ÜÜAES OS ELEMESTOS QUE COXST1TUEM O DIAGNOSTICO ? THE2E APRESENTADA k FACULDADE DE MSDICI1U DA BAHIA EM NOVEMBRO DE 1865 PARA OBTER O GRAU DE DOUTOR EM MEDICINA MliiKD MKDHS© KDIiriIKD FILHO LEGITIMO De {RouuiaQo Jujfotiôo Mooutciio c %úza, xltóula 7)oi Jfoiúoó Maoulciw, [FüATOiRAlL DZ (ÕÃW&MÚ (?R@VIIKI©3A IDA BAHIA)- Si Ia santé est le premier des biens, Ia Medicine dolt être Ia premier dcs arts. ( Cabajíis ) 3ÂSS1A. TYPOGttAPHIA POGGETTI, ÜE TOURINHO & C. ltiea do Corpo Santo n.° 4? FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA. DIBECTOR O JEar.mo Snr, Conselheiro JPr. Jíoão 1S. aos Anjos» 0 Ex.m0 Snr. Conselheiro Dr. Vicente Ferreira de Magalhães. ossns. doltorhs l.*ANNO. matemas Qun i.eccionam ^ „„„„,k;m } Physica em geral, e particularmente Cons. Vicente Ferreira de Magalhães . . j em 8uas apolicaçõcs a Medicina. Francisco Rodrigues da Silva.....Chimica e Mincralogla. Adriano Alves de Lima üordilho . . . Anatomia descripliva. «.• ANNO. Antônio de Cerqueira Pinto.....Chimica orgânica. ...........Physiologia. Antônio Marlano do Bomfim.....Botânica e Zoologia. . Adriano Alves de Lima Gordilho. . . . Repetição de Anatomia descripliva. 3.* ANNO. Elias José Pedroza........Anatomia geral e pathologica. José de Góes Siqueira.......Pathologia geral. ...............Pliysiologia. 4.* ANNO. Cons. Manoel Ladislao Aranha Dantas. . Pathologia externa. Alexandre José de Queiroz.....Pathologia Interna. .. .tI „ , 0 »• l Partos,moléstias de mulheres peja- Mathias Moreira Sampaio.....j das e de meninoi rcccmnascidos. 5.» ANNO. Alexandre José de Queiroz......Continuação de Pathologia Interna. Joaquim Antônio d^Oliveira Botelho . . Matéria medica e therapeulica. . ?• . . „. .,„ í Anatomia topographlca, Medicina José Antônio de Freitas.......\ Operalorla.eappareltios. 6.* ANNO. Antônio José Ozorio........Pharmacia. Salustiano Ferreira Souto......Medicina legal. Domingos Rodrigues Seixas.....Hygiene, e Historiada Medicina. Antônio José Alves.........Clinica externa do 3.* e 4.° anno. Antônio Januário de Faria......Clinica interna do 5.* e 6.' anuo, 3> Secçao Accessorla. José lgnacio de Barros Pimentel. . .) Virgílio Climaco Damazio.....J José AfTonso Paraizo.de Moura, . . .\ Augusto Gonçalves Martins...../ Domingos Carlos da Silva......JSccçao Cirúrgica. DemelrioCyriacoTourinho.....( Luiz Alvares dos Santos......} Secção Medica. João Pedro da Cunha Valle.....\ JeronimoSodré Pereira.......■> O Exin. Kr, Dr.Cinciminto Pinto da Silva. (LÍ3JBJÜÍ 3>ü 0'Jllllilíü3111i O Sr. Dr. Tkomaz ilMquino ilaspar. A Faculdade não approva, nem reprova as opiniões emitlidas nesta these. QUAES OS ELEMENTOS QUE CONSTITUEM 0 DIAGNOSTICO ? PHIMEIHA FARTE. La science du diagnostic tient le premier rang entre toutes les parties deFart, eten est ia plus utlle et Ia plus difficilo. Ledis- cernement du caractère propre de chaque genre de maladie et de ses diflerentes espèces est Ia source des indications curatives. Sans un diagnostic exact et précis, Ia theurie est toujours en dc- Taut, et Ia pratique souvent infidèle. (LOUIS: Mémoire sur les tumeurs fongueuses de Ia dure-mère.) UANDO a vida, precioso licor d'immortali- dade, está paraentornar-se no calix incxgo- tavel do tempo, onde tem de renovar-se para continuar a indissolúvel cadêa dos se- res: quando a morte, limite intermediário das transformações da vida, espera na estacada que lhe traçaram as leis da na- tureza, a victima da sua fria e inexorável cubiça, a huma- nidade estremece, recordando o primeiro gemido, dolorosa nota que tocou-lhe o coração, sempre vibrante ao sentimen- to instinetivo da conservação, d'onde originou-se a medi- cina. Quanto mais elevado em cathegoria é o ser, mais cruel o R. 1 — 2 — conflicto: triste apanágio das organisações perfeitas í O ho- mem doente é o theatro da mais renhida lucta; a questão de vida e de morte é ali mais bem representada; e o medico as- siste de parte a esse duello, procurando sempre arrancar as armas ao mais atroz dos inimigos. «Heureuxles hommes, qui ont puchoisirun bon médecin, et s'en faire un ami: disse-o Requin e repetimol-o nós.» O medico, não crusa os braços ante os esforços da naturesa; es- preita-a, segue-a, indica-lhe o caminho a proseguir, e cons- titue-se um auxiliar, um defensor da causa que ella abraça: é mais um inimigo na liça armado contra o elemento mau. Sciencia e arte empenham-se na lide, e nas mãos vigoro- sas do medico prudente depositam-se as armas para debellar o inimigo, que assim consideravam os antigos a moléstia, con- fiando todavia o vencimento ás únicas forças da naturesa. Na arte militar, logo que o inimigo se declara, o fim prin- cipal é destruil-o ou pelo menos enfraquecêl-o; para isto é