SOBRE TRÊS POMTOS QUAL É A COMPOSIÇÃO CHIMICA DOS OSSOS HUMANOS ? SUA COMPOSIÇÃO É A MESMAEM TODOS OS OSSOS DO MESMO INDIVÍDUO? QUE VANTAGENS PRACTICAS SE PODEM OBTER POR MEIO DESTE CONHECIMENTO ? CIRCULAÇÃO DO FETO. DO AZEVRE: SUA ACÇÃO PHYSIOLOGICA E THERAPEÜTICA. APRESENTADA Á FACULDADE DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO E SUSTENTADA EM 14 DE DEZEMBRO DE 1850 Í.HTS A UOTSTi FM5SHÇA DE S. li. 0 IMPERADOR PELO ^z)?. S/cvòia cm órcúia *yf{oa('a FORMADO EM MEDICINA PELA MESMA FACULDADE NATURAL DO RIO DE JANEIRO FILHO LEGITIMO DE MANOEL DOMINGUES DA SILVA MAYA. RIO DE JANEIRO TYPOG1UPHIA DE FRANCISCO DE TAULA BRITO Praça da Constituição n. 64 1850. FACULDADE DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO. Dl RECTOII O Snr. Dr. Juse' Martins da Cruz Jobim. LENTES PROPRIETÁRIOS. Os Srs. Drs. I—ANNO. Francisco de Paula Cândido...................... Physica Medica. Francisco Freire Allemão........................ \ B°ta»ica Medica> e P™ci,»ios elementares de Zoo- ( logia. II—ANNO. Joaquim Vicente Torres Homem................. \ Chimica Medica' e priucipios elementares de Mine- ^ t ralogia. José Maurício Nunes Garcia, Examinador.......... Auatoraia geral e descriptiva. III—ANNO. José Maurício Nunes Garcia....................... Anatomia Geral e descriptiva. Lourenço de Assis Pereira da Cunha.............. Physiolcia. IV—ANNO. Luiz Francisco Ferreira.......................... Pathologia externa. Joaquim José da Silva........................... Pathologia interna. João José de Carvalho, Examinador.............. S Pharmacia, Matéria Medica, especialmente a Hra- v t sileira, Therap., e Arte de formular. V—ANNO. r Cândido liorges Monteiro......................... Operações, Anatomia topogr. e Appareihos. ...............................................# Partos, Moléstias das mulheres pejadas e paridas TTT e dos meninos recém-nascidos. VI—ANNO. Thomaz Gomes dos Santos, Presidente............. Hygiene, e historia da Medicina. José Martins da Cruz Jobim...................... Medicina legal. 2.°ao4.° Manoel Feliciano P. de Carv.°............ Clinica externa, e Anat. pathol. respectiva. 5.°ao6.°Manoeldo Valladão Pinieutel............. Clinica interna, e Anat. pathol. respectiva. LENTES SUBSTITUTOS. Francisco Gabriel da Rocha Freire................ ) „ - , Antônio Maria de Miranda Castro................ £ Secçao de sciencias accessonas. José Bento da Rosa, Examinador................. ) „ ,. Antônio Felix Martins........................... ^ Secçao medica. Domingos Marinho de Azevedo Americano........ >c Luiz da Cunha Feijó, Examinador................. £ Secçao cirúrgica. SECRETARIO O Sur. Dr. Luiz Carlos da Fonceca. A Faculdade não approra ucm d.sapprova as opiniões emittidas nus Theses, que lhe são apresentadas. A MEMÓRIA MINHA BOA MÂI E CARINHOSA MADRINHA 0 Céo não permittiu gozar podesseis Da gloria, á cujo faslo eis-me subido ! A morte vos feriu, antes que houvesseis De prazer duas vezes succumbido ! Sepultado da dôr no triste manto, Constante verterei saudoso pranto! A MEMÓRIA DE MEUS ILLUSTRES MESTRES E AMIGOS OS ILLMS. SNRS. DR. FRANCISCO JÚLIO XAVIER TIBIRCIO ANTÔNIO CRAVEIRO Lagrimas o Saudade!... A MEÜ BOM PAI, E MEU VERDADEIRO AMIGO O SNR. MANOEL DOMINGUES DA SILVA MAYA A braços com innumcros sacrifícios, luetando com a potência da adversidade, todo pai, todo amigo, me al- cançastes, Senhor, abrilhante posição de Medico. Orgulhai-vos, pois; esse titulo, que para vosso tilho ambicio- naveis, vosso filho o possue, vosso filho c Medico. Este trabalho, filho de vosso filho, c pois vosso, aceitai-o generoso ; é bem verdade, elle c pouco digno de vós, pela sua imperfeição, mas nesta offerta supra o desejo sua inferioridade. Sim, meu pai, angmentai ainda de vosso filho a gloria, acolhendo o frueto de suas vigílias e estudos. A MEU PADRINHO O SNR. MANOEL ANTÔNIO DA SILVA CAMPOS Minha alma trasbordada de gratidão, meus olhos banhados no pranto do reconhecimento, esse como que aperto do coração, muda eloqüência de nossos sentimentos, me vedam vos dirigir palavras, que necessa- riamente desfigurariam sua força intrínseca. Eu me calo, pois; e minha gratidão e meu reconhecimento não vos patentearei por meio de phrases, conserval-os-hei sempre em meu coração, para melhor avalial-os. A MINHA MADRASTA A 1LLMA. SNRA. D. MARIA IZABEL VELHO MOTTA E MAYA Havendo lido a infelicidade de perder minha mãi, cm vós encontrei esse carinho, esse amor, esses altribu- tosde uma verdadeira mãi. Obrigado; sempre obrigado. Pagar-vos tantos desvellos, oh! em balde o tentara! Accitai-me simpl^n^ule este trabalho, produclo de algumas noites sem dormir! A MEU IRMÃO O SNR. TENENTE JOAQUIM DA SILVA MATA Os laços fraternos, que nos unem, caro irmão, se estribam poderosamente na — Gratidão e amizade! A MINHAS IRMÃS E CUNHADO Prova de verdadeira amizade. A MINHA TIA, MINHAS