómo orgânico. 2— Partilhado pelaó variaó funcçõeó áó cuótaó' 103 do endocriniòmo, coopera efficazmente á hygidez do organiómo. 3—E’ indiópenóavel noó mecaniómoó circula torio e cerebro-póychico, mantenedoreó principaeó da vida humana, deóejavet vigoroóa e òan. BACTERIOLOGIA 1— O cálcio é um defenòor do organiómo contra aó bacteriaó, que têm aóóim fruótada óua acção pernicioóa. 2— Muita vez o cálcio encarcera o microbio em verdadeira muralha de pedra, numa prióão eterna, como eterna deve óer a guerra aoó infinitamente pequenoò e infinitamente máoó. 3— O poder bactericida e antitoxico do cálcio evidencia-òe ex ou endogenamente á economia humana. ANATOMIA E PHYSIOLOGIA PATHOLOGICAS 1— O cálcio, impregnando demaóiadamente oò elementoò vivoò, cellulaò e tecidoó, alte- raçõeò òomato-phyòiologicaò que acarretam conóe- quenciaó graveò ao organiómo. 2— A calcificação como proceóóo pathologico reveóte multiplaó fórmaó, apreóentando como caracter principal a durêóa, extinguidora da elaóti- eidade, da contractilidade, da mobilidade doó tecidoó; entrava o proceóóo vital. . 3—Na velhice áó incruótaçõeó calcareaó fa- zem-óe frequenteó e tendem a óe eópalhar, por ióóo que oó centroó reguladoreó óe enfraquecem e deónorteam; indicam a degeneração que conduz á morte. 104 PATHOLOGIA MEDICA 1— O cálcio é cauòa pathogenica de affecçõeò divecòaò do noòòo ôêt, minado, contingentemente, poc doençaò ociundaò do augmento ou da dimi- nuição da taca calcea. 2— Oca o cálcio ataca oò ocgamò, embacaçan- do-lheò aò funcçõeò pelaò modifica,çõeò tevadaò aoò tecidoô; oca intecvem naò funcçõeò, altecando oò tecidoò pelaò vaciaçõeò pcoduzidaò noò humoceò. 3— Reconhecendo-òe-lhe a falta, é pceciòo òup- pcil-a; conòtatando-òe-lhe o exceòòo, deve-òe extin- guil-o,—é muito logico. PATHOLOGIA CIRÚRGICA 1— O cálcio cacefaz-òe muita vez noò vacioò te- cidoò ocganicoò, como o oòòeo, pcediòpondo-oò òo- bcemodo a leòõeò ante oò tcaumaò. 2— Aò òoluçõeò de continuidade òão fcequenteò, multiplaò e pecòiòtenteò noò òêceò hypocalceoò, como oò oòteopocoòadoò; netleò também òão pce- guiçoòaò aò ceconòtituiçõeò plaòticaò quão inòiò- tenteò aò pecdaò òanguineaò. 3— A calcificação é de valoc pcophylactico e cucativo em muitaò leòõeò pathologicaò extecnaò. ANATOMIA MEDICO-CIRURGICA 1— O cálcio, invadindo oò tecidoò, divecòifica- Iheò a feição, que aòòim tem pacencia com a oòòea. 2— A inccuòtação calcea pathologica é òignal de degenecação doò tecidoò vivoò. 3— —São contcaindicadaò aò opecaçõeò òobce oò tecidoò incapazeò de pcoficua ceacção vital; atacac o indefeòo é ditac-lhe a mocte. 105 OPERAÇÕES E APPARELHOS 1— O cálcio, òob a forma de gèòòo, preòta-òe á confecção de apparelhoò immobilizanteò ou conten- doreó de pratica muito util. 2— A eótabilidade dada á parte, feita a coa- ptação daò óuperficieò, facilita a coalidade doò teci- doò leòadoò. 3— A fixação por algum tempo de uma parte deòviada, nã poòição que é normal, contribue no adquirir de perfeita correcção, ideal buòcavel em todaó aò coiòaò. THERAPEUTICA 1— O cálcio, peloò óeuò muitoò compoòtoò, en- contra indicação medicamentoòa extenòa e varia. 2— A multiplicidade de óeuò effeitoò phyòiolo- gicoó fal-o precioòo em differenteò enfermidadeó, comtanto òe o applique ócientificamente. 3— O reótabelecimento da óaúde alheia é um dever do medico; compete-lhe recorrer para ióóo aoó meioò que conheça e de que diòponha. MEDICINA LEGAL E TOXICOLOGIA 1— -O cálcio, de certa maneira, torna-òe con- cauòa preexiôtente a influenciar mortalmente óobre o effeito de uma leóão corporal. 