preciso antes de tudo reconheeel-o; e ninguém o irá atacar sem que primeiro estude sua posição physiea e moral, sua força, naturesa, Iodas as circunstancias emfim, quer boas quer más, que possam influir no êxito do combate. Na arte me- dica também, dada a moléstia, o fim principal é debellal-a, ou pelo menos alliviar e dilatar os dias apertados no férreo circulo de uma incurabilidade. E antes de tudo o que é pre- ciso faser? Diagnosticar. II. O quadro pathologico em que se desenham os traços, que symbolisam a supplica, que a naturesa nos dirige em favor de sua própria causa e de nossa conservação, é o espelho que reflecte a luz que esclarece a rasão do medico, e a decifra- ção dos problemas ali escriptos a mais brilhante acquisição da consciência do pratico. Na escala das sciencias médicas o diagnostico é o degrau mais difficil; subido elle, descobre-se o horisonte mórbido, ou carregado das negruras de uma tempestade que não se desfaz, ou aclarando-se ao mais ligeiro sopro de urna bonan- cosa aurora. O clinico em sua peregrinação intellectual desde a mais subtil circunstancia anamnestica até ao mais univoco symp- toma, só descança quando encontra o marco onde está ins- cripta a sentença de Baglivi: Qui benè judicat, benè curai, e que de um lado confina com todas as pesquisas etiologicas e symptomatologicas, e do outro é a base onde se apoiam o prognostico e o tratamento, objectos que no exercício da medicina miram mais directamente os interesses da huma- nidade. Quem negará hoje a importância e a utilidade do diagnos- tico ? ! Nineuern! E ainda que se nos figurasse o quadro das moléstias, cu- ja sede e natureza não são conhecidas, e nos dissessem que a therapeutica assentada na simples indicação fornecida pelos symptomas era sufficiente para extirpar o mal, responde- ríamos a medicina das apalpadellas com os factos tirados do escuro do mesmo quadro, que bem provam a inverosi- milhança de um tratamento, que ao envez de atacar a molés- tia ataca a sua sombra. III. 0 diagnostico é dedusido do conhecimento das circuns- tancias que envolvem o centro commum de todos os raios noso-physiologicos, quer nos elevemos á idéa de força e de substancia, e em torno da noção de unidade affectiva e das relações que se estabelecem entre a unidade e os diversos phenomenos mórbidos, procuremos os seus elementos; quer desçamos á simples exploração da matéria organisada, com o fim de discernir a entidade nosologica. A sciencia pódc em seus vôos de águia elevar-se a gran- des alturas nas frouxas azas de suas theorias, porem a lógica dos factos é mais rigorosa. Barker demonstrou a analogia da pratica de Hippocrates e de Galeno, da de Sydenham e de Boerhaave; e, como pensa Lordat, póde-se ter opiniões theoricas differentes, interpretar os factos a seu modo, mas nem por isso deixam estes de subsistir, servindo de norma de proceder. Acrescenta ainda Gintrac: póde-se também na applicação dos princípios seguir vias diversas, empregar meios ou processos diffeientes; cada um segundo sua experien- cia pessoal adopta aquelles que melhor correspondem á sua espectativa. Para o vulgo ha diversidade, ha opposição, quando para o observador iniciado no espirito dos methodos therapeuticos ha analogia de acção, identidade de fim. Entre as condições indispensáveis ao medico para estabe- lecer com segurança e promptidão o seu diagnostico ha duas, diz Auber, sobre tudo muito importantes. A primeira é pos- suir uma theoria vasta e elevada; é conhecer a fundo os princípios da medicina, e todas as leis da physiologia e da pathologia. A segunda é ter adquerido nos hospitaes o habi- to de ver e examinar doentes. Com effeito, é preciso possuir uma theoria vasta e elevada; porque sem theoria não ha philosophia, sem philosophia não ha princípios, sem princí- pios não ha sciencia, e por conseguinte não ha verdadeira pratica, que em conclusão não é senão a sciencia applicada. É preciso ter adquerido o habito de ver e examinar doen- tes; porque é somente á sua cabeceira que se aprende a ser pratico. É lá que se ouve a verdadeira linguagem da natu- reza, e que se a vê tal qual ella é, e não como no-la repre- sentam tantos escriptores infiéis. Com os conhecimentos theoricos póde-se certamente oc- cupar um logar distincto na sciencia, póde-se até figurar en- tre os sábios mais justamente considerados; mas se se não tem feito, por sua conta, applicação freqüente de suas theo- rias e de seus conhecimentos no leito do doente, fica-se qua- si sempre um artista imperfeito, um pratico vulgar, com- promettendo a cada passo e ao mesmo tempo a vida do doente e a sua própria reputação. É verdade, diz Bouchut, que o diagnostico tem na appa- — 6 — rencia um