PRIMAS E PRIMOS Respeito e amizade. AO MEU CARO AMIGO O SNR. EDUARDO DOS SANTOS MESQUITA E SUA FAMÍLIA Sempre e sempre o mesmo. AO MEU SINCERO AMIGO O SNR. ANTÔNIO GONSALVES TEIXEIRA E SOUSA E SUA FAMÍLIA Sempre amizade e amizade verdadeira. AO 1LLM. SNR. RAYMUNDO RODRIGUES DOS SANTOS E SUA FAMÍLIA Sincera amizade. AO MEU PARTICULAR E VERDADEIRO AMIGO O SNR. JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS E SUA ESPOSA lão ha palavras, que exprimam, nem expressões, que traduzam o doce laço, que nos prendem , uma poderá fazer, a —Amizade. AO MEU AMIGO OFFICIOSO E TAO SINCERO O SNR. DR. JOAQUIM ANTÔNIO DE ARAÚJO E SILVA Amizade e reconhecimento. AO MEU CORDIAL AMIGO JERONYMO FRANCISCO DE AZEVEDO E SUA FAMÍLIA Offerta do coração. AO MEU AMIGO DE INFÂNCIA O SNR. JOAQUIM MONTEIRO DA LUZ Prova de verdadeiro affecto. AO ILLM. E EXM. SNR. DR. THOMAZ GOMES DOS SANTOS Agradecimento pela bondade, que mostrou, aceitando a presidência desta these. AO MEU SINCERO AMIGO E MESTRE O SNR. DR. FRANCISCO GARRIEL DA ROCHA FREIRE AOS MEUS AMIGOS, OS ILLMS. SNRS. DR. JOSÉ MAURÍCIO NUNES GARCIA DR. ANTÔNIO FELIX MARTINS PADRE JOAQUIM FERREIRA DA CRUZ BELMONTE MANOEL MARÇAL CORREIA E SILVA FRANCISCO XAVIER PEREIRA DE MELLO CORTE REAL JOAQUIM JOSÉ DE MELLO CORTE REAL JOÃO GONSALVES GUIMARÃES BENTO JOSÉ PEREIRA SOARES Eterna amizade. wia aa iTtáia *ywa€ ° sanSue Passa (l°s ramusculos da veia umbilical ao tronco ÍltM?f,™ Perco.rrendo ° cordao deste no'"*, e atravessando o umbigo, indo ter ao fígado, onde se divide em duas columnas, das quaes uma segue o canal venoso para misturar-se com o sangue da veia cava inferior e a SeSo °nrn°rb,1,Cal datveia-P°üla P?« ramilicar-se no lobo direito dofiga°do e serbsorvdprimai» ?dSl,ZSE?!1 T T° da T* Cava' quand0 at,avtíssa ° diaPh'aÃ'a- Ahi elle forma três colum- Sentrand^na auS? 5SS Z ""'• t í qUe a, "T cfva,eva da me,a,le inferior do corP°- reunidas todas. e entrando na auncula direita, e dahi, pelo buraco de Botai, na auricula esquerda Desta cavidade cahe osamrué m^bTofthTaSndZ%r„VXrISa Pí' T" 8 t,°dasaS Partes dü corpo.TsSpVcSmeS e memoros Uioraciuo», por meio do tronco brachio-cephal co, da carótida e da artéria sub-rlavpa Mn.iernT che.a do sangue, que lhe forneceu o ventriculo esquerdo Desce 'sannioor 5 r\'J! á. L des^.ndenle ja mitivas, que o distribuem em nartn i.>« mPinh „ ,i. i„ ■ , ° •?■ P esla arte,,a as aitenas lliacas P1*'- quantidade pelas àrteiia umWi^es a'^ú^ínTil P?'" í'"" eXtm,aS: e volta m niuito maior * (*) Muiíastheonassehão a Sado píte^ d°n'e havia Ttido" , Por bastante tempo ignorada e mesmo desconhíS ! S ÍJ - mo,v,mento d<> sangue no apparelho vascular. trevas, quando a brilhante luz d SiSnla de 7JPV ? Á esla™ »estVniPorlanle ramo a sciencia em raios. Ksteimmorlal disiip ZgSe F-Iriíio dS,rSe?í N°? n ?SC• é a PrinJ se enchem do sangue, que lhes depositam constantemeute as líSi- ní. P ,6S se afasta,n. e por conseqüência cavidades uma acção de aspiração,' coincidS Km est s íilllães Z Z" ° 6S ° q",e dá a cada »mí desUs pondentes (porquanto entre si alternam estas cLra^ dos venlriculos corres- paredes destas cavidades se conchegam, e xpeliem o°S"ue ■^lüA"' con,racÇão d«s ventriculos as ma arterial. Quando tem lugar asconlrac ões daP "uricílS s «as 2™iíín« eCeí?'n 3S aUnCU,as« no sysle" gam e lançam o sangue, de que estão cheias, nos ven os n d iSão Hí u* Ventriculos. s^ eonche- afaslam para receber e aspirar o sangue, que lhes transi ?te'n a 5 ,. •!ll"no? 0rgãos as Paredesse forçoso admitt.r o coração como representando o nri"cla n.Sl í, ■ i -V,Sla> P°'S' do «>uc fica dito> * que e a oceulta mola de todas as accões dos o-gâoVqZle rSelf- SS-'^' faV?reCÍd° Pela acção vitaI. m.tmdo apresentar aqui as diversas opiniões, que SemíiSZ^^^'1^ v.da vegetal.va. For tanto tamos: A. cavidades esquerda'» do'concio são do „ d.TmíV . ^ q"e ",e baS <\™ no° reitas, e suas paredes estão em wlarSSn n»u «.„- energia n,uscular mais Q"e dupla da das di- l estão em relação, pela espessura e numero de fibras contracteis, com a grandeza dõ — 9 — V. Á medida que o feto augmenta de idade, o buraco de Botai e o canal arterial se vão obliterando (5). VI. A circulação do sangue, durante a vida fetal, não é sempre a mesma (6). VII. No feto, como no adulto, os órgãos da circulação são : o coração, as artérias, as veias e os vasos capillares. circulo, que o sangue tem de percorrer sob sua influencia; o ventriculo esquerdo apresenta uma disposição areolar menos pronunciada que o ventriculo direito, por isso que o sangue venoso tem necessidade de ser agitado mais que o sangue arterial, porque ainda não tem soffrido a revivificação pelo contacto do ar, e tem percorrido com lentidão em grossos vasos. A disposição, pois, já dos vasos, já das cavidades do coração, demonstra evidentemente que o fluido sanguineo, recebida a impressão do coração, para, pelas