I i ? 0 a % f 0 •ID(D i 0 i 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 f 0 f 0 ' > à 1866. à3QO WWWWVtWVt^^Vt^W/VWl ^ ^^i©^ BREVES OBSERVAÇÕES SOBRE MORBIS BRIGHTII. APRESENTADA E SUSTENTADA PERANTE ^m. iBim.msim. DR. EM MEDICINA PELA UNIVERSIDADE METROPOLITANA PARA. A VERIFICAÇÃO DE SEU TITULO, EU 1ÍÁI0 DE 1388, Ars longa; vita brcvis est. TYPOGRAPHIA DE TOURINHO %tt.* Rua do Corpo Santo n.° 47 1866. FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA. DIRECTOR O JEac.mo Sètv. Conselheiro Dr. *Woão Batptistn ttos Anjos. 0 Ex.mo Snr. Conselheiro Dr. Vicente Ferreira de Magalhães. OS SRS. DOUTORES 1 •* ANNO. MATÉRIAS QUE LECCIONAM ... . r- .v.„íAM,»«ih^c 1 Physica em geral, eparlicuiarmente em suas Cons. Vicente Ferreira de Magalhães . .] «pplicaçõcs á Medicina. Francisco Rodrigues da Silva.....Chimica e Mineralogia. Adriano Alvesule Lima Gordilho . . . Anatomia descripliva. f li.* ANNO. Antônio de Cerqueira Pinto.....Chimica orgânica. Jeroiiymo Sodré Pereira.......Physiologia. Antônio Mariano do Bomflm.....Botânica e Zoologia. Adriano Alves de Lima Gordilho. . . . Repetição de Anatomia descripliva. 5.' ANNO. Elias José Pcdroza........Anatomia.geral epathologica. José de Góes Siqueira.......Pathologia geral. Jeronymo Sodré Pereira......Physiologia. A.' ANNO. Cons. Manoel Ladislão Aranha Dantas. . Pathologia externa. Alexandre José de Queiroz.....Pathologia interna. Mathias Moreira Sampaio.....j Par^moi^s de mulhere. pflada. ede ineBlno» 5.» ANNO. Alexandre José de Oueiroz. . . : . ■ Continuação de Pathologia interna. Joaquim Antônio d'01iveira Botelho . . Matéria medica e therapeutica. José Antônio de Freitas.......j ^pTrSho^™1^03' Medicina°Peratoria.e 6." ANNO. Antônio José Ozorio . . .".....Pharmacia. Salusliano Ferreira Souto ...... Medicina legal. Domingos Rodrigues Seixas.....Hygiene, e Historiada Medicina. Antônio José Alves.........Clinica externa do 3.* e 4." anno. Anlonio Januário de Faria......Clinica interna do 5.* e 6.' anno. Secçao Accessoria. José lgnacio de Barros Pimentel. . .\ »«• Virgílio Clymaco Damazio...../ José AíTonso Paraizo de Moura. . . .\ Augusto Gonçalves Martins. .-.../ Domingos Carlos da Silva......JSecção Cirúrgica. Demetrio Cyriaco Tourinho.....( Luiz Alvares dos Santos......) Secção Medica. João Pedro da Cunha Valle.....y O Sr. Dr.Cincinnnto E*inlo tia Silra. O Sr. B>r. Thomaz d'Aquino Gaspar. AFaculdade nãoapprova, nem reprova as opiniõesemiüidas naslheses que lhe são apresentadas. AOS ILLMS. E EXMS. SMS. DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA PARTICULARMENTE AOS ILLMS. E EXMS. SENHORES ©©MiiiLHiiia© ny^s <3®§É iPi®ia©iÃa AOS MEOS MUITO EST1MAVEIS l QUERIDOS AMIGOS, AOS ILLMS, S EXMS. SNRS. Como tributo da minha gratidão e alta estimação. 2 .;d i ALGUMAS OBSERVACÇÕES SOBRE O MORBIS. MHMT2HQ R1GHT estabeleceo o facto que muitas hydropesias pro- cediam de moléstias dos rins, um facto que foi confir- mado pelas observações ulteriores, mas que se adoptou como demasiadamente esclusivo, de sorte que se con- siderou um defmito quadro de symptomas necessariamente pertencente a uma certa alteração dos rins. Mais tarde reconheceo-se haver albumi- na na urina, sem que se achasse aqueíla certa alteração dos rins e vice- versa, na occurrencia tão somente passageira de albumina na urina em casos que se deviam reputar graves e incuráveis. D'ahi resultou certa confusão das ideas. Na Allemanha e Inglaterra adheria-se a opi- nião de ser a moléstia deBright uma moléstia geral, entretanto que na França Legendre separou as hydropesias considerando-as em conse- qüência da febre escarlatina como hyperaemia, e a descoloração ama- rella, e o estado granuloso como a verdadeira moléstia. Para sahir- mos d'estadissidência de opiniões temos de responderá duas questões: l.a Em que consiste a affecção dos rinse depende ella ou não de um certo deposito ou producto de uma inflammação? 