lado mau: muitas vezes traz a desanimadora com- provação de uma irremediável incurabílidade. Mas, dizemos nós, que importa o desanimo causado pelo reconhecimento da moléstia embora incurável, quando a sciencia caminha com o descobrimento das verdades, que por sua vez trazem a animação e a esperança?! « Obrar em muitas circunstan- cias, continua o auctor que citamos, e abster-se em muitas outras, é praticar com prudência e discernimento, é imitar os sábios ». E no exercício da arte medica qual é a alavanca mais poderosa para tal proceder? O diagnostico. IV. Como Behier e Hardy julgamos pleonastica a denominação de diagnostico difFerencial; mas com elles mesmos e com to- dos os authores admittimol-a, por isso que corre na sciencia, e bem assim a denominação de diagnostico simples ou es- pecial. A percepção dos factos pathologicos e sua apreciação fun- dadas na recapitulação das circunstancias que precederam o momento da observação, no exame completo do estado actu- al do doente, e na observação attenta da marcha ulterior da moléstia, e dos effeitos do seu tratamento, são os principaes actos da importante operarão intellectual, resultado da intel- ligencia, saber e experiência. Estudar a acção e a reacção, isto é, elucidar as causas morbificas, a natureza do indivíduo e da affecção, a força medicalriz, suas tendências e recursos, _ 7 — é conhecer a natureza da causa, a modificação vital ou orgâ- nica, o temperamento e constituição do indivíduo, e final- mente as alterações successivas, que são o resultado acciden- tal ou inevitável dessa tormenta geral. Em ultima analyse é, como quer Auber, fazer o diagnostico do bem, e o diag- nostico do mal. Que ha pois no domínio da pathologia que não possa for- necer elemento para o diagnostico?! Causas, symptomas, prodromos, temperamentos, idiosyncrasias, marcha, trata- mento da moléstia ác, lembram o passado, acompanham o apresente, e prevêem o futuro do doente. A mais ligeira nu- vem, o ponto mais apagado na esphera pathologica, é muita vez para o observador attento o melhor guia na indagação e apreciação dos factos; e a difficuldade proveniente da im- mensa variedade de indivíduos vai pouco a pouco desappa- recendo á reflexão da luz da experiência, que esclarece o medico nos labyrinthicos segredos das individualidades. V. Attençao, comparação, e raciocínio são os principaes actos de que se compõe toda a operação do espirito: assim pensam os philosophos da eschóla moderna. Em medicina a obser- vação dos phenomenos e de suas relações entre si, abstra- indo o seu valor, representa a attençao, que, no que tem de relação com a pathologia, não é, verdadeiramente fatian- do, mais do que a baze do diagnostico. O valor relativo de — 8 — cada um destes phenomenos, o signal em linguagem medica, obtem-n'o a comparação; e o raciocínio encaminhando para um ponto todos estes elementos dá em resultado o diagnos- tico, que é o ultimo dessa serie de actos intellectuaes. Á medida que o observador recolhe os symptomas, estes coordenam-se no seu espirito, e se transformam em signaes, que por seu approximamento, pelas relações que offerecem entre si, e pelo apoio que mutuamente se prestam, fazem derivar o diagnostico: Gintrac o disse. E nós acrescentamos que não só o symptoma, senão que também toda e qualquer outra circunstancia capaz de auxiliar o medico na pesquiza da moléstia, será considerada elemento de diagnostico, quan- do tiver sido convertida ein signal. Portanto, terminando a primeira parte do nosso escripto, podemos concluir que o signal é o verdadeiro elemento do diagnostico, e que a semeiotica é a synthese do nosso ponto. —V^P^§§^ç^f^- — í) — SEGUNDA PAUTE. Hien n'est plus utile au médecin que Ia science des signes des maladies. Elle est lc premier élément de sa bonne ou mau- vaise fortune, de sa réputation ou de sa ruine. ( Auber. Science Mèdicale ). I. Ainda o gênio de Hippocrates não tinha creado a doutrina dos signaes, dando valor e significação aos phenomenos mór- bidos, quando a observação dos symptomas ja era objecto das sentenças da eschóla de Cnido. O espaço que vai do medico de Cós ao medico de Perga- mo, não abafou a semeiologia em suas trevas, nem desviou-a em suas revoluções scientificas, porque o fio de ouro que a ligava á medicina, era o mesmo que^a encaminhava atravez dos numerosos e differentes systemas. Depois, os tractados especiaes de Prosper-Alpino, Wucherer, Yater, Gruner, Broussonnet, Landré-Beauvais, Double, Dance e de outros, fiseram bastante justiça á parte mais importante da patholo- gia, segundo Boerhaave. Com effeito, a maior parte dos antigos escriptores estu- davam a semeiotica mais em relação ao prognostico que ao diagnostico; os