artérias, ír-se destribuir ás partes, onde se perdem suas ramificações, ajudado por esse quid, chamado força vital, e favorecido pela visinhança dos demais órgãos internos, percorre cm inteiro todo o systema vascuter. (S) Na nota que fizemos á 2.'proposição, mostrámos que o canal arterial, ramo da artéria pulmonar, que este vaso fornece quando nasce da parte superior c esquerda do ventriculo direito do coração, dividindo-se em três ramos, dous dos quaes (no félo), vão ao pulmão, ia lançar na aorta grande quantidade de sangue. Lste ca- nal, inútil depois que a respiração se estabelece, se transforma, obliterando-se, em um ligamento que tem sido chamado ligamento arterial. Tendo a circulação do sangue de apresentar unia nova marcha, depois que a res- piração tiver de ser exercida pelos órgãos delia encarregados, os pulmões; o canal arterial, que desviava destas vísceras o fluido sanguineo, que não linha de soffrer a acção pulmonar (hemaloze), vai-se pouco a pouco obli- terando, por conseqüência o sangue refluindo pelos dous outros ramos, divisões do tronco da artéria pulmonar. e mais tarde estes dous ramos cheios de maior quantidade de fluido sanguineo, distribuirão aos pulmões então necessitados de maior nutrição (porquanto tem de representar um novo e importante papel), o sangue .qae«m ae vivifical-os No mesmo caso, e pelo mesmo motivo, o buraco de Botai, esse orifício praticado no septo divisório das auriculas.se irá obliterando, porque então o sangue da auricula direita, cm lugar de passar a auricula es- querda por esse orifício, se lançará no ventriculo do mesmo lado, que o impellira a artéria pulmonar, &c, &c. (6) Não havendo sido examinada a circulação durante os primeiros tempos da vida íntra-uterma, ignora-se como se effeclua esta funcção, quando ainda não são desenvolvidos os canaes e o órgão central, que tem des per- correr e atravessar o fluido sanguineo. Duas opiniões se tem apresentado explicando como se effectua a circulação apoz o desenvolvimento destes órgãos; na primeira (a de Wolfe Sabalier) se prescreve »o sangue a seguinte ma - cha: absorvido na placenta pelas radiculas da veia umbilical, é levado por esta veia, cm parte pela veia-porta ao fígado, em parte pelo canal venoso á veia cava inferior, e nesta, misturado com o que as veias trazem aas partes inferiores, elle vai ler, por estes dous canaes, á auricula direita do coração. Deposto nesta cavidade o sangue passa immcdiatamentc, pelo buraco de Dotal, á auricula esquerda, não se misturando com o que^a ve a cava superior ahi deixou, trazido das partes superiores. Da auricula esquerda elle passa ao ventriculo do mesmo lado e dahi á aorla ascendente, que o leva ás parles superiores. Das parles superiores e trazido a au™uia a - reila pela veia cava inferior, donde passa ao ventriculo correspondente e a artéria pulmonar; esta arteri neva em pequena quantidade aos pulmões, e em maior (pelo canal arterial) á aorta descendente, que em parte o im- pelle ás partes inferiores, eem parle á placenta, donde fora trazido. De cujo modo de circulação re > Ia que o sangue nãoé revivificado em inteiro na placenta, como o é no pulmão todo o sangue venoso do adulto,quepor isso não são isolados os dous systcinos circulatórios, como no adulto, pois que hacommun.caçao das duas auri- oulas c da artéria pulmonar e aorta ; que o ponto onde vão ter os dous sangues nao e a auricula, ma a \eui ca a inferior; que as partes não recebem um sangue igual em qualidade, porquanto as superiores| ctooq vem da placenta, supposlo o melhor, as inferiores recebem-no depois que tem percorrido» a melJf juper ^ jo feto; que ha opposição entre os systemas circulatórios superior e inferior, que se cruzam nocoçao alimen tando a veia cava inferior, pelo buraco de Botai, a auricula esquerda e a aorta ascendente, \cia c«\?.^Jtc rior alimentando a auricula direita, e, pelo canal arterial, a aorta descendente. Na inüra ü.eor a d Li 1 «t <■ Magendie) o isolamento do sangue das duas veias cavas na auricula direita e negado. P^S^tJ08:1'^ dizem elles, seria necessário que as duas auriculas e os dous ventriculos se contrahissem f,Paradame"te' ° (^ não acontece. Os sangues das duas veias cavas, continuam elles, se misturam na auricula direita- mas,^.ld zão do buraco de Butal e da válvula de Euslaquio, a auricula esquerda se enche ao mesmo tempo que a a\ma. Pelo que, se os dous sangues se misturam neste lugar, é um mesmo o sangue, que c lançado nas aorias a&teii- — 10 - VIII. O adulto tem duas circulações; a geral ou grande e a pulmonar ou pequena. O feto, porém, só tem uma meia circulação, scmelhando-se, por cila, aos animaes de sangue frio (7J. IX. Sendo nulla a respiração no feto, seus pulmões são considerados órgãos pas- sivos (8). dente e descendente, e nem se pôde, pela differença desse sangue, explicar a differença de desenvolvimento das metades