2.a O grupo de simptomas que se manifesta nos casos mais pronun- ciados da moléstia é ou não especifico ou typico? Das respostas a estas duas questões tirar-se-ha a conclusão, se a mo- léstia é sui generis e especifico? § Tendo-se occasião de fazer autópsias em casos pouco avançados da moléstia, achando-se os rins entumecidos e hyperaemicos na sua subs- tancia cortical, nos duetos uriniferos encontram-se os bem conhecidos cylindros fibrinosos, e o tecido intersticial com uma infiltração de exsudado. Tendo-se em consideração a urina albuminosa e o derramamento de sangue cujos corpusculos se encontram nos duetos e na urina, não pode haver duvida sobre a existência de uma inflammação. Em casos subagudos a hyperaemia é menos marcada, o que não acontece quan- to á intumescencia; a coloração é amarella pelas partículas de ex- sudado. Esta forma é a mais freqüente. A intumescencia deriva-sé da infiltração intersticial, e dos impedimentos mechanicos em conse- qüência dos coágulos fibrinosos que causam uma dilatação dos tubos uriniferos a traz delles. Se a moléstia é chronica acham-se os rins amarellos como manteiga, e muitas vezes só parcialmente. Este des- coramento amarello depende de uma infiltração do epithelio dos tubos uriniferos com matéria adiposa, um deposito que se pode olhar como resultado de inflammação, pois que em todas as inílammações ha degeneração adiposa de cellulas; verbi gratia nos catarrhos, nas ca- taratas etc. As cellulas passam por uma metamorphose retrograda. A experiência clinica mostra que essa degeneração não accompanha os casos recentes, e tão somente os mais adiantados, e devemos insis- tir n'esta observação, porque o inglez Jolmson quer pelo contrario, que a degeneração adiposa seja primaria. Uma vez que tem começada essa degeneração, ella continua como em outros órgãos, e consequen- temente forma-se um detrito que é expellido com a urina. Com isto então suspende-se a funeção dos tubos uriniferos, pois que éjustamente do epithelio que depende a sua sede. As conseqüên- cias ulteriores são nos rins as mesmas que em outros órgãos. Nos pon- tos em que houve atrophia apparece um encolhimento. 0 tecido intersticial que circumda os tubos uriniferos encolhe-se, c 9 não deixa de ser provável que alli se forma um novo tecido ceílular, ainda que isto seja difficíl averiguar-se. Em todo o caso é assim que se estabeleceo o terceiro estado da degeneração do rin, o que se tem chamado nodoso. Formam-se no rin depressões mais ou menos notáveis. Se estas de- pressões estão separadas umas das outras por maiores intervallos o rin toma a apparencia do feto, se os intervallos são menores o rin toma um aspecto nodoso. Nos pontos em que o estrangulamento é maior, acham-se além de tecido ceílular os resíduos dos corpuscolos rnalpig- hianos vasos sangüíneos, tubos urineferos com o seo calibre diminuí- do, mesmo a falta d'estes últimos. O parenchyma de outras partes mostrão as alterações pertencentes aos estados anteriores. Se a mo- léstia depois chegar á um alto gráo d'intensidade retrocede então ella acaba n'este estado, as partes infiltradas de matéria adiposa tornão-se cicatrizadas, o resto do parenchyma ficando intacto, e se não sobrevirem novas exsudações, a cura é completa e segura. Porem na maioria dos casos a moléstia conduz á morte pela continuação das exsudações in- vadindo as partes que estavam sãs. Portanto todas as formas podem se attribuir a um processo din- flammação e é aqui que se tem manifestado o valor do exame micros- cópico, pois que sobre tudo os depósitos adiposos parciaes apresentam diíficuldades sendo considerados como depósitos específicos. O que aqui temos nada mais é do que um processo inflammatorio com as suas conseqüências, porem certamente com essa particularidade que a ex- sudação febrinosa que d'ella resulta não tem tendência para a forma- ção de novas cellulas, ou em outras palavras não tem tendência para a formação de pús. Se com effeito ha formação de tecido ceílular novo ella é muito limitada e essa falta de formação nova de cellulas, da for- mação do pús é o que é o característico do processo. Elle entra por essa particularidade em contraste com essas formas f o que se cncontrão em casos mctaslaticos de inflammação que se es- tende da bexiga para cima. A moléstia de Bright pode ser considerada como uma ncphrite cru- posa diftusa. Ora proseguindo, perguntaremos: Poder-se-ha achar na symptomatologia da moléstia o seo caracter especifico? A moléstia resulta as mais das vezes de uma constipação, de um res- friamento do corpo, quando está suado, em cuja conseqüência a se- creção da urina diminue, apparecem dores na região lumbar, a urina torna-se albuminosa e apparece rapidamente a hydropesia. Empregando-se um tratamento adequado em tempo então a molés- tia é curavel. A moléstia pode ser considerada como um rheumatis- mo agudo. Porém ha casos que pelo contrario são chronicos, estes oc- correm em indivíduos cacheticos, ou n'aquelles que soffrem de mo- léstias dos ossos ou de grandes abeessos; estes parecem muitas vezes de morbus Brightií sem que se possa descubrir uma causa essencial para ella. A morte suecede nestes casos quasi sempre, seja o trata- mento o mais cuidadoso que for. N'estes casos