THESE DE JOAQUIM D'ALMEIDA VILLASBOAS, THESE PUBLICAMENTE SUSTENTADA EM NOVEMBRO DE 1867 PARA OBTER O GRÁO DE DOUTOR EM MEDICINA PELA FACULDADE DA BAHIA POR rSAÇVIL: VÍÍLASBSâS, NATURAL D ESTA PROVÍNCIA- Pense toujours à ce que tu es, à ce que tu dois. Dicu t'a fait prêtre du feu sacré de la vie, il t'a commis 1c soin de dispenser ses plus beaux dons, la santé; il t'a confiè, pour le bien de tes semblables, les forces occultes déposées par lui dans le soin de la nature. Quelle haute mission! Remplis-la dignement, non pour ton propre avantage, non pour ta réputation, maispour la gloire de Dieu et pour le salut de tes frères; un jour viendra ou tu seras appelé à en ren- dre compte. (Huffeland) . BAHIA. TYP. DO-PHAROL-RUA DIREITA DA MIZERICORDIA N.° 4 1867. FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA. O EXM. SR. CONSELHEIRO DR. JOÃO BAPTISTA DOS ANJOS. DIRECTOR O EXM. SNR. CONSELHEIRO DR. VICENTE FERREIRA DE MAGALHÃES. VICE-DIRECTOR l.° ANNO. MATÉRIAS QUE LECCIONAO OS SRS. DOUTORES Cons. Vicente Ferreira de Magalhães. Physica em geral,e particularmente em suas applicaçoes á Medicina. Francisco Rodrigues da Silva Chimica e Mineralogia. Adriano Alves de Lima Gordilho . . . Anatomia descriptiva. Antonio de Cerqueira Pinto Chimica organica. Jeronimo Sodré Pereira Physiologia. Antonio Mariano do Bomfim Botanica e Zoologia. . Adriano Alves de Lima Gordilho . . . Repetição de Anatomia descriptiva. 2.o ANNO. 3.° ANNO. Cons. Elias José Pedroza Anatomia geral e pathologica. José de Góes Siqueira Pathologia geral. Jeronimo Sodré Pereira Physiologia. 4.° ANNO. Cons. Manoel Ladisláo Aranha Dantas. . Pathologia externa. Alexandre José de Queiroz Pathologia interna. Partos, moléstias de. mulheres pejadas e de meninos recemnascidos. Mathias Moreira Sampaio. 5.° ANNO. Alexandre José de Queiroz Continuação de Pathologia interna. Joaquim Antonio d'Oliveira Botelho . . Matéria medica e therapeutica. José Antonio de Freitas Anatomia topographica, Medicina operato» ria, e apparelhos. Antonio José Ozorio Pharmacia. Salustiano Ferreira Souto Medicina legal. Domingos Rodrigues Seixas Hygiene, e Historia da Medicina. 6." ANNO. Antonio Januario de Faria Clinica interna do 5.° e 6.° anno. Clinica externa do 3.° e 4.° armo. Rozendo Aprigio Pereira Guimarães Ignacio José cia Cunha Pedro Ribeiro de Araújo .... José Ignacio de Barros Pimentel. . Virgílio Climaco Damazio . . . Secção Accessoria. José Affonso Paraizo de Moura Augusto Gonçalves Martins . Domingos Carlos da Silva. Secção Cirúrgica. Demetrio Cyriaco Tourinho Luiz Alvares dos Santos . João Pedro da Cunha Valle Secção Medica. SKCKETABIO O SR. DR. CINCINNATO PINTO DA SILVA. O SR. DR. TIIOMAZ DÃQUINO GASPAR. OEFICIAI BA SECRETARIA A Facudade nào approva nem reprova as opiniões emittidas nas theses que lhe sâo apresentadas. ABSCESSOS POR CONGESTÃO. DISSERTAÇÃO. CONSIDERAÇÕES GERAES SORRE OS ABSCESSOS. traiam spasaa. é a tarefa em que nos empenhamos, c espinhoso o ^^WWcaminho cIue temos de percorrer; mas o dever nos im- é mister que envidemos nossos esforços para sa- ^ÍW1 «tisfazel-o. Antes porem de tratarmos do ponto acerca do qual nos propomos dissertar, julgamos conveniente diser algumas palavras relativamente aos abscessos em geral. Uma collecção de pús em uma cavidade, accidentalmente formada no meio dos tecidos, a custa d'esse mesmo pús é o que denomina-se- abscesso; ao passo que, existindo, nas cavidades naturaes do corpo, uma collecção purulenta toma o nome de derramações purulentas; e, segundo que se apresenta em certos e determinados orgãos, tem denominações es- peciaes: assim, quando se observa nas cavidades thoracicas, chama-se empyemas; no tecido pulmonar-vomicas; nosganglions inguinaes, bubões. O pús dos abscessos, achando-se no começo de sua formação entre as malhas dos tecidos, vai pouco a pouco as distendendo, e dando logar a um pequeno fóco no centro d'esses tecidos; os quaes, em consequência da lympha plastica, proveniente de sua inflammação, se espessãoedão lugar á apparição de uma membrana composta de matéria amorpha granulosa, de 2 corpos fusi-formes, fibro-piasticos em pequena quantidade, contendo al- gumas veses fibras laminosas, a qual foi impropriamente denominada por alguns autores-membrana mucosa de nova formação:-hoje é conhecida sob o nome de-membrana pyogenica. Esta psendo-membrana não é somente destinada a impedir que o pús se infiltre no meio dos tecidos, o que algumas veses accontece, dando lugar á apparição de um phlegmão, que se chama-dilTuso; outro encargo mais importante lhe foi pela naturesa incumbido, o de absorver o producto da suppuração; posto que algumas veses ella seja séde de exhalações. E' assim que vemos