superior e inferior do feto— eadmittir que, soas partes superiores tem um desenvolvimento mais ra- P.ldo que as inferiores, é que recebem um sangue melhor. Explicam a existência do buraco de Botai pela neces- sidade^ de fazer chegar sangue á auricula esquerda, c a do canal arterial pela de desviar para a aorta o sangue, que não pôde ir ao pulmão. Não tencionando refutar esta ou aquella theoria, diremos somente que, á medida que se approxima o nascimento, a circulação se approxima do modo porque se effectua no adulto. Uma válvula estreita paulatinamente o buraco de Bolai, e acaba porobliteral-o: a válvula de Eustaquio diminue; as artérias nos pulmões augmentam de volume, maior quantidade de sangue lhes chega pela obliteração do canal arterial. O sangue da veia cava inferior, que se mistura com o da superior para ir ao ventriculo direito e não á auri- cula direita pelo buraco de Botai, augmenta continuamente até o nascimento; o mesmo acontece com o que vai ao pulmão, do ventriculo direito, e volta á auricula esquerda, e com o que do ventriculo esquerdo vai á aorta (]J. Ja descrevemos os círculos, que no systema vascular geral, e nos pulmões, percorre o sangue, no adulto; ommiremos a repetição, acerescentando somente que, a respeito do feto, o sangue percorrendo (como também rhp 3 ~° systema vascular, e não tendo desoffrer a hematozeno apparelho respiratório, quando tem de megaraos orgaos, que constituem esta funcção, retrocede pelo canal arterial á aorta, por onde é lançado áspar- rwftali ' p"nciP,ara sua circulação; circulação que, como acima dissemos (na proposição, que originara esta noiay, c_ meia ou única.— Esta omissão, fazemol-a, porque na nota á proposição seguinte temos de tratar da respiração ou não respiração do feto. nhfl Affirmam uns. e negam outros a respiração no feto. Aquelles se estribam em que seus olhos testemu- r iin« e"^ Ü exlrahldos aP°z operações, e envolvidos ainda em suas membranas, o movimento dos mus- ,uios respiradores. Estes, em que tal movimento não observaram, e mesmo o pulmão não lhes ha mostrado Jiaver respirado; porquanto, dizem elles, se o feto, como o adulto, tem a aclividade respiratória dos pulmões, admiti; d circu!acao e differente da do adulto, cujos pulmões são dotados da acção respiratória? E ainda, como o mW rfeSpiraça0 Pu,mon,r no fét°. coincidindo com a presença do buraco de Botai e o canal arterial, que aori™„„ commun'car as duas auriculas, pelo que o coração direito ou pulmonar é confundido com o san«,A °"es(Iue.rd0; e.° segundo (o canal arterial), desviando ao nascer do ventriculo do coração pulmonar, o trirnin^- * S™ •ntoir0 ,r aos Pulmões. Para lançal-o no ramo descendente da aorta, que parte do ven- nue divi^ acra,Ç ■ dl,reito? buraco e canal, dos quaes o adulto só apresenta, do primeiro, uma fossa no septo, r?r?«.im«n au"c" aS* e do segund0 um "tramento celluloso? Como. porem, dizem os que affirmam a respira- n»Jn 2 a "h -Ü' T10 negal_a' saben,)°-se a importância de tal funcção para a vida e existindo um li- 2sm «„ r el0> que contém ar em dissoluÇão? Não abraçando alguma das opiniões apresentadas, a remos com os que negam a respiração pulmonar no félo: que a placenta exerce uma acção respiratorio-sup- p ementaria a dos pulmões; porquanto, o sangue que parte da placenta (recebida a qualidade reparadora, pela ■Mminaçao de princípios inúteis a economia do feto), volta a este mesmo órgão, onde de novo se expurga dos elementos impróprios para a nutrição; onde (na placenta) se effectua constantemente uma troca do sangue ma- terno com o fetal, e que este órgão finalmente parece fazer para o feto o officio dos pulmões. Quasi todos os 1 nysiologistas crêem que o sangue, em cada circulo, se revivilica na placenta, como no adulto, nos pulmões, e que por isso, a placenta c para o feto, um órgão de respiração. Apoiam com as seguintes razões, esta sua opinião: ser indispensável uma respiração, ou uma prehensão de ar, em todos os entes vivos; sobre a necessi- dade não menos imperiosa da livre circulação do sangue do feto, na placenta, pelo cordão umbilical; sobre a analogia, emtim, existente entre a circulação pulmonar do adulto e a placentaria do feto Com effeito se vi que, se c sangue, que serviu para as nutrições no adulto, é o que se dirige aos pulmões, é lambem este sangno que no feto c levado a placenta. Para ser confirmado este pensar dos autores, seria necessário que houveU sensível differença entre o sangue, que volta da placenta pela veia umbilical, e o que elevado ao mesmo ore?» pelas artérias umbilicaes, assim como no adulto em quem ha uma palpável differença entre os sangues ve- noso e arterial. No feto, estes dous sangues tem uma côr semelhantemente carregada nas duas ordens de vasos 'artérias, e veias umbilicaes), e tão carregada, como o sangue venoso materno. Alguns autores admittem uma perspiraçao e absorção