não se sentem dores nos rins as hydropesias sobrevem lentamente como nas moléstias do coração. Falta-nos agora indagar em que relação estão algumas outras mo- léstias com a moléstia de Bright. Em primeiro lugar havemos de de- cidir; se a degeneração que accompanha a febre escarlatina pertence a moléstia de Bright? Inflammação temos aqui como ali, e si na maioria dos casos ella não progride até a degenereeentia adiposa, pro- vem isto da rapidez da moléstia, os doentes ou se restabelecem ou morrem mais depressa. Porém se a moléstia se prolonga então depois da febre escarlatina também se desenvolvem os mesmos phenomenos. Com tudo a hype- raemia nos rins e a accumulação fibrinosa parece ser característica, dos casos depois da febre escarlatina tal qual a affecção da garganta e da pelle, ella sempre se encontra. Esta affecção dos rins desapparece tf com a escarlatina como desapparece o calarrho dos bronchos com o sarampão, e bem como se pode desenvolver crup e bronchite do ulti- mo, assim pode se desenvolver da affecção dos rins na escarlatina morbus Brightií, facto este que se dá ora mais ora meuos vezes con- forme o caracter da epidemia. Porém é justamente na escarlatina que as formas de morbus Brightií mais distinctamente se manifestão. Em todas as formas dessa moléstia ha uma inflammação diftusa e os extremos mostrão-se com agudez, p. e, pneumonia, rheumatismo, ora com caracter chronico ou quasi imperceptível. O prognostico varia então segundo a duração e lentidão da moléstia. Debaixo de um pon- to de vista symptomatologico não se pode designar um signal pathog > nomonico da moléstia de Bright; pois que p. e. a affecção dos rins que occorre na escarlatina apresenta semelhança e transições graduaes para a moléstia de Bright. Também devemos mencionar a affecção dos rins que succede no lypho. Um gráo módico d'inflammação ac- companha quasi constantemente o typho; se os doentes d'esta molés- tia sahem antes do tempo do quarto e se expõem áresfriamentos, en- tão facilmente se desenvolve a moléstia de Bright. O mesmo acontece na cholera, em que não se desenvolvem os symptomas mais graves, provavelmente porque a affecção dos rins depende n'estes casos de uma alteração transitória do sangue. Notáveis são também as compli- cações com as moléstias do coração. Estas são quasi sempre acompanhadas de urina albuminosa, porém a quantidade da albumina é mui variável. As observações de médicos francezes levam-nos a conclusão que nas moléstias do coração ac- companhadas de albuminuria não se deve suppor a existência da mo- léstia de Bright, porém Rayer presume a existência d'csta moléstia quando a albuminuria é permanente. Isto servirá para provar que ha differentes transições e differentes qualidades das affecções dos rins. Mas tem sido satisfactoriamente comprovado por autópsias que as 1« moléstias do coração coincidem muitas vezes com a moléstia de Bright e que estabelece nos rins um processo exsudatorio em consequecia de uma hyperaemia mechanica que parte do coração. Se consegue-se aliviar em tempo este embaraço da circulação então não se desenvolve a moléstia de Bright. Análogos á estas affecções dos rins são os catarrhos pulmonares e a hyperaemia hepatica que acompa- nham as moléstias do coração. Seria possível que a decomposição do sangue nas moléstias de coração fosse causa concomitante da moléstia de Bright, que as vezes sobrevem, mas acha-se quasi sempre nas autóp- sias a hyperaemia dos rins. Outro importante assumpto é o facto es- tabelecido por Regnault e outros, que nas mulheres grávidas quando aparecem simptomas nervosos, sobrevem mui facilmente hydropesia e abulminuria, que desapparecem com o parto. Devemos mencionar também que debaixo de certas condições todos os diureticos mais for- tes como Cubebas; Bals: de Copah:; Ganthar:; &c. são capazes de produzir albuminuria. HYPPOCIUTIS APHORISMI. -----■«-ea»í Sx52s»>———- I. Ad extremos morbus, extrema remedia esquisite optima. :N ' (6. Seetio I.) II. Mutationes anni temporum maximi pariunt morbos: et in ipsis temporibus magnoe mutationes tum frigoris, tum caloris, et coetera pro ratione eodem modo. (1. Seetio III.) III. Autumnus tabidis malus. ftO Seetio III.) IV. Mulieri sanguinem evomenti menslruis erumpentibus, solutio fit. f32 Seetio V.) V. Si mulieri praegnaunti erysipelas in utero fiat, letnale. ("4-3 Seetio V.) "VI. In longis dysenteriis apetitus prostratus malum: et cumfebre, pejus. (3. Seetio VI.) VII. Melancholicís, nephriticis haemorrhoides supervenientes, bonum. (11 Seetio VI.) 15AHIA—TYP. DE TOUIMNUO «St C,—1806. V V \