os abscessos durante sua marcha apresentarem augmento ou diminuição em seo volume. A maior espessura e estabilidade offerecidas por esta pseudo-mem- brana é que a fasem representar o papel de kisto. Os abscessos são sempre precedidos por um trabalho inflammatorio, quer este se manifeste francamente, quer a inílammação seja pouco intensa, ou seja de uma marcha chronica:d'ahi vem o dividir-se os abscessos em quentes ou phlegmonosos, g frios. Si os abscessos se apresentão no ponto em que existe a inílammação, chamão-se-abscessos iaiopathicos ou essenciaes; si pelo contrario appa- recem em um ponto remoto da séde da inílammação, chamão-se-abscessos por congestão, dos quaes nos occuparemos mais adiante, e então veremos que muito diíTerem estes dAquelles, tanto em symptomas e terminação, quanto em tratamento. Mas, si o abscesso é devido a um estado geral do organismo, então toma o nome de abscesso constitucional; si porem sé apresenta no declinar de certas moléstias, como sejão:--a variola, a scarlatina, etc. tem o nome de -abscesso critico; e o de symptomatico, si tem por causa uma outra affecção, que não a inílammação local; finalmente si attendermos aos diver- sos phenomenos, que se manifestão em consequência de uma infecção purulenta, teremos de encontrar abscessos, si bem que pequenos em ta- manho, em numero muito considerável, apresentando-se com preferencia nos orgãos ricos de vasos, como sejão:-os pulmões, o fígado, o baço, o cerebiô, etc. A estes chamão-se - abscessos metastaticos. A simples inspecção não basta para chegarmos ao conhecimento de um abscesso. Torna-se necessário um exame um pouco aprofundado. Assim, quando se nos apresenta um tumor cuja elevação e amollecimento dê 3 lugar a lhe imprimirmos alguns movimentos, pelos quaes possamos re- conhecer a deslocação de um liquido, devemos suppôr a existência de um abscesso; mas não aífirmal-o, porque algumas veses encontramos íluctua- ção bem manifesta, onde não existe pús, como sóe acontecer em uma articulação doente, cujos tecidos se achão tumefeilos; nos tumores ence- phaloides; nos lipomas, etc. Para dissiparmos essas difficuldades, temos de auxiliar-nos dos sym- ptomas geraes que acompanhão a formação dos abscessos, e da exploração, maxime, quando o abscesso está profundamente situado, Não é indifferente o meio de obter-se a fluctuação. Para isso deve-se collocar na superfície do tumor a polpa de um ou mais dedos, e com os dedos da outra mão comprimir lentamente o tumor em um ponto opposto, obrigando d'esfarte o liquido a exercer uma pressão excêntrica sobre a superfície interna do fóco purulento, e a produzir a elevação dos dedos que se achão sobre elle collocados. Reconhecida a existência de um abscesso, tomos de satisfazer a certas indicações: evacuar o pús, favorecendo assim a agglutinação de suas paredes, e combater as causas que o produzirão. Algumas duvidas se tem apresentado relativamente á abertura dos abscessos. Alguns erão de opinião que esta se fizesse espontaneamente, quando os abscessos fossem superficiaes e occupassem uma região, na qual uma abertura produsida artificialmente podesse deixar uma cicatriz desforme. Entendião porem outros que a incisão era o melhor meio de evital-a. Circumstancias outras ha, a que se deve attender, quando se tiver de abrir um abscesso. Assim si elle se achar situado em uma região, cujos vasos sejão comprimidos, ou ameaçar abrir-se em uma cavidade visinha, devemos até apressar sua abertura; e outro tanto devemos praticar, quando um tumor se achar amoilecido, e suas paredes forem cada vez mais se adelgaçando e elle apresentar uma cor vermelha escura em sua superfície, a fim de que a falta de vitalidade da parte não lhe traga desorganisação; e ainda mesmo quando sua séde se avisinhar dos tendões, como acontece nos panaricios, cuja abertura retardada dá lugar ao esphacelo d'estes. Quando, porem, não houver inconveniente, poderemos confiar sua abertura á na- turesa. Nem sempre a abertura de um abscesso é seguida de cicatrisação. Algumas veses temos de combater uma fistula, que se nos apresenta em 4 consequência de muitas e determinadas causas; e então se devo empregar um tratamento apropriado e capaz de destruil-as. Feitas estas considerações acerca dos abscessos em geral, passaremos a tratar dos abscessos por congestão, das causas que o determinão, seo modo de formação, seos symptomas, sua marcha e terminação, diagnosti- co, prognostico, e tratamento. 1. 