2— Attenua-óe conóequentemente o crime; di- minue-òe ao culpado a punição correctiva. 3— EVpreciòo conhecer bem aò coiòaò e julgal-aò melhor; caòtigar oò perveròoò com rectidão é obri- gação òocial; perdoar aoò doenteò e infelizeò, cutan- do-lheò oò maleòe minorando-lheò a òorte adveròa, é acto de humanidade. rn O 106 HYGIENE 1— O cálcio é um factor importante na conòer- vação da óaúde humana, quer directa quer indi- rectamente. 2— Conhecendo a exiòtencia do cálcio no meio exterior e òua influição òobre a economia animal, cabe á hygiene cuidar de tel-o como òe faz preciòo. 3— Se o homem eòtá óujeito áò cauòaò externaò, áó quaeò òe não póde furtar, deve eòforçar-ôe em prediòpol-aò do modo maiò adequado; como fôra melhor o contrario... CLINICA PROPEDÊUTICA 1— O cálcio òe não teme muitaò vezeò paten- tear-òe como o reóponòavel peloò maleó, outraò ha em que òe occulta profundamente. 2— E' vel-o moòtrar-òe òolida e reòiòtente- mente, òem confuòõeò poòòiveiò, e autoal-o. 3— Peòquizal-o, indo encontrar òem duvidaò o òeu raòtilho, ou meòmo òegurar-lhe o pulòo, é áò vezeò poòòivel; emtanto noutraò occaòiõeò apenaò òe lhe incrimina a falta, òem poder conòtatal-a. CLINICA MEDICA—Ia cadeira 1— O cálcio pode não òer aproveitado peto or- ganiòmo na medida, principalmente por inòuffi- ciencia de compoòtoò calceoò ou por embaraço na funcção harmoòonizadora doò orgamò endocrinicoò. 2— A òyndrome da deòcalcificação é uma in- òufficiencia geral doò tecidoò, a panoptoòe, com embaraçoò manifeòtoò da eòtalica daò viòceraò, com modificaçõeò tecidulareò de atonia e deca- 107 dencia, com reacçõeò nervoòaò locaeò e geraeò, com tendencia áò hemorrhagiaò. 3— O tratamento profícuo, «verdadeira pedra de toque diagnoòtica da panoptoòe», é a recalcifi- cação, iòto é a reparação calcea do organiòmo, nem òempre attendido em òeuò deòejoò. CLINICA MEDICA—2a cadeira 1— O cálcio, como antitoxico natural da eco- nomia, gaòta-òe naò enfermidadeò toxiferaò. 2— A tuberculoòe, a moleòtia cruel que me- noòcaba da humanidade, é_ uma grande conòum- midora do cálcio, o qual, outroòim, áò vezeò lhe impede a marcha devaòtadora. 3— Não debcemoò de favorecer o organiòmo empenhado na defeza de òua integridade; favore- çamoò òempre aoò bonò nalucta contra oò máoò. CLINICA CIRÚRGICA—Ia cadeira 1— O cálcio é factor na compoòição daò con- creçõeò e doò calculoò que òe produzem no òeio doò liquidoò organicoò ou naò cavidadeò naturaeò continenteò deòteò. 2— A exiòtencia daò pedtaó occaòiona embara- çoò funccionaeò e provoca òenòaçõeò pezaroòaò. 3— Supprimir o agente immediato da morbi- deza é indicação primeira que oò meiò cirurgicoò garantem preòte e profícua. CLINICA CIRÚRGICA—2a cadeira 1— O cálcio é aproveitado como meio premo- nitório naò intervençõeò ameaçando grandeò per- daò òanguineaò. 2— A òua propriedade de augmentar a coagula- 108 bilidade do liquido circulatório permitte muita vez a operação quaói a branco. 3—Conóerva-óe por; eòte modo a reóiótencia organica que o óangue repreóenta poderoóa, evi- tando aó conóequenciaó alarmanteó ou funeótaó da anemia bruóca. CLINICA OBSTÉTRICA 1— O cálcio tem interferência com a arte doó partoó pelo que pode influenciar òobre a mulher ou o producto da concepção. 2— Como cauóa remota que haja concorrido prejudicialmente á orthomorphogenia, ou como motivo occaóional diminuindo o toniómo natural doó tecidoó e a coagulabilidade óanguinea, ou pro- vocando acceóóoó eclampíicoó, faz-óe pernicioóo' para com a mulher. 