de alguns elementos somente na placenta, e uma revivilicaçâo do sangue do feto ■•orno no adulto, em os pulmões. Este phenomeno, porém, carece averiguação, e c baseado em conjecturas Lob- stein da a placenta, no ultimo tempo da vida intra-uterina, o officio de órgão respiratório; Meckel dá-lhe o — 11 — X. O buraco de Botai e o canal arterial, vista a passibilidade dos pulmões, são de grande necessidade para a circulação do feto (9). XI. Quando o producto da concepção nasce, seus órgãos estão todos dispostos para a mudança, que se tem de operar na circulação (10). XII. As cavidades esquerdas do coração do feto não receberiam quasi sangue, se o das cavidades direitas não passassem a cilas, pelo buraco de Botai (11). XIII. O sangue materno, já tornado arterial, prescinde da hematoze nos pulmõe&-do feto (12). mesmo ollicio; Beclard o considera como encarregado de absorver do lado materno, durante a vida fetal, ma- teriacs nutritivos; e para o fim da prenhez dá-lhe o mesmo officio. Finalmente, negando quasi todos a respira- ção do feto, no apparelho pulmonar, dão a placenta, como o órgão, que revivifica o sangue fetal, á maneira do pulmão do adulto, exercendo primeiramente ainda uma acção de hematoze sobre a matéria nutritiva, qualquer que ella seja, que elle absorve directamenle no ulero. Avista do que levamos dito, parece inatacável a_ passibili- dade, que damos aos pulmões, tornados inúteis para a respiração; inutilidade, que lhe faz ter a circualaçao do feto. (9; Já mostramos, na nota á3.a proposição, que o sangue, que deve ser levado aos pulmões, como no adulto, no feto, atravessando o septo auricular, pelo "buraco de Botai (buraco accidental), e lan- çando.se na aorta descendente, pelo canal arterial; desviado desses órgãos, volta á placenta, ponto d'onde principiara seu curso circulatório: curso, que differe do percorrido pelo do adulto, que tem de se revivificar nos pulmões (seu laboratório de hematoze) ; que emfim no feto, estes orgaos sao alheios in- teiramente á circulação, o que também, na nota antecedente, buscámos demonstrar. (10) A obliteração, que pouco a pouco se effectua do canal arterial e do buraco de Botai, (que, como já mostrámos: o 1.°, interceptando a communicação das duas auriculas; e o 2.°, fazendo refluir o sangue, pela artéria pulmonar, aos pulmões) determina a mudança dos phenomenos circulatórios, de sorte que a quantidade de sangue, que se ia unir ao da aorta descendente, havendo partido da artéria pulmonar, subindo por este ultimo vaso, se dirige aos pulmões, que no momento do nascimento entram no exercício de -nas funeções, perdido o órgão, que la'a substituía, a placenta. . , - !«.„„„. (II) Temos feito ver, nas notas precedentes, que no adulto efiectuande-se a circulação pulmonar (ou pequena), o fluido sanguineo, que do ventriculo direito se dirigia em totum aos pulmões depois de nestís órgãos, soffrerem a hematoze, era levado pela veia pulmonar, já tornado reparador, " ventriculo esquerdo Também já temos mostrado no feto este fluido chegar, pela veia cava inferior a auricula dl 2?ta donde, pelo buraco oval, se lançava á esquerda, &c, &c ; e o que era levado -«^a pulmonar ser e r crande parte desviado, pelo canal arterial, para a aorta descendente. Portanto, somos dispensados de ampliar o $ue já dosemos, que exuberantemente nos parece apoiar e fortalecer nossa proposição; acerescendo ao demais as notas, que tratam da respiração. orfor;na „.„;„.. ram0s da hv- (12) Por quanto o sangue, que é levado ao utero, e fornecido pelas artérias utennae, ramos aa ny pciastrica e peías ov&ücJ, nascidas da aorta e das emulgentes. Com esta proposição fortalecemos a 9. , na qual encaramos o apparelho respiratório do feto como passivo. — 12 - XIV. No utero se effectua uma troca entre o sangue materno e o fetal (13). XV. O cordão umbilical, tornado inútil depois do nascimento, seoblitéra (H). XVI. No feto, a quantidade de sangue, que a artéria pulmonar envia por dous de seus ramos, aos pulmões, não vai soffrer a hematoze, porém sim nutrir estes órgãos (15). XVII. No momento do» nascimento a circulação fetal se torna como a do adulto (16). XVIII. No adulto, o coração precisa do pulmão, como este daquelle órgão: no feto, po- rém, prescinde do pulmão o coração, visto que aquelle órgão è inútil (17). (13) As artérias umbilicaes. que nascem das iliacas primitivas, cheias do sangue, que tem excedido as necessidades nutritivas, levam este fluido á placenta. As radiculas das veias uterinas delle se apo. deram nas cellulas deste órgão, para o levar a hematozar-se pela circulação materna. Assim pois fica provada a troca que dizemos ter lugar no utero entre o sangue materno e o do feto; porquanto ás ar- tenas uterinas depositam nas cellulas placentarias o sangue materno; as umbilicaes o que circulou no feto; as radiculas da veia umbilical absorvem o primeiro