0 abscesso por congestão, também denominado por Gerdy-Migrante ossifluente, era definido pelos antigos da maneira seguinte: collecçâo purulenta, formada no meio dos tecidos, sem que fosse precedida por um trabalho phlegmasico local. Tal definição não póde ser acceita hoje na sciencia, não só porque corresponderia á difinição que os cirurgiões mo- dernos tem dado ao abscesso frio; como porque não podemos admittir sua existência sem um trabalho inflammatorio prévio. Vejamos, segundo elles, o que se deve entender por abscesso por congestão:-uma collecçâo de pús, que tendo por causa uma alteração ossea, dá lugar á apparição de um tumor em uma região distante d'aquel- la em que existe a séde do mal. Esta é sem duvida preferível á primeira, porque comprehende a causa productora do abscesso por congestão; mas, como não abrange todos os casos particulares, Boyer, por sua vez, apre- sentou a seguinte definição:-uma collecçâo de pús, produzida pela carie do corpo das vertebras, ou também de uma grande articulação, se reunin- do em um fóco no meio dos tecidos e apresentando-se debaixo da forma de um tumor em um lugar distante d'aquelle que lhe deo origem. São na verdade estes que mais veses se nos apresentão; mas por isso não se deve excluir aquelles que succedem á affecção das costellas, das escapulas, dos ossos iliacos, dos femures, etc., como faz Boyer, restringindo sua defini- ção: portanto damos preferencia áquella por nos parecer mais completa. O abscesso por congestão tem sido chamado abscesso symptomatico; 5 -denominação imprópria, porque a mór parte efestes não offerece os caracteres d'aquelles. Por isso que o abscesso por congestão é sempre pre- cedido de uma lesão ossea, não se deve concluir que, toda vez que ella existir, necessariamente se ha de apresentar um abscesso por congestão, ainda mesmo quando- houver uma lesão dos corpos das vertebras, ou de uma grande articulação. II. Definido, como fica, o abscesso por congestão, procuremos saber quaes as causas, que o produzem. A osteite, a necrose, os tubérculos, e especialmente a carie dos corpos de uma ou mais vertebras, são as causas mais frequentes dos abscessos por congestão. A carie é muitas veses depen- dente de outras causas mórbidas internas, como:-a diathese escrofulosa, o rheumatismo, que se localisa na columna vertebral, dando lugar a uma ulceração. A masturbação, habito abominável, adquirido por aquelles que não preveem o alcance de suas funestas consequências; o mal vertebral de Pott, produzido pela carie das vertebras são outras tantas causas do abscesso por congestão. Depois de havermos mencionado as mais conhe- cidas das causas productoras do abscesso por congestão, passemos a apre- cial-o em seo modo de formação. III. À' flacidez dos tecidos é devido que o pús produzido por uma lesão óssea vac pouco a pouco os distendendo e dando lugar á formação de um foco. Este foco vae gradualmente se augmentando, e como não possa vencer a resistência, que lhe offcrecem os musculos e as aponevroses visinhas, tende á percorrer um caminho por aquella parte, onde en- contra mais facilidade em vencer os obstáculos para vir apresentar-se cm uma das superfícies tegumentares. O pús seguindo ordinariamente aquellas partes, que lhe offerecem menos resistência, as encontra nas bainhas dos planos fibrosos. E' assim que vemos muitas vezes clle fazer seo trajecto pelas bainhas dos musculos, c dos vasos, seguir a direcção de um plexo nervoso, percorrer um canal osseo, osteo-fibroso, etc., o vir apresentar-se na parte mais declive do corpo, obedecendo d'este modo á lei da attrac- 2 6 ção terrestre. Si o abscesso por congestão tem por causa uma affecção das vertebras lombares, é na bainha do musculo psóas que se insinua o pús para dar lugar á apparição de um tumor na parte superior e interna da coxa, ou então elle atravessa a faseia ilíaca, e caminhando pelo tecido cellular subperitoneal vem apresentar-se nas proximidades da espinha ilíaca antero-superior, ou no canal inguinal. Si ao contrario elle percorre a bainha dos vasos iliacos, apresenta-se na arcada crural, ou se introduz no annel crural, si segue o trajecto dos vasos externos. Si o dos vasos in- ternos, passa pela chanfradura sciatica, c apresenta-se na região glútea, ou se introduzindo no tecido cellular subperitoneal, vem ter á região anal. Pode-se algumas vezes encontrar abscessos na região posterior do tronco; e n'este caso o pús atravessa os buracos de conjugação das vertebras, se- guindo as raízes posteriores dos nervos, os intervallos das apophyses transversas, dirigindo-se para dentro dos scalenos, ou entre os museu los inter-costaes, para dentro ou para fóra do muscolo quadrado lombar, dando origem á formação dos abscessos cervicaes posteriores, dorsaes e lomba- res. Revestido de um sacco, que circumscreve a lesão ossea, como se acha o abscesso por congestão, este apresenta variações em sua forma e