modernos, porem, apoiados nos estudos ana- tomo-pathologicos, teem alargado o seu horisonte á princi- pio limitado á observação clinica e á physiologia. R. 2 10 — II. As informações que o medico é quasi sempre obrigado a dar, para satisfaser a curiosidade legitima das pessoas inte- ressadas pelo doente, que lhe fasem perguntas sobre a causa, perigo, e terminação da moléstia, esperando, como diz Auber, respostas tão seguras como oráculos, devem apoiar-se no perfeito conhecimento da semeiologia; condição que o torna esclarecido e consciencioso na pronunciação de suas sentenças, as quaes devem ser dedusidas dos factos e das provas, coisas tão volúveis na arte medica! E bem pensa Bouchut quando assevera que a symptomatologia não é uma sciencia rigorosa, e que é impossível faser-se um quadro synoptico das lesões somáticas em relação com as perturba- ções que as acompanham; porque, diz elle, entre as influen- cias inorbificas e as moléstias, entre as lesões e seus symp- tomas, ha o oiganismo vivo com sua força ou sua fraquesa, sua sensibilidade ou sua apathia: ha a vida, e o modo de resentir as influencias morbificas, e as desordens que reben- tam na confederação visceral. É ainda a sciencia dos signaes que faz maravilhar a mui- to sceptico e ignorante, que no intento de desconceituar a mais sublime das artes, aproveita os momentos fortuitos para comprovar a sua incredulidade. Ora é um prognostico fatal, feito no meio da mais apparente calma, que se verifica; ora é um prognostico feliz, prophetisado na tormenta de fu • nestas apparencias, que se realisa: resultados tão imprevis- — 11 — tos por muitos, e tão convincentes em favor da sciencia, di- ante dos quaes engrandece a reputação do medico! Fechemos este capitulo com palavras de Trousseau: « L/empirique peut guérir um accès de fièvre; au médecin il appartient de guérir Ia fièvre. Au médecin il appartient de faire une diagnose impossible à 1'empirique.—Savoir qu'un malade a, chaque jour, un paroxysme fébrile com- mençant par du frisson et suivi de chaleur et de sueur, c'est là une notion d'une vulgarité extreme, ce n'est pas un diag- nostic; mais savoir que ce paroxysme n'est pas lié à une phlegmasie cachée, á une suppuration profonde, à une disposiiion toute spéciale du système nerveux, si commune chez certaines femmes; savoir qu'elle est bien Texpression de 1'influence exercée parle miasme palustre; c'est là une no- tion fort complexe qui ne peut être que du domaine du médecin. Apprécier maintenant Ia gravite de cet empoi- sonnement, 1'influence quil a exercée et qu'il doit encore exercer sur 1'individu malade, et proportioner par consé- quent Ia durée et 1'énergie de Ia médication à Ia gravite du mal, c'est encore ce qui ne peut être du ressort de 1'em- pirique ». III. A grammatica da arte de curar, segundo a expressão de Brousonnet, comprehende trez ordens de signaes: 1.' Os signaes commemorativos ou anamnesticos.: 2.a Os signaes — 12 — diagnósticos: 3.a Os signaes prognósticos. Rostan acrescenta uma 4.° ordem, que é a dos signaes therapeuticos. Mus estes últimos, bem como grande parte dos signaes prognósticos, confundem-se com aquelles que conduzem ao conhecimen- to e distincção da moléstia; porque sabida esta como requer um diagnostico perfeito, está mais ou menos prevista a sua marcha, duração, terminação, e indicado o seu tratamento. Pelos signaes commemorativos nos remontamos ao passado, que, se quasi sempre carece do apoio do exame actual para nos levar ao diagnostico, algumas vezes dá por si só um re- sultado satisfactorio. Pelos signaes diagnósticos reconhece- mos o presente, e chegamos ás mais das vezes ao conheci- mento do estado actual, quer esclarecido pela sua única luz, quer ajudado pelo concurso de outras circunstancias. Pelos signaes prognósticos antecipamos a marcha, duração, termi- nação, o futuro emfim, da moléstia, que por sua vez pôde comprovar juizos mal seguros, ou indicar outros ainda não pensados por ventura. Os signaes subdividem-se em carac- terísticos, communs, e accidentaes. Os primeiros, que tam- bém se denominam pathognomonicos, univocos, essenciaes, sufficientes, e verdadeiros, são aquelles que, ou são insepa- ráveis da moléstia (pathognomonicos de muitos,) ou acom- panhando-a quasi sempre, são bastantes para classifical-a e detenninal-a. Os segundos, que também se chamam equívo- cos ou insuííieientcs, são aquelles que se apresentam em mui- tas e differentes moléstias, não podendo portanto constituil- as essencial e exclusivamente. Os accidentaes finalmente são aquelles que, apparecendo no curso de qualquer moléstia, em nada alteram o seu caracter fundamental e graphico. — í:í — Entre os signaes, aquelles