fluido : as radiculas das veias uterinas o que atravessou o feto. 4 (14) Estabelecendo uma communicação entre o feto e a placenta, o cordão umbilical (formado nela reunião da veia e das duas artérias umbilicaes), durante a vida fetal, serve para effectuar o modo de circulação, que temos estudado no feto. Partindo o sangue da placenta, e, depois de haver descripto o circulo, que lhe assignamos, trazido e deposto no mesmo órgão, (pelo cordão umbilical, do qual a veia effectua o transporte do fluido a circulação, e as artérias sua volta ao ponto de onde partira), do qual é Wa^rX^ní ~°' re^vlfic^se1neste °^o; por isso que, como já dissemos acima, não tem de ser ela- borado pelos pulmões. Vimos também que, entrados os pulmões em sua funcção, o curso do sangue e oa canaes por onde elle se effectua, tomavam uma marcha e direcção differentee. Assim, pois^ nascido o feto, obhteram-se a veia e artérias umbilicaes, que constituiam o cordão do mesmo nome- porquanto rompida a hnha de commumcacSo entre o feto e a placenta, e effectuando outro órgão aTccao^deete ul- timo, émnegavel a inutilidade deste cordão, depois do nascimento H U 115) Já tiremos occasião de notar, quando tratamos da respiraçlo neste ente, que o sangue oue e oMo*°e' «-'-e™^ transformado em clylo, apoz a ac^o eliminatória,í^ ~o^ - 13 - XIX. Depois que o feto se desligado utero, seccam-sc-lüe as-fontes da alimentação. A digestão as vem substituir (18). XX. Com a ausência da respiração, está pois o feto n'um estado como de morte appa- rente, que será real, a não effectuar-se aquella funcção, havendo sido interceptada a communicação féto-maternnl (19). levado pela corrente da circulação, a fazer-se sangue arterial no apparelho respiratório; sangue, novo elemento, que é o material único próprio para a grande funcção (para a qual concorrem simultaneamente as três funeções, que nos oecupam) da nutrição. Isto é o que indubitavelmente 6e passa no adulto. Quanto, porém, ao feto, que mio tem uma respiração em si, istoé, que em si não tem um apparelho: que lhe forneça o sangue vivificador (arterial), que deve ser levado ás partes, para as nutrir; por isso que este sangue lhe é fornecido já arterial, nutritivo, reparador, pela via materna, diremos em conclusão, —que o coração precisa da placenta, como este daquelle órgão. (1'orquanto, a placenta, como já vimos. é quem substitue perfeitamente, para o feto, os pulmões). (18) E' f<5ra de dúvida que a nutrição do feto é emanada do corpo materno. Sendo a nutrição a funcção pela qual a matéria nutritiva, já elaborada pelas diversas acções orgânicas, acaba de deixar sua natureza própria, e toma a dos diversos tecidos vivos, para reparar-lhes as perdas, e entreter-lhes as forças; esta funcção tem seu principio de acção no estômago, órgão que recebe e conserva por algum tempo em si a substancia alimentar, e depois de ter-lhe feito modificações, a transmitte aos outros órgãos, como elle, incumbidos desta funcção. Sendo, pois, dizíamos, a nutrição uma acção, que presuppõe uma elaboração, uma preparação dos elementos alibilos, e dependendo esta acção do concurso simultâneo das funeções de respiração, circulação, absorção e digestão, e sendo no feio nullas as acções do pulmão e es- tômago, e diversa da do adulto a circulação, é claro, é innegavel que da parte materna são-lhe distri- buídos os principios alimentares; pelo que, é o corpo materno a fonte nutritiva do feto. Durante a vida fetal, physiologicamente fallando, este ente tem uma vida inteiramente dependente: por quanto, unido ao utero donde tira, como vimos, o fluido sanguineo, que lhe deve nutrir as partes, com a impassibili- dade do estômago e pulmões, que lhe são substituídos pelo estômago e pulmões maternos; pois que, este estômago digere os elementos substanciaes, que tem de se fazerem sangue, que os pulmões trans- formam em sangue reparador, que lhe nutre o corpo e é fornecido ao feto para nutril-o igualmente, este ente depende necessária e phyáiologicamente da vida materna. Omittindo apresentar aqui as diversas opiniões, que tem apparecido a respeito das fontes alimentares do feto, callaremos também o estado des- tes elementos nutritivos e o como são introduzidos na economia fetal, porque fatigariamos por mais ex- tensos, e sahiriamos muito de no3?o ponto. Diremos, concluindo a notaá proposição: que depois do nas- cimento, interceptada a communicação utero-fetal, o feto vivirá uma vida então independente quanto ás funeções respiratória e digestiva, por quanto o estômago e pulmões tem de funecionar. (VJ) Tem-se apresentado casos, em que fetos nascem empellicados, e que morrem logo depois do nascimento, cortado o cordão umbilical, e conservada a membrana amniótica : morte, que se explica pela interceptação, que se opera com a secção do cordão umbilical, que não mais lhe fornece o sangue nutritivo, e que determina a mudança de circulação, que precisa então da acção pulmonar, que não é effectuada, porque o ar não pode penetrar até os pulmões, visto a conservação da membrana, que o veda. \ Mi * /nrf í ri/Miíi :*. ■'••■ •: 3 O f i . 