exten- são. Em seo começo o kisto, representado por esse sacco, é pequeno e ar- redondado. Mas á medida que o pús se vae augmentando, elle se vae alon- gando, e como que se acha preso ao osso porumpediculo seguido de um canal, cuja extenção varia. Elle apresenta dilatações e aperto, que muitas vezes o separão da origem do pús. Sua parede interna é formada por um tecido celullar muito delicado, coberto de algumas vilosidades, onde se encontram lambem vasos de muito pequeno calibre. Offerece uma superfície molle de côr branca ama- rellada., á qual se adhere um pouco de pús concreto, ou matéria tubercu- losa; o que se observa, quando o abscesso não tem sido aberto. Mas quando elle se acha em contacto com o ar exterior, sua superfície interna apresenta maior grão de organisação, e assume uma côr vermelha carregada; o tecido cellular que a reveste é endurecido, e de uma côr branca acinzentada. Em seo exterior elle se acha reforçado pelas aponevroses e musculos, que lhe adherem em forma de membrana. A substancia contida n'esses abscessos é um pús seroso, tendo em suspensão coágulos fibrinosos; outras vezes é uma especic de papa espessa de côr branca, da consistência de caseum, tuberculosa, 7 De mistura com estes líquidos se encontrão parcellas ósseas, mais ou menos volumosas, e ás vezes se apresentão no eslado pulverulento. Agora que já havemos apreciado os abscessos por congestão em sua formação, vejamos quaes os seos symptomas. IV, Deve haver toda attenção da parte do medico, quando se tratar de um abscesso por congestão; porque os phenomenos, que o precedem, por si bastão muitas vezes para se poder reconhecer sua natureza. Antes de sua apparição, uma dôr, âs mais das vezes bastante intensa se manifesta em um ponto do esqueleto, ordinariamente na columna vertebral, cuja du- ração é variavel, e augmenta-se pela pressão e pelos movimentos do doente. Alguns mezes depois a dôr diminue, e ás vezes cessa completamente, simulando assim um estado lisongeiro para o doente, quando o contrario tem lugar. Uma deformação, ou uma saliência ossea se observa no legar, em que a dôr existe. Algumas vezes porém abscessos se apresentão, sem que tenhão sido precedidos d'esses phenomenos; o que na verdade raras vezes acontece. O abscesso por congestão é precedido de uma inflammação, bem que esta tenha uma marcha lenta, como dá-se com o abscesso frio. O tumor que resulta conserva a cor natural da pelle e sua temperatura normal. E' mol- le em toda sua extensão; a íluctuação ahi se percebe claramente; a pressão exercida sobre elle o faz desapparecer, quando é em parte contido nas ca- vidades esplanchnicas, ou consta de dous ou mais saccos, que communi- cão-se por meio de um canal. São estes os symptomas que ás mais das vezos acompanhão os abscessos por congestão. Aprociemol-os em sua marcha e terminação. V. 0 abscesso por congestão pode apresentar um grande volume e con- serval-o por muito tempo, sem comtudo causar perturbações ao estado geral do doente. Mas, o que se observa mais vezes é que esses indivíduos assim aílectados são enfraquecidos, cacheticos; suas funeções digestivas se 8 perturbão, e accessos de febres se manifcstão por alguns dias, c desappa- recem para mais tardo rcapparecerem. Unia grande quantidade de pús, que se tem formado, não permilte que elle se conserve sempre fechado. Todavia autores ha, como Dupuytren, David, Hourmann, Albernely, que com o melhodo de observação, tem reconhecido que antes do appareci- mento de alguns d'esscs phcnomenos, indivíduos ha, que se curão, sem ter lugar a abertura d'esses abscessos. .kilga ser esta a terminação mais frequente M. Bouvier, quando o abscesso por congestão é acompanhado do mal vertebral de Pott; mas quando isso não tem lugar, elle tendendo a abrir-se, a pelle torna-se lisa, tensa, quente e rubra, se perfura e dá sabida ao pús, de cujos caracteres já nos occupamos. Essa abertura transforma-se em uma fistula e permilte uma livre passagem a um pús seroso de um cheiro desagradavet. O ar ahi se introdusindo produz graves inconvenientes. Uma indammação até então limitada ao orifício, se estende ás paredes do foco, c o pús torna-se fétido. Um frio é o preludio d'esta indammação depois de uma febre inten- sa; o pulso é frequente e duro, ha sède e anorexia. No fim de alguns dias estes symptomas declinão; o pús torna-se menos fétido e corre em pequena quantidade. Esta melhora apparente dá ao doente lisongeiras esperanças: mal sabe elle, que essa serie de symptomas recrudescem, e uma infecção pútrida lhe traça um termo fatal. va. Pareceria que depois de havermos enumerado os symptomas dos abscessos por congestão, accompanhando-os em sua marcha e terminação, um diagnostico prompto e facii se podesse estabelecer, mas, não. Consi- deramol-o um dos mais importantes e que algumas vezes mais difficul- dades ofTerece-nos. Assim é que para diagnosticarmos um abscesso por congestão, devemos ter em consideração sua origem, sua natureza e a maior ou menor profundeza, em que elle se acha collocado. Quando os abscessos são superíiciaes não apresentão mudança de côr na pelle, são indolentes, sua fluctuação ó bem manifesta o affecta ordinariamente a forma globulosa. Sua sede e o refluxo do pús para dentro das cavidades esplanchnicas esclarecem de alguma sorte o diagnostico. 