que dependem de mudanças or- gânicas e materiaes, os que ferem directamente os sentidos do medico, chamam-se physicos ou sensíveis: e aquelles que consistem em simples sensações manifestadas pelo doente, denominanvse racionaes. Uns dividem ainda os signaes em críticos e acriticos, se- gundo a epocha e o momento de seu apparecimento. Outros, porem, não attendendo talvez ás diversas circuinstancias que podem modificar ou alterar o valor de cada signal, diminuin- do ou augmentando o seu grau de certeza, appellidam-os ainda certos e incertos. Finalmente, Chomel e outros admíl- tem os signaes positivos e negativos. Mas a respeito da exis- tência dos últimos não nos será difíicil a contestação. IV. O signal, previlegio exclusivo do homem da sciencia, ja- mais deve ser confundido com o symptoma, que, pela com- paração de Requin, é uma carta fechada, cujo segredo é ve- dado ás pessoas estranhas á arte. «Uintellect ne sert qu'á reduire les symptômes en signes; il nesaisit pas directement les symptômes; diz Raciborski.» Os sentidos encarregam-se de apprehender uns; á intelligencia compete formar os ou- tros. Mas não se persuadam que signal é somente o valor da- do ao symptoma: todo o facto de qualquer ordem e naturesa, sendo uma vez dado e conhecido no passado, no presente e até no futuro, pode servir para fundar inducções conoernen- — 14 — tes ao que ha de desconhecido no estado presente, futuro e passado. Ora, independente dossymptomas ha muitos outros phenomenos e circunstancias, que podem ser invocados a ti- tulo de signaes. Bouchut quer, que assim sejão consideradas todas as circunstancias capazes de esclarecer a natureza in- tima de uma moléstia, seus prodromos, seus symptomas pre- sentes, as causas que favoreceram a sua invasão, e teem en- tretido a sua marcha, os meios precedentemente applicados para terminar o seu curso &c. Para Chomel eslas circuns- tancias são: os symptomas passados e presentes, as causas que tem preparado ou determinado o desenvolvimento da moléstia, o modo como ella tem começado e caminhado até o momento actual, e os eífeitos dos meios applicados. Auber acrescenta ainda a acção espontânea e medicatriz da na- tureza. V- Innumeros e variados são os elementos do diagnostico. Para que um phenomeno apparente se torne signal de mo- léstia, disse muito bem o professor Landré-Beauvais, não é sempre necessário que a physiologia nos mostre os meios de sua união com o objecto que elle indica: a observação clini- ca e a anatomia pathologica nos conduzem ao mesmo resulta- do. A coexistência constante ou muito freqüente de dous phenomenos torna-se para nós uma prova de sua ligação. Umas vezes a moléstia se reflete de cada angulo do quadro — 15 — symptomatico: são tão claras a sua existência e naturesa, que reclamam pouco esforço da intelligencia do pratico. Outras, porem, tudo é trevas: o estado pathologico existe, mas tão disfarçado, que nenhum signal revela a sua causa, sua sede e naturesa. Então desgraçado d'aquelle doente se, abandona- do da força medicatriz da natureza, o tino medico, previlégio exclusivo das intelligencias predestinadas, ou resultado da experiência e do saber, não vem em seusoccorro! As causas moraes que por sua influencia continua tornam- se, para assim diser, inherentes ao organismo, dão origem á milhares de factos desta ordem; mas quantas vezes, felis- mente para os que estam enlevados na contemplação da es- curidade do quadro, fusila um rápido relâmpago, que esclarece os traços nosologicos, e que passa desapercebido para os desattentos! Que foi por ventura elemento para Erasistrato diagnosticar o amor de Antiocho por Stratonice? Um olhar ! um gesto ! «K&S&g&g^&K» — 17 — TERCEIRA PARTE. Ad signa quoe perünet pars in tria distribuitur: in cognitio- nem proeleritorum, in contemplationcm prsesenllum, in pr«sa- Rilionem futurorum. (Galeno). I Ja dissemos na primeira parte do nosso escripto que o signal é o verdadeiro elemento do diagnostico; ja vimos na segunda quão numerosas e variadas são as fontes que lhe podem dar origem; na terceira cumpre-nos indicar estas fontes, não minuciosa e extensamente como fazem os trata- dos de pathologia, que tanto não comportam nossas forças, nem o nosso trabalho, mas como podem o desejo e vontade de cumprir o nosso dever. Ao approximar-se do leito do doente o medico procura ler no passado, no presente, e muita vez na marcha, dura- ção, no futuro, emfim, da moléstia, a verdadeira linguagem da natureza, que os commemorativos lembram, que o estado actual indica, e que o futuro pode revelar. É pois destas trez fontes, que hão -de emanar os signaes, que por sua vez ana- lysados, comparados e reflectidos dão em ultimo resultado o completo