5—Demaóiando-óe ou minguando na evolução do feto, traz-lhe damnoó; faltando, athrepòia-o, prediópõe-no a morrer facilmente; excedendo, dif- ficulta ou impoóóibilita o parto. CLINICA SYPHILIGRÀPHICA E DERMATOLÓGICA * 1— O cálcio é parceiro de diveróaó manifeóta- çõeó morbidaó da pelle, áó quaeó empreóta óua roupagem incruótante. 2— A eóclerodermia aóóenta áó vezeó óobre concreçõeó calceaó óubcutaneaó multiplaó de dió- poóição óymetrica e óyótematica, fi-xadaó no tecido conjunctivo, e que delia foram a cauóa. 3— Favoravelmente o cálcio intervem também naó dermatoóeó, como adjuvante que é no oómo- óiómo geral, embaraçado em muitaó dellaó. 109 CLINICA OPHTALMOLOGICA 1— O cálcio pode óe fazer máo paca com aó funcçõeó pculo-vióuaeó. 2— Invadindo oó planoò aquoóoó do apparelho da vióão fruóta-lhe o benemerito deóignio, velando o encanto daó coióaó. 3— Obócurecer o mundo exterior é roubar parte da felicidade; cumpre, poió, invidar exforçoó em clareal-o óempre aoó humanoó. CLINICA PEDIÁTRICA 1— O cálcio é urgentemente indiópenóavel aoó óêreó novoó, á plaótiçidade e ao funccionaliómo doó quaeó óerve por diveróoó modoó de proveito. 2— Faltando áó criançaó, nellaó óe .abate óem demora o vigor, quer anatomico quer phyóiolo- gico, o que redunda em extinguir-lheó a vitali- dade. 3— Naquellaó que óe enfraquecerem ou que fracaó forem naturalmente, a dadiva de cálcio leva novaó fotçaó, alteando aó reóiótenciaó, vitalióando emfim. CLINICA GYNECOLOGICA 1— O cálcio guarda eótreitaó relaçõeó, ao que parece, com o ovário, particularmente conóide- rado como glandula endocrinica de acção óobre a nutrição geral. 2— Quer-óe admi.ttir que o ovário influe na movimentação do phoóphato de cálcio na eco- nomia. 3— Divióa-óe aóóim maió uma importância phyóiologica do apparelho genital feminino, dedu- 110 zem-òe aò influenciaò de certoò de òeuò eòtadoò pathologicoò; orientam-òe indicaçõeò therapeuticaò de conòciencioòa utilidade. CLINICA PSYCHIATRICA E DE MOLÉSTIAS NERVOSAS 1— O cálcio intervém noò phenomenoò inti- moò do mecaniómo nervoòo, eòpecialmente pela òua correlação com oò elementoò cellulareò do tecido nobre. 2— No òyòtema nervoòo central creòce òua im- portância noò actoò pòychicoò ou phronemaeò, em cujo trabalho òua exhibição é entreviòta. 3— Dada eòòa influencia, admitte-òe tenha a variabilidade do cálcio inconteòte papel naò mani- feòtaçõeò pathologicaò, e a òua applicabilidade real preòtimo em muitaò deòtaò. Bahia, 1911. Secretariai da Faculdade de Medicina da Bahia, em 31 de Outubro de 1911. 0 Secretario, (Assignado) Dr. Menandro dos Reis Meirelles. O ORRIGBNDA A’ pagina e linha está tenha-se 1 2 eletropositivo electropositivo l 24 ou de azoto e de azoto 9 29 dos phosphatos dos phosphetoe 11 4 de sua vida de sua vinda 14 30 jovem joven 15 3 fornce fornece 25 13 hormosonizado hormonizado 35 12 microns micros 41 19 degração degradação 43 26 vidudualidade vidualidade 44 30 Fibronogenio Fibrinogenio 45 11 solúvel solúveis 50 16 e 17 apenas no phe- apenas no phcno- nomeno da coa- meno da coagula- gulação, sem in- ção ou caseogenese, tervir na casei- sem intervir na ca- íicação própria- seificação propria- mente dita ou mente dita. caseogenese. 54 17 perfei- perfeita- 56 13 contractibilidade contractilidade 56 15 a que que 74 10 grammineas gramincas 77 21 CIIORETO CIILORETO 73 7 gran- gan- 84 6 micobrios microbios 84 '7 Gaixa Giaxa Relevem-se outras poucas e pequenas falhas de revisão, filhas da pressa, inimiga da perfeição.—E.- D.