9 Quando elles são mais profundos que os anteriores não se pode per- ceber bem o tumor. A apalpação n'este caso revela-nos uma fluctuação obscura, e a percussão um som massiço, devido á presença do pús. Mas si elles se achão situados mui profundamente, ainda menos pro- nunciados são esses phenomenos, que acabamos de mencionar; todavia a percussão pode algumas vezes nos fazer suspeitar sua existência. O pús fornecido pelo abscesso por congestão se escoa em muito maior quantidade, do que o permitte a extensão do tumor: elle é soroso, misturado de flocos albuminosos e torna-se fétido pouco tempo depois de sua abertura. Uma fistula é quasi sempre o resultado d'esta abertura. Os abscessos por con- gestão, e principalmente aquelles que são acompanhados do mal vertebral de Pott, podem ser confundidos com outros abscessos. Ha casos em que elles podem apresentar todos os caracteres que precedem a um abscesso plegmonoso, mas a dôr que se localisa na columna vertebral, o exame da fossa iliaca, uma gibbosidade, se existe, bastão para facilitar o diagnostico. Pode-se mais facilmente confundir com os abscessos frios, quando a dôr e a saliência caracteristica da columna vertebral não o precederão. Mas, si o contrario tem lugar, dissipa-se a duvida. Outras moléstias, que não os abscessos, podem ser outras tantas causas de duvida, taes são: as herneas, aneurismas e os tumores profundamente situados na fossa iliaca. Todavia os caracteres de que já tivemos occasião de fallar e aquelles que cada um d'esses tumores apresenta, são sufficientes para, compa- rando-os, podermos diagnosticar um abscesso por congestão. Vil. Do que temos dito relativamente aos symptomas e ao diagnostico dos abscessos por congestão poder-se-ha affirmar que seo prognostico sempre será fatal? Não; porque si suas causas varião em natureza e a re- gião do organismo, que se acha lesada, deve também variar em sua gra- vidade. Assim si a alteração de um osso não é de natureza susceptivel de curar-se, e elle subtrahe-se ao emprego de meios cirúrgicos, a cura é impossível. Mas, si o contrario tem lugar, seo prognostico será menos grave; porque si o abscesso fôr dependente de uma necrose, logo que seo sequestro fôr eliminado, ou extrahido, a cura pode ter lugar: esse trabalho é algumas vezes confiado á força medicatriz da natureza. O menor volume o 10 que apresenta um abscesso e a sua não abertura são em alguns casos condições favoráveis á cura. Posto que casos d'esta ordem se tenhão observado, todavia aquelles, que mais frequentemente se nos apresentão, offcrecem maior gravidade: d onde resulta que seo prognostico é quasi sempre fatal. iPiâiaiiMiaA Tmíanacnío* A importância do diagnostico dos abscessos por congestão e a gra- vidade de seo prognostico releva para a escolha do meio a seguir em seo tratamento. Duas grandes indicações temos de prehencher: primeira fazer seccar a origem do pús; segunda dar-lhe sahida para o exterior, preve- nindo os accidentes que acompanhão a inflammação das paredes do fóco, e a alteração do pús. As graves consequências que provém da abertura espontânea de um abscesso por congestão, em rasão da entrada do ar exterior em sua cavi- dade dando lugar á manifestação dos symptomas de uma infecção pútrida, levão-nos a adoptar sua abertura artificial, prevenindo cíesfarle uma fu- nesta terminação e facilitando, por meio de uma ponção praticada conve- nienlemente, uma sahida ao pús: taes são as indicações que devemos ter em mira no tratamento dos abscessos por congestão. Si para tratarmos de um abscesso por congestão nos limitássemos somente a dar sahida ao pus, é claro que a cura seria incompleta; porque persistindo ainda a lesão ossea, que lhe dá origem, a suppuração continuaria. Todavia Robert cila um caso observado por ellc, em que uma só ponção praticada foi sufficiente para trazer a cura completa. Mas é elle proprio quem diz, que factos d'esta ordem são excepcionaes. Portanto convém combater por meios apropriados, como-cautérios, revulsivos, exutorios, moxas, auxiliando-os com uma medicação tónica, restauradora e uma