'ti.O- • ictU-OJjül. ■,r»..; •Jtíí.. &i'.".í ML f('• ••' J..M ' \*>tV.' ■'''■' .' ' . '' ■. ■ l ■■"■ / -» . ACÇÃO niYSIOLOGíCA E THERAPEÜTICA DO AZEVRE. O azewe é um. medicamento, toni-purgativo; exerce sua acção especial sobre os orgiíos^íM digestão. Administrado em pequenas doses (como 2 a 3 grãos), estimula levemente o,,estômago, e favorece a digestão; porém elevada esta dósc a 0 ou 8 grãos, esta acção se, estende até os intestinos, e sobre tudo se exerce sobre o recto, determi- nandoahi uma excitação, activando um afluxo sanguineo, a secreção mucósa e a expulsão das matérias amontoadas no, grosso intestino. Nesta dósc, pois, ó um pur- gante. Ebta irritação do grosso intestino é augmentada, se lambem 6 augmentada esta ultima dpse,.ç seu uso é continuado; então muitas vezes produz eólicas, c o recto se torna a sede de uma verdadeira fluxão ; engorgitam-se os vasos hemorroidarios, torna-se rubra e sensível a muiósa, e ha sentiment > de peso c de titulação cada vez que se.opera a sahida das matérias cxcreiiicnticiae. Vô-se, pois, que o azevre em doses pequenas [2 a h grãos) é um tônico, em mais elevadas (5 a 8 grãos) torna-se purgativo, em maiores ainda (de 8 a 12 grãos) é um drástico. Seu contado com a mucósa eslhomachica determina um e timulp, com o qual o estômago adquire mais acliwdade para seu exercício funccíonal; seu continuado uso, porém, augmentando este estimulo e levando-o especialmente até o intestino grosso, onde o exerce mais manifestamente, oceasiona os phenoinonos, que acima apontamos. Este estimulo e c^tes phenomenos se manifestam muitas horas depois de sua ingestão (6 a 8 horas); maximeno recto, porquantoeste me.üeamonlotcm de atravessar, para chegar a este intestino, um longo caminho (toda a porção subdiaphragmatica do canal intestinal). - 17 - Chegado ao recto, c em contacto com sua mucósa por muito tempo, o azevre, por sua propriedade toni-purgativa, augmenta a sccrecção da mucosidade, a qual tornando- se excessiva, dá lugar ao corrimento de sangue (fluxo); e d'ahi as dores, as titíllações, que acima mencionamos. Prolongado este contacto, e por conseqüência igualmente prolongada a secrecção do mucus e o fluxo do sangue neste intestino, bem depressa a porção superior de sua mucósa em maior ou menor extensão, irá fornecendo maior ou"menor quantidade de mucosidade e de sangue, relativamente a maior ou menor duração do contacto deste medicamento. Neste caso, pois, o azevre, além de^ser um purgante e um tônico, se pode encarar, ainda mesmo com a qunlidade purgativa, comouin revulsi\ó, porque determinando um estimulo, faz nppãrecer umaflluxo de sangue, que descarrega órgãos, que supportavam modificações em sua integridade; ó lambem olhado como um emmenagógo, porque determina muitas vezes a menor- ríiagia. E' certo, emfim, que o azevre tomado em doses diminutas, estimula ou as fibras musculares do estômago mi o systema vascular deste órgão e dos intestinos, determinando-se necessariamente o movimento peristaltico, que excita e aviva â di- gestão. Este estimulo, que o azewe exerce sobre a mucósa gastro-intestinal, é devido à acrideze amargura desta substancia, devida também á resina, que contém, lntro- , duzida no! estômago unní .tòio purgaliva de azevre (6 a 10 grãos) ha, neste órgão, pouco depois de sua ingestão, um como aborrecimento para os alimentos, náuseas algumas vezes, sensação interna de calor, dores mais ou menos intensas no ventre, tarborygm.iso'mesmo uma pequena elevação do abdômen: o! pulso se torna forte e freqüente, ha augmenlo de calor, a pelle secca c nrdente.-Phenomenos estes -que determinam todos os medicamentos purgativos; pelo que o azevre é também purgativo. Sua accão physiologica sobre o estômago é manifestamente tônica-por quanto, na dose do 2 a \ grãos, excita por sua amargura os vasos eslhomachicos e a mucósa com mui pequena energia, e produz um como obscuro movimento peristaltico deste orgao, nue se communica em pequena extensão aos intestinos, isto é, á porção destes órgãos mais visinh.i daquellc; com o qual movimento o estômago ganha a act.v.dade para exercer a funcção digestiva (1). Temos bem que imperfeitamente, mostrado a acção do azevre cm nossa economia. Yimol-o'em contacto com a mucósa já do estômago, já dos intestinos delgados e grosso, activar a faculdade digestiva de uma, e a faculdade secretona dos outro determinar-lhes, quando em contado duradouro e repetido, w™™**™^ cão nos vasos desta membrana, a ponto de tumefazel-a e engorg,tal-a, dando uma (,, Passou-nos d.