conhecimento do estado mórbido. Ninguém contesta o valor e importância dos commemo- R. 3 — 18 — rativos, dos signaes racionaes emfim: porem observamos que os signaes que o medico obtém com o testemunho de seus próprios sentidos, devem ter outro caracter de certeza, qnc não os signaes fornecidos pela informação do doente, ou das pessoas que o rodeam; porque a falta de verdade, a infideli- dade da memória e muitas outras circunstancias, contra as quaes se deve estar sempre prevenido, são outros tantos obs- táculos á verdadeira indagação, e apreciação dos factos. Mas, observa também Racle quando começa a indicar as fontes do diagnostico, se os phenomenos experimentados pelo doen- te, eos percebidos pelo medico são os primeiros e os mais im- portantes elementos do diagnostico, não se deve desprezar factos de outra ordem, e independentes da moléstia, taes co- mo a edade e o sexo do doente, a influencia da herança, da profissão, das moléstias anteriores &c; e mais adiante o mes- mo author acrescenta aos commemorativos o temperamento, a constituição, a influencia do tratamento que o doente tem seguido, as do paiz, do clima, da estação, das causas ocea- sionaes e determinantes, das endemias e epidemias, &c. São pois todas estas circunstancias que vamos estudar em relação ao diagnostico; e posto que saibamos que muitas dellas não são verdadeiros commemorativos, não queremos inver- ter a ordem admitlida por todos os authores. — 19 — II. Quem tem atravessado os differentes períodos da vida desde a primeira infância até a velhice, e ao influxo dos frouxos e amortecidos raios de um sol que se vae esconder, contempla o quadro tão variado da existência, recorda as diversas e intimas revoluções, porque tem passado o seu or- ganismo, desde as primeiras vibrações do seu pensamento até aos seus últimos lampejos. « Cada existência lançada no tempo e no espaço, eléva-se, paira em uma certa altura, e depois cahe». A vida é assim; e as edades são os degráos da escada que sobe, e os degráos da escada que desce. Nas creanças, cuja circulação é muito activa, e a pelle muito vascular, predomina a plasticidade, e os tecidos estam em rápido crescimento. Osapparelhoslymphatico, glandular, e vascular, funccionam com a maior energiay e o systema nervoso, muito impressionável, traduz no exterior sua exci- tabilidade pela vivacidade dos movimentos, pelo excesso da sensibilidade, e pelo desenvolvimento da rasão. Neste perío- do da vida a reacção das moléstias agudas é muito conside- rável, e fora de proporção com a natureza e extensão das lesões orgânicas. Na edade adulta, que os órgãos teem ad- quirido todo o seu desenvolvimento, e desempenham suasfunc- ções na plenitude de seu poder, a actividade orgânica pre- dominante parece ter por sede o peito; as funcções vascu^ lares lymphaticas cedem o dominio á circulação sangüínea, e as moléstias se apresentam com caracteres mais constantes. — 20 — do que na infância. A reacção está em relação com a causa morbifica, e os symptomas prendem-se regularmente ás le- sões somáticas. No velho, que, na phrase de Cabanis, tudo tende ao re- pouso, até que a impossibilidade de sustentar as fracas im- pulsões de uma vida desfallecente, lhe torne desejado e ne- cessário este repouso eterno, que a natureza partilha com todos os seres, como uma noite calma apoz um dia de agita» ção, a actividade do apparelho vascular arterial diminue, as secreções são menos activas, a pelle se endurece e se enruga; a vista e o ouvido enfraqucem; as percepções são menos vi- vas; os movimentos mais embaraçados; o apparelho digestivo e o fígado se atrophiam; os pulmões se alteram em conse- qüência da diminuição no numero de suas cellulas, o que traz a reducção e o estreitamento do thorax; todos os tecidos fibrosos se vão ossificando, e as funcções se executam com uma lentidão que se torna cada vez maior: então a reacção febril é fraca, e os symptomas são em desacordo com a gravidade das lesões, que acabam de inclinar o plano, por onde se precipita a vida no abysmo, cm que se vão sepultar todas as existências passageiras. Deste quadro, traçado em parte por Bouchut, podemos avaliar mais ou menos a importância que se deve dar á eda- de quando achegamo-nos ao leito do doente. Não subscrevemos com Racle a antiga sentença que attri- bue ao menino as moléstias da cabeça, ao adulto as affec» ções do peito* e ao velho as moléstias abdominaes. Em cada edade observam -se muitas affecções de cada uma destas trez cavidades. Mas é bem certo, diz ainda o mesmo author, — 21 — que cada edade tem suas espécies, ou ao menos suas» formas de predílecção. A febre raras vezes é na infância o annunciador de grara- des lesões. A erupção