bôa alimentação, as quaes tendem a levantar as forças do doente. E' em consequência da alteração do pús existente em um fóco, pro- 11 dusida pela entrada do ar exterior, que os symptomas de infecção pútrida mais vezes se apresentão: e por isso muitos práticos tem tentado diffe- rentes meios com o fim de prevenir a entrada do ar no fóco purulento. Em vista d'islo Boyer e Dupuytren aconselhavão que se praticasse aber- turas muito pequenas, e se evacuasse o abscesso lenta e gradualmente. Albernethy se servia de uma agulha de catarata: tal era o receio que tinha da introducção do ar em sua cavidade. Ainda uma vez Boyer recommen- dava que-se fizesse uma dobra na pellc, e uma ponção na sua base para dar sahida ao pús, mudando d'esle modo as relações da abertura interna com a externa, logo que esta fosse abandonada, impedindo, por esse meio, que o ar se introduzisse no fóco. Com quanto pareça bôa a pratica seguida por esses cirurgiões; todavia não deixa de acarretar inconvenientes, pelos quaes somos obrigados a despresal-a. Assim vemos muitas vezes essas pequenas aberturas se fecharem rapidamente, e o pús continuar a ser secretado, conservando o abscesso seo volume primitivo; tornando-se por isso necessário praticar uma e mais vezes novas aberturas, até que chega um momento, em que dá-se a introducção do ar no fóco purulento, resultando d'isso graves consequências de uma infecção pútrida. Dupuy- tren, desanimado pela improficuidade d'esse meio, ultimamente tem confiado á natureza sua abertura. Lisfranc porem attribuindo a inflammação da membrana pyogenica ás consequências de uma infecção pútrida, abria largamente os abscessos para facilitar ao pús sua completa sahida, e combatia os accidentes inllammatorios, applicando grande numero de sangucsugas, obtendo por vezes felizes resultados. Robert apresenta o facto de um indivíduo que trazia em ambas as virilhas um vasto abscesso por congestão, cuja ponção feita pela primeira vez em um d'elles, foi seguida de symptomas de uma infecção pútrida. A applicação de cincoenta a sessenta sanguesugas sobre o abscesso por elle indicada dissipou a inflam- mação; o pús, que era de má natureza, tornou-se em pús louvável, e uma fistula foi o resultado obtido. Nem sempre o pratico pode lançar mão d este meio para combater estes accidentes; porque, como sabemos, os indivíduos affectados de abscessos por congestão são ordinariamente de temperamento lymphatico, e sua organisação se acha enfraquecida a tal ponto, que uma depressão sanguínea muito concorreria para apressar o seo estado marasmodico. D'aqui a consideração que devemos prestar ao estado geral do doente, quando tivermos de recorrer a meios tão energicos. 12 0 emprego dos líquidos desinfectantes, como sejão-a decocção de quin- quina, a agua de chloro, etc. no interior dos abscessos, tem sido acon- selhado com o fim de impedir a entrada do ar, e a inflammação da membrana pyogenica, evitando d'esfarte funestas consequências. E' Re- camier quem assim o pratica. Entretanto Robert não liga importância a esse meio de tratamento pelos resultados negativos que tem obtido. Em virtude da inefficacia dos meios até agora empregados M. J. Quérin, como outros, attribuindo a infecção pútrida á entrada do ar no fóco, tem pra- ticado ponções sub-cutaneas, dirigidas obliquamente de modo que forma um longo trajecto, pelo qual o pús tem de atravessar, cuja reunião por primeira intenção impede a entrada do ar. Que seja este o melhor meio de impedir a introducção do ar no fóco, estão de accôrdo muitos práticos; mas que seja capaz de evitar a manifestação dos accidentes, que sobre veem â abertura de um abscesso é o que muitos contestão. Casos ha em que a inflammação da ferida exterior produzida pela ponção se prolonga por todo trajecto, e vai ter ao fóco purulento, dando lugar á apparição d'esses phenomenos, que se achão ligados á presença do ar exterior no fóco, d'onde se pode deduzir que o desenvolvimento d'esses graves accidentes, designados sob o nome de infecção pútrida, não é devido somente á introdução do ar na cavidade do abscesso; porem, a outras causas que concorrem e d'entre ellas occupa o primeiro lugar a inflammação aguda do trajecto da ferida e sua extenção ao fóco purulento. Esta inflammação era considerada por M. J. Cloquet, como resultado da evacuação prompta do pús, em consequência da qual rapidas mudanças se operão na tensão da membrana pyogenica. Para obviar esse inconveniente não só elle, como Boyer, aconselhão que se faça a evacuação do pús lenta e gradualmente. As ponções sub-cutaneas por si sós, posto que impeção a entrada do ar, não constituem um meio de tratamento curativo; porque o pús, sendo secretado