*r, qn«d. f-no, ^f^^^» W-^' viram o ácidogallico, bem q-ie em pequena q «^adenoa f^ ^'^^'Leira acção como que adstnn- s? sr aí.8 sm: '-jsrx^ sss^ <■■••»■•*■»* toiiicameiile-L w- contestável que o ácido gallico é adstringente. - 18 - perspiração sangüínea relativa (2). Falíamos, finalmente, desta substancia e de sua acção sobre o organismo em geral; especifiquemos agora esta mesma acção em casos, que reclamam sua applicação. Empregado vantajosamente na pratica da medicina, como meio prophilactico, é aconselhado já em pequenas doses aos velhos, ou para augmentar-lhes as forças di- gestivas, ou para conservar o Yen tre desembaraçado; já emdôsês repetidas, para en- treter uma ligeira irritação no recto, como meio derivativo ás congestões cerebraes, a que são subjeitos estes indivíduos. Em casos de cephalalgia e de constipações de ven- tre, que as occasionam, seu emprego também tem sido proveitoso, porque sua acção estimulante sobre o recto, ahi determina a flirxãó,,le por isso urna derivação. Os anti- gos ainda lhe davam virtudes emmenagógas; porquanto em caso de amenorrhéa, em uma mulher de temperamento lymphatico, e" em estado atônico geral, este medica- mento em dose tônica (2 a 4 grãos) determinando, por sua acção, uma,exci|tação ge- ral, pôde produzir o corrimento do fluxo catameniar eregularisar seu curso. Asso- ciado com o proto-chlorureto de mercúrio tem sido empregado como vermi-fugo, e mesmo cm clysteres. Quando porém houver phlctora ou febre deve seu uso ser pros- cripto, porque, como é sabido, sua excilação seria damnosa, e acceleraria as funeções da economia. Exercendo sua acção especialmente sobro o recto, deve igualmente ser contra-indicado quando houver hemorrhoides, porque a fluxão sanguinea seria au- gmentada, e este mal progrediria. Em individuos nervosos, ém mulheres pejadas não deve ser empregado^ Como to- dos purgativos, com uso continuado e repetidas doses produz as ulcerações in- testinaes, a estranguria, &c., &c. Seu uso pois deve ser prudentemente aconselhado, porquanto embora dado em doses tônicas, estas prolongadas, e sua acção constante- mente obrando sobre a mucósa intestinal, se torna insensivelmento drástico-—, e a to- nicidade que dellese esperava, não é obtida, mas substituída pelos phe nome nos suc- cedaneosá applicação drástica—. Aconselhal-o-iamos, porém, em um caso de febre, em dose tônica, porque sua acção neste caso exercendo-se no estômago facilitava-lhe a actividade digestiva e produzindo o movimento peristaltico do resto do tubo digestivo seria proveitosamente empregado já como ape^itivo^ já como anti-spasmodico. Temos apresentado os principaes phenomenos, que faz apparecer na economia a ingestão do áloes, e exarámos mesmo sua acção therapeutica; de tudo d que havemos dito, pois, se pôde concluir necessariamente: que o azevre é um medicamento loni-purgativo, do- tado da faculdade especial de actuar sobre o intestino recto; que sua applicação pro- longada e seu imprudente abuso oceásiona resultados, que estão longe de ser os dese- jados; que manejada sua posologia, regula-se sua acção; que em presença de suas virtudes, bem administrado, se torna um medicamento utilissimo para muitas enfer- (2) Relativa á quantidade da substancia medicamentosa, - 19 — midadese vantajoso seu conhecimento. Assim, pois, resumimos o que temos levado dito do áloes nas seguintes proposições : — O azevre é um medicamento toni-purgativo, com acção especial sobre o grosso intestino. — O uso prolongado e o abuso do âloes se torna nocivo á economia. — Variando-se as doses do azevre, se faz delle um tônico, um cathartico, um drás- tico, &c., &c — Sabida sua acçSo pnysiologica e therapeutica, o azevre é um medicamento uti- lissimo capaz de debellar graves enfermidades, reguladas suas doses, e, em virtude desta regularidade, sendo empregado em substituição dos emenagógos, dos anti-spas- modicos, febrifugos, revulsivos, aperitivos, vermifugos, &c., &c. — Finalmente o áloes è eminentemente drástico em doses elevadas, produzindo mesmo phenomenos de intoxicação. I HIPPOCRATIS ÀFB0EIS1O. Ossium vero fracturis plurimüm confert, sedproecipuè quoe nudata sunt, iisque maximè qui in capite ulcera habent. (Sect. 5.a, aph. 22). II. Os quodcunque, vel cartilago, vel nervus in corpore prcecisus fuerit, non in integrum res- tituitur, neque augetur. neque de novo crescit. (Sect. 7.», aph. 27). III. Mulier utero gerens vena secta abortit. idque potissimúm si foetus grandior fuerit. (Sect. 5.\ aph. 30). IV. Si mulieripurgationes non prodeant. nequehorrore, neque febre succedente, ciborumque fastidia ei accidant, gravidam esse existimato. (Sect. 5.a. aph. 61). V. Si qualia purgari debent. purgantur. confert et facilè tolerant, ubi contra accidit, difficulter. (Sect. 1.» aph. 25). VI. Ex medicamentis purgantis potione convulsio, lethalis. (Sect. 7.", aph, 25). TYPOGRAPHIA DE FRANCISCO DE PAULA. BRITO—1850. Esta These está conforme os Estatutos. Rio k de Dezembro de 1850. Dr. Thomaz Gomes dos Santos.