de um dente, a presença de vermes intestinaes, a simples picada de um alfinete, desenvol- vem ás vezes um movimento febril tão forte, e de acordo; com o organismo que cresce, que a não ter-se em considera- ção o período da vida, e sua respectiva physiologia, assusta- ria a quemquer que julgasse a natureza e extensão da lesão pela manifestação symptomatica ou sympathica, como se por ventura observasse um adulto. No velho, porem, o elemen- to febril tem outra importância que na creança e mesmo no adulto. O quadro das febres essenciaes quasi que desappare^- ce na velhice; e quantas vezes lesões tão profundas e exten- sas desfarçam o seu eminente golpe n'um movimento febril tão fraco ! Alem disto, não são indifferentes na creança, no adulto e no velho, as formas ataxica e adynamica de que as vezes se reveste a febre : no primeiro ha probabilidade para suppor-se uma meningite; no segundo uma febre thyphica; e no terceiro uma affecção chronica do apparelho urinario, ou um amollecimento cerebral &c. As moléstias eruptivas teem na edade do indivíduo ata- cado uma circumstancia importantíssima em favor do dia- gnostico. Os exhanthémas febris nas creanças, a syphilis no adulto, e o eczema chronico no velho, são probabilidades das manifestações cutâneas. O valor e importância das convulsões cresce na razão da edade; e para concluirmos, lembramos o rachitismo e a os- teomalaxva, moléstias caracterisadas pelo amollecimento dos — 22 — ossos, mas que no estado actual da sciencia ninguém dirá que um adulto padece de rachitismo, nem que uma creança soffre de osteomalaxia; embora as poucas differenças que existem entre estas duas moléstias, só dependam, para muitos, das differenças histologicas relativas ás edades em que ellas se apresentam. III. Quando se nos abrem as paginas do verdadeiro livro de pathologia, e procuramos lêr os segredos que a mão da na- turesa ali tem impresso, não devemos prescindir do conheci- mento do sexo e das modificações por elle produzidas no or- ganismo, que são, para assim dizer, pensamentos do prólo- go, que muito orientam na comprehensão do todo. Ainda que Chomel e outros dêem mais importância no desenvolvimento das moléstias ao modo de viver ditíerente do homem e da mulher, do que á constituição vital e orgâ- nica peculiar ao sexo, não podemos deixar de acreditar tam- bém, com a maior parte dos authores, na influencia devida á outras differenças, independentes das que estabelecem os órgãos sexuaes. Ouçamos Bouchut á esse respeito: «Yêde a differença exterior independente da presença dos órgãos se- xuaes. Vede a intelligencia e a excitabilidade nervosa das mulheres, o volume e o peso de seu cérebro mais conside- rável que no homem, comparativamente ao peso da massa do corpo. Vede nellas a differença dos phenomenos chimicos — 23 — da respiração, descoberta por Andral e Gavarret, e caracte- risada pela combustão de uma menor quantidade de carbo. no. Vede emfim o volume menor de seu coração, a quanti- dade maior d'agua do sangue, a menor proporção dos gló- bulos, da albumina e dos saes deste liquido. Tantas differen- ças entre os sexos, sem fallar das que ignoramos ainda, e da acção sympathica dasfuncções genitaes, demonstram a presença de uma força especial, independente da força com- mum á espécie; e a pathologia fornece uma nova prova de sua existência ». Sabemos todos que, excepto as moléstias do apparelho ge- nital, não ha affecções exclusivas a cada sexo; porque até a respeito da chlorose e da hysteria o campo se divide. Mas a compleição naturalmente delicada, que coaduna com o pa- pel social que a mulher representa, predispõe a contrahir um certo grupo de moléstias, que o homem com sua robustez pode evitar, sem comtudo poder resistir áquellas que sua pró- pria natureza favorece. Quem tiver em consideração a excitabilidade de que é tão susceptível o systema nervoso da mulher, não duvidará de abraçar a comparação, que em certos pontos fazem Behier e Hardy entre a mulher e a creança; e nem também ligará, á primeira vista, o cortejo assustador de symptomas, ora ca- racterisado pela intensidade de uma febre delirante, ora por movimentos convulsivos e desordenados, e ora por paraly- sias parciaes, á mesma lesão em natureza, em sede, e em extensão, que por ventura comprometteria a organisação de um homem, quando theatro de scenas desta ordem. Equem não sabe com que freqüência observa-se nas mulheres a gran- — 24 — de serie das nevroses, desde o abalo nervoso mais ligeiro até à catalepsia mais bem caracterisada ?! IV. « As moléstias são impressões transformadas, isto é, reac- ções vitaes contra as causas morbificas; e os temperamentos são maneiras de ser compatíveis com a saúde, e