constantemente pela membrana pyogenica, se accu- mula no interior do fóco e forma uma collecção tão considerável, quanto a precedente. Novas ponções tornão-se indispensáveis; mas para que pratical-as, si o resultado no maior numero de casos vem a ser o mesmo? Para remediarmos esse inconveniente devemos, imitando a natureza dar uma sahida franca ao pús, isto é, estabelecer uma fistula. Mas para attingirmos esse fim são necessárias certas precauções, afim de que se 13 não manifestem esses accidentes, a que dá togar a entrada do ar na cavi- dade do abscesso. Portanto, praticada uma ponção sub-cutanea por meio de um trocater, cujo trajecto deve ser longo e estreito, evacua-se o pús do abscesso, e re- tirando-se a canula, se reuneos bordos da ferida por meio de tiras aggluti-■ nativas. Feito isto, nova quantidade de pús se accumula; mas como a pressão por ella exercida sobre a cicatriz, resultante da ponção, não é sufficiente para desunir seos bordos; segunda ponção torna-se necessária. Um trocater, cuja canula contenha uma chaveta, é preferível. Pratica-se segunda ponção: é indispensável conservar-se a canula na ferida, com a chaveta fechada, abrindo-se somente, quando houver necessidade de dar sahida ao pús, obtendo-se d'esta sorte um trajecto fistuloso, destinado á evacuação do pús, em quanto perdurar a lesão ossea, que lhe dá origem. Seria uma grande vantagem, si pelo emprego d'esse meio preveníssemos os accidentes, que succedem á abertura de um abscesso por congestão; mas, não: a inflammação e alteração do pús muitas vezes se apresentão. Ntostas circumstancias recorreremos ás injecções iodadas, como o melhor antiseptico, que a therapeutica nos fornece. Uma sonda de gomma elastica é introduzida na canula existente na abertura do abscesso, e por meio d'ella se faz a injecção da tinctura de iodo: esta obra chimicamente sobre o pús e modifica a superfície da membrana pyogenica, sustando assim a marcha dos accidentes que se tem manifestado. Quando pela permanência da canula na ferida, o trajecto já se acha organisado e fica fistuloso, se substitue a canula por uma sonda, pela qual se fazem as injecções. E' d'esta sorte que se consegue fazer com que as paredes do fóco juxta-pondo-se, estabeleção um trajecto fistuloso, obliquo e estreito, pelo qual não só o pús, como pequenas partículas ósseas que se destacão do osso doente atravessão. A fistula assim produzida perdura até que a origem do pús se tenha esgotado completamente. Um tratamento tonico geral, os banhos sulfurosos, o iodo, o ferro, etc. concorrem podero- samente para conseguir-se um bom resultado. M. Boinet, que se tem dedi- cado ao estudo da iodotherapia, intende que o bom exito da injecção iodada é devido a que o iodo vá obrar directamente sobre a lesão ossea, modifi- cando-a. Mas, si attendermos a que o trajecto que segue o pús é ás mais das vezes longo e tortuoso, veremos a diíficuldade, que ha cm chegar a injecção até aquelle ponto: por conseguinte não podendo o iodo pôr-se em 14 contado com a lesão ossea, cremos que sua acção se limita a modificar a membrana pyogenica, diminuindo a suppuração, e a impedir que o pús se torne fétido, prevenindo d'este modo os accidentes graves de uma infecção pútrida. Em conclusão, diremos:-primeiro, que, quando se nos apresen- tar um individuo, soífrendo de abscesso por congestão, não devemos con- fiar sua abertura á natureza, porque os accidentes consecutivos são ás mais das vezes fataes;-segundo, que sua abertura deve ser praticada de maneira que a entrada do ar no fóco purulento não se possa dar, e que sua reunião immediata se possa fazer. Dos meios empregados para dar sahida ao pús, a ponção sub-cutanea è aquelle que nos parece preencher melhor este fim. SECÇÃO CIRCRG1CÃ. FRACTDRAS EM GERAL. PROPOSIÇÕES I. Fractura é uma solução de continuidade do tecido osseo, produzida pela acção instantanea de uma violência exterior: raras vezes pela con- tracção muscular. II. A fractura pode ser completa, ou incompleta, segundo que o osso se acha interessado em sua totalidade ou em parte. III. Si a fractura teve lugar no ponto de applicação da força chama-se -directa; si em um ponto remoto-indirecta ou por contra-pancada. IV. Sua direcção em relação ao eixo do osso fracturado, e a disposição que apresentão as superfícies de fractura são a base das differentes deno- minações, que se lhe tem dado. V. A fractura é em geral-unica; algumas vezes-múltipla. 16 VI. EHa pode ser simples ou complicada: isto depende não só da causa que a determina, como da constituição individual. VH. A dòr, a deformação da parte, a tumefacção e a crepitação são sympto- mas, que quasi sempre acompanhão-n'a. V11L A tumefacção que se apodera dos tecidos visinhos ao osso fracturado é uma causa poderosa, que difficulta seo diagnostico, principalmente quando sua sede approxima-se de uma articulação. IX. A mobilidade anormal de um membro e a crepitação são mais que sufficientes para se poder affirmar que existe uma fractura. X. Reconhecida sua existência e natureza, podemos approximadamente assignar opraso para sua consolidação. XI. Para cjue a fractura sc consolide convenientemente é necessário re- dusil-a, confrontar seos fragmentos, e combater os accidentes que a succedem. XII. A immobilidade da parte é condição indispensável para sua consolidação. SECÇÃO MEDICA. ERYSIPELA CONSIDERADA EM GERAL. PROPOSIÇÕES I. A erysipela é um exanthema caracterisado pela vermelhidão, calor, tumefacção da pelle, c algumas vezes do tecido cellular sub-cutaneo. II. Varias denominações lhe tem sido dadas: entre ellas julgamos pre- ferível a de erysipela simples ou verdadeira de Cazenave, erysipela phlegmo- nosa, e erysipela ambulante. III. Suas causas até hoje pouco conhecidas não nos revelão sua natureza; todavia cremos que a erysipela é dependente de uma alteração geral do sangue. IV. A erysipela é sempre precedida de um cortejo de symptomas, quer locaes, quer geraes. V. D'estes devemos ler em consideração-a dôr acompanhad^a de calor 18 excessivo, a tumefeação e vermelhidão da parte, a febre precedida de ca- lefrios, a cephalalgia e anorexia. VI. Elles varião segundo as regiões, em que a erysipela se localisa, e a variedade, a que ella pertence. VII. Os membros superiores e a face são a séde mais commum da erysipela. vin. Nas crianças porem ella se manifesta mais vezes na região umbilical por occasião da queda de seo cordão. IX. O systhema dos vasos lymphaticos parece ser atacado de preferencia: d'ahi resulta o engorgitamento dos mesmos glanglions da parte corres- pondente. X. A erysipela é uma moléstia, cuja marcha é essencialmente aguda, e não periódica, segundo considerão alguns. XI. Sua duração e sua terminação varião, segundo sua especie e estado organophatico individual. XII. As bebidas diluentes, as emissões sanguíneas geraes e locaes são em geral os meios que devemos empregar. SECÇÃO AOTSSOMA. COMO RECONHECER-SE SI HOUVE ABORTO N'UM CASO MEDICO-IEGAL? PROPOSIÇÕES, o I. Aborto é a expulsão do feto, provocada com intenção criminosa. II. São tantas e tão variadas as causas, que podem determinar um aborto, que será difficil, só por ellas, avaliar-se da natureza d'este. III. Dos meios capazes de provocar o aborto, o mais seguro é a ruptura das membranas e a separação da placenta. IV. O exame do producto expellido pelo utero é indispensável para se poder affirmar si houve ou não aborto. V. Na ausência d'elle o Medico-Legista não poderá affirmar que houve aborto. 20 VI. O interrogatório da mulher que tem por fim occultar sco crime raras vezes fornecerá provas d'este. VII. As modificações apresentadas pelo apparelho genital da mulher são um poderoso auxiliar para o diagnostico. VIII. A epocha mais próxima será a mais favoravel para apreciação d'essas modificações. IX. Quando o aborto tem lugar no primeiro mez da gestação, não deixa vestígios e póde passar desapercebido á mulher. X. E' do quarto mez cm diante que o aborto provocado com um fim criminoso torna-se mais frequente. XI. Em uma epocha mais avançada da prenhez, tornão-se mais sensíveis as modificações que o feto apresenta. XIL 0 Medico-Legista só poderá determinar com segurança que houve aborto, quando as lesões encontradas no feto denunciarem a existência de violências externas. HIPPOCRATIS APIIORISMI. i. Circa puris generationes, dolores et febres magis accidunt, quam ipso facto. (Sect. 2.a Aph. 47.) n. In febribus, abscessus qui non solvunturad primas judicationes, mor- bi longitudinem significant. (Sect. 4.a Aph. 51.) ui. Erysipelas foris, quidem intro verti, non bonum: intus verò foras, bonum. (Sect. 6.a Aph. 25.) IV. Quibus suppuratum quid in corpore existens nullum sui signum pro- dit, bis propter crassitudinem puris, aut loci, signum non exihibit. (Sect. 6.a Aph. 41.) v. Si verò dispareant abscessus, sputonon prodeunte, et detinente febre, horrendum est periculum, enim deliriiet mortisaegroimminet. (Sect. 2.aAph. 66.) vi. Pus verò optimum est álbum, aequale et leve, et quam minimum graveolens; huic autem maximè contrarium, pessimum. (Sect. l.a Aph. 41.) c^cAwUkAa A AcnÚKaAa. cíàa^Áa c ^amlAaAc Ac cMcAk- ckna 5 Ac ©idubio. Ac 4861. GÁncÀimxdci ^Wxi. GK^X> A\cU CiÃd C&M^OJWVU OAb ShWMloK. c^)íAAa "b Ac €WaAú& A.C 4861. ^èx ^ÂÃ^kka G. ^mwtòÁci. ^A. êwA\a ^xAle. ^aJic cA^a^6a Ac cAVauAo. âftAA^AÁAAAa-,í>«. £&«kia c ^cwlAaAc Ac oMcAÁAna 1 Ac Ac 4861. ^A. c^)u)|\ÀÀ.^,a«