caracterisa- das pelo predomínio de um dos grandes apparelhos do orga- nismo sobre todos os outros.» Admittindo, pois, com Bou- chut, a influencia do temperamento no desenvolvimento das moléstias, não podemos negar com Racle a sua utilidade e importância como elemento para o diagnostico. E com effeito, reagindo a economia na razão de sua força e da natureza que o temperamento lhe tem imprimido,,as mo- léstias devem revestir-se, em geral, do caracter nervoso, in- flammatorio, saburroso, e scrophuloso, segundo predomina o elemento nervoso, sangüíneo, bilioso ou lymphatico; e da relação que mais commummente existe entre cada um destes elementos, e certo gênero de moléstias, pode-se suppor com probabilidade, e as vezes concluir para estados pathologicos, que na falta desta noção, seriam de difficil determinação; co- mo acontece no estado adiantado de certas moléstias, nas quaes, por se não ter levado em conta o temperamento do doente, quando em boas condições de saúde, erra-se mui' tas vezes tomando-se o effeito pela causa e vice-versa. Outro tanto diremos da constituição, resultado de todos os — 25 — apparelhos funccionaes, ou expressão da maior ou menor for- ça da economia. A idéade forte ou robusto, de fraco ou débil, tem algum peso na balança dos signaes diagnósticos; e assim devia ser, porquanto as constituições débeis cedem com fa- cilidade a certas influencias morbificas, cuja força não basta para vencer a resistência que lhes oppoem as constituições fortes, as quaes por sua vez sendo atacadas, pagam com mais fortes reacções a sua temporária immunidade. V. Se nos fosse dado entrar os penetraes da fecundação, e ahi apanhar em flagrante os mysterios da geração, a obstetrica e a hygiene lucrariam immenso, e a pathologia iria pouco e pouco apagando a influencia hereditária do quadro das causas orgânicas. Infelizmente, porem, para a sciencia e para a humanidade um véu espesso e indestructivel esconderá aos mais penetrantes olhos esse segredo, que só nos é revelado por seus effeitos, como o são todas as operações intimas e profundas do organismo. De ha muito que se não contesta a herança physiologica e pathologica; a historia, o crusamento das raças e os factos physiologicos attestam a veracidade da primeira; e da segun- da jaBaillou, o Hippocrates francez do século 16, como o chamou Requin, dizia: — V. A moléstia que entre nós se chama maligna, não é origi- naria dos nossos climas. VI. Como em todas as moléstias que não são especificas, pôde apenas o clima dar-lhe uma modalidade especial. VII. Sigaud tratando das moléstias do Brazil, não a descreve tal qual sóe apparecer entre nós. VIII. Para o vulgo, maligna é um prothêo que reveste differen - tes formas. IX. Uma febre primitiva ou não, acompanhada de symptomas abdominaes, é o que ordinariamente o povo chama maligna. X. A febre typhoidéa, uma gastro-enterite aguda, a febre biliosa dos paízes quentes, e até a febre synocha ou inflam- matoria, são confundidas pelo vulgo debaixo da denomina- ção de maligna. — 67 — XI. Até a febre intermittente goza algumas vezes do nome de sezões amalignadas. XII. A expressão de febre typhoidéa agora é que vai sendo co- nhecida do vulgo. XIII. D'ahi a diminuição nos casos de maligna. XIV. Em nossa opinião a febre typhoidéa de forma abdominal é a que ás mais das vezes de tal nome se alcunha. XV. A ínsolação, a ingestão de fructos e águas quentes, são as causas mais freqüentemente assignaladas pelo povo como capazes de produzir malignas. XVI. Pela causa attribuida o medico pôde suspeitar a natureza da moléstia. — 08 — XVII. A therapeutica e o prognostico variam conforme a nature- za da moléstia, que é conhecida por maligna. XVIII. Ao medico compete discriminar estados tão differentes, conhecidos pelo mesmo nome, e empregar os meios que re- clama a moléstia que se lhe offerece. HIPPOCRATIS APHORISMI. ^axgxr*---- I. Vita brevis, ars longa, occasio prceceps, experientia fallax, judicium difficile. (Secção 1.» Aph. í.°) II. Duobus doloribus simul obortis, non in eodem loco, vehe- mentior obscurat alterum. (SeccãaZ.* Aph.tâ) III. Gibi, potus, venus, omnia moderata sint. f Secção 2a Aph, 6) IV. Ubi somnus delirium sedat, bonum. ( Secção 2.a Aph. 3.°J V. Ad extremos morbos, extrema remedia exquisite optima. (Secção l.a Aph. 6.°j VI. Ubi fames non oportet laborare. (Secção 3.a Aph. Í6.J BAHIA—TYP. rOGGETTI DE TOUR1NUO & C, 1865. t £/betnetó'c/a á &ommj$cío £$seut4ola. &ant'a e Zracufâac/e c/e ^/See/cctna J/ c/e tSdpoàto o/e sêfá. vectetaúo iiilauio. Gv/a Me,ie eJtct con/oime #. ^/faouta. S/j*. (êttnna cSa/ce c/tcmei1. &k. Mcáe'. Jín/iltma-Je. &6aAia e Sfacucí/ac/e c/e ^/éecácina cfc/e (^u-fu/flo c/e técfâ. £Díwctot.